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Unidade Curricular: Nutrição e

Restrições Alimentares na
Produção de Alimentos

Aula: HIPERTENSÃO
ARTERIAL

Professora:
Andréia Giaretta
A PRESSÃO ARTERIAL (PA) mede a força que o sangue
exerce nas paredes arteriais quando o coração contrai e
quando ele relaxa.
O que é HIPERTENSÃO ARTERIAL?

A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não


transmissível, multifatorial caracterizada pela elevação
persistente da pressão arterial, ou seja, pressão arterial
igual ou maior que 140 x 90 mmHg ou 14 x 9, medida
em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de
medicação anti-hipertensiva.

Popularmente chamada de “pressão alta”

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Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658.
Por que a HIPERTENSÃO é perigosa?
CAUSA LESÕES

CÉREBRO VASOS CORAÇÃO

RINS RETINA

Complicações:
• Coração: doença arterial
coronária, insuficiência cardíaca RISCO DE
e morte súbita MORTE
• Cérebro: acidente vascular
encefálico, demência
• Rins: doença renal crônica
HIPERTENSÃO

Prevalência no Mundo:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que


cerca de 600 milhões de pessoas tenham
Hipertensão Arterial, com crescimento global de
60% dos casos até 2025, além de cerca de
7,1 milhões de mortes anuais.

Malta et al. Prevalência da hipertensão arterial segundo diferentes critérios diagnósticos, Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras
Epidemiol 2018; 21(SUPPL 1): E180021.supl.1.
https://www.paho.org/pt/noticias/25-8-2021-mundo-tem-mais-700-milhoes-pessoas-com-hipertensao-nao-tratada
HIPERTENSÃO

• Prevalência no Brasil:

• 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos;


• Mais de 60% dos idosos;
• Contribuindo direta ou indiretamente para 50%
das mortes por doença cardiovascular.

• Suas complicações, juntamente com a diabetes


têm impacto elevado na perda de produtividade
do trabalho e de renda familiar.
Malta et al. Prevalência da hipertensão arterial segundo diferentes critérios diagnósticos, Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras
Epidemiol 2018; 21(SUPPL 1): E180021.supl.1.
Malta et al. Prevalência da hipertensão arterial segundo diferentes critérios diagnósticos, Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras
Epidemiol 2018; 21(SUPPL 1): E180021.supl.1.
FATORES DE RISCO

• IDADE: Quanto maior a idade, maior a PA, resultante do


enrijecimento progressivo e da perda de complacência
das grandes artérias;

• SEXO: Em faixas etárias mais jovens, a PA é mais


elevada entre homens, mas a elevação pressórica por
década se apresenta maior nas mulheres. Assim, na
sexta década de vida, a PA entre as mulheres costuma
ser mais elevada e a prevalência de HA, maior;

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FATORES DE RISCO
• ETNIA: A etnia é um fator de risco importante para a
HA, mas condições socioeconômicas e de hábitos de
vida parecem ser fatores mais relevantes para as
diferenças na prevalência da HA do que a implicação
étnica propriamente dita;

• SOBREPESO/OBESIDADE: Parece haver uma relação


direta, contínua e quase linear entre o excesso de peso
(sobrepeso/obesidade) e os níveis de PA;

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FATORES DE RISCO

• ÁLCOOL: Há maior prevalência de HA ou elevação dos


níveis pressóricos naqueles que ingeriam seis ou mais
doses ao dia, o equivalente a 30 g de álcool/dia = 1
garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 mL); = 2 taças de
vinho (12% de álcool, 250 mL); = 1 dose (42% de álcool,
60 mL) de destilados (uísque, vodca, aguardente);

• SEDENTARISMO: Há uma associação direta entre


sedentarismo, elevação da PA e da HA;

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FATORES DE RISCO

• FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS: Entre os fatores


socioeconômicos, podemos destacar menor escolaridade
e condições de habitação inadequadas, além da baixa
renda familiar, como fatores de risco significativo para
HA;

• GENÉTICA: Os fatores genéticos podem influenciar os


níveis de PA entre 30-50%.

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FATORES DE RISCO
• INGESTÃO DE SÓDIO E POTÁSSIO

A ingestão elevada de sódio tem-se mostrado um fator de


risco para a elevação da PA, e consequentemente, da
maior prevalência de HA.

A literatura científica mostra que a ingestão de sódio


está associada a doença cardiovascular e acidente
vascular encefálico, quando a ingestão média é superior
a 2 g de sódio, o equivalente a 5 g de sal de cozinha.

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FATORES DE RISCO
• INGESTÃO DE SÓDIO E POTÁSSIO

O consumo médio de sal do brasileiro foi estimado em


9,3g/dia, sendo maior em homens (9,63 g/dia) do que
em mulheres (9,08 g/dia).

De maneira inversa, o aumento na ingestão de potássio


reduz os níveis pressóricos.

MIIL et al. Estimativa do consumo de sal pela população brasileira: resultado da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. REV BRAS EPIDEMIOL
2019; 22 (SUPPL 2): E190009.SUPL.2. Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, et al.
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TRATAMENTO

Tratamento não
medicamentoso Tratamento
(mudanças no medicamentoso
estilo de vida)

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA

Perda de peso

• peso corporal e manutenção peso corporal saudável;

Aumento
Aumento de
da pressão
peso
arterial

• Reduções de peso e na circunferência abdominal correlacionam-


se com reduções na pressão arterial.

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA

Exercício físico

A prática regular de AF diminui a incidência de HA.

Treinamento aeróbico

Frequência: 3 a 5 x/semana
Duração: 30 a 60 minutos/sessão

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Tabagismo

O tabagismo persiste como um dos principais fatores de


risco cardiovascular, e o consumo não apenas de cigarro,
mas também de charuto, cigarrilha, cachimbo, narguilé e
cigarro eletrônico, permanece associado a risco
cardiovascular aumentado.

O uso de tabaco eleva a PA cerca de 5 a 10 mmHg, em


média, mas não há estudos mostrando o efeito benéfico
da cessação do tabagismo sobre o controle da HA.

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA

Controle do estresse

Revisão sistemática mostrou que a meditação


transcendental reduziu a PA.

Contudo, os mecanismos pelos quais a meditação reduz a


PA não foram completamente elucidados.

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Consumo de bebidas alcoólicas


Há relação linear entre consumo de bebidas alcoólicas e
PA, e o consumo abusivo está associado a maior
prevalência de HA.

Estudos identificaram que, em indivíduos que bebiam


até 2 drinques por dia, a redução no consumo de bebidas
alcoólicas não se associou à redução significativa da PA.
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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Consumo de bebidas alcoólicas


Contudo, em indivíduos que bebiam mais do que 2
drinques por dia, a redução no consumo de bebidas
alcoólicas associou-se à maior redução da PA, sendo essa
redução mais pronunciada naqueles que bebiam 6
drinques ou mais por dia e reduziram a ingestão em
cerca de 50%.

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Consumo de bebidas alcoólicas


Entre indivíduos que consomem bebidas alcoólicas, a
ingestão não deve ultrapassar 30 g de álcool/dia, ou seja:

✓ 1 garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 mL) ou


✓ 2 taças de vinho (12% de álcool, 250 mL) ou
✓ 1 dose (42% de álcool, 60 mL) de destilados (uísque,
vodca, aguardente).
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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Consumo de bebidas alcoólicas


Esse limiar deve ser reduzido à metade para homens com
baixo peso, mulheres, indivíduos com sobrepeso e/ou
triglicerídeos elevados.

Indivíduos abstêmios não devem ser induzidos a consumir


bebidas alcoólicas.

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA

Aspectos nutricionais

Sódio da dieta

A ingestão recomendada para indivíduos hipertensos é


até 2 g/dia.

Dados epidemiológicos mostram que a ingestão de sódio


se associa diretamente à elevação da PA, e estudos
caracterizaram o efeito hipotensor da restrição de sódio.
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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA

Aspectos nutricionais

Sódio da dieta

A restrição na ingestão de sódio para ± 1.800 mg/dia


associou-se à redução de 5,4 mmHg na PA em indivíduos
hipertensos.

Portanto, diminuir o consumo dos alimentos ricos em


sódio!
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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA

Nos países desenvolvidos, 75% da ingestão de sal provém


de alimentos industrializados, 10-12% são de alimentos
in natura e 10-15% provêm da adição de sal (utilizado no
preparo das refeições).

BATISTA, T. R. do R. Estudo da introdução de ingredientes naturais para redução do teor de sal em produtos cárneos 2017.
EXCLUIR ALIMENTOS PROCESSADOS

• Carnes processadas - presunto, linguiça, salame,


salsicha, mortadela, patês...
• Defumados - bacon, costelinha, peito de peru...
• Carnes salgadas - charque, carne seca, produtos p/
feijoada, nuggets, bacalhau...
• Conservas/enlatados – extrato de tomate, palmito,
milho, ervilha, azeitona, cogumelos, picles, sardinhas,
atum,...
• Molhos – Shoyo, molho inglês, molhos para saladas,
catchup, maionese, mostarda, extrato de tomate...
• Sopas e outros prontos – sopas de preparo rápido,
miojo, risotos, massas...
EXCLUIR ALIMENTOS PROCESSADOS

• Caldos de carne e similares – De frango, de legumes,


de bacon...
• Temperos prontos – Sazon®, Arisco®, Aji-no-moto®,
amaciantes de carne ...
• Salgadinhos - chips, amendoim, castanha de caju,
pistache, batata frita...
• Queijos – Parmesão, roquenfort, camembert,
provolone, catupiry, prato...
• Biscoitos salgados – Cream cracker, água e sal, salclic...
• Manteiga e margarinas com sal
• Bebidas isotônicas – Gatorade ou similares
Estratégias para se reduzir o consumo de sal

✓ Ler os rótulos nutricionais de todos os alimentos e


escolher aqueles com baixo teor de sal (cloreto de
sódio) e outras formas de sódio, destacando-se o
consumo de vegetais frescos, congelados ou enlatados
“sem adição de sal” e o uso de ervas, especiarias e
misturas de temperos sem sal para cozinhar e à mesa;

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Estratégias para se reduzir o consumo de sal

✓ Convém cozinhar arroz, macarrão e cereal quente sem


sal e escolher alimentos com baixo teor de sódio,
preterindo alimentos congelados, pizza, misturas
embaladas, sopas ou caldos enlatados e molhos para
salada.

✓ Sempre que possível, convém lavar os alimentos


enlatados, como o atum, para remover o sódio.

✓ Utilizar especiarias, temperos e ervas aromáticas.


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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais
Potássio

As dietas com alto teor de sódio geralmente possuem


baixo teor de potássio, as quais estão associadas à maior
incidência de HA.

ingestão de alimentos ricos em potássio - damasco,


abacate, melão, leite desnatado, iogurte desnatado,
folhas verdes, peixes (linguado e atum), feijão, laranja,
ervilha, ameixa, espinafre, tomate e uva-passa.
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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Potássio

A substituição do sal de cozinha à base de cloreto de sódio


por apresentações de sal com baixo teor de sódio e
elevado de potássio resultaram em redução da PA.

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Enquanto....

Sal refinado 2,3 g (1 colher de café rasa) = 918 mg de sódio


http://www.tbca.net.br/base-dados/int_composicao_alimentos.php?cod_produto=C0020L
MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Chocolate e produtos com cacau


• Pode promover redução da PA com o consumo
aumentado de produtos com cacau → flavonóides.

CUIDADO: o consumo de chocolate ou produtos do cacau


acrescenta calorias à dieta, que precisam ser equilibrados
com algum grau de restrição alimentar.

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Café e produtos com cafeína

O café, além de ser rico em cafeína, possui compostos


bioativos como polifenóis, em especial os ácidos
clorogênicos, o magnésio e o potássio, que podem
favorecer a redução da PA.

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Café e produtos com cafeína


A cafeína é capaz de elevar agudamente a PA, por mais de
três horas, mas o consumo regular leva à tolerância.

A ingestão de café a longo prazo não tem sido associada a


maior incidência de HA → estudos mostram que o
consumo de café se associou a um efeito discreto de
redução no risco de hipertensão.
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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Café e produtos com


cafeína
Recomenda-se que o
consumo de café não
exceda quantidades
baixas a moderadas
(≤ 200 mg de cafeína).

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Laticínios

Apesar de serem ricos em ácidos graxos saturados (na


versão integral), podem conter constituintes com
potencial efeito benéfico, como a proteína do soro do leite
(whey protein), os fosfolipídios da membrana dos glóbulos
de gordura, o cálcio, o magnésio, o potássio, os
probióticos e as vitaminas K1 e K2.
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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Laticínios

Alguns estudos sugerem efeito hipotensor modesto, em


especial, os realizados com laticínios pobres em gordura e
com proteínas do leite.

Cabe ressaltar que as diretrizes alimentares preconizam


consumo de laticínios com baixo teor de gorduras.
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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Padrão alimentar
Os padrões alimentares considerados saudáveis têm sido
associados à redução da PA.

Esse efeito é por conta do maior consumo de frutas,


hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura e cereais
integrais, além de consumo moderado de oleaginosas e
redução no consumo de gorduras, doces e bebidas com
açúcar e carnes vermelhas.
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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA

Aspectos nutricionais

Padrão alimentar

Os benefícios desse padrão alimentar são ainda maiores


quando ocorre em conjunto a redução de ingestão de
sódio.

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MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
Aspectos nutricionais

Suplementação alimentar
As substâncias cuja suplementação tem alguma evidência
de discreta redução da PA são: vitamina C, alho, fibras
dietéticas, linhaça, soja e ômega 3.

Portanto, podemos incluir os alimentos ricos nesses


nutrientes nas preparações para hipertensos.

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– 2020. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658.
Como diminuir o uso de sal em um
restaurante?
As estratégias a serem adotadas em todos os restaurantes devem
incluir:

✓ a retirada dos saleiros das mesas,

✓ a retirada dos cardápios de alimentos ultra processados -


ingredientes já processados e de baixo valor nutricional como
óleos, gorduras, farinhas, amido, açúcar e sal, acrescidos de
conservantes, estabilizantes, flavorizantes e corantes cujos teores
de sódio estejam muito acima dos teores de sódio equivalentes
nos alimentos in natura;
BRASIL. ANVISA. Guia de boas práticas nutricionais para restaurantes coletivos. 2014.
Disponível em:
file:///C:/Users/Andreia/Downloads/Guia%20de%20Boas%20Pr%C3%A1ticas%20Nutricionais%20para%20Restaurantes%20Col
etivos.pdf
Como diminuir o uso de sal em um
restaurante?

As estratégias a serem adotadas em todos os restaurantes devem


incluir:

✓ substituir totalmente ou parcialmente o sal de adição por


temperos ou especiarias, bem como por sal adicionado de ervas,
entre outras estratégias;

✓ deve-se, também, evitar o uso de temperos prontos e caldos


industrializados;

BRASIL. ANVISA. Guia de boas práticas nutricionais para restaurantes coletivos. 2014.
Disponível em:
file:///C:/Users/Andreia/Downloads/Guia%20de%20Boas%20Pr%C3%A1ticas%20Nutricionais%20para%20Restaurantes%20Col
etivos.pdf
Como diminuir o uso de sal em um
restaurante?
As estratégias a serem adotadas em todos os restaurantes devem
incluir:

✓ produzir os caldos nos restaurantes, pois os caldos


industrializados são ricos em sódio e costumam ser bastante
utilizados nos estabelecimentos de refeições coletivas;

✓ o preparo de caldos sem adição de sal proporcionará sabor às


preparações, sem excesso de sódio.

BRASIL. ANVISA. Guia de boas práticas nutricionais para restaurantes coletivos. 2014.
Disponível em:
file:///C:/Users/Andreia/Downloads/Guia%20de%20Boas%20Pr%C3%A1ticas%20Nutricionais%20para%20Restaurantes%20Col
etivos.pdf
ATENÇÃO

Preparações com teores de sódio acima de 0,6g


por 100 gramas do produto final são consideradas
de alto teor de sódio e devem sempre que
possível ser excluídas do cardápio ou modificadas.

Estabelecer a meta a ser reduzida para cada


preparação quando a mesma encontrar-se com
valor superior ao recomendado.
BRASIL. ANVISA. Guia de boas práticas nutricionais para restaurantes coletivos. 2014.
Disponível em:
file:///C:/Users/Andreia/Downloads/Guia%20de%20Boas%20Pr%C3%A1ticas%20Nutricionais%20para%20Restaurantes%20Col
etivos.pdf
Como aumentar a palatabilidade e aceitação
dos alimentos utilizando menos sal?

Estudo australiano demonstrou que reduções de até 30% não


diminuem a aceitabilidade das preparações. Portanto, a
redução de sal nas preparações de um serviço de alimentação é
viável se for executada gradativamente.

Aumentar o uso de especiarias, temperos, molhos


e ervas aromáticas!

COBCROFT, M.; TIKELLIS, K.; BUSCH, J.L.H.C. Salt reduction – a technical overview. Food Australia. Sydney, v. 60, p. 83–86, 2008.
Especiarias: são os produtos constituídos de partes (raízes,
rizomas, bulbos, cascas, folhas, flores, frutos, sementes, talos) de
uma ou mais espécies vegetais
(file:///C:/Users/Andreia/Downloads/resolucao-rdc-no-276-de-
22-de-setembro-de-2005.pdf ), tradicionalmente utilizadas para
agregar sabor ou aroma aos alimentos e bebidas.

Temperos: são os produtos obtidos da mistura de especiarias e


de outro(s) ingrediente(s), fermentados ou não, empregados
para agregar sabor ou aroma aos alimentos e bebidas.

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC N° 276, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.


Molhos: são os produtos em forma líquida, pastosa, emulsão ou
suspensão à base de especiaria(s) e ou tempero(s) e ou outro(s)
ingrediente(s), fermentados ou não, utilizados para preparar e ou
agregar sabor ou aroma aos alimentos e bebidas.

Ervas aromáticas: são as folhas secas de plantas aromáticas que


são usadas para conferir sabor e cheiro aos alimentos, sendo que
as folhas são comercializadas separadamente das hastes da
planta e das hastes das folhas.

Estes compostos para além de melhorarem o sabor dos


alimentos (funcionam como intensificadores/potencializadores
de sabor), atuam também ao nível nutricional, organolético
(nomeadamente atuam ao nível da cor e da textura dos
alimentos), e agem como antioxidantes.
RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC N° 276, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005. BATISTA, T. R. do R. Estudo da introdução de
ingredientes naturais para redução do teor de sal em produtos cárneos 2017.
Como preparar os alimentos utilizando
menos sal?

SANTOS,. Capacidade antioxidante do sal de ervas no perfil lipídico e aceitabilidade do peixe assado. 2017.
Como preparar os alimentos utilizando
menos sal?
Para a elaboração de sal com ervas secas, comumente utiliza-se 1
parte de sal para 3 partes de ervas, ou seja, se utilizarmos 1g de
sal, utilizaremos 3g de ervas a escolher.

Dependendo da preparação pode-se optar por utilizar orégano,


manjericão, manjerona, louro, alecrim, entre outros.

Desta forma, utilizando o sal de ervas na mesma proporção que se


utilizaria o sal puro, ocorre diminuição do teor de sódio nas
preparações, compensando-se a redução da percepção de
salinidade pelo sabor das ervas.

BRASIL. ANVISA. Guia de boas práticas nutricionais para restaurantes coletivos. 2014.
Disponível em:
file:///C:/Users/Andreia/Downloads/Guia%20de%20Boas%20Pr%C3%A1ticas%20Nutricionais%20para%20Restaurantes%20Coletivos.pdf
DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE SAL

• Obtido da evaporação da água do mar,


passa por processos de branqueamento
e refinamento, depois é iodado.
• Mais utilizado, 1g tem 400 mg de sódio.
• Denominado quimicamente por cloreto
Sal refinado de sódio (NaCl): constituído de 40% de
sódio e 60% de cloro.

https://ser.vitao.com.br/conheca-os-tipos-de-sal-e-aprenda-a-usa-los/ ; https://www.loveat.pt/2020/05/qual-e-o-
melhor-tipo-de-sal.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=qual-e-o-melhor-tipo-de-sal
DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE SAL

• Redução no teor de sódio.


• Substituição parcial do cloreto de sódio
(NaCl) pelo cloreto de potássio (KCl).
• Opção para pessoas com restrição no
consumo de sódio.
• Não indicado para indivíduos com doenças
Sal light renais.
• Limitações: sabor amargo e necessidade de
uso de 33% a mais de KCl em comparação
ao NaCl, em solução aquosa, para obtenção
de percepção semelhante de salinidade.

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DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE SAL

• Resulta da evaporação da água do


mar em salinas, sendo que a colheita
pode ser manual ou mecânica.
• O sal marinho precipita-se para o
fundo dos cristalizadores, sendo
retirado após a secagem quase total
Sal marinho da salmoura.
• Mantém os minerais, pois não passa
pelo processo de refinamento.
• 1g – 420mg de sódio.
• Pode ser branco, rosa, cinza ou preto.

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DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE SAL

• Produção ocorre no Paquistão a cerca de 300km


dos Himalaias.
• Formado naturalmente na região por milhares
de anos.
• Rico minerais e nutrientes, como cálcio,
magnésio, potássio, ferro, cobre, zinco, crômio.
• 1g – 230mg de sódio.
• Estudos que comparam a concentração dos
Sal rosa do minerais neste tipo de sal com o sal grosso
Himalaia comum → diferença nestes minerais não é
significativa, uma vez que para se obter algum
benefício do consumo deste sal teriam que ser
consumidas muito mais do que as 5g
recomendadas por dia.
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melhor-tipo-de-sal.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=qual-e-o-melhor-tipo-de-sal
DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE SAL
Flor de
Sal • Consiste no sal obtido da evaporação de água do mar,
pela ação do calor do sol e da energia do vento, sendo
recolhido de modo manual, diariamente e exclusivamente
da superfície da água, onde se forma uma lamela de sal
muito fina.
• Sabor mais intenso, textura crocante.
• Finalização dos pratos, não deve ser levada ao fogo para
não perder sua textura delicada e especial.
• 1g – 450mg de sódio.
• O teor de minerais da flor de sal em comparação com o
sal marinho é maior → são consideradas quantidades
vestigiais, pelo que não existe nenhuma evidência que
haja algum benefício na troca do sal marinho.fl de sal.
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melhor-tipo-de-sal.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=qual-e-o-melhor-tipo-de-sal
REFERÊNCIAS

V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Sociedade


Brasileira de Cardiologia, 2010.

VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Sociedade


Brasileira de Cardiologia, 2016.

Consumo de sal é elevado no Brasil: entenda as diferenças.


ASBRAN, 2014. Disponível em:
http://www.asbran.org.br/noticias.php?dsid=1210

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