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Brasília, DF
2017
Larissa Antonia Pereira
Brasília, DF
2017
Larissa Antonia Pereira
Viabilidade na produção de hidrogênio através da reação entre o alumínio e a
água em meio alcalino/ Larissa Antonia Pereira. – Brasília, DF, 2017-
52 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.
CDU 02:141:005.6
Larissa Antonia Pereira
Brasília, DF
2017
Dedico esse trabalho aos meus pais Evando e Nemaura.
Obrigada por tudo que fazem por mim.
Agradecimentos
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1 Objetivos Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1.1 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Estrutura do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1 O Hidrogênio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2 Aplicações do Hidrogênio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2.1 Aplicações estacionárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.2 Aplicações Veiculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.3 Segurança do Hidrogênio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4 Distribuição de Hidrogênio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.5 Armazenamento de Hidrogênio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.5.1 Armazenamento no Estado Gasoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.5.2 Armazenamento no Estado Líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.5.3 Armazenamento em Hidretos Metálicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.6 Tecnologias para produção de Hidrogênio . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.7 Descrição dos Métodos Analisados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.7.1 Eletrólise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.7.1.1 Termodinâmica aplicada a eletrólise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.7.2 Produção de hidrogênio através do alumínio . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.7.2.1 Reação do alumínio com a água em meio alcalino . . . . . . . . . . . . . . . 30
4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1 Sistema Reacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1.1 Variação da concentração de Hidróxido de Sódio . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.2 Modificação da superfície de contato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1.3 Material Tetra Pak . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1.4 Análise da Reação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.2 Análise do Ciclo de Vida (ACV) do processo . . . . . . . . . . . . . . 38
4.3 Detecção do Hidrogênio produzido em nanosensores de gases . . . . 39
4.3.1 Descrição do Sistema Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.3.2 Coleta de Gases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.3.3 Procedimento Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5.1 Concentração de Hidróxido de Sódio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5.2 Superfície de Contato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5.3 Avaliação da Produção de Hidrogênio a partir de um material Tetra
Pak . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5.4 Análise do Ciclo de Vida do processo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.5 Caracterização Elétrica do Hidrogênio Produzido . . . . . . . . . . . 46
6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
13
1 Introdução
2 Referencial Teórico
2.1 O Hidrogênio
O hidrogênio é o elemento mais simples encontrado no universo. Pode estar contido
em 93 % das moléculas existentes, entre elas, a água e as proteínas que são essenciais para
a sobrevivência dos seres vivos. Em condições ambientais (temperatura a 25 ∘ C e pressão
a 1 atm), é encontrado como um gás inodoro, insípido e incolor. Além do mais, trata-se
de um gás inflamável, insolúvel em água e com alto poder de difusão por possuir uma
densidade menor que o ar (ESTEVÃO, 2008).
Há várias características que apontam o hidrogênio como combustível, dentre elas,
o poder calorífico inferior que está relacionado à quantidade de energia que um combustível
libera durante a queima do combustível. Através da Tab. 1, pode-se verificar o maior poder
calorífico do hidrogênio quando comparado com outros combustíveis que são utilizados
atualmente em grande escala (ESTEVÃO, 2008):
poder de difusão apresentando grandes perigos contra o ser humano e o meio ambiente
(ESTEVÃO, 2008).
De acordo com Lopes (2009), quando os veículos movidos a hidrogênio forem in-
seridos no mercado, haverá uma necessidade de fornecimento de hidrogênio em postos
de abastecimentos levando a acreditar que existirá sistemas descentralizados de produção
de hidrogênio presentes em centrais ou em postos de abastecimentos. Para isso, é neces-
sário desenvolver técnicas de armazenamento e distribuição de grandes quantidades de
hidrogênio além de tecnologias para a produção descentralizada desse combustível.
tras funções especificas relacionadas ao meio ambiente e construção. Esse valor é quase
sete vezes maior que o custo para a fabricação de gasodutos de gás natural.
Quando se trata do transporte do hidrogênio liquefeito, o custo também é alto e a
capacidade é limitada. Os tanques de armazenamento podem armazenar até no máximo
3.600 kg de hidrogênio enquanto que os tanques de distribuição dos derivados do petróleo
podem armazenar até 30.000 kg de combustível (VARGAS et al., 2006).
Entretanto, o custo dessa técnica é alto devido as propriedades do hidrogênio como alto
poder de difusão e baixa densidade o que leva a desenvolver ou aprimorar tecnologias
existentes para seu armazenamento.
Figura 4 – Diferentes rotas para produção de hidrogênio ( FONTE: (CGEE, 2010), adap-
tado.)
Esse sistema é composto por dois eletrodos, : um negativo que recebe o nome de
ânodo e um positivo conhecido como cátodo que são submersos na água pura com a fina-
lidade de quebrar suas moléculas e fornecer hidrogênio e oxigênio (VARGAS et al., 2006).
As equações das reações que ocorrem no ânodo (2.1) e cátodo (2.2) são representadas a
seguir:
Reação no ânodo:
+
2𝐻2 𝑂(𝑙) → 𝑂2(𝑔) + 4𝐻(𝑎𝑞) + 4𝑒− (2.1)
Reação no cátodo:
+
4𝐻(𝑎𝑞) + 4𝑒− → 2𝐻2(𝑔) (2.2)
Reação geral:
1
𝐻2 𝑂(𝑙) → 𝐻2 (𝑔) + 𝑂2(𝑔) (2.3)
2
A carga elétrica da corrente fornecida aos eletrodos promove a dissociação dos
elementos através da ruptura das ligações químicas da água transformando seus elementos
em partículas carregadas denominadas íons positivos (cátions) e negativos (ânions).
O ânodo, denominado como eletrodo positivo, possui uma deficiência de elétrons
que por consequência, atrai os íons carregados negativamente. Quando a água entra em
contato com este eletrodo, ocorre uma reação de oxidação representada na equação 2.1.
Capítulo 2. Referencial Teórico 27
𝑄 − 𝑊 = Δ𝐻 (2.4)
𝑊 = −𝑛𝐹 𝐸 (2.5)
Δ𝐻 − 𝑄
𝐸= (2.6)
𝑛𝐹
Considerando o processo como isotérmico reversível, o calor gerado será expresso
da seguinte maneira:
Capítulo 2. Referencial Teórico 28
𝑄 = 𝑇 Δ𝑆 (2.7)
Δ𝐻 − 𝑇 Δ𝑆
𝐸𝑟𝑒𝑣 = (2.8)
𝑛𝐹
O termo do numerador da equação 2.8 é a própria energia livre de Gibbs. Em
temperatura e pressão normais (25 ∘ 𝐶 e 1 atm) a variação da entalpia e da energia livre
de Gibbs apresentam valores de 68320 cal/mol e 56690 cal/mol respectivamente. Nesse
sentido, é possível determinar o potencial reversível do sistema como:
Δ𝐺 56690
𝐸𝑟𝑒𝑣 = = = 1, 23𝑉 𝑜𝑙𝑡𝑠 (2.9)
𝑛𝐹 2 * 23074
Ao considerar as perdas na equação 2.6, o potencial tornará maior que o calculado
para uma situação reversível e Q variará conforme E visto que essas constantes são as
únicas constantes que podem variar pois as outras recebem valores fixos. Para um processo
reversível, Q=0, então, toda energia fornecida será proveniente da tensão aplicada aos
eletrodos caracterizando-a como uma voltagem termoneutra pois não ocorre troca de
calor entre o sistema e o ambiente. Como a variação de entalpia recebe o valor de 68320
cal/mol, a tensão termoneutra necessária será 1,48 Volts(NETO; MOREIRA, 2007):
O potencial aplicado nos eletrodos geralmente é maior que 1,48 volts pois parte
da energia elétrica será transferida para o ambiente em forma de calor, então, a voltagem
real é dada por:
Δ𝐻 𝐸𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜
𝜂= = (2.12)
Δ𝐺 + 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝐸
Capítulo 2. Referencial Teórico 29
Íons alcalinos são catalisadores que apresentam o melhor desempenho para produ-
ção de hidrogênio pois além de ser viável economicamente, apresentam melhores rendimen-
tos quando comparados com os hidretos metálicos. Na subseção seguinte, será analisado
o processo de obtenção de hidrogênio por rota alcalina.
Esse processo está baseado em uma reação exotérmica entre o alumínio e o hi-
dróxido de sódio em meio aquoso no qual a base funciona como um catalisador que tem
a função de permitir que o alumínio seja hidrolisado pela água com uma taxa de rea-
ção maior. Além do mais, esse processo não precisa de um fornecimento de energia pois
trata-se de um processo químico espontâneo (MARTÍNEZA et al., 2005) onde o hidrogê-
nio gerado apresenta um alto grau de pureza ( aproximadamente 99 %), ideal para ser
utilizado em células a combustíveis e eletrônico portáteis (PORCIÚNCULA et al., ).
O papel do hidróxido de sódio é acelerar a reação entre a água e o alumínio. Para
isso, ele faz que com que a energia de ativação da reação diminua obtendo valores na
faixa de 42,5-68,4 kJ/mol. O desempenho da produção de hidrogênio também depende
de outros parâmetros como concentração, temperatura, estrutura e quantidade do metal,
concentrações de íons de aluminato, pré-tratamentos metálicos, condições de agitação dos
reagentes no reator e a pureza do alumínio utilizado (WANG et al., 2009).
Além do NaOH, outros hidróxidos podem ser usados na reação, como por exemplo,
o hidróxido de potássio (KOH). Quando utiliza esse catalisador, é necessário que aumente
a concentração e a temperatura ao mesmo tempo para que melhore o rendimento, dife-
rentemente do NaOH que pode ser aplicado em temperatura ambiente. Além do mais, a
quantidade utilizada de KOH é maior, visto que este reage com o 𝐶𝑂2 presente no ar,
fazendo com que a taxa de reação diminua. Ao comparar ambos os catalisadores, o NaOH
apresenta um consumo mais rápido (WANG et al., 2009).
Durante a reação 2.13 também há a formação de aluminato de sódio. Esse produto
apresenta grande importância no setor industrial. É utilizado em maior parte, no trata-
Capítulo 2. Referencial Teórico 31
mento de águas residuais onde tem a finalidade de remover os fluoretos e fosfatos além
de ser utilizado como clarificador das mesmas (SOLER et al., 2008) . Também pode ser
utilizado no processamentos de tintas, manufatura de detergentes, nas industrias têxtil e
farmacêutica, na produção do papel (WANG et al., 2009) e de tijolos refratários e como
aditivo de concreto em locais de clima frio onde tem a finalidade de acelerar o processo
de secagem. Além de ser aplicado em diversas finalidades, ele pode ser dissociado, permi-
tindo a recuperação do catalisador e a formação do hidróxido de alumínio como mostra a
equação 2.14:
3.4 Interpretação
Consiste em analisar os resultados provenientes do inventário, fazer conclusões e
oferecer as recomendações em relação as questões ambientais mais relevantes do processo
em análise.
34
4 Metodologia
A coleta do gás foi feita utilizando a técnica da coluna de água onde o gás produzido
no balão de destilação era armazenado na parte superior da proveta que até então se
encontrava preenchida com água.
Durante a produção de hidrogênio, certos parâmetros cinéticos como a tempera-
tura e a concentração do catalisador foram modificados além da superfície de contato do
alumínio com o intuito de analisar o comportamento da reação.
partir do cálculo que será explicado na subseção 3.1.4 e do deslocamento da coluna d’água
respectivamente.
A partir do volume coletado, utilizou a equação dos gases ideais ( equação 4.3)
para calcular a quantidade de mols do gás formado durante a reação:
𝑃 𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 (4.3)
5 Resultados e Discussões
processo for agressivo e também devido a quantidade de fibra presente na entrada do reator
presente no papel que ainda pode estar agregado a mistura alumínio-polietileno(NEVES,
2004).
nanotubo de carbono de parede multipla com nitrato de cobre (verde) apresentou picos
negativos não significativos. As respostas para os sensores representados pelas curvas em
azul e verde apresentaram uma grande intensidade de ruídos em suas respostas.
6 Conclusão
Referências
ESTEVÃO, T. O hidrogênio como combustível. 2008. Citado 6 vezes nas páginas 9, 13,
16, 17, 22 e 27.
ITAGAKI, Y. et al. Toxic gas detection using porphyrin dispersed plymer composites.
In: Sensor and Actuators B: Chemical Brazilian Journal of Quimical Engineering. [S.l.:
s.n.], 2003. p. 393–397. Citado na página 48.
VARGAS, R. A. et al. Hidrogênio: Vetor energético do futuro. In: . São Paulo: [s.n.],
2006. Citado 5 vezes nas páginas 21, 22, 25, 26 e 27.