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Índice
Historinha.............................................................................................................................2
Definição ..............................................................................................................................4
Criação da Imagem .............................................................................................................4
Cores/Tons ..........................................................................................................................6
Dynamic Range ...................................................................................................................7
Ruído (Noise).......................................................................................................................9
Recuperação .....................................................................................................................10
Perda de Qualidade ...........................................................................................................12
Balanço de Brancos (White Balance) ................................................................................13
Multiplos Disparos (Burst) ..................................................................................................14
Suporte ao RAW em Computadores .................................................................................15
Armazenamento ................................................................................................................15
Prós e Contras (simplificando) ...........................................................................................16
Conclusão ..........................................................................................................................18
Temos o Apoio:
Historinha
Imaginem a seguinte situação. Compro uma câmera digital e como sou um bom curioso
começo a manusear todas suas opções e descubro que existem inúmeras opções para
salvar as minhas fotos, tais como:
RAW
RAW + JPEG Fine
JPEG Fine
JPEG Normal
JPEG Basic
Agora me vejo um pouco perdido e para tentar ver a diferença começo a tirar fotos com
cada uma das opções e percebo que ao salvar em JPEG Basic dentro do meu cartão de
2GB é possível tirar 400 fotos e quando seleciono o modo RAW apenas 100 fotos, são 4x
menos fotos do que fotografando em JPEG Basic, além disso, ao compara-las através do
LCD da câmera, não chego a perceber diferenças visíveis nas fotos. Nesse caso decido
transferir as fotos para o computador, quando abro o JPEG ela está lá, linda, bem colorida
com um bom contraste. Quando vou ver o RAW eu não consigo visualizar a foto. Procuro
na internet e descubro que posso abrir pelo Lightroom, Mas quando carrego as fotos ela
abre bonita e em seguida “perde as cores, contrastes, brilho etc.” Já comecei a achar
complicado são muitos passos para se chegar até onde eu quero, e o JPEG já vem
pronto para usar. Não penso duas vezes e começo a fotografar só em JPEG.
Infelizmente esta história que contei acima acontece com certa frequência, eu mesmo já
escutei inúmeras vezes (até eu já fiz semelhante), principalmente quando a pessoa
desconhece sobre o assunto, mas isso não ocorre apenas com iniciantes na fotografia,
mas também com fotógrafos experientes que não se atualizam em assuntos tecnológicos
e acabam não sabendo o verdadeiro motivo de escolher entre JPEG e RAW.
Neste artigo pretendo explicar as diferenças entre JPEG e RAW, que atualmente são
formatos de imagens utilizados pelas câmeras digitais. Quero tentar passar o máximo de
informação de forma simplificada para que você possa escolher qual o melhor formato
para o seu estilo, visto que às vezes nem percebemos a diferença e nem sabemos
quando usa-los corretamente.
JPG/JPEG
RAW
o Canon (CRW, CR2)
o Nikon (NEF)
JPEG vs RAW, Definições Como é Criada imagem, Cores e Tons, Dynamic Range (Faixa
Dinâmica), Subexposição, Superexposição, Ruído (Noise), Perdas de Qualidade, Balanço
de Branco (White Balance/WB), Burst (Disparos sequenciais), Compatibilidade e
Armazenamento.
Definição
JPEG/JPG - Joint Photographic Experts Group
O QUE É: O formato JPG ou JPEG recebeu esse nome pelo Joint Photographic Experts
Group, o nome original do comitê que desenvolveu o padrão. A rigor, JPEG não é um
formato e sim uma família de algoritmos de compactação. O formato é o JFIF, para JPEG
File Interchange Format e isso é o que significa popularmente 'um arquivo JPEG'.
O QUE É: RAW, palavra em inglês que significa “cru” (Pronuncia-se "Ró" ), é o nome
dado a imagem "bruta" sem qualquer tipo de compactação, processamento ou perda de
qualidade, que fornece uma possibilidade maior de edição final. Hoje já temos algumas
câmeras que tem o RAW com um certo tipo de compressão “sem perdas”, a maneira
simples de saber se a sua câmera utiliza esse formato com compressão, é verificar se as
imagens ficam com tamanhos (MB) diferentes. Quando o RAW não tem compactação
alguma, todas as fotos ficam com o mesmo número de bytes, ao contrario das câmeras
com compactação que geram fotos com tamanhos diferenciados.
Ele também é conhecido como o negativo digital. Cada fabricante tem um tipo de RAW,
como pudemos ver na listagem mostrada no inicio deste artigo, com isso podemos dizer
que na verdade ele não é um formato e sim um termo usado pelas empresas para dizer
que é um arquivo fiel a imagem capturada. Este tipo de arquivo costuma ser
aproximadamente de duas a cinco vezes maiores que uma imagem em JPEG.
Criação da Imagem
JPEG: No momento do click a câmera processa os dados da imagem com base nas
configurações pré-selecionadas e cria o arquivo na memoria interna com estas
configurações e em seguida transfere para o cartão de memória. Já estando no seu
cartão o arquivo “final”. Essas configurações como informado anteriormente são baseadas
em brilho, contraste, nitidez, Balanço de brancos e redução de ruído.
Em tese se você configurou corretamente a sua câmera esse é um arquivo final a ser
utilizado sem uma pós-produção. Pois o mesmo já pode estar com um “bom” contraste,
brilho, nitidez, etc.
RAW: O mesmo não acontece com o RAW no momento do click, as configurações são
salvas em um arquivo com os mesmos ajustes do JPEG (como informado anteriormente)
mas este é utilizado apenas pela câmera, para que você possa visualiza-la através do
LCD. Mas quando você transfere para o computador essas configurações de brilho,
contraste, nitidez, Balanço de brancos e redução de ruído são zeradas e as vezes
trocadas por outras do software que você esta usando para migrar/copiar e visualizar as
fotos (no meu caso Lightroom). Por isso que quando você transfere é possível visualizar
por alguns segundos a foto com as configurações da câmera e logo em seguida sua foto
é atualizada pelas configurações do programa utilizado, dando a sensação de que o
software danificou a imagem e sumiu com as cores, brilhos, contrastes, etc.
Perceba como a foto abaixo é sem vida, com baixo contraste, brilho, nitidez, balanço de
brancos, etc. Nesse caso abaixo a foto está visualmente menos “agradável”, pois suas
JPEG vs RAW por Eduardo Guilhon
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Cores/Tons
O formato JPEG de 8 bits que podem conter até 256 tons RGB (Vermelho, Verde e Azul)
totalizando 16 milhões de cores, já nas as imagens RAW com 12 bits contêm uma maior
quantidade de tons, com “apenas” 4.096 tons RGB ou Vermelho, Verde e Azul totalizando
o equivalente a 68 BILHÕES de cores. já é bem superior ao JPEG e ainda caso não
tenham ficado satisfeitos já aviso que algumas câmeras já trabalham com 14 bits de
informação, nos dando aproximadamente 4,3 TRILHÕES de cores possíveis.
Dynamic Range
Esse termo é muito escutado quando estamos falando de JPEG vs RAW, nada mais é
que a faixa dinâmica de detalhes referentes luminosidade (partes escuras até partes
claras), seria como se um trabalhasse de 1 a 9 (RAW) e o outro de 3 a 7 (JPEG), sendo
que o número 1 seria a áreas de sombras e o 9 as áreas de brilho.
Ter uma “Dynamic Range” (Faixa Dinâmica) maior traz a possibilidade de trabalhar
melhor com partes subexpostas e superexpostas no pós-processamento ou até mesmo
quando você trabalha com uma imagem que tem os dois extremos.
Subexposição
Fiz um teste de extremo de Subexposição com o Arquivo RAW e JPEG criados ao mesmo
tempo, sendo assim com a mesma configuração, e ambos os arquivos foram recuperados
com a mesma configuração.
Verificando a comparação acima, podemos notar que o arquivo raw demonstra ter uma
maior tolerância com imagens subexpostas, possibilitando o acréscimo aproximado de 2 a
4 pontos de luz (lembramos que quanto menor o ISO utilizado, maior a possibilidade de
“recuperação” da imagem).
JPEG vs RAW por Eduardo Guilhon
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Já quando olhamos para a o teste com a imagem em JPEG, percebemos que não foi
possível uma recuperação ideal da imagem, fazendo com que ela ficasse extremamente
danificada a ponto de deixa-la inutilizável.
Superexposição
Assim como na Subexposição o arquivo no formato RAW também mostra uma maior
tolerância ao trabalhar com arquivos superexpostos. Na imagem abaixo podemos
perceber que o RAW em algumas partes aparenta ser mais escuro
Ambas as imagens acima estão com o mesmo pós-processamento, O RAW está mais
escuro pelo motivo que deixei ambos com a mesma configuração, mas abaixo podemos
ver o arquivo RAW devidamente pós-processado.
Ruído (Noise)
O ruído depende de uma série de fatores, como exposição, câmera e iso, mas também
podem ter variações dentro de uma mesma imagem, locais de sombras tendem a ter mais
ruído que locais iluminados. Existem dois tipos de ruídos e que normalmente “trabalham”
juntos, o Chroma e Luminance. O Chroma é composto por ruídos coloridos e o
Luminance pelos pretos e brancos.
No JPEG é possível observar que a imagem tem uma maior quantidade de “chroma
noise” , que faz com que a imagem tenha cores onde em locais onde não deveriam,
Quando olhamos para a imagem RAW verificamos que o que mais temos é o “Luminance
noise” e não encontramos nenhum tipo de artefato, facilitando assim a recuperação.
Recuperação
Abaixo simulamos uma edição extrema utilizando a função para remoção de ruído do
Lightoom, e percebemos que o arquivo RAW consegue preencher melhor os pixels e não
apresenta artefatos, apesar aparência plastificada da imagem é devida a remoção de todo
o “Luminance Noise” (que pode ser corrido no pós processamento).
No arquivo JPEG é possível notar várias falhas na imagem quando vemos o detalhe do
CROP em 100%, essas falhas são chamadas de artefatos e danifica muito a imagem
final..
Perda de Qualidade
JPEG
Se você escolher uma configuração JPEG que a comprima demais, os detalhes podem se
perder de maneira irrecuperável. Esse tipo de dano é chamado de "JPEG artifacting"
(artefatos, como já vimos antes) e sempre aparece como um padrão blocos quadrados e
grandes espalhados pela imagem. O artefato limita a possibilidade de fazer uma
impressão com alta qualidade mesmo que a resolução (alt x comp) não tenha sido
alterada.
Outro problema que temos que levar em consideração é que você está perdendo
informações quando a imagem é salva e editada novamente e muitas vezes de uma
forma onde não se tem volta. Deem uma olhada na imagem abaixo, o JPEG foi salvo
aproximadamente 10 vezes em cima da mesma imagem, usando a qualidade máxima do
JPEG e mesmo assim a imagem foi danificada.
RAW
Isso ocorre devido o RAW ser o que chamamos de arquivo não destrutivo (não pode ser
alterado). E o JPEG é um arquivo destrutivo, pois pode ser alterado, apesar de que o
Lightroom também trabalha com processo não destrutivo com JPEG e outros formatos.
Neste caso toda a edição da imagem (independente do tipo de arquivo) é gravada em um
outro arquivo (XMP) e na hora da visualização ele renderiza a imagem com a edição
existente no arquivo.
Você apenas vai ter um arquivo final editado quando exportar a imagem.
Armazenamento
Este é um dos motivos que podem levar muitos a escolherem o JPEG como arquivo final,
mas no meu ver com o preço dos cartões e de discos rígidos (HD) ficando cada vez mais
baixo, podemos comprar inúmeros cartões de 4 ou 8GB e HDs de 1TB (1024GB) ou
maiores. Além disso, fotógrafos tem que pensar na qualidade e não na quantidade,
quando mais você estuda e treina, menos fotos vai precisar refazer.
E para simplificar ainda mais o que escrevi, acabei fazendo uma lista de prós e contras de
ambos os formatos. Isso pode ser útil quando estamos pensando no que vamos
fotografar.
Ideia Principal
A ideia principal JPEG é gravar o máximo de informação no menor espaço possível sem
prejudicar a imagem ou "tendo perdas insignificantes", e o RAW se preocupa com a
qualidade e não com o tamanho da imagem, fazendo com que o arquivo tenha muito mais
informações.
Conclusão
JPEG vs RAW sempre foi um assunto que gera polemicas, mas na minha opinião você
deve utilizar o JPEG quando quer uma foto com pouco ou até nenhum pós-
processamento, é aquela que você não quer se preocupar com o depois, é ali, aquele
momento que vale. Já com o RAW é o contrário, você quer e vai perder tempo fazendo a
edição da imagem, no meu caso é como se eu pudesse levar o momento junto comigo e
descarrega-lo na forma de pós-produção, quando faço a foto já tento imagina-la com o
meu estilo fotográfico. Por isso que eu, por exemplo, só fotografo em RAW.
Agora eu jogo a bola da vez pra vocês, tirem suas próprias conclusões. Pois não existe
melhor ou pior e sim o que é melhor pra cada um!
Sobre o autor…
Eduardo Guilhon é brasileiro, nascido no ano de 1981 e residente na cidade de
Florianópolis/SC, atua no mercado através de Ensaios Fotográficos Externos (Books) com
especialização em Crianças com Necessidades Especiais (SpecialKids). Sua marca é a
utilização de técnicas de iluminação criativa diferenciada conhecida como Strobist
mescladas com a luz ambiente. Tem como missão congelar a imagem de forma
inovadora, refletindo e registrando com alto desempenho o momento único existente
durante todo o trabalho, entregando ao cliente, um pedaço especial de sua vida em forma
de fotografias.
Muito obrigado a todos por lerem o e-Book e caso queiram ver um pouco mais do meu
trabalho podem acessar o meu site www.guilhonfotografia.com.br e me seguir no
Twitter @eduardoguilhon juntamente com o @fotografiadg.
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