Você está na página 1de 58

Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 1

Universidade de São Paulo


Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Casa do Produtor Rural

Cultivo de
Mini Melancia
em Casa de Vegetação

Rafael Campagnol
Rodrigo Pereira Diniz Junqueira
Simone da Costa Mello
2 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Casa do Produtor Rural – CPRural


Av. Pádua Dias, 11 • Cx. Postal 9 • Bairro Agronomia • Piracicaba, SP
CEP 13418-900 • Fone: (19) 3429-4178/ 3429-4200 • cprural@usp.br

Comissão de Cultura e Extensão Universitária


Prof. Dr. Rubens Angulo Filho Presidente
Prof. Dr. Luiz Gustavo Nussio Vice-Presidente

Serviço de Cultura e Extensão Universitária


Maria de Fátima Durrer Chefe Administrativo

Coordenação Editorial Fabiana Marchi de Abreu


Marcela Matavelli
Foto Capa Fabiana Marchi de Abreu
Capa Marcela Matavelli
Editoração Eletrônica Ana Leticia Moreira
Impressão Gráfica e Editora Riopedrense
Tiragem 3.000 exemplares - 1ª Impressão (2012)

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:


Casa do Produtor Rural
Av. Pádua Dias, 11 • Cx. Postal 9 • Bairro Agronomia • Piracicaba, SP
CEP 13418-900 • Fone: (19) 3429-4178/ 3429-4200 • cprural@usp.br

Distribuição Gratuita • Proibida a Comercialização

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação


DIVISÃO DE BIBLIOTECA – ESALQ/USP

Campagnol, Rafael
Cultivo de mini melancia em casa de vegetação / Rafael Campagnol, Rodrigo
Pereira Diniz Junqueira e Simone da Costa Mello. - - Piracicaba : USP/ESALQ/Casa
do Produtor Rural, 2012.
56 p. : il.

Bibliografia.
ISBN: 978-85-86481-22-2

1. Melancia 2. Produção vegetal I. Junqueira, R. P. D. II. Mello, S. da C. III. Título


CDD 635.615
M527c
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 3
Rafael Campagnol 1
Rodrigo Pereira Diniz Junqueira 2
Simone da Costa Mello 3

1
Aluno de Doutorado - Departamento de Produção Vegetal – ESALQ/USP
2
Aluno de Graduação em Engenharia Agronômica – ESALQ/USP
3
Professora Doutora – Departamento de Produção Vegetal – ESALQ/USP

Cultivo de
Mini Melancia
em Casa de Vegetação

Piracicaba
2012
4 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Agradecimentos

Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária


Programa Aprender com Cultura e Extensão
Departamento de Produção Vegetal
Prof. Dr. Keigo Minami
Aparecido Donizete Serrano
Ricardo Toshiharu Matsuzaki
Horst Bremer Neto
José Benedito Casarolo
Mário Natal Tadao Neposiano
GEPOL – Grupo de Estudos e Práticas em Olericultura
GEA – Grupo de Experimentação Agrícola

Casa Rosário
Ecovaso Ind. e Com. de Art. Plásticos Ltda.
Gerdau S.A.
Hidro Forte Irrigação
IBS Mudas
Comércio de Madeiras Nalessio Ltda.
Takii do Brasil Ltda.
Vida Verde Ind. e Com. Insumos Orgânicos Ltda.
Yara Brasil Fertilizantes

Apoio

Fundo de Fomento às Iniciativas de Cultura e


Extensão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária

Comissão de Cultura e Extensão Universitária - CCEx


Serviço de Cultura e Extensão Universitária - SVCEx
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 5

Índice
Introdução 07
Aspectos básicos da biologia das plantas 09
Utilização e composição 11
Condições climáticas 13
Cultivares de mini melancia 15
Cultivo em casa de vegetação 16
• Modelos de casa de vegetação 16
• Instalação 18

Sistemas de cultivo 19
• Cultivo em solo 19
• Cultivo em substrato 20
• Estruturas para condução e distribuição
das plantas 21

Produção de mudas 23
Distribuição das plantas na área 25
Transplante das mudas 26
Sistemas de condução das plantas 27
6 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

• Sistema 1
Plantas conduzidas com uma haste e um
fruto conduzido na haste principal 27
• Sistema 2
Plantas conduzidas com uma haste e um
fruto conduzido na haste secundária 28
• Sistema 3
Plantas conduzidas com duas hastes e um
fruto conduzido na haste principal 28

Polinização 30
Poda e desbrota de ramos e frutos 32
Ensacamento dos frutos 35
Controle de plantas daninhas 37
Manejo de irrigação 38
Nutrição das plantas 41
Colheita, classificação e comercialização 45
Pós-colheita 47
Manejo de pragas e doenças 48
• Manejo integrado de pragas e doenças 51

Bibliografia consultada 54
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 7

Introdução
A melancia (Citrullus lanatus) é origi- China, responsável por 65% da produ-
nária das regiões secas e quentes da ção mundial, seguido da Turquia, Irã,
África, onde foi domesticada há mais Brasil e Estados Unidos.
de 5000 anos. No século X, a cultu- O Brasil produziu, em 2010, 2,05
ra foi introduzida na China, no sécu- milhões de toneladas de melancia em
lo XIII, já era cultivada em diversas re- uma área de 96,5 mil hectares, com
giões da Europa e no século XVI, le- valor da produção atingindo 823,7
vada à América pelos espanhóis. Sua milhões de reais. A produtividade
introdução no Brasil, provavelmente, média brasileira é de 21,6 toneladas
ocorreu com a chegada dos escravos por hectare, 24,7% abaixo da média
africanos. mundial, que é de 28,7 t.ha-1. As re-
Os frutos são normalmente consu- giões nordeste, sul e centro-oeste do
midos crus e por apresentarem gran- país são as maiores produtoras de
de quantidade de água na sua consti- melancia, com destaque para os es-
tuição são muito utilizados em regiões tados do Rio Grande do Sul, Bahia e
quentes. Suas sementes também po- Goiás, responsáveis por, respectiva-
dem ser consumidas na forma de fa- mente, 16,88; 16,48 e 13,08% do total
rinha, como na Índia, ou assadas, produzido em 2010.
como no Oriente Médio. O estado de São Paulo foi respon-
Dentre as Cucurbitáceas, a melan- sável por 9,35% da quantidade total
cia é a espécie com maior expressão de frutos produzidos em 2010 no Bra-
mundial. Em 2009, foram produzidos sil, 191,9 mil toneladas. Nessa região,
no mundo 98,1 milhões de toneladas destacam-se os municípios de Presi-
de frutos em uma área de 3,4 milhões dente Prudente, Marília e Bauru.
de hectares. O maior produtor foi a Tradicionalmente a melancia é culti-
8 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

vada em campo, conduzida no siste- e que oferecem um bom retorno finan-


ma rasteiro, com produção principal- ceiro ao produtor. A produção desse
mente de frutos grandes, com peso segmento é feita em campo, mas tam-
variando de 6 a 25 kg. Entretanto, com bém em ambiente protegido, cujo sis-
as mudanças na sociedade, como fa- tema de cultivo consiste na condução
mílias cada vez menores, o consumo das plantas na vertical.
de melancias pequenas, entre 1 e 3 Dessa forma, o objetivo dessa car-
kg, denominadas mini melancias, vem tilha é fornecer informações sobre o
crescendo. Alguns cultivares diferen- cultivo de mini melancia em casa de
ciados pelo seu tamanho, coloração e vegetação, visando mais uma alterna-
ausência de sementes, buscam aten- tiva de exploração comercial para o
der mercados exigentes em qualidade produtor.
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 9

Aspectos básicos da biologia


das plantas
A melancieira pertence à família das pode ser menor. Essa característica é
cucurbitáceas, que também engloba influenciada pelas condições ambien-
plantas como o melão, pepino, abó- tais, como temperaturas superiores a
bora, chuchu e bucha, com ciclo ve- 35oC e inferiores a 15oC. As flores fe-
getativo anual. mininas são facilmente identificadas
A planta apresenta folhas com lim- pela presença de um grande ovário.
bo profundamente recortado, ramas As flores abrem-se uma ou duas ho-
que podem alcançar até 3 metros de ras após o nascer do sol e fecham-se
comprimento e gavinhas que auxiliam à tarde para não mais abrir, indepen-
na sua fixação. dente se tenha ocorrido ou não a po-
O hábito de florescimento é monói- linização. Como o pólen forma uma
co, ou seja, uma mesma planta pos- massa pegajosa, a ação do vento
sui os dois sexos, sendo que, no caso não é suficiente para desprendê-lo e
da melancia, as flores são masculi- transportá-lo para a flor feminina. En-
nas, femininas e, raramente, herma- tretanto, tanto o pólen quanto o néc-
froditas. Elas são solitárias e ocorrem tar exercem atração sobre abelhas e
nas axilas foliares dos ramos. As flores vespas, que fazem a polinização das
femininas são menos numerosas que flores. O estigma (parte da flor femi-
as masculinas e localizam-se a partir nina que recebe o pólen) é receptivo
do meio até as extremidades das ra- o dia todo, embora o movimento das
mas. Pode ocorrer até sete flores mas- abelhas seja maior pela manhã. São
culinas para uma feminina, sendo que necessários pelo menos 1000 grãos
em alguns híbridos essa proporção de pólen depositados sobre o estig-
10 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

ma para que se desenvolva um fruto Os frutos da melancia, conforme o


perfeito. A polinização deficiente gera cultivar ou híbrido utilizado, podem al-
frutos defeituosos e não comerciais. cançar até 25 kg, ter formato oval, es-
O sistema radicular da planta de férico ou cilíndrico, apresentar casca
melancia é extenso, com maior de- lisa ou rajada em diferentes tons de
senvolvimento no sentido horizontal, verde, polpa de vários tons de verme-
concentrando a maior parte das raízes lho ou amarela e conter sementes ou
nos primeiros 30 centímetros do solo. não.
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 11


Utilização e composição
A melancia desempenha importante to os demais elementos como sódio,
papel na alimentação humana, espe- manganês, zinco, cobre e ferro estão
cialmente nas regiões tropicais, onde presentes em menores quantidades.
o consumo é elevado. Seu fruto é con- Possui também licopeno, um carote-
sumido quase que exclusivamente in noide com elevada atividade antioxi-
natura. Porém, também pode ser usa- dante, que atua na prevenção de do-
do na confecção de sucos, geleias, enças cardíacas e de certos tipos de
doces, molhos e em saladas. Suas cânceres.
sementes, ricas em gordura, proteína, Por ser muito hidratante (90% de
tiamina, niacina, cálcio, fósforo, ferro e seu volume é água) e diurética, auxi-
magnésio, também podem ser consu- lia no tratamento de doenças que se
midas como ocorre na China, na Índia beneficiam do aumento do fluxo de
e em outros países. urina (infecções urinárias, gota e
O fruto é fonte de provitaminas A, vi- hipertensão arterial), elimina resí-
tamina C e vitaminas do complexo B. duos do aparelho digestivo e funciona
Nas melancias de polpa vermelha, os como laxante. É também recomenda-
teores de potássio, magnésio, fósfo- da em dietas, pois possui baixo valor
ro e cálcio são significativos, enquan- calórico.
12 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Tabela
Tabela 1.1.Composição
Composiçãomédia
médiadada
melancia. Valores
melancia. expressos
Valores por 100
expressos por g100
de gparte
de
comestível.
parte comestível.
Macro-constituintes Teor Vitaminas Teor Minerais Teor
Água (%) 91 Vitamina A (UI) 569 Potássio (mg) 112
Energia (kcal) 30 Vitamina B1(mg) 0,033 Cálcio (mg) 7
Proteína (%) 0,6 Vitamina B2 (mg) 0,021 Fósforo (mg) 11
Gordura (%) 0,15 Vitamina B3 (mg) 0,178 Magnésio (mg) 10
Carboidratos (%) 7,6 Vitamina B6 (mg) 0,045 Sódio (mg) 1
Fibras (%) 0,4 Vitamina C (mg) 8,1 Ferro (mg) 0,24
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).

Tabela 2. Temperaturas fundamentais (cardinais) para a cultura da melancia.


Parâmetro Temperatura (ºC)
Germinação
Mínima 13 a 15
Ótima 23 a 28
Máxima 45
Vegetação
Mínima 11 a 13
Ótima 21 a 30
Máxima 45
Floração (ótima) 18 a 20
Vingamento dos frutos (ótima) 25 a 35
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).

Tabela 3. Tolerância da melancia à salinidade e à acidez do solo.


Característica Nível
Tolerância à salinidade Moderada
-1
Máxima salinidade do solo sem quebra de produção (nível crítico) 2,5 dS.m
Decréscimo na produtividade por cada dS/m acima do nível crítico 13%
Intervalo ótimo de pH 6,0 a 7,0
Tolerância à acidez Elevada
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 13

Condições climáticas
Típica de regiões tropicais, a melan- depende do comprimento do dia,
cia é uma espécie pouco tolerante ao mas o surgimento de flores femininas
frio e que não suporta granizos e ge- é mais favorecido por dias curtos do
adas durante algumas das fases de que por dias longos.
seu ciclo. A temperatura é o principal A umidade relativa do ar elevada
fator que interfere no desenvolvimen- afeta negativamente a qualidade dos
to vegetativo da planta e influencia frutos, sendo que as melancias produ-
processos como a germinação das zidas em regiões mais secas têm me-
sementes, o florescimento e o sabor lhor sabor e estão menos sujeitas a
dos frutos. As condições ótimas para incidência de doenças fúngicas. Sob
o crescimento vegetativo e desenvol- clima frio e úmido o sabor torna-se
vimento dos frutos são temperatura incipiente, em virtude da redução no
média noturna de 15 a 20oC e tem- teor de açúcares. A umidade relativa
peratura média diurna de 25 a 30oC. do ar ótima para a cultura, de forma
Temperaturas acima de 35oC prejudi- geral, é de 60 a 80%. Essa faixa de va-
cam a floração e aumentam a propor- lor é fator determinante durante a flo-
ção de flores masculinas (Tabela 2). ração, pois, associada à temperaturas
A melancia também é muito exigen- mais amenas, favorece uma melhor
te em intensidade luminosa, espe- fertilização das flores e o surgimento
cialmente para a fixação dos frutos. de flores femininas.
Seu desenvolvimento vegetativo não
Gordura (%) 0,15 Vitamina B3 (mg) 0,178 Magnésio (mg) 10
Carboidratos (%) 7,6 Vitamina B6 (mg) 0,045 Sódio (mg) 1

14 Fibras (%) 0,4 Vitamina C (mg)


Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).
8,1 Ferro (mg) 0,24

Tabela
Tabela 2.
2.Temperaturas
Temperaturasfundamentais
fundamentais(cardinais) para
(cardinais) a cultura
para dada
a cultura melancia.
melancia.
Parâmetro Temperatura (ºC)
Germinação
Mínima 13 a 15
Ótima 23 a 28
Máxima 45
Vegetação
Mínima 11 a 13
Ótima 21 a 30
Máxima 45
Floração (ótima) 18 a 20
Vingamento dos frutos (ótima) 25 a 35
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).

Tabela 3. Tolerância da melancia à salinidade e à acidez do solo.


Característica Nível
Tolerância à salinidade Moderada
-1
Máxima salinidade do solo sem quebra de produção (nível crítico) 2,5 dS.m
Decréscimo na produtividade por cada dS/m acima do nível crítico 13%
Intervalo ótimo de pH 6,0 a 7,0
Tolerância à acidez Elevada
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 15

Cultivares de mini melancia


As mini melancias apresentam fru- possibilita produtividades superiores
tos com peso que varia de 1 a 3 kg a 80 t.ha-1, com peso médio de frutos
e que se adequa à tendência de re- de, aproximadamente, 2 kg.
dução do tamanho da família brasilei- Dentre as mini melancias disponí-
ra. Um fruto é adequado, em média, veis no mercado, o produtor tem a
para 2 a 4 pessoas, sendo facilmente sua disposição vários híbridos, que
armazenado na geladeira, ao contrá- diferem quanto ao formato do fruto,
rio dos grandes frutos das melancias à coloração da casca e da polpa, es-
tradicionais. pessura da casca, tolerância a doen-
Em ambiente protegido (casa de ve- ças, entre outros fatores.
getação), os frutos apresentam maior A escolha do material para o plantio
precocidade e, por serem conduzi- deve ser feita considerando o tipo de
das na vertical, permitem maior aden- fruto preferido pelo mercado, sua re-
samento das plantas, podendo-se sistência ao transporte e sua adapta-
atingir até 4 plantas.m-2. Alguns estu- ção às condições climáticas da região
dos mostram que a utilização de alta e ao sistema de cultivo das plantas,
densidade de plantas no cultivo de além de tolerância/resistência a doen-
mini melancia em ambiente protegido ças e distúrbios fisiológicos.
16 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Cultivo em casa de vegetação


O cultivo de melancia pode ser reali- • Maior controle e proteção dos fato-
zado em praticamente todos os locais res adversos do clima;
e épocas do ano, desde que as condi- • Maior produtividade;
ções ambientais não sejam limitantes. • Maior qualidade dos produtos;
No cultivo tradicional em campo, nem • Menor incidência de doenças, prin-
todos os locais e nem todas as épo- cipalmente as fúngicas;
cas do ano são recomendadas para o • Redução da quantidade de fertili-
plantio de melancia. Locais sujeitos a zantes;
alagamento e épocas onde a tempe- • Maior eficiência da aplicação de
ratura frequentemente atinge valores pesticidas;
inferiores a 15oC, por exemplo, devem • Redução do ciclo da planta (preco-
ser evitados. cidade das colheitas);
No cultivo em casa de vegetação, • Geração de empregos permanen-
entretanto, a melancia pode ser culti- tes.
vada o ano todo, dependendo da re-
gião. Modelos de Casa de Vegetação
No Brasil, o termo mais usado para Não há um modelo de casa de ve-
casa de vegetação, apesar de incor- getação ideal. Existe aquele que é
reto, é “estufa”. Outro termo bastante mais adequado às condições econô-
utilizado é ambiente protegido, apesar micas, climáticas e técnicas do pro-
de este ser mais amplo, englobando dutor. As diferenças entre os modelos
os telados, túneis altos dentre outros. estão diretamente relacionadas com o
As principais vantagens do cultivo de tipo de teto que a casa de vegetação
plantas em casa de vegetação ou “es- apresenta. Os mais comuns são: teto
tufas” são: plano, capela, em arco e túnel alto.
mais adequado às condições econômicas, climáticas e técnicas do produtor.
As diferenças entre os modelos estão diretamente relacionadas com o tipo de
teto que a casa de vegetação apresenta. Os mais Cultivo de Mini Melancia
comuns em Casa
são: de Vegetação
teto plano, 17
capela, em arco e túnel alto.
O modelo com com
O modelo teto teto
em em
arcoarco
é oé o mais
mais utilizado
módulos,no o que leva dominando
Brasil, a uma maioro
mercado das estruturas
mais utilizado no Brasil,pré-fabricadas.
dominando Pode ser agrupado
economia de materiais em dois
e do ou mais
aproveita-
módulos, o que leva a uma maior
o mercado das estruturas pré-fabrica-economia de materiais e do
mento do terreno (Figura 1). aproveitamento
do terreno
das. Pode(Figura 1).
ser agrupado em dois ou
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)

A B C
Figura 1. Casas de vegetação com diferentes dimensões e materiais utilizados no
cultivo de
Figura 1. mini melancia.
Casas Estrutura metálica
de vegetação (A); Estrutura
com diferentes composta por
dimensões madeira
e materiais
e pilares de
utilizados noconcreto
cultivo (B);
de Estrutura de madeira
mini melancia. (C).
Estrutura metálica (A); Estrutura
composta por madeira e pilares de concreto (B); Estrutura de madeira (C).
As dimensões de cada casa de ve- tura do pé-direito pode variar de 2 a
As dimensões de cada
getação variam conforme o modelo casa de vegetação
4 m, sendovariam conforme
que valores o modelo
superiores a
dadaestrutura
estruturaescolhida.
escolhida.Geralmente,
Geralmente, cada3 módulo apresenta
m são mais de 6,4 a para
recomendados 8 m de
o
largura e de 3apresenta
cada módulo a 4,5 m de de comprimento
6,4 a 8 m entre
cultivopilares, podendo
da maioria formar casas
das hortaliças. Es-
de vegetação com até 50 m de comprimento ou mais (Figura
de largura e de 3 a 4,5 m de compri- 14 truturas muito baixas promovem 2). A altura do
o
pé-direito pode variar de 2 a
mento entre pilares, podendo formar4 m, sendo que valores superiores a 3
aquecimento excessivo do ambiente, m são
mais recomendados
baixas para o cultivo da maioria das do hortaliças.
ambiente, Estruturas
enquanto muito
casas depromovem
vegetação ocom aquecimento
até 50 m de excessivo
enquanto que estruturas que
mais altas
estruturas mais altas apresentam custo mais elevado.
comprimento ou mais (Figura 2). A al- apresentam custo mais elevado.

Figura 2. Dimensões de uma casa de vegetação utilizada no cultivo de mini


melancia.

Instalação
Na escolha do local para a instalação da casa de vegetação deve-se
evitar aqueles excessivamente úmido, frio, pouco ensolarado e de baixa
ventilação. Preferencialmente devem ser construídas em terrenos planos e
orientadas no sentido da direção dos ventos predominantes, visando diminuir
o impacto destes. Sua orientação na área também deve favorecer a
18 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Instalação sionado firmemente aos arcos, evitan-


Na escolha do local para a insta- do emendas e rasgos.
lação da casa de vegetação deve-se As espécies de clima quente, como
evitar aqueles excessivamente úmi- as melancias, que têm seu cultivo res-
do, frio, pouco ensolarado e de baixa tringido por baixas temperaturas, são
ventilação. Preferencialmente devem beneficiadas quando cultivadas em
ser construídas em terrenos planos e casas de vegetação, principalmente
orientadas no sentido da direção dos na entressafra, onde adquirem maior
ventos predominantes, visando dimi- valor de mercado e rentabilidade ao
nuir o impacto destes. Sua orientação agricultor. O cultivo em casas de vege-
na área também deve favorecer a lu- tação, quando utilizado de forma cor-
minosidade interna, com ausência de reta, pode proporcionar produtividade
sombreamento, bem como a máxima duas a três vezes superiores à obtida
circulação de ar. no campo.
Os materiais utilizados na constru- O custo de produção em casa de
ção das casas de vegetação podem vegetação normalmente é mais eleva-
ser madeira, concreto e metal. Para a do quando comparado ao cultivo em
cobertura, os polietilenos com aditivos campo. Com isso, para compensar o
anti-UV, são os mais usados no Brasil. alto investimento no cultivo, deve-se
A estrutura deve ser bem aterrada, obter elevada produtividade de fru-
fixada e travada durante a construção, tos de alta qualidade. Em casa de ve-
o que reduz a probabilidade de pro- getação, para que isso seja obtido, a
blemas provocados por ventos for- condução das plantas, o manejo nutri-
tes. A cobertura deve ser feita em dias cional e o manejo fitossanitário devem
quentes e com pouco vento. O plásti- ser feitos de forma adequada e no mo-
co (agrofilme) deve ser esticado e ten- mento certo.
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 19

14

o alto investimento no cultivo, deve-se obter elevada produtividade de frutos


de alta qualidade. Em casa de vegetação, para que isso seja obtido, a
condução das plantas, o manejo nutricional e o manejo fitossanitário devem
ser feitos de forma adequada e no momento certo.

Sistemas de cultivo
Sistemas de cultivo

As As
minimini melancias
melancias podempodem
ser cul-ser cultivadas em Essa
ramos e frutos. casaprática
de vegetação
possibili-
diretamente no solo ou em recipientes,
tivadas em casa de vegetação dire- como vasos, canaletas ou sacolas
ta que o horticultor modele as plantas,
plásticas (Figura 3). Podem ainda
tamente no solo ou em recipientes, ser conduzidas de diversas maneiras,
ou seja, estabeleça uma boa relação com
realização de podas das folhas,
como vasos, canaletas ou sacolas ramos e frutos.
entre folhas e frutos, para que elas o
Essa prática possibilita que
horticultor modele as plantas, ou seja, estabeleça uma boa relação entre
plásticas (Figura 3). Podem ainda ser produzam frutos de qualidade e com
folhas e frutos, para que elas produzam frutos de qualidade e com bom
conduzidas de diversas maneiras, bom padrão comercial.
padrão comercial.
com realização de podas das folhas,
Rafael Campagnol e Graziele Ferezini (ESALQ/USP/LPV)

Rafael Campagnol e Graziele Ferezini (ESALQ/USP/LPV)

A B
Figura 3. Cultivo de mini melancia realizado no solo (A) e em substrato (B).
Figura 3. Cultivo de mini melancia realizado no solo (A) e em substrato (B).

Cultivo em solo pH entre 5,0 e 6,0. Contudo, o pH óti-


A melancia adapta-se melhor em mo do solo situa-se entre 6,0 e 7,0. Em
solos leves ou de textura média, bem solos muito ácidos e pobres em cálcio
drenados e ricos em matéria orgânica. (Ca), deve-se efetuar a calagem, pro-
É uma espécie tolerante à acidez, po- curando elevar a saturação de bases
dendo ser produzidas em solos com para 60 a 70% (Tabela 3).
parte comestível.
Macro-constituintes Teor Vitaminas Teor Minerais Teor

20 Água (%) 91 Vitamina A (UI)


Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação
Energia (kcal) 30 Vitamina B1(mg)
569 Potássio (mg)
0,033 Cálcio (mg)
112
7
Proteína (%) 0,6 Vitamina B2 (mg) 0,021 Fósforo (mg) 11
No solo, as raízes das plantas têm racterísticas.
Gordura (%) 0,15 Vitamina B3 (mg) 0,178 Magnésio (mg) 10
um maior volume
Carboidratos (%) de exploração
7,6 Vitamina B6 (mg) O 0,045
em manejoSódioinadequado
(mg) da aduba-
1
comparação
Fibras (%) ao substrato, 0,4 oVitamina
que per-
C (mg) ção pode
8,1 levar
Ferroa(mg)
salinização dos
0,24so-
mite
Fonte:reduzir
Adaptadoa de
frequência de irrigação
Almeida (2006). los e dos substratos. Além do correto
e os problemas relacionados ao seu manejo da adubação, outras medidas
Tabela 2.Constitui
manejo. Temperaturas fundamentais
um sistema de culti- (cardinais) para a no
que auxiliam cultura da melancia.
controle da saliniza-
Parâmetro Temperatura (ºC)
vo simples e de baixo custo. Contudo, ção dos solos são: maior utilização de
Germinação
o manejo da nutrição é mais comple- adubos orgânicos (esterco, húmus,
Mínima 13 a 15
xo, uma vez que os solos geralmen- turfa ou terra vegetal); drenagem efi-
Ótima 23 a 28
te exercem mais influência na dispo- ciente; utilização de água de boa qua-
Máxima 45
nibilidade de nutrientes às plantas em lidade, com baixa concentração de
Vegetação
comparação aos substratos. As reco-
Mínima sais; uso de11cobertura
a 13 do solo com
mendações de Ótima adubação nesse sis- plástico e rotação
21 a 30 de culturas. Pode-
tema de cultivoMáximadevem se basear na se também realizar45 o plantio de adu-
quantidadeFloração
de nutrientes
(ótima) absorvidos bos verdes,18que, a 20 além de absorver
(exportados)
Vingamento pelas plantas,
dos frutos no con-
(ótima) parte dos sais,25 aelevam
35 o teor de maté-
teúdo presente no solo e nas suas ca-
Fonte: Adaptado de Almeida (2006). ria orgânica do solo.

Tabela
Tabela 3.
3. Tolerância
Tolerânciada
damelancia
melanciaààsalinidade
salinidadeeeààacidez
acidezdo
dosolo.
solo.
Característica Nível
Tolerância à salinidade Moderada
Máxima salinidade do solo sem quebra de produção (nível crítico) 2,5 dS.m-1
Decréscimo na produtividade por cada dS/m acima do nível crítico 13%
Intervalo ótimo de pH 6,0 a 7,0
Tolerância à acidez Elevada
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).

Cultivo em substrato trole nutricional; e maior uniformida-


O uso do substrato é uma alternati- de das plantas e dos frutos. Dentre as
va ao sistema tradicional de produção desvantagens, destacam-se o maior
em solo utilizado por alguns produ- custo de produção e a exigência de
tores que cultivam plantas em casas um nível tecnológico elevado do agri-
de vegetação. As principais vanta- cultor, pois exige uma vigilância contí-
gens do cultivo em substrato ou em nua da disponibilidade de água para
recipiente em relação ao cultivo em as plantas e do seu estado nutricional.
solo são: maior controle fitossanitário; Diversos são os substratos utiliza-
maior homogeneidade; melhor con- dos para o cultivo de plantas. As ca-
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 21
racterísticas desejáveis de um subs- utilizadas na condução de tomates de
trato são: agregação e firmeza; boa mesa, entretanto, para mini melancia,
capacidade de retenção de água; boa os fitilhos apresentam mais benefícios
capacidade de aeração; boa drena- devido à sua praticidade, melhor dis-
gem; ser estéril e que permita a esterili- tribuição das hastes das plantas na li-
zação; atóxico às plantas e ao homem; nha de cultivo; redução de problemas
inerte quimicamente; não ser salino, fitossanitários e menor custo.
alcalino e nem muito ácido (pH en- Nesse sistema, a estrutura de con-
tre 5,5 e 6,5); leve; de fácil armazena- dução das plantas pode ser composta
gem; abundante e de baixo custo. Di- por mourões de madeira, arames de
ficilmente todas as características são aço, catracas e fitilhos plásticos.
encontradas em um único material, Os mourões de madeira devem ter
assim, muitos dos substratos comer- no mínimo 2,2 m de altura em relação
ciais são compostos por diversos ma- ao solo e serem posicionados no iní-
teriais com diferentes características. cio e no final da linha de cultivo. Quan-
Poucos são os estudos relaciona- do as linhas de cultivo forem maiores
dos ao cultivo de mini melancia em que 20 m, recomenda-se a colocação
substratos, sendo que alguns mos- de mourões no meio das linhas para
tram que a fibra de coco e substratos melhor sustentação dos arames. De
à base de casca de pinus são boas qualquer forma, tanto os arames su-
opções para a produção de mini me- periores quanto os inferiores devem
lancia em casa de vegetação. Nesse também ser sustentados por estacas
caso, os substratos devem ser coloca- de bambus (de 3 a 5 cm de diâme-
dos em recipientes (vasos), que deve tro) a cada 2 a 3 metros. Isso evitará
ter volume mínimo de 8 litros. que as plantas desloquem os arames
para baixo, o que reduzirá a altura de
Estruturas para condução e distribui- condução das plantas e, assim, a área
ção das plantas foliar. Além disso, os mourões devem
Como mencionado anteriormente, ser estirados por arames ou cabos de
as plantas de mini melancias, quan- aço, evitando que os pesos das plan-
do cultivadas em casas de vegetação, tas os desloquem e causem o seu
tanto em solo como em substratos, afrouxamento.
são conduzidas no sentido vertical. Os arames são passados pelos
Para isso, utilizam-se, principalmen- mourões de madeira a 1,6 e 2,1 m de
te, estacas de bambu ou fitilhos plás- altura, sobre a linha de cultivo, e ten-
ticos. As estacas de bambu são muito sionados por meio de catracas. O ara-
a área foliar. Além disso, os mourões devem ser estirados por arames ou
cabos de aço, evitando que os pesos das plantas os desloquem e causem o
22 seu afrouxamento.
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação
Os arames são passados pelos mourões de madeira a 1,6 e 2,1 m de
altura, sobre a linha de cultivo, e tensionados por meio de catracas. O arame
me superior
superior é utilizado
é utilizado paraparasustentar
sustentar os fitilhos
resistentes
e o suficientes para amarrar
inferior, para suportar o
as
os fitilhos
redes de enylon
o inferior,
que para amarraros
sustentam as frutos
peso das plantas
(Figura 4). Ose fitilhos
dos frutos, sendo
devem ser
redes de nylon
resistentes que sustentam
suficientes os fru- o peso
para suportar recomendados
das plantas aqueles
e doscom proteção
frutos, sendo
recomendados
tos (Figura 4). aqueles Os fitilhos com proteção
devem ser contra raios
contra ultravioletas.
raios ultravioletas.
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)

B C
Figura 4. Estrutura para condução das plantas de mini melancia no sentido verti-
cal. Distribuição
Figura dos para
4. Estrutura mourões no interior
condução dasdaplantas
casa dedevegetação (A); Bambus
mini melancia sus-
no sentido
vertical.
tentando Distribuição dos mourões
os arames e fitilhos no interior
presos a estes da casa
(B); Detalhe de vegetação
do travamento (A);
da estru-
Bambus sustentando
tura de condução (C). os arames e fitilhos presos a estes (B); Detalhe do
travamento da estrutura de condução (C).
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 23

Produção de mudas
Um dos requisitos mais importantes plantadas com menor porte; aumen-
para se obter sucesso na produção de ta a rapidez no desenvolvimento das
hortaliças é a utilização de materiais plantas; e proporciona maior precoci-
de propagação (sementes, mudas, dade na colheita.
partes vegetativas) de alta qualidade. No caso do cultivo de mini melan-
A implantação da cultura através de cia em ambiente protegido, a implan-
mudas produzidas em bandejas mos- tação da cultura é feita principalmente
tra-se muito interessante para melan- através de mudas produzidas em ban-
cia devido aos benefícios de ordem dejas. Essas mudas podem ser pro-
agronômica e econômica proporcio- duzidas por empresas especializadas
nados por esse método. O uso de nessa atividade (viveiristas) ou pelo
bandejas eleva o rendimento opera- próprio produtor, em uma área no in-
cional de todas as tarefas; diminui a terior da estufa. Para isso, as condi-
quantidade necessária de sementes, ções climáticas no interior do ambien-
importante no caso para as de maior te protegido devem ser adequadas
valor agregado como os híbridos; para a boa germinação das sementes
permite uma nutrição mais homogê- e desenvolvimento das plantas, bem
nea e controlada, através da fertirriga- como haver um bom controle de pra-
ção; melhora a qualidade das mudas, gas e doenças.
pelo equilíbrio entre a parte aérea e as A escolha por produzir as mudas ou
raízes; aumenta a eficiência na pro- adquirí-las de um viveirista especiali-
dução de mudas, pela racionalização zado deve ser baseada no seu custo e
do uso do espaço e do tempo; facilita benefício, uma vez que a utilização de
o manuseio das mudas no campo; mudas de qualidade resultará em be-
permite que as mudas sejam trans- nefícios produtivos e econômicos. As
24 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

mudas podem ser formadas em ban- bandejas em ambiente úmido por um


dejas de isopor ou plástico. O número período de 12 a 18 horas favorece a
de células pode variar de 128 a 200 geminação das sementes. Em condi-
células, sendo que, no momento do ções ótimas de temperatura, de 23 a
transplante, o sistema radicular deve 28oC, a germinação ocorre em 3 dias.
preencher todo o substrato e, assim, Temperaturas baixas, sobretudo infe-
não haja danos às raízes no momento riores a 15oC, reduzem a germinação
de sua retirada da bandeja. 19 das sementes (Figura 5).
O substrato utilizado para o preen- O transplante das mudas para o
A semeadura das sementes nas bandejas deve ser feita de 2 a 3 cm
de profundidade. A manutenção das bandejas emouambiente
chimento das células das bandejas campo estufa ocorre
úmidodepor20um
a 30
deve proporcionar
período de 12 a 18 horasboa capacidade
favorece ade dias das
geminação apóssementes.
a semeadura, dependen-
Em condições
retenção
ótimas de de água, aeração
temperatura, de das
23 raízes
a 28ºC, adogerminação
das condições climáticas
ocorre e nutri-
em 3 dias.
Temperaturas baixas, sobretudo
e ser isento de patógenos e pragas. inferiores a 15ºC, reduzem a germinação
cionais. Nesse momento, as mudas
das sementes
Substratos (Figura 5).
utilizados e que apresenta- devem apresentar as primeiras folhas
O transplante das mudas para o campo ou estufa ocorre de 20 a 30
ram bons resultados são os compostos definitivas. Ainda na bandeja, antes do
dias após a semeadura, dependendo das condições climáticas e nutricionais.
por casca de pinus e a fibra de coco. transplante, pode-se realizar a aplica-
Nesse momento, as mudas devem apresentar as primeiras folhas definitivas.
AindaA semeadura
na bandeja,das sementes
antes nas
do transplante, ção de inseticida
pode-se realizare fungicida parade
a aplicação pre-
bandejasedeve
inseticida ser feita
fungicida paradeprevenir
2 a 3 cm venir disseminação
disseminação de pragas de e pragas
doençase doen-
ou
Fábio Keiti Nakagawa e Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)

de profundidade.
suas A manutenção das
incidências precoces. ças ou suas incidências precoces.
Fábio K. Nakagawa e Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)

A B
Figura 5. Efeito da temperatura na produção de mudas de mini melancia. Bande-
Figura 5. Efeito da temperatura na produção de mudas de mini melancia.
jas mantidas
Bandejas em condições
mantidas de baixa
em condições de temperatura (A). Bandejas
baixa temperatura sob condições
(A). Bandejas sob
ideais de temperatura (B).
condições ideais de temperatura (B).

Distribuição das plantas na área


A disposição das plantas na área pode ser em linhas simples ou em
linhas duplas, sendo que as duplas possibilitam a formação de corredores
maiores, mantendo a mesma densidade de plantas.
A densidade de cultivo de mini melancia, para obtenção de frutos com
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 25

Distribuição das plantas na área


A disposição das plantas na área contrário, o uso de densidades maio-
pode ser em linhas simples ou em li- res que 4 plantas.m-2, apesar de gerar
nhas duplas, sendo que as duplas uma elevada produtividade, reduz o
possibilitam a formação de corredores tamanho do fruto.
maiores, mantendo a mesma densida- A melhor distribuição e densida-
de de plantas. de de plantas podem variar de local
A densidade de cultivo de mini para local, de acordo com as condi-
melancia, para obtenção de frutos ções climáticas da área e do manejo
com peso médio de 2 a 3 kg, pode cultural adotado pelo produtor, como
variar de 2 a 4 plantas.m-2 (Tabela 4). nutrição, irrigação, sistema de condu-
Valores abaixo de 2 plantas.m-2 pode ção das plantas e manejo de pragas
resultar em baixa produtividade e e doenças.
formação de frutos muito grandes. Ao

Tabela
Tabela 4.4. Densidade
Densidade de plantas (plantas.m
de plantas (plantas.m-2-2) )em
emfunção
funçãododoespaçamento
espaçamentoentre
entre
linhas
linhas ee entre
entre plantas.
plantas.
Entre Entre linhas simples (m) Entre linhas duplas (m)
plantas
(m) 0,90 1,00 1,20 0,6 x 0,9 0,5 x 1,0 0,4 x 1,2
0,30 3,70 3,33 2,78 4,44** 4,44** 4,17
0,45 2,47 2,22 1,85* 2,96 2,96 2,78
0,60 1,85* 1,67* 1,38* 2,22 2,22 2,08
*Valores não recomendados.
**Valores recomendados para produção de frutos de 1,5 a 2 kg.

Tabela 5. Solução nutritiva para o cultivo de mini melancia em ambiente


protegido no solo (Nitossolo Vermelho Eutrófico Típico).
Fase I Fase II Fase III
Fertilizantes -1
g.1000 L
26 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Transplante das mudas


Quando as mudas atingirem o ta- ção ser realizada com cuidado, evitan-
manho ideal (1 a 2 folhas verdadeiras) do danos às raízes. Após o transplan-
e estiverem com o sistema radicular te, deve-se proceder a irrigação, man-
bem desenvolvido, devem ser trans- tendo o solo ou substrato úmido, mas
plantadas diretamente no solo ou em não encharcado, durante, no mínimo,
vasos de, no mínimo, 8 litros (Figura dois dias. Isso contribui para o bom
21
6). A melancia é uma cultura sensível pegamento das mudas.
ao transplante, devendo essa opera-
Rafael Campagnol e Graziele Ferezini (ESALQ/USP/LPV)
Rafael Campagnol e Graziele Ferezini (ESALQ/USP/LPV)

A B C
Figura 6. Transplantio das mudas para canteiros cobertos com mulching no solo
Figura 6. Transplantio das mudas para canteiros cobertos com mulching no
(A) e para vasos de 8 litros com substrato de fibra de coco (B e C).
solo (A) e para vasos de 8 litros com substrato de fibra de coco (B e C).

Sistemas de condução das plantas


Em casa de vegetação, os sistemas de condução das plantas criam
condições para a maximização da produção de frutos de alta qualidade
através do estabelecimento do número ideal de frutos, da melhor cobertura da
área por folhas e da uniformidade de plantas, promovendo o equilíbrio entre
fonte (folhas) e dreno (frutos), de acordo com as necessidades produtivas.
Além disso, a condução das plantas no sentido vertical evita o contato delas
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 27

Sistemas de condução
das plantas
Em casa de vegetação, os sistemas Basicamente, um sistema de con-
de condução das plantas criam con- dução consiste na determinação do
dições para a maximização da produ- número de ramos, folhas e frutos que
ção de frutos de alta qualidade atra- serão mantidos durante o ciclo da
vés do estabelecimento do número planta. Este deve proporcionar bons
ideal de frutos, da melhor cobertura resultados produtivos e qualitativos.
da área por folhas e da uniformidade Seu estabelecimento, bem como os
de plantas, promovendo o equilíbrio resultados obtidos por ele, contudo,
entre fonte (folhas) e dreno (frutos), pode variar de acordo com as condi-
de acordo com as necessidades pro- ções climáticas e de cultivo da área,
dutivas. Além disso, a condução das necessitando que o agricultor faça al-
plantas no sentido vertical evita o con- guns ajustes de acordo com suas ne-
tato delas com o solo e facilita as prá- cessidades.
ticas de manejo, como as aplicações Para mini melancia, os sistemas de
de defensivos em ambos os lados condução de plantas que já foram es-
da planta. Proporciona também uma tudados e que são recomendados
maior ventilação ao longo do dossel, para seu cultivo em casa de vegeta-
reduzindo o período de molhamento ção são:
foliar e, consequentemente, a severi-
dade das doenças; melhora a distri- Sistema 1 - Plantas conduzidas com
buição da radiação solar sobre a plan- uma haste e um fruto conduzido na
ta; e possibilita o aumento do número haste principal:
de plantas por área. Após o transplante das mudas para
28 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

a casa de vegetação, quando o ramo em um dos ramos secundários, que


principal (ou haste principal) apresen- surgirão entre o 8º e o 14º internódio
tar de 4 a 6 folhas definitivas, ele deve do ramo principal. As demais ramifi-
ser conduzido no sentido vertical atra- cações secundárias (exceto aquela
vés de fitilhos. As ramificações secun- onde desenvolverá o fruto) devem ser
dárias originadas abaixo do terceiro cortadas após a terceira folha (Figu-
internódio são eliminadas quando sur- ra 7). O ramo onde o fruto foi mantido
girem e as demais são podadas após deve ser podado, deixando uma folha
a emissão da terceira folha (Figura 7). após o fruto. Esse sistema de condu-
O fruto é mantido entre o 8º e o 14º ção proporciona boa produtividade,
internódio do ramo principal. Consis- porém com um ciclo produtivo mais
te num sistema simples, porém que, longo (Figura 8).
normalmente, geram frutos um pou-
co mais leves que os demais sistemas Sistema 3 - Plantas conduzidas com
que serão descritos, contudo com ex- duas hastes e um fruto conduzido
celente qualidade (Figura 8). na haste principal:
Após o surgimento da 4ª folha, a
Sistema 2 - Plantas conduzidas com planta é enrolada no fitilho, semelhan-
uma haste e um fruto conduzido na te aos demais sistemas. Nesse caso,
haste secundária: porém, ela é conduzida com duas
Igualmente ao sistema 1, após a hastes, sendo uma delas a haste prin-
emissão da quarta/quinta folha defi- cipal e a outra, a primeira ramificação
nitiva, o ramo principal é enrolado no secundária que surgir abaixo do ter-
fitilho, para que este seja conduzido ceiro internódio, sendo as demais re-
no sentido vertical. As ramificações tiradas. As ramificações que surgirem
secundárias originadas abaixo do ter- das duas hastes conduzidas na verti-
ceiro internódio também são elimina- cal devem ser podadas após a tercei-
das quando surgirem. A planta deve ra folha e o fruto deve ser conduzido
ser conduzida com uma haste princi- na haste principal entre o 8º e o 14º
pal e um fruto, sendo este conduzido internódio (Figura 8).
23
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 29
23

Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)


Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)

3ª Folha
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV) 3ª Folha

Figura 7. RamosFigura
lateraisRamos
devemlaterais
ser podados após a 3a folha.
Figura 7. Ramos 7.
laterais devem devem
ser ser
podados podados
após a após a 3ª folha.
3a folha.
Arte: Rafael Campagnol (ESALQ/USP)
Arte: Rafael Campagnol (ESALQ/USP)

Arte: Rafael Campagnol (ESALQ/USP)

Figura 8. Sistemas de condução de mini melancia em casa de vegetação.


Figura 8. Sistemas
Figura de condução
8. Sistemas de mini
de condução melancia
de mini em casa
melancia de vegetação.
em casa de vegetação.

Polinização
Polinização
Na natureza
Na natureza e, geralmente,
e, geralmente, na produção
na produção em campo
em campo a polinização
a polinização da da
melancia
melancia é feita
é feita por insetos,
por insetos, sobretudo
sobretudo abelhas.
abelhas. Em Em
casacasa de vegetação,
de vegetação,
entretanto,
entretanto, a atividade
a atividade de insetos
de insetos polinizadores
polinizadores é muito
é muito baixa
baixa e a ecolocação
a colocação
de caixas de abelhas não é recomendada devido às altas temperaturas no no
de caixas de abelhas não é recomendada devido às altas temperaturas
interior
interior da casa
da casa de vegetação,
de vegetação, queafetam.
que as as afetam.
30 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Polinização
Na natureza e, geralmente, na pro- estigmas (parte da flor que deve rece-
dução em campo a polinização da ber o pólen) das flores femininas (Fi-
melancia é feita por insetos, sobretu- gura 9). Essa operação é de grande
do abelhas. Em casa de vegetação, importância, sendo que polinizações
entretanto, a atividade de insetos poli- deficientes resultam em frutos defei-
nizadores é muito baixa e a colocação tuosos e sem padrão comercial. O
de caixas de abelhas não é recomen- pólen da melancia forma uma massa
dada devido às altas temperaturas no densa e pegajosa, assim, é possível
interior da estufa, que as afetam. visualizar sua deposição no estigma
Dessa forma, deve-se realizar a po- da flor e verificar se esta foi suficiente.
linização manualmente quando surgi- Como a melancia não é uma espécie
rem as primeiras flores femininas na auto incompatível, uma flor masculina
posição ideal de condução do fruto pode ser usada para polinizar uma flor
(8º ao 14º internódio), conforme siste- feminina da mesma planta.
ma de condução, e repetidas até que Essa prática deve ser realizada pela
todas as flores femininas de todas as manhã, preferencialmente entre 8 e 10
plantas sejam polinizadas. Esse pe- horas, pois nesse período as flores se
ríodo pode durar de 1 a 5 dias, depen- abrem e os grãos de pólen estão viá-
dendo da uniformidade das plantas. veis. É um trabalho que exige paciên-
A polinização é realizada passan- cia, pois é dele que originará os frutos.
do as anteras (parte da flor que con- Portanto, a polinização deve ser feita
tém pólen) das flores masculinas nos com grande atenção.
Essa prática deve ser realizada pela manhã, preferencialmente entre
8 e 10 horas, pois nesse período as flores se abrem e os grãos de pólen
estão viáveis. É um trabalho que exige paciência, pois é dele que originará os
Cultivo deatenção.
frutos. Portanto, a polinização deve ser feita com grande Mini Melancia em Casa de Vegetação 31
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)

A B
Figura 9. Diferença morfológica entre flor feminina (A) e flor masculina (B) de
melancia.
Figura 9. Diferença morfológica entre flor feminina (A) e flor masculina (B) de
melancia.
Poda e desbrota de ramos e frutos
Definido o sistema de condução das plantas, este deve ser mantido
ao longo do ciclo produtivo (Figura 10). Para isso, o produtor deve realizar
periodicamente a poda e desbrota de ramos e frutos, conforme o sistema de
A B
32 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Poda e desbrota de ramos


e frutos
Definido o sistema de condução planta desperdice energia em partes
das plantas, este deve ser mantido ao que serão retiradas e também redu-
longo do ciclo produtivo (Figura 10). zindo o volume de material vegetal
Para isso, o produtor deve realizar pe- a ser retirado de dentro da casa de
riodicamente a poda e desbrota de ra- vegetação. A frequência dessa opera-
mos e frutos, conforme o sistema de ção deve ser feita de 1 a 2 vezes por
condução escolhido. Os brotos infe- semana. Quando as plantas atingirem
riores devem ser retirados no início do o arame superior, deve-se realizar a
seu desenvolvimento, evitando que a poda apical ou “capação”.
serão retiradas e também reduzindo o volume de material vegetal a ser
retirado de dentro da casa de vegetação. A frequência dessa operação deve
ser de 1 a 2 vezes por semana. Quando as Cultivo plantas
superior, deve-se realizar a poda apical ou “capação”.
de Miniatingirem o de
Melancia em Casa arame
Vegetação 33
(ESALQ/USP/LPV)
Rafael Campagnol
RafaeleCampagnol
e Ferezini (ESALQ/USP/LPV)

A B C
Graziele
Fábio
Fábio Keiti Nakagawa, Graziele
Ferezini
K. Nakagawa,

D E F

G H I
Figura 10. Estádios de desenvolvimento das plantas de mini melancia cultivada
Figura 10. Estádios de desenvolvimento das plantas de mini melancia
em ambiente protegido no sistema vertical através de fitilhos. Transplante das
cultivada em ambiente protegido no sistema vertical através de fitilhos.
mudas – 0 dia após o transplante (DAT) (A); 10 DAT (B); 18 DAT (C); 25 DAT (D);
Transplante das mudas – 0 dia após o transplante (DAT) (A); 10 DAT (B); 18
35 DAT (E); 40 DAT (F); Início do ensacamento dos frutos (G); Frutos na fase de
DAT (C); 25 DAT (D); 35 DAT (E); 40 DAT (F); Início do ensacamento dos
crescimento intenso
frutos (G); Frutos na (H);fase
Frutodenocrescimento
ponto de colheita (I). (H); Fruto no ponto de
intenso
colheita (I). são selecionados quan-
Os frutos de aumentar o ciclo de produção e
do atingirem aproximadamente 2 cm prolongar o período de colheita. A
de diâmetro, mantendo somente um fixação dos frutos abaixo da posição
fruto por planta, na posição reco- recomendada, apesar de reduzir o
mendada para cada sistema de con- ciclo de produção, pode diminuir o
dução (Figura 11). A manutenção de tamanho do fruto. A altura de fixação
mais de um fruto, para os sistemas dos frutos irá influenciar no desen-
de condução descritos, pode gerar a volvimento vegetativo da planta, na
competição entre eles, o que resul- duração do seu ciclo produtivo e no
tará na redução do seu peso, além tamanho do fruto.
frutos abaixo da posição recomendada, apesar de reduzir o ciclo de
produção, pode reduzir o tamanho do fruto. A altura de fixação dos frutos irá

34 Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)


Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)
influenciar no desenvolvimento vegetativo da planta, na duração do seu ciclo
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação
produtivo e no tamanho do fruto.

A B
Figura 11. Ramos laterais no estádio ideal de poda (3 folhas) (A) e frutos no está-
Figura 11. Ramos laterais no estádio ideal de poda (3 folhas) (A) e frutos no
dio ideal para seleção e raleio dos excedentes (2 cm) (B).
estádio ideal para seleção e raleio dos excedentes (2 cm) (B).

Ensacamento dos frutos


Semelhante ao realizado para a cultura do melão cultivado em casa
de vegetação, os frutos de mini melancia devem ser sustentados para que
não se desprenda da planta devido ao seu peso. Isso é feito com o uso de
redes de nylon, normalmente de coloração amarela. A colocação das redes é
feita quando os frutos atingirem o tamanho aproximado de uma laranja (4 a 5
cm de diâmetro), o que facilita a colocação das redes. Frutos muito pequenos
podem ser facilmente derrubados nessa operação.
A rede deve ter tamanho suficiente para permitir o crescimento total
do fruto e ser resistente. Esse material pode ser adquirido em rolos, devendo
o produtor cortá-las no comprimento necessário, que, para frutos de 2 a 3 kg,
varia de 30 a 40 cm. Uma extremidade deve ser amarrada ao redor do
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 35

Ensacamento dos frutos


Semelhante ao realizado para a cul- nessa operação.
tura do melão cultivado em casa de A rede deve ter tamanho suficiente
vegetação, os frutos de mini melancia para permitir o crescimento total do
devem ser sustentados para que não fruto e ser resistente. Esse material
se desprenda da planta devido ao seu pode ser adquirido em rolos, devendo
peso. Isso é feito com o uso de redes o produtor cortá-las no comprimento
de nylon, normalmente de coloração necessário, que, para frutos de 2 a 3
amarela. A colocação das redes é fei- kg, varia de 30 a 40 cm. Uma extremi-
ta quando os frutos atingirem o tama- dade deve ser amarrada ao redor do
nho aproximado de uma laranja (4 a pedúnculo do fruto e a outra, amarra-
5 cm de diâmetro), o que facilita a colo- da no arame inferior (1,6 m de altura),
cação das redes. Frutos muito peque- com o auxílio de fitilho (Figura 12).
nos podem ser facilmente derrubados
27

36pedúnculo do fruto e a outra, amarrada no arame inferior (1,6 m de altura),


Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação
com o auxílio de fitilho (Figura 12).
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)

A B

C D
Figura 12. Detalhes da confecção das redes (A e B), estádio ideal de ensacamen-
Figura 12. Detalhes da confecção das redes (A e B), estádio ideal de
to dos frutos (4 a 5 cm) (C) e sua sustentação através do arame inferior (D).
ensacamento dos frutos (4 a 5 cm) (C) e sua sustentação através do arame
inferior (D).

Controle de plantas daninhas


Em ambiente protegido, o controle de plantas daninhas deve ser feito
periodicamente, evitando o uso de herbicidas devido ao risco de derivas nas
plantas cultivadas. Recomenda-se, assim, a realização de capinas manuais,
mantendo a área livre de plantas daninhas. Estas, além de competirem com
as plantas por água, luz e nutrientes, podem hospedar pragas e doenças.
Uma prática muito utilizada na produção de hortaliças é a colocação de
plástico ou material vegetal sobre os canteiros (mulching). Além dos
benefícios proporcionados pelo controle de daninhas, o uso de plástico reduz
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 37


Controle de plantas daninhas
Em ambiente protegido, o controle doenças. Uma prática muito utilizada
de plantas daninhas deve ser feito pe- na produção de hortaliças é a coloca-
riodicamente, evitando o uso de her- ção de plástico ou material vegetal so-
bicidas devido ao risco de derivas nas bre os canteiros (mulching). Além dos
plantas cultivadas. Recomenda-se, benefícios proporcionados pelo con-
assim, a realização de capinas ma- trole de daninhas, o uso de plástico
nuais, mantendo a área livre de plan- reduz a evaporação de água das ca-
tas daninhas. Estas, além de compe- madas superficiais do solo e aumen-
tirem com as plantas por água, luz e ta o volume de raízes na faixa do solo
nutrientes, podem hospedar pragas e mais rica em nutrientes.
38 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Manejo de irrigação
Para as plantas, a água é o principal pode comprometer a produtividade,
fator que limita a produção. Em casa reduzindo o tamanho do fruto e au-
de vegetação, a irrigação é uma prá- mentando os problemas de podridão
tica essencial, uma vez que esse am- apical. Do início da maturação até a
biente é protegido das chuvas. colheita, o fornecimento de água deve
A melancia é uma cultura que ape- ser reduzido gradativamente. Próximo
sar de resistente à seca, responde à época de colheita, a suspensão da
bem às irrigações, desde que não irrigação contribui para melhorar o sa-
em excesso. Durante a germinação, bor dos frutos. A aplicação de água
emergência e início do crescimento próximo à colheita deve ser criteriosa,
vegetativo deve-se irrigar moderada- pois pode resultar em rachadura dos
mente. No início do seu crescimento, frutos, atraso na colheita e redução no
a planta responde a um déficit hídri- teor de açúcares.
co moderado aprofundando suas raí- No cultivo em substrato, o mane-
zes em direção aos locais com menor jo da irrigação é ainda mais impor-
resistência mecânica, o que pode ser tante, pois o volume de exploração
benéfico nos cultivos em solo. Do iní- das raízes é limitado pelo recipien-
cio da ramificação até a frutificação a te e sua capacidade de retenção de
planta requer mais água do que a fase água é menor em comparação ao
anterior, sendo que a sua deficiência solo. Com isso, as irrigações devem
retardará o desenvolvimento da plan- ser realizadas com maior frequência a
ta. Da frutificação até o início da ma- fim de manter a umidade dos substra-
turação dos frutos é a fase de maior tos sempre adequada. Os substratos
exigência hídrica. Nesta fase, o fruto apresentam diferentes capacidades
cresce rapidamente e a falta de água de retenção de água em função da
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 39
sua composição e do volume do reci- do solo cultivado, feita em laboratório.
piente. Para substratos que apresen- A tensão limite de água no solo para
tam uma capacidade de reidratação melancia é de 10 a 20 kPa, sendo o
muito baixa, como a fibra de coco, o menor valor utilizado na fase de maior
intervalo entre as irrigações não deve exigência hídrica.
ser longo a ponto de ressecar o subs- Em substrato, um método muito
trato. Quando isso ocorre, ele demora utilizado entre os produtores é a dre-
muito tempo para reidratar, exigindo nagem mínima, que consiste na apli-
que o produtor aumente o tempo de cação de água no vaso até que 5 a
irrigação, resultando em desperdício 10% do volume aplicado seja drena-
de água ou de solução nutritiva, que do. Quanto menor o volume drenado,
será drenada pelos vasos. Além disso, menor é o desperdício de solução nu-
pode ocorrer salinização momentânea tritiva, entretanto, aumenta-se o risco
do substrato. de salinização do substrato. Caso isso
A forma mais comum para o forne- ocorra, deve-se irrigar somente com
cimento de água às plantas cultivadas água para retirar o excesso de sais do
em casa de vegetação é o gotejamen- substrato. A concentração de sais no
to. Esse método de irrigação, além de substrato pode ser monitorada e con-
economizar água, permite o forneci- trolada através de medições periódi-
mento de nutrientes às plantas, sendo cas da condutividade elétrica da so-
assim chamado de fertirrigação. lução drenada do vaso. Essa prática,
A quantificação do volume de água entretanto, requer maior nível técnico
necessária para mini melancia cultiva- do produtor e de equipamentos para
da em casa de vegetação é uma tare- sua medição.
fa difícil devido à falta de informações A frequência de irrigação pode ser
técnicas e cultural para essa cultura realizada de 1 até 6 vezes ao dia, de-
no sistema tutorado (vertical). pendendo do sistema de cultivo (solo
No cultivo em solo, um equipamen- ou substrato), do sistema de condu-
to bastante utilizado é o tensiômetro. ção e estádio de desenvolvimento das
Com ele, é possível determinar a ten- plantas, do volume do recipiente, do
são de água no solo e, assim, quantifi- tipo de substrato e das condições cli-
car o volume de água necessário para máticas no interior da estufa.
atingir a capacidade de campo. Esse Um sistema de irrigação por gotejo
método, entretanto, exige certo nível para o cultivo de 1000 plantas pode
técnico do produtor e a determinação ser constituído de dois reservatórios,
da capacidade de retenção de água motobomba (1/2 cv), regulador de
40 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

pressão (10 m.c.a.), filtro, tubos ou veis devem ser separados em reserva-
mangueiras gotejadoras, painel acio- tórios diferentes. Os filtros e sua corre-
nador, tubos de PVC, conexões e re- ta limpeza são muito importantes para
gistros (Figura 13). Os reservatórios evitar que partículas maiores entrem
devem ter volume suficiente para su- no sistema e causem o entupimento
30
prir a necessidade de água à planta dos gotejadores.
por pelo
muito menos um para
importantes dia. Reservatórios
evitar que partículasDiversas outras
maiores formas
entrem no esistema
equipa-e
maiores opossibilitam
causem entupimento maior
dosautonomia
gotejadores. mentos podem ser utilizados na mon-
Diversas
e praticidade. outras
Neles são formas
diluídos eosequipamentos
tagem de podem
um sistemaser utilizados na
de irrigação,
montagem de um sistema de irrigação,
fertilizantes, sendo que os incompatí- como injetores de fertilizantes.
como injetores de fertilizantes.
Fabiana M. de Abreu e Rodrigo P. D. Junqueira (ESALQ/USP/LPV)
Fabiana Marchi de Abreu e Rodrigo Pereira Diniz Junqueira (ESALQ/USP/LPV)

B C
Figura 13. Sistema de irrigação das plantas. Gotejadores utilizados para o mane-
Figura 13. Sistema
jo da irrigação de irrigação
(A); Reservatório dedas plantas.
solução Gotejadores
nutritiva utilizado
(B); Motobomba paradeo
e filtro
manejo da
disco (C). irrigação (A); Reservatório de solução nutritiva (B); Motobomba e
filtro de disco (C).

Nutrição das plantas


A melancia é uma das cucurbitáceas mais exigentes em nutrientes e,
através da colheita dos frutos, retira grande parte dos nutrientes acumulados
ao longo do ciclo de cultivo. Sua adequada nutrição é um dos principais
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 41

Nutrição das plantas


A melancia é uma das cucurbitá- inferiores a 6), deve-se realizar a ca-
ceas mais exigentes em nutrientes e, lagem, procurando elevar a saturação
através da colheita dos frutos, retira de bases para 60 a 70%.
grande parte dos nutrientes acumula- No cultivo em substratos, a adu-
dos ao longo do ciclo de cultivo. Sua bação das plantas deve ser feita por
adequada nutrição é um dos princi- meio da fertirrigação. A aplicação do
pais fatores que contribui diretamente fertilizante através da água de irriga-
na sua produtividade e na qualidade ção é necessária nesse tipo de cultivo,
dos frutos. pois o sistema radicular das plantas
O nitrogênio (N) e o potássio (K) são fica restrito ao recipiente, ou seja, as
os nutrientes mais exigidos. O N é um raízes têm um volume de exploração
dos mais importantes para aumentar muito pequeno em comparação ao
a produção das plantas e o K apre- solo. As adubações devem ser feitas
senta maior relevância em estabilizá- em alta frequência e em baixas con-
la, além de exercer grande efeito na centrações, evitando, assim, a salini-
qualidade dos frutos. A aplicação de zação do substrato.
fósforo (P) é fundamental para se ob- A fertirrigação é uma forma de adu-
ter boas produtividades. A melancia é bação que está cada vez mais co-
sensível à carência de magnésio (Mg) mum entre os produtores de hortali-
e de cálcio (Ca). A deficiência de Ca ças, principalmente àqueles que as
resulta, além de queda na produtivida- cultivam em ambiente protegido. Essa
de, no aumento da incidência de po- técnica pode ser usada tanto para o
dridão apical. cultivo em solo quanto para cultivo em
No cultivo em solo, quando este substrato. Apesar do elevado custo, a
apresentar acidez elevada (valores fertirrigação reduz o volume de água
42 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

utilizada, tem menor gasto de energia de coco, com frequência de irrigação


que a aspersão, evita o molhamento de 3 a 6 vezes ao dia (Tabela 6). Elas
das folhas e reduz a quantidade de podem servir de orientação aos pro-
fertilizantes aplicados. Os fertilizantes dutores, não eliminando, porém, a ne-
utilizados para a confecção das solu- cessidade da realização de análise de
ções nutritivas, entretanto, todos so- solo para se conhecer o real estado
lúveis em água, são mais caros que deste e o acompanhamento do esta-
os tradicionais. Deve-se atentar para do nutricional das plantas ao decorrer
a compatibilidade entre eles, a fim do seu desenvolvimento.
de evitar a formação de sais insolú- As quantidades de nutrientes na so-
veis que podem causar o entupimento lução nutritiva devem ser ajustadas
dos gotejos. Assim, recomenda-se, de de acordo com a fase de desenvolvi-
preferência, separá-los em dois reser- mento das plantas. Plantas no início
vatórios. do crescimento vegetativo requerem
Há poucos estudos e informações quantidades de nutrientes diferentes
sobre o manejo da adubação de mini em comparação às plantas em pleno
melancia cultivada em casa de vege- crescimento vegetativo ou em relação
tação, tanto em solo como em subs- às plantas com frutos em desenvolvi-
tratos. As quantidades de nutrientes mento. Esse ajuste é essencial para
extraídas e exportadas pelas plantas manter um crescimento vegetativo
dependem de uma série de fatores, adequado das plantas e garantir o de-
tais como: o cultivar utilizado, condi- senvolvimento de frutos de qualidade
ções climáticas, interação e mobilida- e com bom padrão comercial.
de dos nutrientes no solo e na planta, As fases do ciclo produtivo da mini
entre outros. melancia definidas para o manejo da
São apresentados a seguir, duas su- solução nutritiva são:
gestões de soluções nutritivas utiliza- • Fase I: do transplante ao início do
das em estudos realizados na ESALQ/ florescimento;
USP na cidade de Piracicaba com mini • Fase II: do início do florescimento
melancia cultivada em ambiente pro- até o início do desenvolvimento dos
tegido, que apresentaram bons resul- frutos;
tados produtivos e qualitativos. Uma é • Fase III: do início do desenvolvimen-
utilizada no cultivo em solo, com fre- to dos frutos até a colheita.
quência de irrigação (fertirrigação) de
1 a 2 vezes ao dia (Tabela 5). A outra,
usada no cultivo em substrato de fibra
0,45 2,47 2,22 1,85* 2,96 2,96 2,78
0,60 1,85* 1,67* 1,38* 2,22 2,22 2,08
*Valores não recomendados. Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 43
**Valores recomendados para produção de frutos de 1,5 a 2 kg.

Tabela
Tabela 5.5.Solução
Soluçãonutritiva parapara
nutritiva o cultivo de mini
o cultivo demelancia em ambiente
mini melancia protegido
em ambiente
no solo (Nitossolo Vermelho Eutrófico Típico).
protegido no solo (Nitossolo Vermelho Eutrófico Típico).
Fase I Fase II Fase III
Fertilizantes -1
g.1000 L
Nitrato de potássio (13% N; 36,6% K) 180,5 201,5 350
Nitrato de cálcio (15% N; 20% Ca) 380 426 450
Nitrato de amônio (33% N) 50 100 0
Fosfato monoamônico (10% N; 26,2% P) 230 257 200
Sulfato de magnésio (9,5% Mg; 12% S) 190 210 270
Sulfato de potássio (41,5% K; 18% S) 192 200 300
Micronutrientes* 10 15 15
Nutrientes g.1000 L-1
N 122,3 151,4 151,5
P 60,3 67,3 52,4
K 145,7 153,4 252,6
Ca 76,0 85,2 90,0
Mg 18,1 20,0 25,7
S 57,3 59,8 86,4
* Produto composto por micronutrientes quelatizados. Contém 7,26% Fe; 1,82% Cu;
0,73% Zn; 1,82% Mn; 1,82% B; 0,36% Mo; 0,36% Ni.
Fonte: Adaptado de Campagnol (2009).
44 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Tabela
Tabela 6.6.Solução
Solução nutritiva parapara
nutritiva o cultivo de mini
o cultivo demelancia em casaem
mini melancia de casa
vegetação
de
em substrato de fibra de coco (Tipo granulado).
vegetação em substrato de fibra de coco (Tipo granulado).
Fase I Fase II Fase III
Fertilizantes -1
g.1000 L
Nitrato de potássio (13% N; 36,6% K) 222,0 222,0 437,0
Nitrato de cálcio (15% N; 20% Ca) 470,0 470,0 400,0
Nitrato de amônio (33% N) 0,0 0,0 120,0
Fosfato monoamônico (10% N; 26,2% P) 284,0 284,0 212,0
Sulfato de magnésio (9,5% Mg; 12% S) 230,0 230,0 465,0
Sulfato de potássio (41,5% K; 18% S) 0,0 99,0 0,0
Micronutrientes* 20,0 25,0 25,0
Ferro** 30,0 30,0 50,0
-1
Nutrientes g.1000 L
N 130,6 130,6 179,7
P 74,4 74,4 55,5
K 81,3 122,3 159,9
Ca 94,0 94,0 80,0
Mg 21,9 21,9 44,2
S 27,6 45,4 55,8
* Produto composto por micronutrientes quelatizados. Contém 7,26% Fe; 1,82% Cu;
0,73% Zn; 1,82% Mn; 1,82% B; 0,36% Mo; 0,36% Ni.
** Produto composto por ferro quelatizado. Contém 6% de Fe.
Fonte: Adaptado de Campagnol (2009).
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 45

Colheita, classificação e

comercialização
A colheita dos frutos ocorre de 65 a utilizado é através do som emitido do
100 dias após o transplante das mu- impacto da mão na casca. Ele deve ser
das, o que corresponde de 30 a 50 grave e mudo. Som agudo e metálico
dias após a polinização das flores. Es- indica que o fruto está imaturo. De qual-
sas variações ocorrem em razão das quer forma, é indicado fazer uma amos-
condições climáticas de cultivo, do tragem de frutos para analisar a cor e
cultivar utilizado, do sistema de con- o sabor da polpa (teor de sólidos solú-
dução das plantas, do manejo nutri- veis). Frutos de qualidade apresentam
cional, dentre outros. teor de sólidos solúveis superior a 10%.
A melancia é considerada por al- O pedúnculo deve ser cortado a 5 cm
guns autores um fruto não-climatéri- do fruto com uma faca ou tesoura.
co, pois sua qualidade não melhora Não existe uma classificação exata
após a colheita, devendo este ser co- para os frutos de mini melancia. Estes
lhido maduro. podem ser comercializados individu-
O melhor período para a colheita almente, com ou sem a rede de nylon,
é de manhã, quando os frutos estão ou em caixas de papelão, semelhan-
mais túrgidos, o que favorece a con- te à cultura do melão (Figura 14). É
servação da textura da polpa. recomendado que se faça uma classi-
Os frutos devem ser retirados das ficação dos frutos de acordo com seu
plantas quando atingirem o seu tama- tamanho e peso, eliminando aque-
nho máximo, perder o brilho caracte- les que apresentem defeitos graves,
rístico e mudar a textura de sua casca danos mecânicos e afetados por
(Figura 14). Um parâmetro bastante doenças ou pragas.
recomendado que se faça uma classificação dos frutos de acordo com seu
tamanho e peso, eliminando aqueles que apresentem defeitos graves, danos
46 Cultivo de Minie
mecânicos Melancia em Casa depor
afetados
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)
Vegetação
doenças ou pragas.

B
Rafael Campagnol (ESALQ/USP/LPV)

A C
Figura14.
Figura 14. Frutos
Frutosno no
ponto ideal de
ponto colheita
ideal de (A); frutos colhidos
colheita (B) e embalados
(A); frutos colhidos (B) e
em caixa de papelão (C).
embalados em caixa de papelão (C).
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 47

Pós-colheita
O fruto da melancia é muito sensí- A melancia tem um período de arma-
vel ao frio, não podendo ser armaze- zenamento curto, mesmo em condi-
nados abaixo de 10oC. Possui taxa de ções ótimas de conservação. Deve
produção de etileno reduzida, porém, ser consumida no período de 2 a 3
é sensível a sua aplicação, que pode semanas após a colheita (Tabela 7).
provocar a desintegração da polpa.

Tabela
Tabela 7.
7. Condições
Condições de
de armazenamento
armazenamentorecomendadas
recomendadaspara
paramelancia.
melancia.
Condições de armazenamento Nível
Temperatura (oC) 10 a 15
Umidade relativa (%) 90
Duração do armazenamento 2 a 3 semanas
Potencial para utilização da atmosfera controlada Nulo
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).

Tabela 8. Principais doenças da melancia causada por fungos.


Nome Espécies
Alternaria Alternaria ssp
Antracnose Colletotrichum orbiculare
Crestamento gomoso Dydimella bryoniae
Cladosporiose Cladosporium cucumerinum
Fusariose vascular Fusarium oxysporum f.sp. niveum
Míldio Pseudoperonospora cubensis
Oídio Sphaerotheca fuliginea, Erysiphe cichoracearum
Pé negro Pythium ssp
Podridão cinzenta Botrytis cinerea
Podridão do colo Diplodia ssp
Verticilose Verticillium albo-atrum
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).
48 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Manejo de pragas e doenças


As principais doenças que afetam fungo afeta plântulas, plantas adul-
a melancia são causadas por fungos tas e frutos. Nas hastes, ocorre o de-
e vírus (Tabelas 8 e 9). Dentre os fun- senvolvimento de cancro, que produz
gos, o oídio (Sphaerotheca fuliginea) uma goma de vermelho a marrom. O
constitui a principal doença da melan- controle é feito por meio de práticas
cia cultivada em casa de vegetação, culturais como rotação de cultura, eli-
exigindo que o produtor adote dife- minação de restos culturais e cucurbi-
rentes métodos de controle, além do táceas silvestres, melhor manejo da ir-
químico. Sua ocorrência é mais co- rigação e sementes sadias. O controle
mum em locais quentes e secos, sen- químico deve ser feito com a alternân-
do que seus esporos se disseminam cia de produtos com modos de ação
pelo vento e germinam na planta hos- diferentes.
pedeira mesmo não havendo filme de Os vírus também podem causar
água sobre a folha ou alta umidade. grandes prejuízos ao cultivo de me-
Seu controle é feito com a aplicação lancia em ambiente protegido. Até
alternada de fungicidas protetores e o momento, pelo menos seis vírus já
sistêmicos. A pulverização das plan- foram encontrados infectando natu-
tas com leite de vaca cru uma vez por ralmente plantios comerciais de me-
semana, nas concentrações de 5% e lancia no Brasil, sendo o PRSV-W
10%, dependendo da severidade da de maior ocorrência em todas as
doença, pode proporcionar um bom regiões de cultivo e o que provoca
controle da doença. mais danos econômicos à cultura de
Outra doença importante no cultivo melancia. Podem ser transmitidos
protegido de melancia é o crestamen- por insetos vetores, como os pulgões,
to gomoso (Dydimella bryoniae). Esse danos causados mecanicamente
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 49
através dos tratos culturais, como condições favoráveis ao seu desen-
poda e desbrota de ramos, ou por se- volvimento e multiplicação em cultivos
mentes. No mercado brasileiro, não realizados em casa de vegetação de-
existe cultivar de melancia com resis- vido, principalmente, às temperaturas
tência às viroses de ocorrência gene- mais elevadas, ausência de chuvas e a
ralizada. O controle por meio de in- menor ocorrência de inimigos naturais
seticidas é pouco eficiente devido ao em comparação ao cultivo em campo.
modo de transmissão do vírus pelo in- O ácaro (Tetranychus urticae), pelo
seto. Recomenda-se, assim, medidas seu hábito alimentar, provoca necrose
que previnam a introdução do vírus e, posteriormente, a queda de folhas,
na área, como realizar o plantio afas- afetando, assim, a produtividade da
tado de áreas próximas a cultivos ve- cultura. A larva minadora (Liriomyza
lhos, utilizar mudas sadias, realizar as spp) alimenta-se da folha, formando
podas e desbrotas com cuidado, re- galerias que, além de interferir signi-
tirar plantas daninha da área, aplicar ficativamente na taxa fotossintética da
cobertura morta sobre o solo, instalar planta (fotossíntese), servem como
tela anti-afídeos na casa de vegetação porta de entrada para patógenos.
e pré-imunizar as mudas. Os pulgões (Aphis gossypii, Myzus
Dentre as pragas, os maiores pre- persicae) localizam-se nos brotos e
juízos ao cultivo de melancia em am- no lado inferior das folhas novas pro-
bientes protegido são causados por vocando sua deformação e engruvi-
ácaros, larva minadora e pulgões nhamento. Sugam a seiva da planta e
(Tabela 10). Essas pragas encontram também são vetores de viroses.
Duração do armazenamento 2 a 3 semanas
Potencial para utilização da atmosfera controlada Nulo

50 Fonte: Adaptado de Almeida (2006).


Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Tabela
Tabela8.
8.Principais
Principaisdoenças
doençasda
damelancia
melanciacausada
causadapor
porfungos.
fungos.
Nome Espécies
Alternaria Alternaria ssp
Antracnose Colletotrichum orbiculare
Crestamento gomoso Dydimella bryoniae
Cladosporiose Cladosporium cucumerinum
Fusariose vascular Fusarium oxysporum f.sp. niveum
Míldio Pseudoperonospora cubensis
Oídio Sphaerotheca fuliginea, Erysiphe cichoracearum
Pé negro Pythium ssp
Tabela 9. Viroses
Podridão cinzentaencontradas infectando plantios
Botrytis cinerea
comerciais
Podridão de melancia no Brasil.Diplodia ssp
do colo
Verticilose Nome Sigla
Verticillium albo-atrum
Mosaico
Fonte: da melancia
Adaptado de Almeida1(2006).
PRSV-W
(Papaya ringspot virus type W)
Mosaico da melancia 2
Tabela 9. Viroses encontradas infectando plantios WMV-2
(Watermelon mosaic virus 2)
Tabela 9. Viroses
comerciais encontradas
de melancia em plantios comerciais de melancia no Brasil
no Brasil.
Mosaico da abóbora
Nome SqMV
Sigla
(Squash mosaic virus)
Mosaico da melancia 1
Mosaico amarelo da abobrinha PRSV-W
ZYMV
(Papaya ringspot
(Zucchini virus type
yellow mosaic W)
virus)
Mosaico do
Mosaico da pepino
melancia 2
WMV-2
CMV
(Watermelon
(Cucumber mosaic
mosaic virus 2)
virus)
Mosaico da abóbora
Clorose letal da abobrinha SqMV
ZLCV
(Squash mosaic
(Zucchini virus) virus)
lethal chlorosis
Mosaico
Fonte: amarelo
Adaptado da (2005).
de Vieira abobrinha
ZYMV
(Zucchini yellow mosaic virus)
Mosaico do pepino
CMV
(Cucumber mosaic virus)
Clorose letal da abobrinha
ZLCV
(Zucchini lethal chlorosis virus)
Fonte: Adaptado de Vieira (2005).

Tabela
Tabela 10.
10. Principais
Principaispragas
pragasda
damelancia.
melancia.
Nome vulgar Espécies
Ácaro vermelho Tetranychus spp
Afídeos (pulgões) Aphis gossypii, Myzus persicae
Lagartas Spodoptera exigua
Larva-minadora Liriomyza spp
Tabela 10. Principais pragas da melancia.
Mosca-branca Bemisia tabaci, Trialeurodes vaporariorum
Nome vulgar Espécies
Tripes Frankliniella occidentalis, Thrips tabaci
Ácaro vermelho Tetranychus spp
Nematoides Meloidogyne spp
Afídeos (pulgões) Aphis gossypii, Myzus persicae
Fonte: Adaptado de Almeida (2006).
Lagartas Spodoptera exigua
Larva-minadora Liriomyza spp
Mosca-branca Bemisia tabaci, Trialeurodes vaporariorum
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 51
Manejo integrado de pragas e doenças ou secundárias. No caso da mini me-
Manejo integrado consiste na utiliza- lancia conduzida no sistema vertical,
ção de várias técnicas de controle dis- devem ser amostradas duas folhas da
poníveis ao agricultor, com o objetivo parte mediana do dossel. Os insetos
de reduzir os danos causados pelas devem ser coletados e contados. No
pragas e doenças das plantas a níveis caso de ácaros, mosca-branca e lar-
econômicos aceitáveis, com o míni- va-minadora a contagem de insetos,
mo de prejuízos para o agrossistema. minas e ninfas deve ser direta. Para
Para isso, o agricultor deve conhecer a contagem do número de ácaros,
o limite de dano econômico, ou seja, a 1 cm² do lado inferior de cada folha
intensidade de doenças ou de pragas (parte central) deve ser avaliada com
na qual o benefício do controle iguala o auxílio de uma lupa com aumento
ao seu custo. Em ambiente protegido, de 10 vezes. A frequência das amos-
onde os produtos apresentam maior tragens deve ser de uma semana,
valor comercial e as pragas e doen- sendo que quando os níveis popula-
ças podem ter comportamentos dife- cionais forem próximos aos de contro-
rentes em relação ao campo, o limite le ela deve ser realizada duas vezes
de dano econômico para o início do por semana.
controle também pode ser alterado. As principais medidas de controle
Uma proposta de limites de tomada de pragas e doenças que apresen-
de decisão para o controle das princi- tam potencial para uso em ambien-
pais pragas das hortaliças em ambien- te protegido e que, dependendo do
te protegido, apresentada e citada por conjunto doença/praga, hospedeiro
vários autores pode ser utilizada para e ambiente, poderão ser empregadas
mini melancia em ambiente protegido. de forma isolada ou em conjunto, para
Primeiramente, considera-se que obter um controle eficiente são:
cada casa de vegetação é um bloco, • Escolha do local para instalação da
que deve ser constituído de uma úni- estufa: Evitar locais de baixadas, su-
ca cultura, idade, genótipo e sistema jeitas a ventos fortes, infestadas por
de cultivo. As amostras devem ser reti- nematoides e próximos a estradas
radas de 1% das plantas de cada blo- poeirentas.
co, ou seja, numa estufa ou bloco com • Escolha do material de plantio livre
1000 plantas deve-se retirar amostras de patógenos: Vários agentes cau-
de 10 plantas. Essas amostras devem sadores de doenças em cultivo pro-
ser de folhas, caules, flores e frutos, tegido, altamente destrutivos e/ou
que são atacados por pragas-chaves difíceis de serem controlados após
52 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

o estabelecimento na cultura, po- tura, umidade do ar e do solo, lumi-


dem ser transmitidos por sementes nosidade e ventilação. Isso pode ser
e mudas contaminadas. feito através da abertura das laterais
• Redução do inóculo no solo: Duas da casa de vegetação, do uso de te-
medidas que têm sido utilizadas em las de sombreamento, sistemas de
cultivo protegido, principalmente resfriamento e nebulização, coloca-
para o controle de nematoides são ção de mulching sobre o solo, ma-
o revolvimento do solo, expondo as nejo da irrigação, etc.
camadas mais profundas a luz solar, • Uso de variedades resistentes, imu-
e a desinfestação do solo e imple- nes e tolerantes: Medida de contro-
mentos agrícolas. le muito importante para doenças
• Uso de telas anti-afídeos, armadi- de plantas, porém, para mini me-
lhas e eliminação de plantas hospe- lancia as opções de materiais resis-
deiras: Essas medidas visam prin- tentes ou tolerantes disponíveis no
cipalmente impedir a entrada e o mercado são poucas.
estabelecimento de insetos vetores • Manejo nutricional adequado das
de viroses. No caso de telas anti-afí- plantas: Plantas enfraquecidas por
deos, seu uso pode elevar a tempe- deficiência de algum nutriente estão
ratura do ambiente e reduzir a ven- mais predispostas a infeção por pa-
tilação, devendo o produtor avaliar tógenos.
as vantagens e desvantagens do • Manuseio adequado das plantas:
seu uso. As operações de poda, desbrota e
• Rotação de cultura: Embora apre- condução melhoram o arejamento,
sente bons resultados na erradi- a distribuição de luz e reduz o acú-
cação total ou parcial dos patóge- mulo de umidade na casa de vege-
nos em casa de vegetação, devido tação, desfavorecendo a incidência
ao alto valor de comercialização de certas pragas e doenças. Con-
da produção e do alto investimen- tudo, deve-se proceder a limpe-
to nessa atividade, essa medida é za e esterilização dos equipamen-
pouco praticada pelos produtores. tos e materiais utilizados para que
• Manejo do ambiente da casa de ve- não ocorra disseminação de doen-
getação: Até certos limites, pode-se ças através dessas operações, bem
conseguir o controle de alguns fa- como realizar a aplicação de fungi-
tores ambientais que interferem no cidas protetores para evitar a entra-
desenvolvimento e propagação de da de patógenos através dos cortes
doenças e pragas, como tempera- feitos pelas podas.
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 53
• Controle químico: Deve ser reali- mais ativas. Evitar o uso repetido de
zado sob a orientação de um en- produtos com o mesmo mecanismo
genheiro agrônomo, utilizando-se de ação sobre o patógeno ou praga
produtos registrados para a cultura para que não ocorra o surgimento
e optando, preferencialmente, por de indivíduos resistentes.
aqueles de ação seletiva e menos • Limpeza da casa de vegetação: An-
tóxicos ao homem e ao ambiente. tes da instalação da cultura, deve-
Evitar pulverizar durante os perío- se fazer a limpeza e esterilização
dos quentes do dia e, durante a fase da casa de vegetação, estruturas
de polinização dos frutos, evitar pul- de condução das plantas e demais
verizar as plantas durante o período equipamentos e matérias utilizados
da manhã, quando as abelhas são no seu cultivo.
54 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

Bibliografia consultada
AGUIAR, R. L; AGUILERA, G. A. H; DAREZZO, R. J; ROZANE, D. E; SILVA, D. J. H
da. Cultivo em ambiente protegido: histórico, tecnologia e perspectivas. Viçosa:
UFV; DFT, 2004. 332p.

ALMEIDA, D. Manual de culturas: hortículas. 1.ed. Lisboa: Editorial Presença,


2006. Volume II, 325p.

BLISKA JÚNIOR, B; HONÓRIO, S. L. Plasticultura e estufa. Campinas: Unicamp,


Cartilha tecnológica, 2000. 92p.

BORNE, H. R. Produção de mudas de hortaliças. Guaíba: Livraria e Editora


Agropecuária, 1999. 189p.

CAMPAGNOL, R. Sistemas de condução de mini melancia cultivada em


ambiente protegido. Piracicaba. 80p. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2009.

CARVALHO, R. N. De. Cultivo de melancia para a agricultura familiar. 2.ed. Bra-


sília: EMBRAPA, 2005. 112p.

CASTELLANE, P.D.; CORTEZ, G.E.P. A cultura da melancia. Jaboticabal: FUNEP,


1995. 64 p.

CASTILLA, N. Invernaderos de plástico: Tecnología y manejo. Madrid, Barcelona


e México: Mundi-Prensa, 2005. 462p.
Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação 55
FAO. Agricultural production, primary crops. 2009. Disponível em:
<http://faostat.fao.org/site/567/DesktopDefault.aspx?PageID=567#ancor>.
Acesso em: 1o set. 2011.

FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na


produção e comercialização de hortaliças. 3. Ed. Rev. E ampl. Viçosa, MG: Ed.
UFV, 2007. 421p.

GOTO, R.; TIVELLI, S.W. Produção de hortaliças em ambiente protegido:


condições subtropicais. São Paulo: Fundação da editora UNESP, 1998. 319p.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção Agrí-


cola. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/default.asp?t=
2&z=t&o=11&u1=1&u2=21&u3=1&u4=1&u5=1&u6=3> Acesso em: 31 out.
2011.

LIZ, R. S. de; CARRIJO, O. A. Substratos para Produção de Mudas e Cultivo de


Hortaliças. Brasília: Embrapa Hotaliças, 2008. 83p.

MANTOVANI, E. C; SALASSIER, B; PALARETTI, L. F. Irrigação: princípios e méto-


dos. 2.ed. Atual. e ampl. Viçosa: Ed. UFV, 2007. 358 p.

MELO, B; SILVA, C. A; ALVES, P.R.B. Processamento mínimo de hortaliças e


frutas. Disponível em: <http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/pminimo.htm> Aces-
so em: 15 dez. 2011.

MINAMI, K.; SALVADOR, E.D. Substrato para Plantas. Piracicaba, SP: Degaspari,
2010. 226p.

MINAMI, K; IAMAUTI, M. T. Cultura da melancia. Piracicaba: ESALQ, Departa-


mento de horticultura, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São
Paulo, 1993. 101p.

NOGUEIRA, C. C. P. Fertirrigação em minimelancia (Citrullus lanatus) tutorada


em ambiente protegido. Piracicaba. 74p. Tese (Doutorado) – Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.
56 Cultivo de Mini Melancia em Casa de Vegetação

PAPADOPOULOS, A.P. Growing greenhouse seedless cucumbers in soil and


in soilless media. Ottawa: Agriculture and Agri-Food Canada, 1994. 126 p.
(Agriculture and Agri-Food Canada Publication, 1902/E).

PUIATTI, M.; SILVA, D. J. H. Cultura da melancia. In: FONTES, P.C.R. (Ed.).


Olericultura: teoria e prática. Viçosa: Editora UFV, 2005. p. 385-406.

RODRIGUES, L.F.R. Técnicas de cultivo hidropônico e de controle ambiental


no manejo de pragas, doenças e nutrição vegetal em ambiente protegido.
Jaboticabal: FUNEP, 2002, 762p.

TAKII SEEDS. Melancia. Disponível em: <http://www.takii.com.br/melanciarapid.


html> Acesso em: 15 dez. 2011.

TRANI, P.E.; CARRIJO, O.A. 2004. Fertirrigação em hortaliças. Campinas: Institu-


to Agronômico, Série Tecnologia APTA, Boletim Técnico IAC, 196. 53pp.

VIEIRA, J.V. Avaliação da coleção de germoplasma de melancia da Embrapa


Hortaliças para tolerância a viroses. Brasília : Embrapa Hortaliças, 2005.

VILLA, W et al. Cultura da melancia. Campinas: CATI, 2001. 34p. (Boletim


Técnico, 243).

VILLA, W.; GROPPO, G.A.; TESSARIOLI NETO, J. GELMINI, G.A. Cultura da


melancia. Campinas: CATI, 2001. 52 p. (Boletim Técnico, 243).

ZAMBOLIM, L.; VALE, F. X. R.; COSTA, H. Controle de doenças de plantas:


hortaliças. Viçosa, MG: Editora UFV, 2000. v.1, 2. 879p.

Você também pode gostar