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MEMORIAL DE CÁLCULO DESCRITIVO

– BASE DA CASA DE CONTROLE


REV. 00
MCC – BASE CASA DE CONTROLE
DATA: 27/12/2022

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Sumário
1 OBJETIVO..............................................................................................................................4
2 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA....................................................................................4
3 METODOLOGIA PARA CÁLCULO DA FUNDAÇÃO.....................................................5
3.1 Escolha dos parâmetros geotécnicos.....................................................................5
3.2 Cálculo das solicitações na fundação.....................................................................6
3.3 Verificação da altura da fundação............................................................................7
3.4 Cálculo da excentricidade:.........................................................................................8
3.5 Cálculo das armaduras...............................................................................................9
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................10
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1 OBJETIVO

Apresentar a memória de cálculo da fundação em radier para as casas de controle


da UFV Santa Quitéria.

2 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

1. RL.007.000.SANTA QUITÉRIA – RELATÓRIO DE SONDAGEM;


2. ORIGO-0001-22-BCC-002-R00_BASE CASA DE CONTROLE PARA PMs –
PROJETO BÁSICO DA BASE DA CASA DE CONTROLE;
3. ORIGO-0065-22-GE-001-R00_SANTA QUITERIA-CE 297 – LAYOUT GERAL;
4. Macintyre (1996).
5. CINTRA, CARLOS A.; AOKI, N. et al. Fundações diretas – Projeto
Geotécnico, Oficina de textos, São Paulo, 2011;
6. NBR 6120:2019 – Cargas para o cálculo das Estruturas;
7. NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto - Procedimento;
8. NBR 6122:2019 – Projeto e execução de fundações;
9. NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento nas edificações;
10. ALMEIDA, Luiz Carlos, Prof. Msc.; Sapatas – Notas de aulas da disciplina
Concreto II – Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Engenharia
Civil – Departamento de Estruturas, Campinas, 2004. Disponível em:
http://www.fec.unicamp.br/~almeida/ec802/Sapatas/Sapatas.pdf
11. ALONSO, Urbano Rodrigues. Exercícios de Fundações, São Paulo, Edgard
Blücher, 2019.
12. CARVALHO, Roberto C.; PINHEIRO, Libânio, M. Cálculo e detalhamento de
estruturas usuais de concreto armado, vol. 2. PINI, São Paulo, 2019.
13. CARVALHO, Roberto C.; FIGUEIREDO, Jasson R. Filho. Cálculo e detalhamento de
estruturas usuais de concreto Armado, EdUFSCAR, São Carlos, 2012.
14. BELLEY, Ildony H. Interfaces Aço – Concreto. CBCA, Rio de Janeiro, 2007.

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3 METODOLOGIA PARA CÁLCULO DA FUNDAÇÃO

A partir dos parâmetros geotécnicos fornecidos pelo relatório de sondagem é


estimada a tensão de ruptura sr. O dimensionamento e o fator de segurança são
determinados em função dessa tensão de ruptura. As dimensões de comprimento,
altura e largura da fundação são adotadas em função do equipamento que a
fundação irá suportar e dos critérios da NBR 6118:2014. Com esses dados são
realizadas as verificações e dimensionamentos.

3.1 Escolha dos parâmetros geotécnicos

Na sondagem SPT realizada no terreno foram analisados oito furos. Para analisar a
tensão de ruptura do solo local escolheu-se o furo com menor NSPT, tendo assim
um dimensionamento favorável à segurança da fundação. Se as tensões solicitantes
das bases forem menores do que a tensão de ruptura do solo no ponto mais fraco do
terreno, então o mesmo ocorrerá em locais com maior número de NSPT (solo mais
resistente). Sendo assim, o furo escolhido para esta análise foi o SP-04.

Dados Geotécnicos do furo SP-04:

 Tipo de solo: areia siltosa, pedregulhosa, de cor variegada cinza;


 NSPT: 8.
 Ângulo de atrito: √ 20 NSPT + 150=ϕ=27 , 650.
 Peso específico: γ =16 kN /m3 (Godoy, 1972).
 Coesão: c=10 NSPT kPa=80 kPa (Teixeira e Godoy, 1996).
Com base nesses valores, conclui-se que a ruptura se dará por puncionamento e
que os fatores da equação de Terzaghi, para a tensão de ruptura, precisarão ser
corrigidos para o novo valor do ângulo de atrito (Φ) e da coesão (c).

' 2 2
tg ϕ = tgϕ=0,349 c '= c=53 , 33
3 3

' ' ' ' 1 '


σ r=c N c Sc +q N q S q+ γB N γ S γ
2

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Visto que a estará acima do nível do solo, despreza-se a segunda parcela da


resistência, relativa a esse embutimento (q N 'q S q ¿ .

Para os fatores de capacidade de carga da equação de Terzaghi e tg ϕ ' =0,349

'
' ' Nq '
N =11 ,85 ; N =1 , 74 ;
c γ '
=0 , 33 ; ϕ =19 ,24 °
Nc

Dimensões da fundação: B 3,50 m X L 7,00 m X H 0,20 m – Dimensões escolhidas


em função da geometria do equipamento.

Peso estimado da casa de controle: como ainda não há um projeto executivo da


casa de controle foi considerado um peso estimado de 13 kN/m², um valor um pouco
acima do usual para edificações residenciais de alto padrão (10 kN/m²).

Fatores de forma, fundação retangular:

'
Sc =1+
B Nq
'
L Nc
=1+
3,5
7
0 ,33=1,165 ; S γ =1−0 , 4
B
L
=1−0.4 ( )
3,5
7
=0 , 80

' ' ' ' 1 '


σ r=c N c Sc +q N q S q+ γB N γ S γ
2
' 1
σ r=53 , 33 ×11, 85 ×1,165+ 16 × 3 ,5 ×1 , 74 × 0 ,80=775 , 21 kPa
2

3.2 Cálculo das solicitações na fundação

Segundo a NBR 6123:1988 a área está na isopleta 30 m/s para a velocidade básica
v0. A categoria II, classe A, grupo 3 é a classificação que a NBR 6123:1988
prescreve para a área em questão, o que resulta nos fatores: S1 = 1,0; S2 = 1,0; S3
= 0,95. A velocidade característica é dada por:
v k =v 0 S1 S 2 S3 =30× 1 ,0 × 1 ,0 × 0 , 95=28 , 5 m/s

A pressão do vento é:
2 2 2
q=0,613 v k =498 N /m =0 ,5 kN /m

Força do vento nas direções ortogonais:

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Para calcular a força do vento nas direções ortogonais foram consideradas as


dimensões da casa de controle exibidas no projeto básico da base da sala de
controle, considerando uma altura de 3,00m. Sendo assim, temos:
• Na direção do lado 3,5 m da fundação: largura do equipamento = 2,40m e
altura do equipamento 3,00 m.
V x =b ×h × q kN

V x =2 , 40 ×3 , 00 ×0 , 5=3 , 60 kN

• Na direção do lado 7,0 m da fundação: largura do equipamento = 5,60m e


altura do equipamento 3,00 m.
V y =l × h× q kN

V y =5 ,60 ×3 , 00 × 0 ,5=8 , 40 kN

Momentos de flexão no topo da fundação:


M x =3 ,60 ×1 , 50=5 , 40 kN . m

M y =8 , 40× 1 ,50=12 ,60 kN .m

3.3 Verificação da altura da fundação

Peso da casa de controle = 2,40m X 5,60m X 13 KN/m² = 174,72kN. Não há


pedestal nessa fundação.
fck – resistência característica do concreto – 30 MPa
Dimensões da fundação: B 3,50 m X L 7,00 m X H 0,20 m.
a sapata−¿a 3 , 5−0
d≥ pedestal
= =0 , 88 m¿
4 4
b sapata−¿b 7−0
d≥ pedestal
= =1 , 75 m¿
4 4

√ √
P f 174 ,72 ×1 , 96
d ≥1 , 44 ∴ σ =0 , 85 ck ; → 1 , 44 =¿ 0 ,17 m ¿
σ 1 , 96 0 , 85 ×30000
A altura adotada é 0,20 m. Não caracteriza a fundação como rígida, visto que não
atende as expressões acima.
Peso da fundação:

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P=3 ,50 ×7 ,00 × 0 ,2 ×25=122 ,5 kN

Carga vertical total na base da fundação:


PT =122 ,5+174 ,72=297 , 22 kN

Momentos de flexão na base da fundação: (hsapata = 0,2 m)


M x =5 , 40+3 , 60× 0 , 20=6 ,12 kN . m

M y =12 , 60+8 , 40 × 0 ,20=14 , 28 kN . m

3.4 Cálculo da excentricidade:

Abaixo são apresentados os cálculos das excentricidades:


e1(B=3,5) – excentricidade na direção da dimensão 3,50 m
e2(L=7,0) – excentricidade na direção da dimensão 7,00 m
tensões no solo s1(B=3,5) e s1(B=3,5) – tensões nas direções 3,50 m e 7,00 m
respectivamente.
M 6 , 12
e 1(3 ,5) = = =0,021 m (no lado B = 3,50 m)
P 297 , 22
M 14 , 28
e 2(7 ,0 )= = =0,048 m (no lado L = 7,00 m)
P 297 , 22
Se e1 e e2 forem menores que B/6 e L/6 respectivamente as expressões abaixo
representam as tensões no solo. Essas tensões devem ser menores que a tensão
admissível. Foi adotado o fator de segurança, FS = 3,0 para a estimativa da tensão
admissível.
B 3,5
e 1=0,021< < < 0 ,58 m
6 6

L 7,0
e 2=0,048< < <1 , 17 m
6 6

σ 1(3 ,5)=
P
B×L
1+(3 e 1(3 ,5 )
B )
σ 1(3 ,5)=
297 , 22
(
3 , 5 ×7 , 0
1+
3× 0,021
3 ,5 )
=12 , 35 kN /m2

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σ 2(7 ,0) =
P
B×L
1+(3 e2 (7 , 0)
L )
σ 2(7 ,0) =
297 ,22
(
3 , 5 ×7 , 0
1+
3 ×0,048
7,0 )
=12 ,38 kN /m2

σr 775 , 21
σ adm< ; FS=3 ,0 ; σ adm< <258 , 40 kPa
FS 3

As tensões aplicadas ao solo são menores que a tensão admissível, assim quanto a
capacidade de carga a fundação está OK.

3.5 Cálculo das armaduras

A placa será calculada por um método estático, onde a relação entre o maior e o
ly L
menor lados é λ= = . Não será levado em conta o efeito do apoio elástico, as
lx B
cargas pequenas e a área da placa resultarão em armadura mínima. A placa se
enquadra no tipo 1 de vinculação.
A carga aplicada na placa é:
σ 1(3 ,5)=12 , 35 kN /m2 → q(3 , 5)

2
σ 2(7 ,0) =12 ,38 kN /m → q(7 ,0)
l y L 7 ,0
λ= = = =2, 00 O que, de acordo com a tabela 7.2 de Carvalho (2019), resulta
l x B 3 ,5
nos parâmetros,

μ x ( 3 ,5 )=11, 68 e μ y (7 , 0)=11 ,6 8

Os momentos são dados por:


2
q ×l 12 ,35 × 3 ,5 2
M x (3 , 5)=μ x(3 ,5) × (3 ,5 ) x(3 ,5) =11 ,68 × =17 ,67 kN .m/m
100 100
2
q ×l 12 , 38× 3 ,5 2
M y(7 , 0)=μ y(7 ,0) × (7 ,0 ) x(3 ,5 ) =11 ,68 × =17 ,71 kN . m/m
100 100

Onde:
q: carregamento em kN/m2;

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l: comprimento em m.
Como as seções transversais são iguais em ambas as direções e os momentos são
da mesma ordem de grandeza o cálculo será demonstrado apenas para a direção de
maior momento e a armadura resultante será adotada em ambas as direções.
Md
KMD= 2
b w × d × f cd

1 , 4 ×17 ,71
KMD= =0,0514
2 30000
1 , 0× 0 , 15 ×
1,4

Onde:

Md: momento de dimensionamento – kN.m/m;


bw: largura da seção em m;
fcd: resistência de dimensionamento concreto em kN/m2;
d: altura útil.
Md
A s=
KZ ×d × f yd
Onde:
Md : momento de dimensionamento – kN.m/m;
d: altura útil.
KZ: parâmetro tabelado
fyd : resistência de dimensionamento do aço kN/cm2.

Md 2
A s= =3 ,27 cm /m
KZ ×d × f yd

Armadura mínima de flexão:

0 , 15 2
A smin= × b× h=3 , 46 cm /m
100

Sendo assim, a armadura adotada no detalhamento foi: tela eletrosoldada Q503


(que tem nas duas direções a área de aço de 5,03 cm2/m).

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente memorial de cálculo e descritivo para construção da UFV


localizada em Santa Quitéria detalha como foram elaborados os projetos executivos
necessários para a construção da parte civil da usina. É importante destacar que o
referido projeto foi elaborado seguindo criteriosamente as normas publicadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e as Normas Regulamentadoras
(NR) do Ministério do Trabalho.

Os projetos finais objetivam a execução adequada e compatibilizada dos


serviços, de modo que devem ser consultados pelo responsável antes de iniciar a
fase da obra a qual se refere e sempre que houver necessidade.

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