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EAE – AULA 86 – O PLANO DIVINO – A LEI DA EVOLUÇÃO

Objetivo:

• Refletir que evoluir é caminhar para Deus, e que nesta caminhada estaremos sujeitos às

leis naturais ou divinas. Refletir sobre que é o bem e o mal e sobre a fatalidade da

evolução.

- TÓPICOS

1 – O EVOLUCIONISMO

2 – A FILOSOFIA DE NIETSZCHE

3 – A FILOSOFIA ESPÍRITA

4 – O BEM E O MAL

5 - A LEI DA EVOLUÇÃO

6 – CONHECIMENTO NECESSÁRIO

COMENTÁRIOS:

1 – O EVOLUCIONISMO

O sintetizados da teoria do evolucionismo foi o filósofo inglês Herbert Spencer, que passou a
se interessar pela filosofia a partir do princípio de que a realidade só pode ser explicada a
partir de suas origens.

Como era materialista, Spencer definiu que as formas tinham um início simples e heterogêneo
partindo para modos mais complexos e homogêneos, o que nos leva a concluir que a matéria
absorve conceitos e características de outras modalidades de matéria, se tornando mais
abrangente e complexa.

Como exemplos, cita os sais que quando dissolvidos na água formam cristais, ou as sementes
lançadas no solo se tornando plantas, as nebulosas que se expandem se tornando planetas ou
mesmo o homem físico que se aperfeiçoa e evolui física e mentalmente.

No entanto, Spencer não conseguiu concluir sobre quem deu o impulso para essa evolução, ou
de onde viemos e para onde vamos em consequência a mesma, mas concluindo que a força é
a o canalizador maior da evolução humana, que o que é bom evolui e o que é mal fracassa,
bem assim que a terra, ou o mundo, se destinam aos mais fortes (fisicamente), portanto.

Suas teorias não eram aceitas ou aprovadas, por assim dizer, por outros círculos científicos e
filosóficos, como Darwin, uma vez que essas correntes não ousavam enfrentar ou contestar o
cristianismo.

2 – A FILOSOFIA DE NIETSZCHE
Friedrich Nietszche foi um importante filósofo alemão que estudou teologia e filosofia clássica,
que em 1885 lançou sua obra prima, Assim Falou Zaratustra, um dos livros mais lidos no século
XIX.

Nessa obra, Nietszche relata que não existe o conceito de bom ou de mau, no entanto a sede
de poder e de conquistas seriam o combustível que faria com que o homem, através da
conquista do poder, se elevava para o bem.

Eu outras palavras, o poderoso seria bom, o fracassado seria o mal.

Também relata que não existe Deus, ou Deus está morto, e que o que restaria seria o super
homem, ou aquele que detém o poder em suas mãos.

3 – A FILOSOFIA ESPÍRITA

Ocorre que, cinco anos antes de Spencer lançar sua teoria, em 1857, surgiu o Livro dos
Espíritos, que vem demonstrar a filosofia espírita detalhando que o espírito, criado por Deus
simples e ignorante, avança pelas eras a caminho de Deus através do conhecimento da
verdade, buscando a perfeição onde reside a felicidade verdadeira e eterna.

Fato é que, para que possamos iniciar uma caminhada no sentido de Deus, antes é necessário
admitir sua existência, ou prova-la.

Como podemos provar a existência de Deus?

São Tomás de Aquino tinha como filosofia que pelos frutos conheceremos a árvore, dessa
forma, Allan Kardec sabiamente expõe que a causa se julga por seus efeitos, ainda que estejam
ocultos, concluindo assim que todo efeito inteligente decorre de uma causa também
inteligente, e mais, que a complexidade de um efeito demonstra o grau de inteligência de sua
causa.

Dessa forma, o Espiritismo vem nos ensinar a observar.

Se qualquer equipamento que utilizamos hoje, como o celular ou o computador, que nos
permitem neste momento nos encontrarmos a distância de uma forma tão eficaz, nota-se que
há uma inteligência da qual compactuamos, pois esses equipamentos foram inventados e
fabricados, cada mais sofisticados, por seres como nós e também podemos aferir que isso é
possível pela tecnologia que se evidencia nos dias hodiernos.

No entanto, quando nos deparamos para as maravilhas da natureza, os rios que correm para o
mar, deixando em seu caminho marcas de vida, vegetação, montanhas, vales e todas as
belezas que nossos olhos podem apreciar, podemos refletir que o homem não seria capaz de
criar essas maravilhas. Assim quando nos deparamos com o universo, as estrelas, os cometas
que cortam o céu, o sol, os astros, também não poderiam ser tidos como obra humana ou de
um ser de nossa simplicidade.

Essa complexidade da criação não pode ter surgido ao acaso, sem um fim ou objetivo, o que
nos leva a concluir que uma inteligência suprema, cujos conceitos não podemos definir diante
de nossa miudeza intelectual, mas, ainda que oculta, segundo a filosofia espírita, havemos de
concluir que atuou na criação de tudo que nos ronda, dando palco a toda a existência.
Logo, concluímos a existência de Deus, que a tudo deu causa, pelos efeitos dessas maravilhas
que não poderíamos ter construído.

Além, obviamente, do sentimento instintivo existente nos povos da terra durante todos os
temos, até os mais primitivos, quando as tribos elegiam um Deus, dano a este Deus a face do
Sol, da Lua, ou mesmo de um velhinho barbudo.

através do trabalho.

4 – O BEM E O MAL

Segundo o iniciação, o Bem é a força que nos impulsiona para a evolução, agindo de acordo
com essas leis divinas, ou seja, sempre que nos disponibilizamos a entender e assimilar cada
uma dessas leis e seus contextos, estamos agindo de acordo com o bem, portanto, estamos
evoluindo.

Já o mal, é justamente a ausência de cumprimento dessas leis, e quando agimos fora delas,
estamos corrompendo nossa caminhada, nos comprometendo com a obrigação de reparar os
danos causados por não cumpri-las. Ou seja, quando prejudico um semelhante, me coloco na
posição de devedor, e vou, eventualmente, ter que parar minha jornada evolutiva para
reequilibrar o que vou desequilibrado, essa é a razão da existência de mundos de prova e
expiação como o que vivemos atualmente.

E ai notamos a misericórdia divina, que se vale da Lei da Justiça para nos permitir, não só
reparar os danos que causamos no passado, mas também, com essa reparação, adquirir a lição
de conhecimento de que se estamos agora reparando, resgatando, expiando malefícios que
causamos anteriormente, é pq algo temos que consertar em nós mesmos. Isso é evolução.

5 - A LEI DA EVOLUÇÃO

Assim, Superada essa fase, como estamos falando de evolução, podemos concluir que Deus,
no ímpeto de incitar o espírito a caminhar para Si, determinou leis universais que pudessem e
podem orientar o caminho para a perfeição e proximidade com o Pai, Leis essas que passam
pela Lei do trabalho, fiscalizada pela Lei da Justiça, que nos leva a alcançar e entender a Lei do
Amor, pela qual a fraternidade, a caridade e a renúncia nos permitam destruir dentro de nós o
egoísmo que nos prende na materialidade, avançando assim para características mais sutis que
nos espiritualiza temos o elemento do anjo, que possui duas asas, uma delas representando o
Amor e a outra que representa o conhecimento ou a sabedoria.

Juntas, essas asas, quanto mais aperfeiçoadas, vão nos permitindo voos mais altos e cada vez
mais a proximidade com o Pai.

E justamente para que possamos colocar em prática esses conceitos, Deus nos permite a
convivência com nossos semelhantes, oportunidades que temos de praticar, vivenciar,
experimentar relações nas quais podemos imprimir nosso aprendizado, cada vez mais, através
de erros e acertos, podermos aparar nossas arestas interiores, buscando a felicidade maior
através de atitudes melhoradas pelo amor e pelo conhecimento que nos são permitidos de
diversas formas, como o estudo, a meditação, a caridade, a observação das experiências
alheias, que, quando bem aproveitas, evitam que nós mesmos incorramos nos equívocos de
nossos irmãos.
Isso não significa dizer que podemos julgar os equívocos alheios, mas observarmos e
refletirmos sobre os mesmos sempre com amorosidade e perdão àqueles que observamos no
equívoco.

A lei de evolução, portanto, determina que caminhemos na direção de Deus, absorvendo


conhecimento das experiências reencarnatórias, aumentando nossa capacidade de ser feliz
através da melhoria de nossos atos e de nossas essências.

A lei de evolução, portanto, amparada pelas leis do trabalho, da justiça e do amor, nada mais é
que um código de melhoria interior da essência, do ser, do caráter e, por consequência, das
atitudes, que são o estopim pelos quais somos analisados, pelo bem ou pela ausência deste.

Nesse sentido, o Evangelho Segundo o Espiritismo vem nos trazer importante lição talhada no
Texto “O Homem de Bem”, que tem como características a BONDADE, o PERDÃO, a
SIMPLICIDADE, o DESPRENDIMENTO.

A BONDADE

Em Marcos 10-18, Jesus traz este ensinamento:

17E, colocando-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se,


indagou-lhe: “Bom Mestre! O que devo fazer para herdar a vida eterna?” 18Replicou-lhe Jesus:
“Por que me chamas bom? Bom, a não ser meu Pai, que está nos céus.”

Porém, aqui vamos falar da bondade no sentido de essência, ou de aplicação do conceito do


olhar. Quando temos um olhar bondoso, vamos buscar em todas as coisas o lado positivo, o
lado belo, como na passagem do conto de Humberto de Campos narrada no Iniciação, em que
observamos um viajante que passa por um cachorro em estado de putrefação e reclama do
mal cheiro, enquanto que ao passar por ali um homem de bem, este observa a bela dentição
do canino. A velha e boa lição de se buscar observar sempre o lado do copo meio cheio.
GRATIDÃO ou invés de reclamação.

O PERDÃO.

É sabido e repisado durante todo o curso da EAE que as mágoas e os ressentimentos são
bagagens que nos impedem a ascensão, como pesos que amarram nossas asas.

Quando perdoamos, não perdoamos ou beneficiamos quem nos magoa, mas sim estamos
privilegiando nossa liberdade pessoal, estamos eliminando o lixo que o outro deixou em nós.
Conhecedores que somos das leis universais, temos a lei de ação e reação que, por si só,
cuidará da regeneração daquele que nos ofende, sem que assim desejemos ou operemos
nesse sentido. Justamente ao contrário, ao perdoar, vamos vibrar para que esse irmão possa
receber a misericórdia divina no acerto de sua jornada, enquanto seguimos leves pelo perdão,
em nossa caminhada.

A ausência do perdão é algo que não nos beneficia, muito pelo contrário, apenas nos faz
estacionar em busca de algo que não nos leva a bons resultados, como a vingança, o ódio e
mais sentimentos fustigantes a nós mesmos.

SIMPLICIDADE.

Esse conceito é bem interessante, uma vez que sempre estamos buscando na materialidade
cada vez mais coisas e objetivos complexos. Se caminhamos pela materialidade, podemos
observar que a cada conquista, um novo desejo se revela. Ou seja, nada é suficiente. E essa
ambição pode ser muito prejudicial, pois bem sabemos que nada do que temos de material
aqui, nos servirá nos planos espirituais. Além do fato de que quando começamos a não
conseguir atingir esses objetivos, o sentimento de frustração nos alcança, trazendo infelicidade
e sofrimento.

Por isso, quando juntamos a isso aquele olhar do copo meio cheio, somos gratos por coisas
simples, como exemplo o prato sujo em cima da pia. Ou reclamamos por ter que lavá-lo, ou
somos gratos pelo fato de que, se está sujo, é pq pudemos nos alimentar naquele dia.

Simplicidade e humildade andamos juntas, e uma é sinal da outra. E bem sabemos que o
antídoto do orgulho e do egoísmo é a humildade.

O DESPRENDIMENTO.

Essa é outra importante característica do homem de bem, que é comprometido com sua
evolução, com a evolução de todos aqueles que possa ter alcance e com a evolução do meio a
seu redor. E para isso é preciso que possamos abrir mãos de nossos anseios e atividades
pessoais, para doar um pouco do que temos e sabemos e pró da coletividade.

6 – CONHECIMENTO NECESSÁRIO

Para compreender com êxito, ou satisfatoriamente, o PLANO DIVINO, necessário o


entendimento de alguns pilares do espiritismo, sem o que torna tudo isso que falamos inócuo.

Assim, podemos destacar conhecimentos necessários como A EXISTÊNCIA DO ESPÍRITO, A


REENCARNAÇÃO e A VIDA APÓS A MORTE.

Reconhecer a essência espiritual do ser é de suma importância, uma vez que o corpo perece, e
isso, por si só já anularia ou ensejaria tomar em descrédito o PLANO DIVINO.

Certa vez, ouvi o Augusto César Vanucci, diretor cênico e compositor, em uma entrevista a um
programa de tv, dizer que Deus seria absolutamente injusto se a vida não continuasse após a
morte, uma vez que temos tantos irmãos na pobreza, deficientes física ou mentalmente, a
desigualdade social, tudo isso seria de uma extrema injustiça, pois como explicar a bondade e
justiça do Pai se considerarmos uns com tanto e outros com tão pouco ou nada.

O que explica a justiça de Deus, assim como sua bondade, são as diferentes reencarnações,
onde vivenciamos diferentes experimentações, seja na abundância, seja na dificuldade, seja
vivendo ora como homens, ora como mulheres, ora em um país, ora em outro. E são essas
experimentações que nos propiciam a evolução através de diferentes oportunidades.

Só que para reencarnar, precisamos contextualizar a existência, ou a essência espiritual, pois


não é possível ao corpo físico retornar à vida, isso a ciência explica, depois que entra em
estado de deterioração. Não é possível retirar um corpo que se tornou pó da terra para que
tenha vida novamente.

E para reencarnar, é preciso “morrer”. Ou seja, é preciso retornar aos planos de erraticidade,
que são os intervalos entres as reencarnações, oportunidades de reflexões sobre nossos atos
como encarnados, nas quais podemos elaborar planos de regeneração para nós mesmos
através das próximas reencarnações.
Como consta do Iniciação, segundo Emmanuel, a morte é o momento em que o homem se
depara consigo mesmo, assertiva através da qual, podemos refletir e concluir que é o
momento em que nos deparamos conosco mesmos na qualidade de espíritos.

Aliás, se fomos criados à imagem e semelhança de Deus, nada mais somos que energia, seres
abstratos que se valem da carne para experimentar, aprender e evoluir para os mundos
superiores e felizes.

132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? “Deus lhes impõe a encarnação com o fim
de fazê-los chegar à perfeição. ... Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um
instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele
ponto de vista, as ordens de Deus.

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