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Física e Química A

10.° Ano de Escolaridade


Duração do Teste: 90 minutos

Para cada resposta, identifique o grupo e o item.


Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.
Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado.
É permitida a utilização de régua, esquadro, transferidor e calculadora gráfica em modo de exame.
Apresente apenas uma resposta para cada item.
As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado do teste.
É permitido o uso da tabela de constantes, do formulário e da Tabela Periódica.
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
Nas respostas aos itens em que é pedida a apresentação de todas as etapas de resolução, explicite
todos os cálculos efetuados e apresente todas as justificações ou conclusões solicitadas.
Utilize unicamente valores numéricos das grandezas referidas no teste (no enunciado dos itens) ou na
tabela de constantes e na Tabela Periódica.
1. Em Portugal, anualmente, milhares de pessoas sofrem de
intoxicação de monóxido de carbono (CO) e cerca de 30 pessoas
morrem por inalação de CO.
O monóxido de carbono é um gás tóxico, sem cheiro, sem gosto
e sem cor, e que resulta de qualquer processo de queima. O
monóxido de carbono é a substância tóxica mais comum com a
qual contactamos no nosso dia a dia. A sua presença no ar é
normal, desde que em níveis baixos. Contudo, em níveis de
concentração elevados, pode levar ao aparecimento de dores de
cabeça, tonturas, náuseas, convulsões, perdas de consciência e,
em situações mais graves, à morte. A hemoglobina é o transportador principal do oxigénio aos tecidos
no organismo humano. O monóxido de carbono tem uma afinidade 200 a 250 vezes superior ao oxigénio
na hemoglobina pelo que o vai substituindo facilmente. Os tecidos mais sensíveis aos efeitos tóxicos do
monóxido de carbono são aqueles que têm maiores necessidades metabólicas, como é o caso do
sistema nervoso central e do músculo cardíaco.
https://repositorio.hff.min-saude.pt/bitstream/10400.10/616/1/evite_o_monoxido_carbono.pdf (adaptado)

Sintomas na intoxicação pelo monóxido de carbono


Fração volúmica de CO no meio Saturação de CO no
ambiente, em percentagem sangue Sintomas
 (%) (%)
0,0200 30 a 40 Cefaleia severa, fadiga, redução da visão
Cefaleias, taquicardia, confusão, letargia,
0,0300 a 0,0500 40 a 50
colapso
Convulsões intermitentes, depressão
0,0800 a 0,1200 50 a 70
cardíaca e respiratória, coma
Respiração lenta, pulso fraco. Rapidamente
0,1900 70 a 80
fatal
https://www.mgfamiliar.net/MMGF/textos/53/528_texto.html (adaptado)
1.1. Observe a imagem que acompanha o texto e compare a energia de ligação entre os átomos de
carbono e oxigénio na molécula de monóxido de carbono e na molécula de dióxido de carbono.

1.2. Considerando Vt o volume total de ar no meio ambiente em condições PTN, a quantidade mínima
de CO no meio ambiente que poderá conduzir ao coma, pode ser calculada pela expressão:
(A) 𝑛 = 0,0800 𝑉t × 22,4 × 10−2
0,0800 𝑉t
(B) 𝑛 = 22,4
× 10−2
0,0800
(C) 𝑛 = 22,4 𝑉t
× 102
0,0800 𝑉t
(D) 𝑛 = 22,4×10−2

1.3. Determine o número de moléculas de CO que existe em 250 m3 de ar no meio ambiente, em


condições PTN, quando a saturação de CO no sangue se situa entre 30% e 40%.
Apresente todos os cálculos efetuados
1.4. Em condições PTN a densidade do monóxido de carbono é, em unidades do SI, …
(A) 1,25 g dm−3
(B) 1,25 × 10−3 g dm−3
(C) 1,25 kg m−3
(D) 1,25 × 10−3 kg m−3

1.5. Uma mistura gasosa, com um volume de 20,0 dm3, em determinadas condições de pressão e
temperatura, tem a seguinte composição: 𝑛 (CO) = 0,020 mol, 𝑛 (N2 ) = 0,610 mol, 𝑛 (O2 ) = 0,190 mol.

1.5.1. Determine a fração molar de monóxido de carbono na mistura.

1.5.2. O volume molar nas condições de pressão e temperatura em que os gases se encontram pode
ser calculado pela expressão:

20,0
(A) 𝑉m = 0,020+0,610+0,190 dm3 mol−1
20,0
(B) 𝑉m = 0,020×0,610×0,190 dm3 mol−1
0,020+0,610+0,190
(C) 𝑉m = 20,0
dm3 mol−1
(D) 𝑉m = 20,0 × (0,020 + 0,610 + 0,190) dm3 mol−1
2. O coordenador da Plataforma Contra a
Obesidade da DGS, Pedro Graça, alertou para os
"efeitos nefastos" da cafeína nomeadamente porque
"as bebidas com cafeína, incluindo o café, mascaram
problemas de falta de sono, por ser um estimulante".
A DGS sublinha que os adolescentes e jovens, por
terem uma capacidade neurológica inferior à de um
adulto, têm uma menor capacidade para "tolerar as
quantidades e efeitos da cafeína".
A cafeína tem efeitos diuréticos, causando uma
desidratação mais acentuada, especialmente nos
dias de calor. Aumento da pressão arterial, insónias, tremores e respiração ofegante são outros efeitos
do consumo da cafeína, cuja privação pode ainda causar "dor de cabeça ou irritabilidade". Pedro Graça
afirma-se preocupado com o que considera ser o consumo excessivo de cafeína pelos mais novos,
muitas vezes mesmo quando acompanhados pelos pais, como é o caso das "meias de leite", bebidas
compostas por café e "um pingo de leite”.
A Direção-Geral de Saúde considera que o início do consumo de cafeína deve ocorrer, preferencialmente,
a partir dos 18 anos.
https://www.dn.pt/portugal/direccao-geral-jovens-consomem-cafeina-em-excesso-2046976.html (adaptado)
A cafeína, C8H10N4O2, M =194,19 g mol–1, tem uma dose letal de 10 mg por quilograma de massa
corporal do indivíduo.

2.1. A massa de cafeína letal para um indivíduo de 75 kg pode ser calculada pela expressão:
(A) 𝑚 = 10 × 75 g
(B) 𝑚 = 10 × 75 × 10−3 g
(C) 𝑚 = 10 × 75 × 103 g
10
(D) 𝑚 = 75 × 10−3 g

2.2. Determine a fração mássica, em percentagem, de cafeína de uma solução aquosa de cafeína de
concentração 0,800 mol dm−3 e densidade 1,20 g cm−3.
Apresente todos os cálculos.

2.3. Os grupos funcionais que se podem identificar na molécula de cafeína são…


(A) hidroxilo e carbonilo.
(B) hidroxilo e amina.
(C) carboxilo e amina.
(D) carbonilo e amina.

2.4. Nas moléculas de cafeína e nas moléculas de água, estabelecem-se, respetivamente, ligações
intermoleculares do tipo…
(A) ligações de hidrogénio e dipolo-dipolo.
(B) dipolo-dipolo e ligações de hidrogénio.
(C) dipolo-dipolo e forças de dispersão de London.
(D) forças de dispersão de London e dipolo-dipolo.

2.5. Que ligações intermoleculares justificam a elevada solubilidade da cafeína em água?


3. No dia 16 de setembro de 2021
comemorou-se o "Dia Internacional para a
Preservação da Camada de Ozono", data
que assinalou a assinatura do Protocolo de
Eliminação de Substâncias que Destroem a
Camada de Ozono, em Montreal.
Graças a este protocolo e às suas emendas,
foi possível substituir diversos produtos –
sobretudo na refrigeração à escala industrial
– contendo substâncias que destruíam o ozono, por outras que não o destroem e, permitindo assim, o
funcionamento das cadeias de frio, que por exemplo garantem a preservação das vacinas que
combatem a atual pandemia COVID-19.
Em 2021, o Protocolo de Montreal continua a manter-nos frescos, e a assegurar a frescura dos nossos
alimentos e até das nossas vacinas!
Desde essa altura, em todo o mundo foram tomadas medidas para reforçar as medições de ozono com
vista a compreender melhor este fenómeno.
Sob a égide do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUA) produziram-se negociações
que levaram à declaração política em 1985, da Convenção de Viena; esta convenção foi seguida, em
1987, por um acordo de ação internacional, o Protocolo de Montreal. O Protocolo foi um êxito; estima-
-se que, até 2009, se tenha eliminado o consumo de cerca de 98% dos produtos químicos nocivos para
o ozono; estima-se ainda que mais de 250 milhões de casos de cancro da pele e cerca de 50 milhões
de casos de catarata terão sido evitados até o final do século.
https://www.ipma.pt/pt/media/noticias/news.detail.jsp?f=/pt/media/noticias/textos/Dia_preservacao_ozono.html

3.1. A decomposição do ozono na estratosfera é acelerada pelos CFC, que, ao atingirem essa camada
da atmosfera, são decompostos fotoquimicamente pela radiação UVC, com formação de radicais cloro.

3.1.1. Classifique este tipo de reação química de decomposição dos CFC tendo em conta o processo
que a desencadeia.

3.1.2. Que características apresentam os CFC que os tornam prejudiciais à camada de ozono?

3.2. Considere a reação de fotodissociação da molécula de ozono que permite a absorção de radiação
ultravioleta:
UV
O3 (g) → O∙ (g)+O2 (g) ∆𝐻 = 387 kJ mol−1

3.2.1. Determine a energia absorvida quando uma molécula de O3 é dissociada através desta reação.

3.2.2. Na representação de Lewis da molécula de O2 quantos eletrões, no total, devem estar


representados?

3.3. Além da destruição da camada de ozono, a emissão, também pela ação humana, de gases com
efeito de estufa, nomeadamente o dióxido de carbono, tem contribuído para o aquecimento global.
Considere a seguinte reação de combustão do etano:

2 C2 H6 (g)+7 O2 (g)→4 CO2 (g)+6 H2 O(g)


3.3.1. A partir dos valores das energias de ligação da tabela, determine a variação de entalpia da
reação.
Energia de ligação /
Ligação
kJ mol−1
C−C 348
C−H 414
O=O 498
C=O 799
O−H 463

3.3.2. Considere que a fração mássica de CO2 (g) no ar seco, expressa em percentagem, é,
aproximadamente, 0,05 %. A fração de CO2 (g) no ar seco, em partes por milhão, é, aproximadamente,…
(A) 5 × 106 ppm
(B) 5 × 102 ppm
(C) 5 × 104 ppm
(D) 5 ppm

4. A preparação de soluções líquidas, geralmente aquosas, é uma das operações mais vulgares nos
laboratórios de Química. Num laboratório pretende-se preparar 500,0 ml de uma solução de sulfato
de cobre penta-hidratado, M (CuSO4.5H2O) = 249,68 g mol–1, de concentração 0,0200 mol dm–3.

4.1. Observe as seguintes imagens:

A B C

D E
Escolha a opção que com a sequência correta para a preparação de uma solução.
(A) A – B – C – D – E
(B) B – C – E – A – D
(C) B – E – D – A – C
(D) B – E – A – C – D

4.2. Determine a massa de soluto que se deve medir para preparar esta solução.
Apresente todos os cálculos.

4.3. A partir de 5,00 mL da solução inicialmente preparada, preparou-se 100,0 ml de uma solução
diluída.

4.3.1. Determine, a partir do fator de diluição, a concentração da solução diluída.


Apresente todos os cálculos.

4.3.2. O material de laboratório mais adequado para realizar a medição mais precisa do volume da
solução inicial é…
(A) Proveta de 5,00 mL
(B) Gobelé de 100 mL
(C) Pipeta graduada de 10,0 mL
(D) Pipeta volumétrica de 5,00 mL

4.4. Ao completar o volume do balão volumétrico com o auxílio do esguicho de água destilada e ao
acertar até ao traço de referência com o conta-gotas, qual é a posição que corresponde à condição
correta de observação?
Cotações

Questão 1 Questão 3
1.1. ..................................... 10 pontos 3.1.1................................ 10 pontos

1.2 ........................................ 8 pontos 3.1.2................................ 10 pontos

1.3 ...................................... 10 pontos 3.2.1................................ 10 pontos

1.4. ....................................... 8 pontos 3.2.2................................ 10 pontos

1.5.1 ................................... 10 pontos 3.3.1................................ 10 pontos

1.5.2. .................................... 8 pontos 3.3.2.................................. 8 pontos

----------------- -----------------
54 pontos 58 pontos

Questão 2 Questão 4
2.1. ....................................... 8 pontos 4.1. ...................................... 8 pontos

2.2. ..................................... 10 pontos 4.2. .................................... 10 pontos

2.3. ....................................... 8 pontos 4.3.1. ................................. 10 pontos

2.4. ....................................... 8 pontos 4.3.2. ................................... 8 pontos

2.5. ..................................... 10 pontos 4.4. ...................................... 8 pontos

----------------- -----------------
44 pontos 44 pontos

-------------------------
Total 200 pontos
PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

TESTE DE AVALIAÇÃO 3

1.
1.1. No monóxido de carbono a ligação entre os átomos é covalente tripla, como se pode observar na figura, e no
dióxido de carbono é covalente dupla. Assim, no monóxido de carbono a energia de ligação é superior.

1.2. Opção (B)

𝑉
1.3. 𝜙(%) = 𝑉
CO × 102 ⟹ 𝑉CO = 0,0200 × 10−2 × 250 = 0,0500 m3 = 50,0 dm3
ar
𝑉 50,0
𝑉m = ⟹ 𝑛 = ⟺ 𝑛 = 2,23 mol
𝑛 22,4
𝑁
𝑛= ⟹ 𝑁 = 2,23 × 6,02 × 1023 ⟺ 𝑁 = 1,34 × 1024 moléculas
𝑁A

1.4. Opção (C)

𝑛 0,020
1.5.1. 𝑥CO = 𝑛 CO ⟹ 𝑥CO = 0,020+0,610+0,190 ⟺ 𝑥CO = 2,4 × 10−2
total

1.5.2. Opção (A)

2.
2.1. Opção (B)

2.2. Para facilitar o cálculo pode usar-se um volume, por exemplo, de 1 dm 3 (mas poderia usar-se qualquer outro visto
que nos cálculos o valor do volume não influencia o resultado final)
𝑛
massa de cafeína: 𝑐 = 𝑉 ⟹ 𝑛 = 0,800 × 1 ⟺ 𝑛 = 0,800 mol
𝑚
𝑀= 𝑛
⟹ 𝑚 = 0,800 × 194,19 ⟺ 𝑚 = 155 g
𝑚
massa da solução: 𝜌 = 𝑉 ⟹ 𝑚 = 1,20 × 1000 ⟺ 𝑚 = 1,20 × 103 g
155
𝜔(%) = × 100 = 12,9 %
1,20 × 103

2.3. Opção (D)

2.4. Opção (B).

2.5. A cafeína é solúvel em água porque as intensidades das ligações intermoleculares na mistura são próximas das
intensidades das ligações intermoleculares em cada uma das substâncias isoladamente. Ambas as moléculas são
polares e estabelecem entre si ligações dipolo permanente – dipolo permanente.

3.
3.1.1. Trata-se de uma reação fotoquímica que origina a quebra de uma ligação, ou seja, é uma reação de
fotodissociação.
3.1.2. O maior problema destes gases reside no facto de se apresentarem inertes na troposfera. No entanto, ao
atingirem a estratosfera sem se modificarem, os CFC são decompostos fotoquimicamente pela radiação UVC, com
formação de radicais cloro.

387×103
3.2.1. 𝐸 =
6,02×1023
⟺ 𝐸 = 6,43 × 10−19 J

3.2.2. 12 eletrões

3.3.1. ∆𝐻 = 2 𝐷(C-C) + 12 𝐷(C-H) + 7 𝐷(O=O) − (8 𝐷(C=O) + 12 𝐷(O-H) ) ⟹


⟹ ∆𝐻 = 2 × 348 + 12 × 414 + 7 × 498 − (8 × 799 + 12 × 463) ⟺ ∆𝐻 = −2798 kJ mol−1

3.3.2. Opção (B)

4.
4.1. Opção (C)

𝑛 𝑛
4.2. 𝑐 = 𝑉 ⟹ 0,0200 = 500,0×10−3 ⟺ 𝑛 = 0,0100 mol
𝑚
𝑀= ⟹ 𝑚 = 0,0100 × 249,68 ⟺ 𝑚 = 2,50 g
𝑛

𝑉 100,0
4.3.1. 𝑓 = 𝑉
f ⟹𝑓= 5,00
= 20,0
i
𝑐 0,0200
𝑓= i ⟹𝑓= = 0,00100 mol dm−3
𝑐 20,0
f

4.3.2. Opção (D)

4.4. Opção (D)

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