Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sumário
As matérias expostas nesta revista são da responsabilidade exclusiva dos seus autores, não representando
necessariamente a doutrina ou o pensamento da chefia da Força Aérea Portuguesa
26
48 45 33
F ICHA TÉCNICA : Director Tenente-General PILAV Luís Palma de Figueiredo Sub-Director Coronel TPAA José dos Santos Nunes Chefe de Redacção e Produção Nuno
Esteves da Silva Redacção 1Sar Pedro Ferreira Design Gráfico e Paginação Fátima Berlinga Neste número colaboraram: Tenente-Coronel PARAQ (RES) Miguel Silva
Machado, Dr. José Manuel Correia, Major PILAV Fernando Leitão, Tenente ADMAER Ricardo Peleja, Tenente ENGAED Luís Fernandes, Tenente-Coronel TMAEQ José
Cardoso Mira, Major PILAV João Vicente, 1Sar Pedro Manuel Ferreira, Major PIL Adelino Cardoso, Tenente-Coronel ENGAER Bernardino Santos, Forum 9G’s,
Administração e Publicidade 1Sar Pedro Manuel Ferreira Secretariado Dra. Ana Monteiro Assinaturas 1CAB Adriana Ferreira Fotografia - colaboração CAVFA
1Sar Élio Domingos, 1Sar David Chaves, CAdj Liliana Oliveira Direcção, Redacção e Administração Av. Força Aérea Portuguesa 2614-506 Amadora FAX
214706980 Tel. 214723512 (Redacção – maisalto@emfa.pt) Tel. 214723511 (Assinaturas e Publicidade – maisalto.adminpub@emfa.pt) internet:
www.forçaaérea.pt/ www/po/maisalto Pré-impressão pré&press Impressão/Acabamento: Heska Portuguesa. ISSN 0870-0370 Inscrita no ICS (Instituto da
Comunicação Social) Depósito Legal 27404/89 Tiragem 4000 Ex. Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, S.A.
Fotografia aérea, onde podem ser
observadas à esquerda da imagem uma
zona mais clara correspondente à
carreira de tiro aéreo
e à direita, a pista que serve
o Campo de Tiro de Alcochete.
No canto inferior direito é bem visível uma
pequena barragem, Vale de Michões
UNIDADE SECULAR
O CAMPO
DE TIRO
DE ALCOCHETE
T EXTO : TCor PARAQ ( RES ) Miguel Silva Machado
Área do CTA e distâncias entre o ponto alvo das bombas reais e alguns aglomerados populacionais
data, em que existiam Ministérios do Exér- espaldão, destinada a ensaios com muni- to de utilização, logo em 1978 tentou-se,
cito e da Marinha e Secretaria de Estado ções de armas portáteis – precisão, efei- sem sucesso, alargar a área do CTA da-
da Aeronáutica, equivalia ao actual Esta- tos perfurantes, tensão de trajectória e da a clara insuficiência de espaço para –
do-Maior General das Forças Armadas. velocidade e duração de trajectórias. Nos seguindo as normas internacionais – ali
A missão do campo é reformulada, pas- finais da década acrescentou-se às infra- poder continuar a testar armas ar-solo,
sando a ter por finalidade: estruturas um banco de ensaios para “mo- foguetes e armas terrestres nomeada-
– Dar instrução e treino de tiro e bombar- tores-foguete”. Acrescia a tudo isto uma mente grandes calibre de artilharia e
deamento aos pilotos e tripulações das enorme panóplia de equipamentos des- morteiros.
forças aéreas; tinados a efectuar as necessárias ava- Em 1980 nos termos de um acordo de-
– Permitir estudos e ensaios relativos a bo- liações dos testes e ainda uma série de talhado luso-alemão publicado em Diá-
cas de fogo, munições, explosivos e pól- novos edifícios normais nos quartéis: Mes- rio da República, o CTA passou a ser co-
voras. ses; Alojamentos; Igreja; Porta de Armas. utilizado e financiado pela República
No início dos anos 60 fruto do empe- Federal da Alemanha. Toda a actividade
INDÚSTRIAS DE DEFESA nhamento em África das Forças Armadas, do campo foi “dividida” entre portugue-
Na sequência de um vultuoso contrato o Campo de Tiro, mostrando mais uma ses e alemães e muitas melhorias em di-
que a Fábrica de Braço de Prata firmou vez ser um espaço adequado a múltiplas versas infra-estruturas e equipamentos
com os EUA, respeitante a munições de finalidades, foi o local escolhido para re- provêm desta época.
artilharia, com exigências técnico-experi- ceber um equipamento da máxima im- Em 1981 são adquiridos e instalados no-
mentais rigorosas, foi necessário obter (em portância na ligação às forças em ope- vos equipamentos dedicados exclusiva-
Alcochete) locais e equipamentos adequa- rações nas colónias, o Centro Receptor mente à avaliação dos testes balísticos e
dos aos necessários testes. Nestes finais Ultramarino. Dispunha de cinco antenas, também a partir deste ano e 1986 são
dos anos 50 e inícios dos anos 60 do sé- orientadas para a Guiné, Angola, Moçam- expropriados terrenos confinantes com o
Alvos no solo
Vale de Michões
1921-2008
Da esquerda para a direita na
imagem, os Generais Galvão de
Melo, Costa Gomes , António
de Spínola e Diogo Neto
“ COMPETITIVE
INTELLIGENCE”
Foto: AIRBUS/S Ramadier
A
A NOVA ORDEM E A ERA DA INFORMAÇÃO ricas. Este autor propõe para a Era actual
ctualmente não existe um mundo – “Era da Informação” – uma visão de
discretamente repartido por valo- franca mudança nas várias perspectivas
res ou ideologias. Assiste-se a um militares e económicas, suportadas pela
período de incerteza, volatilidade, muta- Superioridade de Informação.
ção e por isso instável. Para tal é neces- Haeni defende no seu estudo que este
sário conhecer as diferenças deste “novo contexto permitirá promover cada vez
mundo” para assim o compreender. mais um mundo multipolar cuja realida-
A presente distribuição amorfa do po- de se afigura conturbada sob a sombra
der está sustentada pela actual transfor- da incerteza e do risco. Para encarar um
mação sócio-tecnológica. Alguns autores ambiente tão diferente, torna-se necessá-
denominam o período vigente como re- rio adquirir as competências necessárias
sultante da “Terceira Vaga” (Tofler, 1993). para transformar as inúmeras ameaças em
Este conceito surge após a Era Industrial e potenciais oportunidades (Haeni, 1997).
pretende separar um período onde a van-
tagem competitiva era alcançada através COMPETITIVIDADE
da produção industrial, de outro, actual, INFORMACIONAL AERONÁUTICA
onde é baseada no domínio da informa- A actual decomposição internacional dos
ção e do conhecimento. processos produtivos de elevada comple-
Em 1997, na óptica emergente do do- xidade económica manifesta-se nos diver-
mínio da informação, Reto Haeni esque- sos fluxos cruzados. A inevitabilidade deste
matiza as diferenças das três vagas histó- facto justifica-se pela grande competitivi-
Pirâmide Cognitiva (Adaptado de Nunes 2007) Triângulo de “Early Warning” (Adaptado de Gilad 2004, p. 60)
O Universo Aeronáutico goza de algu- identificando para tal Ameaças, Vulnera- titivo da Era da Informação. Esta identifi-
mas peculiaridades que o definem. Carac- bilidades e o Valor da Informação. ca os riscos e determina os indicadores
teriza-se por ser baseado na Investiga- No segundo ponto – o “Competitive In- que irão ser sujeitos a monitorização. Es-
ção e Desenvolvimento (I&D) e ter ciclos telligence” – pretende conceptualizar as tes, assim que demonstrem alterações con-
de desenvolvimento e de vida dos produ- metodologias intrínsecas da organização, sideradas suficientes, activam sistemas de
tos muito longos (várias décadas). Desta de forma a adequar-se às mudanças do alertas que irão accionar acções de res-
feita, a chave do sucesso passa pela ava- ambiente estratégico aeronáutico. Muitas posta da Organização.
liação permanente do ambiente, de for- vezes estes processos e recursos já exis- Muitos grupos económicos, como os da
ma a sincronizar o “produto” ao contexto. tem, contudo de forma não coordenada. indústria farmacêutica, energética, informá-
Especificamente ao nível da Defesa, es- No entanto, esta abordagem permite con- tica e aeronáutica, assentam grande parte
tes factores têm de ser tidos em conta. A jugar as valências existentes com outras da sua decisão em programas de “Intelli-
transformação das plataformas de armas a adquirir e assim avaliar o risco real, agi- gence” com este formato. São disso exem-
conduz à fomentação de quadros de ver- lizando a decisão para lhe fazer face. plo a Shell, a Citybank, a EADS, a AIRBUS
dadeiro capital humano cujo valor cog- e a Boieng. No campo da defesa, o “De-
nitivo é crítico para a Missão. Os mode- A EMERGÊNCIA partment of Defense” dos EUA, já está
los estruturais de decisão Militar têm de DA “COMPETITIVE INTELLIGENCE” sensibilizado para estes fenómenos com-
se ajustar às novas exigências e ter em Dado que as organizações actuam cons- petitivos e, de forma a proteger os seus
conta a importância da transformação tantemente com o ambiente adverso, as interesses e os dos seus fornecedores (e.g.
interna dos Dados a Conhecimento. políticas inerentes à Superioridade de In- McDonnell Douglas, Lockheed-Martin, Ge-
Estas particularidades, aliadas ao refe- formação deverão ter carácter permanen- neral Dynamics, etc.), implementa mode-
rido grau de competitividade das organi- te. Para garantir a eficiência constante los de avaliação integrada de risco, parti-
zações aeronáuticas, elevam a importân- destas metodologias é necessário esta- lhados pelos elementos críticos da Nação.
cia da política de gestão da informação e belecer medidas sistemáticas de avalia-
conhecimento. Desta, e para este âmbito, ção e monitorização, sem perder a agili- CICLO “EARLY WARNING”
realçam-se as duas dimensões essenciais dade dos processos. Esta sistematização Conceptualmente, existem já modelos
da “defesa e ataque da informação”: Se- facilita a apreciação constante das activi- de aplicação de “Competitive Intelligence”.
gurança da Informação e o “Competitive dades dos competidores externos de for- O norte-americano Ben Gilad propõe um
Intelligence”. ma a antecipar as tendências do contexto. ciclo semelhante ao “Observe, Orient, De-
Para a primeira, devem implementar-se Uma das vertentes emergentes é o con- cide e Act” (OODA) Loop3, mas com três
Exemplo de Modelo de Cenarização (Reprodução de ScMI 2004, p. 4) Modelo de “Early Warning” Estratégico (Reprodução de ScMI 2004, p. 2)
luntariado, contudo deve ser coordena- vantes. Uma das formas mais correntes é No fim deste processo, os analistas mo-
da por um elemento da gestão estratégi- a identificação de sinais indirectos de aler- nitores, quando identificam um sinal cla-
ca. Isto confere à equipa a legitimidade ta (e.g. conflitos sociais, aquisições hostis, ro de alerta, considerado bem definido,
necessária para dar início ao processo de desastres naturais, etc.). Estes são funda- elaboram relatórios com recomendações
alerta de um eventual (possível) sinal de mentais no foco da monitorização. de mudança. Visto que esta mudança
risco. Esta tarefa pode ser conduzida pelos será sempre decidida pela gestão estra-
Este grupo parte da ideia de um proble- quadros médios e baixos da organização, tégica, o facto deste pipeline ter sido ini-
ma específico e provável. Posteriormente uma vez que se trata de um conjunto de cialmente coordenado por um decisor de
define os descritores desse mesmo pro- tarefas técnicas bem definidas. Esta par- topo, facilitará a aceitação e fundamen-
blema. Cada descritor terá característi- ticularidade deve ser tomada como uma tação destes estudos pelos níveis estra-
cas únicas, mas nunca independentes, ou mais valia deste modelo, pois permite a tégicos.
seja, os descritores são as variáveis exó- utilização do capital humano já existente Implementação de Acções. Este passo
genas de um mega-sistema de equações e reorientá-lo também para a Superiori- é o mais intuitivo e, contudo, aquele que
qualitativas combinatórias. Neste sistema dade de Informação. Estes colaboradores oferece mais obstáculos. Como se sabe,
de descritores, a equipa avalia a interde- podem, e devem, ser reforçados pontual- o processo de tomada de decisão deve
pendência de variáveis e identifica os des- mente por especialistas externos quando ser metódico, objectivo e coerente. No en-
critores que mais condicionam o contexto. a organização não tenha todas as com- tanto, quando surge um aviso de amea-
Deste exercício são criados, normalmen- petências necessárias. ça, muitas vezes a decisão é enviesada
te, três cenários – o mais provável, o pes- Os meios para esta monitorização são por dois fenómenos – alarmismo ou ne-
simista e o optimista. múltiplos. Passam desde a simples leitu- gligência.
Apresenta-se em seguida um exemplo ra cuidada da imprensa, até à “Human Este modelo defende que o relatório
de cenarização da autoria da “Scenario Intelligence” (HUMINT) agressiva e pas- concreto da equipa de monitorização de-
Management International” (ScMI). Esta siva (e.g. convívios em conferências, en- ve ser abordado com os mesmos três prin-
é uma empresa alemã, actualmente lide- contros internacionais, etc.). É comum, cípios já referidos. A gestão de topo deve
rada por Franz Tessun4. cada vez mais, por exemplo, convidar es- estar rotinada a receber este tipo de in-
Após esta análise, são elaborados os tudantes ou recém-licenciados para se pro- formação e ter implementado um pro-
primeiros relatórios. Semelhantes a su- porem a estágios em organizações con- cesso de decisão expedito que conduza a
mários executivos, neles devem constar correntes de forma a ter um elemento de decisões correctas. Outra vantagem des-
os indicadores estatísticos e qualitativos recolha de informação (agente). Estes ele- te modelo é o sentimento de pertença que
Assim, as recomendações de mudança crise asiática de 1997/98 por parte da ma escolha e, seguramente, que alguns
devem ser encaminhadas para os órgãos indústria aeronáutica europeia (DASA e farão a opção correcta. Certo é que para
de decisão que tenham a competência Aérospatiale). Esta previsão permitiu re- as Forças Armadas da Era da Informa-
adequada à deliberação da escolha, mas modelar e ajustar o “timing” de muitos ção esse risco não é passível de ser ne-
salvaguardando sempre a partilha de in- projectos em curso, adequando as deci- gligenciado.
formação interna. sões estratégicas ao contexto. Esta ante-
A partilha é fundamental para a Su- visão permitiu colocar as referidas deci- 1 A expressão “negócio” deve ser entendida no
perioridade de Informação. Se se obser- sões numa posição mais favorável em seu sentido lato – do sector público, privado, ci-
var o triângulo de “Early Warning”, iden- relação aos seus concorrentes. vil ou militar.
tifica-se a Aprendizagem como o elo que Na área da Defesa, os EUA já utilizam 2 FM 3-13, Information Operations: Doctrine,
“fecha” o ciclo. Esta fase é fundamental este método para sustentar as suas deci- Tactics, Techniques and Procedures, Department
numa organização da Era da Informa- sões estratégicas. Sem perder a identida- of Defense, EUA 2003.
ção. Só com ela se gera Conhecimento e de militar, a USAF aplica o “Early Warning 3 OODA Loop (Ing.: Observe, Orient, Decide e
Sabedoria que posteriormente poderá ser System” nas dimensões de “marketing” Act) (Port.: Observar, Orientar, Decidir e Agir). Teo-
utilizado como capital informacional ou (e.g. recrutamento), na formação, na I&D ria de gestão de projectos e de Comando e Con-
cognitivo. Assim, este Conhecimento é par- e, claro, nos teatros de operações. trolo, também conhecida como Boyd Cycle (Co-
tilhado com os níveis mais baixos do ci- Assim, para garantir a eficiência do mo- lonel USAF John Boyd).
clo e, espera-se, que possa potenciar ain- delo serão então apenas necessários cin- 4 Franz Tessun foi o responsável pelo Early War-
da mais este processo cognitivo. co passos: 1 – Assegurar o envolvimen- ning (EW) da DASA. Após a integração na EADS,
to/patrocínio da liderança estratégica; 2 Tessun identificou alguns problemas no modelo
NOTAS CONCLUSIVAS – Seleleccionar as pessoas certas (e.g. de EW e criou um sistema que integra a compo-
Após a apresentação do modelo de capital humano, “knowledge warriors”); nente estratégica (ScMI, 2002).
F
Foto: L. Calliario Foto: J. A: Ruivo Foto: L. Calliario
azer parte, integrar, viver o dia-a- consolidar a execução e obter experiên- Simultaneamente, outra etapa a ultra-
-dia de uma patrulha acrobática, é cia específica, como é o caso das de- passar engloba a análise e definição do
algo único; sendo um objectivo pa- monstrações sobre água.Como resultado empenhamento dos Rotores para a tem-
ra muitos, poucos se poderão orgulhar desta preparação, são exigidos a todos porada, de modo a não comprometer a
de o ter feito. os militares integrantes da patrulha, ele- actividade aérea da Esquadra 552 onde
A esta exclusividade acresce, no en- vados níveis de concentração e de pre- estão integrados, mas de tal forma que
tanto, uma enorme responsabilidade, paração física e técnica, bem como dis- seja possível à patrulha cumprir, com o
não isenta de sacrifícios e dificuldades. ponibilidade total de tempo, a fim de brilhantismo a que habituou os seus mi-
Desde logo, o peso do passado renova potenciar os resultados dos treinos, atra- lhares de fãs, a missão que lhes está
nos elementos da patrulha a vontade vés de brifingues e debrifingues dos voos atribuída.
de melhorar e inovar, mantendo a exce- detalhados e completos. Como consequência de toda esta pre-
lência do desempenho, aliada a eleva- paração, é legítimo projectar mais uma
dos níveis de proficiência e de seguran- EQUIPA 2008 temporada de sucesso para os Rotores, e
ça na execução. Major PILAV Fernando Leitão, Comandante esperar que o retorno do esforço dispen-
Assim são os Rotores de Portugal. da Patrulha; Major PILAV António Lourenço, dido até Outubro, seja ainda mais com-
Na nomeação dos militares para a tem- Asa; Capitão PILAV Mário Marcão, Asa; Te- pensador que no passado. Não é fácil,
porada 2008, como acontece quase sem- nente PILAV Mestre Ferreira, Speaker/Rela- mas é isso que nos motiva!
pre, houve necessidade de integrar novos ções Públicas; Tenente PIL Paulo Melo, Co-
elementos, todos voluntários, em substi- ordenador de Voo;
tuição daqueles que não podem este ano Manutenção
dar o seu contributo à patrulha. Nesse SAj M E L E C A Joaquim Diogo, Chefe
Foto: Mário Diniz
sentido, a preparação e definição do pro- Equipa, SAj MELIAV Luís Vila Real; 1SAR
grama de treinos para os pilotos con- MMA Alcides Jesus; CAdj MMA José Pinto;
templou quatro fases, as quais passam 1CAB MMA Artur Grilo; 1CAB MMA José www.emfa.pt/www/po/rotores
rotoresdeportugal@emfa.pt
inicialmente por desenvolver novas ca- Abreu.
Texto: Major Fernando Leitão
pacidades no voo em aeronave isolada
PILAV
CALENDÁRIO 2008
e em formação, mas também ficar a co-
DATA LOCAL EVENTO
nhecer as técnicas de voo para as di-
4/5 JUNHO AFA – SINTRA Inter-Academias Internacional
ferentes posições e criar as estruturas ne- 7 JUNHO ALVERCA Encontro da Associação de Especialistas da FA
cessárias para manobras que terão que 10 JUNHO VIANA DO CASTELO Comemorações Dia de Portugal
fazer no futuro. 29 JUNHO A DESIGNAR Dia da Força Aérea
Numa última fase, e já depois de defi- 20 JULHO VIGO Vigo International Air Show
nido o perfil da demonstração a apresen- 27 JULHO TORRES VEDRAS Aniversário Aero Clube de Torres Vedras
tar ao Comandante Operacional da For- 28 SETEMBRO PORTIMÃO Campeonato de Powerboats
ça Aérea para aprovação, pretende-se OUTUBRO BA11 – BEJA Dia da Unidade
C
om uma formação renovada, Botelho; 1CAB Santos; 1CAB Silvestre. que os “Asas de Portugal” continuarão a
agregando a experiência de ele- Também assinalando a abertura da épo- mostrar “... que há céu de Portugal em
mentos que já pertenciam à equi- ca, os “Asas” apresentam o seu website todo o mundo!” e a divulgar o seu mote:
pa, a patrulha acrobática “Asas de Por- www.asasdeportugal.com.pt
tugal” deu início à sua actividade, no dia com uma imagem renovada
7 de Maio de 2008, na Base Aérea de e novas acessibilidades,
Beja. Foi, assim, apresentado o progra- apostando na actualidade
ma de voo deste ano ao Comandante dos conteúdos e num registo
Operacional da Força Aérea, para no histórico que se pretende
dia 14 do mesmo mês ter sido iniciada seja mantido e, se possível,
oficialmente a época, na Base Aérea de ampliado. Das funcionalida-
Sintra, perante o Chefe do Estado-Maior, des agora disponíveis des-
General Luís Araújo. tacam-se a “newsletter” que
No que diz respeito às exibições públi- permite a recepção das mais
cas, os “Asas” irão actuar em Portugal e recentes actualizações, a sec-
no estrangeiro, marcando uma vez mais ção Historial da Equipa e a
presença em vários certames de renome Galeria Fotográfica.
internacional, tendo-se já exibido, no Fes- É desta forma, continuando
Foto: Asas de Portugal
1SAR Guerreiro; 1SAR Silva; 2SAR Tei- 26 a 28 SETEMBRO ESPANHA Fiesta al Cel, Barcelona
xeira; CAdj Leça; CAdj Lutas; CAdj OUTUBRO BEJA Encerramento da época, Dia da BA11
Envie o cupão (ou fotocópia) pelo correio, acompanhado de cheque/vale postal no valor da encomenda,
|
para: Revista “Mais Alto” – Avenida da Força Aérea Portuguesa – 2614-506 AMADORA
– |
POSTERS
|
(42x29,7 cm)
|
020 Max-Holste 1512 Broussard • 021 Harvard Mk IV • 022 SA-330 Puma
• 023 FTB-337G • 024 C-130 Hercules • 025 PV-2 Harpoon • 026 RT-33A •027
Código Postal
Alpha Jet (c/pintura Tigre) • 028 Alouette III • 029 DH-82A Tiger Moth • 030 A7-P
Corsair II • 031 T-6 Harvard • 032 PV-2 Harpoon (foto p/b) • 033 TB.30 Epsi-
lon • 034 P-3P Orion • 035 EH-101 Merlin • 036 Tiger Moth • 037 Alpha Jet –
Parelha da Cruz de Cristo • 038 Alouette III • 039 Alpha Jet – Esq. 103 – 50 Anos
• 040 F-16B/MLU • 041 C-212/100 Aviocar – 50 Anos • 042 EH 101 “Merlin” •
043 F-16B/MLU • 044 FTB-337G • 045 T-27 “Tucano” – Esq. da Fumaça •
046 Alouette III • 047 DHC-1 Chipmunk • 048 Alouette III – Rotores de Portugal
• 049 Hawker Fury • 050 F-16MLU • 051 SA-330 PUMA • 052 C-130 Hércules •
|
053 Alpha Jet – Asas de Portugal • 054 Alouette III – Rotores de Portugal •
|
055 C-130 Hércules – 30 Anos de Operação • 056 TB.30 Epsilon (Branco) •
|
057 TB.30 Epsilon (Cinzento escuro) • 058 F-16AM e Alpha Jet
Artigos a encomendar
Pr. Un.: € 1,25 (Despesas de envio: € 1,25*) *até 5 unidades
|
|
LIVROS
|
|
Localidade
Heróis e Heroínas da Aviação Autor: Bernard Marck Edição: Chaves Ferreira
Morada
Nome
Publicações – 221 págs • PVP.: € 45,00. Assinantes da Revista Mais Alto € 36,00
Telef.
(Despesas de envio: € 5,25)
Asas de Portugal – História da Maior Patrulha Acrobática
Militar Portuguesa Autor: Cte. José Munkelt Gonçalves Edição:
Aero Fénix – 167 págs • Pr.: € 10,00 (Despesas de envio: € 2,00)
Igreja de Nossa Senhora do Rosário – Templo da Força
Aérea Portuguesa Autor: Carlos Serejo Edição: Força
Aérea Portuguesa – 200 págs •Pr.: € 15,00
(Despesas de envio: € 5,00)
Esquadra 501 – 30 Anos 1977-2007* Edição: Esquadra 501,
Força Aérea Portuguesa – 167 págs • Pr.: € 25,00 (Despesas
de envio: € 5,00) *Encomendas pelo telefone 214723511
Esquadra 502 – 50 Anos 1955-2005 Edição: Esquadra 502,
Força Aérea Portuguesa – 165 págs • Pr.: € 20,00 (Despesas
Assinatura
de envio: € 5,00)
MAIS ALTO
Desejo assinar a revista Mais Alto durante 1 ano (seis edições): 11,00 € (Portugal), 18,50 € (União Europeia), 24,50 € (Outros países)
OPERAÇÕES
AERONÁUTICAS
EM INFRA-ESTRUTURAS
T EXTO : TCor TMAEQ José Cardoso Mira RODOVIÁRIAS
A semelhança entre um troço recto de uma infra-estrutura ro-
doviária (estrada) e uma pista aeronáutica é evidente, levando
a que, para além da ocorrência de uma ou outra aterragem
de emergência, diversas forças aéreas executem operações
aéreas de combate a partir daquele tipo de infra-estruturas.
O presente artigo pretende transmitir alguma informação so-
bre o tema.
Foto: SAAB/ K. Tokunaga
JAS 39 “Gripen”
suecas serão, em tempo de guerra, dis- Como se verá, nem só este país nórdico
persas por aeródromos camuflados, apro- opera em troços de estrada preparados.
veitando as florestas do país e troços de Outras forças aéreas do mundo fazem-
estrada anteriormente preparados, em -no igualmente, independentemente de
vez de ficarem em bases perfeitamente possuírem, também, bases aéreas “nor-
Foto: SAAB/Peter Liender
E
-Pacto de Varsóvia). Refira-se que todos do seu equipamento de apoio e ainda
m tempos, na “Mais Alto”, foi pu- os caças de origem sueca têm sido pro- do pessoal indispensável à sua operação
blicada uma carta do autor destas jectados para tais operações e para se- e manutenção tem sido uma preocupa-
linhas, motivada pelo artigo “Adeus rem regenerados para combate, num ção das aviações militares, pretendendo
ao Viggen” (“Mais Alto”nº 354), na qual se tempo mínimo (10 minutos, no caso do evitar-se situações semelhantes à ocorri-
referia que uma característica da Flygvap- Gripen), por uma equipa constituída por da em 1967 com várias forças aéreas
net (FA Sueca) é a adopção do conceito um militar do quadro permanente e seis árabes, as quais foram praticamente di-
da dispersão em detrimento do "conceito conscritos (a Suécia mantém o serviço zimadas no solo por uma operação de
do betão", ou seja, as unidades aéreas militar obrigatório, mesmo na Aviação). luta aérea ofensiva ar-solo levada a ca-
A este respeito, abrimos aqui um pa- calor, uma parte do pavimento daquela
rêntesis pessoal que pretende ilustrar a pista desactivada cedeu, tendo-se enter-
questão: quando se organizou o primei- rado parcialmente a roda do trem prin- Montijo, Tiger Meet –1987
ro Tiger Meet em Portugal, que teve lugar cipal direito. Não vamos escalpelizar as apresentarão as características necessá-
na Base Aérea nº 6, no Montijo, associa- operações efectuadas nas dez horas se- rias para operações aeronáuticas. Os
do às comemorações do Dia da Força guintes, necessárias para que, no dia do seus pavimentos (camadas de desgaste,
Aérea de 1987, foi necessário, a dado festival aéreo, o público pudesse apreciar de regularização, de base e de sub-ba-
momento, preparar a exposição estática tal aeronave. Bastará dizer que foi neces- se) e as fundações de pavimentos (leito
de aeronaves, a integrar no festival aé- sário remover o combustível do avião para do pavimento e aterro ou terreno natu-
reo do fim-de-semana, exposição que en- aliviar o peso (defuelling), tendo previa- ral) terão de resistir convenientemente às
volveria várias dezenas de máquinas, na- mente que fazer avançar as asas de fle- solicitações, transmitidas pelos trens de
cionais e estrangeiras. Começaram os cha variável (pondo em marcha um dos aterragem dos aviões, sem deformações
reboques dos aviões das suas placas nor- reactores do avião), bem como colocar permanentes ou fendilhamentos. Para que
mais para a antiga pista 14-32, há muito chapas metálicas à frente das rodas, ser- uma aeronave possa operar em seguran-
fechada, usada apenas para a prática de vindo de rampa, e puxar com o tractor ça sobre um dado pavimento, é neces-
do reactor, em intercepções a
grande altitude.
Singapura: a Republic of Sin-
gapore Air Force é uma das
forças aéreas qualitativamente
mais fortes do Extremo Oriente,
F-5E Tiger II, Força Aérea Suíça
caracterizando-se por ter uma
terrenos semi-preparados, recorrendo, por grande percentagem das suas aeronaves
exemplo, a pneus de baixa pressão e até, em destacamento permanente no estran-
no caso do MiG-29, a tampas protecto- geiro, devido às limitações do seu espa-
ras para as entradas de ar dos reactores ço aéreo (F-16, KC-135 e CH-47 nos EUA,
(durante o seu funcionamento, não com A-4 em França, S-211 e Super Pumas na
o avião estacionado, como é vulgar). Austrália). A RSAF leva a efeito, de quatro
Obviamente, o ar terá que entrar por ou- em quatro anos, um exercício que trans-
tro lado, no caso por umas entradas au- forma a Lim Chu Kang Road, naquela ci-
xiliares situadas no topo das condutas de dade-estado, numa pista de emergência
Foto: Stefan Degraef/Edwin Borremans
ar dos motores. Após a descolagem, com de uma base aérea próxima. No último
a recolha do trem, abrem as tampas e exercício, aviões F-16, A-4SU, F-5S/T e
fecham as entradas auxiliares. E-2C executaram um total de 20 descola-
Suíça: este país iniciou em 1970 as suas gens, aterragens e “toca-e-andas” naquela
operações aéreas em estradas, quando rua de seis faixas (2500 m de compri-
aviões Venom usaram um troço da auto- mento e 24 m de largura), em 18 minu-
F-5E Tiger II, Força Aérea Suíça -estrada entre Berna e Lenzburg, locali- tos. A preparação da rua envolveu seis
operações aeronáuticas em infra-estrutu- zado perto de Õnsingen. A rede de auto- entidades civis e iniciou-se dois meses an-
ras rodoviárias, além do sueco, referire- -estradas suíça foi planeada de modo a tes do exercício, com a poda das árvores
mos: possuir, em vários pontos, troços recti- mais próximas. Os semáforos, sinais de
NATO: para além dos Harrier britâni- líneos de cerca de 2 km, nos quais as trânsito, paragens de autocarro e can-
cos, que praticavam na Alemanha e na guardas de segurança normais foram deeiros da rua, sendo aparafusados, fo-
Noruega, com frequência, a dispersão substituídas por cabos de aço que po- ram desmontados.
“campestre”, os países da NATO parecem dem ser removidos em poucas horas. A Além dos exemplos referidos, é muito
não ter levado a cabo, antes dos anos última vez que se realizou este tipo de provável que outras forças aéreas proce-
90, muitas operações aéreas em troços exercício terá sido em 1991, no cantão dam a operações semelhantes, nomea-
de estrada. São casos excepcionais a de Ticino, com caças Hunter e, posterior- damente aquelas de países inseridos em
operação de vários C-130 numa auto- mente, muitos daqueles troços foram des- regiões conflituosas. Por razões óbvias,
-estrada próxima de Estugarda, em 1978, classificados. Ainda a respeito da Suíça, não é feita publicidade das mesmas.
FASE DE PLANEAMENTO
Durante a visita de reconhecimento efec-
tuada em Janeiro, foram determinadas as
necessidades de apoio e delineado o acor-
do de responsabilidades de cada nação.
Num espaço de dois meses foram
aprontadas as infra-estruturas de apoio
e seleccionadas equipas de ligação que
efectuaram o planeamento detalhado do
destacamento. Da esquerda para a direita, TCor Paulo Ropio com o TGen Gerard van Caelenberg, o Comandante da
Para a manutenção belga foram dispo- BA11, Cor Soares de Almeida, e oficiais belgas durante a visita à ESQ 601
nibilizados espaços junto da manutenção (quatro F-16BM e três F-16AM) com o apoio 601, recentemente colocada na Base de
de Alpha-Jet, enquanto que a componen- de quatro C-130 belgas. Beja.
te das operações (pilotos e pessoal de Para além daqueles meios, uma equipa O alcance total dos objectivos só foi pos-
apoio à missão) ocuparam quatro salas avançada foi destacada por via terrestre sível através da actividade aérea intensiva
no edifício da Esquadra 103. em oito camiões e quatro carrinhas. realizada, planeada e executada sem inter-
Para além disso foi providenciado es- No total os F-16 belgas efectuaram 86 ferir na operação das restantes aeronaves
paço para a instalação de uma cozinha saídas e realizaram 97H45 horas de voo. colocadas em Beja.
de campanha que serviu as refeições ao No que diz respeito à manutenção fo- Uma vez mais foi amplamente reconhe-
destacamento belga. ram efectuadas algumas acções inopina- cido pelos participantes o excelente apoio
Todos os militares belgas ficaram alo- das a diversas aeronaves, no entanto, recebido, no período de preparação, ins-
jados numa unidade hoteleira da cidade sem qualquer implicação no cumprimen- talação, execução e retirada do destaca-
de Beja. to cabal da missão. mento.
MISSÃO DE SOBERANIA
CRUZEIRO AÉREO ÀS COLÓNIAS, 1935-36
TEXTO : 1Sar Pedro Manuel Ferreira* Dos nove aviões à descolagem, apenas três regressariam à me-
FOTOS : Arquivo Histórico da FA
trópole em voo. Nem a perda de um aparelho em plena floresta
tropical e a intoxicação de parte dos tripulantes, provocada pela
inalação dos gases dos motores, impediram a realização dos
objectivos de uma viagem de soberania à periferia do Império,
numa altura em que a Alemanha de Hitler e a Itália de Musso-
lini lançavam olhares de cobiça sobre Angola e Moçambique...
Vickers nº 202 “Águia”. De notar o pára-
-brisas do “tipo GEAR” instalado no lugar
do navegador, uma quase excepção nos
aviões que integraram o Cruzeiro
N
NUVENS NEGRAS SOBRE O IMPÉRIO sões, havendo lugar à manutenção neces-
o Outono de 1935, o capitão Fer- sária à cooperação com aquelas e ainda
nando dos Santos Costa, na qua- “de um embrião de aviação independente,
Em Luanda, o comandante do CAC, Coronel
lidade de conselheiro do Presiden- constituído por formações de caça e forma-
Cifka Duarte (à direita) trocando impressões
com o Governador-Geral de Angola te do Conselho, Dr. Oliveira Salazar, para ções de bombardeamento” que pudesse ser
os assuntos técnico-militares, concluía um posta à disposição do alto comando e co-
primeiro estudo relativo à organização e laborar no plano de defesa aérea do terri-
rearmamento do Exército, onde se incluía a tório. Mas no estudo por si apresentado, a
Arma de Aeronáutica. Considerando a Es- defesa das colónias não era referenciada,
panha, no continente europeu, “um inimi- apesar das conhecidas ameaças que sobre
go tradicional poderoso” de Portugal, San- elas recaíam, com especial relevo para An-
tos Costa defendia a organização de um gola e Moçambique.
exército de terra “capaz de resistir a todas Efectivamente, logo em princípios de 1935,
as tentativas de violação” por parte do vizi- Oliveira Salazar fazia alusão aos “olhares
nho ibérico. O seu plano assentava na aqui- cobiçosos que a Alemanha de Hitler” ia lan-
sição de material para equipar cinco divi- çando sobre aqueles dois territórios e que
NOVOS FACTOS
E VELHOS MITOS
T EXTO : Dr. José Manuel Correia NA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO MILITAR PORTUGUESA
Col. General Machado de Barros
Curtiss Mohawk
T
DA AERONÁUTICA MILITAR entre 17 de Outubro e 26 de Dezembro do mar e chegaram a Lisboa gravemen-
em sido repetidamente afirmado (até de 1941, três voos de ensaio do tenente te danificados” e que a extensão das cor-
por nós, nestas páginas, em Setem- Oliveira Seixas no Curtiss de matrícula rosões nas células e nos motores era de
bro de 2002) que a impossibilida- RAF AR636, matrícula que não tinha sido molde a impossibilitar a recuperação dos
de – imposta pelas hostilidades na Eu- mencionada até agora nas obras de aparelhos, ao contrário do que inicialmen-
ropa – de fornecimento dos Spitfire Mk. I, referência. Poderá ser o AR636 o décimo te se pensara. Acrescenta que “a única re-
que Portugal encomendara e pagara em sexto Curtiss entregue a Portugal? cuperação que se apresenta possível é
1939, ditou a entrega à Aeronáutica Mi-
litar de quinze monoplanos Curtiss Mo-
hawk (Curtiss Hawk 75 A4) no Outono
de 1941. A análise recente de um micro-
filme americano disponibilizado pela “Air
Force Historical Research Agency” revela,
contudo, um cenário diferente: num dos
documentos secretos, datado de 29 de
Agosto de 1942, faz-se o resumo de uma
entrevista ao coronel William Shipp, anti-
go Adido Militar em Lisboa, em que este
oficial refere ter a Grã-Bretanha “envia-
Col. Gaspar Leite de Castro
– e danos noutros três. Enquanto se ten- possível substituir os cinco aviões danifi- estado lastimável anteriormente descrito!
tava recuperar estes últimos, os outros cados no transporte, como não seria A consulta no AHM do mapa de encar-
sete Mohawk davam entrada nas OGMA feita qualquer outra entrega de cinco apa- gos relativos à “Verba de Rearmamen-
para serem sujeitos a revisão geral de relhos de reforço, pois não existiam Cur- to do Exército” mostra que o Ministério da
motor, depois do técnico americano, en- tiss disponíveis nos inventários da RAF. Guerra inscreveu a “compra de dezasseis
viado a Alverca, ter aconselhado a reali- O Air Ministry pergunta então ao Minis- Mohawk e dois Masters” nas rubricas dos
zação urgente desses trabalhos. tério da Guerra se podia aceitar, em al- anos de 1941 e 1942 e que contemplou
O Subsecretário de Estado da Guerra ternativa, a oferta de seis Spitfire Mk. I e a compra de cinco Mohawk na verba re-
faz saber ao Adido Militar em Londres que, Santos Costa responde que concorda com lativa a 1944. É neste ano que o capitão
acreditando na rápida substituição pelo essa entrega se a ela “se suceder uma Brilhante Paiva instala a Esquadrilha Expe-
Air Ministry dos cinco caças danificados remessa de mais quatro aparelhos do dicionária em S. Miguel com catorze Mo-
no transporte, pedira a entrega de outros mesmo tipo para completar a esquadrilha hawk, nos quais se contam os aviões da-
cinco para assim “poder constituir nos Aço- e suitbstuir os cinco Mohawk danificados nificados no transporte em 1941. Assim,
res duas Esquadrilhas de Caça a nove durante o transporte marítimo”. Se tal parece claro que o pagamento à Grã-
aviões cada e um de reserva”. Visava-se, fosse possível, teríamos nos Açores uma -Bretanha dos cinco aviões danificados
deste modo, a substituição dos Gladiator Esquadrilha equipada com os Curtiss, só terá tido lugar depois de efectivamen-
das Esquadrilhas Expedicionárias que es- em Rabo de Peixe, e outra com Spitfire te recuperados nas OGMA, com peças e
tavam “praticamente fora de serviço, uma Mk. I nas Lajes, ambas a dez aviões. Se os motores fornecidos pelos Aliados. Re-
vez que não fora possível contar com o dez Spitfire não pudessem ser fornecidos, sulta também claro que estes aparelhos
fornecimento pelas autoridades inglesas o Ministério “aceitaria, embora com muito foram realmente pagos pelo Ministério
dos necessários sobressalentes de subs- menor interesse, apenas os seis aviões da Guerra e não fornecidos ao abrigo
tituição”. A Aeronáutica Militar desejava que “destinaria, exclusivamente, à instru- de qualquer acordo de cooperação num
criar em S. Miguel, Rabo de Peixe uma ção”. Santos Costa termina a nota diri- esquema de tipo “lend-lease” como viria
esquadrilha a 9+1 aviões com os Mohawk gida ao Adido em Londres dando instru- a suceder no Outono de 1943.
OS SAVOIA-MARCHETTI S.55
NOS CRUZEIROS DO MEDITERRÂNEO
OCIDENTAL E ORIENTAL,
E UMA MISSÃO DE SOCORRO NO ÁRTICO
T EXTO : Major PIL Adelino Cardoso
O
CRUZEIRO DO MEDITERRÂNEO OCIDENTAL
General de Milícia Italo Balbo foi
nomeado Secretário de Estado
da Aeronáutica do Governo Ita-
liano de Mussolini em 6 de Dezembro de
1926. Tendo assumido como objectivo prin-
cipal mostrar ao Mundo a soberba capa-
cidade da indústria aeronáutica italiana,
apercebeu-se que os empolgantes raids de
aviões isolados estavam a esgotar a carga Orbettello, colocação na água do Savoia-Mar- S.M. 55
chetti S.55
de romantismo e aventura que punha as
multidões em delírio. Tornaram-se, pratica- 25 de Maio de 1928, os 60 hidroaviões le- O “Cruzeiro do Mediterrâneo Ocidental”
mente, triviais, perdendo assim a chama vantaram voo, dirigindo-se para a Lagoa foi um enorme sucesso da indústria aeronáu-
que mobilizava a atenção mundial. de Elmas, na Sardenha. tica italiana. Até então nunca se tinha posto
Bem ao jeito da sua personalidade, Bal- No dia 27, a esquadra aérea prosseguiu no ar uma formação aérea com tão grande
bo considerou que para reavivar a atenção para Pollensa, nas Ilhas Baleares, onde, à número de aeronaves. Também pela primei-
que estava a esmorecer, era necessário al- chegada, tiveram guarda de honra compos- ra vez no Mundo, uma viagem aérea foi do-
go de muito espectacular. Optou, então, pe- ta por aviões espanhóis, que os acompa- cumentada pela Autoridade Aeronáutica Ita-
los inéditos cruzeiros de esquadras aéreas nharam até à amaragem. Neste percurso, liana e acompanhada por jornalistas.
com grande número de aeronaves, a que um dos Savoia-Marchetti S.55 teve proble- Foi uma esplêndida acção de propagan-
chamava de “crociera di massi”. mas com um motor, que conseguiu superar da, muito bem aproveitada politicamente
Para concretizar tão petulante e, sem dú- e amarar normalmente em Pollensa. No dia por Mussolini, que esteve presente à chega-
vida, corajoso projecto, Italo Balbo encarre- 28, as seis dezenas de hidroaviões voaram da a Orbetelo, acompanhado de vistosa co-
gou o General de Brigada Francesco De Pi- até Los Alcazares, no Sul da Península Ibéri- mitiva, na qual se incluía o Ministro e Ge-
nedo – um herói nacional que se notabilizou ca, onde, apesar de algumas peripécias de- neral de Milícia Italo Balbo, que ali mesmo,
nos voos Roma-Melbourne-Toquio-Roma e vido ao vento forte, todos amararam sem se entre foguetório e música, foi nomeado Ge-
“Cruzeiro das Duas Américas” –, do planea- registarem danos. No dia 31 a esquadra ru- neral de Esquadra Aérea, recebendo todos
mento do “Cruzeiro do Mediterrâneo Oci- mou para Norte, ao longo da costa ibérica, os louros da concepção do cruzeiro, que, em
dental”, em que seriam postos a voar em a caminho de Puerto Alfaques, a Sul de Bar- verdade, eram mais devidos ao ilustre avia-
simultâneo 60 hidroaviões, dos quais 50 bi- celona. Apesar das más condições meteoro- dor Francesco De Pinedo. Numa tentativa
planos monomotores Savoia-Marchetti S.59 lógicas, a esquadra prosseguiu no dia 1 de de o acomodar à injustiça e a título de con-
bis, um Cant 22, um Savoia-Marchetti S.62 Junho para Marselha, onde fez uma espec- solação, foi-lhe oferecido um lugar na admi-
e oito Savoia-Marchetti S.55, estes últimos tacular passagem sobre a cidade, escoltada nistração da fábrica Savoia-Marchetti.
destinados ao transporte de individualida- por aviões militares franceses. Amararam na Pese embora as manobras tortuosas e as
des e jornalistas, socorro e oficina. Lagoa de Berres, perto da cidade francesa. intrigas políticas, certo é que o “Cruzeiro do
O cruzeiro teve início na Lagoa de Or- No dia 2 de Junho regressaram a Itália, Mediterrâneo Ocidental” teve um notável im-
betello, a Norte de Roma, onde a enorme à Lagoa de Orbetello, após uma triunfal via- pacto internacional. Muitos países mostra-
esquadra se reuniu. Na madrugada do dia gem de 2.804 km. ram-se interessados em negociar a aqui-
TB-30 EPSILON
AS NOVAS CORES
T EXTO E M ODELO : TCor ENGAER Bernardino Santos F OTOS : 1SAR David Chaves
Foto: Ten Goulart
Cockpit do Epsilon
HELICÓPTEROS
DE ATAQUE DA ACTUALIDADE
I Parte
O
T EXTO : Fórum 9G’s
conceito de uma aeronave de asa rota-
tiva é bastante antigo, remontando a
primeira referência ao livro chinês "Pao
Phu Tau" datado do séc. IV. O livro descreve um
carro voador de madeira equipado com um me-
canismo original: tiras de couro presas a uma
lâmina rotativa, cujo movimento fazia o carro
sair do solo. De acordo com os estudiosos, é
bem provável que tais planos dissessem respei- AH-1G AH-1W
to a um brinquedo. Contudo, historicamente, es-
ta é a primeira referência concreta ao que hoje
entendemos por helicóptero. Mas é com Leo-
nardo da Vinci, por volta de 1490, que o con-
ceito toma forma. O génio italiano desenharia
©Foto: US Marines Corp
Tiger ARH
© Eurocopter
5º Aniversário do Núcleo de Voluntariado do HFA Força Aérea participa no “Spring Break Festival”
O Núcleo de Voluntaria- A Força Aérea esteve presente no “Spring Break Festival 08”
do do Hospital da Força que decorreu de 24 a 29 de Março, na praia da Tocha.
Aérea comemorou, no Este evento, de carácter desportivo, recreativo formativo e lú-
passado dia 11 de Mar- dico, é especialmente direcciona-
ço, o 5º Aniversário. Nu- do para estudantes, com idades
ma confraternização pro- compreendidas entre os 17 e 23
movida pelo Comando da anos. O conjunto de actividades
Base do Lumiar e Direc- levadas a efeito visa promover o
ção do Hospital da For- contacto intercultural, a prática des-
ça Aérea, esteve presente o Comandante do Pessoal da Força portiva de diversas modalidades
Aérea, Tenente-General Victor Morato. As palavras proferidas, e prestar informação sobre as
quer pelo TGen Morato quer pela Coordenadora do Núcleo, possíveis saídas profissionais que
mostraram bem o apreço pelo trabalho dos voluntários, de- o mercado de trabalho oferece aos
senvolvido ao longo destes cinco anos de actividade. jovens.
Aniversário do CFMTFA
Foto: Ten Carlos Garcia
Força Aérea no Festival Aéreo de Portimão Exercício cinotécnico “FAP 2008 Kanicross”
A Força Aérea Portuguesa esteve presente na primeira edição Decorreu no período de 28 a 30 de Abril, no Aeródromo de
do “Portimão Air Festival” que decorreu entre os dias 25 e 27 Manobras nº 1, em Ovar, o exercício cinotécnico “FAP 2008
de Abril. Para além da presença no local de uma viatura de Kanicross”, em que tomaram parte 27 binómios pertencen-
divulgação do Centro de Recrutamento e de uma pequena tes às Unidades da Força Aérea com meios cinotécnicos.
exposição do Museu do Ar, a Força Aérea esteve representada O exercício que se realiza anualmente desde 2004, tem por
com a patrulha acrobática “Rotores de Portugal” com helicóp- finalidade avaliar o grau de preparação das equipas cino-
teros Alouette III, caças F-16 que efectuaram três passagens técnicas envolvidas na Segurança Interna e Defesa Imediata
sobre o rio Arade e um helicóptero EH-101 que realizou uma das Unidades e Órgãos da Força Aérea, assim como susci-
demonstração de salvamento sobre a água. tar e desenvolver nos militares da Polícia Aérea ligados aos
cães uma saudável competição que contribua para melho-
Foto: LPF
Promoção a Major-General
O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General
Luís Araújo, presidiu no dia 8 de Maio, no Salão Nobre
do EMFA, à cerimónia de promoção a Major-General
do Coronel ENGAED Hélder Duarte de Barros e Brito,
que assumiu as funções de Director de Infra-estruturas.
92º Aniversário da Base Aérea de Sintra Força Aérea e o Banco Espírito Santo assinam protocolo
Realizou-se no dia 14 de Maio, em Sintra, a cerimónia No dia 19 de Maio,
militar do Dia da Unidade da Base Aérea nº 1 (BA1), pre- em Monsanto, teve lu-
sidida pelo Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Ge- gar a assinatura de um
neral Luís Araújo. protocolo entre a For-
ça Aérea e o Banco
Espírito Santo (BES).
A Força Aérea esteve
representada pelo Che-
fe do Estado-Maior,
General Luís Araújo,
e o BES pelo Presiden-
te da Comissão Executiva, Dr. Ricardo Salgado.
Exercício NEWFIP03-08
Decorreu, até ao dia 15 de Maio, o Exercício NEWFIP03-08 (NA-
TINADS WARFARE FORCES INTEGRATION PERIOD) que tem como
objectivo a preparação de forças adstritas ao sistema de defesa
Após a alocução pelo comandante da BA1, seguiram-se aérea sob responsabilidade da NATO em ambiente de guerra
a rendição do Porta-Estandarte Nacional e do Porta- electrónica.
-Guião da Unidade e a homenagem aos mortos. Neste exercício, preparado em conjunto pelos CAOC 10 (Mon-
A terminar a cerimónia, teve lugar o desfile das Forças santo) e CAOC 8 (Torrejón – Espanha), estiveram envolvidos meios
em Parada, o sobrevoo do local por aeronaves da Base aéreos da Força Aérea Portuguesa (F-16 das Esquadras 201 e 301,
de Sintra e a exibição da patrulha “Asas de Portugal” que e C-212 da Esquadra 502), da Força Aérea Espanhola (EF-2000,
abriu oficialmente a época de demonstrações. C-101, Mirage F-1 e F-5), da NATO (E-3A e Falcon 20) e vários
meios navais da Marinha Portuguesa.
Equipa dos “Asas de Portugal” posam com o
No terreno, estiveram ainda empenhados diversos sistemas de em-
Gen CEMFA, VCEMFA, Gen COFA pastelamento de guerra electrónica e simuladores de mísseis.
e Comandantes da BA1 e BA11
Foto: L. Calliaro
OBITUÁRIO
Cap TOCC Manuel do Carmo Peres (22-10-2007) • SAj MMA António Nunes Serras (19-01-2008) • SCh MMA António José Rodrigues
Rita (29-01-2008) • SAj MELEC Guilherme Jorge da Fonseca (29-01-2008) • Cor PILAV Manuel José da Silva Morais Sarmento (02-02-
2008) • 1Sar MMA Horácio Fernandes de Oliveira (12-02-2008) • SAj PA Vítor Manuel de Almeida Esteves (15-02-2008) • Cor PILAV
José Jaime Caldeira Bargão (23-02-2008) • Cap TMMEL Jorge Inocêncio Rodrigues (23-02-2008) • Cap TABST Francisco do Rosário da
Conceição Florindo (12-03-2008) • Cap PIL José Ribeiro Relvas (17-03-2008) • TCor PILAV João Carlos de Oliveira Marinho Falcão
(20-03-2008) • Gen PILAV Carlos Galvão de Melo (20-03-2008) • SCh OPCOM João Guilherme Pinto (24-03-2008) • SAj MMA José Ma-
nuel Vinhas Ribeiro (01-04-2008) • Cap TODCI Fernando José de Carvalho Duarte (02-04-2008) • SAj SS José Caetano Tomé (10-04-
2008) • SAj SAS Gregório Ferreira Soares (11-04-2008) • 1Sar MELEC João dos Santos Aguiam Serra (12-04-2008) • SAj MELEC Militão
Manuel Cabral de Sousa Aragão (19-04-2008) • Cap TMMA António Henriques dos Santos Boto (21-04-2008) • 1Sar AMA Jacinto de
Jesus Tavares (21-04-2008)
4!5%2/1%23!?B%2,%-2!(22%,)41.2,%$(!-3%/!'!,%-3.#.,#!13>.$%#1@$(3..431!-2&%1A-#(!"!-#=1(!
7