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O atendimento a crianças com suspeita de abuso sexual é algo complexo

e sensível. Dessa forma, o profissional, durante o processo de avaliação


psicológica, precisa dar um enfoque multidisciplinar e também estar atento à
ética e às questões legais. O profissional deve averiguar se os órgãos públicos
já têm ciência da suspeita de abuso, para que não atue de forma paralela às
investigações.
A legislação do Brasil esclarece as vedações em relação a menores de
idade, tais quais negligência, discriminação, exploração, violência, entre outros.
Punindo não só os algozes, mas também todo aquele que tenha conhecimento
ou presencie ação que constitua violência contra criança ou adolescente.
No mesmo sentido, o Código de Ética Profissional do Psicólogo autoriza a
quebra de sigilo em situações de violação de direitos humanos. No entanto, a
legislação obriga a qualquer pessoa a comunicar às autoridades no caso de
suspeita de violação de direitos. Não é incomum que psicólogos recebam
solicitações de familiares ou instituições para identificar um possível abuso.
Muitos profissionais acabam por aceitar fazer essa averiguação. Mas, é
importante salientar que o psicólogo deve esclarecer sobre a necessidade de
notificar os órgãos competentes. Em se tratando de um caso já notificado, o
profissional deve avaliar a demanda solicitada e sua real competência para
realizá-la.
O Estatuto da Criança e do Adolescente antevê políticas públicas de
assistência à população infanto-juvenil vítimas de violação de direitos, que
deverão articular ações governamentais e não governamentais. Dessa forma,
os diferentes órgãos que compõem a rede de proteção a esses menores
devem contar com profissionais de psicologia em seus quadros técnicos.
No caso da atuação de psicólogos em avaliações psicológicas realizadas
no âmbito judicial, essas avaliações são chamadas de perícia psicológica, que
costumam ser solicitadas com o objetivo de produzir prova técnica acerca do
crime em investigação e julgamento. Nesse sentido, a perícia psicológica
objetiva encontrar vestígios deixados na memória da suposta vítima e também
avaliar possíveis indicadores clínicos da situação de violência em estudo. A
perícia psicológica dará suas conclusões se baseando na avaliação da suposta
vítima, independentemente da versão do suspeito.
A avaliação psicológica forense é imprescindível, pois se consolida como
uma das principais peças para a comprovação do abuso sexual.

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