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Fé não é a mesma coisa do que esperança; são duas valiosas virtudes, porém, distintas”.

A esperança é a certeza de que o universo sempre nos socorrerá; nunca na medida dos nossos
desejos, mas de nossas necessidades evolutivas. A ciência já provou que o universo está em
constante expansão; como somos parte dele, ninguém restará abandonado ou não haverá qualquer
evolução; o alicerce frágil compromete toda a construção dos operários que precisam prosseguir na
obra. Quando nos movemos em sentido contrário à luz, o universo nos interrompe de um jeito suave
ou rigoroso, a depender do grau de teimosia que possuímos. Como bom educador, ele nos ensinará
na exata régua do nível de consciência e capacidade amorosa que possuímos. Quando apontamos a
proa na direção da luz, ele torna a impulsionar a nave com os melhores ventos. O problema é que
nem sempre fazemos a leitura correta do mapa e da bússola e, assim, não raro, nos perdemos em
tempestades. Mas nem os naufrágios são de todo ruim, pois, costumam se reverter em preciosas
lições para os marinheiros dispostos em aprender a arte de navegar e seguir a viagem. A esperança é
a virtude que nos permite entender que, mesmo quando as coisas dão errado, assim acontecem para
que possam, mais adiante, darem certo. De modo consistente e verdadeiro. Logo, a esperança nunca
é vã e será sempre uma grande aliada para não perdermos a alegria no Caminho nem o amor pela
vida.
A fé tem a ver com a origem do universo. Somos pedaços da mesma esfera na explosão do Big
Bang! Ora, se sou parte do todo, o poder do todo está em mim. Sob o ponto de vista científico, o
meu DNA é o mesmo da luz das estrelas, da pureza da neve, do fogo do sol. A fé se traduz em sentir
essa força em si mesmo e fazê-la pulsar para alavancar todas as transformações e o bem infinito.
Entender e movimentar esse poder é a percepção viva de que sou a morada de Deus.
Independente da maneira de como você concebe a força divina, seja como um bom velhinho
onipresente e onisciente, seja como uma poderosa energia cósmica, organizadora e mantenedora das
leis universais de amor e justiça, ou mesmo na crença da capacidade individual e coletiva da
humanidade, através da inteligência e da solidariedade, em superar as próprias dificuldades e
avançar em sentido do progresso tecnológico e do bem-estar do mundo sem qualquer ‘ajuda
superior’, em verdade, não faz diferença. O importante é sentir a centelha desse poder universal em
si manifestada através dos sentimentos mais puros, e, instrumentalizado pelas nobres virtudes, usá-
la para a transformação pessoal, que, por consequência, irá alterar tudo à sua volta. Assim nos
expandimos em plena consonância com as galáxias.
Você tem o direito de achar essa retórica não passa de uma grande bobagem e seguir uma vida de
conquistas efêmeras à medida que engorda a sua conta bancária, se entope de ansiolíticos e aumenta
o muro da sua casa. Acreditar que a vida além da vida é uma crença típica daqueles desprovidos de
boa cultura, é insistir em administrar o vazio e a falta de sentido da vida, que a certeza da morte,
inevitavelmente, traz; é se envaidecer com a própria amargura e o sarcasmo quanto à beleza da vida,
comuns naqueles espíritos que pela vaidade e orgulho em relação à própria inteligência, na ilusão da
superioridade, se deixam envolver pelas sombras que o fragilizam e furtam a verdadeira alegria da
jornada.
Entretanto, você pode se permitir o uso da fé para mudar o mundo na medida da consolidação das
virtudes em si mesmo, da sua evolução íntima, com as conquistas da felicidade, da dignidade, da
paz e da liberdade que, juntas, formam a plenitude do ser. A fé é a virtude que concede poderes
inimagináveis por despertar toda a força do universo que existe dentro de cada um. Este era o
motivo de os cristãos ensinarem que a fé move montanhas. Movimentar a fé é ter o poder da vida
disponível nas palmas das mãos.
A Teoria do Big Bang explica que tudo começou com a explosão de uma pequena massa, em razão
do seu núcleo ficar aquecido ao extremo. E por que aqueceu? Ora, a Física Quântica já nos mostrou
que tudo aquilo que anteriormente entendíamos como massa, na realidade, se trata de energia
condensada. Quando em movimento, a energia acelera protóns, elétrons e as demais partículas que a
compõe até o ponto de mutação, então, ocorre a explosão e, por consequência, a transformação em
algo diferente, alterando a vida ao redor.
O núcleo do indivíduo, como dizia Jung, é a alma. Quando movimentamos ideias e sentimentos, as
nossas partículas divinas, levamos o ser ao mesmo ponto de mutação. Então ele se transmuta em
outro, mudando tudo à sua volta. O que acontece com as galáxias, acontece contigo.
Assim a ciência explica a criação e a expansão sem fim do universo; assim o Tao, através do Yin e
Yang, ensina a compreensão da vida e a evolução do indivíduo. Grosso modo, o Yang é o lado
visível e movimentado do ser e do mundo, representado simbolicamente por uma linha contínua; o
Yin é a face oculta e quieta, representado por dois traços partilhados.
O Yang se move pela necessidade de expansão, de crescimento, indo ao limite, até se romper. É o
ponto de mutação. A linha única, ao se partir, forma duas linhas pontilhadas, o Yin, agora em
contração, pela necessidade da introspecção, pelo entendimento do novo, aproximando uma da
outra, até se tornar uma linha una, em fechamento de ciclo, com os devidos avanços consolidados;
então, de volta ao Yang, torna a iniciar o processo, de expansão e, posterior, contração, agora em
diferente estágio evolutivo. Assim acontece tanto com o indivíduo quanto no cosmos. Luz e
sombras, fogo e gelo, destruição e criação. Ação e reflexão, atitude e quietude, alegria e calma;
polaridades que animam e impulsionam a vida. Vale lembrar que ação e atitude representam o
movimento externo, que deve ser firme e sereno, nunca agressivo; reflexão e quietude significam o
movimento interno, que jamais deve ser confundido com a estagnação. Como o final de um ciclo
será sempre o início de outro, os movimentos devem prosseguir em expansão e contração, em
infinitas transmutações, até o infinito; assim é com as estrelas e com as pessoas. Essas polaridades
representam a força interior que equilibra, movimenta e transforma. É o Tao, em essência, tal e qual
a fé.
A ciência permite possibilidades maravilhosas; ela nos mostra como funcionam as galáxias. A fé
alça voo para o inimaginável; coloca o poder do universo em suas mãos. Usar essa força é uma
questão de sabedoria e amor. É uma simples escolha.

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