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e produtos domésticos
A realização de testes em animais para a produção de cosméticos é uma das
áreas em que animais são usados. Isso envolve mortes de milhões de animais,
em diferentes países, que sofrem de muitos modos diferentes no processo.
Coelhos, porquinhos-da-índia, camundongos e ratos geralmente são usados
em testes em animais. Eles são queimados, mutilados, envenenados e
intoxicados por gases, e se conseguirem sobreviver ao processo, são mortos
para que seus corpos possam ser estudados, ou então são submetidos ao
mesmo tormento mais uma vez.
Tipos de testes
Os procedimentos envolvendo o uso de animais variam, mas é comum testar
produtos nas membranas mucosas, como os olhos, que podem acabar sendo
queimados. Em outros casos, a pele do animal é queimada, resultando em
úlceras, sangramento e outros ferimentos.
Teste de Draize
O teste de Draize é usado para medir a toxicidade de uma substância. Um
animal é imobilizado e a substância a ser testada é aplicada na pele ou olho do
animal. Pinças podem ser usadas para manter os olhos do animal abertos. A
substância chega a ser deixada na pele ou olho por até 14 dias enquanto seus
efeitos são monitorados. Os animais são mortos se os danos causados a eles
são irreversíveis; infelizmente, aqueles que não sofrem danos irreversíveis são
simplesmente usados de novo após uma “limpeza”. Testes de Draize podem
causar ulcerações, hemorragia, visão turva e cegueira. Alguns animais, como
os coelhos (que são frequentemente usados em testes de Draize), produzem
menos lágrimas que humanos, e, portanto, passam por dor extrema nesses
experimentos2.
Toxicidade aguda
Nos testes de toxicidade aguda, os animais são forçados a aguentar a
exposição repetida a produtos químicos por até três meses. Isso pode ser feito
para testar os efeitos da substância em órgãos como pulmões, fígado, coração
ou sistema nervoso. Durante esses testes, os animais podem ser forçados a
ingerir a substância que está sendo testada, esta pode ser injetada diretamente
neles, ou o animal pode ser colocado em um tubo (como no caso de
camundongos, por exemplo) e forçado a inalar a substância. Estudos desse
tipo usam camundongos, bem como outros animais como cães. Esses testes
causam um grande sofrimento aos animais forçados a aguentá-los, devido ao
manuseio, confinamento, ingestão forçada e aos horríveis efeitos de algumas
substâncias químicas. Os animais sofrem por convulsões, crises epilépticas,
paralisia e morte durante tais experimentos3.
Sensibilização dérmica
Testes de sensibilização dérmica são usados para determinar o potencial de
uma substância química de causar reação alérgica 5. A substância pode ser
aplicada sobre a pele ou injetada sob ela. Esses testes causam úlceras,
escamação e inflamação. As substâncias químicas são avaliadas pelo dano
causado à pele, o que é bastante subjetivo, e muitas vezes os resultados desses
testes não são úteis. Esses testes também podem ser inúteis devido às grandes
diferenças fisiológicas entre humanos e os animais utilizados nos
experimentos.
Toxicocinética
Esses experimentos são usados para determinar a velocidade com que
substâncias tóxicas se deslocam pelo corpo. Certas substâncias se tornam mais
tóxicas à medida que o corpo as metaboliza. Um animal pode ser dosado com
uma substância através de ingestão forçada, inalação ou injeção. Amostras de
sangue são coletadas periodicamente e o animal é inevitavelmente morto. As
diferenças na fisiologia da espécie e nas enzimas hepáticas com frequência
tornam os resultados desses experimentos inúteis para a extrapolação a
humanos6.
Carcinogenicidade
Carcinógenos são substâncias que causam ou aumentam o risco de surgimento
de células cancerígenas. Nesses testes, substâncias químicas são usadas para
induzir o crescimento de tumores em animais de teste. A substância que está
sendo examinada é aplicada sobre a pele do animal, inalada ou administrada
oralmente. Após dois anos, o animal é morto e examinado. Os resultados
desses testes podem variar bastante dependendo da espécie e raça dos animais
usados.
Toxicidade para a reprodução e o desenvolvimento
Esses experimentos buscam estudar os efeitos de uma substância na fertilidade
e em órgãos reprodutivos de um animal, geralmente ratos, camundongos e
coelhos. A substância química pode ser administrada por várias vias,
dependendo de como se espera que os humanos entrem em contato com a
substância. Os animais normalmente são dosados antes e durante sua gravidez.
Animais machos também são dosados antes do acasalamento.
Algumas vezes, fêmeas grávidas são mortas antes de dar à luz e seus fetos são
examinados. Em outros casos, a substância também é administrada à cria, e
em alguns testes, a uma segunda geração de animais. As mães podem ser
forçadas a terem até vinte ninhadas, que também serão objetos de
experimentos. Abortos espontâneos, partos prematuros e defeitos de nascença
são comuns. Estudos que fazem experimentos em duas gerações podem usar
mais de 2.000 animais.
Algumas dessas empresas não testavam em animais durante muito tempo, mas
começaram a fazê-lo para vender seus produtos na China. Elas agora não
precisam fazer isso e resta saber quais serão suas políticas no futuro. É
interessante notar, entretanto, que algumas empresas na verdade escolheram
não vender seus produtos lá e assim pressionar as autoridades chinesas a
mudar a lei antes da proibição da exigência de experimentação animal ser
aprovada. A empresa LUSH fez isso9.
Muitas vezes há confusão nos Estados Unidos sobre isso, pois as empresas
que usam animais para testes de cosméticos com frequência se queixam de
que são obrigadas a fazê-lo. Na verdade, não são. A única exigência da Food
and Drug Administration (FDA) é que os produtos sejam testados para se
certificar de que sejam seguros, através de testes de toxicidade. Não há
exigência alguma de que esses testes sejam feitos em animais.