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Escola Básica de Santa Catarina -9º ano

22/23

Nome: ……….…………….……….………….……….………. COMPETÊNCIA AVALIADA MI INS SUF B MB


……………………………………………… Leitura
N.º: ……..…….……
Classificação: ……….……….……….………….……….……….
………………………….…….
Percentagem: ……..…….…… %
O Professor: ….……….……….………….……….……….………. Tomei conhecimento,
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Observações: .……….……….………….……….……….………. ……….……….……….………….……….……….……….…………………………………….
………………………………. ……...…
(Encarregado de Educação)

Lê atentamente o texto que se segue.

O elefante que borrifou o Papa


Imagina um elefante a andar com aquele passo lento e
pesadão que é o dos elefantes, a encher a tromba com
água e a borrifar um Papa com quanto fôlego tinha. Que
escândalo, pensarás tu.
5 O que é que fizeram ao desgraçado do elefante depois
disto? Pois olha, nada de especial. Pelo contrário, as
pessoas que estavam a assistir até acharam graça,
aplaudiram e um poeta escreveu uns versos que tiveram
grande sucesso. Ah, e essas pessoas não eram inimigas do
Papa, e o próprio Papa
10 achou graça (ou pelo menos fingiu que sim). Estranho, não
é? Então o melhor é contar a história do princípio, para se
perceber. Antes de tudo, isto passou-se em Roma no dia 12
de março de 1514. O Papa da altura chamava-se Leão X.
Nesses primeiros anos do século XVI, Portugal e os
15 estados italianos (a Itália apenas se uniria num único país em 1870) eram os países da Europa onde
a pompa e o luxo eram mais visíveis. Os portugueses tinham descoberto pouco antes o caminho
marítimo para a Índia e todos os anos esquadras de navios iam ao Oriente buscar coisas raras na
Europa – por exemplo, especiarias como o cravinho, a noz-moscada ou a pimenta – que vendiam a
bom preço.
20 Para mostrar ao Papa que Portugal não ficava atrás dos estados italianos, o rei D. Manuel I
resolveu enviar uma embaixada à corte de Leão X, em Roma. Neste caso, a tal embaixada era um
grande grupo de pessoas (e não só, como verás), carregadas de riquezas e de presentes.
Quando os portugueses chegaram a Roma, formou-se um imponente cortejo constituído por
centenas de cavaleiros e de peões enfeitados com joias, bordados, chapéus deslumbrantes e coisas
25 deste género. Do desfile fazia parte um cavalo da Pérsia montado por um caçador de Ormuz, e na
garupa deste repousava, de olhos semicerrados, uma pantera ameaçadora. Muita gente recuou de
medo e houve gritos, mas o felino não ligou.
No entanto, a parte mais exótica do desfile era um elefante de Ceilão com guarnições de ouro,
transportando no dorso um belo cofre, oferta do rei português ao Papa. O cornaca (cornaca é o
nome
30 que se dá ao condutor de um elefante) era um indiano ricamente vestido. Entretanto tocavam os
sinos da cidade e a artilharia disparava salvas.
O papa Leão X, rodeado dos cardeais, esperava o cortejo no alto de uma varanda. E foi então
que o elefante mergulhou a tromba num grande vaso cheio de água perfumada que ali tinha sido
posto, encheu-a e borrifou por três vezes o Papa e quem se encontrava ao pé dele. Não sabemos se
Leão X
35 terá gostado mesmo, mas pelo menos fingiu que sim, que tinha apreciado. Claro que aquilo fazia
parte do espetáculo e o elefante tinha sido ensinado. Uma gracinha…
Luís Almeida Martins, Visão Júnior (consultado em 13/10/2021, adaptado)

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Agora responde às questões sobre o texto.

1. Preenche o quadro com os elementos solicitados sobre o acontecimento narrado no texto.

a. Espaço

b. Tempo

2. Numera de 1 a 5 as frases seguintes, de acordo com a ordem cronológica dos acontecimentos


narrados.
A Formou-se um cortejo com centenas de cavaleiros e peões.
B O elefante borrifou o Papa e os cardeais com água perfumada.
C D. Manuel quis mostrar ao Papa a riqueza de Portugal.
D Um poeta dedicou uns versos à gracinha do elefante.
E O Papa apreciou a graça do elefante, ou fingiu tê-la apreciado.

3. A que se refere, particularmente, o narrador na passagem «(e não só, como verás)» (linha 22)?

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4. Por que razão é adequado o uso da expressão «No entanto» na linha 28?

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5. Seleciona as sensações que marcavam a passagem do elefante.

gustativas táteis visuais olfativas auditivas

6. Associa cada modo de representação do discurso a uma única passagem do texto.

Transcrições Tipo de discurso

1 «Estranho, não é?» (linhas 10-11)


2 «No entanto, a parte mais exótica do desfile era um elefante de Ceilão
com guarnições de ouro, transportando no dorso um belo cofre, oferta
do rei português ao Papa.» (linhas 28-29) A. Narração
3 «(cornaca é o nome que se dá ao condutor de um elefante)» (linha 29) B. Descrição
4 «E foi então que o elefante mergulhou a tromba num grande vaso cheio
de água perfumada que ali tinha sido posto, encheu-a e borrifou por
três vezes o Papa…» (linhas 32-33)

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