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Adianto que isso é normal porque você precisa ter uma base de entendimento.
Ao longo deste texto vou te ajudar formar uma base para que você consiga
começar a tirar conclusões sozinho!
Repare que não perguntei por que as pessoas colocam as ordens de compra ou
venda. (Essa segunda pergunta é importantíssima, mas será tratada em outro
artigo).
A primeira coisa que vem à cabeça de todo mundo é oferta e demanda e outra
resposta comum para essa pergunta costuma ser: “ tem mais compra do que
venda ou mais venda do que compra”.
Se estivermos falando de mercado acionário, por mais que exista uma oferta
limitada de ações em circulação no mercado (freefloat), os preços estão livres
para flutuar para cima e também para baixo. Ou seja, não é o estoque finito ou
a escassez de ações que faz os preços subirem…
Dessa forma, não podemos dizer que é oferta e demanda que determina mudança
de preço…
O preço que alguém esteja disposto a pagar por algo (ação, derivativo, carro,
imóvel, etc) e o preço que alguém esteja disposto a vender o mesmo ativo em
questão.
Claro que também existe um terceiro preço, que é justamente o preço em que
foi executada a última transação (mas nesse caso, a última transação já foi
realizada e, portanto é passado).
Vamos focar nesses dois preços (o preço de compra e o de venda), mas em um
exemplo fora do mercado financeiro:
Bom, digamos que a construtora tenha 1.000 unidades à venda. Para ela é
interessante vender caro ou barato? Sei que essa pergunta não é tão bem
formulada, porque, você pode dizer: depende. Ela pode querer vender de
forma eficiente, nem tão caro e nem tão barato, mas quer vender rápido. Sim,
é verdade.
Então vamos fazer umas breves premissas para facilitar o exemplo. Deve ser
factível achar que essa construtora venda as 1.000 unidades em lotes
divididos. Ou seja, 100 unidades podem ser ofertadas ao preço de 700 mil, por
exemplo. As outras 100 unidades serão vendidas a 710 mil, depois mais 100
unidades a 720 mil e assim por diante. Não estou dizendo que ela vai
conseguir fazer isso, mas é factível pensar dessa forma.
De forma simples, ou o corretor aceita baixar o preço para 680 mil (preço que
o comprador está disposto a pagar) e assim fecham o negócio ou o comprador
(pode ser outro comprado, inclusive) aceita pagar os 700 mil que é o preço
que a corretora estava ofertando e também fecham o negócio.
Logicamente, pode haver uma barganha bilateral, mas gostaria que você se
preocupasse com o processo básico.
Agora pense no que faz o preço subir? (ou cair, mas não será o caso do
exemplo).
Será que se alguém comprar 1 apartamento a 700 mil o preço vai subir? Bom,
se os corretores mantiverem as outras 99 unidades ofertadas a 700 mil, o preço
não deve subir. E se logo em seguida mais 50 unidades forem vendidas, o
preço vai subir? A resposta é a mesma, pois se os corretores mantiverem os 49
apartamentos restantes à venda, o preço não deve subir.
Então, vamos lá: O preço só abre espaço para subir quando alguém,
individualmente ou em grupo aceitar pagar o preço de venda (700 mil) de
todas as unidades (no exemplo foram 100). Quando não houver mais unidades
à venda a 700 mil, quem quiser comprar aquele mesmo apartamento deverá
pagar 710 mil que é o novo preço de venda.
ESSE É O PROCESSO!
Então, de forma resumida podemos dizer que não é oferta e demanda pura e
simplesmente que fazem o preço subir ou cair. O que faz os preços
subirem/caírem é:
Primeiro: alguém precisa ceder, ou seja, alguém tem que aceitar ou o preço
de compra ou o preço de venda que está ofertado no mercado.
No exemplo, alguém ou um grupo tem que aceitar pagar 700 mil ou “dar o
fechado” nos 100 apartamentos do vendedor para que o lote acabe. Em
seguida, precisa vir alguém (pode até ser o mesmo cara) ou um grupo e aceitar
pagar 710 mil (comprador dando o fechado no vendedor) nos 100
apartamentos para que o lote acabe. E por ai vai.
Você já deve ter visto outros artigos que precisamos de um book de ofertas
(onde estão todas as ordens que ainda não foram executadas e nem
canceladas) e um histórico de execuções onde estão todos os negócios
realizados.
E está lembrado do corretor que vendia 100 unidades a 700 mil? Essa ordem
também seria a primeira da fila de venda. (mas aqui tem uma observação: O
corretor poderia colocar 100 ordens diferentes de 1 unidade cada vendendo a
700 mil, ou poderia colocar em uma única ordem os 100 apartamentos
vendendo a 700 mil – Isso faz diferença, mas deixa pra depois!!!)
Ordem limitada, que são justamente todas essas ordens que você vê no book
de ofertas completo e as ordens a mercado. O conceito de ordem a mercado é
justamente o mesmo conceito de ceder, “dar o fechado” ou “agredir” que
exemplificamos um pouco acima.
Se alguém quer comprar algo, agora, emite uma “ordem a mercado” (de novo,
são vários tipos de ordens e isso ficaria confuso explicar agora).
Nesse exemplo do book de ofertas abaixo, para sair um negócio ,alguém tem
que enviar uma ordem “a mercado” (ou aceitar pagar o preço que o vendedor
esta ofertando ou aceitar vender ao preço que o comprador esta demandando).
Bom, aqui a gente não está falando de como operar o mercado, mas sim como
ler o que está acontecendo.
Basicamente é assim: quando alguém manda uma ordem limitada, esta ordem
fica esperando execução no book de ofertas. É uma postura mais passiva.
Quem enviou a ordem só será executado se alguém der o fechado nele (ou
enviar uma ordem a mercado/agredir). Vale também, lembrar que quem envia
uma ordem limitada, pode a qualquer momento cancelar esta ordem.
Agora do ponto de vista de quem emite uma ordem a mercado, não existe
opção de cancelar. Fechado é fechado e está executado. Não tem como voltar
atrás!
Agora, toda ordem a mercado gera um negócio. Não tem como voltar
atrás. No histórico de negócios ficam registradas as ordens que eram
limitadas no book de ofertas, “casadas” com a ordem que foi enviada a
mercado.