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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

MÉTODOS MODERNOS DE ANÁLISE DE


EQUILÍBRIO LIMITE

DOCENTE: Prof. Dr. Olavo Francisco dos Santos Júnior


DISCIPLINA: Estabilidade de Taludes (PEC-1407)

Natal – RN
SUMÁRIO

1 Introdução

2 Métodos lineares

2.1. Método do talude infinito


2.2. Método das Cunhas
2.3. Método ∅ 𝒖 = 𝟎
2.3. Método Ordinário das Fatias

3 Métodos não-lineares
3.1. Método de Equilíbrio Generalizado (GLE)
3.2. Bishop Simplificado
3.3. Jambu Simplificado
3.4. Spencer
3.5. Morgenstern and Price
3.6. Jambu Rigoroso
1. Introdução
Nos métodos de equilíbrio limite são postulados que
o talude rompe por uma massa de solo que desliza
sobre a superfície de ruptura.
1.
1. INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES

A resistência ao cisalhamento do solo é definida pelo Critério de Mohr-Coulomb


𝑠 = 𝑐𝑢 (para análises de tensões totais)
𝑠 = 𝑐 ′ + 𝜎 ′ tan ∅′ (para análises de tensões efetivas)
Em geral as análises de estabilidade são realizadas comparando-se a tensão cisalhante mobilizada com a
resistência ao cisalhamento do solo, com isso define-se um Fator de Segurança.
Figura 1.1. Forças atuantes na instabilização

𝑹𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒂𝒐 𝒄𝒊𝒔𝒂𝒍𝒉𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒊𝒔𝒑𝒐𝒏í𝒗𝒆𝒍


𝐹= 𝑹𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕ê𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒂𝒐 𝒄𝒊𝒔𝒂𝒍𝒉𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒎𝒐𝒃𝒊𝒍𝒊𝒛𝒂𝒅𝒂
𝜏𝑚𝑜𝑏

𝜏𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡

“As superfícies de ruptura são geralmente curvas, contudo podem apresentar seções planas
especialmente quando influenciadas pela topografia, horizontes estratigráficos ou presença de
descontinuidades” (Skempton, 1949)
Atenção: Escolha adequada do método de análise, em razão que eles adotam superfícies circulares
ou não-circulares.
Olavo Francisco dos Santos Júnior
(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 2
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO LINEARES NÃO-LINEARES

Tabela 1.1. Métodos de análise

Não- Equilíbrio de Equilíbrio de Hipóteses de


Método Circular
Circular Momento Global Forças Global forças interfatias
Talude infinito * * Paralela ao talude
Cunhas * * Inclinação definida
φu = 0 * *
Resultante paralela a
Ordinário * *
base de cada fatia
Bishop * (*) * Horizontal
Jambu Simplificado (*) * * Horizontal
Lowe e Karafiath * (*) * Inclinação definida
Spencer * (*) * * Inclinação constante
Morgenstern e Price * * * * X / E = λ . f(x)
Define uma linha de
Jambu Rigoroso * * * *
empuxo
Fredlund e Krahn GLE * * * * X / E = λ . f(x)
Note: E e X são as componentes verticais e horizontais das forças entre fatias, respectivamente.

Fonte: Anderson and Richards, 1986.

Olavo Francisco dos Santos Júnior


(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 4
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO LINEARES NÃO-LINEARES

Tabela 1.2. Métodos de análise e o campo de aplicação

Método Circular Não-Circular Aplicação


Escorregamentos longos, com pequena espessura da
Talude infinito * massa instável; por exemplo, uma camada fina de solo
sobre o embasamento rochoso
Cunhas * Materiais estratificados, com falhas ou juntas.
Método muito usado na prática. O método simplificado é
Bishop * (*)
recomendado para projetos simples.
Spencer * (*) Para análises mais sofisticadas,
Morgenstern e Price * * Para estudos ou analises detalhadas (retroanálises).
Fonte: Anderson and Richards, 1986.

Olavo Francisco dos Santos Júnior


(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 3
2. Métodos lineares
1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

Método do Talude Infinito 𝑄𝐿 = 𝑄𝑅

Perpendicular ao talude:
A ruptura ocorre por deslizamento de
𝑊
uma massa de solo sobre uma 𝑃 = 𝑊 ∙ cos 𝛽 = 𝜎 ∙ 𝑙 ^ 𝜎 = ∙ cos 2 𝛽
superfície plana, paralela à superfície 𝑏
do talude.
Figura 2.1. Forças em uma lamela típica
𝑏 Paralelo ao talude:
𝑊
𝑙 𝑇 = 𝑊 ∙ sin 𝛽 = 𝜏 ∙ 𝑙 ^ 𝜏 = ∙ sin 𝛽 ∙ cos 𝛽
𝑃𝑖𝑒𝑧𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑄𝑅 𝑏
𝑧
ℎ𝑤 𝑊

𝑄𝐿 Critério de ruptura:
𝑇 𝑠 = 𝑐 ′ + 𝜎 − 𝑢 ∙ tan 𝜙 ′
𝑃
𝛽
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

Olavo Francisco dos Santos Júnior


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1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

Método do Talude Infinito

A ruptura ocorre por deslizamento de Resistência ao cisalhamento mobilizada 𝜏 = 𝑠 ,


𝐹
uma massa de solo sobre uma onde F é o fator de segurança.
superfície plana, paralela à superfície
do talude.
Então,
Figura 2.1. Forças em uma lamela típica
𝑏 𝑊 1 𝑊
∙ sin 𝛽 ∙ cos 𝛽 = 𝐹 ∙ (𝑐 ′ + ( 𝑏 ∙ cos 2 𝛽 − 𝑢) ∙ tan 𝜙′)
𝑙 𝑏
𝑃𝑖𝑒𝑧𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑄𝑅
𝑧 𝑐 ′ + 𝛾∙z∙cos2 𝛽−𝑢 ∙tan 𝜙′
ℎ𝑤 𝑊 𝐹= 𝛾∙z∙sin 𝛽∙cos 𝛽

𝑄𝐿 𝑐′
𝑇 + cos2 𝛽−𝑟𝑢 ∙tan 𝜙′
𝛾∙𝑧
𝐹= sin 𝛽∙cos 𝛽
𝑃
𝛽
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 7
1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

Método do Talude Infinito

Figura 2.2. Talude infinito com fluxo d’água


ℎ𝑤 = 𝑑𝑤 ∙ cos2 𝛽

Se c’= 0 e 𝑑𝑤 = 𝑧
𝑃𝑖𝑒𝑧𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎
( Nível d’água na superfície do terreno)
𝑑𝑤 𝛾𝑤 tan ∅′
ℎ𝑤 𝐹 = (1 − 𝛾 ) ∙ tan 𝛽

𝛽
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

Olavo Francisco dos Santos Júnior


(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 8
1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

Método das Cunhas Cunhas e Forças:

𝑍
A superfície de rupture é dada por segmentos de
𝑊1 𝜃
reta e o FS é obtido quando o polígono de forças é
fechado. 𝑇1 = 𝑓(𝑐 ′ , ∅′ , 𝑃′ , 𝐹)

𝑃1 = 𝑃1′ + 𝑈1

Figura 2.3. Estabilidade do núcleo inclinado da barragem

C
B
22
𝑊2 𝑇2
11 A 𝜃
O 𝑍
𝑃2 = 𝑃2′ + 𝑈2

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 9
1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

𝑈2
Método das Cunhas
𝑃2′
A superfície de ruptura é dada por segmentos de 𝑅2
reta e o FS é obtido quando o polígono de forças é
fechado. ∅′2𝑚
𝑇1

Figura 2.3. Estabilidade do núcleo inclinado da barragem

C 𝑊2 𝑍 𝑈1
B
22 𝑃1′
𝑅1
11 A

∅1𝑚
O

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.


𝑊1 𝑇1
Olavo Francisco dos Santos Júnior
(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 9
1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

Método das Cunhas

𝑊2 𝑇2
𝑍 𝜃

𝑊1 𝜃 𝑍
𝑃2 = 𝑃2′ + 𝑈2

𝑇1 = 𝑓(𝑐 ′ , ∅′ , 𝑃′ , 𝐹)

𝑃1 = 𝑃1′ + 𝑈1

Incógnitas Equações Hipóteses

𝑃1 ; 𝑃2 ; 𝑧; 𝜃; ▣ σ 𝐹ℎ ; ▣ Ângulo 𝜃 entre
𝑇1 ; 𝑇2 ; 𝐹1 ; 𝐹2 ▣ σ 𝐹𝑣 ; cunhas assumido;
▣ Mohr-Coulomb: ▣ 𝐹1 = 𝐹2
𝐶+ 𝑃−𝑈 ∙tan ∅
𝑇= 𝐹
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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 10
1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

Método ∅𝒖 = 𝟎

Figura 2.4. Forças em uma superfície circular

𝑂
𝜃 𝑅
𝑥

𝜏ҧ Características:

𝑊 ▣ Propriedades do solo: 𝑐𝑢 ^ 𝛾;
▣ Altura do arco: 𝐿 = 𝑅 ∙ 𝜃;
▣ 𝜏ҧ é a resistência ao cisalhamento média
ao longo de L, tal que 𝑇 = 𝜏ҧ ∙ 𝐿;
𝑇 ▣ W é o peso do bloco de solo.
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

Olavo Francisco dos Santos Júnior


(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 12
1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

Método ∅𝒖 = 𝟎 ▣ Equilíbrio de momentos no ponto O:


overtuning moment = 𝑊 ∙ 𝑥
restoring moment = 𝑇 ∙ 𝑅
Figura 2.4. Forças em uma superfície circular ▣ Critério de Falha: 𝒔 = 𝒄𝒖
𝑂 ▣ Resistência ao cisalhamento
𝜃 𝑅 𝑠 𝑐𝑢
𝑥 mobilizada (𝜏 = 𝐹 ∴ 𝜏ҧ = )
𝐹

𝜏ҧ
▣ No equilíbrio: 𝑊 ∙ 𝑥 = 𝑇 ∙ 𝑅

𝑊 𝑐𝑢
𝑊∙𝑥 = ∙𝐿∙𝑅
𝐹
𝑐𝑢 ∙ 𝐿 ∙ 𝑅
𝑇 𝐹=
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. 𝑊∙𝑥

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 13
1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

Método Ordinário
Critério de Falha: 𝑠 = 𝑐 ′ + (𝜎 − 𝑢) ∙ tan 𝜙′
A falha ocorre pela rotação de um bloco de solo Resistência ao cisalhamento mobilizada:
com superfície cilíndrica centrada no ponto O.
Sendo o FS obtido a partir do equilíbrio de (𝜏 = 𝑠 )
momentos no referido ponto. A resultante das 𝐹
forças interfatias é paralela a base da fatia. Sendo: 𝑃 = 𝜎𝑙 ^ 𝑇 = 𝜏𝑙
Assim,
Figura 2.5. Forças em uma fatia típica
𝑂
𝑃
𝑐′ + − 𝑢 ∙ tan 𝜙′
𝜃
𝑇= 𝑙 ∙𝑙
𝑅 𝐹
𝑍𝐿 W 𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) ∙ tan 𝜙′
𝑇=
𝐹
𝑍𝑅
T
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.
Olavo Francisco dos Santos Júnior
(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 14
1. INTRODUÇÃO 2.2.MÉTODOS
MÉTODOS 3. MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES
LINEARES NÃO-LINEARES

Método Ordinário Assume-se que a resultante das forças (Q)


Figura 2.5. Forças em uma fatia típica em cada fatia é paralela à sua base.
𝑂 𝑃 = 𝑊 ∙ cos 𝛽
Equilíbrio de momento global no ponto O:
𝑅 𝜃
෍ 𝑊𝑅 sin 𝛼 = ෍ 𝑇𝑅
𝑍𝐿 W Obs.: As forças interfatias são internas e
assim o momento é nulo.
𝑍𝑅
T
P 𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) ∙ tan 𝜙′
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. ෍ 𝑊 sin 𝛼 = ෍
𝐹
T
σ 𝑐 ′ 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 ∙ tan 𝜙 ′
Polígono P 𝐹𝑚 =
σ 𝑊 sin 𝛼
de Forças W
Q
𝑍𝑅
σ 𝒄′ 𝒍 + 𝑾 𝒄𝒐𝒔 𝜷 − 𝒖𝒍 ∙ 𝒕𝒂𝒏 𝝓′
𝑍𝐿 𝑭𝒎 =
σ 𝑾 𝒔𝒊𝒏 𝜶
Olavo Francisco dos Santos Júnior
(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 15
3. Métodos
Não-Lineares
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Figura 3.1. Forças em uma fatia típica

▣ Talude dividido em n fatias;

▣ 3 equações da estática;
𝑍𝐿 ▣ 5n -2 incógnitas;
𝜃𝐿 W
𝑈𝑅
𝑈𝐿 𝜃𝑅 ▣ Assumir 2n -2 hipóteses → Problema
𝑍𝑅
estaticamente determinado.

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

Olavo Francisco dos Santos Júnior


(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 17
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Figura 3.1. Forças em uma fatia típica

Hipóteses

1. Distribuição da tensão normal em torno da


𝑍𝐿 superfície de ruptura;
𝜃𝐿 W
𝑈𝑅
𝑈𝐿 𝜃𝑅 2. Posição da linha de empuxo das forças
𝑍𝑅 interfatias;
3. Inclinação das forças interfatias;

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

Olavo Francisco dos Santos Júnior


(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 18
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Tabela 3.1. Equações e incógnitas no Método das Fatias

O talude é dividido em "n" fatias


Equações: 3n ( Vertical, Horizontal e Equilíbrio de Momentos)
Incógnitas: 1 Fator de segurança
n Força normal total P na base da fatia (poropressão UB, é conhecida)
n Posição a da força P
n-1 Força Z interfatias (poropressão, UL e UR são conhecidas)
n-1 Inclinação θ das forças interfatias)
n-1 Altura h das forças interfatias)
Total =5n -2
Então para o problema ser estaticamente determinado é necessário assumir 2n -2 hipóteses.
Hipóteses:n Posição P no centro da fatia
n-1 Inclinação θ das forças interfatias ou altura h da linha de empuxo.
Total =2n-1
Fonte: Anderson and Richards, 1986.

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 19
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Equilíbrio Generalizado (GLE)

O método divide em fatias, a massa de solo acima da superfície potencial de


deslizamento, com largura variável. A ruptura ocorre pelo deslizamento de uma massa de
solo com superfície não-circular (ou circular). É adotado um centro de rotação fictício
sobre o qual se dá o equilíbrio de momentos. Duas expressões para fator de segurança são
obtidas uma vez que é feita a análise de forças e momentos de modo separado.
Figura 3.2. Método generalizado das fatias
Critério de ruptura: 𝑠 = 𝑐 ′ + (𝜎 − 𝑢) ∙ tan 𝜙′
𝑜 𝑓
𝑂
𝑠
Resist. ao cisalhamento mobilizada: (𝜏 = 𝐹)

𝑏 𝑅 Sendo: 𝑃 = 𝜎𝑙 ^ 𝑇 = 𝜏𝑙
Assim,
𝐸𝐿
𝑥𝑅
𝑥𝐿 W 𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) ∙ tan 𝜙′
𝑙 𝐸𝑅 𝑇=
𝐹
T 𝛼
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.
Olavo Francisco dos Santos Júnior
(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 20
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Equilíbrio Generalizado(GLE)


Figura 3.2. Método generalizado das fatias ▣ Equilíbrio de forças verticais:
𝑜 𝑓
𝑂 𝑃 cos 𝛼 + 𝑇 sin 𝛼 = 𝑊 − 𝑥𝑅 − 𝑥𝐿
Rearranjando e substituindo por T:
𝑏 𝑅
1
𝑊 − 𝑥𝑅 − 𝑥𝐿 − F 𝑐 ′ 𝑙 sin 𝛼 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′ sin 𝛼
𝐸𝐿 𝑃=
𝑥𝑅 𝑚𝛼
𝑥𝐿 W
𝑙 𝐸𝑅
tan ∅′
T Onde: 𝑚𝛼 = cos 𝛼(1 + tan 𝛼 ∙ )
𝛼 𝐹
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. ▣ Equilíbrio de forças horizontais:
𝑇 cos 𝛼 − 𝑃 sin 𝛼 + 𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 = 0
Rearranjando e substituindo por T:
1
𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 = 𝑃 sin 𝛼 − (𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) tan 𝜙 ′ ) cos 𝛼
F
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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 21
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Equilíbrio Generalizado (GLE)


Figura 3.2. Método generalizado das fatias

𝑑 𝑓 ▣ Equilíbrio de MOMENTOS (sobre o ponto O):


𝑂

𝑏 𝑅 ෍ 𝑊𝑑 = ෍ 𝑇𝑅 + ෍ 𝑃𝑓

𝐸𝐿
𝑥𝑅 σ(𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) tan 𝜙 ′ ) 𝑅
𝑥𝐿 W 𝐹𝑚 =
𝐸𝑅
σ 𝑊𝑑 − 𝑃𝑓
𝑙
T 𝛼 Para uma superfície circular:
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. 𝑓 = 0; 𝑑 = 𝑅 sin 𝛼 ; 𝑅 = 𝑐𝑡𝑒
Assim:

σ(𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) tan 𝜙 ′ )


𝐹𝑚 =
σ 𝑊 sin 𝛼

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 22
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Equilíbrio Generalizado (GLE)


Figura 3.2. Método generalizado das fatias

𝑑 𝑓
𝑂

𝑏 𝑅
▣ Equilíbrio de FORÇAS:
𝐸𝐿
𝑥𝑅 Na ausência de uma superfície definida:
𝑥𝐿 W
𝑙 𝐸𝑅
T 𝛼 ෍(𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ) = 0 ^ ෍(𝑋𝑅 − 𝑋𝐿 ) = 0
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

1 ′
෍(𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ) = ෍ 𝑃 sin 𝛼 − ෍ (𝑐 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′) cos 𝛼 = 0
𝐹𝑓

σ(𝑐 ′ 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′ ) cos 𝛼


𝐹𝑓 =
σ 𝑃 sin 𝛼
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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 23
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Equilíbrio Generalizado (GLE)


σ(𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) tan 𝜙 ′ )
𝐹𝑚 =
Figura 3.2. Método generalizado das fatias σ 𝑊 sin 𝛼
𝑑 𝑓
𝑂
σ(𝑐 ′ 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′ ) cos 𝛼
𝐹𝑓 =
𝑏 𝑅 σ 𝑃 sin 𝛼

𝐸𝐿 Para determinar os fatores de segurança


𝑥𝑅 𝐹𝑚 e 𝐹𝑓 , o valor de P precisa ser
𝑥𝐿 W determinado, e isto requer a avaliação
𝑙 𝐸𝑅 das forças cisalhantes interfatias (𝑋𝐿 e
T 𝛼 𝑋𝑅 ). Como o problema é indeterminado
P faz-se necessário a adoção de hipóteses
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. simplificadoras.

Bishop (1955) Spencer (1967) Morgenstern and Price (1965)

𝑋𝑅 − 𝑋𝐿 = 0 𝑋 𝑋
= 𝑐𝑡𝑒 = 𝜆𝑓(𝑥)
𝐸 𝐸
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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 24
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Figura 3.3. Ábaco do fator mα versus a inclinação da base da fatia α

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 25
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método das Fatias (Bishop Simplificado)


A ruptura ocorre pela rotação de uma massa de solo com superfície circular centrada em O.
Faz a consideração de que a força entre fatias é nula.

Figura 3.4. Forças em uma fatia no Método de Bishop Simplificado

𝑂
Propriedades do solo: 𝑐 ′ ; 𝜙 ′ ; 𝛾
𝛼

Critério de Falha: 𝑠 = 𝑐 ′ + (𝜎 − 𝑢) ∙ tan 𝜙′


𝑅 𝑠
𝑏 Resistência ao cisalhamento mobilizada: (𝜏 = 𝐹)

𝐸𝐿 W 𝑋𝑅
Sendo: 𝑃 = 𝜎𝑙 ^ 𝑇 = 𝜏𝑙
𝑋𝐿 Assim,
𝑙 𝐸𝑅
T
𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) ∙ tan 𝜙′
P 𝑇=
𝐹
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.
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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 26
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método das Fatias (Bishop Simplificado)

Figura 3.4. Forças em uma fatia no Método de Bishop Simplificado


▣ Equilíbrio de forças verticais:
𝑂
𝑃 cos 𝛼 + 𝑇 sin 𝛼 = 𝑊 − 𝑥𝑅 − 𝑥𝐿
𝛼
Assumindo 𝑋𝐿 = 𝑋𝑅 = 0

𝑅 1 ′
𝑏 𝑊− 𝑐 𝑙 sin 𝛼 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′ sin 𝛼
𝑃= F
𝑚𝛼
𝐸𝐿 W 𝑋𝑅
𝑋𝐿
𝑙 𝐸𝑅
T
Onde:
P tan ∅′
𝑚𝛼 = cos 𝛼(1 + tan 𝛼 ∙ )
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. 𝐹

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 27
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método das Fatias (Bishop Simplificado)

Figura 3.4. Forças em uma fatia no Método de Bishop Simplificado

𝑂 ▣ Equilíbrio de MOMENTOS

𝛼
(sobre o ponto O):

𝑅 ෍ 𝑊𝑅 sin 𝛼 = ෍ 𝑇𝑅
𝑏

𝐸𝐿
Assim:
W 𝑋𝑅
𝑋𝐿 σ(𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) tan 𝜙 ′ )
𝑙 𝐸𝑅
𝐹𝑚 =
T σ 𝑊 sin 𝛼
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 28
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Jambu Modificado

A ruptura ocorre pelo deslizamento de uma massa de solo com superfície não-circular
acima da superfície potencial de ruptura. Pelo equilíbrio de FORÇAS global é obtido o
FS.

Propriedades do solo: 𝑐 ′ ; 𝜙 ′ ; 𝛾

Figura 3.5. Forças em uma fatia no Método de Jambu Critério de Falha: 𝑠 = 𝑐 ′ + (𝜎 − 𝑢) ∙ tan 𝜙′
Modificado
𝑠
𝑏 Resistência ao cisalhamento mobilizada: (𝜏 = 𝐹)

𝐸𝐿
Sendo: 𝑃 = 𝜎𝑙 ^ 𝑇 = 𝜏𝑙
𝑥𝑅
𝑥𝐿 W Assim,
𝑙 𝐸𝑅
T 𝛼 𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) ∙ tan 𝜙′
P 𝑇=
𝐹
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.
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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 29
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Jambu Modificado

Figura 3.5. Forças em uma fatia no Método de Jambu Modificado

𝑏 ▣ Equilíbrio de forças verticais:


𝑃 cos 𝛼 + 𝑇 sin 𝛼 = 𝑊 − 𝑥𝑅 − 𝑥𝐿
𝐸𝐿
𝑥𝑅
𝑥𝐿 W Assumindo 𝑋𝐿 = 𝑋𝑅 = 0
𝑙 𝐸𝑅
T 1
P
𝛼 𝑊 − F 𝑐 ′ 𝑙 sin 𝛼 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′ sin 𝛼
𝑃=
𝑚𝛼
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.
Onde:
tan ∅′
𝑚𝛼 = cos 𝛼(1 + tan 𝛼 ∙ )
𝐹

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 30
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Jambu Modificado


Figura 3.5. Forças em uma fatia no Método de Jambu Modificado

𝑏
▣ Paralelo à base da fatia:
𝑇 + (𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ) cos 𝛼 = (𝑊 − 𝑥𝑅 − 𝑥𝐿 ) sin 𝛼
𝐸𝐿
𝑥𝑅
𝑥𝐿 W Assumindo 𝑋𝐿 = 𝑋𝑅 = 0 e substituindo T, tem-se:
𝑙 𝐸𝑅
sin 𝛼 𝑇
T 𝛼 𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 = 𝑊 −
P cos 𝛼 cos 𝛼

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

𝑐 ′ 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 ∙ tan 𝜙 ′ 1
𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 = 𝑊 tan 𝛼 − ∙
𝐹 cos 𝛼

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(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 31
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Jambu Modificado


Figura 3.5. Forças em uma fatia no Método de Jambu Modificado

𝑏
▣ Equilíbrio de FORÇAS:
𝐸𝐿
𝑥𝑅 Na ausência de uma superfície definida:
𝑥𝐿 W
𝑙 𝐸𝑅
T 𝛼
P
෍(𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ) = 0

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. Então:

1
෍ 𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 = ෍ 𝑊 tan 𝛼 − ෍ 𝑐 ′ 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 ∙ tan 𝜙 ′ ∙ sec 𝛼 = 0
𝐹

σ 𝑐 ′ 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 ∙ tan 𝜙 ′ ∙ sec 𝛼
𝐹𝑜 =
σ 𝑊 tan 𝛼
Olavo Francisco dos Santos Júnior
(Estabilidade de Taludes - PEC1407) 32
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3.3.MÉTODOS
MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Jambu Modificado


σ 𝑐 ′ 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 ∙ tan 𝜙 ′ ∙ sec 𝛼
𝐹𝑜 =
σ 𝑊 tan 𝛼
Para considerar o efeito das forças cisalhantes interfatias, Jambu et al propuseram um fator
de correção fo (Figura 3.6. b), tal que:
𝐹𝑓 = 𝑓𝑜 ∙ 𝐹0
Figura 3.6. Fator de correção fo no Método de Jambu Modificado sendo função da: a) geometria do
problema e b) das condições do solo
Calibrado:
• Com base no Método
Jambu Rigoroso para
diversos taludes;
• 𝒇𝒐 depende da geometria
do problema e das L
d
condições do solo.

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.


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MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Spencer

A ruptura ocorre pela rotação de uma massa de solo cilíndrica centrada em O. Duas
expressões para o fator de segurança são obtidas porque é feita a análise de forças e
momentos de modo separado. Assume-se que as forças interfatias têm inclinação constante.
Figura 3.7. Forças em uma fatia do talude no Método de
Spencer
𝑂
Propriedades do solo: 𝑐 ′ ; 𝜙 ′ ; 𝛾
𝛼

Critério de Falha: 𝑠 = 𝑐 ′ + (𝜎 − 𝑢) ∙ tan 𝜙′


𝑅 𝑠
𝑏 Resistência ao cisalhamento mobilizada: (𝜏 = 𝐹)
𝐸𝐿 W 𝑋𝑅 Sendo: 𝑃 = 𝜎𝑙 ^ 𝑇 = 𝜏𝑙
𝑋𝐿
𝑙 𝐸𝑅 Assim,
T
P 𝑐 ′ 𝑙 + (𝑃 − 𝑢𝑙) ∙ tan 𝜙′
𝑇=
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. 𝐹
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MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Spencer
Figura 3.7. Forças em uma fatia do talude no Método de
Spencer
𝑂 ▣ Equilíbrio de forças verticais:
𝛼 𝑃 cos 𝛼 + 𝑇 sin 𝛼 = 𝑊 − 𝑥𝑅 − 𝑥𝐿
Rearranjando e substituindo por T:
𝑅
1
𝑏 𝑊 − 𝑥𝑅 − 𝑥𝐿 − F 𝑐 ′ 𝑙 sin 𝛼 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′ sin 𝛼
𝑃=
𝐸𝐿 𝑚𝛼
W 𝑋𝑅
𝑋𝐿 tan ∅′
𝑙 𝐸𝑅 Onde: 𝑚𝛼 = cos 𝛼(1 + tan 𝛼 ∙ )
𝐹
T
P ▣ Equilíbrio de forças horizontais:
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. 𝑇 cos 𝛼 − 𝑃 sin 𝛼 + 𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 = 0
Rearranjando e substituindo por T:
1 ∗
𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 = 𝑃 sin 𝛼 − (𝑐 ′ 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′) cos 𝛼
F
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MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Spencer

𝑿 ∗∗
Assume que 𝑬 = 𝐭𝐚𝐧 𝜽 = 𝒄𝒕𝒆

▣ Equilíbrio de MOMENTOS:

σ(𝒄′ 𝒍 + (𝑷 − 𝒖𝒍) 𝒕𝒂𝒏 𝝓′ )


෍ 𝑊𝑅 sin 𝛼 = ෍ 𝑇𝑅 ∴ 𝑭𝒎 =
σ 𝑾𝑹 𝒔𝒊𝒏 𝜶

▣ Equilíbrio de FORÇAS:
Na ausência de uma superfície definida:
෍(𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ) = 0 ^ ෍(𝑋𝑅 − 𝑋𝐿 ) = 0

1 ′ ′
σ(𝒄′ 𝒍 + 𝑷 − 𝒖𝒍 𝒕𝒂𝒏 𝝓′ ) 𝐬𝐞𝐜 𝜶
෍(𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ) = ෍ 𝑃 sin 𝛼 − ෍ (𝑐 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ) cos 𝛼 ∴ 𝑭𝒇 =
𝐹𝑓 σ(𝑾 − ( 𝑿𝑹 − 𝑿𝑳 )) 𝒕𝒂𝒏 𝜶

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MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Spencer
A solução do problema é iterativa. Primeiro assume-se que 𝑋𝑅 − 𝑋𝐿 = 0. Então valores de E e X
são obtidos das equações * e ** . A inclinação θ das forças interfatias é ajustada quando 𝐹𝑚 = 𝐹𝑓 .
Figura 3.8. Variação de 𝑭𝒎 𝒆 𝑭𝒇 com a inclinação das forças interfatias.

31,6
H=0,02
1,10
∅′= 40°
𝒓𝒖 = 𝟎. 𝟓 𝐹𝑖 = 1,070
109,2

1,05
𝐹𝑚

F
1,00
26,5°
𝐹𝑓
100,0

0,95
𝜃𝑖 = 22,5°
0,90
0 5 10 15 20 25
200,0 Inclinação das forças interfatias
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

Note-se pelo gráfico da figura 3.8 que o Fator de segurança obtido pelo equilíbrio de momentos é
pouco sensível à variação de θ em contrapartida ao que ocorre com 𝐹𝑓 . Desse modo, métodos
simplificados com base no equilíbrio de forças tendem a apresentar resultados mais díspares em
comparação aos métodos rigorosos.
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MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método Morgenstern and Price

O método pode ser aplicado a superficies circulares e não-circulares. Assume-se que as


tensões e forças variam continuamente.
𝑋
= 𝜆𝑓 𝑥
𝐸
Onde: 𝜆 é um fator de escala e 𝑓(𝑥) é uma função que varia continuamente.
Geralmente adota-se a função arco-seno pois é a que menos influencia em F, segundo
Morgenstern e Price (1965)
Figura 3.9. Funções típicas usadas no Método de Morgenstern and Price

Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.


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MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Jambu Rigoroso

O método pode ser aplicado a superficies circulares e não-circulares. Para tornar o


problema estaticamente determinado a posição da linha de empuxo das forças interfatias é
assumida. Assim o equilíbrio de momentos atuando no centro da base de cada fatia pode ser
satisfeito e as forças cisalhantes interfatias pode ser calculado.
Figura 3.10. Forças em uma fatia do talude no Método de Jambu Rigoroso

𝑏
Resumo:
𝑊 Critério de Falha: 𝑠 = 𝑐 ′ + (𝜎 − 𝑢) ∙ tan 𝜙′
𝐸𝐿 𝑎𝑡 𝑋𝑅
𝐸𝑅 Resistência ao cisalhamento mobilizada:
ℎ𝑙 𝑋𝐿
𝑙 𝑠
(𝜏 = )
T 𝐹
𝛼
P 𝑐 ′ 𝑙+(𝑃−𝑢𝑙)∙tan 𝜙′
𝑃 = 𝜎𝑙; 𝑇 = 𝜏𝑙; 𝑇 =
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986. 𝐹

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MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Jambu Rigoroso


▣ Equilíbrio de forças verticais:
Figura 3.10. Forças em uma fatia do talude no Método de
Jambu Rigoroso 𝑃 cos 𝛼 + 𝑇 sin 𝛼 = 𝑊 − 𝑥𝑅 − 𝑥𝐿
𝑏
Rearranjando e substituindo por T:
𝑊
1
𝐸𝐿 𝑎𝑡 𝑋𝑅 𝑊 − 𝑥𝑅 − 𝑥𝐿 − F 𝑐 ′ 𝑙 sin 𝛼 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′ sin 𝛼
𝐸𝑅 𝑃=
ℎ𝑙 𝑋𝐿 𝑚𝛼
𝑙
T tan ∅′
𝛼 Onde: 𝑚𝛼 = cos 𝛼(1 + tan 𝛼 ∙ )
𝐹
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

▣ Paralela a base de cada fatia:


𝑇 + (𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ) ∙ cos 𝛼 = (𝑊 − (𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 )) ∙ sin 𝛼
Rearranjando e substituindo por T:

1 ′ ∗
𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 = 𝑊 − 𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ∙ tan 𝛼 − 𝑐 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′ sec 𝛼
F
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MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES
NÃO-LINEARES

Método de Jambu Rigoroso


Figura 3.10. Forças em uma fatia do talude no Método de Jambu Rigoroso

𝐸𝐿 𝑎𝑡 𝑋𝑅
𝐸𝑅
ℎ𝑡 𝑋𝐿
𝑙
T
𝛼
P
Fonte: Adaptado de Anderson and Richards, 1986.

▣ Momentos sobre o centro da base da fatia:


𝐸𝑅 𝑏 tan 𝛼 − 𝑋𝑅 𝑏 − 𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ℎ𝑡 = 0
Ou:

ℎ𝑡 ∗∗
𝑋𝑅 = 𝐸𝑅 tan 𝛼𝑡 − 𝐸𝑅 − 𝐸𝐿
𝑏
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MÉTODOS 4. REFERÊNCIAS
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NÃO-LINEARES

Método de Jambu Rigoroso

▣ Equilíbrio de FORÇAS:
Na ausência de superfície definida:

෍(𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ) = 0

෍ 𝑋𝑅 − 𝑋𝐿 = 0

1
෍(𝐸𝑅 − 𝐸𝐿 ) = ෍ 𝑊 − 𝑋𝑅 − 𝑋𝐿 ∙ tan 𝛼 − ෍ 𝑐 ′ 𝑙 + 𝑃 − 𝑢𝑙 tan 𝜙 ′ sec 𝛼 = 0
𝐹𝑓

σ(𝒄′ 𝒍 + 𝑷 − 𝒖𝒍 𝒕𝒂𝒏 𝝓′ ) 𝐬𝐞𝐜 𝜶


∴ 𝑭𝒇 =
σ(𝑾 − ( 𝑿𝑹 − 𝑿𝑳 )) 𝒕𝒂𝒏 𝜶
A solução é iterativa. Primeiro assume-se que 𝑋𝑅 − 𝑋𝐿 = 0. Então valores de E e X são calculados a
partir das eq. * e **. O equilíbrio de momentos é satisfeito para 𝐹𝑓 = 𝐹𝑚 .

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4. Referências
1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 3. MÉTODOS 4.4.REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
LINEARES NÃO-LINEARES

[1] Anderson,
M.G. and Richards, K.S. (1987) Slope stability: geotechnical engineering and
geomorphology. Wiley, Chichester.

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