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Agressão de Compra e de Venda
Agressão de Compra e de Venda
Agressões sequenciais, uma vez identificadas, podem ser indícios muito importantes de atuação
institucional e servir como apoio na hora do pequeno trader de varejo tomar as suas decisões de compra, de
venda ou de saída das operações.
Não basta saber diferenciar o que é uma compra e uma venda na bolsa de valores. E isso até é fácil.
Mais importante é saber se as compras e as vendas são agressões (ativas) ou absorções (passivas).
Essas informações mudam completamente a interpretação que faremos do mercado.
Entendendo o que são agressões fica fácil saber o que são agressões sequenciais.
Imagine que eu estou vendendo um livro antigo raro. Eu quero vender esse livro por R$ 9 mil. Um
comprador aceita pagar R$ 8 mil.
O melhor preço de venda é R$ 9 mil. O melhor preço de compra é R$ 8 mil. Se os dois lados não se
encontrarem em algum ponto, o negócio não acontece.
Então eu decido que quero vender de qualquer jeito e “agrido” o melhor preço de compra. E vendo
por R$ 8 mil. Essa é uma agressão de venda.
A outra possibilidade era o comprador achar que era uma oportunidade única e, por isso, aceitar meu
preço de R$ 9 mil. Ele agride o melhor preço de venda. Essa é uma compra na agressão, uma compra
agressiva.
Agora imagine que existem muitos vendedores desse mesmo livro e muitos compradores.
Tem 10 vendedores aceitando vender por R$ 9 mil. Uns 12 por R$ 10 mil e 5 por R$ 11 mil.
Então, 10 compradores agridem o preço de R$ 9 mil. Agora, só tem livros por R$ 10 mil e R$ 11 mil.
Vamos concordar que os próximos compradores vão agredir primeiro os 12 vendedores com preço de
R$ 10 mil. Não faria sentido ir direto para os de R$ 11 mil. Então primeiro é necessário esgotar a oferta no
patamar de R$ 10 mil.
Os participantes da bolsa de valores com o poder financeiro suficiente para promover agressões
sequenciais são os chamados players institucionais.
Quem são essas entidades?
Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em 2011, fizeram um levantamento e
descobriram que apenas 43 mil companhias transnacionais são de fato representativas de todo capital
mundial.
Algumas estimativas dizem que o dinheiro vivo, mais o crédito e todos os bens circulantes
representariam algo em torno de 170 trilhões de dólares.
É uma estimativa, mas vamos trabalhar com esse valor hipotético que, vamos convir, não é pouco.
Essas 43 mil empresas têm em suas mãos quase que a totalidade desses 170 trilhões de dólares.
Calma que estamos quase chegando nos big players institucionais. Não. Não são esses.
A mesma pesquisa, então, foi mais a fundo e descobriu que, no fim das contas, apenas 174 empresas
controlam direta ou indiretamente quase metade dessas 43 mil.
Como a pesquisa é de 2011 não seria errado supor que a concentração de capital de lá para cá pode
ser ainda maior.
Fazendo um arredondamento didático, vamos dizer que 100 empresas têm em suas mãos, então,
metade do capital mundial.
Dessas, metade, umas 50, portanto, têm intensa participação no mercado de valores, direta ou
indiretamente. Mas certamente comprando e vendendo ações, contratos e minicontratos futuros,
commodities e outros ativos das bolsas de valores mundiais.
Aqui está o xis da questão quando falamos de agressões sequenciais. Podemos nos perguntar por que
um investidor institucional decide fazer o preço de um determinado ativo subir ou cair de propósito.
Afinal, se eles estavam comprando até agora, por que eles querem que o preço suba?
E, se estavam vendendo até agora, por que querem que o preço caia?
A resposta para a primeira pergunta é: eles ESTAVAM comprando. Já acabaram de comprar e agora
mudaram o jeito que estão comprando. Passaram a comprar através de agressões sequenciais.
O mesmo para a segunda pergunta: eles ESTAVAM vendendo. Já acabaram de vender e passaram a
vender com agressões sequenciais.
A diferença é que, antes, dependendo do caso, estavam comprando e vendendo, mas na absorção.
Vamos usar o exemplo que antecede as agressões sequenciais de compra, que é mais simples de
entender. Para entender as agressões sequenciais de venda é só inverter o raciocínio.
Ressalva
Uma agressão sequencial significa que um player de maior porte, provavelmente um investidor
institucional, com poder financeiro suficiente, identificou que o mercado está em equilíbrio, com baixa
demanda ou oferta, conforme o caso, e está pronto pra sofrer um desequilíbrio.
As agressões sequenciais nada mais são do que um “empurrãozinho” que o investidor institucional dá
pra que o mercado pegue no tranco e vá na direção desejada. A partir daí, se for uma agressão de compra, ele
poderá vender ativos passivamente cada vez mais caros e, se for uma agressão de venda, poderá comprar
ativos cada vez mais baratos.
Se temos agressões sequenciais de compra, validadas por outros conceitos e ferramentas do Raio X
Preditivo, podemos nos posicionar na compra também, pois é o desejo do investidor institucional em
atuação que o valor do ativo suba. E ele tem cacife financeiro para conseguir isso. Não há razão pra que nos
posicionemos na direção contrária. Nosso stop de proteção pode ficar abaixo do candle em que as agressões
sequenciais aconteceram. Ou em outro ponto, como abaixo da acumulação que antecedeu as agressões
sequenciais. As agressões sequenciais, com muita probabilidade, marcam um ponto que esses institucionais
vão defender com todas as forças. Uma vez perdidas, é prudente sair delas, pois, supostamente o player
desistiu de defendê-la.
Nas agressões de venda, podemos entrar em posições vendidas, com o stop de proteção acima delas
ou acima da lateralização que definiu uma zona de distribuição de ativos. O player em atuação não deseja
que os preços fiquem acima dessa região e, se ela for perdida, é prudente que se abandone a operação.
No entanto, esse tipo de critério, mesmo havendo a probabilidade de a operação ir pra região de
perdas, têm grande probabilidade. Além disso a relação risco ganho é boa: baixo risco (stop loss curto) e
altas probabilidades de ganho (stop gain longo).
Além disso, as ferramentas do Raio X Preditivo permitem a saída das operações antes dos stops sem
peso na consciência através da validação da permanência ou não a partir da observação do comportamento
do volume: se o volume das pernadas na direção de nossa operação estiver diminuindo é provável que o
mercado esteja perdendo a força. Da mesma forma, um ritmo de subida ou de queda muito forte pede
prudência.
5. COMO O RAIO X PREDITIVO PODE TE AJUDAR A IDENTIFICAR
ESSAS GRANDES AGRESSÕES SEQUENCIAS
O Raio X Preditivo é uma metodologia que considera o volume como a causa dos movimentos de
preço e, por consequência, o principal fator a ser analisado pelos traders.
O volume é o combustível do mercado e é ele que move a cotação dos ativos, seja pra baixo, seja pra
cima. O preço, nesse contexto, é mero efeito, consequência. Ora, se queremos antecipar os efeitos,
precisamos analisar e acompanhar as causas.
Para isso, o Raio X Preditivo se vale de ferramentas e conceitos voltados para o volume. No entanto,
percebemos que muitos, se não a maioria, dos cursos ministrados no Brasil continuam a seguir o preço,
através de padrões e indicadores do preço derivados.
Outra forma de definir o Raio X Preditivo é como o estudo da atuação dos grandes players
institucionais, pois são eles os participantes que são responsáveis pela maior parte do volume da bolsa de
valores.
Tape reading
Montando um Candle: