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Projeto de Calibração de Célula de Carga para Aplicação em Dinamômetro
Projeto de Calibração de Célula de Carga para Aplicação em Dinamômetro
Rio de Janeiro
Agosto de 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Departamento de Engenharia Mecânica
DEM/POLI/UFRJ
Aprovado por:
________________________________________________
Prof. Marcelo José Colaço, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Albino José Kalab Leiroz, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Helcio Rangel Barreto Orlande, Ph.D.
i
Souza, Sara Maria de Souza Vale e
Projeto de Calibração de Célula de Carga para Aplicação em
Dinamômetro Hidráulico com Medição de Curva de Torque e
Potência em Motor Otto/ Sara Maria de Souza Vale e Souza. -
Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2014.
XI, 76 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Marcelo José Colaço
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso
de Engenharia Mecânica, 2014.
Referências Bibliográficas: p. 42-43
1. Motor Otto. 2. Calibração. 3. Dinamômetro Hidráulico.
4. Máquinas Térmicas – Tese. I. Colaço, Marcelo José. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,
Curso de Engenharia Mecânica. III.Título.
AGRADECIMENTOS
iii
Resumo do projeto final apresentado ao DEM/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
Agosto de 2014
Este projeto tem como objetivo realizar a calibração de uma célula de carga instalada em
uma bancada dinamométrica localizada no Laboratório de Máquinas Térmicas da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, através de um sistema elaborado especificamente
para essa função, e realizar a análise de desempenho de um motor ciclo Otto por meio de
curvas de torque e potência para três diferentes razões ar/combustível. No entanto, apenas
uma razão foi estudada devido à irregularidade mecânica apresentada pelo motor. Para
desenvolver a calibração do sistema de injeção de combustível foi empregado o software
TunerStudio MS e para a calibração da célula de carga utilizou-se o software DYNO-MAX
2000. Os resultados dos testes foram tratados através de ferramentas de análises estatísticas.
Na primeira fase, verificou-se que a calibração foi satisfatória dentre a faixa de trabalho
utilizada. Na segunda fase do projeto foi efetuado o cálculo da razão ar/combustível
estequiométrica para a gasolina comum, padrão brasileiro, e obteve-se a curva de torque e
potência para uma combustão com excesso de ar.
iv
Abstract of the graduation project presented to DEM/UFRJ as partial fulfillment of the
requirements for the degree of Mechanical Engineer.
August, 2014
The aims of this project were to perform the calibration of a load cell installed on a
dynamometric test stand located at the Thermal Machines Laboratory of the Federal
University of Rio de Janeiro, through a system specifically designed for this function, and
conduct a performance analysis of a Otto cycle engine by measuring torque and power
curves for three different air/fuel ratios. However, only one ratio was studied due to
mechanical irregularities presented by the engine. To develop the calibration of the fuel
injection system the TunerStudio MS software was used and for the calibration of the load
cell the DYNO-MAX 2000 software was used. The test results were treated through a
statistical analysis tools. In the first phase, it was found that the calibration was satisfactory
for the operating range used. In the second phase, it was made the calculation of the
stoichiometric air/fuel ratio for gasoline used in Brazil and obtained the torque and power
curves for combustion with excess air.
v
ÍNDICE
Pág.
1. INTRODUÇÃO 1
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS 3
2.1 Ciclo Otto 3
2.2 Sistema de Injeção Eletrônica de Combustível 4
2.2.1 Unidade de Controle Eletrônica 4
2.2.2 Corpo de Borboleta 5
2.2.3 Sensor de Posição do Corpo de Borboletas (TPS) 5
2.2.4 Sensor de Pressão Absoluta e Temperatura de Ar 5
2.2.5 Sensor de Temperatura do Óleo Lubrificante 6
2.2.6 Sonda Lambda 6
2.2.7 Filtro de Ar 6
2.2.8 Bico Injetor 7
2.2.9 Bomba Elétrica de Combustível 7
2.2.10 Filtro de Combustível 7
2.2.11 Regulador de Pressão de Combustível 8
2.2.12 Cálculo do Tempo de Abertura da Válvula Injetora de Combustível 8
2.3 Dinamômetro Hidráulico 9
2.3.1 Medição de Torque 10
2.3.2 Medição de Potência 11
2.4 Calibração 12
3. APARATO EXPERIMENTAL 14
3.1 Motor 14
3.2 Dinamômetro 16
3.3 Célula de Carga 17
4. CALIBRAÇÃO DO SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO 19
4.1 Sensores e atuadores 19
4.2 Ajustes da MegaSquirt 20
5. CALIBRAÇÃO DA CÉLULA DE CARGA 24
5.1 Projeto do Sistema de Calibração 24
5.1.1 Cálculos 25
5.1.2 Especificações 27
5.1.3 Fabricação 28
5.1.4 Montagem 30
5.2 Processo de Calibração 32
6. RESULTADOS 35
6.1 Resultados da calibração da célula de carga 35
6.2 Curvas Experimentais de Torque e Potência do Motor Honda 196cc 38
vi
7. CONCLUSÕES E SUGESTÕES 42
Referências Bibliográficas 44
Lista de Apêndices 46
APÊNDICE I 47
APÊNDICE II 54
APÊNDICE III 67
APÊNDICE IV 71
APÊNDICE V 75
vii
Índice de figuras:
viii
Figura 6.3 Gráfico com as curvas de torque e potência obtidas pelo teste Pág. 40
do motor com relação ar/combustível de 14,7
ix
Índice de tabelas:
Tabela 3.1 Dados técnicos sobre o motor e o sistema elétrico da moto CBX Pág. 15
200 Strada
Tabela 3.2 Características técnicas da célula de carga, modelo CSA-20 Pág. 18
Tabela 4.1 Componentes utilizados no sistema de injeção eletrônica Pág. 20
Tabela 5.1 Massas aferidas para a calibração Pág. 27
Tabela 5.2 Especificações dos componentes do sistema de calibração Pág. 28
Tabela 5.3 Etapas de calibração Pág. 33
Tabela 6.1 Comparativo entre os torques Pág. 35
Tabela 6.2 Análise dos testes após a calibração Pág. 37
Tabela 6.3 Resultados obtidos pelo teste do motor com relação ar Pág. 39
combustível de 14,7
Tabela 7.1 Levantamento dos custos de materiais Pág. 42
Apêndices
Tabela I.1 Propriedades da gasolina com 23% de álcool etílico Pág. 48
Tabela I.2 Propriedades gerais Pág. 49
Tabela III.1 Valores de média e desvio padrão da primeira medição Pág. 68
anterior à calibração
Tabela III.2 Valores de média e desvio padrão da segunda medição Pág. 69
anterior à calibração
Tabela III.3 Valores de média e desvio padrão da terceira medição anterior Pág. 69
à calibração
Tabela III.4 Valores de média e desvio do resultado das medições de Pág. 70
torques anteriores à calibração
Tabela IV.1 Valores de média e desvio padrão da primeira medição Pág. 72
posterior à calibração
Tabela IV.2 Valores de média e desvio padrão da segunda medição Pág. 73
posterior à calibração
Tabela IV.3 Valores de média e desvio padrão da terceira medição Pág. 73
x
posterior à calibração
Tabela IV.4 Valores de média e desvio do resultado das medições de Pág. 74
torques posteriores à calibração
Tabela V.1 Resultado da linearidade (%) posterior à calibração Pág. 76
Tabela V.2 Resultado da repetibilidade (%) posterior à calibração Pág. 76
Tabela V.3 Resultado da histerese (%) posterior à calibração Pág. 76
xi
Capítulo 1
Introdução
1
14,7. Ao longo desse teste, verificou-se que o motor não conseguiu alcançar elevadas
rotações devido aos problemas mecânicos encontrados.
2
Capítulo 2
Fundamentos Teóricos
3
Figura 2.1: Estágios do motor de Ciclo Otto. [HEYWOOD (1988), p. 10, fig. 1.2]
4
A Unidade de Controle Eletrônica (ECU) é uma unidade do tipo digital com
microprocessador, sendo qualificada pela sua capacidade de realizar comandos específicos
para todas as faixas de rotação do motor, precisão, confiabilidade e baixo consumo de
energia. Seu objetivo é mapear o tempo de abertura do bico injetor, dosando a quantidade
de combustível ideal para os diferentes regimes de trabalho do motor. Esta central não
possui componentes agregados para fazer o chaveamento dos circuitos que requerem uma
potência direta. Nesse caso, relés de acionamento externo e fusíveis especiais são inseridos
para suprir a potência demandada. O fusível é um dispositivo de proteção contra
sobrecorrente no circuito.
5
2.2.5 - Sensor de Temperatura do Óleo Lubrificante
(2.1)
De acordo com o valor do fator lambda, pode-se classificar a mistura em três tipos:
Para lambda menor que 1, a mistura é considerada rica em combustível e
pobre em ar;
Para lambda igual a 1, a mistura é considerada ideal, não havendo excesso
de combustível nem de ar;
Para lambda maior que 1, a mistura é considerada pobre em combustível e
rica em ar.
2.2.7 - Filtro de Ar
A finalidade do filtro de ar, como o próprio nome indica, é filtrar o ar admitido pelo
motor, protegendo o equipamento de aspirar partículas sólidas que podem causar avarias
mecânicas.
6
2.2.8 - Bico Injetor
Tem como objetivo filtrar o combustível que é direcionado para o bico injetor,
evitado que o mesmo não fique obstruído por partículas sólidas.
7
2.2.11 - Regulador de Pressão de Combustível
É uma válvula que controla a pressão de combustível necessária para que o bico
injetor pulverize corretamente o combustível.
(2.2)
(2.3)
⁄
onde:
Pressão absoluta de ar no coletor de admissão [kPa];
Volume deslocado em um cilindro [litros];
Constante dos gases ideais = 8.3143510 [kJ/kmol K];
Temperatura de ar admitido [°F];
Massa molecular de ar [kg/kmol].
8
( ) (2.4)
onde:
Tempo de abertura do bico injetor em décimos de milissegundos;
Deslocamento do pistão [polegadas³];
Massa específica do ar, para 100kPa e 70°F,
3
[lb/polegada ];
Número de cilindro do motor;
Relação ar/combustível [kg de ar/ kg de combustível];
Vazão do bico injetor [lb/h];
Número de injeções por ciclo do motor.
( ) ( ) ⁄ (2.5)
9
sentido oposto no invólucro. Ao ajustar o nível de água no invólucro, o torque absorvido é
variado. A potência absorvida pelo rotor é dissipada em forma de atrito pelo próprio fluido.
A medida do torque pode ser realizada através de uma célula de carga que mede a
força aplicada pelo motor ao braço do dinamômetro. Essa força multiplicada pelo
comprimento do braço indica o valor do torque.
A célula de carga é formada por quatro extensômetros que, ligados de acordo com a
figura 2.3, formam uma ponte de Wheatstone, podendo medir forças de tração, compressão
ou ambas. Os extensômetros 1 e 3 estão relacionados ao sentido direto da tensão da força
aplicada e os extensômetros 2 e 4 com a tensão transversal, de acordo com o coeficiente de
Possion µ. Segundo DOEBELIN (1983), este arranjo gera uma sensibilidade 2(1+µ) vezes
maior que o valor obtido por um único extensômetro ativo na ponte. Os extensômetros
devem ser montados de uma forma simétrica para que sinais provenientes de tensões de
flexão, causadas por forças fora de centro ou que estejam no centro, porém não são normais
à superfície de aplicação, sejam iguais à zero na saída e0.
Seguindo DOEBELIN (1983), a deflexão sob a carga total de tais células de carga é
da ordem de 0,001 a 0,015 polegadas, indicando a sua elevada rigidez. A elevada rigidez do
sistema também implica em uma baixa sensibilidade. Geralmente, a frequência natural não
é citada uma vez que essa é determinada quase que inteiramente por elementos de massa
externos que transmitem força ao transdutor. Para aumentar a sensibilidade, em células que
medem pequenas forças, sem sacrificar a estabilidade do sistema e a superfície aonde os
extensômetros serão montados, um membro de transmissão de carga oco (quadrado por
fora e circular por dentro) pode ser empregado.
Para obter-se uma elevada precisão, entre 0,3% a 0,1% da máxima escala,
compensadores de temperatura devem ser adicionados ao circuito. Resistências sensíveis à
temperatura, Rgc e Rmc, figura 2.3, são utilizadas para compensar ligeiras diferenças entre os
coeficientes de temperatura dos quatro extensômetros e a dependência do módulo de
elasticidade do sensor de carga com a temperatura, respectivamente, DOEBELIN (1983).
10
Ainda pode-se acoplar ao circuito que forma a célula de carga duas resistências, Rss
e Rirs, não sensíveis à temperatura, que são ajustadas para normalizar a sensibilidade de
uma voltagem nominal para seu valor desejado e a resistência de entrada para seu valor
desejado, DOEBELIN (1983).
11
deslocamento a partir de um ponto de partida conhecido. Entretanto, qualquer movimento
invertido pode produzir pulsos idênticos, causando erros de medida. Este sensor pode ser
construído tanto com dispositivos de contato ou sem contato, usando princípios óticos ou
eletromagnéticos, DOEBELIN (1983).
Figura 2.4: Sinal de saída do tacômetro. [DOEBELIN (1983), p. 295, fig. 4.56]
2.4 - Calibração
12
O método descrito acima exprime que o indicador da célula de carga foi
programado para ler o zero antes que qualquer carga tenha sido aplicada, enquanto foi
ajustado para ler o valor correto do máximo torque quando pesos apropriados foram sendo
adicionados, segundo PLINT e MARTYR (1999).
Ao realizar o procedimento deve-se formar uma tabela com colunas
correspondentes aos pesos calibrados, aos cálculos dos torques aplicados pelos pesos, aos
torques lidos pela célula em ambas as situações, aumento e diminuição de carga, e aos
erros, que são calculados através da diferença entre o torque aplicado e o torque lido.
A histerese é a máxima diferença entre as leituras de saída do transdutor de força
para a mesma carga aplicada, uma leitura obtida pelo aumento de carga do zero à
capacidade máxima e a outra leitura pelo decrescimento de carga da sua capacidade
máxima ao zero. Se a porcentagem dos erros desta diferença, da linearidade ou da
repetibilidade não estiverem dentro das tolerâncias especificadas pelo fabricante, o
processo de calibração deve ser repetido. Se o transdutor de força ainda não atender aos
requisitos especificados, o sensor é rejeitado para uso laboratorial.
13
Capítulo 3
Aparato Experimental
3.1 - Motor
14
Tabela 3.1: Dados técnicos sobre o motor e o sistema elétrico da moto CBX 200
Strada. [Manual de Serviço Honda XR200R/NX200/CBX200S]
Motor Tipo 4 tempos, arrefecido a ar, OHC
Disposição do cilindro Monocilíndrico, inclinado a 15° em relação
à vertical
Diâmetro x curso 63,5 x 62,2
Cilindrada 196,9 cm³
Relação de compressão 9,0:1
Capacidade de óleo 1,4 litros na desmontagem/1,1 litros na
troca
Sistema de lubrificação Pressão forçada e banho de óleo
Compressão do cilindro 1.250 kPa (1,25 kg/cm²; 178 psi)
Diagrama das Admissão Abre 10° APMS
válvulas Fecha 40° DPMI
Escape Abre 35° APMI
Fecha 10° DPMS
Sistema Sistema de ignição CDI (ignição por descarga capacitiva)
Elétrico Ponto de ignição Inicial 10° APMS a 1.400 rpm
Avanço max. 32° APMS a 5.000 rpm
Alternador 0,125kW/5.000 rpm
Vela de ignição DP8EA-9 (NGK)
Folga dos eletrodos da vela 0,8-0,9 mm
Nota da autora: A tabela referenciada não apresenta valores de potência e torque máximos.
15
3.2 - Dinamômetro
16
Figura 3.3: Interface do programa computacional DYNO-MAX 2000.
O modelo utilizado da célula de carga, que mede o torque aplicado pelo motor, é a
CSA-20, fabricante MK Controle e Instrumentação. A medição do torque é realizada pela
célula de carga em tração e a sua capacidade máxima é de 20 kg. A tabela 3.2 apresenta as
demais características desse sensor.
17
Tabela 3.2: Características técnicas da célula de carga, modelo CSA-20. [Disponível em:
<http://www.mkcontrole.com.br/ficha_csa.html> Acesso em 11 de agosto de 2014.]
Características Técnicas Unidades
Capacidade 20 kg
Sensibilidade Nominal 2,0 mv/V
Balança de Zero ± 0,5%
Repetibilidade 0,02%
Erro de Fluência (20 minutos) 0,03%
Efeito da Temperatura no Zero 0,002% °C
Efeito da Temp. na Sensibilidade 0,002% °C
Temperatura de Operação -10°C a +80°C
Compensação de Temperatura -10°C a +50°C
Impedância de Entrada (25°C) Ohms 350 ± 30
Impedância de Saída (25°C) Ohms 350 ± 3
Resistência de Isolação Mohm > 5000
Tensão de Excitação 10 Vdc/Vac
Tensão de Excitação Máxima 15 Vdc/Vac
Material Alumínio
Cabo Blindado de 4 vias 2,5 metros
18
Capítulo 4
Originalmente o motor utilizado neste projeto tinha seu sistema de alimentação feito
por um carburador. A conversão deste sistema para injeção eletrônica e os
dimensionamentos dos sensores e atuadores foram realizados por AMAZONAS NETO
(2013).
A tabela 4.1 lista os sensores e atuadores, cujos funcionamentos foram definidos na
seção 2.2.
19
Tabela 4.1: Componentes utilizados no sistema de injeção eletrônica
Nome Tipo/ Especificação/ Versão
Controlador MegaSquirt II Versão 3.0
Motorola MPX4250AP (Integrado à
Pressão do coletor de admissão
ECU)
Sensores Sonda lambda Wideband/ BOSCH LSU 4.2
Temperatura do ar de admissão MTE-Thompson/ MTE-5061
Temperatura do óleo lubrificante MTE-Thompson/ MTE-4053
TBI - Throttle Body Injection Kasinski Comet 250 GTR
Atuadores
Bomba de combustível Magneti Marelli - WB 101
Filtro de ar -
Filtro de combustível Metal Leve - KL582
Acessórios
Regulador de pressão de
LP/ LP47560-204
combustível
20
Nesta parte são inseridos os dados do motor, tais como o volume e o número de
cilindros, a quantidade e a vazão de injetores e a relação ar/combustível estequiométrica,
apresentados na figura 4.2. Com esses dados a ECU calcula a quantidade de combustível
teórica necessária para o funcionamento do motor.
Figura 4.2: Entrada dos dados para o cálculo do tempo de injeção de combustível.
21
Figura 4.3: Características da injeção.
Observa-se na figura 4.3 que apesar de trabalhar com um motor monocilíndrico, foi
informado ao controlador que o motor possui “dois cilindros”. Isso se deve ao fato de o
sistema de ignição original da moto ter sido mantido, um sistema de ignição por descarga
capacitiva, CDI. Esse sistema trabalha da forma wasted-spark, ou centelha perdida, que
provoca a centelha na vela não somente no tempo de compressão, mas também no tempo de
exaustão.
Como a MegaSquirt faz a leitura da rotação do motor e ajusta o momento de injetar
combustível a partir do sinal elétrico para a centelha da vela, onde para o módulo cada
centelha representa um ciclo do motor, a ignição com wasted-spark faz com que a leitura de
rotação do motor fique dobrada, pois uma centelha é disparada a cada volta, e não a cada
ciclo. Informar à MegaSquirt que o motor possui “dois cilindros” e “dois bicos injetores”
faz com que o combustível seja injetado somente no tempo certo para a combustão, porém
a leitura de rotação permanece o dobro da real. Dessa forma, toda a parametrização foi feita
para se compatibilizar a esse problema.
Após essa configuração inicial é configurada a AFR Table, que é uma tabela 12x12
onde é inserida a relação ar-combustível desejada para cada rotação e pressão no coletor de
admissão, conforme figura 4.4. Essa tabela permite um funcionamento diferenciado do
22
motor nas diferentes condições de operação, possibilitando, por exemplo, uma mistura mais
rica em combustível em regimes de alta carga e/ou um valor próximo ao estequiométrico
em média carga. O valor da rotação de corte de combustível foi estipulado em 6000RPM, o
leva a programar em 12000RPM.
O objetivo deste projeto era testar três diferentes razões ar/combustível: maior que a
estequiométrica, estequiométrica e menor que a estequiométrica. Porém apenas uma razão
foi utilizada (14.7: 1).
Com esses valores de operação desejados e a relação estequiométrica calculada, o
controlador é capaz de enviar à câmara de combustão a quantidade de combustível correta
para a relação ar-combustível desejada. Esse ajuste é feito pelo controlador de acordo com
o sinal de feedback da sonda-lambda, instalada na saída dos gases do motor, que informa à
MegaSquirt a quantidade de oxigênio presente nos gases.
23
Capítulo 5
Esse projeto foi desenvolvido a partir dos seguintes requisitos: realizar forças de
tração previamente determinadas na célula de carga, não causar grandes modificações à
bancada experimental, ser de fácil montagem e desmontagem e possuir um custo
relativamente baixo. Dessa forma, foi projetado um suporte rígido para ser montado na
bancada, onde duas roldanas, fixadas a esse suporte, apoiam um cabo de aço, que em uma
extremidade está conectado à alavanca do dinamômetro e na outra suporta pesos
devidamente calibrados. As figuras 5.1 e 5.2 ilustram o esquema descrito acima através do
software SolidWorks 2010.
24
Figura 5.2: Perspectiva isométrica do sistema de calibração.
5.1.1 - Cálculos
25
⁄ (5.1)
onde:
Massa específica do aço SAE 1020 = 7900 [kg/m³];
= Massa do bloco de calibração [kg];
= Área da superfície superior do bloco de calibração = 0,0070 [m²];
= Espessura do bloco de calibração [m].
Assim,
[ ] (5.2)
Após a fabricação, esses blocos e seu suporte foram aferidos pela balança de
precisão, modelo ARD110, fabricante OHAUS Adventurer, cuja capacidade máxima é de
4100g, figura 5.4. Os resultados da calibração dos blocos encontram-se na tabela 5.1.
26
Tabela 5.1: Massas aferidas para a calibração.
Peças Calibradas Unidade [kg]
Suporte dos pesos 0,4049 ± 0,0001
Bloco 1 1,0561 ± 0,0001
Bloco 2 1,0648 ± 0,0001
Bloco 3 2,0119 ± 0,0001
Bloco 4 2,0126 ± 0,0001
Bloco 5 2,0146 ± 0,0001
Bloco 6 2,0211 ± 0,0001
5.1.2 - Especificações
27
Tabela 5.2: Especificações dos componentes do sistema de calibração.
Fabricant Quantidad
Componentes Material Dimensões
e e
Roldanas
Simples de
Nautos - 2 Line 22
Encosto
Pivotante
Barra Perfil Aço SAE 5/8pol x 5/8 pol x
- 1
Quadrado 1020 450mm
Chapa Perfil Aço SAE 60mm x 105,4mm
Suporte de - 2
U 1020 x 2mm
Calibração Parafuso
Ciser - 1 M8x25mm
Sextavado
Parafuso
Ciser - 2 M5x30mm
Philips
Porca Ciser - 2 M5
Arruela de
Ciser - 2 M5
Pressão
Cabo de Aço
Cimaf - 1 Ø3mm x 700mm
1x19
Cabo de
Clipes Padrão
Aço
de Cabo de Inox-Fix Aço Inox 2 AISI316 3mm
Aço
Barra Perfil Aço SAE
- 1 Ø1/2pol x 232mm
Suporte dos Circular 1020
Pesos Chapa Aço SAE 100mm x 100mm x
- 1
Circular 1020 3,3mm
5.1.3 - Fabricação
28
forma simétrica. Para garantir que a linha de centro do cabo de aço coincida com a
linha de centro da célula de carga é realizada uma pré-montagem das partes para
que o posicionamento da barra vertical na chapa de perfil U com furo seja
corretamente ajustada e, por fim, esses dois elementos são soldados. A última etapa
de fabricação consiste na soldagem da barra inclinada à barra vertical e a chapa de
perfil U, garantindo maior estabilidade ao sistema. O conjunto final é apresentado
pela figura 5.5 e seu desenho técnico encontra-se no Apêndice II.
Suporte dos Pesos: É formado por uma barra circular com diâmetro de 12 mm que,
previamente, é fresada e furada próxima a uma de suas extremidades e por uma
chapa em forma circular. Esses dois elementos são soldados perpendicularmente,
figura 5.6. Seu desenho técnico encontra-se no Apêndice II.
29
Blocos de Calibração: Para a fabricação dos seis blocos de calibração, figura 5.7,
foram utilizados os processos de torneamento, furação e fresamento. O torneamento
foi utilizado para ajustar o diâmetro e a espessura dos blocos, já os processos de
furação e fresamento foram utilizados para fazer um rasgo centralizado nas peças.
Seus desenhos técnicos se encontram no Apêndica II.
5.1.4 - Montagem
30
2ªEtapa – Fixação do Suporte de Calibração: O suporte de calibração é fixado à
bancada experimental por meio de um parafuso sextavado M8, que foi posicionado ao furo
com rosca existente na bancada.
3ªEtapa – Fixação Cabo de Aço: O cabo de aço deve passar pelas duas roldanas e
sua extremidade centralizada com a célula de carga deve ser fixada ao furo de calibração da
alavanca do dinamômetro, através de um clipe, detalhado na seção 5.1.2.
4ªEtapa – Fixação do Suporte dos Pesos: Por fim, o suporte dos pesos é preso à
extremidade livre do cabo de aço por outro clipe.
A figura 5.9, apresenta a vista explodida do conjunto de calibração para que a
visualização da montagem. O desenho técnico desse conjunto encontra-se no Apêndice II.
31
Figura 5.10: Montagem final do sistema de calibração.
32
A partir de então, seguem as etapas de calibração da célula de carga. Primeiramente,
sem carga aplicada à célula, busca-se zerar o sensor. Após atingir o zero, aplica-se a carga
máxima estimada e ajusta-se o ganho para que o torque indicado pelo programa seja
correspondente ao seu torque nominal. Esses dois processos são realizados conjuntamente
até que seus valores sejam estabilizados.
Em seguida, geram-se três testes estáticos com os blocos calibrados acrescentando-
os, de acordo com a tabela 5.3 a seguir.
33
Figura 5.12: Gráfico obtido antes da calibração.
34
Capítulo 6
Resultados
Este capítulo tem como finalidade apresentar os resultados obtidos após a calibração
da célula de carga e o resultado do teste do motor para a relação ar combustível igual a
14.7, gerando as curvas experimentais de torque e potência do motor.
35
O mesmo método de análise estatística dos dados empregados nas leituras dos
torques realizadas antes da calibração foi utilizado para a verificação dos dados obtidos
após a calibração, Apêndice IV. As incertezas dos valores dos torques teóricos, equação
(6.1), foram calculadas através das incertezas dos instrumentos utilizados para aferir as
massas do suporte e dos blocos e o comprimento da alavanca do dinamômetro.
( ) ( ) (6.1)
onde:
Incerteza do torque teórico em [N.m];
[kg.m/s²];
Incerteza do instrumento de medição do comprimento da alavanca do dinamômetro =
0,001 [m].
A figura 6.1 exibe o gráfico das curvas dos torques para cada etapa. Pode-se
verificar que a curva da média dos torques após a calibração se aproxima da curva do
torque teórico no intervalo entre zero e aproximadamente 21 N.m, durante as etapas de
acréscimo das massas, faixa que engloba os torque aplicados pelo motor. Entretanto,
durante a remoção das massas, o intervalo em que há a aproximação das curvas foi restrito
a uma faixa menor devido à histerese.
36
Figura 6.1: Gráfico dos torques de calibração.
37
A máxima não linearidade foi obtida no terceiro teste, na etapa seis, onde a carga
máxima foi aplicada à célula. A repetibilidade máxima foi observada na diferença dos
valores obtidos na etapa cinco, entre o segundo e terceiro teste. A máxima histerese foi
detectada no primeiro teste, entre a diferença dos valores das etapas cinco e sete, cujo
torque nominal aplicado corresponde a 21,01 N.m, valor superior ao torque máximo
nominal do motor. Os demais valores destes parâmetros encontram-se no Apêndice V.
Com as características técnicas dadas pelo fabricante da célula de carga, seção 3.3,
apenas é possível verificar a repetibilidade. De acordo com a tabela 6.2, a máxima
repetibilidade é maior que 0,02%, especificada pela MK Controle e Instrumentação para o
modelo de célula de carga utilizado.
De acordo com o objetivo do projeto, três relações ar/combustível, 14.7, 12.2 e 9.8,
caracterizando misturas pobre, estequiométrica e rica em combustível, respectivamente,
deveriam ser testadas a fim de realizar a comparação entre as curvas através do
dinamômetro. Contudo, apenas foi possível executar um teste, devido a irregularidades no
funcionamento do motor. A configuração do módulo de injeção adotada para esse teste foi
definida com a mistura pobre em combustível, de acordo com a figura 4.4.
O teste foi realizado com o acionamento máximo da alavanca de aceleração do
motor, borboleta totalmente aberta, admitindo a quantidade máxima de ar. Os
carregamentos foram aplicados variando somente a válvula responsável pelo fluxo de àgua
que passa pelo dinamômetro. Como a mangueira de entrada água do equipamento está
ligada à tubulação de água do laboratório, uma válvula reguladora de pressão foi utilizada
para garantir uma constância do fluxo até a válvula do dinamômetro.
O objetivo do teste era alcançar a máxima rotação estipulada pela ECU e obter
leituras de torque e potência em intervalos de 500 RPM quando as rotações estivessem
estabilizadas. Seu resultado, gerado pelo software DYNO-MAX 2000, é dado pela figura
6.2 a seguir. A curva em preto fornece o torque em N.m versus a rotação em rotações por
minuto e a curva em azul fornece a potência em CV versus a rotação em rotações por
minuto.
38
Figura 6.2: Gráfico com as curvas de torque e potência do motor com relação ar
combustível de 14,7.
Tabela 6.3: Resultados obtidos pelo teste do motor com relação ar combustível de 14,7.
N°Medidas Rotação (RPM) Torque (N.m) Potência (CV)
Ponto 1 211 2509 ± 22,1 10,88 ± 0,154 3,874 ± 0,0549
Ponto 2 137 2939 ± 26,6 8,4 ± 0,424 3,506 ± 0,1825
Ponto 3 148 3639 ± 45,9 7,26 ± 0,191 3,751 ± 0,1393
Ponto 4 86 4048 ± 29,0 7,71 ± 0,166 4,433 ± 0,1007
Ponto 5 173 4597 ± 12,7 5,55 ± 0,246 3,620 ± 0,1600
39
A figura 6.3 apresenta o gráfico resultante da tabela 6.3 e traça as curvas de torque e
potência que uni os cinco pontos. Os valores de rotação nesta figura correspondem a
metade dos valores configurados pela MegaSquirt, encontrados na figura 4.4.
10
Torque (N.m) e Potência (CV)
6
Torque
Potência
0
2509 2939 3639 4048 4597
Rotação (RPM)
Figura 6.3: Gráfico com as curvas de torque e potência obtidas pelo teste do motor com
relação ar combustível de 14,7.
40
As causas desse desempenho estão relacionadas à configuração do módulo de injeção de
combustível e a irregularidade mecânica apresentada pelo motor.
Durante o primeiro procedimento de teste, relação ar/combustível igual a 14,7: 1,
foi detectada a passagem de óleo lubrificante para o coletor de admissão do motor, fato que
impossibitou a execução dos demais testes e inviabilizou a comparação entre as relações
ar/combustível pré determinadas no projeto.
41
Capítulo 7
Conclusões e Sugestões
A comparação dos valores obtidos pela calibração da célula de carga somente pode
ser feita no que se refere à repetibilidade devido à falta de informações concedidas pelo
42
fabricante. Pode-se observar através da figura 6.1 que entre alguns valores de torque, a
célula de carga possui uma maior confiabilidade.
O segundo objetivo deste projeto, comparar curvas de torque e potência para
diferentes relações ar combustível, não pode ser concluído, conforme explicado na seção
6.2. As avarias mecânicas apresentadas no motor não permitiram a continuação dos testes.
Dessa forma, a análise dos testes para a mesma configuração de injeção de combustível não
foi realizada, restringindo a confiabilidade da curva medida. Foi observada também a
transmissão da vibração, gerada pelo motor, para a bancada experimental.
Durante o primeiro teste foi verificada a passagem de óleo lubrificante para o
coletor de admissão do motor. Provavelmente essa falha se deve a alguma avaria na válvula
de respiro dos gases do cárter, blow-by, que permitiu a passagem não só dos gases, mas
também de óleo para o sistema de admissão. Assim, a presença de óleo influenciou
diretamente no rendimento do motor, que apresentou potência máxima muito abaixo do
esperado e não alcançou rotações elevadas.
Não foi realizada uma investigação mais aprofundada do problema devido ao tempo
disponível para a conclusão do projeto. Fica como sugestão para futuros experimentos a
solução da avaria do motor e a instalação de um material absorvedor de vibrações na
estrutura fixa do motor e no acoplamento do eixo do motor com o eixo do dinamômetro
para a medição das curvas propostas no objetivo deste projeto.
Recomenda-se também que seja reinstalado o sistema de alimentação original, por
carburador, para comparação com as medições realizadas com injeção eletrônica.
43
Referências Bibliográficas:
44
SANTO FILHO, D. M. E., [S.D.], Estudo do Parâmetro do Teor de Massa
Específica do Álcool Etílico Anidro Combustível Utilizando Densímetro Digital.
Disponível em:
<https://www.inmetro.gov.br/metcientifica/palestras/palestraalcooletilico/dalni_filho.pdf>
Acesso em: 24 de julho de 2014.
TABELA PERIÓDICA COMPLETA, 2014, Massa Atômica dos Elementos.
Disponível em: <http://www.tabelaperiodicacompleta.com/> Acesso em: 24 de julho de
2014.
TRUOSOLO, M. E., 2013, Sistema de Injeção Eletrônica Multiponto. Tese de
Especialização em Engenharia Automotiva CEUN/CECEA, São Caetano do Sul, SP,
Brasil.
VAN WYLEN, G. J., SONNTAG, R. E., BORGNAKKE, C., 2003, Fundamentos
da Termodinâmica. Tradução da 6. ed. Americana. São Paulo, Edgard Blücher.
45
Lista de Apêndices:
Apêndice I:
Cálculo da Relação Ar/Combustível Estequiométrico
Apêndice II:
Desenhos Técnicos do Conjunto e de Fabricação das Peças
Apêndice III:
Tabelas das Médias e Desvios de Torque Anteriores à Calibração
Apêndice IV:
Tabelas das Médias e Desvios de Torque Posteriores à Calibração
Apêndice V:
Tabelas de Resultados da Calibração: Linearidade, Repetibilidade e Histerese
46
Apêndice I
47
Apêndice I
Tabela I.1: Propriedades da gasolina com 23% de álcool etílico. [MELO (2007), p.143,
tab. I.1]
Limites Método
Resultados
Propriedades Especificados Utilizado
Mín. Máx.
Gasolina Comum
NBR
23 ± 1 23
Álcool etílico, %vol. 13992
ASTM
Anotar 750.1
Massa específica a 20°C, kg/m³ D4052
ASTM
- 8.4
Oxigênio, %m D5622
ASTM
- 12.7
Hidrogênio, %m 5291
ASTM
- 78.9
Carbono, %m 5291
Combustível Equivalente C6,67H12,8O0,533
Relação ar-combustível estequiométrica
12,99
(ACₑ)
48
A tabela I.2 apresenta as demais propriedades que foram utilizadas durante o cálculo que
determina o valor da relação ar/combustível estequiométrica.
Inicialmente, através da composição mássica dada por MELO (2007) e dos pesos
atômicos do carbono, hidrogênio e oxigênio, tabela I.2, verificou-se a composição equivalente
para 100 kg de gasolina comum com 23%vol. de álcool etílico anidro, dada pela equação (I.1) ,
VAN WYLEN et al. (2003).
49
(I.1)
onde:
Número de mols do átomo para 100kg de gasolina comum com 23%vol. de álcool etílico
anidro [kmol];
Massa do átomo presente em 100kg de gasolina comum com 23%vol. de álcool etílico
anidro [kg];
Peso atômico [kg/kmol]
Assim,
Dessa forma, tem-se o composto equivalente da gasolina comum com 23%vol. de álcool
etílico anidro dado por:
(I.2)
onde:
Fração de álcool etílico anidro adicionado à gasolina comum.
50
Assim, tem-se:
(I.3)
onde:
Volume de álcool etílico anidro contido na gasolina comum utilizada atualmente
[m³];
Volume de gasolina comum [m³];
Fração de álcool etílico anidro adicionado à gasolina comum.
O volume de gasolina comum é calculado pela equação (I.4), VAN WYLEN et al.
(2003), através da massa específica e considerando uma quantidade de 100kg de combustível.
⁄ (I.4)
onde:
Massa específica da gasolina comum dada pela tabela I.1, em [kg/m³];
Massa de gasolina comum [kg].
Assim:
51
Através do valor calculado do volume de álcool etílico anidro em 25%vol. de 100kg de
gasolina comum, calcula-se, pelas equações (I.1) e (I.4), o número de mols de álcool etílico para
essa nova composição:
[ ]
[ ]
onde:
Massa específica do álcool etílico anidro, dada pela tabela I.2, em [kg/m³];
Peso molecular do álcool etílico anidro, calculado através dos dados
disponíveis na tabela I.2, em [kg/kmol].
A combustão completa da gasolina comum com 25%vol. de álcool etílico anidro é dada
pela equação (I.5), VAN WYLEN (2003).
(I.5)
52
Assim, a equação balanceada é dada por:
Por fim, obtém-se a razão ar/combustível em base mássica pela equação (I.6), VAN
WYLEN et al. (2003).
̅̅̅̅̅ (I.6)
onde:
Relação ar/combustível em base mássica em [kg de ar atmosférico/kg de gasolina
comum];
̅̅̅̅̅ Relação ar/combustível em base molar em [kmol de ar atmosférico/kmol de gasolina
comum];
Peso molecular do ar atmosférico, dado pela tabela, em [kg/kmol];
Peso molecular da gasolina comum com 25%vol. de álcool anidro =
127,04[kg/kmol].
A relação ar/combustível molar é dada pela equação (I.7), VAN WYLEN et al. (2003).
̅̅̅̅̅ (I.7)
53
Apêndice II
54
3 4 5 6 7 8 9 10
2 ° 45
45 ° 11 Isométrica
Escala 1:10
14 Braço do Dinamômetro 1 -
13 Suporte de Calibração 1 Aço SAE 1020
12 Bancada Experimental 1 -
11 Parafuso Sextavado 1 Ciser M8 x 25mm
10 Arruela de Pressão 2 Ciser M5
9 Porca 2 Ciser M5
8 Parafuso Philips 2 Ciser M5 x 30mm
7 Bloco 3 4 Aço SAE 1020 4'' x 40mm
12 6 Bloco 1 2 Aço SAE 1020 4'' x 22mm
5 Suporte dos Pesos 1 Aço SAE 1020
4 Roldana Simples de Encosto 2 Nautos Line 22
Pivotante
3 Cabo de Aço 1x 19 1 Cimaf 3mm x 750 mm
2 Clipes Padrão de Cabo de Aço 2 Inox-Fix AISI316 3mm
1 Célula de Carga CSA-20 1 MK Controle e Instrumentação
13 Peças Denominação Quant. Material e Dimensões
14 Sara Maria de Souza Vale e Souza 3° Diedro
Isométrica
Escala 1:5
5.2
228
5.1
12
96,
2
Afastamento: 0,1mm
5.1 Chapa Circular 1 Aço SAE 1020 100mm x 100mm x 3,3mm
Peça Denominação Quant. Material e Dimensões
Sara Maria de Souza Vale e Souza 3° Diedro
5.2
N8
Isométrica
Escala: 1:5
10
3
232
12
10,4
Isométrica
Escala: 1:2
16
0,1 A
19
A
0
R5
R8
50
Isométrica
Escala: 1:2
0,1 A 16
37,2
A
R50
R8
50
Isométrica
82,7
13.4 13.5
1
0,5
84,2
11,9 52
°
13.3
1
17,8 36,8
13.2
13.1
Isométrica
15,88
185,4
5
10
15,88
Isométrica
12,5
2
18,1
8
24,4 58
Isométrica
45°
1
138
45°
15,88
15,88
Isométrica
30
24,4 60
Isométrica
126
15,88
52°
38°
15,88
Tabela III.1: Valores de média e desvio padrão da primeira medição anterior à calibração.
Tabela III.2: Valores de média e desvio padrão da segunda medição anterior à calibração.
Tabela III.3: Valores de média e desvio padrão da terceira medição anterior à calibração.
Tabela III.4: Valores de média e desvio do resultado das medições de torques anteriores à
calibração.
67
Apêndice III
Para cada etapa das três medições realizou-se a análise estatística de acordo com a
Distribuição Normal, PINHEIRO et al. ( 2009).
Tabela III.1: Valores de média e desvio padrão da primeira medição anterior à calibração.
Torque 1 (N.m) Desvio 1 (N.m) N° Medidas 1
68
Tabela III.2: Valores de média e desvio padrão da segunda medição anterior à calibração.
Tabela III.3: Valores de média e desvio padrão da terceira medição anterior à calibração.
Torque 3 (N.m) Desvio 3 (N.m) N° Medidas 3
Etapa 1 0,14 0,019 125
Etapa 2 6,88 0,013 164
Etapa 3 12,16 0,038 152
Etapa 4 17,08 0,021 149
Etapa 5 22,03 0,022 166
Etapa 6 25,86 0,019 158
Etapa 7 24,52 0,058 154
Etapa 8 19,53 0,026 136
Etapa 9 13,48 0,058 140
Etapa 10 7,39 0,031 142
Etapa 11 0,1 0,018 126
Medidas Válidas: 1612
Total de medidas: 1766
69
Para cada etapa realizou-se a análise estatística do resultado das três medições, de acordo
com a Distribuição t-Student com 95% de confiabilidade e dois graus de liberdade. (PINHEIRO
et al., 2009).
Tabela III.4: Valores de média e desvio do resultado das medições de torques anteriores
à calibração.
Média Torque (N.m) Desvio Padrão t-Student
Etapa 1 0,15 0,093
Etapa 2 6,96 0,49
Etapa 3 12,22 0,158
Etapa 4 17,22 0,482
Etapa 5 22,09 0,53
Etapa 6 25,86 0,286
Etapa 7 24,47 0,429
Etapa 8 19,47 1,661
Etapa 9 13,47 1,346
Etapa 10 7,46 0,434
Etapa 11 0,08 0,066
70
Apêndice IV
Tabela IV.1: Valores de média e desvio padrão da primeira medição posterior a calibração.
Tabela IV.2: Valores de média e desvio padrão da segunda medição posterior a calibração.
Tabela IV.3: Valores de média e desvio padrão da terceira medição posterior a calibração.
Tabela IV.4: Valores de média e desvio do resultado das medições de torques posteriores à
calibração.
71
Apêndice IV
Tabela IV.1: Valores de média e desvio padrão da primeira medição posterior à calibração.
Torque Final 1 (N.m) Desvio Padrão Final 1 (N.m) N° Medidas 1
Etapa 1 -0,25 0,018 127
Etapa 2 5,92 0,022 127
Etapa 3 10,96 0,021 131
Etapa 4 15,79 0,02 125
Etapa 5 20,68 0,024 143
Etapa 6 24,05 0,016 125
Etapa 7 22,52 0,025 130
Etapa 8 17,5 0,026 118
Etapa 9 11,75 0,035 105
Etapa 10 6,39 0,018 136
Etapa 11 -0,34 0,022 130
Medidas Válidas: 1397
Total de medidas: 1599
72
Tabela IV.2: Valores de média e desvio padrão da segunda medição posterior à calibração.
Torque Final 2 (N.m) Desvio Padrão Final 2 (N.m) N° Medidas 2
Etapa 1 -0,26 0,03 132
Etapa 2 5,94 0,073 118
Etapa 3 10,94 0,024 136
Etapa 4 15,82 0,014 115
Etapa 5 20,75 0,025 128
Etapa 6 24,04 0,021 130
Etapa 7 22,34 0,029 128
Etapa 8 17,3 0,031 122
Etapa 9 11,77 0,048 116
Etapa 10 6,28 0,02 130
Etapa 11 -0,37 0,027 136
Medidas Válidas: 1391
Total de medidas: 1571
Tabela IV.3: Valores de média e desvio padrão da terceira medição posterior à calibração.
Torque Final 3 (N.m) Desvio Padrão Final 3 (N.m) N° Medidas 3
Etapa 1 -0,19 0,02 125
Etapa 2 5,83 0,026 139
Etapa 3 10,84 0,021 137
Etapa 4 15,81 0,063 143
Etapa 5 20,61 0,019 105
Etapa 6 23,94 0,025 137
Etapa 7 22,28 0,015 116
Etapa 8 17,41 0,04 149
Etapa 9 11,95 0,028 141
Etapa 10 6,36 0,025 124
Etapa 11 -0,36 0,024 136
Medidas Válidas: 1452
Total de medidas: 1678
73
Tabela IV.4: Valores de média e desvio do resultado das medições de torques posteriores à
calibração.
Media Torque Final Desvio Padrão t-Student (95%)
Etapa 1 -0,23 0,101
Etapa 2 5,9 0,144
Etapa 3 10,91 0,159
Etapa 4 15,81 0,035
Etapa 5 20,68 0,182
Etapa 6 24,01 0,155
Etapa 7 22,38 0,306
Etapa 8 17,4 0,245
Etapa 9 11,82 0,271
Etapa 10 6,35 0,142
Etapa 11 -0,36 0,041
74
Apêndice V
75
Apêndice V
76