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PROJETO RAÍZES:
UM ESTUDO SOBRE O EMPODERAMENTO DA MULHER NEGRA PELA
ESTÉTICA NA MÍDIA
FORTALEZA
2016
JAMYLLE CAVALCANTE DE OLIVEIRA
RAFAELA BATISTA DA SILVA
PROJETO RAÍZES:
Um estudo sobre o empoderamento da mulher negra pela estética na mídia
FORTALEZA
2016
AGRADECIMENTOS
Este trabalho mostra, por meio do documentário, a relação da mulher negra com o seu cabelo
e as possíveis influências que as propagandas de cosméticos tiveram na construção da
identidade. Partindo de uma análise histórica, o documentário analisa as principais mudanças
que ocorreram durante o século XXI. Mulheres negras, pertencentes ou não a grupos
feministas, foram convidadas a compartilharem as suas lutas e dificuldades na aceitação do
cabelo crespo ou transição do liso para o cabelo natural e as implicações que a publicidade de
cosméticos, com foco no cabelo, teve sobre a construção da sua identidade.
This work shows, through the documentary, the relation of the black woman with her hair and
the possible influences that the advertisements of cosmetics had in the construction of the
identity. Starting from a historical analysis, the documentary analyzes the major changes that
occurred during the 21st century. Black women, feminist groups or not, were invited to share
their struggles and difficulties in accepting curly hair or transition from plain to natural hair,
and the implications that advertising of cosmetics, with a focus on hair, had on the
construction of the hair. Your identity.
1. INTRODUÇÃO ..………………………………………………….……….....…............. 09
2. OBJETIVOS ……………………..……………………………….…….....……........….. 10
2.1. Objetivo Geral ……………………………………..…………........……................. 10
2.2. Objetivos específicos …………………………………….............…….....…....…... 10
3. JUSTIFICATIVA …....………………………………………...…………….........…….. 11
4. MULHERES NEGRAS: UMA VISÃO SOBRE A HISTÓRIA, RAÇA E
CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE ………………...………………………............….... 12
4.1. Raça: Uma construção social, o mito da democracia racial e a discriminação
..……………………………............................……………………………..........………….. 14
4.2. Ser negra: A construção da identidade negra como forma de fortalecimento racial
……………........................................……………....................................….........…………. 17
5. DE PAPEL SECUNDÁRIO A PROTAGONISTA: AS TRANSFORMAÇÕES DA
REPRESENTATIVIDADE DA MULHER NEGRA NA PUBLICIDADE ..................... 20
5.1. O lugar reservado a mulher negra na publicidade: de produto a consumidora
..……………………………….............................................................….…......…………... 23
6. METODOLOGIA ……………………………………………..………….....….....….... 24
7. PORQUE DOCUMENTÁRIO? …………………………………....…….....….....…... 25
7.1. Documentário em causas sociais ………………………………...................…….. 27
7.2. Planejamento ………………………………………………………....…................ 28
7.3. Pré-produção ……………………………………..……………….......……............ 29
7.4. Cronograma ………………………………..……………………….…....…............ 30
7.4.1 DIÁRIO DE PRODUÇÃO………………………..………………..................... 30
O cabelo, os adornos, de acordo com Schumaher e Brazil (2013), fazem parte de uma
estética afro-brasileira, que representa a afirmação de identidade da mulher negra. Um modo
de expressão que vem desde a África e que permaneceu nos primeiros séculos do Brasil. Esse
jeito de ser teve um importante papel de resistência aos padrões estéticos europeus
disseminados como o ideal, mesmo havendo transformações. Essa determinação tem
repercussão nos dias atuais, através da aceitação do cabelo crespo e de seu uso como ato
político.
Para Silva (2014), a constatação da ideia de que “cabelo ruim” está associado apenas
aos negros, só mostra que essas atitudes racistas estão profundamente naturalizadas na nossa
sociedade e que os movimentos nas redes sociais são necessários para unir vozes e propiciar a
troca de experiências.
Compreender a história é um passo para o entendimento sobre a estética afro e como a
beleza é uma forma de expressar o seu lugar no mundo. A estética negra é, historicamente,
desvalorizada devido à escravidão, que não só ignorou os direitos e roubou a vida de milhares
de mulheres e homens, como também perpetuou o ideal de que o negro era o feio e que as
suas manifestações de negritude deveriam ser reprimidas.
Segundo Schumaher e Brazil (2013), muitas africanas recebiam nomes cristãos ao
chegarem ao Brasil. Para os escravocratas e a igreja católica que os apoiava, essa era uma
forma de dizer as essas mulheres, que a condição de escrava era uma obra divina. O que eles
não contavam era que muitas delas usariam os novos nomes apenas nas relações com os
colonizadores, mantendo seus reais nomes e, às vezes, agregando como sobrenome, como por
exemplo, Catarina Moçambique ou Maria Emini.
Essa resistência foi primordial para que elas não perdessem a sua identidade que
sofreu mudanças, mas não perdeu a essência, mostrando que, desde o início, houve luta para
manter os seus costumes, sendo o cabelo uma das representações estéticas de aceitação da sua
identidade.
Segundo Nilma Lino Gomes (2003), "(...) no início do século XV, o cabelo funcionava
como um condutor de mensagens na maioria das sociedades africanas ocidentais." E que
"nessas culturas, o cabelo era parte integrante de um complexo sistema de linguagem." De
acordo com a autora, os cabelos eram usados pelas civilizações africanas para indicar a
origem, o estado civil ou se havia algo de errado com a mulher.
A força que o cabelo tem, como bem afirma Gomes (2003), continua através de nós,
descendentes de africanos, seja através dos costumes cotidianos, seja através das trançadeiras,
dos cabeleireiros étnicos ou pela família.
Assim, no século XXI, podemos verificar que houve um fortalecimento dos
movimentos de mulheres negras, em busca de autoafirmação através do seu cabelo. Sites e
blogs, como “Blogueiras Negras”, “Geledés”, “Blogueiras Feministas”; programas de
televisão como “Empoderadas” e movimentos como “Encrespa Geral”, tem um papel
importante na construção da identidade dessas mulheres. Importância essa que podemos
perceber na mudança que algumas marcas de cosméticos estão fazendo para conversar com
um público antes ignorado.
Campanhas publicitárias como a #VaiQVai da Seda, que conta com importantes
blogueiras negras, como Ana Lídia Lopes, Camila Santana entre outras, ressalta a visibilidade
que as mulheres negras buscam diariamente.
O cabelo afro permite a mulher negra um fortalecimento da sua autoestima, importante
para a sua emancipação.
1
O termo negro, utilizado desde os anos 1930, como aponta Pinto e Ferreira (2014), é utilizado como forma de
orgulho racial. Outro termo também utilizado pelo movimento negro, como mostram os autores, é
afrodescendente, para designar descendentes.
O fato de o país não apresentar uma política segregacionista entre brancos e negros,
tais como ocorreu em outros países, como Estados Unidos e África do Sul, levou à
crença de que no Brasil todas as raças convivem de forma amistosa e respeitosa. Se
existe discriminação racial no nosso país, as pessoas tendem a acreditar que é algo
pontual e no âmbito do privado, não na esfera pública. Aliás, falar de raça no Brasil
não faz sentido para a maioria das pessoas, pois não faz parte da boa linguagem e
nem é considerado educado. No entanto, o racismo no Brasil é um fenômeno
complexo, difícil de ser compreendido e enfrentado (PINTO; FERREIRA, 2014, p.
4).
2
Com a criação de leis, como a de n. 7.716 de 1989 , que tornam o racismo crime, a
discriminação passou por uma transformação: tornou-se velada, superficial e polida (LIMA;
VALA, 2004). Ignora-se o tema, para não ter que enfrentá-lo.
Nogueira (1985), ao estudar o preconceito tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos,
percebeu que a cor é a principal identidade racial de uma pessoa. Para o autor, a
discriminação pode ser dividida em preconceito de marca e o preconceito de origem. O
preconceito de marca, que ocorre com frequência no Brasil, está associado à cor da pele e as
características físicas como o cabelo crespo, o nariz largo e os lábios grossos, o sotaque, os
gestos. Já o segundo, de origem, é mais comum nos Estados Unidos e leva em conta que basta
o sujeito descender de algum grupo racial para sofrer preconceito.
O exemplo utilizado pelo autor para definir a diferença entre o preconceito de marca e
de origem mostra que, enquanto no Brasil, o negro enfrenta oposição para ingressar em um
clube recreativo devido às suas características físicas (e até consegue entrar, desde que suas
atitudes possam ser semelhantes ou idênticas de quem frequenta o clube), nos Estados
Unidos, o negro tem o seu acesso negado, independente da sua instrução, classe social,
sofrendo segregação nas escolas, hospitais etc.
A identidade da mulher negra vai além das suas atribuições físicas, daquilo que o
senso comum aponta como características africanas. Como veremos no tópico que trata da
construção da identidade da mulher negra, a luta do feminismo negro teve um papel
importante nessa formação identitária.
2
A Lei nº 7.716, de 05 de janeiro de 1989, define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. No
artigo 20, é mencionada a pena de reclusão de três anos e multa para quem praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, religião, ou nacionalidade.
Falar sobre raça significa pesquisar interpretações do assunto. Algumas delas
comprovadamente equivocadas, mas que causaram transformações com eco nos dias atuais.
Concordamos com Guido Barbujani (2016), que afirma que o conceito de raça é uma
construção social e não biológica e científica.
Em uma entrevista para o site Antropologia ele afirma:
Ao analisarmos raça do ponto científico, podemos dizer que existe apenas uma, a
humana (SCHUMAHER, BRAZIL, 2013, p. 83). Agora, quando estamos nos referindo a
reconhecer a existência do racismo, o termo ganha uma conotação política, segundo
Petronilha Beatriz Silva. De acordo com a autora, o uso do termo neste contexto é frequente
nas relações sociais e serve para determinar características físicas para distinguir um sujeito
de outro.
Era desta distinção que os europeus que viajavam e estudavam no país tinham do povo
exótico. Para eles, a cor de pele escura determinava a inferioridade perante os brancos. De
acordo com Shumaher e Brazil (2013), todos esses registros serviram de base para perpetuar a
ideia de que a escravidão africana era necessária e justa, e para comprovar o racismo
científico que ganhou fôlego no século XIX.
Foi no cenário de teorias conhecidas como eugênicas, que pregavam a superioridade
de uma raça sobre a outra, que os pesquisadores brasileiros definiram que raça é um conceito
científico e biológico. Fato este comprovadamente equivocado, como indica Barbujani
(2016).
O autor também aponta que etnia e raça possuem o mesmo significado, sendo ambos
os conceitos baseados em ideias de que a representação da diversidade genética pode ser
expressa como um conjunto de unidades distintas. No entanto, outros autores preferem utilizar
o termo etnia para se referir a mulheres e negros. Isso porque eles compreendem que o termo
raça reforça o determinismo biológico.
Os que compartilham a visão compreendem etnia por:
No presente trabalho, optamos por utilizar o termo raça, pela sua dimensão mais
aproximada da discriminação contra as mulheres e homens negros, como bem aponta Gomes
(2005).
Médicos, como Raimundo Nina Rodrigues; advogados, como Francisco Oliveira
Viana e Sílvio Romero eram figuras admiradas na época que ressaltaram a existência de
diferenças biológicas entre negros e brancos.
Entre os intelectuais que acreditavam nessas interpretações de raça, estava Gilberto
Freyre, com o seu livro Casa-grande & senzala. O antropólogo afirma que a sociedade
brasileira se constituiu, nas palavras dele, “harmoniosamente, quanto às relações de raça:
dentro de um ambiente de quase reciprocidade cultural que resultou no máximo de
aproveitamento dos valores e experiências dos povos atrasados pelo adiantado.” (FREYRE,
1986, p. 47).
Estava firmado o alicerce do chamado “mito da democracia racial”, que pregava uma
nova configuração do povo brasileiro (MUNANGA, 2004) e exaltava a ideia de que não
existia conflito nas relações entre negros e brancos, de que a harmonia racial deveria ser
mantida. O mito permitiu às elites dominantes mascarar o seu preconceito e impedir a
conscientização dos elementos que constituíam a cultura negra. A consequência desta visão
pode ser observada no cotidiano: a fuga do debate sobre o lugar e o papel da mulher e do
homem negro na sociedade, a rejeição à representatividade, o racismo disfarçado que utiliza o
humor para negar o caráter racista.
De acordo com Araújo (1996), a ideia de raça foi criada após a abolição, com o
objetivo de criar uma diferenciação entre negros e brancos através do fator biológico. Beleza,
cultura, histórias africanas eram consideradas inferiores diante dos brancos. Este argumento,
tão amplamente utilizado, serviu para uma ideologia de embranquecimento da população
brasileira que ganhou força com a miscigenação.
Para Santos (2011), apesar dos esforços, os movimentos negros do século 20 não
conseguiram frear a disseminação do mito da democracia racial. Para se ter ideia, ser
identificado como negro era um sinônimo de classe baixa.
O mito da democracia racial mascara o racismo e ignora todas as atrocidades
cometidas pelos senhores brancos. O documentário Raízes é uma forma de mostrar a visão da
mulher negra sobre si e investigar, em suas falas, a construção da sua identidade através do
seu cabelo e a força por trás da atitude de assumir o crespo.
Concordamos com Gomes (2005, p. 57), que afirma que o mito da democracia racial:
[…] pode ser compreendido, então, como uma corrente ideológica que pretende
negar a desigualdade racial entre brancos e negros no Brasil como fruto do racismo,
afirmando que existe, entre estes dois grupos raciais, uma situação de igualdade de
oportunidade e de tratamento. Esse mito pretende de um lado negar a discriminação
racial contra os negros no Brasil e, de outro lado, perpetuar estereótipos,
preconceitos e discriminações construídos sobre este grupo racial.
É importante ressaltar, como bem aponta Gomes (2005), que o Movimento Negro e
alguns pesquisadores utilizam o termo raça não para embasar a ideia de que existem raças
superiores e raças inferiores, mas para mostrar uma nova dimensão sobre o termo e combater
a discriminação que se dá além do aspecto cultural, atinge também as características físicas e
estéticas.
4.2. Ser negra: a construção da identidade negra como forma de fortalecimento racial
Mesmo com toda a exposição negativa a qual mulheres e homens negros foram e
continuam submetidos, a luta da militância e do movimento feminista mostram que a luta
continua e que a utilização das redes sociais, site, blogs serve para divulgar as conquistas, os
desafios e os questionamentos das mulheres negras sobre o seu papel na sociedade brasileira.
Por fim, cabe a Publicidade, compreender a mensagem que essa diversidade de vozes
femininas tem a dizer e romper de vez com o discurso machista e criador de padrões
impossíveis.
– Mas, senhora, apesar de tudo isso que sou, eu sou mais do que uma simples
escrava? Essa educação, que me deram, e essa beleza, que tanto me gabam, de que
me servem?... São trastes de luxo colocados na senzala do africano. A senzala nem
por isso deixa de ser o que é: uma senzala.
- Queixas-te de tua sorte, Isaura?
- Eu, não, senhora, apesar de todos estes dotes e vantagens, que me atribuem, sei
reconhecer o meu lugar. (GUIMARÃES, 1998, p.60)
3
Uma análise feita por Dalcastagné , em 2005, mostrou que 20% das personagens
negras são tidas como criminosas, já entre personagens negros adolescentes a porcentagem
passa para 58,3%. Para personagens negras e dependentes químicas, temos 33,3%. Para a
categoria “profissional do sexo” (DALCASTAGNÉ, 2005 p.54) o erotismo é totalmente
marcante e se destaca quando a personagem é negra. Ele destaca que é uma profissão que não
se configura para personagens brancas, correspondendo a 8,2% das negras, atribuindo assim
para a construção da mulher o termo “mulata sensual” ou “mulata boa”, fortalecendo o desejo
do homem branco. Não podemos esquecer o negro satirizado como bobo para ser
3
A presente pesquisa pode ser acessada em:
<http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2013/02/pesquisa-revela-perfil-dos-escritores-e-personagens-
da-literatura-brasileira-contemporanea-4054469.html> Acesso em: 08 nov. 2016.
“engraçado”, geralmente em novelas, menosprezando o negro, enfatizando a falta de
sabedoria ou loucura.
Um ponto interessante que não pode ser esquecido é o fator de “branqueamento” que
está, cada vez mais, presente nos dias de hoje, principalmente na publicidade. O lugar do
negro vem mudando, a mudança é pouca, porém, significante. Mas, por diversas vezes, a
mídia ainda não representa o negro como ele é, seja por traços, ou pela cor da pele e,
principalmente, pelo cabelo. Em comerciais, nos deparamos com mulheres negras
extremamente maquiadas para clarear o seu tom de pele, mostrando o quanto da sua negritude
que a mídia aceita.
Joel Zito Araújo (2000), através de uma síntese, analisou a representação do negro
nas telenovelas brasileiras durante quatro anos, cerca de 70% das telenovelas produzidas no
Brasil. Para nossa surpresa, em mais de um terço das telenovelas produzidas no Brasil, não
apareceu nenhum ator negro (ARAÚJO, 2000, p.64).
Papéis para negros são tidos como inexistentes ou sem nenhuma importância até a
metade dos anos 1990. Isso começa a mudar quando atores negros começaram a reivindicar
seu direito por cotas, aparecendo não só como escravos, mas podendo representar também o
restante da população.
A imagem do negro produzida/reproduzida pelos Trapalhões se configura como
antiestética, animalizadas e “coisificada” e, portanto, impossível de se constituir em objeto
para qualquer aspiração. (SANT’ANA, 1994 p.90). Por diversas vezes, Mussum foi
associado a macaco, chamado de “cara preta”, “morcegão”, “taco preto”, “pé de rodo”,
“pretinho”, entre diversos tipos de palavras, menosprezando a cor negra.
Araújo (2000) aponta algumas diferenças importantes com o passar dos anos, como a
primeira família negra de classe média entra na novela, em 1995, e nas propagandas, em
1997. Esse cenário muda quando a Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e
Minorias aprovou, em 2002, a lei 4370/98, que institui cotas para representação da etnia negra
nos filmes, anúncios publicitários, peças e programas veiculados pelas emissoras de televisão
ou apresentados em cinemas. Obrigando a presença mínima de 25% de afrodescendentes entre
os atores e figurantes dos programas de televisão e teatro, e de 40% nas peças publicitárias
apresentadas na televisão e nos cinemas.
5.1. O lugar reservado a mulher negra na publicidade: de produto a consumidora
Em uma breve pesquisa pelos primeiros anúncios publicitários, é possível notar que
eles se referiam à venda de escravos e de serviços. Após a proibição do tráfico (Lei Eusébio
de Queiroz, de 1850), o negro continuou a ser anunciado nos jornais, mas, dessa vez, como
fugitivo (WINCH; ESCOBAR, 2012).
Vários são os reclames que tratam a mulher negra como um mero produto a ser
comercializado ou como um bem material do seu proprietário.
De acordo com Winch e Escobar (2012), o negro passou de escravo para consumidor,
mas não aparecia nos anúncios publicitários e, quando representado, era de forma inferior.
Resumindo: o que predominava era o padrão de beleza europeia e o que não estivesse de
acordo era considerado errado, feio, negativo. Para Lopes (2007, p. 176):
A privação do negro na publicidade fomentou uma percepção que já existia, mas que
com o uso das redes sociais ganhou ainda mais notoriedade: a de que a mulher negra precisa e
devem, sim, se sentir representada.
Sites, como “Gelédes”; blogs, como “Blogueiras Negras”; páginas no Facebook, como
“Empoderadas”; e grupos de discussão, como o “Cacheadas em Transição” (que reúne
215.488 meninas em transição capilar) reforçam e incentivam a beleza negra. Todos esses
meios representam uma forma das garotas negras expressarem a sua negritude e entender o
poder que a beleza negra tem.
Atentas a essas reivindicações, marcas como Seda, Elsève e Bio Extratus criaram
linhas específicas para crespas e cacheadas. É importante ressaltar que já existiam produtos
para esses tipos de cabelo, mas se tratavam apenas de um produto específico, que não abrange
os vários tipos de cabelos crespos e cacheados que existem.
Para termos uma noção melhor de como a publicidade de cosméticos está atenta à
mudança que ocorreu nos últimos 10 anos, é necessário fazer um comparativo.
A marca de cosméticos Seda, por exemplo, em 2006, possuía um produto, o Seda
Hidraloe, voltado para cabelos cacheados e para controlar o frizz. Neste mesmo ano, a marca
lança o produto Anti-Sponge, que retratava nos anúncios um cabelo indisciplinado de um leão
sendo domado pelo produto.
Elsève, por exemplo, que tem como público-alvo uma classe mais elevada, só tinha
um produto voltado para cabelos cacheados, o Hidra-Max Colágeno, que tem como garota
propaganda a atriz Taís Araújo.
Ambas as marcas e a Bio Extratus, atualmente, tem linhas específicas para cabelos
crespos e cacheados.
A criação de linhas de cosméticos voltados para as mulheres negras mostra que a
publicidade está atenta ao tema representatividade e empoderamento, mas isso não significa
que as mulheres negras sintam-se representadas ainda, já que muito desses produtos ainda
propagam o cacho ideal, sendo que o mesmo não é a regra. Ou seja, a luta continua.
6. METODOLOGIA
Como metodologia, essa pesquisa apresenta a relação histórica das mulheres com os
seus cabelos, através de uma análise qualitativa, visando um estudo sobre os elementos
subjetivos das entrevistadas.
O documentário foi resultado de uma pesquisa descritiva, pois, segundo Lakatos e
Marconi (2009, p. 6) há quatro aspectos que permitem o delineamento do que foi abordado.
Entre eles estão: descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais.
A coleta de dados foi realizada através de entrevistas de mulheres negras, um tipo de
observação direta intensiva, que, de acordo com os autores, é um importante instrumento de
investigação social. Utilizamos um diário de campo, para registrar os acontecimentos e
experiências durante a gravação do documentário. A forma de entrevista que usamos foi a
semi-estruturada, no qual fizemos algumas perguntas às entrevistadas, com flexibilidade,
permitindo a participante verbalizar o seu pensamento..
A metodologia histórica foi utilizada para servir de fonte para o trabalho teórico e
também para o documentário.
O empoderamento da mulher negra através do seu cabelo foi analisado e contado em
um documentário de 22 minutos, no qual estudamos as consequências do preconceito, a falta
de representatividade nas campanhas publicitárias e como, com a popularização das redes
sociais, este cenário tem mudado.
Utilizamos um recorte de tempo, que abrangeu o século XXI, para delimitar o que será
pesquisado, oferecendo uma visão histórica das mudanças que ocorreram.
A análise das campanhas publicitárias, com foco nos produtos para cabelos, foi de
extrema necessidade para verificar as mudanças e qual o impacto uma representação
idealizada e europeia pode ter sobre a mulher brasileira.
O documentário será desenvolvido em formato expositivo, não-ficcional, permitindo
que o produto tenha um foco nas entrevistadas.
7. PORQUE DOCUMENTÁRIO?
Diante da ideia de falar sobre esse tema, surgiu também a dúvida de qual seria a
melhor forma de passar para as pessoas as nossas hipóteses. Após pesquisas, chegamos à
conclusão que o melhor seria realmente em forma de documentário, com foco nas causas
sociais. O propósito é passar a mensagem de forma marcante, que seja lembrada. Por isso,
procuramos abordar um assunto que realmente nos incomodava e que incomoda a muitos.
Segundo o dicionário Michaelis, “racismo é uma teoria que afirma a superioridade de certas
raças humanas sobre as demais. Caracteres físicos, morais e intelectuais que distinguem
determinada raça. Ação ou qualidade de indivíduo racista.” Racismo é um problema social,
algo que atinge a todos e, principalmente, os negros.
Então como abordar um tema tão sério e delicado sem ofender a pessoas. Contar a
verdade é um bom começo. Estamos cercados de dados que comprovam a existência do
racismo em relação aos negros, a mulher negra e, principalmente, ao seu cabelo. Para
entendermos melhor precisamos falar com pessoas que vivenciam ou já vivenciaram algum
tipo de preconceito por conta do seu cabelo ou seu penteado. Queremos que essa pessoa nos
explique o que a fez se aceitar e como ela entendeu que ser quem ela é, é melhor do que ser
qualquer outra coisa.
Os documentários de representação social são o que chamamos de não ficção e é
exatamente o que se aplica ao nosso caso. É a representação tangível de um mundo que já
vivenciamos e conhecemos. Para fazer um filme abordando uma representação social, é
preciso avaliar as reivindicações e afirmações. A ideia é proporcionar uma nova visão sobre o
tema. Procuramos entrevistadas que expusessem as suas aflições, os seus dilemas e que
permitissem que as suas histórias pudessem ser compartilhadas de forma que não causasse
constrangimento.
Outro ponto importante que Nichols (2014) destaca é o encorajamento da crença
naquilo que está sendo apresentado, pois ele visa exercer um impacto social no mundo
histórico, buscando persuadir e convencer a quem o assiste. Analisar por forma de
documentário é ter uma visão para problema recorrente e soluções possíveis.
O documentário é representação, de forma reconhecível no mundo em que vive, sendo
argumentativo e tem o como objetivo fazer as pessoas se aproximarem da história. O
documentário também busca representar os interesses do outro, de forma democrática
representativa e não participativa.
Os documentários buscam mostrar de uma forma outros aspectos ou representações
auditivas e visuais em parte do mundo histórico. Isso acontece a partir da representação do
ponto de vista dos indivíduos. A ideia de representação é fundamental para um documentário.
Então, que responsabilidade o cineasta tem pelos efeitos de seus atos na vida daquele que são
filmados? Podemos levantar aspectos que são criados em torno disso, como o que vai ser
falado não é uma ficção, é preciso ter cuidado com o que será apresentado. A não ficção faz
recair uma parcela de responsabilidade diferente sobre os cineastas que pretendem representar
os outros, em vez de representar personagens inventados por eles mesmos. (NICHOLS, 2014,
p. 32)
Cabe ao cineasta informar aos participantes do documentário como será a rotina do
filme e como o seu personagem será apresentado. Tudo isso de forma ética e regulamentada.
Afinal de contas a ética existe para regular a conduta de todo o grupo, os assuntos e as regras
do projeto. Tudo isso acaba levando para o imprevisível. A ética existe aqui para diminuir as
causas prejudiciais que possam atrapalhar o andamento da obra.
7.2 Planejamento
7.3. Pré-produção
7.4 Cronograma
Descrição de
Atividades Ago Set Out Nov Dez
(2016.2)
Pré-produção x x
Gravação x x x
Pós-produção e
x x
Edição
Finalização e
x x
Entrega
7.4.1 DIÁRIO DE PRODUÇÃO
Produzir um documentário é dar voz aos indivíduos e mostrar uma realidade que está
diante de todos nós, mas que, muitas vezes, é ignorada. Quando tivemos a ideia de realizar o
“Projeto Raízes”, sabíamos que os desafios seriam vários, entre eles, a falta de orçamento,
pouco equipamento para as gravações, quem seriam as entrevistadas, se conseguiria passar a
mensagem desejada. Todos esses questionamentos fizeram com o que buscássemos soluções
para driblar cada percalço.
Inicialmente, pesquisamos o tema e definimos os nossos objetivos. Depois,
escolhemos os equipamentos que seriam utilizados, elaboramos as perguntas e analisamos as
possíveis entrevistadas. Com o foco em mulheres negras, partimos para o contato com cada
uma delas. Utilizamos redes sociais como o Facebook, o Whatsapp e o e-mail. O contato
inicial foi para mostrar o que é o projeto e verificar a disponibilidade da entrevistada. Em um
segundo contato, marcamos um local para a realização da entrevista.
O contato foi feito com várias mulheres e a dificuldade em conseguir marcar uma data
e um horário estava no fato da disponibilidade de tempo da entrevistada. Algumas,
infelizmente, não dispunham de tempo livre, outras não queriam se expor a uma filmagem.
Dentro das possibilidades de cada mulher, procuramos locais que fossem acessíveis tanto para
elas, quanto para nós. Dentre os lugares nos quais as filmagens foram realizadas estão o
Centro de Cultura Dragão do Mar, o SESC Iracema, o Porto Iracema de Arte e Cultura e as
dependências da Faculdade Sete de Setembro.
Após várias conversas através do Facebook, especificamente no dia 08 de agosto,
conseguimos contato de duas possíveis entrevistas que estariam participando do evento Curta
O Gênero. Verificamos a possibilidade de conversar com elas antes ou após o evento. Tanto
Aby Rodrigues, quanto Babi Souza concordaram em gravar. No mesmo dia, conseguimos
falar com Daiane Daine, que seria a nossa primeira entrevistada, e conseguimos marcar uma
conversa no Centro Cultural Dragão do Mar, no dia 26 de agosto, às 15h30min.
As dificuldades deste primeiro dia estavam no fato de gravarmos sem ter solicitado
autorização a equipe do Dragão do Mar, ao fato de que a luz poderia estar forte demais, se
daria tempo de entrevistar a Aby e a Babi e ao fato de uma integrante da dupla ter ido ao local
errado, sem contar com a câmera que só estava gravando 20 minutos. Felizmente, tudo
ocorreu da forma como havíamos imaginado. A integrante conseguiu achar o local de
gravação, conseguimos entrevistar a Daiane Daine no tempo certo (durou em média 45
minutos), passamos a entrevista para o notebook (o que permitiu gravar mais 20 minutos de
entrevista) e conseguimos chegar a tempo no evento Curta O Gênero, que estava acontecendo
ao lado do Dragão do Mar.
Neste dia, não conseguimos conversar com a Aby Rodrigues, devido a várias pessoas
que estavam a sua procura. Já no final do evento, por volta das 18h, conseguimos conversar
com a Babi Souza e gravar a entrevista, que durou uns 35 minutos. Conversamos com a Aby
no dia seguinte, via Facebook, para marcarmos outra data.
Marcada a data (01 de setembro), fomos até o Porto Iracema de Arte e Cultura para
entrevistar a Aby Rodrigues. Chegamos por volta das 09h00min da manhã e conseguimos
entrevistá-la por volta das 11h30min. Neste caso, tivemos que ter paciência, calma e entender
que a gravação de um documentário está sujeita a disponibilidade de tempo do entrevistado.
Com uma duração média de 30 minutos, Aby expôs um pouco da sua história e respondeu as
perguntas que fizemos.
Logo após a entrevista com a Aby, sentimos a necessidade de participar de algum
evento, voltado para o público feminino e com foco no cabelo. Pesquisando alguns eventos no
Facebook, descobrimos que seria realizado um encontro de cacheadas em um salão na
Aldeota. O Clube das CacheadITas, que ocorreu no dia 17 de Setembro, das 14h até às 18h,
permitiu o contato com várias cacheadas e crespas. A percepção que tivemos do evento é a de
que o tema sempre foi relevante, mas que tem ganhado espaço e que os donos de salões de
beleza estão atentos às demandas femininas. No final do evento, conseguimos entrevistar a
Larissa Viegas, do blog Penteadeira Amarela, Joana Furtado, proprietária do salão de beleza
Rituale IT SPACE (local onde ocorreu o evento) e Valesca Viana, cliente do salão e sócia da
agência Eita Design. Mesmo sem um contato antecipado com cada uma delas, todas aceitaram
gravar.
A fala de cada uma delas refletiu o que foi o evento e a importância que o tema
ganhado por causa das redes sociais. Todas as entrevistas deste dia foram proveitosas, mas a
da Joana, proprietária do salão nos forneceu outra visão sobre a relação dos salões de beleza
com o cabelo crespo e cacheado.
Captação de áudio e disponibilidade para passar toda a tarde e comecinho da noite de
sábado foram algumas das dificuldades que enfrentamos na gravação. Como o salão estava
lotado, foi necessário gravar as entrevistas na sala das manicures.
Desde o início do projeto, queríamos entrevistar as mulheres do Instituto Negra do
Ceará, o INEGRA. Após trocas de mensagens pelo Facebook e email, várias tentativas de
marcar uma entrevista, conseguimos agendar uma conversa para o dia 30 de setembro, na
Casa Feminista Nazaré Flor.
No dia, chegamos por volta das 09h20min da manhã. Como havia uma dupla de
universitárias de outra faculdade, que também iria entrevistar algumas participantes do
INEGRA, só começamos a gravação por volta das 11h. Conversamos com as integrantes
Cícera Silva e Sara Menezes, para entender a vivência de cada uma com tema e só depois
fizemos as perguntas. Cada uma respondeu de 5 a 6 perguntas. Aproveitamos a conversa para
entender mais sobre a atuação delas no grupo e o funcionamento de grupos feministas no
Ceará.
Após gravar as entrevistas, partimos para gravar cenas que estarão entre as falas das
entrevistadas. Para isso, fizemos uma postagem em um grupo do Facebook, o “Alguém
Conhece Alguém Que” e “Comunicação Cearense” convocando 10 meninas para participarem
do documentário. A procura foi grande e conseguimos 20 meninas. Algumas serão
4
entrevistadas e pediremos a outras que recitem o poema Crespo, de Thiago Yuri .
A gravação ocorreu no dia 07 de outubro, no estúdio de fotografia da Faculdade Sete
de Setembro. Antes de dar início às gravações, entramos em contato com cada uma das
meninas e explicamos o endereço da faculdade e como elas chegariam até o laboratório. Foi
feita a seguinte divisão: Jamylle e Rosemberg montavam o equipamento no 6º andar,
enquanto Rafaela recebia as meninas e passava informações de como seria a gravação.
Optamos por deixar todas as entrevistadas no laboratório, enquanto a entrevista era realizada
uma por uma.
Após as entrevistas, passamos para a parte do poema. Cada uma ficou com um pedaço
do poema. Tentamos várias vezes, porque acontecia da fala da entrevistada não sair no
volume certo. Neste dia, contamos com a ajuda do Eduardo Maranhão, monitor da cadeira de
fotografia. Ele nos auxiliou na gravação do poema e na iluminação do estúdio. Lidar com
4
O vídeo citado trata do preconceito contra o cabelo crespo. Está disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=A0Y1bRc1GSo>
tantas mulheres ao mesmo tempo e ouvir o que elas tinham a dizer representaram desafios
para nós, pois era necessário cuidado na hora da edição e montagem, para não deturpar a fala
de cada uma.
Por fim, a edição e montagem. O processo começou em meados de outubro e
estendeu-se até o mês de novembro. Nesta etapa do projeto, separamos as falas, de acordo
com a estrutura de montamos para o documentário, no qual consiste uma introdução (pedaços
das gravações no estúdio), notícias sobre racismo e discriminação com o cabelo afro, as
entrevistas, propagandas que permitiram notar a mudança que ocorreu no século XXI e
finalizando, a música que a Luiza Nobel fez questão de interpretar.
A última gravação realizada foi no dia 18 de outubro, em um congresso de beleza que
estava sendo realizado no Centro de Eventos do Ceará. Conseguimos duas cortesias para
participar e o que nos marcou nessa gravação foi o poder que a indústria de cosméticos tem.
Tivemos contato com várias marcas e suas abordagens. Notamos que havia vários stands com
foco no cabelo loiro e liso, mas que também havia vários produtos para cabelos crespos e
cacheados. O nosso intuito foi captar imagens que serviriam de transição. Não havia mais
necessidade em realizar entrevistas
O processo de edição e montagem foi o mais demorado, devido às várias
possibilidades que o material fornecia. Foram dias para decidir o que iria para o documentário
e o que, infelizmente, teríamos que cortar. Reunimos-nos sempre aos sábados, domingos,
feriados e alguns dias da semana e, geralmente, levava a tarde toda e uma parte da noite
fazendo a edição e montagem. Jamylle procurava editar o máximo de cenas, para que
pudéssemos, durante as nossas reuniões, decidir se determinada cena deveria permanecer no
produto final.
A versão final do documentário “Projeto Raízes” é fruto da nossa dedicação,
disponibilidade e, é claro, da vontade de todas as entrevistadas de debater o tema e
compartilhar o seu processo de empoderamento.
7.4.2. STORYBOARD
Luz: Ambiente
Luz: Ambiente
Luz: ambiente
Luz: ambiente
Luz: ambiente
Luz: ambiente
Cena 27: Luiza Nobel, falando sobre as
dificuldades em deixar de alisar o cabelo e se
aceitar.
Luz: ambiente
Cena 30: Sara reforça a importância na
aceitação do cabelo da mulher negra.
Plano: Primeiro Plano
Luz: ambiente
Luz: ambiente
Luz: ambiente
Luz: ambiente
Luz: ambiente
Cena 36: Larissa fala da mudança positiva da
aceitação.
Luz: ambiente
Luz: ambiente
Cena 39: Luiza Nobel cantando a música
Princesa Negra.
14:30 - 19:00 Gravação de cenas e de entrevistas com Larissa Viegas, Joana Furtado
e Valesca Viana
Câmeras:
Figura 1 - Câmera Nikon Coolpix P510
Tripé:
Figura 3: Tripé Profissional Stc-360
Captação de áudio:
Figura 4: Gravador de Áudio do aparelho de celular Moto G3
9. FICHA TÉCNICA
ARAÚJO, Joel Zito. A negação do Brasil: O Negro na Telenovela Brasileira. Editora Senac,
São Paulo, 2000.
AREND, Silvia Fávero. Trabalho, escola e lazer. In: PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO,
Joana Maria (Org.). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013. P.
65-83.
ASSIS, Machado de. Pai contra mãe. In: Relíquias de Casa Velha. Rio de Janeiro: Garnier
Livreiro Editor, 1906.
GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais
no Brasil: uma breve discussão. In: BRASIL. Educação Anti-racista: caminhos abertos pela
Lei federal nº 10.639/03. Brasília, MEC, Secretaria de educação continuada e alfabetização e
diversidade, 2005.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural da Pós-Modernidade. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A,
2014.
MACHADO, Adeilma. O Meu Cabelo não me Nega. Fortaleza. Blogueiras negras, 18 jan,
2016. Disponível em: <http://blogueirasnegras.org/2016/01/18/o-meu-cabelo-nao-me-nega/>
Acesso em: 29 abr. 2016.
SANT’ANNA, Denise Bernuzzi. Sempre Bela. In: PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO, Joana
Maria (Org.). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013. p.
105-125.
SANT’ANA, L. Humor negro. Revista Estudos Afro-asiáticos, n. 16, Rio de Janeiro, set.
1994, p. 81-98.
SANTOS, Emy. O boom do cabelo crespo. Uol. Fortaleza, 11 mar 2016. Disponível
em:<http://entretenimento.ne10.uol.com.br/entretenimento/moda-e-beleza/noticia/2016/03/11/
o-boom-do-cabelo-crespo-602003.php> Acesso em: 16 mar. 2016.
SCHUMAHER, Shuma; BRAZIL, Érico Vital. Mulheres negras do Brasil. São Paulo:
Senac e Redeh, 2013. p. 98.
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Disponível em
<http://blogueirasnegras.org/2014/11/21/o-uso-do-cabelo-natural-como-ato-politico/ > Acesso
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SODRÉ, M. Claros e Escuros: identidade, povo e mídia no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1999.