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livro
Introdução à Física
São Cristóvão/SE
2007
Presidente da República Reitor
Luiz Inácio Lula da Silva Josué Modesto dos Passos Subrinho
Elaboração de Conteúdo
Susana de Souza Lalic
Copidesque Ilustração
Taís Cristina Samora de Figueiredo Arlan Clecio dos Santos
Clara Suzana Santana
Projeto Gráfico Edgar Pereira Santos Neto
Hermeson Alves de Menezes Gerri Sherlock Araújo
Leo Antonio Perrucho Mittaraquis Helder Andrade dos Santos
Tatiane Heinemann Böhmer Manuel Messias de Albuquerque Neto
Diagramação Capa
Kiria Gomes Pereira Hermeson Alves de Menezes
Lucílio do Nascimento Freitas
AULA 1
A Física e sua importância para a sociedade ............................................................. 07
AULA 2
O desenvolvimento do método científico ............................................................... 27
AULA 3
O método científico moderno ................................................................................... 49
AULA 4
A ciência da antigüidade .............................................................................................. 69
AULA 5
A ciência da idade média ............................................................................................. 99
AULA 6
O nascimento da ciência moderna ........................................................................... 123
AULA 7
A ciência do iluminismo ........................................................................................... 151
AULA 8
As grandes sínteses dos fenômenos naturais ........................................................ 181
AULA 9
Século XX e a “Nova Física” .................................................................................... 211
AULA 10
Estrutura geral da Física ........................................................................................... 245
1
livro
OBJETIVOS
Ao final da aula, o aluno
deverá:
reconhecer quais são os
elementos essenciais para um
estudante de Física conseguir
uma boa compreensão do
conteúdo da disciplina;
conceituar a Ciência Física e
algumas de suas possíveis
aplicações;
identificar elementos do
cotidiano relacionados à
aplicação da Física;
relacionar e analisar a
contribuição da Física para
outras ciências;
identificar as vantagens e
desvantagens no uso da Física
no mundo atual; e
definir a importância da Física
na sociedade.
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A Física e sua importância para a sociedade
Leia o texto do prof. Alberto Ricardo Präss, texto adaptado e ampliado de:
“Física Na Escola Secundária”
De Oswald H. Blackwood, Wilmer B. Herron & William C. Kelly
Tradução de José Leite Lopes e Jayme Tiomno
1
aula
Editora Fundo de Cultura
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Introdução à Física
10
A Física e sua importância para a sociedade
O QUE É FÍSICA?
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Introdução à Física
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A Física e sua importância para a sociedade
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Introdução à Física
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A Física e sua importância para a sociedade
(Fonte: http://www.lmc.ep.usp.br/;
http://www.pucrs.br/feng/; http:/
/www.cardiologia.org.br).
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Introdução à Física
ATIVIDADES
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A Física e sua importância para a sociedade
A FÍSICA E A SOCIEDADE
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Introdução à Física
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A Física e sua importância para a sociedade
GALILEU GALILEI
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Introdução à Física
ATIVIDADES
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A Física e sua importância para a sociedade
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Introdução à Física
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A Física e sua importância para a sociedade
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Introdução à Física
RESUMO
PRÓXIMA AULA
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A Física e sua importância para a sociedade
REFERÊNCIAS
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1
livro
O DESENVOLVIMENTO DO
MÉTODO CIENTÍFICO 2
aula
META
Mostrar o papel dos experimentos
em ciência como teste final
obrigatório para comprovar uma
hipótese.
OBJETIVOS
Ao final da aula, o aluno deverá:
definir a importância da decisão
científica sobre os fatos cotidianos;
descrever como se propõe
hipóteses através da indução;
reconhecer falhas no método
indutivo;
determinar a importância na
variação e na quantidade dos
experimentos para comprovar uma
hipótese; e
definir o método analítico
cartesiano e suas limitações.
PRÉ-REQUISITOS
O aluno deverá escolher alguns
textos que afirmem comprovar
casos “paranormais” como a
existência de milagres, a visão de
espíritos, ou a visita de seres
alienígenas à Terra. Ler
atentamente e reflitir sobre eles.
Que argumentos e fatos foram
utilizados nessas comprovações?
Você concorda com as afirmações
dos textos? Posteriormente, o
aluno deverá fazer anotações
sobre o que o levou a essas 1 - Hermes Trimegisto. 2 e 3 - Representações de
alquimistas. (Fontes: http://www.cdcc.sc.usp.br/;
conclusões. http://www2.ucaes.grupinvest).
Introdução à Física
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O desenvolvimento do método científico
EU VI UM FANTASMA!
2
S e eu fizesse a afirmação acima, ou seja, que eu estava na
minha sala sozinha e vi um fantasma, você diria que:
a) acredita na minha palavra, afinal eu devo sa-
ber o que digo, pois sou o professor dessa disci-
aula
FANTASMA!
plina e escrevi este texto;
b) acredita; um amigo seu já viu um fantasma
antes;
c) não acredita; é muito absurdo para ser verdade;
d) não acredita; não há nada na Bíblia sobre isso;
Bem, mais importante do que a sua resposta à pergunta é a
questão que se origina dela:
Quais os critérios que você usa para decidir no que acredita ou não?
1) Você sempre aceita a palavra das autoridades no assunto?
(mesmo daqueles que se auto-intitularam autoridades?)
2) Baseia suas crenças no "bom senso comum"?
(Você acha que você tem “bom senso”?)
3) Acredita no que a maioria das pessoas acredita?
(Afinal, você crê que alguns milhões de pessoas não podem estar
errados!)
4) Confia suas crenças a respeito da natureza aos livros sagrados de
alguma religião?
5) Não acredita em nada, mas também não duvida totalmente, pois,
como disse Shakeaspeare: "Há mais entre o Céu e a Terra do que
sonha nossa vã filosofia"?
Há tantas possibilidades, não é mesmo? Mas agora você quer
se tornar um cientista, sim ou não?
Se a resposta for positiva, então como é que a Ciência respon-
deria aquela primeira questão sobre o fantasma?
Você pensa que simplesmente ela diria que é uma tremenda boba-
gem? Afinal fantasmas não existem!
Bem, vamos ver o que realmente se faz em ciência e como ela
tenta responder a todas as questões possíveis da humanidade.
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Introdução à Física
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O desenvolvimento do método científico
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Introdução à Física
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O desenvolvimento do método científico
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Introdução à Física
O PERU INDUTIVISTA
Veja a história do “Peru Indutivista” de Bertrand Russel:
Um peru recebe sua ração todos os dias do ano, exatamente às 9
horas da manhã. No início o peru é cauteloso, mas depois de perce-
ber que esta experiência se repete por um considerável período de
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O desenvolvimento do método científico
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Introdução à Física
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O desenvolvimento do método científico
ATIVIDADES
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Introdução à Física
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O desenvolvimento do método científico
O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO
CIENTÍFICO 2
aula
O filósofo Parmênides (510 a.C.) é um exemplo de como
os gregos estavam dispostos a levar a lógica e a razão até as
últimas conseqüências: ao negar a existência do tempo e do
vazio e, portanto, do movimento, Parmênides concluiu que
se tínhamos a impressão de que as coisas se moviam e o tem-
po passava, era somente porque vivíamos num mundo ilusó-
rio (como no filme Matrix).
Quando uma luz não se acende, você vai verificar se ela não está
queimada ou se há energia elétrica em outras partes da casa. Você
está testando algumas hipóteses através da experimentação. Então,
por que seria diferente com a ciência? Mas nem sempre foi assim.
Aristóteles afirmara, em seu livro sobre Física, que coi-
sas com pesos diferentes caem com velocidades proporcio-
nais a seu peso.
Até muito recentemente na história, pouco progresso havia
sido feito para responder questões sobre a natureza. Pior que
isso, algumas respostas incorretas escritas por grandes pensado-
res como o filósofo grego Aristóteles foram aceitas, sem pergun-
tas, por milhares de anos.
Por incrível que pareça, a idéia de realizar um experimento para
testar uma hipótese é bastante nova. Os filósofos gregos, que há
mais de 2500 anos foram os primeiros a investigar o mundo de
maneira racional e sistemática, achavam que a natureza só poderia
ser compreendida pelo uso da razão e do intelecto e por isso des-
prezavam os experimentos.
Considera-se que o método científico baseado na experi-
mentação começou com Abu Ali al-Hasan Ibn al-Haytham (965-
1039), que nasceu em Basra na Pérsia, atual Iraque. Alhazen,
como ficou conhecido no ocidente, não era inicialmente um ci-
entista, mas um ministro para Basra. Porém com o passar dos
anos, infeliz e insatisfeito com seus estudos de religião, ele to-
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Introdução à Física
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O desenvolvimento do método científico
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Introdução à Física
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O desenvolvimento do método científico
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Introdução à Física
ral que Descartes nos deu ainda é muito útil na abordagem de pro-
blemas intelectuais. Ele possibilita, ainda, uma notável clareza de
pensamento, o qual nos possibilita, inclusive, questionar nossa pró-
pria origem e visão de mundo.
ATIVIDADES
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O desenvolvimento do método científico
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Introdução à Física
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O desenvolvimento do método científico
RESUMO
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Introdução à Física
PRÓXIMA AULA
REFERÊNCIAS
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1
livro
O MÉTODO CIENTÍFICO
MODERNO
3
aula
META
Mostrar que o método científico é um ciclo
contínuo entre experimento e teoria.
OBJETIVOS
Ao final da aula, o aluno deverá:
reconhecer regras científicas para a
realização de experimentos;
definir como deve ser organizado um
conjunto de dados para a comprovação
de uma teoria;
reconhecer em um texto quando se trata
de um procedimento científico ou não; e
aplicar cotidianamente o método científico.
PRÉ-REQUISITOS
O aluno deverá ler algum texto, de seu
interesse, de um experimento realizado
que esteja em uma revista científica, tal
como Super Interessante, Nature ou
Science. Ter certeza de que a revista
tem crédito. O aluno poderá conseguir
algum texto na Internet, em sites como
o portal da Capes: www.capes.gov.br.
Após o aluno ter lido o texto, ele deverá
ver como é descrito o experimento, quais
são suas etapas. Fazer algumas Cientista moderno (Fonte: http://www.anbio.org.br).
anotações sobre o que ele considera
importante para um texto ser científico.
Ele terá que manter suas anotações
durante a leitura dessa aula, refletindo
sobre elas ou até mesmo reescrevendo-
as com o desenrolar do texto.
Introdução à Física
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O método científico moderno
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Introdução à Física
BLONDLOT E OS RAIOS N
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O método científico moderno
ATIVIDADES
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Introdução à Física
Tome nota: o método científico não é uma receita; ele requer inte-
ligência, imaginação e criatividade, mas é importante que os aspectos
e elementos apresentados acima estejam presentes.
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O método científico moderno
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Introdução à Física
CIÊNCIA X PSEUDOCIÊNCIA
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O método científico moderno
ATIVIDADES
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Introdução à Física
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O método científico moderno
3
aula
ALIENÍGENAS INTERESSADOS EM SE
COMUNICAR CONOSCO
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Introdução à Física
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O método científico moderno
MÚLTIPLAS HIPÓTESES E A
NAVALHA DE OCKHAM
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Introdução à Física
Mas Cuidado:
Quando se diz que a teoria mais simples é a correta não quer
dizer que a teoria mais fácil de se entender é a correta.
Além de a simplicidade ser um critério pessoal e subjetivo, a
natureza não tem vocação para a simplicidade. À medida que
nos aprofundamos nos assuntos de física quântica, por exemplo,
ocorre justamente o contrário. As explicações tornam-se cada
vez mais complexas.
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O método científico moderno
ATIVIDADES
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Introdução à Física
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O método científico moderno
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Introdução à Física
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O método científico moderno
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Introdução à Física
RESUMO
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O método científico moderno
PRÓXIMA AULA
REFERÊNCIAS
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1
livro
A CIÊNCIA DA ANTIGUIDADE 4
aula
META
Apresentar como relacionar e usar
a ciência como elemento de
interpretação e intervenção da
natureza
OBJETIVOS
Ao final da aula, o aluno deverá:
identificar teorias da antiguidade
que mostrem a) características da
construção do conhecimento
científico (epistemologia);
b) o significado desse
conhecimento em sua ligação com
a realidade dos fenômenos físicos
(cognição);
contextualizar as descobertas
científicas mais revolucionárias da
antiguidade;
definir evolução histórica da
transformação da visão dos
pensadores da antiguidade acerca
dos fenômenos físicos; e
identificar a genialidade de
alguns pensadores que deram Homens utilizando alavanca (Fonte: http://profviseu.com).
interpretações não óbvias, porém
muito realistas, dos fenômenos
físicos baseados apenas na
observação e na razão;
PRÉ-REQUISITOS
O aluno deverá tentar imaginar
como viveríamos sem o
conhecimento das grandes
descobertas realizadas pelos
cientistas.
Introdução à Física
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A ciência da antiguidade
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Introdução à Física
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A ciência da antiguidade
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Introdução à Física
A ESCRITA
Cuneiforme
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A ciência da antiguidade
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Introdução à Física
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A ciência da antiguidade
mais curto que o ano solar. Assim, a cada 4 anos, o primeiro dia do
ano egípcio se antecipava em um dia em relação à respectiva prima-
vera. Após 120 anos, essa defasagem já era de um mês. Somente
4
aula
após 1460 anos haveria a correspondência novamente, ciclo este
chamado de ano helíaco, pois era medido pela constelação helíaca. Foi
Ptolomeu o principal compilador da astrologia da Antigüidade para o
Ocidente, que em 238 a.C. sugeriu a inserção de um dia a cada 4
anos para compensar a defasagem (sabe aquele dia a mais no nosso
calendário correspondente ao ano bissexto? Pois é, ele mesmo!). No
entanto, este procedimento só foi adotado entre 26 e 33 a.C. Assim
adaptado, passou a ser denominado de Calendário Alexandrino. Além
da evidente importância na cronologia histórica, esse calendário con-
tém uma grande massa de dados astronômicos, registrando os ciclos
lunares, eclipses e outros eventos astronômicos que deram base à
astronomia subseqüente, chegando até Copérnico, cerca de 1500 anos
depois, para sustentar a teoria heliocêntrica do sistema solar.
O Calendário Chinês é um dos mais antigos registros cronológicos
que há na história dos povos. Nele cada ano recebe o nome de um
dos 12 animais: galo, cão, porco, rato, búfalo, tigre, gato, dragão, ser-
pente, cavalo, cobra e macaco. Esse calendário foi introduzido em
2.637 a.C., baseado nas fases da lua, com 12 meses. Cada mês podia
ter 29 ou 30 dias e o ano tinha 354 ou 355 dias.
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Introdução à Física
ATIVIDADES
Mês baseado nas mudan- O calendário Gregoriano, apesar de ser utilizado quase
ças lunares, mas em um universalmente na atualidade, apresenta algumas deficiências.
calendário lunissolar pro-
cura-se fazer concordar o Uma delas é a diferença na duração dos meses (28, 29, 30 ou
ano lunar com o solar. 31 dias) e o fato de que a semana, que é utilizada como unidade
de tempo de trabalho, não esteja integrada nos meses, de tal
forma que o número de dias trabalhados durante um mês pode
variar entre 24 e 27. Além disso, nos países cristãos, a data em
que se comemora a Páscoa é determinada por critério
lunissolar, que pode acarretar variação de dias e
conseqüentemente alterar atividades educacionais, comerciais,
de turismo etc. Outro inconveniente é o de não existir um ano
zero, o que obriga uma operação matemática estranha, para
calcular a diferença em anos de um fato ocorrido antes do
nascimento de Cristo, em comparação com outro, ocorrido na
era cristã. Existem várias propostas para solucionar essas
questões, nenhuma delas ainda adotada.
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A ciência da antiguidade
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Introdução à Física
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A ciência da antiguidade
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A ciência da antiguidade
A GRÉCIA ANTIGA
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Introdução à Física
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A ciência da antiguidade
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O Sol seria plano e largo como uma folha. A Terra também seria
plana e estaria boiando no ar, com o firmamento girando em torno
dela.
Um aspecto importante da escola Jônica é a idéia de que o
céu, de uma forma ou de outra, seria formado por uma matéria
semelhante à da Terra, ou seja, os fenômenos terrestres ou ce-
lestes obedeceriam essencialmente às mesmas leis.
Não há certeza se a teoria atômica foi concebida por Demócrito
de Abdera (460 - 370 a.C.) ou por seu mestre Leucipo (500 a.C.), e a
ligação estreita entre ambos dificulta a identificação do que foi pen-
sado por um ou por outro. Parece que as idéias atomistas iniciaram
com Leucipo, em meados do século V a.C., que supunha que a maté-
ria de todas as coisas seria constituída por partículas microscópicas
chamadas átomos que se movimentavam incessantemente no vácuo.
Os átomos seriam indivisíveis, rígidos e impenetráveis, sempre esti-
veram e sempre estariam animados de movimento. A constituição
atômica justificaria as diferenças de densidades dos corpos e as trans-
formações que se processam no mundo seriam conseqüências das
mudanças no tempo das distâncias entre os átomos. Existiriam tam-
bém, variações na forma e tamanho dos átomos, embora fossem to-
dos constituídos por uma mesma substância.
Demócrito de Abdera acreditava estarem os átomos em cons-
tante e violenta agitação, chocando-se constantemente uns com os
outros, e transmitindo o movimento nestes choques. Os átomos
maiores tenderiam a ficar em regiões mais baixas, constituindo a
terra, enquanto os menores e mais leves constituiriam o ar. Do pon-
to de vista da cosmologia, os atomistas acreditavam que o espaço
seria infinito, com um infinito número de mundos produzidos por
uma aglomeração de átomos que giram em vórtices ou redemoi-
nhos. Veja você que esta idéia tem certa semelhança com as galáxi-
as que hoje conhecemos. Não é fantástico?!
Para Epicuro (342 -271 a.C.) a representação vulgar do mundo,
com seus deuses, seria um obstáculo para serenidade. Segundo ele,
todas as doutrinas filosóficas, salvo o atomismo, participavam dessas
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