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Manual do

Soldador

Cícero R. O. Moura
João César Matias
Joenice Silva e Souza

Fortaleza - 2004
CONCEITOS GERAIS JUNTA EM ÂNGULO

DETALHES DA JUNTA

JUNTA DE TOPO

1. ESPESSURA DA GARGANTA: Distância entre o cordão da raiz e a superfície


medida na bissetriz do ângulo

2. PERNA: Distância entre o cordão da raiz e o vértice da junta


1. ABERTURA DA RAÍZ: Separação entre as faces a serem soldadas na raiz da
junta
2. NARIZ: Superfície de preparação da junta perpendicular à superfície da peça 3. RAIZ DA JUNTA: Ponto no qual a base do cordão intercepta a superfície do
metal base
3. SUPERFICIE DO BISEL: Superfície oblíqua à preparação da junta
4. FACE DA JUNTA: Ponto de junção entre a superfície do cordão e a superfície
4. ÂNGULO DO BISEL: Ângulo entre a superfície biselada e um plano do metal base
perpendicular à peça
5. SUPERFÍCIE DA JUNTA: Superfície externa do cordão
5. ÂNGULO DE CHANFRO: Ângulo total entre as duas superfícies biseladas
6. PROFUNDIDADE DE PENETRAÇÃO: Profundidade atingida pela poça de
6. LARGURA DA JUNTA: Largura efetiva da junta (distância entre os biseis fusão a partir da superfície do metal base
acrescida da sobreposição com o metal de base)
7. LARGURA DA JUNTA: Distância entre as faces da junta
7. ESPESSURA DA PEÇA

01 02
Soldagem ao Arco Elétrico com Eletrodo Revestido

A soldagem com eletrodos revestidos é definida como um processo de soldagem com


arco, onde a união é produzida pelo calor do arco criado entre um eletrodo revestido e a
peça a soldar. Pela AWS (American Welding Society – Sociedade Americana de
Soldagem), este processo é chamado (Shielded Metal Arc Welding - SMAW).
Ele tem como característica principal a possibilidade de soldar diversos tipos de
materiais por conta das inúmeras formulações diferentes na fabricação dos eletrodos,
sendo por isso um processo extremamente versátil. Esta versatilidade, associada com o
baixo custo do equipamento e dos consumíveis, lhe conferiu uma vasta gama de
utilizações na indústria.

Revestimento
O arame do eletrodo revestido é fabricado com diâmetro que varia entre 1,5 e 8 mm e
comprimento entre 23 e 45 cm, recoberto por uma camada de fluxo aglomerado (o
revestimento).
As principais funções do revestimento do eletrodo são:
Funções elétricas (isolamento): O revestimento é um mau condutor de eletricidade.
Assim, isola a alma do eletrodo, evitando que em um eventual contato não haja a
abertura de indesejáveis arcos de solda laterais. Ionização: O revestimento contém
silicatos de Na (sódio) e K (potássio) que ionizam a atmosfera do arco e facilitando a
passagem da corrente elétrica, dando origem a um arco estável.
Funções físicas e mecânicas: O revestimento fornece gases para formação da atmosfera
protetora das gotículas do metal contra a ação do ar ambiental (21 % oxigênio, 78 %
nitrogênio e 1 % de outros gases). O revestimento funde-se e depois solidifica-se sobre o
Esquema Simplificado do Equipamento de Soldagem cordão de solda, formando uma escória de material não metálico que protege o cordão
da oxidação pela atmosfera normal, enquanto a solda está resfriando. O revestimento
Eletrodo Revestido proporciona o controle da taxa de resfriamento e contribui no acabamento do cordão.
O eletrodo revestido consiste de um arame de metal (que é o semelhante ao material a ser Funções metalúrgicas: O revestimento pode contribuir com elementos de liga de
soldado) com um revestimento externo que define quais características (propriedades maneira a alterar as propriedades da solda, até mesmo no caso de elementos que são
mecânicas, químicas e metalúrgicas) terá a junta soldada. altamente voláteis.
Fonte de Energia
Uma fonte de energia para soldagem é o aparelho que permite conseguir corrente, a
partir da rede de distribuição ou motor de combustão com características exigidas para
soldagem. Podemos classificá-las em:
Máquinas de Corrente Contínua (CC): - Geradoras (fonte com motor de combustão)
- Retificadoras

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Máquinas de Corrente Alternada (CA): Transformadoras - Suprimento de gás protetor.
Máquinas Mistas: Transformador / Retificador (CA-CC) - Fluxímetro e regulador-redutor de pressão do gás.
O suprimento de energia quando em Corrente Contínua e dependendo das exigências de - Fonte de energia (normalmente retificadora CC)
serviço, podem existir os seguintes casos: - Suprimento de água de refrigeração, se a pistola é refrigerada a água.
Polaridade Direta: A peça é ligada ao pólo positivo e o eletrodo ao negativo.
Polaridade Inversa: O eletrodo é ligado no positivo e a peça no negativo.
Cabos de Soldagem
São usados para conectar o alicate porta-eletrodo e o grampo (garra de terra) à fonte de
energia. Deverá ter isolamento elétrico adequado e material isolante resistente ao
desgaste.
Alicate Porta-Eletrodo
Permite ao soldador prender com firmeza o eletrodo em várias posições. Deverá ter
isolamento elétrico e térmico eficiente, e dimensionamento e peso adequado.
Grampo (Conector de Terra)
Para conectar o cabo terra a peça a ser soldada. Normalmente de cobre e robusto, para
permitir um bom contato.

Esquema Simplificado do Equipamento de Soldagem


Soldagem ao Arco Elétrico TIG
Pela AWS, este processo é chamado (Gas Tungsten Arc Welding - GTAW).
A soldagem TIG propicia a união de metais pelo aquecimento deste com um arco entre Os eletrodos de tungstênio (não consumível) usados na soldagem TIG são de várias
um eletrodo de tungstênio não consumível e a peça. classificações em função do material fabricado, e escolhido em função do serviço:
A proteção durante a soldagem é conseguida com um gás inerte ou mistura de gases . Tungstênio puro
inertes, que também tem a função de transmitir a corrente elétrica quando ionizados . Tungstênio com 1% a 2% de tório
durante o processo. . Tungstênio com 0,15% a 0,4% de zircônio
A soldagem pode ser feita com ou sem metal de adição. Quando é feita com metal de Os metais de adição, se utilizados, normalmente são similares ao metal que está sendo
adição, ele não é transferido através do arco, mas é fundido pelo arco. soldado, definidos nos procedimentos de soldagem.
O eletrodo que conduz a corrente é um arame de tungstênio puro ou liga deste metal. Os gases de proteção mais usados para soldagem TIG são: . Argônio (Ar)
A área do arco é protegida da contaminação atmosférica pelo gás protetor que flui do . Hélio (He)
bico da pistola. O gás remove o ar, eliminando nitrogênio, oxigênio e hidrogênio de . Mistura (Ar + He)
contato com o metal fundido e com o eletrodo de tungstênio aquecido.
Há pouco ou nenhum salpico e fumaça. A camada da solda é uniforme e suave,
requerendo pouco ou nenhum acabamento posterior.
A soldagem TIG pode ser usada para executar soldas de alta qualidade na maioria dos
metais e ligas. Não há nenhuma escória e o processo pode ser usado em todas as
posições. Porém é o mais lento dos processos manuais.
Equipamento de Soldagem
- Porta-eletrodo com passagem para gás e um bico para direcionar o gás protetor ao
redor do arco, além de um mecanismo de garra para energizar e conter um eletrodo de
tungstênio - esse equipamento é chamado pistola.
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O argônio é muitas vezes preferido em relação ao hélio porque apresenta várias
vantagens:
. Ação do arco mais suave e sem turbulências
. Menor tensão no arco para uma dada corrente e comprimento do arco
. Maior ação de limpeza na soldagem de materiais como alumínio e magnésio, em
corrente alternada
. Menor custo e maior disponibilidade
. Menor vazão de gás para um boa proteção
. Melhor resistência a corrente de ar transversal
. Mais fácil a iniciação do arco.

O hélio quando usado como gás de proteção resulta em tensão de arco mais alto para um
dado comprimento de arco e corrente em relação ao argônio, produzindo mais calor.
Assim sendo, é mais efetivo para a soldagem de materiais espessos (especialmente
Tipos de Junta
metais de alta condutividade como o alumínio). Entretanto, visto que a densidade do
hélio é menor que a do argônio, usualmente são necessárias maiores vazões de gás para
se obter um bom arco e a proteção adequada da poça de fusão.

Posições de Soldagem

Chapas e Tubos

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PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER COM A SOLDAGEM PROBLEMA CAUSA POSSÍVEL SOLUÇÃO POSSÍVEL
COM ELETRODOS REVESTIDOS NOS AÇOS 1. A peça está com sujeira 1. Remova carepas, pontos
PROBLEMA CAUSA POSSÍVEL SOLUÇÃO POSSÍVEL na junta. oxidados (ferrugem), umidade,
1. Amperagem pode estar 1. Experimente diminuir a óleo, graxas, etc.
alta para o tipo e diâmetro amperagem. 2. A poça não está sendo 2. Mantenha a poça derretida por
do eletrodo. derretida no tempo correto, tempo suficiente para permitir
2. Polaridade pode estar 2. Inverta as posições do cabo ou seja, a velocidade de que os gases escapem do metal
invertida para o tipo de (eletrodo) com o grampo-terra. avanço é muito rápida. antes que ele se solidifique.
eletrodo. 3. Arco muito longo. 3. Use arco curto.
3. Comprimento do arco 4. Umidade no eletrodo. 4. Veja se os eletrodos estão
3. Diminua o comprimento do
Respingos na muito longo. Porosidade e armazenados nas estufas com as
arco.
solda 4. Metal derretido está furos temperaturas corretas e use
escorrendo na frente do superficiais cochichos durante a soldagem.
arco. 4. Mude o ângulo do eletrodo. 5. Troque de eletrodo.
5. Eletrodo com
5. Eletrodo pode estar com revestimento quebrado ou
umidade. o revestimento está
5. Veja as recomendações do colocado excentricamente
fabricante para armazenagem do com relação ao núcleo do
eletrodo em estufas. mesmo.
1. Amperagem muito 1. Aumente a amperagem. 6. Abertura do arco 6. Ao abrir o arco não afaste
baixa. incorreta. bruscamente o material.
2. Velocidade de soldagem 2. Diminua a velocidade de 7. Amperagem muito alta. 7. Diminua a amperagem.
muito rápida (alta). soldagem. 1. Má limpeza do cordão 1. Faça a limpeza bem feita da
Falta de 3. Diâmetro do eletrodo 3. Use eletrodo de diâmetro pouco de solda. escória e após cada passe, se
penetração grande para a junta. espesso em chanfro de grande possível, limpe com escova
profundidade e estreito. rotativa.
4. A folga na junta está 4. Deixe folga na base da junta de 2. Irregularidade no corte 2. Esmerilhe bem e se houver
menor ou sem nenhuma aproximadamente, 3,0 (três) ou chanfro da peça, entradas profundas encha com
folga (afastamento). milímetros. provocados por entrada do solda, esmerilhe e faça ensaio
1. Amperagem pode estar 1. Diminua a amperagem. arco a plasma. com líquido penetrante.
alta. 3. Cordão de solda muito 3. Se o chanfro não permitir um
Mordeduras
2. Diâmetro do eletrodo 2. Usa eletrodo de diâmetro convexo. Acontece muito movimento angular do eletrodo,
pode estar grande para a menor. nos passes de raiz, na esmerilhe a crista do cordão para
A mordedura
junta. posição vertical continuar.
tem efeito
3. Ângulo do eletrodo 3. Mude o ângulo do eletrodo de Inclusão de ascendente ou em
indesejável
errado. forma que a força do arco escória chanfros muito estreitos.
na aparência
mantenha o metal nas 4. Passes mal distribuídos 4. Distribua os passes de modo
de uma solda
extremidades laterais do cordão. dentro do chanfro. que o último passe da camada
e também
4. Velocidade de soldagem 4. Use uma velocidade de não fique muito estreito. Se isto
pode
incorreta. soldagem uniforme. acontecer esmerilhe para dar
enfraquecer a
5. Tecimento (oscilação) 5. Diminua o tecimento mais espaço para o último passe
junta
excessivo. (oscilação). da camada.
6. Arco Longo. 6. Diminua o arco. 5. Mordedura no passo 5. Elimine as mordeduras do
1. A polaridade e a 1. Use eletrodos de uma anterior. passe anterior com
intensidade de corrente embalagem nova. Se o problema esmerilhamento. E cuide para
Soldagem estão dentro das continuar, coloque os eletrodos que isso não aconteça
difícil recomendações, porém a em estufas. novamente.
ação do arco está difícil e 6. Amperagem muito baixa. 6. Aumente a amperagem.
errada. 09 10
PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER COM A SOLDAGEM
PROBLEMA CAUSA POSSÍVEL SOLUÇÃO POSSÍVEL
NO PROCESSO TIG
1. Amperagem pode estar 1. Use uma amperagem mais alta.
PROBLEMA CAUSA POSSÍVEL SOLUÇÃO POSSÍVEL
baixa.
2. Cordões de solda 2. Use técnica de soldagem de 1. Cilindros de gás 1. Substitua o cilindro.
podem estar muito largos. cordões retos (sem tecimento). contaminados: umidade
3. Folga entre as juntas 3. Providencie um melhor excessiva.
está excessiva. acostamento. 2. Superfícies do metal- 2. Verifique e limpe-o novamente.
4. Falta de goivagem do 4. Faça goivagem com processo base contaminadas devido
Falta de fusão a uma limpeza inadequada.
outro lado da solda. arc-air e esmerilhamento até o
metal ficar limpo. 3. Formação de óxidos na 3. Verifique e corte o pedaço
5. Cordões com muito 5. Aumente a velocidade de vareta de metal de adição, oxidado da vareta.
volume de solda para a soldagem ou diminua o diâmetro cuja ponta em fusão saiu
junta. do eletrodo. da cortina do gás de
6. Velocidade de avanço 6. Aumente a velocidade de proteção.
muito baixa. avanço. 4. Falta de fusão entre os 4. Verifique problemas à falta de
passes ou limpeza fusão adiante. Melhore limpeza
1. Amperagem muito 1. Reduza a penetração usando as
incompleta entre os entre passes.
elevada. mais baixas amperagens
mesmos.
possíveis.
5. Correntes de ar (ventos) 5. Proteja a área de soldagem
2. Eletrodos de diâmetro 2. Utilize eletrodos de pequenos
na área de soldagem. dos ventos.
excessivo. diâmetros.
6. Vazão baixa do gás de 6. Aumente a vazão.
3. Trincas na cratera. 3. Encha cada uma delas antes de Porosidade proteção.
extinguir o arco. Use uma técnica
7. Umidade na vareta 7. Vareta estava armazenada
de retrocesso de forma a terminar
metal de adição. incorretamente. Verifique, seque
o cordão na cratera.
4. Trincas nas soldas de 4. O primeiro cordão deve estar ou substitua a vareta.
8. Bocal refratário de 8. Substitua o bocal.
passes múltiplos de topo com uma dimensão suficiente e
diâmetro inadequado.
ou de filete. com um formato plano ou
9. Conexão do cabo-terra 9. Verifique e aperte.
ligeiramente convexo. Para
solta.
Trincas aumentar a dimensão do cordão
10. Solidificação da poça de 10. Mantenha o arco aberto mais
use baixa velocidade de soldagem,
fusão ocorrendo muito tempo.
arco curto ou incline a peça,
rapidamente.
aproximadamente, 5°(cinco
11. Contaminação das 11. Verifique as condições de
graus) e solde subindo. Solde
varetas de adição por armazenagem.
sempre com a peça quente.
armazenamento impróprio.
5. Apesar de todos os 5. Juntas rígidas são mais
12. Vazamento no circuito 12. Cheque todo o circuito
cuidados tomados, propensas a trincar na solda. Se
de gás de proteção. (mangueiras, conexões, etc.).
continuam as trincas. possível, solde sempre em direção
13. Excesso de gás de 13. Diminua a vazão do gás.
às partes não restritas. Deixe uma
proteção.
folga de 1,0 mm (um milímetro)
entre as peças para movimentos
livres de contração quando a
chapa esfriar.

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PROBLEMA CAUSA POSSÍVEL SOLUÇÃO POSSÍVEL PROBLEMA CAUSA POSSÍVEL SOLUÇÃO POSSÍVEL
1. Soldagem na polaridade 1. Inverta a posição dos cabos. 1. Preparação da junta 1. Cheque aberturas, ângulo de
errada. errada. chanfros, profundidades, limpeza,
2. Mau contato entre o 2. Verifique e aperte. etc.
eletrodo e a pinça porta- 2. Metal de adição 2. Cuide para que a vareta não
eletrodo. depositado antes que a entre no arco, e sim na borda
3. Eletrodo contaminado 3. Limpe o eletrodo com um leve poça de fusão tenha se dianteira da poça de fusão.
por contato com a poça de esmerilhamento. Se estiver muito formado, no metal-base.
fusão. contaminado ou corroído deve ser 3. Amperagem de 3. Aumente a amperagem.
Consumo substituído. soldagem baixa demais.
excessivo de 4. Amperagem inadequada 4. Verifique se há uma bola na 4. Regime de deposição 4. Faça uma deposição da vareta
eletrodo para o diâmetro de ponta do eletrodo cerca de mais ocorrendo rápido demais. mais lenta.
eletrodo usado. de 1,5 vezes o diâmetro do 5. Má interpretação da 5. Utilize técnica de soldagem de
eletrodo. Neste caso a forma da poça de fusão. acordo com a poça de fusão.
amperagem está alta, diminua. a = plana
5. Gás de proteção 5. Verifique o circuito de b = em gota
insuficiente. alimentação do gás e a regulagem Falta de c = cavada
da vazão. Fusão d = em bico
6. Tipo de eletrodo 6. Troque por eletrodo adequado
inadequado. ao serviço.
Queda 1. Má interpretação da 1. Mude a técnica de soldagem de
excessiva do forma da poça de fusão. acordo com a poça de fusão.
metal de 2. Velocidade de soldagem 2. Aumente a velocidade de
adição muito baixa. avanço.
3. Ângulo inadequado da 3. Altere a posição da tocha.
tocha.
4. Amperagem de 4. Diminua a amperagem. 6. Manuseio Inadequado 6. Mude a técnica de soldagem.
soldagem alta demais. da tocha.
Arco flutuante 1. Óxidos ou agentes 1. Limpe a peça de impurezas tais 7. Pontos de soldagem, 7. Esmerilhe os pontos de solda.
contaminadores na como óleo, graxa, umidade, etc. durante a montagem,
superfície do metal-base. grandes demais.
2. Ângulo do chanfro da 2. Aumente o chanfro. 8. Má fixação das peças a 8. Antes de soldar, verifique as
junta estreito demais. soldar. condições de fixação das peças.
3. Eletrodo contaminado. 3. Limpe o eletrodo com um leve
esmerilhamento ou substitua-o.
4. Arco comprido demais. 4. Diminua o comprimento do
arco.
5. Diâmetro do eletrodo 5. Troque por eletrodo de menor
grande demais para diâmetro.
amperagem usada.
6. Ligações elétricas 6. Cheque os fios que ligam a
defeituosas. máquina na rede e conserte-os, se
necessário.

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TÉCNICAS E CUIDADOS GERAIS PARA SOLDAGEM DE AÇOS Os eletrodos revestidos de baixo hidrogênio, quando de sua utilização, devem ser
mantidos em estufas portáteis, em temperatura entre 80°C e 150°C. As estufas
devem estar calibradas.
O primeiro requisito para se obter soldas de qualidade é a correta seleção, inspeção e
armazenamento, desde os metais-base e os consumíveis (eletrodos, discos de Os eletrodos revestidos de baixo hidrogênio que, fora da estufa de manutenção da
desbaste/corte, etc.) até os acessórios e equipamentos a serem utilizados. secagem, não forem utilizados após uma jornada de trabalho devem ser identificados
e retornar à estufa de manutenção para serem ressecados. Permite-se apenas uma
Soldar com baixo aporte de calor. ressecagem.
Utilizar a menor intensidade de corrente (amperagem) possível. CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Utilizar a menor tensão do arco (voltagem) possível, o que consiste em utilizar pequeno A soldagem não deve ser executada sob chuva, vento forte ou poeiras provenientes de
comprimento do arco. jato abrasivo, a menos que a junta esteja protegida.
Soldar utilizando cordões retos, contudo, caso seja necessária a utilização de oscilação Para todos os processos de soldagem, meios de proteção devem ser empregados para
transversal esta não deve exceder a três vezes o diâmetro do consumível. evitar a ação de correntes de ar que possam alterar as condições de soldagem.
Sempre que possível é importante utilizar cordões de solda curtos, principalmente em DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MONTAGEM
peças finas.
A solda dos dispositivos auxiliares de montagem deve ser depositada, no mínimo,
PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE SOLDAGEM distante 25 mm das margens do chanfro ou diretamente sobre as faces do chanfro.
Devem existir, no mínimo, duas estufas: uma para secagem e outra para manutenção da Os dispositivos auxiliares de montagem não devem ser removidos por impacto e a área
secagem. da solda provisória, após remoção, deve ser inspecionada.
A estufa portátil para manutenção da secagem dos eletrodos revestidos de baixo MARCAÇÃO DAS JUNTAS SOLDADAS
hidrogênio deve dispor de resistências elétricas, para manter a temperatura entre 80ºC
e 150°C, e ter condições de acompanhar cada soldador individualmente. A junta soldada deve ser marcada com o número de identificação do soldador ou
operador de soldagem.
TÉCNICA DE SOLDAGEM A marcação por meio de puncionamento só é permitida para espessura nominal, maior
Os soldadores e operadores de soldagem devem ser qualificados de acordo com as que 6,4 mm em aço-carbono, aço carbono-molibdênio e aço cromo-molibdênio, a
normas de projeto aplicáveis. uma distância mínima de 25 mm da margem da solda, desde que esta marcação não
A soldagem deve ser executada de acordo com o documento Instrução de Execução e esteja exposta a condições de operação do equipamento, que possam provocar
Inspeção de Soldagem (IEIS), elaborado de acordo com a norma aplicável, com base corrosão sob tensão.
em procedimentos de soldagem qualificados (EPS). PROTEÇÃO NA INSTALAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE SOLDA E CORTE A GÁS
As juntas a serem soldadas devem estar isentas de óleo, graxa, óxido, tinta, resíduos do Na movimentação dos cilindros, deve ser obrigatório o uso de um carrinho adequado ou
exame por líquido penetrante, areia e fuligem do preaquecimento a gás, numa faixa de outro equipamento possuindo dispositivos para fixá-los ou movimentá-los com
no mínimo 20 mm de cada lado das bordas, interna e externamente. segurança. Não rolar ou arrastar os cilindros pelos pisos.
Para soldagens TIG e MIG, a limpeza do chanfro e bordas deve ser ao metal brilhante, Os cilindros devem ser mantidos limpos, secos e isentos de óleo ou graxa.
numa faixa de 10 mm, pelos lados interno e externo. PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA
Durante a execução da soldagem, poro, escória e defeitos visíveis devem ser removidos. Todo e qualquer trabalho de soldagem ou corte deve ser executado somente após a
CONSUMÍVEL eliminação dos riscos inerentes aos raios ultravioleta, infravermelho e de radiação
Quando armazenados na posição vertical as embalagens de eletrodos revestidos devem situadas no espectro visível da luz.
ser posicionadas com as pontas de abertura de arco voltadas para cima. O soldador, para completar a sua proteção, deve usar capuz, luvas, mangas, avental,
Os eletrodos revestidos e fluxos de baixo hidrogênio devem ser submetidos à secagem e perneiras, botinas de segurança.
às condições de manutenção da secagem em estufas que atendam aos requisitos de Deve-se montar uma proteção, tal como tela ou lona de material não inflamável, para
normas. evitar a queda de escórias, respingos, salpicos e faíscas provenientes da soldagem e
corte.
Cuidados devem ser tomados durante a limpeza da solda (escória e salpicos) utilizando
óculos de segurança ou protetor facial e vestimenta adequada.

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EXEMPLO DE ESPECIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE REQUISITOS PARA QUALIFICAÇÃO DE SOLDADORES
SOLDAGEM (EPS)
TESTE QUALIFICADO PARA
Ø 1” TUBOS ≥ 1”
Ø 2” TUBOS ≥ 1” E TODAS AS CHAPAS
Ø ≥ 3” TUBOS ≥ 3” E TODAS AS CHAPAS
E 6010 (F Nº 3);
E 6010 (F Nº 3)
E 6013 (SÓ ACABAMENTO)
E 6010 (Raiz) E 6010 (RAIZ)
E 7018 (Ench./Acab.) E 7018 (ENCHIMENTO./ ACABAMENTO)
O soldador que irá executar a solda deve estar qualificado:
1. No processo de soldagem.
2. Na faixa de espessura (o dobro da espessura usada no teste).
3. Na faixa de diâmetro.

EXEMPLO DE CONTROLE DE DESEMPENHO DE


SOLDADORES

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REFERÊNICIA BIBLIOGRÁFICA ANOTAÇÕES

1. Apostila de Soldagem da FBTS


2. Apostila de Soldagem de Tubulações da ESAB
3. Apostila de Soldagem de Aços Inox da ACESITA
4. Normas Petrobras de Soldagem – N-133 e N-1438
5. Apostila de Soldagem do CEFET-Ce
6. Livro - Soldagem - Processos e Metalurgia (Mello; Brandi)

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