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F&M SROC

NEWSLETTER #44 setembro de 2022

SUMÁRIO
VERBA 2.23 DA LISTA I DO CÓDIGO DO IVA – EMPREITADAS DE
REABILITAÇÃO URBANA

1. NOTAS INTRODUTÓRIAS

2. INFORMAÇÃO DO PORTAL DA HABITAÇÃO

3. QUADRO LEGAL

4. LISTA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS

5. INFORMAÇÃO VINCULATIVA – PROC.º n.º 22521


1. NOTAS INTRODUTÓRIAS

Pretendia-se dedicar a presente newsletter às informações vinculativas publicadas


recentemente no Portal das Finanças em matéria de IVA.

Porém, ao realizar a busca, deparámo-nos com uma situação invulgar, que se prende com o
facto de, no corrente ano, até à data, ter sido publicada apenas uma informação vinculativa
versando sobre tais temáticas.

Note-se que, dando como exemplos os dois anos precedentes, em 2021 foram publicadas 79
informações vinculativas em sede de IVA e em 2020 foram publicadas mais 114, daí a nossa
surpresa, até porque, em regra, se trata precisamente da área tributária em que as
informações vinculativas (publicadas) são mais abundantes.

A referida ficha doutrinária (única publicada em 2022) versa sobre a verba 2.23 da Lista I do
Código do IVA, a qual prevê a aplicação da taxa reduzida do IVA (de 6%) às denominadas
“empreitadas de reabilitação urbana”, matéria com a qual nos temos deparado com alguma
frequência e relativamente à qual se suscitam várias dúvidas.

Tratando-se de um assunto relevante, pelas razões invocadas mais adiante, optou-se, então,
por centrar a presente newsletter na análise do mesmo, abordando-se, designadamente, a
informação vinculativa acima referida.

Ao efetuar a análise do tema, e no sentido de enriquecer o presente documento, pretendeu-


se também identificar outras fichas doutrinárias, relacionadas com o mesmo. No entanto, ao
realizar a busca no Portal das Finanças, deparámo-nos com algo inesperado.

Estávamos convictos que, colocando o filtro “Visualização por verbas das Listas I e II anexas
ao CIVA”, iríamos encontrar várias fichas doutrinárias associadas à referida verba 2.23, uma
vez que já anteriormente havíamos efetuado tal consulta, tendo-se obtido vários resultados.

Todavia, verificou-se que atualmente não consta no Portal das Finanças nenhuma informação
vinculativa associada à verba 2.23, concluindo-se que as mesmas, inexplicavelmente, haviam
sido retiradas, algo que terá sucedido recentemente (a lista passa diretamente da verba 2.22
para a verba 2.25).

Ainda assim, uma vez que havia sido publicada a informação vinculativa referida inicialmente
(obtida através do filtro “Visualização por data de disponibilização”), tentou-se perceber em
que local é que a mesma se encontrava, concluindo-se que a mesma aparece associada ao
art.º 18.º do Código do IVA, relacionado com as taxas (filtro “Visualização por artigos do

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CIVA”), aparecendo misturada entre muitíssimas outras (associadas ao art.º 18.º constam
atualmente 568 informações vinculativas publicadas, aparecendo esta na posição 249).

Perante tal constatação, dentro do separador “art.º 18.º”, efetuou-se uma busca de outras
fichas doutrinárias sobre o tema em apreço, tendo-se constatado existirem mais 20, para
além daquela (acresce mais uma que aparece associada ao “art.º 36.º), sem prejuízo de aí
não constarem aquelas que anteriormente apareciam no separador “verba 2.23”.

Quanto ao tema em apreço, já anteriormente se aludiu à sua importância.

Desde logo, cumpre assinalar que se está perante a possibilidade de se poder aplicar a taxa
reduzida do IVA, de 6%, a determinadas empreitadas relacionadas com bens imóveis, o que
representa uma redução no preço da empreitada, face à taxa normal de 23%, de 17 pontos
percentuais, o que é bastante significativo, especialmente quando o dono da obra é um
consumidor final ou um sujeito passivo sem direito à dedução (porque constrói para venda ou
porque vai destinar os imóveis a arrendamento). Acresce que, ainda que se trate de sujeitos
passivos com direito à dedução, a redução de taxa permitirá minimizar o impacto da
imposição de posteriores regularizações, caso o imóvel seja posteriormente afeto a atividades
isentas durante o período de regularização (de 20 anos).

A importância do tema decorre, igualmente, do facto de a possibilidade de aplicar a redução


de taxa acontecer muito frequentemente na vida prática, uma vez que estão em causa
empreitadas sobre bens imóveis situados em Áreas de Reabilitação Urbana (ARU), áreas
estas que proliferam no nosso país, tal como se dará conta no ponto 2, onde consta alguma
informação pertinente retirada do “Portal da Habitação”.

Finalmente, a análise do tema é também relevante porquanto se suscitam várias dúvidas em


torno do mesmo. Por um lado, fruto de interpretações demasiado restritivas e, por vezes, até
contraditórias emanadas da AT (sendo talvez esta a razão pela qual foram retiradas várias
informações vinculativas do Portal das Finanças), o que, para os operadores económicos, é
gerador de uma grande insegurança jurídica. Por outro lado, porque a verba em apreço
remete expressamente para legislação específica, na medida em que se alude a “(…)
reabilitação urbana, tal como definida em diploma específico”, estando em causa o Regime
Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU), aprovado pelo DL n.º 307/2009, matéria com a qual,
pela sua especificidade, qualquer fiscalista tem dificuldade em lidar.

Para um adequado enquadramento, no ponto 3, iremos aludir ao quadro legal aplicável,


começando pelo Código do IVA, mais concretamente pela verba 2.23 (apesar de a redação
atual da verba 2.23 ter entrado em vigor há já vários anos, iremos aludir à evolução legislativa,

3
começando pela origem, ou seja, pela sua redação inicial (começou por ser a verba 2.21).
Seguidamente, serão citadas algumas normas do RJRU, terminando-se com o Código Civil,
na parte em que define o que se entende por contrato de empreitada.

Por sua vez, no ponto 4 consta uma lista com as (22) informações vinculativas que atualmente
estão disponíveis no Portal das Finanças (associadas ao art.º 18.º, tal como anteriormente
referido), colocando-se, em seguida, uma outra lista com aquelas (8) que, apesar atualmente
não constarem (estavam associadas à verba 2.23), tivemos a oportunidade de obter em
resultado de pesquisas efetuadas anteriormente à sua remoção.

O ponto 5 será dedicado à análise da informação vinculativa publicada em 2022 (proferida no


Proc.º n.º 22521, com despacho de 11-01-2022, publicada em 02-06-2022), tecendo-se aí
alguns comentários tidos como pertinentes e aproveitando-se para aludir, resumidamente, a
alguns entendimentos da AT constantes de outras fichas doutrinárias.

De notar que a aplicação, ou não, da taxa reduzida é algo que não tem de ser aferido apenas
pelo empreiteiro, prestador de serviços, na medida em que, verificados os respetivos
pressupostos, pode haver lugar à inversão do sujeito passivo (autoliquidação), aplicável aos
serviços de construção civil (alínea j) do n.º 1 do art.º 2.º do CIVA), caso em que a
responsabilidade pela liquidação do IVA, à taxa reduzida, ou não, incumbe ao próprio
adquirente.

Tratando-se de um tema importante e controverso, pensa-se que deveria merecer, por parte
da AT, uma abordagem diferente, mais abrangente, quiçá sob a forma de Ofício Circulado,
de modo a conferir maior segurança aos contribuintes, caminho este que, porventura, tendo
em conta a recente remoção de várias informações vinculativas versando sobre o tema,
poderá até estar a ser trilhado (?).

Para finalizar, cumpre salientar que os benefícios fiscais associados à reabilitação urbana
não se esgotam no âmbito IVA, destacando-se o disposto nos artigos 45.º (benefícios fiscais
em sede IMI e IMT) e 71.º (benefícios fiscais em sede IRC e IRS), ambos do Estatuto dos
Benefícios Fiscais, matérias não abordadas no presente documento.

4
2. INFORMAÇÃO DO PORTAL DA HABITAÇÃO

A informação que aqui se apresenta foi retirada do site portaldahabitação.pt e pode ser obtida
em https://www.portaldahabitacao.pt/area-de-reabilitacao-urbana.

Segundo aí consta:

“O Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de Outubro, estabeleceu o Regime Jurídico da


Reabilitação Urbana, revogou o diploma das Sociedades de Reabilitação Urbana, regulou a
figura de Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana e estruturou as intervenções de
reabilitação com base em dois conceitos fundamentais: o conceito de «área de reabilitação
urbana» (ARU) e o conceito de «operação de reabilitação urbana» (ORU).

Por área de reabilitação urbana, designa-se a área territorialmente delimitada que, em virtude
da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos
equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva,
designadamente no que se refere às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou
salubridade, justifique uma intervenção integrada, através de uma operação de reabilitação
urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor de reabilitação urbana.

A operação de reabilitação urbana, por sua vez correspondente ao conjunto articulado de


intervenções visando, de forma integrada, a reabilitação urbana de uma determinada área.

A delimitação das áreas de reabilitação urbana é da competência da assembleia municipal,


sob proposta da câmara municipal. A aprovação de uma ARU atribuí à área um conjunto
significativo de efeitos, entre estes, destaca-se, a obrigação da definição dos benefícios
fiscais associados aos impostos municipais sobre o património. Decorre também daquele
acto a atribuição aos proprietários do acesso aos apoios e incentivos fiscais e financeiros à
reabilitação urbana.

O Regime Jurídico da Reabilitação Urbana foi precedido pela Lei do Orçamento do Estado
para 2009 que introduziu novos benefícios para a reabilitação urbana e estabeleceu a
possibilidade de delimitação das áreas de reabilitação para efeitos do Estatuto dos Benefícios
Fiscais.

Em 2012, a Lei n.º 32/2012 de 14 de agosto, procedeu à primeira alteração ao Decreto-Lei


n.º 307/2009, de 23 de outubro, aprovando medidas destinadas a agilizar e a dinamizar a
reabilitação urbana, possibilitando que a delimitação da área de reabilitação Urbana e a
aprovação da operação de reabilitação urbana, ocorrerem em momentos distintos.”

5
A propósito da grande proliferação de ARU em Portugal, sinal evidente da importância do
presente tema, devido à sua grande aplicabilidade prática, cumpre assinalar que, de acordo
com o site em referência, existem 275 municípios com ARU, totalizando 1323 ARU,
distribuídas de acordo com o quadro que a seguir se apresenta:

Verifica-se da imagem anterior que, apesar de existirem, conforme referido, 1323 ARU em
Portugal (7 das quais não estão ainda aprovadas/delimitadas), apenas estão aprovadas 445
ORU (Operações de Reabilitação Urbana), sendo certo que na redação da verba 2.23 apenas
consta “(…) realizadas em imóveis ou em espaços públicos localizados em áreas de
reabilitação urbana (…)”, apesar de, imediatamente antes da expressão citada, constar
também a expressão “Empreitadas de reabilitação urbana, tal como definida em diploma
específico (…)”.

Dando como exemplos 4 municípios do distrito de Braga, podemos constatar que existem
atualmente 4 ARU no município de Braga, 4 ARU no município de Barcelos, 4 ARU no
município de Famalicão e 16 ARU no município de Guimarães, conforme se passa a
discriminar:

ü MUNICÍPIO DE BRAGA: ARU DE BRAGA NASCENTE, ARU DE BRAGA NORTE,


ARU DE BRAGA SUL e ARU DO CENTRO HISTÓRICO DE BRAGA.

ü MUNICÍPIO DE BARCELOS: ARU DE BARCELINHOS POENTE, ARU DE


BARCELOS NASCENTE 1, ARU DE BARCELOS NASCENTE 2 e ARU DO CENTRO
HISTÓRICO DE BARCELOS.

6
ü MUNICÍPIO DE VILA NOVA DE FAMALICÃO: ARU DA VILA DE JOANE, ARU DE
RIBA d'AVE E DO CENTRO DE OLIVEIRA S. MATEUS, ARU DO CENTRO URBANO
DE VILA NOVA DE FAMALICÃO e ARU DO EIXO BAIRRO-DELÃES.

ü MUNICÍPIO DE GUIMARÃES: ARU DE S. JORGE DE SELHO, ARU DO CENTRO


CÍVICO E HISTÓRICO DE BRITO, ARU DO CENTRO CÍVICO E HISTÓRICO DE
LORDELO, ARU DO CENTRO CÍVICO E HISTÓRICO DE MOREIRA DE CÓNEGOS,
ARU DO CENTRO CÍVICO E HISTÓRICO DE PONTE, ARU DO CENTRO CÍVICO E
HISTÓRICO DE RONFE, ARU DO CENTRO CÍVICO E HISTÓRICO DE S.
TORCATO, ARU DO CENTRO CÍVICO E HISTÓRICO DE SERZEDELO, ARU DO
CENTRO CÍVICO E SIMBÓLICO DA FREGUESIA DE AZURÉM, ARU DO CENTRO
DA CIDADE: RUA D. JOÃO I À ZONA DOS COUROS DE MODO A INCLUIR AS
ZONAS DAS HORTAS E CRUZ DE PEDRA, ARU DO CENTRO DAS TAIPAS:
AVENIDA DA REPÚBLICA À RUA DA CHARNECA, ARU DO CENTRO HISTÓRICO,
ARU DO PARQUE INDUSTRIAL DA GANDARA / BARCO, ARU DO PARQUE
INDUSTRIAL DE BRITEIROS SANTO ESTÊVÃO, ARU DO PARQUE INDUSTRIAL
DE PENCELO / SELHO S. LOURENÇO e ARU DO PARQUE INDUSTRIAL DE S.
JOÃO DE PONTE.

Dando agora como exemplos 4 municípios do distrito de Viana do Castelo, conclui-se que
existem atualmente 11 ARU no município de Viana do Castelo, 2 ARU no município de Ponte
de Lima, 2 ARU no município de Valença e 6 ARU no município de Arcos de Valdevez, a
saber:

ü MUNICÍPIO DE VIANA DO CASTELO: ARU DA CIDADE NORTE, ARU DA CIDADE


POENTE, ARU DA FRENTE ATLÂNTICA, ARU DA FRENTE MARÍTIMA DA
AMOROSA, ARU DA FRENTE RIBEIRINHA DE VIANA DO CASTELO, ARU DE
ALVARÃES, ARU DE BARROSELAS, ARU DE DARQUE, ARU DE LANHESES, ARU
DE VILA NOVA DE ANHA e ARU DO CENTRO HISTÓRICO DE VIANA DO
CASTELO. X11

ü MUNICÍPIO DE PONTE DE LIMA: ARU ADJACENTE AO NÚCLEO CENTRAL e ARU


DE PONTE DE LIMA. X2

ü MUNICÍPIO DE VALENÇA: ARU DA AREA CENTRAL DA CIDADE DE VALENÇA e


ARU DO CENTRO HISTÓRICO DE VALENÇA. X2

ü MUNICÍPIO DE ARCOS DE VALDEVEZ: ARU DO AGLOMERADO URBANO DE


ERMELO (IGREJA), ARU DO AGLOMERADO URBANO DE SISTELO (IGREJA),

7
ARU DO AGLOMERADO URBANO DE SISTELO (PADRÃO), ARU DO
AGLOMERADO URBANO DE SISTELO (PORTO COVA), ARU DO AGLOMERADO
URBANO DE SOAJO e ARU DO CENTRO URBANO DE ARCOS DE VALDEVEZ. X6

Indo um pouco mais ao detalhe, e dando como exemplo a ARU DO CENTRO HISTÓRICO
DE BRAGA, consta no site em referência a seguinte informação:

A propósito do Edital que consta na parte final, está em causa a aprovação pela Assembleia
Municipal da prorrogação do prazo de vigência da Operação de Reabilitação Urbana do
Centro Histórico de Braga (ORU) e do Programa Estratégico do Centro Histórico de Braga
(PERU), por mais um ano.

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3. QUADRO LEGAL

Código do IVA

A redação atual da verba 2.23 da Lista I do Código do IVA foi dada pela LOE/2009 (Lei n.º
64-A/2008, de 31-12) e tem o seguinte teor:

“2.23 - Empreitadas de reabilitação urbana, tal como definida em diploma específico,


realizadas em imóveis ou em espaços públicos localizados em áreas de reabilitação urbana
(áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística, zonas de intervenção das
sociedades de reabilitação urbana e outras) delimitadas nos termos legais, ou no âmbito de
operações de requalificação e reabilitação de reconhecido interesse público nacional.”

A verba supracitada teve origem na anterior verba 2.21, aditada pelo DL n.º 418/99, de 21-
10, no uso da autorização legislativa concedida pela LOE/1999 (Lei n.º 87-B/98, de 31-12),
cuja redação originária era a seguinte:

“2.21. - As empreitadas de construção, beneficiação ou conservação de imóveis realizadas


no âmbito do Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados
(RECRIA)”

A redação da verba 2.21 foi posteriormente alterada pela LOE/2000 (Lei n.º 3-B/2000, de 04-
04), passando a constar:

“2.21. - As empreitadas de construção, beneficiação ou conservação de imóveis realizadas


no âmbito do Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados
(RECRIA), do Regime de Apoio à Recuperação Habitacional em Áreas Urbanas Antigas
(REHABITA), do Regime Especial de Comparticipação e Financiamento na Recuperação de
Prédios Urbanos em Regime de Propriedade Horizontal (RECRIPH) e do Programa SOLARH,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 7/1999, de 8 de Janeiro.” (aditamento da parte sublinhada)

Através da Lei n.º 39/2005, de 24-06, procedeu-se a uma nova alteração, nos seguintes
termos:

“2.21. - As empreitadas de construção, beneficiação ou conservação de imóveis realizadas


no âmbito do Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados
(RECRIA), do Regime de Apoio à Recuperação Habitacional em Áreas Urbanas Antigas
(REHABITA), do Regime Especial de Comparticipação e Financiamento na Recuperação de
Prédios Urbanos em Regime de Propriedade Horizontal (RECRIPH) e do Programa SOLARH,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 7/1999, de 8 de Janeiro, bem como as realizadas ao abrigo de

9
programas apoiados financeiramente pelo Instituto Nacional de Habitação.” (aditamento da
parte sublinhada.

Pouco tempo depois, através da LOE/2007 (Lei n.º 53-A/2006, de 29-12), procedeu-se a nova
alteração, conforme se passa a indicar:

“2.21 — As empreitadas de construção, beneficiação ou conservação de imóveis realizadas


no âmbito do Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados
(RECRIA), do Regime de Apoio à Recuperação Habitacional em Áreas Urbanas Antigas
(REHABITA), do Regime Especial de Comparticipação e Financiamento na Recuperação de
Prédios Urbanos em Regime de Propriedade Horizontal (RECRIPH) e do Programa SOLARH,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 7/99, de 8 de Janeiro, bem como as empreitadas de
reabilitação urbana, tal como definida no artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 104/2004, de 7 de Maio,
nas unidades de intervenção das sociedades de reabilitação urbana e dentro das áreas
críticas de recuperação e reconversão urbanística, e as realizadas ao abrigo de programas
apoiados financeiramente pelo Instituto Nacional de Habitação.”

Depreende-se que foi através da alteração anterior que a verba 2.21 se começou a aproximar
da redação atual da verba 2.23.

No ano seguinte, através da LOE/2008 (Lei n.º 67-A/2007, de 31-12), procedeu-se a nova
alteração, passando a constar:

“2.21 - As empreitadas de reabilitação urbana, tal como definida no artigo 1.º do Decreto-Lei
n.º 104/2004, de 7 de Maio, realizadas em imóveis ou em espaços públicos localizados em
áreas de reabilitação urbana (áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística, zonas
de intervenção das sociedades de reabilitação urbana e outras) delimitadas nos termos
legais.”

Constata-se que, para além da eliminação de toda a parte inicial e da parte final da norma,
aperfeiçoou-se a redação, ficando já muito próxima da atual, com exceção da referência a
legislação entretanto revogada e de não constar o que atualmente consta na parte final (“(…)
ou no âmbito de operações de requalificação e reabilitação de reconhecido interesse público
nacional.”).

No mesmo ano em que entrou em vigor a Lei anterior, foi publicado o DL n.º 102/2008, de
20/06, através do qual, além do mais, se procedeu à renumeração do Código do IVA e do
RITI, à colocação de epígrafes nos artigos, à renumeração das Listas I e II, alterações que,

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pela sua magnitude (mais formal que substancial) obrigaram à republicação dos dois
diplomas (Código do IVA e RITI).

O referido DL contém em anexo várias tabelas de correspondência relativas à renumeração


dos Códigos, bem como das Listas, incluindo a Lista I, constatando-se, ao observar o Anexo
II, que a verba 2.21 passa a ser a verba 2.23, mantendo-se a redação anteriormente citada
em último lugar.

Finalmente, e tal como referido inicialmente, a redação atual da verba 2.23 foi dada pela
LOE/2009 (Lei n.º 64-A/2008, de 31-12), consistindo no seguinte:

“2.23 - Empreitadas de reabilitação urbana, tal como definida em diploma específico,


realizadas em imóveis ou em espaços públicos localizados em áreas de reabilitação urbana
(áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística, zonas de intervenção das
sociedades de reabilitação urbana e outras) delimitadas nos termos legais, ou no âmbito de
operações de requalificação e reabilitação de reconhecido interesse público nacional.”
(alteração da parte sublinhada no início e aditamento da parte sublinhada no final).

DL n.º 307/2009, de 23-10 (RJRU)

O diploma em referência foi já objeto de várias alterações desde o seu aparecimento,


nomeadamente as introduzidas pela Lei n.º 32/2012, de 14-8, pelo DL n.º 136/2014, de 09-
09, pelo DL n.º 88/2017, de 27/07 e pelo DL n.º 66/2019, de 21-05.

Contextualizando, no primeiro parágrafo do (extenso) preâmbulo consta o seguinte:

“A reabilitação urbana assume-se hoje como uma componente indispensável da política das
cidades e da política de habitação, na medida em que nela convergem os objectivos de
requalificação e revitalização das cidades, em particular das suas áreas mais degradadas, e
de qualificação do parque habitacional, procurando-se um funcionamento globalmente mais
harmonioso e sustentável das cidades e a garantia, para todos, de uma habitação condigna.
(…)”

Apesar de se tratar de um diploma de grande envergadura, deixa-se a redação vigente de


algumas normas consideradas mais relevantes:

“Artigo 2.º - Definições

Para efeitos de aplicação do presente decreto-lei, entende-se por:

(…)

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b) 'Área de reabilitação urbana' a área territorialmente delimitada que, em virtude da
insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos
equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva,
designadamente no que se refere às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou
salubridade, justifique uma intervenção integrada, através de uma operação de reabilitação
urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor de reabilitação urbana;

(…)

h) «Operação de reabilitação urbana» o conjunto articulado de intervenções visando, de


forma integrada, a reabilitação urbana de uma determinada área;

i) «Reabilitação de edifícios» a forma de intervenção destinada a conferir adequadas


características de desempenho e de segurança funcional, estrutural e construtiva a um ou a
vários edifícios, às construções funcionalmente adjacentes incorporadas no seu logradouro,
bem como às fracções eventualmente integradas nesse edifício, ou a conceder-lhes novas
aptidões funcionais, determinadas em função das opções de reabilitação urbana
prosseguidas, com vista a permitir novos usos ou o mesmo uso com padrões de desempenho
mais elevados, podendo compreender uma ou mais operações urbanísticas;

j) «Reabilitação urbana» a forma de intervenção integrada sobre o tecido urbano existente,


em que o património urbanístico e imobiliário é mantido, no todo ou em parte substancial, e
modernizado através da realização de obras de remodelação ou beneficiação dos sistemas
de infra-estruturas urbanas, dos equipamentos e dos espaços urbanos ou verdes de utilização
colectiva e de obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração, conservação ou
demolição dos edifícios;

(…)”

“Artigo 7.º - Áreas de reabilitação urbana

1 - A reabilitação urbana em áreas de reabilitação urbana é promovida pelos municípios,


resultando da aprovação:

a) Da delimitação de áreas de reabilitação urbana; e

b) Da operação de reabilitação urbana a desenvolver nas áreas delimitadas de acordo com a


alínea anterior, através de instrumento próprio ou de um plano de pormenor de reabilitação
urbana.

(…)”

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A propósito das alterações efetuadas ao diploma em apreço, cumpre destacar o aditamento
dos art.os 77.º-A e 77.º-B, alterações estas processadas pela Lei n.º 32/2012, de 14-08,
passando a transcrever-se parcialmente o disposto no art.º 77.º-A:

“Artigo 77.º-A - Âmbito

1 - O regime estabelecido na presente parte aplica-se às operações urbanísticas de


reabilitação que cumpram os requisitos previstos no número seguinte e tenham por objeto
edifícios ou frações, localizados ou não em áreas de reabilitação urbana:

a) Cuja construção, legalmente existente, tenha sido concluída há pelo menos 30 anos; e

b) Nos quais, em virtude da sua insuficiência, degradação ou obsolescência, designadamente


no que se refere às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, se
justifique uma intervenção de reabilitação destinada a conferir adequadas características de
desempenho e de segurança funcional, estrutural e construtiva.

2 - As operações urbanísticas de reabilitação abrangidas pela presente parte devem,


cumulativamente:

a) Preservar as fachadas principais do edifício com todos os seus elementos não dissonantes,
com possibilidade de novas aberturas de vãos ou modificação de vãos existentes ao nível do
piso térreo, nos termos previstos nas normas legais e regulamentares e nos instrumentos de
gestão territorial aplicáveis;

b) Manter os elementos arquitetónicos e estruturais de valor patrimonial do edifício,


designadamente abóbadas, arcarias, estruturas metálicas ou de madeira;

c) Manter o número de pisos acima do solo e no subsolo, bem como a configuração da


cobertura, sendo admitido o aproveitamento do vão da cobertura como área útil, com
possibilidade de abertura de vãos para comunicação com o exterior, nos termos previstos nas
normas legais e regulamentares e nos instrumentos de gestão territorial aplicáveis; e

d) Não reduzir a resistência estrutural do edifício, designadamente ao nível sísmico, e


observar as opções de construção adequadas à segurança estrutural e sísmica do edifício.

(…)”

Código Civil

O contrato de empreitada é um dos muitos contratos regulados no Livro II (Direito das


obrigações) do Código Civil, constando no respetivo Título II (Dos contratos em especial) e

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mais especificamente no respetivo Capítulo XII (Empreitada), composto por 5 Secções que
integram os artigos 1207.º a 1230.º.

Passa a citar-se apenas o disposto no art.º 1207.º, cuja epígrafe é “Noção”:

“Empreitada é o contrato pelo qual uma das partes se obriga em relação à outra a realizar
certa obra, mediante um preço.”

Face à singela redação da norma supracitada, assumiria relevância densificar um pouco mais
o conceito, proceder-se a uma distinção deste tipo de contrato de outros que apresentam
traços comuns, bem como explicitar o que se entende por “obra”, conceito este que não
consta expressamente no Código Civil.

Naturalmente que tal abordagem extravasa o âmbito do presente documento, para além que
se trata de um assunto que vai muito para além dos conhecimentos do autor, remetendo-se
para a vastíssima doutrina e jurisprudência existente sobre o tema.

Não obstante, para que nem tudo fique por dizer, passa a citar-se parte do sumário do
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, proferido no processo n.º 388/02, datado de 18-09-
2003 (recurso de revista em que o acórdão recorrido foi proferido pelo Tribunal da Relação
de Guimarães):

“I - Na tipicidade legal definida nuclearmente no artigo 1207º do Código Civil, a empreitada é


um contrato obrigacional quoad effectum - conquanto lhe possam andar associados efeitos
reais - pelo qual uma das partes, designada «empreiteiro», se obriga a realizar uma obra em
relação a outra parte, denominada «dono da obra», mediante um preço que constitui
obrigação desta;

II - Em contraponto, a tipicidade do mandato referenciada no artigo 1157º configura-o como


contrato pelo qual uma das partes se obriga, presuntivamente de forma gratuita, a praticar
um ou mais actos jurídicos por conta de outra;

III - A obra que constitui elemento constitutivo prototípico da empreitada, e objecto desta,
tanto pode consistir na realização de uma coisa (corpórea) nova, como na modificação de
uma coisa existente, e, mesmo, na fabricação de qualquer outro produto, mediante prestação
de trabalho ou de serviços,

IV - Todavia, o trabalho exigível na empreitada não é devido enquanto tal mas apenas como
meio de realização da obra ou de produção do resultado que constitui o objecto nuclear da
prestação obrigacional.

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Por isso se compreende que esse trabalho não tenha de ser prestado pelo próprio empreiteiro
a título pessoal - salvo tratando-se de obra caracterizada à partida infungivelmente pela
personalidade do obrigado -, intervindo ele em regra no contrato na veste de agente
económico autónomo, inconfundível com a de um trabalhador subordinado, numa posição de
independência de ordens e instruções da contraparte inassimilável à posição do mandatário;

V - Assumindo a obrigação de realizar a obra, mas não tendo de a executar por si


pessoalmente - tal como na complexa construção de edifícios - deve então o empreiteiro
recrutar a mão-de-obra, assegurar o concurso de técnicos das especialidades e a
disponibilidade das matérias-primas, máquinas e instrumentos necessários à boa
consecução do empreendimento;

VI - E celebrando o empreiteiro neste sentido, v. g., contratos de trabalho, de compra e venda


ou de aluguer, instrumental e teleologicamente orientados para o cumprimento da obrigação
de realização da obra, nem por isso se descaracteriza o contrato, transfigurando-se o
empreiteiro em mandatário do dono da obra na prática desses actos jurídicos por conta
própria, e transmudando-se a empreitada em contrato de mandato; (…)”

15
4. LISTA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS

Tal como referido no ponto 1, constam atualmente no Portal das Finanças 22 informações
vinculativas, inseridas, na sua esmagadora maioria, no art.º 18.º (filtro “Visualização por
artigos do CIVA”), conforme consta no quadro que seguidamente se apresenta:

N.º Proc.º Data Despacho Assunto Art.º CIVA


T120 2007131 23/11/2007 Recuperação e alteração de imóvel localizado em centro histórico. 18.º
T120 2007668 14/12/2007 Recuperação de prédios situados em centro histórico. 18.º
T201 2008038 29/12/2008 Serviços de arquitectura. 18.º/1/c)
Taxas – Empreitadas de reabilitação urbana (material e mão de obra) de
1478 04/01/2011 18.º/1/a)
imóveis situados num centro urbano antigo.
Taxas - verba 2.23 da Lista I anexa ao CIVA - Fornecimento e instalação
3268 19/06/2012 de uma cozinha incluídos no âmbito de uma empreitada de reabilitação 18.º
urbana, integrando a faturação geral relativa à empreitada.
Taxas – Remoção e fornecimento, ainda que acompanhado da respetiva
7871 29/12/2014 18.º/1/c)
instalação, de uma caixilharia.
Taxas - Empreitadas de reabilitação de imóveis, localizados em áreas de
8338 18/05/2015 reabilitação urbana, relativas a fornecimento e montagem de janelas em 18.º/1/c)
PVC.
Inversão do sujeito passivo – Serviços de construção civil – Taxas -
10048 21/03/2016 36.º/1/j)
Empreitadas de reabilitação inseridas em áreas de reabilitação urbana.
Taxas – Prestação de serviços relativa a obra de remodelação de imóvel
afeto à habitação. Verba 2.27 da Lista I anexa ao CIVA, aplicável a
11902 02/08/2017 "Empreitadas de beneficiação,….”;Verba 2.23 da Lista I anexa ao CIVA, 18.º/1/a)
aplicável a “Empreitadas de reabilitação urbana…..” ou porque o imóvel
foi construído há mais de 30 anos.
12207 26/07/2017 Taxas – Contrato de empreitada - Reabilitação urbana. 18.º
Taxas - Obras de reabilitação urbana – Empreitadas – prestações de
12215 05/09/2017 18.º
serviços realizadas em Imóvel situado em Área de Reabilitação Urbana.
12446 26/10/2017 Taxas - Empreitada de reabilitação urbana. 18.º
Taxas - Empreitada de construção de uma moradia numa área de
12772 05/02/2018 18.º/1/a)
reabilitação urbana.
Taxas - Empreitada global de reabilitação de um edifício numa área de
13835 26/07/2018 reabilitação urbana - taxa reduzida de 6%, verba 2.23 da Lista I anexa ao 18.º/1/a)
CIVA.
Taxas - Obras de reabilitação urbana - Obras de conservação e reparação -
13887 18/07/2018 Empreitadas - prestações de serviços realizadas em Imóvel situado em 18.º
Área de Reabilitação Urbana.
Taxas - Pré-instalação de ar condicionado com fornecimento e
montagem de um sistema de ar condicionado em simultâneo com obras
13892 28/06/2018 18.º/1/c)
de remodelação de um imóvel, sem a comunicação prévia à CML duma
empreitada de reabilitação urbana.
Taxas - Empreitadas de reabilitação urbana executadas em imóveis sitos
13957 03/08/2018 18.º
em áreas de reabilitação urbana legalmente tituladas e delimitadas.
Taxas – Reabilitação urbana – Obras executadas em Imóvel habitacional
17780 24/06/2020 18.º
com implantação de frações destinadas ao comércio.
Taxas - Reabilitação urbana – Caso a entidade competente para o efeito
(Câmara Municipal), comprove que a operação se integra em área de
reabilitação urbana e consubstancia uma operação de reabilitação
17858 24/06/2020 18.º/1/a)
urbana, ser-lhe-á, verificados que sejam os restantes condicionalismos
(nomeadamente tratar-se de empreitada) aplicável a taxa reduzida do
IVA.
Taxas – Realização de projeto imobiliário - Demolição de edifícios antigos
21440 01/07/2021 e na construção de um novo edifício destinado a uso residencial, com 18.º/1/a)
comércio e serviços.
22521 11/01/2022 Taxas – Empreitada de reabilitação Urbana. 18.º/1/a)

16
Notas/observações:
i) Estando identificado o n.º do processo (1.º coluna) e tendo em conta o elevadíssimo número de
informações vinculativas associadas ao art.º 18.º, a forma mais fácil de obter os documentos
listados é efetuar a busca através do filtro “Visualização por Número” (que corresponde ao N.º do
Processo), sendo de ressalvar que as 3 primeiras informações vinculativas deverão ser obtidas
através dos números 1899, 1902 e 2305, respetivamente, números estes que não correspondem
ao n.º dos processos (mencionados na listagem), mas sim ao n.º das informações vinculativas (que
não aparecem mencionados nos documentos).
ii) A referência ao art.º 36.º, n.º 1, alínea j) que consta na última coluna da 8.ª informação vinculativa
da listagem (Proc.º n.º 10048) é a que aparece no Portal das Finanças. Porém, tal referência está
incorreta, uma vez que tal norma nem sequer existe. Consultado o documento verifica-se que o
normativo aí referenciado é a “al. j) do n.º 1 do art. 2.º; n.º 13 do art. 36.º; verba 2.23 da lista I do
CIVA; DL n.º 21/2007, de 29/01”, concluindo-se que o n.º e a alínea referenciados pertencem ao
art.º 2.º e não ao art.º 36.º.
iii) O n.º do processo que aparece no Portal das Finanças associado à última informação vinculativa é
o n.º 22251, tratando-se de um erro, dado que o n.º do processo correto é o n.º 22521, tal como
consta na listagem e tal como consta também no ponto seguinte desta newsletter, dedicado à
análise desta informação vinculativa.

Pese embora atualmente não estejam publicadas Portal das Finanças, no quadro seguinte
figuram outras informações vinculativas relacionadas com o tema, as quais, anteriormente à
sua remoção, estavam associadas à verba 2.23 (“Visualização por verbas das Listas I e II
anexas ao CIVA”):

N.º Proc.º Data Despacho Assunto


Taxas - Reabilitação urbana de zonas históricas e de ……… regulado no DL
256 12/01/2010
n.º 104/2004, de 7 de Maio.
Taxas - Empreitada em Área de Reabilitação Urbana – RJRU - Contratação
direta de outras empresas para execução de trabalhos; aquisição direta
8323 16/04/2015
de materiais a fornecedores para utilização/aplicação pelo empreiteiro
e/ou subempreiteiro na obra.
9650 09/12/2015 Taxas - Empreitadas de reabilitação urbana.
Taxas – Reabilitação Urbana - Empreitada de reabilitação urbana a
12402 14/11/2017 realizar num imóvel – Condições de aplicação da verba 2.23 da lista I
anexa ao CIVA.
Taxas - Reabilitação urbana - Para efeitos de aplicação da verba 2.23 da
Lista I anexa ao CIVA, deve o sujeito passivo possuir elementos que
12432 08/11/2017
comprovem que a obra se encontra em conformidade com as
disposições do DL. n.º 307/2009, de 23/10.
Taxas – Elementos necessário à emissão de uma fatura emitida a uma
13727 18/06/2018 taxa de IVA de 6%- Reabilitação de uma casa, localizada em Área de
Reabilitação Urbana (ARU).
Taxas - Empreitadas de reabilitação urbana - DL n.º 307/2009 -
Reformulação profunda no prédio, com alteração de uso, com
14610 28/12/2018
reorganização de espaços interiores sobre o imóvel - Serviços de
construção civil.
Taxa - Reabilitação Urbana - Reabilitação de um prédio urbano do qual é
proprietário, celebrando para o efeito um contrato de empreitada - Não
17295 05/02/2020
se encontrando localizado em área de reabilitação urbana, não pode
beneficiar de enquadramento na verba 2.23 da lista I anexa ao CIVA.

17
5. INFORMAÇÃO VINCULATIVA – PROC.º n.º 22521, despacho de 11-01-2022

Assunto: Taxas – Empreitada de reabilitação Urbana (publicada em 02-06-2022)

i. Situação de facto e questões formuladas

A Requerente, uma IPSS, pretende construir uma nova unidade, com as valências de
estrutura residencial para pessoas idosas e serviço de apoio ao domicílio e centro de dia,
através da reabilitação de uma moradia existente.

Estando o referido imóvel localizado numa área de reabilitação urbana (ARU), entende a
requerente que as intervenções efetuadas consubstanciam uma empreitada de reabilitação
urbana, devidamente certificada e licenciada pelo respetivo Município, incindindo sobre o
património urbanístico e imobiliário existente, que é mantido em parte substancial e
modernizado através da realização de obras de remodelação, concluindo, assim, que a
empreitada em causa está abrangida pela taxa reduzida de IVA, por enquadramento na verba
2.23 da Lista I, anexa ao Código do IVA.

Note-se, ainda, que a requerente junta ao pedido de informação vinculativa uma certidão
emitida pela Direção Municipal de Urbanismo, Ordenamento e Planeamento, do Município de
(...) onde se referia que o referido projeto "(…) consubstancia-se, sobretudo, num instrumento
de gestão urbanística que apresenta uma solução para a reabilitação urbana integrada, ao
nível do edificado e do espaço público envolvente, articulado com uma zona urbana de
significativa dimensão, com especial relevância nas dinâmicas socioeconómicas da cidade e
de todo o concelho de (…)",

Acrescentando-se que "(…) Estamos, pois, indubitavelmente, perante uma empreitada de


reabilitação urbana, tal como definida em diploma específico (…)".

Assim, conclui o Município, na referida certidão, que o prédio identificado se insere na Área
de Reabilitação Urbana de (...) Nascente, tendo, com esse pressuposto, considerado:

"(…) a mesma operação urbanística enquadrável na previsão da verba 2.23 da Lista I anexa
ao Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (…)".

18
ii. Posição da AT

A AT começa por reproduzir a disposição legal que se encontra aqui em análise, a verba 2.23
da Lista I anexa ao CIVA, que determina que estão sujeitas à aplicação da taxa reduzida, a
que se refere a alínea a) do n.º 1 do art.º 18.º do mesmo Código, as "(e)mpreitadas de
reabilitação urbana, tal como definida em diploma específico, realizadas em imóveis ou em
espaços públicos localizados em áreas de reabilitação urbana (áreas críticas de recuperação
e reconversão urbanística, zonas de intervenção das sociedades de reabilitação urbana e
outras) delimitadas nos termos legais, ou no âmbito de operações de requalificação e
reabilitação de reconhecido interesse público nacional.".

Da leitura da referida verba retiram-se os seguintes requisitos, cumulativos, para se aferir


sobre a correta aplicação da referida taxa, devendo estar-se perante:

i) Uma empreitada de reabilitação urbana, tal como definido em diploma específico;

ii) Realizada em imóveis ou espaços públicos localizados em área de reabilitação


urbana delimitada nos termos legais;

iii) Ou no âmbito de operações de requalificação e reabilitação de reconhecido interesse


público nacional.

Face ao caso em apreço, a posição da AT centrou-se sobre os dois primeiros requisitos


(cumulativos) supramencionados.

No que diz respeito à exigência de uma empreitada, pronunciou-se a AT que devemos


atender ao conceito previsto no artigo 1207.º do Código Civil, o qual define empreitada como
"o contrato em que uma das partes se obriga em relação à outra a realizar certa obra,
mediante um preço", devendo entender-se por "obra" todo o trabalho de construção,
reconstrução, ampliação, alteração, reparação, conservação, reabilitação, limpeza, restauro
e demolição de bens imóveis.

Assim, para que haja um contrato de empreitada é essencial, portanto, que o mesmo tenha
por objeto a realização de uma obra, feita segundo determinadas condições, por um preço
previamente estipulado, um trabalho ajustado globalmente e não consoante o trabalho diário.

Interessava agora detalhar sobre o que se entende por “empreitada de reabilitação urbana,
tal como definido em diploma específico”, sendo que, para tal, devemos recorrer ao DL n.º
307/2009, de 23-10, que estabelece o "Regime Jurídico da Reabilitação Urbana" (RJRU).

19
Para tal, reproduz três conceitos fundamentais a que alude o art.º 2.º do referido diploma,
mais concretamente os previstos nas alíneas b), h) e j), já citados no ponto 3, estando em
causa os conceitos de “Área de reabilitação urbana”, de “Operação de reabilitação urbana” e
de “Reabilitação urbana”, respetivamente.

Tomando ainda como referência o referido diploma, para o qual remete, recorde-se, a
redação da verba aqui em análise, a AT centra a sua atenção no seu art.º 7.º, já supra
retratado, quando este refere que a reabilitação urbana em áreas de reabilitação urbana é
promovida pelos municípios, resultando da aprovação:

i) Da delimitação de áreas de reabilitação urbana (ARU); e

ii) Da operação de reabilitação urbana (ORU) a desenvolver nas áreas delimitadas de


acordo com a alínea anterior, através de instrumento próprio ou de um plano de
pormenor de reabilitação urbana.

Por sua vez, a aprovação da ORU deve conter a definição do tipo de operação de reabilitação
urbana, assim como a estratégia de reabilitação urbana ou o programa estratégico de
reabilitação urbana, consoante a operação de reabilitação urbana seja simples ou
sistemática, acrescentando-se que a cada ARU dever corresponder uma ORU.

Optamos, de seguida, por transcrever alguns parágrafos daquela ficha doutrinária que
suportam a conclusão que é posteriormente revelada:

“19. Tendo presentes estes conceitos, conclui-se que a delimitação da «área de reabilitação
urbana» é apenas uma das bases do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, sendo
complementada com as «operações de reabilitação urbana» que correspondem à
concretização do tipo de intervenções a realizar na área de reabilitação urbana. Ou seja, a
simples delimitação da área de reabilitação urbana não determina, por si só, que todas as
empreitadas que se realizem naquela área estão no âmbito deste regime jurídico. Na verdade,
tal interdependência resulta de todo o regime vertido no Decreto-lei n.º 307/2009, de 23 de
outubro (1), mas em particular, por exemplo, do seu artigo 15.º.

20. Com efeito, nos termos desta norma, que se reporta ao âmbito temporal da delimitação
da área de reabilitação urbana, sempre que a aprovação da delimitação de uma área de
reabilitação urbana não tenha lugar em simultâneo com a aprovação da operação de
reabilitação urbana a desenvolver nessa área, aquela delimitação caduca se, no prazo de
três anos, não for aprovada a correspondente operação de reabilitação.

20
21. Depreende-se, portanto, que o momento em que a delimitação da área de reabilitação
urbana fica consolidada é o momento em que ocorre a aprovação da operação de reabilitação
urbana.

22. Deve, por esse motivo, entender-se que apenas estão em causa empreitadas de
reabilitação urbana, quando as mesmas sejam realizadas no quadro de uma operação de
reabilitação urbana já aprovada.

(…)
25. Entender que o Decreto-lei n.º 307/2009, de 23 de outubro (1), se aplica, para efeitos da
verba 2.23 da Lista I anexa ao CIVA, apenas no que diz respeito à definição de «reabilitação
urbana» e à determinação da delimitação da área de reabilitação urbana é desconsiderar, no
seu conjunto, a parte inicial da verba, a qual refere especificamente que estão em causa
"empreitadas de reabilitação urbana, tal como definida em diploma específico".

Conclui a AT que não está em conformidade com o espírito do regime a qualificação de uma
empreitada como "empreitada de reabilitação urbana, tal como definida no diploma
específico" se a operação de reabilitação urbana não estiver aprovada, porque é, conforme
já mencionado, com a aprovação desta operação que se concretiza a intervenção integrada
sobre o tecido urbano.

Assim, caso a Câmara Municipal de (…) esteja em condições de certificar e certifique que,
nos termos do citado diploma legal, o projeto em referência:

i) se integra numa área de reabilitação urbana; e

ii) consubstancia uma operação de reabilitação urbana;

ser-lhe-á, verificados que sejam os restantes condicionalismos (nomeadamente tratar-se de


empreitada), aplicável a taxa reduzida do imposto, a que se refere a alínea a) do n.º 1 do art.º
18.º do CIVA.

iii. Notas e comentários

Tal como já referido no ponto 3, a verba 2.23 da Lista I do Código do IVA foi aditada pela
LOE/2009 (Lei n.º 64-A/2008, de 31-12).

O tema da taxa reduzida de IVA aplicável na reabilitação urbana, por via da aplicação da
verba 2.23, tem sido controverso, justificando-se, a nosso ver, uma instrução administrativa
(sob a forma de Ofício Circulado da área de gestão tributária do IVA) que sistematize e
consolide o entendimento da AT sobre esta matéria.

21
Não obstante, esta ficha doutrinária é, a nosso ver, aquela que trás uma análise mais
aprofundada e sólida sobre a questão em apreço, ou seja, aferir se uma empreitada de
reabilitação sobre um imóvel localizado numa ARU é condição suficiente para aplicação da
taxa reduzida do IVA, constituindo, aliás, a única ficha doutrinária da área do IVA a ser
publicada pela AT este ano, até ao presente momento, facto que denota, desde logo, a sua
importância e tempestividade.

Com base nas disposições combinadas do Código do IVA e do RJRU, tem sido geralmente
aceite pela AT que são condições necessárias para a aplicação da taxa reduzida de IVA de
6%:

i. A localização dos imóveis numa zona legalmente delimitada como área de reabilitação
urbana, conforme Proc.º n.º 1478, Proc.º n.º 9650, Proc.º n.º 10048, entre outros;

ii. Que a obra a realizar tenha as características de reabilitação urbana decorrentes do


RJRU, conforme Proc.º n.º 9650, entre outros;
iii. A realização de empreitadas nos termos da alínea j) do artigo 2.º do RJRU, conforme
Proc.º n.º 12432, Proc.º n.º 12207 e Proc.º 12772, entre outros.

No que se refere ao concreto caso em apreço, começamos, desde logo, por destacar o tipo
de sujeito passivo que requereu a informação vinculativa, uma IPSS, que, certamente por
suportar serviços de construção civil relacionados com a reabilitação de um imóvel, é parte
interessada em aferir qual a taxa do IVA aplicável ao mesmo.

Note-se que, apesar de nada ser dito quanto a esta situação, poderia ser a própria IPSS a
liquidar o IVA em referência, por via da aplicação da regra de inversão do sujeito passivo a
que se refere a alínea j) do n.º 1 do art.º 2.º do Código do IVA, caso a mesma estivesse
enquadrada no regime normal do IVA (sujeito passivo misto). No entanto, este IVA, face à
concreta atividade à qual o referido imóvel será afeto, não confere direito a dedução, por se
tratar de uma atividade isenta ao abrigo dos n.os 6 e 7 do art.º 9.º do Código do IVA.

No entanto, atenta-se, poderia a referida IPSS solicitar a restituição de 50% do IVA suportado
nas referidas obras de construção, manutenção e conservação dos imóveis utilizados, total
ou principalmente, na prossecução dos fins estatutários, conforme resulta dos artigos 2.º, n.º
1, alínea c), subalínea i) e art.º 4.º, alínea a), ambos do DL n.º 84/2017. No entanto, claro
está, ainda que restituível em 50%, não será indiferente suportar IVA à taxa de 6% ou 23%.

De acordo com a referida norma legal, a aplicação da taxa reduzida de IVA pressupõe a
verificação das seguintes condições cumulativas:

22
• Estejam em causa contratos de empreitada, conforme definição prevista no art.º 1207.º
do Código Civil;

• Estejam em causa contratos de empreitada de reabilitação urbana;

• As empreitadas de reabilitação urbana sejam realizadas:

(i) em imóveis ou espaços públicos localizados em áreas de reabilitação urbana


delimitadas; ou

(ii) no âmbito de operações de requalificação e reabilitação de reconhecido interesse


público nacional (situação aqui em apreço).

Conforme se retira da leitura da ficha doutrinária, a existência de uma área de reabilitação


urbana (ARU) é indissociável da existência de um instrumento próprio ou de um plano de
pormenor de reabilitação urbana que permita a qualificação da operação de reabilitação como
uma operação de reabilitação urbana (ORU), porque não basta a existência de uma
empreitada, exigindo-se que a mesma seja de reabilitação urbana, conforme é definido pelo
DL n.º 307/2009.

À referida delimitação é associada a exigência da determinação dos objetivos e da estratégia


da intervenção, sendo este também o momento da definição do tipo de operação de
reabilitação urbana a realizar e da escolha da entidade gestora.

Não obstante, destaca-se a tentativa do respetivo departamento municipal, face ao teor da


certidão que emitiu ao sujeito passivo, de tentar enquadrar a operação reabilitação na referida
verba, referindo, inclusive, excedendo-se, a nosso ver, na sua posição (tendo em conta o
âmbito das suas competências), que "(…) a mesma operação urbanística é enquadrável na
previsão da verba 2.23 da Lista I anexa ao Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado
(…)”.

Na verdade, não cabe na esfera de competências da AT aferir se determinado projeto se


enquadra, ou não, no âmbito de uma empreitada operação de reabilitação urbana, sendo que
a entidade competente para certificar tal facto, nos termos do DL n.º 307/2009, é a Câmara
Municipal da respetiva área. Caberá à AT, no âmbito das atribuições que lhe estão cometidas,
verificar se a referida verba é aplicável ou não ao caso em concreto, isto, claro, sem prejuízo
das garantias que são facultadas aos contribuintes, nomeadamente a possibilidade de
recorrerem aos tribunais caso discordem da posição da AT

23
Refere a AT que a simples delimitação da ARU não determina, por si só, que todas as
empreitadas que se realizem naquela área estão no âmbito deste regime jurídico, até porque
a ausência de aprovação da respetiva ORU fará caducar a própria delimitação da ARU, pois
da delimitação desta deverá resultar, simultaneamente ou à posteriori, a definição do tipo de
ORU e estratégia de reabilitação urbana ou o programa estratégico de reabilitação urbana,
consoante a operação de reabilitação urbana seja simples ou sistemática.

Conforme resulta do próprio preâmbulo do RJRU, a reabilitação urbana deve estar


estruturada em intervenções de reabilitação com base em dois conceitos fundamentais: o
conceito de «área de reabilitação urbana» e o conceito de «operação de reabilitação urbana»,
correspondente à estruturação concreta das intervenções a efetuar no interior da respetiva
ARU, ou seja, a definição de áreas a submeter a reabilitação urbana, bem como a
programação e o planeamento das intervenções a realizar nessas mesmas áreas.

Sucede que, como é do nosso conhecimento e tal como retratado no ponto 2, existem
diversas ARU (a maioria) delimitadas pelos municípios, sem que tenha sido ainda aprovada
a consequente ORU, o que parece tornar inviável a aplicação do RJRU como um todo, na
medida em que só a aprovação de uma ORU obriga a respetiva entidade gestora a promovê-
la à luz do “diploma específico” para o qual remete a verba 2.23 aqui em análise.

Assim sendo, na ótica da AT, para este efeito, apenas estarão em causa empreitadas de
reabilitação urbana, quando as mesmas sejam realizadas no quadro de uma ORU já
aprovada, não bastando que tenha sido aprovada a área delimitada como ARU e exista uma
certidão a municipal a certificar, apenas, isso mesmo.

Interessa ainda referir, sobre este assunto, que a ficha doutrinária em análise não contraria a
conclusão que se retira da ficha doutrinária proferida no âmbito do Proc.º n.º 17.858, de
acordo com a qual o recurso a diversas empreitadas para uma mesma obra de reabilitação
não impede que seja aplicada a cada uma delas a taxa reduzida de IVA, ao abrigo da verba
2.23, desde que as referidas subcontratações sejam qualificadas como empreitadas de
reabilitação urbana.

Sendo a obra efetuada de forma faseada, através de mais do que uma empreitada, podendo
estes trabalhos ser contratados a empreiteiros distintos em cada uma dessas fases, pode
cada uma destas empreitadas, separadamente, ser, do mesmo modo, sujeita à referida taxa
reduzida do IVA por aplicação da mesma norma.

Claro que, sendo o contrato de empreitada a única modalidade contratual prevista na referida
verba, a aquisição de materiais para aplicação na obra por parte do empreiteiro ou quaisquer

24
custos relativos a projetos, honorários, fiscalização entre outros, não expressamente
previstos no respetivo contrato de empreitada, devem ser tributados à taxa normal.

Em jeito de conclusão, face à posição (recente) da AT de que, para efeito de aplicação da


taxa reduzida do IVA, é necessária a existência/aprovação, não apenas de uma ARU, como
também de uma ORU (sabendo-se que, conforme se depreende da primeira imagem inserida
no ponto 2, a maioria das ARU não têm ainda aprovadas as respetivas ORU), dir-se-á que
está aberto um grande campo de discussão, matéria que, tudo indica, virá a ser dirimida nos
tribunais nos próximos tempos.

Braga, 06 de outubro de 2022

Luís Filipe Esteves

25

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