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Capacitação no Uso e Manejo

de Animais de Laboratório

PROCEDIMENTOS LEGAIS PARA PRODUÇÃO E USO DE ANIMAIS PARA


FINS CIENTÍFICOS, DIDÁTICOS E TECNOLÓGICOS

 Eduardo Pompeu
 Faculdade de Medicina - USP

REBIOTERIO
Utilização de
Animais de laboratório

Pesquisas Progresso das


Científicas Áreas Biológicas
Histórico

 Hipócrates (450 a.C.)  Órgãos humanos x animais;

 Galeno (129 - 210 d.C.)  Medicina Científica;

 René Descartes (1596 - 1650)  Animais não possuíam alma - não


sentiam dor;

 Jeremy Benthan, 1789  base para proteção animal.

 Claude Bernard (século XIX) CIENTISTA  Postura indiferente ao


sofrimento dos animais de laboratório;
Histórico

Russel Adequação
1959
[ Burch
3 Rs das
pesquisas

 Não impede a utilização de modelos animais;

 Precursora do pensamento de técnicas alternativas


Pesquisa e/ou Ensino nas Áreas Biomédicas

 ENVOLVIMENTO DE SERES HUMANOS

 USO DE MODELOS ANIMAIS

 RELAÇÃO COM OUTROS PESQUISADORES

 RELAÇÃO COM A SOCIEDADE


Relação com a Sociedade

PROTEÇÃO DOS INDIVÍDUOS

DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS


 Participação nos benefícios gerados

RETORNO SOCIAL COMPLEXO


 Imediato
 Médio prazo
 Longo prazo

 Repercussões restritas a um grupo ou abrangentes a toda sociedade


Legislação

Brasil

 Código de Posturas do município de São Paulo, 1886

- Artigo 220 – proibia cocheiros, ferradores ou condutores de veículo de tração

animal , maltratar os animais com “castigos bárbaros e imoladores”;

 Decreto 24.645, 1934


- Estabelece medidas de proteção aos animais – Estado reconhece como tutelados

todos os animais existentes no país,

- Cuidados com animais de grande porte (equinos e bovinos);

 Lei 6638, 1979

- Normas para prática didático-científica da vivissecção de animais,

- Biotérios e centros de experiências deverão ter registro em órgão competente.


Legislação

Brasil

 Vários projetos (década de 90)  sem aprovação;

 Lei Federal 9605/1998  Lei de Crimes ambientais;


- Dispõe sobre sanções penais e administrativas sobre atividades lesivas ao meio ambiente,

Art.32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais:

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda

que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

 Lei 11.977, 25/08/2005 (São Paulo).

- Código de Proteção aos Animais do Estado

Capítulo IV - Experimentação Animal - Artigo 23 : utilização de animais vivos

- Artigo 24 : registro dos estabelecimentos de pesquisa

- Artigo 25 : constituição de CEUAs

Escusa ou objeção de consciência


Legislação

Brasil Lei 11.794, de 08/10/2008

 Diário Oficial da União: 09/10/2008;


 Criação e utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa;
 Animais filo Chordata, subfilo Vertebrata;
 Constituição de CEUAs:

 Veterinários  Pesquisadores
 Biólogos  Representante de ONGs
 Docentes

• Artigo 10º: compete às CEUAs:

 Examinar previamente os procedimentos de ensino e pesquisa;


 Manter cadastro atualizado dos procedimentos e pesquisadores;
 Expedir certificados que se fizerem necessários;
 Enviar os cadastros e cumprir as resoluções do CONCEA.

• Criação do CONCEA
CONCEA - Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal

 Decreto 6.899, de 15/07/2009

 Composição do CONCEA;

 Normas para o seu funcionamento

 Cadastro das Instituições de Uso Científico de Animais – CIUCA

 Órgão integrante do MCTI.


CONCEA

 Atribuições:

 Credenciar as Instituições com atividades de ensino e/ou pesquisa


relacionadas com animais;

 Cadastro atualizado das CEUAs;

 Estabelecer normas técnicas para instalação e funcionamento de biotérios,


laboratórios experimentais e centros de criação de animais;

 Manter cadastro atualizado de protocolos experimentais ou pedagógicos;

 Apreciar e decidir recursos interpostos contra decisões das CEUAs;

 Aplicar as sanções previstas nos art. 17 e 18 da Lei 11.794


CONCEA

 Resoluções normativas:

 № 06, de 10/07/2012
- Instalação e funcionamento das CEUAs.

 № 15, de 16/12/2013
- Estrutura física e ambiente de roedores e lagomorfos.

 № 21, de 20/03/2015
- Credenciamento Institucional para atividades com animais em ensino ou pesquisa - CIAEP

 № 35, de 11/08/2017
- Controle da dor : anestesia, analgesia e sedativos

- Procedimentos cirúrgicos – Supervisão de Médico Veterinário.


CONCEA

 DBCA – Diretriz Brasileira (Resolução №30 de 02/02/2016)

Atividades científicas ou didáticas que façam uso de animais não podem ser
iniciadas antes da aprovação formal da CEUA da instituição em que os animais
estarão sob experimentação/aula;

Estudos piloto, quando propostos, devem ser considerados como integrante de um


projeto ou protocolo como um todo, sendo avaliados pela CEUA de acordo com os
critérios normais aplicados à aprovação de estudos plenos;
CONCEA

 DBCA – Diretriz Brasileira (Resolução №30 de 02/02/2016)

Os animais devem ser observados para verificar desvio do padrão normal de


comportamento, visto que estes são considerados os primeiros indícios de dor ou
distresse. Ao apresentarem sinais de dor ou distresse, mesmo com as precauções
tomadas, estes sinais devem ser aliviados prontamente ou deve-se praticar eutanásia
de imediato(exceto nos casos nos quais estes sinais sejam o objetivo do estudo);

Ovos fertilizados de aves e outras espécies de vertebrados devem ser destruídos após
pesquisa a não ser que haja necessidade justificada de sua incubação. A CEUA deve
aprovar o tratamento pretendido pelo responsável do estudo.
Legislação

Brasil

 CFMV/CRMVs
- Resolução 592, 26/06/1992

- Registros no CFMV e CRMVs

Art. 01 – XVII - Jardins Zoológicos e Biotérios


XVIII - Instituições que mantenham animais, com finalidade de ensino e/ou pesquisa.

- Resolução 1753, 16/10/2008


- Regulamento técnico – profissional: destinado ao Méd. Veterinário com função de Responsável Técnico

- Resolução 1178, 17/10/2017

- Dispõe sobre a responsabilidade técnica em estabelecimentos que criem ou utilizem animais em


atividades de pesquisa ou ensino.

Art.1. É privativa do médico veterinário a responsabilidade técnica em estabelecimentos e instalações

de criação e de utilização de animais em atividades de pesquisa científica e de ensino superior ou de

educação profissional técnica de nível médio da área biomédica.


Biotérios - Finalidade

- CRIAÇÃO

“É aquele em que se encontram matrizes e reprodutores de diversas


espécies e linhagens”

- MANUTENÇÃO

“É aquele que tem como finalidade a adaptação de animais ao


cativeiro e a produção de insumos animais tais como sangue e
órgãos”

- EXPERIMENTAÇÃO

“Destina-se aos animais em pesquisa experimental ”


Pesquisa Experimental

- Conhecimento do modelo utilizado:

• Fisiologia, imunologia, comportamento;


• Anatomia comparada;
• Técnica Cirúrgica;
• Anestesia;
• Cuidados pré e pós-operatórios.

 Equipe:
 manipulação dos animais;
 administração de drogas;
 observações clínicas.
Legislação

São Paulo Projeto de Lei № 706, de 2012

 30/06/2017 – Parecer 533, de 2017, da Comissão de Constituição, Justiça e Redação,


propondo Redação final.

 26/07/2017 - Publicada a Mensagem A-№ 78/2017, do Senhor Governador do Estado de


São Paulo, opondo Veto Total ao referido Projeto de Lei (DOE pág. 01).

− Restringe a utilização de animais em atividades de ensino no Estado de São Paulo;


− Utilização de animais em atividades de ensino fica restrita:
 Estudos observacionais em campo;  Aulas de semiologia;
 Estudos para diagnose e terapia de pacientes reais;  Material biológico.
 Utilização de cadáveres adquiridos eticamente;

• Justificativa

A utilização de animais vivos no ensino vem sendo cada vez mais questionada no meio
acadêmico e pela população em geral, seja por questões éticas, seja por questões científicas. Há
uma crescente tendência da sociedade em trazer os animais para uma esfera moral, reconhecendo-
os como sujeitos de direito.
CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

• Instrução Normativa № 01 de 05/09/1996:

 Entidades que se dedicam ao ensino, à pesquisa científica e ao desenvolvimento


tecnológico que envolvam OGM (organismo geneticamente modificado) deverão
requerer o CQB –Certificado de Qualidade em Biossegurança;

 CQB – expedido pela CTNBio para a instituição, levando em consideração a


competência e adequação do quadro funcional e a infra-estrutura disponível.
USO DE ANIMAIS PARA FINS CIENTÍFICOS, DIDÁTICOS E TECNOLÓGICOS

COMPETÊNCIA INSTALAÇÕES MELHORAR


DA EQUIPE CORRETAS PROCEDIMENTOS

- Capacitação técnica; - Estrutura física; - Obediência aos


procedimentos legais;
- Participação em - Qualidade dos
Eventos científicos modelos biológicos - Critérios de avaliação /
sindicância
Conceitos abordados
• Importância da Lei federal 11.794
• Principais Resoluções CONCEA
• Responsabilidade Técnica
• CQB e Organismos geneticamente modificados

Referências complementares
• BRASIL. Lei 11.794, de 8 de outubro de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.
196, 9 out. 2008. Seção I, p.1-2, 2008.
• BRASIL. Decreto 6.899, de 15 de julho de 2009.Diário Oficial da União, Brasília, DF,
n.134, 16 jul. 2009. Seção I, p. 2-5, 2009.
• RUSSELL, WMS, BURSH, RL. The principles of human experimental technique.
London: Methuen and Company, 1959.
• BRASIL. Instrução Normativa CTNBio 1, de 05 de setembro de 1996. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 06 set. 1996. Seção I, p. 17.694, 1996.
REBIOTERIO
Contato para esclarecimento de duvidas: cebiot_curso@icb.com.br

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