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Salmo 84.1-4
Ao regente do coral: salmo dos descendentes de Corá, para ser acompanhado
com instrumento de cordas.
Como é agradável o lugar de tua habitação, ó SENHOR dos Exércitos! 2Sinto desejo
1
profundo, sim, morro de vontade de entrar nos pátios do SENHOR. Com todo o meu
coração e todo o meu ser, aclamarei ao Deus vivo. 3Até o pardal encontra um lar, e a
andorinha faz um ninho e cria seus filhotes perto do teu altar, ó SENHOR dos Exércitos,
meu Rei e meu Deus! 4Como são felizes os que habitam em tua casa, sempre cantando
louvores a ti!
Saudade do templo
Geralmente, nós só valorizamos alguém ou alguma coisa depois que perdemos quem ou o
que tanto menosprezamos.
Você já passou por essa experiência? Já perdeu alguém ou alguma coisa, e só depois
passou a dar valor? No caso do salmista ele tinha perdido a comunhão em Sião e sentia
muita falta daquele tempo glorioso.
A presença física de outros cristãos constitui para o cristão uma fonte de alegria e
fortalecimento incomparáveis. […] Obviamente o que para a pessoa solitária é indizível
graça de Deus – [ou seja, a comunhão com outros irmãos] –, facilmente pode ser
desprezado e pisado pela pessoa que goza desse privilégio todos os dias. (págs. 10 e
11)
O Salmo 84 foi escrito por alguém que não estava mais em Jerusalém; não mais vivia
próximo aos átrios (ou pátios) do Senhor (Sl 84.1-2). O salmista estava muito longe para
celebrar as três festas anuais dos judeus (Êx 23.17; 34.23). Estava, portanto, com saudade
do templo. Assim é que este se tornou um salmo de peregrinação.
Um lugar irresistível
Aprendemos no Novo Testamento que hoje o templo de Deus são aqueles que recebem
Jesus no coração (Jo 14.23), e que no céu não haverá templo, pois o próprio Deus será o
Templo (Ap 21.22). No entanto, o símbolo visível dessas duas realidades maravilhosas é a
vida em comunhão da igreja local, conforme já vimos ser pontuado pelo pastor Mark
Dever. Isso significa, dentre outras coisas, que quando os santos de Deus se reúnem para
adorar o Senhor, em espírito e em verdade (Jo 4.21-24), nada na terra é capaz de se
aproximar da realidade celestial como o faz a reunião coletiva da congregação da igreja
local.
A igreja é um lugar que incita o deleite em Deus, ou pelo menos deveria. O problema,
porém, é que em muitas igrejas não é bem assim: não se canta com ânimo, não se vê
entusiasmo entre os membros, parece um vale de ossos secos; não é a palavra de Deus
que lá se lê e se prega, mas um livro de registros do passado bem distante, isso quando a
Bíblia não é totalmente substituída por autores motivacionais, psicólogos e outros
orientados pelo sucesso do mercado; a igreja não é mais lugar de vivos, mas de mortos, de
gente fria…
Além de ser um lugar que incita o deleite, a igreja é também um lugar que
incendeia o desejo.
Sl 84.2 | Sinto desejo profundo, sim, morro de vontade de entrar nos pátios do SENHOR. Com
todo o meu coração e todo o meu ser, aclamarei ao Deus vivo.
Viu? O salmista confessa que, longe do Senhor, todo o seu ser (corpo, alma e
coração) almeja a presença do Senhor; ele deseja se fartar da alegria de cantar na
presença de Deus na comunhão com os santos.
Alguém já disse que o desejo do coração de um homem revela o estado em que se
encontra sua alma. Daí que Davi pôde escrever num de seus salmos:
Sl 27.4 | A única coisa que peço ao SENHOR, o meu maior desejo, é morar na casa do SENHOR
todos os dias de minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar em seu templo.
A igreja é um lugar que incendeia o desejo por Deus; desejo este que se traduz na
forma generosa como contribuímos, servimos, assistimos, cuidamos uns dos
outros, adoramos e compartilhamos o evangelho da glória e da graça de Deus.