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Sumário

Módulo 1 – Geografia Humana......................................................................................................................................2


Aula 1 - História da Geografia.....................................................................................................................................2
Aula 2 – Conceitos Fundamentais da Geografia.........................................................................................................4
Aula 3 – Urbanização no Espaço Mundial..................................................................................................................9
Aula 4 – Urbanização no Espaço Mundial................................................................................................................14
Aula 5 – Urbanização no Espaço Brasileiro – Rede urbana brasileira......................................................................20
Aula 6 – Urbanização no Espaço Brasileiro – Dinâmica intraurbana das metrópoles.............................................35
Aula 7 – Dinâmica demográfica mundial e distribuição geográfica da população..................................................43
Aula 8 – Dinâmica demográfica brasileira e estrutura etária..................................................................................55
Aula 9 – Migrações no Espaço Mundial....................................................................................................................68
Aula 10 - Migrações no Espaço Brasileiro.................................................................................................................80
Módulo 2 – Geografia Econômica................................................................................................................................89
Aula 1 - A divisão internacional do trabalho e o reordenamento territorial pós-fordista......................................89
Aula 2 – Globalização e Integração Regional...........................................................................................................96
Aula 3 – Atividade Industrial no Brasil.....................................................................................................................99
Aula 4 – Atividade Industrial no Brasil...................................................................................................................105
Aula 5 – Fontes de Energia no Mundo...................................................................................................................112
Aula 6 – Fontes de Energia no Brasil......................................................................................................................124
Aula 7 - A logística no Espaço Mundial e Brasileiro...............................................................................................135
Aula 8 – O Espaço Agrário mundial........................................................................................................................150
Aula 9 – Espaço Agropecuário Brasileiro................................................................................................................160
Aula 10 – Espaço Agrário Brasileiro........................................................................................................................169
Módulo 3 – Geografia Política....................................................................................................................................177
Aula 1 – Geopolítica................................................................................................................................................177
Aula 2 – Geopolítica................................................................................................................................................185
Aula 3 – A Integração do Território e a faixa de fronteira.....................................................................................197
Aula 4 - Ordenamento territorial no Brasil............................................................................................................209
Aula 5 – Biomas e domínios morfoclimáticos........................................................................................................217
Aula 6 – Recursos hídricos e geopolítica hidrográfica............................................................................................227
Aula 7 - A Ordem Ambiental Internacional............................................................................................................239
Aula 8 – Lei Ambiental brasileira............................................................................................................................247
Aula 9 – O Espaço Amazônico.................................................................................................................................258
Aula 10 – Regionalização Brasileira (Nordeste e Centro-Sul)................................................................................276
Módulo 1 – Geografia Humana

Aula 1 - História da Geografia


MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1997. Páginas 44-129
SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1997.
O significado da Alemanha para a gênese da Geografia Moderna- Raquel Maria Fontes do Amaral Pereira
Milton: Por uma Outra Globalização; Brasil, Território e Socidade no início do séc. XX!; cap.2 e 3; A Natureza do Espaço (livro pesado)

Ler a introdução da tese do Adriano Botelho; segregação espacial de São Paulo e dissertação, que fala sobre
alteração na indústria

Geografia, uma gênese grega e outra alemã.

É um campo de estudo milenar, mas o programa está pautado na geografia moderna, aquela que nasceu e
institucionalizou-se no que viria ser a Alemanha

A geografia moderna nasce no século XIX.

Eratóstenes mediu a circunferência do planeta em 194 A.C é obvio que ele estava tratando de geografia, mas ele era
matemático.

A geografia é multidisplinar, mas no século XIX ela está em busca do seu objeto. Naquele momento não valoriza a
multidisciplinalidade, pelo contrário, está olhando para seu objeto.

Kant não pode ser considerado pai da geografia porque era um filósofo.

No século XIX, Humbolt e Ritter, pais da geografia, são influenciados por Kant, todos prussianos.

O positivismo defendia a tese da separação das ciências: volume cada vez maior de informações; não tinha como
tratar tudo ao mesmo tempo.

A Alemanha estava em formação, a questão do território para ela era fundamental. A França de certa forma tinha o
território mais delineado, a Itália é uma península. Assim como Portugal, Inglaterra e Espanha.

A alemanha valoriza o território mais que qualquer coisa. Existe o povo alemão, mas e o território?

A definição de território alemão vem depois da nacionalidade; no caso do Brasil é o contrário: não nesce como
nação, mas como território.

A Geografia se institucionaliza, ou seja, ganha status científico no século XIX com Alexander von Humboldt e Karl
Ritter. A diferença é a migração dos relatos de viagem por uma perspectiva explicativa, sistemática e científica. O
movimento responsável por esta tendência é o positivismo.

Geografia é marcada por dualidades. Formação do Ritter é mais próxima da geografia humana e política, enquanto o
Humboldt, muito rico, tinha formação botânica e mais relação com a geografia física. Ritter era de gabinete.

Em paralelo à formação da geografia como ciência há uma profusão de sociedades de geografia na Europa. Eram
pessoas que viajavam o mundo para coletar dados, muitas vezes a favor do Estado. Eram aventureiros que
prestavam serviço importante à Coroa. A Questão crítica é mais recente e muito forte no Brasil.

Ratzel e o Espaço Vital - Lebensraum

Os dois livros de Ratzel são de 1882 e 1897

Foi muito influenciado pelo Darwin, tem formação em zoobotânica

A base do estudo dele é que se determinado territário não cabe, então a expansão territorial é justificável.
Ele era determinista: as condições naturais levam a determinação da situação humana. Não se trata de imperialismo,
é algo necessário.

Lablash tem que responder a tese expansoionista do Ratzel, mas está em situação complicada, pois a França
também estava em expansão.

Obs.: quanto mais volta no tempo, mais as condições naturais são importantes. À medida que a tecnologia avança o
determinismo reduz, mas isso não quer dizer que atualmente não haja determinismo. Determinismo é explicar as
condições humanas a partir da condição natural.

Se uma determinada área não atende, então eu devo buscar mais território: base da tese do Ratzel.

O conceito do La Blache: a natureza oferece possibilidades (possibilismo) que divcersos grupos humanos vão
aproveitando e desenvolvendo técnicas: gênero de vida. A situação tecnológica entre França e Indochina é de
superioridade francesa; o argumento era de que a ocupação se dava para levar a tecnologia francesa. Servia à
legitimação dos objetivos do estado francês.

Ambos defendiam interesses de seus respectivos estados

La Blache era eurocêntrico, ele era defensor do imperialismo

Apenas no final da segunda guerra é que a geografia francesa passa a denunciar os desmandos imperialistas, a partir
da geografia crítica.

Obs.: Humbolt e Ritter são os pais da geografia moderna, mas não uma escola de pensamento: a primeira foi o
determinismo; possibilismo; método regional; pragmática ou teórica; geografia crítica; fenomenologia

Método Regional

A discussão relevante não está relacionada à condição da natureza, cabe ao geógrafo estudar as diferenciações do
espaço geográfico para verificar os impactos.

Obs.: à medida que a urbanização aumenta, mais difícil é explicar a geografia pelos métodos tradicionais, visto que
há o avanço da urbanização e uma economia mais transnacionalizada (decide num lugar e produz em outro). A
tecnologia é mediadora do espaço-natureza.

Geografia Quantitativa

Milton Santos critica esta teoria com o título do seu livro: a geografia Nova; que para os quantitativos era a Nova
Geografia. Explicavam a geografia pelos números. Através dos números vai analizar o espaço geográfico e propor
soluções. É interessante para questões urbanas e de planejamento. Para Milton Santos os quantitativos não
explicavam a essência.

Questão 23 do slide está correta

A Geografia Crítica

É necessário saber pensar o espaço, para saber nele se organizar, para saber nele combater (yves lacoste)

Obs.: nos EUA as autopistas foram criadas para segregar espaços de negros e brancos; os cróiticos dizem que o
espaço geográfico é pensado e excludente

David harver se enquadra na geografia crítica

Geografia Humanista

Faz um mix e utiliza conceitos e várias correntes, mas considera que há diferenciação na maneira como se vê o
espaço geográfico. Ex.: um morador de Ipanema vê a praia diferentemente do vendedor de mate. Quando se olha
uma paisagem não vale apenas o que os olhos veem, mas também a referência que se tem na cabeça

Obs.: Estado tem capacidade de organização e criação de espaço geográfico


Aula 2 – Conceitos Fundamentais da Geografia
CASTRO, Iná Elias de, et alli. Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro: Bertrand, 10 edição. CORRÊA, Roberto Lobato. "Espaço: um conceito
chave da Geografia". P. 15-47
CASTRO, Iná Elias de, et alli. Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro: Bertrand, 10 edição. GOMES, Paulo Cesar da Costa. O conceito de
região e suas discussões. P. 49-76
"Do meio natural ao Meio Técnico-Científico-Informacional". p. 156-173

Espaço, Paisagem, Território, Região e Lugar

Obs.: em geografia, a utilização dos onceitos é fundamental. Raramente

Geografia moderna = geografia institucionalizada no século XIX, influência positivista: separação das áreas

1-C : atenção ao fato da escrita da questão; episódio central, em parte, são termos que amenizam possibilidades da
questão estar errada.

2-E : escola nacional não surgiu por necessidade de criar identidade cultural, a identidade alemã já existia; houve
conexão entre os geógrafos, vários deles eram deterministas em função da influência de Raztel. A integração
ocorreu a despeito da disputa entre a geografia de Ratzel e La Blache.

3-C : faz uso de termos suaves: uma das bases;

4-C : a unificação alemã foi decisiva para a geografia moderna

1- E: final do século XIX, início do século XX = La Blache, que neste momento não está denunciando; a denúncia virá
apenas com a geogrefia crítica
2- E: apesar de suave, a questão está errada. De fato a geografia é multidisciplinar, mas no período do surgimento a
geografia estava em busca de seu objeto.

3- C; exatamente isso, tanto Ratzel quanto La Blache estavam a serviço do estado imperial

4- C; espaço vital de Ratzel, justificativa para expansão territorial


Obs.: precisa saber o que é território, lugar, região; poderia inclusive citar paisagem

O Conceito de espaço na geografia

O espaço é um conjunto de objetos e um conjunto de ações. É ao mesmo tempo forma (como as estruturas de uma
cidade) e função (o processo de ações humanas que constroem a paisagem). É indivisível dos seres humanos que o
habitam e que o modificam todos os dias, através de sua tecnologia.

A melhor forma de entender o conceito de espaço é ler o Milton Santos: A Natureza do Espaço
O espaço geográfico é moldado na relação sociedade-natureza. O espaço geográfico é o rio, a ponte que passa sobre
o rio, mas também é uso/função (para que usa a ponte, por que tem a ponte) e forma.
Tecnologia é decisiva para a geografia; se a tecnologia avança, o espaço geográfico muda; ex.: uma ferrovia que sem
a tecnologia não seria possível. Muda a relação sociedade-natureza.

Conjunto de ações: ideia de que o ser humana não se distingue do espaço geográfico.

Livro: Brasil, território e sociedade – é de 2000, muitos dados ultrapassados, mas a parte inicial é interessante.

A expressão espaço geográfico ou simplesmente espaço, por outro lado, aparece como vaga, ora estando associada
a uma porção específica da superfície da Terra identificada seja pela natureza, seja por um modo particular como o
homem imprimiu as suas marcas, seja com referência à simples localização. Adicionalmente a palavra espaço tem o
seu uso associado indiscriminadamente a diferentes escalas, global, continental, regional, da cidade, do bairro, da
rua, da casa e de um cômodo no seu interior. (…) O que é afinal o espaço geográfico?”. CORRÊA, R.L. Espaço, um
conceito-chave da geografia. In: CASTRO, I.E. et alli. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro, Bertrand, 1996.

É um conjunto de onjeto e de ações; a paisagem é a aparência do espaço geográfico, é o que se vê. O espaço
geográfico vai além, pois tem o uso.

A Paisagem
É a porção da configuração territorial que é possível abarcar com a visão. A paisagem é transtemporal, juntando
objetos passados e presentes, uma construção transversal. (é o que vê); Transtemporal = é construído através do
tempo, deixa marcas do passado: ex.: Largo da Carioca: possui o Convento de Santo Antônio construído no século
XVII, o prédio do BNDES, que é da década de 1980, o da Petrobras, que é da década de 1970 e um relógio do início
do século XX.
Obs.: marcas do passado não significam que é o mesmo espaço; o uso que se faz do Convento de Santo Antônio hoje
é diferente do que se fazia quando ele foi construído. O espaço geográfico está em constante mudança.

Paisagem e espaço não são sinônimos. A paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as
heranças (rugosidades = marcas do passado; ex.: arcos da lapa) que representam as sucessivas relações localizadas
entre homem e a natureza (sucessivos espaços ao longo do tempo). O espaço são as formas mais a vida que as
anima”. ( Santos, Milton- A Natureza do espaço)

“Durante a guerra fria,os laboratórios do Pentágono chegaram a cogitar a produção de um engenho, a bomba de
nêutrons, capaz de aniquilar a vida humana em uma dada área, mas preservando todas as construções. O presidente
Kennedy afinal renunciou de levar a cabo esse projeto. Senão, o que na véspera seria ainda o espaço, após a temida
explosão seria apenas paisagem. Não temos melhor imagem para mostrar a diferença entre esses dois conceitos.”
Santos, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo: EDUSP, 2002, 4ª edição. pág. 106.

Obs.: a lua não é espaço geográfico; uma reserva florestal, assim como a Antártica são espaços geográficos, pois
houve decisão política de não intervir. Atualmente, com a tecnologia extistente, o ser humano pode ocupar qualquer
região do planeta, por isso, mesmo locais não habitados são espaços geográficos.

1- E; 2-E; 3-E – o espaço é a sociedade territorializada; tanto que onde caiu a bomba o espaço acaba e fica a
paisagem; 4-C
O Território – envolve poder, controle, domínio
Porção do espaço definida pelas relações de poder, passando assim da delimitação natural e econômica para a de
divisa social. O grupo que se apropria de um território ou se organiza sobre ele cria relação de territorialidade, que
se constitui em outro importante conceito da Geografia. Ela se define como a relação entre os agentes sociais
políticos e econômicos, interferindo na gestão do espaço.

(A delimitação do território é a delimitação das relações de poder, domínio e apropriação nele instaladas. É portanto
uma porção concreta. O território pode, assim, transcender uma unidade política, e o mesmo acontecendo com o
processo de territorialidade, sendo que este não se traduz por uma simples expressão cartográfica, mas se manifesta
sob as relações variadas, desde as mais simples até as mais complexas)

O conceito de lugar – envolve afetividade


A dimensão da existência que se manifesta através "de um cotidiano compartido entre as mais diversas pessoas,
firmas, instituições– cooperação e conflito são a base da vida em comum".
Ex.: torcida do San Lorenzo na Argentina voltou a ocupar o lugar de seu antigo estádio.
A Ribeira pra mim é um lugar, pois não é indiferente, seja bom ou ruim.

Região
É um pedaço do espaço geográfico; assim como o espaço geográfico muda, a região muda também. Ex.: MATOPIBA;
há 30 anos não existia.

O símbolo da geografia unitária- aquela que não separa o físico do social, o natural do humano, o ecológico do
cultural- é a região. Ora, o conceito de região foi vendido como sendo um edifício estável. Só que não é. (Milton
Santos)

Milton Santos dividiu o Brasil em 4 regiões.


Aula 3 – Urbanização no Espaço Mundial
SANTOS, Milton. Manual de geografia Urbana. São Paulo, Edusp.2008. Cap.1 e 2- pág. 13-30 . Cap.10, 11 e 12. Pág. 129 a 185
World urbanization prospects 2018

A pandemia funciona como aceleradora de tendências, ela não esá criando.


Há uma tendência de retorno ao campo. Todavia, não é o mesmo espaço geográfico de décadas atrás; existe uma
conexão, uma integração com o urbano, que não havia no passado.
Hoje, a ONU classifica o ambiente rural em remoto (raiz) e rural integrado (rural integrado com o urbano = rurbano)

Urbanizar, para geografia, não significa dotar a região de infraestrutura.


Para geografia, urbanização
A população que reside em áreas definidas como urbana no mundo ultrapassou a população que reside em áreas
tidas como rurais por volta de 2007. Desde então, o crescimento da urbanização é constante.
Inglaterra foi pioneira, processo de industrialização e cercamento dos campos.
A urbanização é finita, o teto ocorre por volta de 90%. As Américas são o continente mais urbanizado do planeta.

Não existe um consenso, um critério universal para definir a área urbana.


Há um equívoco em aproximar o ambiente urbano ou rural à atividade econômica predominante. É fato que o
ambiente geográfico urbano tem predomínio de atividades dos setores secundário e terciário: indústria, comércio e
serviço e que o ambiente rural tem predomínio do setor primário: agricultura, pecuária e extrativismo. Todavia,
pode ser um erro classificar o ambiente geográfico urbano e rural apenas por esse critério. Um exemplo é um Hotel
Fazenda, que tem atividade primária, mas o valor vem do setor de serviço. Em Londres há casos de fazendas
urbanas, podem servir para segurança alimentar.

Há diversos critérios: tamanho de população, mescla entre população e atividade econômica; o Brasil adota o
critério político, um decreto do Estado Novo de 1938 definiu que a sede do município é área urbana e que as
prefeituras, segundo a CF/88, podem definir outras áreas. Envolve questão tributária. A OCDE trabalha com
densidade demográfica e atividade econômica predominante.
Uma das marcas da região urbana é o adensamento, as construções são verticalizadas para dividir o custo. Favela é
um aglomerado subnormal.

Existe a possibilidade de trabalhar na área urbana e morar na rural, assim como o oposto. Os municípios do RJ e de
SP, por exemplo, não são todo urbano.

O Brasil possui 5570 municípios, a maior parte deles possui área urbana menor que a rural.
Obs.: cerca de 60% do Brasil é vegetação nativa: 18% do território em área de conservação; 12% em área indígena;
demais dentro de propriedades; as propriedades rurais dá em torno de 40% do território nacional; provavelmente, a
região urbana do país não chega a 5% do território. Urbanização tem como característica a concentração, o
adensamento.
A taxa de natalidade na área rural é maior que na área urbana, sendo assim, o que explica o crescimento da
urbanização é o êxodo rural. O normal seria a população rural crescer mais que a urbana, não fosse a questão do
êxodo rural.

Atualmente, 55% da população mundial vivem em ambiente classificado como urbano. É um fenômeno recente, algo
em torno de 2010; para a ONU em outubro de 2007.

Na maior parte do tempo a humanidade foi coletora-caçadora, era nômade, a revolução agrícola data de 5000 anos
e a questão urbana surge com a Revolução Industrial.

Milton Santos define a urbanização brasileira como tereciária: é rápida, gera macrocefalia, favelização e
deslocamento do campo pra cidade; em que as pessoas veem sem saber se encontrarão enmpregos. É totalmente
diferente do que ocorreu no mundo rico.

ONU não luta contra a urbanização, mas vê problemas quando há concentração em poucos centros.

O Brasil possui uma população rural com cerca de 30 milhões de pessoas, distribuídas em cerca de 5 mil
propriedades rurais. Desta forma, uma reforma agrária ainda é importante, mesmo com o elevado grau de
urbanização do país. É uma questão importante para evitar que essas pessoas percam suas terras. É difícil se manter
compettitiva com pouca quantidade de terra, por isso programas como o pronaf são fundamentais.

Relatório – World urbanization Prospects – United Nations


Maior parte dos gráficos da aula foram extraídos deste relatório
O mundo rico já chegou no teto, o mundo pobre, especialmente ásia e áfrica continuam urbanizando.

Embora desacelerando, o mundo rico também continua urbanizando. Mundo pobre com elevado nível de
urbanização.
O mundo continua se urbanizando, porém em menor velocidade.

Aglomerado urbano
O raciocínio não é tratar apenas a cidade principal, mas todas as cidades que giram em torno dela. Municípios
diferentes não são relevantes para a classificação. Envolve o movimento pendular.
Caso a tecnologia permitir, é possível que o ritmo de crescimento das metrópoles diminua; todavia isso não está
ocorendo e não há tendência de que as metrópoles percam a influência.
O comando pode ser dado à distância, é o caso da metrópole informacional. A tecnologoa do transporte permite a
expansão da metrópole física, cao de Tóquio, que tem uma área do tamanho de Sergipe. Pode haver uma mudança
etária nas cidades, em que os mais velhos saem e os mais novos busquem as metrópoles.
América Latina se enquadra no que o Milton Santos fala de urbanização terciária; muito veloz.
Ásia e África são menos urbanas, mas apresentam velocidade de urbanização elevada.
A maior parte dos países periféricos concentra grande parte da população em poucos ou um único ponto: Chile e
Santiago, México e Cidade do México, Argentina e Buenos Aires, Peru e Lima etc. É um caso de macrocefalia. No
Brasil, a macrocefalia está nos estados.

A China é majoritariamente urbana, mas a Índia não.


Basicamente países da Ásia e África

Questão de terceira fase:

Tratar sobre a questão da volta ao campo.

Ler o texto: Destinos da ruralidade no processo de globalização (José Eli da Veiga)


Aula 4 – Urbanização no Espaço Mundial
SANTOS, Milton. Manual de geografia Urbana. São Paulo, Edusp.2008. Cap.1 e 2- pág. 13-30 . Cap.10, 11 e 12. Pág. 129 a 185
EGLER, Cláudio. a formação da rede de cidades na américa do sul.
Carvalho, Mônica- CIDADE GLOBAL- anotações críticas sobre um conceito

Velocidade acelerada e emprego concentrado na região terciária e informal

1- Errado
2- Errado; não há grande oferta de empregos formais

3- Errado; uma das marcas da urbanização terciária é a formação de conurbação, que é quando a mancha
urbana de um município se confunde com a de outro município; começou tardiamente, mas cresceu de
forma acelerada e ficou concentrada em uma única região
4- Certo; ocrreu depois, acelerada e concentrada

Urbanização brasileira é concentrada e se considetrarmos os maiores aglomerados tem-se grande parte da


população vivendo em poucas cidades, mas não é a maioria.
Urbanização marcada por elevado grau de favelização nos países pobres

Megalópole x megacidade
Megacidade é quando há mais que 10 milhões de habitantes; megalópole é quando diferentes metrópoles,
relativamente próximas entre si que possuem intenso fluxo entre si; pode haver área rural entre elas, não significa
que precisa ter cornubação, o importante é que as cidades possuem fluxo intenso ou não; pressupõe infraestrutura
desenvolvida, portanto é mais comom nos países desenvolvidos. É o contrário de megacidades, que são mais
comuns no mundo periférico.
A urbanização do mundo pobre é marcada por macrocefalia, os países ricos possuem maior número de metrópoles.
A forma de urbanização do mundo periférico não tende a formar megalópoles, mas megacidades.

Obs.: metrópole é um núcleo urbano capaz de influenciar uma região extensa.

Na União Europeia, a questão da infraestrutura facilita a formação de megalópoles. Um rede descentralizada,


policêntrica; há muitas cidades importantes com fluxo intenso entre elas

Obs.: não foi a tecnologia que fez a globalização, ela apenas viabilizou
Delta do rio da pérola
China está construindo linhas férreas e obras de infraestrutura que estão facilitando a fluidez e a integração entre
metrópoles, o que está viabilizando o surgimentoi de megalópoles

Rede urbana é um conjunto de cidades, mas para ser rede tem que ter conexão, contato
As cidades possuem redes urbanas distintas: pode ser turística, rodoviária, industrial; portanto oferecem serviços
diferentes
Para o IBGE, São Paulo é a grande metrópole do Brasil, porém classifica Rio, São Paulo e Brasília como metrópoles
nacionais.

A rede urbana do país rico é diferente da rede urbana do país pobre – rede urbana em país pobre é caracterizada por
macrocefalia urbana, enquanto que nos países ricos as cidades são policêntricas, são mais desconcentradas.

Obs.: no Brasil, a macrocefalia é observada nos estados, embora no Sul a característica é mais parecida com a
Europa. O peso de Porto Alegre para o Rio Grande do Sul é diferente docaso da cidade do Rio de Janeiro; o mesmo
ocorre no caso de Florianópolis.

Rede urbana é o conjunto funcionalmente articulado de cidades.


A rede urbana se constitui simultaneamente em um reflexo e uma condição para a divisão territorial do trabalho”. É
um reflexo à medida que em razão de vantagens locacionais diferenciadas, verificam-se uma hierarquia urbana e
uma especialização funcional definidoras de uma complexa tipologia de centros urbanos.

O espaço geográfico é produto das relações humanas, econômicas, ou seja, da relação sociedade e natureza; mas ele
também é produtor.

Obs.: rede urbana é reflexo das escolhas (aqui tem um porto, ali é melhor para moradia, ali um complexo hospitalar),
mas também é condição, pois uma vez que o espaço geográfico ganha características próprias, isso faz com que se
atraia mais ou menos determinado tipo de atividade. Por isso o espaço geográfico é produto e produtor ao mesmo
tempo, pois à medida que tem determinada característica ele acaba produzindo mais.

Cidade Global
Caracteriza a questão tecnológica atual, em que há grande integração do mundo.
Nova Iorque e Lodres são cidades em mais alto nível.
Interação entre outras cidades globais, não necessariamente a mais importante. Não se trata de PIB, mas de ele
entre esta cidade e outras cidades globais.
Cidades globais vão concentrar cada vez mais atividaes de uma economia descentralizada. A ideia de comando; a
produção está em outro lugar.O importante é pensar na teia.
Cidade global é o local de produção de serviços financeiros e de produtores especializados que viabilizam o
funcionamento da economia global. Como as atividades de produção estão cada vez mais descentralizadas, essas
redes de produção complexas e globalizadas requerem novas formas de serviços financeiros e de produtores para
gerenciá-las. Esses serviços geralmente são complexos e requerem habilidades altamente especializadas. Assim, eles
estão sujeitos à economia de aglomeração e tendem a se agrupar em um número limitado de cidades.
(é o comando da atividade)

(TPS 2014- Questão 29) A aparição das chamadas cidades mundiais e das cidades globais se explica pela necessidade
de organização e controle da economia global. O termo cidade global, em sua versão mais topológica, é definido por
Saskia Sassen como um território onde se exerce uma série de funções de organização e controle na economia global
e nos fluxos de investimentos em escala planetária. O. Nel.Lo e F. Muñoz. El proceso de urbanización. In.: Geografía
humana, J. Romero et al (Coord.). Barcelona: Ariel, 2008, p. 321 (com adaptações).
Considerando a perspectiva conceitual de Saskia Sassen, julgue (C ou E) os itens seguintes, relativos a cidades
globais.

1. A dinâmica fundamental do novo processo de urbanização pressupõe que, quanto mais a economia for
globalizada, maior será a convergência de funções centrais nas cidades globais, cuja densidade demográfica elevada
expressa espacialmente essa dinâmica.
Certo; Quanto mais integrada a economia, mais concentrado é o comando; cidades globais possuem elevada
densidade demográfica

2. A dispersão territorial das atividades econômicas contribui, por meio, por exemplo, de tecnologias da informação,
para o crescimento das funções e das operações centralizadas nas cidades globais.
Certo; com as modernas tecnologias as atividades ecnômicas estão mais descentralizadas, o que favorece as cidades
globais

3. A globalização econômica contribui para uma nova geografia da centralidade e da marginalidade, tornando as
cidades globais lugares de concentração de poder econômico, ao passo que cidades que foram centros
manufatureiros experimentam nítido declínio.
Certo; a redação poderia falar em algumas ciddaes, mas também não falou que eram todas as cidades; Detroit
entrou em decadência, mas Chicago não.

4. O nível máximo de controle e de gerenciamento da indústria permanece concentrado em poucos centros


financeiros diretores, como observado especialmente em cidades globais como Paris, São Paulo e Los Angeles, na
década de 80 do século XX
Errado; dispersa a produção, mas o controle não. Está errado porque mencionou a década de 80.
Aula 5 – Urbanização no Espaço Brasileiro – Rede urbana brasileira
Região de influência das cidades 2018-IBGE
SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. São Paulo: Hucitec, 1996 Págs. 77-107; 129-140
Arranjos populacionais e concentrações urbanas no Brasil- IBGE 2015
SOUZA, Marcelo Lopes- Involução metropolitana e desmetropolização brasileira nas décadas de 80 e 90

Urbanização tem relação direta com o êxodo rural, para a população urbana crescer é preciso que haja êxodo rural,
tendo em vista que a taxa de crescimento na população rural é maior.

Notar que enquanto o crescimento da população urbana é constante, a população rural cresce em termos absolutos
até a década de 1960, quando então estabiliza e depois começa a cair. A virada, ocorre em algum ponto entre as
década de 1960 e 1970, que é quando a população urbana fica maior que a rural.

Taxa de fecundidade ou fertilidade igual a 2.1 significa taxa de reposição populacional estável no médio e no longo
prazo. Na década de 1960, a taxa de fecundidade da bradileira era de 6,3 filhos por mulher, enquanto atualmente é
de 1,7. O que ocorre até 1960 é que o êxodo rural não era suficiente para reduzir a população rural, pois a taxa de
fecundidade era muito grande. A partir da década de 1970 esta taxa cai e o êxodo rural continua, movimento que
continua. Isso é o que explica a queda na população rural tanto em termos relativos quanto em termos absolutos.

A queda da população rural além de cair em termos relativos cai também em termos absolutos, tendo em vista tanto
o êxodo rural quanto a queda na taxa de fecundidade. O êxodo rural no Brasil está caindo, pois a taxa de
urbanização já é muito elevada, o que explica, portanto, é a redução na taxa de fecundidade associada ao êxodo que
explica a queda absoluta da população rural.

Em termos cronológicos, a melhor forma de entender a urbanização brasileira é a partir da industrialização efeitva
do país, que é a década de 1930. O auge da urbanização brasileira já passou, o crescimento a partir da década de
2000 é residual, já não cresce tanto. Existe uma tendência de estabilização, pois a urbanização está muito elevada e
o êxodo rural já não é tão intenso.

Urbanização brasileira – cronologia fundamental


 Primórdios: final do século XIX – censo de 1872 (único do império) mensurou nível de urbanização de 6%; em
1900 era de 10% - está ligado ao êxodo rural; força de atração das cidades. No caso, a abolição da
escravidão, chegada de imigrantes e certa industrialização.

 Consolidação do processo: 1930 – início da efetiva industrialização

 Auge da urbanização: anos 1950-70 (a virada urbana ocorreu nos anos 1960) – fase de JK, Milagre
Econômico e mecanização do campo.

 Continuidade com menor intensidade: a partir da década de 1980

Urbanização continua crescendo, mas de forma menos acelerada. Segundo o IBGE, está próximo do teto. A
fecundidade da brasileira está baixa e o êxodo está caindo em função do quase atingimento do teto da urbanização.
Em termos percentuais, o ranking de urbanização das macroregiões brasileiras tem-se o seguinte: 1º Sudeste; 2º
Centro-Oeste; 3º Sul; 4º Norte e 5º Nordeste.

No Nordeste, a taxa de urbanização é superior a 70%. População rural concentrada em pequenas propriedades
rurais – agricultura familiar do agreste. Dos 30 milhões de pessoas vivendo no campo, metade está no Nordeste.

No Norte, o processo de ocupação desenhada pelos militares levou em consideração a pequena propriedade, mas
depois o latifúndio ficou predominante. Grande parte da população vive nas metrópoles das regiões.

O Sudeste está relacionado às grandes metrópoles e à industrialização.

No caso do Centro-Oeste, 89% urbana, apesar do agronegócio; a área de produção agrícola é elevada, mas a
população vive no espaço urbano. As fazendas são em grande parte mecanizadas e grandes propriedades de terra.
As pessoas moram no meio urbano, existe a questão pendular. Mora na área urbana e trabalha na área rural.

No Sul, apesar de maior número de pequenas propriedades, que costuma fixar as pessoas no campo, houve
urbanização a partir do momento, década de 1970, que as pequenas proprieddaes foram engolidas pelo latifúndio.
Processo de urbanização do Sul é distinto do ocorrido no Sudeste, na década de 1970 é quando começa a plantação
de soja na região, o que leva à agregação das pequenas propriedades, que se transformam em latifúndio, levando a
maior urbanização da região;
Centro-Oeste avança com a agricultura mecanizada, o que contribui para maior urbanização.
Maranhão é o estado menos urbanizado, enquanto que o Rio de Janeiro é o mais urbano.
Todos os estados brasileiros são majoritariamente urbanos segundo o IBGE.

Metropolização
O critério de urbano no Brasil leva em consideração a sede do município e áreas que as prefeituras definem como
urbanas, o que chega a 84,4%. No caso de adotar outro critério, mais restrito, como densidade populacional, essa
urbanização chega a 75%.

O Brasil tem 5570 municípios, em que ao menos o núcleo deles é urbano. O processo de urbanização envolve num
primeiro momento o aumento populacional, conforme ocorre o êxodo rural num segundo momento ocorre o
espraiamento da manha urbana, que cresce em direção à área rural.

Nos anos de 1950-60, quando houve grande crescimento industrial e o paradigma era fordista, houve não somente
uma urbanização, mas também uma metropolização. Significa não comente que a população urbana estava
crescendo mais, mas também que as regiões urbanas era a que apresentava maior crescimento. São as grandes áres
urbanas que cresciam mais, de acordo com o modelo produtivo concentrado. Por isso, as pessoas seguiram para São
Paulo em especial e Rio de Janeiro em menor grau. É este fato que caracteriza a macrocefalia urbana.

A região metropolitana de SP comporta 10% da população, enquanto representa 0,1% da área do país. Em termos
totais a mancha urbana de SP é pouco representativa na área total do Brasil. Em compensação, ocupa cerca de 10%
da população brasileira. São movimentos que se repetem em outras regiões metropolitas como RJ, BH, Fortaleza,
Manaus, Salvador. De cada 5 brasileiros, 3 vivem nas regiões metropolitanas.

Obs.: o RJ tem uma bola amarela, pois já era grande em termos populacionais na década de 1920; SP vira na década
de 1960.
A partir da década de 1980, o crescimento da metropolização começa a reduzir, enquanto a população nas cidades
médias começa a aumentar. Este fenômeno gera uma confusão e associado à deseconomia de escala ou de
aglomeração – os fatores que viam a aglomeração como algo produtivo, ou seja, todas as indústrias concentradas,
numa lógica fordista, deixa de ser interessante em função do valor do terreno, congestionamentos, organização dos
trabalhadores, que faz pressão por maiores salários etc. Este movimento faz com que haja uma mudança para as
cidades médias.

A confusão se dá no contexto da afirmação do Milton Santos de que havia uma desmetropolização do Brasil. Ele não
quis dizer com isso que as metrópoles estão encolhendo, pelo contrário, todas cresces, porém, as cidades médias
crescem mais que as grandes cidades.

A população das grandes cidades crescem menos, mas continuam crescendo. As cidades médias, por seu turno,
crescem mais, enquanto as pequenas cidades encolhem.
Tendência à desmetropolização?
Os mesmos números que revelam um processo de metropolização prestam-se a outra interpretação (...)
paralelamente ao crescimento cumulativo das maiores cidades do país, estaria havendo um fenômeno de
desmetropolização, definida como a repartição, com outros grandes núcleos, de novos contingentes de população
urbana. Não se trataria, aqui, da reprodução do fenômeno da desurbanização, encontrado em países do 1º mundo e
que os eternos repetidores de teorias inadequadas a esta parte do globo estão agora, desesperadamente, buscando
também encontrar aqui.
(Santos, Milton-Urbanização Brasileira-pág. 91)

Repartição = aumento no número de metrópoles; desconcentração concentrada, em que há um aumento no


crescimento das cidades médias.

Notar que o núcleo cresce menos e que a periferia cresce mais. Exemplo, a cidade do Rio cresce menos que São
Gonçalo e Niterói.
No caso das cidades médias crescerem mais que as cidades grandes tem-se o fenômeno da desmetropolização. Se
citar a periferia da metrópole ou das cidades dormitório o caso é de periferização.

A desmetropolização tem relação com a redistribuição do processo produtivo, das atividades econômicas, da
indústria buscar menores custos nas cidades médias. A periferização tem mais relação com a especulação
imobiliária.

Os dados do último censo (1990) parecem confirmar a tendência do movimento que os anos 70 já vinham
registrando, com o aumento do número das cidades médias (“desconcentração concentrada”), mas sobretudo das
grandes cidades médias. Os municípios com população entre 200 mil e 500 mil habitantes passam de 33 a 85,
aqueles com mais de 500 mil têm seu número aumentado de 14 para 25, enquanto as aglomerações milionárias são
doze em 1991 (eram dez em 1980). Esses resultados, indicativos de nova tendência, isto é, de aglomeração da
urbanização em outro nível, parecem confirmar a tendência a que estamos aludindo, isto é, a u,adesmetropolização
que se verifica em paralelo com a permanência do fenômeno de metropolização. (Santos, Milton-Urbanização
Brasileira-pág. 97 e 98)

O texto reflete os dados do censo de 1990


Crescimento das cidades médias = desconcentração concentrada

Hierarquiados centrosurbanos/ REGIC 2007


a. Grande metrópole nacional –São Paulo, o maior conjunto urbano do país, e alocado no primeiro nível da
gestão territorial;
b. Metrópole nacional –Rio de Janeiro e Brasília, também estão no primeiro nível da gestão territorial;
c. Metrópole –Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre,
constituem o segundo nível da gestão territorial.

Em 2007 haviam 12 metrópoles no país segundo o IBGE e estavam divididas em três metrópoles nacionais
(polarizam todo o país); outras 9 metrópoles além de São Paulo como a Grande Metrópole Nacional.

Em 2020, o IBGE liberou o REGIC 2018, em que outras três cidades foram incorporadas como metrópole, agora são
15 metrópoles no total.

Houve interiorização do território


Inicialmente, o que importava mais era a proximidade, as modernas tecnologias de comunicação, as relações
passaram a ser mais fluidas.
São está presente em todo o território brasileiro em função da fluidez que os meios de comunicação trouxe.

A influência de São Paulo

No nível das Metrópoles Nacionais, destaca-se a rede de Brasília, principalmente, por sua extensão que corresponde
a mais de 20% do Território Nacional. Abrange 1,8 milhão km2, sendo a maior do País em área, com 277 Cidades
pertencentes a 10 Estados. Sua amplitude é maior no sentido leste-oeste, abrangendo desde o oeste baiano a partir
da rede da Capital Regional Barreiras (BA), na qual divide influência com a Metrópole de Salvador, até a rede da
Capital Regional Rio Branco (AC), compreendendo entre uma e outra os Estados de Mato Grosso e Rondônia. Possui
distribuição semelhante em número de Centros de Zona e Centros Sub-Regionais, localizados, principalmente, em
Rondônia (como Ariquemes e Vilhena) e Mato Grosso (como o Arranjo Populacional de Barra do Garças/MT e o
Município de Tangará da Serra). A inserção da influência de Brasília nesses Estados ocorre, principalmente, por conta
da subordinação das Capitais Estaduais à Brasília, em virtude das relações de gestão pública que são responsáveis
pelos vínculos predominantes de Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT). Por conta da grande extensão, a densidade
demográfica da região de influência de Brasília é baixa, com menos de 7 hab./km². O PIB per capita é o terceiro
maior do País dentre as redes de primeiro nível, somando quase R$ 40 mil anuais por habitante.

Brasília cresce a reboque do agronegócio e à medida que a economia se interioriza.

No nível das Metrópoles Nacionais, destaca-se a rede de Brasília, principalmente,


por sua extensão que corresponde a mais de 20% do Território Nacional. Abrange 1,8 milhão km2, sendo a maior
do País em área, com 277 Cidades pertencentes a 10 Estados. Sua amplitude é maior no sentido leste-oeste,
abrangendo desde o oeste baiano a partir da rede da Capital Regional Barreiras (BA), na qual divide influência com a
Metrópole de Salvador, até a rede da
Capital Regional Rio Branco (AC), compreendendo entre uma e outra os Estados de Mato Grosso e Rondônia. Possui
distribuição semelhante em número de Centros de Zona e Centros Sub-Regionais, localizados, principalmente, em
Rondônia (como Ariquemes e Vilhena) e Mato Grosso (como o Arranjo Populacional de Barra do Garças/MT e o
Município de Tangará da Serra). A inserção da influência de Brasília nesses Estados ocorre, principalmente, por conta
da subordinação das Capitais Estaduais à Brasília, em virtude das relações de gestão pública que são responsáveis
pelos vínculos predominantes de Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT). Por conta da grande extensão, a densidade
demográfica da região de influência de Brasília é baixa, com menos de 7 hab./km². O PIB per capita é o terceiro
maior do País dentre as redes de primeiro nível, somando quase R$ 40 mil anuais por
habitante.

Mesmo em decadência, Rio ainda representa 105 do PIB do pais, sendo a cidade 6%.
Rio deixou de influenciar o Espirito Santo, Vitória vira metrópole.
Rio não vive de sua hinterlândia ou área de influência, por isso deixou de influenciar seu entorno.
Cidade marcada pelo city-ness é mais conectada e menos horizontal. Marcada pela conexão em longa distância.

A rede da Metrópole do Rio de Janeiro chama a atenção pela elevada densidade demográfica, o que se explica em
virtude de ser a segunda maior Cidade do País em termos de volume populacional, porém ocupando uma área
territorial pouco significativa. Ocupa a segunda menor área de todas as Metrópoles (49 mil km²), com seu alcance
mais restrito ao próprio Estado, adentrando em parte da Zona da Mata Mineira. Possui o segundo menor número de
Cidades em sua rede no Brasil (63 centros urbanos).

O fato de possuir uma área de influência exígua ao mesmo tempo em que possui o segundo maior PIB do País em
termos absolutos, correspondendo a mais de R$ 640 bilhões anuais, permite defini-la como uma Cidade marcada
muito mais pelo city-ness(faz parte de uma rede de ligações de longa distância, que se interconecta de forma
seletiva) do que pelo town-ness(espaço urbano ser produto de suas relações com a hinterlândia), uma vez que o
número deconsumidores buscando bens e serviços diretamente é insuficiente para manter uma economia do
tamanho que essa Metrópole possui.

Dessa maneira, a principal razão da força econômica desse centro urbano, cuja região de influência detém pouco
mais de 10% do PIB nacional, é explicada pela capacidade que suas atividades possuem de atuar em rede, criando
ligações de longa distância com outras Metrópoles e centros urbanos em todo o Território Nacional. O Rio de
Janeiro, com o porte urbano que tem, aparentemente, incompatível com o tamanho de sua rede urbana, faz com
que
haja uma significativa concentração de riquezas na Capital. Dentre as Metrópoles, é a que possui a maior relação do
País, do PIB da Metrópole comparado com o do restante da região (75,7%).
As metrópoles novas segundo o REGIC 2018

Vitória: 10ª economia do país

Campinas: área polarizada pequena, mas uma região rica. É como e fosse a metrópole do interior.
Florianópolis:

Todas as capitais do sul e sudeste possuem metrópoles, enquanto o estado de São Paulo possui duas. Isso mostra
como o Brasil é desigual, o mesmo não se verifica no Norte e Nordeste.

(TPS 2009) Rede urbana pode ser definida como um conjunto funcionalmente articulado que reflete e reforça as
características sociais e econômicas de um território. Em cada região do mundo, a configuração da rede urbana
apresenta especificidades. Com relação a redes urbanas no Brasil, julgue (C ou E) os itens subsequentes.
( ) O avanço das fronteiras econômicas, como a agropecuária na região Centro-Oeste e a mineral na região Norte,
contribuiu para a expansão do sistema de cidades.
( ) Ainda hoje, verifica-se a polarização exercida pelas metrópoles Rio de Janeiro e São Paulo, por meio da
concentração de indústrias e de serviços.

1- Certo, ideia básica é que à medida que avança a fronteira econômica, avança o número de cidades
2- Certo, SP e RJ continuam tendo um grande número de indústrias

( ) Tal como ocorre com países desenvolvidos e altamente industrializados, no espaço urbano brasileiro predominam
as atividades do setor terciário, que emprega a maior a parte da população ativa.
( ) No século XXI, tem-se observado crescente fluxo migratório das cidades médias para as grandes metrópoles
nacionais, que ainda se mantêm como os maiores polos de atração populacional do país.
3- Certo, setor de serviços é o maior empregador desparado com cerca de 70%, indústria com 20% e primário
com 10%. O problema no Brasil é que a produtividade do setor terciário é baixa e a precariedade do trabalho
elevada.
4- Errado; as grandes metrópoles continuam crescendo, mas as cidades médias crescem mais que as grandes
metrópoles.
Aula 6 – Urbanização no Espaço Brasileiro – Dinâmica intraurbana das metrópoles
Classificação e caracterização dos espaços rurais e urbanos no Brasil
A Megarregião Rio de Janeiro-São Paulo: metropolização do espaço e integração global- LENCIONI, Sandra

(CACD 2019-Questão 26)


4. As metrópoles brasileiras, em geral, têm apresentado um quadro de esvaziamento demográfico e
desconcentração produtiva, perdendo população para novos centros dinâmicos: as cidades médias, que têm
crescido em ritmo acelerado, recebendo infraestruturas produtivas e fluxos migratórios provenientes das regiões
metropolitanas.

Errado; a desmetropolização não ocorre com esvaziamento das metrópoles. Atrai o trabalhador não qualificado, faz
uso do setor terciário desqualificado ou inferior. Tarefas nobres coexistem com tarefas inferiores, em que prevalece
o subemprego. Não há metrópole no Brasil decrescendo.

(CACD 2019-Questão 26)


2. O fator metropolitano ganha expressão na política pública brasileira na década de 1970, com a criação das
primeiras regiões metropolitanas no ano de 1973. A partir da Constituição Federal de 1988, a criação das regiões
metropolitanas passou do âmbito federal para a competência dos estados.

Certo: atenção que é comum erros na prova de geografia em relação à data.

Metrópoles do Brasil

De acordo com o REGIC – 2018 há mais três metrópoles: Vitória, Florianópolis e Campinas.
Metrópole é a cidade e região metropolitana o conjunto de cidades que orbita a metrópole, ou seja, a região
conurbada.

Metrópole é um conceito geográfico de uma cidade capaz de polarizar extensa área, segundo o IBGE.

Região Metropolitana é o conjunto formado pela metrópole e pelas cidades conurbadas a ela.

Constituição Federal 1988


Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta
Constituição. § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Obs.: O fator metropolitano ganha expressão na política pública brasileira na década de 1970, com a criação das
primeiras regiões metropolitanas no ano de 1973. À época, o governo federal havia definido 9 metrópoles – Porto
Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém.

Regiões metropolitnas no Brasil


Após a Constituição de 1988, ficou a cabo dos governadores a definição de região metropolitana. Por curiosidade, a
Paraíba, que não possui nenhuma metrópole, é o estado com o maior número de regiões metropolitanas do país.

Todo o estado de Santa Catarina se classifica como região metropolitana.

Em resumo, após a Constituição de 1988, o critério de região metropolitana pode não necessariamente estar
relacionada à região conurbada, atividade produtiva e densidade demográfica.

Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - RIDE

Nasceram pelo caso do DF, uma vez que há diversas cidades em Goiás que orbitam Brasília, portanto, como região
metropolitana é criada pelos governadores, o DF não poderia instituir sua região metropolitana em função de não
poder legislar sobre municípios que não estão sob sua jurisdição. Adicionalmente, foi criado um projeto de lei
permitindo a criação de uma região metropolitana por parte do governo federal.
Portanto, RIDE é uma espécie de região metropolitana incluindo mais que uma unidade da federação.

Há três RIDE’s: 1) RIDE de Brasília e Entorno; 2) RIDE de Petrolina e Juazeiro – o governador da bahia não poderia
criar a região metropolitana de Juazeiro e inluir Petrolina, assim como o governador de Pernambuco não poderia
fazer o inverso; 3) Teresina – não é metrópole, mas um centro importante que influencia o município de Timon, que
pertence ao Maranhão.

DF e Enterno

Juazeiro e Petrolina

Teresina
LEI Nº 13.089, DE 12 DE JANEIRO DE 2015 – Estatuto da Metrópole

Diante da confusão ao delegar a criação de região metropolitana aos governadores, houve uma tentativa de atenuar
a situação a partir da Lei 13.089 de 2015. Com a Lei, o governo federal não acabou com a atribuição constitucional
dos estados, mas limitou o repasse de recursos e estabelecimento de políticas públicas ao conteúdo da Lei de 2015.
Foi uma espécie de normatização da política federal.

Institui o Estatuto da Metrópole, altera a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e dá outras providências. Art. 1o
Esta Lei, denominada Estatuto da Metrópole, estabelece diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a
execução das funções públicas de interesse comum em regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas
instituídas pelos Estados, normas
gerais sobre o plano de desenvolvimento urbano integrado e outros instrumentos de governança interfederativa, e
critérios para o apoio da União a ações que envolvam governança
interfederativa no campo do desenvolvimento urbano, com base nos incisos XX do art. 21, IX do art. 23 e I do art. 24,
no § 3º do art. 25 e no art. 182 da Constituição Federal.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei, consideram-se:

I – aglomeração urbana: unidade territorial urbana constituída pelo agrupamento de 2 (dois) ou mais Municípios
limítrofes, caracterizada por complementaridade funcional e integração
das dinâmicas geográficas, ambientais, políticas e socioeconômicas;

V – metrópole: espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e
socioeconômica, tem influência nacional ou sobre uma região que configure, no mínimo, a área de influência de
uma capital regional, conforme os critérios adotados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE;

VI – plano de desenvolvimento urbano integrado: instrumento que estabelece, com base em processo permanente
de planejamento, as diretrizes para o desenvolvimento urbano da região metropolitana ou da aglomeração urbana;

VII – região metropolitana: aglomeração urbana que configure uma metrópole. Parágrafo único. Os critérios para a
delimitação da região de influência de uma capital regional, previstos no inciso V do caput deste artigo considerarão
os bens e serviços fornecidos pela cidade à região, abrangendo produtos industriais, educação, saúde, serviços
bancários, comércio, empregos e
outros itens pertinentes, e serão disponibilizados pelo IBGE na rede mundial de computadores.

Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas no Brasil


Estudo do IBGE de 2015 que normatizou para a geografia o que seriam esses arranjos populacionais. Pegou a rede
urbana brasileira para analisar os casos de municípios influenciados por outros municípios. São dois os critérios
adotados: 1) conusbação – malha urbana de cada município com distância de até 3 km. Isso define o arranjo; 2)
movimento pendular – mais de 10 mil pessoas se movimentando de um município para o outro diariamente. A ideia
de fluxo é muito importante para a geografia.

IBGE encontrou 294 arranjos populacionais envolvendo os 5.570 municípios do país.


Em resumo, no Sudeste, há 112 arranjos populacionais, que concentram 72% da população da região.

Macrometrópole Paulista
Criada pelo estado de São Paulo – ideia básica é o fluxo.
13 mil pessoas faziam RJ – SP ; SP – RJ diariamente.

(CACD 2019-Questão 26)


1- As questões relacionadas à mobilidade urbana têm afetado, de forma negativa, a gestão e a
capacidade competitiva das metrópoles brasileiras. A distância significativa entre bairros residenciais e as áreas
centrais, concentradora da oferta de postos de trabalho, tem gerado perdas de tempo e de recursos que afetam
grande parte da população nessas metrópoles.

Certo; a questão trata a ideia de periferização e segregação espacial. O movimento pendular se torna cada vez mais
relevante.

Segregação Espacial
“É impossível esperar que uma sociedade como a nossa, radicalmente desigual e autoritária, baseada em relações de
privilégio e arbitrariedade, possa produzir cidades que não tenham essas características”. (MARICATO, Ermínia.
Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes, 2001.)
“[…] a segregação é um processo segundo o qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada
vez mais em diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da metrópole.” (VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano
no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Lincoln Institute, 2001.).

A segregação espacial está relacionada às grandes metrópoles, nas cidades pequenas não há segregação entre
bairros ricos e pobres. Não se trata de uma relação de centro e periferia, que é uma questão no Brasil. Nos EUA, a
lógica é diferente.
A foto reflete o Morumbi e Pariesópolis. Em São Paulo esta imagem não é tão característica quanto no Rio, que o
relevo permitiu a aproximação. Em São Paulo e outras capitais brasileiras a segregação está relacionada com
separação geográfica.

Gentrificação
A segregação espacial está relacionada à separação de grupos por áreas. A gentrificação está relacionada à
recuperação de uma área degradada, que passa a enobrecer. A tendência é que quem estava ali seja “expulsa” da
região em função da valorização.

Obs.: no RJ, os morros são argilosos, chove muito, o que tornou a construção mais difícil no início da ocupação da
cidade, o que fez com que os mais ricos não ocupassem os morros. Com o crescimento populacional as pessoas mais
pobres passam a ocupar os morros.

LEI No 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001. (Estatuto da Cidade)

Art. 1o
Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado o previsto
nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada statuto da Cidade, estabelece normas de ordem
pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol
do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

Art. 2o
A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade
urbana.

Obs.:
Seja como for, a cidade em expansão ataca o campo, corrói-o, dissolve-o, não sem efeitos paradoxais observados
anteriormente. A vida urbana penetra na vida camponesa despojando-a de seus elementos tradicionais: artesanatos,
pequenos que definham em proveito dos centros urbanos.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001.
Aula 7 – Dinâmica demográfica mundial e distribuição geográfica da população
Situação da população mundial-2020- UNFPA-págs. 132-140
MYRSKYLA, Mikko- Advances in development reverse fertility declines

Para estudar o tema vale um livro de ensino médio mais os relatórios de população da ONU e o ACNUR

Distribuição da população mundial


São 7,8 bilhões de pessoas distribuídas de forma heterogênea
De cada 100 terráqueos, 60 estão na Ásia, principalmente a Ásia úmida.

China, Índia e Indonésia


Europa com 700 milhões
África com 1,2 bilhão de pessoas – é o segundo continente mais populoso, mas o continente é muito grande; região
do Saara é de baixa densidade
As regiões de dificuldade natural possuem baixa densidade populacional
A natureza determinou a fixação da população; fundamento ratzeliano; a tecnologia avançou, mas ainda assim a
população opta por lugares menos hostis apesar de hoje a tecnologia permitir a ocupação de qualquer local do
Planeta
Ao longo da história as pessoas se afastaram das regiões de difícil situação natural como altitude, desertos, regiões
muito frias, florestas densas

Todavia, por natureza, não se pode explicar a ocupação do leste dos EUA ou o Sudeste brasileiro, região de relevo
acidentado que em tese poderia ter baixa densidade
Este mapa mostra que a área em vermelho possui população equivalente à área em azul.
Mostra como a população estão mal distribuída pelo globo

As áreas de vantagem natural concentraram as pessoas – água e regiões férteis

Saara é um obstáculo à ocupação


Egito é muito populoso, 100 milhões de pessoas morando no meio do Saara, porém em torno do Nilo
Quanto mais volto no passado, mais determinística é o papel da natureza

Atualmente, não se explica a distribuição populacional pela questão natural


O peso dos rios
A = Nilo (nasce entre Tanzânia e Quênia)
Rio Tigre Elfrates segundo círculo; rio indo, gangis são todos com população grandes

As montanhas rochosas de certa forma explica a menor densidade, mas ainda assim tem Las Vegas, a questão
natural não explica a ocupação de uma população jovem

Ser humano surgiu nômade, portanto a questão natural interferiu a fixação; com o passar do tempo e a
modernidade o que explica é a industrialização
Regiões escuras são exemplos de obstáculos naturais – Andes, Amazônia, Rochosas, áreas frias, Saara, Himalaia,
Outback, Sibéria

O discurso Neomalthusiano é forte no Brasil; o fator populacional é um atributo de poder; países com população
pequena normalmente não possuem força geopolítica
Situação da população mundial (Relatório anual da ONU)
Relatórios a partir da página 142

A taxa de crescimento de uma população leva em consideração dois fatores: crescimento vegetativo e migração
Crescimento vegetativo = saldo natalidade e mortalidade
Migração = saldo imigrante e emigrantes
Crescimento populacional = migração + crescimento vegetativo

Países pobres crescem mais que países ricos -> está relacionado à maior fecundidade das mulheres dos países
pobres; alguns países ricos cresceram porque receberam pessoas, mais comum na Europa Ocidental; no caso da
Europa Oriental, as populações estão encolhendo, não atraem tantos emigrantes

Na Europa Oriental a mortalidade é maior que a natalidade e há muitas pessoas migrando para outras regiões

Taxa de fecundidade = fertilidade, mas é diferente de natalidade

Glossário
- Crescimento populacional = razão de duas variáveis: o crescimento natural ou vegetativo (Tn – Tm) e o saldo
imigração (chegada de pessoas) e emigração (saída de pessoas)

- Taxa de natalidade = nascimentos para cada 1000 habitantes por ano

- Taxa de mortalidade = óbitos por mil habitantes por ano

- Taxa de fecundidade ou fertilidade = número médio de filhos por mulher em idade féril (14 até 49 anos)

- Expectativa de vida = o quanto se espera viver ao nascer em determinadas áreas

- Taxa de reposição populacional = 2,1 filhos por mulher; significa que a população ficará estabilizada
É o continente africano que lidera o crescimento populacional; o que explica é a taxa de fecundidade
América Latina está na taxa de reposição; África possui taxa de fecundidade de 5,1
Levou 100 mil anos para chegar a 100 milhões de habitantes no século 1, depois 900 milhões no século XIX e agora
são 7,8 bilhões
Fase 1 é a maior parte da história da humanidade, século XIX é a fase de explosão demográfica, fase 3 é a fase que
estamos atualmente e caminhando para a quarta. Portanto, a população não vai crescer infinitamente. Os
continentes e países estão em fases diferentes.

Malthus escreveu o que escreveu porque estava na Inglaterra (queda da taxa de mortalidade – hoje paga para ter
filho, estão na fase 4; não concretizou). O mesmo estudo não caberia no Brasil do século XVIII.

Maldade matemática com pegada neomalthusiana


É preciso avaliar o número relativo e não absoluto. Foi uma tentativa de mostrar que a população iria explodir e que
precisaria ser controlada. A fase de crescimento acelerado da população a partir do século XIX reflete a segunda fase
de Thompson; o mundo hoje se encontra na fase 3. O crescimento relativo é baixo, embora o absoluto seja elevado.

A relação com a morte hoje é diferente do início do século XX. O avanço da tecnologia proporcionou maior
longevidade. Melhoria médico-sanitária reduz a mortalidade, mas a natalidade não reduz no mesmo ritmo. Tem o
componente cultural, as pessoas continuam tendo muitos filhos até que a redução aconteça. Por isso ocorre a
explosão demográfica. É isso que explica a situação atual na África.

Antigamente falava-se
Modelo de Transição Demográfica de Warren Thompson

Estudo da evolução populacional em quatro fases, considerando o crescimento vegetativo.


De maneira geral, os países evoluem de uma primeira fase de baixo crescimento vegetativo para uma quarta fase
também de baixo crescimento vegetativo, sendo as fases 2 e 3 a de explosão demográfica.

Há uma longa fase 1 em que nascem e morrem muita gente.

Modelo de Thompson não prevê encolhimento da população. Não cabe falar em fase 5 de Thompson, mas o que
poderia ser a fase 5 de Thompson, tendo em vista que ele não escreveu fase 5. É o caso do Japão, ele não previu esta
queda.

1700 = 20% da população mundial


1914 = mais de 25% da população mundial (Europa reduziu a mortalidade e manteve a natalidade elevada; fase 2);
atualmente representa 10% da população e estão na fase 4.

Quem está na fase 2 atualmente é a África, a fatia de africanos irá aumentar na população mundial. ONU de certa
forma disserta sobre o neomalthusianismo na África.
É um gráfico pouco crível para o caso africano; perspectiva neomalthusiana; parece que nunca sairá da fase 2. Existe
de fato a perspectiva de que a população africana irá crescer muito.

Europa está na fase 4; Brasil no final da 3; China e Japão na fase 4. Mundo na fase 3; África subsaariana na fase 2;
África árabe na fase 3; algum país muito pobre na AL como o Haiti pode está na fase 2.

A China abandonou a política do filho único. Inicialmente, começou com membros do partido, em que podia ter um
filho na área urbana e dois na área rural. Deng Xaoping institui no país inteiro a partir de 1978.

É altamente problemático uma população que encolhe: os idosos representam o passado; geram mais gastos;
geopoliticamente é ruim ter uma população que encolhe; a economia está dimensionada para um determinado
número de pessoas.

Japão é um país envelhecido, a população encolhe; as mulheres resistem a ter filhos, sociedade machista e questão
cultural. Governo está tentando incentivar o terceiro filho daqueles que têm dois.

Vai ser o ritmo de crescimento populacional da África que ditará se a humanidade chegará a 10 bilhões de pessoas.

Obs.:

A ‘bomba demográfica’ africana O continente responde por quase metade do crescimento da população mundial,
mas especialistas acreditam que esse movimento tende a se estabilizar “O que faz falta na África são mais
camisinhas.” “Por que têm tantos filhos se não podem alimentá-los?” “Com tanta gente no mundo, não poderemos
salvar o planeta.” Pergunta e opiniões como essas proliferam nas redes sociais e nos comentários diante das notícias
sobre o aumento da população (países como Níger poderiam multiplicar seu número de habitantes por quatro em
2030 e por 10 em 2050), a prevalência da fome (dois de cada dez africanos não comem o suficiente) e as migrações
na − e principalmente a partir da − África subsaariana.

As projeções demográficas mundiais − prevê-se que em 2050 o número de seres humanos supere os 9 bilhões e se
aproxime dos 10 bilhões −, particularmente impressionantes no caso africano, são vistas com preocupação pelos
países ricos, onde muitos já falam de uma bomba demográfica africana. Dos nove países que concentrarão a metade
do crescimento populacional até 2050, cinco são africanos (Nigéria, República Democrática do Congo, Etiópia,
Tanzânia e Uganda). E outros, como Angola, Burundi, Níger, Somália, Zâmbia e a própria Tanzânia, multiplicarão por
pelo menos cinco seu número de cidadãos. Hoje há 1,2 bilhão de africanos, e para 2050 se prevê que sejam o dobro.
Ou seja, o continente responde por quase metade do crescimento da população mundial.

“O problema é que não vemos as coisas em perspectiva: esse processo não é nenhuma peculiaridade africana, e sim
um ciclo (Thompson) pelo qual outros continentes já passaram antes”, sustenta Julio Pérez Díaz, especialista em
demografia do Centro Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha. “Na segunda metade do século
passado se falava com temor do crescimento da população na Ásia, principalmente na China, e hoje as taxas de
fecundidade por lá são parecidas com as europeias”, acrescenta. A origem dessas tormentas demográficas, segundo
o pesquisador, é a redução da mortalidade, sobretudo da infantil. Quando há um alto número de nascimentos (por
motivos religiosos, culturais ou puramente econômicos) e de repente se multiplica a porcentagem de crianças que
chegam à idade adulta, o crescimento populacional dispara. E, embora ainda falte muito por fazer, é o que está
acontecendo graças aos avanços nos cuidados sanitários: as mortes de crianças menores de cinco anos na África
subsaariana caíram mais de 30% desde o início deste século. Mas esse crescimento populacional, segundo Pérez
Díaz, tende a se estabilizar. “Se os bebês que você traz ao mundo não morrem e chegam a se reproduzir, já não é
preciso ter seis filhos por mulher para que a população não se extinga. É a mesma tendência que seguem todos os
países menos desenvolvidos do mundo, não só os africanos”, assinala.(...)
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/03/internacional/15332 87402_271672.html

Natalidade muito elevada

Urbanização e mudanças culturais reduz a fecundidade na AL


(TPS 2013) Demógrafos japoneses alertam para a possibilidade de o Japão chegar a apenas cem milhões de
habitantes em 2050. Com relação a esse fenômeno, julgue (C ou E) os próximos itens.
A atual crise mundial reflete-se em quase todo o crescimento natural no globo terrestre, e o Japão não foge a essa
lógica, o que explica a queda da população absoluta japonesa para as próximas décadas. (TPS 2013) Demógrafos
japoneses alertam para a possibilidade de o Japão chegar a apenas cem milhões de habitantes em 2050. Com
relação a esse fenômeno, julgue (C ou E) os próximos itens.

1. A atual crise mundial reflete-se em quase todo o crescimento natural no globo terrestre, e o Japão não foge a
essa lógica, o que explica a queda da população absoluta japonesa para as próximas décadas.
E; o que explica a redução japonesa é o fato de há muito tempo estar na fase 4 da transição demográfica, possuir
uma população envelhecida e baixa taxa de fecundidade.

2. A queda nas taxas de natalidade do Japão é explicada não pela melhora na qualidade de vida e de renda desse
país, mas pela emigração de japoneses em direção à Europa e à América Latina.
E; saída de japoneses foi nas primeiras décadas do século XX. A taxa de fecundidade não consegue superar a taxa de
mortalidade.

3. A queda da população absoluta do Japão é fator preocupante para a economia mundial e para a asiática, visto
que o mercado interno japonês, apesar da sua qualidade de consumo, sofre também retração.
E; o mercado interno vai sofrer retração, mas ainda não sofreu; a estagnação não tem relação com o mercado
interno, mas com a capacidade de exportação. O jovem atual é mais consumidor.

4. A queda nas taxas de população absoluta japonesa é explicada pela queda nas taxas de fecundidade do país e
pelo envelhecimento populacional; já a queda nas taxas de fecundidade é justificada tão somente pelo
envelhecimento populacional
E; queda de fecundidade tem relações com mudanças culturais, além do envelhecimento

Japão é um caso diferente, salta aos olhos a redução populacional.


Aula 8 – Dinâmica demográfica brasileira e estrutura etária
BGE. Projeção da População do Brasil por sexo e idade – 2000-2060. Revisão 2013.
ALVES, José Eustáquio Diniz. A transição demográfica e a janela de oportunidade. São Paulo 2008. pp. 1-13.

População brasileira é mal distribuída e concentrada no litoral

Há 10 milhões de pessoas vivendo na faixa de fronteira (150 km) e 50 milhões nos municípios litorâneos; São Paulo
não entra.

O grau de interiorização em parte do Sul e em São Paulo é maior. O modelo de ocupação foi diferente, há mais
dinamismo no interior desses estados. Diferentemente do Rio de janeiro e Bahia, por exemplo. No Sul, o pampa é
uma exceção, história latifundiária, o restante do Sul é caracterizado por pequenas propriedades. Pampa segue a
lógica que imperou no país, diferentemente do restante do Sul.

Brasília é uma metrópole Nacional, separada por apenas 200 km de uma outra metrópole que é Goiânia; é um
esboço de uma megalópole.

Há núcleos de ocupação no interior: Manaus é a sétima capital em população no Brasil, Goiânia e Brasília são
destaques.; destaque para Cuiabá-Porto Velho e Belém-Brasília.

Interior do Nordeste está longe de ser um vazio demográfico; poucas regiões de semiárido no mundo têm tanta
gente; cerca de 20 milhões de pessoas.

A ocupação do interior segue o caminho das grandes rodovias e a rota da soja.


Interiorização

O crescimento no interior é mais intenso; continua tendo crescimento litorâneo, mas a dinâmica no interior é maior.
Ocorre tanto a interiorização quanto a periferização.

Ao analisarmos o período 2000-2017, pode-se observar que os municípios cuja população diminuiu (em azul no
mapa) são raras e pequenas. Na maior parte, eles cresceram (até + 50% em amarelo) durante esses 17 anos e alguns
cresceram muito rapidamente (de + 50% para perto de + 300%, em vermelho). Estes estão localizados
principalmente nas frentes pioneiras da Amazônia e nos arredores das grandes cidades, Rio, São Paulo e Brasília. A
capital paulista ainda ganhou mais de um milhão e meio de habitantes neste período, o Rio um pouco mais de meio
milhão e Brasília alcançou pela primeira vez os 3 milhões de habitantes, fato notável por uma cidade fundada em
1960.
Confins, «A população do Brasil em 2017»,Confins[Online], 32|2017, posto online no dia 29 setembro 2017, consultado o 16 dezembro 2019.
URL: http://journals.openedition.org/confins/12389; DOI: 10.4000/confins.12389
Mostra a região concentrada (Sul-Sudeste); mostra que o sertão nordestino não é vazio (influência do rio São
Francisco)

Pantanal é área de vazio populacional (período de cheias dificulta a ocupação); parte ocidental da Amazônia (região
do Xingu – tem sido um problema em elação ao desmatamento)

O ano de 1872 é o censo do Império; Nordeste ainda era mais populoso. Continua muito populoso, mas o declínio é
óbvio.

São Paulo tem 1/5 dos brasileiros; SP + MG + RJ possuem juntos 45% dos brasileiros, cerca de 90 milhões de pessoas.

O Sul quando foi fronteira agrícola recebeu maior fluxo, depois começa a reduzir.

Norte e CO concentram 15% da população; há cem anos eram 5%. Mostra a interiorização.

Eixo de resposta para uma questão discursiva:

 Má distribuição da população é uma regra no mundo, influenciada por questões naturais e econômicas.
 No Brasil é marcado pela concentração litorânea
 Falar da diferença da região Sul; que é uma exceção
 Falar da interiorização: marcha para o oeste, construção de Brasília, ocupação da Amazônia (integração
nacional)
 Urbanização – concentração urbana é explicada pelo processo de construção do espaço geográfico brasileiro
seguido por programas do governo (marcha para o oeste, obras hídricas, Brasília, ocupação da Amazônia);
foi uma prioridade integrar o território.

Os militares e Vargas foram geopolíticos; Vargas criou uma série de territórios federais; associado a produzir as
fronteiras; a ocupação era importante para manter o território
Transição demográfica brasileira
É importante estar atento às décadas que marcam a transição.

Cp= Cv (Tn – Tm) + (Imigração – emigração)


Crescimento populacional é igual a crescimento vegetativo + saldo migratório

O gráfico mostra que a Taxa de Natalidade estava em 45 por mil em 1872; atualmente está próxima a 10.

 Fase 1 ocorreu no Brasil entre as décadas de 1870 e 1940 – final dos anos 30
 Fase 2 ocorreu no Brasil entre as décadas de 1940 e 1980 – final dos anos 70; o crescimento a partir dos
anos 1940 é fruto do processo de urbanização iniciado na década de 1930. O que explica a explosão
demográfica é a melhoria médico-sanitária associada ao processo de urbanização que derruba a taxa de
mortalidade enquanto a taxa de natalidade continua alta. Dos anos 1930 aos 1960 a taxa de natalidade
permanece praticamente estável, enquanto a taxa de mortalidade cai drasticamente. O que explica a queda
da natalidade a partir da década de 1970 também é a urbanização. A urbanização atua no início e no final da
fase, mas de forma diferente. Enquanto derruba a mortalidade no início da fase; ela derruba a natalidade no
final da fase. Entrada da mulher no mercado de trabalho leva ao retardo na gestção, além da difusão de
métodos contraceptivos.
 Fase 3 iniciou na década de 1990 até a presente data.
 Fase 4 Brasil ainda não entrou na fase 4, mas está próximo. O que poderia retardar o processo é uma
melhoria nas condições econômicas e algum fluxo migratório.

O que explica o maior crescimento em 1872 é a imigração; no gráfico de transição está refletido o crescimento
vegetativo

A população triplicou de 1950 a 1990; de 52M para 147 M.


O ritmo de crescimento não foi mantido.
Representa crescimento total (vegetativo + migração)
Na prova tem que prestar atenção ao comando da questão: crescimento populacional total ou crescimento natural

A emigração de brasileiros na década de 1980 não explica a queda do crescimento; proporcionalmente o impacto é
pequeno, embora o número absoluto fosse o mesmo de 2 milhões de pessoas.

Evolução etária
1º Quadrante = Fase 2

2º Quadrante = Início da Fase 3; pirâmide clássica, base maior, mais crianças que adultos jovens.

3º Quadrante = Final da Fase 3; número de crianças até 4 anos menor que pessoas com 20 a 24 anos. Significa que
nasceram mais pessoas há 20 anos que no presente.

4º Quadrante = formato de retângulo. Homens do lado esquerdo e Mulheres do lado direito. Nas fases anteriores a
expectativa e vida era baixa, não mostrava a discrepância entre homens e mulheres. Na fase 4 fica evidente que as
mulheres vivem mais em média.

Obs.: No Brasil existem cerca de 4 milhões a mais de mulheres que homens. Há mais homens vivendo no Norte e
Mato Grosso e mais mulheres nas demais regiões, que possuem maior expectativa de vida. Migração de fronteira
agrícola, trabalho braçal. (Razão de masculinidade)

Estrutura etária do Brasil em 2010; mostra claramente que o país passa pela Fase 3. Há menos pessoas de até 4 anos
(nasceram de 2006 até 2010) que pessoas com 20 anos (nasceram 1990-95).

A idade média atualmente está entorno de 30 anos; na década de 1970 era de 17 anos.

População brasileira atualmente é majoritariamente adulta.


Média de filhos por mulher. Décadas de 1940-70 representam a fase 2. Entre os anos 1960-70 ocorre a transição de
maioria da população rural para urbana. A redução a partir de 19+80 é típica da fase 3. A população está
envelhecendo e as mulheres estão tendo menos filhos.

Bônus Demográfico

Atenção: população economicamente ativa significa que está trabalhando ou procurando trabalho. A Fernanda do
Bruno, por exemplo, é população inativa. Para calcular o bônus demográfico leva em consideração a população ativa
e inativa.

Razão e Dependência = população em idade ativa comparada com a população inativa.


População ativa = pessoas entre 14 e 65 anos independentemente de trabalhar ou não.
População inativa = pessoas com menos de 14 e mais de 65 anos.

A razão de dependência de 0,9 na década de 1970 significa dizer que para cada pessoa ativa havia 0,9 inativa. Para
cada 9 brasileiros com menos de 14 e mais de 65 anos havia 10 brasileiros entre 15 e 64 anos.

No ano 2000, para cada 10 brasileiros com menos de 14 e mais de 65 anos havia 20 brasileiros entre 15 e 64 anos.

Significa dizer que o período que vai do início dos anos 2000 até 2030 representa o Bônus demográfico brasileiro;
que é quando a razão de dependência atinja seu ponto mais baixo (caiu muito o número de crianças com a queda da
taxa de natalidade enquanto a população envelhece aos poucos).
É um momento com muita gente ativa, por isso é uma janela de oportunidade. O problema é que grande parte desta
população está subempregada ou mesmo desempregada. A produtividade é baixa.

O pós-bônus em 10 e 15 anos se mostra como um desafio. Período de não-bônus; muitos inativos dependendo dos
ativos. O ideal é usar o bônus demográfico para se preparar para esta fase. Em tese, deveria ser um período de
maior acúmulo de poupança interna, para quando o bônus passar.

O vale da curva vermelha representa o bônus demográfico brasileiro. População ativa é expressamente maior que a
inativa.

O bônus demográfico é característico da transição da Fase 3 para a Fase 4.

População deve deixar de crescer por volta de 2040

PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DO BRASIL POR SEXO E IDADE PARA O PERÍODO 2000/2060 PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO
DAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO POR SEXO E IDADE PARA O PERÍODO 2000/2030
ftp://ftp.ibge.gov.br/Projecao_da_Populacao/Proj
ecao_da_Populacao_2013/nota_metodologica_
2013.pdf
IBGE divulga as estimativas da população dos municípios para 2019

O IBGE divulga hoje as estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios brasileiros, com data de
referência em 1º de julho de 2019. Estima-se que o Brasil tenha 210,1 milhões de habitantes e uma taxa de
crescimento populacional de 0,79% ao ano, apresentando queda do crescimento quando comparado ao período
2017/2018, conforme a Projeção da População 2018. O município de São Paulo continua sendo o mais populoso do
país, com 12,25 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões de habitantes), Brasília (3,0
milhões) e Salvador (2,9 milhões). Juntos, os 17 municípios brasileiros com população superior a um milhão de
pessoas somam 46,1 milhões de habitantes ou 21,9% da população do Brasil.(...

O crescimento populacional do total do país, medido pela taxa geométrica de crescimento, foi de 0,79% ao ano,
exprimindo queda do crescimento quando comparado ao período 2017/2018, conforme Projeção da População
2018. Dos 5.570 municípios do país, 28,6% apresentaram redução populacional. Aproximadamente metade (49,6%)
dos municípios tiveram crescimento entre zero e 1% e apenas 4,8% (266 municípios) apresentaram crescimento
igual ou superior a 2%. O grupo de municípios com até 20 mil habitantes apresentou, proporcionalmente, o maior
número de municípios com redução populacional. Já no grupo de municípios entre 100 mil e um milhão de
habitantes, está presente a maior proporção de municípios com crescimento superior a 1% ao ano. Os municípios
com mais de um milhão de habitantes concentram crescimento entre zero e 1% ao ano.

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-denoticias/releases/25278-ibge-
divulga-as-estimativas-da-populacao-dos-municipiospara-2019

(TPS 2009) O gráfico a seguir apresenta a evolução da população brasileira de acordo com os censos demográficos,
além de uma projeção dessa evolução até o ano de 2050.
Tendo as informações apresentadas acima como referência, julgue (C ou E) os itens a seguir, relativos à evolução da
população brasileira.

1. Considerando-se o quadro de altas taxas de mortalidade infantil no Brasil no período compreendido entre 1950
e 1970, conclui-se que o crescimento populacional registrado no gráfico para esse período deveu-se
principalmente aos grandes fluxos imigratórios.

E; o período entre 1950-70 é marcado pela Fase 2, em que há baixa na taxa de mortalidade e manutenção da taxa de
natalidade. Não foi um período migratório e houve queda da mortalidade infantil em função da urbanização e
melhorias médico-sanitárias.

2. Verifica-se, com base no gráfico, que, no Brasil, haverá aumento da mortalidade geral a partir de 2040, razão
pela qual a população entrará em processo de decrescimento.

E; o que haverá é redução da taxa de natalidade, que não mais compensará a taxa de mortalidade. Todavia, haverá
mais mortalidade geral sim, a população estará mais envelhecida.

3. A projeção de desaceleração da taxa de crescimento da população brasileira evidenciada no gráfico tem como
um de seus fatores a queda da fecundidade.

C; característico da fase 4 – poderia até dizer que é o principal fator. Em 2005 ficou abaixo da taxa de reposição.

4. No momento histórico correspondente ao ponto mais alto da curva correspondente no gráfico mostrado, a
média etária do conjunto da população brasileira será inferior à atual.

E; a média etária será maior no ponto de máximo em comparação com o período atual, tendo em vista que haverá
menos pessoas nascendo e que a população estará mais envelhecida.
Aula 9 – Migrações no Espaço Mundial
International Migration Report 2020
Global trends 2019
Refúgio no Brasil- Uma análise estatística- ACNUR

Obs.: 272 milhões de habitantes nasceram em um país, mas vive em outro; sendo que 50 milhões vivem nos EUA

Migração é uma característica inerente ao ser humano; mas o relatório de 2020 mostra que o número de migrantes
é o maior de todos os tempos; tanto em número absoluto quanto relativo

Na geografia, o importante é saber de onde essas pessoas saíram e para onde vão; grandes fluxos

O elemento basilar que motiva as migrações é o componente econômico; assimetria – lugares mais dinâmicos
lugares menos dinâmicos

Na média, os imigrantes trazem mais benefícios que desvantagens para a economia; embora possa trazer alguns
gastos sociais adicionais; segundo estudo da McKinsey, imigrantes são responsáveis por US$ 6,7 tri do PIB global ou
9,4% do PIB mundial; embora sejam 3,5% da população mundial

A faixa etária do migrante é formada em sua maioria por adultos, o que ajuda a explicar o efeito no PIB, mas não é
só. Tem o fato deles terem que ser muito produtivos para se inserirem na sociedade que estão chegando; vão para
vencer, rompem os laços; trabalham em mais de um emprego muitas vezes
A globalização contribui para as migrações, que se beneficiam do desenvolvimento tecnológico dos meios de
transporte – percepção do mundo que encolhe; não é o avião (a técnica) que leva à migração, mas sem dúvida ele
facilita

Uma vantagem do país de saída são as remessas do exterior; muitos países têm parcela significativa do PIB formada
por remessas vinda do exterior oriundo dos emigrantes
1. Migração Sul-Norte geopolítico – assimetria econômica como vetor fundamental; em termos totais não é maior
que migrações dentro de regiões – dentro da África; dentro da América Latina. Momento demográfico também é
importante; a migração Sul-Norte visa a suprir países ricos com uma mão de obra que não existe na região para
realizar determinados trabalhos.

2. Migração Norte-Norte – muito associada à globalização

3. Migração Sul-Sul supera a migração Sul-Norte; fator distância influencia, é mais conveniente

4. Migração Norte-Sul – menos comum, mas há americanos e europeus vivendo no Brasil, por exemplo

As migrações obedecem a um critério regional; por exemplo, os argelinos se concentram na França; mineiros se
concentram em Boston; Bolivianos em São Paulo – o migrante acaba por formar um grupo; é natural que busquem
pessoas conhecidas e referências – formação de redes sociais (portugueses em Zermatt)

Obs.: o grupo de brasileiros oriundos de Valadares em Boston decorre de mineradores do entorno de Boston que
abriu fábrica em Valadares

Sistemas regionais de migração


Caso do México nos EUA junta a assimetria com a proximidade

Na África, o maior número de migrações é dentro da própria África


Origem e destino dos imigrantes

10% da população mexicana mora nos EUA

Obs. : The birthplaces of the people and the Law of Migration (1876) – Ernest George Ravenstein
Citação à obra clássica – população não é assunto da geografia; mas esse livro foi escrito por um geógrafo nascido na
Alemanha no século XIX; lançou as leis de imigração em que duas delas são muito úteis
1. Fatores de repulsão e atração
2. Fator distância – envolve deslocamento e a facilidade trazida pela inovação tecnológica dos meios de
transporte
Remessas do exterior é vantagem para o país que fornece imigrante (países de saída)

Países de chegada que recebem muitos emigrantes e por isso enviam grandes remessas

Migrações Forçadas

Deslocamento global supera 70 milhões, e chefe da Agência da ONU para Refugiados pede maior solidariedade na
resposta. O número de pessoas fugindo de guerras, perseguições e conflitos superou a marca de 70 milhões em
2018. Este é o maior nível de deslocamento forçado registrado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em
seus quase 70 anos de atuação. Dados divulgados hoje no relatório anual do ACNUR Tendências Globais revelam que
quase 70,8 milhões de pessoas estão em situação de deslocamento forçado em todo o mundo. Este número dobrou
em 20 anos, é 2,3 milhões maior que o ano anterior e corresponde à população semelhante a de países como
Tailândia e Turquia. O total de 70,8 milhões é, ainda, uma estimativa conservadora, especialmente porque o número
reflete apenas parcialmente a crise na Venezuela. No total, cerca de 4 milhões de venezuelanos já saíram do país
desde 2015, tornando essa uma das mais recentes e maiores crises de deslocamento forçado no mundo. Embora a
maioria da população necessite de proteção internacional para refugiados, apenas meio milhão tomou a decisão de
solicitar refúgio formalmente.(...)
https://www.acnur.org/portugues/2019/06/19/deslocamento-global-supera-70-milhoes/

Relatório ACNUR 2018


70,8 fizeram deslocamento forçado
25,9 são refugiados
41,3 não ultrapassou a fronteira, mas foi forçado a migrar para outra região
3,5 estão esperando o refúgio, ainda não foi concedido
2018: 70,8 milhões
2019: 79 milhões

Impacta o Brasil em função da crise venezuelana; em 2019 o fato novo é a Venezuela; Síria e Afeganistão são países
de saída há anos

Afeganistão -> Paquistão e Irã


Síria -> Turquia, Alemanha (posição geográfica é forte na atração; Alemanha recebe muito em função da sua política
favorável de recepção de refugiados)
Venezuela -> Colômbia
Por anos o Afeganistão liderou; sendo o Paquistão o maior receptor; agora a Síria lidera, por consequência o
receptor também muda
Pirâmide etária dos refugiados; é algo novo, surgiu no relatório de 2020
Tese de que o migrante é adulto e um elemento econômico no caso dos imigrantes internacionais
Refugiados idosos são poucos, adultos são 43% e a maioria por menores de 18 anos

1 . Os fluxos migratórios sul-norte envolvem menos da metade dos migrantes internacionais; a maioria dos fluxos,
menos conhecidos e menos midiatizados, é de orientação sul-sul.

2. As migrações são cada vez mais circulares; a Espanha, por exemplo, é um país de emigração, sobretudo de
migrações empresariais, um país de trânsito para os africanos que vão para a França e um país de imigração do
Marrocos e da Romênia.

1. C – principal migração em termos numéricos é a Sul-Sul; Sul-Norte, Norte-Norte; Norte-Sul


2. C – Europa oriental é uma região pobre, justifica a migração de romenos

3. Ainda que estejam mundializadas, as migrações se regionalizaram; as regiões migratórias não abarcam
continentes, mas correspondem a sistemas regionais em que há complementaridade entre a demanda e a oferta de
trabalho e de população.

4 . Um aspecto significativo das migrações atuais é o predomínio numérico de europeus, nos fluxos internacionais,
em substituição ao predomínio de africanos, asiáticos e latino-americanos.

3. C – a questão faz uma flexibilização, usa o ainda que; envolve sistemas regionais que em função de proximidade e
questões idiomáticas a migração regional é mais significativa
4. E – o erro é contundente
Aula 10 - Migrações no Espaço Brasileiro
IBGE. Reflexões sobre os Deslocamentos Populacionais no Brasil. Rio de Janeiro. 2011.
BAENINGER, Rosana- Migrações internas no Brasil século 21: evidências empíricas e desafios conceituais.

 No olhar da geografia, o tema da migração envolve território e a distância

Grande parte que seguiu para a Colômbia não pediu refúgio, no Peru é diferente

Brasil está de certa forma em situação diferente; não recebe muitos, mas o que recebe vai para um lugar pequeno,
que é Roraima.

Brasil se mostrou flexível com Venezuela e Síria


Etapas da migração brasileira

 1. Da imigração (auge de 1850 – Lei Eusébio de Queiroz até 1934 – Lei de cotas de emigração do Vargas) à
emigração (décadas de 1980-90)
o Historicamente o Brasil foi um país de imigração, mas hoje é um país de emigração
o No período pós-guerra continuou recebendo imigrantes, mas em menor número
o No século XXI, Brasil continua emigrador, mas recebeu muitos imigrantes de 2008 a 2014
(portugueses de alta qualificação principalmente)

 2. As características por destino (Dekasseguis, Brasiguaios etc.)

 3. A Migração Circular ou Rotatividade Migratória

Quem veio para o Brasil


Italianos entraram em maior número, mas em proporção da população o percentual português é maior uma vez que
a população italiana é bem superior à portuguesa

Obs.: Brasil é um país de imigração e emigração (há 4 milhões de brasileiros no exterior e 1,5 milhões de estrangeiros
aqui); os EUA é um país de chegada, o México de saída

São Paulo foi o estado que mais recebeu migrantes – italianos, árabes, japoneses, espanhóis

No Sul, os imigrantes fundaram cidades, especialmente na serra, grande parte de origem alemã (Novo Hamburgo,
São Leopoldo); as cidades italianas vieram em seguida seguindo a mesma rota (Garibaldi, Bento Gonçalves)

Brasil país emigrador

 Problemas da década de 1980, falta de expectativa combinada com a crise econômica leva os brasileiros a
saírem do país

A queda em 2012 representa a melhora econômica que o país experimentou no período; é preciso levar em
consideração o fator econômico quando se fala em imigração

Os brasiguaios é um movimento da década de 1970, em que brasileiros foram atraídos diante da


possibilidade de comprar terras na fronteira – medida tomada pelo governo paraguaio para aproveitar a
fronteira agrícola brasileira no Mato Grosso. Brasileiros são elite.
Muitos dos brasileiros que estão em Portugal não vão para desbravar (arrumar emprego) visto que a
economia portuguesa não é tão dinâmica. Inclusive os jovens portugueses deixam o país rumo a outros
países da UE. São brasileiros ricos em busca de segurança, muitos são empresários e têm na língua um
facilitador.

No Japão, são brasileiros que vão trabalhar na indústria, principalmente em Nagoya (distrito industrial). Não
é uma imigração de setor terciuário, como para a Inglaterra, mas setor secundário.

A Migração Circular
Brasil também recebeu muitos migrantes durante o período que brasileiros deixaram o país

É um número desatualizado; a tendência é de queda, estão morrendo os portugueses, japoneses e italianos;


não está havendo taxa de reposição. Possivelmente o número de bolivianos hoje é maior. A vinda de
americanos e alemães está associada à globalização.

Principais contingentes estrangeiros no Brasil

 Boliviano é o maior contingente; migração econômica


 Venezuelano; refugiados
 Haitianos; associada à operação liderada pelo Brasil junto à ONU (MINUSTAH) – Brasil deu visto de trabalho
diante da situação humanitária; não se enquadravam como refugiados
Bolivianos viram maior comunidade estrangeira em São Paulo

A chegada de bolivianos cresceu cinco vezes desde 2010, tendo como principal destino a cidade de São Paulo. São
mais de 250 mil, entre famílias cadastradas oficialmente e imigrantes irregulares. 'Eles já chegam aqui na casa de
alguém, na casa de um familiar, na casa de um amigo. Eles são acolhidos por alguém que já conhecem'. 'Dentro de
casa havia uma regra: aqui dentro você não fala português, aqui dentro você fala espanhol. Aqui é a Bolívia, lá fora é
o Brasil'. O número de imigrantes bolivianos no Brasil só aumenta. No principal reduto, a cidade de São Paulo, são
mais de cem mil. De 2010 para cá, o número registrado pela Polícia Federal cresceu cinco vezes. Os bolivianos
ultrapassaram os portugueses e se tornaram o maior grupo estrangeiro na capital paulista. A estimativa é de que o
número real supere 250 mil. O padre Paolo Parise, diretor da Missão Paz, que acolhe imigrantes e refugiados,
destaca que a quantidade de estrangeiros irregulares é muito maior. Em geral, os bolivianos trabalham com costura
e comércio popular na região do Brás, no Centro de São Paulo. Agora, eles também vivem em bairros das zonas
norte e leste. Essa ocupação é refletida na fé.(...) https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/240073/bolivianos-
viram-maiorcomunidade-estrangeira-em-s.htm

ONU lança estudo sobre migração haitiana para Brasil, Chile e Argentina

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH)
do Mercosul lançaram na semana passada (15) um diagnóstico sobre a migração haitiana para os países-membros e
associados do bloco, analisando especialmente o caso das cidades de Brasil, Chile e Argentina. O estudo concluiu que
nos três países há evidências de um nível aceitável de garantia de acessos a direitos por parte dos migrantes
haitianos, particularmente no acesso à educação e à saúde. Além disso, no Brasil, a regularização de pessoas
migrantes contribuiu de forma importante para o acesso dessa população ao mercado de trabalho formal. A
Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH)
do Mercosul lançaram na semana passada (15) um diagnóstico sobre a migração haitiana para os países-membros e
associados do bloco, analisando especialmente o caso de Brasil (São Paulo), Chile (Santiago) e Argentina (Buenos
Aires). Os pesquisadores realizaram uma série de entrevistas em cada um dos países do Mercosul, focando nas
condições e estratégias de recepção e atenção a migrantes haitianos nessas cidades. Os fluxos migratórios haitianos
entre 2014 e 2016 para Brasil e Chile, principalmente, e em menor medida para a Argentina, têm características
diferentes na comparação com o fluxo ocorrido entre 2010 e 2014, de acordo com o estudo. Entre 2014 e 2016, os
fluxos migratórios haitianos foram formados principalmente por familiares — diretos ou indiretos — dos migrantes
já instalados nesses países, apontou. De acordo com o levantamento, o Brasil é o país da região com maior número
de haitianos. Até o fim de 2016, foram autorizadas 67 mil autorizações de residência no país, incluindo temporárias e
permanentes. No Chile, foram concedidas 18 mil autorizações de moradia até o fim de 2015, enquanto na Argentina
havia pouco menos de 1,2 mil. Em relação aos direitos sociais, a pesquisa verificou que não há uma correlação forte
entre as normas migratórias e o acesso efetivo a saúde, educação, moradia e trabalho. No entanto, nesses três
países há evidências de um nível aceitável de garantia de acessos a direitos, particularmente no acesso à educação e
à saúde. Além disso, no Brasil, a regularização de pessoas migrantes contribuiu de forma importante ao acesso ao
mercado de trabalho formal.(...)

https://nacoesunidas.org/onu-lanca-estudo-sobre-migracao-haitiana-parabrasil-chile-e-argentina/
As Migrações Internas

Constituiu-se um mercado nacional e integraram-se as várias regiões em benefício da região industrial hegemônica
(São Paulo). A necessidade de articulação com os mercados regionais provocou a criação de uma rede de transportes
e comunicações. Paralelamente, a produção em escala nacional provocou o desaparecimento do artesanato e
aumentou ainda mais o desemprego (matou a economia local). Em suma, o aumento dos desníveis socioeconômicos
foi acompanhado pela maior facilidade de transferência física da população (estradas que conectaram o país).

MARTINE, G. (1990). As migrações de origem rural no Brasil: uma perspectiva histórica”, in ABEP.

Para a geografia, as migrações internas são um fenômeno do século XX, porque o volume era maior, até então a mão
de obra era escrava; as pessoas circulavam como mercadoria e a comunicação entre as regiões era precária. No
século XX, há efetiva conexão do território associada à mão de obra livre

 Migrações intrarregionais
 A transumância – sazonal, está ligada às colheitas
 As tendências atuais: Migração de curta distância, de retorno, desmetropolização

Características das migrações no Brasil

1. Década de 1950-70: migração do Nordeste para o Sudeste atraída pela urbanização e industrialização; é
grande migração – êxodo rural; causa a explosão urbana de SP e RJ
a. A grande urbanização brasileira é nas décadas de 1950-70, justamente com a grande migração
de nordestinos para o sudeste;
2. Década de 1970-90: migração para o Centro-Oeste e Amazônia – expansão da fronteira agrícola
a. há uma migração de fronteira agrícola no Centro-Oeste e projeto de e ocupação da Amazônia;
atualmente, as migrações intrarregionais não são mais tão importantes
As migrações intrarregionais no Brasil são típicas do século XX foram dois grandes movimentos de migração; do
nordeste para o Sudeste nos anos 1950-70; e de diversas regiões do país para o Centro-Oeste e Amazônia seguindo a
expansão da fronteira agrícola, nas décadas de 1970-90; hoje, as migrações inter-regionais já não são importantes,
segue a ocupação territorial atual; uma possibilidade seria uma migração para Acre, Cabeça do cachorro, Roraima e
Amapá, no caso de uma nova fronteira agrícola na Amazônia, o que seria desastroso ambientalmente.

Desmetropolização

 A tendência atual é a migração regional; sair da metrópole para cidades médias do interior – do RJ para
Volta Redonda.

Brasil continua sendo litorâneo, mas já não existe um vazio no interior (Manaus, Goiânia, Brasília)
Em roxo são algumas estradas

(TPS 2008) As migrações aparecem como característica permanente da espécie humana. Max Sorre afirma que a
mobilidade é a lei que rege todos os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa lugar importante na
Geografia Humana. Nele está inserida a discussão das raças e a das miscigenações, levando à definição das etnias. A.
Damiani. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006, p.

51 (com adaptações). Considerando o texto acima, julgue (C ou E) os itens seguintes

( ) A abertura de fronteiras à entrada de migrantes é uma realidade em determinados países desenvolvidos, dada a
carência de mão-de-obra em setores das atividades econômicas.

Certo;

( ) A quantidade de fluxos migratórios vem diminuindo no contexto de mercado de trabalho globalizado, uma vez
que a facilidade atual de circulação de mercadorias substitui a necessidade de movimentação dos trabalhadores.

Errado; nunca teve tantos imigrantes

( ) Com a miscigenação e o multiculturalismo — atualmente presentes em diversos países —, as diferenças étnicas


deixaram de ser causa para migração e conflitos sociais.
Errado; há diversos conflitos

( ) O Brasil apresenta tanto a saída de população como a entrada de migrantes estrangeiros em busca de emprego e
melhor nível de qualidade de vida.

Certo; típico de uma rotatividade migratória

Módulo 2 – Geografia Econômica

Aula 1 - A divisão internacional do trabalho e o reordenamento territorial pós-fordista


HARVEY, David. Condição pós moderna: Uma pesquisa sobre as origens da Mudança Cultural. Edições Loyola. Parte II
- Transformação político-econômica do capitalismo - Cap.7 - "Introdução"; Cap. 8 - " O fordismo"; Cap.9 - " Do
fordismo à acumulação flexível"; Cap. 10 - "Teorizando a transição"; Cap. 11 - "Acumulação flexível". P 117-184.
HAESBERT, Rogério. O mito da desterritorialização. Bertrand Brasil. 2004
Capítulo 5.1-Múltiplas dimensões da desterritorialização- páginas 172-194
BENKO, Georges. Economia, Espaço e Globalização na aurora do século XXI. Editora Hucitec. Cap.5- Emergência de
um novo sistema produtivo. P. 105-130

Nunca esquecer que a geografia tem como foco o espaço; é necessário territorializar as questões

1. A DIT – Países Centrais e Periféricos – A Relação Desigual


 A industrialização original (final do séc. XVIII e séc. XIX)
 As tradicionais concentrações industriais
o O Nordeste dos EUA e o Sul dos Grandes Lagos
o O Vale do Ruhr
o O Vale do Sena
o O Triângulo industrial da Itália
o A megalópole de Tokkaido
Obs.: a questão fundamental é entender que a industrialização é extremamente concentrada em certas áreas de
alguns países; eram cridas dificuldades mesmo dentro dos países. O título divisão internacional dá ideia de
desigualdade entre os países, mas há também a questão da desigualdade nos países

Triângulo Locacional de Alfred Weber


Ponto ótimo a depender da matéria-prima, do custo de transporte e ponto de consumo
Atualmente, com a tecnologia de transporte avançada, as discussões em torno do triângulo locacional ficaram mais
complexas; de toda forma não significa que o uso do Triângulo Locacional não seja mais válido. O ponto é que
atualmente existe um modelo mais flexível, mas a escolha do local não é mais aleatória, existe um local ideal para se
instalar um determinado ponto ou etapa da cadeia global de valor. O que ocorreu foi uma desterritorialização e
reterritorialização.

A DIT tradicional (até 1945)


À Medida que as empresas se tornam transnacionais deixa de ser possível definir o mundo dessa forma; Brasil,
Vietnã, México são países industrializados, porém não são desenvolvidos

 A industrialização tardia (pós-1945) – processo de industrialização mais rápido que a industrialização


tradicional/original
o Substituição de importações (Brasil, África do Sul, Argentina, México, Índia)
o Plataformas de exportação (4 Tigres Originais – Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura, Hong Kong), os
Novos Tigres, ZEE’s da China)

A industrialização tardia se divide em substituição de importações e plataformas de exportação. Se trata de países


que não estavam no grupo que fizeram a industrialização original, que começa no século XVIII e que teve o processo
mais lento. Países de industrialização tardia tiveram seus processos acelerados porque fizeram uso de tecnologia
externa, aquela que os países de industrialização tradicional desenvolveram.

Países que optaram pelo modelo de substituição de importações, apesar do maior potencial territorial e
demográfico, não tiveram expressivo desenvolvimento tecnológico.

Países que seguiram o modelo de plataformas de exportação fizeram grandes investimentos em educação e
pesquisa gerando importantes mudanças na estrutura industrial com grande desenvolvimento tecnológico.

Pesquisar sobre a teoria dos Gansos Voadores; Indústria 4.0; reportagem Folha – Desigualdade Global,
principalmente episódios da Europa e EUA

Por que produzir uma simples caneta esferográfica ainda é um desafio na China
A China enviou foguetes ao espaço, produziu milhões de smartphones e fabricou trens de alta velocidade, mas, até
hoje, não tinha conseguido avançar em um setor: a produção de canetas esferográficas. Há um ano, o primeiro-
ministro, Li Keqiang, fez um pronunciamento em rede nacional de televisão lamentando o fracasso do país na
produção de uma versão de boa qualidade de uma simples caneta. De acordo com Li, as canetas produzidas no país
eram "ásperas" quando comparadas com as fabricadas na Alemanha, Suíça e Japão. O problema não está na tinta ou
no corpo do objeto, mas na ponta, a bolinha que espalha a tinta enquanto a pessoa escreve. Parece um dispositivo
simples, mas para sua fabricação são necessárias máquinas de alta precisão e sólidas placas de aço que sejam muito
finas. Para resumir: o aço chinês não é suficientemente bom para fabricação destas placas. E é por isso que o país
ainda luta para dar uma forma mais adequada às pontas das canetas esferográficas.(...) Na verdade, a capacidade de
fazer uma boa esferográfica não é tão importante assim para a China. O governo está muito mais preocupado é com
a fabricação de produtos inovadores e de alta tecnologia, um dos pontos principais do programa "Madein China
2025", criado para acelerar o crescimento interno. E objetos de valor relativamente baixo, como as canetas
esferográficas, não são prioridade. Mas o mistério da fabricação destas canetas tinha um caráter simbólico. Apesar
de produzir mais da metade do ferro-gusa e do aço do mundo, a China continuava dependendo, em grande medida,
das importações de aço de alta qualidade. O premiê Li dizia que essa falha mostrava a necessidade de o país
melhorar sua capacidade de manufatura.(...)
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-3858564511-01-2017

A nova divisão internacional do trabalho –Centro, periferia e semi-periferia


O que chamo de mais nova divisão internacional do trabalho será disposta em quatro posições diferentes na
economia informacional/global: produtores de alto valor com base no trabalho informacional; produtores de grande
volume, baseados no trabalho de mais baixo custo; produtores de matérias-primas que se baseiam em recursos
naturais; e os produtores redundantes, resumidos ao trabalho desvalorizado.
A localização vantajosa desses diferentes tipos de trabalhos também determina a prosperidade dos mercados, uma
vez que a geração de renda dependerá da capacidade de criar valor incorporado em cada segmento da economia
global. A questão crucial é que essas posições diferentes não coincidem com países. São organizações em redes e
fluxos, utilizando a infraestrutura tecnológica da economia informacional. Representam concentrações geográficas
em algumas áreas do planeta, de forma que a economia global é diferenciada geograficamente. Entretanto, a mais
nova divisão internacional do trabalho não ocorre entre países, mas entre agentes econômicos localizados nas
quatro posições, ao longo de uma estrutura global de redes e fluxos.
(Castells,Manuel-A sociedade em rede-1999-Página 160)

Com o avanço tecnológico houve concentração geográfica em alguns setores em função da especialização produtiva
(ex.: China e Índia produzem quase 60% dos insumos de medicamentos)

Os lugares, territórios não morreram com a globalização/ não cabe falar em homogeneidade do mundo; trata-se de
tarefas distintas

A economia informacional é o modelo econômico integrado, segmentado pelo mundo com as cadeias globais de
valor, que só existe porque as redes de circulação de informação são muito avançadas.

 O Fordismo
o O taylorismo
o A produção em série
o A rigidez do sistema produtivo

“por trás de todos esses traços específicos de rigidez, havia uma configuração muito pesada e aparentemente fixa do
poder político e das relações recíprocas, que atou em larga escala as grandes massas de trabalhadores, o grande
capital e o governo no que cada vez mais se assemelhou a um nó disfuncional de interesses adquiridos, definidos de
forma tão estrita que mais fizeram minar do que garantir a acumulação de capital.”

(Harvey, David- A condição pós-moderna)

O fordismo está relacionado com o fato de que a capacidade técnica do início do século XX permitiu com que
houvesse um modelo rígido de produção, permitido a partir da invenção da esteira rolante. Ford aprimorou o
taylorismo ao pormenorizar a produção permitindo um incremento no volume nunca antes visto. O salário alto é
necessário para acompanhar o nível de produção, assim, tanto produção quanto consumo são em massa.

Na geografia, o fordismo dialoga com a metropolização (Detroit, ABC paulista...) toda a produção concentrada no
mesmo lugar. Tudo é rígido.

O fordismo periférico

Trata-se de um autêntico fordismo, com a união da acumulação intensiva e do crescimento dos mercados do lado de
bens de consumo duráveis. Mas permanece periférico, primeiro no sentido em que, nos circuitos mundiais dos
ramos produtivos, os postos de trabalho e as produções correspondentes aos níveis da fabricação qualificada e
sobretudo da engenharia permanecem largamente exteriores ao país. Por outro lado, os mercados correspondem a
uma combinação específica do consumo das classes médias modernas locais e das exportações para o centro desses
mesmos produtos manufaturados a baixo preço. (Benko, Georges-Economia Espaço e globalização - página 237)

No Brasil, a fábrica era fordismo, mas a sociedade não era fordista, pois não havia consumo em massa.

O pós-fordismo

 E especialização flexível
 Just in time
 A produção em rede
 A desterritorialização sucedida por reterritorialização
 Os tecnopólos

Está associado ao modelo flexível de produção (just in time) em contraposição ao modelo rígido do fordismo (just in
case)

A Mundialização da Economia

 A formação de oligopólios mundiais – As multinacionais


 A mundialização da economia
 A transnacionalização do capital

A Sociedade pós-industrial

“Já se tornou comum ver a sucessão de paradigmas econômicos desde a Idade Média em três momentos distintos.
Cada qual definido pelo setor dominante da economia: o primeiro paradigma no qual a agricultura e a extração de
matérias-primas dominaram a economia; um segundo no qual a indústria e a fabricação de bens duráveis ocuparam
posição privilegiada; e um terceiro -e atual -paradigma, no qual a oferta de serviços e o manuseio de informações
estão no coração da produção econômica.

A posição dominante passou, portanto, da produção primária para a secundária e para a terciária. A modernização
econômica envolve a passagem do primeiro paradigma para o segundo, e da preponderância da agricultura para a
da indústria. Modernização significa industrialização. Podemos chamar a transição do segundo paradigma para o
terceiro, da dominação da indústria para a dominação dos serviços e da informação de processo de pós-
modernização econômica, ou melhor, de informatização” (NEGRI, Antonio e HARDT, Michael. O Império)

A produção industrial continua, mas é comandada por áreas distantes e não é mais a parte mais rentável do
processo, que passa a ser a terciária

 A terciarização
 A sociedade da comunicação
 Os fixos e os nexos (fluxos)
“Neste período, os objetos técnicos tendem a ser ao mesmo tempo técnicos e informacionais, já que, graças à
extrema intencionalidade de sua produção e de sua localização, eles já surgem como informação; e, na verdade, a
energia principal de seu funcionamento é também a informação”.(Milton Santos)

(1ª fase de 2016- adaptada) A mundialização não diz respeito apenas às atividades dos grupos empresariais e
aos fluxos comerciais que elas provocam. Inclui também a globalização financeira, que não pode ser abstraída da
lista das forças às quais deve ser imposta a adaptação dos mais fracos e desguarnecidos. François Chesnais.
mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 (com adaptações). Tendo como referência inicial o fragmento de
texto apresentado, julgue (C ou E) os itens subsequentes.

2. Mundialização do capital ou globalização refletem a capacidade estratégica de grandes grupos oligopolistas,


voltados para a produção industrial ou para as principais atividades de serviços, em adotar, por conta própria,
enfoque e conduta globais.

C - No século XIX, os oligopólios eram nacionais - Grupo Rockfeller nos EUA, por exemplo -, no século XX, os oligopólios passam a
ser globais e com dificuldade de identificar a nacionalidade do capital.

3. O princípio geográfico da localização, no mundo globalizado economicamente competitivo, é superado


pelos sistemas técnicos e de informação.

E – na prova de geografia não pode se falar em supressão do território; existe um critério para ter escolhido determinado
território

4. No mundo globalizado, observa-se uma tendência de compartimentação generalizada dos territórios, onde se
associam e se chocam o movimento geral da sociedade do trabalho e o movimento particular de cada fração
espacial: do nacional ao regional e ao local.
C - Ideia de que o território passa a ser cada vez mais desigual e são comandados à distância; globalização = integração, mas não
homogeneidade; interesses e choques = em São Paulo pode haver algo que esteja no interesse de nova Iorque e ao mesmo
tempo contra os interesses de um paulista
Prova discursiva de 2019

Se pensarmos nas nossas próprias experiências pessoais, pelo menos para aqueles que partilham mais amplamente
da globalização em curso, o mundo parece mesmo, muitas vezes, ter “substancialmente encolhido”. Desenha-se
assim um mundo “sem fronteiras”, onde foi decretado o “fim das distâncias”, tanto pela velocidade permitida ao
deslocamento físico pelos transportes quanto pela instantaneidade proporcionada pelas comunicações,
especialmente pela internet.

HAESBERT, Rogério. O mito da desterritorialização: do fim dos territórios à multiterritorialidade considerando que o
fragmento de texto apresentado tem caráter unicamente motivador, analise a pertinência do conceito de
desterritorialização.

Aborde, necessariamente, os seguintes tópicos:

a) As transformações pós- fordistas nos sistemas produtivos e gerenciais;

antes era com grande estoque, grandes fábricas, mesma etapa numa mesma área; contrapor ao JIT

b) Espaços-de-lugares e espaços-de-fluxos;

Antes estava preso a um lugar, agora há circulação das mercadorias

c) O poder do Estado Nacional; e

Estado já não consegue controlar o território

d) As fronteiras nacionais no mundo contemporâneo

É importante abordar a questão do mito da desterritorialização; há a desterritorialização e depois a


reterritorialização

Para responder a questão é bom ler o livro do Milton – Uma Outra Globalização
Aula 2 – Globalização e Integração Regional
SANTOS, Milton. Por uma outra Globalização. Rio de Janeiro: Record, 2004. Cap. I - "Introdução Geral". P. 17-21.
SENE, Eustáquio de. Globalização e Espaço Geográfico. São Paulo: Contexto, 2003. P. 15-63.

“Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo. Necessita estabelecer-se
em toda a parte, explorar em toda a parte, criar vínculos em toda a parte... Pela exploração do mercado mundial, a
burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. As antigas indústrias
nacionais são destruídas e continuam a sê-lo diariamente. São suplantadas pelas novas indústrias, cuja introdução
se torna uma questão vital para todas as nações civilizadas, indústrias que não empregam mais matérias-primas
nacionais, mas sim matérias-primas vindas das regiões mais distantes, cujos produtos são consumidos não somente
no próprio país mas em todas as partes do globo. Em lugar das antigas necessidades, satisfeitas pelos produtos
nacionais, nascem novas necessidades que reclamam para a sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas
e dos climas mais diversos. Em vez do antigo isolamento de regiões e nações que se bastavam a si próprias,
desenvolvem-se um intercâmbio em todas as direções, uma universal interdependência das nações. E isso se refere
tanto à produção material como à produção intelectual. As criações intelectuais de uma nação tornam-se
propriedade comum de todas. A estreiteza e o exclusivismo nacionais tornam-se cada vez mais impossíveis; das
inúmeras literaturas nacionais e locais, nasce uma literatura universal.”
(MANIFESTO COMUNISTA – Págs. 46 e 47)

Marx descreveu a globalização, mas que ganhou a face atual apenas no século XX, especialmente depois da II GM,
que foi quando a técnica permitiu. O funcionamento é é típico da globalização.

“Se ao aterrisar em Trude eu não tivesse lido o nome da cidade escrito num grande letreiro, pensaria ter chegado ao
mesmo aeroporto de onde havia partido. Os subúrbios que me fizeram atravessar não eram diferentes dos da cidade
anterior, com as mesmas casas amarelinhas e verdinhas. Seguindo as mesmas flechas, andava-se em volta dos
mesmos canteiros, das mesmas praças. As ruas do centro exibiam mercadorias embalagens rótulos que não
variavam em nada. Era a primeira vez que eu vinha a Trude, mas já conhecia o hotel em que por acaso me hospedei;
já tinha ouvido e dito os meus diálogos com os compradores e vendedores de sucata; terminara outros dias iguais
àquele olhando através dos mesmos copos os mesmos umbigos ondulantes. Por que vir a Trude, perguntava-me. E
sentia vontade de partir. Pode partir quando quiser - disseram-me-, mas você chegará a uma outra Trude, igual
ponto por ponto; o mundo é recoberto por uma única Trude que não tem começo nem fim, só muda o nome do
aeroporto.” (Ítalo Calvino. As cidades invisíveis. São Paulo: Cia. Das Letras, 1990)

Do ponto de vista geográfico, o texto não está correto; os lugares não são todos os iguais, o espaço não é
homogêneo. O mundo é integrado, mas homogêneo não, e a tecnologia permite essa integração.

1- A GLOBALIZAÇÃO OU MUNDIALIZAÇÃO
 A integração da economia mundial – ideia de conexão; a indústria foi o motor; antes plantava em um lugar e
distribuía mundialmente, com a indústria ficou possível espalhar a produção
 A ação das multinacionais – não apenas a produção da empresa é pulverizada, mas também o controle
acionário
 A economia de rede – globalização financeira deixa isso evidente; empresas não veem os países como país,
mas como mercados
 A globalização financeira
 Os blocos econômicos – surgiram mais como uma forma de evitar guerras e evoluiu para integração
econômica; portanto, a motivação inicial foi geopolítica; deu certo e avançou para globalização

Globalização, o meio técnico-científico-informacional - Milton Santos e María Laura Silveira


As firmas e bancos globais, verdadeiras redes, estimulam a permanente renovação dos sistemas de engenharia, a
partir da alocação de capitais, sob a forma de créditos e empréstimos de diversas espécies. O sistema técnico invasor
(=não era dali e não necessariamente é montada para atender a população local – uma hidrelétrica em território
indígena, por exemplo, não é construída para atender àquela comunidade), assim acolhido, impõe a necessidade de
parcelas crescentes de informação e de escalas coerentes com as regras da consagrada competitividade.
Por isso, essas novas próteses (=ponte, cabo de fibra ótica, algo artificial que ajuda a superar o constrangimento do
território) são veículos de fluxos multidirecionais, cuja escala se alarga até tornar-se global. Através desses fluxos,
elas mobilizam capitais e cumprem, desse modo, o desígnio da sua criação. A equação entre capital e emprego
torna-se, progressiva ou brutalmente, em desfavor deste último. (…)
Os sistemas de engenharia que antes eram praticamente subordinados às condições locais são, cada vez mais,
tributários de relações mais amplas. De um controle pulverizado à escala de comunidades isoladas, eles passaram a
depender de um controle unificado que preside um jogo complexo, social e econômico que, hoje, caracteriza a
utilização de infraestruturas instaladas segundo regras científicas e técnicas estritas. O uso do território é marcado,
de um lado, por uma maior fluidez, com menos fricções e rugosidades e, de outro, pela fixidez, dada pelos objetos
maciços, grandes e difusos no território. Os micros objetos da eletrônica e da informática demandam localizações
adequadas e precisas (=organiza o território para atrair coisas de fora). Construídos por capitais indivisíveis, esses
macrossistemas técnicos exigem, para sua operação eficaz, uma acentuada unicidade de direção. (…)
Há, certamente, seletividade (=não é homogêneo e, por isso, a desigualdade aumenta) na expansão desse meio
técnico-científico-informacional, com o reforço de algumas regiões e o enfraquecimento relativo de outras. A divisão
social e territorial do trabalho amplia-se e torna-se mais complexa. Em todo caso, a demanda por qualificações
específicas aumenta em todas as regiões, enquanto a oferta parece acompanhar as especializações produtivas dos
lugares. Nas regiões mais pobres, a presença dos bens e serviços é escassa, pois sua distribuição no território é
seletiva. Paralelamente, nessas regiões, a acessibilidade é menor, porque a rede de transportes é mais frouxa, o
número de automóveis particulares é mais reduzido, o transporte público se desenvolve com menor frequência,
aumentando os custos dos deslocamentos

2- MILTON SANTOS E A GLOBALIZAÇÃO

A- A Globalização como fábula: O mundo tal como nos fazem crer.


 Aldeia global – quem decide o que é notícia?
 Encurtamento das distâncias para poucos – poucos podem se locomover
 A “morte” do Estado – continuam existindo, definem regras
 O global e o local – o mundo não é homogêneo e existe o local; Noronha, mate leão
 Fronteiras – continuam vivas

Fala-se, também, de uma humanidade desterritorializada, uma de suas características sendo o desfalecimento das
fronteiras como imperativo da globalização, e a essa ideia dever-se-ia uma outra: a da existência, já agora, de uma
cidadania universal. De fato, as fronteiras mudaram de significação, mas nunca estiveram tão vivas, na medida em
que o próprio exercício das atividades globalizadas não prescinde de uma ação governamental capaz de torná-las
efetivas dentro de um território. A humanidade desterritorializada é apenas um mito. Por outro lado, o exercício da
cidadania, mesmo se avança a noção de moralidade internacional, é, ainda, um fato que depende da presença e da
ação dos Estados nacionais. (Santos, Milton- Por uma outra globalização- Pág.42)

B- A Globalização como perversidade: O mundo tal como ele é.


 A contração do espaço e do tempo
 A questão das fronteiras / desterritorialização e cidadania universal
 A pobreza incluída, a marginalidade e a pobreza estrutural globalizada; foi o que sofreu o trabalhador da
indústria automobilístical dos EUA – chegaram à conclusão que ganhava muito e planejadamente teve seu
emprego extinto. A globalização como perversa.

C- O mundo como pode ser: uma outra globalização.


Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana. As bases
materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o
conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir a globalização
perversa de que falamos acima. Mas, essas mesmas bases técnicas poderão servir a outros objetivos, se forem
postas ao serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX
apontavam para esta última possibilidade.
(Santos, Milton- Por uma outra globalização- pág.20)

Não ocorreu ainda; a técnica não escolhe se o mundo será melhor ou pior, mas o seu uso sim
Aula 3 – Atividade Industrial no Brasil
VERSIANI, Flávio - O processo brasileiro de industrialização: uma visão geral
Presente e futuro do desenvolvimento brasileiro. IPEA. Cap.10. A industrialização do brasil ante a nova Divisão
internacional do trabalho. AREND, Marcelo. Pág.375-421.

A discussão da industrialização para geografia não é histórica, mas territorial; valoriza o aspecto locacional – onde
ficou e por que

Havia indústria no país no século XIX


Obs.: para além da ignomínia humana, o trabalho escravo é ruim para industrialização porque não gera mercado
consumidor e drena recursos para compra e manutenção do escravo; havia movimentos de vanguarda, mas não era
uma política de industrialização – indústria têxtil, de bebida, de alimento (bens não-duráveis); nessa fase pioneira as
indústrias estavam espalhadas por diferentes regiões do país

São Paulo passa para a liderança apenas na década de 1920; quando se tem uma fase B; atualmente predomina o
pós-fordismo, fase C

A cafeicultura paulista e a indústria – a tese do Wilson Cano


Cafeicultura e industrialização não foram atividades antagônicas;
Complexo rural = busca por autossuficiência que representou a produção agrícola brasileira até a cafeicultura
paulista (dentro da fazenda do complexo rural – tudo que precisa está dentro da fazenda; predomínio da área rural,
que não estimula a dinamização do setor urbano; são exemplo: algodão no Maranhão, café no Vale do Paraíba,
açúcar no Nordeste); para Cano, foi a agricultura paulista que quebra esse modelo, e o elemento definidor foi a mão
de obra livre; assim, se antes uma ferramenta era feita na fazenda, se o saco era construído na fazenda; com o
advento da mão de obra livre as ferramentas passaram a ser encomendadas de imigrantes que viviam na cidade, o
saco passou a ser costurado na cidade. Portanto, não havia ainda uma política de industrialização, mas a nova
dinamização da agricultura cafeeira acabou por levar a uma industrialização

Sul e São Paulo se tornaram mais dinâmicos em função do modelo adotado – mão de obra livre, o que permitiu
maior dinamização econômica
Características fundamentais: mão de obra livre e incentivar atividades fora da fazenda (onde é importante para a
geografia)

É a industrialização que permitiu a integração do país: até então, a produção era local e voltada para o mercado
externo (algodão, café, açúcar), as áreas pouco se conectavam (=Brasil arquipélago econômico). Não existia
competição entre as áreas, a produção era local, quando surge a integração a partir de 1930, o mais forte, que era
São Paulo, se torna preponderante por possuir a vantagem que foi criando musculatura com a nova dinâmica da
cafeicultura paulista; passa a distribuir seu produto de forma mais eficiente, levando à queda de produção nas
demais áreas do país; quando conectou São Paulo estava mais forte; ganhou força na fase 1
Estava na fazenda, mas estava demandando coisas da cidade; marca a mudança de paradigma do complexo rural
que vigorava até então. Logo, a cafeicultura não rivalizou com a industrialização, pelo contrário, dinamizou

A partir do ano 1930-70 ocorre uma concentração da industrialização em São Paulo; atualmente tem-se um novo
espraiamento da produção, mas São Paulo continua forte. A diferença da fase 3 para a fase 1 é que agora o território
está integrado

População absoluta
Elevado grau de concentração no Sudeste

1. C – a produção foi para o mercado interno; mas atualmente é questionável


2. C – opção rodoviária (integrou o país de forma capenga) e latifúndio
3. C – houve sim
4. E – RJ estava em decadência, perdeu a predominância econômica e política
1. C – voltado para o mercado interno e conectado pelas estradas ; 2 E; 3 E
Aula 4 – Atividade Industrial no Brasil
SABÓIA, João- Descentralização Industrial no Brasil na Década de Noventa- págs 1-20. Disponível em:
https://revistas.face.ufmg.br/index.php/novaeconomia/article/view/389
SANTOS, Milton e LAURA, María Silveira. O Brasil: Território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001. Cap. V -
"Uma reorganização produtiva no território". p.105 -117.
CAMPOLINA, Clélio Diniz. Desenvolvimento Poligonal no Brasil: Nem desconcentração nem contínua polarização. P. 35-59. Disponível em:
http://www.face.ufmg.br/novaeconomia/sumarios/v3n1/030103.pdf

Histórico da localização da produção industrial no Brasil – Olhar Geográfico

Na geografia, o que importa é a política de industrialização e essa teve como marco a década de 1930
São Paulo desponta porque estava mais bem preparada quando houve a conexão do país; a ferrovia foi importante para conectar a região
produtora aos portos, mas não ocorreu uma conexão do país; somente a rodovia haverá a conexão; as indústrias de outras regiões ficam
limitadas, acabam ou buscam a complementariedade como MG, que passou a produzir itens para fornecer à indústria paulista (Fase II)

Na fase III, tem-se São Paulo comandando o país em um processo espraiamento da produção
Obs.: a tabela acima mostra a queda da produção de São Paulo em termos relativos, não necessariamente em termos absolutos

A Descentralização da Produção Industrial

1- A Questão Regional no Brasil e as ações governamentais durante a fase concentradora

Para Cano (Raízes da concentração industrial em São Paulo-1977)), até a segunda metade do século XIX não se pode falar em desigualdades
regionais no Brasil pois as várias experiências exportadoras foram feitas em áreas relativamente isoladas (a desigualdade ocorre quando há
conexão). Para ele é no período 1880 a 1930 que se forjam as bases das desigualdades regionais no Brasil, com a dinâmica diferenciada das
várias regiões brasileiras. (fase que São Paulo estava se desenvolvendo com base em mão de obra livre e diversificação de investimentos
devido ao excedente do café)
A industrialização descentralizada, que tivera origem na fase de menor integração do mercado nacional, especialmente no Rio Grande do Sul,
em Minas Gerais, na Bahia e Pernambuco, começa a enfrentar a competição com a indústria carioca ou paulista na medida em que o sistema
de transportes se desenvolve nas primeiras décadas do século XX.

Cano demonstra que a integração do mercado nacional após a crise de 1929 consolida a posição de São Paulo como centro da economia e da
indústria nacionais (Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil- 1985)

Para ele, o processo de integração gerou três efeito simultâneos: bloqueio, destruição e complementaridade. Assim, velhas regiões com
indústria incipiente tiveram que se adaptar à competição dentro do mercado, atrofiando ou ajustando-se de forma complementar à indústria
da região central, a exemplo das indústrias de bens intermediários de Minas Gerais. (MG produziu aço e máquina para fornecer a São Paulo)

A própria indústria carioca perde posição relativa para a indústria paulista que se transforma no grande centro industrial do país, com as
mudanças de estrutura produtiva em prol dos setores mais sofisticados tecnologicamente e de maior escala, especialmente dos bens de
produção e de consumo durável.
(A questão regional e as políticas governamentais no brasil- Clélio Campolina Diniz)

Tentativas do Estado de promover a desconcentração


São ações do poder público buscando a descentralização numa fase que a tendência era de concentração; mudança do paradigma do
fordismo. São exemplos de ações públicas

• A CHESF- 1945
• A Sudene- 1959
• A Sudam – 1966
• A SUFRAMA e a ZFM- 1967

2- A descentralização a partir dos anos 70

• A deseconomia de aglomeração- mudança no paradigma (aglomerados metropolitanos passam a ser um problema – culto do terreno, mão
de obra sindicalizada e concentrada, impostos mais elevados etc)

Obs.: a crise da indústria na década de 1970, para além da questão do petróleo e impacto global que isso teve, foi do próprio modelo de
industrialização, que era para dentro. Lembrar que JK não abriu a economia, ela abriu o capital para a indústria estrangeira, mas não houve
queda do imposto de importação, tendo em vista que não era do interesse das companhias que viriam a se instalar no Brasil. Elas não queriam
a competição externa. Quem abre a economia é Fernando Collor. A década de 1980 foi perdida também pelo fato de tanto Figueiredo quanto
Sarney não terem força suficiente para mudar o modelo que estava em crise e em decadência.

• O impacto da abertura da economia

• O movimento intra e inter-regional

• O desenvolvimento poligonal

A distribuição da produção industrial no Brasil tem mudado significativamente nos últimos anos. O resultado mais notável desse processo é um
relativo declínio da elevada participação da área metropolitana de São Paulo. A partir de então, alguns analistas têm
concluído que um processo de desconcentração ou polarização reversa está em andamento, apesar do crescimento ter se concentrado em
poucas e selecionadas regiões ou áreas.

Neste artigo, pretende-se mostrar que é mais apropriado considerar o Brasil como um caso de desenvolvimento poligonal, onde um limitado
número de novos polos de crescimento ou regiões tem têm capturado a maior parte das novas atividades econômicas. O resultado está longe
de ser uma verdadeira desconcentração, especialmente porque os novos centros estão no próprio estado de São Paulo ou relativamente
próximos dele.

(Desenvolvimento poligonal: nem desconcentração nem contínua polarização- Clélio Campolina Diniz)
Desconcentração concentrada – ocorre uma desconcentração, mas não é de forma desordenada; na década de 1990, a desconcentração ficou
no polígono do gráfico, mas depois seguiu para outras regiões do país, como Bahia e Goiás

Não dá para dizer para onde a indústria vai, a não ser que se saiba o tipo de indústria
A indústria intensiva de capital ficou na região mais desenvolvida, enquanto aquela mais intensiva em mão de obra ficou em áreas menos
desenvolvidas; o que consenso é que ambas saíram para fugir dos custos que a concentração causou
Houve espraiamento para o interior de São Paulo, Resende e Minas Gerais

A produtividade e a competitividade deixam de ser definidas devido apenas à estrutura interna de cada corporação e passam, também, a ser
um atributo dos lugares. E cada lugar entra na contabilidade das empresas com diferente valor. A guerra fiscal é, na verdade, uma guerra
global entre lugares. (Milton Santos)

Tem a ver com atributos da empresa (como administração, negociação com os empregados etc), mas também tem relação com o lugar. Os
lugares brigam e se adaptam para receber empresas, o que leva a menor atenção aos interesses da população local.

A atividade industrial da Região Sul


Na década de 1990, a região que mais se beneficiou da desconcentração foi a região Sul; atualmente não é mais verdade
Rede urbana do Sul se torna mais atraente num contexto em que há busca por cidades médias para desconcentrar a produção; o processo de
desenvolvimento do Sul fez com que ele fosse menos dependente de macrocefalia; rede urbana do Sul é mais espraiada
Além disso, vale lembrar que o Mercosul estava a pleno vapor na década de 1990; instalar uma indústria no Sul significava poder atender tanto
Argentina como Brasil
Indústria de calçados em Novo Hamburgo – pecuária (couro) desenvolvida no Pampa que fornece o insumo
Indústria química em Santa Cataria porque tem o carvão
Indústria vinícola na serra gaúcha – plantação de uva

A atividade industrial no Centro-Oeste

Brasil Foods (BRF) se instala na região já que fornece a matéria-prima; é um exemplo de como o agronegócio impulsiona a produção industrial
na região
Está fortemente ligado ao agronegócio, mas não é só isso; a fábrica da Mitsubishi no Brasil é em Catalão (GO); vende pick-up, que é mais
vendida no interior; ademais, facilita o transporte para o Norte e Nordeste. Anápolis é um polo industrial diversificado
Indústria automobilística no Brasil

Atividade industrial na região Norte


Estado brasileiro, por motivo geopolítico, usou sua força para criar um polo industrial, a zona franca (proteção tarifária) de Manaus
Outro fator é a extração mineral, embora haja alguma produção alimentícia em Belém

Atividade industrial no Nordeste


Bens não—duráveis e crescimento recente

Há diversos tipo de indústria, inclusive automobilístico


Mão de obra é mais barata; posição geográfica mais favorável para exportar para EUA e Europa

Indústria de calçados em Sobral (CE); maior indústria da região é a Grendene, que é gaúcha; a fábrica foi, mas a administração continua no Sul;
na Paraíba está a fábrica da Alpargatas (havaianas); dessa forma, indústrias mais intensivas em mão de obra tendem a seguir para o Nordeste,
enquanto as intensivas em capital Sul/Sudeste

Composição do PIB brasileiro por setor


O país passa por um processo de aumento do setor terciário em termos relativos, mas não se pode afirmar que ocorre uma desindustrialização
em termos absolutos pelo gráfico abaixo; em termos relativos é inegável
A queda na participação do secundário está relacionada com a importação de itens com custo de produção mais baixo
Outro fator é o crescimento na produção de commodities

(TPS 2008) O padrão locacional da indústria ao longo da industrialização brasileira foi centrípeto, concêntrico e hierárquico, seguindo a
tendência de industrialização das economias capitalistas avançadas em explorar vantagens de escala da concentração espacial. Lemos et al. A
organização territorial da indústria no Brasil. IPEA, 2005. Com relação às indústrias no Brasil, julgue (C ou E) os itens seguintes.

(E) A industrialização brasileira conheceu um processo de dispersão que, por ter ocorrido de forma ordenada, evitou a metropolização dos
novos centros industriais.
Desconcentração concentrada; cidades médias passam por processo de metropolização também

(C) Depois de décadas de concentração econômica na cidade de São Paulo, observa-se um processo inverso, determinado, entre outras causas,
pelas chamadas deseconomias de aglomeração.

(C ) O desenvolvimento da indústria e da agroindústria resultou na diferenciação e especialização do espaço regional brasileiro por meio da
criação de novas estruturas produtivas, como observado na Amazônia brasileira.

Espaço é integrado, mas não é homogêneo – o termo diferenciação é típico da geografia – a zona franca Manaus é exemplo de especialização;
assim como a produção de ferro em Carajás, de Alumínio entre outros

(C ) As indústrias de alta tecnologia localizam-se, preferencialmente, onde existem sistema acadêmico e de pesquisa bem organizado, serviços
urbanos modernos e base industrial.

Conceito de tecnopólos

(TPS 2009) A partir de meados da década de 90 do século passado, a denominada guerra fiscal entre os estados brasileiros intensificou-se. A
abertura econômica atraía, então, novos fluxos externos de investimentos industriais para o país e estimulava a guerra dos lugares. A respeito
desse assunto, julgue (C ou E) os itens que se seguem.

(C) O processo de desconcentração regional da indústria brasileira favorece o prolongamento da disputa entre as unidades federativas com
base na renúncia fiscal.

(E) O setor calçadista, ameaçado pela competição chinesa, reorganizou-se com base nos benefícios da guerra fiscal, privilegiando a
relocalização de plantas industriais nos estados de maior produtividade do Centro-Sul.

Indústria de calçado é intensiva em mão de obra, fugiu do centro/sul

(E ) O Governo Federal, por meio do Conselho Nacional de Política Fazendária, implementou medidas que impediram a queda na
arrecadação de impostos estaduais, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

Decisões precisam ser por unanimidade, não chega à conclusão, pois os estados possuem interesses diferentes

(E ) Segmentos da indústria de aviões EMBRAER foram deslocados para estados nordestinos em razão do menor custo da mão de
obra, o que garantiu a competitividade internacional dessa indústria.

Indústria intensiva de capital e tecnopólos tendem a ficar no centro-sul


Aula 5 – Fontes de Energia no Mundo
BEN = Balanço Energético Nacional
BP Statistical Review

(3ª FASE- 2012) O setor de geração de energia é considerado estratégico em muitos projetos nacionais.
Por outro lado, os sistemas de engenharia por ele incrustados no território provocam por vezes
significativos impactos nas áreas onde se localizam. Descreva as principais matrizes energéticas atuais,
apontando as formas espaciais a elas associadas e o tipo de impacto que causam ou podem causar no meio
ambiente.

Sistemas de engenharia = próteses no território segundo Milton Santos, uma ponte, linha de transmissão, barragem

(3ª FASE- 2013) Estados Unidos da América, China e Rússia possuem visões bastante distintas a respeito de
seu próprio futuro energético. Discrimine quais são estas visões, identificando até que ponto cada uma
delas se ajusta ou não ao paradigma do “desenvolvimento sustentável”.

Fato EUA = matriz baseada em indústria fóssil, mas recentemente o gás de xisto
Fato China = maior poluidor do mundo (carvão), mas investe em energia renovável
Fato Rússia = combustível fóssil e sem preocupação com a questão ambiental

Matriz por modais

Choque do petróleo da década de 1970 levou a busca por diversificação


Petróleo, carvão, gás natural e nuclear representam 90% e são não-renováveis
Brasil possui grande parcela de hidráulica e biomassa
A ideia de sustentabilidade é recente; a matriz do mundo rico é mais suja que a média; países menos desenvolvidos
consomem menos petróleo, justamente por não serem urbanamente desenvolvidos, caso do Níger, por exemplo

Fatores que influenciam a definição das matrizes energéticas dos países

 Naturais- maior ou menor disponibilidade de recursos de subsolo, clima, extensão territorial, relevo, entre
outros.

 Econômicos- disponibilidade de recursos para investimentos em fontes de maior custo e necessidade


energética.

 Geopolíticos- O controle de determinadas fontes de energia e a independência energética são importantes


componentes do papel geopolítico do país.

 Sociais- o crescimento dos movimentos ambientalistas influencia o uso de determinadas fontes

 Científicos- A capacidade tecnológica é decisiva para a produção e uso de diversas fontes de energia.

O porquê dessa distribuição tem base nos fatores acima: naturais, econômicos, geopolíticos, sociais, científicos
A China usa muito carvão pela abundância do mineral, assim como a Rússia usa o gás, países do Golfo Pérsico o
petróleo, o Brasil com as hidrelétricas, França tem dificuldades;

Fator econômico determina; França tem dinheiro para bancar e não tem recursos

Geopolítico; usina nuclear serve para energia e bomba; quando os EUA produzem gás de forma não convencional
prejudica a Rússia; Brasil sob Bolsonaro não quer depender do gás da Bolívia, da energia em Roraima vinda da
Venezuela; Brasil, historicamente, não buscou soberania, firmou acordos com seus vizinhos; forma de buscar
influência

Social e político – movimento ambientalista influencia a busca por mudança na matriz; Alemanha vai fechar usinas
nucleares; Reino Unido está reduzindo o carvão; no caso da China, investe em energias alternativas para ser a
grande fornecedora do mundo

Hidroeletricidade por região


O grande destaque é a América do Sul, possui uma matriz mais limpa

O mundo usa muito carvão, mas a América do Sul usa pouco. Além do potencial hidráulico, possui pouco carvão e o
que tem de baixa qualidade, a exceção é a Colômbia
A questão na América do Sul do combustível fóssil é o rodoviarismo;
Movimentos ambientalistas exercem menor pressão sobre o gás natural, pois é menos poluente

EUA

O gás do xisto contamina a água, mas está substituindo o carvão; com isso a matriz fica menos suja; para a atmosfera
é melhor, mas é muito prejudicial para a água
O xisto é abundante no mundo, é formado a partir do acúmulo de material orgânico em ambiente com pouca
oxigenação – especialmente sedimentos – o que ocorre é que os EUA desenvolveram uma técnica (fracking) que
extrai o gás de xisto de forma muito eficiente
Fratura a rocha e libera o gás

Maior quantidade de xisto no Brasil está na bacia do Paraná; lado bom é que reduz a poluição atmosférica, por outra
lado, é o mesmo local onde se encontra o aquífero guarani. A extração do xisto causa grande poluição da água.

Rússia

Índia
China

África do Sul

Exemplos

Certo

Errado; existe redução do carvão mineral

Petróleo
 As maiores reservas do mundo
 Os grandes fluxos comercias
 As novas descobertas
 Vantagens: gera subprodutos como o plástico; é liquido, torna o transporte mais fácil
 Desvantagens: poluição atmosférica, poluição de mares e rios no caso de vazamentos durante a exploração
e transporte

A fatia do golfo pérsico está caindo;

São área novas que estão reduzindo a participação do golfo pérsico: Ártico e Atlântico Sul
Gás Natural

Rússia assume papel importante


EUA é maior em função do xisto
Rússia reconstrói sua economia com o petróleo / gás natural; ganha força geopolítico na parceria com a Alemanha e
ainda tem a China como alternativa
Questão dos gasodutos que passam pela Ucrânia, alternativa no Báltico e Anexação da Crimeia
Na América do Sul a Bolívia fornece para Brasil e Argentina
Há uma gasoduto importante ligando EUA e Canadá

Carvão Mineral

Brasil optou pela biomassa e hidrelétrica antes da questão da biodiversidade virar tema; o carvão no Brasil é de
baixa qualidade

Energia Nuclear
Fase 1 -> até 1973: geopolítica, poucos reatores e concentrados nos países que possuem armamento nuclear
Fase 2 -> até 1986: resposta à crise do petróleo; grande avanço no mundo – países sem pretensões bélicas
construíram; o marco foi Chernobyl
Fase 3 -> estabilidade; havia uma tendência de crescimento, o que poderia ser uma fase 4, mas Fukushima travou;
pode ser uma alternativa na questão ambiental, caso a tecnologia avance

Obs.: Pouca quantidade de urânio gera muita energia; é não-renovável, mas a matéria-prima é farta, não há risco de
escassez

Alemanha anunciou fechamento de suas usinas, mas a Inglaterra abertura; vale destacar que a Alemanha não tem
bomba nuclear, a Inglaterra sim

Possui uma geografia bem definida – diferença Norte-Sul


Austrália tem muito urânio, mas não quer usinas nucleares; Estão concentradas na Europa e América do Norte

Hidroeletricidade

 Vantagens e desvantagens econômicas – energia barata, mas a construção da usina é cara


 Vantagens e desvantagens ambientais – emissão menor de gases de efeito estufa; alagamento de áreas
 Os grandes produtores - Brasil tem grande produção, mas não é a maior do mundo; a China lidera, e existe
um empate entre EUA, Brasil e Canadá

Em Belo Monte, Brasil usou uma nova tecnologia – fio d’água – em que o lago é menor, mas ainda assim o impacto é
muito grande; para produzir mais deveria ter um lago maior; a questão da Amazônia é sensível
Biomassa

Importância da Biomassa (produção de energia com algo vivo)


 A lenha e o carvão vegetal (o uso tradicional da biomassa – a importância em sociedades rurais)
 O desenvolvimento de novas tecnologias do setor (Proálcool, o programa de biocombustíveis nos EUA, o
biodiesel)
 As consequências positivas e negativas – de ser renovável é positiva; a emissão no caso da lenha é menor
que a da gasolina, pois o gás carbônico liberado pelo petróleo estava preso, ao passo que o uma floresta
plantada consome o gás carbônico que estava na atmosfera e depois libera quando da queima; é quase um
empate. É diferente do caso do petróleo, que libera algo que estava preso no subsolo. O negativo é que a
produção concorre com a de alimentos. No Brasil não cabe a questão, usa pouco de sua área para
agricultura.

Obs.: a biomassa pode se enquadrar em uma discussão sustentável no caso de florestas plantas (silvicultura); é
diferente de derrubar uma floresta virgem para extrair lenha e carvão vegetal
Quem mais investe são os países ricos e a China
Aula 6 – Fontes de Energia no Brasil
Balanço Energético Nacional 2020- relatório síntese - Slide sem título (epe.gov.br)
Energia eólica - 06-energia_eolica(3).pdf (aneel.gov.br)
Plano Nacional de Energia 2030-
SEGURANÇA ENERGÉTICA NA AMÉRICA DO SUL 10: UM PANORAMA BRASILEIRO

Matriz Energética brasileira

Petróleo é primeiro em função do rodoviarismo


Matriz brasileira é limpa em função do baixo uso do carvão mineral
Brasil: petróleo, biomassa e hidráulica; gás natural vem em função do pré-sal e sofre menos resistência de
ambientalistas
Carvão mineral é utilizado em siderúrgicas

O Brasil, como um país urbano industrializado possui uma matriz energética relativamente mais limpa; com grande
participação de renováveis

Brasil já foi majoritariamente renovável; era mais rural, não tem relação com questões ambientais

As quedas estão associadas à crise hídrica, quebra na safra da cana e também ao crescimento econômico observado
até 2014; demanda é maior, mais carros, caminhões indústrias; fazer uma termelétrica é mais rápido, por exemplo.
Com a crise econômica a partir de 2015, aumenta a participação dos renováveis porque há uma redução no consumo
de petróleo, bem como alternativas às termelétricas, como as usinas eólicas que cresceram muito no período;
todavia, não significa uma onda ambientalista no Brasil, a tendência é que com a retomada da economia essa
participação volte a reduzir
Notar que o transporte está acima da indústria, ocorreu por dois anos seguidos: algo raro para países
industrializados; associado à desindustrialização possivelmente, mas também e principalmente à crise econômica

Eólica está consolidada, é preciso saber onde estão as usinas e a questão do vento
Participação do petróleo para geração de energia elétrica é baixa no Brasil; das não-renováveis, apenas o gás tem
tendência de crescer; biomassa tem participação grande em função do agronegócio; muitas usinas termelétricas
movidas a resíduos como bagaço de cana
No mundo rico, o carvão mineral é gerador de energia elétrica

Petróleo
 A produção histórica
 A expansão na plataforma continental
 A autossuficiência
 O pré-sal

O petróleo no Brasil começou na Bahia; a crise do petróleo de 1973 propiciou a exploração na plataforma
continental, quando a produção migra para o Rio de Janeiro. O Pré-sal é século XXI
Brasil só para de importar petróleo se encontrar óleo leve ou então terminar a refinaria do Nordeste

A Importância da Biomassa
 A lenha e o carvão vegetal (o uso tradicional da biomassa – a importância em sociedades rurais)
 O desenvolvimento de novas tecnologias no setor (O Proálcool (1975) – Brasil já tinha estudos com a cana
desde Vargas, o programa de biocombustíveis nos EUA é posterior ao brasileiro, o biodiesel)
 As consequências positivas e negativas

É muito relevante e continuará sendo – Brasil é grande, consegue equilibrar a questão energética com alimentar

A questão do álcool não teve relação com o discurso ambientalista, mas de preço; somente após 1992 é que passa a
ser associado à questão ambiental.

São Paulo é o maior produtor de cana, seguido por Goiás e Mnas.


Álcool serve apenas para veículos leves; para caminhões foi desenvolvido o biodiesel

Soja é a principal matéria-prima

A Hidroeletricidade
 Vantagens e desvantagens econômicas
 Vantagens e desvantagens ambientais
 Os grandes produtores
 Os novos investimentos

Bacia amazônica e bacia do Paraná


Bacia do Paraná tem potencial e está perto do centro consumidor
Bacia amazônica tem grande potencial, se quiser investir terá que ser na Amazônia; tem o impacto ambiental no
momento de fazer a barragem

Antes e depois de Itaipu

Eram sete quedas e sumiu depois do alagamento


Itaipu é muito efeiciente energeticamente, dificilmente seria aprovada hoje

As três primeiras são hidrelétricas de primeira geração; grande área alagada; guarda a energia represada. Itaipu tem
índice 0,1, significa que produz bastante energia por área alagada, mostra eficiência
As usinas de segunda geração (fio d’água), como Jirau, Santo Antônio e Belo monte algam uma área muito menor;
geram mais energia por km² que Itaipu

Notar que a área alagada de Belo Monte é a metade de Itaipu e a capacidade instalada apenas 20% menor; mostra
maior eficiência por área alagada. Todavia, é uma área alagada considerável, que gera debates em torno da questão
ambiental e de impacto na população local. Pela tecnologia antiga, o lago seria de 2,8 quilômetros
O problema é que Belo Monte só produz na capacidade total em épooca de cheia, precisa de chuvas; Itaipu produz
tudo sempre, o lago está lá, o que garante a produção independente do regime de chuvas. Notar que a energia
garantida em Belo Monte é de 4,5 MW médio; em apenas 2 ou 3 meses do anos a produção é total; para produzir
tudo o lago deveria ser maior. Usinas fio d’água tem muita sazonalidade; analistas econômicos afirmam que foi um
erro por ter alagado pouco

Potencial da Bacia do paraná já foi utilizado, o outro potencial está na bacia amazônica, mas gera debates ambientais
Usinas eólicas e biomassa

Biomasa tem relação com o agronegócio, dimensão territorial favorece; agronegócio (MT, MS, SP) tem uma cadeia
que favorece; MATOPIBA deve incrementar a produção
Eólica está concentrada no Nordeste e no Pampa
Produção eólica de maior valor está no RS, BA, RN, CE – locais queventa muito; relação com pressão atmosférica.
Nordeste recebe vento dos dois hemisférios (alísios de nordeste e sudeste) . No sul é por causa de uma região de
baixa pressão na Argentina
Energia solar

Ainda incipiente no Brasil, mas com grande potencial. Está crescendo rapidamente
Relacionada com benefícios fiscais
O potencial está relacionado com luminosidade, Amazônia é uma região de baixa pressão com muita nebulosidade,
por isso não tem grande luminosidade e potencial de produção

Observação
Relação com PI – integração energética como forma de garantir segurança energética; Brasil não estruturou um
modelo de soberania energética
Itaipu – relação com o Paraguai
Gasbol – gasoduto Brasil-Bolívia
Boa Vista – recebe energia da Venezuela (hidrelétrica)
Parque eólico no Uruguai
Uma questão de prova pode falar em vantagens e desvantagens
Desvantagens: questões de preço, nacionalismos, crises internas; aumentam a dependência externa
Vantagens: suprimento mais barato e eficiente (gás excedente na Bolívia; muitas chuvas na Venezuela);
complementariedade

Nuclear

Angra I – reator americano


Angra II e III – reator alemão

Alemanha não repassou a tecnologia de enriquecimento. Brasil conseguiu desenvolver a tecnologia com a questão
do submarino da marinha
Participação da energia nuclear é baixa; tanto os governos do PT quanto o governo Bolsonaro falaram em construir
novas
Governo Militar tinha o objetivo de chegar à bomba de forma indireta, mas no governo FHC Brasil assinou o TNP

Brasil tem complementariedade (eólica, solar, biomassa) que não justifica o investimento tão elevado nas usinas
nucleares. Por outro lado, tem a questão do Brasil ter muito urânio, de ter desenvolvido a tecnologia e da
necessidade de ganho de escala para poder produzir a tecnologia internamente; pois com duas usinas não vale a
pena fazer o processo completo. Brasil envia parte para o Canadá para terminar o processo. Com mais usinas todo o
processo de enriquecimento pode ser realizado no Brasil

Contra: custo
Prós: muito urânio e desenvolvimento da tecnologia do enriquecimento em função do submarino; além do ganho de
escala para compensar o enriquecimento. País grandes, com preocupações militares

Exercícios

(2008) Todas as fontes devem ser aproveitadas, dentro de suas especificidades. (...) o Plano Nacional de Energia
2030 mostra exatamente isso: a existência de só uma ou duas fontes não significa uma solução. O Brasil necessita,
principalmente, daquelas fontes que geram energia em grande escala e têm alta disponibilidade, dando segurança
ao sistema e tranquilidade aos consumidores. Internet: Com relação a fontes de energia, julgue (C ou E) os próximos
itens.

1. Em razão de ter-se tornado autossuficiente em petróleo em 2006, o Brasil deixou de importar esse produto e seus
derivados.
Errado – o Brasil importa óleo leve e exporta óleo pesado

2. A exploração de petróleo em águas profundas e ultra profundas foi possível graças a tecnologia desenvolvida no
Brasil, a qual, hoje, é exportada para outros países.
Certo – Brasil está na vanguarda da exploração em águas profundas

3. Sendo o etanol uma fonte de energia limpa, sua produção e seu consumo não acarretam danos ambientais
ou sociais.
Errado – gera resíduos que contaminam a água, causas sociais em função da concentração de terra

4. No Brasil, a biomassa tem sido bastante explorada para a geração de energia, o que resulta no fortalecimento da
agroindústria brasileira.
Certo

(1ª FASE DE 2017)

2. A China e a União Europeia adotaram políticas de geração de energia e de desenvolvimento de tecnologias


limpas como estratégias para o cumprimento do acordo de Paris (2015), e a competição entre países na geração de
energia limpa poderá ser um dos elementos de reordenamento do território, da produção e da
competitividade entre países no mundo globalizado.
Certo

3. No Brasil, o setor sucroalcooleiro, além da produção de açúcar e álcool, tem intensificado a geração de energia a
partir da queima da biomassa da cana, o que representa uma alternativa ao tradicional modelo de energia
hidrelétrica
Certo

(3ª fase de 2010) Se, em grande medida, a industrialização tardia do Brasil pode ser atribuída à ausência de
combustíveis fósseis abundantes em nosso território terrestre, as perspectivas para o futuro parecem, ao contrário,
bastante promissoras. A esse respeito, discorra, sucintamente, sobre as opções de energias renováveis e não
renováveis do Brasil, conjecturando sobre a fonte que deverá constituir, em breve, o eixo de nossa matriz energética
Aula 7 - A logística no Espaço Mundial e Brasileiro
Eixos do Desenvolvimento brasileiro - Sem Título (ipea.gov.br)
Portos brasileiros www.feaduaneiros.org.br/site.FNDA/downloads/Comunicado do IPEA nº 48.pdf
Redes e fluxos no território- Ligações aéreas- 2010- IBGE

Frase curinga para ser utilizada quando falar de transporte

Com a produção do meio-técnico-científico-informacional, os círculos de cooperação instalam-se em um nível


superior de complexidade e numa escala geográfica de ação bem mais ampla. Hoje não basta produzir. É
indispensável pôr a produção em movimento, pois agora é a circulação que preside à produção.
Milton Santos, A natureza do espaço. 1996

Obs.: controlar a circulação é mais importante que a produção em si.


Regiões que possuem boa infraestrutura de transporte costumam receber mais investimentos

Depende muito do produto que irá transportar; leva em consideração três variáveis
 Distância
 Valor unitário do produto – alto valor agregado costume ter volume pequeno
 Urgência
Intermodalidade costuma ser o mais efetivo

Modais
Comparação deve ser com países grandes; gráfico da Rússia está distorcido, deve ter aumentado a rodovia, além do
mais, o clima rigoroso dificulta as rodovias
Austrália é grande, mas a população está concentrada em uma parte do território apenas, por isso a intensidade no
uso de rodovias
Brasil de Vargas, Dutra e Vargas era questionável o investimento em rodovia porque o Brasil era dependente de
comodities agrícolas, mas a população ainda se concentrava muito no litoral; com JK este equívoco chega ao ápice,
pois além de investir em rodovias, deslocou a capital do país para o interior. A opção rodoviária não é ruim, mas a
dependência excessiva dela em um território grande com população espalhada é que torna a opção por
concentração rodoviária ruim

Os Transportes Multimodais / Conteinerização


Os Transportes Multimodais (ou intermodais) são, na atualidade, uma alternativa de transporte de bens e
mercadorias para os gestores logísticos. Sua concepção baseia-se na integração de mais de um modal para realizar o
transporte de produtos. A carga conteinerizada é uma solução para integrar modais, utilizando-se o container-
padrão, que é capaz de transitar por todos os modais, agregando grandes flexibilidades ao Sistema de Transporte
Logístico de carga

Obs.: não serve para qualquer produto, não vale para granel e líquidos, por exemplo
Normalmente existe um terminal exclusivo para contêiner, outro para grãos
Armazéns perderam sentido, muitos são derrubados ou redefinidos, no Rio alguns viraram área para realização de
eventos

Inaugurada ampliação do Canal do Panamá


O presidente panamenho, Juan Carlos Varela, inaugurou neste domingo (26/06) a ampliação do Canal do Panamá,
permitindo a passagem do navio chinês Cosco Shipping Panama. Varela descobriu uma placa comemorativa durante
um ato solene do qual participaram também familiares dos sete operários mortos durante as obras de ampliação,
que duraram nove anos.
O megaprojeto se tornou necessário devido ao tamanho cada vez maior dos navios de carga e custou 5,4 bilhões de
dólares. Agora podem cruzar a rota, que une o Atlântico ao Pacífico, os navios Post Panamax, que transportam até
14 mil contêineres. Antes, o máximo possível eram navios de até 4.400 contêineres.
As obras começaram em 2007 e deveriam estar concluídas em 2014, mas disputas sobre os custos e greves
atrasaram o projeto. A principal empreiteira, o Grupo Unidos por el Canal (GUPC, liderado pelo grupo espanhol Sacyr
Vallehermoso) assinou em 2009 um contrato de 3,1 bilhões de dólares, mas reclama cerca de 3,4 bilhões devido a
custos adicionais.
"Essa rota de trânsito é a ponta do iceberg de um ambicioso plano destinado a converter o Panamá no centro
logístico das Américas e representa uma oportunidade significativa para os países da região de melhorar suas
infraestruturas, fazer crescer suas exportações e ativar seu crescimento econômico em conjunto com o nosso país",
afirmou o administrador do canal, Jorge Quijano.
http://www.dw.com/pt-br/inaugurada-amplia%C3%A7%C3%A3o-do-canal-do-panam%C3%A1/a-19358468

Obs.: Quem controla os estreitos controla as rotas


O descongelamento do ártico geraria uma rota marítima mais curta ligando Europa e Ásia, lembrar que a Terra é
redonda

Canal da Nicarágua
É um projeto ainda a ser financiado por capital chinês; não saiu ainda por passar por uma área de floresta, pressões
ambientais; em termos geopolíticos, seria um contraponto aos EUA, que domina o Canal do Panamá
Rotas marítimas e passagens estratégicas

Relevância do Norte

Em 20 anos, os maiores portos passaram a ser no Oriente


O Ocidente continua a desenvolver os produtos, que são transmitidos por infovias; o produto físico, em função da
maneira que a cadeia global de valor se organizou, está na Ásia, por isso que seus portos ganharam tanto destaque
na distribuição

Porto de Shangai
É um rio fluvial, que sofre assoreamento e que precisa de intervenção constante

O porto de Yangshan é um porto oceânico ligado por uma ponte (Donghai); alternativa criada para receber navios de
maior calado
Porto de Cingapura
É estratégica, está na ponta do estreito de Malaca

Rotterdam
Os portos de Rotterdam e Antuérpia são importantes porque estão na bacia do Reno

Ponte de Madgenburg – rio Elba (Alemanha)


É um rio de planície que por ser muito sinuoso foi construído um canal para criar uma alternativa retilínea
Dutos nos EUA

Rede Ferroviária na Europa


Vermelho – alta velocidade
Amarelo – velocidade mais baixa
Maior fluidez está nos países ricos da Europa
A distância é relativa a depender da fluidez

Questão discursiva
(3ª fase de 2006) Aponte as tendências atuais do transporte transoceânico, localizando as principais rotas de
navegação e os grandes portos do mundo, indicando a influência das inovações técnicas nessa nova geografia da
circulação mundial.

Matriz de transportes no mundo

Diagnóstico no Brasil é que precisa reduzir o rodoviarismo

Governo prevê investimento de R$30 bi em ferrovias nos próximos 5 anos


O Ministério de Infraestrutura prevê investimentos de R$ 30 bilhões para ampliar a malha ferroviária do país. Os
recursos seriam obtidos por meio de concessões. Informações foram detalhadas pelo ministro Tarcísio Gomes de
Freitas, que participou hoje do 1º Fórum de Desenvolvimento Sustentável da Costa Verde, realizado na Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), na cidade de Seropédica (RJ).
"Vamos investir R$ 30 bilhões em ferrovias nos próximos 5 ou 6 anos", disse. O primeiro contrato de concessão foi
assinado no ano passado e envolve a Ferrovia Norte-Sul, no trecho entre Porto Nacional (TO) e Estrela D'Oeste (SP).
Para este ano, são previstas as concessões da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que ligará Ilhéus (BA) a
Figueirópolis (TO), e a Ferrogrão, projeto com origem em Cuiabá (MT) e término em Santarém (PA).
O governo planeja ainda trabalhar por uma mudança legislativa que permita o regime de autorização. Trata-se de
um modelo em que o investidor tem mais liberdade do que no regime de concessão . "Hoje não é possível nós
operarmos com autorização nas ferrovias. No setor portuário, nós já fazemos isso. As autorizações abrem uma nova
porta. Vale para aquele investidor que quer tomar o risco de engenharia, para que possa empreender e ter a
propriedade da ferrovia, ter o benefício da perpetuidade, a liberdade para definir sua tarifa. Isso é importante para
quem assume risco de longo prazo e proporciona novos investimentos ferroviários no Brasil", disse Tarcísio.(...)
https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2020-02/governo-preve-investimento-de-r30-bi-em-ferrovias-nos-
proximos-5-anos

Características gerais - Brasil


 As ferrovias perpendiculares ao litoral (mecanização incompleta do território porque não integra o território)
o Brasil chegou a ter muitas ferrovias – construídas no século XIX – mas serviam para conectar regiões
produtoras de café ao litoral; não havia o objetivo de conectar o território
 A integração nacional com base em rodovias
o Quem fez a integração do território, a partir de 1930, foi a rodovia
o A industrialização exigiu a integração do território porque foi voltada para dentro (substituição de
importações)
o Rodovia era mais rápido e barato de fazer; JK ratificou o rodoviarismo, tendência que vinha de antes,
todavia, foi ao ápice com JK. A opção rodoviária faria a economia girar mais; quando interioriza o
projeto se mostra equivocado
 Os investimentos recentes em transportes de massa

Rodovias Federais

 Radiais – Conexão de Brasília com outras áreas- Exemplos: BR 010 (Belém-Brasília) , 040 ( Brasília -RJ), 050
(Brasília- São Paulo).
 Perpendiculares – Têm sentido norte-Sul – Exemplos BR 101, 116 e 174
 Transversais – Ligação leste-oeste – BR 230 (transamazônica) , 262 ( Vitória – BH).
 Diagonais – BR 364, BR 381 (Rodovia Fernão Dias)
Asfaltamento da BR-163 (liga Cuiabá a Santarém) é muito importante para escoamento de soja produzida no Norte
do MT até o Norte
Existe o temor por parte dos ambientalistas por abrir uma possibilidade de desmatamento

As rodovias de integração sul-americana

 “Rodovia do Mercosul”- BR 101, 116 e 376


 BR 156 – Macapá – Oiapoque (a partir daí Caiena e as demais capitais das Guianas)
 BR 174 – Manaus – Boa Vista – Fronteira com a Venezuela (traz os venezuelanos ao Brasil)
 Interoceânica – Cuiabá – Porto Velho- Rio Branco – Fronteira com o Peru e a partir daí aos portos marítimos
peruanos de Ilo, Matarani e San Juan (Rodovia do Pacífico)

Carretera del Pacífico


Construída no contexto do Irsa

Ferrovias do Brasil

A primeira ferrovia foi em 1854


Em 1957, JK estatizou as ferrovias (racionalizou o sistema, na verdade foi fechar os ramais obsoletos)
Hoje as ferrovias são mais importantes que na década de 1980; existe um investimento, uma expansão, mas está
aquém das necessidades

Principais ferrovias no Brasil -


Tipos de ferrovia
 Tipo 1 - Ferrovias históricas – conectam interior até um porto; existem desde o século XIX
 Tipo 2 – ferrovias de interior; Norte-Sul; Ferro-Norte; Ferro-Grão (investimento logístico atual)
 Tipo 3 – Ferrovias imunes ao rodoviarismo – ferrovias para carregar miério – EFC, EFVM

Ferrovias para atender a Mineração


 ESTRADA DE FERRO CARAJÁS – Com 892 quilômetros de extensão ligando a Província mineralógica de
Carajás no sul do Pará ao Porto de Itaqui no Maranhão
 ESTRADA DE FERRO VITÓRIA - MINAS – Quadrilátero Ferrífero de MG ao Porto de Tubarão em Vitória.
 ESTRADA DE FERRO TROMBETAS (Mineração Rio do Norte, ligando as minas de bauxita de Oriximiná (PA), ao
Porto Trombetas (PA) numa extensão de 35 km);

Ferrovias de Interior
 TRANSNORDESTINA – Conexão do interior da Região com os portos de Pecem-Ce e Suape-Pe.
 FERROVIA NORTE-SUL.
 FIOL- Ferrovia de Integração Leste-Oeste
 FERRONORTE - Objetiva integrar o Centro-Oeste e, futuramente, Rondônia à ferrovias paulistas e,
consequentemente, o porto de Santos. Atualmente é denominada ALL - América Latina Logística Malha
Norte S.A

Ferrovia Norte-Sul
Foco é mercadoria
No transporte de pessoas apenas para ligar os subúrbios ou curiosidade turística em alguns casos
Não existe a proposta de conexão entre estados para transporte de pessoas, a exceção são as ferrovias da Vale

Norte-Sul começou no Maranhão com o Sarney, com o tempo desceu até Goiás e no governo Bolsonaro passou a
chegar até Santos; a ideia é ir até o Pará e descer até o Sul

Contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul é assinado em Anápolis


O presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o diretor-geral da ANTT
(Agência Nacional de Transportes Terrestres), Mario Rodrigues Júnior, assinaram, nesta quarta-feira (31), com a
Rumo S.A, o contrato de concessão dos tramos central e sul da Ferrovia Norte-Sul. Também participaram do evento,
em Anápolis/GO, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves e Siqueira, além de
parlamentares, executivos da concessionária e do setor de infraestrutura. A assinatura é decorrente do leilão
realizado em março pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

O trecho concedido está situado entre Porto Nacional/TO e Estrela D’Oeste/SP (1.537 km) e está dividido em dois
tramos: central, compreendido entre Porto Nacional/TO e Anápolis/GO, com extensão de 855 km; e sul, abrangendo
o trecho Ouro Verde de Goiás/GO e Estrela D’Oeste/SP, com extensão de 682 km.
O tramo central está totalmente concluído e encontra-se operacional e disponível para o transporte ferroviário
comercial de cargas. A autorização de abertura de tráfego foi obtida por meio das resoluções ANTT nº 4.363/2014 e
nº 4.596/2015, e pela licença de operação nº 1.240/2014, expedida pelo Ibama. A expectativa é que o início da
operação ocorra até o fim de 2019. Já o tramo sul, que interliga os estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo,
possui a Licença de Instalação nº 1.152/2014, também emitida pelo Ibama. O trecho possui 95% das obras
concluídas.

Segundo as regras contratuais, a concessionária tem dois anos para concluir as intervenções e iniciar as operações
em 2021.
“Nós vamos criar competição e a participação do modo ferroviário vai sair dos atuais 15% pra quase 30%, em oito
anos. Nós vamos começar a ver o trem passar com contêiner empilhado saindo de Goiás e indo para são Paulo, e no
sentido oposto. No futuro, nós vamos sair da Zona Franca de Manaus e entregar a carga em Porto Alegre. Vamos
ligar o Brasil por trilhos. O país vai crescer porque tem vocação para ser grande”, afirmou o ministro durante o
evento. A linha férrea é considerada a espinha dorsal do sistema ferroviário brasileiro e um dos principais projetos
para escoamento da produção agrícola do país.
Leilão - A Rumo S.A arrematou o leilão pelo valor de R$ 2,7 bilhões, o que representa um ágio de 100% sobre o lance
mínimo de R$ 1,3 bilhão. A concessionária vai operar o trecho em questão por 30 anos. A remuneração se dará pelo
recebimento da tarifa de transporte, da tarifa de direito de passagem, da tarifa de tráfego mútuo, das receitas
decorrentes das operações acessórias e da exploração dos projetos associados. O contrato consiste na exploração da
infraestrutura e na prestação do serviço público de transporte ferroviário, e garante a manutenção e a conservação
da infraestrutura durante todo o período da concessão.

Direito de passagem – Para possibilitar acesso aos portos de Santos/SP e Itaqui/MA, foram estabelecidas as
condições operacionais, bem como as tarifas máximas relacionadas ao direito de passagem nas concessões
adjacentes, mediante a assinatura de termos aditivos aos contratos existentes: Rumo Malha Paulista, MRS, FNS
(tramo norte), Estrada de Ferro Carajás e Ferrovia Transnordestina Logística.

Demanda – A demanda total estimada para a Ferrovia Norte-Sul, tanto na malha própria quanto na malha de
terceiros, é de 1,7 milhão de toneladas para 2020, chegando a 22,7 milhões de toneladas em 2055. Entre os
principais produtos a serem escoados na linha férrea estão carga geral e industrializada oriunda de grandes polos
paulistas para centros consumidores como Goiânia/GO, Brasília/DF, Palmas/TO e Imperatriz/MA. No sentido oposto,
será movimentado volume significativo de grãos de Tocantins, Goiás e Mato Grosso para exportação a partir do
porto de Santos.
http://transportes.gov.br/ultimas-noticias/8944-contrato-de-concess%C3%A3o-da-ferrovia-norte-sul-%C3%A9-
assinado-em-an%C3%A1polis.html

Ferrovia Transcontinental – Peru-Brasil

Possibilidade de sair o trecho passando pelo MT e GO para se conectar com a Ferro-Sul

Hidrovias
 Hidrovia do Madeira - ligando Porto velho (RO) até Itacoatiara-AM (1.056 km de extensão e por onde circula
a maior parte da produção de grãos e minérios da região),
 Hidrovia do São Francisco, ligando Pirapora-MG a Juazeiro-BA
 Hidrovia Tietê-Paraná ou do Mercosul, que é a maior em extensão e volume - ligando São Paulo a Buenos
Aires (com necessidade de transbordo rodoviário em Itaipu) e 2.400km de extensão.
 Hidrovia Paraguai-Paraná- Envolve grande polêmica ambiental por causa do Pantanal. No trecho em
funcionamento, que liga Corumbá-MS até Porto de Nueva Palmira - Uruguai, a soja é o principal produto
transportado.

Hidrovias no Brasil são pouco utilizadas


 Opção pelo rodoviarismo
 Questão física – Brasil tem predomínio de rios de Planalto e aqueles que são navegáveis, de planície,
(Amazonas, Araguaia e Paraguai), que estão longe do centro econômico. A Tietê-Paraná é a maior hidrovia
em carga transportada, mas tem eclusas, assim como o rio Tocantins, Madeira teve obra, Tapajós, Xingu,
também tiveram obras. A opção acaba sendo menor pela questão natural; rios de planície são poucos e
distantes dos centros econômicos e os rios de Planalto precisam de obras ou eclusas. À medida que aumenta
a produção de grãos os rios de planície do Norte podem se tornar uma alternativa, embora a ferrovia pareça
ser a opção escolhida

Principais Portos

Cabotagem ganha perspectiva de expansão com o novo marco


É compreensível que Santos seja o maior porto em importação e exportação de containers; que Paranaguá e Ri
Grande sejam grandes exportadores de grãos; que São Luís é grande em função de Carajás, assim como Vitória e o
minério de Minas Gerais
Terminais oceânicos – Pecém (ZPE – zona de processamento de exportação), alternativa a Fortaleza; e Suape como
alternativa a Recife; sair com carga de uma área central é mais complicado. No RJ, o porto é numa baía, dificulta a
entrada de navios maiores sem falar no trânsito pelo centro. Sepetiba e Açu são alternativas

Cargill inicia ampliação do Terminal de Santarém


Projeto de expansão visa consolidar o município como uma das principias rotas para escoamento de grãos no país
Santarém, 29 de abril de 2014 – Em maio deste ano, terão início as obras de ampliação do Terminal da Cargill em
Santarém. Para o projeto de expansão, que contará com investimento de R$ 240 milhões, serão usadas as áreas 4A e
4B, pertencentes à Companhia Docas do Pará (CDP) e concessionadas à Cargill desde a licitação pública ocorrida em
1999. As obras terão duração de cerca de 15 meses.
O Terminal da Cargill em Santarém tem capacidade para embarcar dois milhões de toneladas de grãos ao ano. Com a
ampliação, haverá um aumento da capacidade de embarque anual para cinco milhões de toneladas. (...)
http://www.cargill.com.br/pt/noticias/NA31654537.jsp
Terminal graneleiro é diferente de terminal de contêiner

Aula 8 – O Espaço Agrário mundial


http://www.fao.org/3/cb1447en/CB1447EN.pdf
http://www.fao.org/state-of-food-agriculture/en/

4- Geografia Agrária.
4.1 Distribuição geográfica da agricultura e pecuária mundiais.
4.2 Estruturação e funcionamento do agronegócio no Brasil e no mundo.
4.3 Estrutura fundiária, uso da terra e relações de produção no campo brasileiro.

A abordagem social no campo teve uma pegada contra o agronegócio nas provas de 2016, 2017 e 2018; não é a
tendência atual

A- OS FATORES DE PRODUÇÃO NO MEIO RURAL


 TERRA
 TRABALHO
 CAPITAL

É a maior ou menor importância de cada fator de produção que caracteriza a agricultura dos países. O fator capital
ganha importância no século XX. A previsão de Malthus não se sustenta na atualidade. A fome existe, mas por
questões estruturais e não por incapacidade de produzir alimentos
União Europeia é a maior produtora de trigo, China em segundo, Índia em terceiro. Paquistão é o nono
A questão é que China e Índia consumem tudo que produz, não exportam.
Trigo, milho, arroz e batata formam a base da dieta alimentar da população mundial. China é grande produtora de
todos esses itens.

EUA possui dois milhões de propriedades rurais; o Brasil cinco milhões e a Índia cem milhões, possui a maior área
plantada do planeta. A Índia possui baixa produtividade por trabalhador, mas não em relação à terra. O Brasil tem o
modelo desenvolvido relacionado ao agronegócio, mas também o modelo rústico do século XIX.

Grande produtor não significa ser grande exportador. A Índia é um exemplo. A China é grande produtora, consume
muito, mas também exporta. Escolhe o que plantar, prefere importar soja e produzir frutas e carne. Canadá e
Austrália possuem população relativa pequena e por isso são grandes exportadores.

B- A insegurança alimentar no mundo

Áreas que possuem mais gente no setor primário – China não entra, está tecnificando a produção – possuem gente
mais desnutrida. Produção baseada no fator trabalho, com produtividade baixa.

Brasil sai do Mapa da Fome das Nações Unidas, segundo FAO


Brasília, 16 – O Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome em 2014, segundo relatório global da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado hoje (16) em Roma. A FAO considerou dois períodos
distintos para analisar a subalimentação no mundo: de 2002 a 2013 e de 1990 a 2014. Segundo os dados analisados,
entre 2002 e 2013, caiu em 82% a população de brasileiros em situação de subalimentação. A organização aponta
também que, entre 1990 e 2014, o percentual de queda foi de 84,7%.
O relatório mostra que o Indicador de Prevalência de Subalimentação, medida empregada pela FAO há 50 anos para
dimensionar e acompanhar a fome em nível internacional, atingiu no Brasil nível menor que 5%, abaixo do qual a
organização considera que um país superou o problema da fome. O Brasil é destaque no “Relatório de Insegurança
Alimentar no Mundo” de 2014 por ter construído uma estratégia de combate à fome e ter reduzido de forma muito
expressiva a desnutrição e subalimentação nos últimos anos. Segundo a FAO, contribuíram para este resultado:
Aumento da oferta de alimentos: em 10 anos, a disponibilidade de calorias para a população cresceu 10%; Aumento
da renda dos mais pobres com o crescimento real de 71,5%
do salário mínimo e geração de 21 milhões de empregos; Programa Bolsa Família: 14 milhões de famílias; Merenda
escolar: 43 milhões de crianças e jovens com refeições; Governança, transparência e participação da sociedade, com
a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). “Sair do Mapa da Fome é um fato
histórico para o país”, comemora a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. “A
fome, que persistiu durante séculos no Brasil, deixou de ser um problema estrutural”, completa ela.
De acordo com a ministra, atualmente a fome é um fenômeno isolado, existe ainda em pequenos grupos específicos
que são objeto de Busca Ativa. Segundo Campello, com base nos dados da FAO, “chegamos a um percentual de 1,7%
de subalimentados no Brasil. Isso significa que 98,3% da população brasileira tem acesso a alimentos e tem
segurança alimentar”, destaca. “É uma grande vitória.”O “Relatório Brasil”, publicação da FAO/Brasil, é revelador
deste novo momento do país e da importância da estratégia brasileira, salienta a ministra. O relatório é denominado
“O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil, um retrato multidimensional” - o oposto do título do
relatório mundial.
http://mds.gov.br/area-deimprensa/noticias/2014/setembro/brasil-sai-do-mapa-da-fomedas-nacoes-unidas-
segundo-fao

Fome volta assombrar famílias brasileiras


RIO - No armário suspenso sobre a geladeira quase vazia, sacos de farinha de milho empilhados de uma lateral a
outra são a única abundância no casebre onde moram três adultos e uma criança, no alto de um morro do bairro de
Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
— Estamos comendo angu a semana toda. Ganhamos de uma vizinha. Mas é melhor angu do que nada. Carne, não
vemos há meses — lamenta Maria de Fátima Ferreira, de 61 anos, enquanto abre as portas do móvel, como se
precisasse confirmar seu drama. Três anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o que
significa ter menos de 5% da população sem se alimentar o suficiente —, o velho fantasma volta a assombrar
famílias como a de Maria de Fátima. O alerta, endossado por especialistas ouvidos pelo GLOBO, é de relatório
produzido por um grupo de mais de 40 entidades da sociedade civil, que monitora o cumprimento de um plano de
ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os Estadosmembros da ONU, a chamada
Agenda 2030. O documento será entregue às Nações Unidas na semana que vem, durante a
reunião do Conselho Econômico e Social, em Nova York.(...)
https://oglobo.globo.com/economia/fome-volta-assombrar-familias-brasileiras21569940 10-07-2017

C- AQUECIMENTO GLOBAL E AGRICULTURA

O aquecimento global terá implicações profundas para onde e como os alimentos são produzidos, e também levará a
uma redução das propriedades nutricionais de determinadas culturas, o que terá consequências para políticas de
combate à fome e à pobreza e para o comércio mundial de alimentos, dizem especialistas em um novo livro da
Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
“Mudança Climática e Sistemas Alimentares” contém as conclusões de um grupo de cientistas e economistas que
fizeram um balanço dos efeitos das alterações climáticas na agricultura e na alimentação a nível global e regional nas
duas últimas décadas. A mudança climática aumenta o desafio do rápido crescimento da demanda global por
produtos agrícolas – destinados à alimentação, ração e combustível – necessário para lidar com o crescimento da
população e o aumento dos níveis de renda. A agricultura é altamente dependente das condições meteorológicas
locais e, portanto, é esperado que seja muito sensível às mudanças climáticas nos próximos anos.

“É provável que as alterações climáticas agravem a crescente desigualdade global, uma vez que espera-se que o
impacto dos efeitos negativos caiam sobre os países que estão menos desenvolvidos e mais vulneráveis”, diz o editor
do livro, Aziz Elbehri, da divisão da FAO.
Os autores também citam um recente estudo que avaliou o impacto global das mudanças nos padrões de consumo
de alimentos que utilizam ou não a irrigação. Alguns resultados sugerem que a redução do consumo de produtos de
origem animal na dieta humana tem o potencial para salvar os recursos hídricos necessários para alimentar 1,8
bilhões de pessoas no mundo.

O estudo sugere que, embora os mercados globais possam ajudar a


estabilizar os preços e suprimentos e fornecer opções de alimentos
alternativos para regiões afetadas negativamente pela mudança climática,
o comércio por si só não é uma adaptação estratégica suficiente. Também
é necessária uma estratégia de adaptação interna para permitir que os
países e regiões evitem a forte dependência das importações, que tendem a aumentar a vulnerabilidade à
volatilidade dos preços. Outro desafio é a necessidade de alinhar a política comercial com objetivos climáticos e
garantir que a abertura comercial desempenhe o seu papel como um mecanismo de enfrentamento, sem prejudicar
os objetivos de mitigação.
https://nacoesunidas.org/livro-da-fao-examina-consequencias-demudancas-climaticas-para-a-seguranca-alimentar-
e-o-comercio/

A questão meteorológica é importante, apesar do avanço tecnológico


Bangladesh é um dos maiores produtores de arroz do mundo, é um território baixo. No caso de haver um avanço do
nível dos mares a produção de arroz em Bangladesh tende a ser prejudicada

Modernização agrícola e agricultura de precisão


Para geografia é muito interessante, pois está relacionado com o território

A Agricultura de Precisão é um tema abrangente, sistêmico e multidisciplinar. Não se limita a algumas culturas nem a
algumas regiões. Trata-se de um sistema de manejo integrado de informações e tecnologias, fundamentado nos
conceitos de que as variabilidades de espaço e tempo influenciam nos rendimentos
dos cultivos. (o território não é homogêneo – o defensivo agrícola pode ser utilizado localmente, o que reduz custos
e o impacto ambiental)

A agricultura de precisão visa o gerenciamento mais detalhado do sistema de produção agrícola como um todo, não
somente das aplicações de insumos ou de mapeamentos diversos, mas de todo os processos envolvidos na
produção. Esse conjunto de ferramentas para a agricultura pode fazer uso do GNSS (Global Navigation Satelite
System), do SIG (Sistema de Informações Geográficas), de instrumentos e de sensores para medidas ou detecção de
parâmetros ou de alvos de interesse no agroecossistema (solo, planta, insetos e doenças), de geoestatística e da
mecatrônica.

Mas a AP não está relacionada somente ao uso de ferramentas de alta tecnologia, pois os seus fundamentos podem
ser empregados no dia-a-dia das propriedades pela maior organização e controle das atividades, dos gastos e
produtividade em cada área. O emprego da diferenciação já ocorre na divisão e localização das lavouras dentro das
propriedades, na divisão dos talhões ou piquetes, ou simplesmente, na identificação de “manchas” que diferem do
padrão geral. A partir dessa divisão, o tratamento diferenciado de cada área é a aplicação do conceito de AP.

Histórico

Os primeiros fundamentos teóricos da Agricultura de Precisão surgiram em 1929, nos Estados Unidos, porém
tornou-se mais conhecida na década de 80, devido aos avanços e à difusão dos sistemas de posicionamento
geográfico, sistemas de informações geográficas, monitoramento de colheita e também à informática. Além de
destacar-se nos EUA, ganhou grande notoriedade em países como Alemanha, Argentina, Austrália, Inglaterra e
Brasil. No país, as primeiras pesquisas na área foram realizadas na década de 90. (...)

Mapeamento do território para identificar como atuar

o primeiro momento, a Agricultura de Precisão foi direcionada pelas máquinas agrícolas, como colheitadeiras e
semeadeiras, embarcando-se a elas receptores GNSS (Global Navigation Satelite System), sofisticados computadores
de bordo e sistemas que possibilitam a geração de mapas de produtividade.
Aprimorou-se o mapeamento da variabilidade do solo, plantas e outros parâmetros, resultando numa aplicação
otimizada de insumos, diminuindo custos e impactos ambientais negativos, consecutivamente, aumentando o
retorno econômico, social e ambiental.(...)
https://www.macroprograma1.cnptia.embrapa.br/redeap2

OS SISTEMAS AGRÍCOLAS
1- ITINERANTE DE SUBSISTÊNCIA (Roça) – África e América Latina (mau uso do solo, queimada, técnicas equivocadas,
que levam ao desgaste do solo e precisa mudar para outra área)
2- PLANTATION – produção tropical em latifúndios para o mercado externo (subsistência fica para segundo lado)
3- JARDINAGEM OU RIZICULTURA INUNDADA – Ásia úmida – Vietnã, Camboja, Bangladesh, Paquistão. São sistemas
de produção na periferia do capitalismo marcados pela baixa disponibilidade de capital mas, o sistema de
jardinagem é intensivo por área enquanto os sistemas itinerante e de plantation são extensivos. A leveda
produtividade está relacionada com a abundância de mão de obra. É diferentemente da produtividade da União
Europeia, americana ou do Brasil do agronegócio, fortemente mecanizados.
4- AGRICULTURA EUROPEIA – Tradicionalmente policultora, tecnificada grande em parte com apoio dos subsídios.
Tecnologia associada a pequenas propriedades de terra, viabilizada pelo subsídio dos países. Gera uma produção
que o espaço e a limitação climática em tese não permitiriam. União Europeia é grande exportadora.
5- EXCEDENTES – EUA, Canadá, Austrália, Brasil e Argentina; os dois últimos possuem população passando fome.
No caso dos três primeiros eles não apenas atendem a demanda da população como também exportam.

Obs.: o sistema intensivo ou extensivo não está relacionado com o tamanho da propriedade, mas com
produtividade. O sistema intensivo possui mais produtividade em comparação com o extensivo.

Sistema de jardinagem
EUA tem território favorável e estabelece cinturões de produção

A participação no PIB cai, mas não da mão de obra


India tiene la mayor superficie de tierras cultivables y permanentemente cultivada en el mundo, estimada en 169.6
Mha en 2011 (FAO, 2014), ligeramente por delante de Estados Unidos de América, 162.7 Mha. El país también
cuenta con la mayor superficie de tierras de riego, estimada en 63.2 Mha. Aunque los recursos de la tierra son
grandes, la alta densidad demográfica de India significa que la dotación de recursos de la tierra sobre una base per
cápita es en realidad menor que el promedio mundial. La creciente urbanización limita la superficie total dedicada al
cultivo, con el aumento de la presión por parte de una demanda de tierras para fines no agrícolas.
Esto significa que el aumento de la producción agregada en el futuro provendrá del crecimiento de los rendimientos
y de la intensidad de los cultivos en lugar de una expansión de la superficie agrícola. Los datos del Censo Agrícola
indican que había alrededor de 138 millones de propiedades agrícolas en India en 2010-2011, de los cuales alrededor
de 117 millones eran agricultores pequeños y marginales con tierras de extensión menor de 2 hectáreas. El tamaño
promedio de las propiedades se redujo de 2.3 ha en 1970-1971 a 1.33 hectáreas en 2000, y a 1.16 ha en 2010-2011.
Los agricultores pequeños y marginales representan más de 80% del total de hogares agrícolas, pero su participación
en el área de operación es de alrededor de 44%. Las extensiones mayores (10 ha y más) representan 0.7% de las
propiedades de hogares totales y 10.9% de la zona total de operación. (…)
http://www.fao.org/3/a-i3818s.pdf
Parte amarela e laranja nos mapas mostram a restrição para plantação
Produção de arroz da China está mais ao sul; trigo está ao Norte. China é mais seletiva no uso do território
Aula 9 – Espaço Agropecuário Brasileiro
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/
https://www.cnpm.embrapa.br/projetos/gite/ (ver atribuição das terras)
Projeções do Agronegócio
As Cidades do Agronegócio na fronteira agrícola moderna brasileira – Samuel Frederico
A Industrialização e a Urbanização da Agricultura Brasileira – José Graziano
Dados Conab – projeção do agronegócio

Em reportagem de abril de 1968, havia o risco de escassez de alimento com a importação do item sendo m entrave
para o avanço industrial. Isso mostra a virado do Brasil no setor

IBGE prevê safra recorde de grãos em 2020

O terceiro prognóstico para a safra 2020 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas (soja) aponta
um recorde de 243,2 milhões de toneladas, 0,7% (não é comum, geralmente o avanço é superior, pode ser questão
climática) acima da safra de 2019, o que representa 1,7 milhão de toneladas a mais. As estimativas iniciais apontam
uma redução de 7,2% na produção do milho e um crescimento de 7,8% na produção da soja.
Analisando-se os cinco produtos de maior importância para a próxima safra, apenas o milho 2ª safra apresentou
estimativa de produção menor que em 2019, de 10,4%. Apresentam variação positiva o algodão herbáceo (2,7%), o
feijão 1ª safra (3,3%), o arroz (0,9%), o milho 1ª safra (1,8%) e a soja (7,8%). As estimativas das produções de soja e
algodão são recordes da série histórica do IBGE.
Já a 12ª estimativa de 2019 totalizou 241,5 milhões de toneladas, 6,6% superior à obtida em 2018 (226,5 milhões de
toneladas), aumento de 15,0 milhões de toneladas. O recorde anterior da produção foi em 2017, quando foram
produzidas 238,4 milhões de toneladas. A estimativa da produção da soja em 2019 foi de 113,5 milhões de
toneladas, enquanto o milho (100,6 milhões de toneladas) e algodão (6,9 milhões de toneladas) tiveram uma
estimativa de produção recorde. A estimativa de produção de arroz foi de 10,3 milhões de toneladas.(...)

Balança Comercial do Agronegócio


A produção migrou do Sul para o centro-oeste, com destaque para o Mato Grosso. É algo recente na história, São
Paulo e Paraná costumavam liberar a agricultura no país.

Regionalmente, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição:


Centro-Oeste, 111,5 milhões de toneladas (46,2%); Sul, 77,2 milhões de toneladas (32,0%); Sudeste, 23,7 milhões de
toneladas (9,8%); Nordeste, 19,2 milhões de toneladas (7,9%) e Norte, 9,8 milhões de toneladas (4,1%). Todas as
Grandes Regiões, apresentaram aumento na produção: Centro-Oeste (10,4%), Região Norte (9,7%), Região Centro-
Oeste (10,4%), Região Sul (3,6%), Região Nordeste (0,4%) Região Sudeste (3,7%). O Mato Grosso lidera como maior
produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,0%, seguido pelo Paraná (14,9%), Rio Grande do Sul
(14,3%), Goiás (10,0%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Minas Gerais (6,0%), que, somados, representaram 81,1% do
total nacional. (...)
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-denoticias/releases/26537-ibge-
preve-safra-recorde-de-graos-em-2020

Brasil exporta metade do açúcar do mundo e vai manter. São Paulo é o grande produtor
No café, Brasil perdeu espaço para o café gourmet – Colômbia, Equador, Guatemala. Brasil é grande produtor, mas
vende com menor valor agregado, percepção de ser de menor qualidade. Minas Gerais é o grande produtor no Brasil

É importante ter em mente os principais mercados e qual estado produz


Na década de 1960 o Brasil era importador líquido de alimentos; a virada veio nos anos seguintes

A EXPANSÂO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA


AS ZONAS PIONEIRAS DO BRASIL – Leo Waibel (alemão que estudou a Marcha para o Oeste)
Segundo o recenseamento de 1940 a área economicamente explorada no Brasil apurada pelo censo (área
recenseada), compreende 2 milhões de km2, ou seja, 23% da área total do país. Destes, apenas 188.000 km2 (18
milhões de hectares – atualmente planta em 70 milhões de hectares, número baixo proporcionalmente; o total
tem 850 milhões de hectares, menos de 10% do território), ou seja, 2,2% são de área cultivada e 830.000 km2, ou
cerca de 10% são utilizados como pastagens. O restante, isto é, 77% do território nacional, ou não são
economicamente utilizados, não são utilizáveis, ou então estão na mão de “intrusos”, que escapam ao levantamento
estatístico. Em todo caso, pode-se dizer que mais da metade da área do Brasil está inexplorada do ponto de vista
agrícola e praticamente despovoada, e isto num país de dimensões de um continente e no qual não ocorrem
desertos ou cadeias de montanhas.
Com estes valores o Brasil representa um caso único entre todos os grandes países do globo. Acresce ainda o fato de
estar no hemisfério sul, bem afastado da atmosfera politicamente inflamada do hemisfério norte (pós-guerra). Assim
é compreensível que a atenção de todo o mundo esteja atualmente voltada para o Brasil. Representa ele a última
grande reserva de terras disponíveis do mundo ocidental, e assume do ponto de vista puramente espacial uma
posição semelhante à que tinham os Estados Unidos da América do Norte há 150 anos. Por estes motivos tanto no
interior do país quanto no exterior, tem sido manifestada a opinião de que o Brasil promete ser um segundo Estados
Unidos. Publicado pela Revista Brasileira de Geografia- Ano 8- N.o 4- Out-Dez de 1955

Duas frentes explicam a expansão da produção agrícola: Crescimento vertical e Horizontal

 Expansão horizontal => aumento da área plantada; incorporação da área do Cerrado. Na década de 1940
ocupava cerca de 2,2% e atualmente pouco menos de 10%. Viés economicista, a ocupação do Cerrado é vista
como positiva. No viés ambiental é negativo, em função do desmatamento e desequilíbrio ecológico. 1/3 do
Mato Grosso equivale à Alemanha
A história do Brasil foi criada com base na expansão da fronteira agrícola
A maior expansão foi no governo militar – planejamento do território; ocupação de Rondônia e do Mato Grosso. A
Transamazônica tinha por propósito ligar o povo sem terra (Nordeste) para terra sem povo (Rondônia)

A expansão se dá no século XVIII pela utilização dos rios através da pecuária, a agricultura estava concentrada no
litoral. No século XIX, já é possível ter uma produção agrícola no interior. Marcha para o Oeste do café em São Paulo.
A chegada dos imigrantes no Sul levou à interiorização da agricultura no Sul. O Paraná, que recebeu gente a partir de
1860, passou a exportação com o projeto do governo militar de expansão para o centro-oeste

A expansão no século XX se deu por um projeto geopolítico e tecnológico do governo militar a partir da década de
1970. Golberi vislumbrou que o Cerrado seria o celeiro do mundo. O solo era ácido, um problema que viria a ser
corrigido pela Embrapa em 1973, mas a topografia era plana, diferentemente de Minas e São Paulo. A topografia
plana facilita a mecanização.

Prodecer foi uma parceria com o Japão para corrigir a questão do solo do Cerrado

Crescimento Vertical e Horizontal da produção

38 milhões de hectares para 60 milhões de hectares -> expansão horizontal (história da fronteira agrícola)
O Crescimento vertical é exponencial e mostra o aumento de produtividade excepcional no período. No mesmo
espaço consegue produzir mais

Histórico da modernização agrícola no Brasil


 Começa com o setor à montante importando os equipamentos e depois produzir internamente; na década
de 1970 ocorre a modernização do setor à jusante, com a industrialização do setor
 O complexo agroindustrial pé junção dos setores à montante e à jusante

O Agronegócio

[...] as necessidades comerciais e financeiras para a comercialização e expansão das atividades agrícolas, a
necessidade crescente de novos meios de transporte com o deslocamento da produção de café do Oeste, bem como
a necessidade de novas máquinas e equipamentos (de beneficiamento, por exemplo) e de outros insumos (sacos de
juta, por exemplo) fizeram com que o complexo cafeeiro engendrasse fora da fazenda de café atividades
complementares como os bancos, as estradas de ferro, as fábricas têxteis, etc., atividades que foram, em grande
medida, financiadas pelos excedentes acumulados pelos próprios fazendeiros de café. (Do complexo rural aos
complexos agroindustriais. In: GRAZIANO DA SILVA, José. A nova dinâmica da agricultura brasileira.).

 O texto mostra a evolução do complexo rural até se tornar complexo agroindustrial. No primeiro, tudo era
feto dentro da fazenda, ideia de autossuficiência; atualmente, a fazenda mais parece uma indústria, está
tudo integrado
 Para Graziano, foi o complexo cafeeiro paulista que marcou a mudança de paradigma ao deixar de criar
complexos autossuficientes ao passar a deixar na fazenda a produção primária, buscando fora dela as
complementariedades. Ideia que também impulsionou a industrialização.

O Sistema Nacional de Crédito Rural


Quando o governo militar lança o projeto geopolítico, ele financia com o Sistema Nacional de Crédito Rural

• 1964: criação do Sistema Nacional de Crédito Rural, por meio da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964;
• 1965: institucionalização do Crédito Rural, através da Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965;

OBJETIVOS:
 Estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais, inclusive para armazenamento, beneficiamento
e industrialização dos produtos agropecuários, quando efetuados por cooperativas ou pelo produtor na sua
propriedade rural.
 Favorecer o custeio oportuno e adequado da produção e a comercialização dos produtos agropecuários.
 Possibilitar o fortalecimento econômico dos produtores, notadamente considerados ou classificados como
pequenos e médios.
 Incentivar a introdução de métodos racionais de produção, visando o aumento da produtividade e a
melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada defesa do solo.
Empraba
Fornece o suporte tecnológico

Na década de 1970, a agricultura se intensificava no Brasil. O crescimento acelerado da população e da renda per
capita, e a abertura para o mercado externo mostravam que, sem investimentos em ciências agrárias, o País não
conseguiria reduzir o diferencial entre o crescimento da demanda e o da oferta de alimentos e fibras.
No âmbito do Ministério da Agricultura, um grupo debatia a importância do conhecimento científico para apoiar o
desenvolvimento agrícola. Nesse momento, os profissionais da extensão rural começaram a levantar a questão da
falta de conhecimentos técnicos, gerados no País, para repasse aos agricultores.
Em 7 de dezembro de 1972, o então presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, sancionou a Lei nº 5.851,
que autorizava o Poder Executivo a instituir empresa pública, sob a denominação de Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura. O Decreto nº 72.020, datado de 28 de março de
1973, aprovou os estatutos da Empresa e determinou sua instalação em 20 dias. Este foi atualizado em 04 de agosto
de 1997 pelo Decreto n° 2.291.
https://www.embrapa.br/memoria-embrapa/a-embrapa

Obs.: A Embrapa é um caso de sucesso e deve ser valorizada na prova

O PRODECER- Programa Nipo-Brasileiro de Desenvolvimento dos Cerrados


A concepção e o planejamento do PRODECER tiveram início em 1974. Em 1976, durante a visita do presidente
Geisel ao Japão, é assinada entre os dois países uma declaração de intenções. De 1974 a 1979 foram realizados
os estudos preliminares, o planejamento da estrutura do projeto, a formatação do sistema financeiro e a
administração do projeto pelos governos e setores privados.
No final do governo Geisel (1974-1979) foram definidas as bases do programa de cooperação técnica e econômica
que visava desenvolver, em um primeiro momento, o território do sertão do Estado de Minas Gerais e, em 1979,
iniciou-se efetivamente a deflagração do programa
 Questão importante em termos de política internacional
 Japão importava soja dos EUA, não tinha condições de produzir o produto em seu território
 Na década de 1970, a safra da soja quebra e os EUA não fornecem o produto ao Japão
 Cerrado brasileiro tem 2 milhões de km², representa 25% do território nacional. É uma grande oportunidade
para produzir a soja, com topografia favorável, mas tinha a questão do solo ácido, que era desfavorável.
Japão financia a pesquisa e produção agrícola no Cerrado
 Prodecer foi o braço financeiro e a Embrapa o tecnológico; começa em Minas e vai avançado por diversos
outros estados
 Brasil quebrou o monopólio americano na soja. A soja representa 45% da área plantada do Brasil, que
disputa em área plantada e produção com os EUA, que tem no milho seu principal produto agrícola

Obs.: os anos 1960 e 1970 foram muito influenciados pelo conceito de polos-centros em que o Estado escolhia uma
determinada área para desenvolver, caso típico da Zona Franca de Manaus. A tese foi desenvolvida pelo economista
francês Fraçois Pirrot – polos de desenvolvimento: a inércia capitalista transforma as áreas dinâmicas em cada vez
mais dinâmicas e as atrasadas em cada vez mais atrasadas; por isso o Estado usar sua força para criar um polo. Brasil
criou vários: polo-centro (Cerrado); polo-Amazônia (projeto agrícola); polo-Noroeste (BR 364 para chegar a
Rondônia)
Censo Agropecuário
Brasil não precisa desmatar para aumentar sua área plantada e produção

Brasil tem 8,5 milhões de quilômetros e, em 2017, 3,5 milhões de quilômetros em propriedades rurais, ou 40% do
território

O gráfico mostra o aumento da área total entre 2006 e 2017 e a redução no número de propriedades, o que é
reflexo da concentração fundiária; a grande propriedade aumentado a área total e englobando as pequenas
propriedades. O número de trabalhadores cai e o de tratores sobe

Dos 8,5 milhões de km², o Brasil possui 3,5 milhões de km² em propriedade rural
Dos 3,5 milhões de km² em propriedade rural, 45% é destinado a pastagens, 29% florestas e 18% lavouras
O Brasil tem espaço para aumento da produção vertical, mas também por aumento da área plantada. Grande parte
das propriedades (45%) é formada por pastagens. Não há necessidade de novos desmatamentos, o segredo está em
fazer uma pecuária mais intensiva (recuperar pasto degradado) e ocupando a terra com o plantio
Área verde é dentro da fazenda, deve ser preservada conforme estipulado em lei (Código Florestal). 60% do
território nacional é de vegetação original (parques, reservas indígenas e reserva legal, depende da região – no
Cerrado é 35% e na Amazônia 80%)

Pesquisar sobre: pecuária verde na Amazônia; integração lavoura-pecuária-floresta


Aula 10 – Espaço Agrário Brasileiro
Censo agropecuário -
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/3096/agro_2017_resultados_definitivos.pdf
Destinos da ruralidade no processo de globalização - Destinos da ruralidade no processso de globalização (scielo.br)
Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de
Baixa Emissão de Carbono na Agricultura

Índia produz cerca de 300 milhões de toneladas


Notar o ganho de produtividade da área plantada: a produção cresce em 25% e a área plantada em 15%. Conta com
crescimento horizontal e vertical
Soja é cerca de 45% da área plantada do Brasil; Paraná e RS são grandes produtores, mas o que marca o incremento
na produção é a expansão para o Centro-Oeste, especialmente MT. A produtividade do Paraná é mais elevada, área
plantada do Paraná é menor. No Sul, passa haver conversão de área pecuária para plantio de soja, eucalipto no
Pampa; pecuária extensiva dá menos retorno (muda a paisagem; região historicamente associada ao cultivo de
gado). MATOPIBA começa a se destacar
Em área plantada a cana é o segundo produto brasileiro; Nordeste é relevante, mas a principal produção é em São
Paulo (metade) e depois Goiás; Paraná, MT e MS à frente de Alagoas e Pernambuco. Bahia tende a ser o maior
produtor do Nordeste (oeste da Bahia).

A produção de algodão na Bahia está associada à lógica de modernização. Alternativa à soja; terra plana e altamente
mecanizada. Está algodão, pois é mais rentável atualmente, mas pode virar soja, pecuária, milho etc

À medida que a soja avançou o milho avançou junto; Brasil ainda está muito atrás dos EUA; Brasil tem espaço para
aumentar. Mercado Interno é grande, precisa ampliar a produção para conseguir exportar. Todavia, projeções nos
EUA mostram o Brasil como segundo exportador em breve

Agroindústria da laranja é paulista

Existe produção em São Paulo, mas MG produz metade do café brasileiro


Centro-Oeste concentra maior número de cabeças; MG foi ultrapassada por Goiás e Mato Grosso do Sul. Chama
atenção Pará em quinto e Rondônia em sexto. Tem correlação com a questão de empurrar a atividade menos
rentável para a região que a terra é mais barata e representa frente de desmatamento

Quando se observa o abate; São Paulo que não está entre os maiores rebanhos aparece em terceiro em número de
abates (terra em São Paulo é muito cara). É criado fora de São Paulo e abatido no estado. A tendência é que os
frigoríficos se concentrem no Brasil central

A produção econômica caminha para o Brasil central e norte, sem que a infraestrutura logística caminhe na mesma
velocidade

A pecuária extensiva está mais distante do mercado consumidor; próximo aos centros ficam as hortaliças e pecuária
intensiva leiteira

Brasil não tem grande destaque na produção de suínos

Brasil alcança recorde de 1,4 bilhão de aves em 2017, 47,1% deles no Sul
A Região Sul detinha 47,1% do total de galináceos, outros 26,1% estavam no Sudeste.
O Paraná concentrou 25,3% do efetivo nacional, seguido pelos Estados de São Paulo (14,0%), Rio Grande do Sul
(11,0%), Santa Catarina (10,8%) e Minas Gerais (8,9%).
https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Aves/noticia/2018/09/brasilalcanca-recorde-de-14-bilhao-de-aves-em-2017-471-deles-
no-sul.html

Brasil domina o mercado de aves; metade dos frangos do mundo são exportados pelo Brasil
Brasil exporta 1/3 do que consome de bovino. Brasil consome muito e ainda assim é um dos líderes na exportação

Brasil também é forte na silvicultura

(TPS 2008) A análise da dinâmica da modernização da agricultura brasileira é importante para o entendimento da
sociedade do Brasil contemporâneo. A esse respeito, julgue (C ou E) os itens subsequentes.

(E ) Atualmente, observa-se, nas áreas de expansão da fronteira agrícola no Brasil, um sistema produtivo intenso e
mecanizado, que gera poucos empregos diretos e baixo índice de urbanização e de migrações.

A urbanização em área moderna é alta, porque as pessoas não moram no campo, mas nas cidades

(E) Devido à consolidação da agricultura irrigada — parcialmente voltada para a exportação — e da produção
moderna de grãos, bem como à modernização dos empreendimentos voltados para a produção de têxteis, a
região Nordeste do Brasil apresenta, atualmente, bons índices de desenvolvimento no que se refere a indicadores
sociais, superando, inclusive, índices do Centro-Sul.

Nordeste apresenta os piores indicadores sociais do Brasil

(E) O cerrado brasileiro é um bioma propício à atividade agrícola, como comprova sua alta produtividade nas
últimas décadas, graças, especialmente, à fertilidade do seu solo, que não exige corretivos.

Solo precisa ser corrigido


(C) O fato de as indústrias deixarem de se concentrar no sudeste do Brasil tem relação com o processo de
modernização da agricultura brasileira.

A modernização da agricultura está associada com a interiorização do território, o que leva à desconcentração da
produção industrial. O que a questão quis dizer é que o processo de descentralização espacial da indústria no Brasil
tem relação com o processo de modernização agrícola, porque moderniza a agricultura, aumenta a produção em
outras áreas e a indústria acompanha

(1ª fase de 2017) O Brasil é, na América Latina, um dos países que mais reorganizou sua atividade agropecuária
desde meados do século XX. Desde então, a reestruturação produtiva da agricultura brasileira tem-se norteado pela
racionalidade com funcionamento regulado pelas relações de produção e distribuição globalizadas, direcionando-se,
cada vez mais, ao atendimento da crescente demanda do mercado urbano interno e à produção de commodities
para a exportação, in natura ou após passarem por algum tipo de
transformação industrial, o que aumenta seu valor agregado. Denise Elias. Globalização, agricultura e urbanização no
Brasil. Internet: <http://revista.ufrr.br> (com adaptações). Tendo esse fragmento de texto como referência inicial,
julgue (C ou E) os itens seguintes, acerca da estruturação e do funcionamento do agronegócio no Brasil.

(E ) A expansão da moderna agricultura nos biomas Cerrado e Amazônia tem-se constituído a partir de reduzidos
fluxos migratórios em direção às pequenas e médias cidades dessas regiões e de poucos conflitos no campo, uma
vez que a mecanização excessiva das atividades agrárias gera poucos empregos tanto no campo quanto na cidade.

Migração intensa e conflito

(C ) As regiões produtivas do agronegócio brasileiro são competitivas no mercado global de commodities e


caracterizadas pela especialização produtiva que atende a parâmetros internacionais de qualidade e de custos.

Brasil é competitivo, um dos maiores exportadores do mundo. Os problemas que surgem são pontuais

(C) Para atender, principalmente, ao mercado internacional, adotam-se, nas áreas do bioma Cerrado, os modelos de
ocupação do território e de produção desenvolvidos pelo agribusiness nos países centrais do capitalismo global, que
favorecem a produção em larga escala, intensiva em tecnologia, a partir dos latossolos de média e alta fertilidade.

O erro está no fato do solo ser ácido e necessitar de correção. Demais está correto, o Brasil reproduz o modelo de
belt na região central do país

(C) Característica marcante do atual período da agricultura brasileira é a ocupação de milhões de hectares de
cerrado pela agricultura moderna globalizada, ao mesmo tempo em que se aprofundam a divisão territorial do
trabalho, os conflitos envolvendo povos e comunidades tradicionais, o uso intensivo dos recursos naturais e a perda
de biodiversidade.

É verdade, mas a tendência é não levar questionamento ao agronegócio

Agricultura Familiar
Forma de abordar a questão social no campo sem tocar na questão do MST
Existe uma lei que define o que é uma propriedade familiar
Para ser propriedade familiar, a renda tem que advir da propriedade; é uma propriedade pequena – inferior a quatro
módulos fiscais (INCRA é que define e varia de município para município, tem relação com a produtividade da terra).
Quem trabalha é a família e são poucos os empregados

LEI Nº 11.326, DE 24 DE JULHO DE 2006.

Art. 1o Esta Lei estabelece os conceitos, princípios e instrumentos destinados à formulação das políticas públicas
direcionadas à Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais.
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica
atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos:
I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais;
II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento
ou empreendimento;
III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou
empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo;
IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.

Obs. O censo Agropecuário 2017 do IBGE, registrou 5,0 milhões de estabelecimentos no país sendo que destes 3,9
milhões são considerados familiares.

Obs.: embora selam maiores em quantidade, são inferiores em proporção de terra. Possuem função social
importante por causa dos itens que produzem e pela quantidade de pessoas que emprega

A população rural do Brasil é de 30 milhões de pessoas, quem emprega esse contingente é a propriedade rural, o
estabelecimento comercial é muito mecanizado, não emprega tanta gente

9% da soja é produzida por pequenas propriedades


Feijão 12% significa que tem grande propriedade, que possui produtividade elevada, está produzindo, o que abaixa o
custo para o consumidor, mas por outro lado torna o pequeno produtor pouco competitivo
Fumo está concentrado no RS
Quase metade do frango e da carne suína é produzida pelo pequeno produtor. Brasil é grande exportador de frango,
mas não é o pequeno produtor que exporta. A grande quantidade é produzida para atender os grandes complexos,
principalmente no Sul (Brasil Foods). Pequenas propriedades no Sul estão inseridas nos complexos industriais.
Nordeste menos.

Mandioca é 70% produzida por pequenos proprietários e está espalhada por todo o país

No Centro-Oeste o módulo fiscal é muito maior que no Sul (parte serrana, da imigração) e Nordeste (propriedade no
agreste e sertão – depende da renda do Pronape). Amazônia teve projeto e colonização (agrovilas Médici) –
principalmente Rondônia e menos no Pará

O setor agropecuário brasileiro e as mudanças climáticas


O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma
Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura - Plano ABC é um dos planos setoriais elaborados de
acordo com o artigo 3° do Decreto n° 7.390/2010 e tem por finalidade a organização e o planejamento das ações a
serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, selecionadas com o objetivo de responder
aos compromissos de redução de emissão de GEE no setor agropecuário assumidos pelo país.
O Plano ABC é composto por sete programas, seis deles referentes às tecnologias de mitigação, e ainda um último
programa com ações de adaptação às mudanças climáticas:
• Programa 1: Recuperação de Pastagens Degradadas;
• Programa 2: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); gado em meio a floresta
(pode ser eucalipto)
• Programa 3: Sistema Plantio Direto (SPD); sem o desmatamento total (espécie de capa do solo)
• Programa 4: Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); ciclo natural para produzir menos impacto
• Programa 5: Florestas Plantadas;
• Programa 6: Tratamento de Dejetos Animais;
• Programa 7: Adaptação às Mudanças Climáticas.

http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/plano-abc

Como a matriz energética do brasil é comparativamente mais limpa, o setor que o Brasil tem para agir é na
agropecuária
Pasto degradado aumenta o tempo de abate – recuperar a pastagem traz dois benefícios: menor emissão de gases
do efeito estufa porque o gado cresce mais rápido até o ponto de abate e liberação para a agricultura
Ver os vídeos de pecuária verde (Paragominas)

(TPS 2010) No que se refere ao espaço rural no Brasil, assinale a opção correta.
(A) A revalorização do espaço rural como lugar para se trabalhar e para se viver, uma das recentes transformações
ocorridas no campo, não se relaciona diretamente com as demandas pela terra e com os
assentamentos rurais.

Ideia do neorrural: morar na área integrada e trabalhar no rural. Tem relação com a terra. tem atividade terciária

(B) O Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), ao fragmentar o espaço rural, provocou a redução da
produtividade agrícola e, como consequência, a redução da oferta de alimentos nas cidades de pequeno e médio
porte.

Apoiar o produtor para aumentar a produtividade; também faz uso de tecnologia

(C) Na primeira metade do século XX, o espaço rural brasileiro caracterizou-se pelas grandes plantações cafeeiras, a
que se seguiu a agricultura familiar com sua pluriatividade e o processo de modernização da base
técnica na agropecuária, que caracterizou o final do século.

Não é normal que a grande propriedade seja substituída pela pequena. No Brasil elas coexistiram e depois a grande
passou a englobar a pequena com o processo de concentração fundiária. A questão do orgânico está dando força à
pluriatividade da pequena propriedade. Ex.: green belt (cinturão de hortaliças; toda grande cidade tem o seu. No RJ
é a região Serrana)

(D) A pluriatividade, realidade da nova concepção de espaço rural adotada pelo agronegócio, ainda não se
incorporou à agricultura familiar, baseada na agricultura de subsistência.

Pluriatividade não é marca do agronegócio; tem mais relação com a pequena propriedade. A tecnologia contribui
para a pluriatividade. Ex.: garoto que trabalha na Casa Valduga no RS com prova de vinho. A tecnologia libera da
“lida”

(E) Historicamente, as políticas públicas, visando à exportação, privilegiaram a agricultura de larga escala, o
que forçou o processo de modernização da agropecuária e contribuiu para o êxodo rural
Módulo 3 – Geografia Política

Aula 1 – Geopolítica
CASTRO, Iná Elias de, et alli. Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro: Bertrand, 10 edição. BECKER, Bertha. "A
Geopolítica na virada do milênio: Logística e Desenvolvimento Sustentável". P. 271-307.

MELLO, Leonel Itaussu. Quem tem medo de geopolítica? São Paulo: Editora Hucitec, 1999. Cap. 1, 2, 3 e 4- Pág. 11-
133.

CASTRO, Iná Elias de. Geografia e Política. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. Cap. 1 - "Pensar a geografia política
no século XXI". P. 15-37; Cap. 2 - Relações entre território e conflito: o campo da geografia política". P. 39-94; Cap. 3
- O poder e o poder político como problemas". P. 95-137.

Censos, Consensos e descensos – itinerários geopolíticos Sandra Regina

Geopolítica

Principais nomes:

 Ratzel: território como fundamento de poder


 Alfred Mahan: poder marítimo
 Mackinder: poder terrestre, o Heartland
 Haushofer: as quatro pan-regiões
 Spykman: o Rimland ou poder anfíbio – controlar o heartland e suas penínsulas

O que é geopolítica?

“ciência da vinculação geográfica dos acontecimentos políticos e tem por objetivo principal o aproveitamento
racional de todos os ramos da Geografia no planejamento das atividades do Estado” (Rudolf Kjellen, 1916)

“É a política estabelecida em virtude das condições geográficas” (Everardo Backeuser)

É o território como expressão de poder. É um conceito fundamentalista

Brasil é fruto de uma geopolítica de portugueses e brasileiros

Ratzel

“E que venham a supor que, num povo em vias de crescimento, a importância do solo não seja tão evidente, que
observe esse povo no momento da decadência e da dissolução! Não se pode entender nada a respeito do que ocorre
se não for considerado o solo. Um povo regride quando perde território. Ele pode contar com menos cidadãos e
conservar ainda muito solidamente o território onde se encontram as fontes de sua vida. Mas se seu território se
reduz, é, de uma maneira geral, o começo do fim”

(Ratzel: As leis do crescimento espacial do Estado)

Muito associado à unificação alemã; é quase uma justificativa para a expansão alemã

Teoria do Poder Marítimo (1890) - almirante Alfred Mahan (EUA)

“A terra é quase sempre um obstáculo, o mar quase todo uma planície aberta; uma nação capaz de controlar essa
planície, por meio: do poderio naval, e que ao mesmo tempo consiga manter uma grande marinha mercante, pode
explorar as riquezas do mundo”
Controlar o Caribe é fundamental para os EUA; não à toa construíram o canal do Panamá e tentaram exercer o
controle da região. Proteger o Mississipi, por isso Nova Orleans é importante. O Mississipi dá acesso ao meio do
território dos EUA. O Havaí é importante geopoliticamente; está no meio do caminho entre EUA e Ásia

Marinha mercante e de guerra fortes e o controle dos estreitos trazem poder

China inicialmente teve poder territorial, agora se volta para o mar. O território chinês é muito mais exposto que o
dos EUA. Este não possui inimigos na fronteira tampouco disputas territoriais, além de ter acesso a dois oceanos e
prioridades no canal do Panamá; além do Havaí. A China tem uma fronteira em disputa e seus vizinhos possuem
armamento nuclear; sem falar na dificuldade de navegação no Mar do Sul da China

No Brasil, Natal e a as Ilhas de São Pedro e São Paulo são importantes do ponto de vista geopolítico, pode permitir o
controle da navegação no Atlântico Sul

A expansão dos EUA a partir de 1867 e o poder marítimo

O Havaí (1898), o Big Stick no Caribe, o Canal do Panamá, Guam, Guantánamo são todas questões que têm relação
com as teorias de Mahan; o livro dele é de 1890. Controla ilhas no Pacífico (primeira linha de proteção); controla o
Caribe e com isso tem uma livre navegação que não divide a frota e tem no Atlântico Norte uma aliada de primeira
hora que é a Inglaterra

Mackinder e o Heartland

Quem governa a Europa Oriental dominará o Coração Continental; quem governa o Coração Continental dominará a
Ilha Mundial; quem governa a Ilha Mundial dominará o mundo

(Mackinder,Halford- 1919,O Pivô geográfico da história- p.106)

Mackinder é um inglês que fala do poder terrestre; é um alerta para mostrar que mesmo uma potência naval pode
ter dificuldades diante de inimigos que controlam a Eurásia. Ele enxerga a Eurásia e a África como uma ilha mundial;
além de ilhas como a América e Austrália

Nessa ilha mundial tem um pivô geográfico; área que corresponde à Rússia com o leste europeu. Segundo
Mackinder é a base do poder e mesmo uma armada poderosa não seria capaz de derrotar em função dos recursos e
a proteção natural

Mackinder é determinista, o recurso natural é fundamental: montanha, rios. A tese nunca se confirmou

Em 1904 ele usou o termo pivô geográfico, apenas em 1919 ele usa o termo hertland
A primeira é a de linha contínua e depois ampliou incluindo uma área da Ásia central e o Báltico em função da
aviação. Quem controla o hertland controla o mundo

Mais que um conceito geográfico, com limites físicos claramente demarcados no mapa da Eurásia, o Heartland é
uma ideia estratégica, concebida teoricamente no começo do século e testada empiricamente ao longo de duas
guerras mundiais. Formulada originalmente como Pivot Area, em 1904, e reelaborada sob a denominação de
Heartland, em 1919, essa ideia estratégica assume seu conteúdo definitivo no último artigo de 1943. Tal conceito foi
cunhado por Mackinder para designar o núcleo basilar da grande massa eurasiática que coincidia geopoliticamente
com as fronteiras russas do início do século.

Itaussu, Leonel- Quem tem medo de geopolítica?

Na descrição de Mackinder, o gigantesco núcleo eurasiático possuía três características físicas essenciais. O
Heartland era incomparavelmente a mais extensa região de planícies de todo o globo terrestre. Essa região era
quase totalmente isolada do mundo exterior, já que seus grandes rios desembocavam nos mares do interior da
Eurásia ou nas costas geladas do Oceano Ártico: o Ob, o Ienessei e o Lena desaguam no litoral norte da Sibéria; o
Amudária e o Sirdária, no mar de Aral; o Volga e o Ural, no Mar Cáspio. Finalmente, a topografia plana de suas
estepes meridionais oferecia condições ideais à mobilidade dos povos nômades-pastoris da Ásia Central.
As terras altas da Ásia não permitem que se acesse o território russo, mesmo pelos rios. Ao Norte, há o ártico
congelado. A Rússia fica fechada.

O degelo do ártico tira a Rússia do enclausuramento, mas por outro lado fica mais exposta

Esses aspectos físicos faziam daquela região mediterrânea e enclausurada um baluarte natural. O Heartland era uma
fortaleza inacessível ao assédio do poder marítimo das potências insulares ou marginais da Eurásia, favorecendo ao
mesmo tempo o desenvolvimento do poder terrestre da potência continental que possuísse ou viesse a conquistar
aquela região basilar.

Itaussu, Leonel- Quem tem medo de geopolítica?

Karl Haushofer

As quatro Pan-Regiões de Karl Haushofer


O haushoferismo advogava uma aliança da Alemanha com a Rússia e o Japão, que deveriam ajustar suas respectivas
esferas de influência e formar uma nova constelação de poder na Eurásia. Na visão de Haushofer, essa partilha
levaria à constituição de três grandes áreas supercontinentais denominadas pan-regiões: a Euráfrica (englobando
Europa, África e Oriente Médio)- submetida à suserania alemã; a Pan-Ásia (abarcando a China, Coreia, Sudeste
asiático e Oceania)- sob domínio japonês e, entre ambas, a Pan-Rússia (gigantesca zona tampão formada pela Rússia,
Irã e Índia)-tutelada pela União Soviética.

Finalmente, o general geógrafo alemão concebia ainda uma quarta pan-região, a Pan-América, que englobava todo o
continente americano sob domínio dos EUA. Em síntese, a Geopolitik de Haushofer defendia a constituição de um
bloco transcontinental eurasiático, formado por uma aliança russo-germânico-japonesa que teria a sua disposição
um excedente de poder não compensado, em termos militares, econômicos e demográficos, capaz de colocar em
xeque o poderio naval do Império Britânico.

Itaussu, Leonel- Quem tem medo de geopolítica?

Os países e potências terão várias latitudes; cada pan-região tem todos os recursos necessários para ser potência
sem interferir na região do outro. O contexto é da segunda guerra. Portanto, Alemanha teria o controle da euráfrica,
o passo que a Rússia a pan-rússia; Rússia ganha acesso à água quente pela Índia. A grande prejudicada é a Inglaterra,
que perderia a Índia e não dominaria uma grande região.

Ele foi julgado em Nuremberg e a defesa foi que sua tese não foi levada a cabo

Haushofer e Hitler

“Sob o ponto de vista puramente militar, as consequências, no caso de uma guerra da Alemanha e da Rússia contra o
ocidente da Europa e, provavelmente, também, contra o resto do mundo, seriam verdadeiramente catastróficas. A
luta desenrolar-se-ia, não em terreno russo, mas em território alemão, sem que a Alemanha pudesse receber da
Rússia o menor auxílio eficiente (...). Assim, pois, o simples fato de uma aliança com a Rússia é uma indicação da
próxima guerra. O seu desenlace seria o fim da Alemanha (...). Admito que, durante a guerra teria sido melhor para a
Alemanha que ela tivesse renunciado à sua louca política colonial e à sua política naval, que se tivesse unido à
Inglaterra em uma aliança de defesa contra a invasão da Rússia.”
(Hitler, Adolf- Minha luta- São Paulo-1962- pág.409-412

Spykman e o Rimland (1943)

Poder anfíbio, além do heratland, tem que controlar as penínsulas que dão acesso ao hertland. A tese foi
implementada. A OTAN, a OTCENTRO (vigorou até a revolução irniana), OTASI – todos como forma de contenção do
avanço comunista

“ O Rimland da massa terrestre eurasiática deve ser visto como uma região intermediária entre o Heartland e os
mares marginais. Ele funciona como uma vasta zona amortizadora no conflito entre o poder marítimo e o poder
terrestre. Com vistas para ambas as direções, ele tem uma função anfíbia e deve defender-se em terra e no mar. No
passado, ele teve de lutar contra o poder terrestre do Heartland e contra o poder marítimo das ilhas costeiras da
Grã- Bretanha e do Japão. É na sua natureza anfíbia que está a base de seus problemas de segurança.”

Spykman, N.J- The Geography of the Peace. 1944

“Em outras palavras nunca houve na realidade uma esquemática oposição poder terrestre versus poder marítimo. O
alinhamento histórico sempre foi de alguns membros do Rimland com a Grã-Bretanha contra outros membros do
Rimland com a Rússia, ou então Grã-Bretanha e Rússia juntas contra um poder dominante do Rimland. O ditado de
Mackinder ‘Quem controla a Europa Oriental domina o Heartland; quem controla o Heartland domina a World
Island; quem controla a World Island domina o mundo’ é falso. Se é para ter um slogan para a política de poder no
Velho Mundo, este deve ser ‘Quem controla o Rimland domina a Eurásia; quem domina a Eurásia controla os
destinos do mundo.”

Spykman, N.J- The Geography of the Peace. 1944

IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS

O conflito de dois Estados pela posse de uma região não é apenas um conflito pela aquisição de um pedaço de
território, mas também pelo que ele contém de população e/ou recursos. Frequentemente o objetivo declarado
mascara os verdadeiros trunfos.

(RAFFESTIN,Por uma geografia do poder, 1993, p. 58).

MATÉRIA-PRIMA E RECURSOS

“A província do Quebec decidiu nacionalizar a exploração do amianto, matéria cuja utilidade é indispensável e
indiscutível. Até aí, nenhum problema se nenhuma indústria química chegar a aperfeiçoar um processo que crie um
bem de substituição que não seja mais caro que o amianto e que possua todas as propriedades dele, colocando em
risco o amianto da província, que poderá deixar de ser um recurso para voltar a ser um mineral de pouca utilidade. A
coisa, no entanto, é mais provável do que se possa pensar” (RAFFESTIN, 1993, p.251 e 252)
A disputa pelo território envolve recurso

Exemplo de questão

(1ª FASE DE 2014) Se necessário for definir um paradigma para a geopolítica desde que se constituiu como disciplina,
certamente este seria o do realismo, no campo das relações internacionais. A obra de Friedrich Ratzel, teorizando
geograficamente o Estado (1897), constitui uma fonte crucial para a análise das relações entre o Estado e o poder. B.
Becker. A geopolítica na virada do milênio. In: Geografia: conceitos e temas,Castro et al. (Orgs.). Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1995, p. 273 e 277 (com adaptações).

Acerca do paradigma mencionado no fragmento de texto acima e de suas relações com a obra político-geográfica de
Friedrich Ratzel, julgue (C ou E) os itens a seguir.

1. As leis do crescimento espacial dos Estados enunciadas por Ratzel retificam os princípios básicos do realismo
político.

Errado; ratifica princípios básicos do realismo

2. A relação do Estado com o solo reforça a concepção ratzeliana do espaço vital como o espaço fundamental à
expansão de um complexo povo

Certo; a importância do território

3. Por reconhecer a exclusividade dos Estados como atores internacionais, o realismo político coaduna-se com os
parâmetros da geopolítica clássica.

Certo; é o grande ator

4. Por considerar o Estado como organismo vivo, a geografia política ratzeliana contradiz o paradigma do realismo
político

Errado

(1ª FASE DE 2014) Karl Haushofer era militar de carreira, mas sua saúde frágil tornou-lhe difícil o exercício de
comando na guerra. Ele se orientou, então, para as funções do Estado-Maior. E serve, por isso, de 1908 a 1910,
como adido militar em Tóquio. Ele é, assim, iniciado à geopolítica dos militares e à dos diplomatas. P. Claval.
Géopolitique et géoestratégie. Paris: Nathan, 1994, p. 25 (com adaptações).

Em relação à hipótese geoestratégica do poder mundial elaborada por Karl Haushofer, julgue (C ou E) os itens
subsequentes.

1. A panregião da Euráfrica, sob liderança alemã, englobava a Rússia, subordinada aos imperativos geopolíticos das
potências europeias.

Errado; defendia uma aliança com a Rússia

2. A idealização de panregiões comandadas por potências específicas da Europa, Ásia e América estava associada à
neutralização do Império britânico, concebido como panregião fragmentada

Certo; a Inglaterra foi a grande prejudicada

3. A formação das panregiões impedia a consolidação de espaços autárquicos, devido às diversas faixas latitudinais
dessas áreas de influência estratégicas.

Errado; é o contrário, formava espaços autárquicos. As faixas latitudinais reforçam a autonomia

4. Segundo essa hipótese, o objetivo estratégico baseava-se na consolidação do poder marítimo e naval mundial sob
o comando da Alemanha.

Errado; região autárquicas sem influências sobre as outras


Novas teorias geopolíticas

A briga não é mais ideológica ou econômica, mas de civilizações. A civilização ocidental está em risco; leia-se
ocidental como EUA, Canadá, Europa, Austrália e Nova Zelândia; o Brasil é latino e é uma ameaça aos ocidentais ,
assim como os muçulmanos, os ordodoxos

Rufin enxergou uma disputa mundo rico e mundo pobre; não costuma aparecer, apenas as clássicas

Aula 2 – Geopolítica

COSTA, Wanderley Messias- Oitenta anos de geopolítica no Brasil


https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/tamoios/article/viewFile/26780/19294

A teoria geopolítica meridionalista de André Martin- Albuquerque, Edu Silvestre.


http://www.revistageopolitica.com.br/index.php/revistageopolitica/article/viewFile/106/105
GEOPOLÍTICA CLÁSSICA E GEOPOLÍTICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA: MAHAN, MACKINDER e a “grande
estratégia” do Brasil para o século XXI- Carmona, Ronaldo Gomes.
http://docplayer.com.br/10943402-Geopolitica-classica-e-geopolitica-brasileira-contemporanea-mahan-mackinder-
e-a-grande-estrategia-do-brasil-para-o-seculo-xxi.html

Geopolítica - Estudo de caso (Ártico)

Na geografia, a dimensão territorial é fundamental


O Ártico é um mar cercado por terra; o polo Sul é um continente cercado de água
O degelo do Ártico traz mudanças sensíveis em termos de geopolítica
Existe um Tratado Antártico (1959), que define que não haverá exploração econômica, mas não existe um sobre o
Ártico. O que existe é um Conselho do Ártico, formado pelos países da região e alguns convidados
A questão da Antártica é muito mais geopolítica que ambiental, pois em 1959 não havia o debate acerca do
desenvolvimento sustentável, que é do final da década de 1980. EM um contexto de Guerra Fria, EUA e URSS não
queriam que Argentina e Chile pleiteassem soberania sobre uma área de mais de 14 milhões de km²
Quando chega a década de 1980 e a maior conscientização ambiental, o Tratado passa a ganhar ainda mais
relevância, mas originalmente foi motivado por uma questão geopolítica.
A questão da não soberania da Antártica já está consolidada em função do Tratado, assim como no Ártico está
limitada pelo mar territorial dos países. A Rússia alega que seu território abarca grande parte do polo norte

Os maiores interesses no Ártico são gás, petróleo, rotas e biodiversidade

Nova guerra fria começa a despontar no Ártico


A cooperação e a rivalidade coexistem em proporções variáveis no Círculo Polar Ártico, a região que pode se tornar a
maior fonte de petróleo e gás do planeta e na qual a Rússia tem o grosso de suas reservas de hidrocarbonetos
(exploráveis e potenciais), além de 20.000 quilômetros de fronteira marítima.
Em 2007, o político Artur Chilingárov fincou no leito marinho do Polo Norte uma bandeira russa feita de titânio.
Moscou ratificava assim sua reivindicação sobre uma área submarina reclamada em 2001, a partir da Convenção
Internacional sobre o Direito do Mar da ONU (1982). Depois da anexação da Crimeia, que representa uma violação
de tratados internacionais assinados pela Rússia, o gesto teatral de Chilingárov ganhou novo significado, e a
desconfiança vem ganhando terreno sobre a cooperação, cujo modelo é o Conselho do Ártico, organização que
integra os oito Estados limítrofes (Rússia, Canadá, Dinamarca, Noruega, Suécia, Islândia, Finlândia e Estados Unidos),
cinco deles membros da aliança militar OTAN.(...)
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/02/internacional/1427998445_036342.html 04-04-2015

Fundo do litoral do ártico

Expedição russa finca bandeira no fundo do Ártico


Membros de uma expedição russa realizaram nesta quinta-feira um feito inédito ao alcançar, a bordo de dois
minissubmarinos, o fundo do Oceano Ártico, a 4,2 km de profundidade.
Os exploradores fincaram no local uma bandeira russa de titânio e depois retornaram com segurança à superfície. O
líder da missão, o parlamentar russo Artur Chilingarov, disse à agência russa Itar-Tass que o seu minissubmarino fez
um pouso tranqüilo no chão na superfície do mar.

"O chão amarelado está ao redor de nós, não há nenhuma criatura marinha à vista", disse Chilingarov.A expedição
foi lançada na semana passada com o objetivo de buscar indícios geológicos que sustentem a reivindicação russa
sobre uma vasta área do Ártico. Acredita-se que o leito tenha depósitos de petróleo, gás natural e outras reservas
minerais. Além de estudar a geologia do Ártico, os cientistas também iriam coletar amostras da fauna e da flora da
região.

O retorno à superfície dos dois minissubmarinos, MIR-I e MIR-2, era considerado a parte mais difícil da missão
porque os pilotos precisam voltar exatamente ao ponto de partida ou podem ficar presos em baixo do gelo.
O Canadá – um dos países que pleiteiam parte do território do Ártico, junto com a Rússia – criticou a expedição ao
dizer que a aventura russa não foi mais do que um show. "Não há ameaça à soberania canadense no Ártico.

Não estamos, de forma alguma, preocupados com esta missão. Basicamente, é só um show da Rússia", disse o
Ministro das Relações Exteriores canadense, Peter MacKay, em uma entrevista transmitida em um canal de televisão
do país. Uma convenção internacional estabelece uma área de exploração econômica do Ártico de até 200 milhas
náuticas (cerca de 370 km) para países que fazem fronteira com a região, a partir do território do país. Esse limite às
vezes pode ser expandido, mas, para isso, o país interessado precisa provar que a estrutura geológica da plataforma
oceânica é a mesma de seu território.

Moscou argumentou perante uma comissão da ONU em 2001 que uma estrutura geográfica submarina do Ártico,
chamada de Cordilheira de Lomonosov, é uma extensão geológica do seu território continental.

http://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070802_russia_articorg.shtml 02-08-2007

A geopolítica da região

A geografia: A área delimitada pelo Círculo Polar Ártico —o paralelo de latitude 66º 33' 46— não tem extensão
definida, por não ser um continente propriamente dito. São parte dela as regiões setentrionais extremas da Europa,
da Ásia e da América do Norte. A capa de gelo que cobre o oceano Ártico chegou a 14,54 milhões de quilômetros
quadrados, sua maior amplitude, em 2015, no dia 25 de fevereiro. É a maior marca desde o início do monitoramento
desse dado.

Reservas energéticas: O US Geological Survey calcula que o Ártico abrigue um quarto das reservas de petróleo e gás
do mundo ainda não descobertas. (seria o novo heartland energético do mundo)

Conselho Ártico: O organismo que coordena as políticas regionais foi fundado em 1996 pelos oito países árticos:
Noruega, Suécia, Finlândia, Rússia, EUA (Alaska), Canadá, Dinamarca (Groenlândia) e Islândia. Dele
fazem parte também seis países membros observadores —como a China— e seis países observadores, que incluem a
Espanha. O Brasil tenta ser admitido como membro observador.

Regulamentação: A Organização das Nações Unidas (ONU) criou um marco normativo em 1982 e estabeleceu que os
países lindeiros têm direitos econômicos sobre 200 milhas náuticas (370 quilômetros) a partir de sua costa.

Conflitos em termos de mar territorial

200 milhas marítimas são zonas exclusivas, mas em função das ilhas muitas vezes não chega a 200 milhas
A parte pleiteada pela Rússia ocorre diante do entendimento de que há alongamento de sua plataforma continental
e por isso seria território russo

De acordo com estudos feitos pela US Geological Survey, cerca de 25% das reservas mundiais de hidrocarbonetos
estão localizadas na região ártica (KOOP, 2007). Este fato tem gerado solicitações, por parte de alguns Estados
árticos – Rússia, Dinamarca e Noruega – de extensão dos limites da plataforma continental perante a Comissão
sobre Limites da Plataforma Continental (CLPC).
Disputas territoriais no Ártico à luz da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982
José Carlos Marques Júnior
Rafael Diógenes Marques

Para questões discursivas de geopolítica tem que usar um dos teóricos da geopolítica: se for mar usar o Mahan,
por exemplo
Com o degelo do Ártico e a abertura de uma nova rota marítima, o mundo foge dos gargalos como Suez, Málaca,
Panamá
Aí está o interesse da China, pois fica muito exposta ao mar do Sul da China, região composta por aliados dos EUA.
No ártico precisaria negociar apenas com a Rússia

Passagens de Nordeste e Noroeste

Relevo submarino
Rússia alega que existe uma coincidência sedimentar do seu território com a cordilheira Lomonosov (em vermelho).
Haveria uma conexão do continente, com ilhas da região e a cordilheira
A questão é que o mesmo deve valer para a Groenlândia e ilhas canadenses

Rússia reivindica na ONU mais de 1 milhão de km quadrados do Ártico


A Rússia apresentou nesta terça-feira (4) ante as Nações Unidas um pedido oficial para reivindicar sua soberania
sobre mais de um milhão de quilômetros quadrados do Ártico, considerando que anos de pesquisas provam seu
direito aos ricos depósitos de minerais que existem sob esse oceano.

O pedido formal apresentado ante a Comissão de Limites da Plataforma Continental da ONU estipula que, segundo
as pesquisas científicas realizadas, a Rússia tem direito a 1,2 milhão de quilômetros quadrados adicionais da
plataforma ártica.

Este território incluiria o Polo Norte e pode dar a Moscou o acesso a 4,9 bilhões de toneladas de hidrocarbonetos, de
acordo com as estimativas do governo. O Ártico se converteu em palco de tensões internacionais, com vários
Estados exigindo sua soberania sobre o fundo do mar, que acredita-se que seja
rico em minerais e hidrocarbonetos.

As atuais leis internacionais dizem que um país tem privilégios econômicos exclusivos sobre a placa situada
em um raio de 200 milhas náuticas ao redor de sua costa. Na reivindicação da Rússia estão incluídas as cristas de
Mendeleyev e de Lomonósov, também reivindicadas por Dinamarca e Canadá. Moscou argumenta que ambas
dorsais oceânicas, assim como o Polo Norte, formam parte do continente euroasiático. A Rússia exigiu o território
pela primeira vez em 2001, mas as Nações Unidas pediram que fornecesse provas
científicas de sua reivindicação.

Desde então, os investigadores russos realizaram várias expedições no Ártico, a última delas em outubro. O ministro
das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que a entrega da petição à ONU tinha caráter prioritário e
esperava que fosse revisada pela Comissão de outono. O interesse do presidente Vladimir Putin por esta zona
aumentou nos últimos anos e o governo russo estabeleceu uma comissão especial para o desenvolvimento deste
território. Também enviou paraquedistas e na semana passada anunciou que revisaria sua doutrina de transporte
para se concentrar no mar Ártico.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/08/russia-reivindica-na-onu-mais-de-1-milhao-de-km-quadrados-do-
artico.html 04-08-2015
A Geopolítica no Brasil (0h55)

A produção do conhecimento geopolítico no Brasil foi, em grande parte, circunscrita aos círculos militares, com
destaque para Golbery do Couto e Silva e o General Meira Mattos, tendo, obviamente uma ação mais efetiva no
período de 1964 a 1985.
As ideias basilares do pensamento geopolítico brasileiro são, resumidamente:
 Integração do território nacional; (principal ponto) -> território é o corpo da pátria => Marcha para o Oeste,
Brasília, Amazônia
 Defesa da integridade do território nacional;
 Estreito relacionamento com os demais Estados do continente, via diplomática, principalmente dos situados
no “Cone Sul”;
 Ampliação do prestígio no âmbito continental

Aspectos da geopolítica brasileira: dimensão territorial; subsolo; água superficial e subsolo; biodiversidade

A combinação território e população é importante do ponto de vista geopolítico

O projeto geopolítico da Ditadura Militar


Iniciado em pleno regime liberal do pós-guerra, o projeto geopolítico já estava implícito no Plano de Metas do
governo JK, e não foi fruto apenas das forças armadas, e sim de diversas frações da elite civil e militar. Não resultou
de uma campanha inteligente e racional, mas de uma série de iniciativas isoladas e tomada de decisões segundo as
condições do momento, cheias de dilemas, que acabaram convergindo num projeto de governo gerido pelos
militares. (...) A geopolítica se tornou uma doutrina explícita, sendo ao mesmo tempo uma justificativa para e um
instrumento da estratégia e da prática do Estado. Em concordância com os objetivos do projeto, a estratégia do
governo concentrou as suas forças em três espaços-tempo com práticas
específicas: 1)a implantação da fronteira científico-tecnológica na “core-área”do país; 2) a rápida integração
de todo território nacional, implicando a incorporação definitiva da Amazônia; 3)a projeção no espaço internacional.
(Brasil - Uma Nova Potência na Economia Mundo. págs. 125 e 126- Bertha Becker e Cláudio Egler)
O livro do Meira Mattos já mostrava uma Amazônia integrada.
A ideia era integrar ao território brasileiro para deipois integrá-la aos países vizinhos. Projetos da IRSA mostram isso,
bem como a as rodovias que ligam o Brasil ao Peru pelo Acre

Teoria Golbery

Corpo da pátria não estava integrado; arquipélagos econômicos


Ligar a core área às três penínsulas: Sul, Centro-Oeste e Nordeste
A conexão era por cabotagem, era necessário tornar fluida a conexão por terra. Hoje é fluido, embora com
dificuldades.
Brasil tem terra para plantar, 12% da água doce do mundo são ativos que projetam o país geopoliticamente.
É caminho para alavancar o desenvolvimento, assim como o entretenimento

Os minerais também são fontes de riquezas advindas do território

Amazônia Azul – de terras emersas, o Brasil tem 8,5 milhões de km², cerca de 6% das terras emersas do mundo. A
Amazônia Azul representa mais 4,5 milhões de km²

Parte em azul escuro reflete o pleito do Brasil; foi atendido, mas o trecho próximo à ilha não foi. Brasil não aceita,
pois seria uma zona internacional no meio da exploração brasileira do pré-sal

Brasil assina contrato internacional para exploração no Atlântico Sul


A assinatura, com a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, prevê o estudo e a exploração econômica de
recursos minerais em uma área de 3 mil quilômetros quadrados. Um contrato exclusivo para exploração de recursos
naturais no Atlântico Sul foi assinado entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Autoridade Internacional dos
Fundos Marinhos (Isba, na sigla em inglês), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-
feira (9), em Brasília.

O acordo prevê o estudo e a exploração econômica de recursos minerais em uma área de 3 mil quilômetros
quadrados (km²) numa região denominada Alto do Rio Grande, pelo período de 15 anos. O local é uma elevação
submarina, situada em águas internacionais, no oeste do Atlântico Sul.

Esse é o primeiro contrato firmado com um país do Hemisfério Sul e coloca o Brasil no grupo de países que estão na
vanguarda das pesquisas minerais nos oceanos, entre eles, Rússia, Noruega, França, China, Alemanha, Japão e Coreia
do Sul. O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI), Jailson de Andrade, participou da cerimônia.

Ele ressaltou que o Navio de Pesquisa Hidroceanográfico (NPqHo) Vital De Oliveira, adquirido pelo MCTI com o
Ministério da Defesa (MD) e as empresas Petrobras e Vale, será fundamental para a realização das pesquisas no
fundo do mar. (...) O MCTI está desde a origem nessa discussão", pontuou. "Esse projeto tem relevância científica,
tecnológica e econômica imensa para o Brasil.

Representa a ampliação da ocupação da presença pacífica do País no Oceano Atlântico. Tem toda uma questão da
diversidade biológica que poderá ser perfeitamente estudada, além de minerais como platina, tálio e cobalto, de
extrema importância para o País.“(...)

A área em vermelho é de águas internacionais e Brasil pediu autorização para explorar

O contrato prevê plano de trabalho aprovado pela Isba de estudo e exploração econômica numa área de 3 mil km²,
dividida em 150 blocos de 20 km² cada, localizados a 1,5 mil quilômetros (km) da costa do Estado do Rio
de Janeiro em águas internacionais no Atlântico Sul. A CPRM tem como objetivo explorar economicamente crostas
ricas em cobalto, níquel, platina, manganês, tálio e telúrio na região.(...)

http://www.mcti.gov.br/noticia/-/asset_publisher/epbV0pr6eIS0/content/brasil-assina-contrato-internacional-para-
exploracao-no-atlantico-sul 09-11-2015
Relação entre disponibilidade hídrica e população
América do Sul possui muito mais água por pessoa que a Ásia
É estratégico para o agronegócio

Brasil é a maior reserva de água doce na América do Sul, mas está muito concentrada na Amazônia; há regiões de
estresse hídrico. Amazônia tem 80% da água doce e 10% da população

Bacias transfronteiriças

Aquíferos
Brasil também possui muita água de subsolo

Corredores de Integração Regional

Visão geopolítica brasileira – Teoria meridionalista de André Martin

Olhar pelo Sul – parceria com a África do Sul, Índia e Austrália


Questão de Prova

1- (1ª fase de 2016) País de território misto, marcado a um só tempo pela continentalidade e maritimidade, o Brasil
tem, na análise dos clássicos da teoria geopolítica relacionados ao poder naval (Mahan) e na da teoria do poder
terrestre (Mackinder), importantes questões para a discussão de uma visão estratégica contemporânea, em um
contexto em que há um importante aumento da estrutura política e econômica do país no cenário mundial. Ronaldo
Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e Mackinder e a “grande
estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com adaptações). Tendo como
referência inicial o trecho do texto de Ronaldo G. Carmona, julgue (C ou E) os itens seguintes, acerca de
continentalidade, maritimidade e geopolítica brasileira no século XXI.

1. A vasta extensão territorial do Brasil, que corresponde a 47% do território sul-americano, indica a necessidade de
segurança das fronteiras com seus países vizinhos, de responsabilidade dos órgãos de segurança pública, da
Secretaria da Receita Federal e das forças armadas.

Certo; é preciso controlar as fronteiras

2. Em relação à segurança nacional, as bacias hidrográficas amazônica e do Paraguai são consideradas não
prioritárias, em razão de seu isolamento e distanciamento em relação aos grandes centros urbanos do centro-sul do
país e também da ocupação rarefeita da população nas regiões onde se situam.

Errado; permitem penetrar no território. A bacia transfronteiriça é de importância para a defesa nacional

3. A Política de Defesa Nacional destaca a importância do controle e defesa dos chamados ativos estratégicos do
Brasil: fontes de água doce e de energia, biodiversidade, imensas reservas de recursos naturais e extensas áreas a
serem incorporadas ao sistema produtivo nacional.

Certo

4. O fato de o Brasil possuir um vasto litoral com importantes reservas de recursos naturais é, por si só, indicativo de
que o país deve investir na força naval de defesa de seu território oceânico

Certo; questão do submarino nuclear


Aula 3 – A Integração do Território e a faixa de fronteira
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 10 ed. Rio de Janeiro:
Editora Record, 2008. Cap. II - "Do meio natural ao Meio Técnico-Científico-Informacional"; Cap III - " p. 19 -104.
A zona de fronteira: interações com os países vizinhos
MORAES, Antonio Carlos Robert. Território e história no Brasil. São Paulo: Anna Blume Editora
Evolução do espaço territorial do Brasil

A abordagem da geografia é mais no sentido tanto do território em si como em relação ao uso

Definição das fronteiras (limites)

As fronteiras do período colonial são minoria e foram demarcadas por barreiras naturais como rios e montanhas,
especialmente no Tratado de Madri. A maior parte da demarcação das fronteiras é do período Imperial. A
consolidação veio com a República durante a gestão do barão, sendo destaques: Argentina, Guiana Francesa, Acre e
Guiana

A vitória sobre a Argentina (1895) foi importante do ponto de vista geopolítico, pois uma derrota poderia levar tanto
à perda do Rio Grade do Sul quanto permitir que a Argentina ficasse mais próxima da core área brasileira

O Arbitramento de 1900 (Guiana Francesa) teve a participação do barão e foi arbitrado pelo representante da Suíça.
Pelo lado da França teve Lablache

O arbitramento na Guiana foi mediado pelo representante italiano que deu cerca de 60% do território à Inglaterra.
Representante brasileiro era Joaquim Nabuco
Brasil não tem mais problemas de disputa nas fronteiras, mas problemas localizados nas fronteiras; como no caso da
erosão de um rio na fronteira com a Bolívia no Acre

Fronteiras e Limites

A maior parte da fronteira com a Argentina remete ao Tratado de Madri, cujo limite é o rio Uruguai

Fronteira e Limites Internacionais

Já o território usado, num uso não ortodoxo do conceito, pode ser caracterizado como constituído pelas áreas
efetivamente apropriadas por meio da colonização que afirma a conquista – os lugares com ocupação consolidada,
portanto –, uma vez que dentro de um espaço de dominação política existem áreas que não se encontram
incorporadas aos fluxos colonizadores com povoamento e/ou exploração.
A essas últimas áreas, que constituem parte do patrimônio territorial sob jurisdição e domínio político de um Estado
ou grupo social, mas que não estão realmente ocupadas, chamamos fundos territoriais, querendo com isso designar
aquilo que na ótica dos que exercem uma influência decisiva nos movimentos de conquista seriam verdadeiros
espaços de reserva para futuras ações colonizadoras.
MORAES, Antônio C. R. Território e História no Brasil. São Paulo: Hucitec, 2002
Fundos territoriais estão relacionados a área do território que não está utilizando e que possibilita a expansão da
fronteira; algo típico de país colonizado como o Brasil, Argentina, EUA, Canadá. Não cabe falar em fundos territoriais
na Alemanha, cuja a ocupação da terra se deu antes da formação do Estado Nacional. Por isso tantas guerras na
Europa. No Brasil o que ocorre é a guerra contra os índios, o processo colonizador avançou sobre as áreas indígenas .

Os fundos territoriais brasileiros são: floresta amazônica, Amapá, Roraima, Cabeça do Cachorro e Acre. Em todos
esses lugares a maior parte do território é formada por áreas indígenas e reservas ambientais. O Pantanal é sazonal,
parte do ano está inundado

Obs.: Internamente tem-se a fronteira econômica; internacionalmente, fronteira está relacionada com o limite
territorial do país

Obs.: A ideia de fronteira agrícola está relacionada com ocupação de terra não utilizada; no caso do Pampa, o que
ocorre é um refuncionamento com a substituição da pecuária pela silvicultura
Ocupação litorânea com entradas para o interior por rios

Rios permitiram ir além de Tordesilhas; desbravamento do território e do espaço

(...) Completa-se assim a ocupação de todo o interior nordestino.


Ocupação muito irregularmente distribuída. De uma forma geral, escassa e muito rala: o pessoal das fazendas de
gado, únicos estabelecimentos da região, não é numeroso, como já foi descrito. Donde também um comércio, afora
a condução de gado, pouco intenso; resultando disso aglomerações urbanas insignificantes e largamente
distanciadas umas das outras.
Mas dentro desta baixa densidade demográfica geral, o povoamento e as atividades econômicas se concentram mais
em algumas áreas. Os fatores naturais, em particular a ocorrência de água, tão preciosa neste território semi-árido,
têm aí um papel relevante.
É sobretudo na margem dos poucos rios perenes (que não seca) que se condensa a vida humana: no São Francisco,
nos rios do Piauí e do alto Maranhão. Intercalam estas regiões mais favorecidas extensos desertos a que somente as
vias de comunicações emprestam alguma vida. Ao longo delas estabelecem-se alguns moradores, apesar das
dificuldades locais, para prestarem concurso aos viajantes e às boiadas que transitam na proximidade, ou para
recolherem a baixo preço alguma rês estropiada pelas longas caminhadas, e constituírem assim uma pequena
fazenda.
(Caio Prado Jr- História econômica do Brasil)

 Rio São Francisco e Parnaíba possibilitaram adentrar no território nordestino

 A ocupação do centro-oeste tem um aspecto interessante que é o fato de ter cidades com mais de dois
séculos, como Vila Boa, fundada no período minerador, e cidades recentes de menos de cinquenta anos,
fruto da expansão agrícola da década de 1970

Século XVIII – Tratado de Madri

Território = limitado por Tordesilhas


Território usado = para além de Tordesilhas

Um simples olhar sobre a história do desenvolvimento econômico do Brasil mostra que as zonas pioneiras
dinâmicas não são de maneira algum um fato novo. Segundo os excelentes trabalhos de CAIO PRADO JÚNIOR, surgiu
pela primeira vez uma zona pioneira, com todas as suas características, na segunda metade do século XVIII, durante
a expansão algodoeira. A lavoura algodoeira abrira perspectivas agrícolas para zonas que até aí só tinham conhecido
o pastoreio ou a mineração.
(As zonas pioneiras no Brasil- Leo Waibel)

Mas é no Maranhão que o progresso da cultura algodoeira é mais interessante, porque ela parte aí do nada, de uma
região pobre e inexpressiva no conjunto da colônia. O algodão dar-lhe-á vida e transformá-la-á, em poucos decênios,
numa das mais ricas e destacadas capitanias. Deveu-se isto em particular à Companhia geral do comércio do Grão-
Pará e do Maranhão, concessionária desde 1756 do monopólio desse comércio. É esta companhia que fornecerá
créditos, escravos e ferramentas aos lavradores; que os estimulará a se dedicarem ao algodão, cuja favorável
conjuntura começava a se delinear. A Companhia não colherá os melhores frutos do seu trabalho: extingue-se em
1777 com a cessação do seu privilégio que não é renovado. Mas o impulso estava dado, e o Maranhão continuará
em sua marcha ascendente.
(Caio Prado Jr- História econômica do Brasil)

Século XIX

Café começa em São Paulo e se expande para o oeste até chegar ao Paraná

Frentes de Expansão e Pioneira.


A Frente de Expansão é tratada como sendo o primeiro momento de ocupação do espaço, o que se expressa sob a
existência de um vazio demográfico e consequentemente um deslocamento da “população civilizada” para estes
espaços. Já a Frente Pioneira imprime uma ideia “[...] que na fronteira se cria o novo, nova sociabilidade, fundada no
mercado e na contratualidade das relações sociais que [...] convida ou induz à modernização, à formulação de novas
concepções de vida, à mudança social. Ela constitui o ambiente oposto ao das regiões antigas, esvaziadas de
população, rotineiras, tradicionalistas e mortas” .
MARTINS, J. S. Fronteira: a degradação do outro nos confins do humano. São Paulo: Contexto, 2009. 187p

É um processo de desbravamento e incorporação. Terras agricultáveis no Brasil passaram de 2% em 1940 para 8% do


território atualmente
Começou com ilhas econômicas, cuja comunicação era limitada e por cabotagem
Nos anos 1940, começa a conexão com a industrialização
Atualmente o território é bem conectado, a exceção é a região do Acre, Cabeça do Cachorro e Roraima.
Manaus é uma capital que está ligada por terra apenas até Boa Vista. Existe uma proposta de construir uma estrada
ligando Manaus a Porto Velho (BR-319). Seria uma forma de conectar o território por terra ao restante do país. Hoje,
é possível ir por terra de Caracas a Manaus, mas não é possível ir do Rio de Janeiro. A construção da BR-319, por
outro lado, abriria uma frente de desmatamento na floresta amazônica

Do meio natural ao meio técnico- a mecanização incompleta/as ferrovias do café


Uma segunda fase é a dos diversos meios técnicos que gradualmente buscam atenuar o império da natureza. A
mecanização seletiva desse verdadeiro conjunto de “ilhas” que era o território exige que se identifiquem
subperíodos. As técnicas pré-máquina e, depois, as técnicas da máquina definem o Brasil como um arquipélago de
mecanização incompleta. Mais tarde, com a incorporação das máquinas ao território (ferrovias, portos, telégrafo),
estaríamos autorizados a apontar um meio técnico de circulação mecanizada e da industrialização balbuciante,
caracterizado também pelos primórdios da urbanização interior e pela formação da Região Concentrada.
Brasil- Território e Sociedade no início do séc.XXI- Milton Santos e Maria Laura Silveira

Obs.: ferrovias trouxeram conexão, mas conectaram a área de produção até o porto. Não tinham por objetivo
conectar o território. A mecanização do território ocorreu sem conectar todo o território

A industrialização e a integração do território pelas rodovias


No pós-guerra sobrevém a integração nacional, graças a construção de estradas de rodagem, à continuação do
estabelecimento das ferrovias e a uma nova industrialização. Dá-se uma integração do território e do mercado, com
uma significativa hegemonia paulista.
Brasil- Território e Sociedade no início do séc.XXI- Milton Santos e Maria Laura Silveira

Obs.: a conexão do território passou a ser necessária com a industrialização visto que a produção era para o
mercado interno. Antes a produção era para fora, não havia a necessidade de conectar o território

A Marcha para o Oeste

 Construção de Goiânia
 Expedições para ocupar o CO – Roncador-Xingú
 Colônias agrícolas como Seres e Dourados
 A construção de Brasília – sucesso do ponto de vista geopolítico
 A implementação do meio técnico-científico-informacional no cerrado
 O período militar e a Amazônia: O Programa de Integração Nacional

Programa governamental instituído pelo Decreto-Lei nº 1.106, de 16 de junho de 1970, durante o governo do
general Emílio Garrastazu Médici. Tinha por objetivo implementar obras de infraestrutura econômica e social
no Norte e no Nordeste do país. Numa primeira etapa, o PIN pretendia acionar junto ao Ministério dos Transportes o
início imediato da construção das rodovias Transamazônica e Cuiabá-Santarém, bem como de portos e
embarcadouros fluviais com seus respectivos equipamentos. Na área do Ministério da Agricultura, o programa visava
à colonização e à reforma agrária, prevendo para tanto a elaboração e a execução e estudos e a implantação de
projetos agropecuários e agroindustriais. Nesse sentido eram previstas também desapropriações, a seleção, o
treinamento, o transporte e o assentamento de colonos, e a organização de comunidades urbanas e rurais com seus
serviços básicos. Na verdade, a parte mais importante do PIN era seu plano de colonização. No próprio Decreto-Lei
nº 1.106 foi determinado que uma faixa de terra de dez quilômetros ao longo das margens das rodovias
Transamazônica e Cuiabá-Santarém seria reservada para a colonização e a reforma agrária.
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/programa-de-integracao-nacional-pin

 No governo militar há duas iniciativas importantes para ocupação do Centro-Oeste (Agricultura - Embrapa,
Prodecer, Crédito Rural) e Amazônia (incorporar a Amazônia ao restante do Brasil, à época a questão do
desmatamento não era um problema)
 Criou a transamazônica para criar o povo sem terra á terra sem povo (ideia de reforma agrária)
 Brasil continua litorâneo, mas avançou muito na interiorização
 Esboço de uma megalópole entre Brasília e Goiânia (Anápolis no meio)
 Manaus é a sétima população do país
 Ocupação no Norte do MT
 Rondônia tem dois milhões de pessoas

Faixas de fronteira, Limite Internacional e Cidades Gêmeas

 Limite Internacional é a linha que divide dois países


 A faixa de fronteira é uma área de 150 km do limite internacional; é variável porque os municípios na
Amazônia são maiores. Está definido em lei como área de segurança nacional. Estrangeiro não pode comprar
terra sem autorização
 Cidades gêmeas é quando uma cidade brasileira está em contato com uma cidade estrangeira
 Lia Osório Machado é estudiosa do tema da faixa de fronteira: arcos norte, central e sul
 Arco norte é indígena; são poucas cidades
o Margem
o Zona tampão
o Frente
o Rosa e laranja a interação é maior; zona tampão não tem contato; capilar e sinapse é porque está
avançando a conexão com a cidade gêmea (Pacaraima e Santa Helena – Venezuela)

 Arco central
o Interação é maior (Ponta Porã, Corumbá) se tem uma ponte a conexão é maior
 Arco sul
o Maior interação; tem a maior cidade Foz do Iguaçú (500 mil habitantes)
o Fronteira de Santana do livramento Rivera (fronteira seca com grande interação)
o Não existe mais a visão de inimigo; a integração é bem-vinda. Um exemplo é a UNILA – Universidade
Latino Americana em Foz do Iguaçu com estudantes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O
estatuto do fronteiriço em que brasileiros e uruguaios podem trabalhar em cada país
o Tem a questão do tráfico de drogas
o Existe uma relação entre violência e cidades de fronteira

Em função de características físicas, estudos realizados pelo Ministério da Integração Nacional identificaram cinco
tipos de interação transfronteiriça:
1) Margem; 2) Zona-tampão; 3) Frentes; 4) Capilar e 5) Sinapse.

 A Margem se caracteriza por um tipo de interação em que a população fronteiriça de cada lado do limite
internacional mantém pouco contato entre si, exceto de tipo familiar ou para modestas trocas comerciais. As
relações são mais fortes com a estrutura nacional de cada país do que entre si. A ausência de infraestrutura
conectando os principais núcleos de povoamento é uma característica do modelo.

 O segundo tipo, Zona-tampão aplica-se às zonas estratégicas onde o Estado central restringe ou interdita o
acesso à faixa e à zona de fronteira, criando parques naturais nacionais, áreas protegidas ou áreas de
reserva, como é o caso das terras indígenas.

 O terceiro tipo é caracterizado pelas frentes de povoamento. No caso das interações fronteiriças, a “Frente”
também designa outros tipos de dinâmicas espaciais, como a frente cultural (afinidades seletivas), a frente
indígena ou a frente militar

 As interações do tipo Capilar podem ocorrer somente no nível local, como no caso das feiras, exemplo
concreto de interação e integração fronteiriça espontânea. Pode ocorrer por meio de trocas difusas entre
vizinhos com limitadas redes de comunicação, ou resultam de zonas de integração espontânea, nas quais o
Estado intervém pouco, principalmente não investindo na construção de infraestrutura de articulação
transfronteiriça.

 O modelo Sinapse refere-se à presença de alto grau de troca entre as populações fronteiriças apoiado pelos
Estados contíguos. As cidades-gêmeas mais dinâmicas podem ser caracterizadas de acordo com esse
modelo.
http://www.neifro.ro.gov.br/Conteudo/Exibir/43
Aula 4 - Ordenamento territorial no Brasil
A Política Nacional de Ordenamento Territorial no Brasil- Rückert, Adomar- http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-
24566.htm

Plano BR163 Sustentavel Proposta final

http://philip.inpa.gov.br/publ_livres/Dossie/BR163/Documentos%20Oficiais/Plano%20BR163%20Sustentavel
%20Proposta%20final_%2029.01.2004.pdf

O conceito de espaço na geografia

“O espaço é um conjunto de objetos e um conjunto de ações. É ao mesmo tempo forma (como as estruturas de uma
cidade) e função (o processo de ações humanas que constroem a paisagem). É indivisível dos seres humanos que o
habitam e que o modificam todos os dias, através de sua tecnologia.”

Obs.: a tecnologia media a relação sociedade e natureza. A depender da tecnologia o espaço será determinado de
forma diferente

Obs.: desigualdade regional do país faz com que o governo tente planejar o território de forma a reduzir
desigualdades regionais

Obs.: ordenamento territorial segue a lógica de política pública: limitar a ocupação, infraestrutura, gabarito, imposto

A questão política, Estado liberal ou intervencionista faz diferença na forma de ordenar o território. Estado
empresário é uma possibilidade. A Vale em Carajás: ferrovia, energia, criar uma cidade

O território

Porção do espaço definida pelas relações de poder, passando assim da delimitação natural e econômica para a de
divisa social. O grupo que se apropria de um território ou se organiza sobre ele cria relação de territorialidade, que
se constitui em outro importante conceito da Geografia. Ela se define como a relação entre os agentes sociais
políticos e econômicos, interferindo na gestão do espaço.

Região

O símbolo da geografia unitária- aquela que não separa o físico do social, o natural do humano, o ecológico do
cultural- é a região. Ora, o conceito de região foi vendido como sendo um edifício estável. Só que não é. (Milton
Santos)

Definição da Constituição

Ordenamento Territorial é a expressão da organização territorial, que se caracteriza pelas múltiplas dimensões
(física, cultural, política, econômica e social), nas várias escalas geográficas. Reflete as múltiplas facetas do “viver”
das pessoas no espaço físico”. Abrange todas as áreas de planejamento que têm impacto sobre a organização do
território. Pela Constituição brasileira, artigo 21, inciso IX, é competência da União “elaborar e executar planos
nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social”.

Determinadas políticas setoriais como proteção do meio ambiente, expansão do agronegócio, redução da
concentração industrial, revisão das matrizes de transporte, energia e informação, redução das desigualdades
regionais, valorização da diversidade cultural, deverão estar incluídas numa política de ordenamento territorial
ambiciosa.

Obs.: Ministério do Meio Ambiente tem forte influência no ordenamento do território, assim como o Ministério da
Agricultura

Obs.: a participação do país em uma conferência global muitas vezes tem impacto no ordenamento. O Acordo de
Paris é um exemplo. Se o Brasil se compromete a seguir determinada meta terá que fazer ajustes internos. O mesmo
vale para o caso de Montego Bay
Respeitar o meio ambiente, distribuir melhor as atividades agropecuárias modernas, as indústrias e serviços de
ponta, diversificar as fontes de energia, favorecer o crescimento de cidades médias, todas essas ações contribuem
para reequilibrar o território nacional.

A posse e o controle do território têm, classicamente, sustentado a construção do Estado no Brasil, o qual antecede,
historicamente, a própria nação. A relação clássica entre Estado e território aponta para a implantação das formas
estruturantes deste último pelo papel dirigente do poder unidimensional do Estado. No pós-30, o Estado
Desenvolvimentista consolida as principais infraestruturas estratégicas acionais e, com isso, assume o papel de
principal artífice da construção da nação.

Obs.: a crise de 1929 foi uma crise do setor liberal e o que veio depois em termos de intervenção e política de
desenvolvimento foi uma reação a essa crise

(RÜCKERT, Aldomar Arnaldo. O processo de Reforma do Estado e a Política Nacional de Ordenamento Territorial)

 Brasil durante muito tempo foi formado por arquipélagos econômicos


 Construção de Brasília e política de ocupação da Amazônia são exemplos

Políticas de desenvolvimento regional


 TVA no contexto do New Deal; primeiro caso de política regional elaborada pelo Estado

A política de desenvolvimento regional no Brasil

 No Brasil as ideias de Perroux (=polos de desenvolvimento) – somadas às da CEPAL (desenvolvimento


autocentrado, indústria como setor chave, substituição de importações...) – tiveram grande repercussão,
sendo importantes para a criação da SUDENE (1959), da SUDAM (1966) e Outras (Sudeco, Sudesul,
Suframa...)

 A inspiração para elas era que o desenvolvimento depende da ação do Estado, criando infraestrutura e
promovendo a criação e/ou expansão de polos de desenvolvimento (Manaus para a Amazônia, Recife para o
Nordeste, o polo agroindustrial de Juazeiro/Petrolina para o vale do S.Francisco, etc.)

“o crescimento não surge em toda parte ao mesmo tempo; manifesta- se com intensidades variáveis, em pontos ou
polos de crescimento; propaga-se, segundo vias diferentes e com efeitos finais variáveis, no conjunto da
economia(...) Perroux

O crescimento e o desenvolvimento dum conjunto de territórios e de populações não serão, por conseguinte,
conseguidos senão através da organização consciente do meio de propagação dos efeitos do polo de
desenvolvimento. São órgãos de interesse geral que transformam o crescimento duma indústria ou duma atividade
em crescimento duma nação em vias de formação e os desenvolvimentos anárquicos em desenvolvimento
ordenado”

(PERROUX, François. A Economia do século XX. Porto: Herder, 1967.

 Zona Franca, Carajás, Agricultura em Rondônia

Polocentro

Criado no início do governo Geisel, em 1975, “destinava-se à construção de armazéns, ao apoio à pesquisa e
assistência técnica, ao sistema de transporte, à rede de energia e exploração do calcário”. Tinha como objetivo o
desenvolvimento e a modernização das atividades agropecuárias da região Centro-Oeste e do oeste do Estado de
Minas Gerais, mediante a ocupação racional de áreas com características de Cerrados e seu aproveitamento em
escala empresarial.

Obs.: Estado cria a infraestrutura para o desenvolvimento que vira o Prodecer em parceria com os japoneses
É importante em termos de irrigação

A RETOMADA DO PLANEJAMENTO PELO GOVERNO BRASILEIRO

 Década de 1980 foi o ocaso da política de intervenção; faz privatizações, mas volta com os planejamentos
regionais

• Os PPA’s do governo FHC e os Enid’s- eixos nacionais de desenvolvimento

 FHC pegou os PPAs e transformou em planos de ação

 Não é polo, mas um eixo de desenvolvimento;


 De certa forma foi um transbordamento para a IIRSA

O PAC

 O PAC não é PPA; Lula tirou o peso do PPA e deu foco no PAC

Criado em 2007 o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) promoveu a retomada do planejamento e


execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu
desenvolvimento acelerado e sustentável.

Pensado como um plano estratégico de resgate do planejamento e de retomada dos investimentos em setores
estruturantes do país, o PAC contribuiu de maneira decisiva para o aumento da oferta de empregos e na geração de
renda, e elevou o investimento público e privado em obras fundamentais.

Teve importância fundamental para o país durante a crise financeira mundial entre 2008 e 2009, garantindo
emprego
e renda aos brasileiros, o que por sua vez garantiu a continuidade do consumo de bens e serviços, mantendo ativa a
economia e aliviando os efeitos da crise sobre as empresas nacionais.(...)

http://www.pac.gov.br/sobre-o-pac

O Ministério da Integração Nacional e a PNDR

 Identificar quais as áreas prioritárias

 A Faixa de Fronteira é uma área prioritária, assim como o semiárido. A primeira em função da segurança e a
segunda por ser muito pobre
 Plano de desenvolvimento regional é uma obrigação constitucional

Bolsonaro assina decreto da nova Política Nacional de Desenvolvimento Regional

O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Santos Cruz, participou juntamente com o
presidente Jair Bolsonaro nessa quinta-feira (30), da assinatura do decreto que institui a nova Política Nacional de
Desenvolvimento Regional (PNDR). O decreto tem como objetivo fortalecer a capacidade produtiva em áreas menos
desenvolvidas e reduzir as desigualdades regionais.
"Sempre tenho dito que precisamos valorizar e potencializar a imensa riqueza do nosso querido Brasil, por sua vasta
biodiversidade e fantástica geografia. Estamos aqui hoje observando um dos tratados fundamentais da nossa
Constituição Federal: garantir o desenvolvimento nacional e reduzir as desigualdades regionais", afirmou o
Presidente.

A atuação dessa nova política se dará em três níveis. A primeira, macrorregional, está voltada às regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste – consideradas prioritárias na Constituição Federal de 1988 –, mas sem esquecer do Sul e
do Sudeste. Estas áreas ficarão especialmente sob atenção do nível sub-regional, que vai focar no fortalecimento de
localidades menos desenvolvidas dentro desses territórios. Por fim, haverá atenção especial a sub-regiões
específicas: Semiárido, Faixa de Fronteira e Regiões Integradas de Desenvolvimento (Rides).

Obs.: Brasil tem três Rides: Brasília; Petrolina-Juazeiro; Teresina-Maranhão; região metropolitana especial que junta
municípios de estados diferentes

Santos Cruz elogiou a iniciativa e disse que a medida visa reduzir as desigualdades regionais. “Gostaria de exaltar
tamanha iniciativa do Presidente Bolsonaro em levar o real desenvolvimento às regiões brasileiras. Quero também
agradecer a equipe da Secretaria Especial de Assuntos Federativos pelo trabalho desenvolvido”, afirmou o ministro.

Para atingir essas metas, o documento baseia-se em seis eixos estratégicos: desenvolvimento produtivo; ciência,
tecnologia e inovação (CT&I); educação e qualificação profissional; infraestruturas econômica e urbana;
desenvolvimento social e acesso a serviços públicos essenciais; e fortalecimento das capacidades governativas de
estados e municípios.

Obs.: governos do PT tinha foco mais social, Bolsonaro de desenvolvimento econômico

https://www.gov.br/secretariadegoverno/pt-br/assuntos/noticias/2019/maio/decreto-institui-nova-politica-
nacional-de-desenvolvimento-regional

Obs.: IBGE é de 1938 e o primeiro programa de desenvolvimento regional é de 1950; não cabe falar em
desenvolvimento regional no século XIX porque o país não era conectado; apenas no século XX ocorre a integração
do território. IBGE foi um esforço de centralização administrativa do Estado brasileiro. Para um governo que
substituía a Republica Velha era importante para diminuir o poder dos estados

Na primeira divisão regional do IBGE em 1942 não havia região sudeste, mas leste. São Paulo era Sul; Sudeste apenas
em 1969

Vargas queria a nação única e os estados entram como todo e não como parte. As regiões tiram força dos estados e
são partes do Brasil, enquanto os estados formam o todo. Não há governador de região, mas de estado sim, por isso
era interessante para Vargas

Em 1943, Vargas cria os territórios federais

Quando foi definida em 1969, a região Sudeste desposta como a mais rica e poderosa do país; cabe ao Estado atuar
para reduzir a assimetria e investir para desenvolver a Amazônia e o Nordeste

A lógica em deixar São Paulo na região Sul e Minas e Bahia como Leste na divisão de 1942 está relacionada mais a
fatores físicos que econômicos; em 1969, predomina fatores geoeconômicos. Paraná e São Paulo são muito ligados
fisicamente: bacia hidrográfica, solo; Minas e Bahia em função do Rio São Francisco

O que não era Sudeste virou área prioritária


A Primeira Divisão: 1913 – Os cinco “Brasis”

As divisões do IBGE – o critério natural

As mudanças na primeira divisão – os Territórios Federais – 1943


A mudança do critério – 1969

Estados e territórios que podem ser criados no Brasil


Aula 5 – Biomas e domínios morfoclimáticos
Biomas brasileiros- Ministério do meio Ambiente
http://www.mma.gov.br/biomas

Zanella, Maria Elissa- Considerações sobre o clima e os recursos hídricos do semiárido nordestino.
http://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/viewFile/3176/2680

Geografia e gestão ambiental

Domínios morfoclimáticos / Biomas

Domínio é a junção relevo, vegetação, clima, hidrografia e bioma valoriza a vida


São seis domínios, são seis biomas, mas não são os mesmos
Domínio Amazônico => Bioma Amazônia
Domínio Caatinga => Bioma Caatinga
Domínio Cerrado => Bioma Cerrado
Domínio pradarias => Bioma Pampa
Pantanal aparece como bioma, mas não aprece como domínio
Araucária aprece como domínio, mas não aparece como bioma (Mata Atlântica)
Mar de morros é o bioma Mata Atlântica, que inclui a Araucária

 O Bioma é uma classificação do IBGE


 Uma noção de clima ajuda a entender o bioma: Brasil é úmido na Amazônia e no litoral; Caatinga e Cerrado,
assim como o Pantanal são secos; o Pantanal é inundado porque é baixo e plano; a umidade vem de áreas
vizinhas; no Sul, é mais frio
 Amazônia é equatorial e Mata Atlântica é Tropical Úmido; existe cerca semelhança entre eles
 Cerrado e Caatinga apresentam períodos secos
 Araucária é uma espécie de Mata Atlântica, há Araucária em partes altas do RJ e SP
 O desmatamento afeta o bioma, pois reduz a evaporação; mas é analisada a questão original
Domínios climáticos brasileiros

 Não há um clima do Pantanal; está na diagonal climática do Cerrado e da Caatinga. O Semiárido é mais seco
que o Tropical típico, mas tem a característica de pouca umidade em determinada época do ano. No
Pantanal chove menos que em Brasília. Conservar o Pantanal implica em proteger o entorno
 O clima no Sul está na faixa temperada, mas não é um clima temperado. É um clima subtropical
 São seis os climas vigentes no país
o Tropical
o Equatorial
o Semiárido
o Tropical de Altitude
o Tropical Atlântico
o Subtropical

 Paralelos
o Equatorial e Tropical Atlântico são quente e úmidos
o Semiárido e Tropical são mais secos, sendo o primeiro mais seco que o segundo
o Clima do Sul que é mais frio
 O movimento das massas de ar explica bem o clima
 São cinco massas de ar atuando no país
o Duas têm pouca importância: a Massa Tropical Continental (mTc) e a Massa Equatorial atlântica
(mEa)
o Três são mais importantes:
 Massa Equatorial Continental (mEc): leva a umidade da Amazônia para o resto do país; é
quente e úmida. A floresta faz chover; ela é reguladora pluviométrica
 Massa Tropical Atlântica (mTa): quente e úmida
 Massa Polar Atlântica (mPa): presente apenas no inverno, pois no verão é aquecida antes de
chegar ao Brasil; é fria e úmida
o O verão brasileiro é fruto de duas massas a mEc e a mTa
o O inverno é uma disputa do trio mEc, mTa e mPa

 As massas explicam porque em Brasília chove no verão e não no inverno


 Na Amazônia, é úmido e quente em função da mEc
 O inverno no Sul e Sudeste é influenciado pela entrada das massas polares; caso haja uma barreira para
entrar a massa fria, predomina a massa tropical e tem-se dias quentes. Caso a massa polar seja intensa a
temperatura cai muito
 O litoral é úmido e quente em função da mTa
 O difícil de explicar é o semiárido; a mTa enfrenta barreiras naturais que dificultam a atuação. A massa que
leva chuva para a região é a mEc, mas o destino natural dela é Centro-Oeste e não o Nordeste; se em Brasília
chove seis meses, no sertão da Paraíba chove três ou quatro meses por ano
 O inverno em Brasília é seco porque apesar da mTa ser úmida, quando ela chega já chega seca. A umidade
da mEc, que atua no verão, é muito maior
 Roraima é tropical e possui um clima parecido com o Cerrado; está no hemisfério Norte

Vegetações brasileiras

 A vegetação é influenciada pelo clima


 Obs.: o Pantanal, pelo regime de chuvas, deveria ser igual ao Cerrado; ele não é assim em função de
características do relevo
 A umidade presente no litoral e na Amazônia proporciona uma vegetação parecida
 Caatinga está associada ao clima seco do semiárido
 O Cerrado está associado ao clima tropical
 Dos cinco domínios climáticos, há seis vegetações
o Domínio Amazônia => floresta amazônica
o Domínio Tropical típico => Cerrado
o Domínio Tropical Litorâneo => Mata Atlântica
o Domínio Semiárido => Caatinga
o Domínio Subtropical se divide em dois => pampa e araucária
Floresta Amazônica e Mata Atlântica

 Não são iguais, as espécies são diferentes, mas possuem características parecidas: folhas grandes, sempre é
verde, vegetação densa
 A Mata Atlântica é a vegetação que mais perdeu cobertura, sobrou cerca de 10%; Amazônia perdeu 20% e o
Pantanal 15%; do que sobrou da Mata Atlântica, a maior porção está no RJ, SP e Paraná; trechos de relevo
acidentado. A biodiversidade de regiões quente e úmida é muito elevada, a altitude contribui para a Mata
Atlântica ser ainda mais diversa que a Amazônia por hectare

 Floresta Amazônica é dividida em três cuja diferença é justificada por estar mais ou menos perto do rio
o Colada no rio é a Mata de Igapó; onde está a vitória-régia; é sempre inundada
o Mata de Várzea, onde está a seringueira; inundada esporadicamente
o Mata de terra firma; nunca é inundada
Cerrado

 No Brasil central a umidade é menor, por isso há árvores mais espaçadas


 Na Mata Atlântica e na Amazônia a umidade é tanta que não é possível ver o solo; há melhor condição de se
desenvolver a vida
 A foto é do cerrado na época úmida, na época seca o aspecto é mais árido e menos verde
 Cerrado não tem cactos, que é uma característica da Caatinga
 O Cerrado corresponde a ¼ do Brasil. Há áreas mais úmidas que possuem mais árvores. Locais com mais
água é chamado de Cerradão e locais com menos água são chamados de Campos Sujos, Campos Limpos. São
variações botânicas do bioma Cerrado

Caatinga (vegetação xerófila)

 Período úmido (foto da esquerda) da Caatinga é chamado de inverno, que não coincide com o inverno
astronômico. O período de chuvas no semiárido é de dezembro a março, mas pode ser de janeiro a maio a
depender da região
 Livro O Quinze, de Rachel de Queiroz. Não teve inverno em 1915, é uma grande seca, ou seja, não choveu
por 18 meses. Vidas Secas mostra que o sertanejo sofre tanto no período seco quanto no úmido, que pode
haver enchente e levar ao transbordamento dos rios, matando o gado.
Mata de Araucárias

 A Mata da Araucária é a mais desmatada do Brasil, faz parte do bioma Mata Atlântica
 É uma adaptação botânica em função da altitude; uma variedade da Mata Atlântica

Campos / Pampas

 Favorece a pecuária extensiva


 A pecuária de certa forma ajudou a preservar o Pampa, mas há mudanças importantes que estão acelerando
o desmatamento. Avanço da silvicultura e mesmo soja. Impacta também a questão cultural, visto que o
gaúcho a cavalo é um símbolo da região

Mata dos Cocais / Floresta de Transição

 É uma floresta de transição entre a Caatinga e a Floresta Amazônica


Complexo do Pantanal / áreas inundáveis

 Pantanal é baixo e plano; a região é seca, mas a umidade da vizinhança promove os alagamentos
 Os incêndios vivenciados no pantanal em 2020 podem ter relação com a redução da pluviosidade causada
pelo desmatamento do entorno
 Pantanal é relativamente conservado
 O entorno é mais alto e os rios fluem para a região, por isso que há o alagamento. Rio Paraguai passa atrás e
os rios Cuiabá, Miranda, taquari descem no sentido do Pantanal, por estarem em uma região mais alta
 O entorno está sendo desmatado para o plantio da soja, o que altera o regime de chuvas e resseca o
Pantanal
 Manter o equilíbrio ambiental do Pantanal significa controlar o entorno

Vegetação litorânea

 Também uma transição


 Região de manguezal é típica da Mata Atlântica; o manguezal está nas águas abrigadas de uma lagoa, de
uma baía. Está muito destruída em função da especulação imobiliária
Cobertura Vegetal Atual

Biomas que mais perderam a cobertura


1) Mata Atlântica; perdeu 90%
2) Caatinga, Cerrado e Pampa; perderam metade
3) Amazônia
4) Pantanal

Mata Atlântica pagou o preço de ser litorânea, a ocupação do solo se deu em um período em que não havia
preocupação ambiental. A Amazônia começou a ser desmatada em um período em que aumentou a preocupação
ambiental. O Pantanal é mais conservado em função do alagamento

Estruturas geológicas do Brasil

 Brasil não possui dobramentos modernos e tem apenas dois tipos de estruturas que datam da origem do
Planeta, o escudo cristalino, e outra mais recente, a bacia sedimentar
 O raciocínio é o seguinte. O escudo cristalino é o que está por baixo e sobre ele, por ser uma área de
depressão, foram acumulando sedimentos com o passar do tempo. Por isso a bacia sedimentar é uma
estrutura mais recente que o escudo cristalino, que é o magma cristalizado e que data da origem do Planeta
Estrutura Geológica Brasileira
 Escudos cristalinos: 36%
 Bacias sedimentares: 64%

Escudos cristalinos: Carajás e Quadrilátero ferrífero em MG


 Armazenamento de jazidas minerais
o Ferro
o Níquel
o Ouro
o Prata
o Chumbo
o Diamantes

Bacias Sedimentares
 Produção de Combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral)
 Xisto betuminoso

Principais províncias e distritos minerais

 Destaques para Carajás e o Quadrilátero Ferrífero; escudos cristalinos: Escudo Brasileiro


 Área de minerais em reservas indígenas no Amapá e Roraima: Escudo das Guianas

Relevo: Classificação de Aroldo de Azevedo (década de 1940)


Relevo: Classificação de Ab’Saber

 Atualizou o estudo anterior; diferenciou o Sudeste do Nordeste; quebrou o Planalto Central; diferenciou a
Amazônia

Relevo: Classificação de Jurandyr Ross (década de 1990)

 Atualizou com a tecnologia da época; divisão em vinte oito regiões


 É a classificação oficial, é muito detalhada
 No Brasil as planícies são exceções, destacam-se os planaltos e as depressões
 Conjunto de terras altas e acidentadas no litoral Sul/Sudeste
 Conjunto de terras planas no Brasil Central, o que favorece um tipo de agricultura
Aula 6 – Recursos hídricos e geopolítica hidrográfica
BORSOI , Zilda Maria e TORRES, Solange Domingo. A política de recursos hídricos no Brasil.
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/
rev806.pdf
Regiões hidrográficas brasileiras-
http://www2.ana.gov.br/Paginas/portais/bacias/amazonica.aspx
Água e espaços transfronteiriços na América do Sul: questões a partir do território- Gisela A. Pires do Rio, Gisela A. E
Drummond, Helena Ribeiro.
AMAZÔNIA AZUL, PRÉ-SAL, SOBERANIA E JURISDIÇÃO MARÍTIMA- Martins, Eliane Octaviano
https://revista.pgsskroton.com/index.php/juridicas/article/view/963

Balanço hídrico mundial

 Há uma falsa impressão de abundância de água, pois a grande parte é de água salgada e grande parte da
água doce está congelada em forma de geleiras
 Brasil tem muita água doce de fácil acesso. Rússia e Canadá têm muita água, mas em geleiras.
 O Rio Amazonas responde por 20% dee toda a água de rio lançada nos mares do mundo. A foz do Amazonas
congrega as águas de toda a Bacia Amazônica, que engloba diversos rios, por isso o volume é tão grade. Na
nescenete o Amazonas não é tão volumoso
 A água está disformemente distribuída pelo Planeta; há regiões com grande oferta e outras com menor
oferta. O Brasil, por exemplo, que detém 12% da água doce do mundo tem problemas hídricos no semiárido.
A bacia amazônica concentra 90% da água doce do Brasil e 10% da população, o que significa que o restante
do país tem 90% da população e apenas 10% da água

Estresse hídrico
 Os lugares claros mostram o balanço hídrico, ou seja, há regiões que o estresse hídrico é causado por baixa
oferta de água, como no deserto do Atacama, no Saara, no Outback australiano; mas há regiões que há boa
oferta, mas a demanda é muito grande. São os casos da Europa, da Índia, da China
 Estresse hídrico está relacionado a oferta e demanda; a demanda cresce não apenas pelo aumento
populacional, mas também por novos usos como agricultura e indústria
 O Brasil passou a cobrar pela água em 1997; vai depender do Comitê de determinada bacia hidrográfica

Hidrogeopolítica

 A nascente do rio Jordão está nas colinas do Golã


 Nascente do rio Nilo está em meio a diversos países: Tanzânia, Quênia, Burundi, Congo; mas a maior parte
vem do Nilo Azul, que é território da Etiópia
 Em uma perspectiva histórica e de navegação, quem controla a foz controla a bacia, mas a água pela água
inverte a situação. Estar à montante implica poder controlar a água. A Etiópia pode fazer com que o Egito
não receba águas

Barragem do Nilo Azul (Sudão, Etiópia e Egito)

 Os maiores usuários do Nilo são Sudão e Egito; Etiópia está construindo uma barragem no Nilo Azul para
construir uma hidrelétrica
 Etiópia aproveitou a Primavera Árabe e o enfraquecimento do Egito para construir a barragem; vai ter
excedente para vender para o entorno; pode projetar-se regionalmente

Situação dos Recursos Hídricos


 Áreas marcadas são de estresse hídrico; no Nordeste tem problema de oferta; no Sudeste (bacia do Tietê) o
estresse é causado pela demanda urbana e no Sul por demanda de base rural; há uma tendência de estresse
hídrico no centro-oeste em função da demanda rural
 O Rio São Francisco é perene porque nasce em uma região úmida; nascente está fora do perímetro
semiárido. Mesmo caso do Nilo

Consumo total do Brasil

Fonte: Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil- 2009


 O grande consumo do Brasil é agrícola

Regiões hidrográficas
Região hidrográfica é considerada o “[...] espaço territorial brasileiro compreendido por uma bacia, grupo
de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou
similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos” (ANA, 2007)

Matriz Elétrica do Brasil – 2010

Projeção da Matriz de Transportes – PNLT


Bacia hidrográfica
Entende-se por bacia hidrográfica toda a área de captação natural da água da chuva que escoa superficialmente para
um corpo de água ou seu contribuinte. Os limites da bacia hidrográfica são definidos pelo relevo, considerando-se
como divisores de águas as áreas mais elevadas. O corpo de água principal, que dá o nome à bacia, recebe
contribuição dos seus afluentes, sendo que cada um deles pode apresentar vários contribuintes menores,
alimentados direta ou indiretamente por nascentes.

 A gestão da água é na bacia e não por município

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE


CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
RESOLUÇÃO No 32, de 15 de outubro de 2003
(Publicado no DOU em 17/12/2003)

O CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS-CNRH, no uso de suas atribuições e competências que lhe são
conferidas pela Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, regulamentada pelo Decreto no 4.613, de 11 de março de
2003, e pela Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000:

Considerando a importância de se estabelecer uma base organizacional que contemple bacias hidrográficas como
unidade do gerenciamento de recursos hídricos para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
Considerando a necessidade de se implementar base de dados referenciada por bacia, em âmbito nacional, visando
a integração das informações em recursos hídricos; e Considerando a Resolução CNRH no 30, de 11 de dezembro de
2002, que define metodologia de codificação e procedimentos de subdivisões em agrupamentos de bacias e regiões
hidrográficas, no âmbito nacional, resolve:

 Art. 1o Fica instituída a Divisão Hidrográfica Nacional, em regiões hidrográficas, nos termos dos Anexos I e II
desta Resolução, com a finalidade de orientar, fundamentar e implementar o Plano Nacional de Recursos
Hídricos.

 Parágrafo único. Considera-se como região hidrográfica o espaço territorial brasileiro compreendido por
uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e
econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos
hídricos.

 Art. 2o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

As regiões hidrográficas brasileiras

 Pode ou não ser bacia; a região do Amazonas converge com a bacia amazônica
 A divisão por regiões é para facilitar a identificação
 No Brasil, usa-se para fins econômicos em maior grau a produção energética e em menor grau para
transporte; além da irrigação, que é fundamental
 A maior parte das hidrelétricas estão na bacia do paraná, em função da proximidade com o mercado
consumidor
 O transporte é pouco utilizado porque a região mais forte economicamente está no Sul e Sudeste, onde
predominam rios de difícil navegação. Os rios navegáveis, que são de planície, estão no Norte, região
distante do centro econômico
 São facilmente navegáveis o Amazonas, o Paraguai e o Araguaia
 O rio Tietê é navegável porque houve obras
 O maior potencial para energia está na bacia Amazônica, nos afluentes do rio Amazonas
Divisão hidrográfica nacional

 Amazônica e Tocantis-Araguaia reprsentam mjuntos 80%


Bacias e Micro Bacias Hidrográficas na Mata Atlântica

1.Rios Litorâneos do Extremo Sul da Mata Atlântica (Araranguá, Mapituba e Tramandaí)


2.Rios Litorâneos de Santa Catarina
3.Rios Litorâneos do Paraná
4.Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape
5.Rios Litorâneos do Norte de São Paulo e Baía de Ilha Grande
6.Rios Litorâneos do Rio de Janeiro
7.Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
8.Rios Litorâneos do E. Santo entre a Foz do Rio Paraíba do Sul e Rio Doce
9.Bacia Hidrográfica do Rio Doce
10.Rios Litorâneos entre a Foz do Rio Doce e do Rio Jequitinhonha
11.Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha12.Bacia Hidrográfica do Rio Pardo
13.Bacia Hidrográfica do Rio de Contas e Adjacentes
14.Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu
15.Rios Litorâneos entre a Foz do Rio Paraguaçu e do Rio São Francisco
16.Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco
17.Rios Litorâneos do Nordeste Oriental
18.Bacia Hidrográfica do Rio Paraná Superior (Alto Paraná)
19.Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu
20.Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai Superior
21.Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai Médio
22.Bacia Hidrográfica da Laguna dos Patos
Bacia Amazônica

Hidrelétricas em Rondônia

Belo Monte

 Tem a mesma capacidade de energia de Itaipu, mas alegou uma região menor. Por outro lado, enquanto
Itaipu pode produzir durante todo o ano, ao passo que Belo Monte não
Tocantins-Araguaia

São Francisco e Parnaíba

 São dois rios perenes, a despeito da região semiárida


 São Francisco tem importância histórica e muitas obras de transposição; a alternativa no futuro está no
Parnaíba (divisa Piauí e Maranhão – próximo da região semiárida sendo um rio perene). A utilização do São
Francisco está reduzindo a vazão e provocando salinização na foz

Bacia do São Francisco


Bacia Platina no território brasileiro

 Não há potencial hidrelétrico na bacia do Paraguai, pois é uma planície, onde está o Pantanal; o potencial
está na bacia do Paraná

Bacia do Uruguai

LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997.


Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
 Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a
dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;

Aquíferos e a relação com a estrutura geológica

 Aquíferos aparecem nas regiões de bacia sedimentar; a bacia sedimentar é porosa e ali pode ter petróleo,
gás e água
 As principais são do Alter do Chão ao Norte e também o Aquífero Guarani, que está presente no território
brasileiro e de países da região levando a uma gestão no âmbito do Mercosul
 Acessar as águas do aquífero Guarani é mais difícil que o de Alter do Chão e além disso Alter está 100% em
território brasileiro
 Estudos da UFPA mostram que os aquíferos na Amazônia estão conectados e formam um único aquífero:
junção dos aquíferos Alter do Chão, Solimões e Marajós, formando o SAGA. Nesse caso, transborda o
território brasileiro e exige uma gestão compartilhada

Prova 3ª Fase - 2012


Estudos encomendados pela UNESCO indicam que, no ano de 2025, diversos países deverão sofrer severa escassez
de água doce. Enquanto isso, no Brasil, descobriu-se recentemente a existência de um aquífero ainda mais extenso
(Alter do Chão) que o conhecido Guarani. Reflita sobre a “questão da água” como problema geopolítico deste início
de século XXI e procure situar o Brasil diante de processos que poderiam tornar a água doce uma commodity global.

Apesar da aparente abundância da água no planeta, pois ¾ da terra são recursos hídricos, há uma tendência de
escassez, que aumentam a tendência de conflitos, criando uma hidrogeopolítica e transformação da água em
mercadoria.

Entre os aspectos a serem destacados na sua reflexão, temos:


 O balanço hídrico mundial que aponta cerca de 97 % em oceanos e mares, portanto, água salgada e, mais de
2% em altas latitudes e montanhas, sendo assim, congelada.
 Além da pequena quantidade a que temos acesso, a ampliação do consumo, destacando a agropecuária,
responsável por 70 % do total.
 A poluição e o desperdício agravam a tendência de escassez.
 A distribuição dos recursos hídricos pelo planeta é muito irregular devido em grande parte a fatores
climáticos além de estrutura pedológica (solo) e geomorfológica. Com relação a posição brasileira podemos
destacar:
 A grande riqueza hídrica superficial devido a exuberância de nossas bacias associadas à extensão territorial e
predomínio de climas úmidos. Vale lembrar que a Bacia Amazônica possui 20% das águas em rios do planeta.
 A grande riqueza do subsolo destacando o aquífero Alter do Chão na Amazônia e o Guarani, no Centro-Sul
do país.
 O fato de o país possuir grande parte da água do planeta nos coloca em posição privilegiada e para otimizar
a gestão dos recursos foi criada, em 1997, a Lei Nacional dos Recursos Hídricos, que define a água como
sendo de domínio público e dotada de valor econômico. A lei é importante para mostrar que o país tem
uma política de gestão da água
 Há também a questão do risco de ter um recurso que é cobiçado pelo mundo

Aula 7 - A Ordem Ambiental Internacional


RIBEIRO, Wagner Costa. A Ordem Ambiental Internacional. São Paulo: Contexto, 2001. P. 11-16 e 53-147.
Geografia, Política e Cidadania. São Paulo: Terra Livre, n. 11-12, ago. 1992/ago. 1993. GONÇALVES, Carlos W. P.
Geografia Política e Desenvolvimento Sustentável. P. 9-76

 A tese do Wagner Ribeiro em seu livro A Ordem Ambiental Internacional é de que a natureza se tornou
temática importante das relações internacionais; agenda ambiental da ONU até a década de 1970 era
errática, não havia uma agência da ONU para discutir natureza; isso muda com a Conferência de Estocolmo,
em 1973. Para o Brasil, não fazia sentido, era incompreensível até certo ponto falar em natureza em pleno
milagre econômico
 O conceito de desenvolvimento sustentável é de 1987
 A relação do ser humano com a natureza é historicamente utilitária; Milton Santos, quando faz um estudo da
história do pensamento geográfico ele fala que até a revolução industrial a humanidade vivia no meio
natural em que o espaço geográfico é produzido de tal maneira que a natureza era determinante para as
condições sociais – plantar onde o solo é fértil. Com a Revolução Industrial, surge o meio técnico, que
representa a mecanização do território, com as ferrovias, fábricas. Depois da II GM tem-se um novo estágio,
o meio técnico-científico-informacional. Fica notório por esses exemplos uma mudança na maneira da
humanidade se relacionar com a natureza. Inicialmente é oprimido pela natureza, com grande dependência
dela e passa para uma fase de certo controle por parte da humanidade, que passa a ser capaz de plantar e
morar em locais que até então não era possível em função de condições naturais. O problema que surge é
que o domínio da tecnologia que possibilita contornar os desafios impostos pela natureza gera malefícios
crescentes na própria natureza e em escala global.
 A diferença da Revolução Industrial é que o impacto ambiental passa a ser global, algo que até era local,
visto que a relação entre sociedade e natureza sempre causa impactos ambientais. Impactos que muitas
vezes se tornam transfronteiriços, como os de impacto atmosférico, como a emissão de gases que
potencializam o efeito estufa que tem como consequência o aquecimento do planeta.
 É nesse contexto que entram as conferências e a diplomacia, pois, como o impacto é transfronteiriço é
preciso congregar os países em prol do debate acerca da natureza

A natureza globalizada
 O Efeito Estufa- aquecimento Global
 Redução da camada de ozônio
 Chuva ácida
 Desertificação
 Poluição das Águas

 Alguns impactos ambientais são locais, outros são globais – não se limitam às fronteiras do país que causa o
dano -, como os listados acima. Ilha de calor, por seu turno, é de impacto local, mas não quer dizer que não
seja importante

 Foi a partir da realização da Conferência Eco 92, da qual resultou o Tratado de Quioto (em 1997), que a
busca por energia menos poluente e renovável tornou-se uma prioridade em alguns países, como a China e
o Japão, que passaram a adicionar álcool (etanol anidro) à gasolina, na busca de diminuir o uso do petróleo e
a emissão de monóxido de carbono, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa. A partir daí, iniciou-se
uma fase de preocupação mundial pela proteção ambiental, por meio da criação de políticas e acordos
internacionais, principalmente no que se refere ao aquecimento global.

Efeito estufa

 O que ocorre é que entra a luz (raio ultravioleta) e agita as moléculas no solo irradiando calor, mas os gases
retêm parte desse calor aquecendo o planeta. É um fenômeno natural, o que ocorre, no entanto, é que a
emissão de gases do efeito estufa (CO2, metano, ozônio e óxido nitroso) potencializam esse efeito
 Clima é diferente de tempo; alteração no clima precisa de período de observação mais longo. O CACD segue
o IPCC – Painel Intergovernamental para Mudança Climática, que entende que uma elevação da
temperatura média do planeta ao longo dos anos está relacionada com a ação humana em decorrência do
aumento de emissão de gases do efeito estufa. Existem estudos, no entanto, que aceitam o aquecimento,
mas questiona que seja em decorrência da ação humana. O que o IPCC mostra é que para cada 1 pesquisa
que diz que o aquecimento não tem relação com a ação humana, existem 97 que mostram o contrário.
 Questão que envolve o Ártico; há muito carbono preso nos gelos do ártico. Com o derretimento, a liberação
de CO2 retroalimentaria o mecanismo do aquecimento

 A questão da camada de ozônio é um debate da década de 1980.


 Protocolo de Montreal, de 1987, representou o primeiro grande acordo internacional que trouxe medidas
concretas para combate ao impacto ambiental. Nele, ficou definido o banimento dos compostos de CFCs em
equipamentos. A medida foi importante e com o fim das emissões a camada de ozônio se regenerou.
 Diferentemente da questão da emissão de gases do efeito estufa, não houve embates na questão da camada
de ozônio, visto que a empresa que tinha a patente do CFC desenvolveu a nova tecnologia que substitui esse
composto. No caso do efeito estufa, há embates entre poluidores e empresas que veem na redução da
emissão uma oportunidade de negócio. Assim, enquanto na questão da camada de ozônio não houve
perdedores, o mesmo não ocorre com pecuaristas, petroleiras entre outros
Redução da Camada de ozônio

Chuva ácida

 Em geral, está relacionada à queima de carvão mineral, que libera enxofre. A solução é trocar a matriz.
Ocorre mais em países que possuem o carvão como fonte de energia.

Desertificação
 Sahel é a fronteira entre o deserto e a floresta; uma solução para conter a desertificação é fazer uma
muralha verde (há vídeos sobre o assunto)

A Ordem Ambiental Internacional


 Juntar países para discutir e propor soluções para questões relacionadas ao impacto ambiental
 Economia de fronteira ou de recursos está relacionada com a visão de natureza como recurso utilitário;
pegar coisas, explorar. Ela não mudou com a revolução industrial. O agravante é que a revolução industrial
tronou o impacto global.

A- Ações na escala local e nacional

Se as questões ambientais enquanto preocupação generalizada surgiram no século XX entre finais dos anos 60 e
início de 70, as raízes do ambientalismo e os movimentos pioneiros, sobretudo ingleses e norte-americanos,
remontam ao século XIX.
As primeiras organizações e leis de caráter ambiental surgem em Inglaterra, como reação aos “estragos” da
revolução industrial, e dizem respeito aos fumos poluentes provocados sobretudo pela combustão do carvão -
respectivamente, a Manchester Association for the Prevention of Smoke (1843) e a Britain’s Alkali and Public Health
Acts (1863), que foi a primeira legislação visando regular os problemas de saúde resultantes das atividades
produtivas.

Os movimentos pioneiros de proteção da natureza do século XIX são ingleses - Commons, Open Spaces and
Footpaths
Preservation Society (1865); East Riding Association for the Protection of Sea Birds (1867).
Nos EUA surgiram também organizações pioneiras como a American Ornithologists Union (1883) e a Audubon
Society
(1986), e criaram-se os primeiros parques nacionais dos quais se destaca o Yellowstone, em 1872. Vinte anos depois
nasceria a associação norte americana Sierra Club (1892), cujo objetivo era igualmente preservacionista - conservar a
floresta e outros recursos naturais nas serras da Califórnia - mas com uma vocação muito mais ativista do que era
habitual nos movimentos conservacionistas ingleses.

Ficaram célebres, já no início do século XX, as primeiras lutas lideradas pelo seu primeiro presidente, John Muir,
ontra o abate da floresta, nomeadamente das sequóias, a campanha a favor do alargamento do Parque Yosemite e a
sua última luta contra a construção de uma grande barragem no vale Hetch Hetchy na Califórnia, a qual, aliás, não
conseguiu impedir.
 Revolução Industrial é marco; visão sobre a natureza como utilitária persiste; inicialmente surgem ações
locais (século XIX) e depois em escala internacional (século XX) para se debater os temas de impactos
ambientais globais. Brasil teve ação ambiental de cunho local no século XIX – replantio da Floresta da Tijuca
promovida por D. Pedro II, depois de uma crise hídrica
 A legislação avançada brasileira tem caráter exógeno, não partiu do voluntarismo brasileiro, mas à medida
que o debate em torno do ambientalismo ganha escala mundial

B – A escala internacional

 A Convenção para a Preservação de Animais, Pássaros e Peixes da África realizada em Londres em 1900.
o Contexto neocolonial; caça esportiva. Calendário de caça
 Congresso Internacional para a Proteção da Natureza, realizado em Paris, em 1909.
 As Conferências organizadas pela UNESCO
 A Conferência das Nações Unidas para a Conservação de Recursos- 1949
 A Conferência da Biosfera – 1968 (Reservas da Biosfera / No Brasil: Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Cinturão Verde em São Paulo e Pantanal)
 A Conferência de Ramsar (Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional) – 1971

 A Conferência de Estocolmo (Conferência sobre o Meio Ambiente Humano) – 1972


o É o grande marco do ambientalismo, depois disso há um processo contínuo cujo objetivo é discutir a
natureza
o As bases do Desenvolvimento Sustentável
o Os debates entre neomalthusianos e reformistas
o Os debates entre zeristas e desenvolvimentistas
o As divergências entre os países Centrais e Periféricos
o A transferência de indústrias poluidoras para os países periféricos
o O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)- 1972- 1973
o Apenas dois chefes de Estado (Índia e Suécia) foram à conferência
o Surgiu principalmente nos países ricos (Great Smog em Londres de 1952); países em
desenvolvimento precisam desenvolver-se e viram a questão como uma conspiração e injusta, pois
os países ricos já tinham se desenvolvido

 A Convenção sobre Poluição Transfronteiriça de Longo Alcance (CPT) - 1979


 A Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio (CV)– 1985
 Protocolo de Montreal e a distinção entre países centrais e periféricos– 1987
 Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMAD)- 1987
 Relatório BRUNDTLAND/ Nosso Futuro Comum – 1988 – A definição do Desenvolvimento Sustentável
o Tentativa de resolver o embate entre desenvolvimento e conservação, mas é preciso mudar o olhar
predatório e a maneira de se relacionar com a natureza.
 A CNUMAD/ ECO 92
o A escolha do Brasil como sede – 1989
 Seria em Estocolmo como comemoração dos 20 anos; Brasil era tido como vilão e sediar o
evento foi uma forma de reverter a imagem depois dos anos do governo militar. Brasil sai da
Eco 92 maior que entrou, momento de inflexão na década de 1980 (implementação da
política ambiental no Brasil; lei de licenciamento ambiental; política nacional de meio
ambiente). Quem sai como vilão são os EUA (Bush trava a discussão); Collor havia criado o
IBAMA e o Ministério do Meio Ambiente
o A Segurança Ambiental Global e o Desenvolvimento Sustentável
 Não está associado à soberania; condições mínimas para manutenção da vida; não consegue
manter a condição controlando apenas seu território, é preciso congregar os diferentes
países
 Ideia de interdependência global para harmonizar o desenvolvimento econômico com a
proteção ambiental global
 A dificuldade está em conciliar os interesses locais e de grandes indústrias com a questão da
proteção ambiental
o A Convenção sobre a Diversidade Biológica (CB)
o A Convenção de Mudanças Climáticas
o Declaração das Florestas
o Agenda XXI
o Participação das ONG´s
o A posição dos EUA
o Confronto Norte X Sul ( ? )
 Não existe claro embate entre ricos e pobres na Eco 92, mas m Estocolmo em 1972 isso foi
evidente. Quando em 1992 Bush defende a indústria do petróleo, a Venezuela estava junto,
assim como a Arábia Saudita
o Interdependência global X Interesses nacionais
 O Protocolo de Kyoto – 1997
 A Conferência de Desertificação – 1999
 O Protocolo de Nagoya- 2010
 Rio + 20- Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável- 2012
 A COP 21- Paris
o Para a geografia, importa as decisões que possuem impacto no território (desmatamento,
queimadas, desertificação, poluição de mares e rios etc.)
Questões

(TPS 2010) Em relação à questão ambiental internacional, assinale


a opção correta.

(A) As primeiras tentativas de estabelecimento de tratados internacionais que regulassem a ação humana sobre o
ambiente remontam a 1900, quando se realizou, em Londres, a Convenção para a Preservação de Animais, Pássaros
e Peixes da África, cujo objetivo era discutir a caça indiscriminada nas então colônias europeias no continente
africano.

Wagner Ribeiro chamou atenção, como a primeira conferência

(B) O Tratado Antártico, firmado em 1.º de dezembro de 1959, é exemplo de que os interesses voltados para a
questão ambiental superaram a disputa geopolítica bipolar no âmbito da Guerra Fria, destacando-se o papel central
da Organização das Nações Unidas, que mediou a assinatura do referido acordo.

Tratado Antártico, área quase o dobro do país, foi excluída da exploração econômica. Foi uma solução ambiental
para uma disputa geopolítica. Em 1959, quando foi assinado, não existia o debate em torno da questão ambiental.
Surge, portanto, como uma forma de conter o ímpeto de EUA e URSS em um contexto de Guerra Fria. O tratado
valeria por 20 anos e depois foi prorrogado seguidamente, período em que aumentou o debate em torno das
questões ambientais

(C) A Conferência de Estocolmo, realizada em 1972, marcou a inclusão da temática ambiental na pauta de interesse
mundial, o que se confirmou pelo comparecimento de grande número de chefes de Estado àquela reunião.

Apenas os chefes de Estado de Índia e Suécia, anfitriã, participaram

(D) O chamado Clube de Roma, a partir de uma releitura de Malthus, segundo o qual a produção de alimentos cresce
em escala maior que a população, defendeu medidas de planejamento familiar nas décadas de 70 e 80 do século XX.

Foi o Clube de Roma que encomendou o relatório sobre limites do crescimento. Malthus disse o contrário, era a
população que crescia em escala maior que a população.

(E) Estabelecido em 1972 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA) passou a funcionar em 1973, tendo sua autonomia sido minada com a criação do Fundo Mundial
para o Meio Ambiente, órgão independente que, sob supervisão do Banco Mundial, arrecadaria recursos para a
preservação ambiental

De fato, foi criado em 1972 e passou a funcionar em 1973. O Fundo, na verdade, aumenta a autonomia e não está
sob supervisão do Banco Mundial, mas é o banco quem arrecada os fundos

(3ª fase 2006) A noção de desenvolvimento sustentável representa um mecanismo teórico e operacional de
harmonização da relação economia-ecologia. Significou também um importante instrumento político, por ocasião da
Rio-92, ao conciliar os interesses dos defensores do desenvolvimento econômico com os dos ambientalistas.
Explique o significado do conceito e sua aplicação nas relações sociedade-espaço.

Abandonar a ideia utilitária e buscar equacionar interesse econômico e questões socioambientais. Relacionar
questões como reuso da água, reciclagem, energias alternativas e outras mais

(TPS 2012) A proteção à biodiversidade e aos ecossistemas ameaçados pela atividade humana tem mobilizado
governos, agências multilaterais, organismos internacionais de financiamento e organizações não governamentais
em direção à elaboração de políticas públicas e à definição de estratégias de conservação. Acerca dessa atual
tendência da gestão ambiental, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1. Desde que a questão ecológica adquiriu importância econômica, as estratégias de gestão ambiental passaram a
ser de competência exclusiva do Estado por meio de legislação pertinente, ressalvada a gestão de projetos de
pesquisa e de conservação da natureza estabelecidos por agências de cooperação internacional sob a perspectiva do
desenvolvimento sustentável.

E - Questão ecológico sempre teve importância econômica como restrição ou estímulo (natureza utilitária). Ao
mudar a relação beneficia certos grupos em detrimento de outros; a estratégia de gestão é do Estado, afinal é o
território nacional;

2. Políticas ambientais internacionais têm estabelecido direcionamentos para a internacionalização de áreas de


grande biodiversidade que se destinem à preservação da natureza, sob a gestão de instituição supranacional
mantida com provisão de fundos oriundos de organismos internacionais.

E - O que existe por parte de agências internacionais é a pressão, mas eles não fazem a gestão, que é de
competência do Estado

3. O modelo de gestão característico da política brasileira de recursos hídricos elegeu a bacia hidrográfica como
unidade espacial de planejamento, visando à resolução de conflitos entre usuários, à solução de problemas de
poluição das águas e à restrição, de modo a conservar a cobertura vegetal, do desmatamento de áreas de
mananciais.

C – Lei Nacional de Recursos Hídricos de 1997; define a unidade territorial, tem diálogo com a geografia

4. A proteção do Cerrado, prevista nas metas do plano estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica,
justifica-se pela necessidade de recuperação de áreas desmatadas ou degradadas pelas pastagens

Aula 8 – Lei Ambiental brasileira


Estratégia nacional de ampliação e consolidação do sistema nacional de unidades de conservação- ICMBIO
http://www.icmbio.gov.br/portal/images/Estrat%C3%A9gia12-anos_snuc_completa.pdf 
A Política Ambiental Brasileira
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/ealegal.pdf 
Geografia, Política e Cidadania. São Paulo: Terra Livre, n. 11-12, ago. 1992/ago. 1993. EVASO, A. et al. Desenvolvimento Sustentável: mito ou
realidade? P. 91-101.
Uma análise sobre a história e a situação das unidades de conservação no brasil
http://aprender.ead.unb.br/pluginfile.php/28053/mod_resource/content/1/Drummond_etal_2010_UC_legislacao_historico.pdf 
Atribuição das terras brasileiras- Embrapa
https://www.embrapa.br/gite/projetos/atribuicao/index.html 

A Questão Ambiental no Brasil


 Predomínio de uma visão utilitária da natureza até meados do século XX

Período colonial

 Nesta época, a economia era baseada no extrativismo florestal e mineral por meio de processos
rudimentares que provocavam intenso desmatamento, deterioração de solos e desertificação de algumas
áreas. A agricultura, utilizando exclusivamente as queimadas como forma de “limpeza” dos terrenos,
caracterizava-se como monocultura extensiva (cana e café) contribuindo para a exaustão dos solos e perda
da biodiversidade. Não existia no Brasil - Colônia legislação própria. A legislação constituía-se pelos
regulamentos baseados nas Ordenações Manuelinas que vigiam em Portugal.
Na verdade, o Brasil, à época, era tido como uma fazenda do rei. A ocupação de terras e apropriação dos
recursos naturais se pautavam pelo sistema de capitanias hereditárias e sesmarias. A grande preocupação
era preservar a riqueza da Coroa Portuguesa, razão pela qual fazia-se incidir regulamentos de controle para a
caça e pesca, porém, com pouca ou quase nenhuma força nas colônias. A primeira menção efetiva de
controle dos recursos naturais, por receio de sua excessiva exploração surge como tentativa de controle da
extração do pau-brasil. É dessa época também a expressão “madeira de lei”, que significa madeira reservada
pela lei em face de seu alto valor econômico.

Primeiro e Segundo Reinado e República Velha (1822-1930)

 Prossegue o processo de ocupação do território nacional consolidando-se enquanto uma ocupação


clandestina e não planejada, incentivando-se a ocupação de fronteiras e a exploração desordenada dos
recursos naturais.
Em 1850, é proclamada a Lei de Terras do Brasil, reconhecendo a propriedade particular, tendo em vista a
caducidade do sistema de sesmarias bem como o fato de que em várias cidades e vilas já consolidadas se
fazia necessária a regularização das ocupações existentes. Surgem, no final do século XIX, as primeiras
instalações industriais; prossegue o movimento de expansão de atividades agrícolas e pecuárias sem
cuidados com o meio ambiente.

A história do reflorestamento da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro


O plantio foi oficialmente iniciado há 150 anos por ordens de D. Pedro I

A Floresta da Tijuca, que fica no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, é muito conhecida pela beleza natural
que se ergue no meio de uma das maiores cidades do mundo. Ana Cristina Vieira, coordenadora cultural e autora de
um projeto de pesquisa sobre a memória institucional do parque, acrescenta que se a mata não existisse, a
temperatura da cidade seria mais alta entre 4 e 7ºC. Mas, os benefícios que essa floresta garante já foram
ameaçados seriamente. Isso aconteceu ao longo do século XVIII com o cultivo do café e da cana-de-açúcar, a
extração de lenha e exploração de carvão. A recuperação de todo o estrago causado se tornou um exemplo de como
medidas relativamente simples e persistentes de conservação, como a criação e a manutenção de áreas protegidas,
são eficazes para reverter um processo de degradação florestal. Em 2011, comemoram-se os 150 anos do decreto
que D. Pedro II emitiu em 1861. Nesse documento, estavam as primeiras instruções para o plantio de novas mudas e
a conservação da mata que compõe a Floresta da Tijuca – e também de outras áreas.

“A Floresta da Tijuca é hoje o resultado da combinação entre o reflorestamento e a regeneração natural de várias
partes da mata”, afirma Ana Cristina Vieira. Mas, ela lembra que, embora a ordem para repor a mata devastada
tenha partido de D. Pedro I, medidas básicas tomadas por D. João VI ajudaram a diminuir o impacto da monocultura
sobre as florestas bem antes. De acordo com o Plano de Manejo e estudiosos do parque, D. João VI decretou, em
1817, a proteção das bacias do rio Carioca, que foi um dos principais responsáveis pelo abastecimento de água da
cidade. Registros históricos que pertencem ao parque mostram que a preocupação em garantir água potável para a
população, que crescia rapidamente na época, impediu que o desgaste da mata fosse maior.

O período de maior devastação foi no início do século XIX, por volta de 1820, quando, de acordo com os arquivos
históricos do parque, propriedades com lavouras que tinham entre 5 e 100 mil pés de cafés se instalaram na região.
Uma das áreas mais prejudicadas que se tem registro corresponde, atualmente, ao Morro Queimado, na Gávea. No
século XIX, existiram ali as duas maiores fazendas de café do Rio de Janeiro da época: a fazenda do Dr. Louis François
Lecesne e a do holandês Van Mook. Mapas do início do governo imperial se referiam a essa região como “terras
cansadas” e “matas estragadas”.

No entanto, a crise de abastecimento de água na cidade foi o grande estopim para iniciar o reflorestamento. Os
registros do parque apontam que, na época, as autoridades estimavam ser necessários 60 milhões de litros de água,
quando eram produzidos apenas 8 milhões para uma população calculada em torno de 400 mil pessoas. As
pequenas nascentes protegidas não eram suficientes e, então, o governo baixou a decisão Nº 577. Na prática, ela
determinava que fossem plantados arvoredos no país pelo sistema de mudas e em linha reta, começando de ambas
as margens das nascentes dos rios. A medida foi aplicada imediatamente na Floresta da Tijuca com a designação do
major Manuel Gomes Archer como responsável pela área. Logo após, Tomás Nogueira da Gama também foi
nomeado como responsável pelas Paineiras.

“As histórias dizem que o major Archer e apenas 6 homens iniciaram a plantação das mudas. No entanto, para o
tamanho daquela área isso seria impraticável. Acredita-se que, no mínimo, entre 20 e 30 homens começaram o
trabalho sob o comando do major”, esclarece Ana Cristina. Ela diz que algumas estimativas apontam que o major
teria plantado cerca de 100 mil mudas durante a sua administração. Segundo o Plano de Manejo, ele trabalhou por
13 anos com o reflorestamento. Além do major Archer, Ana Cristina cita que Tomás Nogueira da Gama teria sido o
responsável pelo plantio de 120 mil mudas.

Os arquivos históricos do parque ressaltam que há uma carência de registros que deem a dimensão exata do quanto
foi plantado por cada um desses agentes e qual o alcance real do reflorestamento executado. Os documentos
históricos falam também que nos primeiros anos a mortalidade dos plantios variava entre 11% e 96%. Consta do
Plano de Manejo que somente em 1869, com a coleta de sementes nas matas de Jacarepaguá e de Guaratiba, é que
o reflorestamento passou a alcançar melhores resultados. Ana Cristina diz que foi ao longo do século XX que as
ações se intensificaram e deram melhores resultados. O plantio de mudas também ajudou no enriquecimento da
vegetação, auxiliando na formação das florestas secundárias (mata reposta com exemplares de espécies originais),
que são maioria no parque.

Até 2004, antes do parque ser ampliado, o tamanho da Floresta da Tijuca, segundo registro do Plano de Manejo, era
de 1.600 hectares. Isso corresponde a 40% da área total que o parque possui hoje, que é de 3.953 hectares
distribuídos entre a Floresta da Tijuca, a Serra da Carioca, a Pedra Bonita/Pedra da Gávea e Pretos Forros/Covanca.
Ana Cristina adianta que um dos presentes do aniversário de 150 anos de reflorestamento que o parque irá receber
será uma doação de uma família carioca (que pediu para não ser identificada) de alguns hectares nas áreas limítrofes
do parque. "Infelizmente não podemos revelar os doadores, mas temos certeza que essa contribuição é mais uma
ação que ajuda na preservação e no crescimento da Floresta da Tijuca", diz Ana.

 Objetivo foi recuperar as nascentes visando ao abastecimento de água da cidade

A Primeira Reserva
Decreto N. 8.8843 – de 26 de julho de 1911
Crêa a reserva florestal no Territorio do Acre. O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil, attendendo a
que a devastação desordenada das mattas está produzindo em todo o paiz effeitos sensiveis e desastrosos,
salientando-se entre elles alterações na constituição climaterica de varias zonas e no regimen das aguas pluviaes e
das correntes que dellas dependem; e reconhecendo que é da maior e mais urgente necessidade impedir que tal
estado de cousa se estenda ao Territorio do Acre, mesmo por tratar-se de região onde como igualmente em toda a
Amazonia, ha necessidade de proteger e assegurar a navegação fluvial e, consequentemente, de obstar que soffra
modificação o regimen hydrographico respectivo,
Art. 1º Fica creada no Territorio do Acre e collocada sob a jurisdicção do Ministerio da Agricultura, Industria e
Commercio, a reserva florestal, com os seguintes caracteristicos:
I. Uma faixa de 40 kilometros de largura média, tendo para a divisoria de aguas entre o rio Acre e o rio Purús, a
começar cerca do parallelo de 11º, seguindo rumo médio para nordeste, até terminar na obriqua Beni-Javary,
devendo comprehender quanto possivel as vertentes do Alto-Acre e seus affluentes Xapury e Antimary, bem como
as cabeceiras tributarias pela margem direita do rio Yáco.
Art. 2º E’ vedada a entrada nas áreas da reserva florestal e nellas prohibida a extracção de madeiras ou de
quaesquer productos florestaes, bem assim o exercicio da caça e da pesca. Rio de Janeiro, 26 de julho de 1911, 90º
da Independencia e 23º da Republica.
HERMES R. DA FONSECA

 Objetivo econômico e geopolítico


o Acesso é por rios, se assorear impede o acesso. Não chegou a ser implementado.

Leis ambientais na Era Vargas


 Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934 - Aprova o Código Florestal. (reformado no Ano de 1965 pela Lei
nº 4.771)

 Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934 - Decreta o Código de Águas.

 O Chefe do Governo Provisorio da Republica dos Estados Unidos do Brasil, usando das attribuições que lhe
confere o art. 1º do decreto nº 19.398, de 11/11/1930, e:

 Considerando que o uso das águas no Brasil tem-se regido até hoje por uma legislação obsoleta, em
desaccôrdo com as necessidades e interesses da collectividade nacional;

 Considerando que se torna necessario modificar esse estado de cousas, dotando o paiz de uma legislação
adequada que, de accôrdo com a tendencia actual, permitta ao poder publico controlar e incentivar o
aproveitamento industrial das aguas; (visão é utilitária, economicista)

 Considerando que, em particular, a energia hydraulica exige medidas que facilitem e garantam seu
aproveitamento racional;

 Considerando que, com a reforma porque passaram os serviços affectos ao Ministerio da Agricultura, está o
Governo apparelhado, por seus orgãos competentes, a ministrar assistencia technica e material,
indispensavel a consecução de taes objetivos

1965 – Reforma do Código Florestal

 Criação dos mecanismos de proteção APP – área de preservação permanente e Reserva Legal
o Primeira iniciativa protetiva

1973 – Criação do SEMA


 Decreto nº 73.030, de 30 de outubro - Cria, no âmbito do Ministério do Interior, a Secretaria Especial do
Meio Ambiente - SEMA.
o Não chega a ser uma guinada ambientalista, mas foi uma resposta à Conferência de Estocolmo

Guinada Ambiental na legislação brasileira


 1981 – Política Nacional de Meio Ambiente
 1988 – art. 225 da Constituição Federal
 1989 – criação do IBAMA
 1992 – criação do Ministério de Meio Ambiente

Lei Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981

 Marco da guinada ambientalista brasileira; Brasil acompanhando a tendência internacional sinalizada pela
Conferência de Estocolmo em 1972
 Estabelece a obrigatoriedade de licença ambiental, inaugurando a visão preventiva
 O artigo 225 da CF/88 que versa sobre meio ambiente é importante pelo caráter constitucional dado à
matéria, mas o marco é 1981
 A Lei veio por pressão internacional, Brasil não avançou por meios internos
 Rompe com a visão utilitária, questão que não estava na pauta da sociedade, que queria emprego e
democracia
 Até então era uma legislação corretiva, passa a ser preventiva
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências.

Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a Política
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do
Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)

Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos
recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas;

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando


capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)

I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva
ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; (Redação dada
pela Lei nº 7.804, de 1989)
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis
conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e
municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de
impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação
ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de
1990)

Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:


I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados
para a melhoria da qualidade ambiental;
Resolução CONAMA N. 001 de 23.01.86 EIA/RIMA

O Conselho Nacional do Meio Ambiente – IBAMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 48º do Decreto nº
88.351, de 1 de junho de 1983, para efetivo exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas pelo artigo 18º do
mesmo decreto, e Considerando a necessidade de se estabelecerem as definições, as responsabilidades, os critérios
básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, RESOLVE:

Art. 1.º Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.

Art. 2.º Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental-
RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:

I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;


II - Ferrovias;
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso I, artigo 48º, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 Kv;
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragens para fins hidrelétricos,
acima de 10 MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação,
retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques;
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de mineração;
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
XI - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10 MW;
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos,
destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais-ZEI;
XIV - Exploração econômica de madeira ou lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando
atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas consideradas de relevante interesse
ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes;
XVI - Qualquer atividade que utiliza carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.

Obs.: Alguns setores da economia acham que há excessos nas regras, além de excesso de burocracias, que
atrasam o processo de licenciamento ambiental

A Constituição – Art. 225

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas
à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira
são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação
do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
 Cerrado e Caatinga não entraram

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não
poderão ser instaladas.

A Criação do IBAMA - 1989 (Substituindo a SEMA, IBDF e SUDEPE )

Ministério do Meio Ambiente - 1992

A Lei Nacional de Recursos Hídricos de 1997 (LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997).


Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

 É uma lei que fala em território (item V – bacia hidrográfica como unidade de gestão; precisa ser integrada) e
que se precaveu em relação a conflitos

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:


I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a
dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos
e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público,
dos usuários e das comunidades.
 Existe um comitê de gestão da bacia que inclui os municípios/ estados abarcados
 Se atravessar área indígena, tem que ter representante da FUNAI
 Se travessar país estrangeiro, precisa de representante do MRE

A Lei de Crimes Ambientais de 1998

 Tipifica o clima, é importante, mas não está relacionada ao território


 A lei veio para normatizar, não foi ela que inaugurou as unidades de proteção. O Parque de Itatiaia, por
exemplo, é de 1967

A criação do sistema nacional de unidades de conservação da natureza – SNUC- 9.985, de 18 de julho de 2000.

Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais,
com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de
conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção;

Art. 7o As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas:
I - Unidades de Proteção Integral;
II - Unidades de Uso Sustentável.
§ 1o O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o
uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei.
§ 2o O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o
uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

Art. 8o O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de
conservação:
I - Estação Ecológica;
II - Reserva Biológica;
III - Parque Nacional;
IV - Monumento Natural;
V - Refúgio de Vida Silvestre.

Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de unidade de conservação:
I - Área de Proteção Ambiental;
II - Área de Relevante Interesse Ecológico;
III - Floresta Nacional;
IV - Reserva Extrativista;
V - Reserva de Fauna;
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural

 Proteção integral, não pode explorar o recurso, uso sustentável sim

Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm)- 2004

A Lei de Biossegurança- CNTBIO- 2005

O Plano Amazônia Sustentável- 2008

A Política Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC)-2009- Oficialização do compromisso voluntário do Brasil de
emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até 2020.

PPCerrado - Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado- 2010

A Lei Nacional dos resíduos Sólidos- 2010.


O Protocolo de Nagoia- 2010
 Diversidade biológica; está para ser votado no Senado

Marco da Biodiversidade
O Marco da Biodiversidade reforça as regras criadas pela Medida Provisória 2.186-16, de 2001, que incorpora os
compromissos assumidos pelo governo perante a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), tratado internacional
das Nações Unidas que regula o tema.
Apresentado pelo Executivo em 2014, o projeto de lei foi aprovado pela primeira vez na Câmara em fevereiro.
Encaminhado ao Senado, recebeu 23 emendas que alteraram o texto. Por isso, teve que voltar a ser analisado pelos
deputados. O objetivo do projeto de lei da biodiversidade é reduzir a burocracia e estimular a pesquisa e inovação
com espécies nativas. No entanto, alguns ambientalistas dizem que o projeto privilegia as empresas e amplia o
acesso à biodiversidade sem proteger os povos indígenas e seus conhecimentos tradicionais. No projeto de lei,
patrimônio genético é definido como “informação de origem genética de espécies vegetais, animais, microbianas, ou
espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres vivos”.

Entre os principais pontos aprovados, estão a retirada de penalidades impostas a empresas que descumpriram
regras ligadas à exploração de materiais provenientes de plantas ou animais e a criação de normas de pagamento
pelo uso de recursos genéticos naturais por empresas -- tanto para o governo, quanto para povos tradicionais, como
os indígenas.(...)
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/05/ente nda-o-marco-da-biodiversidade-sancionado-por-di lma-nesta-
quarta.html

Para alcançar tais metas, uma série de indicações terão de ser seguidas em diversos setores da gestão pública dos
recursos naturais até 2030:
1- Aumentar a participação da bioenergia sustentável na matriz energética brasileira para 18%;
2- Chegar a participação de 45% de energias renováveis na matriz energética;
3- Vinte e três % do total da matriz elétrica deverá vir de fontes alternativas, excluindo-se hidrelétricas.
4- Fortalecer o cumprimento do Código Florestal;
5- Restaurar 12 milhões de hectares de florestas;
6- Alcançar desmatamento ilegal zero na Amazônia brasileira;
7- Fortalecer o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono como a principal estratégia para o
desenvolvimento sustentável na agricultura
8- Recuperar quinze milhões de hectares de pastos degradados e implementar cinco milhões de hectares de
integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)
9- Obter 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico;
10- Promover o uso de tecnologias limpas no setor industrial;
11- Estimular medidas de eficiência e infraestrutura no transporte público e áreas urbanas.

Obs.: Brasil, para cumprir a meta, precisa alterar o uso da terra.


 Refere-se à lei de 1981; Câmara aprova uma alteração que flexibiliza o licenciamento ambiental; a ideia é
desburocratizar o licenciamento, mas na realidade acaba, pois a proposta é a de um auto licenciamento

(TPS 2011) Acerca das implicações e dos desdobramentos da questão ambiental em nível mundial, julgue (C ou E) os
itens a seguir.

1. A gestão ambiental pública no Brasil caracteriza-se, fundamentalmente, por uma perspectiva corretiva, voltada
para o controle da poluição, cujas ações se desenvolvem por meio de diversos instrumentos previstos na legislação
vigente, como penalidades disciplinares ao não cumprimento das medidas necessárias.

Errado; desde 1981, com a obrigatoriedade do licenciamento ambiental, o país pauta sua gestão ambiental pela
perspectiva protetiva

2. Nas origens do conceito de desenvolvimento sustentável, que permeia acordos aprovados entre governos,
percebe-se a influência de discussões acerca da relação entre crescimento econômico e meio ambiente, como as
que resultaram no relatório conhecido como Limites do Crescimento.

Certo; O conceito de desenvolvimento sustentável (nosso futuro comum) é de 1987, o relatório Limites do
crescimento é do início da década de 1970 e foi utilizado pelos países ricos em Estocolmo para defender o
crescimento zero

3. A gestão ambiental envolve a discussão relativa ao papel do Estado e à soberania das nações, tendo os Estados o
direito soberano de explorar seus recursos, de acordo com as próprias políticas ambientais e desenvolvimentistas, e,
ao mesmo tempo, a responsabilidade de assegurar que as atividades sob sua jurisdição ou controle não causem
dano ao meio ambiente de outros Estados.

Certo;

4. Embora a implantação de sistemas agropastoris e o reflorestamento contribuam para o alcance das metas do
Protocolo de Quioto, considera-se mais importante para o alcance dessas metas o desenvolvimento de políticas
públicas de incentivo à utilização de combustíveis provenientes de fontes renováveis, objeto da criação de um
mecanismo de desenvolvimento limpo.

Errado; Atualmente, estaria relacionada à COP-2. De toda forma, não há hierarquia, depende de cada país. Se polui
mais com a matriz energética esse é o foco, se for no uso da terra, pautará sua atuação no manejo do solo

(TPS 2012- modificada) A proteção à biodiversidade e aos ecossistemas ameaçados pela atividade humana tem
mobilizado governos, agências multilaterais, organismos internacionais de financiamento e organizações não
governamentais em direção à elaboração de políticas públicas e à definição de estratégias de conservação. Acerca
dessa atual tendência da gestão ambiental, julgue (C ou E) os itens a seguir.
3. O modelo de gestão característico da política brasileira de recursos hídricos elegeu a bacia hidrográfica como
unidade espacial de planejamento, visando à resolução de conflitos entre usuários, à solução de problemas de
poluição das águas e à restrição, de modo a conservar a cobertura vegetal, do desmatamento de áreas de
mananciais.

Certo; a bacia hidrográfica é unidade de gestão

4. A proteção do Cerrado, prevista nas metas do plano estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica,
justifica-se pela necessidade de recuperação de áreas desmatadas ou degradadas pelas pastagens

Amazônia é o maior bioma brasileiro, abarca 48% do território, está percentualmente bem conservada, perdeu cerca
de 20% da cobertura natural; o Cerrado perdeu metade da cobertura, foi o bioma que mais sofreu. No plano da CDB
e no Protocolo de Nagoya os países se comprometem a preservar a biodiversidade. A recuperação de pastagem,
desmatamento ilegal na Amazônia e agricultura de baixo carbono estão na pauta das ações brasileiras para reduzir
as emissões brasileiras. A pecuária no Brasil é extensiva, o gado demora muito para atingir o ponto de abate e ocupa
metade das áreas de propriedade do Brasil. Mata Atlântica já foi muito degradada e o que sobrou é de área
protegida.

Aula 9 – O Espaço Amazônico


SANTOS, Milton e LAURA, María Silveira..O Brasil: Território e sociedade no início do século XXI. 10 ed. Rio de
Janeiro: Editora Record, 2008. Cap. XII - "As diferenciações no território". p. 258-277.
Amazônia, Amazônias- Porto Gonçalves, Carlos Walther.
Amazônia- geopolítica na virada do III milênio. Becker, Bertha

 O processo de ocupação da Amazônia foi essencialmente geopolítico, começando pelo Forte Presépio em
1616 (Belém)

(Questão 2-3ª fase de 2018) O espaço sempre foi associado ao tempo. E hoje, na acentuação de diferentes espaços-
tempos reside uma das raízes da geopolítica contemporânea. As redes são desenvolvidas nos países ricos, nos
centros do poder, onde o avanço tecnológico é maior e a circulação planetária permite que se selecionem territórios
para investimentos, seleção que depende também das potencialidades dos próprios territórios. Ocorre que, ao se
expandirem e sustentarem as riquezas circulante, financeira e informacional, as redes se socializam. E essa
socialização está gerando movimentos sociais importantes, os quais também tendem a se transnacionalizarem.

Há, hoje, portanto, dois movimentos internacionais: um em nível do sistema financeiro, da informação, do domínio
do poder efetivamente das potências; e outro, uma tendência ao internacionalismo dos movimentos sociais. Todos
os agentes sociais organizados, corporações, organizações religiosas, movimentos sociais etc., têm suas próprias
territorialidades, acima e abaixo da escala do Estado, suas próprias geopolíticas, e tendem a se articular,
configurando-se uma situação mundial bastante complexa. A Amazônia é um exemplo vivo dessa nova geopolítica,
pois nela se encontram todos esses elementos. Constitui um desafio para o presente, não mais um desafio para o
futuro. Qual é este desafio atual?

A Amazônia, o Brasil, e os demais países latino-americanos são as mais antigas periferias do sistema mundial
capitalista. Seu povoamento e desenvolvimento foram fundados de acordo com o paradigma de relação sociedade-
natureza. Bertha K. Becker. Dossiê Amazônia Brasileira I. Geopolítica da Amazônia. Estudos Avançados, vol. 19, n.º
53. São Paulo: jan.-abr./2005 (com adaptações)

Considerando que o fragmento de texto apresentado tem caráter unicamente motivador, faça o que se pede a
seguir.

1. Apresente os conceitos de Amazônia brasileira, Amazônia transnacional, região Norte e Amazônia Legal e aponte
diferenças entre esses conceitos.

2. Discorra sobre o paradigma da relação sociedade-natureza que norteou o povoamento e a ocupação da Amazônia.
3. Explique em que consiste um processo territorial de âmbito nacional e um de âmbito transnacional,
exemplificando cada um e apresentando seus agentes.

Extensão máxima: 60 linhas [valor: 30,00 pontos]

Qual Amazônia?

 A ideia de Amazônia Legal, surge em 1953, quando Vargas cria a Superintendência de Valorização da
Amazônia. O que a SUDAM faz em 1966 é repetir os limites geográficos do que fora definido em 1953. É toda
a região Norte, mas também o MT, Tocantins (antigo Norte do Goiás) e Oeste do Maranhão. A Amazônia
internacional é a que transborda para os países vizinhos do Brasil, pedaços das Guianas, Venezuela,
Colômbia, Equador, Peru e Bolívia, que são países com floresta amazônica ou que possui bacias hidrográficas
amazônicas. A região Norte do Brasil é uma macrorregião brasileira
 Não é o conceito de Amazônia Legal, pois neste é considerado todo o Mato Grosso

A Proposta de Milton Santos

 Coloca Tocantins no CO, mais vínculo com Brasília e Goiás

O Quadro Natural – em grande parte é o bioma Amazônia

 Clima equatorial – determina o surgimento de uma floresta densa, de folhas grandes


 Floresta ombrófila latifoliada (Hileia Amazônica)
 Bacias amazônica e Tocantins-Araguaia
 Depressões, planaltos e planícies (planícies estão nas beiras dos rios; há áreas altas – Monte Roraima tem
3000 metros de altitude; possui também terras baixas)
 Solos com grande quantidade de material orgânico na superfície
Precipitação Anual

 Quanto mais para o oeste, mais perto da área de origem da Mec, por isso ser uma região mais úmida

 Ver vídeo no Youtube sobre rios voadores na Amazônia do Antônio Nobre; Amazônia contribui para o regime
de chuvas em outras regiões do país

Vegetação Atual
 Amazônia não é homogênea, o solo determina variações na vegetação

Relevo

Cronologia Amazônica (para escrever da Amazônia é importante citar a Bertha Becker na discursiva)

1. Formação Territorial -de 1616 a 1930


 Pouca gente, beira dos rios, vivendo do extrativismo vegetal

2. Planejamento Regional-1930 a 1985

 Início do Planejamento: 1930 a 1966


 Auge da produção do Espaço Amazônico pelo Estado: 1966 a 1985
o marco é a criação da SUDAM – 1966
o governo militar sobrepôs o padrão estrada, terra firma, solo sobre o antigo padrão rio, várzea,
floresta que vigorou desde a fundação até início do século XX
 antes eram pessoas que viviam da floresta, o governo constróis estradas e novos
personagens chegam, são pessoas que não necessariamente vão viver da floresta, pelo
contrário, passa a ser vista como obstáculo, porque quer plantar criar gado, acessar outras
terras e o subsolo
 leva a desmatamento e em termos sociopolíticos choques entre antigos personagens
(seringueiros, índios) e os novos personagens (madeireiro, pecuarista) levados pelo governo
 governo precisava integrar a região ao país para não sofrer o risco de perdê-la
 Estado foi ator do processo, não era um juiz confiável. Locais o viam com desconfiança e os
que foram o fizeram por incentivo do próprio governo
 Modelo de fronteira de recursos e agrícola
 Ver vídeo BR163 insustentável

3-Transição do modelo –1985 a ….

 Fronteira socioambiental: 1985 a 1996


 Incógnita do heartland : 1996 a …

 Em vermelho é a área que está desmatada. A proposta da Bertha Becker era usar a área para produção
intensiva da pecuária e não para reflorestamento
 Ideia era produzir para conservar e não abrir novas frentes de desmatamento
 A proposta de Amazônia Sustentável desenvolvida pela Bertha considera produção intensiva na área em
vermelho, conservação absoluta da área preservada que envolve o Amazonas. A grande incógnita hoje e
região de conflito está no Pará, onde há disputa por recursos em regiões de reservas indígenas
 Relação entre rodovias e desmatamento
 O desmatamento segue as rodovias

Desmatamento da Amazônia ao longo do tempo

 INPE monitora desde 1988; não é fácil combater. Houve pico no governo FHC e também no Lula
 Para conter, FHC aumentou a reserva legal para 80%, sem indenização
 Lula criou o PPCDAM – Programa de Prevenção e Combate do desmatamento na Amazônia
 Chegou no mínimo no governo Dilma
 A diferença de Bolsonaro para FHC e Lula é que estes agiram quando houve pico de desmatamento

 Em verde é a floresta mantida, laranja são terras públicas; desmatada está em vermelho (terras de grades e
pequenos proprietários)
 O país monitora o desmatamento há trinta anos, há legislação avançada, então pé um erro afirmar que o
país não combate o desmatamento. Criou áreas de proteção (metade não pode ser ocupada – APA ou
Reserva indígena; a outra metade é de reserva legal de 80%). A questão é fazer valer o que está na lei

PPG7: duas décadas de apoio à proteção das florestas brasileiras

Um dos maiores programas ambientais implementados no Brasil, desde o início da década de 90, o Programa Piloto
para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7) foi encerrado na semana passada com avaliação positiva de
seus resultados.(…)

Na solenidade de encerramento, no dia 24 de setembro, a secretária IzabellaTeixeira fez a entrega de comendas aos
representantes dos países doadores num gesto de reconhecimento do governo brasileiro às contribuições da
comunidade internacional para a proteção das florestas.
http://www.sipam.gov.br/content/view/2222/18/30-09-2009

O que é o ARPA ?

O ARPA (Programa Áreas Protegidas da Amazônia) é um programa do Governo Federal, coordenado peloMinistério
do Meio Ambiente(MMA), gerenciado financeiramente pelo FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) e
financiado com recursos do Global Environment Facility (GEF) –por meio do Banco Mundial -, do governo da
Alemanha-por meio do Banco de Desenvolvimento da Alemanha(KfW) –da Rede WWF –por meio do WWF-Brasil e
do Fundo Amazônia, por meio do BNDES.

Foi lançado no ano de 2002 para durar 13 anos e ser executado em três fases independentes e contínuas. É tido com
um dos maiores programas de conservação de florestas tropicais desenvolvidos no mundo e o maior ligado à
temática das unidades de conservação no Brasil.

O Programa foi criado com o objetivo de expandir e fortalecer o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC) na Amazônia, proteger 60 milhões de hectares, assegurar recursos financeiros para a gestão destas áreas a
curto / longo prazo e promover o desenvolvimento sustentável naquela região.

http://programaarpa.gov.br/uncategorized/oquee/

ARPA em números

95 UCs recebem apoio atualmente do Arpa (52 milhões ha). Além dessas, há ainda o apoio a 20 UC sem fase de
criação (quase 7 milhões ha).

Na 1ª fase do ARPA o investimento total foi de U$ 125,6 milhões. Para a 2ª fase, estima-se uma demanda de
investimento de U$ 121 milhões.

O Programa apoiou, durante a primeira fase (2002-2009), a criação de 46 Unidades de Conservação (UCs) o que
totalizou uma área de 24 milhões de hectares (ha).

http://programaarpa.gov.br/categoria-home/fatos-sobre-o-arpa/

Estação Ecológica x Parque Nacional x Reserva e Desenvolvimento Sustentável


 Parque nacional pode visitar, mas não pode fazer uso

PPCDAM

O Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) -lançado em 2004
como resposta governamental às crescentes taxas de desmatamento na Amazônia -tem como objetivo promover a
redução das taxas de desmatamento por meio de um conjunto de ações integradas de ordenamento territorial e
fundiário, monitoramento e controle ambiental, fomento a atividades produtivas sustentáveis, envolvendo parcerias
entre órgãos federais, governos estaduais, prefeituras, entidades da sociedade civil e o setor privado.

O PPCDAM envolveu, inicialmente, iniciativas de 13 Ministérios, sob a coordenação da Casa Civil da Presidência da
República, organizadas em três principais estratégias de implementação, envolvendo:

 Ordenamento fundiário e territorial;


 Monitoramento e controle ambiental; e
 Fomento a atividades produtivas sustentáveis.

http://www.fundoamazonia.gov.br/FundoAmazonia/fam/site_pt/Esquerdo/fundo_amazonia1.html

FUNDO AMAZÔNIA

O Fundo Amazônia tem por finalidade captar doações para investimentos não-reembolsáveis em ações de
prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável das
florestas no Bioma Amazônia, nos termos do Decreto no 6.527, de 1º de agosto de 2008.

O Fundo Amazônia apoia projetos nas seguintes áreas:

 Gestão de florestas públicas e áreas protegidas;


 Controle, monitoramento e fiscalização ambiental;
 Manejo florestal sustentável;
 Atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta;
 Zoneamento ecológico e econômico, ordenamento territorial e regularização fundiária;
 Conservação e uso sustentável da biodiversidade; e
 Recuperação de áreas desmatadas.

Além da redução das emissões de gases de efeito estufa, as áreas temáticas propostas para apoio pelo Fundo
Amazônia podem ser coordenadas de forma a contribuir para a obtenção de resultados significativos na
implementação de seus objetivos de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da
conservação e do uso sustentável das florestas no bioma Amazônia.

http://www.fundoamazonia.gov.br/FundoAmazonia/fam/site_pt/Esquerdo/Fundo/

Plano Amazônia Sustentável (Bertha Becker como referência)

O Plano Amazônia Sustentável (PAS)propõe um conjunto de diretrizes para orientar o desenvolvimento sustentável
da Amazônia com valorização da diversidade sociocultural e ecológica e redução das desigualdades regionais.
Lançado em maio de 2008, pelo presidente Lula, o plano foi elaborado sob a coordenação da Casa Civil da
Presidência da República e dos ministérios do Meio Ambiente e da Integração Nacional. Sua elaboração envolveu a
participação dos governos dos nove estados da região amazônica e expressivos segmentos da sociedade civil por
meio das consultas públicas que mobilizaram seis mil pessoas na região.

Dentre as políticas e ações em andamento na região sob orientação das diretrizes estratégicas do PAS, destacam-se:

 Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável para a Área de Influência da BR 163;


 Operações de combate aos desmatamentos ilegais e à grilagem de terras públicas na Amazônia,
implementadas no âmbito do Plano de Prevenção e Controle ao Desmatamento da Amazônia Legal
(PPCDAM);
 Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável para o Arquipélago do Marajó (PA);
 Criação do mosaico de unidades de conservação no entorno da BR-163 e Terra do Meio.

http://www.mma.gov.br/florestas

 Arco do povoamento adensado – promover produção intensiva para impedir novos desmatamentos
 Amazônia Ocidental – não construir estradas, não desmatar, não fazer hidrelétrica. Está bem preservada
 Amazônia Central – é a mais complexa, há coexistência de projetos de desenvolvimento econômico, como
Belo Monte e asfaltamento da BR 163 (concluído no governo Bolsonaro), são projetos que potencializam
impacto ambiental. Ao mesmo tempo o governo cria reservas indígenas e ambientais na região. A
coexistência de dois projetos: um de fronteira de recurso e outro de fronteira socioambiental.
 As fronteiras são pouco ocupadas e bastante conservadas
Câmara aprova MP que reduz área de floresta nacional no Pará

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou hoje (16) a Medida Provisória (MP) 756 que altera os limites da
Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no município de Novo Progresso, no Pará, desmembrando parte de sua área
para a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jamanxim. Apesar de também ser uma unidade de
conservação, a APA tem critérios de uso mais flexíveis.

Os deputados aprovaram um texto substitutivo do deputado José Priante (PMDB-PA) que diminuiu a área de
proteção da Flona, dos atuais 1,3 milhão de hectares para 561 mil hectares, menos da metade de sua área original.
Ambientalistas e deputados da oposição dizem que a medida vai ajudar no desmatamento da região. O projeto
agora segue para votação no Senado.

Entre as principais diferenças de uma Flona para uma APA, a floresta nacional permite apenas a presença de
populações tradicionais, sendo que as áreas particulares incluídas no seu limite devem ser desapropriadas. A APA
admite maior grau de ocupação humana e a existência de área privada, nos termos da Lei 9.985.(...)

“O texto representa também um retrocesso nos esforços do governo brasileiro para cumprir com os compromissos
que assumiu sob o Acordo de Paris para combater o aquecimento global, por meio de metas de redução de emissões
nas quais o combate ao desmatamento e a valorização da floresta em pé têm importância central”, diz a nota.

Segundo o M.M.A , a Flona do Jamanxim localiza-se “em área que concentra as maiores taxas de desmatamento
ilegal em unidades de conservação federais (68,48% de todo o desmatamento ilegal nas unidades de conservação
federais na Amazônia)”, representando 37,7% da taxa total de desmatamento.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2017-05/camara-aprova-mp-que-reduz-area-de-floresta-nacional-
no-para
 Unidades de conservação

 A ideia era criar unidades de conservação no entorno da BR163 para evitar o desmatamento

 Rodovia depois de asfaltada elevou o desmatamento (espinha de peixe)


 Existe um projeto de asfaltamento da BR 319, que abriria uma ligação por terra entre Manaus e Porto Velho.
Se asfaltar haverá pressão para o desmatamento

Rede Urbana do Brasil

 Amazônia tem 20 milhões de habitantes; há duas metrópoles: Belém e Manaus (7ª cidade mais populosa);
tem capitais regionais como Porto Velho e Rio Branco. Cuiabá faz parte da Amazônia Legal
 Bertha Becker usava a expressão floresta urbana
Aula 10 – Regionalização Brasileira (Nordeste e Centro-Sul)
Repensando a Regionalização Brasileira a partir da teoria do Meio Técnico Científico Informacional-
https://www.revistas.ufg.br/espaco/article/download/17952/12885

(TPS 2008) Acerca da estrutura agrária e de questões ambientais atuais no nordeste brasileiro, julgue (C ou E) os
itens que se seguem.

1. Na região Nordeste, apesar da semiaridez predominante, é possível encontrar ilhas de umidade, nas quais se
registra desenvolvimento agrícola intenso.

Certo; semiárido é predominante, ilhas de umidade são os brejos, Cariri, Rio São Francisco; região úmida favorece a
atividade agrícola

2. Verifica-se que, nos últimos anos, houve aumento de área irrigada no Vale do São Francisco, o que está associado
ao destaque dado à produção de frutas in natura para exportação.

Certo; 30% das frutas produzidas no sertão nordestino são destinadas para a exportação

3. A escassez de chuvas durante as secas no nordeste brasileiro reduz a produção agrícola e causa desemprego
generalizado no campo. Esse condicionamento dos problemas sociais por questões ambientais é característico das
regiões áridas e semiáridas de todo o mundo

Errado; Califórnia tem dificuldades hídricas nem por isso há retirantes da seca

4. O agreste nordestino, região de transição entre a zona da mata e o sertão, é a parte mais povoada do interior do
nordeste brasileiro, registrando-se variações populacionais nos períodos mais secos.

Certo; agreste é historicamente ocupado por pequenas propriedades. A Zona da Mata por grandes propriedades
(cana, fumo); sertão latifúndio da pecuária coexistindo com o minifúndio agrícola de subsistência;

Brasil possui 5 milhões de propriedades rurais, das quais 4 milhões são pequenas propriedades. Dessas, 2 milhões
estão no Nordeste e 700 mil no Sul. Por isso que o PRONAF tem tanta importância para os Nordestes

 Domínio espacial do semiárido(sertão), porém há também a Zona da Mata, que é a região litorânea; o
Agreste é a fase de transição (entre zona da Mata e Sertão) e por fim, há o meio-norte, que é outra faixa de
transição (Maranhão – mais parecido com o clima equatorial, tem rios caudalosas); recentemente, o
crescimento do MATOPIBA torna o Nordeste com cinco regiões distintas (é região de Cerrado, embora se
misture com Caatinga)
 Petrolina e Juazeiro chove pouco, mas é uma área irrigada. Cariri (Ceará) é naturalmente úmida
 A nascente do São Francisco está na divisa de MG e SP, região úmida, e por isso ele é perene, embora
atravesse uma região muito seca
 Ideia de transposição das águas do Rio São Francisco está em bombear a água para as áreas mais altas como
a chapada do Araribe e criar canais de irrigação para as áreas mais baixas

 Excluindo saneamento básico (Norte), o Nordeste possui os piores indicadores sociais do país
Vulnerabilidade social cai, mas ainda é alta no Norte e no Nordeste, diz Ipea

O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) no Brasil caiu 27% entre 2000 e 2010, segundo estudo divulgado nesta terça-
feira (1º) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O indicador que mede a exclusão social da população
passou de 0,446 para 0,326 em uma década. Com o resultado, o Brasil passa da faixa de alta vulnerabilidade social
para a faixa média do índice.

O estudo reúne 16 parâmetros de infraestrutura urbana, saúde, educação, renda e trabalho. Quanto maior o índice,
piores são as condições de vida da população. O levantamento atualiza o índice dos 5.565 municípios brasileiros,
segundo avaliação feita em 2010.(...)

Ao analisar os dados, o instituto reconhece a permanência de "um quadro de disparidades regionais", com a
concentração das populações "mais vulneráveis" no Norte e no Nordeste. O problema se agrava em estados como
Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Pernambuco, Rondônia e em parte da Bahia.(...)

http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/09/vulnerabilidade-social-cai-mas-ainda-e-alta-no-norte-e-no-
nordeste-diz-ipea.html

 Pontos em azul são mais desenvolvidos


 Ao dar um zoom, há desigualdades

Distribuição da população
 Zona da Mata concentra a maior parte da população, mas há muita gente no Agreste; Sertão possui ilhas de
ocupação, mas não é um vazio demográfico. MATOPIBA tende a mexer no PIB dos municípios e menos na
concentração populacional. Teresina é a única capital do interior.

 Maiores populações estão na Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão


Sub-regiões nordestinas

 Um quinto é o MATOPIBA (região de avanço da moderna agricultura – potencial de conflito pelo uso da terra
e água com as populações que estavam antes). Foi definido oficialmente pela Embrapa em 2015, inclusive
com os municípios que fazem parte. É lei.

Regiões geoeconômicas
 São Francisco, por sua perenidade, favorece uma umidade que diferencia a região

 Para o IBGE, a macrorregião Nordeste segue a divisão política-administrativa, não tem flexibilidade como o
modelo acima, que leva em consideração questão físicas em comum

Centro-Oeste Parte Meridional


 O processo de mudança foi muito acelerado no MT com o avanço da pecuária e da moderna agricultura
 O CO tem indicadores sociais semelhantes aos do Sul e Sudeste e possui 10% do PIB nacional
 Ainda consta na CF/88 como região prioritária para desenvolvimento, assim como o Norte e o Nordeste, mas
tecnicamente não precisa

 Esboço de uma megalópole – são 200 km apenas

Às margens da rodovia BR-060, o crescimento econômico é chinês

O trecho da BR-060 entre Brasília e Goiânia é o espelho do desenvolvimento de uma região que cresce a taxas
chinesas, avança pelo Planalto Central e se consolida como o maior mercado do país fora do eixo Rio-São Paulo. As
riquezas produzidas no caminho que divide dois centros consumidores em franca expansão já respondem por um
Produto Interno Bruto (PIB) estimado em R$ 230 bilhões, em valores atualizados. É como se cada quilômetro da
rodovia movimentasse mais de R$ 1 bilhão. O montante representa em torno de 6% do PIB do Brasil e quase 70% do
PIB da região Centro-Oeste.

Cerca de 9 milhões de pessoas vivem hoje ao longo dos 209km do eixo Brasília-Anápolis-Goiânia. A soma supera o
número de habitantes das regiões metropolitanas de Porto Alegre e Recife e faz do corredor a terceira maior
aglomeração do Brasil. Segundo projeções demográficas, a população deve mais que dobrar em 20 anos e alcançar,
em 2030, o total de 20 milhões de pessoas. Especialistas preveem que a malha urbana entre as capitais federal e de
Goiás se entrelace em uma velocidade assustadora nos próximos anos.(...)

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/09/18/interna_cidadesdf,270315/as-margens-da-
rodovia-br-060-o-crescimento-economico-e-chines.shtml
Distribuição do PIB por estado

 Reportagem do Jornal Nexo, vale dar uma olhada


 3% dos habitantes de Altamira no Pará nasceram no Paraná
 Há Ji-Paraná em Rondônia
Região Sul

 São três regiões: Pampa (topografia plana e ocupação antiga com base em latifúndio); Serrana (imigrantes
não ibéricos) e Norte do Paraná (transbordamento de São Paulo)
 Região com indicadores sociais mais elevados
 Densidade do Pampa é menor e é uma região mais pobre; ocupada por latifúndio. Geralmente, ocupações
assim são menos ricas que as ocupadas por pequenas propriedades, que foi o que predominou na serra
 Interior tem cidades médias importantes, característica do modelo de ocupação baseado em pequena
propriedade
 A indústria no Sul tem relação com o modelo de ocupação, é mais espalhada e é mais diferente do Sudeste.
Acompanha o acesso à matéria-prima: milho, trigo, carvão, vinho, calçados. O modelo de ocupação
influenciou
 O Sul é mais desconcentrado e existe uma “rivalidade” entre as cidades; o Rio tem o interior menos
dinâmico
Região Sudeste

 Maior PIB do país


 Três cidades globais: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte
 Norte de Minas é menos desenvolvida, assim como o Noroeste do Rio de Janeiro, Pontal do Paranapanema e
Vale do Ribeira. São áreas com elevada participação de Bolsa Família
 O casamento de SP com o PR se deu pelo Oeste Paulista, foi por onde o dinheiro circulou e a área ficou mais
desenvolvida. O Vale do Ribeira ficou como acesso entre SP e Curitiba, mas não se desenvolveu

Vale do Ribeira

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