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DATA E AUTENTICIDADE
Estudiosos estimam que são escritos anteriores a destruição do templo de Jerusalém, entre os
anos 60 e 70 d.C. Outros estimam que foi escrito entre os anos 70 e 90 d.C., contudo são coesos
quanto a origem sendo na Palestina ou Síria. Segundo Willy Rordorf, a Didaquê é uma
"compilação anônima de diversas fontes derivadas da tradição viva, de comunidades eclesiais
bem definidas", portanto a questão da datação equivale à questão das datas das tradições ali
registradas, que indubitavelmente remontariam ao século I d. C., derrubando as teses de
datação tardia (séc. II)[1] .
Quanto à sua autenticidade, é de senso comum que o mesmo não tenha sido escrito pelos doze
apóstolos, ainda que o título do escrito lhes faça menção. Contudo, estudiosos acreditam na
compilação de fontes orais tendo recebido os ensinamentos que resultaram na elaboração do
texto. Também é senso comum que tenha sido escrito por mais de uma pessoa.
O texto foi mencionado por escritores antigos, inclusive por Eusébio de Cesareia que viveu no
século III, em seu livro "História Eclesiástica"[2] , mas a descoberta desse manuscrito, na
íntegra, em grego, num códice do século XI ( ano 1056 ) ocorreu somente em 1873 num
mosteiro em Constantinopla, o chamado Codex Hierosolymitanus.
É considerado apócrifo por Eusébio, Atanásio (c. 367) e Rufino (c. 380).
CONTEÚDO
— Vários, Didaquê[3] .
Nos escritos da Didaquê também são reforçados o batismo no nome do Pai, Filho e Espírito
Santo[4] , sendo argumento para os que aceitam o dogma da Trindade, contrapondo-se a
defesa dos não trinitários de que não existiam escritos cristãos do primeiro século que
defendessem o batismo no nome de Jesus.
“ Que ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do
Senhor, pois sobre isso o Senhor [Jesus] disse: "Não dêem as coisas santas aos cães" ”
— Vários, Didaquê[5] .
Tais escritos também sustentam argumentos de que existiam escritos do primeiro século
apoiando a defesa da tese teológica de que Jesus é Deus.
Sobre questões polêmicas como o batismo, adverte para o batismo em imersão; sendo
admitido por aspersão na inexistência de água corrente. A Didaquê também acentua a
disposição ao jejum por parte do candidato ao batismo e daquele que o vai batizar por cerca de
três dias antes do batismo.
Nos escritos da Didaquê há uma similaridade quando se referencia ora ao Pai como o Senhor[6]
, ora a Jesus como o Senhor[7] , o que é aceito por alguns como a interposição entre as duas
pessoas. Também fazendo a distinção de pessoa chamando Jesus de servo do Pai[8] .
A Didaquê faz registro da celebração da eucaristia:
— Vários, Didaquê[9] .
A Didaquê cita diretamente ou faz menção indireta a diversos livros do novo testamento:
Mateus, Lucas, I Epístola aos Coríntios, Hebreus, I Epístola de Pedro, Atos dos Apóstolos,
Romanos, Efésios, Carta aos Tessalonicenses e Apocalipse.