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Título do original:
Précis de Géographie Econom
ique

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Presses Universitaires de France

BIBLIOTECA CENTRAL
Universidade de Sudoeste |
tória da Conquista-Bahia E
INTRODUÇÃO

A Geografia Econômica tem por objeto o estudo das formas de


produção e o da locaiização do consumo dos diferentes produtos no
âmbito mundial. Por sua essência, é uma ciência humana ou, mais
precisamente, uma ciência social, no sentido de que os processos de
produção, de transporte e trocas, de transformação e «e consumo dos
produtos são resultantes de iniciativas humanas e as suas característi-
cas, a sua eficiência, são devidas às formas de organização decorrentes
do passado próprio a cada grupo humano.
Os fatos e os processos que constituem o tema de estudo da
Geografia Econômica resultam de dados históricos, cuja amplitude
pode ser mais ou menos longa:
—— 4 evolução milenar dos métodos de cultura e de fabricação;
—T — 4 utilização de descobertas científicas sucessivas e contínuas
em determinadas condições históricas e geográficas;
— A projeção, sobre a superfície do globo, dos diversos meios
de produção e de troca, dos diversos modos de consumo e de utilização,
de acordo com o desenvolvimento dos diferentes sistemas políticos,
econômicos e sociais e conforme o concomitante aperfeiçoamento das
técnicas — e a desigual extensão espacial de cada um desses sistemas.
Um primeiro tema de estudo é, portanto, o exame das condições
de distribuição quantitativa e qualitativa dos grupos humanos na super-
fície do globo. A geografia do consumo provém de combinações com-
os quais se acham
pd

plexas entre o número e o nível das necessidades,


ligados ao grau de desenvolvimento técnico e às estruturas sociais.
Bit!

A geografia da produção depende da localização dos diversos tipos de


produção e de fabrico, assim como das suas formas de expansão. Todo

1
ensaio racional de Geografia Econômica inicia, portanto, por uma con-
sideração sobre a distribuição da população do globo e pelo exame
das formas de produção e de consumo próprias aos diversos grupos
humanos, conforme a estrutura de sua economia. Não será possível a
distinção de grupos estanques, mas tornar-se-á necessário, ao contrário,
definir a natureza das relações existentes entre os grupos humanos.
Embora a produção agrícola seja, na ordem histórica, a muito
mais antiga, e no plano geográfico a mais largamente desenvolvida, a
chave dos mecanismos da economia contemporânea é fornecida pelo
conhecimento das formas e das condições do desenvolvimento da pro-
dução industrial: a primazia reverte-se ao estudo desta última.
A grande diversidade da produção agrícola, conforme seja ela
influenciada com maior ou menor intensidade pela. ação direta ou indi-
reta da economia industrial, situa-se em três planos sucessivos:
— em função das aptidões naturais às diferentes formas de espe-
culações vegetais ou animais, sobretudo em função das condições cli-
máticas;
— Pelo relacionamento com a r» epartição das diversas culturas
e das diferentes formas de pecuária;
— Em função dos diversos sistemas de produção.
Os intercâmbios internacionais exigem, por seu turno, duas
séries
de considerações: 1) volume, direção, modalidade das
trocas, de acordo
com as necessidades e os imperativos dos dive
rsos sistemas econômicos;
2) orga
Or, nização material de todas as formas de transporte e
missões. de trans-
a Á estatística é um meio de diagnosticar o
estado atual da produ-
ção, do consumo, da circulação dos pro
dutos brutos e elaborados.
Projetada sobre o planno histórico, ela
permite defini r as evoluções e
explicSerg iar, pelo conhecimento das
: Ê form as anteriores de produção e de
; 0 Cio, as situações econômicas atuais. Instrumento
a estatistica indispensável,
não deve ser considerada senão como
um instrumento.
PRIMEIRA PARTE

OS HOMENS E OS SISTEMAS ECONÔMICOS

O processo lógico do pensamento, em um estudo de Geografia


Econômica do mundo, é o de analisar sucessivamente todos os dados
que exercem uma influência sobre a repartição da produção, sobre a
sua intensidade em cada lugar, sobre a repartição do consumo, em si
mesmo e em seu relacionamento com a da produção. Esses dados são
numerosos, de essência diversa e de importância desigual. Uma clas-
sificação torna-se, pois, necessária. .
Dentro de um domínio definido, e em um momento determinado,
ã - ina: é
o volume e a natur
de condições
limite, à exis tênc de produção,
ia que são dados inerentes
ou
ao meio físico (regime das chuvas, presença de jazidas minerais)
dos terrenos,
adquiridos através da ação de gerações passadas (cultura
dados não passam,
equipamento industrial, rede de transportes). Esses
que a presença
porém, de dados potenciais. Não é difícil demonstrar
industrialmente não.
de reservas consideráveis de energia aproveitável
é suficiente para engendrar o aparecimento de uma indústria: a bacia
de energia hidro-
do Congo dispõe de um dos mais altos potenciais de uma explotação
a existência
elétrica do mundo, Da mesma maneira,
possibilidade de uma produção
anterior não garante de forma alguma a
pelo caso das terras em que
atual; o exemplo clássico é o representado
se desenvolveu uma produção agrícola e que mais tarde
anteriormente ou da floresta densa. A
deserto
foram abandonadas em proveito do
rpfertilidade de um solo não é, ipso facto,progera dora de uma agricultura
diç ões de dução
ão scsó possuem, pois, uum
de alto rendim i ent o. As con çÕ
rel ati vo. Co m efei to, con diç ões desfavoráveis podem ser corrigi-
or retatv
valor
val
N,

a
a,
das ou anuladas: um ambiente malárico pode ser corrigido pela
dre-
nagem ou pela destruição dos anófeles; a mediocridade de um solo
pode ser superada pelas correções, adubações, pela seleção das plantas
cultivadas e outros procedimentos. ,
Tudo será puramente virtual enquanto a população estiver
ausente. A presença humana tem uma importância e uma significação
de outra ordem, diferente da das condições de produção. Ela é essen-
cialmente diferente e decisiva. Manifesta-se porém, com uma inten-
sidade desigual, não somente de acordo com o número de habitantes
— considerado como força de produção ou como exigência de produ-
tos (consumo) —, mas também de acordo com a eficácia produtiva
da população, que se encontra subordinada à capacidade técnica, à
organização da produção, à qualidade e natureza das necessidades
regionais de consumo, às das necessidades exteriores projetadas sobre
a área geográfica considerada, etc. População, sistemas e técnicas de
produção são mais do que condições de produção: constituem os pró-
prios fatores da produção.
Os fatores de produção não são somente primordiais no tocante
às condições da mesma, nem se apresentam na mesma escala. A distri-
buição bruta da população é na verdade, sob certos aspectos, um fato
de geografia regional, na medida em que se a considera como uma
condição de produção (presença de consumidores constituindo um
mercado, existência de mão-de-obra), da mesma maneira que a repar-
tição das condições climáticas ou a dos recursos minerais, mas a
distribuição dos diversos sistemas econômicos e sociais, a das combi-
nações técnicas, entre regiões diversamente equipadas e diferentemente
providas de meios de produção, são fatos de geografia geral, que se
projetam no espaço numa escala planetária. A necessidade de defini-
rem-se previamente todos os fatores gerais requer o estudo global de
todos os dados concernentes à distribuição e à organização das cole-
tividades humanas.

ds SS E Ss o e
Ki
CAPÍTULO 1

OS HOMENS

Três considerações fundamentais dominam o estudo do povoa-


mento da Terra, encarada sob o ângulo da Geografia Econômica !:
/ do globo sofre um crescimento geral — parti-
1. A população
/ cularmente rápido em certos países;
2. Ela é muito desigualmente repartida, em função da distribui-
ção das terras habitáveis e dos recursos conhecidos;
meiosde
3. Encontra-se ela muito irregularmente provida de
produção e a taxa individual de capacidade de consumo é também
muito desigual, nas diferentes regiões do mundo. Em consegiiência, a
comparação das cifras brutas exprime apenas uma parte do problema
principal, sob o ponto de vista da Geografia Econômica: a definição
da capacidade de produção de uma coletividade humana e à dos resul-
tados da aplicação do trabalho desta coletividade à explotação das
condições de produção do meio ambiente: o nível de vida médio.
empreen-
É preciso, portanto, a partir desta terceira consideração,
da população,
der o estudo das causas da desigual eficiência econômica é
as da organização da produção: os sistemas econômicos e sociais
as disponibilidades técnicas.
Mas torna-se igualmente difícil qualificar os dados pertinentes
às duas primeiras considerações sem previamente registrar alguns dos

resultados essenciais de uma análise preliminar da desigual eficácia


rafia da população é encontrado
1. Um estudo mais sistemático sobre a geog São Paulo,
na obra de PierreGeorge — “População e povoamento” —, DIFEL,
242 pp., 1974.
produtiva dos diferentes grupos humanos. Para clareza da exposição,
dividir-se-á em duas partes o exame do desigual desenvolvimento eco-
nômico da humanidade. Convém definir, inicialmente, os quadros de
uma classificação dos tipos de povoamento, que permita apreciar qua-
litativamente as diferenciações regionais das variações de população
e os caracteres distintivos das diversas coletividades humanas. Os
problemas principais das relações quantitativas entre efetivos huma-
nos e recursos serão examinados separadamente.
1. Países desenvolvidos e países subdesenvolvidos. O vocabulá-
rio atualmente empregado em âmbito internacional distingue países
economicamente desenvolvidos e países economicamente subdesenvol-
vidos. O exame das condições históricas que conduziram a esta distin-
ção de fato e o das estruturas econômicas e sociais correspondentes
a cada uma das duas grandes séries constituirão o assunto do capítulo
IH. Aqui só se tratará, portanto, de definir sumariamente as caracte-
rísticas dos países subdesenvolvidos e dos desenvolvidos, da maneira
como eles aparecem nos fatos.
Os países desenvolvidos são aqueles que puderam realizar sua
industrialização sobre uma base nacional. Os lucros da produção in-
dustrial somam-se, na formação da renda nacional, aos de uma explo-
tação agrícola muito mais eficaz do que aquela dos países não indus-
trializados (rendimento da unidade de superfície de três a dez vezes
superior, comparando-se unicamente economias agrícolas sedentárias
— rendimento do tempo de trabalho até mais de cem vezes superior).
A acumulação de capitais permite subvencionar atividades de serviços
externos: transportes efetuados por conta de terceiros, venda de pa-
tentes, de protótipos etc. Os lucros da produção são suficientemente
elevados para financiar atividades não-produtivas, que participam da
administração do patrimônio econômico e do desenvolvimento da tra-
dição cultural — sem excluir uma parte mais ou menos elevada de
parasitismo econômico (notadamente atividades supérfluas no domínio
comercial). Os “valores somados” representam uma parte cada vez
mais importante no produto bruto nacional, em relação aos valores
os ato brutas
imediias
ão feita esno primár de toda nível médio de vida é elevado,Er abs-
, O consi
partição da renda nacio deraç a verdadeira re
ão sobre : E
a nal, o dese à
atividades culturais é gr nvolvimento da instrução e das
:Ren
vs ng
andemente facilitado, e a higiene individual
um alto nível, Geralmente, a aa urbana ocupa
Ea nusericaniinto preponderante e sempre importante.
nicialmente por antítese
(indústrias extrativas organizadas pelas economias estrangeiras visando
as suas próprias necessidades: produção de petróleo, de certos minerais
metálicos. . . ). O rendimento da agricultura, única forma de produção
é muito baixo. A renda local — porque é inútil falar-se aqui de uma
renda nacional —, representada essencialmente por uma oferta de pro-
dutos alimentares, não permite suportar a carga de uma população
ativa não produtiva, que não produz gêneros agrícolas. O nível médio
de vida nesses países é baixo, fregiientemente muito baixo. O analfa-
betismo é geral e, apesar dos progressos recentes, a higiene social
encontra-se ainda insuficientemente desenvolvida. Se-as-etdades —aí
crescem-por-vezes mais rapidamente que nos países industriais, é so-
bretudo por causa da acumulação de um setor “terciário” parasitário.
Para uma distinção elementar entre países desenvolvidos e sub-
desenvolvidos podem ser adotados três critérios fáceise cômodos: a
determinação do quociente de disponibilidade teórica de energia me-
cânica por indivíduo, a porcentagem de população agrícola em relação
à população ativa total e, enfim,a porcentagem-dos efetivos-de.popu-.
lação rural e de população urbana, A utilização do primeiro e do
terceiro critérios é de alcance mais universal do que a do segundo,
que requer estatísticas de discriminação profissional da população, as
quais não são fornecidas por todos os países nem apresentam sempre
a mesma precisão. Entretanto, na escala das cartas de reconhecimento,
esses modos de discriminação mostram-se mais ou menos homólogos.
(Figuras 1 e 2).
É em função desta divisão muito elementar, mas absolutamente
fundamental, do mundo atual que se pode empreender utilmente o
estudo da evolução quantitativa da população do globo, de SO anos
para cá, assim como o da sua distribuição geográfica atual.
Mas não se poderia restringir uni
vo
os países subdesenpor id
atras
umlv osco e uma insuficiência
o técni
os resul- e
rodutiva, que são os elementos de uma situação de fato
=

se torna preciso
tados de uma série de conjunturas históricas. Também
niente, de um
qualificar esta situação relembrando que ela é prove
tas pelos
lado, do papel inibidor das relações que lhe foram impos a coloni-
países desenvolvidos, desde pelo menos há um século, como
zação ou subordinação econômica.
O crescimento da população do globo. Em um século, a po-
2.
Após o término
. pulação do globo aumentou de 2 bilhões de pessoas.
cinquenta
da I Guerra Mundial, ou seja, há apenas um pouco mais de
1.813 milhões para 3,5 bilhões de indivíduos.
anos, elevou-se ela de
o é,
O crescimento anual médio durante esse período de meio sécul
pois, da ordem de 30 milhões. Mas trata-se atualmente de um pro-
7
4 RR [sida
' EA
a
e
A AS 5 6 7

em toneladas por habitante. (disponibilidade arit-


'por habitante,
rivalente-hulha).
2a 3 t/hab.
0,5 a 1 t/hab — 4. De 1a 2 t/hab — 5. De
5 t/hab.
fz
+,
cesso acelerado; levando-se em conta as retificações necessárias às
avaliações anteriores, sem dúvida muito fracas, notadamente para a
população da China, o aumento que se atribui aos últimos dez E E
superior a 300 milhões, ou seja, uma média anual superior a m
lhões. Atualmente, em cada ano, a população do globo aumenta em
cifra superior a dois terços da população francesa ou italiana. No
transcurso dos cinquenta últimos anos, a população do mundo aumen-
tou de um número de homens superior a dos habitantes de toda a
Europa e da China, reunidas.
É fácil perceber a importância assumida por esse fato, sob O
ponto de vista econômico. Se se refere ao consumo médio do trigo
na França, tornam-se necessários em cada ano cerca de 6 milhões de
toneladas suplementares desse cereal. Paralelamente, a força de traba-
lho e de criação da humanidade também aumentou, mas ela ainda
permanece utilizada de modo muito desigual. Em certos casos,a
pressão das necessidades locais transforma a força potencial de criação
de recursos em uma força efetiva de destruição, devido a aplicação
de métodos irracionais na explotação dos recursos; é aqui que se
coloca o problema da compatibilidade ou da incompatibilidade do
crescimento da população com o progresso econômico e social da
humanidade.
O crescimento populacional é desigual nos diversos continentes
ou nos grandes conjuntos geográficos (figura 3) e ocasiona problemas
particulares em cada caso. Os países mais evoluídos, onde
a renda
nacional é maior, não são aqueles onde a população aumenta mais
rapidamente. Entre 1920 e 1969, a Europa do
e de Oeste? Norte
apresentou aumento um pouco superior a 30
milhões de habitantes
(18% ), numa cadência média de 3 milhões
para
uma população inicial de 182 milhões. Apesar de cada
uma
5 anos, para
que lhe custou 17 milhões de mortos, a União Soviét guerra feroz
ica obteve um
acréscimo, naquele mesmo período e dentro dos seus
nais atuais, de mais de 90 milhões limites territo-
ordem de 90% ). A América do Norte,de habitantes (crescimento da
1920, teve aumento um pouco superior quea
possuía 117 milhões em
100 milhõ à
em cinglea nta anos (cresc milhões iví
imento de 85
o),
(aumento de mais de 50 milhões no decorre; sob um ri de indivíduos
“Mm ritmo acelerado

da 2. Paíse
Eron s e raudinav
i os,
Reini o Unid: o, Eire,
: a
Bélgica, Países Baixos, Luxe
m-
10
E
a
gp Ê
sando todos os recordes, passou em cinqii
quenta anos de 91 milhõe
habitantes para mais de 230 milhões (aumento superior a ES),
A população muçulmana da Argélia aumentou aproxi do lar
nesse mesmo período. A população da Índia
100%
Ceilão e Paquistão) era de 318 milhões em 1921; hoje, ela é su ido
a 600 milhões (aumento aproximado de 100%). A dO tada a
China passou, no decorrer do mesmo período, de 440 milhões para
mais de 700 milhões (incluindo-se a população da ilha de Tai-Wan
Formosa), registrando-se aumento da ordem de 60%.
a O conjunto asiático aumentou sua população de 750 milhões de
indivíduos em cingiienta anos; a África, de mais de 100 milhões; a
América Latina, de aproximadamente 150, e os países menos evo-
luídos técnica e economicamente da Europa (Europa Central e Me-
diterrânea) de pelo menos 60 milhões, perfazendo um total geral
superior a 1 bilhão, enquanto que as nações econômica e socialmente
desenvolvidas ganhavam somente, neste mesmo período, um pouco
mais de 150 milhões de habitantes (Europa do Noroeste, Estados
Unidos e Canadá, União Soviética, Austrália e Nova Zelândia).
| A desproporção entre as diferentes massas de população estabe-
lecidas na superfície do globo encontra-se, portanto, em aumento
progressivo.
Modificação recente dos respectivos ritmos de crescimento. As relações
atualmente observáveis entre os ritmos de crescimento das diferentes coletivida-
des humanas são específicas do período contemporâneo. Até os fins do século
XIX, a Europa foi beneficiada por taxas de crescimento muito mais consideráveis.
O crescimento anual médio foi, por exemplo entre 1851 e 1920, de aproxima-
damente 9% na Bélgica, de 15 por mil na Alemanha, nos Países Baixos e na In-
glaterra, em uma época quando o crescimento da população indiana era inferior
a 10%... Assiste-se, aqui, a uma verdadeira reviravolta da situação, em bene-
fício do dinamismo demográfico dos países subdesenvolvidos. A Europa
Ocidental permaneceu até 1960 numa situação numérica das mais desfavoráveis,
sofrendo
com taxas de crescimento anual das mais baixas, e, por conseguinte,
enquanto que
uma perda sensível na importância quantitativa de sua população,
de cres-
os outros países de economia industrial avançada conservaram ritmos
tende a se uniformizar
cimento mais elevados. Desde há dez anos, a situação
ao ritmo da Europa.
previsíveis.
Os fatores demográficos do crescimento da população. Cálculos
da diferença entre
O crescimento global da população do mundo é conseqgiiência escala regional,
de óbitos e o de nascimentos (excedente natural). Na
o número
natural como a uma
pode esse crescimento ser devido tanto a um excedente
decorrer dos 50 anos que
contribuição de população alienígena (imigração). No
precedentes, as migrações
constituíram o período das observações numéricas
numéricas da população
de populações só tiveram influência sobre as variações
deslocamentos e trocas
dentro do limite bastante restrito de casos particulares de
território nacional, permutas
de população: reagrupamento dos alemães em seu con-
Estados Árabes. A
entre a União Indiana e o Paquistão, entre Israel e os

4
+ E
KOOLXPataA, Ox
at

ico; e m relação à populaç ão ativa total.


e 9 a 40% — 4, De 40 à 60% — 5. Mais de 60%.
A er dE igração
a no povoame ento da América 4do Norte, da Amér:
m
e da mio a contribuiu através de parte relativamente fraca p
paises.
mento da população desses
e orte recebeu, entre 1946 e 1955, 243.000 alemães (E
360.000 eslavos (“refugiados”: na
ad TESCADE didi 58.000),
Unidos. 255.000; Canadá, 105.000), 300.000 anglo-saxões (Estados Unido
20 05”
122 700; Canadá, 176.700), 84.000 neerlandUnidos,
eses (Estados Unidos,
62.000: Canadá, 55.600)
Canadá, 64.000), 117.000 italianos (Estados
isto é. um total geral de 1.104.000 indivíduos, o que representa 5,6% do cres.
cimento total da população destes países durante o referido período. Há cerca
de 10 anos, a média anual do excedente da balança migratória, em benefício da
imigração, oscila ao redor de 300.000. A América do Sul recebeu um milhão de
imigrantes (pouco menos da metade para a Argentina, outro tanto para o
Brasil e o restante para a Venezuela), ou seja, aproximadamente 2% do cres-
cimento da população desta parte do mundo no decorrer do mesmo período.
Finalmente, a Austrália e a Nova Zelândia acolheram 600.000 imigrantes,
aproximadamente 25% do aumento da sua população no transcurso dos mesmos
anos.
Dessa maneira. a não ser na Austrália e na Nova Zelândia, a influência da
imigração sobre as variações da população é muito pequena, negligenciável
mesmo. Reciprocamente, a saída de aproximadamente 5 milhões de emigrantes
da Europa Ocidental, Central e Meridional (cerca de 0,7% dos países atingidos
pela emigração) não teve efeito sensível sobre as taxas de variação da população
desta parte do continente.
É, portanto, aos fatores naturais que devem ser atribuídas as variações e,
em particular, as variações geograficamente diferençadas da população
mundo no
contemporâneo 3,
- Realizado o desconto da contribuição imigratória ou da perda pela emigra-
são, O acréscimo da população em cada lugar pode ser imediatamente atribuído.
ao excedente do número de nascimentos sobre o de óbitos, podendo ser expresso
esquematicamente pela comparação das taxas brutas da natalidade e da morta-
lidade, no present e 4, ou pelo exame das curvas de variação destas duas taxas
no decorrer de anos consecutivos. O fato demográfico mais expressivo das
últimas décadas é a redução desigual, porém
4 população do mundo
geral, das taxas de mortalidade.
aumenta ra E E
a da higiene
ig social pidament
eg? am abaixar
; permitir as taxas ade a os
os progress
e de mortalid medicina
um danível
porquegeral-
ao ee fo das dad de natalidade. Em certos países, porém, as taxas e
ee natalidade conservam-
ambas são igualmente baixas. se elevadas, enquanto q ue em outro
Ora, a consulta das pesqui a
taxas quisas demográficas mostra que a bifurcação en
x caso a psolutas de mortalidade e natalidade se ia em níveis diferentes,
cao des pae Vas grandes categorias econômicas. Ela está compreendida,

€ entre 35 e 45 puiça senvolvidos, entre 20 e 30 para as taxas de mortalidace
e a taxas de natalidade. Ao contrário, para os países 10
ac E
à imigração foi esse Afato durante
Pelo rápido a segunda metade do século XIX, quan
americano, . nte
tudo na América E an neto da populaçãão do contine
trializalos elas se situam entre 8 e 15 para as taxas de mortalidade e entre 15 e
20 para as taxas de natalidade 5.
As amplitudes são, em cada um desses dois grandes grupos, desiguais con-
forme os países. Nos países subdesenvolvidos, as diferenças maiores foram regis-
tradas, nos dez últimos anos, no México, no Brasil e na China. No México. a
taxa de mortalidade pode ser considerada como de 10, enquanto. a taxa de
natalidade se conservou muito próxima do máximo de fecundidade natural:
45. Atinge-se nesse caso a cifra recorde de 35 para a taxa de crescimento natural.
O aumento anual é da ordem de 1 milhão de indivíduos para uma população
de 35 milhões de habitantes. No Brasil, a taxa de mortalidade passou, entre o
fim do século XIX e os dias atuais, de 31 para um pouco menos de 15, enquanto
a taxa de natalidade declinava apenas de 47 para 43/44, O crescimento natural
é de 30º/,, por ano, representando um aumento global superior a 2 milhões
de habitantes. Na China, a taxa bruta de mortalidade é inferior a 15, mas a
natalidade permanece elevada, embora em nível menor que a apresentada pelos
dois países da América Latina anteriormente citados, com uma taxa bruta de
30; o crescimento natural aproxima-se de 20º/,o O que, projetado sobre uma
população de 700 milhões de habitantes, corresponde a um aumento anual
aproximado de 15 milhões de indivíduos.
Outras coletividades menos populosas também apresentam taxas de cresci-
mento natural muito elevadas: o Egito (taxa de natalidade 43; taxa de morta-
lidade, 15; excedente natural, 28), África do Norte (taxa de natalidade, 45;
taxa de mortalidade próxima de 15; excedente natural vizinho de 30). O cres-
cimento natural por ano da África do Norte e do Egito é da ordem de dois
milhões.
As deficiências de informáção favoreceram que a opinião geral acreditasse,
desde há longo tempo, que a Índia e a África conheciam taxas de crescimento
natural inferiores às do Extremo Oriente ou às dos países do Magreb. As pes-
quisas demográficas e a comparação dos efetivos absolutos da população entre
dois recenseamentos mostram que, apesar de persistir mortalidade elevada e
notadamente a forte mortalidade infantil, a população desses países aumenta
em ritmo rápido. Em dez anos, a União Indiana e o Paquistão ganharam 100
milhões de habitantes, ou seja, um aumento de 20% em apenas uma década,
embora a taxa de mortalidade geral registrada (inferior de 20 a 30% em relação
à taxa real) ainda seja da ordem de 20º%/,5.
Alguns países não industrializados beneficiam-se de uma queda da taxa
de mortalidade, até atingirem o nível dos países desenvolvidos, o que lhes asse-
gura, juntamente com suas taxas médias de natalidade, uma forte taxa de cres-
cimento. A Síria e Cuba, que possuem taxas de mortalidade inferiores a 10 e
taxas de natalidade superiores a 25, vêem sua população elevar-se rapidamente.
O conjunto dos países industriais da Europa, malgrado uma elevação da
taxa de natalidade durante pelo menos os últimos cinco anos, na maioria dentre
eles após o término da Segunda Guerra Mundial, oferece somente pequenas
diferenças. Os países escandinavos são caracterizados por taxas de mortalidade
inferiores a 10 e taxas de natalidade compreendidas entre 15 e 20; a Grã-
s a
Bretanha e a França possuem taxas de mortalidade ligeiramente superiore
O
10 e taxas de natalidade vizinhas de 20. A Alemanha Ocidental, a Áustria,
es às acima citadas,
Luxemburgo, que possuem taxas de mortalidade semelhant
registram taxas de natalidade pouco superiores (próximas de 15). Finalmente,

5. Em virtude do registro deficiente dos dados, torna-se necessário para


os países subdesenvolvidos avaliar as taxas de natalidade e de mortalidade como
sendo mais elevadas, na ordem de 50 e 40.

15
po

crescimentos naturais anuais.


3. 50a 40% — 4. Mais de 40%. b) Em gráficos proporcionais:
afo- Incluídos no gráfico, e localizados na posição conveniente,
— América do Sul — Europa Ocidental — Europa Central —
dele
ráf o c o
di nto de vistaj demográfic
demog
tanto sob o ponto
a Itália, que é dividida,
radic almen te diferentes, apresent
region ais
médiatosde 10,3 e uma taxa de natalidade médi
doise conjun
e lidad
a Uma
econômico, a Superior
taxa de morta l
+

a 20. y sã tédio: que até * O início


oviética início da déc:
:
A América do Norte € : à União S ecada de
da ordem de 25º/,, € taxas de Crescime
o NY .

1960 ivert CINE


axas a de natalidade da a nto
1% ao ano, não apresentam atualmente senão taxas de
inferior a 1%,
oRaldo de 18º/,,o € Um crescimento natural igual ou
Essas situações numéricas possuem um ne o e se modi.
ficam muito rapidamente. O envelhecimento , uma pop ap em como con-
segiiência lógica a redução da taxa de natalidade e o aumento da taxa de mor-
talidade. A redução da mortalidade infantil abre boas e cia para O cresci.
mento demográfico, enquanto que a diminuição da morta idade de pessoas idosas
tem apenas um efeito momentâneo. Da observação pura do excedente ou do
déficit naturais da atualidade não se podem inferir ao
previsões, passo que o
cálculo das taxas de fecundidade ou taxas de reprodução autorizam essas predi-
ções, desde que o comportamento demográfico das populações permaneça cons-
tante. Infelizmente, esses cálculos somente são possíveis para Os paises que pos-
suem estatísticas atualizadas, isto é, para os países industrializados e alguns
poucos países não industrializados.

ESTIMATIVA DA POPULAÇÃO DO MUNDO POR


CONTINENTE EM 1950 e 1980
(em milhões de habitantes)

(Divisão da população da Organização das Nações Unidas — Conferência


Mundial sobre População, Roma, 1954)

1980
1950 Máxima Média Mínima !
Conjunto 2.454 3.990 3.628 3.295
América do Norte 168 240 223 207
aiseá Latina 162 337 312 280
Ft - 198 327 289 255
ren 1.320 2.227 2.011 1.816
ia 593 840 776 721
O 13 Ea 17,5 16,1
e————

1- Os dados relativos aos úl


Pensar queandas a hipótese mínima Será imOS anos da década de 1960 ... levam a
o, dasço Bu 280; África, 328; Aa, 1.909P nada:À Améi rdoicNorate :
Conjuu.o, 3,050,
amplamente
obtém-se para o con-
método que não se pode deixar de considerar arbitrário,
do entre 3.295
junto da população do globo, em 1980, um número compreendi
e 3.990 milhões. mais — as
Observe-se que a população da Europa e da América do Norte
da, em 1980, a 27,5%
antigas regiões industrializadas — se encontrará reduzi da população mundial
da população mundial, contra os 33% em 1920 e 31%
em 1950. stica
Embora esses dados sejam apenas hipotéticos, a verossimilhança estatí
força
faz com que se deva levá-los em consideração para conceber as linhas de
e os imperativos da evolução econômica. população — Em
Significação econômica da composição por idade de uma morta-
ções respectivas da
um dado momento, a conjunção dos efeitos das evolu
os traumatismos que afetam
lidade e da natalidade, compreendendo-se, inclusive,
composição por idades da
essa evolução (guerras, epidemias), expressa-se pela
um gráfico, convencio-
população. Esta última é usualmente demonstrada por
e, sobretudo, a com-
nalmente chamado pirâmide de idades (Fig. 4). O exame
etos sobre as tendências
paração desses gráficos fornecem ensinamentos concr
pirâniide de idades carac-
quantitativas do grupo populacional considerado. Uma
natalidade e de fecundidade
terizada por uma base larga indica taxas elevadas de
o demográfico durante
e, portanto, a permanência das condições de cresciment
causa exterior de
várias décadas, se não acontecer a intervenção de qualquer
coroada por uma massa
destruição. Inversamente, uma pirâmide de base estreita,
ação em processo de
densa de adultos e de velhos, corresponde a uma, popul
envelhecimento e em regressão quantitativa.
interpretação eco-
Mas torna-se particularmente importante insistir sobre a
cem imagem da
nômica das pirâmides de idades. Os referidos gráficos forne
idade ativa e de idade
repartição dos efetivos de uma população em classes de
micas, as classes
inativa. Sob uma forma diferente de relações sociais e econô
é a mesma, eviden-
de idade inativa acham-se a cargo das de idade ativa. Não
ram o limite de idade
temente, a significação do número de velhos que ultrapassa
Além da noção
passível do exercício de uma profissão e do número de crianças.
ção) e dos con-
comparativa do número de produtores (e auxiliares de produ
evolução da oferta
sumidores, é preciso considerar a noção das perspectivas de
res qualificados em
de trabalho e da preparação das categorias de trabalhado
de mão-de-obra, cons-
função das necessidades econômicas e da reserva futura
ente a população de
tituída pela juventude. As guerras, atingindo principalm
da destruição
idade ativa do sexo masculino (salvo no caso de sítio de cidades e
múltiplas, das quais a
maciça de populações civis), assumem consegiiências aprox imação.
ira
leitura crítica das pirâmides de idade permite fornecer uma prime

do globo. Entre 3,4


3. A distribuição geográfica da população
nte 5
bilhões de homens, cerca de 2 bilhões ocupam aproximadame tal
Orien
milhões de quilômetros quadrados da Ásia Meridional e ão
(sendo esta cifra utilizada considerando-se a verdadeira distribuiç
do
da população no interior dos territórios nacionais e a utilização
solo), ou seja, 3,7% da superfície continental. Mais de quatrocentos
4
milhões de habitantes estabeleceram-se na Europa sobre cerca de
da
milhões de quilômetros quadrados, ocupados a oeste das fronteiras
União Soviética, o que vale dizer sobre uma extensão um pouco infe-
rior a 3% da superfície continental. Dois terços da humanidade en-
19
trados sobre uma área UM POUCO superior a 6 «o
àr
contram-se concen ilhões de habitant es da
5%
sm U.R.S.S., cerca de 180
E á
Di 1,5 milhão de quilômetros quadrados.
mi Mais de
E mérica do Norte residem sobre apr.
três quartos da po tros quadrados efetivamente oe
ximadamente 2 mi a anhando o enunciado dessas cifras, chega-se
ao RE de 5 5 bilhões
de indivíduos, representando três
a apo opulação dó globo, distribuem-se sobre uma superfície
a baita DE a 12 milhões de quilômetros quadrados,
menos
de um décimo da superfície total dos continentes. à
Não se poderia afirmar, igualmente, que o restante da população
mundial se acha disseminado sobre a superfície complementar : 280
milhões de habitantes da América Latina ocupam, de modo mais ou
menos descontínuo, cerca de 3.700.000 km”; 260 milhões de negros
africanos ocupam menos de 8 milhões de km?, dos quais 2,5 milhões
são de terras aráveis; na Ásia Ocidental, 150 milhões de homens
encontram-se agrupados em cerca de 700.000 km?, utilizando espo-
radicamente os recursos de uma dezena de milhões de quilômetros
quadrados de estepes e regiões semidesérticas.
A característica dominante da distribuição geográfica da popu-
lação do globo é, portanto, a concentração de três quartos dos homens
sobre menos de um décimo da superfície dos continentes
(Fig. 5).
A distribuição da população pode ser analisada
fatores físicos: cerca em função de
da metade da humanidade vive na zona
rada do hemisfério tempe-
norte; um total aproximadamente semelhante se
cocontra na zona quente, enquanto coletividades numericamente re-
duzidas vivem na zona temperada do hemisfério sul.
| Quase um bilhão de brancos e mais de 500 milhões
de amarelos
estão Jonai alizados ça milhõesde 30º;
de
entre os paralelos de 300N e 30ºS
indus, de paquistaneses, de indon amarelos ESA ilhões de
Gs 800 milhões d
negros africanos e 300 milhões de éÉsios
aa PDS,: “hã
260 milhões de

Por climas oceânicos ou


ação: E :
mais de 500 milhões 1 com incipais
E go A
rente (Ásia dodo Leste e de gorte, mais de
ení do Ê de Sudeste, Indonési1a),bilh620
ão no Extremo
ções. milhões na
» 4 metade da humanidade na Asia das
eNCararmos
mon-
a distr
detalhada,
à repartiçae ão das ibui
uição da
Planícies Ee a =
ima Rpaia
- e das regiões mais
com
relevo cheio de contrastes e elevações levem-nos a outras observações
discriminatórias: as mais importantes massas da população, mais de
4/5 da humanidade, estão situadas em regiões com menos de 500
metros de altitude absoluta. A altitude só desempenha um papel sele-
tivo inverso em determinadas zonas da região quente.
Utiliza-se a noção de densidade de população para exprimir as
relações numéricas entre população e superfície ocupada, sendo ela
expressa pelo número de habitantes por quilômetro quadrado de super-
fície bruta. Sob a condição de ser calculada com base nas menores
unidades de observação, isto é, nas menores circunscrições adminis-
trativas, esta noção pode ser considerada como uma noção de posição,
ou como uma cômoda noção de aproximação. O conceito de densi-
dade da população, porém, possui apenas um valor indicativo e não
pode ser considerado como relação interpretativa ou explicativa. A
mesma densidade de população corresponde a realidades econômicas
e sociais profundamente diferentes, conforme seja considerada na Áfri-
ca, numa planície do Extremo Oriente, numa região agrícola francesa
ou nas zonas industriais da Europa de Noroeste. Ela somente fornece
um ensinamento numérico. bruto sobre o grau de ocupação do espaço
geográfico pela população. Em caso algum a densidade da população
poderia mascarar o elemento econômico fundamental, que é a relação
entre necessidades e recursos.

Com efeito, é preciso precaução contra o uso inconsiderado do elemento


densidade de população, por três razões principais:
1. Não existe nenhuma medida comum para avaliar os diversos potenciais
de produção de superfícies iguais, examinadas em regiões naturais diferentes,
em função de um nível técnico! que autorizaria a mobilização dos recursos
inventariados. à
2. A avaliação de uma relação numérica entre população e superfície
um postulado determinista subjacente, segundo o qual uma dada
pode sugerir
superfície — feitas todas as correções à imprecisão potencial da superfície bruta
em uma escala regional — é suscetível de suportar um povoamento ótimo, acima
ente
do qual existe uma sobrecarga e abaixo do qual se instala uma insufici
ocupação do território. Ora, de acordo com .a importância dos investimentos de
capitais e de trabalho efetuados em um período de duração mais ou menos longa
em favor da valorização regional, uma superfície pode .comportar uma popu-
lação mais ou menos elevada. Além disso, a intensidade de um povoamento
viável sobre o espaço considerado varia segundo as técnicas e formas de explo-
tação utilizadas. A capacidade de uma superfície para a sustentação humana
depende de circunstâncias históricas. A mesma superfície pode manter população
uma a dez vezes superior, conforme seja explorada como pastagem ou como
terra preparada para cultura (por exemplo, irrigada). A introdução de formas
de produção industrial pode aumentar esta proporção de 1 a 1.000, nas regiões
de formas de economia especializadas. A densidade realmente suportável, porém,
dependerá da proporção da renda local de que dispõem os habitantes:

21
Ano de idade
nascimento Perdas militares a
1867F da guerra
1877H de 1914-18
E, SEXO
1887 MASCULINO Emo
1897 orDeficit de rià guerra
ond aa a devido
de 1914-18
de 1914-18 (classes vazias)
1917 + (classes vazias)

1927 à Med a ndo Ei eia


195 i Es s nascimentos
ado nascimentos
de 1939-4:
de 1939-4:
1947 -
!
1957
1967
3. Pode-se ser tentadoa utilizar o conceito de densidade de populaçã
exprimir, explícita ou implicitamente, uma relação entre potencial de add
e quantidade de exigências. Ora, não somente é bastante variável o velõe A
mico de uma dada superfície territorial como também, nas condições preso
de organização social e econômica, não existe nenhuma medida comum a
avaliar as necessidades de populações que vivem em condições tão diletentes
quanto as do operário inglês e do homem do campo indiano. A transforma: ão
das condições de vida dos povos subdesenvolvidos destrói a significação gibjetiva
que seria tentado a atribuir a certos valores da densidade de população.

O desejo de expressar, por meio de uma fórmula numérica, as


relações econômicas entre necessidades e recursos, choca-se contra
obstáculos intransponíveis. A substituição da superfície explotada pela
superfície propriamente dita, em um cálculo da densidade agrícola,
na verdade constitui um valioso instrumento de análise. A primeira
dificuldade com que se depara, quando se deseja atribuir um sentido
econômico aos valores numéricos que exprimem relações entre super-
fície e população, é a avaliação das necessidades e dos recursos agrí-
colas (reais ou potenciais) em uma mesma unidade de medida. Por
outro lado, é bastante difícil, mesmo para as sociedades de organi-
zação simples, localizar exatamente, sobre uma dada superfície, a
produção dos recursos consumidos. Com maior razão, essas dificul-
dades se transformam em uma absoluta impossibilidade no caso das
formas de economias comercializadas, com especialização funcional,
local ou regional.
É, portanto, fora de qualquer formulação numérica sintética que
estamos constrangidos para avaliar as ligações entre os recursos, dis-
poníveis ou mobilizados, e a população. Certas constatações, por mais
elementares que sejam, são perfeitamente expressivas.
Inicialmente, a população mundial encontra-se distribuída de ma-
neira muito desigual em relação à extensão dos continentes. Um mapa
das densidades deixa aparecer um determinado número de desertos,
no sentido demográfico deste termo. Ora, todas as zonas que se encon-
atualmente vazias de homens, ou muito pouco ocupadas, não
tram
Sem con-
são zonas estéreis sob diversos pontos de vista econômicos.
de valorização
siderar o caso ainda muito hipotético das possibilidades
da
de alguns desertos, é fácil demonstrar que extensões consideráveismes-
Canadá e
África, da Indonésia (Bornéu), da América Latina, do explotadas
mo dos Estados Unidos, da Sibéria, são insuficientemente de
e subpovoadas e estariam aptas a assegurar satisfatórias condições
centenas de milhões de homens. É preciso assinalar,
vida a várias
todavia, que a sua subexplotação prolongada sob condições depreda-
tórias pode comprometer a aptidão futura para a produção agrícola.
As terras quase vazias — menos de 10 habitantes por quilômetro qua-
23
drado — e aptas ao povoamento (levando-se em conta as atuais dio
bilidades técnicas de utilização) cobrem uma superfície pres Pra
igual à de duas vezes o continente europeu. E
4. Desigual eficácia produtiva da população. Os fove décimo;
da população industrial do globo provêm, hoje em dia, de UM Peque
número de países que totalizam as rendas das indústrias e as de uma
agricultura bem mais produtiva do que a dos países não-industriali.
zados. Esses países possuem menos de um terço da população do
dial. O quociente individual anual teórico da renda nacional acha-se
compreendido entre 5.000 e 15.000 F. Dois terços da população mun.
dial vivem em países de economia agrícola de baixa produtividade,
onde o referido quociente anual varia entre 500 e 1.000 F 7.
E fácil demonstrar que essa situação resulta de conjunturas, não
sendo a expressão de uma fatalidade natural. A não ser na
escala
de regiões pequenas, a ausência de um sistema de explotação
econô-
mica diferenciada, comportando todos os setores de ativid
ades huma-
nas dos países mais desenvolvidos, não poderia ser
explicada por uma
carênc
ia de condições naturais. Sua causa é o desigual desenv
mento econômico e técnico do mundo contemporâ olvi-
neo. 4 população
dos países subdesenvolvidos eleva-se a mais
de 70% da população
mundial. Essa verificação significa
que mais de 2/3 da população do
mundo dispõem de uma renda que apenas lhes permite satisfazer as
elementares necessidades de existência. Já
foi descrito e demonstrado
que mais da metade da humanidade se
encontrava em estado de sub-
limmen
ali e tação crônica. O proble ma adquir
do Justamente esses os países e maior importância porque
crescimento os mais rápidos.
que
se caracterizam por ritmos de
Aparentemente, porém, esse
solúvel porque o desequilíbrio ent problema é
re Os
recursos existentes e as necessi-
dades da população não é resultant
e de uma ausência ou de uma
ência de recursos, mas de uma fraca utilização dos rec
insu-
ursos mate-
representada pela popula
odo subdesenvolvime ção.
nto econômico —. e, paralelamente todo
com efeito, ao mesmo tempo,

impossível, geralmente,
país falsão
º um Ae subexplotados, Re
mp or
os ta
uti
se
liz áveis, ta de prospecçã o, i
dos Tecurs ão, Isto
E
prospecção nos países sub-
apenas uma aproximação grosseira. Os métodos
» de âmbito doméstica ionar nal riam
Derde : muito
seu de ar país
'aene ERRpara o outro ea
Sentido em regiões de economia
desenvolvidos é feita sob o impulso de interesses estrangeiros, tendo
como objetivo não o estabelecimento de um balanço do patrimônio
regional Ou nacional, mas O inventário dos recursos necessários às
economias externas, cuja explotação pode ser considerada rendosa.
Uma primeira insuficiência dos meios de produção nas formas
de economia subdesenvolvidas é, portanto, a própria fraqueza dos
todo um
meios de investigação das riquezas nacionais. Daí resulta
conjunto de carências: insuficiência de investimentos aplicados ao
equipamento nacional e à criação de uma indústria, tendo como con-
sequência a ausência de meios de produção de aparelhagem funda-
mental e de objetos de consumo e, por conseguinte, a redução das
disponibilidades de investimentos, O subequipamento e a sobrecarga
humana na economia agrícola. Esta somente obtém rendimentos muito
hu-
fracos e, embora absorvendo enormes quantidades de trabalho
mano, jamais consegue ocupar toda a população rural, uma parte da
de
qual se encontra reduzida à fome por falta de terra e, portanto,
trabalho. As populações que se acham enquadradas nesta situação
pro-
possuem níveis de vida extremamente baixos e, em geral, a seu
pósito, costuma-se falar de superpovoamento. Na realidade, trata-se
antes de um desperdício de energia humana não utilizada, ao mesmo
onde
tempo que um desperdício de vidas humanas (são estes os países
a mortalidade se conserva mais elevada; vide página 26).
setores de
A industrialização, abrindo ao mesmo tempo novos
agrícola,
produção e aumentando o rendimento da terra e do trabalho
terri-
cria outras formas de relações quantitativas e qualitativas entre e
de trabalho
tório e população e ocasiona, por outro lado, formas
vista quali-
condições de vida radicalmente diferentes. Sob o ponto de
os fenô-
tativo, um número idêntico da população não cobre os mesm
omia industrial e
menos humanos nem os mesmos problemas na econ
na economia subdesenvolvida.
do setor in-
Se, na fase inicial de industrialização, O surgimento
dustrial absorve grande quantidade de energia humana, mantida em
forças do
reserva pelo subemprego ou pelo emprego irracional das
trabalho em uma economia retardada, o posterior desenvolvimento
industrial e mesmo agrícola pode comportar uma redução de empregos,
em virtude do progresso técnico. Toda desarmonia entre produção €
aqueles que pos-
capacidade de aquisição dos consumidores — não r de aquisição —
suem necessidades a satisfazer, mas os que têm pode
lho.
pode ocasionar crises e rupturas de equilíbrio no mercado de traba
Uma economia industrial em país fracamente povoado pode parecer
suficiente na satisfação das necessidades da população mesmo rquando
a consideração do seu potencial de produção entre
à faz classifica

25
FIGURA 5 — Distribuição bruta da população no
Mndo. Um ponto corresponde a 5 milhões de habitantes.
os países subp ovoados: é o caso da economia dos Estados Uni dos,
que continuam ente deve se defender de crises ou recessões, não
que na verdade xa
Po-
dendo empregar à totalidade da sua E.
crescimento, mas dispõe e recursos inexplotados qo per
em efetivo
mitiriam assegurar um nível de vida mais conveniente à Várias outras
dezenas de milhões de homens. Chega-se, assim, a atingir a Noção da
organização da produção, da utilização da força de trabalho da huma.
nidade e da finalidade do conjunto.
Essas diferentes situações só podem ser interpretadas à luz do
conhecimento das diversas formas de organização econômica e social
atualmente em vigor no mundo, além: de uma revisão sumária das
condições nas quais se estabeleceram e se implantaram geografica-
mente esses diversos sistemas, no decorrer dos últimos 100 anos.
As noções de superpovoamento e subpovoamento. As noções de superpovoa-
mento podem ser definidas em relação às referências quantitativas estabelecidas
para uma determinada coletividade: maximum e minimum de povoamento. O
limite máximo de povoamento de uma dada região é um valor numérico
que
não poderá ser ultrapassado sem que disso resultem sérias perturbações. O índice
minimo é, pelo contrário, um limite abaixo do qual o efetivo humano não
poderia descer sem que o futuro do povoamento regional se visse prejudicado.
dé= namo
E minimo de povoamento é facilmente. definido através das suas duas formas
biológico, ou isolat, e de mínimo econômico. O primeiro é o número
Vcvos
queh O exc esso deabaixo
en
do qual uma coletividade fechada não pode descer sem
) dogamia oca
k sione a esteri açã
ção do grupo. O mínimo econ
mico é definido por um efetivo abaixo do liz
: qual a capacidade de nitra e
balho se
torna insufici
indispensáveis à coacar era e meio em que vive a coletivida de, os aqu
E ção do ; e uma resultan a
capacidad
do equipamen to e das técnicas. Erupo, sendo essa

dis Ce Po voamento é mais difícil de se caracterizar. Reveste-se de


vido ou a de um entes, conforme se analise a situação de um país subdesenvol-
2 um índice as do Meias ado, No primeiro caso, o máximo corresponde
de equilíbrio instável pt a acréscimo coloca a população em uma situação
ea q
segundo, mi Ou as epidemias constituem uma constante
mente o nível de viday médinão poco CC ser atingido ou ultrapassado quando à
Pode mais encontrar emprego, baixando rapida-
Mente cincuno JSMPO » porém » pa dota casos, não se trata de valores absolutos
BO segundo caso. Povoamento aparece como particular

dp, iram
;

“máximo.
Super
ão mínimo Compreende

vidade hUmana,
tu
todo
de ocupação de um território
o lnimo biológico parece
ado por um equipamento ma!
do C4Mento define-se
desse máxins Onsideração do «=? iNVersamen , como ultrapassagem
Os fatos quad TEMOS eepareo to coloca em “der ad próprio caráter
análico. +, ÀS críticas destes dois conceitos €
falar em superpopulação absoluta se se tornar
Teoricamente, é permitido
o limite máximo não
Jemonstrável, em certo$ casos, que uma vez ultrapassado ibuição dos recursos.
há mais possibilidade de se aumentar a produção ou a distr condições geo-
A demonstração desse fato implica numa análise minuciosa das
é concebível em
gráficas, históricas e políticas. O superpovoamento absoluto pode
ação não
meio isolado, cujos recursos não possam aumentar e cuja popul
para adiantamento
recorrer às de outro meio, nem para venda de serviços nem
de empréstimos. Deixando-se à parte as sociedades primitivas isoladas — como
(podendo ser igualmente invocado
certas populações de arquipélagos do Pacífico
sos
o caso da ilha de La Réunion) — sem que seja permitido afirmar que os recur
locais não são suscetíveis de serem aumentados, um tema de aplic ação e de
discussão da noção de superpovoamento absoluto, no âmbito dos grandes países,
é o caso do Japão. Com efeito, este país acha-se colocado, atualmente, devido
a circunstâncias que o deixam sem possibilidade de trocas com O continente,
em uma situação assemelhável a de superpovoamento absoluto; porque parece
impossível afirmar que os poucos recursos do arquipélago possam sustentar, nas
condições sociais atualmente adquiridas, uma população de 90 milhões de habi-
tantes, que em 30 anos chegará aos 100.000.000. Seria cabível utilizar, com
relação ao Japão, a fórmula de um superpovoamento absoluto circunstancial.
De fato, os casos de superpovoamento absoluto são excepcionais e circuns-
tanciais, pois uma modificação nas condições das ligações econômicas interna-
cionais repercute imediatamente sobre o sentido das relações entre recursos
e população. O exemplo dos países de fracos recursos econômicos nacionais,
que encontram auxílio nas atividades de base marítima, isto é, no empréstimo
de serviços e de força de trabalho a outros países, é bastante significativo a
esse respeito, quer se trate da Noruega ou da Grécia, e isto sem abordar as
situações muito mais complexas da Grã-Bretanha e do Japão. Também é o
caso dos países que oferecem seus serviços industriais, turísticos e financeiros.
A Suíça não daria a impressão de se encontrar em estado de superpovoamento
absoluto se fosse economicamente isolada e se a sua população se encontrasse
reduzida aos poucos recursos nacionais?
Torna-se, portanto, mais exato examinar o superpovoamento sob a sua
forma de superpovoamento relativo, que pode ser definido através de quatro
perspectivas analíticas:
1. Em relação ao espaço considerado — Uma modificação da escala esco-
lhida para a interpretação das atuais relações entre a população e os recursos
é suficiente para modificar os fatos. Java encontra-se, sem dúvida, em uma
situação próxima do superpovoamento, nas condições presentes de explotação de
seus recursos, mas não se pode afirmar a mesma coisa em relação à Indonésia.
2. Em relação aos recursos mobilizados, comparativamente aos recursos
mobilizáveis. Um país que se encontra presentemente sem condições de aumentar
sua população pode bruscamente encontrar-se no caso de subpovoamento, isto
é, incapaz de recrutar toda a mão-de-obra necessária, se uma antiga forma de
economia, que apenas utiliza parte do potencial produtivo, for substituída por
emprego de um setor mais vasto de recursos: colonização
outra em que se faz olas,
de novas zonas agríco criação de indústria etc. A Polônia, tendo sido até a
IH Guerra Mundial um país de emigração crônica, provocada pelo superpovoa-
mento rural, deve vigiar cuidadosamente a boa distribuição da sua mão-de-obra
a fim de levar a cabo as tarefas que se propôs, nas novas perspectivas de utili-
recado, Patrimônio nacional, O expediente principal utilizado para aliviar o
da Eranto das planícies chinesas é, no momento presente, a construção
do Tandes barragens que permitam aumentar a superfície cultivada e eliminar
Fiscos constantes de destruição das colheitas.

29
irremediavelmente superpovoado é p due O Progresso técni
já parou,a e qu e u não mais são possíveis quaisquer novos meios de desenvolvime
a promoçã o de novas matérias -primas ou fontes de ençs Tento?
da E nos capaz de remediar o superpovoamento da África do e Á
a muito & esperar da valorização dos seus recursos em Petróleo o
gás natural? dos lacã
4. Em relação à acessibilidade da popu ação G05 recursos produzidos, Um
país pode parecer superpovoado se uma parte mente dos recursos
produz é utilizada em benefício de uma A é uma população estran-
geiras. Reciprocamente, este país seria superpovoado se não
buição da produção provinda do exterior. No interior de umrecebesse à contri.
mesmo País, as
características do superpovoamento podem ser aplicadas apenas à Uma parcela
da população: população de uma região determinada, onde os Meios e as fontes
de produção são insuficientes para a sua sustentação, ou categorias sociais vítimas
de uma retirada de recursos em proveito de outras camadas sociais. As reformas
agrárias, particularmente, têm por finalidade deixar aos habitantes rurais o bene-
fício de seu trabalho, livrando-os da obrigação de ceder aos citadinos a metade,
pelo menos, de sua renda. A zona rural, superpovoada quando sua população
dispõe apenas de 50% das colheitas, assegura condições aceitáveis de vida, no
caso de todas as colheitas pertencerem às populações rurais.
Não iremos tratar, aqui, de uma interpretação bastante discutível do super-
povoamento relativo em zona de economia desenvolvida, segundo a qual o super-
povoamento é função do nível de vida adquirido. Torna-se bastante fácil demons-
trar que a renda nacional da França permitiria sustentar, nas atuais condições
de existência, mais de 200 milhões de indianos; mas tal gracejo, levando-s
e em
conta as conquistas econômicas e sociais de vários séculos, não poderia
ser
encarado com seriedade,
Em numerosos casos, a passagem de uma situação de superpovoamento
relativa para uma situação mais racional e justa do problema das relações entre
populações e recursos supõe profundas modificações das estruturas econômicas
é sociais,
até mesmo revoluções. Essa questão só pode ser claramente compreen
dida com o estudo dessas estruturas em si mesmas. -
O ótimo de pcvoamento,
pari 9 número de população correspondente às melhores condições de
a a Pg po em uma dada região geográfica, tendo como base à
um conceio “ia nível de vida médio convencional, tem, portanto, em si mesmo
ns produto não unicamente do nível técnico, mas também
e recursos em potencial à9, em cuja aplicação podem ser mobilizadas técnicas

30
CAPÍTULO II

SISTEMAS ECONÔMICOS E TIPOS DE ECONOMIA

lmente em vigor,
Dois grandes sistemas econômicos acham-se atua
o tão fundamental
no mundo: o capitalista e o socialista. Esta distinçã
prática econômicas,
quanto simples, sob o ponto de vista da teoria e da
rafia econômica do
não chega a fornecer uma imagem exata da geog
se partindo de bases
globo. Cada um desses sistemas desenvolveu- a sua
geográficas determinadas. Para fora de seus meios de origem,
leis de desenvolvimento
expansão geográfica faz-se de acordo com as
s variadas conforme
próprias a cada um deles, encontrando condiçõe entre ambos
diferenciações
as estruturas anteriormente existentes. As
repousam, portanto:
de cada um destes dois
1. sobre as leis de desenvolvimento
sistemas;
tação de cada um
2. sobre as condições históricas da implan
para fora do domínio
deles em seu domínio original e da expansão
de origem,
econômicas e sociais
3. sobre as modalidades de organização
anteriores e que imprimiram,
herdadas, em cada lugar, dos períodos
longo, uma feição original
por um espaço de tempo mais ou menos
o sistema atualmente aplicado
à economia da região, qualquer que seja
envolvimento dos diversos
e, como consegiiência, sobre O desigual des
nicas.
países em cada uma dessas duas séries orgâ
emas possibilita ressal-
O estudo histórico de cada um dos dois sist
tar essas três séries de fatores de diferenciação.
31
1 — Diversidade das formas de economia capitalista no mund
o
As atividades produtivas e a condição Social de ouco
2/3 da humanidade encontram-se subordinadas às formas Geno de
zação da economia capitalista. Entretanto, do total de mais Organ.
lhões de homens que vivem enquadrados nesse Sistema, 500 pa!
beneficiam-se das condições de país es técnica e economic TÕss
desenvolvidos, e mais de 1,5 bilhão sofrem
sis as ;condições de Sub ente
volvidos
. Trata-se, portanto, de definir sucessivamente as mn
produção dos países capitalistas desenvolvidos e as fo a
r m a s da
nomia capitalista em economia subdesenvolvida, o q ue lev e c o .
a Um
mais a colocar o problema das relações entre os Paises cap a vez
italistas
desenvolvidos e os subdesenvolvidos.
A organização capitalista é o produto da evolução econômic
a da
Europa Ocidental no decorrer dos dois últimos séculos, isto é, durante
o período das revoluções, políticas, sociais e técnicas
. Seu desenvol-
vimento é inseparável do intenso progresso das ciências
e das técnicas
e da ascensão de uma classe da sociedade que, sacudindo a
estrutura
social construída sobre a explotação agrícola, estabeleceu as bases
de sua riqueza e autoridade sobre a utilização dos novos meios de
produção. A economia capitalista dos países desenvolvidos não
pode
ser separada da estrutura social. Ela define-se, ao mesmo tempo
,
pelas formas de produção caracterizadas por aspectos técnicos, por
estruturas de empresa, relações financeiras e sociais. Essa dualidade
traduz-se, quando num plano puramente descritivo, de um lado, pela
marca das formas de produção na paisagem (a usin
a na região indus-
trial, os dispositivos dos transportes, a moderna agricultura) e, do
outro lado, pelas forma externas dos grupamentos e das relações
sociais (a cidade, a aldeia, o centro administrativo e comercial rural
a fazenda ou o povoado),
1, Princípios e processos de desenvolvime
nto da economia cor
talista. A economia capitalista fundamenta-se sobre o PS
livre concorrência e da ini ciativa individual. Repousa sobre à
dio
de empresas, tendo como fim o enriquecimento de seu e o
sobre a utilização de uma mão-de-obra
7. ma funda
acordo com assalariada, remuner )
a

dad 3

Em relação às f orma : n sy
à Originalidade da -“Cono s de de se nv ol vi me nt o
mia capitalista baseia-se econômico derância
ão industrial e da prestação de sernaviçPrep E o font?
do seto r da produç
os €
ap
nte
de lucros, sobre as demais formas de atividade econômica. A cresce
importância das trocas estimulou poderosamente as atividades e as
especulações comerciais e financeiras solidárias da produção industrial.
O desenvolvimento do consumo dos produtos agrícolas e as possibili-
seme-
dades de produções de maior rendimento amplificaram de modo
a
lhante os benefícios da economia agrícola. A introdução do sistem
capitalista de economia trouxe, portanto, encadeada na criação da
grande indústria, uma completa transformação dos outros setores
econômicos.
processo
O mercado em economia capitalista é dominado pelo
ização de
fundamental do sistema. O fim visado pela empresa é a real
io de bancos,
jucros que, por reinvestimentos diretos ou por interméd des-
a entre as
sejam cumulativos. Esses lucros resultam da diferenç
ção do capital
pesas e gastos relacionados com a explotação, a amortiza
os investimentos anuais para à renovação e
inicialmente investido,
do material de produção, energia, matérias-primas e
modernização
e o montante das vendas. A venda, porém, só se torna
salários, —
ia, por defi-
possível quando existe um poder aquisitivo que não poder
ao pessoal
nição, ser constituído pela massa dos salários distribuídos e
da empresa ou do setor interessado. A acumulação de lucros supõ
financeiro da
um constante apelo de fundos exteriores ao circuíto
vas acumuladas
empresa ou do setor de produção: retiradas nas reser
mais ou menos
ou sobre os lucros de outros setores que se acharem
lucros realizados
rapidamente fora de investimentos, recuperação dos
dos lucros pro-
em especulações comerciais fora do circuito principal,
s de crédito etc.
vindos das organizações de transporte, das operaçõe
as empresas é as
A acumulação de lucro é desigual, de acordo com
os maiores lucros
categorias de produção. As empresas que realizam as.
do mercado as mais fracas, eliminando ou absorvendo-n
afastam
cação da lei orgá-
A evolução histórica — tanto como à lógica na apli
número de empresas
nica do sistema — leva à progressiva redução do
nunca é interrom-
(concentração), embora a criação de novas empresas
pida.
tram-se muito aca-
Ao mesmo tempo, os mercados iniciais mos
mercado regional foi ultra-
nhados. Em algumas décadas, o estágio de
e O fim do século XIX,
passado. A economia capitalista européia, desd
nacionais e internacio-
é constituída por uma economia de mercados
s de superprodução. À
nais e tem registrado as primeiras crises dita de econômica
realiza-se, agora, num plano de rivalida
concorrência
entre nações, implicando em uma pressão crescente das influências
dos países.
econômicas sobre o organismo político do governo
33
amiços
alon
onômi ais alica
FIGURA 6 — Distribuição dos sistemas E Ea do p,a E
1,Países industriais de economia upa plates
tes. = 4, União Soviética. — 5. Repúblicas
-
Es:

iq — do subdesenvolvidos politicamente independen-


pu? cas democr '
dl - o Ra

à dá dois pr
ência traduziu-se por .
E o E men tendo a rivalidade ns e da
a o E tituído vastos mercados na Po ad
fluênc ia rn go mundo
nentes: a pa “as indust entreinici
riais,, que 1880almene te1900;surgias ramriva
io. no
entre economi mas que, à partir da 1 Grande Guerra M undiat
inente europeu , i ; - SUNdial,
és o problema das oportunidades das economias capitali stas
peer
cri ds

ropéias em face das economias capitalistas desenvolvidas sobre bases


diferentes mas em condições passíveis de lhes assegurarem vantagens
momentâneas ou duráveis, como a economia japonesa e, sobretudo, a
dos Estados Unidos.
O desenvolvimento das técnicas e, paralelamente, o aumento das
necessidades contribuíram para a ampliação do mercado interior e
criando, ao mesmo tempo, novas formas e possibilidades de expansão.
Levando em consideração o desenrolar das fases decisivas do
desenvolvimento histórico, duas questões sucessivas se apresentam: a
da organização do mundo pela economia capitalista européia e suas

con seq uên cia s na atu al distribuição dos tipos de estrutura econômica,
é a das relações entre as economias européias entre si e com a pode-
rosa economia americana.
A crescente indústria européia acha-se inseparavelmente ligada
à uma política econômica expansionista. O liberalismo econômico
britânico só pode ser devidamente interpretado quando se considera
que à Inglaterra liberal, defendendo a tese da abertura dos mercados
ai internacional, até o terceiro quartel do século XIX
E E Por nenhuma nação que estivesse à sua altura. A
eeico do Eua Britânico serviu como exemplo à política eco-
política colonial E % que se industrializaram após a Inglaterra. “A
A Alemanha proc no da política industrial” (JULES FERRY).
(
politik), na Euro Ura e caminho para a sua expansão marítima Weli-
Próximo (Drang A ni (política do Mitteleuropa), no Oriente
sten) e na América do Sul.
O princípio f ,
Zação de um dad undamental das combinações imperiais é a organi-
gêneros al,seja
européias Vl xcompPla do,arSM que a função industrial das metrópoles
lement da Produção de maté
colo S AUMEn tício s, e do rias-primas e d
ê ola e paço” dineados, co ns
O mun um o aí
de produtos fabricados, nos P a
lôni dos aíses ind triais acha-se subdividido em dois set”
*Plsina de exploração imperialistas da Europa Ocidental e o das
mia é de Primeiras são sm Eaidnias de povoamento. a
a Estry
sua Tevolução
S de povoam ento autóctone, de econo-
soc | e Tetardadas, em relação aos países que fizeram

36 & econômica. A missão destas colônia


de explotação, dentro do sistema imperialista, é fornecer à economia
industrial da metrópole os produtos brutos, agrícolas ou minerais, e
a de constituir freguesia para as indústrias especialmente adaptadas
à fabricação de objetos de baixo custo, fornecidos em grande quanti-
dade a populações numerosas mas de fraco poder aquisitivo individual.
Este mecanismo supõe a presença da economia monetária que facilita
a exigência do pagamento do imposto em dinheiro e o desenvolvimento
das necessidades dos objetos de uso, de consumo estranho à produção
local. Para diversas iniciativas há necessidade de investimentos: para
a melhoria de certas condições de produção, como os trabalhos de
distribuição das águas de irrigação; os desbravamentos e instalação de
plantações; a construção de redes de transporte entre a zona de pro-
dução de gêneros destinados à exportação ou entre as zonas de pro-
dução mineral e o mar; o equipamento dos portos e das cidades-escri-
tórios litorâneas, escalas fundamentais de todo o sistema; a fundação
de um conjunto médico-social e administrativo etc.
A colônia absorve, portanto, uma parte dos capitais metropoli-
tanos para as atividades de serviço e diminui a carga do mercado
financeiro nacional. Os serviços são equipados com capitais do país
colonizador ou com capitais privados, atraídos por combinações lucra-
tivas que associam operações de investimentos a explotações vanta-
josas, como, por exemplo, a construção de uma via férrea, a abertura
de zonas de mineração ou a utilização agrícola de uma região nova.
Esse processo de organização econômica foi aplicado ao quadro
dos impérios coloniais, isto é, de uma tomada de posse jurídica do
território, implicando na soberania de um país europeu sobre o país
colonial no século XIX. A Convenção de Algeciras (1906) inaugurou
juridicamente um sistema de separação das responsabilidades políticas
e dos privilégios econômicos, reconhecendo a autoridade política da
França sobre Marrocos, mas abrindo seus mercados a todos os países
estrangeiros. Já nos fins do século XIX, a política alemã nos Balcãs
e na Turquia, e a inglesa no Egito, tinham aberto o caminho a uma
nova forma de relações econômicas: a potência industrial contenta-se
com garantias de fidelidade a uma aliança política e econômica para
investir em um país estrangeiro e aí estabelecer o dispositivo colonial
clássico com o auxílio de um governo financeiramente interessado no
sucesso da operação. Inaugura-se, assim, o mecanismo das relações
entre países industriais e países semicoloniais, que se torna a forma
mais característica da expansão econômica do século XX. O exemplo
mais sugestivo é o das relações entre os Estados Unidos da América,
ou os países industriais da Europa Ocidental, e os países produtores

seo da América Latina ou do Oriente Próximo e Médio Oriente
e
(veja ar dgo petro
US):
ni o funcionamento do sis a repous
O A leniiento entre O desenvolvtem a sobre a
imento econômico e
Perenidade
de um defas técnico da
o país dominante, e O da colônia, ou do
metrtróp
ópole, oud
ol e, a Grã--Bretanha, hábil
país dominado
“E; lorando a Índia, ábi em preparar os . lucros, sabia
ao a tempo
a evitar as perdas Desde o dia em que começou a ter na Índia
. atura
manuf s, a Inglaterra esforçou-se por arrui
Em VaRO e o havia sido, até os meados do século xIX, e
net Ac artigos fabricados. Nas cidades e
nas grandes vilas exerciam-
E uibetie profissões cujos produtos eram conhecidos em todo o mundo,
di mais do um século e meio foi, sobretudo pelo tráfico dos tecidos finos
e dos bordados da Índia e por sua venda nos mercados da Europa, que se
enriqueceu a Companhia — antes do desenvolvimento da economia industrial
na Grã-Bretanha. Porém, o desenvolvimento da indústria do algodão nesse país
fez dos tecidos de algodão de Manchester os rivais dos da Índia. Para lhes
assegurar um mercado de pesadas tarifas, praticamente proibitivas, golpe
aram
a indústria da Índia. De 1814 a 1835, o número de peças de fazen
da importadas
da Índia pela Grã-Bretanha caiu de 1.266.000 para 306.000. Em
o baixo preço das fazendas britânicas fez com que elas
contr
aposição,
fossem aceitas no
mercado da Índia, onde pouco a pouco substituíram
os tecidos locais: de 1814
a 1835 sua importação passou de 818.000 jardas para
51.777.000. As indústrias
indus estagnaram; a vida industrial declina
cada vez mais em locais outrora
flores centes. A Índia tornou-se um país quase que
duzindo
exclusivamente agrícola, pro-
matérias-primas e recebendo os artigos
manufaturados do estrangeiro”
(A. Demangeon, L'Empire Britannique, Paris,
1931, 2.2 ed., pp, 230-231).
4 colonização dita de explotação tem, port
anto, o resultado de
agravar a desigualdade de desenvolvimento
técnico e econômico entre
paises industriais e países não-industriais, promovidos
ao papel de
cesso d - "Opa em matérias-primas e de compradores do ex-
; 2 Produção não absorvido pelos mercados nacionais dos países

» Em
A
Mais
rárépievolução
da. Todavidas colônia
tados Os tãotã diferentes , não é ela
a * deunpovoamento
iforme, pois étemdiversa e, sobretudo,
à Austrália e a Dr O cond uz ido a resul-
os Estados Unidos, a União Sul-Africana,
No “"BU
al, comIndo umO exe
inim o9 dos
Primei roes gru
da poEurde
opa,paíspara
es evol
pio país umauiuecorapi
nomda-
ia
ada t ee SOS produção industri
al diferençada de
38 Sticultura caracterizada por uma fo
produtividade do trabalho e do capital investido, voltada para os
mercados internacionais. Esse grupo compreende, em primeiro lugar,
e ocupando uma posição excepcional, os Estados Unidos da América
do Norte; secundariamente, O Canadá, estreitamente ligado à econo-
mia dos Estados Unidos; depois, a Austrália, a Nova Zelândia. A
União Sul-Africana conserva um caráter especial, baseado no duplo
povoamento, sublinhado por um feroz racismo branco.
O segundo grupo, do qual a Argentina e o Brasil são os países
mais representativos, deixou-se distanciar, pois não soube ou não pôde
de uma
constituir as reservas de capitais indispensáveis à edificação

E
evoluída sem recorrer a um financia-

o!
economia e de uma sociedade
mento
mento exterior; sofre a influência das antigas colônias de povoa
o
anglo-saxão mais rapidamente industrializadas e ocupa uma posiçã
|
intermediária entre os países coloniais e semicoloniais de povoamento
mais
autóctone e as terras de povoamento europeu fora da Europa,
desenvolvidas econômica e tecnicamente.
a
O caso mais sugestivo é o dos Estados Unidos que, de colôni
da Grã-Bretanha, tornaram-se por sua vez em um país aspirante ao
ex-
domínio mundial, conduzido a uma ativa e imperiosa política de
pansão, pressionados por sua economia nacional*. A reação anti-
colonial dos anglo-saxões, estabelecidos como agricultores nas zonas
Ingla-
temperadas da fachada atlântica da América do Norte (Nova
econômicos
terra), foi acompanhada pela introdução dos mecanismos
mia
da Europa Ocidental, ao passo que no sul a sociedade e a econo
apoiadas sobre o trabalho de escravos negros, duraram
coloniais,
endência
ainda um pouco mais de um século, a despeito da indep
com €x-
política conquistada pelo conjunto das colônias americanas, É sa
lista encon-
ceção do Canadá. O desenvolvimento da economia capita 2
trou na América condições excepcionais: vastos espaços, terras gra-- tra,
Dent
e . a
Es

energéticos e minerais em quantidades incomparavel


tuitas, recursos
ópoles da Europa “ese 2
' mente superiores àqueles de que dispunham as metr
te três quartos de «ow,
| Ocidental.' A contribuição, durante principalmen
nte pela imi-sxcá 4, |
século, de uma força de trabalho renovada incessanteme s, Melei
à sociedade o oferecimen-
gração, assegurando aos empreendimentos e ava à América
nua)
to ininterrupto de uma mão-de-obra jovem, que cheg
igual e largamente
E

justamente na idade de plena atividade, contribuiu dos preços


para o abaixamento dos ônus e, graças a essa circunstância,
técnicas americanas e as produtivas instalações são O
de custo. As
resultado do fruto de várias gerações de pesquisas científicas e de |

Para maiores esclarecimentos deve-se consultar a obra de Pierre George


8.
E “L'économie des Etats Unis”, coleção “Que sais je?”, n.º 223, P.U.F., Paris,
9,2 edição revista, 1968.
39
«mentos europeus. E, enquanto a produção européia se en
terra
Vinvestimen em métodos envelhecid os, cujo amortecim ent O ou a
pouco a io em reconhecer, a América utiliza as Últimas
da os a dÓenioa
aquisições guerras mundiais, eis externos og
produtos europeus, arruinando parte das CR uTOpCIAS € reg.
lizando uma verdadeira punção nas reservas financeiras do Commo-
nwealth britânico e da Europa Ocidental, em geral — especialmente
eraças ao enorme crescimento das encomendas feitas à economia ame-
ricana — acabaram por tornar esta última a mais forte economia
capitalista do mundo.
Apesar dessas vantagens, a economia americana sofre carências
em escala gigantesca. A despeito de franca distribuição do poder aqui-
sitivo por todo o mercado nacional, especialmente sob a forma dos
ganhos das profissões auxiliares da produção (mais de 50% da popu-
lação ativa) do que dos salários industriais ou agrícolas, há uma
crescente desproporção entre a acumulação capitalista, acrescida pela
concentração financeira dos bancos americanos em uma escala mun-
dial, e as disponibilidades de aquisição no mercado nacional. A eco-
nomia americana tem necessidade de vender para o exterior uma
parte
considerável de sua produção, sem possuir necessidades de
compra
correspondente, e de colocar capitais, cujo investimento
no organismo
produtivo americano congestionaria os mercados de produção,
paises estrangeiros onde a rentabilidade desses em
capitais seja garantida.
A desastrosa experiência da crise, que se
iniciou pelo crack financeiro
pdf po em 1929 (14 milhões de desempregados em 1931-
» tornou OS americanos vigilantes quanto aos sintomas, frequen-
da economia, da recessão, então cha-
A venda de armam roblema conservou-se, porém, imutável.
:
rea
a indústria atômica, entos e os investiE ment os em sua indústri
a fabric indústria,a, na
na q qual

or. No c erença de | ritm Htmo entr


ser Tealizados iodo de uma Excepcional dificueldade, o fornecedor dor € O
podem ainda
Teservas inexplotadas giros com base
nos recursos da nação, cujas
mento de y orização sua *º conservam imensas: tipo do planeja-
Por volta de 193 0 Eve Vale do Tennessee, na época da grande crise
40 * estes tipos de investimentos de lucros
imediatos, relativamente limitados, criadores de novas fontes de pro-
dução, são abandonados assim que as circunstâncias permitam opera-
graças a uma mais rápi Ná Ss
movimentação
ções mais lucrativas,
capitais e interesses mais elevados.
A crise acha-se momentaneamente evitada, porém permanecem
as suas causas, tendo sido apenas subjugada devido a uma política
mundial que repercute sobre as condições de desenvolvimento de
outros países, notadamente aqueles dos quais o sistema econômico
é originário, isto é, os países da Europa Ocidental.
A despeito de seus múltiplos esforços, desenvolvidos principal-
mente no decorrer das conferências imperiais, não pôde a Grã-Breta-
nha impedir o desenvolvimento paralelo dos países de povoamento
europeu integrados em seu Império. No Canadá, na União Sul-Africa-
na, na Austrália e na Nova Zelândia as duas guerras mundiais desem-
penharam o papel de aceleradoras do equipamento industrial e da
acumulação de capitais. As riquezas naturais de cada um destes vastos
territórios (o Canadá é três vezes maior que a Europa Ocidental; a
Austrália e a Nova Zelândia, duas vezes e meia; enquanto a União
Sul-Africana e suas dependências cobrem uma superfície pouco infe-
rior à da Europa Ocidental) e a venda de produtos brutos de origem
agrícola ou mineral asseguram-lhes consideráveis possibilidades ma-
teriais e financeiras, cuja explotação só se vê diminuída pela insufi-
ciência da população.
Nos fins do século XIX, uma outra nação colocou-se entre os
países de economia capitalista e estendeu largamente suas transações
comerciais fora de seu território nacional: o Japão. No caso deste
país, os recursos naturais básicos são dos mais limitados mas o Japão
colocou na balança da concorrência o peso de sua mão-de-obra com
salários muito baixos (um décimo do valor dos salários americanos
em 1939; em 1961, os salários japoneses ainda eram inferiores à
quinta parte dos salários americanos).
O segundo característico da época contemporânea é, portanto,
a fragmentação do sistema imperial europeu, notadamente o anglo-
-saxão, e a acentuação da concorrência entre as antigas economida
as
capitalistas da Europa Ocidental e as novas economias capitalistas
América do Norte, do Japão e dos países anglo-saxões do hemisfério
sul. Esta fragmentaçãofoi acelerada pelos movimentos de emancipa-
ção nacional e econômica das colônias ou dos países semicoloniais
(Argentina, Brasil).
a Lati uesas àe
na condi: por rtuga
s: col
As antigaeman ônias eur opé ias da Amé ric ' À
ciparam-se politicamente no começo
espanholas)
não dh tido mstrÓpolas o lançassem, em sua revolução industrial, os
41
lvimento de uma economia capitalista. Conservara M, Portanto
germes de O cado XIX, uma estrutura econômico-social pré-c àPitalista
de
durante todo o a patrimônio, entrando no ciclo da economia capit alista apenas
explotação do se
el
ário, com o fornecedores de produtos brutos e Compradores
secundário, )
com gs Po industriais, numa picmerta a apeí j jai
E iEloniais. Se
de produtos im a ie em dia subordinado, em parte, à
U desenvolvi.
íti
acha-se hoje
mento industrial que » à Política dos
industria]
Estados Unidos, hesita entre OS lucros das relações entre um país
tados xo-industrial e os advindos de investimentos para equipamento de u
e outro ROO tipo, cujo perigo de estrangulamento ou de Concorrência pod
ce A manutenção dos avanços técnicos e financeiros em benefício
do pad industrializado. Todavia, à margem desta hipoteca à política econômica
norte-americana, a Argentina e o Brasil orientam-se no sentido de umuma reinveç,
indús.
timento dos benef ícios de sua economia comercial na const rução de
tria nacional de iniciativa própria.

2. Desigual desenvolvimento dos países de economia capitalista,


O resumo histórico anteriormente feito permite a compreensão da
diversidade da situação econômica dos diferentes países submetidos
aos mecanismos da economia capitalista.
O primeiro fator desta diversidade é a desigualdade do desen-
volvimento da economia industrial e dos mercados dos diferentes países
da Europa Ocidental. Difere a estrutura econômica e social destes
Estados; a sua adaptação às diversas condições naturais dá a cada
um uma orientação particular, sem falar nas oposições de interesses
e nas concorrências. As rendas nacionais são nitidamente desiguais.
Os mais elevados quocientes da renda nacional por habitante são
registrados nos países escandinavos, na Suíça e na Grã-Bretanha. A
sa numa posição SER menos vantajosa, mas superior

| A fronteira econômica por excelência é aquela que separa os


paises europeus industriais dos não-industriais que, até data recente,

opa Cn, Rust mé 907) ont (rs modens


pedia à posição de países semicoloniais, imposta pela pressão da

rompeu-se com o desenvolvi pie unidade econômica


ofusca Vimeo do capitalismo da Europada a
Oct a
para
tina a Améririca do Norte foierência deste mesmo sistema econômico
um meio de unificação de todo O con
nte. Resultou desses ac pa SEN cação de todo dm
tência global da economi ontecimentos uma sensível redução E
Organização de uma e “Ufopéia em relação com à america,
reduzir q inferioridade E nomia européia ocidental solidária poder.
desafio americano” Peba da economia européia em relação a
ga ' À difícil evolução do “mercado comum” €
Eis alguns E
pu francos 1966; gue cientes individu
Federal
E
Alemáé Berços 10900; Suíço, 10,000" Ora ion 7300;Itália,República
i
200; França, 7.500; Países Baixos, 6.500;
s euro
*
exclusão da Grã-Bretanha da Comunidade Eco nômica Européia
retar-
dam a concretização dessa economia unitária.
3. Descolonização e subdesenvolvimento. O grande
aconteci-
mento político e econômico do período posterior à TI Guerra Mundial
toi a “descolonização”, isto é, o acesso à inde pendência dos países
colonizados no decorrer do século XIX e no início do século XX No
momento em que se desfazem as relações políticas e econômicas espe
cíficas da colonização, surgem no vocabulário internacional os termos
de “terceiro mundo” e de “países subdesenvolvidos”. Não se pode
mais ficar impressionado por esse sincronismo que sugere a simulta-
neidade entre a tomada de consciência objetiva de uma situação de
fato, o “subdesenvolvimento” stricto sensu, e a da procura de novos
sistemas de relações técnicas e econômicas entre países industriais e
não-industriais que receberão, conforme qs ângulos de apreciação, as
designações de auxílio e de cooperação técnica ou o qualificativo pejo-
rativo de neo-colonialismo. Em todo caso, um novo problema está
colocado, o da solidariedade entre desenvolvidos e subdesenvolvidos
e o da procura de sistemas de relações aceitas tanto por uns como
por outros. Uma economia de trocas de mercadorias e de serviços
foi substituída por uma economia de rendimentos antecipados impli-
cando em investimentos de equipamento técnico, mas os “termos de
mercado” transferem uma parte de seu sentido econômico para o de
independência política. A independência política também possui obri-
gações onerosas e se acompanha de um caminhar difícil para as con-
dições internas do desenvolvimento 1º,

2 — Economia socialista e construção de uma economia socialista

A organização socialista da economia foi realizada DO beça


império russo através de uma série de empreendimentos, à partir es
uma organização capitalista de país economicamente reg je
ção aos países capitalistas industriais do começo do sécu o picada da
que comportava diferenciação entre à metrópole (os p= tsares na
Europa) e as colônias (os territórios conquistados pelos
Ásia, nos séculos XVIII e XIX). te dez
A economia socialista da União Soviética, Es
anos de evolução transicional e estabelecida no qua de uma guerra
planos qiiinquenais entre 1927 e 1941, sofreuà uropéia da Alema-
muito rigorosa, opondo-a à construção capitalista é
idos”, Difel,
10. Veja a obra de Yves Lacoste — “Os paíse s subdesenvolv
São Paulo, Coleção Saber Atual n.º 62, 12. edição, 1975
43
nha hitlerista, que mobilizava naquele momento à econ
om:
a Europa Ocidental (com exceção da Inglaterra). AssociOmia E toda
tauração das ruínas decorrentes desta guerra a um esfor ando a res.
mento de novas fontes de produção, a União ée: ço É Equipa.
malgrado a perda de 17 milhões de seus ã eo Con ;
superfície igual à que havia sido construída durante di 15. Tuição de
dentes, e de aproximadamente da metade do seu Potonoiai oo Prece.
de 1939, suplantar uma grande parte do atraso que o Im gr dstria
contava, em relação às grandes potências de o Tganização Pério
capital;russo
Ami
em 1913, tanto no plano econômico quanto no social, apesar it a
lução sotrida por estas potências a partir dessa data. É a União dn
tica, atualmente, pelo volume de sua produç
ão agrícola e industrial
a segunda potência econômica mundial, depo
is dos Estados Unidos
O nível de vida médio, que em 1913 era o mais baixo da
Europa,
elevou-se consideravelmente. Em virtude de seu nível cultural e técni.
co, a U.R.S.S. atualmente rivaliza com os países mais avançados e
está na vanguarda da grande aventura astronáutica.
Durante cerca de 30 anos, a economia soviética foi a única, cuja
evolução se inspirava nos princípios socialistas. Desse fato resultou
um tipo particular de relações exteriores entre a União Soviética e o
resto do mundo, onde era aplicada, sob seus diversos aspectos geo-
gráficos, a economia capitalista.
Desde o final da II Guerra Mundial, vários países romperam
com os laços que os ligavam ao sistema capitalista e começaram à
edificar uma economia socialista semelhante à da União Soviética.
Pertenciam eles, inicialmente, às diversas categorias de economia cà-
pitalista, antes de sua revolução política e econômica. o
A Tchecoslováquia era o único país com predominância “
vidade industrial 1, As outras repúblicas populares européias E as
bora possuindo distritos industriais correspondentes a pp (situar
de organização capitalista, sobretudo de inspiração estrangelr
ção dos países semicoloniais) — foram fundadas sobre vas a
nomias agrícolas de fraco rendimento do solo e do trabalho,
nível de vida médio muito baixo. bre as ruínas
As repúblicas populares da Ásia foram fundadas E rdinação nº
de antigas relações coloniais ou de situações de o réia, Vietna?
tocante aos países industriais: algumas dentre elas, €0
ial. Sua
te especlê cia
11. A situação da República Democrática Alemã do aa
economia
organização é a de um país orientado para a construção sa, da reunit e mólos?da
lista, porém ao mesmo tempo voltada
para a as Alemanha
Alemanha. Pela sua estrutura profissional, perspec do Leste :
da Tchecoslováquia,
44
e uma parte da China (China do Nordeste ou Mandchúria) fizeram
parte integrante de impérios coloniais. A Mongólia exterior e a maior
parte da China sofreram os mecanismos de tipo semicolonial (regiões
portuárias chinesas, sobretudo Xangai). A característica geral era a
preponderância de uma economia agrícola arcaica, e um estado crô-
nico de fome.
A população das repúblicas populares européias e da República
Democrática Alemã eleva-se a 100 milhões de habitantes, enquanto
as das repúblicas populares asiáticas somam 730 milhões. No total,
mais de um bilhão de homens atualmente vivem no quadro de eco-
nomias socialistas ou tendendo para a realização de um sistema so-
cialista 12,
O período de 30 anos que separa a revolução russa das revolu-
ções que decidiram a evolução socialista da economia nas repúblicas
populares da Europa e da Ásia, foi marcado, na organização destes
países, por uma desigualdade de desenvolvimento dos processos e das
formas de produção e de distribuição socialistas. Trata-se não de uma
simultaneidade de formas diversas e estáveis de economia que se filia-
ram a um mesmo sistema de organização, mas de um desigual desen-
volvimento histórico proveniente da data das revoluções respectivas
e da situação de cada país no momento das referidas revoluções, e da
política econômica particular que foi aplicada a cada um deles.
1. Características gerais da economia socialista na União Sovié-
tica — A economia da União Soviética é socialista, por sua base e
por seus objetivos. 4 base desta economia é constituída pela apro-
priação coletiva de todas as fontes e de todos os meios de produção:
terras, recursos minerais, equipamentos produtivos, transportes de in-
teresse geral 1º.
Os objetivos são o crescimento progressivo ilimitado da distribui-
ção dos produtos de consumo e de uso por uma população numerica-
mente crescente e cujas necessidades materiais e culturais se acham
em constante aumento.
milhões de
12. Em 1968, a população da União Soviética ultrapassou 235
habitantes. seguinte: os
13. Do conjunto da propriedade individual fazem parte o economia do
os de uso e de consumo, a casa € a pequena
objetos da mobília, 261), a casa de habitação
homem rural membro de uma cooperativa (veja pás.
individual e, em certos casos, O material
do trabalhador que reside em imóvel Pad
de produção do artesão individual,
lte as seguintes obras de Pierre George: “L'économie
A esse propósito, consu 11.º edição revista,
de PU.R.8,5.”, P.U.F., Paris, coleção “Que sais je?”, n.º 179, a, 1961.
1968, e “L'U.R.S.S”, idem, coleção “Orbis”, 2.º edição revist
45
Para atingir tais objetivos, a política econô mic ui
a repart;
período da evolução, os investimentos e os esforços entre os 7 Ada
setores da produção: objetos de equipamento fundamenta, E ersos
recobrar o atraso em que a União se encontrava em EO, em re de
aos países mais avançados e para reparar as perdas sofr; da ação
as duas guerras, produção de gêneros alimentícios e de objet
individual, vestimentas, equipamentos interessando a todas as prod
ções requeridas pela organização sanitária, escolar e cultural, Est
distribuição dos investimentos e dos esforços é SUpervisionada x
administração geral do Plano de Estado
define, dentro dos quadros de perspec da economia nacional ai
tivas quingiienais, a intensidade
do emprego das forças produtivas nos
e a distribuição dos meios de produção diversos Setores da economia
União. 4 planificação socialista é, entre as diferentes partes da
portanto, ao mesmo tempo, pers.
pectiva ou histórica, e regional ou
geográfica. Ela é exteriorizada por
uma expressão estatística, formulada em valores
de referência) e em valores relativos absolutos (números
(porcent agens de crescimento
diversas produções, de execuç das
ão do plano nos diversos ramo
s etc.).
Os sistemas de planificação elaborado
off”, adaptados às necessidades da s para o período do “take
economia de guerra e de recons-
trução até o início da década de
ajustamentos e de transformações
1950, entraram em uma fase de
a partir de 1956 14,
A necessidade de concorrer co
extremamente custosas, no que m os Estados Unidos em ope
se rações
€ proesas de prestígio, incide pesarefdaere aos equipamentos de potência
mente sobre a finalidade distri-
butiva da economia socialista soviética.
Toda 2 economia é domi
nada e arbitrada por um
que consist relação entre produção a relaçãoc-chave,
grande parte deste e consumo nacionais,
“consumo” é representado mas E
: o O exclui á toda iniciativ
E por encomendas do rde-
nada com as necessidades a de produção não-coo
de equipamento e de cons
umo e, portanto,
e defa sagem entre produção e mercado nacional ou internaciona.
à no COROS Socialista não Comporta o
risco de crise de su
características do desenvolvimento ia Capi
ua, mas Cronicamente sofre das dificuldades da economia Cê
de acomodação “º
a go eior pelos Serviços administrativos. A coordenação
não ércio
pla União,
* O consumo
das mo em
nacionais não exclui o recurso ao com
como função
——º»das mercadorias que não principal assegurar a aquiicio
são produzidas pelo
ão,

“e
eH, mt: Veja as«probrTaass de Pierre
Sodd , VURS.S”, PUF Peri das am ter“Miormente, e à de A. Blast
Tr"

agellan”, 1973.
pela indústria nacional ou aquelas que o são em quantidade insufi-
ciente. As importações são financiadas pela venda de artigos cuja
produção é estimulada pelo plano, visando justamente essa exportação.
O comércio externo surge, dessa maneira, como um meio e não como
um fim, constituindo uma maneira de realizar o plano e fazer aumentar
a produção, e não como expediente para escoar os excessos de pro-
ução.
Através da distribuição regional dos investimentos e dos meios
de produção no quadro do plano, efetua-se a correção das antigas
disparidades regionais,
2. A construção do socialismo nas repúblicas populares — A
passagem das formas de economia anteriores para uma economia
socialista implica em uma revolução inicial e em uma ulterior evolução
transicional. A revolução inicial comporta a destruição da base da
economia feudal pré-capitalista, sob suas formas nacionais e semi-
coloniais, através da reforma agrária e da nacionalização do crédito,
dos transportes e das empresas industriais que ultrapassam o gabarito
do artesanato, pela eliminação de todo o crédito estrangeiro que im-
plique a domiciliação de sociedades e na alienação de uma fração do
patrimônio nacional.
A reforma agrária fez desaparecer a grande propriedade de pro-
frequentemente
prietários fundiários não cultivadores e não-residentes,
pequenos
estrangeiros. No caso em que a explotação era efetuada por
estes torna-
locatários camponeses (caso mais frequente na China),
s ou foro que
vam-se proprietários, sendo aliviados das taxas de renda
era praticado
pesavam sobre eles (40 a 60% das colheitas). Quando
Hungria e na
o sistema de latifúndios com assalariados agrícolas (na
o rural, em pro-
Polônia, por exemplo), procedeu-se a uma colonizaçã
261). Fazendas
veito dos camponeses não proprietários (veja pág.
s grandes
do Estado foram igualmente instituídas, substituindo algun
€ bases de ga-
domínios: fazendas experimentais ou fazendas-pilotos,
de uma economia
rantia para o abastecimento urbano. A constituição os paíse s:
cooperativa encontrou condições muito diferentes conforme realizadas
tações são
na Bulgária e na Tchecoslováquia, 90% das explo
sentam menos de
pelas cooperativas agrícolas, mas na Polônia repre
A China acreditou
1% (mais de 15% para as fazendas do Estado).
organizando a sua
que poderia caminhar mais rápido e ir mais longe da revolução
agricultura na base das “comunas”, mas a assimilação
de Pierre George — “I'économie de PEurope centrale
15. Veja a obra
slave et Faia, P.U.F., Paris, coleção “Que sais je?”, n.º 328, 3.2 edi-
ção, 1968.
Àsm
[ÇA
a
agrária exige um certo período € sÓ no seu findar é que se pod
um balanço do empreendimento. Tealizar
Uma parte da agricultura, do pequeno comércio e do art
constituem o setor da economia privada das repúblicas pp
presença deste setor difera d sua estrutura econômica e Social
encia ares,
comparação com a da União Soviética. Mas esta diferenciação Eni em
importante que a nítida separação
repúblicas populares e a dos países capexistente entre a Organização d
italistas. Esta Separação ii
do fato de que nenhuma pequena empresa privada pode desenvolver.
-se ultrapassando o teto estabelecido pela lei agrária
nacionalização e reconstituir, dessa e pelas leis dé
maneira, a base de uma evolução
do tipo capitalista. O setor dos empreendi
mentos Privados acha-se
nitidamente limitado.
O característico dominante da primeira
fase da evolução para
uma economia socialista é a industrialização
dos países atrasados.
A ordenação desta economia acha-se assegura
da pelos planos
econôm icos do Estado. Os primeiros foram planos econômic
os par-
ciais, a curto prazo, que asseguravam a transição entre os méto
dos
da livre empresa e os da planificação socialista. Depois dos
anos de
1949-1950, foram aplicados planos a longo prazo nas repúblic
as euro-
péias: cinco anos, seis anos (na Polônia). Em algumas dest
as Tepu-
blicas, planos anuais asseguram, em seguida, a preparaç
ão da projeção
dos planos dos diferentes países de mesma estrutura, sobre um
mesmo
ritmo cronológico e a coordenação dos plan
os das repúblicas populares
e dos da União
Soviética, com o fim de facilitar
intercâmbio no interior do grupo de países socialistas, as e previsões de
a criação do
CA. EM,, organismo de coordenação econômica.
A planificação do setor industrial nacionalizado tem,
mente, que encontrar dificuldades de ordem técn upa
ica. A plamibeao, :
do setor agrí
cola e do setor de distribuição, na maior parte
de empresas privadas, é a mais delicada. Registra-se em toda p siso
uma rápida expansão industrial, Tomand
o-se a produção de 1938 sia
base, equivalente a 100, a produção de carvão !º
e de aço ih
blicas populares européias, inclusive a República Democrática
arua-se, em 1967, nos índices 400 e mais de 600. Paralelamentete, O
d “senvolvimento é vigoroso. Uma classe operária,ia, engita, a
urbano
o auxílio
ctame nte na trans forma
e. az avançar o sistema, ção econô mica e social, constitui serva
enquanto os camponeses Sé e
repú-
blic à Ma expectativa, 4 primeira fase do desenvolvimento
“S Populares européias é caracterizada pela defas tre o seto”
agem en
6. E da linhita convertida
1 :
+. .
.
em equivalente-hulha.
48
industrial, com sua progressão espetacular, e o setor agrícola, onde a
política econômica deve ser sutil e com nuanças. Pode-se também
verificar a existência de ensaios na política econômica, implicando
tentativas e retornos táticos impostos pelas necessidades técnicas ou
pela constatação de resistência.
A China constitui um caso particular. O problema agrícola ainda
é o dominante na evolução atual, embora haja sido realizado um
grande esforço de industrialização: a produção de carvão decuplicou
em relação a do ano de 1938 nos limites territoriais da China Popu-
lar. A primeira fase de evolução acha-se caracterizada pela abertura
de várias centenas de centros de trabalhos públicos, que garantem a
segurança das colheitas, através da proteção contra as inundações e
contra a irregularidade das chuvas, e aumentando a superfície culti-
vada. A revolução agrícola, sem ser separável da industrialização, a
qual lhe fornece os elementos de sucesso, é no momento presente o
grande empreendimento da República Popular Chinesa. Todavia, pela
lógica da evolução da economia socialista chinesa, espera-se que surja
no Extremo Oriente, dentro de um prazo relativamente curto, uma
indústria vigorosa que garanta a independência nacional do desenvol-
vimento econômico e social da China. A ponta-de-lança desta indus-
trialização é, infelizmente, a indústria estratégica.
Os países que constróem uma economia socialista cessaram de
se constituir em locais de colocação de capitais para as sociedades
capitalistas estrangeiras, e deixaram igualmente de serem fornecedores
de produtos brutos a baixos preços e de fornecer perspectivas ilimi-
tadas como mercados de consumo para os produtos industriais fabri-
cados na Europa Ocidental ou na América do Norte. É nesse sentido
que se tem afirmado que a expansão das economias socialistas pelo
globo reduziria o mercado das economias capitalistas. Verifica-se ser
igualmente exato que a organização das trocas comerciais sobre a
contabilização com prazo longo de vencimento é mais
base de uma
economias que estejam semelhantemente planificadas ou,
fácil entre
melhor ainda, que possuam planificação sincronizada (mercados dos
e capita-
países socialistas), do que entre as economias planificadas
a transforma-
listas, possuidores de produções e preços instáveis. Mas
ção técnica das economias que passam de um estágio de subdesenvol-
e a racio-
vimento e semicolonização para a industrialização nacional
de
nalização da agricultura, levando à instalação de grandes centros
número
obras públicas e equipamentos de toda espécie, comporta um
cam o
considerável de necessidades diferenciadas. Estes países reivindi
e cons-
direito de comerciar livremente com os de economia capitalista
49
SEGUNDA PARTE

A ECONOMIA E A PRODUÇÃO INDUSTRIAIS

nomia do século
O fator fundamental de diferenciação da eco
al. A divisão do mundo
XIX é o desenvolvimento da produção industri
os setores de economia
em dois setores de organização diferente —
a diferenciação formada
capitalista e socialista — domina e maneja
dia, de um problema
dessa maneira. Não se pode tratar, hoje em da
diversidade dos aspectos
qualquer de economia regional, ou da
alimentício ou matéria-prima
produção de um determinado gênero geográficas
de início, as relações
mineral, sem se levar em conta, logo de economia
s da repartição
entre o assunto examinado e os fato
próprias a cada sistema. Todo
industrial e das formas de organização atuais formas de
ensaio sobre as
estudo econômico do globo, todo
deve, port anto , inic iar pelo exame das condições de desen-
produç ão industriais.
volvimento e de dist ribuição da produção e da economia

53
BIBLIOTECA CERTRAL
VANERS. DO SUBOESTE
rotação de capitais, e aqueles que realizaram a prazo
investimentos pe
indústrias de base.
longo , na construção de
de vencimento
corrências estabelecidas sobre as situações de fato assim determinadas
consolidam ou agravam esta diversidade.
O número de países que possuem uma lista completa, ou quase
de atividades industriais é restrito (economias de dimensão continen-
tal, como os Estados Unidos, a União Soviética, e os velhos países
industriais como a Grã-Bretanha, a Alemanha, a França e a Bélgica),
e também é muito variável, de um país para outro, a ordem das
respectivas grandezas.
Existe uma distinção que é fundamental: aquela que separa os
países que possuem indústrias de equipamento dos que não dispõem
de outras indústrias além das de transformação, ou indústrias produ-
toras de objetos de uso ou de consumo.
que realizam
Denominam-se indústrias de equipamento aquelas
industriais e os trans-
as condições necessárias a outras fabricações
es industriais. Com-
portes indispensáveis ao exercício das atividad
de produtos semima-
preendem a produção de energia, a elaboração
rumentos de produção,
nufaturados, indispensáveis à fabricação dos inst
esses meios de produção.
e as indústrias que fornecem, elas próprias,
te de grandes quanti-
Implicam a mobilização no local ou o transpor
mas e a imobilização
dades de produtos energéticos e de matérias-pri
de investimento de capitais importantes.
ntemente empregada como
A expressão indústria pesada é freque pura-
sinônimo de indústria de equipamento. Dentro de um sentido
as de equipamento são indús-
mente descritivo, nem todas as indústri
al eletrotécnico de mensuração,
trias pesadas: a fabricação de materi
é um ram o mui to imp ort ant e do equipamento industrial, não é
que uns ramos de fabricação são,
u. Alg
uma indústria pesada, stricto sens em,
s, difí ceis de ser exa tam ent e classificados, uma vez que fornec
aliá os de
mo tem po, mat eri al de equipamento industrial e produt
mes al
a, de certa fabricação de materium
ao
util izaç ão dire ta: é o caso , aind a
co, que pode ser incorporado
elétrico, como o material eletrôni apl ica do a máquinas de cont a-
de pro duç ão ou ser
aparelhamento ent ati vas e importantes desse setor
indú stri as mai s rep res
bilidade. As metais
indú stri as da min era ção , à siderurgia e a produção de
são as pesada, a fabricação de máquin
as
, a indú stri a quí mic a
atórios, fornos, laminadores, ma-
não-ferro sos
industriais (grandes aparelhos elev uinas operatrizes de toda sorte,
máq
terial de refinaria de petróleo, role , etc.), à de material de trans-
aparelhos de men sur açã o e de cont a
pes ado , con str uçõ es nava is, fabricação de material agrícola,
port e
produção do cimento.
53
Um as
a que não possui
atividades indústria€ agrícolas
industriais de equipamento só pode dp.
recorrendo às indús-
senvolver 8 fo de outros países, mas as indústrias chamadas
é ; amen
trias ”de acumu
“leves equip lam pelo trabalho e p por seus dotes técnico S valores
£ 5

ulativos cada vez mais elevados, permitindo processos acelerados


cum
suição do capital.
E O mi produtoras de bens de uso é de consumo, deno-
minadas também indústrias leves, têm como ed re a transformação
das matérias-primas brutas ou semimanufaturadas em produtos que
são vendidos para ser diretamente usados ou consumidos. Todavia,
as especializações técnicas podem levar à distinção das fabricações
de base, como a fiação e tecelagem, das indústrias de acabamento,
como o fabrico da lingerie e das vestimentas. A definição repousa,
portanto, mais sobre a consideração dos destinos finais da matéria-
prima do que sobre a do ciclo de fabricação, própria a cada empresa.
As indústrias leves são muito diferenciadas. Geralmente, são
caracterizadas por uma rotação rápida de capitais e por uma mais
rápida amortização dos investimentos iniciais. Em economia liberal,
atraem mais facilmente os capitais que as indústrias pesadas, as quais,
em contraposição, possuem um interesse nacional fundamental, ao
lado de uma importância estratégica, o que lhes assegura, em caráter
permanente ou sob determinadas circunstâncias, investimentos públi-
cos. As indústrias leves consomem menores tonelagens de matérias-
primas e quantidades inferiores de energia do que as indústrias de
cquipamento, sendo, portanto, menos presas às condições natur
ais de
produção ou à importação das matérias-primas e da energia.
—3» Um esboço geográfico da repartição mundial da indústria com-
porta duas séries de observaçõe
s discriminatórias:
1. 2 A distin ção entre os
industrializados, p países indust
i iali ados e os p aíses não-
rializ
2. A distinção entre os países que pos
suem indústrias de equi-
a em leves e aqueles no só possuem indústrias leves.
cada o E utilização de um critério único para o estabelecimento
entre os países ae classificações, sobretudo a segunda. A rs
um simples ae pes triais e os não-industriais pode ser sugerida ira
a (Fig. 1). P ; quociente individual de consumo de energia m
indústrias de aa a renciação entre os países providos.
ind em virtude da q idad maisção das
“ aqueles que não as possuem éctribui
: desigualdade da distribuiç
e da
NO exame dos APamento, U m e primeir
indústrias Pesadas rs
UOC o indício é, ainda, encontra do
, E g
de consumo de energia mecânic a: ça
sá “8 Consumidores de energia, os países que
ar
E
sentam um quociente elevado são aqueles que possuem indústri
equipamento. Entretanto, um quociente relativamente fraco id di
ficar, indiferentemente, uma industrialização generalizada a di pç
quantitativo bastante baixo, ou a concentração de todo o ida
energia em indústrias leves, que podem, assim, ser muito npontaets:
a Suíça, país de indústrias leves — intensamente desenvolvidas, na ver-
dade — possui um quociente superior ao da França, que apresenta um
importante setor de indústrias de equipamento. Embora não seja, ainda
no caso, suficiente, o recurso à comparação entre certas produções-
chave, igualmente facilitada pelo cálculo de quocientes, constitui um
corretivo necessário. A produção de aço, ou de ácido sulfúrico, cons-
titui uma cômoda indicação para a distribuição da grande indústria
metalúrgica e química, do cimento, da construção, do equipamento e
dos trabalhos públicos. O quociente de consumo seria, no caso, mais
expressivo do que o de produção, porém é mais difícil de ser extraído
dos anuários estatísticos em uso corrente.
de um mapa de distribuição dos quocientes de consumo
O exame crítico
e de um mapa da distribuição dos quocientes de produção
de energia mecânica
forte concentração da produção dos objetos de equipa-
de aço faz surgir uma
feita da existência
mento. A produção industrial em escala regional (abstração
na Europa Ocidental e
de alguns centros industriais dispersos) é encontrada
e na América do Norte.
Setentrional, na Itália, na União Soviética, no Japão er
faria aparec
Um mapa traçado com base em cálculos regionais dos quocientes
China, certos distritos da
áreas secundárias de industrialização: nordeste da
costeiras da América do
Índia, sudeste da Austrália, Transval, algumas zonas
Sul, em torno do Rio da Prata e no Brasil Meridional.

processos variáveis,
A industrialização efetuou-se de acordo com mais comum
. O caso
nos diferentes países do mundo, no século XIX
o do des env olv ime nto simu ltân eo das indú strias de equipamento e
é
o. Certos países — não-
das indústrias de objetos de uso e de consum criaram exclusivamente

favorecidos por suas condições geográficas
inarmente uma fase de desen-
indústrias leves. O Japão conheceu prelim graças aos bene-
capitais acumulados
volvimento de indústrias leves; OS nciamento das indús-
ltantes serviram, em seguida, ao fina
fícios daí resu
trias de equipamento.
da correlação entre a independência
O crescente conhecimento
a cap aci dad e de def esa e a pos se das indústrias fundamen-
nacional, r indústrias pesadas,
tais tem levado um certo número de países a cria a com-
naturais desfavoráveis, recorrendo-se
mesmo em condições e suplementando-se
de qualidade medíocre,
bustíveis ou a minerais dade das técnicas (recor-
as carências do meio físico pela engenhosi compensação, o desen-
rendo-se aos produtos substituição). Em
de
dedo
volvimento
das
j
indústrias leves é maior ou menos rápido, de aco
lucro apresentadas pelos diferentes ram 0
com as poss! bilidades de
da fabricação, sendo os capitais atraídos pelos InVestimentos a is
rentáveis. alien ai aí economi tali Eve
A industrialização dos paises de tá SOcCialista Inicia-se
sempre pela criação de indústrias de RE nto visando à con.
secução, no menor prazo de tempo pas as condições de a
pendência econômica e de defesa, mas rapidamente tomou-se sai
ciência da necessidade da introdução de mecanismos de coordenação
que assegurassem uma complementaridade de países desigualmente
dotados de condições materiais de desenvolvimento das diversas in.
dústrias.

2. Características gerais da organização industrial


Inicialmente, as definições serão enunciadas de acordo com um
esquema histórico da evolução e das experiências da economia capi-
talista, sendo em seguida examinadas em relação aos aspectos espe-
cíficos da evolução da economia socialista.
Impõe-se uma primeira diferenciação de termos: a da empresa
e do estabelecimento.
O estabelecimento é a unidade concreta de fabricação. Inscre-
ve-se na paisagem geográfica sob a forma de um conjunto, mais ou
menos extenso, de construções utilitárias, de emprego
ntmo quotidiano de atividades é marcado pelo fluxo o, cujo unitári
e refluxo dos
operários. Suas dimensões dependem frequentemente do seu
passado:
nas condições atuais, porém, tendo sido,
sob o ponto de vista da
rentabilidade, condenados os estabelecimentos
que caduca
cedem elas de normas técnicas. O menor estabelecimento rem, pro-
um ramo específico determinado, viável, em
é aquele cujo tamanho corresponde
frades
roma técnica elementar de lucro regular. A dimensão desta
A própria, variável, segundo a evolução da técnica. Edi
pela energia fo ácido RÇ à substituição da energia e
du-
rante
do do um certo ne
mim pelas máquinas a vapor permitiu o imen-
mpo, à rentabilidade
de estabelecimentos de região
de Lido a a economia industrial (tecelagem da seda E ga
Sentido inverso, O Ta PIA Entretanto,
ão gera a evoluç ão de
Ormas auxiliares qu * CBreSsO da mecanização e a Ecarp oro
am as dimensões De
ntares a uma indústria principal do,
co imento racional só um
oia pes pó a a comodar-e à
ação de uma unidade. Pcionalmente pode
tipo de produção com uma fração
mesma unidade, levando essa combinação a recalcular toda a norma-
lização do dispositivo de fabricação. O estabelecimento com r
portanto, mais comumente, uma ou n unidades técnicas Rio
o agrupamento de várias unidades técnicas permite a redução de grid
despesas de caráter geral. A tendência é, portanto, duplamente io
cente. :
A empresa é a unidade financeira de produção. É uma forma
invisível de organização: sua única manifestação concreta é a domi-
ciliação da sede social. Pode comportar um número qualquer de esta-
belecimentos situados em locais variados e distintos do sítio da locali-
zação da firma social.
Em economia capitalista, dois processos se desenvolvéram simul-
tancamente, durante o período de plena expansão desse sistema: o
processo de multiplicação das empresas (concorrência) e o de con-
centração. Atualmente, é de tal ordem a potência técnica e financeira
das empresas que o jogo de suas forças esmaga a iniciativa de meios
modestos. Não se concebe a criação de novas empresas a não ser
sob a forma de fortes negócios financeiros. O processo dominante é,
dessa maneira, o da concentração, mas não exclui o aparecimento de
novas empresas (caso da economia petrolífera nos Estados Unidos).
A concentração é um fenômeno especificamente geográfico quan-
do se opera no campo dos estabelecimentos. É mais financeira do que
geográfica quando se dá no campo das empresas, mas mesmo nesse
caso, tem consegiiências sobre o âmbito geográfico.
A concentração efetua-se de acordo com dois processos clás-
sicos: a concentração horizontal e a vertical. A primeira consiste na
reunião, em uma mesma empresa, de um número crescente de esta-
tecnicamente idênticos, como minas de carvão ou fia-
belecimentos
no in-
ções de algodão; a concentração vertical ou integração associa,
mesmo estabelecimento ou empresa, fabricações que se
terior de um
sucessiva
ordenam no quadro dos processos tecnológicos, em ordem
ou em ordem divergente. Ordem sucessiva: fiação, tintura, tecelagem,
de
acabamentos, fabricação de lingerie; ordem divergente: extração
de coque, hidroge-
carvão, produção de energia elétrica, fabricação a partir dos alcatrões
nação da hulha, elaboração de produtos químicos
fornos de cerâmica,
das fábricas de coque para aquecimento dos
de escórias para a indús-
fornos metalúrgicos, fabricação de briquetes
tria de construções.
am-se, obrigatoria-
Determinadas formas de concentração efetu
caso, a concentração
mente, no campo dos estabelecimentos. Neste nos
é inseparável da vertical, Para realizar uma redução
horizontal
do transporte dos subprodutos ou dos produtos semimanufa-
gastos
57
turados é necessário proceder à sua valorização NO próprio Gê
produção (caso das integrações das indústrias de Mineração) EM
valorização, entretanto, só se efetua vantajosamente quando «. Sa
de grandes quantidades de produtos de baixo preço. A — SE trata
de integrações técnicas, portanto, não pode Prescindir, ão
de concentrações de ordem horizontal, Daí resultam logo de início
extensos com.
plexos industriais que ocupam um importante lugar na Paisagem geo-
gráfica, provocam fortes concentrações de mão-de-obra,
engendrando,
assim, proliferações urbanas. Idêntica preocupação da limitação dos
gastos de transporte é fator da ampliação das integrações
Mesmo além
dos limites das associações técnicas elementares: o agrupamento
gional da explotação hulhífera e da siderurgia ou da metalurgia re-
é
pesada
o exemplo mais expressivo. Rur, bacia de Liêge, North Durham,
Yorkshire, País de Gales, Donbass, Pensilvânia, sendo o caso geral
o da atração da siderurgia pela explotação da hulha (veja pág.
114),
As formas de concentração ao nível das empresas são infinita-
mente variadas, embora não sejam diretamente perceptíveis em uma
observação da paisagem geográfica, o que em nada diminui seus
feitos sobre a estrutura e a evolução da economia de um país ou
de uma região, constituindo outro objetivo, mais complexo, da aná-
lise geográfica. Uma empresa cuja sede social se situa em Paris
pode
congregar, inicialmente, ou por sucessivas absorções, um número va-
riado de estabelecimentos desiguais, situados em diferentes regiões
francesas ou em países estrangeiros. O destino de cada um desses esta-
belecimentos depende das condições dos interesses da explotação
d a empresa. Mas a empresa escapa a esta regra, em parte, devido ao
singular jogo dos fatores regionais de desenv
olvimento. A geografia
regional não é mais suficiente para a explicação do destino dos esta-
belecimentos: este depende de um complexo
de fatores, no qual cada
, situação regional tem apenas um valor relativo.
A concentração no campo das empresas pode interessar tanto à
estabelecimentos homólogos quanto a um conjunto de estabeleci-
mico NO por um sistema de integrações em grupo ou e
jelêim foua ifício). Pode, então, formar grandes organismos Rel E
a interesses sobre setores variados da economia ão
imitada cional, O tipo mais expressivo de grande concentr é
integrações pr domínio específico, mas comportando um e pe-
trolíferas que RE É O representado
controlada s E etuam diretamente, ou pelas grandes socieda - elas
por meio de filiais po ação
de transportes Bo'Pecção e explotação das jazidas, a no
valorizaçã Por oleoduto ou por navios-tanques, a refinação»
ão á 1 É
de Produtos químicos isolados pela refinação, a Cons cê
ção de material necessário à indústria petrolífera, e a distribuição
dos produtos acabados. Um exemplo tal de concentração, ultrapas-
sando as fronteiras nacionais, constitui um truste. Quando um truste
tende para a eliminação de seus concorrentes de âmbito mundial,
continental ou representados por um grande Estado industrial, evolui
para a forma de monopólio. Alguns trustes distribuíram suficiente-
mente seus centros de produção e de distribuição para poder cobrir
sucessivamente combinações geográficas diferentes. Os grupos e socie-
dades petrolíferas oferecem um exemplo clássico. Mas a sociedade
Bata, originalmente thecoslovaca, hoje expulsa da Thecoslová-
quia, corresponde à mesma definição.
A concentração pode efetuar-se, ainda, acima do nível da em-
presa, por uma associação de empresas: os cartéis, forma específica
da organização alemã de produção de carvão e de aço. Um cartel
pode, naturalmente, da mesma maneira que um truste, ser nacional ou
internacional. A forma de organização em cartel é frequentemente
substituída pela do monopólio, a fim de mascarar a realidade e assim
escapar às medidas legislativas que possam atingir os trustes (Lei
Sherman, nos Estados Unidos).
Mais difícil de ser observada é a concentração ocorrida no campo
administrativo e financeiro, sem que aí haja a constituição de cartel
ou de acordo, assinalados especificamente pela simples presença, nos
conselhos de administração, de diversas empresas pertencentes aos
mesmos administradores e capitalistas e pela suprema arbitragem dos
grandes bancos que controlam financeiramente um elevado número
de empresas de qualidades específicas variadas, aí estando compreen-
didas as empresas de transportes de acondicionamento e comerciali-
zação. Pode conduzir ao domínio de extensos setores da economia
nacional ou de diversos países por um estado-maior restrito. As re-
lações entre este grupo e os governos dos países são determinadas, em
grande parte, pelo poder financeiro e econômico de que dispõem.
Sob todas as formas, a concentração é mais ou menos rápida
os paises €, dentro de
e variavelmente impulsionada de acordo com se reveste
um mesmo país, segundo os ramos de indústrias. Não
ela das mesmas formas em países diferentes. Na Europa, o exemplo
concentração é o da indústria carbonítera e si-
clássico de poderosa
Alemã (Rur), essencialmente con-
derúrgica da República Federal
centrada sobre a produção de carvão, mas ela se estendeu conside-
ravelmente no curso dos últimos dez anos nos setores da química e
da construção automobilística. Nos Estados Unidos, pelo contrário,
se a indústria pesada se acha igualmente no carvão, em contraposição,
a produção carbonífera nunca suscitou grandes operações de concen-

59
tração, enquanto OS grandes trustes americanos são os do
cobre e do petróleo e das construções mecânicas, aço, do
A concentração pode exercer, sobre à distribuição geográt:
As o Etálica das
indústrias, efeitos variados e de sentidos diversos. cod
e certas simplificações administrativas têm
técnicas
congregação, em uma mesma região, de complexos geográficos eito a
ema
triais, engendrando um poderoso desenvolvimento urbano,
os
(no caso de uma forte aglomeração proliferando em suas
difuso (conurbação de tipo inglês ou reno-vestf 8) ou
a ida: à x aliano), Se a con-
centraç ão se efetua em seguida à colocação de um dispositivo indus
trial disperso, pode ter como consequência o abandono dos estabele-
cimentos ditos marginais, isto é, menos lucrativos, em proveito das
instalações que assegurem os maiores lucros; nesse caso, o seu efeito
é o de desinvestimento de certas regiões. Inversamente, a procura das
condições mais vantajosas de produção, fora de centros que apre-
sentam elevados preços de custo, pode provocar uma dispersão das
fabricações entre estabelecimentos disseminados por diferentes regiões
favorecidas, sob este ponto de vista, pelas condições de salários ou de
produção de energia; transferência de estabelecimentos em países de
legislação social menos evoluída, em países coloniais ou em regiões
com energia elétrica barata etc.
A intervenção do Estado, seja antagonicamente aos grandes inte-
resses privados, seja sob a sua pressão, pode acelerar ou bloquear
determinados processos. As nacionalizações normalizam, em um pais,
a concentração de grupos de atividades definidos: explotação mineral,
transportes ferroviários, certas fabricações industriais. Outros fatores
podem ter efeitos mais ou menos sensíveis sobre a distribuição e
gráfica das empresas e dos estabelecimentos: leis de interdição e
criação de novos estabelecimentos dedicados a determinados peeioe
facilidade de implantação em regiões e sítios determinados ln
States ingleses), descentralizações de indústrias (indústria og lanos
truções aeronáuticas na França, antes da II Guerra Mundial), P con-

ses sr investimentos pardelaes Esse plans e dic ro


e investimentos públicos ou certas vantagens concedidas e
são
s nos campos dos antagonismos entre int ice de
particulares,
€outros ia ent
£ re os interesses de certos r amos industriais sos
dá-los € &
sim, em c produção, pois não contribuem para abran
Est “ros casos, para torná-los mais fortes. trutura 19”
dustrial rutura da indústria na economia socialista. A o é cons
tituído pelo ui aqui uma organização em pirâmide , cujo VE mentos
feita em nado central do Estado. A distribu ição dos INV cges de
º das previsões do plano, decide sobre às poe
60
y
implantação e de harmonização das empresas. Os fatores técnicos,
econômicos e políticos são os únicos a ser levados em consideração
nos processos de organização, sendo considerados, com sua respectiva
importância, pelos serviços habilitados a dispor sobre a produção. En-
tretanto, as unidades de base da produção (“entreprises”) na União
Soviética ganharam nos últimos anos uma maior liberdade de gestão
e de investimento.
A terminologia que define a estrutura econômica é, em parte,
comum tanto às formas de organização capitalista quanto socialista,
porém não possui a mesma significação nos dois casos. A empresa
é a unidade básica de explotação; pode identificar-se a um estabele-
cimento ou comportar vários deles: define-se, essencialmente, como
a unidade elementar de administração. Integrações das mais simples
podem efetuar-se no campo das empresas, mas as articulações fun-
damentais situam-se em plano superior. Várias empresas acham-se
agrupadas, seja em uma associação horizontal, que se denomina truste
(truste regional do petróleo), seja em uma integração que constitui
um combinat* local ou regional (combinat metalúrgico, compreen-
dendo minas de carvão, minas de ferro, coquerias, altos-fornos, ace-.
rias, vários ramos especiais de fabricação metalúrgica, etc.).
A distribuição geográfica das indústrias e a relativa importância
de cada ramo especial técnico e de cada grupo geográfico são deter-
minadas pelo plano e pela administração econômica planificada, den-
tro do quadro de uma concentração administrativa e financeira efe-
tuada através da atribuição à nação, e portanto aos órgãos represen-
tativos, de todas as responsabilidades econômicas. Mas eles foram
descentralizados, nos mecanismos de funcionamento, à escala dos
Conselhos econômicos regionais (sovnarkhoz).

3. Principais fatores de localização das indústrias

A localização das atividades industriais se define e se interpreta


em dois âmbitos diferentes: mundial e nacional.
No âmbito mundial, a distribuição das indústrias procede de
fatores históricos. As condições naturais intervêm apenas em um
Plano secundário, embora necessário, provocando, no decorrer da evo-
lução geral, a distinção entre países que pertencem, pelo seu ritmo
de desenvolvimento, a um mesmo grupo. É fácil demonstrar-se que
—e—
CC

- * Na Rússia, reunião de vários estabelecimentos industriais de atividades


solidárias, (N. do T.)
61
a presença das mais auspíciosas condições natu Tai
para suscitar, por si só, um desenvolvimento in dd s nã
i
usatl
ria
industrial é um acontecimento histórico de conte A : FevoClle
uems.
O diver
com a época em que surge no país.
so Requer | n X a dá
É iStênci
conjuntura econômica e social e de condições fea E
ValUrais
:
possibilidade e política de investimentos, exis tência do nível té Fi
s
teriais, e humanos, como população suficiente mente Numer f ator a E
o
de energia, matérias-primas. Segundo cada Caso, a revolu ag fontes
é o resultado de iniciativas privadas, da parte dos re Ed Industria]
uma classe dirigente empreendedora, de especulações de bo de
terna ou de uma planificação sistemática, empreendida pelo ex-
após uma revolução socialista. ** Os
resultados dos diferentes ni te-
cimentos históricos que disseminaram a econom
ia industrial em vá Tia
partes do globo — ou que retardaram o seu
. desenvolvimento a
outras — foram registrados por meio de critérios analíticos . LA q ,
sim-
plts; 2»
Trata-se, aqui, de examinar os fatores da localização industrial
no âmbito regional supondo-se já realizadas as condições gerais de
industrialização. A localização geográfica das indústrias obedece à
imperativos ou reage a solicitações cuja natureza e peso variam com
as qualidades específicas das fabricações encaradas. Encontra-se, ainda
aqui, uma série tripla de fatores: naturais, técnicos e históricos de
desigual importância, de acordo com o caso. Cada um desses fatores,
em um dado momento, tem uma significação circunstancial segundo
a situação dos pontos de contato entre os diferentes elpaentos ”
produção. De modo geral, a localização de um estabelecimento e
trial ou de um conjunto de indústrias se explica pela Ro
melhores preços de custo. Em certos casos particulares, ova vela
ou necessidades devidas às circunstânácias podem interiuia ne
procura ou, mesmo, impor implantações de indústrias, não €
à estrita consideração dos preços de custo mais baixos. es e mesmo
Ademais, as contradições entre interesses particulares etividades
simplesmente, interesses das empresas, e o interesse deoordenação
N
públicas e nacionais impõem cada vez mais medidas rd de
de orientação nas próprias economias liberais: po gion
Zação e de desenvolvimento, planos de organização ente de “ad
O preço de custo é o resultado da ação
diversos, cuja respectiva importância é variável do » ÃO com €
caso particular:
Ca and

** Veja pág. 56.


*** Veja pág. 63.
62
— O custo da energia e das matérias- primas
custo
(englobando o
bruto e, de um modo mais ou menos i mportante,
transportes até o estabelecimento industrial); o custo dos
— O custo da mão-de-obra, encarado em razão do nível
dos
salários existente no local da implantação considerado
e levando
conta o valor qualitativo dos operários disponíveis, a possib -Se em
ilidade
de recrutar no local operários qualificados ou de haver à nece
ssidade
de os atrair e reter por meio de vantagens especiais, onerando o
cálculo
orçamentário de salários;
— a taxa de juro monetário e a maior ou menor facilidade
de
obtenção de créditos necessários à instalação e modernização dos
estabelecimentos;
— as facilidades de acesso aos mercados de venda, transporte
de produtos acabados, facilidades de exposição e apresentação aos
compradores interessados por determinada mercadoria.
Papel da presença das fontes de energia e das matérias-primas.
O consumo da energia e das matérias-primas pode ser assegurado pela
explotação local ou por compras realizadas fora. Intervém aqui, de
maneira decisiva, a noção de preço relativo. A explotação local das
fontes de energia ou de matéria-prima é menos onerosa do que a
importação, no caso em que as despesas com esta explotação não
sejam muito elevadas, e em que o preço de energia e das matérias-
primas locais continui a ser, consequentemente, inferior ao da ener-
gia e matérias-primas importadas. Quando a diferença entre esses
preços não é muito grande, a solução adotada pode variar segundo
as condições políticas, econômicas e monetárias de acesso aos mer-
cados externos. Toda situação que contribua para isolar uma econo-
mia nacional tem como efeito um recurso às riquezas naturais desta
nação, mesmo no caso em que estas sejam de utilização onerosa (si-
tuação de uma economia dita autárquica) e vice-versa. À presença
das fontes de energia e de matérias-primas fixará pevepapnd o
meira alternativa, enquanto, na segunda, os pontos de entrada pelos
meios do trânsito mais vantajosos poderão ser preferidos. A peça
inglesa gravitou, assim, alternativamente, em torno do ferro ne pe E
lands das bacias hulhíferas do centro, dos portos “ ao ep ra
minérios estrangeiros e das instalações de extração dr A ecdad -
do Leste, para voltar, finalmente, às loc ç
mentar recente
ximas das fontes de energia. de energia ou uma matéria-
Quanto mais baratas são uma fonte de ci pe iprmeçe
prima, mais elevadas são as tonelagens consu ecos de custo in-
a influência das despesas de transporte prestes o fortes con-
dustriais. A esse respeito, vê-se que as inqus
63
sumidoras de carvão, de minérios e de produtos e
muito ponderosos, sofrem particularmente a oneração dos Í dlurados
tuados com os transportes. Com maior razão, as in dústrio, Bastos efo
ração e de valorização de subprodutos estão, geralmente de r
liberação destes subprodutos por operações industriais fund EAdas à
As indústrias pesadas são geograficamente ligadas às pára qo entai
e de minerais metálicos. Quando recorrem aos produtos € Carvão
fixam-se nas proximidades dos portos de desembarque, Coroados,
a localização das minas de minerais metálicos, excepcionalmen Mão
a das minas de carvão, está feita a escolha do local para a Gi Com
Na grande maioria dos casos, no século XIX, esta escolha ico
as regiões carboniferas onde a diversidade das atividades indico
baseadas na utilização do carvão como fonte de energia ou arca
matéria-prima, a criação de um poderoso sistema de infra-estruturas
(meios de transporte, rede energética, etc.) de uso polivalente, e a
acumulação de capitais desempenharam um papel atrativo. 4 explo-
tação carbonífera tem representado um papel de fixadora de indís-
trias, especialmente de indústrias pesadas. As regiões carboníferas que
produzem os diferentes tipos de carvão, sob as condições mais vanta-
josas, são as regiões industriais mais atrativas (Renânia, na Europa
Ocidental). O uso crescente das fontes de energia (produtos petrolí-
feros) e das matérias-primas (notadamente os minerais) importadas
fez com que as instalações portuárias fossem ampliadas nos últimos
15 anos.
A indústria atrai a indústria. A presença de um conjunto indus-
trial como o que se estabelece em uma zona carbonífera é uma força
de atração para outras criações industriais. Esse conjunto acompa-
nha-se, com efeito, de um dispositivo de transporte, de investimentos
urbanos que fixam uma reserva de mão-de-obra, de um equipamen
o
de serviços públicos e técnicos e da abertura de um mercado
múltiplos aspectos; mercado de produtos industriais, de a
consumo e de uso, que reduzem as despesas de explotação di
indústrias e lhes asseguram localmente venda fácil para OS P cia da
A presença dos grandes organismos de crédito e a importar
movimentaç
sad ão dos capitais facilitam as operações de finand rópriosa;
Certas indústrias, tendo atingido o ponto de saturação de seus P outro
- mercados, realizam voluntariamente o reinvestimento e anismo
ramo industrial que interessa a um outro tipo de freguesia (M liferação
à integração financeira com base local ou regional). A Pr Cnddustridl
& diversificação das atividades produtivas em uma região a aqui, é
“o, Portanto, fatos lógicos e geralmente observados. Ain e gide-
Yálido o exemplo da Renânia: região inicialmente carbonífera
REO”

64
rúrgica, tornou-se uma zona de múltiplas indústrias. Os mesmos pro-
cessos contribuíram para a acumulação de diversas indústrias em torno
das grandes aglomerações urbanas, centro de engajamento de operá-
rios e de crédito, mercados de venda, sedes de instituiçõs científicas
e técnicas, locais de criação e emulação (região de Paris, por exemplo).
Os fatores técnicos e as considerações de melhor rentabilidade
das empresas agem tanto no caso da economia capitalista quanto no
da socialista. Entretanto, os planos de desenvolvimento da economia
socialista limitam a superabundância das empresas, suprimindo todo
o parasitismo industrial e combinando a utilização das vantagens ine-
rentes à existência de infra-estruturas de serviços, em uma região já
altamente industrializada, às necessidades da distribuição regional di-
ferenciada das indústrias, sobretudo das indústrias leves.
As indústrias leves são mais indiferentes às condições naturais. O
custo dos transportes exerce-se menos pesadamente sobre os preços
de custo das matérias-primas das indústrias leves, cujo valor intrínseco,
por unidade de peso, é muito mais elevado que o das matérias-primas
da indústria pesada. O consumo de energia é também menos conside-
rável. 4 localização destas indústrias pode continuar mais sensível
às tradições históricas (implantações herdadas da tradição artesanal
regional: Flandres, região de Lião, Saxe; escolha de zonas úmidas
para o trabalho do fio em uma época na qual se ignoravam os pro-
cessos de aclimatação, procura de águas límpidas para a lavagem dos
fios e das fazendas, para a têmpera do aço, etc.: Lancashire, Vosges,
vale do Durolle, Suécia Central, Solingen); à procura de mão-de-obra
barata rural ou das zonas montanhosas (regiões de altitudes médias da
Europa Central e Oeste); a iniciativas individuais locais (indústrias
da borracha na Europa Ocidental, notadamente França) ou a oportu-
nidades políticas e econômicas (criação de indústrias leves nas regiões
rural, técnica e
que possuem importantes reservas de mão-de-obra
economicamente subdesenvolvidas, que mais razoavelmente se podem
da mão-de-
equipar e transformar do que despovoar retirando parte
obra para centros de trabalho longínquo (caso das regiões rurais forte-
mente povoadas da Polônia Oriental, da Eslováquia, da planície
húngara e de muitas províncias francesas).
ráfica, mostra
Aobservação; e especialmente a obser vação cartog
ito mais difusa
mu
que a distribuição geográfica das indústrias leves é ,
do que a das dantas e Entre essas indústrias, as de pas ed
“sensíveis à moda, as influenciadas pela criação científica e artística,
as que produzem para o mercado internacional, procuram a proximi-
dade dos fortes mercados urbanos do tipo das grandes apurar de pacas
ou econômicas: Paris, Londres, Milão. Beneficiam-se elas, ai, de pos-

65
ngajamento de uma mão-de-obra qualific
sibilidades
' senicode e e de facilidades de financiamento. A conce ada de alt
nível tecni encias de venda
e pnicsaia
de exposição e das fábricas q
um só local, das agen d
gerais.
oficinas de produção reduz as despesas
Um outro caso particular é o das indústrias que elaboram Produ-
tos agrícolas pereciveis, OU produtos aa Sc 8eograficamente
ligadas aos locais de elaboração de suas matérias-primas. Essas indús.
trias possuem localização difusa, graças ao caráter especificamente
difuso da própria produção agrícola e de parte da produção pesqueira
(pesca de artesanato). E
Uma inovação técnica pode criar novas condições de localização
industrial. Já foi assinalado o papel do equipamento elétrico alpino,
no início do século XX. Diversas descobertas dentro do domínio da
eletrometalurgia e da eletroquímica concretizaram este novo potencial
industrial (fabricação do alumínio, indústrias que repousam sobre a
produção do carboneto de cálcio). O desenvolvimento do consumo
do petróleo fez nascer, nas zonas litorâneas próximas das grandes
áreas de produção e nos portos de importação, novos e extensos com-
plexos de indústria química. A descoberta do processo de THoMas
GrLCHRIST originou a criação da siderurgia da Lorena, e hoje os avan-
ços técnicos no tratamento de minerais de alto teor levam a que a
preferência para a instalação das siderúrgicas mais recente (Dunquer-
que, Roterdã) tenda para as zonas próximas dos portos. As pesquisas
realizadas para tornar possível o transporte da corrente elétrica a longa
distância podem permitir o equipamento de determinados recursos hi-
drelétricos que atualmente se encontram inexplotados,
ou subexplo-
tados: o Norrland sueco, o Oeste canadense,
o Alto Congo e, por
RSpeRguaiE:; a criação de novas cadeias de complexos industriais ao
ongo de itinerários tornados rentávei
s.
a Pensa-se, geralmente, que a criação
de centrais energéticas 1
ans matérias físseis (us inas atômicas)
Zação de regiões atualmente desfavorecidas por permitiria a industriali-
e Petróleo, gra $ à Ed quo
sua pobrez:a, em car vão
levada

Potência com Connie ens ínfi de abastecer centrais de eleve,


trans , mas d e matérias
éri éticasS,, para cujoq
energétic
Porte os gastos seriam absolutamente negligenciáveis. De qual
Quer forma os m
alta tensão” da corrente
Progressos recente mente realizados
É no transporte €
E : Raso a Re. u-
São das indústrias. elétrica para longas distâncias, facilita à dit
des é a K
que transformam Lento de indústrias cada vez mais especializada
Brande valor Produtos semi-elaborados, que em si mesmo ao de
Preço muito ti à utilização de máquinas de precisão — ses
66 º — modifica profundamente os tipos de relaç
anteriormente estabelecidos entre a localiza
ção e os elementos do pre-
ço de revenda. A vontade dos técnicos, de vive
r dentro de um certo
conjunto de condições, passa então a pesar mais sobre a escolha do
local onde vai ser implantada a indústria.
A evolução das técnicas, em correlação com a evol
ução das con-
junturas políticas, é, portanto, um fator muito importante para a
modificação das condições de distribuição da indústria.

4. Estruturas urbanas e novas relações econômicas e sociais entre


cidades e zonas rurais.

A implantação das atividades industriais contribui para a fixação


da população em espaços restritos. Salvo no caso particular em que
os operários industriais são recrutados no campo e continuam a residir
aí, submetendo-se a deslocamentos quotidianos — o que interessa
geralmente a apenas uma parte da mão-de-obra — o desenvolvimento
das atividades industriais condiciona a concentração de massas mais
ou menos importantes de operários. A construção das instalações in-
dustriais é frequentemente acompanhada pela das novas aglomerações
residenciais (as cidades de mineração, por exemplo), sobretudo quan-
do para o bom funcionamento das fábricas há necessidade de se dispor
no local de mão-de-obra estável. A instalação de fábricas nas cidades
ou em seus arredores provoca o crescimento da população urbana e a
extensão espacial da cidade. Não se trata, aliás, apenas de uma relação
simplista, pois a cidade não cresce exclusivamente com a contribuição
de uma nova população industrial; seu desenvolvimento é estimulado
pela aparição de novas atividades ou pela ampliação ou transformação
de empreendimentos antigos.
O progresso da indústria exige um novo ritmo dos transportes e
uma melhor distribuição da energia. Origina novas profissões comer-
ciais e o desdobramento dos serviços públicos. A circulação de capi-
tais é aumentada, o comércio local amplia-se, não apenas em função
do aumento do número de consumidores, mas também de acordo com
a importância dos valores monetários postos em circulação. As ativi-
lades de gestão financeira, os mais variados comércios, as profissões
liberais, os serviços públicos, vêem-se rápida e consideravelmente au
mentados,
A industrialização é o grande fator de urbanização da em Per
temporânea. O crescimento da população urbana acompanha, € pa
País, o desenvolvimento industrial. Efetua-se através
Migrações internas que modificam profundament
de importar SS
as condições regi
e
a popviação urbana
Nais de povoamento. No período de um século,
67
da França passou de menos de 11 a mais de 30 milhões de habit
sendo que a diferença é tanto mais elevada na massa ai antes,
as taxas de crescimento natural das populações urbanas são fra Quanto
Alemanha, o aumento nas populações urbanas é de mais de 30 5: Na
entre 1880 e 1965; no Japão, de 35 milhões entre 1900 e co
União Soviética, de 70 milhões entre 1926 e 1967. O; na
Decorrem desses fatos novos sistemas de relações econôm:
entre as cidades e o campo. As cidades tornam-se grandes ceara
consumo de produtos que não são por elas elaborados, os pose
distânc; =
agrícolas, que devem ser colhidos freqientemente a grandes
A existência desse novo tipo de mercado, estritamente localizado faci-
lita as especializações agrícolas regionais e faz aumentar a parte da
renda em espécie na economia rural. Esta torna-se freguesa dos pro-
dutos fabricados nas cidades. A organização comercial, preparada na
cidade para a coleta e distribuição dos produtos de consumo de origem
agrícola, reflete-se no campo, aí organizando a repartição e a distri-
buição de todos os produtos, inclusive os produtos da terra. Esta dis-
tribuição constitui um setor importante do equipamento agrícola €
rural, que é tanto mais necessário quanto se sabe que o aumento do
consumo dos produtos agrícolas traz maior esforço de produção !º.
A noção de economia industrial aparece, portanto, como uma
noção complexa, modificando todas as formas de atividades de uma
nação e transformando sua estrutura social. Dão uma idéia deste fato
os diagramas que representam a distribuição profissional da popula-
ção, em função do desigual desenvolvimento industrial dos diferentes
países, embora os dados estatísticos relativos à estrutura profissional
não permitam, por si sós, atender à realidade social.

ps ; paris

18. Na mesma coleção: Pi


PU.F., 3.º edição, 1 a Pierre George, Précisi de £ éographie urboinê.

68
CAPÍTULO II

A PRODUÇÃO DE ENERGIA

A Economia Industrial nascid


a com a revolução industrial
séculos XVIII e XIX, com tudo dos
que comporta de fatores de transf
mação da sociedade, de condições or-
de distribuição da população atraíd
para as grandes regiõe a
s de produção, repousa sobre a utiliz
maciça da energia mecânica. ação
Os quocientes do consumo individual teórico
de energia mecânica
consti tuem um índice seguro do desenvolvimento industrial.
As econo-
mias hiperindustrializadas têm quocientes superior
es a 10
(sendo todas as fontes de energia convertidas em carv t de carvão
ão): Estados
Unidos e Canadá, cerca de 20 t. Os países onde a indústria asa
todas as atividades produtivas, como a Inglaterra, a
xemburgo, possue Bélgica e ia
m quocientes superiores. As grandes si =
triais do noroeste da Europa, as zonas industri
França, a regi
ais ri n ad
ão do Sarre, a Renânia têm Rua sos
entre 5 e 10 ou, mesmo, chegando
que possuem uma estrutura industriqalNita p ao
ae sp
= nais
ri outegnida: de
entre 2 e 5 t: o conjunto da Europa
,
União Soviética, mas sem contar tom inclusi s mediterrâneos, a Ro-
os DA Srs e a União Sul-
mênia e a Hungria, e, fora da Europa,
Africana. Nos países em que se indústria embrionária, os
a Latina, o México
quocientes variam entr
e 0,5 e 2 t; nm Venezuela 0,8),
(0,66), o Chile e a Arg o Uruguai
entina (0,9), à da Ásia baixam esses
(0,7). As populações muito numerosas triais impo
quo-
rtantes: Japão,
Cientes, mesmo quando exisE tem focotoc s indus
foratriaia s União Sul-“Afr
1; China,
Afriican
c a e a
0,2; Índia, 0,1 t. Na África, to
69
Rodésia do Sul, unicamente os países da Africa do a
quociente superiores a 0,15 t. a Possuem
Os quocientes individuais de consumo de energia mera:
cativos da localização das economias industriais, não dio me indi.
d da produção
uma imagem exata da situação d de fon EE
Jontes de energia. C o;
efeito, somente uma parte dos produtos energéticos os éé ” * 0m
próprio local de sua produção. Unicamente O carvão bao no
drelétrica alimentam indústrias regionais (num raio máximo aa hi-
km em torno dos centros de mobilização de energia, mas a
sendo este raio bastante mais curto: algumas centenas de quilômes fato
Os nove décimos da produção petrolífera são consumidosIsto emsignifica
distán
sua extração.
cias superiores a 1.000 km do local de
quantitativamente, que sobre uma produção mundial de energia de
três e meio bilhões de equivalentes-toneladas de hulha, mais da metade
consumida regionalmente (carvão, linhita, energia elétrica, parte dos
gases naturais), enquanto um terço, essencialmente representado pelos
produtos petrolíferos, constitui o objeto de transporte a longas dis
tâncias.
Esta proporção é suscetível de aumentar rapidamente com a cria-
ção de centrais energéticas atômicas, alimentadas por matérias-primas
físseis, cujo transporte pode ser efetuado sem grande despesa finan-
ceira, de tal maneira que a geografia da produção energética pode
adaptar-se exatamente à localização das suas necessidades. A gene
ralização do transporte do metano a grande distância, e em particular
por mar, poderia igualmente, em um prazo muito curto, elevar a Mo
bilidade da energia. saái
Procede de condições históricas e técnicas de utilização a coinc
dência entre a distribuição da produção de carvão e a ie
geográfica da indústria, A revolução industrial efetuou-se sobre à e
da mobilização do carvão como fonte de energia, sem que este pes a
concorrente durante, aproximadamente, um século. A toportáne
tonclagem consumida (um pouco mais de 2 bilhões de toneladas — E
mente) e a posição de uma vultosa proporção das jazidas Duo
pra afastadas do domínio dos transportes marítimos ho despesas
rest is baratos) tornam necessária a consideração 4 “cio ga
realizadas com o transporte do carvão e contribuem para à des re
“indústria sobre a hulha. * Resulta desses fatos que, se à a, M
Biões
sentidoindustriais
inv estão centralizadas sobre as jazida idas ados
hulhiferas
em país «as
Erso, vê-se que os afloramentos da hulha, situa:
edi ias históricas e econômicas ai inda não
* Veja pág, 72,
o desenvolvimento de uma vasta política de investimentos e de desen-
volvimento industrial, não estão explotados ou se encontram subex-
plotados.

1. A produção carbonífera mundial


1. A mina de carvão. A mina de carvão é, ao mesmo tempo,
uma entidade tecnológica e um tipo de empresa industrial.
A existência de uma mina de carvão repousa, em primeiro lugar,
sobre a presença de uma jazida considerada como explotável, em
consideração das técnicas do momento. As condições de evolução es-
trutural das jazidas determinam, mais do que a idade dos depósitos,
o seu valor econômico, segundo a profundidade no maciço explotável,
a espessura dos veios, a natureza, permeabilidade e friabilidade dos
terrenos que não possuem minério, a continuidade estratigráfica dos
afloramentos, e a própria qualidade do produto extraído, qualificado
em relação aos graus de sua potência calorífica ou de seu teor em
substâncias voláteis, 1º
As variações podem ser expressas ao longo de uma escala de
1 a 10. Sob o ponto de vista quantitativo, as jazidas mais facilmente
acessíveis, possuindo veios espessos, com faixas de terrenos intercalares
isentas de carvão, sólidos e impermeáveis, podem assegurar um rendi-
mento de mais de 5 toneladas diárias por operário da concessão de
mineração (Pensilvânia Ocidental, Kouzbass, Nova Karaganda), ao
passo que as minas em que se explotam jazidas de veios delgados e
intermitentes, de terrons friáveis e permeáveis, só podem assegurar
um rendimento de 1 tonelada por operário. Quanto ao aspecto quali-
tativo, certas minas oferecem uma categoria de combustível de valor
comercial relativamente baixo, enquanto outras podem oferecer uma
gama variável de tipos que compreendem antracito, os carvões pró-
prios para coque, sem resíduos, dificilmente valorizados. O custo de
explotação é tanto mais elevado quanto mais numerosos são os obs-
táculos técnicos que se devem transpor. Por pouco que coincidam as
maiores dificuldades de extração e as mais medíocres qualidades de
e a
carvão, a% maiores facilidades de desmonte e retirada do minério
a
maior diversidade de oferecimento de carvões de boa qualidade,
à rota
diferença entre o peso dos custos de explotação, em relação
,
percorrida pelo carvão extraído, pode ser considerável. Entretanto
encarada
toda apreciação qualitativa do produto fornecido deve ser
sob o aspecto técnico. O carvão da região da Lorena, inicialmente
considerado como impróprio à fabricação do coque metalúrgico, o
que reduzia sensivelmente o interesse de sua extração, apesar da
E
proximidade das minas de ferro da Moselle, Presta-se perfe
coqueificação desde que se lhe apliquem os novos Processos |
mente experimentados nas coquerias de Carling. drga-
Na Repúblic: De
mocrática Alemã chegou-se a pôr em prát.ca uma .
técnica de utilia
do coque de linhita na siderurgia. ação
Tecnicamente falando, uma mina de carvão é c
omposta de um
conjunto de instalações subterrâneas, local do trabal ho denominado
de fundo, e de um segundo conjunto construído ao a E livre, os esta.
belecimentos de superfície. A correlação entre ambos é
estreita; o traba.
lho subterrâneo não é possível sem a existência de diversas instala
ções de superfície, como: estação de fornecimento de energia para ú
operações de desmonte, de transporte do carvão e materiais
de susten-
tação nas galerias, de aeração, climatização, bombeamento, e da cir-
culação vertical de homens e materiais.
O carvão à superfície deve ser lavado, escolhido, calibrado, Parte
da produção é vantajosamente valorizada no local em fábricas de
briquetes, nas coquerias. As vantagens que apresenta a utilização, no
próprio local, dos subprodutos originam indústrias tecnicamente inte-
gradas. Um dispositivo de transportes de grande potência deve ser
colocado à disposição da empresa, Algumas operações acham-se
agrupadas em um estabelecimento de extração e de primeiro trata-
mento do produto bruto, a fossa, unidade elementar da explotação, que
é composta de um pequeno número de poços, de utilização especiali-
zada (poços de extração, galerias de acesso, aeração, aspiração de
água, etc.), e das instalações de desbastamento do produto. Outras
operações mostram-se mais rendosas tendo como base uma concen-
tração horizontal mais avançada: produção de energia em uma central
técnica e econômica origina uma concentração estimulada, por aa
lado, pelos interesses das indústrias pesadas que utilizam o gia
pela preocupação de colocação vantajosa, da tonelagem extraída,
atividades diretamente controladas.
Entretanto, esta concentração é bastante desi , segundo osas
gual o alemãs,
diferentes países. Muito avançada nas minas
quais puderam
de aero jal com
ser citadas como tipos de organização
centradas e integradas ao último str
a

grau, ?º a concentração a :
.

continuava bastante
.

limitada em certas minas de carvão INB


CC E arise

"Energtes P
Edit. 19. Veja, em 1950,
de Médicis, particular;
22, PreRRE GEORGE, Géographie de |ande, aris: é
20. M. BaUMONT, Le charbon et la grande industrie E qarbor dep
pede As 5 a
1939, Paris, INSEÉ, 195 RE df dE acha. AERRNO

74
As minas francesas foram acusadas, no decorrer do período
intermediário das duas guerras mundiais, de uma certa timidez em seus
investimentos e especialmente em seus esforços de modernização, em-
bora tenham já realizado concentrações horizontais e verticais bastante
evoluídas.
Por um lado, a importância da indústria carbonífera sob o ponto
de vista do desenvolvimento industrial nacional, a insuficiência da
explotação realizada por companhias de espírito antiquado, ou exclu-
sivamente voltadas para a procura de lucros imediatos em lugar de
operações de investimentos lucrativos, por outro lado, determinaram,
em um certo número de países, a encampação pelo Estado da pro-
dução de carvão inclusive sob o regime capitalista: nacionalizações
inglesas e francesas.
A importância dos gastos com a mão-de-obra no custo do carvão
e a concorrência — econômica e técnica ao mesmo tempo — dos
produtos petrolíferos reduzem sensivelmente a demanda de carvão nos
países industrializados mais avançados. Na Europa, em particular,
espera-se uma redução considerável até 1980.
2. Distribuição global da produção. A distribuição da produção
de carvão acha-se subordinada muito mais à importância da procura
do que às possibilidades naturais. A Europa, que fornece aproxima-
damente um quarto da produção mundia!, na região a oeste da fron-
teira da União Soviética, é tida como possuindo pouco mais de um
décimo das reservas totais do globo; a América do Norte, pelo con-
das
trário, com uma produção ligeiramente superior, possui 40%
So-
reservas, de acordo com as estimativas mais prudentes; a União
pouco menos de 20% da tonelagem mundial, porém
viética produz
se referem
dispõe de 25% das reservas mundiais. As estatísticas que
prospecção
às reservas, aliás, estão ainda sujeitas a revisão, pois a
industriali-
das jazidas de carvão só se acha ultimada nas regiões mais
como os
zadas e evoluídas do globo. Os continentes considerados
de 5%
mais pobres sob esse ponto de vista — África (com menos ainda
e América do Sul (menos de 1%) —
das reservas conhecidas)
totalmente prospectados. As reservas do Magreb
não se encontram ao
Saara sofreram recentemente nova avaliação. Entretanto,
e do
geológicas quan-
mesmo tempo em que se estimam possíevis revelações dos
ais metálicos
to aos recursos petrolíferos ou aos recursos em miner
a estimativa das
países menos conhecidos, admite-se geralmente que
s, sendo as
reservas carboníferas mundiais é uma das mais segura
as conhecidas
surpresas pouco prováveis. Em contraposição, as reserv
que possuem
nos países em que há atualmente explotação e naqueles ili-
, possib
possibilidades de industrialização, como a China e a Suécia
Fis
tam várias centenas de anos de explotação, sob o atual ritmo, ou Ee
e Rs
um ritmo mais intenso. al
o ponto de vista estatístico, as regiões de explotação
Sob
de carvão podem ser agrupadas em várias categorias numéricas:
Três grupos regionais produzem 350 a 450 milhões de tone
1.
ladas: o Noroeste da Europa, e Este dos Estados Unidos e a Chins =
2. Dois conjuntos fornecem de 100 a 200 milhões de toneladas:
a Silésia polonesa e tchecoslovaca, 150 milhões de tonela dae é
:
Donbass, na URSS, 200 milhões.
3. Sete bacias ou grupos regionais dos quais se extraem 50 à
100 milhões de toneladas: Kouzbass, na URSS; Índia; Japão; Ural
na URSS; bacia de Moscou, na URSS; União Sul-Africana e Rodésia
do Sul, e Karaganda, na URSS.
As condições de explotação e de preço do custo são muito desi-
guais em todos esses países, seja graças à sua diversa estrutura geográ-
fica, seja em razão das condições sociais regionais. As jazidas que,
por sua constituição geográfica, mostram-se mais vantajosas, são as
da vertente ocidental dos Apalaches, nos Estados Unidos, e as do
Kouzbass e Karaganda, na União Soviética. As que apresentam uma
explotação mais ingrata são as jazidas de antracito da Pensilvânia,
nos Estados Unidos, as bacias do Norte da França e da Bélgica, as
do Ural, na Rússia, e as do Japão. A mão-de-obra mais barata é a
do Japão e da União Sul-Africana. Essa desigualdade das condições
de explotação pode ser corrigida, em grande parte, com o equipamen-
to técnico das minas, o qual comporta atualmente uma grande diver-
sidade industrial, adaptada aos diferentes tipos de jazidas. Além disso,
a sua realização supõe a posse de meios de investimentos e de capa-
cidade de produção ou de aquisição do instrumental indispensável.

- A localização das jazidas interfere em suas condições de explotação, deter-


ando-lhe
da em importância
região a isolada,
econômica. Uma jazida de explotação onerosa, gue
mas cuja industrialização se tornou necessária em ae
da evolução econômica e política do país, ou uma outra cuja explotação o
tornou indispensável à afirmação da independência econômica nacional, ser
objeto de uma extração ativa, Uma jazida semelhante, situada nas proximo pos
uma zona de explotação mais vantajosa, continuará inexplotada, à p= as
se ofereça qualidades de carvão não fornecidas pela região anteriormente
a às modificações das relações inter-regionais ou internacionais — mio OU
a neste último caso, uma variação da política geral, um abaix idos, O
E

aumento de tarifas aduaneiras, podem modificar, em diferentes se


o
[ae

inhita
E me,
í Somando-se
72:
auraleia Faderal do
à produção
Pela República (95 a da
Noroeste
Alemã Europa ton elagensconde ertida
ne : astoneladas), li idas
se
1

. a do ton
lhões de tone
oqulta, atinge-se um algarismo ligeiramente superior

76
esforço da produção aplicado a uma jazida de rentabilidade teórica medíocre.
Um progresso
E dos meios e técnicos de
: explotação pode auxiliar as jazidas menos
favorecidas pelas condições naturais.
A ilustração desses princípios econômicos é fornecida, em primeiro lugar
pela situação das hulheiras do Noroeste da Europa. As perspectivas da evolução
da Comunidade Européia do Carvão e do Aço, no sentido de um vado
comum de carvão, isento de tarifas aduaneiras, implica uma reclassificação das
jazidas, em função do preço de seus fornecimentos aos consumidores e o aban-
dono daquelas que não podem assegurar fornecimento a um preço idêntico ao
das demais. Estes fatos podem ter, como efeito, a modificação das respectivas
ordens de grandeza das produções nacionais dos diferentes países produtores,
Só continuarão ao abrigo deste abandono os protegidos pela cobertura geográfica,
dentro dos limites de um perímetro de abastecimento que não pode ser vanta-
josamente atingido pelos carvões mais baratos, no local de sua extração, devido
às despesas de transporte, e aqueles em que os gastos de transporte podem ser
rapidamente reduzidos pela sua modernização. São mais estáveis os países em
que a produção é absorvida em sua maior parte pelas indústrias locais, nos
complexos de integração geográfica.
"Um exemplo de caráter ligeiramente diferente é o existente no interior da
União Soviética, onde a intensificação da explotação das minas de carvão do
Ural vem sendo incrementada desde 1940. Os veios são de acesso difícil, como
nas bacias carboníferas francesas de Cévennes. Enquanto a indústria da União
Soviética não pode fornecer um material especializado, que permitisse a mobili-
zação dessas reservas em condições econômicas aceitáveis, pareceu mais eficaz,
a fim de assegurar a transformação dos minerais metálicos do Ural, recorrer
ao carvão produzido, a preços de custo reduzido, no Kouzbass, situado a 2.000
km aproximadamente. A utilização de um material apropriado permite, hoje
em dia, a substituição pelo carvão local, nos combinats metalúrgicos do Ural,
do carvão do Kouzbass, pesadamente onerado pelos elevados dispêndios de
transporte. Só se recorre aos carvões exteriores do Kouzbass e de Karaganda
para um abastecimento complementar.
Inversamente, as minas de carvão de Tonquim, que totalizam reservas três
vezes superiores às francesas, só forneceram, durante 20 anos, 2 milhões de
toneladas de antracito por ano, extraído das minas de carvão costeiras de Hongay,
pois somente o antracito fornecido por explotação de fácil acesso, empregando
uma mão-de-obra barata, poderia fazer face aos custos do transporte marítimo
até a Europa, embora assegurando lucros elevados aos concessionários. Em
compensação, os carvões próprios para coque do sul do delta não foram jamais
explotados durante esse período.
Qualquer planejamento de industrialização nacional recorre às reservas
carboníferas que podem ser utilizadas no próprio local: as Repúblicas Populares
da Europa Central e dos Balcãs empreenderam um esforço de industrialização
de
de suas jazidas de carvão e de linhita, embora, estas sejam fregiientemente
acesso trabalhoso, tendo elevado a produção global de combustíveis minerais
sólidos de menos de 14 milhões para 38 milhões de toneladas (das quais apro-
0,5
ximadamente 10% de carvão e 90% de linhita, com poder calorífero de
a 0,6).

3. Principais grupos regionais de produção. O grupo europeu


ocidental pode ser dividido em uma parte inglesa e escocesa e outra
parte continental, tanto sob o ponto de vista geográfico quanto no
que concerne às condições políticas e econômicas de explotação.
77
A Grã-Bretanha é o primeiro produtor europeu de Carvão com
170 milhões de toneladas anuais eonto média para os Últimos an,
Este índice é 337% inferior, aproximadamente, à média mais eleição
I Guerra Mao
atingida pela produção britânica de antes da
mo
sendo esse recuo devido, inicialmente, à perda dos mercados exter do
Atua lmente, o carvão recua regularmente diante das impo rtações
produtos petrolíferos. No entanto, suas reservas continuam entre as
mais importantes da Europa: mais de 100 bilhõ.s de toneladas de
potencial teórico e 40 bilhões de toneladas acessíveis, em Condições
de rentabilidade consideradas presentemente como aceitáveis,
Organização. — Minas nacionalizadas (12 de julho
de 1946): Serviço
Nacional do Carvão, administrando o conjunto de produção
Beograficamente
distribuída em 10 seções. Tendo a indústria carbonífera inglesa dado impuls o
muito pequeno a suas integrações, durante o período precedente, a nacionali-
zação não trouxe, praticamente, o problema do destino das indústrias derivadas;
aplica-se apenas à extração do minério e às indústrias anexas de Primeira
integragação: elaboração dos produtos antes da venda, inclusive as coquerias,
quando estas se encontravam associadas às minas de carvão.

Desde 1952, o conjunto das jazidas carboníferas continentais da


Europa Ocidental constitui um mercado comum (Comunidade Euro-
péia do Carvão e do Aço), o qual dispõe de uma produção global
da mesma ordem que «a Grã-Bretanha: 172 milhões de toneladas em
1968. Esta produção acha-se destinada a abastecer um grupo de países
industrializados, que congregam, juntamente com a Itália, que não
é um país produtor, 180 milhões de habitantes. Este mercado uni-
ficado é deficitário. A importação anual era da ordem de 10
a 15
milhões de toneladas até 1957. O comércio entre países da Comuni-
dade representava, então, anualmente pouco menos de 20 milhões de
toneladas, sem que se tenham definido correntes contínuas de cir-
culação, salvo na direção da Itália, A diversidade qualitativa dos ch”
vôes, as variações sazonais de produção e as condições materi
ais ae
transportes, inclusive as modificações das
tarifas destes últimos,
Bnam movimentos comerciais complexos, com numerosas fan e
e Após 1957, abriu-se uma crise de superprodução do
Do o a PR em 22% a participação dos combustível : 50%o
e otal de energia dos seis países da comun de carvão
Contra 72% em 1951), Enquanto isso, os estoques
mm e a produção baixou : 00 mi jl
de quase 20%. o E espaço
uidades
eram que que ser treinados para outras ativi
de 2 anos, f

No continente, «entã
jdent
J é
o mercado de carvão da Europa
L

Pêdo Pela produção alemã: 51% do total, reunidos O€em


domi uma $º

78
bacia, a do Rur, pois as reservas das bacias de Aix-la-Chapelle e de
Krefeld, embora muito importantes (10 a 20 da milhões de tonelad
República oder:
da produção
são muito pouco explotadas (6%
A produção total elevou-se, em 1956, a 152,6 milhões de toneladas É
(rendimento diário médio de 1,45 t; número de mineiros, 540.000)
A produção de coque atingiu 40 milhões de toneladas. As reservas
existentes (65 bilhões de toneladas, com até 2.000 metros de profun-
didade) comportam uma gama completa de tipos do antracito até
as hulhas secas, com um importante estoque de carvões gordos, os
quais representam mais de dois terços da produção. As minas de
carvão do Reno constituem uma base técnica poderosa para a meta-
lurgia e a indústria química. Mas a crise carbonífera não poupou o Rur,
apesar da potência dos organismos interessados. Em 1960, a produção
da República Federal desceu abaixo de 140 milhões de toneladas (um
recuo da ordem de 10% em relação a 1956) e, em 1968, ela só che-
gava a 112 milhões de toneladas.
As reservas de linhita da bacia da Colônia, cuja explotação
acha-se associada à bacia carbonífera do Rur, são estimadas em
17 bilhões de toneladas, que têm o poder calorífico de 4 a 5 bilhões
de toneladas de hulha. A produção superior a 60 milhões de tone-
ladas (sobre uma produção total de 95 milhões de toneladas, no
conjunto da Alemanha Ocidental) corresponde a uma disponibilidade
de 20 milhões de toneladas. A linhita é usada, princi-
carbonífera
palmente, para a produção de corrente elétrica e na indústria química.
Federal Alemã, a explotação do carvão é reali-
Na República
século XIX,
zada por sociedades particulares, as quais, desde o fim do
praticando ao
têm seguido uma política de concentração intensa,
siderúrgica e
mesmo tempo a integração — sobretudo à integração pela orga-
metalúrgica — e a concentração horizontal, completada desconcen-
tentativas de
nização de um único cartel comercial. As
à Alemanha Ocidental,
tração efetuadas pelas potências que ocuparam
sensivelmente a estru-
após a II Guerra Mundial, não modificaram produção são
quartos da
tura das minas de carvão alemãs. Três
de poderosas sociedades,
fornecidos por um número muito restrito química e side-
estreitamente associadas umas às outras. Indústrias
integradas dentro de
rúrgico-metalúrgica de transformação acham-secaracterísticos de antes
seus
Vo organismos poderosos que reencontraram
da guerra.
Sambre-et-Meuse e de Cam-
As duas bacias hulhíferas belgas de
de reservas e produziram mais
pine totalizam 11 bilhões de toneladas
ões em 1957.
23. Incluindo a produção do Sarre, 150 milh
79
de 30 milhões de toneladas em 1953, 21 milhões em 1962
15 milhões em 1968. As condições de exploração da bacia qo mnt
e do Borinage são difíceis, enquanto as de Campine são m O Liêpe
ráveis. Com preço de venda elevado, o carvão belga foi a favo.
mente atingido pela crise carbonífera. A produção caiu Particular
em 15 anos. Metade
Os Países Baixos apresentam condições de ex Plota
ção Mais van.
tajosass e têm 4 bilhões de toneladas de reservas, mas à queda
da
dução não foi menos espetacular: 12 milhões d € toneladas em pr
e 7 milhões em 1968. 1960
Na França, a produção anual chegou em 1968 a 42
milhões de
tonelada s. A produção carbonífera francesa conservou-se durante
muito tempo centralizada nas bacias do Norte e do Passo de Calai
s —
que, em 1938, forneciam dois terços da produção naci
onal — e nas
bacias do Centro e do Meio-Dia (mais de 20% na mesma época).
O conjunto dessas jazidas (aproximadamente a metade das reservas
nacionais) é de explotação difícil e onerosa. O rendimento médio
diário, após um esforço de modernização e de severa racionalização
do trabalho, pode ser elevado acima de 1 t. Entretanto, a concorrência
dos carvões estrangeiros e a dos produtos petrolíferos no quadro do
mercado único da Comunidade Européia do Carvão e do Aço provo-
caram o abandono de muitas minas. As jazidas da Lorena,
por suê
parte, per manecem subexplotadas, devido à deficiência de créditos
para investimentos e de mão-de-obra, muito embora os modernos pro
cessos de coqueificação lhes abram os mercados da
siderurgia vizinha
Com uma produção inferior a 15 milhões de toneladas, essas jazidas
fornecem apenas um quarto da produção nacional, aproximadamente,
se bem : nto
que o rendime à ds
diário médioE ultrapasse 2 t, nos melh ores
centros.

Os dois problemas essenciais com que se defrontam as minas de


carvão da França, independentemente da concorrência geral dos ed
dutos
geiros,
petrolíferos ao carvão, são: a concorrência dos so ir qui
que pesam sobre a produção das velhas bacias,
dos investimentos e o subequipamento das minas e a insul na que
]
da Lorenê lo-
: de vas exp
Possuem belas instalações, mas que precisam estabelecer no 5 bi
tações. (Reservas efetivas e prováveis da bacia da puma. produ-
lhões de toneladas, das quais 30% coqueificáveis — ritmo "N4.
São acessível em poucos anos: 20 milhões de toneladas por Es éia do
À Itália é, entre os seis países da Comunidade Eur Eetração
arvão e do Aço, a mais desprovida de carvão mineral.
anual, centralizada sobre a bacia de Sulcis, na Sardenh
a
o
menos de um milhão de toneladas. Várias jazidas de
80
puem com 600 mil toneladas, que equivalem a 200 mil toneladas de
carvão.
A República Democrática Alemã e as Repúblicas Populares da
Europa Central são desigualmente providas de combustíveis minerais
sólidos. Dessa maneira, esses países assinaram contratos bilaterais que
comportam previsões de entrega de hulha ou de linhita aos menos
favorecidos no quadro dos planos de desenvolvimento da economia
nacional de cada país (diverso do sistema do mercado comum da
Europa Ocidental). º
A República Democrática Alemã só possui pequenas jazidas
hulhíferas (Saxe), que fornecem 3,5 milhões de toneladas anualmente,
porém uma importante indústria de linhita fornece mais de 250
milhões de toneladas, com um valor calorífico de 70 milhões de tone-
ladas de carvão (Saxe e Brandeburgo). ?
A Polônia é a mais forte potência carbonífera desta parte da
Europa, com reservas da ordem de 55 bilhões de toneladas (efetivas
e prováveis) a 140 bilhões de toneladas (efetivas, prováveis e pos-
síveis até 2.000 metros) na Alta Silésia. Com equipamento insuficiente
no período anterior à guerra, no então território da antiga Polônia e
das províncias orientais da Alemanha, essas minas de carvão for-
neceram em 1968, em conjunto com a pequena jazida de Walbrzych,
a Oeste de Wroclaw, 128 milhões de toneladas, das quais uma cres-
cente porção é de carvões próprios para coque. Esta riqueza em hulha
torna negligenciadas as reservas muito importantes de linhita, as quais
fornecem cerca de 25 milhões de toneladas anuais, equivalentes a 8
milhões de toneladas de carvão suplementar. A Polônia inscreve-se,
atualmente, entre os países europeus caracterizados por um elevado
quociente de disponibilidade individual teórica: 4 t, superior ao quo-
ciente alemão. A exportação é um dos elementos fundamentais do
sistema econômico polonês.
ional
A vizinha Tchecoslováquia explota a extremidade merid
de toneladas de
da jazida da Silésia (bacia de Ostrava, 30 bilhões sobre o seu
reservas) e das jazidas de menor importância, dispersas
Eslová-
território, na Boêmia (Kladno), na Morávia (Rosice) e na
anualmente, desde
quia. Além dos 26 milhões de toneladas fornecidos, utiliza
1950, sobretudo pela bacia de Ostrava, a Tchecoslováquia
70 milhões
as jazidas de linhita do norte da Boêmia, que fornecem

Novos processos de carbonização da hulha e de utilização nas insta-


24.
lações siderúrgicas especiais permitiram libertar-se a metalurgia da importação
de coque.

81
de toneladas de um combustível sólido de valor bastaAnte
elevado
respondendo, em valor calorífico, a mais de 30 milh õ
suplementares de carvão. Nestas condições, à Tche Coda
slováq, ui'OnKaeladas
senta um quociente teórico de disponibiligade
individual da Ordem o
4 toneladas. A Polônia, a Tchecoslováquia e à República De de
crática Alemã extraem anualmente, em carvão e linhita convertido
em equivalentes-hul ,
ha, 270 milhões de toneladas. ,
A Hungria e a Romênia são
bem menos favorecidas à este
respeito. O primeiro destes países produz
4 milhões de toneladas
de carvão (Komlo, Pecs) e uma vintena de milhões de tonelada
linhita de boa qualidade, isto é, apresenta uma dis s de
ponibilidade total
da ordem de 12 a 14 milhões de toneladas
(convertidas em toneladas
de carvão). A Romênia extrai 5 milhões de
toneladas de carvão e
9 mil hões de toneladas de linhita de valor médio, o
a uma disponibilidade de 10 milhões de tonela que corresponde
das de equivalentes-
hulha. A vizinha Bul gária desenvolveu consideravelmente sua produ-
ção ce linhita, passando em 15 anos de 6 pat
a 28 milhões de toneladas.
A Europa Central extrai hoje mais carvão e linh
ita do que o
Noroeste da Europa (não incluindo a Grã-Bretanha), 300
toneladas de hulha e de linhita convertida em equi milhões de
valentes-hulha, con-
tra 200 milhões de toneladas.
A produção carbonífera da União Soviética acha
-se dominada
por dois f atores, cuja respec
tiva importância
varia com o correr dos
anos. O primeiro deles é o
papel desempenhado pela instalação, no
no pio do século, de um aparelhamento de explotação e utilização
no Donetz ou Donbass, por sociedades estrangeiras, constituindo um
Primeiro grupo de invest imentos. O segundo é a abertura de novas
peag dreren
de tos
acordoregiõe
coms dao ritmo das necessidades de industrialização
União, oferecendo algumas dessas regiões
encontradas a dis a explotação muito mais favoráveis do pah
da União ondass
, . A presença dos três quartos da pop
porção a e de mais de dois terços do equipa : “al nã
me nto industrial 7º
Metria du “OPéia do tertrrit
antita
Erati
dé va en e órià o di(in
striclu
busiv
içãoe ogeUra
ográl),
ficamant
dasém rese
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Produção:

o, : » com
EC 22. Ê “al de
o auxílio fornecido, ria
em mater! é
Chouen e de Hoi" 28 minas de carvão de Hopei e de Chansi, -
“ Hounan particip am, em ritmo acelerado, ução
da prod
Reservas em Produção em
PARTE EUROPÉIA E URAL bilhões de milhões de
toneladas toneladas 25

........... 100 200


Donbass e Cáucaso do Norte
12 50
Mosbass (Toula) .....cccccscscssiress
Petchora (Vorkouta) ......ccc css... 37 20
8 80
PN OD RD NA 6 AR O Cd UC
Ural oO

TG Quo catia Pera rev a jade ah dia 157 350

PARTE ASIÁTICA
OIE
EESTI eee

Kouzbass e Sibéria Oriental ............. 700 150


ENO ess Rs Da roscas ciapdio asi peca E 203 -—
Karaganda e Ekibastouz ..c. cceues 70 50
Exmo DENIS paiàa aa and 139 20
Asia daédia: (Forquestão). tsms usta so — 8
(OS RARE RR RS A RE — 3
E e o PE ra a 1:112 231

adas
carbonífera total, que passou em dez anos de 63 milhões de tonel
para 300 milhões, talvez mais. No conjunto das repúblicas democrá-
ica e na China,
ticas e populares da Europa Central, na União Soviét
as minas de carvão constituem empreendimentos nacionais; O ritmo
de seu desenvolvimento é determinado pelas previsões e investimentos
ista
concomitantes dos planos de desenvolvimento da economia social
de tais países. Os países de economia socialista, para quem à produção
de carvão é uma das condições essenciais de industrialdeizaçã o, produ-
carvão € de
Ziram em 1968 cerca de 1.200 milhões de toneladas da tonelagem
a Foprertida em equivalentes-carvão, OU seja 50%
ndial,
, ós a guerra, subiu -
A produçãa
o japonesa, que caiu bastante ap Bonesas pelos
ao mente graças à restauração das indústrias pesadas el de antes
“ricanos durante a guerra da Coréia, até atingir 9 pi do que O
carvã 40: 55 milhões de toneladas. Mas ela é ass 47 milhões de
tonelag ericano importado. A produção caiu Pp
às em 1967 e para 46 em 1968.
83
A Indochina e a Índia dispõem de reservas NUS acso é
de toneladas, porém, as produções Pp impor.
tantes: 60 milhões
Países
são muito menos vultosas, em razão do seu subdesenvolvimo. eco.
Et
nômico. O Vietnam do Norte encontra-se, ainda, no limiar
trialização. A Índia retira 70 milhões de toneladas das jazida à indys.
Vale
do Damodar. Na Ásia Ocidental, o único produtor notável “oà Tur.
quia, com 5 milhões de toneladas.
Os países asiáticos, ainda fracamente equipados, mobilizam ;
dadeiras multidões de mineiros, para extração de pequenas pe =
dades de carvão. O rendimento diário por operário era inferior :
200 kg em Tonquim, em 1938; no Japão, a produção de menos de 50
milhões de toneladas mobiliza aproximadamente meio milhão de mi-
neiros; na Índia, 360.000 mineiros extraem os 67 milhões de tone-
ladas que constituem a produção nacional.
Na Austrália, o desenvolvimento de uma economia industrial
provocou um crescimento da produção de carvão, da Nova Gales do
Sul e do Queensland, de 50% em relação ao período precedente.
Com uma produção de 36 milhões de toneladas, o quociente de dis-
ponibilidade individual eleva-se a 3 t, aproximadamente, sendo este
o índice mais elevado do Hemisfério Sul. Porém, a produção mais
representativa desta parte do globo é a da União Sul-Africana e da
Rodésia do Sul: 52 milhões de toneladas (crescimento de 100% em
relação ao período 1935-1938). A produção da América do Sul é
ainda insignificante (2 milhões de toneladas no Chile, a mesma
quantidade no Brasil, e 3 para a Colômbia).
A produção norte-americana é geograficamente a mais concen-
trada e, ao mesmo tempo, a menos estruturalmente concentrada de
todo o globo. De fácil explotação, porém contando com uim me
cado instável, o carvão americano não atraiu vastas operações o
ceras. A concorrência dos produtos petrolíferos e do gás nro
contribuiu para desencorajar os investimentos neste setor. Em 19 a
havia 7.800 sociedades carboníferas nos Estados Unidos, das as
1.100 produzindo mais de 100 mil toneladas cada 103uma.sociedad
As socieda
es ua
E
menores são particularmente sensíveis às crises:
“po, empregando 14,000 mineiros e produzindo 15 milhões de o
ladas, cessaram suas atividades em 1952, Cartéis de comerciale '
izas) ous
' e

ess
Te Te “am, parcialmen
associatio controam
esse esbo
te, n), ento da explotação (iu
rolando uma produção de ciation
Di na Fesivânia, Southern coal producers e torne”
:
cidos pela zona € a tonela das).
E
i os da produç ão $
Quatro quint , ua
das reservas. palachiana, que totaliza aproximadamente um q daí
De acordo com as conjunturas a tonelagem ui
84
extraída varia entre 300 a 500 milhões de toneladas. As bacias do
Centro e do Oeste mantém dificilmente uma extração de interesse
regional ou local, somente aumentando a sua produção nos períodos
de procura mais forte do produto. Paradoxalmente, o carvão ameri-
cano, cujas reservas são enormes (de 3.000 a 5.000 bilhões de tone-
ladas, de acordo com as avaliações), é o carvão de mais fácil extração
e mais difícil vendagem do mundo. Provam-no, largamente, as varia-
ções da produção total:

PRODUÇÃO DE CARVÃO NOS ESTADOS UNIDOS


(Alguns anos característicos)

Anos Toneladas
RI ER Eno 517.000.000
ES SG REA 597.000.000
NR o E A 552.000.000
SDS e aa 326.000.000
E on “e. 617.500.000
O dan DE 630.000.000
jusg= e E 505.000.000
o a 430 .000.000
MÁ ESTES MAS 380.000 .000
SS e O a 480.000 .000
DC a a O 378.000: 000
SO ar E a TS 496.000 .000
-
Paralelamente, é muito instável o número de mineiros, gravi
tando em torno de meio milhão de operários, número fraco em pe
dos elevados rendimentos médios do trabalho: 4 t por jornada médi
por operário, na concessão da Pensilvânia.

2. A produção mundial de petróleo


é aumenta muito len-
Enquanto a produção jal de carvão $ E ou bg aegressão
mundial de i eã
ente no âmbito mundial, e se encontra estacionária ca Eae
nos velhos países industriais — os primeiros à opa
crescimento ráp
sofre um
hte, ÃO
RAÇ mundial de petróleo

85
PRODUÇÃO MUNDIAL DE PETROLE
10 ANOS, A PARTIR DE 187808 10 EM
Anos Tonela dás
EL NERO O AGR HO GS SER dr 800.000
TONE To asaOS 4.100.000
E RETA PRP GS E PD 10.500,000
EDMO ESRER Use a ne UE EXT E 20.500, 000
DO er ss E raia a AA 50.000,000
Es ap o acc q da E 97.000.000
[ESB ra RR és ari 210.000.000
a E Ro SR 292.000.000
SD es da ai A 530.000.000
PME Os sofa 1.050.000.000
og e 1.300.000.000
DM ea STE a EDS 1.745.000.000
o RE o 2.000.000.000
Este crescimento é tanto mais surpreendente quanto se sabe que
as reservas atualmente conhecidas só garantem a possibilidade de
explotação do petróleo (dentro da curva de procura, traçada no de-
correr dos 10 últimôs anos) dentro dos próximos 15 a 20 anos. Expli-
ca-se pela especificidade do petróleo como fonte de energia (motores
de explosão, propulsão de aviões e automóveis) e pelas vantagens
econômicas de seu emprego nos setores em que se exerce a auras
rência entre o petróleo e outras formas de energia, como a poerinõos *
aquecimento industrial. Finalmente, o petróleo tornou-se, no ne
rer dos últimos 15 anos, uma matéria-prima fundamental das do
tias químicas (petroquímica, produzindo borracha sintética,
sintéticas, detergentes, matérias plásticas, etc.). é bas
O quociente de consumo teórico individual de petróle
0
tante se sair
variável, segundo as formas de economia, mesmo sem t, nã
- erupo dos países altamente industrializados: mais de bes União
mA do Norte; mais de 1 t, na Europa Ocidental € 1º janço
energéi , Vale
Bélico dizer que
das diferent o lugariasocupad
es econom o pelo petróleo ariável: 6
industriais
a de 66% nos Estados é muito » 50% nã
Unidos ( petróleo e gás
topa Ocidental e na natural) à
União So viética. 26
60%am
o e

2 é a a ente

nos ie E S de dez anos, as proporções eram de aproxim e ho Uniêo


Soviética. Bidos, 20% na Europa Ocidental e menos de

86
Somente duas grandes economias tiram o essencial dos recursos
petrolíferos do seu próprio subsolo: Estados Unidos (75%) e União
Soviética (a totalidade), devendo, entretanto, assegurar o seu trans-
porte através de grandes distâncias, a fim de prover suas regiões indus-
triais. Os demais utilizadores do petróleo, ao mesmo tempo que
continuam a realizar pesquisas em seu território, são hoje em dia
importadores para quase todo o seu consumo.

1 — CONDIÇÕES DE EXPLOTAÇÃO E DE UTILIZAÇÃO


DO PETRÓLEO

As diferentes condições de explotação e de utilização do petróleo


retiram suas características essenciais da natureza líquida e gasosa dos
produtos petrolíferos ou hidrocarbonetos. Estes últimos procedem da
fermentação bacteriana dos lodos orgânicos de origem lagunar, acumu-
lados nas regiões de sedimentação lenta e prolongada, encontrados
geralmente nos bordos dos complexos montanhosos. No subsolo des-
locam-se eles através das rochas permeáveis, sob o efeito da elevação
em profundidade do grau geotérmico, das pressões orogênicas e sedi-
mentares. Esses deslocamentos, ou migrações, predominantemente ver-
ticas (de baixo para cima), provocam acúmulos sob as abóbadas das
anticlinais, abaixo dos horizontes impermeáveis. Uma jazida é cons-
tituída, geralmente, por uma ou várias rochas-matrizes (material ori-
ginário de formação e impregnação) e por rochas-armazéns, onde a
saturação é máxima em certos pontos (culminações anticlinais, do-
mos). As regiões petrolíferas mais comuns e mais conhecidas estão
situadas nas orlas de cadeias de montanhas novas, porém jazidas
também importantes são encontradas acompanhando cadeias monta-
nhosas antigas (Panhandle, no Texas, Estados Unidos, onde o petróleo
foi inicialmente explotado nos Apalaches; e Ural, na União Soviética).
Devido à mobilidade dos hidrocarbonetos em um subsolo de estrutura
profunda, frequentemente heterogênea e complexa, a dr anndação ka
jazidas é difícil e incerta. A prospecção moderna baseia-se na a 5”
cação de material de detecção e de pesquisa que se toma E , E
mais complicado, e de fabricação e utilização dimpondicos. s eps
gens de reconhecimento e de explotação, praticadas atu em E
uma profundidade superior a 5.000 metros, devem comp eo hi
tanto, uma margem de incertezas: nas regiões Ro a a
conhecidas das zonas petrolíferas dos Estados Uni ne se
em três, se revela produtiva. A determinação do local e a
sondagem, : 7 to elevados,
explotação de uma jazida requerem Mn pRID a lucrativos
apoiados sobre uma indústria especializada, só se m
87
quando as operações são cond uzidas em
que os riscos, próprios deste ti Uma escal
e tipo de pesqui àa sufic| i ente
ias pelos lucros certos da produção. uisap de Mina s, sejam P
as jazidas petrolíferas são, portanto mi * Condições d, e
tração da indústria do petróleo.
ias
Uma
parte considerável das s
espontâneo do gás e dos hidrocar ondagens dan do lu
bonetos 1í quidos, Bar a um jorro
um poço produtivo assegura um
a rániápida amortizaci a eXplotação de
de prospecção e de sondagem, alé m
fator de concentra
de lucros e; despesas
: ção, gra ças ao ac Mui to alto. s; Segundo
úmulo rápido de capitais
A produção fornecida pela subida de nafta
canalizações articuladas dos tubos de e do
sondagem é abr — go
dução que exige um ritmo ininterrupto.
Um segundo probienaa a
fundamental é, portanto, o do escoamento e
da estocagem doc
dutos líquidos e gasosos. Exigem eles a instalação, no local, de um
aparelhamento de containers (depósitos) e de transporte. Somente as
grandes companhias, que controlam o escoamento regular e em quan-
tidades constantes das massas fornecidas pelos diferentes poços, suces-
srvamente postos em explotação, podem satisfazer proveitosamente
essas necessidades; realizam a instalação local, na proximidade das
jazidas, nos portos de embarque e perto das estações de tratamento do
produto bruto, de grandes conjuntos de tanques-reservatórios e orga-
nizam os transportes em vagões, em vagões-cisternas, e em navios
tanques e, cada vez mais, em canalizações através dos continentes:
pipe-lines (oleodutos) para os líquidos e feeder (gasdutos) para ai
ses (850.000 km nos Estados Unidos, dos quais 550.000 ns a a
Os países petrolíferos acham-se assim Ss ne Fã
porte de gases).
uma rede de canalização, com suas estações de homo mio A ins-
fiscalização do contínuo andamento dos produtos as odê efetuar-
talação deste dispositivo de transporte ea de estocagem ma e finan-
se sob um nível elevado de concentração
no plano geográfic o
entregues
ceiro, sendo este o terceiro fator ade concentraç ;
. r ra ão.

ente — ração
A nafta e osgases brutos não podem Ser diretamente
às diferentes formas de consumo à que e
à ae inados. Adá 0 diversarsi-
dos produtos finais cada vez mais a em crescente esp
dade dos pedidos e da procura dos pro na para aviação, | A
lização (essência de elevado índice de pad de indúst rias q dutos
dO arOCkinS dos Ne dos
teatores, etc.) constitui um poderoso comp extras
centr o na refin ação, sobre tudo sobre
, inclusive 4
com A refinação dos produtos petrolíferos» in
brutos.

88
combustíveis líquidos (gasolina), contidos nos gases naturais, 2 requer
consideráveis investimentos e constitui um quarto fator de concen-
tração financeira da indústria petrolífera Enfim, o escoamento dos
produtos refinados, a organização da distribuição destes produtos,
através de uma direção especializada, deram origem a grandes em-
presas de comercialização.
Inicialmente — pelo menos no caso da América do Norte —
a concentração se efetuou no estágio da refinação e do transporte
(fundação da Standard Oil, por J. D. Rockefeller). Atualmente, os
mesmos organismos tomam posse do petróleo desde a jazida e o
conduzem até os consumidores, controlando fregiientemente as indús-
trias que fabricam o material necessário à prospecção e aos diferentes
estágios da indústria do petróleo. Fracionadas em sociedades especia-
lizadas, agrupadas em holdings, ou filiadas umas às outras, esses
organismos reduzem-se, de fato, a um pequeno número de trustes, de
facetas e razões sociais múltiplas, cujas zoras de influência ultrapassam
as fronteiras dos países, chegando a constituir grandes sistemas finan-
ceiros industriais de âmbito internacional. Com efeito: três grandes
organismos repartem entre si o controle da produção, da refinação, do
transporte e da distribuição da maior parte do petróleo produzido no
mundo: um grupo americano, mais centralizado na realidade do que
na aparência, devido à obrigação em que se acha a Standard Oil de
contornar o texto da Lei Sherman, a qual proíbe os monopólios (sete
grandes sociedades estreitamente ligadas sobretudo para a exploração
dos mercados externos), a inglesa, Shell Petroleum Corp (antiga
Royal Dutch Shell, anglo-holandesa em sua origem), e a Anglo-Iranian
ou British Petroleum B. P., igualmente inglesa. Estas duas sociedades
possuem sedes geográficas extremamente móveis, pois explotam suces-
sivamente os diferentes países do mundo, tendo constantemente equipes
de prospecção espalhadas por todos os continentes, e concessões em
reserva, prontas para substituir as jazidas esgotadas ou dos países que
se rebelam contra a sociedade.
A França acha-se representada muito modestamente, dentro do
conjunto das sociedades petrolíferas internacionais, pela Compagnie
française des Pétroles.
Um quarto da produção mundial escapa a este sistema de explo-
ração: alguns monopólios nacionais de economia capitalista (Irã,
Itália, Argentina, México, Brasil e Peru) e a produção nacional dos
países socialistas.

27. Cracking é o processo de fracionamento pelo calor, enquanto a ex-


tração dos produtos líquidos em suspensão poderia ser chamada desgasolini-
zação. (N. do T.) :

89
A Alemanha, por outro lado, não renunciou às SUAS Pretenas
do século, reaparecendo no meio da Cisões
petrolíferas do começo
tão estreitamente fechado, aliás —. por inte o
mia petrolífera —
Bergbau, que tinh dio
de sociedades de prospecção: C. Deilmann
1954, concessões de pesquisa no Iémen, na Espanha (bacia EE a em
GS, De ra),
na Grécia e na Turquia (Trácia); Deutsche Erdol A, um
Wintershall A. G., Gewerkschaft Elwerath, três sociedades
para pesquisa no Peru, onde concorrem padas
em um consórcio
cos alemães om a
Gewerkschaft Vereinigte Borholzausen. Os técni , no Bridi o
do Norte
igualmente presentes em Portugal, na África
Angola e na Suíça. Italianos, japoneses e americanos independente,
também se infiltram no mercado.
O acordo entre as sociedades petrolíferas e os países que pos-
suem petróleo é feito sobre a base do reconhecimento do direito
que têm os primeiros de explotação da nafta em bruto e, eventual.
mente, da sua refinação em seu território nacional, mediante um
pagamento representado pelo aluguel da concessão e uma indeniza-
ção pelo abandono do recurso nacional. Este pagamento reveste-se,
cada vez mais, de uma forma de pagamento de uma parte conven-
cional dos lucros declarados. A situação das sociedades é particular-
mente forte nos países subdesenvolvidos, os quais se acham na total
incapacidade de explotar os seus próprios recursos petrolíferos. As
relações com os países consumidores repousam sobre a concessão
de autorização de investimentos (nas refinarias, por exemplo) e a
distribuição. As sociedades podem operar sob seu verdadeiro nome
(na França, Esso, isto é, Standad Oil; Shell) ou, então, fundando
uma filial registrada sob uma designação aparentemente nacional:
Société Générale des Huiles de Pétrole, Energic Energol, B. P. ope
rando na França por conta da Anglo-Iranian-British Petroleum.

IH — DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA PRODUÇÃO


E GRANDES SISTEMAS COMERCIAIS
A produção mundial de petróleo acha-se, atualmente, distribuída
em três grandes conjuntos geográficos:
a bacia do mar das Antilhas e o sul dos Estado g Unidos
Pi
ornecem dois terços da produção mundial: 732 milhões de toneladas
(em 1968), Estados Unidos, México, Venezuela, Trindade;
=> à bacia do golfo Pérsico ou a região do Orient Médio,
fornece perto d : a 1. 670 de “lhões
toneladas; . Ra m quinto da produção mun dial: 5
90
— o conjunto das regiões petrolíferas da União Soviética orga-
nizadas em dois sistemas gográficos, o sistema do Cáucaso e do
Ural, produz cerca de 15% da tonelagem mundial, 310 milhões de
toneladas, disputando, entretanto, ao Oriente Médio, a rapidez do
ritmo de crescimento, depois de 1950,
O restante da produção mundial provém de regiões dispersas
de pequena capacidade atual, mas cujo papel pode vir a ser muito
importante, seja para a economia das regiões ou países interessados,
seja através dos valores indicativos dos ritmos de progresso da pro-
dução. Ao lado de produtores tradicionais e relativamente estacio-
nários, como a Indonésia, surgem, com índices quantitativos ainda
baixos, produtores que suscitam grandes esperanças, como Brunei
(Bornéu), o Canadá, a Argentina, o Saara e os produtores da Europa
Ocidental,
A produção de gás natural — que apenas figura, nos Estados
Unidos, como uma produção complementar, muito embora seja aí
considerável (mais de 500 bilhões de metros cúbicos, possuindo um
valor calorífico de 600 milhões de toneladas de carvão) — surge
como recurso básico nos países onde a exploração petrolífera ainda
se encontra em começo, como a Itália (mais de 9 bilhões) ou a França
(5 bilhões). Desenvolve-se rapidamente na Romênia (mais de 20
bilhões de metros cúbicos) e na União Soviética (cerca de 200 bilhões
de metros cúbicos). A última jazida descoberta na Europa está na
província de Groningue, nos Países Baixos, e dispõe de pelo menos
200 bilhões de metros cúbicos de reserva e produziu 7 bilhões de
metros cúbicos em 1967.
Se for resolvido com suficiente segurança o problema do trans-
for possível
porte do gás liquefeito e sob pressão por navio, e se
especialmente no Mediterrâneo, reservas atualmente
imergir condutos,
inexploradas do Oriente Médio e do Saara poderiam vir à alimentar
o mercado de energia da Europa.
continente americano. Inicialmente empreen-
a) A produção do
dida no norte dos Apalaches, a produção petrolífera dos Estados
Unidos é atualmente fornecida, numa proporção de quatro quintos,
(vertente
pelos Estados situados na orla das Montanhas Rochosas
pelo Texase entrem
leste), ao sul do paralelo de 409, sobretudo
e pela Califórnia (região de Los Angeles). À prospecção ea o
continental do golto ,
ração prosseguem por sobre a plataforma
e no pego
éxico, nas Bayadas do baixo Mississípi e da costa
a
atividade de prospecção é de
mar. Devido a uma incessante sondados cada ano, alguns a mais de
gem (mais de 20.000 poços o
e número instalados dentr
3.000 metros de profundidade, em grand
91
da água, seguros em pontões flutuantes, ou Fepousando sobre
ções submarinas de concreto), a produção elevou-se de 100 Unda.
de toneladas, em 1932, a 200 milhões, em 1943, a 434 Milhões
e 526, em 1968. Sendo a necessidade dos Estados Unidos a 1967,
este último algarismo, prossegue febrilmente a prospecção so à
das reservas efetivas, 5 bilhões de toneladas, não ultrapassam 15 Cs
de explotação), voltando cada vez mais os olhares para os ta
vizinhos da América Latina e para o Canadá. A construção da dises
-lines ligando as jazidas canadenses de Alberta
às refinarias dos Ei
dos Unidos, que se acham situadas nas margens do Lago Superi ;
e no porto de Vancouver, liberou a produção
canadense, a
de 1 milhão de toneladas, antes da II Guerra Mundial, qual pessõo,
para 59 mi.
lhões de toneladas, em 1968. Mas o consumo total do continente
norte-americano é de mais de 570 milhões de toneladas.
As sociedades americanas entram em concorrência com a Shell
para a explotação dos petróleos da Venezuela. A Creole
Petroleum
Co., filial da Standard Oil, altamente empreendedora, tomou o pri-
meiro lugar na extração e na refinação do produto. As jazidas acham-
se situadas, em sua maior parte, ao longo da lagoa de Maracaibo e,
em número menos significativo, ao norte do baixo Orenoco, em
frente à ilha inglesa de Trindade. A produção venezuelana, que conti-
nuava inferior a 30 milhões de toneladas até a Segunda Guerra e era
exportada essencialmente para a Europa, ultrapassou pela primeira vez
em 1954 os 100 milhões de toneladas, para chegar em 1960 a 160
milhões de toneladas, em 1963 a 170 milhões, em 1967 a 185 milhões
e, em 1968, a 187 milhões de toneladas. Atualmente, é ela absorvida
em sua maior parte pelos Estados Unidos. A ilha de Trindade produz
9 milhões de toneladas.
:
O petróleo é explotado, no México, desde o início do século,
na planície costeira das proximidades de Tampico (região de se
Bocas e do rio Panuco), notadamente pela sociedade Mexican Eas a
filial da Shell: 22 milhões de toneladas em 1920. Em 1935 os e.
leos mexicanos foram nacionalizados, quando a produção
abaixo de 10 milhões havia us o
de toneladas. A explotação prosseguiu Ea
auxílio técnico dos Estados Unidos. Novas regiões acham-se
. no interior (zona de Poza Rica). A produção, E entre
que bo para
e 15 milhões de toneladas desde 1950, se elevou em refinarias
21 milhões de tonela
das. O petróleo bruto
dos Estados Unidos. segue para às
fexço Dar das Antilhas e o golfo do México possuem o a . co

uímEicas
Plexo mundial de refinarias de petróleo
derivadas deste produto. O principal gru e de indústrias ngo 9º
po situa-se ao
92
Jitoral do Texas e de Louisiana: Corpus Christi, Galveston, Houston,
Beaumont, Port Arthur, Baton Rouge; acha-se ligado por pipe-lines
às jazidas e por navios-tanques aos portos importadores da costa
atlântica (a ligação direta, por pipe-lines transcontinentais, estabele-
cida durante a guerra, entre o Texas e os Estados do Nordeste, pelo
sistema Big inch, atualmente é utilizada para o transporte do gás
natural). º A capacidade de refinação do petróleo venezuelano cresceu
progressivamente, após a II Guerra Mundial: as duas primitivas refi-
narias eram a da Shell e a da Standard, em Curaçau e Aruba, ao
largo da costa venezuelana. Um novo complexo foi instalado, sobre-
tudo pela Creole Petroleum Corp., na costa da lagoa de Maracaibo
e sobre a península de Paraguana (Antilhas Holandesas, 36 milhões
de toneladas de capacidade; Venezuela, 54 milhões em 1967).
Jazidas petrolíferas foram reconhecidas, e postas parcialmente
em explotação, em outros países da América do Sul: Colômbia, Peru,
Argentina. No Brasil, prossegue a prospecção na região do Alto
Amazonas, especialmente no Território do Acre. * Entre esses pro-
dutores secundários, a Colômbia é o principal (mais de 8 milhões
de toneladas). A produção da Argentina, onde a jazida de Comodoro
Rivadavia foi batida amplamente pelas encostas andinas, ultrapassa
17 milhões de toneladas: O Brasil, um dos últimos produtores apa-
recidos, extraiu cerca de 5 milhões de toneladas em 1963 e 7,8 mi-
lhões em 1968.
As reservas globais do continente sul-americano acham-se ainda
mal conhecidas. As reservas constatadas são inferiores às da América
do Norte, porém as possibilidades são, pelo menos, três vezes maiores
do que as dos Estados Unidos e do Canadá.
b) Produção do Oriente Médio. A depressão estrutural que
separa as cadeias dobradas recentes (sistema alpino) do rebordo me-
ridional do Irã, da plataforma sírio-arábica, constitui uma das maio-
res regiões petrolíferas do mundo. Atribuem-se-lhe 20 bilhões de
toneladas em reservas prováveis. A explotação foi aí empreendida
a partir do fim da I Guerra Mundial, na Mesopotâmia, no território
do Iraque e nas províncias marítimas do Irã que bordejam o golfo
Pérsico. Depois de 1945 foi estendida às costas da Arábia, na Arábia
Saudita, nos sultanatos de Kuweit e Qatar, e atualmente progride
em direção sudeste, no território de Omã.
CCC

G 28. Pelo menos dois terços da capacidade de refinação dos Estados Unidos
gp é, mais de 300 milhões de toneladas) se encontram nos Estados do Sul.
restante acha-se situado na costa nordeste do Atlântico e nos Grandes Lagos.
Atualmente, Estado do Acre. (N. do T.)

93
“> rodutor foi o Irã: 1,7 milhão de toneladas
O dos em 1930; mais de 10 milhões no início da Seg
920; 2 30
Guerra; milhões em 1950; pro dução interrompida no fina q;
iência do conflito entre O Estado iraniano e à Anglo.
1951, em cond
' n Co: retoma
mada em 1955, elevada a 26 milhões em 1956, à
, se .

196 e a 141 rilhões em 1968, As Jazidas


«ximas hões aoem litoral0, do golfo Pérsico, estando
certo DA 50 mil liga or
o a Ta e à refinaria de Abadã (com Tan do
o para 25 milhões de toneladas). O segundo produtor foi
o Iraque, explotado por uma companhia que reunia, em partes iguais,
as sociedades americanas Standard Oil e Socony Vacuum, a Shell
a British Petroleum e a Compagnie Française de Pétroles. Até 1950,
a produção achou-se limitada pela possibilidade de escoamento desse
pipe-line com dus extremidades, de Kirkuk e Haifa e Trípoli (4,5
milhões; 6 milhões de toneladas na taxa máxima de compressão).
A duplicação desse oleoduto e a instalação de uma nova canalização
levando a Banyas permitiu que a produção passasse de 60 milhões
em 1963 e ultrapassasse os 70 milhões de toneladas em 1968. As
ilhas Barém, igualmente explotadas desde o primeiro quartel do
século, fornecem apenas 3,5 milhões de toneladas.
A brusca elevação da produção do Oriente Médio está ligada
ao aumento muito rápido da extração na costa da península árabe,
ao longo do golfo Pérsico: Arábia Saudita, 8 mil toneladas em 1937;
27 milhões de toneladas em 1950; 60 milhões em 1960; 80 milhões
em 1963; 140 milhões em 1968. Kuweit, 800 mil toneladas em 1946
(primeiro ano de explotação); 17 milhões em 1950 e 120 milhões
a 1268. 2 A península de Qatar, que produz 15 milhões de tone-
emtanto1968). margens de Omã (Abou Dhabi, 25 milhões de toneladas
pot pas oferecer em curto prazo uma contribuição impor-
si próprias * ; prio: As companhias americanas reservaram para
Petroleum a ução da Arábia Saudita, tendo-se associado à British
para a do B ç d explotaçã do Kuweit, e os dois grupos ingleses,
arém. Os ingleseso controlam
Qatar.
Todas as
embarque, Oo pa jazi Ê
acham-se ligadas por pipe-lines aos cais de
a ”
diretamente liga oço
sos petrolíf: eros da Arábia Saudita, por sua parte, S&
ransara bian e ) 8 Medite rrâneo nopeloporto nado T.AL
pipe-line denomipodend
duzir 20 milhões de E po TRiia de Saida, o asd

construídas as !
A e -

Próximo às ias! Margens do por ano, Foram


foo Pérsi st 2 “Tanura):
cedendo a zidas árabes de a co ( (Abadã, Barém, o
E Ras E E
stalações
29. Ma mman e Abquig; existem mn
—““S'à Zona neutr a E
94 do Kuwait — 25 milhões de toneladas.
menos importantes sobre a costa mediterrânea, na saída dos prin-
cipais pipe-lines. Porém, a progressão da produção (19% nos últimos
dez anos) é mais rápida que a da capacidade de refinação; cerca de
3/4 do petróleo do Oriente Médio é expedido em bruto e conduzido,
seja diretamente, seja através das escalas do Levante, por navios-
tanques até às refinarias européias.
c) O sudeste asiático. Na história da economia petrolífera o
sudeste asiático ocupa um lugar privilegiado graças à produ
antigas Índias Holandesas, iniciada nos começos do século ção das
: 1.6 mi-
lhão de toneladas em 1913 (5.º lugar no mundo), 10 milhões em
1938-1939. As transformações da estrutura política, que se seguiram
à guerra, abriram uma crise que hoje está superada. A produção da
Indonésia atingiu de novo 10 milhões de toneladas em 1954 e cresceu
regularmente desde então: 20 milhões de toneladas em 1960 e 30
milhões em 1968.
Os poços de Brunei (Bornéu britânico) fornecem 4 a 6 milhões
de toneladas, Pensa-se abrir novos poços em Bornéu e Nova Guiné.
Em contraposição, a produção da Birmânia interrompeu-se quase que
totalmente (1 milhão de toneladas por ano, antes da II Guerra Mun-
dial; algumas dezenas de milhares de toneladas, depois de 1948).
O Japão é, ao lado da Austrália, o principal comprador do petróleo
da Indonésia e do Bornéu britânico.
d) Produção da União Soviética e das democracias populares.
A explotação do petróleo foi empreendida, no começo do século, na
região do Cáucaso, sobretudo em torno de Baku, por pequenas em-
presas privadas e pela Shell. A produção do Império Russo, em 1913,
eleva-se a 9 milhões de toneladas. Importante porção da nafta em
bruto era exportada pelo porto de Batum, sobre o mar Negro, ligado
Por pine-line a Baku. Enquanto a indústria soviética não se encontrou
em condições de fabricar o material necessário à prospecção, às son-
dagens, ao transporte e à refinação, foi muito lento o crescimento da
produção: 14,5 milhões em 1929, 30 milhões em 1940, 35 milhões
em 1950, depois da restauração das instalações destruídas durante a
guerra (Maikop). Ela se acelerou a partir de 1950; 70 O
1955, quase 150 milhões em 1960, 200 milhões em 1963, e
em 1968.
, As regiões petrolíferas tradicionais: Baku, às E riem
na
Cáspio, ao sul do Cáucaso (República Federada do Azer + PA
€ Daghestan, ao norte do Cáucaso Oriental,
é dpi pira ao
norte do Cáucaso Ocidental (tendo esta última jazida um Pr e
mento na península de Kertch) dispõem de 1/4 das ag c a
cidas (Baku forneceu mais de meio bilhão de toneladas, entre

95
e 1940) e fornecem pouco menos de um dé E
Cimo daqueprodu SãO atua
O essencial da produção é fornecido pelas jazidas
equipadas há já 20 anos (com exce : ENCOntram
ção da pequena
lícia, na Ucrânia Ocidental, Boryslav): Segunda Di RO da Ga.
bacia do Kama e do médio Volga, a leste de Kuibychey cr jazida da
nas colinas da Pré-Urália Ocidental, até Volgogrado, o E Saratoy,
por pipe-lines e por vias férreas às refinarias do Volga ( Tod Eadas
gás Saratov-Moscou); ao sul desta jazida encontra-se a de Ft
ligada poror. pipe-lines ao porto de G uriev, sobre o mar fls
Cáspio, e ao
norte a jazida de Ukhta, na bacia do rio
Petchora, ligada a Molotov
sobre o alto rio Kama. Jazidas de menor imp
ortância acham-se disse-
minadas pelo restante do território: Fer
ghana, na Ásia Central;
Nephtedagh, Nebit-Dagh, no Turquemenistão (fre
nte a Baku, na mar-
gem oriental do mar Cáspio), e Sacalina; nova
s bacias estão sendo
explotadas na Sibéria ocidentalde
, Tioumen a Berezovo.
No norte do China têm sido efetuadas, de algum tempo para
cá, numerosas sondagens. As mais importantes reservas deste país
acham-se situadas em regiões de acesso difícil, no Sinkiang. A pro-
dução de 1968 foi de quase 10 milhões de toneladas.
Duas repúblicas populares européias são importantes produtoras
de petróleo: a Romênia e a Hungria. Produções significativ foram
obtidas na Tchecoslováquia (Morávia e Eslováquia) e na Albânia.
4 produção romena, empreendida por sociedades estrangeiras, entrara
em declínio a partir de 1936 (máximo alcançado: 8 milhões de to-
neladas em 1936), devido à insuficiência dos investimentos e dos
trabalhos de prospecção e de sondagem de novos poços. Desde 1953,
atingiu ela novamente o índice recorde de 1936, graças ao auxílio
técnico da União Soviética. A produção romena ultrapassou ligeira-
mente 11 milhões de toneladas em 1957, chegou a 12 milhões em
1963, e atingiu 13 milhões em 1968. Os poços húngaros, situados ,
oeste do lago de Balaton, ligados por oleodutos às refinarias aee
lizadas às margens do Danúbio, perto de Gyor, fornecem quase
lhões de toneladas por ano (Albânia, um milhão de toneladas).3 mM
€) Problemas petrolíferos da Europa Ocidental. O coeur o
dos Paises da Europa Ocidental constitui a segunda zona de apa
rá Petróleo no mundo, em ordem de importância, depois dos ee
e tone JO, CORRUMO anual de produtos petrolíferos beira 200 milh dro
j
adiante), às, € a capacidade de refinação é semelhante (qua

de tone
“etaPro dução dessaaprpart
das, ou seja oxiemad
doamemun
ntedo 8%é dado ord em de 15
consumo: Alemantêo
96
erto de 8 milhões de toneladas (especialmente na baci do Ems);
2,7 a
países Baixos,2 milhões; França, cerca de
As pesquisas em curso de realização permite
revisão do crescimento dessa produção, o a dit o i
ficá-la (regiões interessadas: na França, Lacg, Saint-Marcet na
explorada pela Administração Autônoma dos Petróleos da Aquitânia
e a SNAP, Parentis, no perímetro pertencente à Esso, Petite Camar-
gue, Ille-de-France etc.; na Alemanha e nos Países Baixos, a planície
de Ems e a Drenthe; na Itália, o sul da planície do Pó e a Sicília)
Acrescente-se a isso importantes produções, suscetíveis de sofrerem
rápido crescimento, de gás natural: mais de 10 bilhões de metros
cúbicos na Itália, 6 bilhões na França, 14 bilhões nos Países Baixos
e 13 bilhões na Alemanha.

CAPACIDADE DE REFINAÇÃO DA EUROPA OCIDENTAL


EM 1953, 1960 e 1967
(em milhares de toneladas)

1953 1960 1967

inda 28.405 42.700 78.215


Esra-Bretanha ===
ed 25.555" 37:40 80.125
Eiiça 2a 110.180
Wai ES ER. 18.750 38.700
Pies DO sir 11.550 20.000 32.455
9.170 38.000 86.030
Alemanha Ocidental ...........
4.425 6.000 17.265
NS SSD use ns
5.185 10.200 20.000
Outros países ..... Ra
103.040 193.000 424.270
TRE ST.

con tin ua a ser eno rm e, se nd o compensado pelas


O deficit atua l antes
ões, em gran de part e feita s na A mérica (Venezez uela),
impo rtaç no Oriente Médio, hoje em
ra Mund ial, e prin cipa lmen te
da II Guer se elev ou a 40 milh ões de toneladas em
dia. A contribuição do Saar a
ilhões v i A ali a e 16 milhões cpdaelacLíbtiia.s
196 das s quaisquai
3, 1968, 24 milh õe s vi nd as da Arg éli D O
-
Em DS, esta produção ti
ão tinha chegado à 175 1/>
125 milhõ es fornecidas pela Líbia e 50 milhões pela Argélia. capa-
rtad or esfor çou-s e para desenvolver a sua terna-
Cada país impo ades petrolíferas in
m o auxílio de socied
cidade de re fi na çã o co
s na ci on ai s, a fim de reduzir as

d
om base em investim ento divisas correspondentes. Em
despesas de aquisição e a perda das
geral, o equipamento foi ex
ecutado acima do
nacional, não ap enas numa previsão do
,

O Produto
a
realizadas M terceiro
em escala EXcepcional
Esta disponibilidade
de um material de
rências atuais e a pressão dos trustes petrolíferosref inação acima das :
, desejosos de ie
tar suas vendas, contribuem para a intensificação da
feita pelo óleo combustível c
ao carvão, nos mercados
Ocidental,

3. A mobilização das forças naturais


O
consumo de combustíveis minera
pelos novos processos de mobili is tende a ser substituído
zação de energia, baseados na
zação das forças naturais atuant utili-
e s ou em potencial. Tratou-se, inicia
mente, da modernização das l-
formas tradicionais de utilização da po-
tência cinética das águas e
do vento (os moinhos antigos), através
da transformação da energia
produzida em corrente elétrica.
Teoricamente há três formas de energia
utilizáveis: água cor-
rent e, as marés e o vento. Praticamente, porém,
dores e óleos os gera
constituem mais uma curiosida
de — sendo, de preferência,
de interesse local — mais do que uma fe
mente, de produção de energia. Ainda forma gene rali záve l, atu vá
não foi ultrapassado o Ed
experimental no estabelecimento de usinas
que aproveitam pes
das marés. Portanto, é som
ente a água corrente que,
geográficas e técnicas diversas, for nece corrente elétrica sobindepee EPA
temente das condições locais. Segundo n Eae
os diferentes países, àEs e
da produção de corrente elétrica
de
em proporção à da transformação deoriener
gem cinética é maior ou nte da
gia térmica, procede
combustão de produtos
minerais, 30,
Atualmente, “e
se a utilização
= Ê a . a erma-
nece no domínio da energia solar e cósmica P
exper imental, o aproveitamento da en E
ja nucle ar
na concorrência erg E
para a produção de energia
Ê é A uase se

tornando uma realidade. industrial


Trata-se de converter em o Alétrica
Uma part e da alta temperatura que acompanha energi da,
a fissão
=
P
rovoca

E eg

que 30,
em |É demasiado
: E
evidente » para que seja
e
seas re € ss
e fato;
Produção dr Valanço das disponibilidades energéess nec ário insistir so» totalizar *
MesmoSãoquando
da Corrente hidre étri tic as só se a energ! à,
ica com as demais formas de produç
E ução de
uma parte dessa energia é convertida em corrente é létrica-
98
mas retardada, do núcleo do átomo do urânio ou do tório (um pro-
cesso diferente do fenômeno provocado pela explosão da bomba atô-
mica OU pela produção “
de energia em um reator). É, portanto 2 sob
a forma de energia elétrica que são introduzidas no consumo industrial
as novas formas de energia natural, mobilizadas pelas técnicas mo-
d ernas.O consumo mundial de corrente elétrica aumenta
muito rapida-
mente nos mesmos moldes geográficos que o de todas as formas de
energia industrial. Em 1925, a produção mundial era da ordem de
200 bilhões de quilowatts-hora; ultrapassou atualmente de 4.000
bilhões de quilowatts-hora, porém trata-se, em larga proporção, de
uma mutação dos empregos de energia. A produção da energia hidre-
nte,
létrica representa apenas, aproximadame um quarto da produção
total de energia; e, apesar da amplitude dos trabalhos recentemente
realizados, não melhorou em sua colocação, em relação à da energia
elétrica resultante da transformação da energia térmica produzida pela
combustão do carvão e da linhita, em alguns casos, e de produtos
petrolíferos (óleo combustível) e de gás natural, em outros. Em con-
segiência, a produção suplementar de energia devida à construção
de hidrocentrais cresceu, em menos de 40 anos, perto de oito vezes.
A produção de corrente elétrica de origem hidráulica — isto é, suple-
da no mundo.
mentar — é da ordem de 30% da energia consumi
1. 4 produção de energia elétrica. A produção e o consumo
da energia elétrica acham-se determinados por duas características
específicas: a impossibilidade prática de armazenamento da energia
elétrica, a qual deve ser produzida no momento em que é necessitada,
e o rápido aumento do preço da energia entregue proporcionalmente
à distância a ser percorrida entre a central produtora e a usina con-
sumidora até um limite além do qual todo transporte torna-se prati-
camente impossível (1.000 km) 3!. Esses dois fatos explicam a estru-
tura que se teve que estabelecer para assegurar uma distribuição de
energia de acordo com as necessidades verificadas no espaço€ DO
um potencial hidráu-
tempo. A corrente fornecida pela mobilização de
pot a
lico só pode ser utilizada em um local ou perímetro restrito,
é nos limites
fonte de energia não é transportável e a corrente só o
na medida
apontados, Dispositivos especiais devem ser introduzidos
O possível para permitir regular a produção a partir da demanda.
idáuli
« tados da s reservas de energia hidr ca de-À
ade:
Pais es demasiado ado afas
em suas necessidades de consumo de €
v
Neem recorrer,
a '
31. Os trans portes a É : fetuam por linhas de alta tensão
inda a
grande distância se efetuam P
a instalação de linhas com 600.000 volts e a possi EE
bia 0000 volts.
transmissão de corrente contínua. à

99
transformação da energia produzida pelos combustí
reciprocamente, as reservas em potencial por demaveis minerais: e
is afastadas das
zonas consumidoras permanecem inexploradas durante
j : : um perí odo
variavelmente longo, até que sejam criados sistemas regionais de uti-
lização.
A distribuição da produção de energia elétrica acha-se calcada,
grosso modo, sobre a da economia industrial. Ela testemunha,
regio-
nalmente falando, uma relativa independência e uma faculdade cria-
dora de novas zonas de implantação industrial. Continuam inexplo-
radas as maiores reservas em potencial de energia hidrelétrica, afas-
tadas dos grandes centros de indústrialização: bacia do Congo,
Alto Nilo e do Zambeze, na África; o conjunto dos grandes rios que
descem das zonas elevadas da Alta Ásia, na Sibéria, Extremo Oriente
e Índia, e a rede hidrográfica das cadeias de montanhas que orlam
o oceano Pacífico, na América do Norte. Acredita-se que somente
a bacia do Colúmbia, no Oeste dos Estados Unidos, possua uma
capacidade de produção de mais de 150 bilhões de quilowatts-hora,
ou seja, uma vez e meia a produção hidrelétrica atual dos Estados
Unidos. As reservas da África Central e da Ásia constituem dua
fontes aproximadamente iguais, avaliadas em, pelo menos, 500 bilhões
de quilowatts-hora cada uma 32, A energia hidráulica mobilizada re-
presenta apenas uma fraca porção das possibilidades, haja vista a
discordância existente entre a distribuição dos locais de consumo e (
das reservas. Entretanto, a mobilização da energia hidráulica pode
engendrar novas zonas de industrialização e, antes de tudo, de pro-
dução de energia industrial, nas proximidades das regiões já equi-
padas com base no carvão, desde que ofereçam possibilidades de
explotação vantajosa; ou, então, trata-se de um complemento e de
um alargamento das zonas industriais anteriormente estabelecidas: o
equipamento elétrico dos Alpes, na Europa. Também pode ocorrer
a criação de regiões industriais satélites, demasiado afastadas dos
antigos centros para lhes transmitir energia, embora trabalhando para
eles e sob o seu impulso técnico e financeiro e empregando a corrente
elétrica barata de que podem dispor: caso da Escandinávia, do vale
do Saguenay, no Canadá, e do vale do Tennessee, nos Estados Unidos,
do sistema de Angara, do lago Baikal, e do Ienissei, na União
Soviética.

32. A. N. VoznEssenNskII e P. A. TERMAN avaliaram a capacidade total


teórica de produção hidrelétrica da U.R.S.S. em 1.700 bilhões de kwh, à razão
de uma utilização de 50% das reservas das quais em potencial 83% para bene-
fício da parte asiática do território da União.

100
Mais lentamente do que se esperava no final da Se gund
a Guerra,
as centrais nucleares começam a atuar sobre o merc ado de energia
elétrica. Em 1968, a produção de eletricidade de origem nuclear s
aproximava de 50 bilhões de kwh, dos quais 40% eram fordiddio
pela Grã-Bretanha, 30% pelos Estados Unidos, 20% pela União
Soviética e O resto pela Itália, a França e o Japão. As centrais que
estão sendo instaladas modificarão esta distribuição em um futuro
pem próximo, além de aumentar sensivelmente a produção. Países
subdesenvolvidos da África e da América do Sul estão construindo
centrais como concurso das grandes sociedades eletrônicas européias
e norte-americanas.
Paralelamente, cresceu a demanda de urânio. O mapa da distri-
buição das reservas conhecidas e da produção, porém, varia de um
ano para Outro, pois as prospecções estão sendo feitas em toda parte
e os investimentos nesse setor têm grande mobilidade. Reservas muito
importantes foram assinaladas no Canadá e nos Estados Unidos. Na
Europa, a Suécia, a Espanha e a França parecem ser os países melhor
dotados do mineral.
Em 1966, a produção mundial atingiu pouco menos de 20 mi-
lhões de toneladas de óxido de urânio, cabendo aos Estados Unidos
40%, ao Canadá 16,5%, à República Sul-Africana 14%, e à
França 10%.
Tipos de centrais hidrelétricas. As usinas elétricas acionadas pela força
hidráulica diferenciam-se com base em dois critérios: a importância respectiva
da mudança de nível e do volume da água deslocada e o regime de escoamento
e a importância dos dispositivos de regularização deste regime. Com base em
uma simples diferença de níveis, podem ser citadas: a ;
1. As usinas de alta queda, que utilizam um pequeno débito, projetado,
de uma altura de várias centenas de metros, sobre as turbinas, seja em uma
única queda (até 1.500 metros pelo menos), seja em um conjunto de quedas
“omportando uma cadeia de usinas funcionando em série. aa
2. As usinas de média queda, que mobilizam um débito bem mais Impo:
sobre um desnível de 20-30 a 200 metros. R
: 3. As usinas de pequena queda, onde a importânc ia das maad ssas de água
e resultante
“Presada acima das turbinas é bem maior do que a força de gravid
um fraco desnível. xpressa em cavalos-
var Podem-se instalar usinas equivalentes cuja potência é € ui lowatts, atraves
de diy Ou, mais fregiientemente, em quilovolts-ampêres c desníveis. A usina
Yersas combinações compensadoras dos débitos .ulação forçada de mais
de 1.000, Noru ega, desenvolve , ao cabo dede uma tu kw.
160.000 de pese ans,
20000na
Trova Metros de desnível, uma potência ispõe d
a àYere, com uma mudança de nível de apenas 105 metros, dispõe
enquanto a de K o a qued ' os
A embs, enfim, com um algarism
da Potência
el,
de 140.000 kw. A significação econômica “oolência 1
de acordo com a possibilidade de io com dois ritmos que
varia de à de maior eficiência
Se Superpó decorrer do ano. O consumo E sina
dem: o diário e o das estações do ano. AU
101
é aquela que pode regular sua produç
sendo a corrente elétrica armazenável ão indsobre as var me
ustrialmento OSS
pode ser mediado se se puderem constituir , E
reservas dee ' à proven
Este inç Cc
Não
suficientes, não apenas para atend er
à um momentân agu a ten
como também para contrabal ançar as irregularidades
z

oa do
e

Somos ento das estas Orem


levados, portanto, a classificar as Usinas com h Tegime py for eTdas,
de estoque: centrais lacustres, centrais de represa cent dse
em g a capa fico,
As primeiras dispõem de uma reserva de água suficient
"ais de águas co ade
sazonária (Tignes-Les Bréviêres, La Girotte
Franceses; Bort-l » Sob ret udo , o $ Para í
Tegularizar gyFen tes,
es-Orgues, no Mac
iço Central Francês Ponçon aZão
As centrais de represa podem armaze Grim sel,
À
na Suíç,
» Nos
“Mes
nar água duran E
o dia, ou durante os dias feriados para sá nos dias PA
a
armazenagem pode alcançar 400 horas de utilização. As cent duras USá-la
não possuem reservas; seu ritmo de aa rais q Capacidade de
Oscila entre os e

ções naturais de alimentação do e conduçã À


rio. O problema é e io
diferentes climas. Na Europa
Continental, Por exemplo, uma
de água corrente teria um rendiment ce
o muito Pequeno, enquanto Ntral elétrica
ou Ródano, seria bastante rentável sobre o Reno
. A Valorização econômica do Volg
reria a construção de reservatórios a re
que conservassem a massa de água ado
niente dos degelos para os meses
do verão e, mesmo, para o inverno segui
As combinações entre os tipos de usin nte.
as, classificados de acordo com a
importância dos desníveis e das disponibilid
ades
portanto, variáveis segundo os países, ou, mais exat em água armazenada, são,
amente, com as características
hidrológicas de cada país. Na Europa Ocidental, as usin
as lacustre
mente, de alta queda, algumas de média queda; e as de represa s são, geral.
são de média
queda (Aigle, sobre o rio Dordonha; Sarrans e Brommat, sobre o Truyêre;
Genissiat, sobre o Dódano).
As usinas de zonas planas, com canais de derivação, como as de Kembs,
de Ottmarsheim no Reno, de Bollêne no baixo Ródano, são usinas de Era
corrente de grande potência relativamente constante, em virtude da regulari
de sua alimentação.
sativa
As usinas hidrelétricas distribuem-se através de uma a
bastante grande, desde as pequenas centrais nas altas montanhas, s centenas à
de dimensões ainda menores, de equipamento rural E A dos Estados
poucos milhares de kw de potência), até os gigantes Pa 000 é 2.000.000 de
Unidos; Grand Coulee, Bonneville no rio Columbia a - olgogrado, Bratsk,
quilowatts), e do Volga: Kuibychev, mais de 2.000.0 Ilha Soltei
no Para
ra?
no Angara, Krasnoiarsk, no Ienissei, mais de 3 puras do baixo Congo
(em construção), 3,4 milhões. Cifras mais elevadas lização por ano,Eh pr
A produção é, geralmente, de 4 a 5 mil horas de utilização Bh pqp|
uma produção de 500 milhões de quilowatts-hora, amo mecanismo: à dn,
kw de potência disponível. Em todos os casos é O rip velocidade 08
da água sobre as pás das turbinas faz girar com E) j
-alt ernadores (dínamos geradores de corrente a AN ps produ?
As centrais térmicas, Possibilidades de una corrente elétr
zação de nov ica ante e
as fontes de energia. A maior parte vio dispositivo Aa pela com
mundialmente é fornecida por centrais térmicas, € caldeiras, aqueci pressão Ke
Ples. Água qui
bustão de carvãomicame
tritnte
pura é vap
urado, ou de orizad
linhita
a nas * e enviada sob, conde
ou Óleo, é Corendidoé E caldei
as turbinas acopla
das com os alternadores. O do envi
resfriado em refrigeradores à base de água € "quvial eo
As comodidades da entrega do carvão por via
água pelos refrigeradores impõem a presença das centrais térmi cas à margem
dos rios, ribeirões e canais,
Toda fonte de calor pode ser integrada nesse processo e, sob essa form
concebem-se diferentes possibilidades de construção de centrais atômicas a
os rendimentos sejam muito fracos, em relação ao potencial teórico pois o
urânio bruto contém apenas 0,7% de material físsil, e devido à dificuldade de
recuperação do calor desprendido, a relação energética entre carvão e urânio
natural é de 1 a 10.000 (20.000 kwh por kg). A central nuclear acha-se, assim
libertada de toda e qualquer servidão em relação à localização da exploração
de materiais físseis, e o será mais ainda quando tiverem resultado as pesquisas
no sentido da utilização da água pesada como fonte de energia (fusão no núcleo
de hidrogênio pesado, ou deutério, a temperaturas de várias centenas de milhões
de graus). Em contraposição, continua subordinada à possessão de uma técnica
muito adiantada, e a grandes capacidades de investimento. Os preços de custo
foram avaliados, em 1957, nos relatórios da Ccmissão do Euratom, entre 0,35
e 0,50 F o quilowatt-hora; pelo diretor do Instituto de Pesquisas Atômicas de
Harwell (Grã-Bretanha), em 0,25 F.
As técnicas acham-se em evolução constante. As primeiras centrais perten-
cerão a dois tipos: as do primeiro tipo (Marcoule, na França) exportam urânio
natural e têm como subproduto recuperável, no fim do ciclo (ao cabo de 15
a 20 anos), o plutônio, que é empregado como material estratégico. As do
segundo tipo, especialmente as dos Estados Unidos e União Soviética, empregam
o urânio enriquecido, contendo uma percentagem mais ou menos elevada de
urânio BCE, isótopo inteiramente físsil do urânio natural. O enriquecimento re-
quer um forte consumo de corrente elétrica, que figura como investimento
elétrico para os ulteriores processos de produção. Procuram-se os meios de pro-
vocar, ao mesmo tempo que a fissão dos materiais naturalmente físseis do
urânio ou do tório, a progressiva transformação de uma parte das matérias não-
-físseis em físseis, no próprio processo iniciado no interior do reator — a cha-
mada operação de breeding ou surgénération. Nestas condições, confundir-se-iam
os dois tipos. Apesar da incerteza em relação às técnicas mais avançadas, a
maioria dos Estados econômica e tecnicamente mais desenvolvidos colocaram
em prática um programa de equipamento nuclear, embora os objetivos quanti-
tativos tenham sido alterados várias vezes. Excluindo a União Soviética e os
Estados Unidos, os países mais empenhados nesse programa sãoa Grã-Bretanha
e os países escandinavos. A Itália também decidiu construir três centrais, uma
no Piemonte e duas entre DA 4 As duas primeiras usinas francesas
são as de Marcoule (Gard) e de inon.
vêm até o momento presente da África Central e
Os materiais Rea
Austral, da América do Norte (Canadá e Estados Unidos), da Austrália, da
U.RS.S. Na Europa Central, a França ocupa uma situação privilegiada (Maciço
Central e Vendéia). De um modo geral, os embasamentos e maciços antigos
são uraníferos. ee : i
Os processos atualmente considerados de utilização das msittuagro
atômicas e de regeneração do combutsível permitem considerar a mo o seda
de Jeservas de energia dez vezes superiores às que podem oferecer as
conhecidas do carvão e petróleo. : à
Os ingleses estão particularmente avançados no domínio das pesigindar ais
a fusão do núcleo do deutério da água pesada. A água do mar era sua
"prima... =
Redes e interconexões. A escolha de um sistema de a a
é determinada pelo preço de custo, em dado memo o longos
longos p' prazos
mais
produzir. As obras que exigem maiores investimentos € os
103
de amortização dos capitais investidos s ão as de
létricas, porém, uma vez amortizados e sses C
apitais,:
gratuita e alimentada por um recurso nac a Produção
i onal Mes çã
mais rapidamente construída e com men Ores gotávável, o jé4
d A Usius;na
hidrelétrica de potência equivalente, comporta, esempesacom
s, em re
laçã ã O n
à o ent
ur TMica
despesa de explotação; esta última parece ter sido Cond NÃO, Po is
mínimo técnico com um consumo mínimo de 400 ed pu atualmen DNStang k
de um quilowatt-hora, nas mais aperfeiçoadas instalaçõe vão
gráfico teórico, considerado como favorável ao desenvolvi Em meio
quanto de outra forma de produção de energia, a escolha Mento tanto de Seo.
térmico e o hidráulico procede da taxa de interesse monetário O Equipament
o
lidade de capitais a ser investidos a longo prazo
e do tipo de as e da isponibj.
(a curto prazo ou por planificação de longa duração). Tência Econômica
Aliás, esta escolha
é orientada naturalmente pela distribuicã
das condições físicas do equipamento hidrelétrico e das ;
jazidas dos coBosráfica
minerais. Às regiões mais favorecidas
quantoàs condições para um equipameno
hidrelétrico são as que gozam de um reg
ime pluviométrico regular e abundante
além de fortes desn íveis ligados à presença de lagos naturais ou de vales de
montanhas fácis de ser barrados: regiões de
(Canadá, Escandinávia, Alpes Ocidentais), regirele vo glaciário e clima marítimo
ões equatoriais com relevo menos
favoráveis, a Ásia das monções. Os grandes rios oferecem possi
vulto, sob a reserva, entretanto, da existência de condiçõe
bilidades de
s financeiras e técnicas
para a realização de obras consideráveis, por exemplo: o planejamento do
Ródano, do Reno, do Dnieper e, com mais fortes razões, o do Volga,
As reservas de energia hidráulica mobilizáveis em cada país são avaliadas
em função de um máximo realizável tecnicamente, no momento da avaliação,
e de um máximo definido pelos limites da rentabilidade dos capitais a ser inves-
tidos, em sua mobilização, em consideração de uma política financeira rr
nada. No caso da França, esses dois máximos foram fixados, antes de 1950, é
100 bilhões e 40 bilhões de quilowatts-hora. En
O preço de custo do quilowatt-hora pode variar, na proporção Norriand
10, entre as regiiõões maisi dotadas pela natureza (vale do Seguenay
cisdgpe, iNor
sueco, onde as águas, bem distribuídas através do ano, ri pela
naturais facilmente transformáveis em barragens, sendo EE as barragens
natureza em reserva nos lagos glaciários) ou as regiões on Apr para es
detenção muito dispendiosa devem ser construídas com apare Africa do Norte)-
coamento de materiais sólidos (Alpes Franceses a aà qualidade
O preço do quilowatt-hora térmico, que também a E do quilowat
i ões e o preço dos carvões consumidos, é Pd as muito favoraY de
“hora hidráulico obtido nas regiões de condições hidrá ps grandes
obrm
e inferior ao da produção dos aparelhamentos regionais tt-hora fornecido Pi,
engenharia em curso de amortização. O preço do O dever ser
tipos de centrais atômicas atualmente realizáveis não P tência
superior ao do quilowatt-hora térmico médio. teórica entro 8 Eomicas
A cada zona climática corresponde uma relação entre centrais “e igri
naturais e sua política financeira. As interconexões asseguram
e hidráulicas, realizadas por redes nacionais ou regionas, resultar das “E aço
buição norm diminuindo as irregularidades que possa idrocentre mo cor
cíclicas ou al,
sazonais da pluviosidade e da alimentação das, h sob um às
à utilização das centrais térmicas no momento opor E potên o
veniente. entre * cima Q
ca eirô
- 42 cada
instalada das zona climática corresponde uma relação, teór do tal mer
usinas hidráulicas e a das usinas térmi
ossa ser assegurada uma distribuição de energia const “
dn
olveram sua produção hidráulica sem seinstalad ae tan , iaado desen-
apon-
racional da potência a traz um desenvolvimer
iada. O emprego do ano, utilizando o sitednaia da É
das
formas de atividade presas às estações o
do ano, além da E
nibilidade de corrente durante uma determinada parte PESUEGNO
exigida pela atividade econômica e social permanente.
Os transportes de energia durante muito tempo se limitavam a distâncias
curtas em consequência das perdas importantes ocorridas no caminho. Gra
à utilização de tensões mais elevadas — 725.000 e 800.000 volts no Can
e na União Soviética — foi possível superar a marca dos mil quilômetros, que
,
ficou longo tempo intransponível.
Podem ser distinguidos três tipos principais de combinações, enquanto nume-
rosos casos particulares classificam-se nas categorias intermediárias:
1. Os países abundantemente providos de combustíveis minerais pobres ou
muito pobres em reservas hidráulicas, cujo equipamento é essencialmente de
corrente térmica: Grã-Bretanha, Bélgica.
2. Os países pobres em combustíveis minerais, mas que dispõem de reservas
hidráulicas importantes, explotando-as:
para suas próprias necessidades técnicas e para o uso do mercado na-
cional;
em
b) como fonte de renda suplementar, utilizando a corrente elétrica
Suíça; b, países
indústrias que trabalham para o mercado internacional (a, Itália,
Canadá). Tais países possuem frequentemente atividades indus-
escandinavos,
larmente nos Alpes.
triais sazonárias, utilizando os cavalos-vapor do verão, particu
3. Os países que dispõem , ao mesmo tempo, de combustíveis minerais e
térmicas e hidráu-
de reserva hidrelétrica, nos quais a distribuição das centrais
e financeira no decorrer
licas depende das circunstâncias da evolução técnica União Soviética. As
das diferentes fases de seu equipamento: Estados Unidos,obras de planejamento
as
centrais térmicas sobrepujam as hidráulicas, porém investimentos, tanto mais
hidráulico podem atrair, presentemente, consideráveisas melhorias trazidas simul-
assegura
que a sua rentabilidade conjuga-se à que dos solos e de irri-
às condições de navegabilidade, de conservação
taneamente
gação. ento elétrico, a fim de enfrentar
Todo país pobre que empreende seu equipam
reservas financeiras, constrói inicialmente
necessidades urgentes com escassas condições naturais mostram-se favoráve is
centrais térmicas, mesmo quando suas puder abordar a nohilização de pass
a um equipamento hidrelétrico. Quando as obras = maisS apra
derá, em primeiro lugar,
recursos hidráulicos, empreenrapidam ar À puscja g qn
aptas a mais ente apresent )
se mostrem obras de equipamento uvi
d'água. As grandes poderosa
das altas quedas
: de água só sã emp reendidas: pelos países
5 são AR
de grandes reservat órios
de investimentos.
mente industrializados, com fortes disponibilidades
; a i 0% da
da praça
2. A distribuição geográfica maio rá
eletricidade produzida no mundo dio 3.500 bilhões de
a do Norte: >.
na Europa, União Soviética € Améric
quilowatts-hora. m mais S de 840 bilhões,
E
id en ta l en tr a ne st e tot al co
A Europa Oc s da Eu ro pa Cu br a id gre si ae di
e as e p i c Popu la re
se ni ti da me nt e ind ivi as bilhões de q na
750 bilhões. Ac ha m-
íses es candinavos
produção hidrelétrica: pa
AMÉRICA DO SUL
32
15
3
——

82
CAPÍTULO HI

A PRODUÇÃO E A COMERCIALIZAÇÃO
DAS MATÉRIAS-PRIMAS

A expressão matéria-prima significa o conjunto das substâncias


brutas necessárias à elaboração, pelo trabalho industrial, dos objetos
fabricados. Cada série industrial específica — indústria metalúrgica,
têxtil, alimentar — tem suas matérias-primas próprias. O problema
do acesso às matérias-primas, da sua aquisição e do seu transporte é
fundamental para cada tipo de indústria.
A definição e a lista enumerativa das matérias-primas compli-
caram-se, no decorrer dos últimos 50 anos, em virtude da diversi-
ficação dos fabricos e das necessidades e, ainda, devido ao papel cada
vez mais importante da indústria química como agente de mutação
das propriedades industriais de matérias minerais ou orgânicas. Ao
mesmo tempo que se alonga a lista dos produtos indispensáveis às
indústrias, complica-se a noção de matéria-prima, pois a diferenciação
dos fabricos de produtos semimanufaturados desempenha
o papel de
seda Para numerosas indústrias diferenciadas, a po
Md pais madeira, polpas vegetais, carvão, petróleo, Ea
nat fo enda vez mais elevado de indústrias natiso
criminatório de” Produtos resultantes de um primeiro dis-
o,
matérias-pri e. WIM produto de base, o qual, dessa maneira, ong?
madeiraré * ds
ai de indústrias de caracter muito diferent
ísticasicas muito
cteríst d do es.papel
das indústrias têxteis Na-prima fundamental da indústria « s bem
como das indústri que utilizam fibras vegetais ou sintética bruta.
às que empregam diversos tipos de madeira
110

À JS en pior ENE Sa E
o petróleo e os gases naturais, independentes de seus empregos como
fontes de energia, constituem matéria-prima da indúst ria da borracha
sintética, de matérias plásticas, de fibras sintéticas, de
toda uma série
de indústrias têxteis, portanto servindo ainda do no
mínio estrito da
indústria química diferenciada para a fabricação de p rodutos de varia-
do emprego. Fato idêntico observa-se em relação ao carvão e à linhita.
Convém precisar duas noções que fregiientemente se entrecho-
cam: a da promoção de novas matérias-primas e a da diversif
icação
da utilização de produtos de emprego inicialmen restrito a um único
te
objetivo, o que pode torná-los concorrentes de matérias-primas ante-
riormente consideradas como de natureza e destino radicalmente di-
ferentes.

A distribuição dos mercados e das correntes comerciais pode


ser profundamente modificada pela substituição, em uma determina-
da indústria, de um produto de base pcr outro. A distribuição dos
produtos das indústrias que os utilizam sofre também os efeitos dessa
substituição.
A promoção de uma nova matéria-prima não se realiza verda-
deiramente enquanto uma indústria não empreende a utilização de
um produto natural que não era, até então, empregado. Procede essa
promoção da pressão de novas necessidades que não podem ser satis-
feitas com o emprego de produtos anteriormente mobilizados ou da
impossibilidade de acesso às fontes de abastecimento em produtos
clássicos (recurso aos produtos de substituição ou ersaiz). O apare-
cimento de uma matéria-prima só se realiza e se torna estável à
medida que novas descobertas científicas fundamentais, seguidas pelo
apronto de novas técnicas, tornam possível este fato — e quando se
trata de um produto de substituição vantajoso. O melhor exemplo é
o do alumínio.
veis ua
A utilização de fontes de energia, como OS combustí
ão ou o petró
rais, na qualidade de matéria-prima, promove O carv
a essa categoria.
rsiifi
iveers açãão dos empregos de de-
ficcaç
Em compensação, a simples div a fins limitados não aumenta
terminada REU já utilizada par
a lista das matérias-primas, mas, ao contrário, no Ro
pela eliminação de concorrentes. Implica a dinda bru-
Moje em dia, entre maté rias-primas stricto Sisto Si ed pela explo-
tos fornecidos pela explotação mineral, pela agricu ja dete rminada, Eque
tação florestal, e produtos de base de uma indústria e
podem ser ou matérias-primas brutas ou produtos anGia senda PE
tantes de uma diferenciação — comumente bast
1141
plano técnico — de produtos derivados d
Unica
matérias-primas diferentes. ou de

A indústria química pesada, realizando esta drias


diferenciaçs
como indústria de base, em muitas indústrias
modernas, SO figura
Como conseqiiência, as matérias-primas da indústria
as mais variadas e, graças a este fato, as mais dispersa uím:
mica sz
mente: carvão, petróleo, gases naturais, nitratos, azoto at
fosfatos, piritas, enxofrenativo, produtos vegetais
e e anim
quentemente, difíceis de ser definidas espe ci ais, Fre.
ficamente, N
tanto, possível separar o estudo da indús tria ão é RM E
produtos fundamentais.
qu ímica do de se
us
Em contraposição, problemas econôm
icos relativamente
limitados surgem a propósito da bem de-
mob ilização de algumas matérias-
primas cujo destino essencial, se não total, é a indústria m etalúrgica
de transformação ou a indústria têxtil,

l. A produção dos minérios metálicos


A produção anual de minérios metálicos elev
tenas de milhões de toneladas. Representa, apr a-se à várias cen-
oximadamente, a terça
parte da tonela gem
anual de carvão. Denomina-se minério
rocha da qual é possível extrair-se o a uma
metal procurado: esta possi-
bilidade depende do grau de concentração
do metal na rocha e, prin-
cipalmente, da eficiência dos processos
ração do metal e dos materiais desprovidtécnicos empregados na sepa-
os de inte
resse econômico,
aos quais se encontra associado
contenha, mesmo em propor (ganga). Portanto, toda rocha
ção aparen temente elevada, um met:o
Usual, não constitui necessariame
nte um minério, enquanto
não estiver em condições à “sis
de proceder à separação acima E
estas condições, qualquer
avaliação das reservas mund
* uma dada região, é aproxi iais, E um
minério constitui o seu mada. A per cen tag em
teor, que é de metal as
muito variável, de acordo érios
à 0, e de minério considerada: de 70 a 25%, para os min
mos de
qinio 50 à 35%,
(bauxita); de menos 25%, para
a os de minérios
man anês;
para osde de10%, de CO
a
ri a % , para Os de es
tanho (quer se trate . a uvião
de jazidas de bo
(de 3 filõ
Polimeioeso); Padera 8 ceartos
20%minépariraos osde minérios de zinco é (é cs cão
chumbo). Alguns aiferentes
por exemplo isto é, contêm, em teor
es desiguais, metais níd uel
rt estanho e tungstênio, chumbo e prata, cobre pas íqérios
de ferro oS Minérios são comercializados em estado bruto q gociada
— * Sobretudo, a bauxita. Neste caso, à tonelagem
; transportada é idêntica à do minério extraído: aprox:
400 milhões de toneladas para os minérios de ferro à To adamente
toneladas para a bauxita. Outros são concentrados E O milhões de
meira grillage) ** no próprio local da extração a uma pri
minérios de cobre, explotados até 2% de teor; para é tal para os
estanho etc.). As trocas e os transportes têm por objeto minérios de
centrados de 30-35% de teor. As estatísticas intetraciofaia ss À a
do conteúdo em metal dos minérios extraídos, a fim de facilitar co
comparações, que não teriam nenhum sentido entre minérios per
teor pode variar de um a três ou de um a cinco. Mas o preço E
custo e a localização das extrações e das indústrias utilizadas são
influenciados pelo teor dos minérios, as possibilidades de concentração
no local da extração etc.
Os processos de tratamento de um minério podem ser diferentes,
segundo a sua composição química: uma dada instalação metalár-
gica pode, portanto, ser levada a consumir especialmente uma ca-
tegoria técnica e geograficamente definida de minérios, o que com-
porta repercussões muito nítidas sobre a organização, em um dado
momento, do mercado.
As quantidades utilizadas pela indústria são bastante desiguais,
de acordo com as categorias metálicas consideradas: mais de oito
décimos da tonelagem metálica consumida pelas indústrias mundiais
são representados pelo ferro. Portanto, deve distinguir-se em primeiro
lugar o mercado de ferro mercado maciço dos outros mercados de
metais.

I. PRODUÇÃO DO MINÉRIO DE FERRO


a) Condições de exploração do minério de ferro. — Existem três tipos
explotados de minérios de ferro: os minérios imagnáiienta pesa Ças pon
menos de segregação em rochas cristalinas (jazidas em filõe o elevado teor €
fismo em rochas sedimentares que são geralmente qe: insertos em
grande pureza (ferro da Lapônia sueca); os minérios E” dA os minérios
uma série estratigráfica de bacia de sedimentação (ferro, "Quinê).
de formação eluviais ou aluviais (minérios lateríticos nt
As reservas atualmente conhecidas são muito jfuadas nas
como sendo explotáveis aquelas que se acham S vidas distantes,quando
as que contêm
grandes regiões industriais consumidoras e,: entre jazi tudo
ser mobilizadas a uma pequena distância do a ão de teor elevado,
minérios de elevado teor. Por esta razão, massas — gas, pelo menos, com
como as do planalto brasileiro (750 milhioa aa de 50% de teor) e às.
68% de teor e cerca de 50 bilhões de tonelad :
aa *grs
Enrique ciidos stâncias líquidas e impurezas.
nriquec pela e liminação de sub antes de sua fusão. (N. do T.)
ne po E Passagem do een
minério por V ários fogos,
113
Ê
dg
a
5
I
E]
q

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no Or
v 6 Te 7 “78
28 f As
de de cobre

o | mi 4
alumínio (bauxita) e. estanho. e
em metal ETA ss
Zi E o de toneladas de conteúdo
mitos Produção —express
“7 toneladas
Milhão de a de deconteúd
8. Mais o em deme toneladas.
$ milhões
da província de Ituri no Congo Belga (5 milhões de tonelad
66% de teor), não são presentemente consideradas como Re Mai
: . Plotávei.
Veis por“IS de
encontrarem demasiado afastadas dos portos e das vias de comuni
tes. As jazidas da Venezuela, pelo contrário, são intensamente nã 0 existes
o escoamento do minério para os portos do mar das Caraíbas é dlotad 3, pois
mente pelo Orenoco. Enquanto permanecem esquecidas, na flore ácil Especial.
ou brasileira, reservas de minério contendo dois terços do seu E COngolesa
extrai-se febrilmente o minério de 20 a 30% do Baixo Saxe. 9 em Metal,
O minério de ferro é extraído em jazidas superficiais, ou em galer;
nas encostas de um afloramento, ou em poços é galerias de minas Aos abertas
portantes explotações a céu aberto são: as de Minnesota, nos Estados Ui im.
a de Krivoi Rog, na Ucrânia, e as do Ural (União Soviética). Faz-se j quidos;
o desmonte a céu aberto nas jazidas da Estíria (Áustria), Ouenza Aran
na Venezuela, em Konakry (Guiné), no Cleveland inglês, na Lapônia ri
na Índia. e é
Na França, a exploração
é praticada por galerias nas enco Stas das colinas
e por poços; na Alemanha é quase exclusiva a mineração em p OÇOS, sistema que
domina também a Tchecoslováquia. A maior parte dos minérios de ferro
extraída mundialmente é fornecida pelas exportações a céu aberto.
Diante do esgotamento das jazidas de teor elevado, os Estados Unidos
empreenderam uma forma de explotação até então praticada exclusivamente na
valorização dos minérios de metais não-ferrosos: concentração, no local, dos
minérios de 25-30% de teor em concentrados de 58-63%.

b) Distribuição da produção mundial. As grandes regiões in-


dustriais do mundo — Europa Ocidental, União Soviética, Estados
Unidos — produzem três quartos do ferro mundial. A explotação
das jazidas de minério em países subdesenvolvidos, que é regra para
os metais não-ferrosos, só se iniciou maciçamente há poucos anos,
devido ao aumento das encomendas e desgastes de certas jazidas ”
explotação tradicional: as do Minnesota, particularmente. As A
cipais instalações realizadas sob esse impulso são as do Canadá, E
nezuela, África Ocidental. Alhures, a industrialização de países “—
desenvolvidos possuidores de importantes reservas de minério posdo
trazer sensíveis modificações ao mapa de distribuição da pr
favorecendo, notadamente, países como a China, a Índia e O
que possuem jazidas muito importantes.
1) Produções tradicionais. A siderurgia da Europa do 1noroeste
o
consome, anualmente, cerca de 80 milhões de toneladas o novo
2º € 130 milhões de toneladas de sucata recuperada. , E aaço *
[uormecido por quatro principais grupos de jazidas: da
“xemburgo, da Grá-Bretanha, da Alemanha e da ses de 1º
aa
na aaSR produzia anualmente,
rio de ferro com teor desde
médio de a o toquedo ol
sd ões de toneladas do metal, mas o alto a grênci?
: e a partir de minérios medíocres fez com que s fiCOS:
e cada vez mais sobre a importação de ério
116
1967, a produção tinha caído para 45 milhões de tonelad as, contendo
ouco mais de 15 milhões de toneladas de ferro.
As jazidas da Lorena forneceram 92% do total: o Maci
Armoricano, mais de 1% (Normandia, quatro quintos; Aniauie
tanha, um quinto; as jazidas dos
Pireneus, menos de 1%) Esta
produção representa aproximadamente 0,5% das reservas Mena
cidas, porém as primeiras avaliações são mais otimistas para as re-
servas da Lorena (pouco menos de 1%), que para as reservas do
Maciço Armoricano (0,1%). A explotação concentrada na Lorena
acha-se praticamente integrada à siderurgia. As jazidas pertencem
a sociedades siderúrgicas francesas e belgo-luxemburguesas. A ex-
tração é praticada, em 37 centros, pelo sistema de poços e, em 31
outros, por galerias; emprega cerca de 26.000 operários, ou seja,
aproximadamente, 10 vezes menos que na explotação nacional de
carvão.
O prolongamento das jazidas francesas da Lorena é constituído
pelas do Luxemburgo, Esch e Differdange: 200 milhões de tonela-
das, com 25-35% de teor.
O preço de custo do ferro franco-luxemburguês é relativamente
elevado, em virtude das condições de explotação, sofrendo pesada-
mente a incidência das despesas de transporte como conseqiiência do
medíocre teor do minério. O perímetro de consumo é, consegiente-
mente, bastante restrito e a tendência é no sentido da retração sob o
efeito da concorrência dos minérios de alto teor importador por via
e
marítima.
minérios
As jazidas inglesas e alemãs que fornecem, igualmente,na medida
de baixo teor, só são explotadas, com mais fort e razão, !
das possibilidades de absorção do produto localmente, pela siderurgia
nacional, do uia E
Na Inglaterra o esgotamento dos blacklands das jaz E
feras do Norte e do po as crescentes dificuldades pd xploadena
as sad
das jazidas do Oeste (minérios de ferro dos maciços
berland) e o empobrecimento financeiro estingularam, demid). na de
para cá, a explotação do minério de idade secun ( onds fe
à E
Londres, entre o estuário do Tees e do Tâmisa
am novos centros de elaboração do metal: E r explotado, na
etc. O minério é de qualidade medíocre, mas pode ção apro-
maior parte, à superfície e com pequenas despesas do 3,6 milhões de
Xima-se de 12 milhões de toneladas, ropresenros onsumo nacional.
€O — nto das jazidas
toneladas de metal e cobrindo apenas um terço ecime
Na Alemanha, observa-se O apa, a e a abertura de
há muito explotadas no maciço renano E
11
neladas, correspondendo a um conteúdo, em metal, de cerca de 3
milhões de toneladas (1962). A área européia da União Soviética
possui, em contraposição, as maiores reservas da Europa (Krivoi-Rog,
Kursk Kertch, às quais somam-se as do Ural) *º?. De fácil explotação,
quase sempre praticada a céu aberto, os minérios podem ser forne-
cidos à razão de várias dezenas de milhões de toneladas por ano,
durante vários séculos. O ritmo de extração é determinado pelo das
necessidades da indústria soviética e da exportação para as novas
indústrias siderúrgicas da Europa Central. O minério, de desmonte
pouco dispendioso, com um teor médio compreendido entre 50 e
55%, é transportado pelas extensas redes ferroviárias que acompa-
nham os Cárpatos, para os centros siderúrgicos do sul da Polônia
e da bacia panoniana. A produção elevou-se a mais de 100 milhões
de toneladas de metal em 1968.
A produção americana baseou-se, durante 50 anos, sobre a ex-
plotação intensiva das jazidas do Minnesota, próximo à extremidade
ocidental do Lago Superior que, até o presente momento, fornece-
ram 3,5 bilhões de toneladas de minério com 50% de teor médio,
explotado na superfície. Hoje em dia, estas jazidas se encontram
em via de esgotamento, ao menos no que concerne à sua capacidade
de produção de minério de elevado teor, cujo fornecimento, na atual
cadência de explotação, só se encontra assegurado por menos de 10
anos. Dispõem os Estados Unidos de reservas importantes de minério
de rico teor no sul dos Apalaches e de consideráveis reservas de
minérios de baixo teor, pensando-se realizar concentrados destes últi-
mos, no local de sua explotação, para restringir as despesas de trans-
porte. Renunciou-se, provisoriamente, a considerar como reservas, no
sentido econômico do termo, as massas de minério conhecidas em
regiões de difícil acesso no Oeste. Mais de três quartas partes da
extração são realizadas na região dos Grandes Lagos, pois esta faz
parte de um dispositivo poderosamente equipado para as diversas ope-
rações básicas da siderurgia e da indústria pesada — O complexo
industrial Grandes Lagos-Pensilvânia. O grupo de explotação de mi-
nério e de siderurgia de Alabama constitui apenas um eco atenuado
desse complexo, ao serviço do qual pensa-se colocar futuramente não
somente os minérios de baixo teor de Minnesotae de Wisconsin,
como também os do norte dos Apalaches e os minérios de importação
e da América Latina (produção nacional de 50
vindos do Canadá
milhões de toneladas, importação de 20 milhões).

antes são as da
39. Na parte asiática da União, as jazidas
ma te, e a de Kazakh.
Chorie, ao sul do Kouzbass, e de Birobidjan, no Extremo Orien
119
Alguns países possuidores de indústrias p esadas de
ferior ao das siderurgias e metalurgias dos trê Babarito ;:
S Brandes gm “Mto in,
gráficos anteriormente estudados são produtor es de Minério Os d to.
dentro das possibilidades permitidas pelas condições Ge ferro
seu território nacional: Argentina, Brasil, China, Índia Boo lógicas
importadores, como o Japão. A China, que dispõe dê o utrália, ou
reservas de minério de ferro, na Mandchúria, nas bacias iderávei
Hoang-Ho e do Yang-tsé-kiang, aumenta sua produção de Ra do
as necessidades de sua indústria nacional. Esta atingiu, depois a ne
o ritmo de 20 a 22 milhões de toneladas de metal por ano. A | e
onde se reconheceram reservas muito elevadas (aproximadament
e É
bilhões de toneladas com teor de pelo menos 50%), tem uma pro-
dução fraca, em virtude do pequeno desenvolvimento de sua siderur-
gia: 15 milhões de toneladas de metal. Vários países elevaram sensi-
velmente sua produção e seu consumo em menos de dez anos: a
Austrália (12 milhões de toneladas de metal), a União Sul-Africana
(menos de 5 milhões de toneladas), e o Brasil (15 milhões de tone-
ladas). Em contraposição, o Japão só está apto a fornecer 1 milhão
de toneladas de metal a uma siderurgia que consome uma quantidade
40 vezes maior.
2) Os novos produtores. O fato mais original verificado nos
10 últimos anos é o aparecimento de mercado de produção de minério
de ferro em países que não possuem indústria, cuja produção acha-se
assim inteiramente disponível para a exportação, ou em países cujos
recursos explotáveis são muitas vezes superiores às necessidades nà-
cionais. zo são:
Os novos Res
produtores
: de minério: de ferro para exportação
- Cerro — B |
a Venezuela (jazidas situadas no baixo vale do Orenoco: or inter-
livar, El Paso), que oferece à economia norte-americana, a car 6
médio da U. S. Steel, proprietária das minas de Pi 20 milhões
da Bethlehem Steel, que explota as de El Paso, cerca de de 1,7 mi
de toneladas de minério com 50% de teor; Chile (Cerca onical
lhões de toneladas de metal); diversos territórios da ig gia é
que se acham capacitados a fornecer, especialmente À a Enquant,
péia, 40 milhões de toneladas de minério com 50% de te «ca na região
até a II Guerra Mundial, o ferro só foi explotado na «nlotação cor
do Magreb e na União Sul-Africana, ge o esforço
us as
centra-se na mobilização das jazidas da "Mauritânia, à Guiné à(roud%
guarda do Rio do Ouro (Idjil ou Fort Gouraud), mais de se
boieli) e, especialmente, do minério laterítico, a
e al
de teor, de Konakry, e dos minérios da Serra Eee África cen
Embora com menor importância que as jazidas se

120
essas jazidas são explotadas em virtude de sua proximidade do mar
do seu teor elevado, pureza e, finalmente, fácil extração mecânica,
A África do Norte, cujas jazidas são explotadas há várias décadas.
fornece 2 milhões de toneladas de minério com 50%; a África Oci-
dental acha-se equipada para uma produção. de 20 milhões de tone-
Jadas.
No Canadá, onde a produção era nula antes da II Guerra Mun-
dial (a Terra Nova constituía, então, um domínio separado que pro-
duzia menos de 1 milhão de toneladas de metal), efetuaram-se obras
consideráveis para proceder à valorização das jazidas situadas na
província do Ontário e das importantes reservas de minério de elevado
teor do Labrador (distrito de Ungawa). Em 1968, o Canadá produziu
40 milhões de toneladas de minério com mais de 50% de teor.
A tonelagem comercializável, fornecida pelos pequenos consumi-
dores ou pelos países coloniais, elevar-se-ia, portanto, anteriormente
a 1960, a 100 milhões de toneladas de minérios ricos, contendo pelo
menos 50 milhões de toneladas de metal. Constitui esse fato um
fenômeno novo, próprio do período posterior à IL Guerra Mundial,
antes da qual os transportes de minério de ferro só se efetuavam
em um âmbito regional, sobretudo por via marítima entre a Suécia,
a Espanha, a África do Norte e os países industriais do noroeste
europeu e entre a Coréia do Norte e a Mandchúria, de um lado, e O
Japão, de outro.

II — PRODUÇÃO DE METAIS NÃO-FERROSOS


tes da uti-
A indústria européia atingiu bem rapidamente os limi
lização dos recursos do continente eme fina minérios de metais não-ferrosos
e, além disso, a expansão colonial nceira dos países industriais
mais van-
do noroeste europeu colocou à sua disposição jazidas de
tajosa explotação do que a das velhas montanhas europeias (Ardenasser,
que continuam à
Harz, maciço da Boêmia). As regiões européias
icio nais prod utor as de meta is são: a Península Ibérica, à Iugos-
trad baux ita é o mais difundido destes
lávia, a Polônia, a Esca ndin ávia . A
E NR
minérios.
rincipal papel na organização de
A Inglaterra desempenhou o
an metálicos, arbitrado ne Roth
um Eri. 7 rn de
de riqueza, de aa a
Londres, e espe cula ndo sobr e jazidas de granrios podiam e p
de
fácil, onde a extração e a concentração de miné
de-obra colonial paga à desdaixos
ticadas com o auxílio de umaadomão-prin e o
to, esse merc cipiou à decompor-se
salários. Entretan
121
edos

fim do século XIX, em virtude das crises de su
dades motivadas por concorrência e resistên -— PerProduçã
Cia dos OVOS
Os Estados Unidos encontraram em seu E o PR
reservas que lhes permitem abastecer, em Próprio território quai
s,
BrANde
indústrias, além de desempenhar um papel de Parte, giga rá
Imp
i ortânc
faia
no Opri
Prias
internacional. Esse país empreendeu a o Tganização
do
todo o continente americano em seu prov eito, de m
monstrando um
ticular interesse pelos centros metalíferos do Velho Mun
vem de complemento aos recursos do
do continente americano.
A formação de um mercado de economia socia
list à re
com o desenvolvimento das indústri lacionado
as pesadas, na União Sovit ;
e nas repúblicas populares, cria um terceiro
elemento geográfico %
modifica a organização da produção de
metais não-ferrosos, elaborada
no século XIX.
a) Metais não-ferrosos tradicionais
nas*º.
e metais de ligas moder.
Os principais metais
não-ferrosos utilizados desde a anti
dade são o cobre, o estanho, o gui-
chumbo e o zinco, além dos metais
preciosos. Embora sendo muito inf
erior ao consumo do ferro, o con-
sumo desses met ais viu-se aumentado em proporções
desenvolvimento de grande indústria e, no enormes pelo
caso de alguns desses me-
tais, pela sua integração no fabrico de materi
al de guerra. Apesar
do recurso a novos metais que, até certo ponto,
plano os metais
relegam a segundo
tradicionais, como
os metais leves (alumínio, magné-
sio), as encomendas dos metais tradicionais aumentaram em sucessi-
vos saltos, que correspondem fregientemen
o te aos períodos de guerra
ou de armazenag em estratégica, separados por crises
generalizadas geograficamente mais: ou men os
“1,
PRODUÇÃO DE ALGUNS METAIS NÃO FERROSOS
1913, 1929, 1932, 1938 e 1967
(em milhares de toneladas)

1913 1929 1932/33 1998


Cais VIA 16
DM. se EO AMD CAIO 900
5.400
DOS
ses Ra 15043 2.040 “gg
o cs sii
pi o 200 90
A sra ES Og.
Aoni 2.950
4.8 50
Md o 1.655 890 a
so 66,5 22 sm
as poe
o geográficao)
isola, qa condições de jazimento, de tratamen
to e de distri
ivo bui4 ção
do mo do
século, o alum» 9,“Alegoria especial, o metal mais expressivo
41. Que merece um exame particular. “Saber
Ver PreRRE GrorcE, Os grandes Mercados , col
Inc; SÃO Paulo, Difel, 3,4 ed, 1969. do M undo
ns
mão Soviética, salvo em relação
ne IinCO.
ao Zine
O caráter internacional dos mercados de metais não-ferrosos apa-
rece com nitidez sobretudo quando se comparam a distribuição do
consumo e à da produção. Essa comparação será aqui feita, inicial-
metais — o cobre e o chumbo.
mente, entre dois desses
A Europa absorve dois terços da produção mundial do cobre.
a Alemanha, a União Soviética empregam, cada
A Grã-Bretanha,
uma, 500.000 a 800.000 t; a França, a Bélgica, a Itália, juntas,
400.000 t. Ora, apenas o consumo da União Soviética é compensado
pela sua produção, ** ou seja, aproximadamente, 800 mil toneladas.
Nenhum outro país europeu consumidor é também produtor. Fora da
do território
União Soviética, a produçãa européia provém do exterior
a, 15
dos grandes consumidores (Iugoslávia, 62 mil toneladas; Norueg
das;
mil toneladas; Suécia, 17 mil toneladas; Finlândia, 30 mil tonela
(Sociedade Rio Tinto), 11 mil toneladas), num total pouco
Espanha
e, menos
inferior a 100 mil toneladas, representando, consegiientement
de 5% do consumo.
terço do
Os Estados Unidos consomem entre um quarto e um
produziram
cobre mundial: 1,6 milhão de toneladas em 1967. Eles
es no mercado
quase a mesma quantidade, mas são também vendedor
Canadá e da
mundial. Em vista disso, organizaram os mercados do
da demanda
América Latina para fazer face às mais fortes pressões
e da exportação.
que se encontram
Os mercados de cobre no continente americano
sob controle financeiro dos Estados Unidos * são: O Canadá, 560.000 t,
t; os outros países da América Latina,
em 1967: o Chile, 680.000 Peru). O con-
t (das quais mais da metade fornecida pelo
300.000
rtável da
tinente americano dispõe, portanto, de um excedente expo se abaste-
ordem de 1,5 milhão de toneladas. As indústrias européias
nas reservas africanas, exploradas pela Grã-Bretanha
cem largamente
Zâmbia, 666.000 t; União Sul-
e pela Bélgica entre 1930 e 1940 *º: pato
Africana é Sudoeste africano, 160:000 1,8 Congo, 300.000 Bias
cada um
(que produzem
pram igualmente na Turquia e em Chipre

do Ural e dos territórios asiticos


desta provêm
produção a de Sr e a Carélia são as únicas zonas
eu Mi ra acao ui st ão ); E penínsul
sa Uniã o (C as aq E E
utoras de cobre na área européia da União. Guê
gruro,
an Sm el ting and Refining amnac .
er ic (A
ação do cobre de Montana
e Am
45. Kennecort Copper
tag coUni tituido para a explot
nados Tan-
s
pela Sociéti é britannique du
, fundada do Chorterad patrocina-
46. Société d otranto de BElgIQUe; grupo rodésicoSociét
Soctive Metal e Société Rhokana, filial da é Rio Tinto.
qpelo Amer ic an
do
123
entre 20 e 30.000 t). O resto da demanda é coberto Pelos es;
acumulados durante os períodos de extração feita q título de e OQues
— notadamente de caráter estratégico
O Japão é o principal produtor — e pelo metal TECuperado “O?
e consumidor do Extremo Orie
com uma produção anual que supera as 100.000 t. A Austrália n
te,
duz 100.000 t também e exporta uma parte de sua Produção A
Estados Unidos exploram o cobre das Filipinas (70.000 pi des
O cobre é fundido onde é extraído, mas é refinado NOS paíse
industriais. Em 1966, os Estados Unidos refinaram 1,4 milhão é
toneladas; o Canadá, 453.000 t, em 1967; a Grã-Bretanha,
180.00
no mesmo ano; a República Federal da Alemanha, 40.000 t; a 0BéL.+
gica, 320.000 t; a França, 30.000; a Suécia, 50.000 t; O conjunto da
Europa Ocidental, perto de 700.000 t, e a União Soviética, 800.000 7,
Um comércio de cobre refinado foi organizado pelas sociedades nor-
te-americanas, que vendem na Europa pelo menos 500.000
t.
Em 1967, metade das 175.000 t de estanho consumidas
no mun-
do, excluída a União Soviética, * foi absorvida pelos
Estados Unidos.
A outra metade foi usada pela Europa Ocidental. A Ásia
do sudoeste
forneceu no mesmo ano 100.000 t: Malásia, 70.000
t (produção
máxima em 1940: 84.300 t); Indonésia, 23.000 (produção máxi
ma
em 1941: 54.000 t); Tailândia, 13.000 t; Birmânia, 1.000 t. O res-
tante veio de dois outros produtores, a Bolívia, 26.0
00 t (produção
máxima em 1943: 43.000 t) e a África intertropical:
Congo, apro-
ximadamente 7.000 t, Nigéria, 9.000 t. Os pequenos prod
nos de 5.000 utores (me-
t) — Austrália, União Sul-Africana, Grã-Bretanha,
Portugal, Espanha, Iugoslávia — não chegaram a 15.0
00 t.
A União Soviética desenvolveu notavelmente sua prod
Ural, no Pamir, na ução Ho
Sibéria Central. A China possui importantes J-
zidas até agora pouco explotadas (as maiores cifras anua
is de explo-
tação atingiram mais de 20.000 t). O mercado dos países de economia
pode, portanto, atender facilmente às suas próprias
Fera Entretanto, a União Soviética tem comprado, ad
últimos no decorrer
anos, estanho da Malásia e da Indonésia.
A distribuição dos consumos de minerais metálicos não é sensi
Yelmente diferente para os outros metais usuais, como chumbo € =
a
,

das de j
meopidenta
EN
l e 08 Estados Unidos veda
Preparo de metal novo,
mão
re
gigas
a
500.000 tonela-

30,000 44 Produção e o consumo da União Soviética são 0.000-


da ordedem?
124
Ora, a América do Norte produziu 2 milhões de
bauxita, ou seja, menos de um oitavo de seu consumo. O Als de
que fabrica 15% do alumínio do mundo, não produz bauxita aNadá ,

A Europa, pelo contrário, é muito melhor Provida de py:


do que dos outros metais não-ferrosos. A produção anual Ee auxita
europeus de economia capitalista é de 5 milhões de toneladas Paises
cidas, em pouco mais da metade, pela França. A União for
a Hungria e a Iugoslávia dispõem de mais de 8 milhões de tonelada
(jazidas das montanhas de Balcony, na Hungria, região de or
Ural e Sibéria central, na União Soviética). A União Soviética
porta bauxita grega. im.
Neste caso, portanto, é a América do Norte que
necessita recorrer às reservas dos países tropicais (especialmente
a fim
de não acelerar o esgotamento de suas próprias reservas
do Arkansas
e da Geórgia). Estes fornecem anualmente ma is de 23
milhões de
toneladas (1967).

Janmita- SN so 9.400.000t
Samã E — 5.500.000t
Guiana britânica ...... ES 3.500.000t
Guiné Se
Ss SO 1.600.000 t
Maid NO 900.000 t
dg e 750.000t
Indonésia ...... cs 0. 900.000t
A bauxita é um minério de fácil extração, que contém
à um quinto do seu peso em alumínio. É ele
um quarto
reduzido à alumina, da
qual o alumínio é extraído por eletrólise. O consumo de corrente elé-
wica nessa operação é muito elevado (16.000 a 20.000 kwh por ara
tonelada de alumínio) e os países dotados de um equipamento e
trico importante são maiores produtores, seja porque essa
producao
corresponde à demanda de seu mercado interno, seja porque ela
“Er exportada, como é o caso do Canadá e, em menor grau,
da Françê
Fáram,Internacio nalização
a Europa e mesmodos os mercados —
Estad ana
; jali-
países que primeiro se industr! vas
intensamente em $
Fecorrer Cada vez maiP o menos um nc Eu o oa agora obrieny
Para evitar
devem cer uma situação emontes externas
elos ou porq
rque as suas est ais
mantidos uem sem estoques estratégicos, 08 di,
atuado, NU transportam a de segurança. Junto com os petro
. são os maiores que atravessam os P ares
Duo EM Eis 1943, Os Estados e
e pio
retiram 33.000
azidas nacionais 6.334,
bauxita” 4º Euerra, O subsolo amenaiagoreteu 12 milhões
2. Matérias-primas de origem animal e vegetal
Em uma economia agrícola arcaica, a agri
cultur
anexas — a coleta, a apanha de lenha, a caça — for €
ção os
asProduçõe
elementos da confecção doméstica, ou por ia à POpula
zados, dos objetos essenciais à produção e à vida aa Especial.
vestimenta: utensílios agrícolas, armas, material culinário ei ou
à
de caça e pesca. A localização da produção das
Matérias tu * “MBenhos
é a mesma que a da utilização. Ndamentais
O desenvolvimento da econom
ia industrial pôs fim à
ções de âmbito local, O au
ment o das encomendas de produt ESsas rela.
tares, por um lado, eliminou os domíni os alim
(especialmente os do pastoreio extensivo
da criaçã
o de carneiros), fazendo desaparece
economias de coleta. Por outro r
lado, a economia colonial fez surgir
a possibilidade de dese nvolver certas produções destinadas à ind
sob condições excepcionalmente
ústria,
vantajosas dos novos domínios geo-
gráficos incorporados à economia industrial. Ora um novo produto,
retirado da lista das produções tropicais, é promov
matéria-prima moderna: algodão, borracha natura idoor aoum nível de
l; a a pr
dução, não há muito incluída no conjunto da economia européia o-é
daí retirada para tornar-se produto de especulação em uma região
,
longínqua (lã). Por outro lado, ainda, o enriquecimen
to do mercado
dos países industriais aumentou sua capacidade de consumo de “mea
produtos caros, específicos de algumas regiões, como a seda, quo
o desenvolvimento das técnicas oferecia, ao mesmo temp 0s
o, me
materiais para a sua substituição (rayon, fibras sintéticas).
1. Produção de algodão. As fibras da semente a o
(Gossypium) são utilizadas há milênios na confecção de O
regiões tropicais, tanto na Ásia quanto açÕa
na América. adoção do
devida à revolução indust rial e à expansão européia,
algodão como a indus-
principal matéria-prima têxtil pelas soci m dos têxteis
triais das regiões temperadas: em 1960, 80% da
tonelage nsistiram em
destinados à fabricação do vestuário e da lingeri e co tivamente
algodão (contra 10% de lã e 10%
de
mínio geográfico da cultura do algodão linho) . or
aumentou cons godoeiro
te, transbordando da área de extensão natural da e pa
º uma planta perene, que floresce e produz
ano, sendo portanto o produto têxtil mais sement essor Cultivando-
procur regiões onde+
como planta anual, foi possível a sua introdução ae mento paturo
q emo é demasiadamente rigoroso para o desenvo ve
da planta. Atualmente, 97% dos algodoeiros são cu variedaE
des
Plantas anuais. Foram separadas por meio de seleção
vegetativo curto — 160 dias aproximada
ciclo ultivadas em países de clima subtropical e de invernos ar
4 . % mente —

er € des orosos
Ee 0 paralelo de 36º, na América do Norte e na Coréia, e em clima
continental europeu até o paralelo de 47º, na Hungria,
Romênia e
Ucrânia. Por outro lado, o algodoeiro , que é um a planta de regiões
úmidas e requer chuvas frequentes (a não ser no último ciclo vital
no momento da maturação dos frutos e da abertura das cápsulas) E
cultivado nas TegIÕES áridas e mesmo em pleno deserto em tuo
irrigadas (Egito, Asia Central); 78% dos campos de algodão mun-
diais acham-se situados em regiões geográficas onde o desenvolyi-
mento espontâneo do algodoeiro é impossível. Entretanto, a cultura
do algodoeiro continua a ser, pelo menos até a época atual, uma
lavoura de região quente e de economia atrasada. Constitui, portanto,
um exemplo de especulação colonial. O sucesso do algodão como
planta têxtil moderna é devido a duas séries de circunstâncias favo-
ráveis:
— a finalidade do tratamento mecânico da fibra, que permitiu
reduzir cada vez mais as despesas do trabalho nas fábricas, conser-
vando-as sempre em um nível inferior ao do custo da lã, fiada ou
tecida;
— a produção da matéria-prima em um quadro colonial ou semi-
colonial, em terras adquiridas a baixo preço e empregando uma mão-
de-obra paga com salários irrisórios.
O algodão descaroçado vale aproximadamente dez vezes menos
vezes menos que os tecidos artificiais ou sintéticos
que a lã e duas
mais baratos. O valor do algodão é determinado pelo comprimento
de suas fibras, de 20 a quase 40 mm, pela sua finura é pela sua
resistência à tração. A diferença entre Os mais cotados e os menos
apreciados é de 4 para 1.
Os rendimentos variam segundo a quan ade técn ica da cultura
s baixos rendimentos
que é assim mais ou menos lucrativa, pois ;
acompanham geralmente a mediocridade ou não do Fiodutos META
um quilo por hectare na Índia e na África; 3 na a e 12 em
EA nos Estados Unidos, no México, no ie (União Soviética)
Ulturas irrigadas do Uzbekistão e do Azerbaidja
+ anto na proporção
E
O
U da EC
Califór a
nia. A renda da cultura tia Re culturas da União
Pa ra 12, ao menos en tr e a . maior pa asa solo durante 08
ea tana e as do Egit e
o da UR SS
lturas
ltura do algo a a oO asnacu a
dees esec
s a cris
“eitose ltdaur cuôm
peon o,. A superfície pRpa
çãas
laic a cu
m rcializada variam sensivelmen ae AÇIOR al
“ à tonelage come
vendida nO mer
“Nito embora a parte da colheita 131
01 Oz 4 s3
A é

FIGUR
goda É an
escaroçado sro
roduçã. eua de algodã À
pre ; - E E mi
Habura 3, LENDO Es Ra ; Goa — 2 milhã
7.1 asa o de
25 De DO;
cht E =:
t
= Lã bruta — 3. 10.0. 000 — 4, 100.000 t — Borrac: ha
Prracha sintética —. 8. do pa 9. 500.000 t.

s
s

pelas Bolsas do algodão (Nova Orleães, Alexand ria, Bombai


m) sofra
uma tendência para baixar. Este fato é devido ao desenvolvimento
de indústrias manufatureiras nos países produtores (Índia, Chi
à extensão das lavouras de algodão nos países consumidores: dá
muitos clientes do mercado internacional (União Soviética) Amo
riormente à I Guerra Mundial, a produção era de menos de 5 milhões
de toneladas, elevando-se em 1928 a seis milhões, para recair aos
5 milhões em 1932. Ultrapassa 8 milhões de toneladas em 1937, cai
até 4,5 milhões de toneladas durante a II Guerra Mundial, para nova-
mente elevar-se acima de 9 milhões em 1952, e retornar a 8,5 para
a média dos anos de 1954 a 1955 e ultrapassar os 10 milhões de
toneladas a partir de 1958 (11 milhões em 1966, 10 milhões em
1967). A contribuição dos Estados Unidos, que constituíram o prin-
cipal mercado de venda depois do início do século XIX, passa de
60% entre 1909 e 1914 a 53% em 1928, 55% em 1932, 50% em
1937, 40% em média entre 1945 e 1955, de 20% a 30% desde
então.
2. Produção de borracha. Mais do que a cultura do algodão
a da Hevea constitui uma das intensas especulações coloniais da
época contemporânea. A história da borracha é muito mais curta. Até
o fim do século XIX, o consumo da borracha foi muito pequeno
e atendido pela borracha de coleta da floresta brasileira; os ingleses,
porém, conseguiram a aclimatação da borracha no Ceilão, realizan-
do-se as primeiras plantações entre 1885 e 1890 no sudeste da Ásia.
O desenvolvimento da indústria de automóveis aumentou a procura
da borracha em proporções consideráveis: de 100.000 t em 1910 (das
quais 80.000 t de borracha de coleta) a 500.000 t em 1925 (das
quais menos de 30.000 t de borracha de coleta). A febre de espe-
culação foi de tal sorte que o mercado foi rapidamente men
pela produção no sudeste da Ásia: Indonésia, Malásia, Ceilão, Tat-
lândia, Vienam. A oferta aumentou mais rapidamente que à Da
ç Ea
a qual no entanto duplicou duas vezes: à primeira de sd
e a última após a II Guerra Mundial e durante à qui e e
Tendo os preços caído a partir de 1922-1923, anna a api con-
envergadura realizou implantação da cultura de ones Africa). O
siderável fora do sudeste da Ásia (América Tropical, É
te fato, o mercado de
mercado da borracha natural é, em ganda ye conjunturas polí-
er da produção e |
ticas aliam-se à instabilidade do usando pia opesuçÕSs |

135
PRODUÇÃO DE BORRACHA NATURAL

CA E SE ES 114.000 t
1950 a DRA ES 2 882.000 +
O Caro
oa RA US LONEOS 732.000 t
DR Tr e PANNDORE é 1.041.000 +
EM riste nor ud 1.626.000 +
DS ota pais DT dan a io a 254.000 +
DM ess E DR SL ANA RÃ 1.280.000 +
DB ES ELEITA 1.910.000 +
LEE RM A ue a Sa Da PATO 1.820.000 t
NAO rd tp AL os RN 2.640.000 t
A inquietude a respeito da acessibilidade às fontes de Hevea do
sudeste da Ásia originou, além da produção de borracha de saghyz
na União Soviética (cerca de 100.000 t), o desenvolvimento
das indús-
trias de borracha sintética, empregando como matéria-
prima a hulha
(Buna alemã), os gases naturais e O petróleo (GR-S
americano) ou
os álcoois vegetais (Sovprene da União Soviética). A capa
cidade das
fábricas produtoras de borracha é de mais de 4 milhões
de toneladas,
sendo 1,3 milhão de toneladas para os Estados Unidos,
e outro tanto
para a União Soviética e as repúblicas populares, e mais de
200.000 t
para a Alemanha e o Canadá. Os preços de custo aproximam-se
bas-
tante dos da borracha natural e as qualidades são
mais ou menos
homólogas, a não ser em determinados empregos
particulares para
cada um dos produtos. O mercado de borracha natural é, portanto,
atualmente, um dos mais incertos.

DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE BORRACHA NATURAL EM 1967 |


Asia América Tropical

Malisis ,..,;, é aa
; 1.000 Bram Ss
indonésia e Cena APT IE: 22
Tai
lândia brio a doi cs 760 “Divas saSsdacu
o n . 5
OO 214 África
creo rece a POR agp pi a
Dica at 7240 Ds 00
ca DA4
R SB RA tebe EERS 64
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Canada
Ei RS O 30
CO o cruas as si +
53 Oceânia
O a cr
rn as
ar a BM ES Sar Ê R É
E Decio nas Nova QUA Tiso ss... 0,
RR e 176

136
3. A produção de
lã. Antes da revolu
de carneiro e a lã eram ção indus
utilizadas como matéri trial, as peles
da confecção de tapetes as -prima s do vestuário,
e cobertas, no âmbito da ec onomia
tica e aldeã dos países da zona domés-
antigo. A criação de ca
te mperad a e meditteerr
rrâneo do mundo
rneiros era, assi M, part
e integrante da econ
mia agrícola e uma o-
das primeiras formas de comérciorregional inte
foi a venda das lãs e tecidos realizada pelas regiões
que possuíam o
maior número de carneiros. Este sistema foi desorg
lução indu anizado pela revo-
strial e agrícola, A intensificação da agricultura
reduziu as
possibilidades da criação de ovelhas, a qual foi orientada, nos países
industrializados, para a produção de carne, existindo a produç
de lã e de carne com as chamadas raças cruzadas, especial ão mista
mente na
Inglaterra. A Grã-Bretanha, árbitro do mercado de lã no século XIX
,
fez da produção lanífera uma especulação colonial de tipo particular.
A criação extensiva de carneiros foi introduzida nas chamadas colônias
de povoamento na Austrália, Nova Zelândia e África Austral. Ope-
ração idêntica foi efetuada na Argentina e no Uruguai de tal maneira
que o hemisfério sul tornou-se o principal produtor de lã para o
mercado internacional. Sua produção ultrapassa de muito a das gran-
des economias continentais da União Soviética, Estados Unidos e,
com maior razão, a dos países europeus.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL NO SÉCULO XX


a (Lã desengordurada, em toneladas)

1909-1913 “en... ... thin oa aa a a a a un aa


DR SA ses ssa
eres Do, 222.000
DE Re SS se ss SS 46.000
ER DS DT E aro e DDS ESTE IS 150.000
arcos to-morte de Equador à. .-siii ess essas 35.000
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TUM INNER DOCIE .esssrrrscresss
ass esE 453.000
RM ess ts teria cs TES
RDNS 454.000
Sosa ris Dis Sa rios RAS *- 234.000
ERA Eos 2a pda, EEE djs EEE SS 112.000
O at cio a IT a 51.000
Pando de Ae do Sl, pisos
Unida SUBA 50.000
Sos ciiss rr 66.000
Fotal, hemisfério sul. ss 967.000

Os métodos de produção evoluíram da


uma criação racional mobilizando menore criação extensiva para
s superfícies, mas o volume
da produção encontra-se notavelmente estabilizado, em
lutos e no âmbito geográfico (a des valores abso-
peito de certas variações circuns-
tanciais da pro dução australiana, devidas sobretudo
máticas). às incidências cli-
4. Concorrência do rayon e do nyl
on à seda. Durante muito
tempo, a seda figurou na Europa com
o têxtil de alto luxo, utilizado,
em muito pequenas quantidades,
por uma clientela pouco numerosa
que dispunha de um grande poder
aquisitivo (aristocracia dirigente
dos século s XVI, XVII e XVIII). Era a seda adquir
(seda crua) no Extremo Oriente pelas escalas ida em bruto
e tratada nas regiões especializadas do Levante, sobretudo,
(Lião, Milão). A criação do bi-
cho-da-seda foi introduzida na
Europa no século XVII, sem
produção atingisse jamais valore que a
s muito elevados.
O Extremo Oriente conservav
dutor e o único utilizador do a-se, até então, o único grande pro-
produto.
O consumo da seda aumentou br
mações sociais que acompanhar uscamente quando as transfor-
am a revoluçã o industrial elevaram
O nível de vida médio, Os
Estados Unidos tornaram-se,
o maior consumidor, absorvendo no século
da tonelagem comercializada. A pr entre a metade e os dois terços
ocura aumentou consideravelment
ma O começo do século e e
o ano de 1929: 29.300 ton
eladas em
CAPÍTULO IV

AS INDÚSTRIAS PESADAS
AS INDÚSTRIAS DE EQUIPAMENTO

De acordo com os modos habituais de classificação das ativi-


dades industriais dos diferentes países, a expressão indústria pesada
aplica-se exclusivamente, no sentido estrito do termo, às indústrias
que tratam grandes quantidades de produtos brutos, ponderosos, para
transformá-los em produtos semi-elaborados de mais alto valor por
unidade de peso, ou ao conjunto das indústrias que fornecem unica-
mente ou preponderantemente material de equipamento. Para evitar
qualquer equívoco, este capítulo foi denominado indústrias pesadas,
indústrias de equipamento, embora essas expressões constituam um
pleonasmo, admitindo-se a definição comum das indústrias pesadas.
r
Sob o ponto de vista tecnológico, torna-se cômodo estabelece
ração das matérias-
a distinção entre as indústrias de primeira elaboem
as diferentes formas
primas, as quais, em seguida, são reincorporad empregam uma parte
que
de fabrico, e as indústrias de equipamento a corresponde a
tecnológic
desses produtos elaborados. Essa distinção
duas séries de condições de localização bem nítidas. O caráter pon-o
deroso das indústrias de primeira elaboração recomend a a localizaçã
dos estabelecimentos próximo aos locais de produção das matérias-
É nha
À as ou vizi os de importação.= É strias
As indú ; de elabo
labo-
Prim
e de fabricação
a de E materia 1 cujo valor repousa mais
ração secundária pas
realizados do É Area
sobre a quantidade e a técnica dos trabalhos des
O peso bruto são freqiientemente indústrias das pu
locais de primeira elaboração.
tuadas a relativa distância dos
141
ão
1. Indústrias de primeira elaboraç
As indústrias pesadas de primeira elaboração dividem-se, de
acordo com a natureza das matérias tratadas e dos processos técnicos
em metalurgia pesada ou fabricação dos metais, € química pesada E
fabricação dos produtos elementares. destinados ao consumo ou às
indústrias especializadas.

I — A FABRICAÇÃO DOS METAIS


A indústria típica da série é a siderurgia, a qual, em razão da
tonelagem utilizada e do seu caráter de indústria de base de toda me-
talurgia de transformação, desempenha o papel de catalisador geográ-
fico de todas as indústrias de elaboração de metais, com exceção da
do alumínio, cujos processos tecnológicos são diferentes.
a) Descrição. A siderurgia constitui um complexo de integrações
técnicas mais ou menos completo conforme os locais, porém sempre
bastante complicado. As peças essenciais do dispositivo são: o alto-
forno flanqueado pelos seus cowpers (recuperadores cilíndricos), onde
uma parte dos gases de combustão serve para aquecer o ar que é
injetado a 800-900º no alto-forno, a fim de ativar a combustão e a
redução; os fornos, onde o ferro fundido, saído dos altos-fornos
, é
transformado em aço (forno Thomas, forno Martin, fornos elétricos,
sendo que estes dois últimos podem receber diretamente
sucata recupe-
rada), e os laminadores (blooming, laminadores calibrados para
for-
necer ferros perfilados, tubos, chapas de divers
as espessuras, barras,
ferros redondos). Na maior parte dos casos,
a instalação possui suas
coquerias, instalações para a fabricação do ciment o de escórias, for-
"os aquecidos por gazes, para o cozimento de tijolos. A construção de
uma aceria, composta de vários altos-fornos (visando manter um ritmo
da bras pesar da necessidade de revisar e reparar pe-
dores, , requer comida Promiaaimento
dB s.
Fomos, a ção
varios tamino-
milhão de toneladas de Is invest Uma produ anual de 1
ferro-gusa implica o funcionamento em séri
de cinço a seis altos-fornos de 600 t e
ou de uatro altos-fornos de maio-
img de 1 -000 t. Os fornos e eee são igualmente

muito ata qdispendiosas, A amortização destes investimentos é


a base de um Siderurgia garante lucros muito elevados, porém sobre
io a ua concessão de créditos a longo termo e, devido a este
formação, que 28 OS capitais bancários do que as indústrias de trans-
explica o a ento um rmtmo rotativo rápido. Esta consideração
PRPSi que desempenharam frequentemente os créditos públi-
dz
nciamento de um a indústria cu Ja
«os no fina importância nacional
Ê,
e, fundam en ta l.
“videntement
As usinas siderúrgicas ocupam um lugar considerável na paisa
gem: OS altos-fornos e os cowpers São construções de 35 a 40 m de
altura (a mesma que a de um prédio de 10 andares), para 7 a 9 m
de diâmetro. A superfície ocupada pelos laminadores é muito grande
É necessário também o apronto dos locais para o armazenamento dos
produtos e dos transportes pesados: um alto-forno- médio consome
600 t de coque, 1.500 a 1.800 t de minério a 35%, 300 a 400 t de
fundente, isto é, aproximadamente o conteúdo de três trens de 1.000 t
em apenas vinte e quatro horas. A impressão de gigantismo e de es-
tranheza é agravada pelo estrépito e a projeção de fumaças incandes-
centes e fagulhas, pelas corridas de ferro fundido a 1.800-2.0009, a
passagem sobre os cilindros dos laminadores de barras e placas a
1.100º, o martelamento dos lingotes, o corte, nos vazadores de ban-
dagens de rodas de locomotiva e de volantes de máquinas, em matérias
aquecidas ao branco...
A siderurgia entrega produtos já diversificados: lingotes de ferro
fundido ou forjado para os variados empregos da construção das
máquinas; produtos semimanufaturados destinados às diversas pro-
duções mecânicas, chapas espessas ou delgadas, produtos destinados
à montagem de obras metálicas, partes constituintes de pontes, trilhos
de ferrovias, eclusas, planchões, ferros para construção com con-
creto, etc.
Os minérios de metais não-ferrosos são tratados com processos
apropriados à natureza de cada um deles. O minério é inicialmente
enriquecido ou concentrado por tratamentos mecânicos, lavagens, pas-
sagens em banho de óleo (a chamada plottage) e por tratamentos à
quente com grillages ou instalações que eliminam o enxofre dos sul-
fetos, Com grillages e reduções sucessivas, obtêm-se progressivamente
9s mattes de metal que, em determinados casos (cobre, em particular),
deverão ainda ser submetidos a operações de refinação. O tratamento
dos minérios sulfurosos dá lugar à exalação de fumaças apaga
de enxofre e liberta escórias tóxicas que dão um aspecto particutar-
te repulsivo à paisagem que cerca as usinas.
dos metais têm-se tornado cada vez
mai S As a
operaçõess,de requerendo a
automatizada ainda, entretanto,
aço rude nas proximidades das corridas de co dg ga
Jeparação destes, enquanto ainda quentes, 4 o número de
nejo das peças laminadas. Na França, a relação ent )
Operários da siderurgia e a produção é de pouco mais de 10 operários
Para uma produção anual de 1.000 t de aço.
143
E”

FIGURA 10 — Produção bruta de aço (1962). o


1. 1 milhão de toneladas — 2. 10 milhões de tonela
1 milhão de toneladas — b, 10 milhões de toneladas
: o , a.

-
4 SO milhões de toneladas. Encarte — produção de eau
|
b) Distribuição.
ds |
Três formas de distribuição devem ser dit |
renciadas:
— a das indústrias siderúrgicas que foram fixadas na maior
pela presença do redutor, o coque, e da energia necessária
arte
assegurar todas as manipulações de elementos e de peças Pesadas «
para aquecer os fornos e bloomings, etc.;
— a das indústrias de tratamento de metais não-ferrosos ..
com exceção do alumínio — que se encontram, o mais fregiiente.
mente, no próprio local de extração do minério;
— e a da fabricação do alumínio, lig
ada à presença do mercado
de consumo ou da corrente elétrica.

Em um total de 500 milhões de


menos de 100 são entregues por regi toneladas de aço fabricadas no mundo,
ões produtoras de minério de ferro
fazem vir do estrangeiro pelas dist que
âncias mais curtas possíveis carvão
ou coque: Lorena -e Luxemburgo, de coque
Lincoln inglês (Frodingham), Suéc
Pequenas quantidades de aço de óti ia, Ural,
ma qualidade são procuradas na
talurgia, cuja localização pode eletrome-
obedecer à atração de corrente
(Alpes Franceses. Zaporoistal, elétrica barata
próximo à barragem de Dnispr
Central, etc.). A crescente util ogues, Suécia
ização de minério de importaçã
Unidos levantou o problema o nos Estados
da localização de novas acer
ias, destinadas a

terdã, Dunquerque, Ta
rento, Proximamente
Na fabricação dos metais não-ferrosos Fos),
(com exceção do alumínio), encon-
dêm-se três de loca liza
das fundições de “cobre,ção:70%os das
locais de extração de minérios para
de Zinco, 65% 80%
das de chumbo; os

ias do Cm-se notar algumas exceções, como no caso da persistência de indús-


mine des elabor
minério ação cessado
já havia de metaishá não-ferrosos em regiões
algum tempo, ou nas quais a exploração dos
de Vic esponde a explotação não
e a Montagne,quanti tativamente à atividade das indústrias existen
no vale do rio Mosa, na Bélgica; Decazeville, tes (usina
Mai Tios de da na França);
cumecriação
países Vizinhodes centros
como em
regionais de fundições
Cingapura
que trabalham com
(estanho).
146
Devido à sua importância Quendtativa e ao seu
papel de indús-
padrão, à siderurgia é a produção que indica o
pesadas em inda
o das indústrias metalúrgicas
Fig. 11). É marcante a sua concentração
geográfica: 45% de o
mundial são produzidos em dois conjuntos regionais de 300 km de
raio: O nordeste dos Estados Unidos e o noroeste da Europa, com
115 à 120 milhões de toneladas de produção anual, respectivamente
A produção soviética (106 milhões de toneladas) é mais dis-
persa: 50 milhões de toneladas no Donbass, 40 milhões no Ural mais
de 10 milhões na Sibéria (Kouzbass) e no Cazaquistão. A Silésia
(Polônia Tchecoslováquia) produz mais 20 milhões de toneladas;
o sul do Japão, perto de 70 milhões. Os demais centros siderúrgicos
estão numa escala de menos de 10 milhões de toneladas: siderurgias
da Índia, Brasil (Volta Redonda, Cubatão), Austrália etc.
O caso da China é especial: ele associa os 10 milhões de tone-
ladas da Mandchúria a produções dispersas (num total de aproxima-
damente 20 milhões de toneladas). |

H — A INDÚSTRIA QUÍMICA PESADA


As matérias-primas das indústrias químicas são muito variadas:
combustíveis minerais sólidos, líquidos e gasosos, piritas, cal, sais,
matérias vegetais e animais e o próprio ar. Graças a essa diversidade
é difícil medir-se a importância da indústria química com referência
às quantidades de matérias empregadas, tanto mais que a função téc-
nica e econômica e o valor comercial dos produtos não possuem rela-
ção direta com as quantidades e a natureza das matérias-primas utili-
zadas.7' É comum tomar-se como índice de desenvolvimento das
indústrias químicas a ordem de grandeza de algumas produções fun-
damentais que abrem caminho às produções diferenciadas, como as
do ácido sulfúrico, do amoníaco ou do azoto, do benzol ou da polpa
de madeira, A'refinação do petróleo, ponto de partida para se
trias da petroquímica, é, igualmente, uma di referência importan
Os estabelecimentos da indústria química cado
tuem usi-

nas de grandes proporções, que trab


alham as quantidade de pro-
q elagens de produtos brutos, daí retirando uma | ulares de armaze-
Utos semimanufaturados, que exigem modos P é É
Namento, de acondicionamento e de transporte a seqientemente, a
nicas acham-se em evolução constante & “9
mad belecimento não se mos-
73. O efetivo da mão-de-obra empregada por
ta, nte, vantajoso.
147
3
qe
400 o
e s Q
=
Ee E
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350
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o
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1 al J l La iai sd

a 1845 1955 1965


15905 1915 1925 1935

Eh [ D77)s

FIGURA 11 — Quociente da produção de aço por bi!


o
1. Menos de 10 kg. — 2. De 10 a 30 kg. — 3. Ds 30 Eu
a 300 kg. — 7. De 300 a 400 kg. — 8. Mais de 4
aço de 1905 a 1955.
pro E id
Sm kg por a
habitante e por ano.
E ae De 50— a 100 kg. — 5. De 100 a 200 kg. — 6. anD
| e americ
cg! arte Evolução da produção mundia
amortização dos capitais investidos deve ser calculada sobre um prazo
bastante curto. Em nenhuma outra atividade é tão facilmente percep-
tível a necessária coordenação do trabalho industrial e da pesquisa
de laboratório. A indústria química pesada manifesta sua presença na
paisagem, através da disposição confusa, sobre vastas superfícies, de
construções que abrigam um material diferenciado de misturadores,
tinas, fornos, construções metálicas de formatos originais, como as
instalações de destilação e de cracking dos produtos petrolíferos, de
reservatórios de todas as formas e de quilômetros de tubulações de
todos os diâmetros. As cores das fumaças densas, os odores, os ruídos
são também característicos. Muito automatizadas nas operações essen-
ciais, as indústrias químicas empregam quadros de técnicos de alta
especialização e, cada vez menos, operários não-qualificados para as
tarefas subalternas, comumente perigosas e doentias, rudes e ingratas.
Os produtos fabricados ou semimanufaturados classificam-se,
de acordo com seu destino, em corantes, explosivos, adubos, corrosivos
e detergentes, gomas sintéticas, resinas, isolantes, matérias plásticas,
fibras artificiais e sintéticas, produtos fotográficos e farmacêuticos.
Podem ser tanto produções de grande peso como, pelo contrário,
produtos apurados em quantidades muito pequenas e que representam
somas elevadas. Alguns desses produtos pesados podem ser produções
destinadas ao gasto, ou auxiliares de outras produções, como os
co-
rantes ou os adubos; determinados produtos da indústria leve serão
produtos semimanufaturados, indispensáveis às indústrias de
transfor-
mação (como, por exemplo, os catalisadores). Aqui, mais fortemente
do que em qualquer outra indústria, é difícil traçar a fronteira entre
a
indústria pesada e a leve.
No plano geográfico propriamente dito, a existência da indústria
química acha-se ligada à presença de um complexo de
equipamento,
técnicas e atividades científicas, que lhe conferem o caráter específico
das economias industriais mais evoluídas. No estudo de sua
localiza-
ção, devem ser distinguidas duas séries sucessivas:
a)
As indústrias químicas só se desenvolveram nos grandes
industriais: países
nos Estados Unidos estão 40% da produção mundial de
ácido sulfúrico, do benzol, da polpa de celulose, 40% da produção
dos
superfosfatos, 20% da do azoto, 75% da borracha sintética;
ropa Ocidental, 25% da produção de ácido sulfúrico, 40% da dona azoto
Eu-
e do benzol, 30% da dos superfosfatos, 25% da polpa de celulose,
sndo que o restante das produções típicas da indústria química de
base é fornecido pela União Soviética e o
Japão.
b) No interior desses Estados, a localização de diversos esta-
belecimentos de química pesada procede do encadeamento de vários

150
cessos tecnológicos; distinguir-se-ão: as indústri à
Inhita (benzol, amoníaco e derivados, Eira ou ais
a sintética,
lásticos) — bacia franco-belga, Sarre, Rur, Saxe, norte da naBoém:
a
de Moscou-Tula,
na Tchecoslováquia, Donbass e bacia
do IE
as da refinação Pindiig
Soviética, Pensilvânia, nos Estados Unidos;
nos portos das regiões ii
concent radas
leo e da petroquímica,
de petróleo e de gás natural (costa do golfo do México) e nos de
de importação do nordeste dos Estados Unidos e da Europa Ocidental
(na França, no lago de Berre, Gironde, baixo Loire e baixo Sena):
as indústrias do enxofre, mais dispersas, ligadas à produção de super-
fosfatos, à exploração de piritas, do gás sulfuroso (Lacg, na França),
mas frequentemente à presença do carvão; as indústrias de soda, ge-
ralmente ligadas à exploração das salinas ou das minas de sal (salinas
de Giraud, Dombasle, na França); as indústrias de fertilizantes, vin-
culadas à química da hulha (sulfato de amoníaco) e ao tratamento de
sais de produção local ou importado: nas minas de carvão (Lens, na
e
França), nas jazidas de potassa, nos portos que recebem fosfatos
que tratam
também próximo dos mercados de consumo; as indústrias
de origem vegetal importadas desordenadamente ou
matérias-primas
(indústria
mobilizadas no local e cuja localização pode ser indiferente
que se
da borracha, especialmente); enfim, a indústria eletroquímica,
alumínio nas
encontra próxima à eletrometalurgia e à produção do
, Escan-
regiões de forte disponibilidade de corrente elétrica (Canadá
dinávia, Alpes).
— siderurgia,
Todas as indústrias pesadas de primeira elaboração
pesada — são
metalurgia dos metais não-ferrosos, indústria química no caso em que
tanto
indústrias muito concentradas, financeiramente,
ra, como quando os
a concentração geográfica corresponde à financei
de trus-
estabelecimentos dispersos dependem de um pequeno número
tes nacionais ou internacionais (caso da eletroquímica, especialmente).
mercado
Em cada país, um pequeno número de sociedades domina o
do aço, dos metais não-ferrosos, da refinação do petróleo e da petro-
ete.: U. S. Steel, ep
química, dos fertilizantes, explosivos, eras, Dupont E? e
Steel, grupo Guggenheim, Sociedades Petrolíf
mours, nos Estados Unidos; Krupp, Thyssen, ts Raty.
Alemanha; Schneider, Cedo
Hoesch, I. G. Farben, naGobain, pese
de Srs asitioo;
Rhône-Poulenc, a O
Pechiney, Ugine, Saint :
trong, Vickers Maxim, Richard Fen lajes riale noC Luxemburgo, etc.
na Grã-Bretanha; Cockerill, Arbe

151

2. As indústrias de equipamento
Dois grandes tipos de indústrias contribuem para assegurar q
desenvolvimento dos dispositivos de produção e de transporte: o das
indústrias de construção e das obras públicas e o das construções
mecânicas, ou metalurgia de transformação. Cada um destes dois
grupos possui um setor de fabricação destinado diretamente ao uso
individual: construção de imóveis de habitação, fabricação de máqui-
nas de uso pessoal ou familiar, tais como automóveis, aparelhos
domésticos, bicicletas e motocicletas, etc.

I — AS INDÚSTRIAS DE CONSTRUÇÃO E INDÚSTRIAS


ASSIMILADAS

A
distinção formal, necessária, aliás, entre o destino de uma
parte das obras, com interesse coletivo e produtivo, e as demais, com
fim de utilização individual, é mais aparente do que real, pois o equi-
pamento urbano realiza uma condição de produção — a estabilização
e o alojamento da população ativa, indispensável ao funcionamento
das atividades econômicas. É possível, portanto, tentar a avaliação,
após um primeiro exame do assunto, da importância relativa global
das atividades de construção.
A produção de cimento constituirá, aqui, o índice estatístico.
Os três grandes conjuntos industriais repartem, entre si, 300 milhões
de toneladas (70% aproximadamente) de uma produção mundial
anual de mais de 300 milhões de toneladas: América do Norte, 75
milhões de toneladas (das quais 70 milhões para os Estados Unidos);
Europa Ocidental, 100 milhões; União Soviética e Repúblicas Popu-
lares Européias, 120 milhões. Os países subdesenvolvidos constituem
produtores de muito pequena expressão: 10 milhões de toneladas
para o total da Ásia (com exclusão dos territórios soviéticos), para à
China 19 milhões, e o Japão 50 milhões; 8 milhões para o conjunto
da América do Sul e 8 para o total da África. es
Não é possível utilizar, para a avaliação da importância da indús-
tria da construção, o número de operários empregados nessa indústria,
devido às diferenças consideráveis entre os diversos processos de cons-
trução e, também, às diferenças existentes nas relações quantitativas
entre os efetivos empregados e a importância das obras efetuadas.
Construções de grandes proporções tiveram que ser realizadas
nos países devastados pela guerra. Os maiores quocientes de consumo
de cimento por habitante, revelando a importância da execução de
obras e de construção imobiliária, são encontrados nos Estados Unidos
152
300 kg), na Alemanha (550 kg), na Polór:
Tchecoslová-
e Ena (35 a 450 kg) na França (500 kg), nona Breatanha (350 kg)
Uni0ão Soviética, (400 kg). Conforme as circ uUnstância
tica econômica e social de cada país, as disponib ilidad s e à polí-polí
de construção são aplicadas, em propor es em mate
ção variá vel, na edific rial
ação de
barragen s, de centrais hidráulicas, de pontes e obras de vias fé
no planejamento de portos, construção de fábricas
ou construção de imóveis de locação ou habita , obras E eps
ções individuais ca
À, indústria de construção devem ser relacionadas as diversas
indústrias que contribuem para o fornecimento de utilidades indispen-
sáveis à edificação dos imóveis. A importância dessas indústrias ia
a ser cada vez maior, uma vez que as técnicas de construção recorrem
sempre mais ao emprego de elementos. pré-fabricados de grandes
dimensões e cada vez mais complexos. Geralmente, possuem essas
indústrias múltiplos mercados e, consegiientemente, servem a outras
indústrias além da de construção; sua classificação é, portanto, sujeita
a críticas, tanto mais que se prende a famílias tecnologicamente
diferentes.
A primeira a assinalar é a fabricação de produtos de cerâmica e
de vidraria, que constituem indústrias de construção, pois fornecem
cerâmica, louça, ladrilhos, mosaicos e vidros de todos os tipos, inclu-
sive os isolantes, embora fornecendo, também, outras categorias de
produtos a outros setores industriais: produtos de cerâmica necessá-
rios à siderurgia, à química (revestimento de fornos, vidros especiais
para química), vidros de automóveis, material ferroviário, lentes ópti-
cas, garrafas. Essas indústrias possuem ainda, por outro lado, um
caráter de indústrias leves, graças ao fornecimento, que realizam, de
material de uso doméstico: produtos decorativos de luxo, porcelana
ne-
Sapeeredea
e cristais. No caso de estudos detalhados e regioionais, é possível
cessária a distinção de categoria de estabelecimentos de indústri
: leci-
pesada, operando, sobretudo, no setor equipamento, é o.ducqutan
ÀA primeira
es, fo rn ec en do pr od ut os de uso.
eae ú maior parte,
dessas portantes, situada, na
nacategorias
r agrupa
2 fábricas im : isto é,
em peoiidio ad RA térmica pode ser omedos em NE
nas zonas hulhíferas. A segunda, pelo contrário, = dficamente dis-
de dimensões geralmente muito mais nda + E específicas, como
persas, em função da presença de a rência de tradições Te-
areias e argilas muito puras, caulins, € pi na França — Limoges,
gionais de decoração de fundo folelóricos ccarat, para à porcelana
Nivernais, Ruão, Vallauris, para O oirdode Tchecoslováquia, a Boé-
e os cristais; na Alemanha, à Saxônia; : de produtos de uso
o a
mia; na Polônia, a Silésia, etc. To davia, O fabric
em grande quantidade, sem pretensões artístic
A as, é com
ciado, geograficamente, à indústria pesada (caso do norteUmedanteFrança
asso.
notadamente).
Uma segunda série de indústrias
que pode ser englobada no ativo
da indústria metalúrgica é a fa
bricação
porado à construção: além dos ferros dedo material mecânico incor.
armação, fornecidos Pela
siderurgia, todas as peças metálicas relativas
E às instalações de c ana-
lizações, de aquecimento, de elevadores,
de fechaduras metálicas.
esses objetos, geralmente, fornecidos São
por empresas especializadas, lo-
calizadas seja nas regiões de metalurgia tradicion
pesada,
al e de metalurgia
seja nos maiores centros urbanos que con
stituem mercados
de consumo e eferecem facilidades de
engajamento da mão-de-obra
especializada necessária.
A terceira séria das insdústrias ligadas às con
strução é a da ma-
deira. Compreende a produção da madeira
de andaimes e do viga-
mento destinado a sustentar o concreto, nec
essitando a utilização de
madeiras de espécies e cortes variados, como
as próprias para cons-
trução de marcenaria, para a confecção de sacadas,
soalhos, escadarias
etc. De acordo com os casos particulares, a indú
stria da madeira
prende-se ao domínio da grande empresa ou ao do
artesanato, e
possui, graças a este fato, uma localização que sofre variaçõe
s infinitas.

H — A METALURGIA DE TRANSFORMAÇÃO

A grande diversidade de tipos das produções das indústrias me-


talúrgicas torna difícil qualquer classificação. A tonelagem de produtos
fabricados não possui significação no caso de produções para as quais
o valor do objeto depende da qualidade das ligas empregadas, da
exatidão da montagem definitiva e, em proporção bastante grande,
da qualidade e quantidade do trabalho requerido em elaboração. Jodasa
maneira, torna-se igualmente difícil proceder a avaliações e onça
rações baseadas em números. Um valor total da produção de ns
móveis, embora seja um tanto abstrato, guarda, porém, um ce ?
valor indicativo. Em determinados casos, as estatísticas podem E
portar uma conversão dos números reais em algarismos de referên =
número de tratores convertido em unidades de 15 Cv; ga
vagões ferroviários convertido em unidades de dois ins. é Sê
geral, é preciso renunciar a encontrar, em um sonpunto. e
estatísticos, algum que corresponda à realidade industrial. Os e ce
de produção de máquinas-ferramentas em unidades a e Asa
uma aproximação grosseira. As indicações relativas ao valor

154
terial
= maisproduzido
exatas. — É quando
e há possibilidad e de sua 1 A
Utilização «cs ÃO
A título de simplificação, pode ser estabelecida a segu;
sificação:
— indústri a
as de aparelhagem industrial;
— fabricação do material de trans porte
pesado: Construç
vais e material ferroviário; ões na-
— fabricação do material de trans porte
leve: construções ae
náuticas e automobilísticas; ro-
— fabricação de material agrícola;
— fabricação de material elétrico para todos os
usos e de me-
cânica leve
.
A fabricação de produtos de uso individual, em geral produzid
os
pelos mesmos estabelecimentos que fornecem o material de equipa-
mento, engloba grande número de fabricos cuja definição estrita é
difícil, pois é bastante vaga a diferença entre o uso individual sem
fins produtivos e o uso individual que possui repercussões sobre as
atividades de produção (material empregado pelo artesão, automóveis
utilizados para fins profissionais, etc.). Por esta razão, o conjunto das
indústrias metalúrgicas de transformação permanecerá agrupado, no
âmbito do presente trabalho, às indústrias de equipamento.
a) Indústrias de aparelhagem industrial. Essas industrias com-
preendem várias séries de fabricação de material pesado, destinadas
a diversos fins: material destinado à siderurgia, às minas e à indústria
petrolífera, grandes aparelhos elevatórios para as fábricas e para o
equipamento portuário; categorias de fabricação de fianert paia
fábricas, no sentido masi rigoroso do termo, ou seja, de faleiçição
máquinas-ferramentas, trabalhando ou pela retirada de ei
nos mecânicos, perfuradeiras, brocas, limadoras, E e os tipos de
máquinas de fresar), ou por desgaste (afiadores E » (escavadeiras,
esmerilhadores), e equipamento para as obras p o da as, betoneiras
tratores para remover terra, raspadeiras, bombas, o ee assess,
britadores, etc.). Outras séries de fabricação acham-
mente ajustadas ao serviço de o a ializadas: material par a
o têxtil, indústria
a indústria química e alimentar, materia zo mundial pela fabrica-
do couro, etc. A Suécia adquiriu uma TeP A idos e a Uniã
São de rolamentos de esfera, mas OS Eatanioa máquinas-ferramentas;
tica continuam os dois maiores produtores ftália
estão hoje superadas
à França, a Alemanha, a Grã-Bretanha e à e
Pelo Japão. E e, à sa
ssivament:
Essas indústrias desenvolveram-se Fo a E
que se aperfeiçoavam as técnicas e cres
155
Continuaram, na maior parte, implantadas
Nas regiões iniciais de ;
dústria metalúrgica, obedecendo a duas pri
ncipais Solicitações:
proximidade da siderurgia — que é nec
essária especialmente àç
caráter mais pesado, dentre as indústria
s deste tipo; a de Presença do
mercado de encomendas, dos escritórios de estudos das diversas Em.
presas e da mão-de-obra qualificada indispensável a esse tipo
indústria. Trata-se, portanto, de imp de
lantações em geral antigas nas
regiões de indústrias de primeira
elaboração do metal € nas zonas
indústrias diferenciadas e típicas de
das zonas urbanas. Na Inglaterra:
Glasgow, Newcastle, Sheffield,
Birmingham, o Lancashire, o sul
País de Gales, a grande Londres; do
na Suécia, Gotemburgo (fábricas
de rolamentos S.K.F.) e Estocolmo
; na Alemanha, a Renânia, Ber
e Saxônia, Nuremberg, Schweinfu lim,
rth, Stuttgart e a Floresta
na França, a região do Norte, Negra:
o vale do rio Sambre, a região
se, Saint-Etienne, Lião, Troyes, parisien-
Mulhouse, Belfort, Grenoble; na
o grupo de Zurique (Zurique, Suíça,
Winterthur, Oerlikon), Basiléia
Jura, Berna e Genebra; na Bél e o
gica, nas circunvizinhanças de
e em centros dispersos na planície Bruxelas,
belga; na Itália, Turim e, sobretudo,
Milão. Nos Estados Unidos,
a regiã
monopólio das indústrias do aparelhame
terra, Nova York e o vale do nto industrial: Nova Ingla-
rio Mohawk, Filadélfia, Baltim
cinnati. Na União Soviética ore, Cin-
, as indústrias de carát

Essas indústrias sofrem uma evo


Bressos técnicos cuja aplicação é lução constante, graças aos pro-
estimu lada pelo receio da concor-
rência, Ocupam um lugar de destaque
entre os diferentes tipos
indústria, apresentando, atualm de
ente, seus maiores valores na
de equipamentos. produção
b) 4 indústria do material de transp
truções navais e a fabricação ortes pesados. As cons-
de material ferroviário possue
caráter de indústrias destinada m mais um
s à manutenção de um par
te, a não ser nos países que se acham que já existen-
em curso de transformação
156
técnica e econômica. E este um material
uando se trata de uma substituição do
de amortizaçã
OTtização lenta, Salvo
é : os material d é
a guerra, essas atividades industriais acham-se em io durante
aração com O ritmo com que se desenvolviam durant O, em com-
metade do século XIX, e na primeira década do século o segunda
foram construídas as grandes redes ferroviárias e a tonela e quando
correspondente ao maior volume de intercâmbio interna Ra marítima
va-se, ao mesmo tempo, um deslocamento do centro de po ci
destas construções, inicialmente da Europa Ocidental para Stu o
Unidos e, em seguida, para a Europa Oriental e a União Soviética A
modernização do parque, principalmente do tipo de tração empregado;
a substituição, em algumas linhas, da tração a vapor pela elétrica: g
emprego de locomotivas a óleo diesel e a conservação do material são
ao lado da exportação para os países subdesenvolvidos, as principais
formas da indústria de material ferroviário nos velhos países indus-
triais; a construção de material novo é o principal objetivo nos países
que realizam, atualmente, a sua revolução industrial.
Os grandes estaleiros para a construção naval estão situados
próximo aos mais importantes portos marítimos, sendo que os econo-
micamente mais favorecidos acham-se situados nas proximidades dos
principais centros siderúrgicos: Clyde, Tyne, Tees, Humber; Borrow
in Furness, Liverpool-Birkenhead, Plymouth e Portsmouth, na Ingla-
terra; Dunquerque, Havre, Saint-Nazaire, Lorient, Bordéus, Bayon-
ne, La Ciotat, na França; Bremen e Hamburgo, na Alemanha Ociden-
tal; Rostock e Stralsund, na República Democrática; Roterdã, na
Holanda; Antuérpia, na Bélgica; Stavanger, na Noruega; Gotemburgo
e Estocolmo, na Suécia; Zczecin e Gdansk, na Polônia; Génova, Li-
vorno, Ancona, Veneza e Trieste, na Itália, etc. Na América do Ee
as principais zonas de construção naval encontram-se na a E
Atlântico, em Boston, Nova York, Baltimore; na costa pac ia a
Puget Sound, na Columbia e em Los Angeles. Na União SoviéremSs
estaleiros
E
se repartem entre o marj Negro Amti
(Nikolaiev), o sk
mas 1
Leningrado, Riga, Kaliningrado), O Atlântico (Mapa
o Pa-
No
cífico (Vladivostok, Komsomolsk) e o mar Achar + e Nagasáqui.
apão, os maiores estaleiros são os de Tóquio,
nã e a crise do frete,
Aparentemente existe uma contradição entr o cres-
ota mercante €
O desarmamento prematuro de uma parte da E de um deslocamento
cimento das construções. Na verdade, ei natício da Europa de
Bcográfico da construção, notadamente em , ecializados, de petro-
| te é sobretudo da construção de nave” ad mundial.
“iTOs que representam hoje um terço da ton
157
E ted
Ee q 04! á
OOA 4 + 4á E]

4
da

Na
— sm a] mm
CD AS
|

- — — — — —
/
se E E

1 02 % 3 4
FIGURA 12 — Produção de aut
omóvei
1. 100.000 veículos construídos; — 2. s 1 nomilMundo em 1 em =
das. Quocientes: — 5, Menos hão de veículOs» —
100 pessoas por 1 veículo de 5 pessoas por 1 veículo; “=
«
EC TAP

mero5 hide hab


um
por 1 veículo.
"6, : “antes : a
a — 4, Montagem de peças impor
veículos;
a 50; — 8. 50 a 100; — 9. Mais de
7. 10
CONSTRUÇÃO NAVAL EM 1967
(em milhões de toneladas)
Principais construtores
ENDÃO sus Curtos apl
PEERi
os Drs
c MDA
a aro 7.548.000
CRBICADDE, Ni
UDITn
0 RED
e Aria 1.297.000
República EWdBralC AIGMA Sacs
err
cecsr
Per
s ro 1.010.000
URSS (ODRAVADO SS soraia 1.000.000
MOR axo vs sro ia ei RS a 1.300.000
ESA VAO, petite AR
250.000
Paltos DUNOS ais AS Cita nnçis a ERES 250.000
ERA cs cpa rR d
a Et Rn 505.000
PRAÇA <ssso ires Efe SS RR 600.000
SOGRA upper ae
525.000
IMBRMAIÇA 7. Secas
483.000
POA. resta o
391.000
Em 1938, os diversos estaleiros do mun
do tinham lançado apro-
ximadamente 3 milhões de toneladas,
das quais um terço construído
na Gra-Bretanha. Em 1943 e 1944, o
esforço de guerra elevou o lan-
çamento para 14 e 11 milhões de ton
eladas, das quais os Estados
Unidos ficaram com respectivamente 80
Os estaleiros ingleses ret
e 83%. A partir de 1946,
omaram um ritmo de construção anu
1,1 a 1,3 milhão de toneladas que lhes al de
assegurou imediatamente o
primeiro lugar entre os países ocidentais,
pois a construção americana
desceu para 500.000 toneladas em 194
6 e oscilou depois entre....
150.000 e 700.000. Após 1958, a construção ale
tânica, enquanto o Japão manteve o primei mã alcançou a bri-
da tonelagem
ro lugar com a metade
lançada no mundo, excluída a URS
S.
A indústria do material ferrovário acha-se geo
cionada à siderurgia — graficamente rela-
a qual lhe fornece os pro
turados — e às indústrias de aparelhamento elét dutos semimatufa-
à fabricação das rico, no que concerne
locomotivas elétricas: Birmingham,
castle, País de Gales, na Inglaterra; Rur (80% da Sheffield, New-
Hanover e o Saxe, na Alemanha; Lille, Val produção alemã),
derbroon-Reischoffen, Lunéville, enciennes, Jeumont, Nie-
reg
onde a indústria de conservação e deiãoreppar isiense, Tours, na França,
aração se encontra bastante
difundida; Liêge, Charleroi e Mons, na Bél
Os totais da produção não são gica; Wintertur, na Suíça.
mercado. 7* (O mesmo não
mui to fort es, devido à saturação do
sucede nos Estados Unidos, ond
CCC e a pro-
74. As ind
a Ásia, à Áfdea ústrias euro as e,
o à Amis de A em particular, a francesa, exportam pars
,
160
é muito grande, apesar da existência de um parque
E aí se produzem já conside-
mais de 2.000 locom Otivas e de
50.000 a
100.000 vagões por ano. Nesse país, essa indústria visa também à
ortação. Os centros principais são os de Filadélfia e Chicago.
A
União Soviética € as repúblicas populares desenvolvem seu equipa-
mento ferroviário sob um ritmo intenso: a primeira produz mais
ds 1.000 locomotivas e 40.000 a 50.000 vagões por ano, e as repú-
blicas populares européias, um milhar de locomotivas e 40.000 va-
des. As grandes fábricas de construção de material ferroviário, na
União Soviética, situam-se em Vorochilovsk, em Kharkhoy e Kiev na
Ucrânia, na região de Moscou (Kolomna e Kaluga), no Ural (Ore,
Nijné Taghil), na Sibéria (Stalinsk, Oulan-Oudé). Na Europa Central,
os maiores estabelecimentos situam-se na Silésia (Katowice, Wroclaw),
em Praga, Pilsen e Brno.
O Japão fabrica uma centena de locomotivas e cerca de 10.000
vagões por ano.
Fora da América do Norte, da Europa e da União Soviética,
e do Japão, os únicos países que possuem indústrias de construção
navais € ferroviárias são a Austrália e o Brasil (excluídas as oficinas
de reparação e conservação).
c) A indústria automobilística. As indústrias de motores, da
construção automobilística e aeronáutica contam-se entre as indústrias
metalúrgicas de transformação de caráter menos pesado.
Acham-se elas voltadas para um mercado duplo: o das socieda-
des, ou organismos, de transporte de mercadorias e de passageiros €
o da freguesia de particulares, sendo mais sensíveis às variações do
mercado e às crises econômicas que as demais indústrias metalúrgicas
grande número de
de transformação, já examinadas. Recorrem a um de diferentes es
matérias-primas e de produtos semimanufaturados
operários que pertencem à várias categorias é
rezas, empregando
ofícios. Essa diversificação é essencialmente visível nos opera -
montagem de veículos ou de aparelhos, podendo contribuir dm ER
conservação de uma diferenciação entre as empresas a Fabri
fábricas de peças de motores, eletromecânica de automovers,
ca ção
=
de acumuladores, :
carrocerias
+
ras, fabricação
e pinturas,
q a de pneu-
brica de constru-
fal e montagem
máticos, medidores e aparelhagem de bordo. A
São de automóveis é, assim, essencialmente , ntão, o maior
* peças, entregues por diferentes fornecedores; aa estabelecimento.
Número de fabricações acha-se integrado em umhp parte, à pri-
indú stria automobilística americana correspoa 7 francesa, deu-se
Meira destas ,
alternativas enquanto, na ento no caso da
à concentração vertical (espec ú
Sande impulso
Régie Renault). A indústria de construção de motores, de ma terial
automobilístico e aeronáutico é bastante independente quanto à loca.
lização da produção das matérias-primas por elas empregada; trata-se,
sob o ponto de vista geográfico, de uma indústria presa aos mercados
e à mão-de-obra, procurando a vizinhança das praças de venda e as
facilidades de engajamento de uma mão-de-obra especializada e dife.
renciada. Pertence ao tipo de indústria que permite acréscimos, pois
a presença de uma fábrica de automóveis faz surgir, ao seu redor,
uma quantidade de fabricações anexas, que produzem, para o cons.
trutor como para o comprador, peças, miuçalhas, acessórios, guarni-
ções, etc. Por sua vez, a presença dessas indústrias, entregando sob
preços muito estudados — condições de sua sobrevivência — produtos
que facilitam as operações de fabricação e de construção, cria um
ambiente favorável à instalação de outros construtores. A demons-
tração deste fato pode ser feita tanto em Detroit como em Paris.
Entretanto, esta indústria possui grande flexibilidade de localização.
A indústria automobilística e aeronáutica e seu cortejo de fornece-
dores podem apresentar-se geograficamente muito dispersos (espe-
cialmente na Alemanha). Estas são, entre as indústrias importantes, as
que melhor se prestaram às operações de “descentralização industrial”,
particularmente na França.
A indústria automobilística obedece às mesmas condições gerais
de distribuição geográfica que as indústrias de transformação. Só
existe sob uma forma completa em uma dúzia de países, enquanto
uma dezena de outras nações possui fábricas de montagem de peças,
fornecidas pelas indústrias estrangeiras. Do ponto de vista estatístico,
a posição dos Estados Unidos no mercado automobilístico é melhor
do que em relação a qualquer outra indústria metalúrgica de trans-
formação, com 11 milhões de veículos construídos em 1968. Entre-
tanto, ela recuou no curso dos dez últimos anos: 75% em 1950,
50% em 1960, e 40% em 1967. Em troca, o noroeste da Europa
forneceu perto de 40% dos carros novos, em lugar de menos de um
quarto em 1950, sobretudo como consegiiência da ascensão da pro-
dução alemã. 7 A União Soviética e as Repúblicas populares euro-
péias entram com apenas 6 a 7% do total mundial, enquanto a pro-
dução japonesa subiu para 13%.
A indústria americana de automóveis fi como uma
Portância nacional. Alimenta o parque de velculos mais importindústria de im-
ante e diferen-
25. Em 1968, a República Federal Alemã produziu 3,1 milhões,
eesa Grã-Bretan
na ha 2 milhõ
mi a França
es cada, a Itália 1,6 milhão, a Espanha 400 . 000,U, é

162
mundo: 100 milhões de veículos em circulzez a
a “produzido nos Estados Unidos em período de paz CSoNe 15 .
bruta, 73% do vidro para e do COUro para forração: e dOrraçha
automobilística emprega cocina ão de operários, porém nãos abricação
maior de trabalhadores vive da conservação e circulação de uia Pe
mercado é, entretanto, bastante instável e uma regularidade relativa Eresçã o
gados SÓ se acha garantida pela junção de fabricações auxiliares (ring
aparelhos
tada pelas domésticos
medidas de) proteção
à de automóveis.
aduaneiraÀ decretadas
exportação pelos pádics diana
de automóveis icul-
foi dificul.
ja diversidade das condições de utilização, a qual não corresponde às pec, e
tâncias de fabricação: nos Estados Unidos, ; adaptadas
à excl Usivamente às cuns-
condi-
ções de uso apropriadas apenas a este país. O número de veículos no
exterior
representa apenas uma fraca proporção da produção nacional: menos de 10%
Em compensação, a indústria americana exporta um grande número de peças,
montadas no estrangeiro por filiais,
A estrutura da indústria de construção e de montagem dos automóveis, nos
Estados Unidos, é fortemente concentrada. Três grandes grupos dividem entre
si a parte essencial do mercado: General Motors (resultante de uma concentração
horizontal que incorporou muitas marcas antigas, guardando, porém, as refe-
rências Chevrolet, Pontiac, Oldsmobile, Oakland, La Salle, Cadillac), com fábrica
em Flint, Detroit, Pontiac, Lansing; Ford, que absorveu as fábricas Lincoln, Mer-
cury, Detroit e Dearborn; Chrysler, que integrou De Soto, Dodge, Plymouth,
com as suas fábricas situadas em Detroit. Os demais construtores estabelece-
ram-se em Detroit (Hudson, Nash, Packard), em Willow Run, em Michigan
(Kaiser), em Toledo (Willis), em South Bend, Indiana (Studebaker). É fácil
observar-se que à concentração das empresas corresponde' uma forte concen-
tração geográfica, que faz de Detroit o maior centro de fabricação automobi-
lística do mundo. A fabricação de peças é, todavia, muito mais dispersa e, para
facilitar o fornecimento ao mercado, as grandes sociedades abrem fábricas de
montagem em diferentes regiões dos Estados Unidos (Cleveland, Milwaukee,
Saint-Louis, etc.) e nos portos da costa atlântica. : ra
Considerando-se o número de viaturas produzidas, a mais forte indústria
automobilística européia foi a indústria britânica até 1955: após 1960, ela foi
superada pela indústria alemã. Esta indústria é baseada nos mercados do ex-
terior, sobretudo nos da Commonwealth. Cerca de dois terços da produção são
exportados. É constituída por mais de 30 sociedades, reagrupadas, em e
Por concentração. Os grupos mais importantes são: a British Motor opra S ,
die congrega as fábricas Austin de Birmingham, Nuffield aqui o SÊ
Tri e Wolseley de Oxford; o grupo Ford de Dagenham, seg
Feto do de Coventry, Rootes (Hillman, Humber, Sunbean), Siddeley Daimler,
ses grupos, as principais fábricas são as de Armstrong ley,
Jaguar, , Lanchester, , Le
Lea Francis,:
todas em Conventry, Aston Martinord, e Jense
Lagonca,
em
em Feltham (Middlesex), Bristol, em Bristol, Vauxhall em e as so-
““st-Bromwich-Birmingham, Frazer Nash em Isleworth (Mi cográfica
;
f londrinas; Aliardo” y e Rolls
Bentlequase min
Royce. Aah localização am
destas fábricas é muito nítida: todas estão situadas em
entry, Oxford e em Londres e sua proximidade Need
E indústria a ancesa ocupa O Seu mercado
Ocidental, com a Do serah de 2 milhões de ea a exportação
rima é muito menos importante do que o da e es em s
Era “Senta apenas um quarto ou um quinto da produç ical em estabelecimen qe
n “levado à que foi conduzida a concentração a j np qnto: cors
9 08 da Renault, das empresas Citroén e Peugeot. E
1
o plano horizontal (quatro empresas): administração Re,
pn E Citroén, Peugeot, Simca-Chrysler
viaturas particulares e 90% das utilitárias. Geograficamente, constroem 965%,acha.
esta indústria Ee
se quase que integralmente concentrada na região parisiense, com exceção as

fábricas Peugeot de Sochaux (Doubs) e Berliet (fabricação de veículos E


tários) de Vénissieux, subúrbio de Lião. Nos últimos 25 anos foram realizadas
importantes descentralizações. Antes da guerra em Mans e em Orleans (Renault):
durante o último decênio em Rennes (Citroén) em 1960, na região
sobretudo e,
do norte. Além disso, várias associações se constituíram para venda no exterior
(Régie Renault e Peugeot) ou para a prospecção do mercado europeu (Citroén.
Fiat).
d
indústria automobilística alemã desenvolveu-se com grande rapidez entre
1930 (menos de 10.000 veículos) e 1938 (330.000). Sua ascensão foi Tetomada
a partir de 1947 e a produção francesa foi ultrapassada em 1954, Em 1968
ela forneceu 2,8 milhões de carros de turismo e 300.000 veículos pesados,
Hoje ela parece bastante agressiva, procurando disputar os mercados com as
indústrias inglesa e francesa. Quatro grupos dominam a construção das viaturas
em série, modelos pequenos e caminhões: Volkswagen, com fábricas em Fallers-
leben Wolfsburg, ao norte de Brunswick: Opel, com fábricas em Russelshein-
Francfort; Ford (marca Taunus), fábrica em Colônia; Borgward (Borgward
Goliath, Lloyd), fábrica em Bremen. A produção de duas outras empresas
cresce rapidamente: Porche, em Stuttgart, e Auto Union, ou D. K. W. em
Ingolstad. As outras firmas importantes que produzem fabricação em série loca-
lizam-se todas no sul da Alemanha: B. M. W. (Bayerische Motoren Werke),
em Munique; Gutbrod, na Floresta Negra (Plochingen, Calw):; Champion, em
Paderborn, Ludwigshafen, Stuttgart possui, além disso, os grandes estabeleci-
mentos Daimler Benz (capitais anglo-alemães), que explotam a firma Mercedes
Benz na fabricação de automóveis de corrida e veículos de luxo. á
As principais fábricas de automóveis da República Democrática Alemã são
as de Magdeburgo, de Brandeburgo e Plauen.
A indústria automobilística italiana é, igualmente, uma indústria recente.
A produção era apenas de 52.000 veículos em 1929; afirmou-se, porém, como
uma produção de alta qualidade, produzindo, ao mesmo tempo, viaturas de uso
individual, caminhões e carros de corrida de grande valor técnico e comercial.
Esta indústria foi fortemente penetrada pelos capitais americanos (acordo entre
a Fiat, fábrica italiana de automóveis, e a General Motors). A capacidade de
produção é de 1 milhão e meio de carros por ano. A concentração é muito
elevada: perto de 90% dos veículos produzidos trazem a marca Fiat. Os outros
construtores importantes, sobretudo pela especialização e pela qualificação de
produto, são as firmas Lancia (Turim), Alfa Romeo (Milão), Ferrari (Modena)
e Maserati.
Todas as indústrias que acabam de ser enunciadas trabalham, ao mesmo
tempo, para o setor utilitário e para a produção da viatura de uso gortnuso
e de negócios ou de passeio. A proporção da construção de veículos de grande
peso e utilitários é variável, mas sempre muito inferior à dos veículos ditos de
turismo (carros de passageiros de quatro a seis lugares): Estados Unidos 21%;
Grã-Bretanha 37,5%, Alemanha 28%, França 29%, Itália 12%. à
Um recém-chegado, o Japão, se impôs muito rapidamente no mercado in-
ternacional de automóveis. Produziu 1 milhão de veículos em 1960 e mais de
En em 1968, passando a ocupar o segundo lugar logo depois dos Estados
nidos.
. A indústria automobilística da União Soviética possui
de indústria de equipamento. Foi criada durante os primeirosmaisperíodos
uma expressão
de plani-
164
ção de veí sind
«nitenal, sendo objetivo inicial a cria
tinham “PR med raio dos
ficação . “os transportes comuns
ia 200.000 viaturas por Ss giro d al
yndial à produção total era de
quais quai
as quais
20 tipo men cio nad o. A produção se aproxima de.
aciam
Guerra ios. Alguns cómibiior ai milhãoe
dos quais dois terços de utilitárpro
0%
ocidentais dução de carros Ar
para a
de veícu O» construtores
de automóveis, € pertencentes ao Estado, focalifamicdo,
ibricas de construção central: Moscou (fábrica Zis) Gorki
fá rande parte, na região. industrial
ia a guerra, a indústria automobi-
, E PE
(fábrica Zim), Jaroslavpara do Miass, próximo
ística desenvolveu-se além dos ontes Urais, no vale
, foram fundados novos estabe-
é Tche liabinsk, Novosibirsk e Omsk. Após 1945 Dniepropetrovsk; na Sibéria em
Jecimentos nO Oeste, em Minsk, Lvov, Odessa,
scáucaso, em
[skutsk e em Komsomolok, na Ásia Central em Tchkent, e no Tran
Baku e Kutaissi. das na Polônia (mais de 30.000
Novas indústrias automobilísticas foram cria s fábricas de Zzran, Varsóvia
veícu los, principalmente utilitários, produzidos pela
(6.000 caminhões fornecidos pelas fábricas de Csepel
e de Lublim), na Hungria . A indústria automobilística tcheca,
em Budapeste) e na Romênia (20.000)
produz perto de 150.000 veículos por
criada entre as duas guerras mundiais, e Trata, em Praga.
a,
ano: fábricas Skoda em Pilsen, Prag de peças importadas para a cons-
Vários países passaram da montagem O
leta: Austrália 400. 000, Arge ntina 150.000, Brasil 220.000 etc.
trução comp ulos.
Canadá é o sétimo prod utor com mais de um milhão de veíc

estratégica, as construções
Devido ao seu caráter de indústria pub licações estatísticas.
ar ao apa rec ime nto de
aeronáuticas não dão lug
por tan to, difícil def ini r as ver dad eiras proporções das indústrias
É, as dos Estados Uni-
s aer oná uti cas são
nacionaisali s indústriaem
. As asmainooreNor Wa sh ington (Seattle) e na Califórnia
dos, loc zad des te,
icaa, (re gião
e no Tex as; às da Uni:ão naSoviét
Sib éri Kra s-
(Los Angeles), no em Kansas tov , Ta mb ov , Ode ssa
Ros
industrial central,
div ers os cen tros dis per sos Nº Ural). Na
noiarsk, Khabarovsk e em são enc ont rad os na Grã-Bre-
os maiores centros Cowes, Lon-
Europa Ocidental, Yeovil , Sou tha mpt on,
l, Hull, França (onde essa
tanha: Conventry, :Bristo Dessau, Fri edr isc haf en; na
nr na Alemanha 193 8-3 9): Par is, Lião, Toulouse e O
em |
pois foi descentralizada
(Bo urg es, Châ tea uro ux, etc.). à toda pe
oeste violenta se instalou contra
indú Uma concorrência pon dessa luta são os
tos culminantes
d Ustria americana. Os
e a rea liz açã o do Concorde. indústria muiÉ to
O Carave lle , agrícola . ÉÉ estae s t a “+um
. a
; d) A indústri tria do material o das mais eo ee
uz in do um aparelha me nt
“iciesferenciada, prod s às di fere ntes ou t :
s, adaptada
se de todas as dimensoõe é, às diversas escalas técnica
da explotação, ist : a rododu
reçãs o poqurteáteivasi
da E im ! possíví el dar uma idéia numérica de
tor aos P
eifadeira-debulhadora e do tra 165
para o tratamento da vinha, dos arados puxados por tratores das
grandes planícies de lavoura mecanizada aos pequenos utensílios elé.
tricos das fazendas e aos cultivadores mecânicos da cultura de horta.
liças. É necessário, porém, definir os grandes setores geográficos de
produção maciça de material diferenciado e material pesado,
A indústria do material agrícola apresenta sua forma mais evo-
luída e espetacular nos países de agricultura concentrada e altamente
mecanizada: os Estados Unidos e a União Soviética, em primeiro
lugar. A produção de tratores é de mais de 1 milhão de unidades de
15 cv por ano, nos Estados Unidos e na União Soviética. Mais re-
cente na Europa Ocidental, ela se apresenta em grande parte como
a montagem de peças importadas da América. A França, a Grã-Bre-
tanha e a Alemanha constróem cada uma mais de 100.000 tratores
por ano.
Essa indústria se confunde, por outro lado, com a do material
pesado dos trabalhos públicos, bulldozers, compressores etc., muito
poderosa nos Estados Unidos.
Fora da União Soviética e das repúblicas populares, que cons-
tituem um mercado interno e que desenvolveram intensamente sua
própria fabricação, o mercado internacional das máquinas agrícolas
é, em proporção elevada, um mercado americano, havendo duas alter-
nativas; ou as máquinas americanas são exportadas pela fábricas dos
Estados Unidos, ou então são montadas, com peças vindas de além
do Atlântico, em filiais das sociedades americanas: Massey-Harris,
em Vierzon, Cima-Wallut (International Harvester Mac Cormick),
em Saint-Dizier, e em Montataire, na França, realizando a montagem
de tratores e máquinas complexas.
Nos Estados Unidos, os principais estabelecimentos localizam-se,
por um lado, na região industrial do Nordeste: Canton, na Pensil-
vânia, Chattanooga, no Tennessee, Richmond, em Indiana, Spring-
field, em Ohio, e, por outro lado, nas regiões de grande lavoura
mecanizada, constituindo um mercado local: Milwaukee, Chicago,
Saint-Paul, Nova Orleãs.
Na União Soviética, os primeiros estabelecimentos fornecedores
de material mecanizado para a agricultura foram os de Kharkov,
Estalingrado e Tcheliabinsk. Como nos Estados Unidos, podem ser
aí distinguidas duas zonas mais importantes de localização das fábricas,
construídas no decorrer dos últimos 20 anos: as antigas
ar onde as fábricas estão igualmente voltadas para asregiões
pro-
o especializadas dos campos vizinhos: Leningrado, Revel, Kovno,
omel, Tula, Orel, Riazan; estabelecimentos produtores de material
pesado para a lavoura das grandes planícies, em Saratov, Estalingrado,

166
Zaporojié, Rostov, Novosibirsk, Krasnoiarsk, Blagovetchensk. ou d
material especializado para determinadas culturas. Tachkent (c I t ;
res de algodão), Armavir, Tbilissi, etc, É ese
Estes dois países possuem toda uma gama de fabricações, com-
preendendo tratores de todos os tipos e potências, material pesado
para à cultura de cereais, máquinas especializadas para a colheita de
milho e cana-de-açúcar, arrancadores de batatas, de linho, espalha-
dores de esterco, máquinas para drenar brejos, para preparar os arro-
zais, dispositivos de mecânica hidráulica, de equipamento de estábulos.
Na Inglaterra e na Alemanha, a fabricação das máquinas agrí-
colas não se acha geograficamente separada da indústria de apare-
lhamento industrial em geral. A Suécia possui quase que o monopólio
europeu da produção do material da moderna aparelhagem de estábu-
los e leiterias. Gotemburgo e Estocolmo são os dois principais centros
de produção, como também do aparelhamento industrial de uso geral.
Na França, é maior a dispersão das indústrias de material agrícola. A
região de Montbéliard fornece o material de uso tradicional. As fá-
bricas de máquinas agrícolas encontram-se no Berry, no vale do
Oise, na zona de Lião, em Chartres, Sens, Saint-Dizier, em Bézier
(aparelhagem vitícola), em Avignon, etc.
utos para
As pequenas indústrias metalúrgicas que fornecem prod
cas de caldei-
o artesanato ou para uso particular — pequenas fábri bo,
objetos de chum
ras, oficinas de fundição de latas, oficinas de
oarias, cutelarias —
material de aquecimento central, serralharias, reloj
diferentes: como Im-
apresentam-se geograficamente, sob duas formas
comprometidas devido à anti-
plantações tradicionais, hoje bastante mais recentes,
das empresas
guidade das instalações e à concorrência
(joalheria do Jura, cutelaria
técnica e financeiramente mais poderosas
Nozent ou de Thie rs, armas e bicicletas de Saint-Etienne é vale
de e como iuisirias
exemplos),
do Doubs, na França, entre outrdaos pequena metalurgia das grande
urbanas, em parte continuadoras
cidades, no começo do século XIX (Bellevile, em Paris ), sendo s
por-
, téc
ad as so br e ba se
lativo fund
ráter especu
outro lado, criações de ca ramente sól das. As geito É to
resas tra-

nicas renovadas e financei


. :
.
R

para à
balham, fregientemente, para à indústria e
de uso individual. «áctrias eletromecà-
abastecedoras
e) As indústrias eletromecânicas — As indi
nicas, que se desenvolveram primeiro sob o roliferaram nos
de motores e de aparelhagem das usinas as nd radioelétrico,
últimos vinte anos sob a forma de indústrias go re dos aparelhos
dos aparelhos eletrônicos, das máquinas Re
167
de controle e de telecomando e dos computadores. Elas têm também
um lugar importante no ciclo das indústrias nucleares.
O desenvolvimento dessas indústrias — que pedem investimen.
tos muito grandes e um alto grau de tecnicidade — É específico dos
países industriais mais avançados: os Estados Unidos, a União Sa
viética, a Grã-Bretanha, a República Federal Alemã, a Suécia, à
Itália, os Países Baixos, a Tchecoslováquia e a França. As locali-
zações mais favoráveis para essas indústrias são a proximidade dos
mercados das indústrias mais evoluídas e as capitais, pois o fator
principal para sua implantação é a presença de quadros técnicos e
de uma mão-de-obra altamente qualificada.
Sob certas condições, estas indústrias podem ser distribuídas fora
dos grandes núcleos urbanos ou implantadas nas cidades do interior,
desde que elas sejam bem servidas por redes de transporte e de cir-
culação (na França, Nice, Montpellier, Dijon).

As indústrias metalúrgicas de transformação afirmam seu


cará-
ter fundamental de indústria de equipamento condicionand
o os meios
de produção e os de transporte numa economia moderna. Um país
desprovido de produção metalúrgica é obrigado a importar
todos os
seus meios de produção de transporte e de transmissão
não pode e
pretender dispor da menor autonomia econômica.
Essas indústrias são, sob um outro aspecto, instrume
nto de po-
tência e de independência política: elas constituem,
com efeito, o
esqueleto de todas as produções estratégicas, juntamente
trias químicas pesadas. Cada um de seus ramos pode com as indús-
ser convertido
em fabricações militares de série e joga seu papel no
técnico da dispositivo
guerra moderna.

168
CAPÍTULO V

AS INDÚSTRIAS LEVES OU INDÚSTRIAS


DE OBJETOS DE USO E DE CONSUMO

Tratar-se-á, neste capítulo, das indústrias que fornecem objetos


de uso e de consumo, utilizando, como produtos básicos, substâncias
brutas ou materiais semi-elaborados não-ponderosos. Algumas indús-
de gê-
trias alimentares, todavia, mobilizam quantidades consideráveis
neros brutos (usinas de açúcar, fábricas de conservas de carne, peixe,
leite, moagem, etc.).
A natureza das matérias tratadas e a destinação dos fabricos
fornecem a base para uma classificação simples: indústrias têxteis,
indústrias do vestuário, do couro, de calçados, a marroquinaria, às
indústrias poligráficas, a indústria química ligeira, a indústria da
madeira e de móveis, as indústrias alimentares. e
É difícil de ser avaliada a atividade desses tipos de indústria,
com base em critérios numéricos, dada a distorção entre às quanti-
dades dos materiais trabalhados, as toneladas produzidas € O pelo
das mercadorias comercializadas. Essa desproporção pro ec se “e
tidade e da qualidade do trabalho requerido pela ipa
estimativa subjetiva do preço, de acordo com usa nro esia.indi-
As
sobre a adaptação da oferta aos gastos a
da st
que repousa
estatísticas não possuem, nesse caso, mais que uma SiB”quanti -idade de
a
cativa bastan te aproximada, quer repousem sobre E de de tratamento do ma-
matéria empregada, quer sobre a capacida
169
terial (número de fusos, na indústria têxtil), ou sobre o número
de peças fabricadas (número de pares de calçados, por exemplo)
São utilizáveis no caso de indústrias relativamente simples, como as
alimentares, porém não se mostram objetivas quando se trata de fa.
bricações muito diferenciadas, como as de produtos farmacêuticos,
produtos de perfumaria, etc.
Por esta razão, limitar-nos-emos aqui a definir algumas das
características particulares a cada um dos principais ramos tecnoló.
gicos, procurando ressaltar, sobretudo, a sua distribu
ição geográfica,
A repartição geográfica das indústrias leves é, geralmente,
mais
independente, em relação aos fatores materiais
ou às condições de
transportes, do que a das indústrias pesadas. Unicamente
as indústrias
alimentares, trabalhando com produtos ponderosos
ou perecíveis, se
acham fixadas aos locais de produção das matérias
que transformam:
usinas de açúcar, moagens, fábricas de lacticínios,
de man- fábricas
teiga, de conservas de legumes, frutas, carne
e peixe. Entretanto,
como a produção agrícola e a pesca são, essencia
lmente, atividades
difusas, resulta deste fato uma distribuição rela
tivamente indepen-
dente, contrastando com a concentração das
indústrias pesadas nas
regiões hulhíferas e nas zonas de mineração ou
grandes portos comer-
ciais. Estando, embora, ligadas organicamente
à produção de suas
matérias-primas, as indústrias alimentares
são indústrias dispersas.
As demais indústrias leves tratam produtos de valo
quantidad r, consumindo
es módicas de energia; sua distribuição é sobretudo sens
à influência dos fatores humanos: presença ível
de mão-de-obra (em
determina dos casos, a presença de uma mão-de-obra
parada para pre
tipos delicados de indústria por atividades trad
icionais e artesanato),
proximidade do mercado, papel da iniciativa
do chefe de empresa
ou dos serviços que presidem à implantação indu
strial. Estes fatores
podem agir das maneiras mais diferentes,
favorecendo situações geo-
gráficas opos
tas. Tanto podem apoiar a escolha de uma
em uma zona urbana industrial, que constitu implantação
diversificado, oferecendo disponibilidade de a mão
um mercado amplo €
mente da feminina, como podem pesar em -de-obra, especial-
rural, assegurando a possibilidade de engaja favor de uma dispersão
salários inferiores aos urba mento de operários com
nos, a utilização de terrenos mais baratos
que os da zona urbana, etc.
A consideração de alguns fatos pode
conduzir a políticas de implantação paralela
radicalmente diversos. Na econom
s, em sistemas econômicos
ia capitalista, a dispersão
das indús-
trias leves provém da procura do abaixamen
to do preço do custo, atra-
Vés do emprego de mão-de-obra mais barata, mais dócil, embora
170
sofrendo a concorrência de uma procura d as vantagens própririas
A
meio urbano.
no Na economia socialista, os poderes s, responres
públicoio -
sáveis orgânica e financeiramente pela industrialização, consideram
de interesse fazer a economia de um deslocamento de população
comportando o aumento das cargas de equipamento e de adminis-
tração das grandes cidades e associar o trabalho industrial ao agrí-
cola, dentro do mesmo meio geográfico e para as mesmas coletivi-
dades humanas. Esta consideração, porém, não exclui o desenvolvi-
mento das indústrias leves em regiões não-urbanas, além de dar mais
envergadura e harmonia ao mercado de trabalho.
Em ambos os casos, a indústria leve encontra-se geralmente
presente, ao lado da indústria pesada, nas grandes regiões industriais,
endo aí constituir ilhas de especialização: o West Reading, no
Yorkshire inglês; o Wuppertal, na Renânia; o grupo de Lille e de
Fourmies, à margem da bacia hulhífera do Norte e do Passo de Calais;
Verviers, na Bélgica; Ivanovo, na região industrial central da Re-
pública Socialista Federativa dos Sovietes da Rússia. Estende-se, en-
tretanto, para além dessas zonas, não somente nos grandes centros,
onde se encontram igualmente as indústrias metalúrgicas de transfor-
mação, como Paris ou Londres, como também nas regiões onde são
as únicas atividades industriais ou, pelo menos, as atividades domi-
nantes: os Vosges, a Alta Alsácia, Limoges, na França; a Floresta
Negra, na Alemanha; a Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, etc.
As influências históricas se fizeram sentir frequentemente, nas
primeiras implantações das indústrias leves, sob forma de preexis-
tência do artesanato nas zonas produtoras de matérias-primas: países
de antiga criação de carneiros ou cultura do linho, no caso das indús-
trias têxteis; zonas de criação de gado possuidoras de florestas de
carvalhos e águas correntes, na instalação de curtumes especializados
s
em peles finas e outras fábricas de objetos de couro; regiões florestai
ou à margem destas, para o trabalho da madeira, etc. A concentração
progressiva das empresas, a decadência dos pequeno s estabelecimentos,
insuficientemente aparelhados, as iniciativasque conquistaram deter-
minadas regiões realizam pouco a pouco o expurgo das indústria s
l, es
dispersas, reduzindo o número das zonas de difusão industria
todas as consegiiências sociais dae demográ
regressi va região
ficas
industri al oe DOS
quedaseres
comportam (evolução urbano nas pedi =
lização dos progressos do desenvolvimento 8 cai
Cidades em crise industrial crônica, como Saint-Junien 04.
Entretanto, a extensão áfica das indústri têxteis continua à ais
a! geogr à . puderam consolidar-se
Muito maior do que a das indústrias pesadas; pu
17
algumas regiões de indústrias leves perfeitamente aut A

por exemplo, a Nova Inglaterra, nos Estados Unid Onomas, Como

trabalho da lã e do couro.
Também no âmbito internacional é maior a difusão das in dá
triais têxteis do que a das indústrias pesadas, que requerem, ao Dia
tempo, condições básicas mais estritas e investimentos
de Maior vulto
Países desprovidos de indústrias pesadas, ou insuficientemente
trializados, possuem indústrias leves que se prendem a dois indus-
principais: BTupos

1) indústrias coloniais, montadas pelas eco


nomias industriais
em território de países dependentes, a fim de
aí valorizar produtos
brutos antes de sua exportação pelo país prod
utor, empregando uma
mão-de-obra barata: por exemplo, os depósitos
de azeite de Dacar:
2) as indústrias nacionais, criadas nas economiasvol- subdesen
vidas, para escapar à explotação colonial de maté
rias brutas e servir
a um mercado regional: indústria algodoeira
indiana.
A relativa dispersão geográfica das indústria têxt
eis corresponde,
de certa maneira, a uma concentração orgânica menos
impulsionada
que a das indústrias pesadas. Entretanto, tem-se dado
uma concen-
tração em diferentes graus, comumente muito avançada no campo
da economia capitalista. No caso da indústria de
calçados, esta con-
centração efetuou-se sobre a base da fabricação
e do aluguel do ma-
terial mecânico moderno, do qual a United Shoe Machinery possui
o monopólio. As dificuldades comerciais facilitam, nas
as indústri
têxteis, a reabsorção das pequenas empresas pelas grandes soci
que possuem uma sede social próxima do mercado
edades,
na (em Paris,
França), e que fazem trabalhar sob uma direção centralizada os esta-
belecimentos que pertenciam anteriormente a empresas inde
Esta conc
pendentes.
entração é acompanhada pela modificação das cond
de trabalho e de um aumento do rendimento, conferindo aos ições
estabe-
lecimentos geograficamente isolados uma rentabilidad
e que não pos-
suíam, quando na condição de iniciativas separadas.
Os que apresentam menos vantagens à explotaç São suprimidos
ão.
As indústrias leves são, por definição, dependentes
de consumo, sendo diretamente sensíveis a todos os fenô do mercado
dilatação ou de contração desse
menos de
mercado. Essas indústrias não fd
beneficiam com as encomendas públicas, a não ser em proporção
fraca, ao contrário do que sucede com
as indústrias pesadas, onde
as encomendas do poder público desempenh
am um papel muito im-
172
portante. De caráter menos estratégico do que aquelas. ae ina
leves acusam uma depressão durante os períodos de cri as indústrias
de consumo) e não inda à o de IR
cimento do mercado
com tanto vigor quanto as indústrias pesadas, Rods qa esenvolver
de estoques militares ou de guerras, pois o a de
formação
necessidades militares é, em parte, compensado pela meato das
consumo civil. 79 As indústrias leves apresentam rima no do
uma
curva de desenvolvimento diversa da que caracteriza a já du e pe-
mais ligada à da evolução social. Toda Rd
sadas, sendo
se faça sentir no poder de aquisição das massas repercute, Citi
velmente, sobre a produção das indústrias leves, atingindo ainda mais
duramente as empresas marginais e acelerando os processos de con-
centração. A recíproca é verdadeira, fazendo-se certas ressalvas quanto
à evolução das empresas.

As indústrias têxteis e as indústrias do vestuário. Os dois grupos


de maior peso das indústrias leves são o das indústrias têxteis e o
das indústrias alimentares.
Levando-se em conta a quantidade dos produtos comercializados,
a indústria do algodão é a mais importante entre as indústrias têxteis
(consumo da ordem de 8 milhões de toneladas de fibra por ano).
Comporta diferentes estágios de elaboração, que, segundo o caso, são
separados ou integrados: fiação, tintura, tecelagem. Os fios e as fa-
zendas são entregues às indústrias manipuladoras, as quais fabricam
lingerie, vestuários, guarnições para móveis, colagens industriais (es-
pecialmente para a indústria da borracha).
As indústrias de fiação e tecelagem realizaram consideráveis
aperfeiçoamentos mecânicos e técnicos desde que se construiu à pri-
recentes marcaram
meira aparelhagem no século XVIII. Progressos
as duas últimas décadas, repercutindo, ao mesmo tempo, sobre as
e a dimensão das empresss
condições de produção e sobre a estrutura técnic
€ sua localização. Graças a esses arranjos ( os, às indústrias €
» e ais
maisi recentemente gozam de uma sensível vantagens sob vc
antigas, organizadas com base em técnicas ultrapassadas
CC
o desencadea-
76. A política econômica que acompanha a pre ço. a pela cons-
neste domínio, eis das mesmas (lã,
ea dos conflitos armados é marcada, agindo sou o A erva), do que por
Ever de estoques de matérias-primas, em certos Tamos
UFOs, ferros estanhados, para a fabricação de latas a ica,
aumento dasde fabricações,
a Metalurgia sensível na indústria sider , '
transformação e de indústrias q .
173
tando ser modernizadas, devendo, em certos casos, remodelar sy,
estrutura dimensional e geográfica.
No campo da fiação, a principal transformação técnica consiste
no emprego de fiadeiras contínuas, enquanto, anteriormente,
a indús-
tria utilizava fiadeiras mecânicas. Essa melhoria técnica foi acom-
panhada de uma automatização acelerada: em 1945, um operário
inglês, trabalhando em estabelecimento com fiadeiras mecânicas, co-
mandava 360 unidades, enquanto um operário americano, colocado
sobre uma fiadeira contínua, controlava o funcionamento de 1.200
unidades. A eficácia do material e sua rapidez de execução são bas-
tante desiguais. Como, por outro lado, o tempo de trabalho e de
utilização do material é diferente em cada país, o recurso
ao número
de fusos instalados só possui uma significação aproximada, conti-
nuando, entretanto, a ser utilizado, sob reserva da distinção das ins-
talações de diferentes tipos.
Progressos de natureza idêntica foram realizados no campo da
tecelagem, pois, na mesma época, o relatório inglês, chamado Rela-
tório Platt, assinalava que a relação entre o emprego da mão-de-obra
nas tecelagens inglesas e americanas era de 1 para 8 ou, pelo menos,
de 1 para 4,
A utilização de novos processos de fabricação condiciona o gru-
pamento das operações no plano horizontal, em instalações de di-
mensão razoável, fregientemente bastante superior à dos estabele-
cimentos anteriormente existentes (sobretudo na Europa). Resultam
desse fato modificações na distribuição dos estabelecimentos e na clas-
sificação de algumas empresas, ou estabelecimentos, na categoria
dita marginal, isto é, de rentabilidade reduzida ou de explotação
deficitária. Certos processos de integração podem igualmente parecer
oportunos.
Internacionalmente falando, a distribuição geográfica das indús-
trias algodoeiras obedece a duas solicitações: a procura por
uma freguesia numerosa e de elevado poder aquisitivo, parte de
que deter-
mina a fixação de dois terços da elaboração dos fios e fazendas, e à
presença da matéria-prima, que determinou o aparecimento de indús-
trias nos países subdesenvolvidos, trabalhando um terço das fibras.
A melhor idéia da distribuição das indústrias do algodão é for-
necida pela distribuição do consumo industrial de matéria-prima (qua-
dro abaixo).

174
CONSUMO INDUSTRIAL DE ALGODÃO
EM 1967 (em milhares de cond RENDA

DT Consumo mundial (cerca de 9 milhões de toneladas)

De Co Salomé 200 sendo: Egito .....,... 160


América do Norte . 2.100 = Est. Unidos ...:. 2.000
América do Sul ... 200 a ER asa 100
E Argentina 80
ÁSIA essere 4.000 E IE SrsS 900
Cia ER 2.000
TENRA = aeee 600
Paquistão ..... 250
AMAR adas soc ERO apa E eo ee re 20
União Soviética. cce sees Essa teca 1.300
Europa (parte européia da Rússia exchutda) = seas 2.000

PRINCIPAIS CONSUMIDORES EUROPEUS

eee Re +
nas + Ents
>>>. 2-cieace 174
Grã-Bretanha a
UU DS 246
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AU UsRRRPCER 60
Paldos BalxOd -.:,.
rs rss ES 121
Emule ias

imentos foi in-


Na Europa Ocidental, a localização dos estabelec técnicas e a
fluenciada por circunstâncias tanto históricas quanto
nômicas. Esta distribuição é comumente decalcada sobre à E
erminada eg a
indústrias têxteis tradicionais (lá e linho), det ag
condições de man ufatura do algodão sob o sistema
Pelas lo XVIII (zonas portuárias, regiões per
do sécu
Pré-industrial
Fegulamentação restritiva, na França, Ruão € Alsá cia). As águas m O
icosas e os climas úm id os , que favoreceIngla-
tr as das regiões sil
e om End
on O das fibras finas, foram também apr?
erra “tente úmida das velhas montanhas euro
à, nos Estados Unidos.
Tas
HH
| HH E
pio de toneladas.
mi
o — a: 100.
i lã: — " 1 + a
Estes fatores de localização foram-se tornando progressiv AMente
obsoletos. A automatização tornou sem interesse a procura das Tegiões
de tradicional formação profissional; o papel preparatório do artesa-
nato é apenas circunstancial, só se fazendo sentir no momento da
implantação dos estabelecimentos. A aclimatação das zonas indus-
triais e a depuração das águas libertaram as indústrias das condições
climáticas e hidrológicas locais. Entretanto, se as indústrias recentes
são dessa maneira, muito independentes em sua localização, as criadas
no último século constituem uma referência muito importante para a
distribuição geográfica das regiões de indústrias têxteis nos antigos
países industriais, sobretudo na Europa (Fig. 13).
Em contraposição, as fábricas mais recentes estão situadas nas
regiões produtoras de algodão, nos Estados Unidos (Estados do Sul,
Geórgia, Tennessee, Mississippi, Texas, etc.), na Índia e Paquistão
(noroeste da Índia, Províncias Unidas, Myssore, Haiderabad, Dakka),
na América do Sul. Na União Soviética, a parte essencial das fábricas
que trabalham o algodão se encontra ainda na região industrial central
(Ivanovo, Moscou, Iaroslavl), porém estabelecimentos novos foram
criados nas regiões de lavoura, na Ásia Central (Tachkent) e na
Transcaucásia.
Mais complexas, sob o ponto de vista técnico, menos modifi-
cadas por processos tecnológicos novos, as indústrias da lã conser-
varam-se mais fiéis às suas localizações tradicionais. A parte da Eu-
ropa, nessa indústria, é muito mais importante do que aquela que
detém no trabalho do algodão: 1.000.000 t consumidas, do pouco
mais de 2 milhões no mundo, contra 300.000 nos Estados Unidos,
mais de 260.000 na União Soviética, mais de 160.000 no Japão e me-
nos de 100.000 no Hemisfério Sul. A posição da Inglaterra mantém-se
firme, com cerca de 12% do total e o segundo lugar do mundo. Con-
tinua quase inalterado o contraste entre países de produção espe-
culativa da lã bruta e países industriais da Europa, América do Norte
e União Soviética (importadores e autoprodutores, sobretudo no que
concerne aos Estados Unidos e União Soviética) (Fig. 13).
: E E do
O tratamento da lã comporta dois processos tecnológicos diversos: O
tratamento da lá cardada e egg tratamento da lã penteada. As lãs pupdadas
são curtas, reunidas por uma cardadura mecânica em bandas finas, separsãs,
em meadas, que são enviadas às fiações e tecel dando tecidos com tipo 0
feltros. As lãs penteadas são longas, destinadas à fa ão de tecidos a
trabalho industrial da lá é muito mais complexo e ucioso do que O €
algodão. A fabricação de tecidos penteados necessita investimentos importantes.
Inglater
Apenteada.
ra conserva o primeiro lugar na produção mundial de tecidos de lê

178
A indústria da lã apresenta uma concentração Beog
rentes países produtores de tecidos. A mais forte oieeránica
fica Variável
nos dife
fi
Inglaterra (230.000 t consumidas, 4,4 milhões de fusos) ques veri cada na
excelência, na Inglaterra, é o distrito de West Reading (Y na lanígera por
dos rios Airee Calder (Leeds, Bradford, Halifax, Dewsbur DrER MF), nos vales
Os antigos distritos produtores de lã da época préindustrial audersfield, Bic);
País de Gales e a Escócia, cederam lugar ao Yorkshire onde ompreendendo q
todas as fábricas que trabalham as lãs penteadas e à pie fgo acham quase
que empregam lãs cardadas. às instalações
Na França ds ada t consumidas, 1,2 milhã o de fusos, dos
quais 900.000
ara as lãs penteadas), a concentração é menos adiantada. ai
a Roubaix-Toucoing aí manufature 63% dos fios e 60% RR de É
As outras zonas em que se trabalha a lã são: a região de Fourmies, o ea
de Sedan, ainda no Norte, os centros auxiliares de Beauvais e Amiens Bohain
Caudry e Saint-Quentin, a região do baixo Sena (Elbeuf, Louviers), o Leste
com Colmar Mulhouse, Saint-Marie-aux-Mines, Bischwiller, as cidades lanígeras
isoladas de Reims, Châteauroux, Romorantin, Vairons e Vienne e, para o
tratamento das peles com lã, ou deslanagem, Mazamet,
Na Alemanha, igualmente, a distribuição é muito dispersa (97.000 t de lã
bruta consumidas, 1.200.000 fusos, repartidos em duas partes aproximadamente
iguais, para o tratamento das lãs cardadas e penteadas). As duas zonas de maior
Bialystok, Lodz e Varsóvia, na Polônia; Cheb, Liberec, Brno, na Tchecoslo-
Gladbach, Aix-la-Chapelle; na República Democrática, o Saxe. Indústrias im-
portantes animam igualmente os subúrbios de Bremen e Hamburgo.
Os outros centros europeus de lã são os de Verviers, na Bélgica; Basiléia,
Saint-Gall e Zurique, na Suíça; Novara, Caselle Torinese, Biella, na Itália:
Barcelona, na Espanha; Covilhã, em Portugal; Wroclaw, Opole, Tesin, Bielsko,
Bialystok, Lodz e Varsóvia, na Polônia; Cheb, Liberec, Brno, na Tchecoslo-
váquia. Na União Soviética, a lã é trabalhada na região industrial central, em
torno de Moscou, e em Tchernigov, Tambov, Poltava, Ulianovsk (260 milhões
de metros de tecidos).
Nos Estados Unidos (305.000 t de lá desengordurada consumida, 1,3
milhão de fusos, 217 milhões de metros de tecidos fabricados), 90% da indús-
tria de lã conservaram-se no Nordeste, de onde a indústria algodoeira e mc
parcialmente, Os três Estados particularmente interessados são à Pens o
Re
(Filadélfia), o Massachusetts (Lawrence), o Rhode Island (Proridgneo).
plicas modestas dessa indústria localizam-se nas grandes cidades cana
de Montreal, Quebec e Toronto.
No Japão, a indústria da lã acha-se geralmente associi ada à do à Igodão”
na Austrália, desenvolve-se nos grandes mercados de
(locoama, Nagóia);
“uta, em Sydney, Melbourne e Adelaide. É Ea
; dução da matéria-primí
ds A indústria da seda acha-se ligada à pro“ndústria japonesa e chi-
graças a este fato, uma indústria DT UÇÃO
n sendo, em parte,mente, atual-
esa e, secundaria italiana e francesa (cuja P : o
Nte, acha-se quase abandonada) — e à existên
e
Na ATO, Sob este segundo aspecto, é ela, sob retudo, americana Pct E Juxo a indús-
tri York, Paterson). Criadora de indústria” de las das fibras
a da seda sofre a concorrência e é substituída Pe
179
artificiais e sintéticas; estas são dependentes das indústrias química
e mais ou menos integradas comercialmente = &, por consegiiência,
geográfica e estruturalmente — às indústrias cujo sucesso e Passado
são baseados sobre o trabalho da seda natural. Resulta desse fato
uma certa correlação entre as indústrias da seda, do rayon e do nylon,
próximas aos mercados de confecção e de malharia de luxo, na Eu-
ropa e na América (zona de Lião, na França, com a Rhodiaceta),
O tratamento das fibras secundárias, para vestuários ou para
usos industriais, encontra-se distribuído entre os países de origem da
matéria-prima: indústria do linho, na União Soviética (Bielo-Rússia,
Rússia Ocidental, Ucrânia Ocidental), na Polônia, na Alemanha, Bél-
gica, França e no conjunto das regiões que utilizam fios e tecidos
diversificados, na Europa Ocidental e no nordeste dos Estados Uni-
dos: indústria da juta, em Bengala (onde a separação entre a União
Indiana e o Paquistão impôs uma redistribuição dos estabelecimentos
industriais que se encontravam separados das zonas de cultura pela
fronteira entre os dois países — emigração da indústria da região de
Calcutá para o Paquistão Oriental) e nos portos de importação euro-
peus (Dunquerque, Dundee).
O tipo industrial final, no ciclo do trabalho dos produtos têxteis,
é o da confecção, da moda e da decoração, indústria típica dos grandes
centros urbanos, ligada ao mercado de consumo, às facilidades de
engajamento de mão-de-obra qualificada e às iniciativas criadoras.
Esta indústria é muito menos difundida do que a indústria têxtil
de base, especialmente no caso de suas formas mais evoluídas. É
necessário distinguir-se entre a confecção e a fabricação das fazendas
de decoração de qualidade comum e as das indústrias de luxo. A fa-
bricação de vestuários do tipo europeu, há pouco tempo concentrada
na Europa Ocidental e na América do Norte, dando lugar a um co-
mércio internacional lucrativo, expandiu-se largamente. Alguns países,
entretanto, graças a esforços contínuos de criação e ao emprego
de
mão-de-obra de excepcional qualidade, conservaram o monopólio da
indústria da moda, da alta costura e da lingerie fina, cujos produtos
assinados são procurados por uma clientela rica dos diversos paises
da Europa e da América. A França, com Paris, e a Itália, com Milão,
acham-se na vanguarda deste tipo de produção, detendo, igualment
e,
Posições privilegiadas no mercado dos produtos de luxo em geral, tais
como à marroquinaria, a joalheria e a ourivesaria. Apesar das tenta-
tivas realizadas para a criação de indústrias similares
em outros países,
Paris e Milão conservam-se em primeiro plano, desempenhando à
moda e a arte um papel de importância na balança comer cial da
França e da Itália.

180
A indústria da confecção e da moda possui uma estrutura muito especial,
Enquanto as empresas, ARRaRNa aaa no mercado internacional para a realização
de um comércio dos mais RES oa situam-se em primeiro plano entre as
sociedades de negócios, parte do trabalho é confiada a modestos executantes
ue trabalham à domicílio: alfaites, costureiras especializadas, bordadeiras, pe-
leteiros, A mesma profissão, or VENCE a mesma série de produção, associa os
iniciadores da produção, inspit ados em uma cultura artistica elevada, operários
de grande experiência pt ofissional que adquirem uma destreza invejável e tra-
palhadores obscuros, operários imigrados que trabalham em casebres. Dentro
deste assunto, Paris é o mais espantoso laboratório de confecções e das indús-
trias de arte.

O trabalho do couro, em sua forma industrial, acha-se, igual-


mente, concentrado em um pequeno número de países. O tratamento
das peles e os curtumes de peles finas conservam geralmente formas
de indústria rural, continuando quase sempre presas às tradições re-
gionais. A mesma dispersão caracteriza as fabricações nas quais os
façonniers continuam a desempenhar papel preponderante: fábricas
de luvas, calçados sob medida ou feitos a mão. É praticamente impos-
sível empreender uma descrição conveniente destes tipos de atividade
industrial, a não ser em seus quadros regionais próprios. Como todas
as indústrias locais, são muito sensíveis à concorrência e às crises,
desenvolvendo-se em condições sociais muito rudes e instáveis.
Em compensação, a indústria mecanizada encontra-se direta-
mente inserida nos quadros das fabricações dos grandes centros ma-
nufatureiros, baseando-se sobre a mobilização de capitais vultosos
para a criação de instalações de produção em grande série, sobre a
automatização das fabricações e sobre o emprego de mão-de-obra
especializada. A indústria de calçados foi transformada pela difusão
do material mecânico americano fabricado na Nova Inglaterra. Este
material, altamente especializado, difícil de ser reproduzido, sobretudo
por países que não dispõem, com certeza, de um mercado bastante
pela
Ends para assegurar a rentabilidade da fabricação, é alugado
nited Shoe Machinery, que levanta uma percentagem sobre as Ope-
ações efetuadas, registradas
por marcadores apropriados.
a ind ústria dos calçados é uma atividade a. 8
c ne esta forma,
ação do capital investido, a
oia? assegurando uma rápida rot
conta a par te pag a ao fo rnecedor de máquinas, O a
é Deda em e
cimentos instalados e e
tanto nos grandes estabele
irado fim de gozar das co o
nas zon as rur ais , a
r ÊO
empEre
tip da ntomão-de-obra local, Em 1935-39, na Europa, os E
às qua
E
pr esenta do s pelas indústrias paristenses a
particularmente SuSº e :
Linens e Eo s era m re
Thom, dº um lado, e pela empresa, Gottwaldov). Par
em Zlin (atualmente
S Bata na Morávia,
181
certos países, como a Tchecoslováquia, a indústria de cal çados er
a
uma indústria de exportação, valendo-se de trabalho Pago com salár;
baixos: 55.000.000 de pares de calçados fabricados, ou seia Fi
quociente de quatro pares por habitante e por ano, contra 150.000,009
na Alemanha (quociente de 2,2). Para a economia americana (quo
ciente de 3), esta indústria apresentava a dupla vantagem
indústria
de serdia
exportadora de produtos acabados e de fornecer
colocação e do aluguel, no estrangeiro, do material O lucro da
de fabricação,
A distribuição é específica dos países de indústria
diversificada:
a Europa Ocidental fabrica 500.000.000 de pares por
ano, os Estados
Unidos, 600.000.000, o Canadá 50.000.000, a União Soviética
480.000.000, as repúblicas européias 200.000.000, dos quais
100.000.000 são da Tchecoslováquia. As indústrias asiáticas, in-
cluindo-se o Japão, produzem menos de 50.000.000
de pares de cal-
çados; as da América do Sul 150.000.000, dos quais
110.000.000 no
Brasil; as da África, uma vintena de milhões,
especialmente da União
Sul-Africana.
A marroquinaria e a fabricação de artigos especia
lizados con-
tinua repartida entre um setor de artesanato ativo,
notadamente nas
regiões rurais da África, da Ásia e da América Latina,
grandes e os
países industriais, alguns dos quais possuem —
como no caso da
moda — um monopólio dos artigos de luxo.
Uma especialização geográfica ainda mais marcada
caracteriza
a distribuição das indústrias do livro e da imprensa.
A América con-
serva, por larga margem, o primeiro lugar quanto
à quantidade de
papel impresso, com uma indústria de imprensa de espetacular pro-
digalidade. A Europa conservou o domínio da difusão do
livro de
todos os tipos, das edições artísticas, da fotogravura,
de textos antigos. A área de expansão de cada língua da reprodução
traça limites à
iniciativa das nações. A Inglaterra, a França, a Aleman
ha e a Itália
ocupam as posições mais importantes. O desenv
olvimento da cultura
na Europa Oriental estimulou uma potente indústr
ia do livro na União
Soviétic a, editando-se em todas as línguas faladas
trias requintadas na Polônia, da União; há indús-
Tcheco
slováquia, Romênia, Hungria,
levando-se em conta as limitações lingiiís ticas acima mencionadas. A
China, possuidora de uma tradição decorativa e artística milenar
destinadaa possuir uma indústria poligráfica , está
à medida que se desenvolve a cultura pop de grande envergadura,
de uma ativa indústria do
ular. O Japão é já detentor
livro.
4s indústrias químicas levessão próprias dos países de
is consomem em grandes qua elevado
grau de industrialização, os qua
ntidades
182
RR e CS |
produtos farmacêuticos, perfumes, estearinaria-saboaria, produtos fo-
tográficos, diversas matérias plásticas, tinturas e corantes diversifi-
cados. Estas indústrias acham-se ou ligadas às indústrias químicas
pesadas, sob a forma de série de recuperação de produtos conexos,
ou espalhadas por inúmeras oficinas que têm, por vezes, as dimensões
de empresas de artesanato, embora possuindo os negócios de grandes
empresas. São indústrias urbanas, concentradas na França, em torno
de Paris e Lião; na Alemanha, na Romênia, em Ludwigshafen-Man-
nheim, Berlim, Leipzig, Magdeburgo; na Inglaterra, em volta de Lon-
dres, Edimburgo, Manchester; nos Estados Unidos, em Nova York
e Filadélfia. Acham-se presentes tanto nos países em vias de rápida
industrialização, como a União Soviética, a Polônia e a Hungria,
como nos países de mais antiga industrialização: Tchecoslováquia,
Japão.
.
As indústrias alimentares possuem uma extensão muito maior
no
Elas decorrem em primeiro lugar da necessidade de valorizar
consu-
local da produção gêneros que não podem ser integralmente
e após a
midos aí, ou que exigem uma transformação imediatament
à re-
colheita. Nessas condições, elas estão ligadas em grande parte
o desen-
partição da produção e, reciprocamente, no sentido de que
de instalações
volvimento de algumas culturas é irracional na ausência
usinas de
destinadas a receber e a elaborar o produto das colheitas:
rvas de legu-
açúcar, depósitos de óleo de palmeira, fábricas de conse
transportáveis es-
mes e de frutas não-transportáveis ou dificilmente
es da Califórnia,
tando frescos (parte da colheita de frutos e legum
vimento das indústrias pes-
por exemplo). Assim também o desenvol
dos centros de consumo,
queiras, em certas regiões muito afastadas
elecimento de conservação
determina a instalação local de um estab do mar
do oeste canadense,
dos produtos da pesca: zonas pesqueiras
de Okhotsk e mar Cáspio, por exemplo.
sobre a comercialização
Esta indústria repousa, por outro lado,
à concentração do consumo de
dos produtos alimentares, consecutiva
parte considerável das popul ações dos países industriais nas zonas
uma por uma diferenciação
industriais e urbanas. Este fato é acompanhado recorrer-se a produções
dos modos de alimentação, sendo necessário áfica e de elaboração
geogr
diversificadas em gênero € proveniência
do
por vezes bastante complicada.
ta daí um duplo tipo de local izaçã o dessas indústrias: pró-
Resul
s as indústrias de
ximo às fontes de produção, onde são encontrada
imo às fortes concentrações
primeira elaboração de conservas, próx
s atinge O máximo,
de população, onde a diversificação das fabricaçõe
183
indo das indústrias de primeira elaboração, como a S Moagens, q
armazéns de azeite, as refinarias de açúcar, à indústria das Car
nes, às
fabricações muito variadas que compreendem certas
luxo, como
Produções de
a confeitaria, as fábricas de biscoitos, de chocolate, as
lojas de pratos preparados, etc.
Nos países europeus estas distinções são, por Vezes, impercen.
tíveis, antecipando-se as indústrias dedicadas aos produto
s de base
nos pequenos centros da província ou semi-rurais, na Suíça, Itália À

França, etc. ; >

Os países de desenvolvimento industrial relativamente recente


levaram muito longe, neste domínio, a concentração e a automatiza-
ção. Os Estados Unidos e a União Soviética possuem os maiores
estabelecimentos de tratamento de produtos alimentares, nas proxi-
midades dos centros de coleta dos produtos brutos: na bacia do
Wisconsin, para a fabricação do leite condensado e em pó; nos mer-
cados de abate de reses de Chicago ou do vale do Mississipi; nos
centros de pesca, tanto do Pacífico quanto no mar de Okhotsk —
e nos grandes centros de concentração de consumidores, em Nova
York e em Moscou.
A dispersão geral destas indústrias continua, porém, muito forte
através do mundo. A avaliação pelas estatísticas é praticamente im-
possível, pois é muito grande a diversidade dos produtos e a diferença
dos valores das tonelagens de cada mercadoria produzida impede a
enunciação de totais arbitrários. Mas deve ser feita uma referência
especial a essas indústrias, no estudo do balanço das atividades pro-
dutivas de cada país, tanto mais por possuírem grande significação
dentro das contribuições da indústria à vida humana.

184
| POR
!
Dos
] E,
Ho '
y p,
CAPÍTULO 1

OS TIPOS DE ECONOMIA AGRÍCOLA

A economia industrial, concentrada em número restrito de re-


giões do globo e cujo ciclo evolutivo, até as formas atuais, cobre
apenas dois séculos, opõem-se, teoricamente, à economia agrícola,
mais universal em sua extensão e com uma evolução frequentemente
várias vezes milenar. Esta oposição só exprime, na realidade, o aspecto
externo dos fatos. A revolução industrial, concebida, ao mesmo tempo
nos aspectos técnicos e econômicos, não se limitou à criação de nov
setores de atividade: repercutiu sobre o conjunto das forma de pro-
dução do mundo inteiro, segundo processos muito variados”A modi
ficação das relações econômicas e geográficas entre produção e con-
de mercados; a
sumo, através do desenvolvimento de novos tipos
de financia-
aplicação à agricultura das formas e dos mecanismos
mento engendrados pela. evolução da economia industrial, sob seus
diversos tipos RE Lsoaà emprego de técnicas nascidas da aplicação,
à agricultura, dos cas industriais ou dos métodos criados pela
economia industrial/aparição de novas formas de consumo de pro-
dutos agrícolas destinados à indústria ou ao abastecimento das popu-
lações industriais — todos estes fatores exercema dainfluência, com variá-
vel eficiência, sobre a organização e a naturez economia agrícola.
e diversificadas
Constata-se, logicamente, que as mais pr
transformações da economia agrícola são observadas nos países in-
ão industrial ultrapassa lar-
dustriais. Porém, a influência da revoluçpaíses.
gamente as fronteiras geográficas desses Essas iranatórmações
qualquer que seja o tipo de país considerado, € não Se efetuam segundo
processos simples e mecânicos. A sociedade a economia rurais apre-
187
sentam formas de inércia, e as reações em relação às Pressões
€ sol;
citações da economia e das sociedades industriais são Muito V
ariadas
A observação de inúmE]eros casos / particulaares ensina q
: jue Os ritmos de
transformação das atividades agrícolas são muito mais lentos do qu
os da evolução industrial. Resulta desse
a fato que a zona
na rural con- ,
serva os arcaísmos durante muito' mais tempol do que 0 m CIO indus-E
trial e urbano. Podem-se examinar, num trajeto relativamente curto
« formas muito diferentes de trabalho e de relações econômicas e o
| Z ciais.
Uma primeira explicação
“evolução da produção industrial reside no fato de que, enquanto q
exige transformações radicais na es.
trutura da empresa e das sociedades, a produção agrícola destinada
aos mercados de economia industrial pode permitir ainda, durante um
prazo mais ou menos longo, a persistência das antigas formas de
explotação ou de relações sociais. Pode ser tomado como exemplo o
abastecimento dos mercados industriais e urbanos japoneses por uma
sociedade agrícola tradicional, progressivamente penetrada, é verdade,
pelas melhorias técnicas da produção*Uma segunda razão é a conser-
vação,à margem da produção destinadã aos mercados de economia
industrial, de formas de economia familiar, desenvolvendo um forte
setor de autoconsumo, que prolongam as formas de produção pré-
industrial. Porém, é necessário dar-se o devido valor às características
específicas das condições da produção agrícola, adaptada, necessaria-
mente, a imperativos naturais estáveis, no quadro dos quais as modi-
ficações dos equilíbrios econômicos e técnicos, testados por séculos
ou milênios de experiência, só se introduzem e propagam com lenti-
dão. Aos fatores materiai rodução agrícola unem-se fatores psi-
cológicos provenientes do caráter ancestral e da longa continuidade
da agricultura, em um determinado meio, Tradiçeões ritos ocupam
um lugar, nas sociedades e na economia agrícolas, que não tem equiva-
lente na economia e sociedades industriais.
nços de economia agrsão Os digo. mais, homogã)
í os
co dasl
rega
iões recentemente conquis “
tadas à agricultura € que + &O mesmo tempo, r sm ções]
E do Tipo isticas e formas atuais de economia agrícola

triais Fornec
indi endo aembora
q , atnsinania, rimas
matérias-pri m indus-
dução : coletividades
human as.A organização primitiva da agrícola repousa sobre
CC

* Veja pág. 130.


188
a sua repartição em pequenas unidades fechadas, cuja dimensão cor-
responde à do grupo social elementar — a grande família — con-
cretizada pela aldeia. Não se deve, aliás, tomar ao pé da letra a expres-
são unidades fechadas, pois os exemplos de coletividades rurais com-
pletamente isoladas são excepcionais. Porém as trocas são sempre
reduzidas a pequenas quantidades de produtos, acessórios do Sta
alimentar.
Nessas condições, confundem-se a produção agrícola e o regime
alimentar, baseando-se os característicos próprios da agricultura de
cada região sobre a forma de civilização alimentar das populações
interessadas. A necessidade de uma prevenção contra os riscos das in-
tempéries, que podem reduzir ou destruir uma colheita, conduz quase
sempre, do mesmo modo que a procura de uma certa variedade de
alimentação, à construção de um sistema de policultura, compreen-
dendo, de acordo com os casos particulares, a associação da agricul-
tura à criação de gado, ou japenas a associação de lavouras. Entre-
tanto, a existência de certos grupos humanos fundamenta-se sobre
uma monocultura quase que exclusiva de elementos acessórios que
podem compensar a perda da colheita principal: rizicultura simples
das mais baixas planícies do sudoeste da Ásia. A unidade de desti-
nação e de estrutura da economia agrícola mascara, portanto, uma
grande variedade de formas de agricultura, tendo-se efetuado a adap-
tação às condições naturais de cada região, isoladamente, a princípio.
“Todavia, durante os longos períodos de evolução da agricultura, ti-
veram lugar contatos e trocas de experiências agrícolas, devido às
comer-
migrações de povos, às invasões e à atividade das populações
ciantes (papel desempenhado pelos comerciantes e navegadores árabes
na difusão das plantas cultivadas no oceano Índico ao mar Mediter-
râneo e às praias atlânticas da África; mais tarde, as trocas de plantas
e animais domésticos entre o Antigo e o Novo Mundo). Certos sis-
temas de cultura, aparentemente invariáveis, resultam portanto, co-
mumente de vários retoques e enriquecimentos sucessivos, à partir de
complexas, semdúvida,
uma base inicial, cujas origens, já bastante
essencial é que O complexo agr86f-
permanecem mal conhecidas. O fato assegurar
cola tem como objetivo primordial à subsistência aoni
local; que suas modificações correspondem às pressões das necessido
des, aumentadas pelo crescimento do número de consumidores; e que
permanentes ou ocasionais têm como efeito o apa-
suas insuficiências
recimento de carências crônicas ou de fome, às quais a aaa aa
mento dos grupos interessados e à ausência ou dificuldade
de intercâmbio ou de aquisição dão, regionalmente falando, um ca
ráter inevitável.
189
A (descrição de cada complexo agrico pertence, por d efinição
à geografia regional. Entretanto, é possive iate de uma simpli. ,
ficação e de uma generalização relativas, distinguir alguns grandes
eu
juntos:o grup o O deseitrigo;
dos cultivadores |
pequenos ou grandes cria.
(dores
“devido deà implantação
gado grosso e miúdo da antiga Europa) que
da indústria nesta parte do mundo, Corresponde,
ao tipo mais
:C» alterado, atualmente. Ainda são observadas, porém, algumas Variantes
muito aproximadas das formas ancestrais, nos países europeus menos
atingidos pela influência da industrialização: na Península Ibérica, na
Itália Meridional, na Península Balcânica. Fora da Europa, esse tipo
interessa à maior parte do Levante Mediterrâneo, do Oriente Médio
e das sociedades rurais muçulmanas da África do Norte;
— o igrupo dos agricultores negros da África, | onde o cmilho)
miúdo, parcialmente substituído, na época moderna, pelo milho im-
portado da América, se encontra associ adode tubérculos,
à cultura
leguminosas, árvores
e cipós, pertencendo ao meio florestal local, com
imperceptíveis transições entre a lavoura e a economia de coleta. Neste
caso, (a criaçã
criaço) acha-se quase sempre dissoci
issoci
ada da agricultura;
— o(grupo dos campones da Índia;
es onde de acordo com
aptidões lecais, a alimentação baseia- se no trigo, no milho miúdoas
+ Ou no arroz, englobando uma série de formas intermediárias
31 entre
os tipos de cultura do Oriente Médio, da África e do Sudeste da
Ásia. A (criação) acha-se aqui à margem da agricultura,
pouco produtiva sendo muito
, uma vez que, devido às práticas religios
senta mais uma carga do que uma fonte de as, repre-
renda, pois a coletividade
aceita a obrigação de alimentar os animais, que lhe
utilidade (fornecendo leite em muito peq
são de pequena
uena quantidade e excre-
mentos, que são empregados como co
tível);
2 Eru
dade, praticam poumados riz icultores do Extremo Orient!
ido à alternância que, na reali-
doe do POB estação seca é em muto casos, um periodo d
policultura, seja dev das estações
o. Lu milho » do trigo ou das leguminosas —
prática de culturas acessórias, sobr seja pela
e os diques ou as terras não-tran
formadas em arrozais. A monocultura s-
do arroz, com pequeno setor
de Culturas anexas, ocupa unicamente as partes mais baixas das pla-
vices aluviais (zona inferior deltas na península da Indochina,
w china Meridional), A (Criação) se encontra limitada ao mínimo
vo pará 5 aimenomésticos » Pois a utilização total do solo produ-
Read O humana interdita a sua possibilidade; 7?
77. Embo : é
possibilidades de pre Planícies cultivadas, colinas e montanhas ofereçam
190
ais da América La-
— olgrupo das regiões indígenas tradicion
ias de origem ame
tina, onde o milho e a batata, plantas alimentíc ;
m a base do sistema 'de cultura,
ricana, constitue
Convém assinalar, a parte, a economia de policultura irrigada
dosç oásis da zona árida do mundo antigo e da Ásia, comportando
as mais variadas combinações, que vão da indispensável cultura de
cereais às culturas arbóreas, passando pelas múltiplas culturas de
legumes; € também a economia pastoril com exclusão de qualquer
cultura, ou associada a culturas secundárias: países áridos da África
e da Ásia, altas montanhas.
Estes grupos principais encobrem um grande número de varia-
ções, provenientes, geralmente, da alteração de tipos inicialmente
isolados, através de contágios devidos a diferentes formas de contato:
por exemplo, o papel do milho, planta de origem americana, na
cerealicultura tradicional das penínsulas mediterrâneas e das planícies
ares
e bacias da Europa Central. A diversidade das formas particul
ente,
enquadrando-se em um sistema de extensão geral resulta igualm
casos, da adaptação da vida agrícola às condições
em numerosos
oricultura à
naturais particulares: associação da viticultura e da arb
economia cerealífera da Europa Mediterrânea. e
As div mas de economia agrícola acham-se estreitament
ersas fore
E derme solo e de modos de
ligadas a tipos particulares de apropriação do
evoluções históricas,
explotação diferentemente alterados por longas
ade da ocupação do
são igualmente caracterizadas pela descontinuid
iocridade da produção,
solo no tempo e no espaço e pela extrema med
e à soma de esforços requerida.
em relação às superfícies dos terrenos
e, sinônimo de a]
"Economia agrícola primitiva é, na realidad quantidade e
| ide baixo rendimento e de produção medíocre, em
| 'qualidade.
ão do sol

O caso mais comum é, originariamente , o de uma é


cultivada, à qua l acha-se associada, pelo menos no
terra
coletiva da
o igu alm ent e cole tiva . Encontram-se esses pun
início, uma explot açã ae a + k
e de exp lotaçã o dest e tipo na
formas de propriedade segundo processos paralelos, e]
Propriedade e explotação pri evoluem
. A pro eda de col etiva tornar-se era po
bora não idê nti cos centração,
ind ivi dua l, ou, ao men os, familiar, Porcal con
priedade
: dO a
, OM linh da auto rida de e eried
e dará prop dade
proveito de uma única agem ,
ividual, no sentic er
fundiária (propriedadedos indrep resentantes da linhagem bencicias .
Popriságia: indivisa uchaa do Or
concentração: evolução do sistema mo
«E SS
á E a,
com mercado nacional ou regional preponderante: 1a e
3. Cultura especulativa tropical. — 5. Agricultura sos
da tribo às famílias da aldeia, dur
ante períodos de duração Variável,
Chega-se, assim, a diversas formas de relações econômicas E Sociai
entre o proprietário ou a coletividade s
pro
ou grupo religioso — propriedades inalienávpri etá ria (família, dinastia
eis da Africa do Norte,
chamadas bens habous) e os que explotam
as propriedades, os quais
são ou locatários, sob a forma de parcer
ia (pagando pesadas rendas
em espécie, por vezes três quartos das colheitas), como os khammes
da África do Norte, a maior parte dos camponeses
ses, até as recentes reformas, indianos e Chine-
ou trabalha
tes dos antigos servos rurais, trabalha dores agrícolas, descenden-
ndo nos latifúndios senhoriais
ou eclesiásticos (regime dominante
até uma época muito recente nos
países mediterrâneos da Europa e nas
planícies do Danúbio), 78
A propriedade coletiva pode, assim,
“dades individuais, desmembran fragmentar-se em proprie-
do-se ao infinito graças ao jogo
heranças) As duas formas de evo das
lução podem perfeitamente ombrea
r,
nada subsiste, praticamente, da
antiga apropriação coletiva (es
mente quando se trata de regiõe pecial-
s de arboricultores — certas
de propriedade melk dos países formas
muçulmanos da bacia mediterrâ
nea),

grandes aldeias, sendo que os propri


etários fundiário
dores, residindo geralment e nas cidades, Tevantam antsecinão-explota-
OU recebem a maior parte da colhei padamente
dio, Índia, Sud ta (África do Norte, Oriente Mé-
este da Ásia, China).
A América Latina oferece
nume-

SAR

78. Uma situaç


coconsnsiuião, de 1917. ãoA reanfoálrmogaa de”era Ajesanoniatrdaada nO noIm o Russo antes da
subsistu
ti ído a propriedade coletiva dos ca
tiam os gr andes domínios senh
pério
mponeses, o mir, ao selad rvido ão, havia
oriais, e religiosos, nos qu l da qua
OS camponeses a título de trabalhadore ais trabalhavam
s agrícolas.
194
doras e atribuindo as terras dos latifúndios aos o
é, portanto, um problema fundament
al para um
Perários agrícolas,
Q alijamento das cargas que pesam sobre
uma e xplotação rural é a
condição primeira, necessária — porém
para à melhoria insuficiente, entretanto —
das condições de explotação.
ciente para
Não poderia ser suf;
a transformação de uma economia
frequentemente esmagada pelo peso de dívidas tecnicamente atrasada,
agrícolas que prepa-
de denovaums
ram expropriações. Necessita, simultanea mente, a possibilida-
equipamento mais eficaz e um
acondicionamento dos
terrenos, o qual, através do jogo de investimentos apropriados, per-
mita retirar um maior rendimento.
b) Insuficiência dos rendimentos da terra e da produtividade do
trabalho. A economia agrícola atrasada é caracterizada, com efeito,
por uma utilização deficiente do solo. Na maioria dos casos, sob o
ponto de vista da superfície interessada, a terra cultivável é ocupada
apenas parcialmente, de uma maneira descontínua no espaço e no
tempo. Ora a economia agrícola se acha concentrada sobre uma fra-
ção, somente, do terreno teoricamente utilizável, sendo ininterrupta-
mente trabalhada com um refinamento artesanal extraordinário, ao
lado de regiões praticamente vazias, sob o ponto de vista agrícola,
sem que este abandono seja radicalmente imposto pelas condições
naturais (é o caso da maior parte das zonas rurais do Extremo Orien-
te), ora a explotação interessa apenas, cada ano, a uma fração redu-
zida de um terreno da aldeia, que só dá o total da sua produção
após lentas rotações de terras cultivadas, durante, por vezes, perto
de 20 anos (região florestal tropical). No primeiro caso, trata-se
de uma cultura intensiva, explotando-se sem cessar O solo ocupado,
embora disposta em manchas isoladas em meio a um espaço vazio;
no segundo, é a cultura extensiva que alterna, sobre a mesma terra
considerada como a base agrícola da aldeia, períodos de FAN 8]
longos períodos de jachêre (alqueive), isto é, de pousio da ser
quando então é esta convertida, de acordo com as latitudes, as ne
nios florestais (zona quente florestal), em savanas ou. o A ea
A evolução da agricultura tradicional da Europa ao ão do solo
gado, antes do século XVIII, a um sistema de u a ed AO
muito mais intensivo do que o das regiões quentes, S9
ano de alqueive para dois ou três anos de quilo. aço e no tempo,
Além da utilização incompleta do solo,: no eSP explotação
à agricultura primitiva é também caracterizada por anM grande
da terra muito pouco produtiva, mesmo PP meios de adubar a terra,
Pobreza de instrumentos, a ausência geral de das espécies cultivadas
à ignorância dos meios técnicos de melhoria
195
ou criadas, a necessidade de praticar essencialmente as Culturas ime.
diatamente indispensáveis à alimentação dos consumidores locais, se.
jam quais forem as condições de clima e de solo, levam a um rendi-
mento muito fraco da terra e mesmo do trabalho humano. 4 carac.
terística mais comumente dominante da economia agrícola Primitiva
é a insuficiência da produção, com respeito não somente
às Possibi-
lidades e ao trabalho, mas também às mais elementares necessidades
do consumo local ou regional. Esta constatação é verificada tanto no
caso da cultura intensiva, do tipo extremo-oriental, como no da cul.
tura extensiva do tipo africano. Os rendimentos por superfície são
sempre muito baixos. Na Ásia de sudeste, em condições climáticas
que permitem realizar-se sobre um mesmo terreno, duas €, por vezes
três colheitas de cereais por ano, o rendimento total não chega a
igualar o das colheitas das terras de cultura da zona temper
ada na
Europa Ocidental, em uma única colheita anual. Na
África, ou se
trate das terras da zona tropical ou das da região mediterrânea
(em
economia agrícola pouco evoluída), os rendimentos são
muito baixos,
assegurando apenas o triplo ou o quádruplo da semente
plantada. A
relação entre colheitas e trabalho agrícola é ainda mais
desconcer-
tante. A preparação da terra a enxada ou a arado,
a colheita a mão
ou a foice, a debulha sob cascos de animais ou por
meios muitas
vezes milenários, a joeira do trigo ou aveia, a debulha
do milho miúdo
absorvem um total de horas de trabalho absolutament
e fora de pro-
porção com as quantidades colhidas, suficientes apenas
para evitar
que as populações agrícolas pereçam à míngua
.
A passagem da economia agrícola primitiva para
agrícola mais
uma economia
evoluída é complexa, tanto no plano
econômica da organização
e social quanto no da técnica propriamente dita. Na Eu-
ropa, essa passagem efetua-se sob a forma de uma evolução lenta,
começada antes do início da evolução industrial na França e na
Inglaterra, no século XVIII, e continuada no conjunto da Europa
Ocidental durante todo o século XIX
evolução parece ser mais difícil na (revolução agrícola). Essa
África tropical, onde antecipada-
mente requer a assimilação de condições geográficas particulares.
IH. As formas de economia
cola nos países industriais
de civilização an bi
O desenvolvimento da economia industrial
teve como primeira consegiiência — no que connacerEur
ne
opa Ocidental
vimento da economia agrícola — o aumento do núm ao desenvol-
ero de pessoas
que vivem de formas de produção ou de atividades auxiliar
es fora
196
das zonas rurais, nas aglomerações urbanas. Resultou dessa f ato uma
mova forma de distribuição quantitativa da população
tores e não-produtores agrícolas (92 a 95% das pessoas E o
uma atividade profissional na Inglaterra trabalham aci o
tura, enquanto a proporção é quase exatamenteda inversa no
produção e detida
do c a
espacial, geográfica,
Ásia), e uma separação
Aa
sumo dos produtos da terra.
A criação de um mercado de produtos agrícolas impõe-se, por
consequência, como uma necessidade que se harmoniza com o desen-
volvimento de uma economia monetária. Não somente o produtor
agrícola trabalha, daí por diante, cada vez mais, para alimentar os
mercados de consumo urbano, mas torna-se, também, um consumidor
de produtos estranhos à sua explotação. O setor de autoconsumo dos
produtos agrícolas permanece, mas não tem mais do que uma impor-
tância relativa, variável conforme a região e de acordo com os novos
sistemas de cultura engendrados sob a influência das encomendas
dos mercados. Mesmo o homem do campo da França ou da Itália,
mais apegado às tradições, aparentemente, é um consumidor de pro-
dutos vindos do exterior, fornecidos pela indústria e expedidos por
um complexo circuito de comercialização. E, para adquirir esses pro-
dutos, é ele levado a vender o máximo possível.
é o
Nestas condições, o novo árbitro das combinações culturais
agrícolas. Fora do circuito doméstico da produção
preço dos gêneros culturas
e do consumo pertencentes à explotação rural, a escolha das
facilidades
e dos tipos de criação de gado vai ser determinada pelas pro-
lucros relativos, oferecidos pelas diferentes
de venda e pelos
cada região e a cada
duções possíveis no quadro natural próprio a aos mer-
ligadas
explotação. As regiões geográficas mais diretamente sofrem as
cados, por sistemas de transporte eficazes e econômicos,
mercados. A evolução
pressões mais fortes por parte da procura dos
é naturalmente mais lenta nas regiões isoladas, onde à comercialização
dos produtos é mais difícil. As especializações nas produções de arte
nas vizinhanças imediatas
gos perecíveis só se efetuam eficientemente
eixos de
das grandes zonas de consumo; ou ao longo dosculturas ac :
e fes
de Eq
rápidos de hortaliças € de fruteiras,
(culturas
legumes temporões, produção de leite destinado ao consumo
no, etc.). : omia d de mercado do reveste-se
1
A S
da agricultura
adaptação à econ gressivo aban-
ime iro lugar,É PIO. asdagi
de formas variad as. Comporta, em pr local, sa nd RS
ilidade
dono das culturas de fraca rentabse -
pará regiões o ai
ser fornecidos baratos, apelando-
gurar um oferecimento maciço a baixos Preços.
197
variável em sua intensidade e efeitos produzidos, conforme Seja
concorrência internacional ou apenas inter-regional. A Organizaçã
imperial, no Império Britânico do século XIX, ni
de um mercado
vocou uma diminuição geral da cultura do trigo na Grã-Bretanha.
só continuariam a produzir este cereal os países onde podiam lá
obtidos rendimentos elevados. O mercado francês, menos EXPosto
às concorrências estrangeiras, favoreceu uma certa conservação das
produções de baixo rendimento. Segundo as aptidões regionais e q
intensidade de especulação, registra-se uma especialização que vai
até a monocultura (viticultura do Languedoc, criação dos bosquetos
da Normandia), ou então uma orientação da policultura tradicional
por uma nova organização de seus elementos componentes, em fun-
ção das condições do mercado (caso das planícies argilo-silicosas da
França, em que se faz o afolhamento com cereais, beterraba e forra-
gens, e se praticam diversas culturas especulativas de desenvolvimento
contínuo, como a colza, a mostarda, culturas reservadas para semente,
etc.). A organização da produção é objeto de cálculos e de especula-
ções, o que, de acordo com o tipo de explotação, é mais ou menos
preciso e consciente. A estrutura e a gestão de uma explotação agrícola
apresentam semelhanças crescentes com as de uma empresa industrial
ou comercial.
A forma de agricultura mais próxima de uma economia industrial
por seus processos de produção é a que praticam alguns países da
Europa do norte (notadamente a Dinamarca), que compram no exte-
nor os alimentos necessários à manutenção de um gado selecionado
de alto rendimento.
Se o preço é o árbitro das escolhas que o dirigente de uma em-
presa agrícola é levado a fazer, a organização comercial e os serviços
de transporte tornam-se os intermediários obrigatórios entre o pro-
dutor agrícola e o mercado de consumo. As relações econômicas tor-
nam-se complicadas. Enquanto, em economia agrícola primitiva, à
renda do trabalho rural é o objeto de levantamentos antecipados,
por parte dos proprietários da terra, em economia de mercado à
maior parte dos lucros da produção subtraídos ao produtor não é
mais a que representa o rendimento da terra, quando esta não é explo-
tada pelo seu proprietário, e sim a que é absorvida pelo setor comer-
cial. Ela é tanto mais forte quando às operações de transmissão
Juntam-se transformações industriais de produtos brutos em produ-
tos elaborados, oferecidos ao consumo. Os lucros resultantes da prá-
tica desta atividade técnica e comercial são, em geral, bastante elevados
para permitir aos possuidores de indústrias agrícolas e aos comer-
ciantes tornar-se proprietários de uma parte da terra (propriedades

198
das usinas de açúcar do norte da França, dos negociantes de vinho
do Midi, etc.). Inversamente, os produtores organizam-se, em certos
casos, para valorizar de per si os produtos brutos de suas explo-
tações, dentro de sistemas cooperativos (cooperativas leiteiras da Di-
namarca, cooperativas vitícolas da França e de queijo e manteiga do
Jura e Charentes).
Estimula a produção o aumento de consumo resultante do cres-
cimento constante dos pedidos das zonas urbanas (advindo do cres-
cimento demográfico, da elevação do nível de vida médio e da diver-
sificação da alimentação das populações urbanas, fortes consumidores
dos produtos da criação de gado, de legumes e de frutas). Enquanto
quantidades cada vez maiores de produtos puderem ser vendidas por
preços vantajosos, a explotação agrícola será encorajada a desenvol-
ver a sua produção, quantitativa e qualitativamente. Esta operação
não deixa de ser arriscada, pois todo aumento da oferta, mais rápido
do que a procura, ou inversamente, toda redução do consumo, con-
secutiva a uma crise da economia industrial, repercute sobre os preços,
podendo ir até a venda dos produtos agrícolas por preços ínfimos.
Por outro lado, um equilíbrio circunstancial estabelecido entre con-
sumo e produção nacional pode ser prejudicado por uma revisão dos
sistemas alfandegários e da política internacional.
Apesar das contradições e das instabilidades, a evolução geral,
na Europa Ocidental, é, desde mais de um século, dominada por um
constante esforço de crescimento da produção. Porém, os preços dos
produtos agrícolas tiveram um aumento menos rápido do que os
preços industriais; a remuneração do trabalho agrícola viu-se desfa-
vorecida, em relação à remuneração do industrial. Essa diferença foi
acrescida pela melhoria mais rápida da produtividade do trabalho in-
dustrial e o êxodo rural, assim encorajado, acelerou-se. As trans-
formações da agricultura foram devidas, no decorrer dos 100 últimos
anos e, sobretudo, durante o último meio século, a um duplo impulso:
procura de rendimentos mais'elevados, para cada cultura e para o
conjunto de cada explotação (portanto, para o conjunto do complexo
agrícola próprio à região e à explotação em particular), e crescimento
da produção em relação ao tempo de trabalho e à quantidade de
mão-de-obra empregada. Ao mesmo tempo que a revolução industrial
criava as condições desta evolução, fornecia os seus instrumentos.
Os modos de produção agrícola foram transformados pela intro-
dução de técnicas industriais ou, pelo menos, de produtos industriais
no trabalho da terra. Mesmo nas explotações que se conservavam
afastadas da motorização, os meios de trabalho foram transformados,
em proporções frequentemente subestimadas, em relação às condições

199
de explotação do século XVIII. Com utensílios manuais, um home
necessita 40 dias para trabalhar um hectare, ao Passo que, com uma
parelha de cavalos e um arado, o mesmo trabalho é feito em apenas
um dia. Com um trator de 25 c.v., é suficiente
Ex uma hora, Para ceifa
1 hectare, por volta de 1750, eram necessários 40 a 50 trabalhadores
utilizando a foice; em 1830, com a foice grande, aperfeiçoada, eram
suficientes 25 a 30; quarenta anos mais tarde, com uma segadora
não eram necessários mais de 8 a 10 homens; em 1905, com uma
ceifadeira-enfaixadeira, eram necessários apenas um a dois operários
agrícolas e, hoje em dia, uma segadeira-debulhadora recolhe e debulha
o grão em todo um hectare, com apenas um condutor e gastando
apenas meio-dia... 7?
A pesquisa científica, inseparável do desenvolvimento de uma
economia industrial, trouxe considerável auxílio à agricultura. Exer-
ce-se essa pesquisa em duas direções essenciais: a melhoria dos solos
e a harmonização das culturas e das aptidões naturais dos terrenos
(secundada pela indústria química, é ela a base do aumento dos ren-
dimentos e da conservação do potencial de produção dos solos, graças
ao uso racional dos adubos), a criação de novas espécies, variedades
e raças de animais domésticos e plantas cultivadas, a racionalização
dos métodos de alimentação dos rebanhos, etc.
A substituição de uma economia agrícola de subsistência local
por uma economia agrícola de mercado, na Europa Ocidental, foi
acompanhada pela progressiva liquidação das últimas sobrevivências
de uma explotação coletiva da terra. O desenvolvimento do indivi-
dualismo agrário, iniciado desde o princípio da época moderna, com-
pletou-se pelo quadro das iniciativas privadas, face às novas condições
criadas pelo progressivo aumento do setor de comercialização da
produção. 4 economia agrária da Europa Ocidental é uma economia
de empresas individuais, cujas dimensões e cuja estrutura são infini-
tamente variáveis. Segundo as diversas regiões, são dominantes a pe-
quena ou a grande propriedade. No conjunto, o número de pequenos
proprietários é infinitamente superior ao dos grandes proprietários,
porém, a superfície ocupada por estes últimos é, em geral, conside-
rável. Pertence ao estudo regional a determinação das relações numé-
ricas entre os diferentes tipos de propriedade de icada zona. À origem
dos proprietários é também variável. Aos herdeiros das possessões
senhoriais e à pequena propriedade rural, por vezes aumentada pela
compra de terras, e à liquidação de hipotecas em proveito de homens
79. De acordo com H. Brousse, “La productivité du travail dans Pagri-
culture”, Revue écon., IV, 1953, no 5, pág.
628.
200
de negócios do local, associam-se diversas formas de propriedade
burguesa, resultante de compras de terras por comerciantes, indus-
triais, pessoas que exercem profissões liberais, etc. As modificações
ora simplificaram a estrutura em parcelas, pelo reagrupamento de
terras extensivamente pertencentes a diferentes proprietários, ora, pelo
contrário, agravaram o parcelamento, consegiiência natural de parti-
lhas devidas à sucessão e baseado originariamente na procura, por
parte das famílias rurais, de uma verdadeira amostragem dos diversos
tipos de solo da zona, favorável à diversificação dos modos de utili-
zação da terra. Este parcelamento, prejudicial às atuais formas de
trabalho, é corrigido por uma revisão cadastral, comportando a troca
de parcelas entre os diversos proprietários de uma comuna: o rea-
grupamento.
Os modos de explotação são em número de três: a explotação
direta, sob a forma de uma explotação da pequena propriedade rural
pela própria família, ou com a utilização de mão-de-obra assalariada
(territórios vitícolas do Midi, grande propriedade cerealífera em torno
de Paris e no norte da França, na Bélgica, na Alemanha Ocidental,
na Grã-Bretanha, na Itália), o arrendamento e a parceria. O arren-
damento — que, em numerosos casos, substitui a tradicional parceria
— é uma apropriação, sob forma de contrato, do empreendimento
agrícola por um explotador que possui o aparelhamento necessário e
adquire o direito de explotar a propriedade em troca do pagamento
de uma renda em dinheiro, geralmente combinada tendo-se em vista
o valor da principal produção. A parceria, mais acessível à população
pobre, pois o proprietário. fornece uma parte, ao menos, do material
“de trabalho, adubos e sementes, implica a partilha, pela meia ou pela
terça parte (para o proprietário), de todas as colheitas.
O emprego dos modernos meios de produção introduziu uma
noção nova na economia agrícola — a do investimento. A não ser
nas explotações pobres, obrigatoriamente rotineiras, a abertura de
cada zona produtora faz-se com base em um total variável de des-
pesas de explotação. Por outro lado, o encargo de explotação de uma
fazenda, seja como proprietário ou como locatário, supõe a posse
de instrumentos de produção, cujo valor é, em geral, muito superior
ao do material de trabalho de uma empresa comercial ou de artesa-
nato. Para uma explotação familiar simples, relativa à valorização
de 10 a 12 hectares, de acordo com a qualidade das terras, são neces-
sários, inicialmente, vários milhões. Os investimentos relativos a uma
propriedade agrícola com uma centena de hectares são da mesma
ordem de grandeza do que os que requerem uma pequena empresa
industrial.

201
Tais circunstâncias colocam em situação desigual à Peque
de explotações agrícolas, em relação às exigências da ha e q
er balho, como a motorizacs Moderni.
zação. Certas formas de area d já aNAD realizada
quando 6 q Mecan;
s ni-
zação, só apresentam rentabilidade Ee
explotações bastante vastas e sem solução de continuidade, levand
consequentemente, ao reagrupamento de propriedades: q aquis; a
de um material dispendioso necessita um capital que não Eid ção
realizado pelo pequeno proprietário. Daí resulta uma diferencia.
de técnicas, de rendimento e de produtividade do trabalho, entre a,
pequenas explotações, e as regiões onde estas dominam, e as gran E
explotações onde já se efetuou a concentração da terra. Os rendi-
mentos podem variar na proporção de 1 para 3, ou mesmo 4 (10 à
12 q de grãos por hectare, contra 45 a 50); os rendimentos do
trabalho variam em uma proporção ainda mais forte, de 1 a 10. Na
hipótese de uma competição entre as explotações dos dois casos, a
pequena propriedade rural seria esmagada. A consegiiência disto é
a concentração das terras. O despovoamento dos campos acelera-se:
a redução do número das explotações acompanha-se, com efeito, da
do número de trabalhadores agrícolas. Uma grande fazenda, de 100
a 300 hectares, inteiramente motorizada e mecanizada, onde a criação
se acha virtualmente suprimida, pode funcionar como fazenda de
grande lavoura de cereais, beterraba e forragens (destinadas a venda)
com 3 a 5 trabalhadores, enquanto uma fazenda de mesma dimensão,
antes da motorização e da mecanização contemporâneas, empregaria,
além de 12 a 20 trabalhadores permanentes, equipes de trabalhadores
nas épocas da colheitas; e 10 a 20 pequenas fazendas, de 10 a 15
hectares cada, mobilizariam o trabalho de 25 a 50 pessoas.
A procura do máximo proveito com relação aos investimentos
(preço da terra, montante do gado arrendado e do material mecânico
de produção e despesas anuais) conduz a uma simplificação dos SS”
temas de cultura e à redução das especulações, levando ao preço
de uma mão-de-obra numerosa (capina de lavouras, cuidados we É
cu)
gado) ouo ao recurso a máquinas especializadas, dispendiosas,
utilizaçã só é rentável quando em grandes superfícies. NR
A procura
ação dadas maior rentabilidade do material e as ces a
mecaniz explotações médias ou mesmo pequenas go
ição de que est as possuam uma estrutura maciç :
aciça ou tenham
o cêa 0 do
reagrupad as
] ram a cria
, raja
enco çãão de coopera tivas de utilizas ei
material agrí» cola
a riaç
início do E uti
SA é Ee geral é relativamente simples. Até O
vidade E Noria dos rendimentos e um aumento sensívele, a todos
'º trabalho puderam ser obtidos, indiretament '
os tipos de explotação, graças à racionalização dos métodos da la-
voura e da criação do gado disseminada pelos serviços públicos (na
França, as Diretorias dos Serviços Agrícolas e as cadeiras de ensina-
mentos agrícolas) e pela ação de interesses particulares, os dos explo-
tadores de propriedades, que coincidiam, até certo ponto, com os dos
comerciantes de sementes, os proprietários de haras, os vendedores
de adubos e de material agrícola, cuja propaganda progressiva con-
fundiu-se com a publicidade comercial, O progresso da agricultura
é, até aí, independente da dimensão das explotações, embora as pos-
sibilidades do investimento não sejam idênticas. De 20 anos para cá,
sobretudo, a vantagem das grandes explotações marcou-se fortemente,
pois o progresso técnico acha-se ligado à possibilidade de grandes
investimentos e de trabalho em grandes unidades de explotação e de
cultura. A pequena propriedade só pode aguentar a concorrência da
grande nos domínios muito estritamente limitados das culturas es-
peciais (culturas de hortaliças e de fruteiras, por exemplo), ou de
uma economia intensiva destinada à produção de alimento para o
gado.
Entretanto, a evolução rural é muito diferente segundo os países
e segundo as zonas no interior de cada país. A Inglaterra deu grande
impulso à modernização de sua agricultura, há já mais de meio século.
Na Bélgica, na Alemanha, no norte da França, a grande lavoura
ganha rapidamente terreno. Em regiões onde a variedade de terrenos
favorece, ainda um pouco, a diferenciação da explotação, a pequena
lavoura ou a criação em fazendas de dimensões reduzidas mantêm,
não sem dificuldade, a sua posição, porém assegurando apenas rendas
medíocres. Na Itália, o problema social é mais importante que o eco-
nômico, sendo essencial, atualmente, assegurar a uma população e
numerosa (que não pode pretender entrar na indústria a não chega
a empregar todos os seus trabalhadores) as condições no re
tenção. Nos Países Baixos, a densidade da população rur E pos E
tada pelo desenvolvimento de culturas especiais, de grande ne cã
mento. Enfim, mesmo dentro de uma evolução comum, às Te E
das diversas zonas de uma mesma região não se dão sob rg a ,
ritmo, transformando-se certas regiões mais rapidamente do que ao
tras. A característica dominante da economia agrícola da aa
dental continua, portanto, sendo a diversificação, apesar
midade dos processos de transformação.
A União Soviética resolveu de uma O aro vo A
blema da concentração técnica da pps Uma reforma agrária
agricultura altamente motorizada e PDR
203
inicial cedeu a propriedade da totalidade do solo
cultivado aos s
poneses que nele trabalham, expropriando os domínios da am-
nobres e da Igreja. As terras de cada aldeia foram, em segui
grupadas em cooperativas de trabalho, com a coletivização d
e a constituição de economias coletivas aldeãs (kolkhozes), Umads terras
part
da terra é explotada sob a forma de fazenda do Estado,
nhando o papel de fazendas experimentais, os sovkhozes. desempe.
A fim de
facilitar o emprego racional-do material pesado, procedeu
-se, após a
Il Guerra Mundial, a fusões de kolkhozes, para
a constituição de
unidades de explotação maiores (da ordem
de 1.000 a alguns milha.
res de hectares, de acordo com as regiões e as culturas
domi
Mas os camponeses estão ainda mal adaptados psicológica nantes).
e social.
mente à agricultura coletivizada e os rendimen
tos são inferiores às
possibilidades e às perspectivas dos planos.
Nas repúblicas populares européias e asiáticas for
am efetuadas
reformas agrárias em seguida à II Guerra Mundia
l, fazendo desa-
parecer os grandes domínios pertencentes a prop
rietários não-rurais
e radicando à terra os operários agrícolas, aumentando a superfície
das propriedades demasiado pequenas, suprimindo todas as rend
as
por parte dos camponeses, a não ser o pagamento,
ao Estado, de uma
indenização pela instalação nas terras recém-atribuídas (so
ma leve,
equivalente a um ano de colheita e pagável em prestaçõ
es). Uma
rede de parques de máquinas e tratores foi instalada, send
o os cam-
poneses convidados a se agruparem em cooperativas. O desenvol
vi-
mento destas é mais ou menos rápido, segundo os países.

HI. Agricultura americana


“Nos países que não possuem tradição agrícola pré-industrial (ou
que a possuem muito pouco), a evolução técnica da agricultura do-
mina e determina a organização dos diferentes tipos regionais de eco-
nomia agrícola.
A evolução da agricultura nos Estados Unidos é, sob este ponto
de vista, bastante significativa. Se a megalomania da monocultura
em fazendas imensas de vários milhares de hectares só caracterizou
as regiões do Oeste e conheceu o declínio, devido ao quitar
esbanjamento do potencial agrícola, pelo menos a estrutura geral e
economia agrícola é baseada na procura do melhor rendimento do
trabalho (sendo o trabalho, na América, bem mais caro que a terra).
Este objetivo é obtido por uma especialização das fazendas — que
só excepcionalmente significa uma moo ocultura E
total mecanização. O créditoe o pura — e pela sua
auxílio técnico dos serviços agrí-

204
colas Rs a qualquer dono de empresa, seja ela ou nã
gem rural, undar e conduzir uma explotação especial a sea
do gado ou das av PERSA. 8 Pie=
dução do milho z e na engorda . o
o de vacas leitei es, na plantação
das árvores frutíferAas, na criaçã
£
ras, I
etc.ão

formas de explotação que parecem ser, na Europa, ) o final dah uçãoão


agrotécnica e de concentração da terra numa estrita contabilizaçã
do programa d ação
que entram na execução
de todas as operações comuns. A agricultura E
a a cria-
aqui,
ção ou da lavoura, são, período colonial pré-in sand do
do
Leste, herdeira das iniciativas
a do Sul algodoeiro são marcadas por um certo arcaísmo, std
às populações agrícolas o mais baixo nível de vida da agricultura
americana. Mas, se a agricultura americana obtém rendimentos ele-
vados, em relação ao trabalho exigido, figura, entretanto, como um
setor econômico desfavorecido, relativamente à indústria e às ativi-
dades que se baseiam na poderosa organização da produção indus-
forneceu
trial, dela retirando suas fontes de existência. Se a indústria
uma das mais pro-
à agricultura americana os meios para se tornar
horas de trabalho, con-
dutivas do mundo, em relação ao número de
sobre ela. Não somente OS
tinua a guardar uma nítida superioridade
relativamente baixos, mas são,
preços dos produtos agrícolas são
instáveis, e as crises agrícolas são mais frequentes, mais
também, industriais. Apesar de ser
do que as crises
regularmente crônicas, tem, ainda, uma tendência à
à população agrícola
pouco numerosa,
diminuição. É
gerais da economia agrícola americana podem
As características
organização semelhante, especialmente à
de
ser aplicadas aos países
Austrália.

. A ec on om ia ag rí co la colonial
IV de matérias-primas agr-
neros al im en tí ci os e cípio,
A necessidade de gêomias industriais (especialmente, à prin mes-
econ e
ao
colas por parte das striais da Europa Ocidi ntal) deu oigem,
das economias indu iai . das gran
des espec
“vas, ula como à id
ao desenvolvimento
mo tempo,
norica tem o do ad os , no século XIX , às re gi Me
õe da
s, €
pro
NO
duç
emp
ãoo
reg
e a Austrália, e de empres de tipo d a * copicais o
mas oos
de gêneros específicos dos cli «ações agrícolas levadas
de mão-de-obra colonial, paga com onde a espe á
Con vém fazer a distinção entre 2º Mic as, dos
nas "JS. = baixamento
a efeito pela colonização, les ser produzidos nas
repousa, sobretudo, nas possibilidades
os
de custo de produtos homólogos 298
1
fronteiras dos países industriais (colonização da
exemplo: Africa do Norte por
vinhedos da Argélia) e as das zonas quentes,
o emprego de mão-de-obra barata ea pesquisa de
onde se aliam
produtos adap tados
ao clima (plantações de bananeiras na América
Central, de Seringuei-
ras na Ásia do Sudeste). Dá-se o nome de économie de “plantat
ion”
a esta forma de explotação. É ela caracterizada,
cultura de subsistência das populações circ relativamente à poli-
unvizinhas, Por uma espe.
cializaç ão
variavelmente desenvolvida em função das Preo
cupações
comerciais. A mão-de-obra pode ser consegui
da nas vilas, em torno
das quais uma fração do terreno é consagrada às culturas alim
que lhe são necessárias, ou pura e simplesm entares
ente recrutada nas aldeias
das vizinhanças, sendo paga em espécie ou em
cereais importados,
O objetivo de uma plantation pode variar de acordo
com as mutações
da conjuntura comercial. Quando não é possível
uma mutação da
produção, ou quando essa modificação é cons
iderada como mais dis-
pendiosa do que o abandono puro e simples do emp
reendimento, a
plantação é desprezada, pois a venda deixa
de ser vantajosa. Grande
empresa, baseada sobre importantes investimento
s, em geral forne-
cidos pelos acionistas de uma sociedade, figura como uma empresa
industrial em relação à agricultura tradicional
que a rodeia. A eco-
nomia de plantation pode, também, ser a forma inicial da
de regiões que ainda não haviam sido ocupadas valorização
agricolamente (plan-
tações brasileiras de café, instaladas em derr
ubadas na floresta).
Esta economia, capaz de assegurar lucros cons
ideráveis e rápidos
em um período de evolução ascendente dos
preços, é frágil como
toda economia especulativa. Atualmente encontra
-se em regressão em
algumas regiões onde constituiu uma caracter
ística da intervenção
econômica européia no século XIX e início do
XX. Com efeito, é
em geral mais vantajoso introduzir uma cultura
especulativa na eco-
nomi a nativa do que arcar com todos os riscos
plantations nativas produzem mais da metade da da operação. As
a natureza da pro
borracha. Quando
dução o permite, os choques de especulação são
amcrtecidos, se a cultura comercial puder ser introduzida no con-
junto de um sistema de cultura diferenciada. (caso da economia
feeira do Brasil: desenvolvimento da produç ca-
ão por sitiantes ou peque-
nos lavradores, ao lado das antigas grandes
fazendas). 80

CCC

80. Para o
desenvolvimento desse capítulo
de géographie rurale, Paris, ver PrerrRE GEORGE, Précis
P.U,F., 2º edição, 1967.
206
CAPÍTULO II

A PRODUÇÃO DE CEREAIS

A distribuição da produção cerealífera acha-se subordinada a


condições de ecologia vegetal, porém seus limites provêm, em pro-
porção geralmente grande, de fatores históricos que influem no desen-
volvimento dé cada civilização agrícola. A expansão econômica e
colonial da Europa Ocidental teve como efeito, de um lado, a grande
difusão da cultura do trigo, o cereal alimentício europeu por exce-
lência e, de outro, a transferência da cultura do milho da América
para a Europa, África e Ásia. A rizicultura, própria às civilizações
asiáticas, pelo contrário, continuou sendo especificamente desta parte
fora da Ásia.
do mundo, não sendo praticada senão excepcionalmente
O milho miúdo, com maior razão, não possuindo valor no mercado
internacional, continuou a o cereal das lavouras secas da zona
intertropical, na África e na Ásia. i
onda a economia de mercado uma economia de gg ascende
de trigo, o mais forte comércio de cereais é o do trigo. commltia
deste último não é a única a oferecer O exemplo de uma 0
amostragem de formas de explotação. A introdução. de origem é
quantidades, da lavoura do arroz fora de sua da produção. En-
acompanhada pela aplicação de métodos er cográfica quantita-
tretanto, é o trigo que fornece, numa js Se a expressivos de
tiva e especialmente muito vasta, OS as formas
Ea diferentes de cultura, ipa às diferen d
a cultura: uvena lavoura dos carr ra
giões de li milenar do trigo (Egito € eee A : diversos outros
da região mediterrânea) ; lavoura intensiva, |
o2 |

FIGURA 15 — Produção mundial de cereais...


1. Um milhão de toneladas de trigo. — 2. Um milhão
miúdo. — 4. Um milhão de toneladas de milho. 5. 80 7
TER
AUIVILTATR DDD DU DLDA RD DDR ADORADA
cereais em afolhamento, na Europa Ocidental; lavoura das Planícies
argilosas, onde se recolhem mais de 40 q por hectare; Pequenos
campos de explotação tradicional, onde o grão rende duas OU três
vezes menos; cultura especulativa de economia capitalista, Orientada
para o mercado interno ou para a exportação, nos Estados Unidos,
Canadá, Austrália, República Argentina; culturas da economia o
cialista da União Soviética.

I. Produção mundial de trigo e dos cereais associados


A geografia econômica do trigo é inseparável da do centeio,
Trigo e centeio são os dois cereais que servem para a fabricação do
pão. * O trigo, mais rico em matérias azotadas e em gorduras, for-
necendo farinhas brancas, figura como planta conquistadora, em re-
lação ao centeio, progressivamente repelido para as terras ácidas e
frias e situadas em altas latitudes. A cultura do trigo é objeto
de
exportação, ao passo que a do centeio, na pior das hipóteses,
serve
para a utilização dos solos mais ácidos, nos climas mais ásper
os da
Europa Setentrional ou nas montanhas cristalinas da Europa
Ocidental
e Central. Porém, estes dois cereais não podem ser separados, em
um estudo geográfico da produção de cereais.
A superfície destinada, cada ano, à cultura do centeio e
eleva-se a 235 milhões de hectares, aproximadamente.
do trigo
m- O papel dese
penhado por estas culturas, na agricultura mundial,
é bem superior.
Com efeito, o trigo e o centeio fazem parte de
sistemas de cultura
que compreendem diversas culturas, associadas
à dos cereais prin-
cipais e desempenhando um papel ao mesmo
tempo econômico e
técnico no complexo cultural; ou, então, são
cultivados em cultura
extensiva, em um ano sobre dois ou três, À superfície real
imputável
aos sistemas de cultura do trigo e do centeio é da orde
milhões de hectares, algarismo que os classifi m de 700
entre as culturas essencia
ca em primeiro lugar
is da huma
nidade, A produção é igualmente
considerável: perto de 300 milhões de toneladas, das quais 275
milhões de trigo, o que representa, a um consumo médio de 2 quintais
Por pessoa e por ano, uma capacidade de nutrição de 1,5 bilhão de
homens, a meta de da humanidade. No mesmo ambiente climático
que O trigo e o centeio, são cultivados outros
cereais: a cevada,
ser DA UM lugar notável na alimentação humana; a que
cer Ros países do Noroeste europeu, é, principalmenaveia , que, a não
te, destinada à
Ci .

8. Com exceção dos trigos duros

E
E
Es
210 .

É o , aA RR RA a ARO
alimentação do gado. A colheita mundial de Ocevada é total milhz
de 115E milhões
milhões. peso
de toneladas, e à da aveia, de SO milho associado : colheita
de grão, na zona do trigo, sem contar o
toneladas. m certas
regiões, eleva-se a 465 milhões de
Grandemente disseminada pelo mundo — a tal ponto
pode, justamente, afirmar que o trigo é colhido em alguma ken e
mundo em todos os períodos do ano — temperadas a cul Ê
trigo é rm
a cultura . doPenetra,
das zonas
tura cerealífera por excelência ,

até a zona quente, através do domínio dos climas subtropicais da


região mediterrânea, do Oriente Médio até a Índia do Noroeste
onde entra em contato (como na China Setentrional) com o domínio
geográfico do arroz, sendo o trigo cultura da estação seca, e o arroz
cultura da estação úmida, na bacia superior do Ganges e nas pla-
nícies da China do Norte, até o Yang-tsé-Kiang. O trigo é, mesmo,
cultivado além do trópico, em alguns distritos africanos.
Esta dispersão da cultura do trigo em meios geográficos muito
geral-
diversos, desde as altas latitudes da zona temperada (o trigo,
até o pa-
mente substituído pelo centeio nessas regiões, é cultivado
testado nas
ralelo de 60º na Europa Oriental; seu domínio é incon
no Oriente
terras férteis a partir do paralelo de 55º até o trópico
adaptação às con-
Médio: Egito, Índia), é o resultado de uma longa
ilidade ecológica da
dições geográficas diferenciadas, graças à flexib
a fim de criar, empirica-
planta e aos pacientes esforços humanos de um século, novas
mente, a princípio, e cientificamente, há mais
variedades. Tais esforços, aliás, influíram, ao mesm o tempo, sobre
dos rendimentos.
o alargamento da zona de cultura € sobre o aumento
itudes e nas regiões con tin ent ais , onde o inverno é rude
Nas altas lat ido dos frios
e, em geral, seco (portanto, sem que o solo seja proteg
contínua de neve), recorre-se a varie-
rigorosos por uma cobertura
curto, chamadas trigos de primavera, A
dades de ciclo vegetativo
s clementes, ORo
meados logo após o degelo. Em climas mai a terra. Os ren
semeado no outono, passando o inverno sob . tanto,
do trigo de outono são superiores aos da nr : a em
trigos rh agrônomo
com o tratamento especial das sementes dos
ão, da auto
silos, chamado vernalização ou iarovizaç de primavera pode ser apr
P
o-
dos trigos
russo Lyssenko, o rêndimento trig
e dos os de outono. DO coidmois
ximado sensivelmentdo
“As formas técnicas e econômicas da cultura s,= rs nondentes. a
sificadas em três tipo Co
associados podem ser clas
grandes domínios geográficos da cultura:
211
— o das regiões de cultura tradicional em economia de SUbsis.
tência, onde o trigo é cultivado para o consumo familiar ou local
na maioria das explotações: África do Norte, Oriente Médio, Índia
China; ;
— o dos países transformados pela revolução industrial, onde a
cultura dos cereais é destinada a um mercado nacional forte e figura
em geral, como produção insuficiente na satisfação das necessidades:
a Europa, com uma variante sobre o plano de organização da pro-
dução — a União Soviética;
— o dos países onde a cultura do trigo foi introduzida ao
mesmo tempo que o povoamento e as especulações européias — os
Estados Unidos, onde deve satisfazer um importante mercado inter-
no; o Canadá, os países da bacia do Prata, a Austrália (onde, pelo
contrário, é ela destinada, sobretudo, à exportação para os países
de produção deficitária).
1. Produção tradicional em economia de subsistência. A mais
tradicional cultura do trigo — geralmente trigos duros, não-panifi-
cáveis, associados à cevada — é a das regiões de clima mediterrâneo
e semi-árido que se estendem desde a costa atlântica de Marrocos
até a bacia superior do Ganges. Não se trata, aqui, de uma zona de
cultura contínua: é frequentemente interrompida por zonas estépicas
e desérticas, em torno das quais as terras cultivadas se dispõem como
guirlandas, ao longo das cadeias de montanhas, dos rios e em rosários
de oásis. A cerealicultura é associada ora a uma economia pastoril,
que explota as estepes e as montanhas secas, ora à arboricultura.
A não ser nas fazendas de colonização européia, na África do
Norte, ou nas zonas postas em valorização pelas sociedades de colo-
nização, durante o último meio século, no Pendjab as técnicas em-
pregadas permanecem extraordinariamente antiquadas; os rendimentos
são muito baixos (entre 5 e 10 q por hectare), só escapando a esta
mediocridade nas terras férteis irrigadas do Egito (20 q por hectare).
Esta é uma economia caracterizada por grande miséria, que não pode
nutrir uma população rapidamente crescente, malgrado um verdadeiro
abuso de trabalho disperso em operações manuais muito absorventes,
mas de eficiência mínima. Apenas no domínio geográfico dos paises
de economia subdesenvolvida da bacia mediterrânea e do Oriente
Médio (pequena lavoura do trigo e dos cereais associados; E
miúdo, cevada, espelta, trigo e centeio misturados, por vezes milho e
200 milhões de homens esperam desta cultura o essencial para “as
nutrição. Ora, o conjunto das colheitas de trigo não e A Al
milhões de toneladas. Os quocientes de disponibilidade indivi E
acham-se compreendidos entre 1 e 1,5 na Península Ibérica, Iugo
212
rica do
Norte (1 para o
uito rapidamente a baixo M arrocos,
a, onde o quociente é de 1 na Ási 1,1 para a
a Ocidental,
de 3,
trigo é fracamente se
cundada
as) e, no Egito e na Tu pela da C
rquia, pela do mievada
ura do trigo é praticad lho.
a sob d uas formas
cializada, no Paqu istão, na S dife
zonas irrigadas
(4 milhões de toneladas)
, ou como lavoura
U ao arroz, segundo os terren
os, figurando
al da esta ção chuvosa, no primeiro caso,
ão seca, no segundo. A produção é
toneladas, da
para uma superfície semeada
Finalmente, na China, o trigo cobre, cada ano, u
de pouco mais de 26 milhões de hectares, fornecendo Mãuma Supcolher
erfície
de cerca de 30 milhões de toneladas, com um rendimento médio |j ita
ramente superior a 10 q por hectare. A Manchúria (China o er
deste) inscreve-se nesse total com dez milhões de toneladas, ndo r-
maior parte da produção fornecida pelas planícies do baixo Hoang-Ho
A China produz, por outro lado, 7 milhões de toneladas de ado
nas mesmas regiões.
Os totais de produção desses diferentes países elevam-se à pouco
mais de 80.000.000 de toneladas de trigo e 20.000.0
00
de cevada, isto é, mais de um quarto da colheita mundialde toneladas
de trigo e
cevada. A pressão demográfica constrangeu alguns
desses países q
sair da sua tradicional auto-suficiência, para tornar-se
importadores
de cereais: a Espanha, Portugal, a Grécia, a Iugoslávia,
a África do
Norte, Israel, Líbano, a Índia e mesmo o Paquistão (grande expor-
tador antes da II Guerra Mundial) são, atualmente, importadores
de trigo. Os países estudados neste parágrafo compram no exteri
or
10 a mais de 20 milhões de toneladas de trigo e de farinha de trigo,
variando sensivelmente as compras de cada país de um ano para
outro, caso sejam mais ou menos intensas as grandes secas. O nível
de vida muito baixo das populações e o fraco poder aquisitivo desses
países reduzem as importações às quantidades estritamente necessárias
para evitar a fome. O deficit real da produção aparece, então.
2. Cultura do trigo nas regiões industriais do Velho Mundo.
A Europa Ocidental, a primeira região a ser atingida pela revolução
agrícola e, em seguida, pela industrial, produz cerca de 35.000.000
de toneladas de trigo, em cerca de 12.000.000 de hectares, isto é, com
um rendimento médio de cerca de 30 q por hectare. A cultura do
trigo é substituída, na Alemanha Ocidental, pela do centeio, que aí
alcança 4.000.000 de toneladas (5 milhões de toneladas para o total
da Europa Ocidental). Encontra-se associada, sob a forma de need
mentos complexos, a outras culturas de cereais: cevada (mais de
25 milhões de toneladas), aveia (10 milhões de toneladas) o
Fra
e na nça
Itália, milho (7 milhões de toneladas)
A produção. globa
de cereais eleva-se, na Europa
portan mais de nd
to, Ocidenatal,
lhões de toneladas: de grãos, dos quais menos de 40 milhões de ton
ladas são de cereais :

214
PRODUÇÃO E IMPORTAÇÃO D
EUROPA OCIDENTALE
E
DE CENTEIO NA
Trigo Centeio
Produção Importacã E
1967 1966. “De De
EESBEGEnHA Ss. 2........ 4 4
MR Rs sas esses 1 0,2 02
RR es so 0,4 :
Dinamarca ................ 0,4 0,1 02
RS BROS Ss .. 0... 0,6 0,6 0,2 0,2
ER ci cces esses. 1 0,5 01 E
República Federal Alemã ... 4,5 1 3
REM ng co ren secas. 14 0,5 0,4
SE cs 9 1 0,1 0,1
RR 0 cos essa + 0,3 0,4
MA sarro Erros 0,7 0,2 0,3

ROMEO passesio 35,5 9,4 4,5 0,3

Nestes diferentes países, a lavoura do trigo é uma cultura inten-


siva, praticada em terras naturalmente ricas, regularmente providas
de esterco e de adubos, ou em terras tratadas, conquistadas pela
correção ao domínio próprio dos cereais secundários, especialmente
do centeio. A abertura do mercado nacional às concorrências interna-
a na
cionais ou a regulamentação dos preços do trigo provocaram,
certo número de países, a retração da triticultura, q o
da
especulações agrícolas mais vantajosas, como à criação a A
na Grã-Bretanha e, em menor proporção, nà França. | at ie
mento das economias européias, aliás, j provocou uma enci na
tido inverso, após a II Guerra Mundial, o
Grã-Bretanha. Os países que foram objeto
de VM8 PT Ai q a Ale-
produção, tão impulsionada quanto possivel de importância quanto
manha, conservaram, ao contrário, uma aee lugares, a procura de
à cultura dos cereais panificáveis. Em qua corresponder, da melhor
melhores lucros na explotação e O desejo e |

82. Excluindo-se a Irlanda. Nesst rpoaçirà o


milhão de toneladas; ade Esse:
ae
onai. tas |
pelo menos, igual à produ
dução recenseada, sendo excluídas as PENAS rebanho,
udo na alimentos
próprias fazendas, sobret 45
registradas nas estatísticas.
maneira possível, às exigências do mercado nacional,
estimularam 0
esforços destinados ao aumento dos rendimentos. Os rendimen
superiores a 30 q! por hectare, nas tos ão
melhores terras argilosas do
norte da França, da planície belga, da planície Tenana. Porém
lavoura do trigo continua a ser também realizada nos terr
enos menos
férteis, na França e na Itália, sendo a média
nacional dos rendimentos
de 30 e de 24, respectivamente, em 1967.
A lavoura do trigo nas grandes planícies e
nas explotações de
mais de 30 ha é altamente mecanizada, requer
endo fraca Utilização
de mão-de-obra. De acordo com as regiões,
acha-se ela associada
dentro do afolhamento local, a cereais secundár
ios, destinados à ali-
mentação do gado ou à indústria, a cultura forr
ageiras ou industriais,
beterraba, linho, colza, etc, A criação, em geral,
é dissociada de uma
monocultura cerealífera, em algumas das maio
res fazendas de cereali-
cultura especulativa, onde são ultrapassados
os rendimentos de 40 q
por hectare e onde todos os tratos culturais são
motorizados e meca-
nizados. Entretanto, subsiste ainda, em numero
sas grandes e médias
fazendas, a combinação mais complexa entre a
cultura do trigo e de
cereais secundários, culturas capinadas e notadamen
te culturas indus-
triais, culturas forrageiras e criação de animais de
raça em estábulos,
para a produção de carne: porcos, gado grosso e, mesmo,
eiros. carn
A pequena explotação possui uma série de recursos
ainda maior,
porém com uma eficiência produtiva inferior, tanto em
relação às
superfícies cultivadas quanto ao tempo de trabalho
consagrado à
cultura.
A Europa Central era considerada, antes da II Guerra Mundial,
como o celeiro de trigo da Europa, isto é, como uma região capaz
de compensar, em parte, o deficit da produção dos países industriais.
As planícies da Polônia Meridional, as argilas da bacia panon
iana,
na Hungria e na Tchecoslováquia, as planícies do Elba superior,
na Boêmia (Polabe), as do baixo Danúbio, Valáquia e Moldávia,
na Romênia, a Bulgária danubiana, constituíam, efetivamente, zonas
de cultura do trigo associada, em toda a bacia do Danúbio, ao milho.
Os rendimentos eram, geralmente, bem medíocres, porém o nível de
vida muito baixo das populações rurais — que consumiam, sobre
tudo, o centeio na Polônia e na Tchecoslováquia, e milho
-
do Danú
nos países
bio — autorizava uma exportação bastante importante, rea-
lizada por grandes proprietários. O período atual
um esforço para o aume é caracterizado por
nto de produção do trigo e por um quase
total desaparecimento da exportação, sendo a produção
—————
quase que
83, Os recordes vão acima de 50 q por hectare.

216
integralmente absorvida pelo mercado nacion al de ca
:
sendo sempre considerada como suficiente, so da país: e nãox
b este aspecto,

PRODUÇÃO DE TRIGO E CENTEIO N


POPULARES DA EUROPA CENTRAL
pro» UBLICAS
M 196 7

Trigo Centeio
Polônia CD RR RR RR RT RT RR 3,9 o
Tohecoslováguia ..susesssecsseresssrereerrer 2,5 a
Hungria a RR id DEV dia COMIRdeL ara DUDA 6 e OeaSTRseri os
SRS 3 0,2
Romênia RR DE eo» cen ramas o vu s ancas Pasto 5,8 0,1
Bulgária ......... RRNÃO pmeniaios Esp nsna
usines
e, a es 3 0,1
República Democrática Alemã .........ccccesecerero. 2 2
RR coreses rrurcs a ins 20,2 11
s

O quociente de disponibilidade para o conjunto destes países é de cerca de


3 q, excluindo-se uma importante produção de milho nos países do Danúbio.”

A União Soviética é o maior produtor de cereais panifici


do mundo, com 100 milhões de toneladas de trigo (1966) * e
milhões de toneladas de centeio. A produção global de
vou-se, aí, nos anos de 1958-67, a mais de 160 milhõe
Mais de um quarto da produção mundial de
terços da de centeio são, consequentemente, to:
soviéticos. O trigo é cultivado nas.
da Rússia, até a Sibéria Ocidental. É t
cubárida), em grandes sovkhozes de várias dezenas de Milhares de

O gentios cultivado nas regiões do norte e do noroeste ,


parte de um afolhamento clássico, no qual se acha associado ap
linho e à batata e igualmente às forragens, nas zonas vizinhas do
mar Báltico. | oa
fe tações,Os asrendimentos
das
são extremamente desiguais. As melhores explo-
terras negras, obtêm mais de 20
q por hectare, Sobre
os solos medíocres florestais, e nos kolkhozes menos bem sucedidos
o rendimento das lavouras de trigo ou de centeio pode cair abaixo
de 10 q. O rendimento médio geral acha-se atualmente compreendido
ee lo IS sos -
“O quociente de disponibilidadeé muito elevado: mais de 4 q
habitante e por ano. Entretanto, a União Soviética exporta muito
olheita é consumi lo g

reu em fins de 1963,


últimos dez anos (de cerca de 4
a nos
seus terrenos de semeadur e na América do Norte).
milhões de hectares soment tam O caráter especulativo da produção
Estas constatações ressal la ri da de da pr odução é uma outra
A ir re gu
de trigo Nos países citados. expo rt ad or es de tr ig o, de pois da Se-
maiores
característica. Os dois o Ca nadá e os Estados Unidos, com
fo ra m
unda Guerra Mundial, ne ladas po r ano cada um.
9 a 10 mi lh õe s de to
vendas de
CANADÁ
PRODUÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS E DO
ANTES E DEPOIS DA GUERRA

1951 1960 1962 1967


1934-1938 1948-1950

26,7 37 30 41
19,4 30,9
Eestados Unidos .. 13,3 15 16
do) 11 15
Canadá ..se-ee

pro duç ão de tri go na Am ér ic a e no Hemisfério Sul é extensiva


A parte, nas grandes
e, ao mesmo tem po, extensível. É realizada, em
ueno valor e é pouco vendável, só
planícies, onde a terra possui peq favorável: planícies do
ada quando o mer cad o se mos tra
sendo cultiv s Unidos. Uma mecanização
canadense e Noroes te dos Estado
Qeste
to desenvolvida per mit e o tra bal ho fácil de domínios muito vastos,
mui s, sem que existam,
pertencentes a homens de negócios ou à sociedade trabalham para O
de lavouras estabilizadas que
a não ser nas zonas nte ditos. A mão-de
mer cad o int ern o, quadros rur ais pro pri ame
uinas, pouco numerosa, é Tecru
necessária à condução das máq Um dispositivo especial ga-
na época pró pri a, nos centros urbanos.
dução até à sua expor
rante o transporte e o armazenamento da pro
Canadá e no Noroeste
tação (sistema de elevadores no
Unidos).
É necessário fazer-se a distinção,e nao tri América do Norte, entre
lav our a per man ent e, ond go é parte constituinte
as zon as de
mento, no Les te do Can adá, no Centro-Oeste e no Leste
de um afolha de cultura de especulação,
sa
dos Estados Unidos, e as zonas o o estado do mercado (planícies
superfícies semeadas var iam seg und
s
do Centro-Oe ste). Os rendimentos médios são mai DÃ O e
peiras do que na segunda, ond e à cer eal icu ltu ra Se
mon ocultu ra, com |
requentem ent e, co mo uma n
be m m
te 1
EsTatavedolmsen Due Cp em relação aos investimen; tos
rfi
am mu it o mais do que O rendimento supe
empenhados cont
219
o
e
PRODUÇÃO DE TRIGO DA AMÉRICA LATINA E DA AUSTRALIA
1934-1938 1951-1952 1958-1960 1966-1977
o Gi pd dito 6,6 Too 5 a
DR
RE es RO did 0,36 0,44 0,4 03
Urtipost
DN eo Cana far ri evo 0,85 ne : 1 12
MS og, cudsema ersd 4,2 > 6 19

As técnicas agrícolas foram consideravelmente aperfeiçoadas no


Canadá e nos Estados Unidos nos últimos vinte anos. O rendimento
médio varia segundo os anos entre 14 e 18 q em média no último
decênio. Nos Estados Unidos chegou a 18 q em 1960.
As produções das cerealiculturas do Hemisfério Sul são mais
regulares, pois suas variações prendem-se mais às circunstâncias cli-
máticas — especialmente na Austrália — do que as oscilações do
mercado. É verdade que elas constituem quantidades menores e be-
neficiam freguesias mais estáveis.
COMÉRCIO INTERNACIONAL DE TRIGO
(1966)
(em milhares de toneladas)
Exportação Importação Exp, ou Imp.
Líquida

Evo. Asa sendo! cerca de 4.000 cerca de 10.000 — 6.000


Grã-Bretanha ........ 4.070
Alemanha Ocidental ... 1.582
TORNA so sr sim TS 3.500
a, SiS 500 1.168
AE ss SS 448
Dia cs 15
NEOMAS. scrsusaiso 385
Paiao ss ss: 200
Portugal ,ssises sos É 391
Engonlávia. ,os, sen ciri 135
Bójgica a Cade: e
aixos, etc .....
América e ea e Central. 37.064 + 37064
Estados Unidos ....... 22.484
-Comadd 2547 ME udradss 14.580
América
do Sul cics 600 4.000 — 3.400
RR EE 20.000 — 20.000
JM sis 4.000
ql, CDs TESS 8.000
Paquistão ....crrro. 700
COM rara A a 5.000
JIN A a Os 150 3.000 — 2.850
ARA RR ar 4.500 e 4,00
1. Produção mundial de milho
O milho era, inicialmente, o cereal
América. Atualm alimentício dos indí
ente, tornou-se
melhor se presta a uma prod , nos Estados Unidos e
ução especulativa considerável
baixo preço de custo. des prá
No intervalo
entre essas duas constat a
introdução do milho na Europa trouxe às
e úmidos (planície terciá regiões de saio 7
ria, na França; bacias continentais da Itá
Setentrional, dos países do Danúbio e lia
da Península Balcânica) aii
preciosa contribuição, permitindo suprimir os per
com a int
íodos de pousio
rodução do milho no segundo ano, em seguida a um
cereal
de inverno. º* Da mesma maneira, sua extensão à África e à Ásia
permitiu a melhoria de certos regimes alimentares regionais,
A cultura do milho encontra-se, portanto, largamente dissemi-
nada pelas regiões onde uma ou mais estações lhe asseguram tempe-
raturas superiores a 15º e as precipitações abundantes que lhe são
necessárias. Entretanto, o milho possui um valor alimentício medío-
cre; uma quantidade elevada fornece uma soma pequena de substância
nutritiva. Nos países desenvolvidos, que dispõem de recursos abun-
dantes em cereais panificáveis ou em arroz, ou que têm possibilidades
de comprar excessos de cereais ricos, em raso de necessidade, o
papel do milho é apenas o da engorda do gado e abastecimento das
fábricas de fécula. Segundo as diferentes regiões, a cultura do milho
pode ser uma cultura alimentícia suplementar, em países de agricul-
tura e economia mediocremente ricas, cultura para nutrição do re-
banho ou cultura industrial.

2,
PRODUÇÃO MUNDIAL DE MILHO EM 1967 &
(em milhões de toneladas)

REMRES | Europa E,
ceara ara o

“eua
ta tas

“.

..
América do Sul
mitindo sempre duas culturas por ano, por vezes três, OU, mais »
mumente, cinco em cada dois anos. it
Às suas condições naturais, excepcionalmente favoráveis oz...
uma pobreza de técnicas de cultura, o que impõe as Populações v'º
o cultivam um trabalho extremamente fatigante e ininterrupto sand
obter rendimentos medíocres: 1 ha de terras das planícies
do De
Asiático fornece, em duas colheitas, 25 q de grão, conseguido “a
trabalho constante, do começo ao fim do ano, de uma
camponeses. Resultado idêntico é obtido nas planícies família de
argilosas da
Europa Ocidental, em uma só colheita, no quadro de explot ações o
cinco homens são suficientes para cultivar, com máquinas apropr
das, ia.
uma centena de hectares. A pressão demográfica torna
a subtração de uma parte de superfície cultivável para impossível
a cultura de
plantas forrageiras; trata-se, portanto, de uma cultura
da qual o gado
se acha quase que excluído (Ásia do Sudeste, China)
cessita procurar
ou, então, ne-
sua alimentação fora das zonas cultivadas (Índia). *
o sistema de cultura dominante
é o sist
cendimentos medíocres e muito baixos na Índia ( ema primitivo, com
10a 12q por hect
a-
re)
dé , est (25 q), ressentindo- se sempre da ausência
maiercs o eléevdeadosadubnaos,Chindaa de generação das variedades
insegurança das colheitas, mal protegidas con d cultivadas,
de lçÕõS tra as intempéries e :
(ruptura dos diques protetores). A colheita final é je
tanto, muito inferior à que poderia ser rea
lizada com a iba des
técnicas. |
O Japão oferece um exemplo de cultura de tradição social e
tecnicamente aperfeiçoada (seleção das sementes, estudos pedológicos,
uso de adubos). Os rendimentos médios são cerca de duas vezes
superiores aos da China e quatro vezes superiores aos da Índia.
A rizicultura africana não é tecnicamente superior à da Índia;
a da América Latina é equivalente à chinesa. Os melhores rendi-
mentos são obtidos na Guiana Inglesa, por agricultores originários
da Índia e da Indonésia, que obtêm mais de 25 q por hectare.
A Europa oferece exemplos de cultura desenvolvida, no estilo
das culturas asiáticas: a seleção das sementes, a preparação dos ter-
renos, o uso de adubos fazem-na comparável à rizicultura japonesa.
Os métodos de trabalho na Espanha e Itália são comparáveis aos da
Ásia. Nestes países é que são obtidos os maiores rendimentos do
mundo: 55 q em média, por hectare, na Itália, 56 na Espanha, é
41 na França.
União Soviética
A rizicultura americana e a de certas regiões da ra
(Kuban ) é uma cultura mecanizada, em que o papel da mão-de-ob
ns] na Ásia e na Fui = é
preços de custo excepcionalmente baixos, & se
rença entre os salários americanos ou soviéticos € OS do 07%
Oriente,vezesproe duz em-serenainda o25 dasa 35cultquin por hectare, *
tais anas
duas meio o diment uras indi .
é a
Devido a suas condições ecológicas, a cultura do arroz e
ficamente muito concentrada, ocupando gua DO aoloro 29 mi-
Paises produtores: na Índia, as milhões de milhões; na China, 30
lhões; no Paquistão, 10,5 milhões, sobre 94 Mid uma
ga sobre
Milhões, sobre 973 milhões. A produção mundial 6 So" cográfica
um domínio
d
ana de milhões de hectares, que constinEm or de
de asa pl cs su ss gra (ver a Fig- 15).
qe América do Sul

Colômbia Road
CAPÍTULO III

CULTURAS ALIMENTARES DIVERSAS

Além das culturas de cereais, a agricultura tradicional produz


para
gêneros alimentícios complementares e colhe plantas cultivadas
ários:
o fornecimento de matérias-primas de instrumentos € vestu
ca de
têxteis, produtos de tinturaria, produtos de espartaria, fábri
quadro de
cordas e cestos, etc. Estes gêneros são obtidos seja no
destinados aos
rotações de cultura (e, em conseqiiência, nos terrenos áreas
seja nas
cereais, nos intervalos das semeaduras dos cereais), o úmidas,
de solos impróprios à produção de grãos: terras demasiad
O desenvolvimento
bordos de diques e caminhos, encostas, valas.
trans porte s e dos mercados, coinc idindo com um considerável
dos favorecel
aumento de consumo de determinados produtos agrícolas,
nas condições naturais particulares
as especializações baseadas de produtos ap
regiões capazes de oferecer colheitas maciçasespec ializações interessam,
com pequenos gastos de explotação. Essas economicamente desen-
aos domínios agríc olas dos países
de um lado, empio-
volvidos (por exemplo, a cultura da vinha, dos produt
Do
das frutas) e aos territórios tropicais e subtropicais, do sqe
€ ao mer
tados em função de suas condições ecológicas específica UE
de emprego da mão-de-obra. Tais regiões O
cado produtos típicos de seu clima, sem equivalente nana e — no
o como o chá, o café, a banana, às a a
ai ay setor industrial — pie de preços de
- subst ituição aos de zonas Essas especializações)
Mais elevados co trop
i . afolha-
x como as deoleagi
, inserç ão
nosas
culturas divers as nos compl exos
Não excluem a
Pr NR — impossível mesmo — estudar-se, num a
" geral das produções agrícolas mundiais, todaàs asdiversas
produções ai io
coletividade.
tares ou técnicas auxiliares que interessam
muito im e
humanas e desempenham, frequentemente, um papel
tante, em economia de subsistência, na alimentação humana,
trata-se de ao eE
Com efeito,
nos sob o ponto de vista qualitativo. geograficamente
muito numerosas, em geral ainda mais localizadas,
dos que a de alguns cereais, e que só dão ensejo a avaliações estatís-
ticas interessam ao mercado, especialmente ao mercado inter.
nacional, Um estudo qualitativo do taro, da batata-doce ou do inhame
é praticamente impossível, enquanto quase sempre se dispõe de esti.
mativas aproximadas, bastante precisas por vezes, sobre a produção
de gêneros que são objeto de uma comercialização intensa no mer-
cado nacional das economias industriais ou nos mercados interna-
cionais. Serão aqui examinados quatro grupos:
— produções destinadas à fabricação de bebidas;
— as oleaginosas;
— as plantas açucareiras;
— culturas de legumes e de frutos.

1. Culturas destinadas à produção de bebidas


As bebidas procuradas pelo homem provêm da utilização de
produtos vegetais muito diversificados *º, desde a seiva fermental de
certas árvores até a cerveja, fabricada com a cevada e o lúpulo
Porém um lugar à parte deve ser reservado para algumas culturas
especiais, praticadas exclusivamente para a produção de bebidasdc
consumo largamente difundido, que são objeto de comercialização
o vinho,
o chá, o café.
1. A cultura da videira e a produção de vinho.
O vinho <
inicialmente uma bebida de luxo, consumida na região mediterrin"”
por ocasião das festas e cerimônias e vendida às classes NS
cidades. Guardou este caráter nos países onde a videira, introduza
fora de seu meio inícial, superfícies, produz"
quantidades reduzidas, ou onda, importado o vinho do esti:
geiro, constitui um produto caro (Inglaterra). É um produto de *
o ec AEM das tda ceras da produções animais, como º Jeito frese”
sumo excepcional, com características especiais, que provêm das pre-
ferências dos consumidores, seja vinhos locais, cuja designação garante
a qualidade desejada, seja vinhos tratados, de maneira a corresponder
a uma forma de utilização determinada: vinhos doces, vinhos ma-
duros, vinhos espumantes.
Em um número reduzido de países, onde a produção desenvol-
veu-se em proporções consideráveis, o vinho figura como bebida de
consumo corrente, pelo menos em relação a uma porção importante
da população. Procura-se, então, um produto relativamente barato,
fornecido em grande abundância: pela França, sobretudo, pela Itália,
pela Espanha e, com destino ao mercado externo, pela Argélia.
Caso seja destinada a um ou outro tipo de consumo, a especula-
ção vai dedicar-se à procura das condições de produção de um
vinho que justifique e sustente seu preço no mercado, ou a um esforço
de produção que torne possível a entrega de grandes quantidades.
A França, a Itália, a Espanha e Portugal associam uma pro-
dução de vinhos especiais, vinhos verdes, vinhos finos e de álcool,
a uma produção de vinhos de consumo corrente, em parte comercia-
lizada, em parte destinada ao autoconsumo familiar. A produção de
vinhos comuns desenvolveu-se em economia colonial na África do
Norte. Desses diversos países saem os dois terços da produção
mundial.
A videira é cultivada em áreas reduzidas do território de um
grande número de países, onde é destinada à produção de vinhos
verdes e vinhos especiais: na Europa Mediterrânea, a Grécia, a Iugos-
lávia e a Bulgária; na Europa Central, a Alemanha, a Suíça, a Áus-
tria, a Hungria, a Tchecoslováquia e a Romênia; na Ásia Ocidental,
a Turquia e Chipre; na União Soviética, na América do Norte (Esta-
dos Unidos), na América do Sul, a Argentina 'e Chile, principalmente;
na Austrália e na União Sul-Africana. Os maiores produtores de
vinho pertencentes a esta categoria são os Estados Unidos, a União
Soviética e a Argentina, com um total aproximado de uma dezena de
milhões de hectolitros cada um.

O mercado de vinho é um mercado nitidamente subdividido: os


vinhos de consumo corrente só são vendidos nos países onde o vinho
constitui a bebida de mesa ou mercadoria das lojas de bebidas. Espa-
nha, Portugal e Itália são países de fraco poder aquisitivo, que não con-
Pram vinhos no estrangeiro. O mercado destes países é, portanto,
estritamente um mercado interno. As ocasiões para a realização de
231
exportações, direta ou indiretamente (pela venda a turistas que vi.
sitam o país), são procuradas, porém a importação é nula. A França,
que é, graças à contribuição da Argélia, o maior produtor de vinho
do mundo — mais de um terço da produção mundial — encontra-se
por conseguinte, reduzida às únicas possibilidades de venda represen.
tadas pelo consumo nacional. A oferta de vinho comum ultrapassa
quociente médio de um hectolitro por ano e por habitante. A pro.
dução de vinhos comuns, especialmente dos franceses, atingiu, no de-
correr das últimas décadas, um limite crítico. O mercado não pode
ser muito expandido e todo aumento da produção agrava uma situa-
ção de crise crônica.

O segundo mercado é o dos vinhos especiais, isto é, um mercado


de produtos de luxo. Apresenta todas as características próprias desse
tipo de mercado. Relativamente extenso, durante os períodos de
ascensão econômica e nos países ricos, este mercado retrai-se muito
rapidamente nas épocas de crise; os países empobrecidos desprovidos
de divisas, ou que as devem empregar na aquisição de produtos indis-
pensáveis, deixam, de ser compradores de vinhos estrangeiros. No
mercado interno, toda redução sensível do poder aquisitivo das classes
elevadas ou médias provoca uma diminuição do consumo. A difusão
relativamente grande da produção de vinhos especiais, no mundo,
advém, em parte, do desejo, por parte dos antigos fregueses dos pro-
dutores de vinho da França, ou dos países mediterrâneos, de se liber-
tarem dos encargos de importações dispendiosas. 4o mesmo tempo
que a produção se difundia, o mercado internacional retraiu-se. Este
fato é particularmente sensível no mercado de vinhos espumantes,
anteriormente comprados na Champagne e nas regiões do Loire, e
atualmente produzidos nos Estados Unidos, na Argentina, na União
Soviética, na Austrália, etc, O caráter de produtos de substituição das
importações francesas é, em geral, evidenciado pelo cuidado que têm
os produtores e comerciantes de vinho dos diferentes países de dar,
aos produtos oferecidos à freguesia, nomes que lembrem os dos vinhos
franceses.
O vinho tende, assim, a perder seu caráter de produto comer”
cial essencialmente francês, no mundo. Além disso, a parte da pro-
dução francesa diminuiu: em 1935, sobre uma produção recorde de
220 milhões de hectolitros, a França e a Argélia tinham produzido
cerca da metade. Após o término da II Guerra Mundial, esses países
só intervem com um terço de uma produção sensivelmente inferior
(cerca de 200 milhões de hectolitros) (Fig. 15).

232
ER DIA
PRODUÇÃO MUN L DE VINHO —
(em milhões de hectolitros) id

cc ASP PRA
RR e es 205,4
D emi r e
recria, 74
RR
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Portal Endaas

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Grécia RSI ebsittem ot o nie trlestáro RP aa

Alemanha Ocidental IR, ARES 55


RR sir cas feirão
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América do Norte (Estados 35
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Aascu l t
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vi
s umed airr-a
ite
pl o da França. reg
vitíc ola. O exemiguidade,
A grande produção desde a Antigu
à
uém dos quais ela recuou DO
disseminou-se pela França
até seus limites geográficos extremos: nã traçada, aproE século
râneas
É XIX ais ultrapassa r uma
s e à fronteira do Laocultivado. Rui pelo
ga ee = Reim A fecun-
prod ução com pequ enos T s em que era dos
XVIII, foi uma 0ô desenvolvimento do comércio
sabor, POP sat
seu característico colônias d Midi
didade das videiras das : 233
vinhos provocaram, desde a segunda metade do século XVIII, uma extenç;
da videira à planícies do Languedoc. Porém o mercado dos vinhos Contino”
a ser quantitativamente bastante restrito, e servindo a uma freguesia que,
= ; E fora
do setor de consumo familiar dos produtos,
se indentifica com a aristocraçi,
e a burguesia, e E d

A expansão de uma produção quantitativamente


considerável se afirm;
no século XIX, especialmente depois do desenvolvimento dos transportes fito.
viários e em função, também, da elevação do nível de vida
nas zonas Urbanas
cuja população aumentou rapidamente. Essa expansão acelerou-se
quando d;
reconstituição do vinhedo do Languedoc, destruído pela filoxera, Tornou-se
um vinhedo de zonas planas, com variedades enxertadas ou
com
grande produção. O exemplo do Baixo Languedoc foi seguido pelohíbrido s de
Alto Ca-
margue e as planícies do Var.
Nos fins do século XIX, a configuração das vinhas francesas já apresentava
sua forma atual. O Midi mediterrâneo, com exceção de certos terrenos locais
que se beneficiam de certificados de origem (Chãteauneuf-du-Pape,
Frontignan),
ou dedicados à fabricação de vinhos de qualidade (Byrrh em Thuir, Pireneus
Orientais), é o domínio da produção dos vinhos de consumo corrente. A pro-
cura de rendimentos elevados (ultrapassando, por vezes, 200 hl por hectare)
localizou o vinhedo nas planícies. As videiras de colina contribuem para essa
produção, situando-se, aliás, em uma posição desfavorável, pois
seus ren-
dimentos não menos elevados (menos de 100 hl) e desde que a
qualidade
não intervém na fixação dos preços. No Baixo Languedoc e no norte
de
Camargue, a viticultura toma a forma de uma quase perfeita monocultura: ocupa
os três quartos do território cultivado no distrito de Hérault. A videira
reco-
bre literalmente as planícies, desde Narbonnais até Arles. O vinhedo de planíciz
é, geralmente, uma explotação de grandes propriedades, empregando uma mão-
de-obra de assalariados agrícolas. A pequena propriedade conservou-se melhor
nas zonas acidentadas e nas bacias interiores, onde os vinhateiros acham-s
e
agrupados em cooperativas para a fabricação do vinho.
O vinhed
produção do Midi mediterrâneo, que fornece a metade do vinho ofrancês de grande
(nos
sete departamentos de Aude, Pireneus Orientais, Hérault, Gard, Vaucluse,
Bouches-du-Rhône e Var), acha-se sob a ameaça constante de um agrava-
mento da crise de superprodução que é, aí, quase crônica, desde o início do
século. A cultura da videira para a produção de uvas de mesa, inicialmente
considerada como uma maneira de aliviar o mercado do vinho, desenvolveu-se
na realidade à margem do vinhedo produtor de vinho, especialmente em
Vaucluse (Le Thor), no Hérault (Clarmont-"'Hérault) e, fora do Midi mediter-
râneo, nas regiões do Médio Garona
Nas planícies do Médio Ródano, (Moiss
na
ac).
bacia aquitan a, a
o
videira é
:
cultiva da
para o consumo doméstico e para o abastecimento das cidades vizinhas em
vinhos vulgares: no total, cerca de 20%
da produção nacional. : te
Os vinhos locais e os vulgares são produzidos por regiões estritamen E
localizadas, de solos variados: colinas e terraços da Gironda, prodisindo à
vinhos de Bordéus; colinas e taludes das Côtes du Rhône, de Bourgogne e Ee
Beaujolais, outeiros do Vale do Loire e notadamente de Anjou e do E
inferior (moscatel), colinas do Jura e da Sabóia, de Champagne e da Mose e
as colinas dos contrafortes dos Vosges, que dão os vinhos da Alsácia, cerca a
om quarto da produção francesa. A não ser em Bordéus, onde a gran E
Propriedade é fregiiente e os rendimentos bastantes elevados (60 hi dia
hectare), os vinhedos de vinhos locais são, em geral, de pequen
propriedade, onde o preço dos vinhos, cuja qualidade, que justificaa ose preços
méd!
elevados, é meticulosamente cuidada, compensa a mediocridade dos rendimen-

234
tos (30 a 40 hi por hectare). Fora
do mercado nacional i o
ou cada vinho velho tem seu mercado próprio no estrange; cada vinh verde
panhas e os espumantes, o mercado da América do Sul er: para os cham-
tropicais; para os vinhos Bordéus, os mercados anglo-saxô oa países coloniais
do Leste, : os mer
e cados belga, z suíço, alemão, etc X0es; para os vinhos
Esse
geral, muito exíguos, em relação à capacidade da produção mercados x
são, em
Os vinhos da África do Norte são vi foi :
grandes domínios pertencentes a colonos ou e a goi E= ns
de Orã (alguns vinhos de colina, também,
especialmente na Tuná ne
Com uma gradu ação elevada de álcool, em
recqniao geral
d Pe
estes vinhos servem, em parte, ao corte de vinhos
mais fracos da o
pelos vinhedos de planície do território
metropolitano. O sonia ai %
muito fraco (população muçulmana), e a venda no exteri
or se tornou oia
vez mais difícil depois da independência.

2. A produção mundial de chá. A árvore do chá é originária


das regiões úmidas da Ásia tropical. Seu domínio, por excelência, é
a Ásia das monções, podendo, porém, ser cultivada nas encostas
muito chuvosas do Cáucaso, na antiga região da Cólquida, na Geórgia.
O chá é uma bebida tradicional, no Extremo Oriente e nas
Índias. Seu uso foi introduzido na Europa Oriental pelas caravanas
de mercadores, que traziam às feiras do Volga os produtos da China,
transitados pela Ásia Central e nos países muçulmanos do Oriente
Próximo e do Mediterrâneo pelos comerciantes árabes. Depois da
conquista da Índia, os ingleses dele fizeram uma bebida imperial,
introduziram-no em todos os países para onde emigraram, nos séculos
XVII e XIX. O mercado do chá é, portantoo, atualmente, muito
extenso, pois comporta, além dos países em que o consumo é tradi-
cional (que compreendem as maiores aglomerações humanas do mun-
do), os países eslavos, muçulmanos e anglo-saxões. O chá É igual
mente consumido, mas secundariamente, nos países germânicos €&
inglesa.
latinos, em geral através da penetração da moda culação
A produção do chá tornou-se, assim, o objeto de uma espe
comercial já bastante antiga, mas que se amplificou na época con-
fnidniar Cultura a na Índia, em Ceilão, nas antigas Índias
ei
Holandesas, na Indonésia, a cultura da árvore do chá foi considerada
pelo Japão como uma fonte de renda nacional + ue “a Pa
escapar à obrigação de importações onerosas. A União É
As estatísticas
6 só dão um R
senvolveu uma produção nacional notável. As
idéia aproximada da realidade. As culturas de interesse nacional, pra
CCC
—eee

89. Uma pequena parte dacognac


colheitade Cuarane
francesaÉ bagaço.
NT cação do mosto
consumo (armagnac du Gers,
após a vinificação produz a aguardente comuna qa a destilação, a fim
do excedente da produção de Languedoc é subms
aliviar o mercado de vinho (álcool industrial).
|
hm
-
|
-
=
-
-

q

-

co
3. 60 milhões — Chá: — 4. 10.000 t; — 5. 100.000 t.
N
ticadas na China, não são avalia das, figurando este país nos a
É o ; É À Nuários
estatísticos com uma produção muito inferior à verdadeira,

A cultura do chá é relativamente localizada, Ocupa as vertentes muito


chuvosas do Himalaia Oriental, no Assã, ao norte de Bengala, as da zona
ocidental de Ceilão, a região de Preanger a Java, as montanhas que limitam
o Kiang-Si e o Fukien, o vale médio do Yang-Tsé-Kiang, na China, a zona
a oeste de Nagóia, no Japão, as montanhas de Abkhazic e da Geórgia
Ocidental. 90

PRODUÇÃO MUNDIAL DE CHÁ — 1966


(em toneladas)

Do EAR e NINA PE O CIR A RR GR PR 1.000.000


DN A teres an a CE 375.000
o ME o Ep RE 222.000
a EAD AT O GE SD PRN 83.000
MR Sorcerer a 86.000
RD sas cresc A 29.000
E ssa eae Ea a 160.000
DR ss sv e a ES ado E 21.000
AR tesao AR a 100.000
ERRO ss mea ir SS CAE CTA 60.000
América do Sul ....cctiiio. EA CONS 20.000

Em uma colheita total de 780.000 t+ não compreendidas as


produções da China e da URSS, dois terços são levados para o mer-
cado internacional: 500.000 t. Os maiores compradores são a Grã-
Bretanha (250.000 t), os Estados Unidos e o Canadá (70.000 t).
O principal vendedor é a Índia (União Indiana 200.000 t, Ceilão
mais de 150.000 t).
3. A produção mundial de café. O mercado internacional do
café é mais recente do que o do chá. Constituiu-se a partir do
século XVIII, em seguida à introdução do cafeeiro, originário da
Arábia, nas colônias européias da América. O café, anteriorme
consumido em pequenas quantidades nos países árabes, tornou-se nte
um
produto de uso corrente na Europa Ocidental e nos países de além-
mar de povoamento europeu.

90. A cultura do chá foi introduzida na África, em superfícies peguaiéns,


sobretudo na África Oriental; o Quênia, o Niassa, Uganda e Tanganica P!
duzem 16.000 t de chá; Moçambique, 3.000 t.

238
Sobre uma produção mundial de 4 milhões de toneladas, 2a
milhões são comercializados. A cultura do café é, portanto
jura especulativa, voltada para o mercado internacional - ae
Esta especulação é, antes de tudo, uma espe ã Ta:
II Bud
Desde o início do século XX, até a Organizada mid oeE iei
ara
mundial. no quadro
entregou 70% da produção
economia de grandes plantações (as fazendas), esta especulação E
freu os efeitos de uma grave crise de superprodução, proveniente, de
um lado, do constante aumento da produção brasileira (190.000 t
para a média de produção dos anos de 1909-1913, 1.600.000 t em
1929) e, de outro, pelo empobrecimento dos países compradores,
especialmente dos europeus, em seguida à crise econômica. Depois
de se ver na contingência de sacrificar importantes estoques (várias
centenas de milhares de toneladas), o Brasil limitou sua produção.
As plantações foram em parte abandonadas ou transformadas. Uma
parte importante do café tornou-se uma colheita própria de pequenos
explotadores, os sitiantes, mas também foram introduzidas novas plan-
da
tações, baseadas na produção de qualidades superiores. O recuo
do declínio
produção brasileira, em valor absoluto, foi acompanhado
1962, menos de
em valor relativo, em relação à produção mundial:
1965-1967, 1.500.000 t.
50%, com 2 milhões de toneladas. Média de
-americanos: à Amé-
Os demais produtores são igualmente latino os outros países da
16,5%, a Colômbia 14%,
rica Central fornece
O restante do mundo
América do Sul 4,3% da produção mundial. de colônias africanas,
só entra com 16%; trata-se, principalmente,
da a fim de que as metrópoles
onde a cultura do café foi introduzi aos À argrre
imperiais européias pudessem evitar as encomendas
ou, ao menos, reduzir o vol ume destas. *! A pare
da América Latina dução mundial. A Ásia e à
co mais de 15% da pro
produz pou
nia produzem apenas 160.000 t. à É nível de
Os paí ses de elevad o
Os principais consumidores são É as, ou Seja,
vida: os Estados Unidos absorve 1,3 milhão de Mem 900.000
ip t,
ge m comerc ializa da; a Eur O
opa
52% da tonela id or eur opeu: 9» axe
36%. A Pi o é o maior co ns um
ciado no mercado internacional. cializado;

O Brasil e a Colômbia vendem 67,5% do cl e ca O restante


a África, pouco mais de 15%; à América
é à
O Equador
é fornecido pela Venezuela,
CC de variedades.

91. Os cafés comercializados são misturados 239


Im. Culturas de plantas oleaginosas
As necessidades alimentares em gorduras eram Satisfeitas atra.
vés das diferentes combinações culturais da criação do gado € agri.
cultura, com o recurso a fontes muito variadas de substâncias gor.
durosas. Além das gorduras de origem animal, exclusivamente utili
zadas pelos povos pastores ou pescadores, grande número de plantas
forneciam óleo comestível e azeite de iluminação: na zona tempera-
da, o linho, o cânhamo (sementes), a colza, o nabo silvestre, a pa-
poula, a mostarda, a nogueira, o girassol; nos países mediterrâneos, a
oliveira; nos países quentes e nas regiões das monções, o amendoim,
o algodão (caroço), o dendezeiro, o cacaueiro, o coqueiro (copa),
a soja, o gergelim, o rícino, a aleurite. º2
Na hipótese teórica da abertura de um mercado internacional,
as oleaginosas de zona temperada achar-se-iam equilibradas: 1 ha de
colza, dando 10 a 20 q de grãos, fornece 3 a 6 q de óleo; um ha de
oliveiras pode fornecer 6 a 10 q de azeitonas e 1 a 3 q de azeite; 1 ha
de girassol produz 5 a 20 q de sementes e 1 a 4 q de óleo; 1 ha
de soja dá 1 a 3 q de óleo. Na zona quente, 1 ha de palmeiras,
em cultura racional e selecionada (tipo indonésio), pode produzir
até 40 q de óleo (plantação com 10 anos de idade). Um ha de
amendoim assegura 4 a 6 q de óleo; 1 ha de coqueiros, 6 q de
óleo. A economia de plantação e de tratamento desses produtos
assegurou durante o período colonial preços de custo vantajosos para
as sociedades de colonização e para os importadores. A cultura de
amendoim ou a plantação de palmeiras, assim como de oliveiras ou
de coqueiros, em terras praticamente gratuitas, com mão-de-obra paga
a salários muito baixos, permite o estabelecimento de preços de custo
inferiores aos dos óleos produzidos na zona temperada, assegurando,
ao mesmo tempo, grandes lucros. O resultado foi o recuo maciço das
culturas da zona temperada.

DISTRIBUIÇÃO DAS PRINCIPAIS CULTURAS OLEAGINOSAS


EM RELAÇÃO AS ZONAS CLIMÁTICAS

oceânica continental
fresca linho, colza, papoula, nabo silvestre
Zona temperada

tépida girassol soja


subtropical oliveira, algodoeiro
DR

92. Planta da família das Euforbiáceas, encontrada


no Ceilão (N. do T.)

240
com predominância da estação seca
amendoim
Zona quente
com predominância da estação chuvosa
palmeira
coqueiro

A criação de um mercado internacional teve como consegiiência


uma seleção mundial em proveito das culturas capazes de fornecer
azeites e produtos gordurosos pelos melhores preços. Ao mesmo
tempo, à procura de máxima produção de cereais e de carne nas
regiões industriais de elevada densidade de população influi em des-
favor das culturas oleaginosas integradas nos sistemas de culturas ce-
realíferas. O resultado foi a substituição do consumo das oleaginosas
de zona temperada pelo das oleaginosas tropicais, nas regiões indus-
triais que tinham livre acesso aos mercados coloniais (Europa Oci-
dental, América do Norte). A cultura das oleaginosas de zona tempe-
rada tinha quase desaparecido, na Europa, no começo do século XX.
não ser
Até a cultura da oliveira tinha perdido a sua importância, a
De
como produtora de azeitonas para o consumo e para conservas.
a forma
sob
maneira idêntica, a nogueira foi conservada, na França,
não era mais cul-
de cultura melhorada, como produtora de frutos;
tivada para o produção do óleo, a não ser na Itália, Espanha, países
As duas guerras mundiais e as
dos Balcãs e na África do Norte.
coloniais reanima-
dificuldades de acesso a alguns antigos mercados
temperada, especialmente na
ram as culturas de oleaginosas de zona
afolhamento de cereais.
Europa Ocidental, onde a colza reapareceu no parasitos, cujo trato dá
Sua cultura, aliás, acha-se comprometida por
Soviética e as repúblicas po-
lugar a gastos consideráveis. A União
pulares, isoladasdos mercados coloniais, desenvolveram intensamente
a utilização do girassol e da semente do linho.
ção das cul tur as de pla nta s oleaginosas ea estrutura
A distribui
ado do s óleos pr ov êm , portanto, de circunstâncias serem
do me rc
€ econômicas. A situação atual é caracterizada por UMA da e um
cência sensível das culturas oleaginosas de zoná tempera ue sua
recuo das vendas dos produtos oleaginosos tropicttê, uu
Produção tenha baixado sensivelmente.

241
gr. Culturas de plantas sacarígenas

O consumo mundial de açúcar (em t


orno de 60 M
ilhões de tone
ladas) é caracterizado por uma distribuição geo Brá -
fica muito de
O quociente individual de consumo varia de 50 a 70 k sigual
Unidos e Austrália, e menos de 5 kg na África e fn ra Ss
de aç úcar exprim
o Àe, E portanto, » Oo nível
ní ; F Icado
alimentar e, de maneira geral
o nível de vida das diversas populações do globo . ;
A Europa Ocidental produz cerca de 7 milhões de toneladas de
açúcar e importa mais de 4 milhões. A América do Norte
5 milhões de toneladas e importa muito mais. Estes dois cocinaprod
geográficos consomem perto da metade do açúcar mundial (sua po-
pulação representa apenas um quinto do total da população do globo),
porém só produzem um quinto. A União Soviética e as repúblicas
populares européias dispõem de mais de 13 milhões de toneladas.
O comércio internacional (inclusive o comércio dos Estados Unidos
com suas dependências) eleva-se a 20 milhões de toneladas, ou seja,
um terço da colheita mundial. É caracterizado pela coexistência de
duas grandes culturas açucareiras, a da cana-de-açúcar e a da beter-
raba. Embora a situação respectiva destas duas produções seja, sob
muitos aspectos, comparável à das oleaginosas tropicais e tempera-
das, a produção da zona temperada, isto é, da beterraba, resistiu à
concorrência da dos países tropicais. A principal razão deste fato foi
o vulto das despesas que representaria a importaçãdeo todo o açúcar
consumido pelos países da zona temperada — especialmente os pe
temperados europeus — e a resistência dos interesses estabelecidos
sobre a produção e a industrialização das beterrabas.
Existem, portanto, dois mercados distintos de produção % ed
car: o da zona temperada, com 27 milhões de be E
de beterraba, e o da zona quente, com 37 milhões de o eis
E de
açúcar de cana. O comércio internacional interessa, E E mais
ao açúcar de cana: 12 a 14 milhões de toneladas, conta po
: E “A cultura da beter-
de 1 milhão de toneladas de açúcar de uunnattad nal, sendo que a
raba para açúcar é uma cultura de me total. A cul-
Parte eo não atinge os 10% da nn a peculativa, de
“ura da cana-de-açúcar, ao contrário, é uma or produtor.
cuja colheita 60% são vendidos fora do pais
Ocidental elevam-se a
Re
99. As importações de óleos tropicais da FurNorte, a 116.000 toneladas,
menos de 1.000.000 de toneladas; as da Américo “—ciivamente.
Contra 2 e 6 milhões de toneladas de açúcar, 18
açúcar em culturas alimentares e colhe 600.000 + de acf
dução sul-americana quadruplicou em relação ao * açucar. A pro-
das em Raio
de pre-
tonela
cedeu à guerra: 7,4 milhões
» Contra
1.700.000 para à média dos anos de 1934 a 1938. E ai
das plantações
se deve sobretudo ao desenvolvimento 3 e
forneceram mais da metade da produção (4.400.
1966-1967 contra 670.000 em 700.000 oRE
e ao dees
RN SdetO35) perto 7
e do Peru (cad a um
duções da Colômbia
das). À contribuição argentina, durante muito tempo a mais estável,
cresceu rapidamente nos últimos anos: 400.000 t em 1934-1938,sis
ão
cerca de 600.000 em 1955, 1 milhão em 1958-60, 1,3 milh
1965-66, e 800.000 em 1967.
Os maiores exportadores são: Cuba (cerca de 5 milhões de to-
cada
neladas), Porto Rico e as ilhas Havaí (1 milhão de toneladas
a República
um), as- Filipinas (900.000 t), Formosa (500.000 t),
e a ilha Maurícia
Dominicana (500.000 t), as Antilhas inglesas
e o Peru (400.000); no
(500.000 t cada), a Austrália (600.000)
cerca de 12.000.000 de
conjunto, 10.000.000 de toneladas, sobre Abastecem O mercado
toneladas de açúcar de cana comercializadas.
toneladas; da Grã-Bretanha:
dos Estados Unidos: 5 a 6 milhões de
do restan te da Europa Ocidental: mais de 1 milhão de
3 milhões;
toneladas, e do Japão: 1 milhão de toneladas.

IV. Culturas de legumes e frutas é consecutivo


: pias manifes-
ura de legumes € olv
O desenvolvimento da cultano i
s. Este des env
à expansão dos mercados urb das te:
alização
tou-se, inicialmente, com à especi
de vale dos subúrbios das cidades, na produç ão dos dos bairros ou
ao E
portados pelos hortelãos, diretamente,
às feiras urbanas, e pela extensão dos poma
nos mesmos distritos. No decorrer d a muito especializada,
XIX, esta economia suburbana, em ger Fm esta ção, mas
e as frutas a ea O
vando não somente os legumes o, ,
também, estufas, transbordou largamente. cimento da populaçã
Procura foi mais rápido do que O
ria, em Tê
qual se encontrava, ela própespa
Sis urbanas. O cial
aumento E
iais,; dos espaços reservados aos tranº iças,
TS
haviam localizado as culturas de horta ida às especulaç
cola. Os preços dos terrenos sobem a industriais pre
dos salário 245
biliárias; a concorrência
agricultura suburbana. Ao ag + id desenvolvimento
transportes rápidos especializados (a locomotiva, até os anos Og
1935; a locomotiva, o caminhão, o navio é mesmo o avião de 1 925.
correr das últimas décadas) estende
a possibilidade destas
» DO de.

ções em um raio muito vasto, em torno das zonas de cons ESPecula.


Umo,
Por
esta mesma ocasião, resolve-se um importante Problema
Comercial
o da distribuição de produtos frescos, cuja
em um determinado período do ano, colheita deve ser Tealizada
em um dado local, durante um
prazo muito mais longo, apelando-se simultaneamente para uma di.
ferenciação das variedades (precoces, normais,
tardias) e para com-
pras em regiões de características clim
áticas diversas, com colheitas
em épocas sucessivas. As regiões industriais
da zona temperada abas.
tecem-se
, assim, nas culturas dos países subtropicais
produtos de cons e tropicais, de
umo que as especulações coloniais torn
ao grande público: a banana, sobretudo, aram comuns
e, em r escala, as fru- meno
tas cítricas (laranjas, tangerinas, limões,
toranjas 100), O desejo de
utilizar certos domínios geográficos para a
produção maciça de frutos
e de legumes, levando-se em conta suas
condições climáticas e pedo-
lógicas, levou a ultrapassar as possibilidad
es de venda, ou, pelo me-
nos, de escoamento de grande parte das
colheitas, a prazo razoáveis:
a indústria de conservas, compotas, conf
eitarias elabora, então, pro-
dutos que podem ser escoados progressivam
ente para o mercado e
ser utilizados fora da estação própria,
alcançando uma freguesia
particular.
A cultura dos legumes e das frutas aprese
de localização:
nta, portanto, três tipos
— às regiões suburbanas e as proximida
des dos grandes cen-
tros urbanos: na França, os subúrbios
de Paris, Lião, de Lille-Rou-
baix-Tourcoing, Estrasburgo,
etc.; na Europa de noroeste, na Flan
dres, na Holanda, na Renânia; nos Est -
da planície atlântica, ao sul de
ado s Uni dos, nas terras baixas
Nova York; na União Soviética,
torno de Moscou; em
— às regiões de policultura especializada,
tos centros de consumo por ligadas diretamente
França, a costa setentrional da sistemas de transportes rápidos:
Bretanha, o Vale do Loire, regina
do Baixo Durance, Rou ssillon, Médio
ões
Ródano, Garona e o vale do Médio
mais especialmente quanto às frutas; na Itália, Veneza; à
Califórnia, nos Estados
Unidos, em escala diferente;
—— às regiões especializadas
mais
Vezes, policultura: periferia dos portos lon gínquas, que pratic
e dos “aeródromos, na am, por
e
África
100, Espécie de laranjeira,
da Índia. (N. do T.)
248
no is no. uma cultura especializada: pomares
de frutas cítricas, na Itália Meridional, na Espanha, na África do
Norte, na Palestina; plantações de bananeiras, na Améri
Antilhas e Guiné.
: Iné
» méric a Central,
Esta produção fundamenta-se em uma organização particular:
trata-se de uma cultura intensiva, destinada ao fornecimento de gran-
“des quantidades de produtos relativamente caros, em colheitas esca-
lonadas, no caso de uma policultura, e que ocupa um espaço restrito
em torno dos centros de consumo ou de expedição. O terreno deve
sofrer uma preparação técnica, em geral dispendiosa: irrigação nas
regiões semi-áridas, proteção contra as intempéries, equipamento
para a exterminação de parasitos. Devido a estes investimentos, o
preço das terras aumenta rapidamente, assim como em seguida à
especulação desenvolvida sobre as áreas restritas suscetíveis de se
prestarem a esse preparo e a essas culturas, que levam a uma grande
movimentação de capitais. O investimento anual é, igualmente, bas-
tante elevado. Além disso, o trabalho a ser realizado é considerável,
nesta produção: uma pequena superfície é suficiente para ocupar
uma família durante todo o ano, assegurando-lhe uma renda elevada.
O caso geral é do fracionamento da terra em pequenas explotações
por conta própria. As densidades de população, aumentadas com a
movimentação dos serviços de comercialização e de transporte, podem
ser muito elevadas: 10 a 200 habitantes por quilômetro quadrado.
Nos Estados Unidos e nas regiões de produção de frutas cítricas e
bananas, a grande propriedade especulativa, que emprega assalariados
permanentes e nas épocas dos trabalhos agrícolas (Califórnia), é,
pelo contrário, geralmente dominante.
am con-
A organização comercial e os meios de transporte vari
afastadas dos locais
forme sejam as áreas de cultura mais ou menoe s uma organização cO-
de consumo. Mas em todos os lugares exist , expedição, distri-
mercial que assegura a colheita, acondicionamento
o consumo, e drtato:
buição, que se introduz entre a produção e agrícola.
antecipadamente, lucros importantes sobre essa especulação
ificadores, expe-
No âmbito nacional, trata-se de compiladores, class
grandes soçieitaa no
didores e de executores de distribuição, de
cializadas ou de serviços semipúbl icos — os serviços gerais CM aA
lista.
tribuição dos produtos de consumo, em organização socia
quadro internacional, encontram-se empresas por vezes muito po
Do
Soviética, nos pomares
frutas e legumes i s
produzido na U nião
W1. As te, são vendidos nos mer-
individuais dos kolkhozes, e não consumidos localmen
cados kolkhozianos,
249
PRODUÇÃO MUNDIAL À DE FRUTAS ci TRI
(em milhares de toneladas) Re 16

Laranjas

Tangerinas poraita Limões

RR Cos o. cross 4.250 Ea 865

Esta mes... 2.329 es 89


DM Ss a 5 + 1.370 e 654

MM nc sra sarro 4.000 ss cãé

REM rega d 682 185 4


O Da 2.000 — 89

Rs =: 800 = 4s
Cs SA ER 2.000 50 100

EUA go 2 = 321 — —

(RA.U.) .... 909 — —


Egito
.......... 596 — pç
Marrocos
510 — —
União Sul Africana ..
do Norte .....- — EE e
América
Unidos .... 7.680 2.081 713
Estados
3,500106 100 150
América do Sul ........ —
...... 1.070 60 150
América Centrall0s

à parte deve ser reservado às culturas de E legumes,


segore queg como
se sobre-
as
Um lugar
póem ao domínios da grande policultura e da eis aliás,to ligeiramen te
dos legumes secos e da batata, praticadas dd do ufolhamen de cereais.
rentes, em economia hortícola especializada € ha se
culturas dão lugar a colheitas importantes, as "egumes devido Abade
sistemas de comercialização das frutas € dor ão oduzida
encontradas no seu armazenamento € manip a iaãO à tonelagem Pr
um comércio internacional pouco intenso, em
(menos de 1%, quanto às batatas).

105. Compreendendo o México. ia pelo Brasil


106. Mais da metade da produção : 251
CAPÍTULO IV

PRODUTOS DA CRIAÇÃO DE GADO


E DA PESCA

A extensão geográfica da criação do gado é maior do que a


ocupada pelas lavouras. Se a zona de florestas tropicais é desfavo-
rável ao gado, devido a endemias (especialmente a tripanossomíase),
em compensação a criação ultrapassa largamente os limites da agri-
Essa
cultura nas regiões áridas e nas zonas árticas e de altitude.
número
atividade só se acha excluída da zona de agricultura em um
criação,
pequeno de casos (planícies baixas da Ásia das monções). Àquando
marginal, o
aliás, em relação à agricultura, pode ser ouou integrada no sistema
rebanho pasta nas terras não-cultivadas,
das culturas, sendo sua alimentação fornecida por uma parte das
todo
colheitas; o caso extremo é o da especialização forrageira, onde
o trabalho agrícola tem como objetivo à produção animal.
O mercado de produtos animais repousa sobre tipos de laço
geograficamente is. porém situados todos eles oa qua
adiantadas técnicas agrícolas da Europa, da Ani pela
das regiões do Hemisfério Sul, cuja explotação jo Er ção
colonização e emigração européias, no século E uadrada neste
muito importante do rebanho mundial não om e do Ártico
mercado; os povos pastores das regiões de paia e da Ásia (ca-
(criadores de renas) e das zonas áridas da a na
Yalos, bovinos, carneiros e caprinos, camelos) Y antidades de suas
explotação de seus rebanhos, vendendo Ped" vanas oásis OU
Produções (couro, queijos, lá) às populaçõe
das orlas das regiões de economia pastoril. O imenso rebanho
Índia é praticamente improdutivo, em função de suas Condições q.
pobreza biológica e da interdição ritual de matar os animais; for
nece um pouco de leite (400 |, em média, por vaca e por e
combustível (excrementos secos) e é utilizado para o trabalho
agrícola.
A maior parte do rebanho das pequenas economias rurais dos
países subdesenvolvidos é utilizada em função da lavoura, à qual
fornece trabalho e esterco, produzindo pequenas quantidades de pro-
dutos que são levados ao mercado: queijo, lã, vitelos. Tal é a Criação
de gado das penínsulas mediterrâneas da Europa e dos campos
tradicionais da Europa Ocidental e Central.
Convém, aliás, fazer a distinção entre o gado de grande porte,
essencial quanto à contribuição de trabalho às pequenas economias
agrícolas não-motorizadas, e o gado miúdo, que fornece a lã, asse-
gura ao homem rural a base de sua alimentação (carne) e alimenta
o pequeno comércio rural (criação de animais domésticos).
O abastecimento dos mercados urbanos e a difusão, nos meios
rurais, do consumo de produtos animais, especialmente da carne de
vaca, estimularam o desenvolvimento da criação de gado com fins
comerciais. Esta atividade reveste-se de formas diversas, de acordo
com seus objetivos e suas modalidades, apresentando, assim, dife-
rentes aspectos regionais.
A criação do gado de grande porte — com exceção dos cavalos
— é praticada seja para a produção de leite e seus derivados,
seja
para a de carne. Uma organização racional desta criação traz uma
discriminação de raças, convenientes a um ou outro
E exclusivamente em uma economia desses objetivos.
elementar que se utilizam vacas,
do mesmo tempo, para a tração e para a produção de leite,
esta última, neste caso, medíocre, tanto do ponto de sendo
vista quantita-
Uvo quanto qualitativo, ou então, que se negligencia a seleção
animais desti de
ao corte. A distinção de raças em função dos
objetivos é acompanhada, fregiientemente, de uma dite-
renciação geográfica das regiões orient para um determinado
tipo ee de criação e pela dive rsificação dos processos tecnológicos
róximos. É uma criação feita à solta nos prados
ição dede uma alimentação artificial 6 m “Stábulo
: as fazendas s,
com a contribu raças especializadas rend; mento
as Jd
mais
7 E. Ga RR

rogressivas obtêm
e A “ .

s com p
didos entre 3.000 a 10.000 litros de leite: vales d e margens calcreen.
ár
dos arredores de Paris, Thiérache, Flandres, Países Baixos, Dinias
a.
marca, Inglaterra Meridional, planície suíça, etc.; nos Estados Uni
vd pião dos wraauts Lagos, especialmente o Wisconsin Este
DO bastante do que é praticado para ;
abastecimento das leiterias industriais e das cooperativas para a fa-
bricação da manteiga e dos queijos (Charente, Normandia, na Fran-
ça; Holanda, Dinamarca).
A criação de gado leiteiro de montanha distingue-se pelas suas
formas de adaptação ao relevo e ao isolamento. A forma tradicional
é caracterizada pelas migrações sazonárias do rebanho, nas zonas de
médias altitudes e, sobretudo, nas altas montanhas, e pela fabricação
de queijos, durante o verão, nos chalets d'alpages. 197 O desenvolvi-
mento das culturas forrageiras e dos pastos artificiais tende a diminuir
a importância destas migrações, especialmente nos Vosges e nos Alpes
do norte da França, permanecendo os rebanhos nos vales. Porém, o
relativo isolamento das zonas de criação das montanhas, em relação
aos centros de consumo dos produtos, contribui para manter a tra-
dição da fabricação dos queijos que podem suportar transporte a
longas distâncias e longos prazos (requeijões de massa dura).
A produção dos animais de corte dá, em geral, lugar, igualmen-
trata aqui
te, a uma separação das zonas geográficas, mas não se
de migrações sazonárias. Certas regiões — geralmente regiões de
montanhas — são especializadas na reprodução e criação de pda:
ante produção
outras, que são zonas de clima fresco e com abund
destinados ao gado
vegetação herbácea ou de forrageiras e cereais
regiões si
são consagradas à engorda. Anteriormente, eram estas
vias de com
das próximo às zonas de consumo ou às grandzoes para ko e
prejuí
que permitissem um escoamento sem ouro.
s

A pr ' no
carne dos animais destinados ao matad Rss alquer
ções dos transportes rápidos (caminhões, à quais
de engorda) e a possibilidade da descentralizaç rá tomam
pi
ss À aos frigoríficos, ra eae : ]
a
Um maior número de regiões. As con
Solo e de qualidade das eis retomam uma importância que
age, isto
é àq época rebanhospelos
em que osutilizadas
197. Cabanas aldeões
ocupam os pastos queijos. mein
montaria, osEos
de transumância; aí também o gado se abriga é 5º 255
À 4 vs
Ph São de Carne
e de ária.
I Vinos, —. 4. 4, Produção de
e! 1 milhão
ilhão de tone ladas
A criação de carneiros só é praticada, atualmente, na
na América do Norte, para a produção de carne; a produ Europa e
ção de 1
só aparece como um recurso secundário, embora a seleção
por cruzamentos, permita a obtenção
de raças,
de quantidades
aPreciáveis-
22% do rebanho. O Hemisfério Sul, que fornece ao Mercado inter.
nacional a maior parte de lã comercializada, cria cerca de 36% do
rebanho ovino do mundo: 360 milhões de cabeças, em um total
de
1.000 milhões. O restante é criado na União Soviética e
nas fegiões
semi-áridas do Hemisfério Norte, na África do Norte (50 milhões),
na Ásia (180 milhões) e na América do Norte (Estados Unidos e
México, 40 milhões).
Os produtos da pesca. 10º O consumo de produtos marinhos era,
inicialmente, próprio de civilizações situadas à beira-mar, de pequena
extensão geográfica. O desenvolvimento dos transportes, o aumento
do número dos consumidores urbanos de peixe, a utilização das téc-
nicas de refrigeração permitiram o aumento progressivo do mercado
do peixe e de produtos do mar, em geral.
Entretanto, a distribuição dos estabelecimentos de pesca e o
consumo de peixe continuam concentrados sobre um pequeno número
de regiões do globo: o nordeste da Europa (mar do Norte), 4a 5
milhões de toneladas; a Ásia Oriental (mar do Japão, mar da China,
mar de Okhotsk, as grandes profundidades dos arquipélagos do ocea-
no Pacífico), 7,8 milhões de toneladas; o noroeste do Pacífico (cos-
tas ocidentais dos Estados Unidos e do Canadá) e o noroeste do
Atlântico, 3 a 4 milhões de toneladas; costas ocidentais da América
do Sul, 6 milhões de toneladas.
Além dessas zonas principais de pescaria, a pesca é panicade
na África do Sul (300 a 500.000 t), no Mediterrâneo (menos de
milhão de toneladas) e nas costas ocidentais da África. A introdução
das técnicas de elaboração da farinha de peixe lançou a grande e
culação peruana: 10.000.000 t pescadas em 1967 (primeiro lug
no mundo),
A distribuição dessa atividade está condicion
juntos de condições ada a vários e
— naturais, econômicas e técnicas. Eras
prolifera nas águas em que se dá a mistur
diferentes e de pequena profundidade (sobrea a depladuas temper tinen-
taforma ato
tal, nos mares costeiros ou nas grandes
nas zonas temperadas, onde se encontramprofun didades, espec
correntes polares e q uen-
——a e —

a qSão Paulo, 1 967.


109. Consultar F. DOMENGE, Geografia dos Mares, Difel,
262
tes). Aí encontra as cond ições indispensáve
cado intensamente n as proximidades is
de alime ntação. É pes-
dos grandes cen tros de consu-
' m métodos diferenciados e mi
A partir dos processos milena nuciosos de pesca,
res da pequena pesca costeira
volveram-se processos industria desen-
is de pesca de elevada eficiênc
mobilizâm, ao mesmo tempo, méto
dos modernos de propulsão e de
deslocamento a grande distância, aparelhos
de captura do pescado
em grandes quantidades (o arrast
ão) e as instalações de tratamento
a bordo das flotilhas
de pesca. Entretanto, o des
pesca industrial não eliminou as formas anterior envolvimento da
es, tradicionais, de
explotação dos recursos do mar. A diversidade dos obje
tivos e dos
locais de pesca mantém, mesmo em região de economia altam
ente
industrializada, a coexistência da pesca industrial e de diversas for-
mas de pesca de artesanato, que são, sobretudo, formas de pesca
costeira e de pesca nas águas territoriais (pesca de crustáceos, de
peixes que fregientam as zonas litorâneas, pelo menos em determi-
nadas estações do ano, de sardinhas, etc.). Com maior razão, este
dualismo caracteriza as regiões de desigual desenvolvimento regional
técnico e econômico, como o Extremo Oriente, onde a pesca indus-
trial japonesa é vizinha das pescas de artesanato japonesa, coreana,
chinesa, filipina, etc.
O aumento da procura, quanto ao consumo de peixes nas re-
giões de economia industrial, originou a organização de pescarias a
grandes distâncias dos locais de utilização do peixe. A mais longín-
qua das pescas de alto mar é a do bacalhau, partindo-se da Europa
de noroeste para os bancos da Terra Nova. À do ses so
gou-se a pesca da baleia, praticada inicialmente no At pr a
e, hoje em dia, cada vez mais, nas águas austrais. aa sd
zonas de pesca, situadas afastadas dos grandes a eos k Pop ea
são explotadas em função do desenvolvimento as ema ara
triais: o mar de Okhotsk, para a União rodo air en
do oceano Pacífico. A indústria das d a el de elemento de
mesmo nas regiões fortemente povoa
Na das, O pap: j tone-
equilíbrio da pesca sazonária, permitindo que paiol ae sar-
lagens que não poderiam ser imediatamente Gini uma limitação do
dinha, no noroeste da Europa), mas ru amento diário “das
mercado, determinada pela capacidade de
fábricas. ializadas nume-
pesca mobiliz
A várias a a atividade de a ro Ocidental,
rosas: centena s de milhares de sega atividade anima portos
ao menos 2 milhões no Extremo Quente. di. na Inglaterra, Grims-
especializados (na França, Boulogne, Loneht,
263
by, etc.), cujas características variam de acordo com à natureza téc.
nica das pescarias praticadas. A pesca possui importância na alimen.
tação das populações européias, que consomem 5 milhões de tonel.
das de peixe, contra 5 a 6 milhões de carne, é é essencial na alimen.
tação das populações das regiões litorâneas da Ásia Oriental, às quais
fornece, com efeito, 6 milhões de toneladas de alimentos, enquanto ,
criação fornece apenas meio milhão de toneladas de carne, em todo
o continente asiático, 110
Os mais elevados quocientes de disponibilidade em peixe, em
relação à população, são os do Japão (47 kg por habitante e por
ano), da Noruega (500 kg), da Islândia (4 t), da Grã-Bretanha
(50 kg), do Canadá (40 kg), da França (12 kg). Mas, ultimamente,
todos os recordes foram batidos pelo Peru,

PAÍSES QUE PESCAM MAIS DE 500.000 t DE PEIXE (1966-67)


(em milhares de toneladas)111

DO e E 10,000
A So Ré 7.800 Indonésia. uia cesso 1.000
DMR O cas Sumos a 5.800 Dinamatca => 2=5. ===: 850
NORDeRAas re aiçã D200 = PrançãO o ssa 820
Estados Unidos* ..... 22400" Rlipinas- uses rare so 720
MME 1.370 Pata se E 710
Espéuha 7.5. 1.380 Alemanha Ocidental ... 660
Ene as. Es 1.360 Sudoeste africano ...... 650
CG ES 1.300 África do Sul* ........
TE
904
ar sara A E BR ST RA 501
Grã-Bretanha ........ 1.066
q
Total mundial ...... 56.800

et
ei
110. As tonelagens de peixe são tonelagens em-bruto; as da carne, ar
H1. Os países marcados com um asterisco têm dados referentes a
264
secundária, ou a produtos de luxo, enquanto o essencia
sidades imediata l das ne
s é fornecido pela autoprodução. A esse res Cs.
não há diferenças notáveis entre a Europa, as colônias da Amo
a África ou a Ásia, Especializações regionais dão lugar, ao
Idade Média, a diversas formas de irradiação Beográfica da atividade
das regiões em que se fabricam tecidos, com
o a Toscana ou Flam.
dres, ou das zonas de forja e fabricação
de armas (Suécia, Liége
Solingen), cujas trajetórias cortam as
tribuidores dos
que partiam dos portos redis-
produtos do Oriente e, mais tard
Ocidentais. Caravanas de animais e, os das Índias
de cargas, até o século XVI, um
modesto transporte de mercadorias
em
gação fluvial, de muito fraca capacidadcarros, uma pitoresca nave
e de deslocamento, uma
Pequena cabotagem marítima, foram
suficientes, durante séculos, para
assegurar a reputação das cidades merc
antis e a fortuna de sua bur-
guesia, o brilho das feiras periódicas.
Na realidade, o que possuía o
aspecto de um fenômeno de primeira
grandeza no campo comercial
e no plano urbano — sendo a cidade,
em numerosos casos, criação
da atividade comercial e sempre bene
ficiando-se dessa atividade —
parece irrisório na época atual. As maio
res metrópoles comerciais só
excepcionalmente agrupavam mais de
100.000 habitantes sob a con-
dição de serem, ao mesmo tempo, capitais
aristocracia fundiária e administrativa — políticas e residenciais de
amontoados sobre espaços
exíguos, onde a atividade, por ser concentrada, aparentava ser mais
intensa.
Se algum dos mecanismos financeiros dos dias
engendrados pelas primeiras experiências de atuais foram
comércio pré-industrial,
encontramo-nos, todavia, distanciados
desse comércio por uma revo-
lução inseparável da industria
l, compreendida no conjunto
aspectos econômicos e téc
nicos,
de seus

1. CARACTERÍSTICAS ORIGINAIS
CIRCULAÇÃO NA ÉPOCA CONTEMDO COMÉRCIO E DA
PORÂNEA
Em relação às formas comerciais da época pré-industrial,
) ial O
comércio atual apresenta oito características originais:
1. A autoprodução,
car erística da economia rural
dustrial, só subsiste em estado act
fra gme
acid
(países subdesenvolvidos). nta do nos países pcrindus E
contra-se, A autarcia familiar
aliás, alterada ou local inici dos
Pela explotação de produt pelos mecanismos
coloniais O
turados. Nos países ind os brutos e penetração de objetos a
ustriais, deve-se levar aro
em conta uma
268
autoprodução de gêneros alimentício
rém o ciclo produção-consumo, mesmo neste caso, es
um circuito fechado. O fato dominante,
em economia industrial
tá longe de ser
a especialização funcional das diferentes categorias pro da éé
população, a concentração de uma parte considerável da ais da
lações em zonas industriais e urbanas e o estabelecimento de conde
“de trocas de produtos, das quais
as mais diretamente perceptíveis
| ,
as que interessam À ao abastec
| ime nto dessas regiões indust
riais em ma-
térias-primas e gêneros alimentícios. Uma primeira form
cio, nascida da revolução industrial e da ur a de comér-
banização consecutiva, é
portanto, o comércio regional e inter-regional de prod ,

utos agrícolas.
Esse comércio evolui da forma local à de correntes diversificadas,
provenientes das especializações regionais, baseadas na realização das
margens de lucros mais elevadas entre o preço de custo e o preço dos
mercados urbanos, dentro das condições naturais. Essa diversificação
é tanto maior quanto a elevação dos níveis de vida médio e a rápida
ascensão financeira das classes privilegiadas favorecem a multiplica-
ção dos produtos consumidos.
2. Enquanto o comércio regional e, com maior razão, o inter-
nacional da época pré-industrial só diziam respeito a produtos de
peso leve e elevado valor, pertencendo em maioria à categoria de
produtos de luxo (seda, chá, especiarias, algodão e tecidos de algo-
dão, açúcar de cana), o comércio contemporâneo interessa a todas
as categorias de produtos e movimenta grandes quantidades de aítigos
comuns.
3. As produções industriais trazem a mobilização E na
matérias-primas ou desenvolvem, em proporções consider: E E
consumo das matérias-primas tradicionais. A tonelagem mago Re
transitada não pode ser absolutamente an ass sá es caso das
transações comerciais da época pré-industrial. age costibrestivola
matérias-primas das indústrias pesadas, o consumo almente, a mais
minerais e de minérios concentrados eleva-se, amu tal dá lugar e
de 2 bilhões e meio de toneladas. Um terço so tado de cereais
comércio internacional. Os transportes a TO O con-
envolvem quantidades da ordem de 60 milhões
ela tonelagem.
j o dos produtos agrícolas chega ao dobro daqu
junt
Paralelamente, o valor das trocas e em pari bilhões de
internacionais atingiu um nível muito elevado, ds do valor das trocas
para as importações e exportações. A com stra as diferenças a
e da renda nacional de diversos países economia de AEE
mércio exterior segundo a natureza da
269
Na Grã-Bretanha, o montante do
comércio eXt
a 33% da renda nacional; na França é ligeiramenteerior corres Ponde
da renda nacional, e nos Estados Unidos não chega ainferio
10% e
ropa (não incluída a URSS) é responsável POr
mércio mundial: 45%, contra 16 quase metade sm
% da América do Norte. E =
correspondente ao comércio externo na economia de cada pais E
riável; é tanto maior quanto mais incapaz for o território n aciona
de corresponder às necessidades l
das indústrias e do Consumo. A
sibilidade das diversas econom sen.
ias desenvolvidas em Tel
funcionamento dos mecanismos eco ação ao bom
nômicos é, portanto, desigual.
Porém, o comércio internacional
e, com maior razão, as trocas inte
regionais são condiç ões fundamentais no r.
desenvolvimento dos pro-
cessos específicos da economia ind
ustrial.
4. Uma fração importante do
movimento comercial (implica
relações comerciais e transportes a
longas distâncias. Na medida do
possível, o deslocamento de produtos ditos ponder
osos, isto é, com
pequeno valor intrínseco por unidade de
peso, é feito em distâncias
curtas, especialmente quando se trata de
transportes continentais,
mais caros do que os marítimos, Todavia,
1 bilhão de toneladas de
petróleo, 300 milhões de toneladas de minéri
os, de sais minerais, de
madeira devem transpor vários milhares de quilômetr
os entre as zonas
de produção e de consumo. Os trigos canadense
s, argentinos, austra-
lianos, as lãs australianas é neozelandezas, as carnes do Hemisfério
Sul, os frutos tropicais, a borracha natural, os óleos de palma, os
amendoins, o açúcar de cana, o algodão, transitam de um con
tinente
a outro e, em certos casos mesmo, são produzidos nos pontos antí
-
podas dos locais de consumo.
5. O comércio
.

internacional
.

e
s

baseia-s
diferentes em
ções de trocas complementares, cuja harmon sr :
-

manência da ia é a condição “a
atividade comercial. O equilíbrio
uma garantia da estabilidade da da baecon
lança co
£
é encarado como . E
omia 7 e das

trocas.
É
Várias combin; ações comerciaisis acham-se atualmente em vigor
no mundo:
a)
O comércio do tipo pacto colonial de
repousa sobr e rage
produtos manufaturados, fornecidos
dutos brutos pelos
(matérias-primas industriais países industriais, uiabes
ou produtos de sisárcio
entregues pelos países de economia
subdesenvolvida. Esto ubordina-
comporta, em graus diversos e sob formas
variadas,
ção, ao menos econômica, do país subdesenvolvido ne
em re
lação ao

270
industrial. Este é le
vado a evitar, dura
desenvolvimento de uma nte o m &0r t
empo possível,
produção de ar t; 80s O
manufaturados.
países fornecedores de matérias brutas, a fim de manter 0 disposito.
de trocas, específicas do sistema. Este tipo de met e o dispositivo
via de regressão, devido ao desmoronamente dos bi e em
coloniais e das modificações que daí resultam. nas ci impérios
cas entre antigas colônias e antigas metrópoles E
b) O comércio entre países industriais comporta o ajustamento
das trocas . às especial
£
izaç ões próprias a cada país e a seu desigual
.
1 nto técnico e produtivo em cada domínio: o melho or

desenvolvime
exemplo é fornecido pelas trocas entre a Suíça e as economias vizi-
nhas, alemã, francesa, etc. Partindo-se desta situação de fato, esti-
ma-se, geralmente, que o desenvolvimento industrial de um país sub-
desenvolvido, caso este modifique profundamente suas relações co-
merciais com seus antigos aliados industriais, pondo fim ao comércio
de tipo pacto colonial, não reduz necessariamente o valor das trocas
que, aliás, interessarão a novas categorias de produtos. A intensidade
das relações comerciais pode, mesmo, ser aumentada.
c) O equilíbrio da balança comercial não se fundamenta uni-
camente nas trocas de mercadorias. As exportações e importações
concretas aliam-se exportações e importações invisíveis: colocação
de capitais e interesses dos ditos capitais; cessão, a título oneroso,
de patentes e serviços técnicos; aluguel de material industrial e de
serviços de transportes. Essas operações fazem-se por page
achando-se assim expostas a todas as circunstâncias que pao
O
na observação desses contratos. aq E
lugar a demandas,
da balança comercial pode ser corrigido por operações de cré
curto ou a longo prazo, artificial e temporariamente.
Em jnados aos tipos
6. Os mecanismos comerciais acham-se apt anttanta
de relações financeiras e políticas entre os diversos patses.
. um fi valores
a) Asiguaoper
no

Netários lmenaçõe come


te sreco rcia
nhec idos são espu
is pelo eica
comp ra
as e pelo ri
levam
E
Controle das trocas e a não-conversibilidade pata o co-
4 uma Primeira forma de compartilhar do mere dos limites de uma
Mércio efetua-se sem nenhum obstáculo dentro de deficit de
“ona monetária, podendo aí comportar compens entes de um outro
Um comércio bilateral, pelo transporte dos ex poligonal. Em com-
"Mércio bilateral, ou toda operação nade o eeae e
oc as entre addu
as as
, zois sas mqu
po co
e
onmP
SÃgo
ce “ Ti tre equilibr
O,rosaasment
api 2mn
ro
preparação dos planos ulteriores se efetuam levand
oportunidades e as necessidades do c omércio exte o em conta
ri Or,
um organismo intitulado Conselho Econômico É
de
no
Ajud
uad
do deJe
(COMECON). !!º
A finalidade do comércio externo é diversa, de acordo
econômicos. O comércio internacional possui uma
indiferente quanto ao regimes econômicos; a permitirprimei ra fun
o desenv aque é
olvia;
produção industrial — assegurar
a cobertura das necessidades nclonnio =
produtos não-fornecidos pela economia nacional. Em economia cagitalísta em
comércciio
o | é um instrumento de acumulaçã o de lucro
s, seja pela contribuiçãoia
à realização de uma mais-valia sobre a valorização dos produtos importados bru-
tos, a preços baixos, e revendidos manufaturados a preços elevados, seja
pela expansão do mercado nacional por um ou vários setores industriais equi-
pados além da precisão do consumo nacional ou das possibilidades de aqui-
sição do mercado nacional. O comércio externo pode ser considerado, a este
respeito, como um fim econômico, pois é o fator indispensável da realização
de lucros que a cobertura do mercado nacional, por si só, não pode asse-
gurar. Todavia, essa qualificação só pode ser atribuída a um comércio que
apresenta sempre excedentes, dando lugar à acumulação crônica de capitais.
Na economia socialista, o comércio exterior apresenta um carater estri-
tamente técnico, orientado para o optimum do desenvolvimento da produção
nacional e para a satisfação do consumo em produtos estrangeiros, à título
permanente ou provisório, do mercado nacional. Não se apresenta, aqui,
como fator ou forma de expansão econômica no estrangeiro, estando o na
d ti-
de produção calculado em função do desenvivimento do consumo, e este
mo calibrado pela distribuição do poder de compra e pela fixação dos progão
de detalhe. Graças a este fato, o comércio acha-se sempre dpirataRnienão equi
nar
librado. Entretanto, o auxílio dos países adiantados aos mais atrasa
(no comércio interno da União Soviética, entre pi e
nomicamente
ou sob a forma de comércio xpeno, SR =
i nte desenvolvidas),
repúblicas populares e a União Soviética, ou entre repúblicas q e du comer-
ser expresso durante um período variavelmente longo, por he a
cial equilibrada pela concessão de créditos a longo pas econômica
mais desenvolvidos. A parte do comércio externo, nà “is esta não
nacional, é, teoricamente, muito menor, na economia NOS jo de
a exportação como um objetivo, mas apenas
equilibrar as importações indispensáveis), do que ns conforme se trate de
Porém, esta importância do comércio é muito desis dif da
uma economia baseada numa produção de base soa nomia
União Soviética, ou de uma economia especializada, | de vida da população,
Eslovaca, que necessita assegurar a elevação do nv — icimar troca com 08
“lravés da criação de fontes de produção que Pod
Países que fornecem o que não é produzido no “e
tem, porânea conduz dé
7. A natureza das trocas de época con a culo As transformações
"ecurso a meios de transporte de grande eficiên a esta parte,
de
Por que passou o comércio internacional,
ad La république socialiste
ep Ver A. BLanc, P. Groroe, H. suor 1967.
urope centrale, Paris, P.U.F., coleção 273
são inseparáveis do emprego de novos meios de transporte, aten
a duas nece dendo
ssidades fundamentais: o aumento da capacidade quanti-
tativa e qualitativa de deslocamento e o barateamento dos preços de
transporte. É
Não apenas devem ser entregues a trâns
ito quantidades Conside-
ráveis de mercadorias, sobre distâncias variavelment
e grandes, no
decorrer do ano — somente a produção diária
de carvão, no mundo
representa o carregamento de 150.000 vagões de
30 toneladas de
carga útil —- mas também a diversidade dos
produtos comercializados
recorre a materiais especializados — material frigorífico
material de tran
e isotérmico,
sporte para grandes máquinas, ou aparelhos delica-
dos, containers para líquidos de todos os tipos,
etc. de Os prazos
encaminhamento são igualmente variáveis,
de acordo com a natureza
dos produtos encarados, tolerando, de acordo
com os casos, transpor-
tes lentos ou requerendo transportes ultra-rápidos.
O comércio contemporâneo e as formas de produção
e de con-
sumo de sua serventia levam à utilização de form
as de transporte que,
como ele, são específicas da era econômica e
técnica iniciada pela
revolução industrial. Estes novos meios de tran
sporte são caracteri-
zados pela sua aptidão em deslocar grandes tone
lagens de mercado-
rias, em ritmos muito desiguais, porém sempre
muito mais rápidos
do que os meios de transporte da época pré-industrial.
Os preços dos
transportes, que são também muito variáveis, de
acordo com o meio
empregado, são relativamente baixos e os aperfeiçoame
ntos técnicos
têm por objetivo a sua constante diminuição.
O desenvolvimento dos intercâmbios a longas distâncias
e, espe-
ente, do comércio entre países tropicais e temperados, no
XIX, deu um considerável impulso à navegação marí século
tima
tinentes, uma navegação fluvial de gabarito diferente . Nos con-
fluvial de outrora desempenha um papel regional muit do da frota
porém, o transporte moderno o importante,
por excelência é o ferro
viário. O novo
carreto por transporte rodoviário ocupa um
mente falando, segundo as economias. lugar variável, regional-
Os transportes aéreos, final-
mente, alcançaram um lugar especial, no merc ado do frete e não
cessam de expandir.
8.
,
O comércio e os transportes ocupam
cerca de um quinto o
população ativa dos países de economia indus
trial. A organização de
trocas complexa
são objeto de s,coméa rcio
coleta dos produtos brutos e das mercadorias que
, seu acondicionamento, sua distribuiçãoO,
arbítrio financeiro destas operaçõe s, O transporte e as manipulações
de trânsito requerem a intervenção de
lista) (na economia capita-
ou de serviços (na economia socialista), que
empregam ca
274

- sê q . o, e a e E ii E O
xima de 2.000 milhões de toneladas,
Tomando.
a e 100, a tonelagem do comércio mar mo
71 em 1932, época da crise, supera o nível de 1929 íti
em 19
cai po
Para

40% durante a Segunda Guerra Mundial,


37, Sobe

período 1951-1956 e, apesar de algumas irr atinge


130 no O índice
egularidades, se aproxima
do índice 300 em 1962 e do índice 500 em 1967.
petróleo quintuplicou no período de 193 O transporte de
8 a 1961 e dobrou de novo
entre 1960 e 1969.
A apreciação do comércio internaciona
l fundamenta-se, usual.
mente, sobre a consideração dos valores dos
produtos negociados,
Essa consideração apresenta um caráter qua
litativo que se pode sub.
meter à análise, através do exame
dos produtos que são objeto do
com ércio estudado; e introduz a noç
ão de relações entre comércio,
balança de pagamentos e balança de
divisas. Requer, entretanto, múl-
tiplas precauções, especialmente qua
ndo se trata de comparar situa-
ções de fato Corres pondentes a datas diferentes, dev
próprias aos critérios de avaliação: ido às variações
“preços de mercadorias, curso das
diversas divisas monetárias. De aco
rdo com as estatísticas estabele-
cidas pela Organização das Naçõ
es Unidas, as exportações e as im-
portações dos diversos países do mundo expressas em dólares dos

anos 1951-1956, contra, respectivame


nte, 22 bilhões em 1938, isto
é, tiveram um crescimento da ordem de 260%. Em
do comércio mundial 1967, o volume
atingiu 212 bilhões de dólares, ou seja, um

dólares-ouro H
Rométic
pord unidad e era
a Fed Britlânic a mãEuropéia ....,,1,7
Ale ..,....2errrcrssse+ 56.140 26,4
ROO ercersos 21.790
DO cs cro guiascri,
quer
ia aaa
A 11.380
10,1
54
Bélgica-Luzemburgo "litrtrre 8.700 41
Países Baixos oder cs TETE sea eserenniceenma 7.030 3,3
ren To MR AA SERA NS 7.290
e aa ecrsarnanara A E 34
URSS m e 14.370
n i 6,8
o RA PRA
31.1
96450 14,6
Japão Raro ei e Criando ra oo
ara
9 4,5
BE es noii 555, Arc e rRN
aA,pa 10.440
aa condado amei cia o o Paga 0.5 80 1,4?
e
A
-— e
CAPÍTULO II

OS TRANSPORTES CONTINENTAIS

Os transportes continentais possuem, na maior parte, um caráter


regional, podendo interessar a tonelagens consideráveis. Entretanto,
no âmbito de sistemas econômicos homogêneos, que abranjam gran-
des espaços, os transportes continentais podem desenvolver-se sobre
distâncias de vários milhares de quilômetros, como através da Amé-
rica do Norte e da União Soviética. É, porém, raro (a não ser em
casos de absoluta necessidade) que quantidades muito grandes de
mercadorias sejam transportadas através de distâncias consideráveis
no interior dos continentes, devido ao custo relativamente elevado
dos transportes continentais.
As relações entre carregamento e percurso efetuado podem ser
transportada por
medidas por uma comparação entre à tonelagem
lômetros
um determinado país e o tráfego expresso em toneladas-qui
percorrida). É
(carregamento multiplicado pela quilometragemde mercadoria trans-
assim que o percurso médio de uma tonelada nos Estados Uni-
portada por ferrovia é de pouco menos de 400 km
km na Bélgi-
dos, 242 km na França, 118 km na Grã-Bretanha, 90
ca, etc,
As massas deslocadas, seja qual for a aodistância, são considerá-
veis. Sua avaliação precisa é difícil, devido fato de que o tráfico
trans-
internacional apresenta, na estatística de cada país, tonelagens e
portadas e que a mesma mercadoria, transitada sucessivamente
meios de transporte que necessitam vários transbordos, será « ca
ticamente registrada a cada tomada de carga, nes DO msi e)
diferente. Estas particularidades tiram toda à pe
colas perecíveis ou de produtos spo no o
ficadas e congeladas, peix e, leite, vinho, frutas e péegumCAE S frigori.
es, de pro.
dutos manufaturados de todos os tipos, desde automóveis e Máquinas
industriais aos objetos de pequenas dimensões, frágeis é Caros;
viajantes das grandes linhas aos com interess dos
es locais e aos passa.
geiros dos subúrbios com destino ao interior das
ções urbanas. Estas funções só atingem seu grandes aglomera.
pleno desenvolvimento
nas economias industriais evoluídas, caracterizadas Por uma
complet;
expansão dos mercados locais tradicionais e pela realização de gran.
des sistemas de trocas complexas. Estas nece
ssitam dos mais Variados
modos de escoamento das mercadorias, seja por
trens que se sucedem
a curtos intervalos (por exemplo,
entre o norte e o nordeste da
França ao longo da linha Valenciennes-Thionvil
le), seja por vagões
que são expedido s, formando comboios, das estações
de seleção, por
expedição de vagões de transporte misto, etc.
Quanto mais intensa-
mente se exerce essa função das ferrovias,
tanto mais rápida deve
ser a rotação do material, a fim de limitar
a imobilização do capital
e evitar o fechamento das linhas e das estações. A rapidez é, por-
tanto, uma necessidade, além de assegurar
vantagens certas aos que
usam comumente o trem. As regiões de maior tráfego — nord
da Europa e nordeste americano com, resp este
ectivamente, 200 bilhões
e 950 bilhões de toneladas-quilômetros
— são, ao mesmo tempo,
aquelas onde são enco ntradas as maiores
Nacional das Ferrovias Francesas desenvol velocidades. A Sociedade
ríodo de reconstrução da rede ferroviária, veu, durante o próprio pe-
um esforço neste
após a II Guerra Mundial,
sentido, escoando os comboios de mercadorias em
velocidades superiores a 80 km/h, nos grandes
eixos ferroviários
onde os expressos ultrapassam
100 km/h. A eletrificação permitiu
que Os recordes mundiais de velocidade fossem ultr
apassados: a mar-
cha do rápido francês n.º 1, o Mistral, entre Paris e
km/h), foi ultrapas Lião (140
sada em várias outr
rendo a mais de 200 km/h. As velocidaasdes linhas, por comboios cor-
comerciais dos melhores
“rens chegam a 110 ou 130 km/h nas distâncias de mais de 300
km. 1 Resultados com o estes só são possíveis com um controle
ferroviária e industrial e
muito sólida, A exploraç com
ão intensa de uma redeuma base financei
as garantias de se , apenaarianer
esforço de utilização particular g a correspondentes a
tante elevados: a mente age supy
eletrificação da linha Paris-Lião introuxe
vestimento
mei É E.s basda-
g
sito Ed '6s Velocidades comerciais eram as seguintes: 58 km/h
km/h na linha
e
na estrada Paris Estr
Paris-Bordéus, 80 km/h entre Paris
asbunao,
bastante RuRanas custaram muitos esforços nos séculos XVII
XVIII, na Europa; Rss modernização requer importantes investi-:
mentos. À criação de sistemas de vias navegáveis de gabarito con
tínuo, mobilizando da melhor maneira as condições naturais, su de
um esforço financeiro que só será realizado sob a certeza de o
rentabilidade.
Consegiientemente, só haverá-uma rede fluvial equipada quando
houver oportunidade de empregar-se a via aquática para realizar
transporte de mercadorias suficientemente importantes, para que
tenha parecido vantajoso criar essa rede ou acondicioná-la. Essas
oportunidades se concretizam no caso de certo tipo de tráfego para
o qual as vias aquáticas revelam-se como o meio mais vantajoso de
transporte: tráfegos pesados maciços, no caso de haver uma econo-
mia considerável; quanto ao custo de transporte, especialmente em
relação ao da estrada de ferro: tráfego de carvão em grandes quan-
tidades, de produtos petrolíferos, de minérios, de materiais de cons-
trução, da madeira para minas e obras, resíduos urbanos, etc., pois
o lento escoamento destes pelos rios e canais é bem menos dispen-
dioso do que o transporte ferroviário, mesmo em trens completos.
Para que a vantagem do transporte aquático seja incontestável
é preciso, ainda, que o trânsito entre os locais de produção, de des-
carregamento dos navios e os locais de utilização ou armazenamento
não comporte nenhum transbordo. Ora, enquanto as vias férreas
são construídas de acordo com normas internacionais, ou interes-
sando a largos espaços de planejamento homogêneo (rede da União
Soviética), a via aquática pode pertencer a sistemas de dimensões
das re-
muito desiguais. O gabarito — largura, calado, dimensões
as
presas — é uma relação entre as condições naturais, perenes, e
técnicas, de uma época determinada. Quanto mais recente for o acon-
, de uma via fluvial, tanto mais próximo estará o seu
gabarito do máximo atualmente realizável, dentro da hidrologia te
muitas vezes, OS efeitos da anti-
Bional. A via fluvial sofre, portanto,
ao lado das
de sua adaptação. Existem causas históricas,
uma E
redes navegáveis,
Causas geográficas, da heterogeneidade das an
de readaptação de obras
9s trabalhos
têneas devo à e ua dos cursos
Mesma região
moderna forma de transporte aquático, até a velh
a barca de m
de 100 t, puxada à sirga por uma parelha de
animais que se Etots
à estrebaria de bordo, uma vez terminada a faina diária, 7 E
Os climas intervém na delimitação dos períodos de
utilização
dos cursos de água durante o ano; seca, determinando baixas, for-
tes enchentes e
" gação fluvial, que con gelamento são obstáculos fundamentais à nave-
se fazem sentir mais ou menos fortemen
te, segundo
as zonas. O congelamento prejudica muito pouco a navegação fluvial
do nordeste da Europa, porém traz a sua interrupção, durante vários
meses, na Europa Oriental.
Conservadas as reservas que foram feitas a propósito, podem-se
distinguir no mundo quatro redes de navegação interior, correspon-
dentes às quatro grandes regiões industriais do globo, e vias fluviais
de penetração, variavelmente profunda, no interior dos continentes.

Ás quatro grandes redes são as da Grã-Bretanha, da Europa


Continental de noroeste, do Baixo Sena ao Elba (200.000.000 t de
carga anual, das quais 160.000.000 t no Reno) e a planície russa:
sistema do Volga ou dos Cinco Mares (270.000.000 t), irregular-
mente ligado a um grupo em vias de homogeneização, que do Dnie-
per, pelo Bug, o Vístula, o Varta, o Oder, o Spree, se comunica com
a precedente; enfim, a rede do nordeste americano, a mais original
de todas, composta pelos Grande Lagos e sua saída laurenciana —
prestigiosa via marítima que ultrapassa de muito por seu gabarito a
escala dos transportes fluviais habituais, com uma tonelagem que
passa de 50 milhões — o Ohio e o Mississippi (100 milhões de tone-
ladas transportadas apenas no Mississippi).
- As principais vias de penetração utilizadas pela navegação flu-
vial e, algumas vezes, pela marítima, são o Congo, cujos rápidos
contornados por trechos de estradas de ferro, o Nilo, o
Rio da Prata, o Amazonas, os rios hindus e indochineses, em seus
cursos inferiores, o Murray e os rios chineses e siberianos.
» incontestavelmente, concorrência entre a via fluvial
de grande capaci pacidade e a via férrea, nas regi des onde existem eixos
OU, melhor ainda, redes fluviais de penetração . Essa soneerinatas
entretanto, só interessa a determinada categoria de produtos. E
Eua falar de uma filtração do tráfego erroviário pela rodovia
a Vegação aérea, seria conveniente opor, a este, um do aa RODU
Pela via aquática. Por outro lado, essa conco
Pre uma | fração do tráfego total, , poispois,, escoando lentamente às car-
x
navegável obstrui-
nai que ão são confiadas, a via um se rapidamente o
“ncipalmente porque constitui fenômeno
291
em um pequeno número de regiões do globo. Possui, porém
papel de importância bastante grande na determinação da impla de
ção de indústrias pesadas, como as acerias e forjas, metalurgia má
minerais não-ferrosos, cerâmica, fábrica de cimento e de tijolos, c os
trais térmicas (estas utilizando, aliás, a água dos rios para o rag
de
mento do vapor), a indústria química pesada, as refinarias
tróleo, as usinas que trabalham os alcatrões de hulha, etc. O Reno E
grandes vias navegáveis do noroeste da Europa, os lagos Michigan
e Erié, o Volga, são outras tantas ruas ladeadas de fábricas, no abas-
tecimento das quais a ferrovia coopera, aliás, fregientemente.

HI. A circulação pelas estradas e caminhos


Despojada de qualquer função primordial no século XIX, a
estrada reencontra sua qualificação de via de circulação, ao lado das
outras vias técnicas de transporte, a partir do século XX, como pista
de circulação de automóveis, aparelhada especialmente para este fim.
Para tanto, sofreu transformações cada vez mais complexas, que
levaram a uma segregação, na antiga rede de caminhos e estradas
rurais, entre vias de circulação de automóveis com múltipla finali-
dade nacional, internacional, regional ou local, e as vias de economia
rural, acessíveis, ou não, aos automóveis e aos tratores, mas situadas
fora da rede rodoviária propriamente dita, só possuindo utilidade
para a aldeia a que servem.
A mais completa hierarquia comporta, nos Estados Unidos, as
grandes vias de circulação que desembocam diretamente no centro
das aglomerações, desprezando as estradas secundárias; as auto-eS-
tradas (autostrades italianas, autobahnen alemãs), as rodovias de
grande circulação, as rodovias regionais, as locais. É difícil precisar
a verdadeira função da estrada. Existem, é certo, setores da ao
mia que só conhecem transportes pelas estradas: todos os setores E
concentração da produção ou de distribuição local onde, em gerê»
a trilha rural constitui um primeiro traçado do percurso das o
dorias, transportadas, em seguida, pela rodovia. Existem, tamb a
formas de transporte ditas transporte de porta a porta (distribui E
a varejo, visitas comerciais, visitas individuais, entregas de o
dorias diretamente do produtor ao entreposto ou ao freguês), E
são especificamente de transporte rodoviário, pois movimentam qu E.
tidades muito pequenas. A margem de concorrência com o as
ferroviário é muito grande. Para as cargas relativamente reduz! e
10 a 20 ta ser entregues por atacado ou a varejo de cidade a cida Ê
ou da zona rural à cidade e vice-versa, o caminhão se apresenta com

292
competidor do sistema de duplo tráfego: transporte por caminhão
até a estação ferroviária, transporte ferroviário e novamente por
ca-
minhão da estação ao lugar de destino, A metade das mercadorias
vendidas no mercado de Paris aí chega em caminhões. Comboio de
caminhões com reboques, representando unidades de transporte de
30 a 40 t (um trem de mercadorias desloca 1.000 a 1.200 t, na
Europa, e até 3.000, nos Estados Unidos e União Soviética), sulcam
as grandes estradas no noroeste da Europa e da América. A estrada
surge, também, como O domínio por excelência do transporte autô-
nomo individual, quer seja ele economicamente racional, quer não.
O problema das relações entre os transportes ferroviários e rodo-
viários é, portanto, complexo a todos os respeitos, pois fatores psico-
lógicos e sociológicos associam-se, nesse campo, aos econômicos, fa-
zendo deste um assunto de debate dos mais significativos, se não dos
mais racionais, da chamada economia de livre empresa.
A estrada é o campo de liça do transporte privado. As taxas
dos combustíveis, o preço das viaturas, dos seguros, as tarifas dos
transportes rodoviários e ferroviários, as concorrências ferozes entre
setor privado e público, entre transportadores individuais e socieda-
des de tansportes rodoviários, vêm dar, às decisões e às escolhas,
causas reais que dissimulam, às vezes, afirmações de início puramente
formais. Nos Estados Unidos, as ferrovias acusam uma regressão
muito sensível, diante da concorrência dos transportes petrolíferos em
oleodutos e, principalmente, diante da concorrência rodoviária, for-
talecida pelo preço relativamente baixo dos combustíveis: a rede
iária passou, entre 1940 e 1960, de 376.000 para 354.000 km.
Na França, no mesmo período, recuou de 42.700 km para menos
de 38.000, continuando a ser verificado o abandono de linhas secun-
em detrimento dos transportadores rodoviários.
Esse problema só se faz sentir quando existe, ao mesmo tempo,
uma rede rodoviária e uma rede de estradas de ferro. Com efeito,
há países sem rodovias nem ferrovias, outros com rodovias, mas sem
cir ferro, e países
de ada s com ferrovias e muito poucas rodovias.
diversos meios de
atas base » várias combinações no uso dos
meio de transporte, quando da explotação inicial dos recursos exis.
tentes nestas regiões, depende, principalmente, da tonelagem a des.
locar no decorrer do ano e da importância das reservas a ser mobi.
lizadas. A escolha recairá sobre a rodovia ou a estrada de f erro,
conforme se trate de pequenas quantidades de produtos a e Scar
durante um período de curta duração, ou de um tráfego ponderoso
e permanente. Essa opção fundamental pode ser alterada em sua na-
tureza por certas considerações estratégicas e circunstanciais: cons-
trução das estradas da Birmânia e do Alasca, durante a II Guerra
Mundial.
De maneira geral, a preponderânâácia da rodovia e das pistas re-
flete na primeira metade do século XX uma lenta evolução econô-
mica, de mercado externo fraco, e onde a circulação dos produtos
e dos homens é sempre expressa em algarismos fracos. No conti-
nente africano (abstração feita da rede ferroviária do Transval e do
Orange), as regiões da África Ocidental, onde o mercado local pre-
pondera sobre o próprio mercado colonial — a não ser nas zonas
de cultura ou de plantações especializadas — são regiões de estradas
e de pistas. Aí, a insuficiência da tonelagem a transportar desenco-
rajou, até o presente momento, o empreendimento da construção de
uma estrada de ferro transaariana. Em troca, as regiões mineiras do
Katanga e da Rodésia são ligadas à costa por linhas de grande
capacidade.
Nos países de antiga civilização mercantil, a rodovia tem gozado
prioridade em relação à ferrovia. Ela existia, sob a forma de itine-
rários construídos, aparelhados para um rodagem exigente, anterio-
res ao aparecimento da ferrovia. Esta última eclipsou a função da
rodagem rodoviária, porém, não será difícil ao automóvel fazer re-
nascer a antiga rede, em seu traçado geográfico e sua atividade: é O
caso da Europa Ocidental. Onde, pelo contrário, o comércio pre-
industrial era pouco desenvolvido e ligado especialmente à navegação
fluvial (na Europa Oriental), os transportes modernos surgem 20
mesmo tempo que a ferrovia, em uma região que somente conhecià
o caminho rural. A rodovia levará tempo para adquirir um lugar
importante na organização da circulação. A não ser em certos it-

cargas as dos trens nos pontos de irradiação


do tráfego, O período de 1917-55 é caracterizado (com ex do trá-o
casos regionais particulares) pela preponderância esmagadora
fego ferroviário, única forma, ao lado da navegação interior e o trans-
294
porte aéreo, de transporte a lon ga distân
cia, monopolizando os trans-
portes pesados, no território da União,
sendo de caráter local o
tráfego rodoviário.
Os Estados Unidos, onde a construção ferroviária
foi, fregien--
temente, simultânea da rodoviária, devem o extraordinário
desenvol-
vimento de ambas à importância das massas a ser desl
ocadas e às
excepcionais condições representadas pela abundância de
combustí-
veis e à intensidade da construção automobilística. A América do Sul
descobre agora a grande circulação pela estrada, frequentemente a
verdadeira “auto-estrada”, e o caminhão.
É extremamente difícil a consecução de estatísticas válidas rela-
tivas aos transportes rodoviários, devido à estrutura muito fragmen-
tada das empresas e à ineficácia dos controles. Aliás, os dados reco-
lhidos para os diferentes países não são comparáveis. Uma idéia da
importância do tráfego rodoviário — na inexistência de dados não
precisos — é fornecida pelo efetivo do parque automobilístico de
cada país.

TRIB ÃO DO PARQUE AUTOMOBILÍSTICO M UNDIAL


es = POR CONTINENTE (1967)
(em milhões de veículos)

Quociente Quociente
por 1.000 por 100
hab. km2

e 2 E.
290
RA ara e 112.000 240
América do Norte ....- REG a so -
s ==» ss
da qual os Estados Tinido djs SR ge 38
sos j
Europa (menos URSS) A a a
E quan aço eee
à
e
RR snes er 5 º
ses o co jo
RR ge Ro os sas
e
sara ser
e Nova Zelândia .....e+*
Austrália
a Amé- a dsê
Total mundial, incluindo
ret
.esecesesers
rica do Sul

295
400 a 1.000 tonéis, podendo assegurar o escoamento de cerca de
1.000 toneladas. Sua rapidez era muito variável
; 3 de acord o com
regime dos ventos de cada região climática. o
No início do século
XIX, os mais rápidos veleiros levavam uma cent
ena de dias para
ligar a Inglaterra à Austrália, 45 para ir de Lisboa ao Rio de Ja-
neiro, 20 para atravessar o Atlântico Norte. Imaginando-se uma
interrupção na viagem de um veleiro destinado à ligação entre
a
Austrália e a Grã-Bretanha, e considerando-se o tempo gasto em
carregamento e descarga, seriam necessários dois anos para se efe-
tuarem três viagens. No começo do século XX, o mesmo percurso
é realizado por cargueiros, deslocando 20.000 a 30.000 t, em menos
de um mês. Em outras palavras, um únicio navio transporta, no mes-
mo lapso de tempo, 30 a 40 vezes mais mercadorias em 1900 do
que em 1850. !18 No percurso América do Norte — Europa, a du-
ração da travessia foi reduzida de pelo menos quatro vezes, para os
navios cargueiros, sendo que a carga média aumentou de 15 a 30
vezes. A evolução se acelerou após a Segunda Guerra Mundial e após
a “crise de Suez”. Em 1969, são usados petroleiros de quase 300.000 t,
que fazem de 16 a 18 nós. Unidades de 500.000 t já foram enco-
mendadas aos estaleiros japoneses.
A revolução industrial traduziu-se, na navegação marítima, pela
introdução de novos meios de propulsão: a máquina a vapor, o mo-
tor diesel, a partir do século XX, mobilizando novas fontes de ener-
sólidos e líquidos, 11º e pela aplicação de novas
gia, combustíveis
pesada à construção naval. Exerce, ainda, sua
técnicas da metalurgia
Como em
influência através do aumento na procura dos serviços.
a melhor utilização
terra, com a construção das redes ferroviárias, das À
desse meio de transporte coincide com o desenvolvimento
ento da cara
cessidades. O aumento das tonelagens, o crescim so =
média de transporte por navio, a aceleração das ia
cações, o abastecimento das construções navais ie à CrdE
em desenvolvi E
e em máquinas por uma metalurgia
de abastecimento dos navios marítimo
k a 1tt s
zação de sistemas mundiais
E o Re vi a
de serviços regulares q ue executam com
a criação nave-
fizeram da' moderna dies
i e as , maisi longíí nquas ligações,
em combustíveis
ontualidad igações
cão marítima um meio de transporte totalmente difereé nte SA E Era
gação da época dos veleiros. Ao mesmo ao cotas dE
dos
função das necessidades. A especialização
ume rapidez das
118. A aceleração da rotação deve-se. no cu constr
velocidades dos cruzeiros e à diminuição
da Tif
rs e Cauã de 800 navios consomem produtos pet” olíferos.
Ri
297
A navegação marítima é ob
União Soviética e nas repúblicas jepopu
to de um Serviço do Estado
lares (frota Comercial soy la'
tica, ou Sovtorgflot, frotas polonesa, romena, Chin
esa), aid
A 1.º de julho de 1967, segundo as estatísticas do Elo
Register Shipping, a marinha mercante mundial se dividia da segu y
maneira, em compar ação com
inte
1960: 123

1960 1967
O rep sonisis
DO O remo ao gai 23.723 18.500
RORDRRE rso 21.658
GD Aro OO coro rr 700
REED notar O ES 12,511
25 Aa, pres e e ong 18.300
RR e io aii oie 10.573 22.500
E epapa de ca 8.870 16.900
Fo riaepae eo RR
Dar sr ee A 6.537 7.500
DR SO Mio Rr 5.412 6.200
DR es rna cagar nao 5.166 5.000
DO O RE 5.162 5.600
ce cnirana rr E
a ts nbr SR 4.924 6.000
Re o A 4.684
PA coçee me À aa 10.600
DO id eo 4.167 4.600
RO rei 3.851
dO ceia o DRE Ca 4.700
E ie NR add 2.399 3.000
asse SEUS sd ad e
vo os ur 1.995 2.600
DER Curar ur ut 1.704 2.200
DR so o a
a rMm ar 1.262 1.240
MS rar mis Sad do a 1.204 1.304
MRE espe Ss ai EE
a
ori nerel
ge oa SR s 1.013 1.900
Polônia ... CR 946 1.200
De
1.200
ii «PNR

Cada frota apresenta um


originalidade em sua compos
frota inglesa Possui quase que a ição: a
metade dos paquetes e paquetes
mistos do mundo, enquanto a americana cont
dos cargueiros e um quarto a quase que a metade
dos navios-tanques. A frota noru
é composta de cargueiros e de petroleiros e está em eguesa
rápido cresci-
“1 milhões no início de 1960, 18 milhões em 19
cede co m a frota dos tramps (carguei 67. O mesmo su-
nhos € liberianos, A mari ros. sem escala fixa) paname-
nha merc ante francesa conta 10% A
mundial de paquetes, 2% dos cargueiros, 3%
do parque
dos navios tanques.
4. fr Ota petrolífera ocupa um lugar muito imp
ortante na tone-
toneladas em 1960, o que representa um t
dial. Em 1938, os petroleiros eram 20% do e tonelagem mun-
1965, 35%. “ “ota mundial; em
A crise de Suez, em 1956-1957, provocou =
encomendas de navios petroleiros, particularmente as ER eao de
des de 100.000 a 300.000 toneladas. es unida-

2. Vias marítimas e sua fregiientação. A circulação


íti
seguindo itinerários fixos —— unicamente variáveis Nom as Ms do aro
que são respeitados por todos Os navios que fazem travessias homólogas. Existem
assim, vias geográficas invisíveis, porém reais, de navegação através dos mares é
dos oceanos. Esta concentração geográfica dos transporte
s marítimos prové
escolha dos itinerários mais econômicos, em que se levaram em conta m da
as dis-
tâncias, as condições da navegação e do aumento da segurança, resultante do
agrupamento do movimento marítimo em uma zona estreita, onde os socorros
podem ser rapidamente organizados,
A intensidade de cada rota de navegação depende da atividade comercial
própria a cada região interessada, sendo muito difícil definila com precisão
estatística. Podem-se utilizar a esse respeito os relatórios da circulação marítima
das companhias de seguro, especialmente do Lloyd, ou as estatísticas dos portos,
que são o ponto terminal das principais rotas, ou os pontos de escala obrigatório
ao longo de um determinado eixo de circulação. As estatísticas do Canal de
Suez são um precioso índice quantitativo da intensidade da corrente leste-oeste
do oceano Índico e do Extremo Oriente no Atlântico, pelo Mediterrâneo.
As principais rotas são as do Atlântico Norte, de Suez, do Atlântico Sul e,
i graças às atuais conjunturas políticas e estratégicas, o PacíficEo
Norte. O Atlântico Norte, que é atravessado por umRe o
passageiros, por ano, entre | k
passageiros: perto de um milhão de todos os tipos de barcos
por epi as DEE mobilizam
algodão, petróleo bruto º
(minérios, metais brutos, madeira, celulose, cereais, Em pés . cê
sobretudo, refinado, açúcares, bananas, produtos industriais). om
rente oeste-leste ultrapassa a de leste-oeste, que não consegue equili no
para os produtos et e
valor, em razão da exigúidade do mercado americano pelo
parte compensado tráfego pe :
, O deficit europeu é em
destino à Améri ca do Norte (a rota marin a
Oriente Médio e da Ásia, com
Unidos a
mais curia entre Cingapura e o leste dos Estados
íco).
Atlântico Norte interferem
com as do
África
Atlântico
otas marítimas
Sul, que levam sara + Europa os produtos brutos da América do Sus qa as
Ocidental, e conduzem para estas regiões os manufa mais importantes entre à
rotas que asseguram também as ligações cada vez outro ue
|

i lado
E
Ê

são correntes de matérias-primas, de direção sul-nora


|

transp ort
de material es de
de estaleiro,
de meo, em sentido contrário, especial
m terceiro conjunto
do lim 15 au em do Pacífico, À
importantes, quanto ao
fósie ocidental da América do Sul transar dr
;

Navegação marítima distintas: a dá fachada


ao Panamá e ligava os portos do Canadá e dos Estados Unidos, do Pacífico
Atlântico; e a da fachada asiática,
bando os trechos terminais das linhas dominada
européias pela marinhado japonesa
em direção Extremo Orien
e en oo-
Uma fraca corrente de tráfego unia estas duas redes pelas ilhas Havaí o
freqientada principalmente pelas marinhas japonesa e americana, e “ra
particularmente, as materias-primas da Ásia (seda, borracha,
não-ferrosos, volfrâmio chinês, cromo filipino, etc.) para a estanho € metais
economia americ qi
Essas relações comerciais complicaram-se durante o período de
E i
América e O Japão do fim da IL Guerra Mundial: , Buerra k
respondente à guerra da 1 PR ME
com uma Fecrudescêncientre q
Coréia. Enquanto à cor-
diminuíam as vendas de merca

o continente asiático, alimentaram


as nov correntes de transportes,
em geral, é difícil estabelecer a nas quais,
parte dos transportes estratégicos e a dos de
economia civil. O Japão, cortadas
as
depende da contribuição de mercad suas antigas relações com o continente,
Formosa. Um longo cordão maríti
orias americanas, do mesmo modo que
mo de mais de 6.000 km figura,
entre as grandes rotas de circulaçã atualmente,
o marítima do globo.
Em relação com o desenvolvimento
da economia mundial americana, vê-s
surgir, no decorrer dos últimos
20 anos, um sistema de navega e
centralizado nos Estados Unidos, sub ção marítima
stituindo o antigo sistema elaborado
século XIX, em função da expans no
ão européia. O eixo principal deste
europeu era a corrente do oceano sistema
Índico e o Extremo Oriente — Eur
Suez e o Mediterrâneo, o qual registro opa, por
u os efeitos das transformaçõs das relações
políticas e econômicas entre a Europa
das Índias, Índias Holandesas, colônias e as antigas colônias da Ásia: Império
francesas da Indochina. Guarda, porem,
uma importância considerável no mov
imento geral dos navios, e isto graças
razões diferentes das que lhe conferiram
XIX. Os transportes estratégicos sub a intensidade de que gozou no séculoa
à compra de matérias-primas e gênerostituíram, em grande proporção, os
s alimentíc dedicados
ios nos países do oceano
apenas uma parte pode ser diretaÍndi co.
O petróleo do Oriente Médio, do qual
i em oleodutos para as escalas do Medite mente
Escalas do Levante), substitui, no trá rrâneo Oriental (as antigas
tes pesados provenientes das feg o do Can al de Suez, os antigos transpor-
Índias e da Indonésia, Dá-se,
substituição na alimentação do também, uma lenta
transporte marítimo de algumas zonas
pela África Oriental. Finalmente, o asiáticas
recrudescimento da influência dos Est
Unidos no Oriente Médio e no oceano ados
dota Corrente de tráfego solidariamente Índ
no
ico contribui para a estabilização
o XIX. decorrer da segunda metade do
O tráfego do Cade na Suez l
viu-se influenciado, no período de 1947-1954,
i entado Mites do Extremo Oriente. Mais de 10% do tráfezo
cota! foi aí representado, durante esse período, pelo tráfego militar; entretanto,
variações do Prinir as conjunturas econômicas mundiais, refleti
ndo fielmente 25
tonelig
gen, 30ema “o40eráíeE o, há mais de meio século , as
aspiansitado, no decênio 1946-1956, édos movimentos políticos. À
de cerca
eomstados! 40 milhões de toneladas de capacidade líquida e 25 ade 353.000 passa
milhões

de cela terços da. conquistaram,


coming
por larga margem, O primeiro lugar, com cerca
Leon im antro na a SA Com uma
302
tonelagem pouco inferior). Os recuos mais sensíveis afet E
oleaginosas, cereais, produtos têxteis, cada vez mais absorvido: O comércio de
nacionais. Da mesma as
maneira, regiões de origem não ar pelos mercados
como em 1938: Índia e Paquistão, Indonésia, Indochina, Malá IS Se classificam
cialmente, fornecem
E muito menos; o golfo Pé
Fsico, três vezes Malásia e China, espe.
conserva-se mais OU menos no mesmo nível, Metade do t r á f z o 1
ig. da
a bandeira brit à Austrál ia
ânica; mas a marinha americana, que só deti
do canal, em 1938, particip nha 1 1% ia ii
a com
20% no período de 1948-1952 eopasE digo
A nacionalização do canal
e o conflito internacional que
eram o tráfego no 2º semestre resultou interro
de 1956. Este restabeleceu-se prog
em 1957. Ele tendia então a ressivamente
ser cada vez mais
dominado pelo tráfego dos Ea
dutos petrolíferos. Nos últimos dez anos,
os cereais estavam sendo transportados
no sentido norte-sul. Em 1967, o canal foi nov
amente interrompido com a guerra
entre árabes e israelenses e se tornou a fron
teira entre os adversários. A rota do
cabo da Boa Esperança se transformou no principal trajeto dos petroleiros.

3. Portos marítimos e função de trânsito. A mais perceptível


forma da expressão da navegação marítima é o porto, que é
o local
de trânsito entre a navegação marítima e os transportes continentais.
A importância de um porto pode ser avaliada, como a do tráfego
marítimo, pela tonelagem e o valor das mercadorias, e depende das
comodidades oferecidas ao trânsito. O desenvolvimento de um porto
ou a conservação de sua atividade acham-se, portanto, subordinados
à sua aptidão em responder às exigências desta função de trânsito.
A vitalidade de um porto depende da realização de três séries
de condições:
a) condições políticas: situação em um país mais ou menos
importante, no quadro de sistemas aduaneiros e econômicos mais ou
menos favoráveis às relações com as diversas regiões do continente
interessado (esfera de influência);
b) condições naturais: situação, sítio e meios de acesso;
c) condições de aparelhamento ou condições Mig pç
zem corretivos às condições geográficas naturais € tac
ns
rações portuárias. '
a de um porto ou de um gropo da parem
em grande parte, da estrutura política da ras ne qu pg
tuados. Com efeito, cada país possuidor de fac a Pião qq Aa
controlar o movimento de seu tráfego raapitinçor A A
de seu próprioAA sistema aduaneiro, reservandonomia. O fracr ionamento
,
= .
função de trânsito que interessa E “=
eco
a severas concorrência s
político leva à multiplicação dos portos * 0 Cm ros marítimos
vizinhos. A distribuição aged E
dies :
entre os portos de paísesAtlântico Norte ge pr do tráfego, deixando
de um lado e outro do
a oeste, um enorme porto que atrai três qu
303
apenas aos demais portos atlânticos dos Estado
s Unidos e do E,
funções regionais ou esp ecializadas; a leste, nove grandes ria
na Inglaterra, dois na Alemanha, um nos Países Baixos, um = a
gica, dois na França, e alguns portos nacionais de importância: Co E :
nhague, Bergen, Gotemburgo, Lisboa. e
A extensão da esfera de influência de um
Porto é, em Parte,
condicionada pelo traçado das fronteiras e pela forma de relações
econômicas internacionais entre países vizinhos.
O valor de um porto depende, além disso, das
condiçõe
que determinam o seu acesso e utilização, condições esta s físicas
s que inte-
ressam tanto à fímbria marítima quanto à área continental de
ventia. Os portos mais bem situados, com rela ser-
ção à navegação marí-
tima, são os que se localizam ao longo dos grandes eixo
s de circulação
e em orlas marítimas muito fregiientadas. Podem gozar, inde
penden-
temente de função de cabeças de rotas de navegação, de ativ
idades de
cabotagem, e figurar como pontos de escala de fácil serventi
a, pois a
sua frequentação não impõe o desvio das rotas seguidas pelos navios.
Os portos do mar do Norte gozam de situação semelhante. O dispo-
sitivo marítimo organizado peia Grã-Bretanha no século XIX dispunha
de escalas, em todos os mares do mundo, situadas em regiões afun
i-
ladas, concentrando o tráfego marítimo: Cingapura, Áden... Poré
m,
a condição essencial para o harmonioso desenvolvimento de um porto
é a assistência de um conjunto de fáceis relações com a região à reta-
guarda, fonte de tráfego marítimo. Os maiores portos acham-se, sem
dúvida, situados nas regiões industriais, ou na proximidade de zonas
industriais, cuja atividade dá lugar à manipulação de produtos diversos,
fontes de energia, matérias-primas, produtos semi-elaborados e
pro-
dutos acabados, material de equipamento da produção, etc. As melho-
res condições de desenvolvimento dos portos são as que asse
form
guram
as mais econômicas de relação entre o mar e a zona terrestre de
serventia do porto. O primeiro fator de prosperi
dade é, portanto, à
proximidade imediata. Em matéria de transportes, entretanto, também
deve ser levada em conta a proximidade relativa,
isto é, o preço dos
transportes entre os dois termos de associação: porto marítimo e
região
industrial. Os portos situados sobre uma via de navegação ae
que permite o escoamento, aos menores preços, dos produtos
Tosos, são os mais favorecidos: portos de estuário, situados no pondo
de trânsito entre à navegação marítima e a nave E.
gação fluvial; por a
do Mar do Norté e da Mancha, situados no local de justaposição
domínio marítimo sob a influência das marés, e o domínio opine E
de navegação fluvial, concretizados pela pres
ença do último porto do
minando o vale. Os portos mediterrâneos, pelo contrário, em geral iso-
304
águas livres, chamado porto de mar, de a ss fácil aos navios
que só podem estacionar em águas pro sing le calado suficiente
mesmo na mais baixa maré. Os portos de estuário, em sua Maior
parte, foram transformados, desta maneira, em portos de bacias:
Londres, Ruão, Antuérpia, Hamburgo. Os portos mediterrâneos, pelo
contrário, são essencialmente portos de mar alto, preparados com a
construção de diques que fecham áreas marítimas ao longo da costa,
A disposição do relevo, a presença de elevação Próxima às margens,
impuseram a escolha deste tipo na instalação portuária de Gênova,
Marselha, Rijeka, etc,
O perfeito funcionamento de um porto marítimo,
indispensável
à sua fregiientação pelas várias companhias marítimas,
supõe fácil
acesso, segurança dos navios, possibilidade de atra
car com rapidez
ao longo de um molhe ou de um cais onde as operaçõe
s de carrega-
mento e descarregamento possam ser efetuadas no mín
imo de tempo
após a chegada do navio, rapidez dessas operações,
certeza da possi-
bilidade de conservação das mercadorias e de sua
manipulação, ra-
pidez de serventia das zonas abastecidas pelo comé
rcio marítimo. O
porto moderno deve, portanto, estar provido de apar
elhagens eficazes
de recepção, alojamento dos navios e manipulação e
conservação das
mercadorias.
Inicialmente, deve possuir uma organização
saída dos navios, composta por serviços para a entrada e
de balizamento, pilotagem e
reboque; deve, outrossim, possuir uma
área suficiente para assegurar
o alojamento e as manobras das embarcações
mais intensamente fregientado. Todo gra nas horas em que é
nido de uma aparelhagem
nde porto moderno é mu-
mecanizada
aos diferentes tráfegos marítimos, para muito diferenciada, adaptada
a manipulação das mercado-
nas em trânsito :guindastes de todos os tipo
para os trabalhos de carga e descarga das s e de todas as potências
mercadorias, acondiciona-
das ou não, Por vezes muito vulner
áveis (as chamadas mercadorias
em geral), aspiradores de cereais, bombas
para o carregamento e des-
carregamento de líquidos de toda
s as categorias (produtos
feros, vinhos, óleos), locais e reci
pientes de acondicionamento, petroli-
trepostos protegidos, cobertos e ao en-
silos Para cereais, hangares para algoabri go de roedores e parasitos,
dão,
Fase utilizam q Porto é o café etc. O interesse dos
de limitar ao máximo os
“de armazenamento. Consegiientemente, os dispositprazos de espera
ivos de evacua-
descarregadas e de depósito das mercadorias à
Gard ções
varia poderosos e capazes de fazer face às
do tráfego marítimo, de acordo com as circunstâncias.
306
Inicialmente, as companhias de nave gação
preferem os portos
onde eventualmente se pode proceder à Ii mpeza e às reparaçõ
es nos
navios. Os portos melhor aparelhados pos suem, portanto, docas seca
s
e oficinas de reparação.
Um completo equipamento portuário supõe uma considerável
massa de investimentos que não se justifica sem a existência de um
movimento marítimo de grande importância e que, ao mesmo tempo
atraia esse movimento. 4 tendência atual é a da concentração da fun-
ção portuária. O número de portos regularmente fregientados pelas
grandes linhas de navegação marítima diminuiu desde o século XIX.
A presença de elementos do tráfego regional salvaguardou a atividade
dos portos secundários, desde que sua atividade não ultrapasse a pre-
tensão de uma serventia de caráter local ou regional nitidamente
definida, no espaço, pelos limites de uma esfera de influência e, prin-
cipalmente, pela qualificação do tráfego: portos carboníferos ingleses,
portos importadores ou exportadores de minérios ou de metais semi-
trabalhados (Caen, na França).
Uma categoria particular de portos especializados é representada
pelo conjunto dos portos coloniais ou dos portos dos países subde-
senvolvidos, cuja função, mais ou menos precisa, é a expedição de
produtos em bruto da zona que servem: portos de banana da Amé-
rica Central, portos petrolíferos da Venezuela ou do Oriente Médio,
portos de minérios dos países não-industrializados (Paramaribo, no
caso da bauxita da Guiana, por exemplo). Com um progressivo de-
senvolvimento, esses portos, inicialmente especializados em um tmico
tráfego, podem tornar-se organismos polivalentes, com aiascoleta de
vários produtos do interior e pelo recebimento de mercador indus-
triais, destinadas a equilibrar a balança comercial; é o caso dos podre
da América Latina (Rio de Janeiro, Santos e Buenos Aires). E
pamento destes portos cresce simultaneamente com à sua P pais
função e se diferencia ao mesmo tempo que O tráfego. Este ta
:
desenvolve-se tanto mais rapidam ente quanto é mais| rara aífam
obra barata.
isto é, um
O porto marítimo é um local de ruptura de. caga odução
Porto de trânsito onde as condições de encaminhamento um
preços dos
Mudam bruscamente e, em especial, um ponto pah pas a terrestre.
transportes aumentam sensivelmente, da via port ão concreta entre
Ao mesmo tempo, representa um localde de hei ni podem ser to-
as condições
Países onde de emprego mão-de-
talmente diferentes.
307
E E =
Essas condições favorecem o desenvolvimento de indústrias por-
tuárias. Estas últimas desempenham, em geral, a função da valor;.
zação de produtos importados por mar, antes de confiá-los sob uma
forma mais elaborada e, portanto, com um valor superior por unidade
de peso, aos meios de transporte continentais, mas gravosos. Dessas
indústrias, as mais características são as indústrias de transformação
de gêneros alimentícios, moagens, fábricas de produtos alimentares
diversos, armazéns de azeite, refinarias de açúcar, fábricas de adubo,
refinarias de petróleo, etc. Pode ser igualmente vantajoso efetuar uma
primeira modificação de produtos em bruto antes de embarcá-los, es-
pecialmente quando se pode empregar, com este fim, uma mão-de-
obra barata: indústrias dos portos coloniais. De todas as maneiras,
a presença e a manipulação de mercadorias diversas, de produtos
pesados, como minérios, combustíveis minerais, as necessidades da
navegação marítima em serviços, em máquinas e produtos de repa-
ração, engendram atividades industriais que encontram facilmente
mão-de-obra a recrutar entre os trabalhadores atraídos pela atividade
do porto. Os portos são, portanto, quase sempre, centro de fixação
das indústrias.
OS GRANDES PORTOS MARÍTIMOS 124
(tráfego em milhares de toneladas, em 1967) uni
petrolíferos
RO res ss ERR DAS E 141.352 78.686
Moda TE css Se
LS A 103.566
AMaEEIa =. 27 c> ss SS 62.271
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IH. Os transportes aéreos


À navegação aérea é um meio de transporte universal desde que
os aviões sobrevoam, indiferentemente, continentes e oceanos, isto é
desde o período que precedeu imediatamente a II Guerra Mundial.
O único meio de transporte que possui este caráter.
— a

124. Excluídos os portos de embarque de petróleo.

308
Transporte rápido, o avião continua a ser um transport
e caro,
embora o aumento da capacidade de carga dos dpdiólho de E ne
das viagens
dade das concorrências, a eventualidade
t olta sem
carga, tenham tido como efeito a prática de determinados
em condições de tarifas relativamente baixas, EP
A rapidez da circulação aérea atua frequentemente como corre-
tivo do custo real do transporte avaliado em termos absolutos. O
avião realiza o transporte de gêneros perecíveis através de grandes
distâncias, em percursos nos quais é o único meio de transporte a
poder realizá-lo sem transbordos (percursos mistos marítimos e ter-
restres: produtos temporãos das regiões subtropicais, jovens animais
reprodutores, peixe fresco). Escoa mercadorias frágeis cujas mani-
pulações repetidas trariam proporção elevada de perdas e deteriora-
ção. Desempenha a função de transporte remediador, trazendo, nos
menores prazos, os produtos ou máquinas indispensáveis ao funcio-
namento de uma empresa paralisada por um incidente técnico.
O transporte aéreo é, finalmente, o transporte econômico nos
países pouco equipados em meios de circulação, onde o tráfego é
insuficiente para mobilizar os investimentos necessários para construir
rodovias muito longas ou, com maior razão, vias férreas e onde,
entretanto, são indispensáveis contatos regulares: regiões de vastos
espaços não-explotados e, presentemente, inexplotáveis; solidões árti-
cas ou desertos das regiões intertropicais; grandes regiões florestais.
A realização desse transporte supõe aparelhamentos importantes
em terra: as infra-estruturas de circulação aérea, porém, seja qual
um des-
for o grau de tecnicidade desses aparelhamentos, necessitam
do que o esta-
locamento de materiais e obras menos consideráveis
necessidade, Os aviões
belecimento de ligações terrestres. Em caso de
ao de um eixo rodo-
cargueiros podem garantir um débito superior
cia-se do
viário. O estabelecimento das linhas de aviação civil benefi
é comum à
caráter estratégico da avaliação. Parte das infra-estruturas
r à explo-
aviação civil e à militar, ou foi cedida pela aviação milita
importante papel no
tação civil. Os créditos públicos têm, portanto,
equipamento dessas infra-estruturas.
or parte, por no
O transporte aéreo tem sido efetuado, em mai E
transportes por rege
des companhias (as experiências de
uen a imp ort ânc ia emp reendi das após al Guerra Mun = tra
peq o
dos aos exc ede nte s mili tare s, não
aparelhos compra e
tempó à con corrência dos grandes organismos bia a
muito
e que se mostravam apto
de pessoal e material abundantes,
309
tituir, rapidamente, as unidades a fim de acompanhar os
técnicos e, em particular, a aceleração das velocidades). 125 Progresso
O parque de navegação aérea apr
esenta duas Categorias de
aparelhos:
1.0) Os aparelhos de longo curso, a jato (Boeing 707, Dou.
glas DC 8), capazes de realizar vôos sem
escala de 5.000 a 6.000
quilômetros, a 900 km/h, pesando na decolagem 150 t e transpor-
tando 150 passageiros.
2.º) Os aparelhos de linhas regionais e os cargueiros aéreos
utilizados notadamente nos Estados Unidos, na América
do Sul, na
África e na União Soviética, que fazem o transporte
entre escalas de
algumas centenas de quilômetros a 1.500 km. São vários tipos
de
aviões: os DC 3, que estão atualmente em final de exploração na
maior parte das redes, os Caravelle e os DC 9, passando pelos Vis-
count, que fazem de 500 a 900 km/h.
A frota aérea mundial renova-se ao mesmo tempo que cresce.
Em 1-1-1958 ela aproximava-se dos 5.000 aparelhos em serviço nas
linhas regulares, contando-se com as da URSS. e das repúblicas
populares e o parque de companhias de navegação aérea sem escala
fixa. A aceleração das rotações permite fornecer mais serviços sem
aumentar sensivelmente o número de aparelhos.
Os progressos constantemente realizados pela técnica quanto à
infra-estrutura e à própria concepção das linhas de percurso longo
têm permitido desprezar escalas anteriormente consideradas como in-
dispensáveis. As relações transpacíficas foram, assim, várias vezes
modificadas em menos de 15 anos. Em novembro de 1954, as linhas
escandinavas organizaram seu serviço comercial através do oceano
Glacial Ártico. !:º Enquanto em 1940 a travessia comercial do Atlân-
tico Norte se iniciava apenas, as linhas comerciais transatlânticas do
norte efetuam um tráfego anual de mais de meio milhão de passa-
geiros, desde 1953.
O tráfego aéreo mundial apresenta dois aspectos essenciais: O
de uma circulação interna nacional, em extensos espaços
políticos

125. x
Os transportes feitos E 200
por helicópteros, que realiza
km/h, às ligações de cidade a cidade, cobrindo distâncias de m,150a acerca de
350 km nO
nordeste dos Estados Unidos e na Europa
ir de noroeste (rede da Sabena), tação
interessante experiência, porém não constituem uma explo
rentáv
126. O linha transártica da Air France, Paris-Tóquio, foi inaugurada em
abril de 1958.

310

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