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Roteiro da apresentação do projeto

“A indústria de cosméticos e os testes em animais”.

Modelo de apresentação: Sala ambientada, na qual se seguirá uma linha de raciocínio de


acordo com as pesquisas realizadas no primeiro trimestre. A seguir se encontra o roteiro de
apresentação que será seguido.

1. ISABELLI:
A indústria de cosméticos constitui um dos segmentos mais importantes da
economia mundial. Em produção, o Brasil passou ao terceiro lugar no ranking mundial e ao
primeiro na América Latina. O mercado internacional de cosméticos entre todos os circuitos
é estimado em US$90 bilhões, divididos entre maquiagem (19,3%), perfumes (54,3%) e
demais produtos (26%).

O setor de produção de cosméticos está organizado, com embasamentos reais e


científicos e com capacidade para comprovar a segurança e a eficácia de cada produto
fabricado, o que envolve múltiplas áreas do conhecimento, incluindo farmacologia,
toxicologia, biologia celular, química e bioquímica, microbiologia e mesmo modulação
molecular.

Apesar de andarem lado a lado com o desenvolvimento político e social humano, os


testes de maior intensidade em animais se deram no início do século XX, nos primeiros
tratamentos contra raiva e lepra. Isso aconteceu porque cientistas e pesquisadores
descobriram que alguns animais compartilham similaridades genéticas com os humanos, e
que seria mais fácil e menos perigoso testar substâncias de todos os tipos neles, para
garantir a segurança do usuário mais tarde.

Dentre a lista de espécies usadas como cobaias, animais como ratos e macacos
são manipulados aos milhares na execução de testes de laboratório, já que foi comprovado
que seus organismos compartilham similaridades com os dos seres humanos, o que, na
teoria, deveria fazer com que os resultados das experiências fossem mais conclusivos.

Além dessa semelhança genética, animais de pequeno porte como camundongos,


ratos e coelhos são escolhidos pelo simples fato de serem manipuláveis. No caso de
pequenos roedores, o custo da criação é baixo e eles se reproduzem rápido.

Os coelhos, por sua vez, são escolhidos por seu temperamento dócil, fácil
manuseio e reprodução acelerada. De acordo com notas divulgadas pelo People for the
Ethical Treatment of Animals (PETA), uma das maiores ONGs ambientais do mundo, os
coelhos são submetidos a diversos experimentos abusivos. Já que são maiores que ratos e
camundongos, os resultados para testes de cosméticos, por exemplo, se tornam mais
palpáveis.

O método era puxar um dos olhos do animal e depositar o produto, que podia ser
um shampoo, tinta ou maquiagem e depois fechar os olhos do coelho. Às vezes, o
procedimento acontecia várias vezes e os animais eram monitorados todos os dias, para
que se observasse a irritação nos olhos, que podia ir de inchaço a sangramento. Além
disso, não era incomum que os relatórios dos resultados dos testes, descrevessem reações
como cegueira, ferimentos internos sérios na córnea ou na estrutura ocular interna. Os
relatórios também continham as reações dos animais ao serem retirados da estrutura: uns
tentavam fugir, outros ficavam agressivos, tentando arranhar ou grasnar.

Para testes de produtos cosméticos na pele, os pelos dos animais precisavam ser
raspados para só então serem expostos às substâncias, mesmo com possíveis efeitos
prejudiciais. Geralmente, esses efeitos incluem sangramento na pele, formação de bolhas
ou descamação.

2. LÍVIA:

A legislação brasileira não proíbe a prática de testes animais, nem a comercialização


de cosméticos que usam essa técnica. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
estabelece que empresas se restrinjam de produtos no qual são feitos testes em animais.
No nosso país, é permitido somente o uso de cobaias para testes em produtos que sejam
de origem animal, sendo permitido o uso de formas específicas como por exemplo, corrosão
na pele.

Por outro lado, além do Brasil não contar com lei federal sobre o tema, apenas oito
estados têm leis específicas contra testes em animais e se voltam principalmente para a
proibição da prática na indústria cosmética. A lista inclui Amazonas, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Ainda assim, essas leis já motivaram inúmeros conflitos e tentativas de burlá-las sob
alegação de inconstitucionalidade, já que a ausência de uma lei federal já permitiu que
empresas no país, representadas pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), tentassem derrubá-las junto ao Supremo
Tribunal Federal (STF), como ocorreu em 2018.

Isso significa que hoje proibir testes em animais deveria ser uma demanda urgente
na esfera federal se queremos realmente evitar surpresas que representem um retrocesso
quando falamos de práticas que atentem contra o bem-estar animal.

O Brasil hoje conta com três iniciativas em trâmite na Câmara dos Deputados que
visam favorecer a não exploração animal na ciência.

● Uma é o Projeto de Lei 2470/2011, de autoria do deputado Ricardo Izar, que


regulamenta o direito à informação quanto ao uso de animais vivos em testes de
produtos e substâncias. Se continuar avançando até ser sancionada, a proposta
obrigará os fabricantes a destacarem a seguinte informação: “Obtido a partir de
testes em animais vivos”.
● Mais recente, e de autoria do deputado federal Célio Studart (PV-CE), o Projeto de
Lei (PL) 948/2019, já apensado ao PL 6325/2009, defende a proibição em todo o
Brasil do uso de animais em testes de produtos cosméticos, de higiene pessoal,
perfumaria e limpeza.
● Studart também é o autor do PL 2560/2019, que prevê a criação do selo “Livre de
Crueldade” para identificar produtos e marcas livres de testes em animais. Anexada
ao Projeto de Lei (215/2007), a iniciativa também visa estimular as empresas a se
afastarem da prática.

3. ALAN:

Um caso de grande apelo foi o que ocorreu em 2013, no Instituto Royal em São
Roque/SP. Foi descoberto que cães da raça Beagle eram vítimas de testes violentos, algo
completamente irregular. Ativistas se utilizaram da imprensa e redes sociais para mostrar
que realmente os cães passavam por maus tratos no laboratório no qual tinha como
finalidade experiências científicas. O Instituto Royal era uma entidade privada do ramo de
testes e pesquisas farmacêuticas brasileiras de grande prestígio, mas tudo veio a ruir com a
exposição da crueldade.

Cães foram retirados do instituto pelos ativistas que definiram o estado dos bichos
como feridos e mutilados. Esses cães eram utilizados para testes de medicamentos que
seriam utilizados. Com isso, os bichos tinham reações adversas como vômito, convulsões,
diarreia e perda de coordenação, logo, é possível definir a crueldade que realizavam nos
testes, principalmente por ser uma raça em que os cães são pequenos e dóceis.

4. LÍVIA:

No Instituto Royal era defendido que se utilizasse cães para testes, principalmente
os da raça Beagle, que é muito antiga e tinham o padrão genético que eles procuravam
para realizarem suas pesquisas. No entanto, muitos desses cães morreram antes mesmo
de completarem um ano, devido aos medicamentos que eram utilizados nos bichos, no qual
eram muito fortes e acabavam não aguentando essa crueldade.

Após a invasão de ativistas contrários à prática de testes laboratoriais em animais,


ocorrida no dia 18 de outubro, o Instituto Royal decidiu encerrar as atividades do laboratório
no município de São Roque, no interior paulista. Depois desse fato, o Instituto Royal nunca
mais foi o mesmo, sendo mal visto pela maioria das pessoas, principalmente de ativistas
que fazem de tudo para que esse assunto sobre a defesa dos animais seja sempre
lembrado como algo que precisa ser de utilidade pública, não somente agora, mas em um
futuro próximo.

5. LETÍCIA:

Alternativas para impedir com que testes em animais ainda sejam aplicados na
indústria de cosméticos vêm ganhando espaço e já existem métodos confiáveis e até mais
eficazes para comprovar a segurança de um produto e que estão sendo usados em
diversos laboratórios. Alguns deles são:
● Tecidos humanos: São tecidos doados por voluntários nos momentos de cirurgia.
Desse modo, os cientistas reconstruíram olhos, pele e tecido para realizarem testes.
Inclusive, os resultados alcançados são melhores do que em testes animais;
● Estudos voluntários: Foram criadas ferramentas e técnicas para estudar voluntários
humanos com a máxima segurança. Dessa maneira, diversas máquinas “enxergam”
dentro do cérebro e, assim, monitoraram a progressão e o tratamento de doenças;

● Método alternativo In Vitro: Esse método utiliza o cultivo de células, órgãos e tecidos
fora do corpo. Ele já é aplicado em muitos laboratórios, e é autorizado por
instituições regulatórias.

As vantagens dos métodos alternativos são que, em muitos casos, eles são mais
rápidos e baratos, além de terem condições experimentais altamente controladas e
resultados quantificáveis, diferente de alguns testes em animais que geram resultados
subjetivos e demandam mais tempo e gastos. Além de promover o bem-estar do animal,
esses princípios estimulam o desenvolvimento de melhores modelos e ferramentas que se
aproximam mais da biologia humana, com maior possibilidade de previsão da eficácia e
segurança.

Apesar de suas vantagens, nenhum método alternativo sozinho é capaz de substituir


o uso de animais, pois cada um dos métodos reproduz apenas parcialmente a complexa
resposta fisiológica que ocorre em um organismo vivo. Por exemplo, testes de irritação
ocular epiteliais da córnea indicam o potencial de lesão de uma substância apenas na
córnea e sabemos que há outras estruturas oculares, como a íris que, também é importante
no processo de irritação ocular.

6. JÚLIA:

O termo Cruelty Free significa livre de crueldade e foi adotado para classificar
produtos que são livres de crueldade animal. Organizações como o PETA(People for the
Ethical Treatment of Animales), que surgiu em 1980 e tem como foco central de sua
atividade reivindicar os direitos dos animais, recolhem dados de empresas que se
comprometeram a produzir suas mercadorias sem qualquer tipo de teste que prejudique a
integridade e a saúde dos animais.

Existem diversos selos que garantem a integridade do produto, no entanto, o que se


destaca e que é o mais cobiçado pelas marcas é o Leaping Bunny, concedido pela Cruelty
Free International. Segundo o PETA, para que uma empresa ou marca consiga ganhar o
selo de Cruelty Free internacionalmente, ela deve apresentar uma declaração de garantia
assinada pelo(a) CEO, verificando que ela e seus fornecedores de ingredientes não
conduzem, comissionam, pagam, ou permitem quaisquer testes em animais para
ingredientes, formulações ou produtos acabados em qualquer lugar do mundo, e não o fará
no futuro.

Além disso, as candidatas aos selos precisam enviar documentos detalhados que
descrevem como as empresas testam seus produtos, onde são vendidos, que tipos de
produtos oferecem e que tipos de ingredientes usam, para que possam ser
comprovadamente Cruelty Free.
Entre as marcas brasileiras que possuem o selo Cruelty Free estão Avon, Eudora,
Granado, Impala, Jequiti, Natura e O Boticário. De acordo com a HSI (Humane Society
International).

A Natura, por exemplo, desde 2006 não testa em animais e só adquire ingredientes
de fornecedores comprometidos com essa conduta. A empresa já desenvolveu mais de 60
metodologias alternativas, com o apoio de institutos de pesquisa e universidades do Brasil e
do exterior. Ainda segundo a companhia, a Avon atua há 30 anos no fortalecimento de
organizações científicas, como o Institute for In Vitro Sciences – Instituto de Ciências In Vitro
(IIVS), o Fundo para Substituição de Animais em Experiências Médicas (Frame) e a própria
HSI.

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