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REDAÇÃO CFO PMBA 2019

Tema I – Mulheres em risco (feminicídio)

Adauto Saraiva Neto

Em que pese a tipificação do crime de feminicídio no Código Penal Brasileiro,


que instituiu o aumento de pena de reclusão de 12 a 30 anos para quem incorre nesse
delito, o índice de mulheres assassinadas cresce de forma exponencial. Portanto, é
necessário tratar desse tema, seja no sentido de reprimir os crimes, seja no sentido de
preveni-los a partir de políticas governamentais.

As causas do feminicídio remetem, principalmente, à cultura machista e de


submissão da mulher que se perpetua no país. No Brasil, as mulheres eram consideradas
propriedade dos pais e maridos até a década de 70, e só tiveram seus direitos reconhecidos
após intensas reivindicações e apelo social. Desde então, conquistas pontuais têm sido
alcançadas, contudo, ainda vigora o menosprezo e a subjugação da mulher, reiterados,
muitas vezes, por discursos de ódio, seja de lideranças políticas ou figuras públicas, que
acabam incentivando a prática dos mais diversos crimes, desde agressões verbais, físicas
e psicológicas até o feminicídio, principalmente no ambiente doméstico.

O feminicídio, por vezes, é precedido de violências mais sutis, como o assédio e


as ofensas morais. Essas práticas reiteradas têm como consequência a banalização da
violência contra a mulher, e têm contribuído, inclusive, para o aumento dos índices de
depressão entre elas. Logo, é notório que mesmo com a tipificação do crime de
feminicídio, que visa coibir a violência contra a mulher em seu grau mais extremo, é
imprescindível que políticas de prevenção também sejam instituídas.

Portanto, faz-se necessária a elaboração e aplicação de políticas públicas que


visem a conscientização da sociedade brasileira sobre o respeito às mulheres
incondicionalmente, sob o preceito da dignidade da pessoa humana. Tais políticas devem,
primordialmente, promover discussões e publicidade mediadas por profissionais da área
de Psicologia e Ciência Sociais, tanto no âmbito dos estados quanto dos municípios, como
medida de reparação social e combate ao feminicídio.

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