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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

Antonio Guilherme Miranda Moura - 20199008830


Natanael Gomes Carneiro - 20199011174
Thiago Luís dos Santos Nunes - 20199010121

MEMORIAL DE CÁLCULO DE PROJETO ESTRUTURAL DA COBERTURA DE


UMA QUADRA POLIESPORTIVA EM ESTRUTURAS DE AÇO

Teresina - PI
FEVEREIRO - 2023
Antonio Guilherme Miranda Moura - 20199008830
Natanael Gomes Carneiro - 20199011174
Thiago Luís dos Santos Nunes - 20199010121

MEMORIAL DE CÁLCULO DE PROJETO ESTRUTURAL DA COBERTURA DE


UMA QUADRA POLIESPORTIVA EM ESTRUTURAS DE AÇO

Trabalho apresentado como a


avaliação parcial das 1º e 2º
avaliações à disciplina de Estruturas
de Aço e Madeira, ministrada pelo
professor Dr. Wallison Carlos de
Sousa Barbosa, no Curso de
Engenharia Civil da Universidade
Federal do Piauí.

Teresina - PI
FEVEREIRO - 2023

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVO 5

3. METODOLOGIA 6

4. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL 7

5. MEMORIAL DE CÁLCULO 8
5.1. Ação do Vento 8
5.2. Combinação de Cargas 12
5.3. Análise das cargas na estrutura 14
5.4. Dimensionamento das peças do pórtico 24
5.4.1. Treliça 25
5.4.2. Dimensionamento da Solda 29
5.4.3. Terças 30
5.4.4. Pilares 34

6. ORÇAMENTO 38
6.1. Resumo de perfis e quantitativos 38
6.2. Orçamento 38

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39

8. ANEXOS 39

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1. INTRODUÇÃO

O estudo das estruturas de aço é importante para que se garanta a qualidade,


precisão e segurança na construção civil. Sendo utilizadas em grandes construções a
bastante tempo atrás, como a Torre Eiffel. Atualmente o seu uso se estende por
edifícios, residências, pontes, passarelas, viadutos, supermercados, aeroportos, torres
de transmissão, ginásios esportivos e outros.

Esse material tem como principais vantagens:


● Tempo de montagem: até 40% menos tempo que em construções de concreto;
● Redução do desperdício;
● Flexibilidade: facilitam adaptações, expansões e até mudanças na ocupação;
● Precisão: na casa dos milímetros;
● Cuidado com o ambiente: utilizam menos madeira e são totalmente recicláveis.

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2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVO

O trabalho tem como objetivo aplicar os conhecimentos adquiridos na


disciplina em questão, ministrada pelo professor Dr. Wallison Carlos de Sousa
Barbosa. Fazendo isso por meio da concepção, dimensionamento e detalhamento
da cobertura metálica de uma quadra poliesportiva de escola municipal, localizada
em Brasília - DF.

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3. METODOLOGIA

O projeto seguirá as recomendações das seguintes normas:


● ABNT NBR 6120: 1980 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações;
● ABNT NBR 6123: 1988 - Forças devido ao vento em edificações;
● ABNT NBR 8800: 2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas
de aço e concreto de edifícios.

Para o cálculo do vento também utilizaremos o software “Visual Ventos”, o


“Ftool” para obtenção dos esforços na estrutura, o Excel para os demais cálculos e
o programa da Autodesk “Revit”, para o detalhamento das estruturas.

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4. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL

A cobertura possui os seguintes dados:

● Inclinação - 20º;
● Largura - b = 25 m;
● Comprimento - a = 40 m;
● Altura(até a cumeeira) - H = 10,5 m;
● Altura da parede - ℎ = 10, 5 − [12, 5(𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑣ã𝑜) * 𝑡𝑔(20°)] = 5, 95 𝑚
● Localização - Brasília - DF.

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5. MEMORIAL DE CÁLCULO
5.1. Ação do Vento

Inicialmente é necessário calcular a velocidade característica do vento (Vk),


pela fórmula:

● Velocidade básica (V0)

É dada pelo gráfico de Isopletas a seguir:

Temos então que para a localidade Brasília - DF:


𝑉𝑜 = 35 𝑚/𝑠

● Fator Topográfico (S1):

Considerando o terreno plano, temos então.


𝑆1 = 1, 0

● Rugosidade (S2):

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Como a maior dimensão é 40 m, a edificação se enquadra na classe B, e por
ser em uma grande cidade, está na categoria V. Com isso obtemos os valores
para a fórmula:

𝑏 = 0, 73; 𝐹𝑟 = 0, 98; 𝑝 = 0, 16; 𝑧 = 10, 5 𝑚 (𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜)

Substituindo os valores teremos:

10,5 0,16
𝑆2 = 0, 73 * 0, 98 * ( 10
) = 0, 72

● Fator Estatístico (S3):

Edificação pertencente ao grupo 3, logo:

𝑆3 = 0, 95

● Velocidade Característica (Vk):

𝑉𝑘 = 35 * 1 * 0, 72 * 0, 95 = 23, 94 𝑚/𝑠

Com isso calcula-se a pressão estática do Vento, a partir da fórmula:

𝑞 = 0, 613 * 23, 94² = 351, 32 𝑁/𝑚²

● Coeficiente de pressão externa (CPe):

a) Paredes

É necessário antes se obter as seguintes relações geométricas:


(𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒: ℎ; 0, 2𝑏) /𝑏 = 5/25 = 0, 2 < 1/2;
𝑎/𝑏 = 40/25 = 1, 6; 3/2 < 1, 6 < 2 É necessário interpolar os dados da
tabela 3.6 da ABNT NBR 6123: 1988.
A partir do Software Visual Ventos obtemos esses valores já distribuídos, para
cada caso de incidência de vento (0º e 90º).

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b) Telhado
Usamos os dados da tabela 5 da norma anteriormente citada:

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● Coeficiente de pressão interna (CPi):

Será o caso de duas faces opostas igualmente permeáveis, e duas


impermeáveis.

Caso 1 - Vento 0º - Cpi = 0,20

Caso 2 - Vento 0º - Cpi = - 0,30

Caso 3 - Vento 90º - Cpi = 0,20

Caso 4 - Vento 90º - Cpi = -0,30

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5.2. Combinação de Cargas

Cargas permanentes:

● Telhas: 0,1 kN/m²


● Terças e tirantes: 0,1 kN/m²
● Vigas e Colunas: 0,2 kN/m²
● Total: 0,4 kN/m²

∴ A carga distribuída no pórtico corresponde a:

2
0, 40 (𝑘𝑁/𝑚 ) * 6, 67(𝑚) = 2, 67 𝑘𝑁/𝑚

Carga variável:

● Sobrecarga característica da cobertura: 0,25 kN/m² (NBR 8800)

∴ A carga distribuída no pórtico corresponde a:

2
0, 25 (𝑘𝑁/𝑚 ) * 6, 67(𝑚) = 1, 67 𝑘𝑁/𝑚

Combinações:

● Primeira combinação:

Para a primeira combinação, consideram-se as cargas permanentes e a


variável, logo:

𝐹𝐶1 = 1, 25 * 2, 67 + 1, 5 * 1, 67 = 5, 8333 𝑘𝑁/𝑚

12
Considerando os efeitos das imperfeições geométricas em estruturas de
pequena deslocabilidade, temos uma força equivalente denominada de força
nocional que corresponde a 0,3% de FC1, calculado anteriormente. Logo:

𝐹𝑛 = 0, 003 * 5, 83 * 25 = 0, 4375 𝑘𝑁

● Segunda combinação:

Temos a ação do vento para a segunda combinação:

● Caso 1:

-2,11(vertical) ⇒ 𝐹𝐶2𝑎 = 1, 00 * 2, 67 + 1, 4 * (− 2, 11) * 𝑐𝑜𝑠(20°) = 1, 4612 𝑘𝑁/𝑚

-2,11(horizontal) ⇒ 𝐹𝐶2𝑏 = 1, 4 * (− 2, 11) * 𝑠𝑒𝑛(20°) =− 2, 6968 𝑘𝑁/𝑚

-2,35 ⇒ 𝐹𝐶2𝑐 = 1, 4 * (− 2, 35) =− 3, 29 𝑘𝑁/𝑚

● Terceira combinação:

Assim como na segunda, também temos a ação do vento para a terceira


combinação, mas agora fazendo uso das cargas do caso 3:

● Caso 3:

13
-1,41(vertical) ⇒ 𝐹𝐶3𝑎 = 1, 00 * 2, 67 + 1, 4 * (− 1, 41) * 𝑐𝑜𝑠(20°) = 1, 8611 𝑘𝑁/𝑚

-1,41(horizontal) ⇒ 𝐹𝐶3𝑏 = 1, 4 * (− 1, 41) * 𝑠𝑒𝑛(20°) =− 1, 8022 𝑘𝑁/𝑚

1,17 ⇒ 𝐹𝐶3𝑐 = 1, 4 * (1, 17) = 1, 6380 𝑘𝑁/𝑚

-1,60 ⇒ 𝐹𝐶3𝑑 = 1, 4 * (− 1, 60) =− 2, 24 𝑘𝑁/𝑚

5.3. Análise das cargas na estrutura

● Pórtico da primeira combinação:

Abaixo temos as cargas da primeira combinação no pórtico, onde temos 4


diferentes valores (que serão aplicados nos nós da treliça) e dependerão da força
FC1 com o comprimento de influência, e também da força nocional (Fn). Cada força
tem o seu peso, que é em função do tamanho de seu comprimento de influência:

𝐹𝐶1*25 5,8333*25
● 𝑁ó𝑠 "𝑝𝑒𝑠𝑜 2, 0": 𝑛ó𝑠
= 21
= 6, 9444 𝑘𝑁

6,9444*1,5
● 𝑁ó𝑠 "𝑝𝑒𝑠𝑜 1, 5": 2
= 5, 2083 𝑘𝑁

6,9444*0,5
● 𝑁ó𝑠 "𝑝𝑒𝑠𝑜 0, 5": 2
= 1, 7361 𝑘𝑁

● 𝐹𝑛 = 0, 4375 𝑘𝑁

14
Configuração das cargas:

Esforços normais:

● Tesoura à esquerda:

15
● Tesoura a direita:

● Pilares:

16
Esforços cortantes:

Momento fletor:

● Pórtico da segunda combinação:

Abaixo temos as cargas da segunda combinação no pórtico, onde temos 7


diferentes valores (que serão aplicados nos nós da treliça e nos pilares) e
dependerão das forças FC2 com a altura da treliça e a quantidade de espaços entre
os nós carregados, e também da força nocional (Fn):
(Eixo Y⇒vertical; eixo X⇒horizontal)

17
● Y: 𝐹𝐶2𝑎 * 25/(𝑛º𝑛ó𝑠) = 1, 4612 * 25/21 = |1, 7395 𝑘𝑁|

1,5
● Y: 1, 7395 2
= |1, 3046 𝑘𝑁|

0,5
● Y: 1, 7395 2
= |0, 4349 𝑘𝑁|

● X: 𝐹𝐶2𝑏 * ℎ𝑡𝑟𝑒𝑙𝑖ç𝑎/(𝑛º𝑛ó𝑠) =− 2, 6968 * 4, 55/10, 5 = |1, 1686 𝑘𝑁|

1,5
● X: 1, 1686 2
= |0, 8765 𝑘𝑁|

0,5
● X: 1, 1686 2
= |0, 2922 𝑘𝑁|

● X: 𝐹𝐶2𝑐 = |3, 29 𝑘𝑁/𝑚|

Configuração das cargas:

Esforços normais:

18
● Tesoura à esquerda:

● Tesoura a direita:

19
● Pilares:

Esforços cortantes:

20
Momento fletor:

● Pórtico da terceira combinação:

Abaixo temos as cargas da terceira combinação no pórtico, onde temos 7


diferentes valores (que serão aplicados nos nós da treliça e nos pilares) e
dependerão das forças FC3 com a altura da treliça e a quantidade de espaços entre
os nós carregados, e também da força nocional (Fn):
(Eixo Y⇒vertical; eixo X⇒horizontal)

● Y: 𝐹𝐶2𝑎 * 25/(𝑛º𝑛ó𝑠) = 1, 8611 * 25/21 = |2, 2156 𝑘𝑁|

1,5
● Y: 2, 2156 2
= |1, 6617 𝑘𝑁|

0,5
● Y: 2, 2156 2
= |0, 5539 𝑘𝑁|

● X: 𝐹𝐶2𝑏 * ℎ𝑡𝑟𝑒𝑙𝑖ç𝑎/(𝑛º𝑛ó𝑠) =− 1, 8021 * 4, 55/10, 5 = |0, 7809 𝑘𝑁|

1,5
● X: 0, 7809 2
= |0, 5857 𝑘𝑁|

0,5
● X: 0, 7809 2
= |0, 1952 𝑘𝑁|

● X: 0, 4375 − 0, 1952 = 0, 2423 𝑘𝑁

21
● X: 𝐹𝐶3𝑑 = |2, 24 𝑘𝑁/𝑚|

Configuração das cargas:

Esforços normais:

● Tesoura à esquerda:

22
● Tesoura a direita:

● Pilares:

23
Esforços cortantes:

Momento fletor:

5.4. Dimensionamento das peças do pórtico

24
5.4.1. Treliça

Para a Treliça, temos os seguintes comprimentos:

Banzos - 63,85 cm;


Diagonais - 73,24 cm;
Montantes - 63,85 cm.

Por questões construtivas, imaginando uma melhor execução e facilitação de


cálculo, os Banzos possuirão o mesmo perfil, bem como as diagonais e os
montantes. Sendo feitas então basicamente 4 verificações, de tração e compressão
críticas (primeira combinação), para cada um dos perfis. A escolha do perfil também
leva em conta o comprimento que teremos para fazer as conexões por solda.

● Banzos superiores e inferiores - Esforços da primeira combinação.


Esforço crítico de Compressão: 194,14 kN.
Esforço crítico de Tração: 85,77 kN.

O perfil adotado foi o U 102 x 9,3, com os seguintes dados:

○ ix = 3,84 cm;
○ iy = 1,14 cm;

25
○ h0 = 8,66 cm;
○ c = 1,59 cm;
○ t0 = 0,627 cm;
○ b = 4,18 cm;
○ tf = 0,75 cm;
○ Ag = 11,9 cm.

Compressão:

Flambagem Global:

1*63,85
1,14
= 56, 01 (𝑂𝐾)
Flambagem Local:

- Alma
𝑏 𝑏
𝑡
≤ ( 𝑡 )𝑙𝑖𝑚
8,66−(2*1,59) 20000
0,627
≤ 1, 49 * 25
8, 74 < 42, 14 (𝑂𝐾)

- Mesa
𝑏 𝑏
𝑡
≤ ( 𝑡 )𝑙𝑖𝑚
4,18 20000
2*0,75
≤ 0, 56 * 25
2, 79 < 15, 84 (𝑂𝐾)

Como não há flambagem em nenhum dos dois casos, Q = 1,0.

- Esforço Resistente:

63,85 1*25
λ0 = 3,84*3,14
* 20000
= 0, 6303
2
0,6303
χ = 0, 658 = 0, 8468

26
1*11,9*0,8468*25
𝑁𝑟𝑑 = 1,1
= 229, 02 𝑘𝑁

Atende com folga!

Tração:

- Escoamento da seção bruta.

11,9*25
𝑁𝑟𝑑 = 1,1
= 270, 45 𝑘𝑁

Atende com folga!


- Verificação da Esbeltez.

63,85
1,14
= 56 (𝑂𝐾)

● Diagonais Montantes - Esforços da primeira combinação.

Esforço crítico de Compressão: 37,74 kN.


Esforço crítico de Tração: 39,9 kN.

Adotaremos cantoneiras duplas de abas iguais, sendo o perfil 31,7 x (1.¼ x


1.¼) x 3,2. Com os seguintes dados:

○ ix=iy = 0,96 cm;


○ imin = 0,63 cm;
○ h = 3,17 cm;
○ t0 = 0,32 cm;
○ Ag = 1,93 cm.

Compressão:

27
Flambagem Global:
Como temos compressão tanto em diagonais como em montantes,
precisamos verificar a flambagem global para os dois comprimentos.

1*73,24
0,63
= 116, 25 (𝑂𝐾)
1*63,85
0,63
= 101, 35 (𝑂𝐾)
Flambagem Local:

𝑏 𝑏
𝑡
≤ ( 𝑡 )𝑙𝑖𝑚
3,17 20000
0,32
≤ 0, 45 * 25
9, 91 < 12, 73 (𝑂𝐾)

Como não há flambagem local, Q = 1,0.

- Esforço Resistente:

72,34 1*25
λ0 = 0,63*3,14
* 20000
= 1, 31
2
1,31
χ = 0, 658 = 0, 4885

1*1,93*0,4885*25
𝑁𝑟𝑑 = 1,1
= 21, 42 𝑘𝑁
Mas o perfil é duplo!
𝑁𝑟𝑑, 𝑡 = 21, 42 * 2 = 42, 84 𝑘𝑁

Atende!

Tração:

28
- Escoamento da seção bruta.

1,93*25
𝑁𝑟𝑑 = 1,1
= 43, 83 𝑘𝑁
Nota-se que um perfil simples já seria o suficiente. Mas o perfil é duplo!
𝑁𝑟𝑑, 𝑡 = 43, 83 * 2 = 87, 66 𝑘𝑁

Atende com folga!


- Verificação da Esbeltez.
Como temos tração tanto em montantes como em diagonais, é necessário
verificar a Esbeltez para os dois comprimentos.

63,85
0,63
= 101, 35 (𝑂𝐾)

73,24
0,63
= 116, 25 (𝑂𝐾)

5.4.2. Dimensionamento da Solda


Determinando que para a conexão entre as diagonais e montantes da treliça,
serão feitas por ligação soldadas, adota-se um eletrodo E70 para a solda do tipo
filete. Assim, é necessário verificar o comprimento mínimo de solda de acordo com a
resistência desta.
O tamanho mínimo para a perna de solda, que depende da espessura da
chapa mais fina, que é do perfil 31,7 x (1.¼ x 1.¼) x 3,2, temos que a perna da
solda mínima é de 3 mm.
Resistência da solda na ligação entre o montante principal e banzos (esforço
de tração igual a 19,965 kN):
consideremos:
0,6*0,7*0,3*𝐿1*48,5
𝐹1 = 1,35
= 9, 0533 𝐿1
0,6*0,7*0,3*3,17*48,5
𝐹2 = 1,35
= 14, 34953 𝐾𝑛
𝑁𝑑 = 19, 965 𝐾𝑛

Por somatório de momentos temos


𝐹1 * 3, 17 + 𝐹2 * 3, 17/2 = 19, 965 * (3, 17 − 0, 91)

29
9, 0533 𝐿1 * 3, 17 + 14, 34953 * 3, 17/2 = 19, 965 * (3, 17 − 0, 91)
L1 = 0,78 cm (mínimo)
L1 = 1,5 cm adotado

5.4.3. Terças

O cálculo das terças foi feito com base na norma NBR 6120:2019 para as
ações.
Cada terça terá sua carga em função da sua área de influência, que consiste
na região que fica entre a metade dos vãos entre as terças. A ideia é transformar a
carga por metro quadrado em carga linear.

Cargas permanentes:

● Telhas: 0,1 kN/m²


● Terças e tirantes: 0,1 kN/m²
● Vigas e Colunas: 0,2 kN/m²
● Total: 0,4 kN/m²

∴ A carga distribuída na terça corresponde a:

2
0, 40 (𝑘𝑁/𝑚 ) * 1, 2770(𝑚) = 0, 5108 𝑘𝑁/𝑚

Carga variável:

● Sobrecarga característica da cobertura: 0,25 kN/m² (NBR 8800)

∴ A carga distribuída no pórtico corresponde a:

2
0, 25 (𝑘𝑁/𝑚 ) * 1, 2770(𝑚) = 0, 3192 𝑘𝑁/𝑚

Combinação das ações para o Estado de Limite Último

𝐹𝑑 = 1, 25 * 0, 5108 + 1, 5 * 0, 3192 = 1, 1173 𝑘𝑁/𝑚

Análise da carga aplicada na terça

Pelo projeto do galpão, observa-se que as terças se posicionam de maneira


inclinada sobre a treliça. Portanto, é preciso decompor as forças que atuam nessas
peças.

𝐹𝑑𝑥 = 1, 1173 * 𝑠𝑒𝑛(20°) = 0, 3821 𝑘𝑁/𝑚

30
𝐹𝑑𝑦 = 1, 1173 * 𝑐𝑜𝑠(20°) = 1, 0499 𝑘𝑁/𝑚

Considerando a viga como hiperestática com 7 apoios, temos os seguintes


valores de cortante e momento fletor. (acima para Fdx e abaixo para Fdy)

● Cortante

31
● Momento Fletor

Portanto, de acordo com os dados de momento e cortante obtidos com o uso


do Ftool, temos que:

𝑀𝑑, 𝑠𝑜𝑙 = 𝑀𝑚𝑎𝑥 = 4, 9404 𝑘𝑁𝑚

𝑉𝑑, 𝑠𝑜𝑙 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 = 7, 9455 𝑘𝑁

Dimensionamento

Optou-se por calcular as terças como vigas de alma cheia. Para uma seção
compacta, temos (considerando o deslocamento de uma viga apoiada-engastada:

𝐿 6,67
δ𝑙𝑖𝑚 = 180
= 180
= 0, 0371 𝑚 = 3, 71 𝑐𝑚

−2 4
3*1,1173*10 *667 4
𝐼𝑥, 𝑚𝑖𝑛 = 554*20000*3,71
= 161, 39 𝑐𝑚

32
𝑀𝑠𝑑*1,10 494,04*1,10
𝑍𝑥, 𝑚𝑖𝑛 = 𝑓𝑦
= 25
= 21, 7378 𝑐𝑚³

Escolheu-se primeiramente o perfil “U 102x10,8”. No entanto, seu momento


resistente para FLT ficou um pouco abaixo da solicitação. Optou-se, portanto, o perfil
escolhido foi o “U 152x23,1”, que atende com folga às solicitações.

● Flambagem local:

● FLA

13,5
λ𝑏 = 1,42
= 9, 51 < λ𝑝

∴ Seção compacta

● FLM

5,79
λ𝑏 = 0,87
= 6, 66

λ𝑝 > λ𝑏 = 6, 66

∴ Seção compacta

Momento resistente de projeto

Considerando que não há flambagem local da mesa e nem da alma, temos


que a seção é compacta, logo:

107*25
𝑀𝑑, 𝑟𝑒𝑠 = 1,10
= 2431, 8182 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 > 𝑀𝑑, 𝑠𝑜𝑙

Flambagem lateral (FLT):

𝐿𝑏 = 667 𝑐𝑚

20000
𝐿𝑏𝑝 = 1, 76 * 1, 33 * 25
= 66, 21 𝑐𝑚

1 3 3
𝐽= 3
(2 * 4, 88 * 0, 87 + 13, 5 * 1, 42 ) = 15, 0271 𝑐𝑚³

52,4 6
𝐶𝑤 = (15, 24 − 0, 87)² * 4
= 2705, 1094 𝑐𝑚

33
(25−0,3*25)*107
β1 = 20000*15,0271
= 0, 006230

1,38* 52,4*15,0271 27*2705,1094*0,006230


𝑙𝑏𝑟 = 15,0271*0,006230
* 1+ 1+ 52,9
= 837, 4127 𝑐𝑚

∴ Viga intermediária

Momento Resistente (FLT) para vigas intermediárias

𝑀𝑝 = 107 * 25 = 2675 𝑘𝑁𝑐𝑚

𝑀𝑟 = 107 * (25 − 0, 3 * 25) = 1872, 5 𝑘𝑁𝑐𝑚

667−66,21
𝑀𝑛 = 1 * ⎡2675 − (2675 − 1872, 5) * ⎤ = 2049, 8885 𝑘𝑁𝑐𝑚
⎣ 837,4127−66,21 ⎦

2049,8885
𝑀𝑑, 𝑟𝑒𝑠 = 1,10
= 1863, 4804 > 𝑀𝑑, 𝑠𝑜𝑙
2049,8885 1,5*𝑊*𝑓𝑦
𝑀𝑑, 𝑟𝑒𝑠 = 1,10
= 1863, 4804 < 1,10
= 3647, 72 𝑘𝑁𝑐𝑚

Deslocamento Máximo

−2 4
3*1,1173*10 *667
δ𝑚𝑎𝑥 = 554*20000*815
= 0, 7347 𝑐𝑚 < δ𝑙𝑖𝑚

Verificação da força cortante de projeto

Considerando viga sem enrijecedor, temos:

ℎ𝑤 𝐸
λ= 𝑡0
≤ 2, 46 * 𝑓𝑦

13,5 20000
λ= 1,42
= 9, 51 ≤ 2, 46 * 25
= 69, 58
0,6*25*(1,42*13,5)
𝑉𝑑, 𝑟𝑒𝑠 = 1,10
= 261, 41 𝑘𝑁 > 𝑉𝑑, 𝑠𝑜𝑙

5.4.4. Pilares
Para o pilar temos uma ligação engastada e uma apoiada com K = 0,8 (valor
recomendado). Os valores de momento e cortante máximos considerados serão os
seguintes:
𝑀𝑑, 𝑚𝑎𝑥 = 530, 91 𝐾𝑛 * 𝑚
𝑉𝑑, 𝑚𝑎𝑥 = 99, 53 𝐾𝑛

34
Supondo seção compacta:
𝑍𝑥*𝑓𝑦
𝑀𝑟𝑑 = 1,1
1,1*530,91
𝑍𝑚𝑖𝑛 = 25
= 2336 𝑐𝑚3
Com isso escolhemos o perfil w 530 x 92

○ h = 53,3 cm
○ Ag = 117,6 cm2
○ to = 1,02 cm
○ h0 = 50,2 cm
○ tf = 1,56 cm
○ bf = 20,9 cm
○ Ix = 55157 cm4
○ Wx = 2070 cm3
○ ix = 21,65 cm
○ Zx = 2360 cm3
○ Iy = 2379 cm4
○ iy = 4,50 cm
○ hw/t0 = 46,8
○ bf/2tf = 6,7

Flexão:
Flambagem Local:

- Mesa
𝑏𝑓𝑐
λ𝑏 = 2*𝑡𝑓𝑐
= 6, 7
20000
λ𝑝 = 0, 38 * 25
= 10, 75
λ𝑝 > λ𝑏 - compacta

- Alma
ℎ𝑤
λ𝑏 = 𝑡0
= 46, 8
20000
λ𝑝 = 3, 76 * 25
= 106, 35
λ𝑝 > λ𝑏 - compacta

● Cálculo do momento resistente


𝑀𝑛 = 𝑀𝑝 = 𝑍 * 𝑓𝑦
𝑀𝑛 = 2360 * 25 = 59000 𝐾𝑛. 𝑐𝑚 = 590𝐾𝑛. 𝑚
59000 1,5*2070*25
𝑀𝑑, 𝑟𝑒𝑠 = 1,1
< 1,1
𝑀𝑑, 𝑟𝑒𝑠 = 53636 < 70568
𝑀𝑑, 𝑟𝑒𝑠 = 53636 Kn.cm > Md (OK)

35
Cisalhamento:
Para um pilar sem enrijecedor temos: a = L; Kv = 5
ℎ𝑤 5*20000
λ= 𝑡0
= 46, 8 < 1, 10 * 25
= 69, 57
0,6*𝑓𝑦*𝐴𝑤 0,6*25*1,02*53,3
𝑉𝑟𝑑 = 1,1
= 1,1
= 741, 35 𝐾𝑛
𝑉𝑟𝑑 = 741, 35 𝐾𝑛 < 𝑉𝑑 = 99, 53 𝐾𝑛 (OK)

Compressão:
Carga do Pilar:
- Reação do pilar: 73,0161 Kn
- Peso próprio do pilar : 5,3645 Kn
Carga total : 78,3806 Kn

Flambagem Global:

0,8*595
4,5
= 105, 78 (𝑂𝐾)
Flambagem Local:

- Alma
𝑏 𝑏
𝑡
≤ ( 𝑡 )𝑙𝑖𝑚
20000
46, 4 > 1, 49 * 25
46, 4 > 42, 14
20000 0,34 20000
𝑏𝑒 = 1, 92 * 1, 02 * 21,1
(1 − 20,9 * 21,1
)
1,02

𝑏𝑒 =19,39
19,39*50,2
𝑄𝑎 = 20,9*50,2
= 0, 93

- Mesa
𝑏 𝑏
𝑡
≤ ( 𝑡 )𝑙𝑖𝑚
20000
6, 7 ≤ 0, 56 * 25
6, 7 < 15, 84 (𝑂𝐾)

Q = 0,93*1,0 = 0,93

- Esforço Resistente:

36
476 0,93*25
λ0 = 4,5*3,14
* 20000
= 1, 1480
2
1,1480
χ = 0, 658 = 0, 5760

0,93*117,6*0,5760*25
𝑁𝑟𝑑 = 1,1
= 1431, 78 𝑘𝑁

Atende com folga!

Tração:

- Escoamento da seção bruta.

117,6*25
𝑁𝑟𝑑 = 1,1
= 2672, 73 𝑘𝑁

Atende com folga!

37
6. ORÇAMENTO
6.1. Resumo de perfis e quantitativos

Categoria Tipo Massa Comprimento (m) Massa


(kg/m) total (Kg)

Banzos U 102 x 9,3 9,3 588 un * 0,6385 m 3491,64

Montantes L 31,7 x (1.¼ x 1.¼) x 3,2 1,5 * 2 301 un * 0,6385 m 576,56

Diagonais L 31,7 x (1.¼ x 1.¼) x 3,2 1,5 * 2 294 un * 0,7324 m 645,98

Pilares W 530 x 92 92 14 un * 5,95 m 7663,60

Terças U 152 x 23,1 23,1 24 un * 40 m 22176,00

Total Aço MR250 34553,78

Área do telhado:

Uma água: [13,3 + (0,5m)] * [40 + (2*0,5m) = 565,8 m²


Total = 565,8 * 2 = 1131,6 m²
Considerando telhas de 10 m:
O modelo 980 possui 98 cm (0,98 m) de largura.
Área de uma telha: 10 *0,98 = 9,8 m².

Telhado TP40 - 980 - 50 mm 1131,6/9,8 114 unidades

4,3 kg/m 114 * 10 = 1140,0 m Massa total 4902,00 kg

6.2. Orçamento

Item Descrição Valor unitário (R$) Quantidade Total (R$)

Banzos U 102 x 9,3 11,45 / kg 3491,64 kg 39.979,27

Mont. e Diagonais L (1.¼ x 1.¼) 12,66 / kg 1222,54 kg 15.477,35

Terças U 152 x 23,1 785,87 / 6m 160 un - 6m 127.339,20

Pilares W 530 x 92 13928,60 / 12 m 7 un - 12 m 97.500,20

Telhas TP40-980-50 475,35 / 10 m 114 un - 10 m 54.189,90

Total 334.495,82

38
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PFEIL, Walter; PFEIL, Michele. Estruturas de Aço: Dimensionamento prático de


acordo com a NBR 8800:2008. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6120: Cargas


para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6123: Forças


devido ao vento em edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1988.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8800: Projeto


de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de
Janeiro: ABNT, 2008.

https://www.gravia.com/viga-i-laminada-astm-a572-w-530-x-92-0/p

https://www.gravia.com/viga-u-laminada-6-152-4-5-1mm-1a-alma-6000mm-gravia/p?i
dsku=3476

https://loja.kingspan-isoeste.com.br/telha-metalica-tp40-trapezoidal-aco-galvalume-n
atural-kingspan-isoeste.html?gclid=Cj0KCQiAxbefBhDfARIsAL4XLRoFjpOzEB7sw9I
TxG_ZM0JxQxauGg5S-JTLuSgOv528cg8hE9IOsnAaAhzWEALw_wcB

8. ANEXOS

39
3D
1
3D Detalhe 3
4

ESTRUTURAS DE AÇO E MADEIRA

PROF.: WALLISON CARLOS DE SOUSA BARBOSA

CONTEÚDO: MODELO 3D
3D Detalhe 1 3D Detalhe 2
2 3

ESCALA: —

DATA: 16/02/2023
25,00

0
13 ,3

L 31,7 x (1.¼ x 1.¼) x 3,2

U 102 x 9,3
U 152 x 23,1

1.28
U
1.28
10
2
x9
,3

0,64
10,50

0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.47

12,50 W 530 x 92
5,95

Corte transversal
1 1 : 50

40.00
10,50

6.67 6.67 6.67 6.67 6.67 6.67 ESTRUTURAS DE AÇO E MADEIRA


5,95

PROF.: WALLISON CARLOS DE SOUSA BARBOSA

CONTEÚDO: CORTES TRANSV. E LONG.

Corte longitudinal
2 1 : 75 ESCALA: INDICADA

DATA: 16/02/2023
25,00
Pilar Banzo Terça

P1 P2
W 530 x 92 W 530 x 92
6.67

P3 P4
W 530 x 92 W 530 x 92
6.67

P5 P6
W 530 x 92 W 530 x 92
6.67

P7 P8
W 530 x 92 W 530 x 92
6.67

P9 P10
W 530 x 92 W 530 x 92
6.67

P11 P12
W 530 x 92 W 530 x 92
6.67

P13 P14
W 530 x 92 W 530 x 92

Loc. Pilares Cobertura


1 1 : 150
2 1 : 150

ESTRUTURAS DE AÇO E MADEIRA

PROF.: WALLISON CARLOS DE SOUSA BARBOSA

LOC. PILARES E COBERTURA

ESCALA: INDICADA

DATA: 16/02/2023

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