Jan/Fev/Mar

Out/Nov/Dez- -2022
2022 Nº
Nº271
274- -Ano
Ano49
49

ENTREVISTA GRIPEN OPERACIONAL

Comandante de Preparo Primeiros F-39 Gripen Marinha, Exército e
fala sobre doutrina de são entregues e FAB par ticipam do
emprego e ampliação iniciam novo capítulo Exercício Conjunto
da capacidade de defesa da Aviação de Caça no Escudo-Tínia no sul
aérea Brasil do país
Aerovisão
Abr/Mai/Jun/2021
3
ARTE: Subdivisão de Publicidade e Propaganda / CECOMSAER
Plano de voo
Edição nº 274 Ano 49
Outubro / Novembro / Dezembro - 2022

Foto: Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

Foto: BAMN
ENTREVISTA
Comandante de Preparo
Tenente-Brigadeiro do Ar Sérgio Roberto de
Almeida, fala sobre doutrina de emprego e
ampliação da capacidade de defesa da FAB

PORTÕES ABERTOS
FAB abre portões e recebe cerca de 500
mil pessoas em eventos pelo país

18
Eventos “Portões Abertos” e “Domingo Aéreo”
foram realizados em diversas cidades
brasileiras

EXPEDIENTE
Chefe do CECOMSAER: Diagramação:
Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior Suboficial R/1 Cláudio Bomfim Ramos

Vice-Chefe do CECOMSAER: Revisão Ortográfica e Gramatical:

Publicação oficial da Força Aérea Brasileira, a Coronel Aviador Luis Felipe da Silveira e Eliseu Suboficial SST Rogerio Braga Bandeira
revista Aerovisão é produzida pela Agência
Força Aérea, do Centro de Comunicação Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais
Social da Aeronáutica (CECOMSAER). Coronel Aviador João Gustavo Lage Germano das matérias, desde que mencionada a fonte.

Esplanada dos Ministérios, Bloco M, 7º Andar
CEP: 70045-900 - Brasília - DF
Tiragem: 4 mil exemplares.
Período: Outubro/ Novembro / Dezembro
2022 - Ano 49
Contato: redacao@fab.mil.br
Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Distribuição Gratuita
Tenente-Coronel Aviador Igor Correa da Rocha Acesse a edição eletrônica:
www.fab.mil.br/publicacao/listagemAerovisao
Edição:
Tenente Jornalista Flávia Rocha
(DRT - 1354/PI)
Aspirante Jornalista Eniele Santos
(MTB - 0013149/DF)

4 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Veja a edição digital

40

Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

EXERCÍCIO SALITRE
Em cenário de conflito fictício,
treinamento aéreo é executado
no Chile
Considerado um dos maiores treinamentos aéreos
da América do Sul, Exercício Multinacional Salitre
envolveu Forças Aéreas da Argentina, do Brasil
e do Chile

50 AUXÍLIO HUMANITÁRIO
KC-30: apoio inédito na Operação
Acolhida

28
Maior avião da história da FAB realizou o
transporte de 210 passageiros oriundos da
República Bolivariana da Venezuela para as
cidades de Brasília (DF) e Florianópolis (SC)

OPERACIONAL
Força Aérea Brasileira realiza Guerra Simulada
no Sul do País
54 GRIPEN
O novo capítulo da Aviação de
Caça no Brasil
Marinha, Exército e FAB participam do Exercício Conjunto As primeiras aeronaves multimissão F-39 Gripen
Escudo-Tínia, no Rio Grande do Sul foram entregues ao Primeiro Grupo de Defesa
Aérea, em Anápolis (GO). Novo salto tecnológico
coloca a FAB num patamar de equilíbrio com as
principais Forças Aéreas do mundo

62 ESPAÇO
Lançamento de satélite em Alcântara marca
nova posição no domínio espacial
66 VOO MENTAL
FAB E AEB: PARCERIA INDISSOCIÁVEL
Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB),
O d e s e n vo l v i m e n t o d o S a t é l i t e S P O R T Coronel Engenheiro Carlos Augusto
(Scintilation Prediction Observations Research Teixeira de Moura, escreve artigo sobre o
Task) marca avanço das atividades espaciais no Programa Espacial Brasileiro e as principais
país e do domínio de tecnologias estratégicas parcerias exitosas entre a AEB e a FAB

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 5
Aos Leitores
EMBARQUE AUTORIZADO PARA 2023
Um calendário robusto de missões, exercícios operacionais, superações
e serviços prestados pela Força Aérea Brasileira (FAB). Em 2022, os nossos
militares e civis rechearam nossas páginas de boas notícias, cumprindo a
missão da FAB de manter a soberania do nosso espaço aéreo.
Na última edição do ano da Aerovisão, destacamos na capa o Exercício
Multinacional Salitre 2022, onde muitos esforços foram empreendidos pela
comitiva brasileira para representar com excelência o nosso país no Chile
em um dos maiores treinamentos aéreos da América do Sul.
Já em território nacional, o Exercício Conjunto (EXCON) Escudo-Tínia
2022 reuniu mais de 50 aeronaves e cerca de 800 militares da Marinha do
Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira em uma simulação
de guerra convencional.
Nesta edição, entrevistamos o Comandante de Preparo, Tenente-
-Brigadeiro do Ar Sérgio Roberto de Almeida, que fala sobre a essência
da FAB em termos de aviação, de preparação de pessoal e de armamento.
Por várias cidades do país, celebrando o Bicentenário da Independên-
cia e o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, uma série de eventos Nossa capa:
encantou o público com apresentações aéreas e musicais, exposições de A ilustração da capa desta edição destaca
aeronaves e lançamentos de paraquedistas. o Exercício Multinacional Salitre 2022, que
Outro destaque relevante foi o apoio inédito do KC-30 na Operação aconteceu de 10 a 21 de outubro, na Base Aérea
Cerro Moreno, em Antofagasta, no norte do
Acolhida. A maior aeronave da história da FAB executou o transporte de Chile. Em um cenário de conflito fictício, Missões
210 passageiros da República Bolivariana da Venezuela para as cidades Aéreas Compostas (COMAO) foram executadas
de Brasília (DF) e Florianópolis (SC). envolvendo aeronaves e tripulações da Argentina,
do Brasil e do Chile. No adestramento, a comitiva
Com uma alegria especial, noticiamos também a chegada dos novos ve-
brasileira pôde demonstrar alta competência
tores de caça da FAB, os F-39 Gripen, à Base Aérea de Anápolis. Além disso, operacional e, ainda, evidenciar que os pilotos
uma reportagem aborda o lançamento do satélite SPORT, desenvolvido de caça dos Esquadrões de F-5M estão prontos
pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em parceria com outras para cumprir a missão de manter a soberania do
espaço aéreo brasileiro.
instituições, idealizado para realizar pesquisas científicas na ionosfera.
Finalizando, no Voo Mental, o Presidente da Agência Espacial Brasileira
(AEB), Coronel Engenheiro Carlos Augusto Teixeira de Moura, escreve
sobre as principais parcerias exitosas entre AEB e FAB.

Boa leitura!

Brigadeiro do Ar
Adolfo Aleixo da Silva Junior
Chefe do Centro de Comunicação Social
da Aeronáutica

6 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
Palavras do Comandante
A SOBERANIA DO PAÍS EM NOSSAS MÃOS
As adversidades do mundo mo-
derno, que, por tantas vezes, aluem o
ideal progresso da sociedade, exigem
que as instituições se posicionem sobre
a importância de suas atribuições diante
da coletividade. Nesse contexto, a Força
Aérea Brasileira cada vez mais ascende
em sua relevância e representatividade
para o desenvolvimento do país, empre-
gando seus recursos humanos, materiais
e orçamentários com vistas à defesa e à
soberania da nação.
A primordialidade do trabalho
desempenhado pelo Comando da
Aeronáutica emerge da constante
busca de domínios visceralmente inter-
-relacionados - do ar, do espaço e do
ciberespaço -, trabalhados sobre pilares
focados no homem, na máquina e no
ambiente. É por esse visor que as mais
antigas Forças Aéreas do mundo têm
diligenciado seus intentos.
Encerramos mais um ciclo com a
sensação de dever cumprido, aspirando
dias ainda mais prósperos para a glorio-
sa Força. Dentre tantos avanços, temos
progredido na atualização de nossos
meios aéreos para atender às demandas
mais urgentes do país. A chegada do caça
multimissão F-39 Gripen, operando a
partir da Base Aérea de Anápolis, trará
incontáveis benefícios para a nossa defesa
aérea. O KC-30, maior aeronave já ope-
rada pela FAB, já demonstra indispen-
sáveis operacionalidade e flexibilidade
em diversas missões. Assistimos, ainda,
à consolidação do KC-390 Millennium
como a espinha dorsal da Aviação de
Transporte, integrando todo o território
nacional com dinamismo.
Os serviços espaciais tornaram-se
essenciais e estão presentes na rotina da
sociedade. O Brasil também conquistou
importantes avanços nesse setor. Esta- Tenente-Brigadeiro do Ar
mos testemunhando o robustecimento Carlos de Almeida Baptista Junior
do Centro Espacial de Alcântara (CEA) Comandante da Aeronáutica
com a disponibilização efetiva de bens
e serviços para lançamentos de veículos.
Encerramos o ano com o lançamento do à sociedade, concretizada por meio de
foguete HANBIT-TLV, pequeno lançador constantes ações de apoio à nação. Que
de satélites movido por motores híbridos. nossos militares continuem exercendo
Entre os objetivos da missão esteve a suas responsabilidades, entregando
realização do ensaio em voo do sistema seus conhecimentos, habilidades e es-
de navegação desenvolvido pela FAB. forços. Permaneceremos na persecução
Há muito a se reconhecer e agra- de uma Força de grande capacidade
decer. Mas o desejo agora é que, nos dissuasória, operacionalmente moder-
próximos anos, nossa vocação continue na e atuando de forma integrada para a
voltada às respostas rápidas e eficientes defesa dos interesses nacionais.
Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 7
ENTREVISTA

8 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
Perfil
O Tenente-Brigadeiro do Ar Sérgio Roberto de Almeida é natural de Porto
Alegre (RS). Foi declarado Aspirante a Oficial Aviador em 1984 e atingiu o atual
posto em 2020. Possui todos os cursos acadêmicos de carreira e ainda MBA
em Desenvolvimento Gerencial Avançado – Gestão de Política e Defesa pela
Universidade Federal Fluminense.

PREPARO DE EXCELÊNCIA
Em constante evolução e transformações ao longo de quase 55 anos
de história, o Comando de Preparo (COMPREP) é um dos Grandes
Comandos fundamentais para promover a capacidade dissuasória
da Força Aérea Brasileira (FAB). Nesta entrevista, o Comandante de
Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida, fala
sobre as estratégias a fim de preparar meios para uma Força Aérea
cada vez mais operacional e moderna. O foco é manter a soberania
do espaço aéreo e integrar o território nacional.
TENENTE JORNALISTA FLÁVIA ROCHA

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 9
 O Comando de Preparo
(COMPREP) tem como missão
preparar meios de Força Aérea,
sob sua responsabilidade, a fim de
manter a soberania do espaço aéreo
e integrar o território nacional.
Como se dá esse trabalho no dia a
dia da Força Aérea Brasileira (FAB)?
O COMPREP, como Órgão de
Direção Setorial, elabora e segue
as diretrizes do Manual do Pro-
cesso do Preparo Operacional. A
partir dele, são criados os planos,
programas e projetos dedicados
especificamente para orientar o
Preparo Operacional de nossas
10 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
Unidades Subordinadas. A título
de exemplo, cito as mais importan-
tes publicações operacionais que
norteiam o Preparo Operacional: a)
ICA 55-87 – Programa de Atividades
Operacionais do COMPREP, que
descreve todo o esforço aéreo a ser
utilizado e lista todas as atividades
operacionais a serem cumpridas pe-
las Unidades Aéreas, de Infantaria e
de Artilharia Antiaérea; b) Progra-
ma de Especialização Operacional
(PESOP) e Programa de Elevação
Operacional (PEVOP), onde cons-
tam todas as ações de Força Aérea
que cada tipo de aviação ou projeto
cumpre e, consequentemente, será
F-39 Gripen da FAB tem um status muito maior
do que apenas um avião de caça. Além disso,
a aeronave é reconhecida pela eficiência, baixo
custo de operação, elevada disponibilidade e
capacidade tecnológica avançada

Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 11
 F-39 Gripen da FAB tem um status muito maior do que
apenas um avião de caça. Além disso, a aeronave é
reconhecida pela eficiência, baixo custo de operação,
elevada disponibilidade e capacidade tecnológica
avançada
Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

12 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
.
“ O F-39 é muito mais do que uma
moderna aeronave de Caça. Ele
é um sistema de informações
“
aeroembarcado.

treinada; c) Projeto de Atividades Ope- A FAB deu mais um passo rumo

racionais (PAOP), que detalha como
será realizado o treinamento previsto
nos PESOP ou PEVOP durante o ano
em curso. O cumprimento dessa le-
gislação norteia o preparo da Força.
Em paralelo, há o acompanhamento
dessas atividades com a utilização de
um programa corporativo, o Gestão
Estratégica da Aeronáutica (GPAER),
pelo qual o COMPREP verifica, em
tempo real, como cada Unidade está
cumprindo o seu PAOP. Como resul-
tado desse ciclo, podemos aprimorar
nossa doutrina de emprego, quando
as Unidades validam os conceitos
doutrinários já estabelecidos, ou novos
conceitos são propostos.
ao objetivo de ampliar a capacidade
de defesa e garantia da soberania do
espaço aéreo do país e de suas fron-
teiras ao adquirir as aeronaves F-39
Gripen. O que a chegada de quatro
unidades do caça representa de in-
cremento operacional para a FAB?
O F-39 é muito mais do que uma
moderna aeronave de Caça. Ele é
um sistema de informações aeroem-
barcado. Seus sensores produzem,
processam e transmitem centenas de
dados que servem para construir a
consciência situacional na arena de
combate. Aliado à sua performance
aerodinâmica e armamentos inteli-
gentes de última geração, ele é um

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 13
 vetor de Caça extremamente eficaz. O
salto tecnológico e operacional com a
entrada em serviço dessa aeronave é
bastante significativo e vai colocar a
FAB num patamar de equilíbrio com
as principais Forças Aéreas do mundo.
Quais têm sido as prioridades
do COMPREP durante o comando
do Senhor?
Resgatar o sentimento de pertenci-
mento dos pilotos, tripulantes e pessoal
de apoio nas Unidades e Bases Aéreas.
Dessa forma, conseguimos gerar uma
sinergia capaz de nos tornarmos um
time inabalável, prontos para cumprir
com excelência as missões mais com-
plexas que possam ser demandadas.
Os Comandos Aéreos e as Bases
têm passado por um processo de
adequação de atribuições. O senhor
poderia comentar sobre a importância
desse momento?
Na primeira etapa da reestruturação,
com o foco na segregação das atividades
operacionais e administrativas, as estru-
turas de apoio ficaram subordinadas a
diferentes grandes comandos, e, dessa
forma, as priorizações das atividades
14 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
nem sempre aconteciam de uma
maneira mais eficaz. Com o aprimo-
ramento da reestruturação e a nova
adequação, a Base Aérea centralizou
em um único Comando as estruturas
operacionais e de apoio, o que permite
um direcionamento mais oportuno do
suporte em prol da operacionalidade.
A separação das atividades permane-
ce por meio dos Grupos subordinados
ao Comandante da Base. O Comando
Aéreo Regional (COMAR) atua como
um grande supervisor das atividades
de suporte que ocorrem nas Bases e
promove a governança institucional.
Dessa forma, a sinergia entre os níveis
hierárquicos é aumentada, propor-
cionando uma eficiência maior nos
processos administrativos e opera-
cionais, sendo mantida a Unidade de
Comando.
Quais têm sido as estratégias
para manter e melhorar a estrutura
dos Esquadrões Aéreos?
Na parte operacional, por meio
da capacitação dos nossos recursos
humanos, pelo aproveitamento
pleno das horas alocadas para o
 TÁPIO: Exercício Conjunto Tápio

Foto: Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

2022: Maior treinamento de guerra
promovido pela FAB ocorreu de 16
de agosto a 03 de setembro, em
Campo Grande (MS)

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 15
 O Comando de Preparo é

Foto: Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

considerado o eixo da defesa e da
integração, no sentido de preparar
os homens e mulheres da Força
Aérea Brasileira para atuarem
em qualquer circunstância no
cumprimento da sua missão

treinamento das TTP (táticas,

técnicas e procedimentos) e no
incremento do treinamento si-
mulado como complementação
do voo real.
Na parte de apoio, pela recupe-
ração da infraestrutura das nossas
Unidades, para que possam receber
os equipamentos de suporte ao voo,
cada vez mais modernos, e prover
maior apoio ao homem que trabalha
no dia a dia de nossos Esquadrões.

No cenário atual, quais os

Foto: Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea

principais desafios para aumentar
a interoperabilidade entre as três
Forças Armadas?
O primeiro passo é a necessida-
de de haver o conhecimento mútuo
entre militares das Forças Singula-
res (FS), de como é feito o preparo
e emprego das demais Forças, algo
que tem que se iniciar ainda nos
primeiros postos da carreira.

16 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão

O Tenente-Brigadeiro Almeida
possui cerca de 3.700 horas
de voo, sendo mais de três mil
horas em aeronaves de caça.
Já recebeu 19 condecorações
nacionais e duas estrangeiras
Posteriormente, faz-se necessário
aumentar a quantidade de atividades
efetivamente conjuntas, para que
fique nítida a necessidade de uma
Força Singular no apoio de outra.
Os Exercícios Conjuntos (EXCON)
são excelentes oportunidades para
tal, sendo que o COMPREP realiza
e/ou participa de uma dezena deles
durante o ano, como, por exemplo, o
EXCON Tápio.
Em evolução constante, o Co-
mando de Preparo tornou-se uma
Organização moderna, inovadora e
organizada por processos. O que o
senhor pode destacar de novidades
nesse novo contexto?
O ponto chave dessa evolução
está na governança de nossas ações.
Sendo assim, estamos sempre prio-
rizando as atividades que mais efi-
cientemente colaboram com os pro-
cessos finalísticos da Organização,
“ O ponto chave dessa evo-
lução está na governança de
nossas ações. Sendo assim,
estamos sempre priorizando
as atividades que mais efi-
cientemente colaboram com
os processos finalísticos da
Organização, sem, contudo,
esquecer das ações admi-
nistrativas que irão prover o
“ Para tanto, o investimento em capa-
suporte imprescindível para
o preparo operacional.
Aerovisão
Foto: Sargento Bianca Viol / Agência Força Aérea
sem, contudo, esquecer das ações
administrativas que irão prover o
suporte imprescindível para o pre-
paro operacional.
Quais os principais desafios do
Comando de Preparo do presente
e como o senhor vê esse Grande
Comando no futuro?
A atividade operacional, ao in-
corporar meios cada vez mais avan-
çados tecnologicamente, tem sofrido
uma enorme elevação nos seus cus-
tos. Dessa maneira, o maior desafio
do COMPREP é conseguir manter
um nível de treinamento elevado
com um orçamento que é limitado.
citação e especialização dos recursos
humanos e em treinamento sintético
é primordial para mantermos a nossa
Força Aérea com um alto nível de
operacionalidade, dentro das nossas
restrições financeiras.
Abr/Mai/Jun/2022 17
 PORTÕES ABERTOS

FAB ABRE PORTÕES E RECEBE

CERCA DE 500 MIL PESSOAS

Eventos “Portões Abertos” e

“Domingo Aéreo” foram realizados
em diversas cidades brasileiras

18 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
Após quase três anos sem eventos abertos ao público devido à
pandemia da COVID-19, a Força Aérea Brasileira (FAB) reuniu cerca
de meio milhão de pessoas em todo o país, durante atividades que
celebraram o Bicentenário da Independência e o Dia do Aviador e da
Força Aérea Brasileira, com apresentações aéreas e musicais, exposições
de aeronaves, lançamentos de paraquedistas e atividades recreativas.
Os eventos “Portões Abertos” e “Domingo Aéreo” aconteceram no
Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado no Rio de Janeiro (RJ); na
Base Aérea de Brasília (BABR); no Parque de Material Aeronáutico
de São Paulo (PAMA-SP); na Base Aérea de Manaus (BAMN); e na
Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga (SP).
TENENTE JORNALISTA MARAYANE RIBEIRO

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 19
U
ma grande festa que une
gerações apaixonadas pela
aviação. Depois de cerca
de três anos, diversas Organizações
Militares da FAB puderam abrir seus
portões e receber o público. O objetivo
foi mostrar um pouco da Força Aérea
por meio de exposições de aeronaves,
apresentações musicais e aéreas e
atividades recreativas.
Maior museu de aviação do He-
misfério Sul
No MUSAL, o maior museu de
aviação do Hemisfério Sul, foram mais
de 130 mil visitantes, que se divertiram
com demonstrações aéreas da Esqua-
drilha CEU, da Associação Brasileira de
Acrobacia (ACRO), da aeronave do Co-
mandante Ferrari e de aeromodelos da
Associação Carioca de Aeromodelismo
(ACA). O destaque do evento ficou por
conta da Esquadrilha da Fumaça, que
encerrou a edição do “MUSAL Airshow
2022” com mais uma brilhante apresen-
tação nos céus do Rio de Janeiro. Após
o show aéreo, os pilotos distribuíram
brindes e interagiram com o público.
Os visitantes confirmaram que a
programação proporcionou um dia de
muita felicidade para as famílias. “Foi

Demonstrações aéreas atraíram milhares de pessoas no MUSAL Airshow 2022,

realizado no Campo dos Afonsos

20 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
muito legal. Gostamos das oficinas
educativas, das apresentações dos avi-
ões e da exposição das aeronaves com
explicações para o público”, opinou
Mariana Ferreira Martins de Oliveira,
que levou o filho Matheus e o amigo
dele, Samuel, para o evento.
Na oportunidade, os visitantes fize-
ram a doação de alimentos não perecí-
veis. Em uma parceria com o Instituto
Casa Viva, o museu recebeu sete tonela-
das de alimentos, que serão destinadas a
famílias em vulnerabilidade social.
Além das apresentações aéreas, o
público pôde assistir ao lançamento de
paraquedistas da Equipe “Falcões” da
FAB, conhecer a exposição de aerona-
ves históricas, participar das oficinas
educativas e das atividades recreativas
do Serviço Social do Comércio (SESC).
Aerovisão
Também foi possível curtir a exposição
Foto: MUSAL
do Batalhão de Ações com Cães da
Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro (PMERJ) e do Grupamento de
Cães de Guarda (GCG) da Guarda Mu-
nicipal do Rio, fazer visitação às salas
expositivas do Museu e aproveitar a
apresentação da Banda de Música da
Base Aérea dos Afonsos (BAAF).
Out/Nov/Dez/2022 21
 Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
Em Brasília, o
público pôde
conhecer de perto
várias aeronaves
da FAB

“Para nós é de fato um privilégio estarmos de volta

ao Portões Abertos da Base Aérea de Brasília, um dos
grandes eventos do Brasil e com um público extremamente
Orquestra Sinfônica da FAB
se apresentou no evento e
encantou os presentes

expressivo. Isso porque a missão da Fumaça é projetar a

Força Aérea Brasileira, mostrar o profissionalismo da FAB e
um pouco do que é um dos seus Esquadrões...

Contato próximo com aeronaves

Na Base Aérea de Brasília, cerca
de 90 mil pessoas compareceram ao
“Portões Abertos”, que teve entrada
gratuita e contou com a exposição
de 28 aviões militares, 17 aeronaves
civis de aeroclubes, particulares e
escolas de aviação. Na ocasião, o pú-
blico pode conhecer de perto várias
aeronaves da Força Aérea Brasileira
(FAB), como o multimissão KC-390
Millennium, os aviões de transporte
“
C-130 Hércules, C-105 Amazonas,
C-98 Caravan, C-97 Brasília e VC-99;
de reconhecimento E-99M e R-99; os
caças F-5 e A-29 Super Tucano; os
helicópteros VH-35 e VH-36, dentre
outras aeronaves.
Por meio da campanha de doação
de mantimentos, foram arrecadadas
4,2 toneladas de alimentos que foram
distribuídos para unidades do Centro
de Referência de Assistência Social
(CRAS), no Distrito Federal.

22 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
No céu, a
Esquadrilha da
Fumaça prendeu
a atração de
crianças e adultos
Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
Uma das atrações mais esperadas
do dia foi a Esquadrilha da Fumaça,
que começou o espetáculo no início da
manhã, com sobrevoos no Plano Pilo-
to, nos bairros Asa Sul e Asa Norte. À
tarde, na Base Aérea, a apresentação
da Esquadrilha aconteceu com sete
aeronaves A-29 Super Tucano, pre-
senteando o público com cerca de 50
acrobacias, em aproximadamente 40
minutos de manobras aéreas.
O Comandante da Esquadrilha da
Fumaça, Tenente-Coronel Aviador Da-
niel Garcia Pereira, destacou a emoção
de participar da reabertura de uma das
maiores festas da aviação do país.
“Para nós é de fato um privilégio
estarmos de volta ao Portões Abertos
da Base Aérea de Brasília, um dos
grandes eventos do Brasil e com um
público extremamente expressivo.
Isso porque a missão da Fumaça é
Aerovisão
Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
projetar a Força Aérea Brasileira,
mostrar o profi ssionalismo da FAB
e um pouco do que é um dos seus
Esquadrões, no caso a Esquadrilha
da Fumaça. Neste evento, tivemos
looping, voo de dorso, manobra cora-
ção, que é muito querida do público,
e a surpresa, com a fumaça colorida,
trazendo ainda mais patriotismo a
todos os presentes”, comentou.
Em 2022, a Esquadrilha da
Fumaça completou 70 anos, tendo
realizado quase quatro mil apre-
sentações no Brasil e no mundo,
com a missão de difundir, em
âmbito nacional e internacional, a
imagem institucional da Força Aé-
rea Brasileira (FAB), valorizando
o espírito patriótico, despertando
a vocação aeronáutica e demons-
trando a alta capacidade da FAB.
Out/Nov/Dez/2022 23
 Arranha-céus e aeronaves
Já no Parque de Material Aeronáutico

Foto: PAMASP
de São Paulo (PAMASP), cerca de 145
mil pessoas compareceram, no dia 16 de
outubro de 2022, ao tradicional evento
que atrai uma multidão de apaixonados
pela aviação desde 1988. A atividade
teve início com a apresentação da Banda
de Música da Base Aérea de São Paulo
(BASP). Em seguida, foram realizadas
passagens aéreas, demonstração das
técnicas de Rapel e McGuire a bordo
do helicóptero H-50 Esquilo, exposição
estática da aeronave de Busca e Salva-
mento modelo SC-105 Amazonas, além
do helicóptero multifuncional H-225M
do Exército Brasileiro. O destaque tam-
bém ficou por conta da apresentação da
Esquadrilha da Fumaça.
A exposição estática contou com a
participação de aeronaves da AFA, Es-
quadrão Pelicano, do Esquadrão Guará,
do Comando de Aviação do Exército, do
Comando de Aviação do Estado de São
Paulo, do Aeroclube de São Paulo, da
Acima,em São Paulo, o evento é realizado desde 1988 e atraiu uma multidão de apaixonados pela
Polícia Civil do Rio de Janeiro e do acervo

Foto: PAMASP
Aviação. Abaixo, pilotos da FAB receberam o carinho do público
de aeronaves históricas do PAMA-SP.

24 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: BAMN
Edição recorde em Manaus
Em Manaus, em uma edição recorde do
Domingo Aéreo, cerca de 65 mil pessoas
prestigiaram o evento, que foi o palco de
diversas atrações aéreas, paraquedismo,
aereomodelismo, além de apresentações
Foto: BAMN

Em Manaus, evento culturais e folclóricas da Região Norte.

bateu recordes, A ação contou com a exposição estática
com cerca de 65 mil de 20 aeronaves militares e civis. Na oca-
visitantes
sião, a população conheceu mais de perto
as aeronaves da Força Aérea Brasileira
(FAB): KC-390 Millennium, C-130 Hércu-
les, C-105 Amazonas, C-98 Caravan, C-97
Brasília, C-95 Bandeirante, P-95 Bandei-
rulha, A-29 Super Tucano e o helicóptero
H-60L Black Hawk. O Exército Brasileiro
também esteve presente expondo os heli-
cópteros HM-1 Pantera e HM-4 Cougar, e
a Marinha do Brasil agraciou o evento com
o helicóptero UH-12 Esquilo.
Um dos destaques da exposição está-
tica foi a aeronave C-105 Amazonas, que,
configurada com equipamentos utilizados
para evacuação aeromédica, demonstrou
ao público como as tripulações e equi-
pes de saúde da FAB desenvolveram as
missões de transporte, de média e alta
complexidade, de enfermos da COVID-19.

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 25
 Foto: Soldado H. Pereira / Força Aérea Brasileira
Olhares e câmeras
atentas para registrar
todas as acrobacias
aéreas

Pirassununga recebe visitantes de

Em Pirassununga, a atração movimentou
várias cidades de São Paulo a Academia da Força Aérea (AFA) e reuniu
Na Academia da Força Aérea (AFA), aficcionados pela Aviação
uma série de atrações aéreas animaram
o público que esteve presente, como a
Esquadrilha da Fumaça, o Esquadrão de
Voo a Vela da AFA (EVV), o Grupo de Pa-
raquedistas da FAB Falcões e a Esquadrilha
Halcones, da Força Aérea do Chile. Além
disso, aeronaves da FAB estavam expostas

Foto: Soldado João Oliveira / Força Aérea Brasileira

em solo, como o F-5M, o A-1M e o KC-390
Millennium. Na ocasião, os visitantes pu-
deram conhecer de perto o compartimento
de carga e de passageiros do KC-390.
Também estavam expostos equipamen-
tos das forças militares amigas, como o
A4 – Skyhawk, da Marinha do Brasil (MB);
o Helicóptero HM-1 Pantera, do Exército
Brasileiro (EX); os Carros de Combate do
13º Regimento de Cavalaria Mecanizado
(RC-MEC); um Caminhão de Combate a

“
Incêndio (CCI) do Corpo de Bombeiros
da Polícia Militar do Estado de São Paulo Foi ótimo participar com a minha família do
(CBMESP); o Helicóptero Águia do Grupa-
Domingo Aéreo. Essa é a nossa primeira vez em um

“
mento Aéreo da Polícia Militar de São Paulo;
um Beechcraft C-45, entre outras atrações.
show de acrobacias aéreas e adoramos.
Na oportunidade, a Academia rece- Civil Gabriel Manoel, de Piracicaba (SP)
beu 35 aeronaves civis como visitantes
no sistema de Fly-in, organizado pela

26 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: Soldado João Oliveira / Força Aérea Brasileira
Divisão de Operações Aéreas (DOA),
Foto: Soldado João Oliveira / Força Aérea Brasileira
Na terra ou no céu, as
aeronaves da FAB foram as que ainda coordenou todas as opera-
grandes estrelas do evento ções e demonstrações aéreas do dia. O
Destacamento de Controle do Espaço
Aéreo de Pirassununga (DTCEA-YS)
contabilizou 346 pousos e decolagens nas
três pistas do aeródromo da AFA, com a
participação de 93 aeronaves, sendo 28
militares e 65 civis entre demonstradores
e visitantes. “Foi maravilhoso participar
de um domingo com os olhares voltados
ao céu. Incrível!”, afirmou Raimundo
Nascimentode São Gonçalo (RJ).
“Foi ótimo participar com a minha
família do Domingo Aéreo. Essa é a nossa
primeira vez em um show de acrobacias
aéreas e adoramos”, disse Gabriel Manoel,
de Piracicaba (SP).
“É realmente de tirar o fôlego. Nossa
família é assídua nas apresentações da
Esquadrilha da Fumaça, mas estar aqui na

“
sede do EDA é especial”, expressou Rose
É realmente de tirar o fôlego. Nossa família Valim, da cidade de Santo André (SP).
Enquanto isso, Ilka Lima, de Nova

“
é assídua nas apresentações da Esquadrilha da
Odessa (SP), destacou o papel social das
Fumaça, mas estar aqui na sede do EDA é especial. atrações: “Superou todas as minhas expec-
Rose Valim, cidade de Santo André (SP) tativas. O trabalho do EDA de representar o
nosso país e inspirar a juventude da nossa
nação é imprescindível”, concluiu.

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 27
OPERACIONAL

Aeronave F-5 em surtida

noturna na Base Aérea de
Canoas

GUERRA SIMULADA NO SUL DO PAÍS

Mais de 50 aeronaves e cerca de 800 militares da Marinha
do Brasil, do Exército Brasileiro e Unidades da Força Aérea
Brasileira distribuídas por todo o país estiveram envolvidos
no Exercício Conjunto (EXCON) Escudo-Tínia 2022, realizado
de 6 a 25 de novembro, nas Bases Aéreas de Canoas e Santa
Maria, localizadas no Rio Grande Sul (RS)
TENENTE RELAÇÕES PÚBLICAS WANESSA LIZ

28 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão

A
destrar Unidades Aéreas no
cumprimento de ações de Força
Aérea em um cenário tático, fic-
tício, dinâmico, complexo e um objetivo
a ser atingido: defender a soberania do
espaço aéreo e atacar o território inimigo,
em uma simulação de guerra conven-
cional. Esse foi o contexto do Exercício
Conjunto (EXCON) Escudo-Tínia 2022.
O EXCON Escudo-Tínia tem como
finalidade a consolidação doutrinária
de missões aéreas compostas, o treina-
mento e a capacitação dos participantes
no enfrentamento dos desafios prove-
nientes do emprego do poder militar e
operações militares complexas.
Nesse contexto, a concepção e o
desenvolvimento do exercício deve pro-
porcionar o cumprimento de Ações de
Força Aérea em cenário tático, fictício e di-
nâmico, simulando um conflito regional
de guerra convencional, contra um país
ou contra uma aliança de diversos países.
As atividades aéreas e terrestres
ocorreram nas Bases Aéreas de Canoas
(BACO) e Santa Maria (BASM), além
das cidades de Santana da Boa Vista
e Caçapava do Sul (RS). Com 1.500
horas de voo, o EXCON Escudo-Tínia
2022 contou com a participação de
mais de 800 militares da Marinha do
Brasil (MB), Exército Brasileiro (EB) e
Aerovisão
Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
Veja mais fotos dessa
Operação acessando
o QR-Code ao lado
do efetivo de Unidades da Força Aérea
Brasileira (FAB) distribuídas por todo
o país, e com mais de 50 aeronaves
das Aviações de Caça, Inteligência,
Vigilância e Reconhecimento (IVR),
Asas Rotativas e Transporte.
O foco foi adestrar os militares e
as aeronaves da FAB para as missões
aéreas compostas, chamadas também
de COMAO (do inglês Composite Air
Operation). No COMAO, também
chamado de pacote, dezenas de aero-
naves decolam em um curto espaço
de tempo para cumprir ações de Força
Aérea complementares, visando a um
objetivo comum.
Out/Nov/Dez/2022 29
 Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
Aeronaves A-1
sobrevoando área
de conflito

“ A realização do EXCON Escudo-Tínia, neste final do ano, é o

coroamento de todo o trabalho realizado pelas nossas Bases e demais
Organizações Militares que as apoiam. Exercitamos não somente
o cumprimento das Ações de Força Aérea, mas, sobretudo, a nossa
capacidade de apoiar e suportar o combate.
Major-Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero“
Outro aspecto do Exercício foi o foram adestradas nas seguintes Ações
acompanhamento em tempo real dos de Força Aérea: Alerta em Voo; Assalto
combates aéreos, o chamado showtime, Aeroterrestre; Ataque, Controle e Alarme
em que militares avaliaram cada ação em Voo; Defesa Antiaérea; Escolta; Exfil-
dos pilotos em voo e definiram o anda- tração Aérea; Infiltração Aérea; CSAR;
mento das missões. O reabastecimento Polícia da Aeronáutica; Posto de Comu-
em voo também é treinado durante o nicação Aeroespacial; Reabastecimento
exercício. O KC-130 Hércules e o KC- em Voo; Reconhecimento Aeroespacial;
390 Millennium do Esquadrão Gordo Ressuprimento Aéreo; Segurança das
realizaram missões de reabastecimento Instalações; Supressão de Defesa Antia-
das aeronaves F5. érea Inimiga; Transporte Aéreo Logístico;
Durante o Exercício, as Unidades e Varredura. Os voos foram realizados

30 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

Aerovisão
Out/Nov/Dez/2022
31
Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
32
Out/Nov/Dez/2022
Aerovisão
Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

 Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
“
“O EXCON Escudo-Tínia 2022 per-
Este Exercício foi um coroamento da interoperabilidade e da ação mite adestrar os militares do Ministério
conjunta dos Esquadrões em prol de um objetivo, dentro de uma guerra da Defesa para atuarem nas diversas
convencional, utilizando ações de Força Aérea diversas. Este ano tivemos situações de conflito, em especial no
o diferencial com a BACO participando com meios alocados na unidade e cenário aéreo e antiaéreo. A BACO e

“
dirigindo o Exercício.
Coronel Aviador Luciano Antonio Marchiorato
em espaço aéreo reservado, localizado ao Aéreo Regional (V COMAR), Major-
sul do estado, entre as duas cidades que -Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari
sediaram o Exercício. Esse treinamento é Rivero, fala sobre a importância do
fundamental para garantir a continuida- exercício. “A realização do EXCON
de da capacitação operacional dos milita- Escudo-Tínia, neste final do ano, é o
res da Instituição e a pronta resposta para coroamento de todo o trabalho realizado
emprego em diversas missões que são pelas nossas Bases e demais Organiza-
executadas pela Força. A manutenção da ções Militares que as apoiam. Exercita-
qualificação e da capacitação operacional mos não somente o cumprimento das
garantem que os militares estejam prepa- Ações de Força Aérea, mas, sobretudo,
rados para atuar em missões diversas. a nossa capacidade de apoiar e suportar
O Comandante do Quinto Comando o combate”, conclui.
a BASM sediam o exercício, realizado
numa região que tem as condições ideais
para o treinamento”, afirma o Diretor
do Exercício, Coronel Aviador Marcelo
Zampier Bussmann.
Por sua vez, o Comandante da Base
Aérea de Santa Maria (BASM), Coronel
Aviador Luciano Antonio Marchiorato
Dobignies, ressaltou a ação conjunta dos
Esquadrões da FAB no Exercício e falou
do diferencial desta edição. “Este Exercí-
cio foi um coroamento da interoperabili-
dade e da ação conjunta dos Esquadrões
em prol de um objetivo, dentro de uma
guerra convencional, utilizando ações de
Força Aérea diversas. Este ano tivemos
o diferencial com a BACO participando

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 33
com meios alocados na unidade e diri-
gindo o Exercício”, finalizou.
Controle do Tráfego Aéreo
A coordenação do Controle do Espaço
Aéreo no EXCON Escudo-Tínia 2022 ficou
sob a responsabilidade do Primeiro Gru-
po de Comunicações e Controle (1º GCC),
Unidade subordinada ao Departamento
de Controle do Espaço Aéreo (DECEA),
e o Segundo Esquadrão do Primeiro
Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º
GCC) – Esquadrão Aranha, localizados na
BACO, com apoio do Primeiro Esquadrão
do Primeiro Grupo de Comunicações e
Controle (1º/1º GCC), localizado no Rio
de Janeiro (RJ), e o Quarto Esquadrão do
Primeiro Grupo de Comunicações e Con-
trole (4º/1º GCC) – Esquadrão Mangrulho,
localizado na BASM.
Com o objetivo de consolidar a
doutrina de missões aéreas compostas
através de treinamento e emprego aéreo
militar em ações conjuntas, o EXCON
Escudo-Tínia 2022 contou com uma
complexa infraestrutura em telecomu-
nicações e com grande planejamento e
34 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
capacitação dos participantes de diversas
especialidades multidisciplinares.
Além da estrutura, o 1º GCC dispõe .
“
do Radar de Defesa Aérea TPS-B34, que
tem como principal diferencial ser tri- Com o objetivo de
dimensional, transportável e com uma consolidar a doutrina de
enorme capacidade de guerra eletrônica.
missões aéreas compostas
Os aviões radar E-99 também realizaram
o controle de tráfego durante as missões através de treinamento
dos caças e emprego aéreo militar
. em ações conjuntas, o
Operação Escudo emprega defesa
antiaérea EXCON Escudo-Tínia
Durante a realização do EXCON 2022 contou com uma
Escudo-Tínia 2022, aconteceu o treina- complexa infraestrutura
mento da missão de Defesa Antiaérea. O
adestramento envolve aeronaves e mís-
em telecomunicações e
seis para defesa de pontos e zonas sen- com grande planejamento
síveis de superfície, de forças terrestres e capacitação dos
ou navais, interdição de um espaço aéreo
participantes de
condicionado ou em zona de combate. A
Defesa Antiaérea também é importante diversas especialidades
na estratégia de defesa de um país. Tal
sistema exige total integração com varia-
dos sistemas de comando e controle e o
“
multidisciplinares.
adestramento constante devido às suas
peculiaridades e complexidade.
Fotos: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

Equipe de paraquedistas
do Exército Brasileiro em
deslocamento para a área de
conflito
Com o foco em treinar as antiaéreas
do país em cenário de guerra simulada,
diversas frações de artilharia antiaérea
foram empregadas no treinamento, em
terrenos das cidades de Santana da Boa
Vista e Caçapava do Sul (RS).
Atuação estratégica
O Comandante do Primeiro Grupo
de Defesa Antiaérea (1º GDAAE) da
FAB, Tenente-Coronel de Infantaria
Leonardo Schiller Cechin, contou como
ocorreu a atuação das Forças Armadas.
“A participação das Forças em Santana
da Boa Vista ocorreu em conjunto entre
Marinha e Força Aérea. Então, há uma
grande interoperabilidade entre os
militares da MB e da FAB, que foram
treinados nessa fase do exercício para
poder colher bons frutos em relação à
atividade de Defesa Antiaérea contra
aeronaves que realizaram incursões
na região. Com isso, foi possível fazer
uma troca doutrinária entre as Forças,
além de troca com as nossas Unida-
des Aéreas que estão empregando e
recolhendo frutos para uma próxima
missão”, concluiu.
O Comandante do Terceiro Grupo
de Defesa Antiaérea (3° GDAAE), Te-
nente-Coronel de Infantaria Leonardo
dos Santos Vieira, falou sobre a missão
de defesa na guerra simulada. “Durante
o exercício, pudemos simular todo o
emprego que seria feito na guerra real,
com exceção do lançamento do míssil
antiaéreo, desde a detecção da ameaça
por nossos sensores, sejam radares ou
pontos de vigilância com militares do
nosso efetivo. Passamos por toda a
cadeia de comando e controle, a come-
çar pela designação se o engajamento
seria pela Defesa Aérea ou Antiaérea.
Uma vez que a ameaça é definida para
a Defesa Antiaérea, é designada uma
unidade de tiro na posição, na ponta
Aerovisão
Fotos: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
da linha, onde o Comandante e um
atirador executam o procedimento
para realizar o lançamento do míssil e
neutralizar aquela ameaça”, explicou.
Apoio necessário
No céu, as aeronaves com suas ope-
racionalidades; em solo, as Unidades
de Intendência organizam e preparam
o terreno, como o fornecimento e a
instalação de energia elétrica, sanea-
mento básico, água e manutenção de
equipamentos. Essas são algumas das
atividades de apoio necessárias para
que os militares possam estar em con-
dições de realizar suas atividades com
conforto e qualidade.
O Comandante do Escalão Móvel de
Apoio (EMA), Major Intendente Rafael
Freitas de Lima, da Primeira Brigada de
Defesa Antiaérea (1ª BDAAE), fala sobre
as funções logísticas e o bem-estar da
tropa. “Acreditamos que um apoio de
Out/Nov/Dez/2022 35
 Fotos: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
qualidade, baseado em conforto, assim
como uma alimentação diferenciada,
resultará em uma maior produtividade
do apoiado, minimizando estresse em
combate e, consequentemente, aumen-
tando seu desempenho”, concluiu.
Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

Resultados
O Comandante do Comando de Pre-
paro (COMPREP), Tenente-Brigadeiro do
Ar Sergio Roberto de Almeida, falou so-
bre o retorno das atividades em 2022 e os
desafios do COMPREP para esta edição.
“O Exercício Conjunto (EXCON) Escudo-

36 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Fotos: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
“ Observamos um grau de
profissionalismo extremante
elevado. Os militares
trabalharam nas missões, no
planejamento, execução e
coordenação em parceria com
a Marinha do Brasil e o Exército
Brasileiro, o que possibilitou
dedicação extrema e completa
das Unidades de Aeronáutica
que trabalharam dia e noite e
conseguiram atingir todos os
objetivos estipulados para o
Exercício.
“
Tenente-Brigadeiro do Ar
Heraldo Luiz Rodrigues

-Tínia 2022 é o complemento de uma série

de operações que começamos no início do
ano, incluindo os exercícios do Comando
de Operações Aeroespaciais (COMAE),
a KRATOS e a COMAEX, Exercícios
de Comando e Controle, e a Operação
TÁPIO em Campo Grande (MS), um
exercício de guerra não regular. A Tínia
é o coroamento de uma guerra regular,
tradicional, clássica, em que a FAB é em-
pregada com todos os seus meios. Posso
dizer que o resultado tem sido excelente,
cumprindo todas as fases previstas nesse
Exercício”, pontuou.
Em sua visita ao EXCON Escudo-Tí-
nia 2022, o Comandante do Comando de
Operações Aeroespaciais, Tenente-Bri-
gadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues,
falou sobre o trabalho que foi realizado
pelos militares. “Observamos um grau
de profissionalismo extremante elevado.
Os militares trabalharam nas missões, no
planejamento, execução e coordenação
em parceria com a Marinha do Brasil e
o Exército Brasileiro, o que possibilitou
dedicação extrema e completa das Uni-
dades de Aeronáutica que trabalharam
dia e noite e conseguiram atingir todos
os objetivos estipulados para o Exercí-
cio”, concluiu o Oficial-General.
Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 37
38 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
Aerovisão
Out/Nov/Dez/2022
39
ARTE: Subdivisão de Publicidade e Propaganda / CECOMSAER
EXERCÍCIO SALITRE

Comitiva brasileira no
encerramento do Exercício
Salitre 2022. A quinta edição do
treinamento está prevista para
ocorrer em 2026

FAB PARTICIPA DE TREINAMENTO

AÉREO NO CHILE
40 Abr/Mai/Jun/2022 Aerovisão
 Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

Em um cenário de conflito fictício, sete aeronaves e 75 militares da Força

Aérea Brasileira (FAB) participaram do Exercício Multinacional Salitre
2022, considerado um dos maiores treinamentos aéreos da América do
Sul. O adestramento, que ocorreu na Base Aérea Cerro Moreno, em
Antofagasta, no norte chileno, envolveu recursos aéreos e humanos
também das Forças Aéreas da Argentina e do Chile.
TENENTE JORNALISTA FLÁVIA ROCHA

Aerovisão Abr/Mai/Jun/2022 41
Autoridades civis e militares
da Argentina, Brasil e Chile
participam de Vip Day durante o
Exercício

Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

C
om a presença de Forças
Aéreas de vários países, um
dos maiores treinamentos
aéreos da América do Sul, o Exer-
cício Multinacional Salitre 2022
ocorreu de 10 a 21 de outubro, em
Antofagasta, no norte do Chile. Em
um cenário de confl ito fi ctício na
Base Aérea Cerro Moreno, foram

Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

executadas 300 missões aéreas com-
binadas, envolvendo tripulações
e aeronaves das Forças Aéreas da
Argentina, do Brasil e do Chile. No
total, 800 pessoas participaram do
evento, que contou ainda com uma
delegação da Força Espacial dos Es-
tados Unidos além de observadores Controladores chilenos atuando
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

do Canadá, Peru, México e Uruguai. para o cumprimento das

Essa foi a quarta vez que a For- decolagens e dos pousos
ça Aérea Brasileira (FAB) esteve
presente no Exercício, cuja última
edição foi realizada há oito anos,
em 2014. Dessa vez, a delegação
brasileira foi formada por 75 mi-
litares e houve a participação de
sete aeronaves. Ao todo, da FAB
foram seis caças F-5M, um KC-390
Millennium, além do KC-30, que fez
a mobilização até o Chile e também
a desmobilização da delegação bra-
sileira no regresso ao país.

42 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 F-16 da Força Aérea
do Chile na Base
Aérea Cerro Moreno

Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

Representando o Comandante
da Aeronáutica, esteve presente

“
no evento o Chefe da Subchefia de
Para a Força Aérea Brasileira e para o Comandante Avaliação e Doutrina do Comando
de Preparo, a participação no Exercício Salitre é de de Preparo (COMPREP), Brigadeiro
do Ar Alessandro Cramer. “Para a
extrema importância porque podemos treinar o modus Força Aérea Brasileira e para o Co-
operandis de uma coalizão em um conflito convencional. mandante de Preparo, a participação
Em paralelo, a interoperabilidade entre as Forças Aéreas no Exercício Salitre é de extrema
é sempre muito salutar para aprendermos técnicas e importância porque podemos treinar
o modus operandis de uma coalizão
táticas que outras Forças amigas também utilizam. E,
em um conflito convencional. Em
além disso, o Exercício Salitre também se constitui em uma

“
paralelo, a interoperabilidade entre
preparação da FAB para o Exercício CRUZEX 2024 as Forças Aéreas é sempre muito
salutar para aprendermos técnicas
Brigadeiro do Ar Alessandro Cramer
e táticas que outras Forças amigas
também utilizam. E, além disso, o
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

No Chile, KC-390 Millenium da Exercício Salitre também se constitui

FAB fez dezenas de missões de em uma preparação da FAB para o
reabastecimento em voo
Exercício CRUZEX 2024”, informou
o Oficial-General.
O Chefe da comitiva brasileira
foi o Tenente-Coronel Aviador Davi
de Abreu, que comentou sobre os
resultados do adestramento. “A FAB
encerrou a participação no Exercício
Salitre 2022 com a satisfação do de-
ver cumprido. Realizamos mais de
50 missões de combate, obedecendo
todos os protocolos de segurança.
Além disso, contamos com o suporte

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 43
da nossa aeronave KC-390 Millennium
realizando abastecimento em voo em
todas as missões”, pontuou.
Missões Aéreas Compostas
Uma das fases mais esperadas do
adestramento foi a chamada Live Exer-
cise (LIVEX), em que as tripulações exe-
cutaram, durante cinco dias, as missões
aéreas compostas, chamadas também
de COMAO (do inglês Composite Air
Operation), que envolveram Esquadrões
em diversas ações simultâneas.
Na guerra simulada, a coalizão de
países formada por Argentina, Brasil e
Chile, com sede em Antofagasta, enfren-
tou uma força adversária formada por
aviões de caça chilenos F-16, F-5 Tigre III e
A-29 Super Tucano, operando a partir da
Base Aérea de Los Cóndores, em Iquique.
Do lado amigo, estavam as aerona-
ves da Força Aérea Brasileira F-5M e
KC-390 Millennium; da Força Aérea
do Chile (FACh), F-16, F5 Tigre III e
A-29 Super Tucano; e da Força Aérea
F-5M da FAB durante o
exercício
44 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
da Argentina (FAA) IA-63 Pampa Aeronaves A-4R Fightinghawk,
da Força Aérea Argentina,
III e A-4R Fightinghawk; além de aguardando autorização para
aeronaves chilenas de apoio ao com- decolagem
bate FACh C-130 Hercules, KC-135E
Stratotanker e helicópteros MH-60M
Black Hawk e Bell 412.
O Major Aviador Freitas, do Pri-
meiro Esquadrão do Décimo Quarto
Grupo de Aviação (1º/14º GAV) – Es-
quadrão Pampa, teve a responsabi-
lidade de representar a FAB como
Mission Commander do Exercício,
liderando 30 aeronaves no segundo
dia de combate aéreo. Na ocasião, o
Mission Commander brasileiro pôde
aplicar todos os ensinamentos e as
experiências obtidas ao longo da sua
carreira operacional.
Segundo o Major Freitas, o de-
senlace demonstrou aos países par-
ticipantes que os pilotos de caça de
ambos os Esquadrões de F-5M estão
bem treinados e prontos para cumprir
a missão de manter a soberania do
espaço aéreo brasileiro. O Mission Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea
 .
“ Na missão, permitimos
que as aeronaves de
ataque A-4, IA-63 e A-36
da Argentina e do Chile
pudessem realizar seus
ataques simulados sem
qualquer ameaça
Major Freitas
Aeronaves A-29 Super Tucano
da Força Aérea Chilena na pista
de taxiamento (taxiway) durante o
treinamento
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea
“
Avião-radar” E-3D
Sentry chileno
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea
Commander da FAB ressaltou, ainda,
o orgulho de conquistar a superiori-
dade aérea nos primeiros 15 minutos
de combate, no voo do primeiro dia
de COMAO. “Na missão, permitimos
que as aeronaves de ataque A-4, IA-63
e A-36 da Argentina e do Chile pudes-
sem realizar seus ataques simulados
sem qualquer ameaça”, comemorou.
Além dos Mission Commander
e dos outros pilotos de caça, outra
peça fundamental nesse cenário foi o
pessoal da manutenção das aerona-
ves. O Suboficial Anderson Medeiros
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea
da Silva, do Grupo Logístico da Base
Aérea de Santa Cruz (GLOG-SC),
ressalta que as missões de COMAO
na Salitre tratam-se de um teatro de
operações em solo estrangeiro que
possui suas próprias adversidades.
“De imediato, podemos aperfeiçoar
nossa capacidade de pronta-resposta
logística, operacional e de adaptabi-
lidade ao terreno. Segue-se que uma
operação dessa magnitude enseja uma
Aerovisão
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea
excelente oportunidade para uma
possível correção de rota em nosso
modo de operação, face a troca de
experiências com mantenedores de
outras forças aéreas, além de integrar
ainda mais nossas equipes de manu-
tenção”, destacou.
Da FAB, participaram militares do
Primeiro Grupo de Aviação de Caça
(1°GAVCA) – Esquadrões Jambock e
Pif-Paf; do Primeiro Esquadrão do Dé-
cimo Quarto Grupo de Aviação (1º/14º
GAV) – Esquadrão Pampa; do Primeiro
Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT)
– Esquadrão Zeus; e do Primeiro Es-
quadrão do Primeiro Grupo de Trans-
porte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo.
Além das Unidades Aéreas, estiverem
na manobra militares do Comando
de Preparo (COMPREP), do Grupo
Logístico da Base Aérea de Santa Cruz
(GLOG-SC), do Grupo Logístico da
Base Aérea de Canoas (GLOG-CO) e
do Centro de Comunicação Social da
Aeronáutica (CECOMSAER).
Out/Nov/Dez/2022 45
 Na Salitre, o KC-30, maior avião da história da FAB, realizou a
mobilização de 59 passageiros e 18 toneladas de carga do Rio de Janeiro (RJ) à Base
Aérea Cerro Moreno. Essa foi a sua primeira missão de transporte de militares para
participação em atividade operacional

Mobilização e desmobilização
Na Salitre, o KC-30, maior avião da
história da FAB, realizou a mobilização
de 59 passageiros e 18 toneladas de car-
ga do Rio de Janeiro (RJ) à Base Aérea
Cerro Moreno. Essa foi a sua primeira
missão de transporte de militares para
participação em atividade operacional.
Enfrentando um tempo adverso e
ventos fortes, o voo de batismo teve
quatro horas de duração e ocorreu
na manhã do dia 08 de outubro,
atravessando parte da vasta cadeia
montanhosa da Cordilheira dos An-
des até a região do Atacama, deserto
mais seco do mundo.

Enfrentando um tempo adverso e ventos fortes,

o voo de batismo teve quatro horas de duração
e ocorreu na manhã do dia 08 de outubro,
atravessando parte da vasta cadeia montanhosa
da Cordilheira dos Andes até a região do
Atacama, deserto mais seco do mundo

46 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea
Reabastecimento em voo
Da Base Aérea de Canoas, no
Rio Grande do Sul, até Antofa-
gasta, o KC-390 Millennium fez
o reabastecimento em voo das
aeronaves de caça F-5M, transfe-
rindo 14 toneladas de combustí-
vel, permitindo que as aeronaves
recebedoras permanecessem em
missão por mais tempo, esten-
dendo sua autonomia e alcance.
O KC-390 consegue transferir até
25 toneladas de combustível para
outras aeronaves, com uma razão
mínima de, aproximadamente, 360
quilos por minuto.

Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

Da Base Aérea de Canoas,
no Rio Grande do Sul, até
Antofagasta, o KC-390
Millennium fez o reabastecimento
em voo das aeronaves de caça
F-5M, transferindo 14 toneladas
de combustível, permitindo
que as aeronaves recebedoras
permanecessem em missão
por mais tempo, estendendo
sua autonomia e alcance. O
KC-390 consegue transferir até
25 toneladas de combustível
para outras aeronaves,
com uma razão mínima de,
aproximadamente, 360 quilos por
minuto
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 47
 Vip Day
Autoridades civis e militares da Ar-
gentina, Brasil e Chile participaram, na
quarta-feira, 19 de outubro, de um Vip
Day durante o Exercício Multinacional
Salitre 2022, na Base Aérea Cerro Moreno,
em Antofagasta, no Chile. A comitiva foi
chefiada pela Ministra da Defesa Nacio-
nal do Chile, Maia Fernández Allende, e
pelo Comandante-Chefe da Força Aérea
do Chile (FACh), General do Ar Arturo
Merino Núñez. Pela Força Aérea Brasileira
(FAB), representando o Comandante da
Aeronáutica, esteve presente no evento o
Chefe da Subchefia de Avaliação e Doutri-
na do Comando de Preparo (COMPREP),
Brigadeiro do Ar Alessandro Cramer.
Durante a visita, as autoridades fizeram
um tour pelos hangares atribuídos às de-
legações da Argentina e do Brasil e depois
seguiram para a laje de operações, para
observar as rápidas decolagens dos aviões
F-16 do Chile, F-5M do Brasil e A4-AR da
Força Aérea Argentina, entre outros meios
de combate que participam dessa quarta
edição do Exercício Combinado Salitre.

A comitiva chefiada pela Ministra da Defesa Nacional do Chile, Maia Fernández Allende, e pelo Comandante-
Chefe da Força Aérea do Chile (FACh), General do Ar Arturo Merino Núñez. Pela Força Aérea Brasileira
(FAB), representando o Comandante da Aeronáutica, esteve presente no evento o Chefe da Subchefia de
Avaliação e Doutrina do Comando de Preparo (COMPREP), Brigadeiro do Ar Alessandro Cramer.
Durante a visita, as autoridades fizeram um tour pelos hangares atribuídos às delegações da Argentina
e do Brasil e depois seguiram para a laje de operações, para observar as rápidas decolagens dos
aviões F-16 do Chile, F-5M do Brasil e A4-AR da Força Aérea Argentina, entre outros meios de
combate que participam dessa quarta edição do Exercício Combinado Salitre

48 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea
Aeronaves das Forças Aéreas da
Argentina, do Brasil e do Chile
participaram, no dia 15 de outu-
bro, de uma exposição estática
no âmbito do Exercício Multina-
cional Salitre 2022. O evento,
que contou com a presença de
cerca de 1.500 pessoas, ocorreu
na Base Aérea Cerro Moreno,
em Antofagasta, no norte do
Chile. Participaram da exposição
as aeronaves da Força Aérea
Brasileira (FAB) F-5M e KC-390
Millennium; da Força Aérea
do Chile (FACh), F-16 e A-36
Toqui e os helicópteros MH-60M
Black Hawk e Bell 412; além de

Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

dois aviões da Força Aérea da
Argentina (FAA), IA-63 Pampa
III e A-4R Fightinghawk
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

Autoridades civis e militares

da Argentina, Brasil e Chile
participaram, na quarta-feira,
19 de outubro, de um Vip
Day durante o Exercício
Multinacional Salitre 2022, na
Base Aérea Cerro Moreno,
em Antofagasta, no Chile

Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

Portões Abertos fagasta, no norte do Chile.

Aeronaves das Forças Aéreas da Participaram da exposição as aero-
Argentina, do Brasil e do Chile par- naves da Força Aérea Brasileira (FAB)
Foto: Suboficial Nery / Agência Força Aérea

ticiparam, no dia 15 de outubro, de F-5M e KC-390 Millennium; da Força

uma exposição estática no âmbito do
Exercício Multinacional Salitre 2022.
O evento, que contou com a presença
de cerca de 1.500 pessoas, ocorreu na
Base Aérea Cerro Moreno, em Anto-
Aérea do Chile (FACh), F-16 e A-36
Toqui e os helicópteros MH-60M Black
Hawk e Bell 412; além de dois aviões da
Força Aérea da Argentina (FAA), IA-63
Pampa III e A-4R Fightinghawk.

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 49
 OPERACIONAL

KC-30: APOIO INÉDITO NA

Imponentes, versáteis e adquiridas para ampliarem a capacidade
estratégica da Força Aérea Brasileira (FAB). Os dois novos Airbus
A330-200, também chamados de KC-30, foram incorporados à FAB
nos meses de julho e novembro de 2022 e já realizam diversas missões.
Ao apoiar a Operação Acolhida pela primeira vez, o KC-30 realizou o
transporte de 210 passageiros oriundos da República Bolivariana da
Venezuela para as cidades de Brasília (DF) e Florianópolis (SC).
TENENTE JORNALISTA LETÍCIA FARIA

50 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
A aeronave tem capacidade
para até 238 passageiros. Nesta
missão em apoio à Operação
Acolhida, foram realizados o
transporte de 210 pessoas, que
desembarcaram em Brasília (DF)
e em Florianópolis (SC)

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 51
 Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
Na Base Aérea de Brasília (BABR), ao todo 35
pessoas desembarcaram

Missão do KC-30: Operação Aco-

lhida
No sentido de utilizar a aeronave em
sua totalidade, foi que o KC-30 realizou,
em novembro, sua primeira missão na
Operação Acolhida. Foram transportados
o total de 210 passageiros oriundos da
República Bolivariana da Venezuela. Eles
embarcaram no Aeroporto Internacional
de Manaus. O primeiro pouso foi na Base
Aérea de Brasília (BABR), onde 35 passa-
geiros desembarcaram. Os demais, 175,
desembarcaram em Florianópolis, capital
do estado de Santa Catarina. final, visando proporcionar a melhor transportados para as demais regiões
A missão foi executava pela tripula- experiência a bordo. do Brasil por meio das aeronaves C-99,
ção do Segundo Esquadrão do Segundo “A participação do Corsário na Ope- que tem capacidade máxima para 50
Grupo de Transporte (2º/2º GT) – Esqua- ração Acolhida nos trouxe um senso de passageiros, a depender do trecho.
drão Corsário, sediado na Base Aérea do dever cumprido. Nos revigora poder “Realizando a mesma missão com o
Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ). apoiar aqueles que estão necessitados C-99, seriam necessários ao menos cin-
Para o Comandante da Unidade Aérea, e passando extrema dificuldade em co voos. Com isso, observamos assim a
Tenente-Coronel Aviador Marcos Fassa- sua terra natal, tendo que abandoná- capacidade da nova aeronave da FAB,
rella Olivieri, o Esquadrão é responsável -la. Enche-nos de orgulho observar no o KC-30”, pontua o Oficial.
pelo planejamento e gerenciamento do semblante dessas pessoas um olhar de A Operação Acolhida, criada em
transporte aéreo dos refugiados, desde esperança”, avalia o Comandante. 2018 e coordenada pelo Ministério da
o embarque na aeronave até o destino Antes do KC-30, os imigrantes eram Defesa, tem por finalidade a recepção de

52 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão

A primeira unidade do
KC-30 chegou ao Brasil,
em julho de 2022, na Base
Aérea do Galeão (BAGL),
no Rio de Janeiro (RJ)
imigrantes e refugiados venezuelanos em
solo brasileiro que buscam por melhores
condições de vida. A porta de entrada
no Brasil é por meio da fronteira com o
estado de Roraima. De lá, eles recebem
auxílio humanitário. A atuação da FAB
está em prestar apoio, especialmente,
para o transporte de venezuelanos até
outras capitais brasileiras.
Outras atuações do KC-30 pela FAB
Após o recebimento da primeira
Foto: Sargento Figueira / Agência Força Aérea
Foto: Sargento P. Silva / Agência Força Aérea
Chile, sendo essa considerada a primei-
ra missão operacional de transporte de
tropa do KC-30 na FAB. Foi realizada a
mobilização de 59 passageiros e 18 to-
neladas de carga do Rio de Janeiro (RJ)
com destino à Base Aérea Cerro More-
no, em Antofagasta.
Já a participação no Exercício Con-
junto (EXCON) Escudo-Tínia 2022 foi
com o deslocamento de equipamentos
dos esquadrões, envolvendo um com-
pleto trabalho de logística e transporte.
O KC-30, que tem 59 metros de com-
primento e capacidade para transportar
238 passageiros, é considerado o maior
unidade, que pousou na Base Aérea do avião já operado pela FAB. Após a com-
Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ), pra, as aeronaves foram modificadas para
em que foi recepcionado por autoridades a versão MRTT (do inglês, Multi Role
militares, o KC-30 esteve em Brasília (DF), Tanker Transport), tornando-os capazes
durante o desfile cívico-militar de Sete de realizarem missões diversificadas,
de Setembro, realizando uma passagem como as de reabastecimento em voo,
aérea pela Esplanada dos Ministérios. transporte aéreo logístico (cargas e passa-
Em seguida, participou do desfile aéreo geiros) e ajuda humanitária. Em situações
alusivo ao Dia do Aviador e Dia da Força de calamidade pública, como desastres
Aérea Brasileira. naturais, pandemias ou emergências
Outra atuação da aeronave foi no médicas, podem ainda atuar em Missões
Exercício Multinacional Salitre IV, no de Evacuação Aeromédica (EVAM).
Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 53
 GRIPEN

CAÇAS SUPERSÔNICOS
CHEGAM AO PRIMEIRO GRUPO DE
DEFESA AÉREA
Após treinamento de pilotos e aquisições
de licença inicial de operação, transferência
para a BAAN é concluída. O F-39 Gripen
é um caça supersônico que, com o tempo,
vai substituir as aeronaves F-5M e A-1M,
padronizando a frota, diminuindo o custo
de operação e aumentando a capacidade de
respostas a ameaças externas.
TENENTE JORNALISTA ENIELE SANTOS

54 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
“ A partir de agora, o Brasil aumenta e muito sua

Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

capacidade de defesa e de manutenção da nossa
soberania nacional, que é a principal missão
da Força Aérea
“
Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior

P
ainel exclusivo, com cabine
em motor único de 19” x 8”
em resolução HDTV; radar de
varredura eletrônica ativa que detec-
ta os alvos em diferentes direções e
frequências ao mesmo tempo – usan-
do todos os sensores disponíveis
da aeronave; maior capacidade do
tanque de combustível e reabaste-
cimento em voo. Essas são algumas
das diversas funcionalidades do F-39
Gripen, a mais moderna aeronave
em operação na América Latina, que
entra em atividade pela Força Aérea
Brasileira e irá equipar o Primeiro
Grupo de Defesa Aérea (1ºGDA),
localizado em Anápolis (GO).
Após 16 anos de negociação, os
primeiros quatro caças entregues
fazem parte do projeto estratégico
do Ministério da Defesa que, inicial-
mente, previa a compra e a entrega,
até 2027, de 36 aeronaves. No entanto,
em 2022, foram acrescidas ao contrato
em vigor mais quatro aeronaves, to-
talizando 40 caças, que serão produzidos
pela Saab em parceria com a Embraer. Tal
parceria garante uma ampla transferên-
cia de tecnologia, que tem resultado em
benefícios significativos em toda a cadeia
de produção das aeronaves.
De acordo com o Comandante da
Força Aérea Brasileira (FAB), Tenente-
-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida
Baptista Junior, o recebimento das pri-
meiras aeronaves F-39 Gripen simboliza
um marco e a concretização de um pro-
jeto de longo prazo. “A partir de agora, o
Brasil aumenta e muito sua capacidade
de defesa e de manutenção da nossa
soberania nacional, que é a principal
missão da Força Aérea”, destacou.
O treinamento dos pilotos selecio-
nados para voar o Gripen começou na
Suécia, onde, por 6 meses, executaram
voos de teste a bordo do Gripen C/D
– uma versão mais antiga do caça – e,
após essa etapa, o treinamento foi con-
cluído no Brasil, com voos no Gripen E,
o modelo adotado pela FAB, que será a
primeira organização a operá-lo.

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 55
 Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
Nesse sentido, ressalta-se que o
contrato firmado para a compra das
aeronaves prevê a transferência de
tecnologia para o Brasil e o treinamento
de dois anos para 350 profissionais, que
serão responsáveis pela montagem das
aeronaves na planta da Embraer, locali-
zada em Gavião Peixoto (SP).
Para que isso ocorra, pilotos de
prova da FAB, da Embraer e da Saab

Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

56 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
executaram ensaios de voo para que
os caças recebessem a licença inicial
de operação e, só então, serem trans-
feridos para a Base Aérea de Anápolis
(BAAN). Assim, o Comandante da
Aeronáutica e o Comandante de Pre-
paro, Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio
Roberto de Almeida, receberam da

Foto: Suboficial Alexandre Manfrin / Agência Força Aérea

Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea
Foto: Sargento Müller Marin / Agência Força Aérea

Foto: Suboficial Alexandre Manfrin / Agência Força Aérea

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 57
Saab a Declaração Tática, documento
oficial que define todas as funcionali-
dades do sistema Gripen e atesta que,
a partir desse momento, a aeronave
está pronta para iniciar as atividades.
“Muito trabalho e empenho foram
necessários para que estivéssemos aqui
reunidos, testemunhando e celebrando
o início das atividades operacionais
desse vetor de caça na BAAN, uma
Base Aérea que carrega em seu DNA
uma vocação inovadora, estando, des-
de a sua criação, na vanguarda para
implantação de novas tecnologias e
doutrinas, honrando os feitos daqueles
que nos antecederam, representados
pelos nossos Dijon Boys”, ressaltou
o Tenente-Brigadeiro Almeida.
O Presidente e CEO da Saab, Mic-
cael Johansson, veio ao Brasil especial-
mente para a entrega das aeronaves ao
1ºGDA e falou sobre o projeto Gripen
58 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
e a parceria entre a empresa sueca e a
FAB. “Os novos caças Gripen elevarão
a segurança a um novo patamar, garan-
tindo a soberania do Brasil e ajudando
o país a fortalecer o controle de suas
fronteiras e proteger seu povo e sua
sociedade. O Brasil tem, agora, um
dos caças mais avançados do mundo.
Obrigado e parabéns por alcançar esse
importante marco”, pontuou.
E foi desse importante marco para
a Aviação de Caça que o Comandante
do Esquadrão Jaguar, Tenente-Coronel
Aviador Gustavo de Oliveira Pascotto,
fez parte. Na solenidade de entrega das
aeronaves, ele e o Tenente-Coronel Avia-
dor Ramon Lincoln Santos Forneas rea-
lizaram o primeiro voo operacional da
aeronave. “A satisfação é muito grande.
O Gripen é uma aeronave que se encontra
no mais alto nível tecnológico, com siste-
mas embarcados, voo por instrumento,

Acima, a cerimônia de incorporação dos novos
Foto: Suboficial Alexandre Manfrin / Agência Força Aérea
vetores de defesa do espaço aéreo brasileiro.
Ao lado, o Tenente-Brigadeiro Baptista Junior na
cabine do Gripen NG
enfim, todo o auxílio que o piloto tem
para fazer o voo, para conduzir uma mis-
são; é, realmente, o estado da arte. É uma
grande honra e uma grande satisfação
poder fazer esse primeiro voo”, disse o
Tenente-Coronel Gustavo.
1ºGDA
Para abrigar as novas aeronaves,
a Base Aérea de Anápolis passou por
três obras ao longo de quase 8 anos,
uma vez que essa aeronave exige uma
infraestrutura diferente dos aviões até
então operados pela FAB.
A primeira obra ocorreu no hangar
de manutenção; já a segunda, nos cha-
mados “hangaretes” da linha de voo
Aerovisão
Foto: Suboficial Alexandre Manfrin / Agência Força Aérea
– que são as garagens de aeronaves.
Já a última ocorreu nas instalações do
1ºGDA, com a divisão do prédio em
duas grandes alas: operacional e ad-
ministrativa, para abrigar os sistemas
de missão e de suporte do Gripen, com
a montagem de simuladores de voo e
estações de planejamento de produção
de imagens digitais.
Na cerimônia, o Comandante da
BAAN, Coronel Aviador Renato Leal
Leite, falou sobre a atuação da Unidade
Aérea na história da Aviação de Caça
nacional. “Desde o início do projeto,
essa Base vem se preparando com obras
de infraestrutura, com treinamento
de pessoal, dentre outras coisas. Foi uma
preparação longa, extensa, iniciada lá no
final de 2013, culminando com esse mar-
co importantíssimo que foi a chegada
das aeronaves e o início das operações
do Gripen na FAB”, finalizou.
Out/Nov/Dez/2022 59
60 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
Aerovisão
Out/Nov/Dez/2022
61
ARTE: Subdivisão de Publicidade e Propaganda / CECOMSAER
 ESPAÇO

COM SATÉLITE DESENVOLVIDO NO ITA E

LANÇADO PELA SPACEX, FAB CONQUISTA
NOVA POSIÇÃO NO DOMÍNIO ESPACIAL

62 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
 Foto: Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA)
Satélite SPORT do ITA
é enviado aos EUA para
embarque em foguete

Fortalecer o poder aeroespacial brasileiro é uma das missões da Força

Aérea Brasileira. Com o desenvolvimento do Satélite SPORT (Scintilation
Prediction Observations Research Task), a Instituição ganha mais uma
nova página na ampliação do conhecimento científico e do domínio de
tecnologias estratégicas. O satélite tem a missão de monitorar a ionosfera
(camada superior da atmosfera), coletando dados para o estudo dos efeitos
das tempestades solares, que ocasionam perturbações em atividades da
sociedade atual, tais como a interrupção do sinal GPS, o black-out de
comunicações, interrupção na transmissão de energia e muitos outros.
TENENTE RELAÇÕES PÚBLICAS MARIZE TORRES

Aerovisão Out/Nov/Dez/2022 63
U
m novo capítulo no avanço das
atividades espaciais no país.
O satélite SPORT foi desen-
volvido pelo Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA), instituição univer-
sitária pública ligada ao Departamento
de Ciência e Tecnologia Aeroespacial
(DCTA), do Comando da Aeronáutica,
em parceria com a NASA (do inglês,
National Aeronautics and Space Admi-
nistration), com o Instituto Nacional de
Pesquisa Espaciais (INPE) e com uni-
versidades americanas. O lançamento
no espaço ocorreu em novembro de
2022 pela SPACEX, empresa americana
de sistemas aeroespaciais, transporte
espacial e comunicações.
CARACTERÍSTICAS E MISSÃO
O SPORT é um CubeSat 6U para
pesquisas científicas na ionosfera. Isso
quer dizer que são satélites minia-
turizados (nanossatélites) formados
por unidades de cubos com dez cen-
Missão do nanossatélite é
de pesquisas científicas na
ionosfera
64 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
tímetros de lado, sendo cada unidade
com o valor de 1U. Alguns destes
nanossatélites, como o SPORT, estão
na vanguarda do conhecimento, sendo
capazes de realizar certas funções que
grandes satélites realizam, porém a um
custo bem mais baixo, o que os torna
bastante atrativos para a aplicação em
pesquisa espacial.
Com o monitoramento da ionos-
fera, o SPORT coleta informações
fundamentais para estudos de efeitos
das tempestades solares, fenômeno
que produz alguns resultados nega-
tivos na nossa civilização, como es-
tragar equipamentos elétricos, causar
curtos-circuitos e panes em sistemas
elétricos, prejudicar computadores
de bordo e comunicações de rádio em
altas latitudes, satélites e foguetes.
O CubeSat SPORT irá contribuir
com medidas da ionosfera que permi-
tirão à comunidade científica conhecer
o estado da ionosfera momentos antes
e durante a formação de bolhas de
plasma. Compreender esse fenômeno
é importante, pois as bolhas de plasma
causam a cintilação, que é a distorção
em amplitude e fase de sinais de radio-
frequência, e isso afeta diretamente ser-
viços como aeronavegação e sistemas
de localização, como constelações GPS.
O grande diferencial da missão
SPORT é que ela irá coletar dados do
estado da ionosfera na altitude em que
as bolhas de plasma se formam, o que
chamamos de medidas in situ. Assim,
integrando dados coletados em solo, de
satélites em altas altitudes e do SPORT,
a comunidade científica poderá avançar
na compreensão dos fenômenos que
levam a formação de tais bolhas.
PESQUISA CIENTÍFICA
As atividades de pesquisa são feitas
no Centro Espacial ITA (CEI), por alu-
nos de graduação e de pós-graduação
envolvidos no projeto. Em 2015, foram
Foto: Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA)
 Visita dos parceiros norte-
americanos às antigas
instalações do Centro Espacial
ITA, em agosto de 2019
realizados alguns workshops entre
o Brasil e os Estados Unidos para se
definir a missão e se definir a linha de
ação para cada um dos participantes. O
financiamento da parte brasileira foi fei-
to pela Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (FAPESP), em
2017, e, posteriormente, a Agência Es-
pacial Brasileira (AEB) também entrou
com parte do financiamento.
“O lançamento do SPORT coroa o
trabalho de muitos alunos e pesqui-
sadores do ITA. Foram anos desafia-
dores pelo número de obstáculos que
tivemos que superar, pois tivemos uma
pandemia no meio do caminho. O que
tornou isso possível foi a resiliência e
a competência da equipe, apoiada por
nossos parceiros. Só com a participação
de todos pudemos entregar o satélite
pronto para lançamento. Agora esta-
mos vivendo a excitação do fruto desse
trabalho conjunto”, disse o Gerente do
Projeto, Professor Doutor Luís Eduardo
Vergueiro Loures da Costa.
Teste de qualificação dos
mecanismos de abertura do
SPORT
ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL
A missão SPORT é binacional entre
Brasil e Estados Unidos, a qual a equi-
pe americana ficou responsável pelas
cargas úteis (instrumentos científicos)
e lançamento. O grupo brasileiro ficou
encarregado pelo desenvolvimento
da plataforma e todo o processo de
montagem, integração e testes do
modelo de voo do CubeSat, além de
ser responsável por toda operação do
satélite em órbita e disseminação dos
dados coletados.
Em conjunto, os dois países irão
trabalhar na parte científica, integrando
os dados e analisando os resultados
Aerovisão
Fotos: Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA)
para que se possa compreender os
fenômenos mencionados. Todo esforço
é resultado de um trabalho coletivo en-
volvendo diversas instituições. Além da
Força Aérea Brasileira, por meio do ITA,
o desenvolvimento do satélite também
contou com a participação do INPE, da
NASA e das seguintes universidades
americanas: Universidade do Estado
de Utah, Universidade do Alabama,
em Huntsville, e Universidade do Te-
xas, em Dallas. Ademais, também teve
apoio das Forças Armadas dos Estados
Unidos, por meio do Comando Sul
dos Estados Unidos e da organização
Aerospace Corporation.
Out/Nov/Dez/2022 65
VOO MENTAL
não representam necessariamente a opinião do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
M
undo afora, pergunta-se: há
necessidade de uma agência
espacial? Qual seu papel nos
novos cenários do setor espacial?
O Brasil atua no setor desde os anos
60 e criou, em 1994, a Agência Espacial
Brasileira (AEB). Seu papel de coorde-
nação envolve entes tradicionais, como
DCTA e INPE, e novos entrantes, sejam
universidades, indústrias, startups, in-
vestidores, agentes externos.
A Aeronáutica brasileira detém boa
parte de nossas capacidades: infraestru-
tura, conhecimentos, recursos humanos,
meios operacionais. Trata-se, portanto, de
pilar essencial de nosso programa espacial.
Oportunidades e potencial
O setor espacial cresceu a taxas de
5 a 8 % ao ano na última década, inclu-
sive durante a pandemia. A sociedade
hiperconectada demanda comunicação,
sensoriamento, conectividade e informa-
ções que, de alguma forma, dependem
de sistemas espaciais. O Brasil, mercê
do gigantismo, da diversidade ambien-
tal, dos grandes setores econômicos, do
papel essencial na transição energética
– apenas para citar alguns aspectos –, é
ator relevante no mercado espacial: como
comprador, usuário ou desenvolvedor
de soluções verde-amarelas. Por graça
da natureza e do legado dos precurso-
res, somos um dos poucos países que
podem atuar em todos os segmentos da
atividade espacial. E será que o fazemos?
66 Out/Nov/Dez/2022 Aerovisão
Os artigos publicados nesta coluna são de responsabilidade exclusiva de seus autores e
FAB E AEB: PARECERIA INDISSOCIÁVEL
New space e forças espaciais
Vivemos a chamada era do new space,
quando o papel do setor privado e as
mudanças de abordagens de engenharia
levam a uma revolução na forma de
produzir sistemas, de acessar o espaço,
de explorar os serviços decorrentes.
Tudo isso requer empreendedorismo,
investimentos, necessidade de proteção
dos ativos que implantamos. As agências
espaciais, a indústria aeroespacial e
os setores de defesa tradicionalmente
conviveram e, hoje, reposicionam-se
nesse demandante cenário. Há que ser
competitivo, como também há que se
garantir um mínimo de soberania.
Os países líderes no setor sempre
exploraram os canais comunicantes entre
a ciência e as aplicações de interesse civil
ou militar. Com maior ou menor peso,
a depender do ambiente geopolítico,
essa relação atrai recursos e prioriza
desenvolvimentos tecnológicos. Mais
recentemente, mesmo países de menor
expressão militar já postulam a criação
de forças de defesa para proteger seus
ativos no espaço.
No Brasil, temos uma exitosa atuação
dual no campo do controle de tráfego
aéreo e de defesa aérea. No setor espacial,
o Centro de Operações Espaciais (COPE)
opera o satélite SGDC-1. Enquanto
militares das 3 Forças operam a parte
de comunicações seguras de governo,
a Telebras cuida de levar banda larga a
localidades remotas do país. Verdadeiro
exemplo de integração nacional, com
mais de 10 mil escolas, mais de 3 milhões
de estudantes conectados, principalmen-
te nas Regiões Nordeste e Norte do Brasil.
Sinergia em projetos e infraestrutura
Os recursos para o Programa Espacial
Brasileiro destinam-se tanto a projetos
como ao desenvolvimento e à consolida-
ção de competências para o setor. Líderes
do setor são unânimes: mais que salários
e outros benefícios, nossos jovens ne-
cessitam de projetos desafiantes para se
dedicarem. É a melhor forma de manter
cérebros no país!
Em 2019, a AEB lançou, no Marco da
Lei de Inovação, uma Encomenda Tecno-
lógica para transpor um dos gargalos de
nosso setor: o domínio de sistemas de
navegação inercial. Trata-se de abordagem
moderna, que aceita o risco e estimula a
competitividade. Estamos a ponto de ter
soluções distintas para assegurar, via pro-
jetos nacionais, maior grau de soberania
para o setor espacial e outras aplicações.
Instituições como EMAER, DCTA, IAE,
IEAv, MCTI, CGU, TCU, IPEA, entre ou-
tras, somam-se à indústria para viabilizar
novas soluções, novos negócios.
E m o u t r a ve r t e n t e , o C e n t r o
Espacial de Alcântara adentra ao
mercado internacional. Respondendo
a ambição de décadas, AEB e FAB,
apoiadas pelos respectivos Ministérios
da Defesa e da Ciência, Tecnologia e
Inovações, trabalham para viabilizar
o espaçoporto de Alcântara.
Sabe-se de seu potencial e do papel
que pode representar no new space.
Diversas empresas precisam lançar de
locais com agenda mais flexível, amplas
possibilidades de lançamento, custos mais
competitivos. Vislumbra-se, para o Brasil,
a oportunidade de explorar um nicho
preferencial: pequenos veículos, nano
ou microssatélites, órbitas baixas (LEO),
inclinadas, missões de pronta resposta.
O caso da sul-coreana Innospace,
que inaugura, em dezembro de 2022,
as operações privadas em Alcântara,
puxa a fila! São novas oportunidades
em que, juntas, AEB e FAB podem
atuar em prol de nossa soberania e da
futura economia espacial.
Aerovisão Abr/Mai/Jun/2021 67
Jan/Fev/Mar
Out/Nov/Dez- -2022
2022 Nº
Nº271
274- -Ano
Ano49
49

ENTREVISTA GRIPEN OPERACIONAL

Comandante de Preparo Primeiros F-39 Gripen Marinha, Exército e
fala sobre doutrina de são entregues e FAB par ticipam do
emprego e ampliação iniciam novo capítulo Exercício Conjunto
da capacidade de defesa da Aviação de Caça no Escudo-Tínia no sul
aérea Brasil do país
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Comandante de Preparo Primeiros F-39 Gripen Marinha, Exército e
fala sobre doutrina de são entregues e FAB par ticipam do
emprego e ampliação iniciam novo capítulo Exercício Conjunto
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