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CURSO DE GRADUAÇÃO EM
FÍSICA
EQUAÇÕES
DIFERENCIAIS LINEARES
3º semestre
Presidente da República Federativa do Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministério da Educação
Ministro do Estado da Educação Fernando Haddad
Secretária da Educação Superior Maria Paula Dallari Bucci
Secretário da Educação a Distância Carlos Eduardo Bielschowsky
Secretária de Educação Especial Claudia Pereira Dutra
Elaboração do Conteúdo
Professor pesquisador/conteudista Pedro Fusieger
Equipe Multidisciplinar de Pesquisa e
Desenvolvimento em Tecnologias da Informação
e Comunicação Aplicadas à Educação - ETIC
Coordenador da Equipe Multidisciplinar Carlos Gustavo Matins Hoelzel
Cleuza Maria Maximino Carvalho Alonso
Rosiclei Aparecida Cavichioli Laudermann
Silvia Helena Lovato do Nascimento
Volnei Antônio Matté
Ronaldo Glufke
André Krusser Dalmazzo
Edgardo Gustavo Fernández
• Objetivos do tópico
• Pré-requisitos
• Variáveis independentes e variáveis dependentes
• Ordem das derivadas
• Objetivo do curso
• O que é uma equação diferencial?
• Algumas equações diferenciais que aparecem na física
• Classificar as equações diferenciais
• Quanto ao número de variáveis independentes
• Quanto à ordem da derivada de maior ordem
• Linearidade
• Solução de uma equação diferencial
• Bibliografia
o b j e t i vo s do tó pico
Reconhecer e classificar uma equação diferencial. Verificar possí-
veis soluções.
p ré - re q u is ito s
No cálculo, aprendemos o que é a derivada de uma função. Apren-
demos também a derivar algumas funções. Veja a tabelinha:
y = x 2 + 3x + 3 y' = 2 x + 3
8
física
equações diferenciais lineares
dy
y'= = f '( x)
dx
é também uma função de x.
vari áve is in de pe n de n te s
e vari áve is de pe n de n te s
Ao escrevermos y = f (x ) estamos subentendendo que y é uma
função de x , x é uma variável independente e y é uma variável
dependente. Isto é, y depende de x . As letras x e y podem ser tro-
cadas para outras letras. Podemos escrever d = f (t ) e, nesse caso,
t é uma variável independente e d é uma variável dependente.
Uma função a uma única variável é uma função do tipo acima
com apenas uma variável independente.
Ao escrevermos z = f ( x, y ) , estamos subentendendo que z
é uma função de x, y . As variáveis x, y são variáveis independen-
tes e z é uma variável dependente. Isto é, f (x )
depende de x, y.
Uma função a duas variáveis é uma função do tipo acima com
duas variáveis independentes.
Uma função a várias variáveis é uma função com várias variá-
veis independentes.
o rd e m da s de r iva da s
Relembramos também que a derivada de primeira ordem de é
dy
= f '( x)
dx
dy
Em outras palavras, dx é a derivada da variável dependente y
em relação à variável independente x .
df '( x) d dy d 2 y
= = = f ''( x)
dx dx dx dx 2
9
física
equações diferenciais lineares
∂d ∂d ∂d
, e .
∂x ∂y ∂z
∂ 2d ∂ 2d ∂ 2d ∂ 2d
, , e .
∂y 2 ∂x∂y ∂y 2 ∂y∂x
e assim sucessivamente.
o b j e t i vo do cu r s o
No cálculo, para cada função y = f (x) , nosso problema era en-
dy
contrar a derivada = f '( x) .
dx
Neste curso, o nosso problema não é encontrar derivadas. Nosso
problema é resolver equações que envolvem derivadas.
10
física
equações diferenciais lineares
1. y '− y = 0
∂ 2d ∂ 2d
4. + = x+ y
∂y 2 ∂x 2
∂ 2 d ∂ 2 d ∂d
5. + =
∂y 2 ∂x 2 ∂x
∂ 2 d ∂ 2 w ∂u
7. + =
∂y 2 ∂x∂y ∂x
Nos exemplos (1), (2), (3) e (6), temos equações diferenciais que
envolvem uma única variável independente.
No exemplo 6, temos mais de uma variável dependente y , v, w
e uma única variável dependente que não aparece na equação.
Nos exemplos (4) e (5), temos uma única variável dependente
d e duas variáveis independentes x e y .
No exemplo (7), temos uma equação diferencial com três variá-
veis dependentes d , w, u e duas variáveis independentes x e y .
a lg u m a s equações diferenciais
q u e a pa r e ce m n a fís ica
d 2s
Corpo em queda livre = −g
dt 2
d 2x
Sistema Massa-Mola m = − kx
dt 2
d 2q g
Pêndulo simples + senq = 0
dt 2 l
11
física
equações diferenciais lineares
d dy
Corda Giratória [T ( x) ] + pw 2 y = 0
dx dx
d 2q dq 1
Circuitos em série 2
+ R + q = E (t )
dt dt C
dT
Lei de Esfriamento de Newton = k (T − Tm )
dt
d2y w dy
Cabo Suspenso 2
= 1 + ( )2
dx T1 dx
exemplos:
12
física
equações diferenciais lineares
∂ 2d ∂ 2d
4. + = x + y é uma equação diferencial parcial.
∂y 2 ∂x 2
∂ 2 d ∂ 2 d ∂d
5. + = é uma equação diferencial parcial.
∂y 2 ∂x 2 ∂x
6. y ' ' '−v '' = w' ' '+v'+ w' é uma equação diferencial ordinária.
∂ 2 d ∂ 2 w ∂u
7. + = é uma equação diferencial parcial.
∂y 2 ∂x∂y ∂x
e xe m p lo s :
∂ 2d ∂ 2d
4. + = x + y equação diferencial de segunda ordem.
∂y 2 ∂x 2
∂ 2 d ∂ 2 d ∂d
5. + = equação diferencial de segunda ordem
∂y 2 ∂x 2 ∂x
6. y ' ' '−v '' = w' ' '+v'+ w' equação diferencial de terceira ordem.
∂ 2 d ∂ 2 w ∂u
+ =
7. ∂y 2 ∂x∂y ∂x equação diferencial de segunda ordem.
l i n e a r i dade
A derivada pode ser vista como um operador Dy = y ' . Como a deri-
vada da soma é a soma das derivadas ( y + z ) ' = y '+ z "e (cy ) ' = cy ' ,
13
física
equações diferenciais lineares
O operador
dny d n −1 y d2y dy
F ( y ) = an ( x) n
+ an −1 ( x ) n −1
+ ... + a2 ( x ) 2
+ a1 ( x) + a0 ( x) y
dx dx dx dx
= an ( x) D + an −1 ( x) D + ... + a2 ( x) D + a1 ( x) D + a0 ( x) y
n n −1 2
é linear em y .
As funções a n ( x), a n −1 ( x), ,.., a 2 ( x), a1 ( x), a 0 ( x) são chamadas
de coeficientes das derivadas.
exemplos:
1. y '− y = 0 é linear pois tanto y como y ' aparecem sem potên-
cias.
3
2. y '''− (cos t ) y '+ ty = sent não é linear pois y aparece elevado
ao cubo.
2
3. y ''''− 3 x ( y ') + xy = 2 x + 1 não é linear pois y ' aparece eleva-
do ao quadrado.
∂ 2d ∂ 2d
4. ∂y 2 + ∂x 2 = x + y é linear pois as derivadas parciais apare-
cem sem potências.
5. y ' y + y ' ' ' = 0 não é linear pois aparece o produto y' y e neste
caso o coeficiente de y é uma função de y ' .
2 3
6. x y '+ y = x é linear pois y como y ' aparecem sem potências
e o coeficiente de y ' é uma função apenas de x .
14
física
equações diferenciais lineares
onde F é uma função linear em relação às entradas y, y ' , y ' ' ,..., y n .
∂z ∂z ∂ 2 z ∂ 2 z ∂ 2 z ∂ 2 z ∂ n z
F ( z, , , , , , ..., ) = g ( x, y ) ,
∂x ∂y ∂x 2 ∂x∂y ∂y∂x ∂y 2 ∂y n
∂z ∂z ∂ 2 z ∂ 2 z ∂ 2 z ∂ 2 z ∂ n z
z, , , , , , ...,
∂x ∂y ∂x 2 ∂x∂y ∂y∂x ∂y 2 ∂y n
s o lu ç ão de u m a e q uação diferencial
Voltamos aos exemplos:
ou ainda
exemplo 4: qual é a função y = f (x) que satisfaz
F ( y, y ' , y ' ' ,..., y n ) = g ( x)
15
física
equações diferenciais lineares
∂z ∂z ∂ 2 z ∂ 2 z ∂ 2 z ∂ 2 z ∂ n z
F ( z, , , , , , ..., ) = g ( x, y )
∂x ∂y ∂x 2 ∂x∂y ∂y∂x ∂y 2 ∂y n
b i b l i o g ra fia
16
física
equações diferenciais lineares
• Objetivos do tópico
• Introdução
• Problema de valor inicial
• Existência e unicidade de soluções para o problema de valor inicial
• O teorema de existência e unicidade
• A importância do teorema
• Bibliografia
• Objetivos do tópico
o b j e t i vo s
Resolver problemas de valor inicial, conhecendo as soluções da
equação. Entender o que são soluções do problema de valor ini-
cial. Entender o significado da Existência e da Unicidade.
i n t ro d u ção
Estamos interessados em resolver Equações Diferenciais de pri-
meira ordem que podem ser escritas na forma
dy
= f ( x, y )
dx
exemplos:
dy
1. = x2 + y 2
dx
dy
2. = x2 + 1
dx
dy
3. = sen( x 2 + y 2 )
dx
p ro b l e ma de va lo r in icia l
Observe a equação diferencial
y' = 2 x + 3
Sabemos que
y = x 2 + 3x + 3
y = x 2 + 3 x + 3 +C
17
física
equações diferenciais lineares
y' = e x y = e x +c
1
y' = y = ln x +c
x
y ' = nx n −1 y = x n +c
y ' = sec 2 x y = tgx +c
−1
y' = y = arcsenx +c
1− x2
1
y' = y = arccos x +c
1− x2
f ' ( x)
y' = y = ln( f ( x) +c
f ( x)
y ' = 2x + 3
y (0) = 60
y (0) = 60
y (0) = 02 + 3 ⋅ 0 + 3 + C = 60
C = 60 − 3 = 57
e, portanto,
y = x 2 + 3 x + 3 + 57 = x 2 + 3 x + 60
y ' = 2x + 3
é solução do problema
y (0) = 60
18
física
equações diferenciais lineares
exemplos:
dy
= x2 + 1
dx
y (0) = 3
x3
Solução: y = ∫ ( x + 1)dx =
2
+ x+C
3
03
y (0) = +0+C =3
3
x3
portanto, y= + x + 3 é uma solução procurada.
3
2. Resolva o problema de valor inicial
dy
= x 4 + 2 x 2 + 3x
dx
y (1) = 20
Solução:
x5 2 x3 3x 2
y = ∫ ( x 4 + 2 x 2 + 3 x)dx =
+ + +C
5 3 2
15 2 ⋅13 3 ⋅12 1 2 3 6 + 20 + 45 71
y (1) = + + +C = + + +C = +C = +C
5 3 2 5 3 2 30 30
71 600 − 71 529
donde C = 20 − = = e uma solução procurada é
30 30 30
x5 2 x3 3 x 2 529
y= + + +
5 3 2 30
3. Resolva o problema de valor inicial
dy
= cos x
dx
π) = 0
y (p
19
física
equações diferenciais lineares
y ' = f ( x, y )
y ( x0 ) = y 0
nós nos perguntamos:
∂f x
Se f ( x, y ) = x y , então = não está definida em
∂y 2 y
(0,0) e muito menos contínua neste ponto. Podemos ver que o
problema de valor inicial
y' = x y
y (0) = 0
x4
possui as soluções y = 0 e y =
16 . Neste caso, não temos unici-
dade para o problema de valor inicial.
20
física
equações diferenciais lineares
y' = x y
y (0) = 1
1
o teorema garante a unicidade da solução y = ( x 2 + 1) 2 para
este problema.
4
a i m p o r tâ n cia do te o r e m a
1. No exemplo (1) acima temos
dy
= x2 + 1
dx
y (0) = 3
∂f ∂f
donde f ( x, y ) = x 2 + 1 , = 0 . Portanto f e são contínuas
∂y ∂y
em todos os pontos do plano. O teorema nos diz que a solução
encontrada é única.
dy
= x 4 + 2 x 2 + 3x
dx
y (1) = 20
Temos f ( x, y ) = x 4 + 2 x 2 + 3 x que também não depende de y
∂f ∂f
e donde = 0 . Portanto f e são contínuas em todos os
∂y ∂y
pontos do plano. O teorema nos diz que a solução encontrada tam-
bém é única.
b i b l i o g ra fia
Dennis G. Zill, Michael R. Cullen. Equações Diferenciais, volume I.
Tradução Antonio Zumpano, São Paulo, Makron Books, 2001.
21
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Introdução
• Variáveis separáveis
• Dedução da técnica
• Pré-requisitos da técnica
• Exemplos
• Bibliografia
o b j e t i vo
Resolver equações diferenciais de primeira ordem pelo método
chamado de variáveis separáveis.
i n t ro d u ção
Neste tópico começaremos a apresentar as técnicas de resolução
de equações diferenciais.
va r i áv eis separáveis
Começaremos com a técnica mais simples chamada variáveis se-
paráveis. Esta técnica se aplica a grupo de equações diferenciais
ordinárias de primeira ordem que podem ser reescritas na forma
dy
g ( y) = h( x )
dx
ou na forma diferencial g ( y )dy = h( x)dx
y = ∫ h( x)dx .
Quando integramos, não podemos esquecer a constante de inte-
gração. Relembramos que resolver um problema de valor inicial é
determinar um valor para esta constante.
22
física
equações diferenciais lineares
dy 1 dy 1
= xy =x dy = xdx
dx y dx y
dy 1 dy 1
=y =1 dy = dx
dx y dx y
dy 1 dy 1
= ( x 2 + 1) cos y = x2 + 1 dy = ( x 2 + 1)dx
dx cos y dx cos y
dy x 3 x2 +5 y3 y dy 2 y 2
= e = xe3 x dy = xe3 x dx
dx y e dx
5 y2
e 5 y2
dy 1 dy 1
= 1 + x2 + y 2 + x2 y 2 2
= 1 + x2 dy = (1 + x 2 )dx
dx 1 + y dx 1+ y 2
d e d u ç ão da té cn ica
dy
Note que, se y = f (x) então dx = f '( x)
A equação diferencial
dy
g ( y) = h( x )
dx
∫ g ( y)dy = ∫ h( x)dx
Portanto, podemos integrar em relação a y o lado da igualdade
que depende de y e integramos em relação a x o lado da igualda-
de que depende de x .
23
física
equações diferenciais lineares
Observe a tabela:
1
∫ y dy = ∫ xdx
1
∫ y dy = ∫ dx
1
∫ cos y dy = ∫ ( x
2
+ 1)dx
y
∫e dy = ∫ xe3 x dx
2
5 y2
1
∫ 1+ y 2
dy = ∫ (1 + x 2 )dx
p ré - re q u is ito s da té cn ica
Como podem ver, resolver equações com o método variáveis sepa-
ráveis consiste em resolver integrais. Uma boa revisão nas técni-
cas de integração pode facilitar a resolução de equações com este
método. Uma tabela de integrais também pode ser utilizada para a
resolução dos exercícios.
Exemplos:
dy
exemplo1: resolva = xy .
dx
Solução: como vimos, na tabela acima, é uma equação separável,
pois pode ser reescrita na forma
1
dy = xdx
y
portanto,
1
∫ y dy = ∫ xdx .
Logo, resolvendo as integrais de ambos os lados, obtemos
1 2
ln | y |= x +C .
2
24
física
equações diferenciais lineares
C
Mas, como C é uma constante e também é constante. Podemos
C
juntar as duas soluções numa só, pondo, C1 = ± e . Obtemos as-
sim a solução geral
1
x2
y = C1e 2 .
1 1
dy = dx
y 1+ x
1 1
Portanto, ∫ y dy = ∫ 1 + x dx .
Logo, resolvendo as integrais de ambos os lados, obtemos
ln | y |= ln |1 + x | +C
y
| |= e C .
1+ x
Usando a propriedade do módulo ( | y |= y se y ≥ 0 e | y |= − y se
y ≤ 0 ),
y y
temos = e C ou = −e C .
1+ x 1+ x
25
física
equações diferenciais lineares
C
Mas, como C é uma constante e também é constante. Podemos
C
juntar as duas soluções numa só, pondo, C1 = ± e . Obtemos as-
sim a solução geral
y = C1 (1 + x) .
b i b l i o g ra fia
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física
equações diferenciais lineares
• Objetivos
• Equações homogêneas
• Exemplos de equações diferenciais homogêneas de primeira ordem
• Método de solução
• Dedução da técnica
• Exemplos
• Bibliografia
o b j e t i vo s
Identificar e resolver equações diferenciais homogêneas.
e q uaçõ es homogêneas
Dada uma equação diferencial de primeira ordem reescrita na forma
M ( x, y )dx + N ( x, y )dy = 0
Dizemos que esta equação é homogênea se para algum n,
M (tx, ty ) = t n M ( x, y ) e N (tx, ty ) = t n N ( x, y ) .
y
Observe também que M ( x, y ) = x n M (1, ) e
x
y
N ( x, y ) = x n N (1, ) .
x
Exemplos de equações diferenciais homogêneas de primeira ordem:
2 2 2
1. ( x + y ) dx + ( x − 2 xy )dy = 0 . É uma equação diferencial ho-
mogênea, pois
M ( x, y ) = x 2 + y 2
N ( x, y ) = x 2 − 2 xy ,
portanto,
M (tx, ty ) = (tx) 2 + (ty ) 2 = t 2 ( x 2 + y 2 ) = t 2 M ( x, y )
Logo, para n = 2 ,
M (tx, ty ) = t 2 M ( x, y )
N (tx, ty ) = t 2 N ( x, y )
27
física
equações diferenciais lineares
2. 2 xydx − xdy = 0
3. 2 x 3 ydx + ( x 4 + y 4 )dy = 0
y
4. ( y + xe x )dx + xdy = 0
dy y − x
= ( y − x)dx + ( y + x)dy = 0
dx y + x
dy y x
= + ( y 2 + x 2 )dx + ( yx)dy = 0
dx x y
dy x + 3 y
= ( y + 3 x)dx + (3 y + x)dy = 0
dx 3 x + y
m é to d o de s o lu ção
A técnica consiste em transformar a equação diferencial homogê-
nea numa equação variável separável.
exemplo 1: transforme
( x 2 + y 2 )dx + ( x 2 − 2 xy )dy = 0
Substituindo y = ux , obtemos
( x 2 + (ux) 2 )dx + ( x 2 − 2 x(ux)) [dy ] = 0
Resolvendo ( x
2
+ u 2 x 2 )dx + ( x 2 − 2 x 2u )) [dy ] = 0
28
física
equações diferenciais lineares
1 1 − 2u
dx = − du .
x 1+ u − u2
M ( x, y ) = x 2 + y 2
N ( x, y ) = xy
Portanto,
e N (tx, ty ) = (tx)(ty ) = t 2 ( xy ) = t 2 N ( x, y )
Logo, para n = 2 ,
M (tx, ty ) = t 2 M ( x, y )
N (tx, ty ) = t 2 N ( x, y )
29
física
equações diferenciais lineares
1 1
logo, ∫ x dx = − ∫ 2u 2
+1
du .
Portanto,
1 1 2
ln | x |= − ∫ 2
du = − ∫ du = − arctg ( 2u ) + C
2u + 1 2
( 2u ) + 1 2
− 2 (ln | x | −C ) = arctg ( 2u )
donde
2
u= tan(− 2 (ln | x | −C )
2
Portanto,
2
y=
2
(
x tan − 2 (ln | x | −C ) . )
d e d u ç ão da té cn ica
M ( x, y )dx + N ( x, y )dy = 0
y y
x n M (1, )dx + x n N (1, )dy = 0
x x
y y
M (1, )dx + N (1, )dy = 0
x x
y
Fazendo u= temos y = ux
x
Pela regra do produto para derivada, obtemos
dy = udx + xdu .
y y
Substituindo na equação M (1, )dx + N (1, )dy = 0 , obtemos
x x
M (1, u )dx + N (1, u ) (udx + xdu ) = 0 .
30
física
equações diferenciais lineares
Exemplos:
1. ( x 2 + y 2 )dx + ( x 2 − 2 xy )dy = 0 .
M ( x, y ) = x 2 + y 2
M (1, u ) = 1 + u 2
N ( x, y ) = x 2 − 2 xy
N (1, u ) = 1 − 2u
Portanto,
dx N (1, u )
+ du = 0
x (M (1, u ) + uN (1, u ) )
dx 1 − 2u
+ du = 0
x (1 + u + u (1 − 2u ) )
2
2. 2 xydx − xdy = 0
M ( x, y ) = 2 xy
M (1, u ) = 2 u
N ( x, y ) = − x
N (1, u ) = −1
dx N (1, u )
+ du = 0
x (M (1, u ) + uN (1, u ) )
dx −1
+ du = 0
x (
2 u −u )
31
física
equações diferenciais lineares
3. 2 x 3 ydx + ( x 4 + y 4 )dy = 0
M ( x, y ) = 2 x 3 y
M (1, u ) = 2u
N ( x, y ) = x 4 + y 4
N (1, u ) = 1 + u 4
dx N (1, u )
+ du = 0
x (M (1, u ) + uN (1, u ) )
dx 1+ u4
+ du = 0
x (2u + u (1 + u 4 ) )
y
4. ( y + xe x )dx + xdy = 0
y
M ( x, y ) = y + xe x
M (1, u ) = u + eu
N ( x, y ) = x
N (1, u ) = 1
dx N (1, u )
+ du = 0
x (M (1, u ) + uN (1, u ) )
dx 1
+ du = 0
x (u + eu + u )
b i b l i o g ra fia
32
física
equações diferenciais lineares
• Objetivos
• Exemplos de equações diferenciais exatas
• Método de solução
• O que fazer para resolver uma equação diferencial exata
• Exemplos
• Bibliografia
o b j e t i vo s
Identificar e resolver equações exatas.
e q uaçõ es e x ata s
Dada uma equação diferencial de primeira ordem reescrita na forma
M ( x, y )dx + N ( x, y )dy = 0
∂M ∂N
= .
∂y ∂x
∂M
portanto, = 2x
∂y
∂N
é igual a = 2x
∂x
( 2y
)
2. e − y cos( xy ) dx + 2 xe ( 2y
− x cos( xy ) + 2 y )dy = 0 é uma
equação diferencial exata, pois
M ( x, y ) = (e 2 y − y cos( xy ) )
N ( x, y ) = (2 xe 2 y − x cos( xy ) + 2 y )
∂M
portanto, = 2e 2 y − cos( xy ) + yxsen( xy )
∂y
∂N
é igual a = 2e 2 y − cos( xy ) + xysen( xy )
∂x
33
física
equações diferenciais lineares
m é to d o de s o lu ção
O método leva em consideração o seguinte: se f ( x, y ) = C1 , então
∂f ∂f
0 = df ( x, y ) = dx + dy = M ( x, y )dx + N ( x, y )dy
∂x ∂y
∂f
= M ( x, y )
∂x
donde
∂f
= N ( x, y )
∂y
∂M ∂N
=
A igualdade ∂y ∂x vem do fato que as derivadas parciais de
segunda ordem comutam, isto é, ∂ 2 f ∂2 f
=
∂y∂x ∂x∂y
∂M ∂N
= .
∂y ∂x
Depois suponha que
∂f
=M
∂x
Podemos encontrar f , integrando M em relação a x .
f ( x, y ) = ∫ M ( x, y )dx + C ( y )
∂ ∂
f ( x, y ) = ∫ M ( x, y )dx + C '( y ) = N ( x, y )
∂y ∂y
34
física
equações diferenciais lineares
Finalmente, integramos
∂
∂y ∫
C '( y ) = N ( x, y ) − M ( x, y )dx
em relação a y.
∂f
=N
∂y .
Exemplos:
N ( x, y ) = x 2 − 1 .
Portanto,
∂M
= 2x
∂y
é igual a
∂N
= 2x
∂x
f ( x, y ) = ∫ M ( x, y )dx + C ( y )
f ( x, y ) = ∫ 2 xydx + C ( y )
f ( x, y ) = 2 y ∫ xdx + C ( y )
f ( x, y ) = yx 2 + C ( y )
Derivando
f ( x, y ) = yx 2 + C ( y )
∂
em relação a y , obtemos f ( x, y ) = x 2 + C ' ( y ) .
∂y
35
física
equações diferenciais lineares
∂
Igualando f ( x, y ) a N ( x, y ) , obtemos
∂y
x 2 + C ' ( y ) = N ( x, y )
x 2 + C ' ( y) = x 2 − 1
C ' ( y ) = −1
C ( y) = − y
Portanto yx 2 − y = C1 .
C1
Donde y = 2
é a solução geral da equação.
x −1
Nem sempre é possível isolar y.
(
2. cos xsenx − xy
2
)dx + y(1 − x )dy = 0 . É uma equação dife-
2
M ( x, y ) = cos xsenx − xy 2
N ( x, y ) = y (1 − x 2 )
Portanto,
∂M
= −2 xy
∂y
é igual a
∂N
= −2 xy
∂x
f ( x, y ) = ∫ N ( x, y )dy + C ( x)
f ( x, y ) = ∫ y (1 − x 2 )dy + C ( x)
1
f ( x, y ) = (1 − x 2 ) y 2 + C ( x)
2
Derivando
1
f ( x, y ) = (1 − x 2 ) y 2 + C ( x)
2
em relação a x , obtemos
∂
f ( x, y ) = − xy 2 + C '( x) .
∂x
36
física
equações diferenciais lineares
∂
Igualando f ( x, y ) a M ( x, y ) , obtemos
∂x
− xy 2 + C '( y ) = M ( x, y )
− xy 2 + C '( x) = cos xsenx − xy 2 .
Portanto
1
f ( x, y ) = (1 − x 2 ) y 2 − cos 2 x = C1
2
1
donde 2
(1 − x 2 ) y 2 − cos 2 x = C1 é a solução geral da equação
dada implicitamente.
b i b l i o g ra fia
37
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Equações lineares de primeira ordem
• Exemplos de equações diferenciais lineares
• Método de solução (chamado de fator integrante)
• Exemplos
• Bibliografia
o b j e t i vo
Resolver equações diferenciais lineares de primeira ordem.
dy
a1 ( x) + a2 ( x) y = g ( x)
dx
é chamada de equação diferencial linear (de primeira ordem).
dy
+ P( x) y = f ( x) .
dx
Na forma diferencial
dy + ( P( x) y − f ( x))dx = 0 .
dy 4
1. x − y = x6e x
dx x
dy
2. − 3y = 0
dx
dy
3. ( x 2 + 9) + xy = 0
dx
dy
4. x + y = 2x
dx
38
física
equações diferenciais lineares
m é to d o de s o lu ção
(c h am a do de fato r in te g r a nte)
M ( x, y ) = m( x)( P ( x) y − f ( x)) .
Note as posições de dx e dy .
∂M ∂N
=
∂y ∂x
onde
∂N
= m' ( x)
e
∂x
∂M
= m( x) P( x)
∂y
m' ( x) = m( x) P( x)
1 dm
5. Podemos resolver a equação separável = P( x) .
m dx
Obtemos
ln | m|= ∫ P ( x)dx
donde
m( x) = e ∫ P ( x )dx
39
física
equações diferenciais lineares
∂f
7. Igualando = N , integramos em relação a y , obtemos
∂y
f ( x, y ) = ye ∫ P ( x )dx + C ( x)
∂
f ( x, y ) = ye ∫ P ( x )dx P( x) + C '( x)
∂x
∂f
9. Usando a igualdade = M , obtemos
∂x
ye ∫ P ( x )dx P ( x) + C '( x) = e ∫ P ( x )dx ( P ( x) y − f ( x))
C '( x) = −e ∫ P ( x )dx f ( x)
C ( x) = − ∫ e ∫ P ( x )dx f ( x)dx
f ( x, y ) = ye ∫ P ( x )dx − ∫ e ∫
P ( x ) dx
f ( x)dx .
ye ∫ P ( x )dx − ∫ e ∫
P ( x ) dx
f ( x)dx = C1
e xe m p lo s :
1. Resolva
dy
x − 4 y = x6e x
dx .
dy
Solução: reescrevendo x − 4 y = x 6 e x na forma
dx
dy 4
− y = x5e x
dx x
40
física
equações diferenciais lineares
4 5 x
obtemos P( x) = − e f ( x) = x e .
x
Substituindo na equação
obtemos
4 4 4
∫ dx ∫ dx − ∫ dx
y = C1e x
+e x
∫e x
x5e x dx .
Logo,
y = C1 x 4 + x 4 ∫ x −4 x5e x dx
isto é
y = C1 x 4 + x 4 ∫ xe x dx .
y = C1 x 4 + x 4 ( xe x − e x ) = C1 x 4 + x 5e x − x 4 e x .
2. Resolva
dy
− 3y = 0 .
dx
3. Resolva
dy
( x 2 + 9) + xy = 0
dx
41
física
equações diferenciais lineares
dy x
+ 2 y=0
dx ( x + 9)
x
temos P( x) = 2
, f ( x) = 0 .
x +9
Substituindo na equação
x 1 1
−∫ dx − ln( x 2 + 9) ln
x2 +9 1
y = C1e x2 +9
= C1e 2
= C1e = C1
x2 + 9
que é a solução geral procurada.
4. Resolva
dy
x + y = 2x
dx .
dy
Solução: reescrevendo x + y = 2 x na forma
dx
dy y
+ = 2,
dx x
1
obtemos P( x) = , f ( x) = 2 . Substituindo na equação
x
obtemos
1 1 1
− ∫ dx − ∫ dx ∫ dx
y = C1e x
+e x
∫e x
2dx
42
física
equações diferenciais lineares
donde
y = C1e − ln x + e − ln x ∫ eln x 2dx
1 1
x x∫
y = C1 + 2 xdx
1
y = C1 + 2 x
x
b i b l i o g ra fia
43
física
equações diferenciais lineares
• Objetivos
• Equações de Bernoulli
• Exemplos de equações de Bernoulli
• Método de solução
• Exemplos
• Bibliografia
o b j e t i vo s
Identificar e resolver equações de Bernoulli.
e q uaçõ es de be r n o u l l i
Uma equação diferencial de primeira ordem reescrita na forma
dy
+ P( x) y = f ( x) y n ,
dx
onde n é um número natural, é chamada de equação diferencial
de Bernoulli.
e xe m p lo s de e q uaçõ e s de bernoulli:
dy 1
1. + y = xy 2
dx x
dy
2. − y = ex y2
dx
dy
3. x2 + y 2 = xy
dx
dy
4. 3(1 + x 2 ) = 2 xy ( y 3 − 1)
dx
m é to d o de s o lu ção
dy
y−n + y1− n P ( x) = f ( x) .
dx
2. Igualamos w = y 1− n
44
física
equações diferenciais lineares
dw dy
= (1 − n) y − n
dx dx
dy
4. Isolando y−n , obtemos
dx
1 dw dy
= y−n
1 − n dx dx
dy
5. Substituímos na equação y−n + y1− n P ( x) = f ( x) e obtemos
a equação linear
dx
dw
+ (1 − n) P( x) w = (1 − n) f ( x)
dx
e xe m p lo s :
1. Resolva
dy 1
+ y = xy 2 .
dx x
1
Solução: P( x) = , f ( x) = x e n = 2 . Substituindo na equação
x
w = C1e − (1− n ) ∫ P ( x )dx + e − (1− n ) ∫ P ( x )dx ∫ e ∫
(1− n ) P ( x ) dx
(1 − n) f ( x)dx ,
obtemos
1 1 1
− (1− 2) ∫ dx − (1− 2) ∫ dx (1− 2) ∫ dx
w = C1e x
+e x
∫e x
(1 − 2) xdx
obtemos
w = C1 x − x ∫ x −1 xdx
w = C1 x − x 2
.
45
física
equações diferenciais lineares
1
Logo, como w = y −1 temos y =
C1 x − x 2
2. Resolva
dy
− y = ex y2
dx
obtemos
w = C1e − x − e − x ∫ e x e x dx
w = C1e − x − e − x ∫ e 2 x dx
1
w = C1e − x − e − x e 2 x
2
1
w = C1e − x − e x
2
1
Logo, como w = y −1 temos y =
1
C1e − x − e x
2
que é a solução geral procurada.
b i b l i o g ra fia
46
física
equações diferenciais lineares
• Objetivos
• Equações de Ricatti
• Exemplos de equações de Ricatti
• Método de solução
• Exemplos
• Bibliografia
o b j e t i vo s
Identificar e resolver Equações de Ricatti.
e q uaçõ es de r icatti
Uma equação diferencial de primeira ordem reescrita na forma
dy
= P( x) + Q( x) y + R( x) y 2
dx
é chamada de equação diferencial de Ricatti.
e xe m p lo s de e q uaçõ e s de r icatti:
dy
1. = 2 − 2 xy + y 2
dx
dy
2. = 6 + 5 y + y2
dx
dy
3. = 9 + 6 y + y2
dx
dy
4. = 1 − x − y + xy 2
dx
m é to d o de s o lu ção
Para resolver a equação de Ricatti, precisamos primeiro encontrar
uma solução particular.
dy
2. Para a equação = 6 + 5 y + y 2 , y1 = −3 é uma solução par-
ticular.
dx
47
física
equações diferenciais lineares
dy
3. = 9 + 6 y + y 2 , y1 = −3 é uma solução particular.
dx
dy
4. = 1 − x − y + xy 2 , y1 = 1 é uma solução particular.
dx
dy dy1 du
= + .
dx dx dx
dy
3. Substituímos na equação = P( x) + Q( x) y + R( x) y 2 , obtendo
dx
dy1 du
+ = P ( x) + Q( x)( y1 + u ) + R ( x)( y1 + u ) 2
dx dx
dy1 du
+ = P ( x) + Q( x)( y1 + u ) + R ( x)( y12 + 2 y1u + u 2 )
dx dx
dy1 du
+ = P ( x) + Q( x) y1 + Q( x)u + R( x) y12 + 2 R( x) y1u + R( x)u 2
dx dx
dy1
= P ( x) + Q( x) y1 + R( x) y12
dx .
Portanto,
du
= Q( x)u + 2 R ( x) y1u + R( x)u 2
dx
du
− (Q( x) + 2 R ( x) y1 )u = R ( x)u 2 .
dx
P ( x) = −(Q( x) + 2 R( x) y1 ), f ( x) = R( x) .
4. Igualamos w = u −1
48
física
equações diferenciais lineares
dw du
= −u −2
dx dx
du
6. Isolando u −2 , obtemos
dx
dw du
− = u −2
dx dx
7. Substitundo na equação
du
u −2 − (Q( x) + 2 R ( x) y1 )u −1 = R ( x) ,
dx
dw
+ (Q( x) + 2 R ( x) y1 ) w = − R ( x)
dx
9. Fazemos w = u −1
e xe m p lo s :
1. Resolva
dy
= 2 − 2 xy + y 2 .
dx
dy
Solução: Para a equação = 2 − 2 xy + y 2 , y1 = 2 x é uma solu-
ção particular (verificar).
dx
Q( x) = −2 x
R( x) = 1
49
física
equações diferenciais lineares
w = C1e − ∫ (−2 x + 2(2 x ) )dx − e − ∫ (−2 x + 2(2 x ) )dx ∫ e ∫ (−2 x + 2(2 x ) )dx dx
∫e
2 2
x2
w = C1e − x − e − x dx
2. Resolva
dy
= 6 + 5 y + y2
dx
dy
Solução: para a equação = 6 + 5 y + y 2 , y1 = −3 é uma solu-
ção particular.
dx
Q( x) = 5
R( x) = 1
w = C1e − ∫ (Q ( x ) + 2 R ( x ) y1 )dx − e − ∫ (Q ( x ) + 2 R ( x ) y1 )dx ∫ e ∫ (Q ( x ) + 2 R ( x ) y1 )dx R( x)dx
w = C1e ∫ − e ∫ ∫ e ∫ dx
− −1dx − −1dx −1dx
w = C1e x − e x ∫ e − x dx
w = C1e x + 1
A solução geral é
1
y = −3 + −x
C1e + 1
b i b l i o g ra fia
50
física
equações diferenciais lineares
• Objetivos
• Equações de Clairaut
• Exemplos de equações de Clairaut
• Método de solução
• Bibliografia
o b j e t i vo s
Identificar e resolver Equações de Clairaut.
e q uaçõ es de cl a ir au t
Uma equação diferencial de primeira ordem reescrita na forma
y = xy '+ f ( y ')
e xe m p lo s de e q uaçõ e s de clairaut:
1
1. y = xy '+ ( y ') 2
2
2. y = xy '+ 1 − ln( y ')
3. y = xy '+ ( y ') −2
4. y = xy '− e y '
m é to d o de s o lu ção
Vemos que y = cx + f (c ) são soluções de y = xy '+ f ( y ') , o que
é facilmente verificado, pois y ' = c .
e xe m p lo s :
1. Resolva
1
y = xy '+ ( y ') 2
2
x = − f '(t ), y = f (t ) − tf '(t )
1
Solução: f (t ) = t 2 , f '(t ) = t
2
51
física
equações diferenciais lineares
1
y = cx + c 2 ou x = − f '(t ), y = f (t ) − tf '(t )
2
1 1
x = −t , y = t2 − t2 = − t2
2 2
1
donde y = − x2
2
Solução:
1
f (t ) = 1 − ln t , f '(t ) = −
t
y = cx + 1 − ln c ou
1
x= , y = 2 − ln t
t
1
donde y = 2 − ln = 2 + ln x
x
b i b l i o g ra fia
52
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Método de Picard
• Objetivo do método
• Ideia da “prova” do método
• Aplicação do método
• Bibliografia
o b j e t i vo
Obter soluções aproximadas para problemas de valor inicial usan-
do o método de Picard.
m é to d o de pica r d
Dado o problema de valor inicial
y ' = f ( x, y )
y ( x0 ) = y0
y 0 ( x) = y 0
o b j e t i vo do m é to do
Obter soluções aproximadas para problemas de valor inicial para as
quais não conhecemos nenhuma técnica de solução. Os métodos,
semelhantes a este, são conhecidos como métodos numéricos.
i d e i a da “pr ova” do m é to do
A prova do método nós não vamos ver aqui. A prova (só para cons-
tar aqui) parte do seguinte:
y ' = f ( x, y )
y ( x0 ) = y 0
x
L(f ) = y0 + ∫ f (t , f (t ))dt
x0
53
física
equações diferenciais lineares
e que a sequência
y 0 , y1 = L( y0 ), y2 = L2 ( y0 ), y3 = L3 ( y0 ),....
ap l i c aç ão do m é to do
Queremos resolver o problema de valor inicial
y ' = f ( x, y )
y ( x0 ) = y0
Sabendo y1 ( x) , obtemos
x
y2 ( x) = y0 + ∫ f (t , y1 (t ))dt
x0
e, também,
x
y3 ( x) = y0 + ∫ f (t , y2 (t ))dt .
x0
x
yn ( x) = y0 + ∫ f (t , yn −1 (t ))dt
x0
y' = y − x
y (0) = 2
Solução:
y 0 ( x) = 1
1
x
1
y ( x) = 2 + ∫ (1 − t )dt = 2 + (t − t 2 )
x
1 = 2 + x − x2
2
2
2
2
1
x
1 1 1
y2 ( x) = 2 + ∫ (2 + t − t 2 − t )dt = 2 + (2t − t 3 ) = 2 + 2 x − x 3 − 4 + 23
x
2 3 3
3
2
2
54
física
equações diferenciais lineares
2 1 1 4
x
1 4
y3 ( x) = 2 + ∫ (2 + 2t − t 3 − − t )dt = 2 + ( t + t 2 −
x
3 3
t )
3 2 12
2
2
2 1 1 4 4 16
y3 ( x) = 2 + x + x 2 − x 4 − − +
3 2 12 3 2 12
2 1 1
y3 ( x) = x + x 2 − x 4
3 2 12
b i b l i o g ra fia
55
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Trajetórias ortogonais
• Aplicação de equações lineares - crescimento e decrescimento
• Aplicações de equações não-lineares
• Bibliografia
o b j e t i vo
Resolver equações diferenciais que aparecem na matemática, na
física e em outras áreas.
t raj e tó r ia s o r to go n a is
No cálculo, ouvimos falar sobre coordenadas retangulares, coor-
denadas polares, coordenadas esféricas, etc. Se temos uma família
de curvas, podemos usar esta família para obter um sistema de
coordenadas?
A técnica
Se tivermos uma família de curvas, primeiro vamos ver se esta fa-
mília é solução de uma equação diferencial de primeira ordem.
Feito isso, vamos buscar a outra família, ortogonal à primeira. Para
isso, usamos o fato de que o produto dos coeficientes angulares de
duas retas ortogonais é -1 para produzir uma equação diferencial.
Resolvendo a equação diferencial, obtemos a outra família. Juntas
formarão um sistema de coordenadas ortogonais.
Matematicamente
Dada uma família de curvas que satisfaçam a equação diferencial
dy
= f ( x, y )
dx
a família de curvas ortogonais à família acima é dada pela equação
diferencial
dy 1
=−
dx f ( x, y )
xy = c
56
física
equações diferenciais lineares
c
y=
x
dy c xy y
=− 2 =− 2 =−
dx x x x
dy 1 y
=− onde f ( x, y ) = − .
dx f ( x, y ) x
dy x
=
dx y
Esta equação é uma equação variável separável cuja solução é
y 2 = x2 + C
57
física
equações diferenciais lineares
exemplo 1:
Em uma cultura, há inicialmente N bactérias. Uma hora depois,
3
t = 1 , o número de bactérias passa a ser N . Se a taxa de cresci-
2
mento é proporcional ao número de bactérias presentes, determine
o tempo necessário para que o número de bactérias triplique.
dN
= kN
dt
Uma equação variável separável, pode ser escrita na forma
1 dN
=k
N dt
Integrando ambos os lados, obtemos
ln N = kt
kt
Portanto, N (t ) = Ce .
No instante t = 0 , temos N (0) = Ce k 0 = C e no instante t = 1
temos
3
N (1) = N 0 e k = N0
2
k 3
donde concluímos que e = . Portanto a constante de propor-
2
cionalidade é k = ln( 3 ) . Aproximadamente 3 .
k = ln( ) ≈ 0,4055
2 2
58
física
equações diferenciais lineares
Meia-vida
Em física, meia-vida é uma medida de estabilidade de uma subs-
tância radioativa. A meia-vida é simplesmente o tempo gasto para
metade dos átomos de uma quantidade inicial se desintegrar ou se
transmutar em átomos de outro elemento. Quanto maior a meia-vi-
da de uma substância, mais estável ela é. Por exemplo, a meia-vida
do ultra-radioativo rádio, Ra-226, é cerca de 17OO anos. Em 17OO
anos, metade de uma dada quantidade de Ra-226 é transmutada
em radônio, Rn-222. O isótopo de urânio mais comum, U-238, tem
uma meia-vida de aproximadamente 4.500.000.000 de anos. Nes-
se tempo, metade de uma quantidade de U-238 é transmutada em
chumbo, Pb-206.
exemplo 2:
Um reator converte urânio 238 em isótopo de plutônio 239. Após
15 anos, foi detectado que 0,043% da quantidade inicial A0 de
plutônio se desintegrou. Encontre a meia-vida desse isótopo, se a
taxa de desintegração é proporcional à quantidade remanescente.
Solução: Denote por A(t ) a quantidade de plutônio remanescente
kt
no instante t . Como no exemplo 1, A(t ) = A0 e , é a solução para
o problema de valor inicial
dA
= kA , A(0) = A0 .
dt
Se 0,043% da quantidade inicial A0 de plutônio se desintegrou,
então 99,975% da substância permaneceu. Para calcular k , usa-
k (15)
mos a igualdade 0,99975 A0 = A0 e , donde k ≈ −0,00002867.
1 ln 2
A(t ) = A0 e kt = A0 , donde t = ≈ 24,180 anos.
2 0, 00002867
59
física
equações diferenciais lineares
dP
= P (a − bP)
dt
aP0
P(t ) = .
bP0 + (a − bP0 )e − at
b i b l i o g ra fia
60
física
equações diferenciais lineares
• Objetivos
• Problema de valor inicial para equações lineares de segunda ordem
• Existência e unicidade das soluções para o problema de valor inicial
• Problema de valor inicial para equações lineares de terceira ordem
• Problema de valor inicial para equações lineares de ordem superior
• Problema de valor de contorno
• Existência e unicidade falham para o problema de valor de contorno
• Bibliografia
o b j e t i vo s
Resolver o problema de valor inicial sabendo antecipadamente
a solução da equação diferencial. Diferenciar problema de valor
inicial e problema de valor de contorno. Comparar o problema de
valor inicial para equações diferenciais de primeira ordem com o
de segunda ordem ou ordem superior.
d2y dy
a0 ( x) 2 + a1 ( x) + a2 ( x) y = g ( x)
dx dx
y ( x0 ) = y0
y '( x0 ) = y1
As constantes
y ( x0 ) = y0
y '( x0 ) = y1
61
física
equações diferenciais lineares
exemplo:
Solução:
y = cx 2 + x + 3
y ' = 2cx + 1
y '' = 2c
x 2 y ''− 2 xy '+ 2 y = 6
y (0) = 3
y '(0) = 1
Obtemos
x 2 (2c) − 2 x(2cx + 1) + 2(cx 2 + x + 3) = 6
y (0) = 3
y '(0) = 1
d3y d2y dy
a0 ( x) 3
+ a1 ( x ) 2
+ a2 ( x) + a3 ( x) y = g ( x)
dx dx dx
y ( x0 ) = y0
y '( x0 ) = y1
y ''( x0 ) = y2
As constantes
y ( x0 ) = y0
y '( x0 ) = y1
y ''( x0 ) = y2
62
física
equações diferenciais lineares
dny d n −1 y dy
a0 ( x) n + a1 ( x) n −1 + ... + an −1 ( x) + an ( x) y = g ( x)
dx dx dx
y ( x0 ) = y0
y '( x0 ) = y1
.
.
.
y ( n −1) ( x0 ) = yn −1
exemplos:
y ' '+ y = 0
Solução (a):
y ( x) = A cos x + Bsen( x)
y '( x) = − Asen( x) + B cos x
y ''( x) = − A cos x − Bsen( x)
resulta que A = 1 e B = 1.
Concluímos que
y ( x) = cos x + sen( x)
63
física
equações diferenciais lineares
y ' '+ y = 0
y (0) = 1
y ' (0) = 1
Solução (a):
y ( x) = Ae x + Be − x
y '( x) = Ae x − Be − x
y ''( x) = Ae x + Be − x
donde y ' '− y = 0 .
A+ B = 5
A− B = 3
Concluímos que
y ( x) = 4e x + e − x
y ''− y = 0
y (0) = 5
y '(0) = 3
64
física
equações diferenciais lineares
p ro b l e ma de va lo r de co n torno
O problema
d2y dy
a0 ( x) 2
+ a1 ( x) + a3 ( x) y = g ( x)
dx dx
y (a ) = y0
y (b) = y1
y ''+ y = 0
y (pπ ) = 1
y (2pπ ) = 0
π) = −A =1
y (p
y (2pπ) = A = 0
y ''+ y = 0
y (pπ ) = 1
y (2pπ ) = 0
y ''+ y = 0
y (pπ ) = 0
y (2pπ ) = 0
65
física
equações diferenciais lineares
y (pπ ) = − A = 0
y (2pπ ) = A = 0 .
y ''+ y = 0
y (pπ ) = 0
y (2pπ ) = 0
b i b l i o g ra fia
66
física
equações diferenciais lineares
• Objetivos
• Aplicações
• Dependência linear
• Independência linear
• Critério para independência linear – Wronskiano
• Bibliografia
o b j e t i vo s
Entender e mostrar quando duas ou mais funções são linearmente
dependentes ou independentes. Entender e calcular o Wronskiano.
ap l i c açõe s
O conceito da dependência e da independência linear é muito
importante para encontrar a solução geral de uma equação dife-
rencial linear. Conhecendo funções linearmente independentes,
podemos obter a solução geral. O número de funções linearmente
independentes depende da ordem da equação diferencial.
d e p e n d ê n cia l in e a r
Dizemos que as funções f1 ( x), f 2 ( x) , ..., f n ( x) defini-
das num intervalo I são linearmente dependentes em I
se existem constantes c1 , c 2 , ..., c n não todas nulas tal que
c1 f 1 ( x) + c 2 f 2 ( x) + ... + c n f n ( x) = 0 .
i n d e p e n dê n cia l in e a r
Dizemos que f 1 ( x ), f 2 ( x ) , ..., f n ( x) são linearmente indepen-
dentes em I se f 1 ( x ), f 2 ( x ) , ..., f n ( x) não forem linearmente
dependentes em I .
exemplo 1: As funções
f1 ( x) = sen(2 x), f 2 ( x) = sen( x) cos( x)
c1 f 1 ( x) + c 2 f 2 ( x) + c3 f 3 ( x) = 0
c1 x + c 2 x 2 + c3 = 0
.
67
física
equações diferenciais lineares
Fazendo x = 0 , temos
c3 = 0
fazendo
x =1
c1 + c 2 + c3 = 0
fazendo
x = −1
− c1 + c 2 + c3 = 0
resolvendo o sistema
c3 = 0
c1 + c 2 + c3 = 0
− c1 + c 2 + c3 = 0
temos c1 = c 2 = c3 = 0 .
f1 (a ) f 2 (a) f n (a )
f '(a ) f 2 '(a ) f n '(a )
W ( f1 , f 2 ,..., f n )(a ) = det 1 ≠0
( n −1) ( n −1) ( n −1)
f1 (a ) f 2 (a ) f n (a )
c1 f 1 ( x) + c 2 f 2 ( x) + ... + c n f n ( x) = 0
c1 f1' ( x) + c 2 f 2' ( x) + ... + c n f n' ( x) = 0
c1 f 1( n −1) ( x) + c 2 f 2( n −1) ( x) + ... + c n f n( n −1) ( x) = 0
68
física
equações diferenciais lineares
c1 f 1 ( x) + c 2 f 2 ( x) + ... + c n f n ( x) = 0
c1 f1' ( x) + c 2 f 2' ( x) + ... + c n f n' ( x) = 0
c1 f 1( n −1) ( x) + c 2 f 2( n −1) ( x) + ... + c n f n( n −1) ( x) = 0
e xe m p lo s :
1. Mostre que as funções cos( x), sen( x) são linearmente inde-
pendentes.
cos x senx
Solução: W (cos x, sen( x)) = det =1
− sen( x) cos x
para qualquer que seja o número real x . Pelo critério acima,
cos( x), sen( x) são linearmente independentes.
b i b l i o g ra fia
Dennis G. Zill, Michael R. Cullen. Equações Diferenciais, volume I.
Tradução Antonio Zumpano, São Paulo, Makron Books, 2001.
69
física
equações diferenciais lineares
• Objetivos
• Aplicações
• Equações lineares homogêneas de segunda ordem
• Princípio da superposição
• Soluções linearmente independentes
• Solução geral de uma equação diferencial linear
• Soluções para equações diferenciais lineares de ordem superior
• Bibliografia
o b j e t i vo s
Mostrar a dependência ou independência linear de soluções. Cons-
truir a solução geral a partir de soluções linearmente independen-
tes conhecidas. Determinar o número de soluções linearmente in-
dependentes.
ap l i c açõe s
Neste tópico, não estamos interessados em técnicas para resolver
equações diferenciais lineares. Estamos interessados em saber quan-
tas soluções são necessárias e suficientes para resolver uma equa-
ção. Para isso, os conceitos de dependência e independência linear
são importantes. Resolver uma equação é obter a solução geral.
é dita homogênea ( g ( x) = 0 ).
d2y dy
Já a0 ( x) 2
+ a1 ( x) + a2 ( x) y = g ( x)
dx dx
é dita não homogênea.
p ri n c í p io da s u pe r po s ição
Se y1 , y 2 são duas soluções para equação linear homogênea
a0 ( x) y ''+ a1 ( x) y '+ a2 ( x) y = 0
70
física
equações diferenciais lineares
a0 ( x)( Ay1 + By2 ) ''+ a1 ( x)( Ay1 + By2 ) '+ a2 ( x)( Ay1 + By2 ) = 0
d2y dy
a0 ( x) 2
+ a1 ( x) + a2 ( x) y = 0 .
dx dx
d2y dy
a0 ( x) 2
+ a1 ( x) + a2 ( x) y = 0
dx dx
s o lu çõ es l in e a r m e n te in de pendentes
Teorema: Sejam y1 , y 2 soluções para equação linear homogênea
d2y dy
a0 ( x) 2 + a1 ( x) + a2 ( x) y = 0
dx dx .
71
física
equações diferenciais lineares
c1 y1 (a ) + c2 y2 (a ) = 0
Logo, o sistema
c1 y1' (a ) + c2 y2' (a ) = 0
possui solução não trivial c1 , c 2 pois
y (a) y2 ( a )
W ( y1 , y2 )(a ) = det 1' =0
y1 (a ) y2' (a )
.
d2y dy
a0 ( x) 2
+ a1 ( x) + a2 ( x) y = 0
dx dx
y (a) = 0
y '(a ) = 0
72
física
equações diferenciais lineares
d2y dy
a0 ( x) 2
+ a1 ( x) + a2 ( x) y = 0 .
dx dx
exemplo 1:
1. Mostre que y ( x) = A cos x + Bsen( x) é solução geral da equa-
ção diferencial
y ' '+ y = 0
73
física
equações diferenciais lineares
dny dy
A equação diferencial a0 ( x) n
+ ... + an −1 ( x) + an ( x) y = 0 é
dita homogênea
dx dx
( g ( x ) = 0 ).
dny dy
a0 ( x) n
+ ... + an −1 ( x) + an ( x) y = g ( x)
Já dx dx é dita não
homogênea.
y = A1 y1 + ... + An yn .
b i b l i o g ra fia
74
física
equações diferenciais lineares
• Introdução
• Objetivo
• Solução Particular
• Solução Geral
• Soluções gerais para equações diferenciais lineares não
homogêneas de ordem superior
• Bibliografia
i n t ro d u ção
Neste tópico não estamos procurando técnicas para resolver uma
equação. Estamos interessados em montar uma solução geral a
partir de soluções conhecidas.
o b j e t i vo
Obter a solução geral da equação
a0 ( x) y ''+ a1 ( x) y '+ a2 ( x) y = g ( x) ,
a0 ( x) y ''+ a1 ( x) y '+ a2 ( x) y = 0 ,
s o lu ç ão pa r ticu l a r
x 2 y ''+ 2 xy '− 8 y = 4 x 3 + 6 x
é y p = x3 − x
pois (y )' = 3x
p
2
− 1, (y p )'' = 6 x .
Portanto, x 2 (6 x) + 2 x(3 x 2 − 1) − 8( x 3 − x) = 4 x 3 + 6 x .
75
física
equações diferenciais lineares
s o lu ç ão ge r a l
Para resolver o problema não homogêneo
a0 ( x) y ''+ a1 ( x) y '+ a2 ( x) y = g ( x) ,
a0 ( x) y ''+ a1 ( x) y '+ a2 ( x) y = 0
y = Ay1 + By2 .
a0 ( x) y ''+ a1 ( x) y '+ a2 ( x) y = g ( x) .
y = Ay1 + By2 + y p
o que resumimos no seguinte resultado:
Portanto,
z − y p = Ay1 + By2 .
temos
a0 ( x) y p ''+ a1 ( x) y p '+ a2 ( x) y p = g ( x)
a0 ( x) z ''+ a1 ( x) z '+ a2 ( x) z = g ( x)
76
física
equações diferenciais lineares
e xe m p lo s :
1. Mostre que y ( x) = A cos x + Bsen( x) + 3 é solução geral da
equação diferencial
y ' '+ y = 3
Portanto,
y ( x) = A cos x + Bsen( x) + 3
2. Mostre que
y ( x) = Ae x + Be − x + e3 x
y ''− y = 3e 2 x
pois
(e 2 x ) ' = 2e 2 x , (e 2 x ) '' = 4e 2 x .
Logo,
y ''− y = 4e 2 x − e 2 x = 3e 2 x
y ' '− y = 3e 2 x
y ( x) = Ae x + Be − x + e3 x .
77
física
equações diferenciais lineares
s o lu çõ es g e r a is pa r a e q uações d if erenciais
l i n e ares n ão h o m o g ê n e a s de ord em superior
Todos os resultados acima se aplicam para equações lineares não
homogêneas de ordem superior. Primeiro obtemos um conjunto
fundamental de n soluções y1 ,..., y n para o caso homogêneo
dny dy
a0 ( x) n
+ ... + an −1 ( x) + an ( x) y = 0 .
dx dx
Encontramos uma solução particular y p para a equação
dny dy
a0 ( x) n
+ ... + an −1 ( x) + an ( x) y = g ( x)
dx dx
e a solução geral da equação linear não homogênea de ordem su-
perior
dny dy
a0 ( x) n
+ ... + an −1 ( x) + an ( x) y = g ( x)
dx dx
será
y = A1 y1 + ... + An yn + y p .
b i b l i o g ra fia
78
física
equações diferenciais lineares
• Introdução
• Objetivo
• Variação de parâmetro
• Fórmula geral
• Bibliografia
i n t ro d u ção
Se conheço somente uma solução para equação linear homogênea
de ordem 2, y ''+ P ( x) y '+ Q ( x) y = 0 , como proceder para obter
a segunda solução? Neste tópico, vamos apresentar o método cha-
mado de variação de parâmetro. Note que, se y1 é solução de uma
equação linear homogênea, então Cy1 também é solução, onde C
é uma constante. O método consiste em assumir C como uma fun-
ção e não uma constante e obter, se possível, a segunda solução na
forma y2 = uy1 . Para obter a segunda solução, podemos fazê-lo de
duas maneiras: a primeira maneira é seguir os passos do exemplo
abaixo. A segunda é aplicar a fórmula geral
y2 = y1 ∫ y1−2 e ∫
− P ( x ) dx
dx .
o b j e t i vo
Encontrar uma segunda solução para a equação diferencial linear
homogênea de ordem 2, sabendo antecipadamente uma “primei-
ra” solução.
vari aç ão de pa r â m e tr o
3
exemplo: Sabendo que y1 = x é uma solução para a equação
x 2 y ''− 6 y = 0 ,
Derivando
y2 = uy1 ,
79
física
equações diferenciais lineares
Derivando novamente,
(x ( y ) ''− 6 y )= 0 ,
2
1 1
3
pois y1 = x é solução da equação x 2 y ''− 6 y = 0 .
ou
6
u ''+ u ' = 0
x .
Então
6
w '+ w = 0
x ,
w' 6
=− ,
w x
w' 6
donde ∫ w = − ∫ xdx .
Portanto,
ln w = −6 ln x = ln x −6 .
80
física
equações diferenciais lineares
Segue que
u ' = w = x −6 .
Finalmente
1 1 1 1
u = − x −5 e y2 = uy1 = − x −5 x3 = − x −2 = − 2 .
5 5 5 5x
fó rm u l a g e r a l
Sabendo que y1 é uma solução para a equação
y ''+ P( x) y '+ Q( x) y = 0 ,
então
y2 = y1 ∫ y1−2 e ∫
− P ( x ) dx
dx
e {y1 , y 2 } é um conjunto fundamental de soluções.
Solução: seguindo os passos do exemplo acima, vamos encontrar
uma função u tal que y2 = uy1 é solução da equação
y ''+ P( x) y '+ Q( x) y = 0 .
Derivando,
y2 = uy1 ,
( y2 ) '' = u ( y1 ) ''+ u '( y1 ) '+ u '( y1 ) '+ u ''( y1 ) = u ( y1 ) ''+ 2u '( y1 ) '+ u ''( y1 )
[2u '( y1 ) '+ y1u ''+ P( x)( y1 )u ']+ u (( y1 ) ''+ P( x)( y1 ) '+ Q( x) y1 ) = 0
Note que
81
física
equações diferenciais lineares
Então
w' ( y ) '
= − P( x) + 2 1
w y1
donde
w' ( y1 ) '
∫ w = − ∫ P( x) + 2∫ y1
.
Portanto,
ln w = −2 ln y1 − ∫ P( x)dx .
Segue que
u ' = w = y1−2 e ∫
− P ( x ) dx
.
Finalmente, obtemos a fórmula para obter a segunda solução,
u = ∫ y1−2 e ∫ dx e y2 = y1 ∫ y1−2 e ∫
− P ( x ) dx − P ( x ) dx
dx .
2
Solução: temos de escrever a equação x y ''− 3 xy '+ 4 y = 0 na for-
2
ma y ''+ P ( x) y '+ Q ( x) y = 0 . Neste caso, temos de dividir por x
obtendo 3 4 , donde 3 4 .
y ''− y '+ y=0 P( x) = − y ', Q( x) =
x x2 x x2
82
física
equações diferenciais lineares
3
y2 = y1 ∫ y1−2 e ∫ dx = x 2 ∫ x −4 e ∫ x dx
− P ( x ) dx − − dx
3
y2 = x 2 ∫ x −4 e ∫ x dx = x 2 ∫ x −4 e3ln x dx = x 2 ∫ x −4 eln x dx
− − dx 3
1
y2 = x 2 ∫ x −4 x3 dx = x 2 ∫ dx = x 2 ln x
x
Portanto, y2 = x 2 ln x .
b i b l i o g ra fia
83
física
equações diferenciais lineares
• Introdução
• Exemplos de equações lineares de segunda ordem com coefi-
cientes constantes
• Objetivos
• Equação característica para equação de ordem 2
• Equação característica possui raízes reais distintas
• A equação característica possui raízes reais iguais
• A equação característica possui raízes complexas
• Equações lineares com coeficientes constantes de ordem três
• Equações lineares com coeficientes constantes de ordem quatro
• Equações lineares com coeficientes constantes de ordem superior
i n t ro d u ção
Começamos a encontrar soluções para equações diferenciais de
segunda ordem. Iniciamos abordando o caso em que a equação é
homogênea e os coeficientes são constantes, da forma
ay ''+ by '+ cy = 0 .
1. y ''+ 3 y '+ 2 y = 0
2. y ''+ 4 y '+ 4 y = 0
3. y ''+ 7 y '+ 12 y = 0
4. y ''+ 16 y = 0
o b j e t i vo s
Resolver uma equação linear homogênea com coeficientes cons-
tantes. Resolver problemas de valor inicial envolvendo equações
lineares com coeficientes constantes.
ay ''+ by '+ cy = 0 .
ay ''+ by '+ cy = 0
84
física
equações diferenciais lineares
y = e kx
y ' = ke kx
y '' = k 2 e kx
ak 2 e kx + bke kx + ce kx = 0 .
ak 2 + bk + c = 0
e xe m p lo s :
1. A equação característica da equação
y ''+ 3 y '+ 2 y = 0
é k 2 + 3k + 2 = 0
as raízes são -2 e -1
y ''+ 4 y '+ 4 y = 0
é k 2 + 4k + 4 = 0
é k 2 + 7 k + 12 = 0
85
física
equações diferenciais lineares
a e q uação característica
p o ss u i ra íze s r e a is dis tin tas
Se m1 e m 2 são raízes reais distintas da equação
,
ak 2 + bk + c = 0
mx m x
então y1 = e 1 e y2 = e 2 são linearmente independentes.
De fato, sabemos que, para ver isso, basta mostrar que o
mx m x
Wronskiano de y1 = e 1 e y 2 = e 2 não se anula.
e m1x e m2 x (m +m ) x
W ( y1 , y2 ) = det m1 x = (m2 − m1 )e 1 2 ≠ 0
m1e m2 e m2 x
y = Ae m1x + Be m2 x
e m1x e m2 x
W y1 y2
( , ) = det m1 x m2 x
= (m2 − m1 )e( m1 + m2 ) x = 0
m1e m2 e
.
y1 = e m1x .
y2 = y1 ∫ y1−2 e ∫
− P ( x ) dx
dx
b
− ∫ a dx
∫e
m1 x −2 m1 x
y2 = e e dx
b
− x
∫e
m1 x −2 m1 x
y2 = e e a
dx
b
− (2 m1 + ) x
y2 = e m1x ∫ e a
dx
86
física
equações diferenciais lineares
a e q uação característica
p o ss u i ra íze s co m pl e x a s
Se a equação característica possui raízes complexas, elas serão da
forma m1 = a + b i e m2 = a − b i .
Portanto
pois b ≠ 0.
87
física
equações diferenciais lineares
a x a x
Portanto, y = Ae cos( b x) + Be sen( b x) é a solução geral
para o caso das raízes da equação característica serem complexas.
e xe m p lo s :
1. A equação característica da equação
y ''+ 3 y '+ 2 y = 0
é k 2 + 3k + 2 = 0
y = Ae −2 x + Be − x
y ''+ 4 y '+ 4 y = 0
é k 2 + 4k + 4 = 0
A solução geral é
y = Ae −2 x + Bxe −2 x
é k 2 + 7 k + 12 = 0
k 2 + 16 = 0
88
física
equações diferenciais lineares
y = Ae mx + Be nx + Ce kx
y = Ae mx + Bxe mx + Ce nx
y = Ae mx + Bxe mx + Cx 2 e mx
y = Ae mx + Be nx + Ce kx + Delx
y = Ae mx + Bxe mx + Cx 2 e mx + Delx
y = Ae mx + Bxe mx + Cx 2 e mx + Delx
89
física
equações diferenciais lineares
b i b l i o g ra fia
90
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Considerações sobre o método
• Método de solução
• Bibliografia
o b j e t i vo
Encontrar soluções particulares para equações diferenciais de
segunda ordem não homogêneas, com coeficientes constantes
ay ''+ by '+ cy = g ( x) , para alguns casos específicos:
n
Neste caso, supomos que y p = A0 + A1 x + ... + An x . Calculamos
y 'p e y 'p' , substituímos na equação e obtemos um sistema
(n+1)x(n+1) cujas incógnitas são A0 , A1 ,..., An . Resolvendo o sis-
tema, encontramos A0 , A1 ,..., An . Veja o exemplo 2 abaixo:
l x l x
2. g (x) é da forma g ( x ) = e sen( kx ) e e sen( kx ) não
é a solução da equação homogênea associada. Tentamos
y p = Ael x cos kx + Bel x sen kx
n − mx − mx
4. g ( x ) = ( a0 + a1 x + ... + an x )e e e não são a so-
lução da equação homogênea associada. Tentamos
y p = ( A0 + A1 x + ... + An x n )e − mx e, se e − mx é solução da homogê-
n − mx
nea, tentamos y p = ( A0 + A1 x + ... + An x ) xe . O mesmo proce-
dimento usamos nos casos 1, 2 e 3 acima.
co n s i d e r açõ e s s o br e o m é tod o
São muitos casos que poderíamos considerar. Nunca iremos listar
todas as possibilidades. Para nosso propósito, as situações acima
são suficientes. O método geral, que veremos mais adiante, envol-
ve integrais. Muitas integrais não sabemos resolver. Este método
visa a fugir das integrais. O método é muito simples. Se g tem uma
91
física
equações diferenciais lineares
m é to d o de s o lu ção
1. Resolva y ''+ 3 y '+ 2 y = 10 .
yp = 5
Equação característica:
r 2 + 3r + 2 = 0 .
yH = Ae −2 x + Be − x .
2. y ''+ 4 y '+ 4 y = x 2 − 5 x
y p = Ax 2 + Bx + C .
Vamos determinar as constantes A, B e C. Note que,
( y p ) ' = 2 Ax + B
( y p ) '' = 2 A
.
2 A + 4 B + C + (2 A + B) x + Ax 2 = x 2 − 5 x ,
92
física
equações diferenciais lineares
obtemos o sistema,
2 A + 4 B + C = 0
2 A + B = −5
A =1
.
Resolvendo o sistema, obtemos
C = −30
B = −7
A = 1.
Portanto,
y p = x 2 − 7 x − 30
Equação característica
r 2 + 4r + 4 = 0
yH = Ae −2 x + Bxe −2 x .
y = Ae −2 x + Bxe −2 x + x 2 − 7 x − 30 .
b i b l i o g ra fia
93
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Observações sobre o método
• Anuladores
• Descrição do método passo a passo
• Exemplo passo a passo
• Bibliografia
o b j e t i vo
Encontrar soluções particulares de equações diferenciais lineares
não homogêneas com coeficientes constantes.
o b s e rvaçõ e s s o br e o m é to d o
Continuamos a procurar soluções particulares para equações dife-
renciais com coeficientes constantes, não homogêneos
ay ''+ by '+ cy = g ( x) .
(aD 2 + bD + cI ) y = g ( x) .
an u l a d or e s
1. Se y = c , então Dy = y ' = 0 .
94
física
equações diferenciais lineares
2
2. Se y = x , então Dy = y ' = 1 e D y = y '' = 0 ,
2
dizemos que D é um anulador de y = x .
3. Se y = x n , então D n +1 y = 0 , D n é um anulador de y = x n
2
6. Podemos escrever aD + bD + cI = a ( D − r1 )( D − r2 ) onde
r1 , r2 são raízes da equação característica ar 2 + br + c = 0 . Note
rx
que D − r1 I é anulador de y1 = Ae 1 e D − r2 I é anulador de
y2 = Ae r2 x .
d e s c ri ç ão do m é to do pa ss o a passo
Como encontrar soluções particulares com anuladores?
Primeiro passo:
Encontramos um operador L anulador da função g (x) .
Segundo passo:
2
Resolvemos o problema homogêneo L( aD + bD + cI ) y = 0 . En-
contramos um conjunto fundamental de soluções.
Terceiro passo:
Excluímos as soluções do problema homogêneo
Quarto Passo:
Substituímos o restante na equação e igualamos a g (x)
Quinto Passo:
Encontramos o sistema
Sexto passo:
Resolvemos o sistema
Sétimo passo:
Escrevemos a solução geral para a equação.
95
física
equações diferenciais lineares
Veja o exemplo:
Primeiro passo:
Encontramos um operador L anulador da função
4x 2
e +x + sen5 x + cos10 x .
4x
- Sabemos que e é solução da equação linear y '− 4 y = 0 .
4x
Portanto, D − 4 I é um anulador de e .
- D 3 é um anulador para x 2
Segundo passo:
Resolvemos o problema homogêneo
( D 2 + 25 I )( D 2 + 100 I )( D 3 )( D − 4 I )( D 2 + 2 D + 1) y = 0
A equação característica é
(r 2 + 25)(r 2 + 100 I )(r 3 )(r − 4)(r 2 + 2r + 1) y = 0
Terceiro passo:
Excluímos as soluções do problema homogêneo, que são
{e −x
, xe − x }
96
física
equações diferenciais lineares
Quarto Passo:
Substituímos a combinação linear do restante na equação e igua-
lamos a g (x )
= e 4 x + x 2 + sen5 x + cos10 x
Quinto Passo:
Encontramos o sistema.
Para encontrar o sistema, igualamos os coeficientes de cada lado
da igualdade:
A + 10 B − 25 A = 0
B − 10 A − 25 B = 1
C + 20 D − 100C = 1
D − 20C − 100 D = 0
E + 2 F + 2G = 0
F + 4G = 0
G = 1
H + 8 H + 16 H = 1
Sexto passo:
Resolvemos o sistema. Encontramos
10 24 1 99
A=− , B=− , D= , C=−
676 676 10221 204020
1
E = 6, F = −4, G = 1, H =
25
97
física
equações diferenciais lineares
Sétimo passo:
Escrevemos a solução geral para a equação. A solução particular é
10 24 99 1 1
yp = − cos 5 x − sen5 x − cos10 x + sen10 x +¨6 − 4 x + 1x 2 + e 4 x
676 676 204020 10221 25
yH = Ie − x + Jxe − x .
A solução geral é
10 24
y=− cos 5 x − sen5 x
676 676
99 1
− cos10 x + sen10 x
204020 10221
+ ¨6 − 4 x + 1x 2
1
+ e4 x
25
+ Ie − x + Jxe − x .
b i b l i o g ra fia
98
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Descrição do método
• Variação de parâmetros passo a passo
• Variação de parâmetros para equações lineares de ordem superior
• Bibliografia
o b j e t i vo
Obter soluções particulares através do método de variação de pa-
râmetros. Isto é, obter soluções particulares para equações dife-
renciais de segunda ordem não homogêneas
y ''+ P( x) y '+ Q( x) y = g ( x)
da forma
y p = u1 y1 + u2 y2
onde
y2 g ( x )
u1 = − ∫ dx
y1 y2' − y1' y2
y1 g ( x)
u2 = ∫ dx,
y1 y2' − y1' y2
y1 , y 2 são soluções da equação homogênea associada.
d e s c ri ç ão do m é to do
Resolvemos primeiro o caso homogêneo associado, encontrando
y1 , y 2 soluções linearmente independentes. Procuramos funções
u1 ,u 2 tal que
y p = u1 y1 + u2 y2
99
física
equações diferenciais lineares
Segundo passo:
Procuramos as funções u1 ,u 2 tal que
y p = u1 y1 + u2 y2 e u1' y1 + u2' y2 = 0 .
Terceiro passo:
Calculamos as derivadas e substituímos na equação.
y p = u1 y1 + u2 y2
y 'p = u1' y1 + y1' u1 + u2' y2 + y2' u2
y ''p = u1'' y1 + 2 y1' u1' + y1''u1 + u2'' y2 + 2 y2' u2' + y2'' u2
Substituindo na equação
y ''p + P( x) y 'p + Q( x) y p = g ( x) ,
obtemos
Reorganizando, temos
(u1'' y1 + y1' u1' + u2'' y2 + y2' u2' ) + ( y2' u2' + y1' u1' )
+u1 (y1'' + P( x) y1' + Q( x) y1 )+ u2 (y2'' + P ( x) y2' + Q( x) y2 )+ P( x)(u1' y1 + u2' y2 ) = g ( x)
Por hipótese
(u1' y1 + u2' y2 ) = 0 .
100
física
equações diferenciais lineares
Portanto,
(u1'' y1 + y1' u1' + u2'' y2 + y2' u2' ) = 0
u1 (y1'' + P( x) y1' + Q( x) y1 )= 0
u2 (y2'' + P( x) y2' + Q( x) y2 )= 0
P ( x)(u1' y1 + u2' y2 ) = 0.
Quarto passo:
Temos o seguinte sistema
(u1' y1 + u2' y2 ) = 0
( y1' u1' + y2' u2' ) = g ( x)
Quinto passo:
Resolvendo o sistema, obtemos
y2 g ( x )
u1' = −
y1 y2' − y1' y2
y1 g ( x)
u2' =
y1 y2' − y1' y2
Sexto passo:
Integramos as funções acima e obtemos
y2 g ( x )
u1 = − ∫ dx
y1 y2' − y1' y2
y1 g ( x)
u2 = ∫ dx
y1 y2' − y1' y2
exemplo:
Resolva
y ''− 4 y '+ 4 y = ( x + 1)e 2 x .
101
física
equações diferenciais lineares
Como encontrar yp ?
y p = u1 y1 + u2 y2 .
Pela fórmula
y2 g ( x )
u1 = − ∫ dx
y1 y2' − y1' y2
y1 g ( x)
u2 = ∫ dx
y1 y2' − y1' y2
e 2 x x( x + 1)e 2 x x3 x 2
u1 = − ∫ dx = − ∫ x ( x + 1)dx = − −
e 2 x (2e 2 x x + e 2 x ) − 2e 2 x xe 2 x 3 2
e 2 x ( x + 1)e 2 x x2
u2 = ∫ 2 x 2 x dx = ∫ ( x + 1)dx = + x
e (2e x + e 2 x ) − 2e 2 x xe 2 x 2
segue que
x3 x 2 2 x x 2
y p = (− − )e + ( + x) xe 2 x
3 2 2 .
x3 x 2 2 x x 2
y = Ae 2 x + Bxe 2 x + (− − )e + ( + x) xe 2 x
3 2 2 .
vari aç ão de pa r â m e tr o s pa ra equações
l i n e ares de o r de m s u pe r io r
Para equações diferenciais lineares de ordem superior, procede-
mos de maneira análoga à de segunda ordem. Primeiro resolve-
mos o caso homogêneo associado, encontrando y1 ,..., y n , linear-
mente independentes. Buscamos uma solução particular na forma
y p = u1 y1 + ... + un yn . Encontramos u1' ,..., un' resolvendo o sistema
u1' y1 + ... + un' yn = 0
' '' ' ''
u1 y1 + ... + un yn = 0
u ' y ( n −1) + ... + u ' y ( n −1) = g ( x).
1 1 n n
b i b l i o g ra fia
102
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Corpo em queda livre
• Sistema Massa-Mola
• Pêndulo simples
• Corda Giratória
• Circuitos em série
• Bibliografia
o b j e t i vo
Resolver equações conhecidas na física.
co rp o e m q u e da l iv r e
d 2s
= −g
dt 2
Neste caso, estamos supondo g constante.
d 2s
A equação homogênea é = 0 . Um conjunto fundamental de
soluções é {1,t}.
dt 2
Sabemos que
y2 g ( x ) t2
u1 = − ∫ dx = − ∫ tgdx = − g
y1 y2' − y1' y2 2
y1 g ( x)
u2 = ∫ dx = ∫ gdx = gt.
y1 y2' − y1' y2
donde
t2 1
y p = u1 y1 + u2 y2 = − g + gt 2 = t 2
2 2 .
No instante t = 0 obtemos B.
103
física
equações diferenciais lineares
d 2s
dt 2 = − g
s (0) = s0
'
s (0) = v0 .
cuja solução é
1 2
s = s0 + v0t + gt
2 .
s i s t e m a m a ss a-m o l a
d 2x
m = − kx .
dt 2
Escrevemos a equação na forma
d 2x k
+ x=0
dt 2 m .
Equação característica
k
r2 + =0
m .
Raízes são
k k
r1 = − =i
m m
k
r2 = −i .
m
pois k > 0, m > 0 .
A solução geral é
k k
x = A cos t + Bsen t
m m .
p ê n d u lo s im pl e s
d 2q g
+ senq = 0
dt 2 l .
Para resolver esta equação, vamos considerar pequenas oscilações
e, neste caso, senq ≈ q . Resolvemos a equação (para pequenas
oscilações)
104
física
equações diferenciais lineares
d 2q g
+ q =0
dt 2 l
Equação característica:
g
r2 + =0
l
g g g
As raízes são: r1 = − =i , r2 = −i
l l l
A solução geral é
g g
q = A cos t + Bsen t
l l .
A equação característica é
p 2
r2 + w =0
T
cujas raízes são
P P
r1 = w i r2 = w i
T T .
A solução geral é
P P
y = A cos w x + Bsenw x
T T .
c i rcu i to s e m s é r ie
d 2q dq 1
L 2
+ R + q = E (t )
dt dt C .
Vamos resolver primeiro o problema homogêneo associado
d 2q dq 1
L 2
+R + q=0
dt dt C .
105
física
equações diferenciais lineares
A equação característica é
1
Lr 2 + Rr + =0
C .
As raízes são
1
− R − R2 − 4L 2
r1 = C = − C R − CR − 4 L
2L 2 C
1
−R + R2 − 4L 2
r2 = C = − C R + CR − 4 L
2L 2L C
b i b l i o g ra fia
106
física
equações diferenciais lineares
• Introdução
• Objetivo
• Equação de Cauchy-Euler
• Equação de Cauchy-Euler de ordem 2, caso homogêneo
• Equação de Cauchy-Euler de ordem 2, caso não homogêneo
• Sobre equações diferencias de Cauchy-Euler cuja ordem é
maior do que 2
• Bibliografia
i n t r o d ução
Vamos estudar alguns casos de equações lineares com coeficien-
tes variáveis. Começamos com a equação de Cauchy-Euler.
o b j e t i vo
Resolver a equação de Cauchy-Euler.
a2 x m (m − 1)m + a1mx m + a0 x m = 0
segue que
a2 (m − 1)m + a1m + a0 = 0
isto é,
a2 (m 2 − m) + a1m + a0 = 0
a2 m 2 + (a1 − a2 )m + a0 = 0
107
física
equações diferenciais lineares
y = Ax m1 + Bx m2
Raízes iguais
Temos uma solução
y1 = x m .
y2 = x m1 ∫ dx = x m1 ∫ dx = x m1 ln x
(x )
m1 2
(x )
m1 2
y = Ax m1 + Bx m1 ln x
y = Ax (a +ib ) + Bx (a −ib )
é uma solução geral. Mas queremos soluções reais, para isso, ve-
mos que
xa xi b = xa eib ln x = xa (cos b ln x + isen( b ln x))
xa x − i b = xa e − ib ln x = xa (cos b ln x − isen( b ln x))
Tomamos
xa x i b − xa x − i b
y1 =
2
x x − xa x − i b
a ib
y2 =
2i
isto é,
y1 = xa cos( b ln x)
y2 = xa sen( b ln x)
108
física
equações diferenciais lineares
Portanto,
a2 x 2 y '' + a1 xy ' + a0 y = g ( x)
Solução:
Tentaremos soluções da forma y = x m . Derivando em relação a x ,
obtemos
y = xm
y ' = mx m −1
y '' = (m − 1)mx m − 2
Substituindo na equação
x 2 y '' − 2 xy ' − 4 y = 0 ,
obtemos
x m (m − 1)m − 2mx m − 4 x m = 0 .
Segue que
(m − 1)m − 2m − 4 = 0
isto é,
( m 2 − m) − 2m − 4 = 0
m 2 − 3m − 4 = 0
Solução geral
y = Ax 4 + Bx −1
109
física
equações diferenciais lineares
2 '' '
2. Resolva 4 x y + 8 xy + y = 0
Solução:
Tentaremos soluções da forma y = x m . Derivando em relação a
x , obtemos
y = xm
y ' = mx m −1
y '' = (m − 1)mx m − 2
Substituindo na equação
4 x 2 y '' + 8 xy ' + y = 0 ,
obtemos
4 x m (m − 1)m + 8mx m + x m = 0 .
Segue que
4(m − 1)m + 8m + 1 = 0
isto é,
4m 2 + 4m + 1 = 0
1 1
cujas raízes são: − e − , raízes reais iguais.
2 2
Solução geral
1 −1
−
y = Ax 2
+ Bx 2 ln x
2 '' '
3. Resolva x y + 3 xy + 3 y = 0
Solução:
Tentaremos soluções da forma y = x m . Derivando em relação a x ,
obtemos
y = xm
y ' = mx m −1
y '' = (m − 1)mx m − 2
Substituindo na equação
obtemos
x m (m − 1)m + 3mx m + 3 x m = 0 .
Segue que
(m − 1)m + 3m + 3 = 0
110
física
equações diferenciais lineares
isto é,
m 2 + 2m + 3 = 0
−2 + 4 − 12
cujas raízes são: m1 = = −1 + 2i
2
−2 − 4 − 12
e m2 = = −1 − 2i ,
2
raízes complexas.
Solução geral
y = Ax −1 cos( 2 ln x) + Bx −1sen( 2 ln x) .
O procedimento é o mesmo:
Resolvemos primeiro o caso homogêneo
Seguindo os passos:
y = xm
y ' = mx m −1
y '' = (m − 1)mx m − 2
.
.
.
y ( n ) = (m − n − 1)(m − n − 2)...(m) x m − n
substituindo na equação
Encontramos as raízes.
Temos várias possibilidades para as raízes:
111
física
equações diferenciais lineares
Todas distintas
Solução geral para a homogênea:
y = A1 x m1 + ... + An x mn
Todas iguais
Opções misturadas.
Temos que estudar cada caso.
b i b l i o g ra fia
112
física
equações diferenciais lineares
tópico 23 – introdução a
séries de potências
• Introdução
• Objetivos
• Séries de potências
• Convergência
• Intervalo de convergência
• Raio de convergência
• Convergência absoluta
• Como calcular o raio de convergência
• Derivação termo a termo
• Integração termo a termo
• Funções analíticas
• Singularidades
• Bibliografia
i n t r o d ução
Queremos resolver equações diferenciais usando séries de potên-
cias. Neste tópico, vamos estudar alguns pontos relevantes que
envolvem séries de potências.
o b j e t i vo s
Operar com séries de potências. Fazer algumas operações bási-
cas: somar, subtrair, multiplicar. Calcular o raio de convergência, o
intervalo de convergência. Derivar e integrar séries de potências.
Expandir uma função em séries de potências.
s é ri e s de potê n cia s
A soma infinita
∞
∑ a ( x − a)
n =0
n
n
= a0 + a1 ( x − a ) + a2 ( x − a) 2 + ... + an ( x − a) n + ...
exemplo 1:
∞
∑x
n =0
n
= 1 + x + x 2 + ... + x n + ...
113
física
equações diferenciais lineares
exemplo 2
∞
∑ ( x − 5)
n =0
n
= 1 + x − 5 + ( x − 5) 2 + ... + ( x − 5) n + ...
co n ve rgê n cia
Dizemos que
∞
∑ a ( x − a)
n =0
n
n
= a0 + a1 ( x − a ) + a2 ( x − a) 2 + ... + an ( x − a) n + ...
exemplo 1:
Para valores de −1 < x < 1
∞
1
∑x
n =0
n
= 1 + x + x 2 + ... + x n + ... =
1− x
portanto converge para estes valores.
exemplo 2:
para valores de −1 < x − 5 < 1
∞
1
∑ ( x − 5)
n =0
n
= 1 + x − 5 + ( x − 5) 2 + ... + ( x − 5) n + ... =
1− x + 5
portanto converge para estes valores.
i n t e rvalo de convergência
São todos os valores de x para os quais a série converge.
exemplo 1:
Para valores de −1 < x < 1
∞
1
∑x
n =0
n
= 1 + x + x 2 + ... + x n + ... =
1− x
o intervalo é −1 < x < 1 ou (−1,1)
exemplo 2:
Para valores de −1 < x − 5 < 1
∞
1
∑ ( x − 5)
n =0
n
= 1 + x − 5 + ( x − 5) 2 + ... + ( x − 5) n + ... =
1− x + 5
o intervalo é 4 < x < 6 ou (4, 6)
114
física
equações diferenciais lineares
ra i o d e co n v e r gê n cia
• O raio de convergência é ZERO se a série converge somente
num único ponto.
• O raio de convergência é infinito se a série converge em todos
os pontos.
• O raio de convergência é R se a série converge − R < x < R.
co n ve rgê n cia a bs o lu ta
A série
∞
∑ a ( x − a)
n =0
n
n
= a0 + a1 ( x − a ) + a2 ( x − a) 2 + ... + an ( x − a) n + ...
∑| a
n =0
n || ( x − a ) |n =| a0 | + | a1 || ( x − a ) | + | a2 || ( x − a ) |2 +...+ | an || ( x − a ) |n +...
converge.
co m o c a lcu l a r o r a io de convergência
Se todos os termos da série são não nulos, então podemos tentar
calcular
| an +1 |
lim | a
n →∞ n | .
| an +1 |
O raio de convergência é ZERO se lim | a
n →∞ n |
=∞.
| an +1 |
O raio de convergência é infinito se lim | a
n →∞ n |
= 0.
1
O raio de convergência é R= .
| an +1 |
lim
n →∞ | an |
115
física
equações diferenciais lineares
∞
f '' ( x) = ∑ n(n − 1)an ( x − a ) n − 2 = 2a2 + 3.2( x − a ) + ... + n(n − 1)an ( x − a ) n − 2 + ...
n =0
As séries
∞
f ( x) = ∑ an ( x − a ) n = a0 + a1 ( x − a ) + a2 ( x − a) 2 + ... + an ( x − a) n + ...
n =0
∞
f ( x) = ∑ nan ( x − a ) n −1 = a1 + 2a2 ( x − a) + ... + nan ( x − a) n −1 + ...
'
n =0
∞
f ( x) = ∑ n(n − 1)an ( x − a ) n − 2 = 2a2 + 3.2( x − a ) + ... + n(n − 1)an ( x − a ) n − 2 + ...
''
n =0
i n t e g ração te r m o a te r m o
∞
∫ f ( x)dx = ∑ an ∫ ( x − a ) n dx
n =0
∞
an a1 a a
∑ n + 1 ( x − a)
n =0
n +1
dx = C + a0 ( x − a ) +
2
( x − a ) 2 + 2 ( x − a )3 + ... + n ( x − a ) n +1 + ...
3 n +1
As séries
∞
f ( x) = ∑ an ( x − a ) n = a0 + a1 ( x − a ) + a2 ( x − a) 2 + ... + an ( x − a) n + ...
n =0
∞
an a1 a a
∫ f ( x)dx = ∑ n + 1 ( x − a)
n +1
dx = C + a0 ( x − a ) + ( x − a ) 2 + 2 ( x − a )3 + ... + n ( x − a ) n +1 + ...
n =0 2 3 n +1
têm o mesmo raio de convergência.
exemplo:
Calcule o raio de convergência da série
∞
1
∑ n! x
n =0
n
.
Solução: Temos de calcular o seguinte limite:
1
| an +1 | (n + 1)! n! n! 1
lim
n →∞ | an |
= lim
n →∞ 1
= lim
n →∞ ( n + 1)!
= lim
n →∞ ( n + 1) n !
= lim
n →∞ ( n + 1)
=0
n!
Portanto, R = ∞.
116
física
equações diferenciais lineares
f u n çõ e s a n a l ítica s
Uma função é analítica num ponto a se pudermos escrever
∞
f ( x) = ∑ an ( x − a ) n
n =0 ,
e esta série possuir um raio de convergência não nulo.
Neste caso,
∞
f ( n ) (a)
f ( x) = ∑ ( x − a)n
n =0 n!
s i n g u l a r ida de s
Um ponto a é dito ponto não singular de f (x ) se f (x ) é analí-
tica em a . Caso contrário, a é dito ponto singular.
b i b l i o g ra fia
117
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Exemplos
• Bibliografia
o b j e t i vo
Encontrar soluções aproximadas de equações diferenciais usando
série de potências em torno de pontos não singulares.
e xe m p lo s :
exemplo 1: encontre soluções para
4 y '' + y = 0
Solução:
∞
y = ∑ an x n
n =0
∞
y ' = ∑ nan x n −1
n =1
∞
y '' = ∑ n(n − 1)an x n − 2
n=2
Substituindo na equação
∞ ∞
4 y '' + y = 4∑ n(n − 1)an x n − 2 + ∑ an x n = 0
n=2 n =0
portanto,
4(k + 2)(k + 1)ak + 2 + ak = 0
118
física
equações diferenciais lineares
a0 a
a2 = − =− 0
4(0 + 2)(0 + 1) 8
fazendo k = 1
a1
a3 = −
4(1 + 2)(1 + 1)
fazendo k = 2
a2 1 a0
a4 = − =
4(2 + 2)(2 + 1) 4(2 + 2)(2 + 1) 8
fazendo k = 3
a3 1 a1
a5 = − =
4(3 + 2)(3 + 1) 4(3 + 2)(3 + 1) 4(1 + 2)(1 + 1)
fazendo k = 4
a4 1 1 a0
a6 = − =−
4(4 + 2)(4 + 1) 4(4 + 2)(4 + 1) 4(2 + 2)(2 + 1) 8
e assim por diante.
exemplo 2:
( x 2 + 1) y '' + xy ' − y = 0
Solução:
∞
y = ∑ an x n
n =0
∞
y ' = ∑ nan x n −1
n =1
∞
y '' = ∑ n(n − 1)an x n − 2
n=2
Substituindo na equação
∞ ∞ ∞
( x 2 + 1) y '' + xy ' − y = ( x 2 + 1)∑ n(n − 1)an x n − 2 + x ∑ nan x n −1 −∑ an x n = 0
n=2 n =0 n =0
∞ ∞ ∞ ∞
n =0
n
n−2
+ ∑ nan x −∑ an x = 0
n =1
n
n =0
n
119
física
equações diferenciais lineares
donde, fazendo k = 0
(0 − 1)a0 a0
a2 = − =
(0 + 2) 2
fazendo k = 1
a3 = 0
fazendo k = 2
(2 − 1)a2 (2 − 1)a2 (2 − 1)a2 (2 − 1) a0
a4 = − =− =− =−
(2 + 2) (2 + 2) (2 + 2) (2 + 2) 2
fazendo k = 3
a5 = 0
fazendo
(4 − 1)a4 (4 − 1) (2 − 1) a0
a6 = − =
(4 + 2) (4 + 2) (2 + 2) 2
b i b l i o g ra fia
120
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Ponto ordinário
• Método de solução para pontos ordinários
• Método de solução para pontos não ordinários
• Método de solução – equação indicial
• Raízes da equação indicial que não diferem por um inteiro positivo
• Raízes que diferem por um inteiro
• Aplicações
• Bibliografia
o b j e t i vo
Resolver equações usando série de potências expandidas em pon-
tos ordinários ou singulares.
p o n to ordinário
Dada uma equação diferencial
a0 ( x) y '' + a1 ( x) y ' + a2 ( x) y = 0
escrevemos na forma
y '' + P( x) y ' + Q( x) y = 0
Exemplo:
1. Na equação x0 = 0 é um ponto ordinário
y '' + y ' + sen( x) y = 0
x0 = 0 é um ponto ordinário
121
física
equações diferenciais lineares
pois ln(x) não pode ser escrito como uma série de potência em
torno de x 0 = 0 .
depois, fazemos
∞
y = ∑ an ( x − a ) n
n =0 ,
∞
y ' = ∑ nan ( x − a ) n −1
n =1
∞
y '' = ∑ n(n − 1)an ( x − a ) n − 2
n=2
e substituímos na equação:
y '' + P( x) y ' + Q( x) y = 0
m é to d o de s o lu ção
pa r a p ontos não ordinários.
Também podemos resolver para os casos em que, para algum r , con-
2
seguimos escrever ( x − a ) P ( x) e ( x − a ) Q ( x ) em série de potên-
cia. Isto é,
∞
( x − a ) P( x) = ∑ pn ( x − a) n
n =0
∞
( x − a ) 2 Q( x) = ∑ qn ( x − a ) n
n =0
1 ' ( x2 − v2 )
y '' + y + y=0
x x2
122
física
equações diferenciais lineares
e substituímos na equação:
y '' + P( x) y ' + Q( x) y = 0
obtemos
∞
∑ (n + r )(n + r − 1)a ( x − a)
n =0
n
n+r −2
1 ∞ ∞
+ ∑ n
x − a n =0
p ( x − a ) n
∑
n =0
(n + r )an ( x − a ) n
1 ∞ ∞
+ 2 ∑
( x − a) n =0
q n ( x − a ) n
∑
n =0
an ( x − a) n = 0
e podemos cancelar
∞
∑ (n + r )(n + r − 1)a ( x − a)
n =0
n
n+r −2
∞ ∞
+ ∑ pn ( x − a ) n ∑ (n + r )an ( x − a ) n + r − 2
n =0 n =0
∞ ∞
+ ∑ qn ( x − a ) n ∑ an ( x − a) n + r − 2 = 0
n =0 n =0
fazendo n = 0
(r )(r − 1) + rp0 + q0 = 0
123
física
equações diferenciais lineares
∑ (n + r )(n + r − 1)a ( x − a)
n =0
n
n+r −2
∞ ∞
+ ∑ pn ( x − a ) n ∑ (n + r )an ( x − a ) n + r − 2
n =0 n =0
∞ ∞
+ ∑ qn ( x − a ) n ∑ an ( x − a) n + r − 2 = 0
n =0 n =0
ra í z e s q u e dife r e m po r u m inteiro
Resolvemos as duas relações de recorrência, mas a segunda solu-
ção será da forma
∞
y2 = Cy1 ln( x − a ) + ∑ an ( x − a ) n + r2
n =0
r a í z e s i guais
∞
y2 = y1 ln( x − a ) + ∑ an ( x − a ) n + r2
n =0
Aplicações
Vamos aplicar estes conceitos para resolver a equação de Bessel.
b i b l i o g ra fia
124
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Equação de Bessel
• Método de solução por séries
• Bibliografia
o b j e t i vo
Resolver as equações de Bessel.
e q uaç ão de be ss e l
A equação
1 ' ( x2 − v2 )
y '' + y + y=0
x x2
m é to d o de s o lu ção po r s é ries
Tentamos uma solução do tipo
∞
y = ∑ an x n + r
n =0 ,
∞
y ' = ∑ (n + r )an x n + r −1
n =1
∞
y '' = ∑ (n + r )(n + r − 1)an n + r − 2
n=2
e substituímos na equação:
1 ' ( x2 − v2 )
y '' + y + y=0
x x2 .
Obtemos
∞
∑ (n + r )(n + r − 1)a x
n =0
n
n+r −2
1 ∞
+ ∑
x n =0
(n + r )an x n + r −1
x2 − v2 ∞
+
x2
∑a x
n =0
n
n+r
=0
125
física
equações diferenciais lineares
∑ (n + r )(n + r − 1)a x
n =0
n
n+r −2
∞
+ ∑ (n + r )an x n + r − 2
n =0
∞ ∞
+ ∑ an x n + r − v 2 ∑ an x n + r − 2 = 0
n =0 n =0
∑ (k + r )(k + r − 1)a x
k =0
k
k +r −2
∞
+ ∑ (k + r )ak x k + r − 2
k =0
∞ ∞
+ ∑ ak − 2 x k + r − 2 − v 2 ∑ ak x k + r − 2 = 0
k =2 k =0
∞
+ x r − 2 ∑ (k + r )ak x k
k =0
∞ ∞
+ x r − 2 ∑ ak − 2 x k − v 2 x r − 2 ∑ ak x k = 0
k =2 k =0
donde
∞
∑ (k + r )(k + r − 1)a x
k =0
k
k
∞
+ ∑ (k + r )ak x k
k =0
∞ ∞
+ ∑ ak − 2 x k − v 2 ∑ ak x k = 0
k =2 k =0
e
(r )(r − 1)a0 + (1 + r )(1 + r − 1)a1 x
+(r )a0 + (1 + r )a1 x
∞
+ ∑ ak − 2 − ak v 2 + [(k + r )(k + r − 1) + k + r ]ak x k
k =2
−v 2 a0 − v 2 a1 x = 0
126
física
equações diferenciais lineares
e ainda
(r 2 − v 2 )a0 + 1 + 2r + r 2 − v 2 a1 x
∞
+ ∑ ak − 2 − ak v 2 + [(k + r )(k + r − 1) + k + r ]ak x k
k =2
=0
Equação indicial
A equação indicial é
r 2 − v2 = 0
(1 + 2r )a1 = 0
ak − 2
ak = −
(k + r )(k + r − 1) + k + r − r
2
ak − 2
ak = −
k ( k + 2r )
a2 j − 2 a2 j − 2
a2 j = − =−
2 j (2 j + 2r ) 4 j( j + r)
donde,
a0
a2 = −
4(1 + r )
a2.2− 2 1 a0
a4 = − =
4.2(2 + r ) 4.2(2 + r ) 4(1 + r )
a2.3− 2 1 1 a0
a6 = − =−
4.3(3 + r ) 4.3(3 + r ) 4.2(2 + r ) 4(1 + r )
donde,
(−1) n a0
a2 n = n
4 .n !(n + r )(n − 1 + r )...(3 + r )(2 + r )(1 + r )
(−1) n a0 Γ(1 + r )
a2 n = n
4 .n !Γ(n + r )
127
física
equações diferenciais lineares
onde
Γ(1 + r + 1) = (1 + r )Γ(1 + r )
Γ(1 + r + 2) = (r + 2)Γ(r + 2) = (r + 2)(r + 1)Γ(r + 1)
Obtemos
∞
(−1) n a0 Γ(1 + r ) 2 n + r
y1 = ∑ n
x
n = 0 4 .n !Γ ( n + r )
(−1) n a0 Γ(1 + v) 2 n + v
∞
J v ( x) = ∑ n x
n = 0 4 .n !Γ ( n + v )
exemplo:
1
Resolva x 2 y '' + xy ' + ( x 2 − ) y = 0
4
Solução: y = AJ 1 + BJ 1
−
2 2
b i b l i o g ra fia
128
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Equações de Legendre
• Método de solução
• Polinômios de Legendre
• Bibliografia
o b j e t i vo
Resolver as equações de Legendre.
e q uaçõ es de l e ge n dr e
(1 − x 2 ) y '' − 2 xy ' + n(n + 1) y = 0
m é to d o de s o lu ção
Como x = 0 é um ponto ordinário, tentaremos uma solução
do tipo
∞
y = ∑ an x n
n =0 ,
∞
y ' = ∑ nan x n −1
n =1
∞
y '' = ∑ (n)(n − 1)an x n − 2
n=2
Substitundo na equação
129
física
equações diferenciais lineares
∞ ∞
Portanto,
∞ ∞
∑ (k )(k − 1)a x
k =0
k
k −2
− ∑ (k )(k − 1)ak x k
k =0
∞
−∑ 2(k )ak x k
n =0
∞
+ ∑ n(n + 1)ak x k = 0
j =0
Calculando
∞
donde
( j + 2)( j + 1)a j + 2 − ( j )( j − 1)a j − 2 ja j + n(n + 1)a j = 0
130
física
equações diferenciais lineares
( j )( j − 1) + 2 j − n(n + 1)
a j +2 = aj
( j + 2)( j + 1)
j 2 + j − n2 − n ( j − n)( j + n) + j − n
a j +2 = aj = aj
( j + 2)( j + 1) ( j + 2)( j + 1)
( j − n)[ j + n + 1]
a j +2 = aj
( j + 2)( j + 1)
( j − n)[ j + n + 1]
a j +2 = aj
( j + 2)( j + 1)
( j − n)[ j + n + 1]
a j +2 = aj
( j + 2)( j + 1)
(n)[n + 1]
a2 = − a0
(2)(1)
(1 − n)[1 + n + 1]
a3 = a1
(1 + 2)(1 + 1)
(2 − n)[2 + n + 1] (n)[n + 1]
a4 = − a0
(2 + 2)(2 + 1) (2)(1)
131
física
equações diferenciais lineares
p o l i n ô mio s de l e g e n dr e
Fazendo escolhas adequadas para a 0 , a1 obtemos os polinômios
de Legendre.
P0 ( x) = 1
P1 ( x) = x
1
P2 ( x) = (3 x 2 − 1)
2
1
P3 ( x) = (5 x3 − 3 x)
2
(1 − x 2 ) y '' − 2 xy ' = 0
(1 − x 2 ) y '' − 2 xy ' + 1(1 + 1) y = 0
(1 − x 2 ) y '' − 2 xy ' + 2(2 + 1) y = 0
(1 − x 2 ) y '' − 2 xy ' + 3(3 + 1) y = 0
e
(1 − x 2 ) y '' − 2 xy ' + n(n + 1) y = 0 .
b i b l i o g ra fia
132
física
equações diferenciais lineares
• Introdução
• Objetivo
• Transformada de laplace
• Transformada inversa de laplace
• Algumas propriedades da transformada de laplace
• Crescimento exponencial
• Relação entre a transformada e as equações diferenciais
• Uma pequena tabela de transformadas de laplace
• Quando podemos calcular a transformada de laplace?
• Propriedades da transformada inversa
• Bibliografia
i n t ro d u ção
Usamos a transformada de Laplace para resolver equações diferen-
ciais lineares nas quais os coeficientes não necessariamente são
contínuos.
o b j e t i vo
Resolver equações diferenciais com condições de valor inicial
usando a transformada de Laplace.
133
física
equações diferenciais lineares
alg u m as pr o pr ie da de s da transformada de
l a p l ac e
1.
∞ ∞ ∞
L( f + g ) = ∫ e − st
[ f (t ) + g (t )]dt = ∫ e − st
f (t )dt + ∫ e − st t (t )dt = L( f ) + L( g )
0 0 0
2.
∞ ∞
L(cf ) = ∫ e − st
[cf (t )]dt = c ∫ e− st f (t )dt = cL( f )
0 0
3. ∞ ∞
L( f ' ) = ∫ e − st f ' (t )dt = lim e − st f (t ) − f (0) + s ∫ e − st f (t )dt = − f (0) + sL( f )
t →∞
0 0
5.
L( f '' ) = − f ' (0) + sL( f ' ) = − f ' (0) + s[(− f (0) + sL( f )] = − sf (0) − f ' (0) + s 2 L( f )
c re s c i m e n to e x po n e n cia l
Para que o limite, que aparece em (3), seja zero, a função f não
pode ser qualquer função. Vamos nos restringir às funções que
têm crescimento exponencial.
Dizemos que uma função f tem crescimento exponen-
cial se, para algum c , tem-se lim e − ct f (t ) = 0 . Neste caso,
∞ t →∞
F ( s ) = L( f ) = ∫ e − st
f (t )dt está definida para todo s > c.
0
134
física
equações diferenciais lineares
1 1 1 1
L(e at ) = (1) + L(ae at ) = (1) + aL(e at )
s s s s
a 1
L(e at )(1 − ) =
s s
1
L(e at ) =
s−a
135
física
equações diferenciais lineares
re l aç ão e n tr e a tr a n s fo r mada e as equações
d i f e re n cia is
Exemplo: dada a equação diferencial com coeficientes constantes
ay '' + by ' + cy = 1 . Usando as propriedades acima, obtemos
L(ay '' + by ' + cy ) = L(1)
1
aL( y '' ) + bL( y ' ) + cL( y ) =
s
1
−asy (0) − ay ' (0) + as 2 L( y ) − by (0) + bsL( y ) + cL( y ) =
s
1 + asy ' (0) + as 2 y (0) + bsy (0)
L( y ) =
as 3 + bs 2 + cs
136
física
equações diferenciais lineares
f (t ) = L−1 ( F ( s )) Lf (t ) = F ( s )
1
1 s
t 1
s2
n!
tn
sn
s
cos kt
s + k2
2
k
senkt
s + k2
2
1
e at
1− a
k
e at senkt
( s − a)2 + k 2
s−a
e at cos kt
( s − a)2 + k 2
n!
t n e at
( s − a ) n +1
t2
exemplo: f (t ) = e não tem crescimento exponencial. Neste caso,
não podemos calcular a transformada de Laplace desta função.
137
física
equações diferenciais lineares
b i b l i o g ra fia
138
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Translação de uma transformada de Laplace - Primeiro teore-
ma de translação
• Forma inversa do primeiro teorema de translação
• Transformada de Laplace de funções descontínuas
• Função de grau unitário
• Segundo teorema de translação
• Forma inversa do segundo teorema de translação
• A derivada de transformadas
o b j e t i vo
Calcular a transformada de Laplace de funções descontínuas.
De fato,
∞
se L( f ) = ∫ e − st f (t )dt = F ( s ) , então
0
∞ ∞
L(e at f ) = ∫ e − st e at f (t )dt = ∫ e − ( s − a )t f (t )dt = F ( s − a )
0 0
s−a
L(e at cos kt ) = F ( s − a) =
( s − a)2 + k 2
139
física
equações diferenciais lineares
f u n ç ão de g r au u n itá r io
1, t ≥ a
H (t − a ) =
0, 0 ≤ t < a
0 0 a
s
Utilizamos a função de grau unitário para função definida por partes
exemplo 1: Se
t 2 + 1, t ≥ 2
f (t ) =
t , t < 2
exemplo 2: Se
g (t ), t ≥ a
f (t ) =
m(t ), 0 ≤ t < a então podemos escrever
f (t ) = m(t ) − H (t − a )m(t ) + H (t − a ) g (t ) .
exemplo 3:
f (t ) = H (t − 3) cos 5t
é a função
cos 5t , t ≥ 3
f (t ) =
0, 0 ≤ t < 3
é a função
0, 0 ≤ t < 1
f (t ) = − cos 5t , 1 ≤ t < 3
0, t ≥ 3
140
física
equações diferenciais lineares
A equação diferencial
g (t ), t ≥ a
f (t ) =
m(t ), 0 ≤ t < a e
y '' + ty ' = f (t ) .
pode ser escrita na forma
s e g u n d o te o r e m a de tr a n s lação
L( H (t − a ) f (t − a )) = e − sa L( f (t ))
H (t − a ) f (t − a ) = L−1 (e − sa F ( s ))
1
exemplo: calcule L−1 (e −2 s ).
s
1 1
Solução: L−1 (e −2 s ) = H (t − 2) L−1 ( ) = H (t − 2)
s s
141
física
equações diferenciais lineares
a d e ri vada de tr a n s fo r m a das
A derivada da transformada também pode ser útil para calcular al-
gumas transformadas.
dn
L(t n f (t )) = (−1) n F ( s)
ds n
exemplo: calcule L(te3t ) .
Solução:
d d 1 1
L(te3t ) = (−1) L ( e 3t ) = − =
ds ds s − 3 ( s − 3) 2
b i b l i o g ra fia
142
física
equações diferenciais lineares
tópico 30 – convolução
• Objetivo
• Convolução
• Algumas propriedades da convolução
• Convolução de funções periódicas
• Bibliografia
o b j e t i vo
Calcular transformadas de Laplace usando convolução.
co n vo lu ção
Se f e g forem contínuas por partes no intervalo [0, ∞) então a
convolução de f e g , denotada por f * g , é dada pela integral
t
f * g = ∫ f (tτ ) g (t − tτ )dtτ
0
alg u m as pr o pr ie da de s da convolução
1. f *g = g* f
t
De fato, f * g = ∫ f (tτ ) g (t − tτ )dtτ
0
fazendo
u = t − tτ
du = −dtτ
0 0 t
f * g = ∫ f (t − u ) g (u )(−du ) = − ∫ f (t − u ) g (u )du = ∫ f (t − u ) g (u )du = g * f
t t 0
2. L( f * g ) = L( g ) L( f ) .
De fato
∞
t
L( f * g ) = ∫ e − st ∫ f (tτ ) g (t − τt )dtτ dt
0 0
0 0
143
física
equações diferenciais lineares
∞
∞
= ∫ ∫ [1 − H (tτ − t ) ]e − st ( f (tτ ) g (t − tτ )dtτ dt
00
Podemos trocar a ordem de integração
∞
∞
= ∫ ∫ [1 − H (tτ − t ) ]e − st ( f (tτ ) g (t − tτ )dt dtτ
00
fazendo a mudança de coordenadas
v = t − τt
dv = dt
∞
∞
= ∫ ∫ [1 − H (−v) ]e − s ( v +tτ ) ( f (tτ ) g (v)dt dtτ
00
pois,
∞
L( f ) = ∫ e − st f (t )dt ,
0
∞
L( g ) = ∫ e − su g (u )du
0
t
exemplo: calcule L( ∫ etτ sen(t − tτ )dtτ ) .
0
t
Solução: ( ∫ etτ sen(t − tτ )dtτ ) = et * sent então
0
144
física
equações diferenciais lineares
t
1 1
L( ∫ etτ sen(t −τt )dtτ ) = L(et ) L( sent ) = 2
0
s −1 s +1
3. L−1 ( F ( s )G ( s ) = f * g .
co n vo lu ção de fu n çõ e s pe riódicas
Se f é periódica de período p (Isto é, f ( x + p ) = f ( x ) , então
p
1
− sp ∫
L( f ) = e − st f (t )dt
1− e 0
.
b i b l i o g ra fia
145
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Exemplos
• Bibliografia
o b j e t i vo
Resolver equações usando a transformada de Laplace.
Exemplos:
dy
1. Resolva − 3 y = e 2t , y (0) = 1
dt
Solução:
dy
L( − 3 y ) = L (e 2 t )
dt
dy
L ( ) − 3 L ( y ) = L (e 2 t )
dt
− y (0) + sL( y ) − 3L( y ) = L(e 2t )
1
−1 + ( s − 3) L( y ) =
s−2
1
( s − 3) L( y ) = +1
s−2
s −1
L( y ) =
( s − 2)( s − 3)
Usando frações parciais, obtemos
s −1 A B −1 2
= + = + =
( s − 2)( s − 3) s − 2 s − 3 s − 2 s − 3
s −1 −1 2
y = L−1 = L−1 ( ) + L−1 ( ) = −e 2t + 2e3t
( s − 2)( s − 3) s−2 s −3
Solução:
146
física
equações diferenciais lineares
2
−2 s + s 2 L( y ) + 6 − 6 sL( y ) + 9 L( y ) =
( s − 3) 2
2 2s − 6 2 2
L( y ) = 2 2
+ 2 = 5
+
( s − 3) ( s − 6 s + 9) ( s − 6 s + 9) ( s − 3) s − 3
2 2 1
y = L−1 ( 5
) + L−1 ( ) = t 4 e3t + 2e3t
( s − 3) s − 3 12
b i b l i o g ra fia
147
física
equações diferenciais lineares
• Objetivo
• Função pulso unitário
• Delta de Dirac
• Transformada de laplace da função delta de Dirac
• Considerações gerais
• Bibliografia
o b j e t i vo
Resolver equações diferenciais cujos coeficientes são dados em
termos da “função” Delta de Dirac.
f u n ç ão pu l s o u n itár io
0, 0 ≤ t < t0 − a
1
da (t − t0 ) = , t0 − a ≤ t < t0 + a
2a
0, t ≥ t0 + a
∞
∫ d (t − t )dt = 1
0
a 0
.
d e lta d e dir ac
Define d (t − t0 ) = limda (t − t0 )
a →0
∞, t = t 0 ∞
d (t − t0 ) = ∫ d (t − t0 )dt = 1 .
0, t ≠ t0 e 0
148
física
equações diferenciais lineares
e sa − e − sa
limL(da (t − t0 )) = lime 0 (
− st
) = e − st0
a →0 a →0 2 sa
É plausível que
L(d (t )) = 1
exemplo:
Solução:
L( y '' + y ) = 4 L(d (t − 2p ))
− y ' (0) − sy (0) + s 2 L( y ) + L( y ) = 4e −2p s
− s + ( s 2 + 1) L( y ) = 4e −2p s
4e −2p s + s
L( y ) =
s2 + 1
donde,
4e −2p s + s −1 4e
−2 s
s
y = L−1 ( 2
) = L ( 2
) + L−1 ( 2 )
s +1 s +1 s +1
donde (usando tabela de transformadas se necessário) concluímos
que
y = 4 sen(t − 2p ) H (t − 2p ) + cos t
Considerações gerais
Note que,
∞
L( f )(t0 ) = ∫ f (t )d (t − t0 )dt = f (t0 )
0
b i b l i o g ra fia
149