1 Introdução:
O estudo do movimento é algo complexo que demanda muitas análises conceituais, e para
isso, há necessidade de dividi-lo em partes. Se você duvida disso e acha simples, me diga se
está em movimento ou parado? Para quaisquer respostas estará errado, pois necessita de um
referencial para análise. Obvio ou não? Siga comigo nessa discussão do movimento que
iniciaremos pela descrição do movimento sem analisar sua causa, ou seja, cinemática.
1.2 Espaço-tempo:
O estudo do movimento na cinemática é permeado pelo espaço e pelo tempo. Hoje, sabemos
que o tempo e espaço compõe as dimensões da nossa realidade. Um exemplo simples de
perceber isso é que depois da quarentena irei convidar todos para comer em uma Pizzaria.
Quero todos lá e está marcado. Nesse momento, vem a sua cabeça a seguinte pergunta “Ok,
mas quando?”. E se eu dissesse que marcarei com todos para irmos viajar sábado depois da
quarentena. Nessa situação também vem uma pergunta “Para onde?”. Dessa forma, é
perceptível que para qualquer análise de uma situação ou evento é necessário algumas
coordenadas do espaço e do tempo, ou seja, é preciso fornecer o local e a data para acontecer
a noite da pizza ou a viagem. Desse modo, para descrever o movimento é fundamental ter
para cada instante de tempo seu local no espaço, e reciprocamente, para cada local do espaço
um instante de tempo.
1.2.1 Espaço:
O espaço que conhecemos é composto por 3 dimensões, sendo elas, altura, largura e
comprimento. Em física, adotamos um sistema de eixos ortogonais x, y e z, ou î, ^j e ^z. Nesse
capítulo, nos restringiremos a análise em apenas uma dimensão.
Seguindo essa ótica, para facilitar a análise do movimento, se estabelece na origem do sistema
de coordenadas o referencial e a partir dele se denota as posições ocupadas pelo corpo
durante o movimento.
Nota 1 : Nesse capitulo, nos restringiremos a análise em apenas um eixo, mas é muito
importante, quando se está em um problema aberto, a análise da efetiva importância das 3
dimensões no problema. Em algumas situações, é viável desprezar algumas dimensões para
facilitar o desenvolvimento do problema. Por exemplo, o lançamento vertical de uma bolinha.
O movimento da bolinha ocorre apenas na dimensão y, e portanto, não é necessário a
utilização das outras duas dimensões.
Quando temos o conjunto de todas as posições ocupadas por um corpo durante o movimento,
esse conjunto de pontos forma a trajetória do movimento. E em algumas ocasiões, quando se
conhece de antemão a trajetória do corpo no movimento, pode se partir dela a análise desse.
Para isso, adota-se na trajetória um ponto O como origem do movimento e atribui-se uma
orientação a trajetória. A figura 1 a seguir ilustra a situação.
Por fim, deslocamento ou variação de espaço, é à medida que nos descreve a posição da
partícula e como essa posição varia. E essa variação que representaremos com a letra grega
delta é a posição final, ou espaço final, subtraída da posição inicial, ou espaço inicial.
Nota 3: Algumas literaturas fazem uso da distância total. Essa nada mais é que a soma dos
deslocamentos parciais de todo o movimento.
1.2.2 Tempo:
O tempo ainda é uma incógnita para nós na modernidade, pois apenas sentimos seu efeito e
vemos sua atuação, mas não podemos nos movimentar por ele como fazemos no espaço.
Como o tempo caminha apenas em um sentido, adotamos ele como uma sucessão de
acontecimentos e o medimos a partir da contagem das repetições de algum fenômeno
periódico.
Por fim, Intervalo de tempo será a duração do movimento entre um instante final e um
instante inicial.
1.3 Velocidade:
Com objetivo de avaliar como algumas situações do cotidiano ocorrem e classificar como
rápidas e lentas, desenvolvemos o conceito de velocidade que é a variação de uma medida em
função da variação do tempo. Em física, a medida adota é espaço, no entanto, no cotidiano,
nos deparamos com outras unidades como o Megabyte, ou o Gigabyte, em informática.
A velocidade média é um valor importante para a análise de muitos movimentos, mas ela em
alguns casos não representa um valor real. Por exemplo, um carro indo de uma cidade A para
uma cidade B, distantes em 50 quilômetros, gasta 2,0 h para ir de uma cidade a outra. A
velocidade média do percurso será de 25 km/h. No entanto, durante o percurso ele parou para
almoçar e ficou parado 1,5h. E para chegar na outra cidade teve momentos de velocidade de
120 km/h e momentos de velocidade de 80 km/h. Ou seja, não correspondente a 25 km/h.
Assim, para uso da velocidade média é necessário a delimitação de algumas condições para
que ela seja mais utilizável e direta, pois tem situação que ela é extremamente importante
para se obter a velocidade instantânea.
A interpretação geométrica da velocidade média é a inclinação da linha reta que liga os pontos
p2(t1, s1) e p1(t2, s2) em um gráfico s versus t.
1.4 Aceleração:
A aceleração média se dá pela divisão entre o valor da variação da velocidade pela variação de
tempo. Portanto, a aceleração média fica definida por:
1.5 Análises:
Movimento uniforme é aquele que o corpo sofre variações de espaço iguais em tempos iguais,
ou seja, a velocidade é constante.
A partir do gráfico concluímos que a velocidade instantânea acaba sendo igual a velocidade
média, pois ambas estão sobre a mesma reta suporte que sustentam ambas segundo sua
definição geométrica.
s(t) = si + v*t
Assim, a lei acima da forma descrita é conhecida como lei, ou função, horária dos espaços.
3ª) A partir da lei acima, concluímos que a curva no gráfico S versus t é uma reta como
destacado no gráfico a seguir:
v(t)=vi + a*t
A lei acima da forma descrita é conhecida como lei, ou função, horária das velocidades.
2ª) A partir da lei acima, concluímos que em um gráfico v versus t, a curva descrita é uma reta,
conforme o gráfico a seguir:
É sabido que a area desse tipo de gráfico v versus t é numericamente igual a variação do
espaço.
A N= delta S
A = [(B+b)*h]/2
Em linhas gerais:
Assim, a lei acima da forma descrita é conhecida como lei, ou função, horária dos espaços para
o movimento uniformemente variado.
3ª) A partir da lei acima, concluímos que em um gráfico s versus t, a curva descrita é um
parábola, conforme o gráfico a seguir:
4ª) Há ainda uma última lei que possibilita nesse tipo de movimento a descoberta da
velocidade final sem a necessidade de se descobrir o tempo. Utilizando se a lei horária das
velocidades e a lei horária das posições:
Nos casos descritos anteriormente, dos movimentos conhecidos, é fácil encontrar funções ou
leis para os espaços, as velocidades e acelerações pelas associações e áreas conhecidas. No
entanto, para outros movimentos em que a aceleração varia começa a ter complicações para
encontrar as leis ou funções da maneira tradicional. Para isso, recorremos as derivadas e
integrais que facilitam o trabalho. Pode ser até utilizada nos casos anteriores. Para efeito de
demonstração será descrito no final.
A) Em um movimento qualquer, se temos a lei ou função horária dos espaços, para se obter a
função horária da velocidade basta derivar a função horária dos espaços e se quiser a função
horária da aceleração, basta derivar mais uma vez a função horária dos espaços.
1.5.2.1 Movimento 1:
a(t) = 2t + 4.
Já, se é necessário a equação horária dos espaços, precisa se integrar a equação horária das
velocidades.
1.5.2.2 Movimento 2:
Sabemos que para encontrar a equação horária da velocidade é necessário integrar a equação
horária da aceleração que é:
a(t) = a
Assim:
v(t) = vi + at.
Em seguida, para encontrar a equação horária das posições, basta integrar novamente a
equação horária da aceleração: