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Revista EDUC-Faculdade de Duque de Caxias/Vol.

06-Nº 1/Jan-Jun 2019

A COR DO CUIDADO: Uma reflexão da Enfermagem para a integralidade


do cuidado

Christiane Dinah Maria Souza Paes


Acadêmica de Enfermagem /UNESA. Email: christianepaes97@gmail.com

Ellen Carolyne Martins Souza


Acadêmica de Enfermagem / UNESA. Email: ellen.carollyne15@hotmail.com

Michele Silva De Paula Vaz


Acadêmica de Enfermagem / UNESA. Email: vazzmichele26@gmail.com

Matheus Augusto Da Silva Belidio Louzada


Acadêmico de Enfermagem / UNESA. Email: matheus.belidiolouzada@gmail.com

Isabella Carius Pereira


Acadêmico de Enfermagem / UNESA. Email: isa.bellscarius@gmail.com

Caroline Morais Soares Motta de Carvalho


Enfermeira, Mestre em Saúde da Família (UNESA). Docente da UNESA
Email: c.moraessoares@gmail.com

Antonio da Silva Ribeiro


Doutorando em Enfermagem e Biociências (UNIRIO), Enfermeiro.
Docente de Enfermagem - UNESA e Faculdade de Duque de Caxias
Email: euasr@yahoo.com.br

Resumo: Esta pesquisa objetivou descrever o racismo estrutural na produção do


cuidado em saúde. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, do tipo revisão
narrativa de literatura, que teve como base de dados a Biblioteca Virtual de Saúde
(BVS), utilizando como descritores em ciências da saúde (DeCS): Racismo
institucional; Saúde coletiva. Nessa abordagem foram estabelecidas três categorias
temáticas: a origem do racismo brasileiro; o racismo abordado na saúde coletiva; a
desvalorização das práticas do cuidado à população negra. A pesquisa levou a concluir,
dentre outros, que os profissionais da área de saúde, inclusive os enfermeiros, exercem
ações que envolvam crenças, valores e subsídios necessários para a promoção e
manutenção da saúde da população negra.
Palavras-chave: Cuidado. Saúde. Racismo.
Abstract: This research aimed to describe the structural racism in the production of
health care. This is a study with a qualitative approach, the narrative literature review
type, which was based on the Virtual Health Library (VHL), using as descriptors in
health sciences (DeCS): Institutional racism; Public health. Three thematic categories
were established, namely: the origin of Brazilian racism; racism addressed in public
health; the devaluation of care practices for the black population. It is concluded that
health professionals, including nurses, perform actions that involve beliefs, values and
subsidies necessary for the promotion and maintenance of the health of the black
population.
Keywords: Care. Health. Racism.

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INTRODUÇÃO

A motivação dessa pesquisa veio através de discussões entre as participantes do


projeto com a inquietação sobre as desigualdades, discriminações e preconceitos contra
a população negra, no âmbito da saúde coletiva. No qual os negros não têm voz e os
seus direitos são violados, a falta de profissionais negros faz com que a promoção de
saúde seja extremamente precária, além de serem tratados de maneira preconceituosa.

De acordo com a história do Brasil o negro tinha como sua condição social a
escravidão que resultava em indivíduos sem autonomia e liberdade, apenas pelo quesito
cor da pele, ou seja, a cor negra. Contudo, no Brasil, a escravidão durou mais de 300
anos, suas condições de vida eram deploráveis, passavam por diversas humilhações,
castigo, alojamento promíscuo, além da má alimentação e não tinham direitos
respeitados como frequentar a escola (FIOCRUZ, 2018).

Mesmo com o negro alcançando, supostamente igualdade jurídica com a


abolição da escravatura, mantinha-se não só a desigualdade econômica e a social entre
brancos e negros, mas ainda a antiga ideologia que definia bem a diferença entre os dois
e reservava ao negro uma posição de submissão, e neste mesmo período, surgiu o
Movimento da Reforma Sanitária. (BRASIL, 2013).

Assim, a liberdade dada aos negros anteriormente é relativa embora não mais
escravizados, nenhuma estrutura que garantisse ascensão social ou a cidadania dos
negros foi oferecida. Alguns negros continuavam trabalhando com seus antigos
senhores de engenho em troca de pouco mais do que eles ganhavam anteriormente. E
com isso eles foram buscar moradia em lugares precários e afastados em bairros centrais
das cidades, a maioria procurava abrigo no Morro da Providência, sendo
marginalizados, pelo fato de ser impedido de atuar as atividades do trabalhador livre,
não tinham fácil acesso ao mercado de trabalho. A falta de políticas no período pós-
abolição que incluíssem está população nos processos produtivos e sociais, assim como
o imaginário sobre sua inferioridade, contribuiu para a continuidade da sua
marginalização na sociedade brasileira (BRASIL, 2013).

Atualmente, ainda que a situação dos negros tenha melhorado muito, as


condições de vida dessa parcela da população não se equiparam à da população branca,

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que ainda apresenta índices sociais mais favoráveis do que as demais etnias existentes
no país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os negros e
pardos representam a maioria da população brasileira – cerca de 54% da população total
do país, que já superou a quantia de 204 milhões de pessoas (IBGE, 2017).

Justifica-se a realização desse estudo, considerando que o preconceito racial


como o limitador do processo dos princípios do SUS, como acesso universal entre a
integralidade, ferindo os princípios previstos dos direitos humanos da Organização
Mundial de Saúde.

A relevância deste estudo é o intuito de melhorar o atendimento nos serviços de


saúde a população negra, diminuindo as disparidades socais, dando empoderamento aos
negros para fazer com que seu direito seja exercido, reduzindo o racismo, a violência, a
mortalidade, incluindo ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de
doenças, como a gestão participativa, participação popular e controle social, produção
de conhecimento, formação e educação permanente para trabalhadores de saúde,
visando a promoção da equidade em saúde da população negra.

A pesquisa tem como questão norteadora: “Como o racismo institucional


influencia na produção do cuidado do indivíduo negro?”, Tendo como objetivo
descrever o racismo estrutural na produção do cuidado em saúde.

METODOLOGIA UTILIZADA

O método adotado para este estudo foi a revisão narrativa de literatura. No qual,
caracteriza-se a detalhar o progresso de um assunto específico sob a ótica teórica ou
contextual por intermédio de literatura cientifica já existente (BRUM et al., 2015).

Os artigos foram identificados e acessados tendo como bases de dados da


Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) do sistema BIREME e a utilização a estratégia PICo,
para a construção da questão norteadora. Iniciou-se pela busca de materiais que
contivessem em seu resumo os descritores em ciências da saúde (DeCS): Racismo
institucional; Saúde coletiva. Foram adotados os seguintes critérios de inclusão de
artigos: materiais completos, cujo objeto de estudo seja de interesse dessa revisão
narrativa em língua portuguesa, no formato de artigo e com recorte temporal de dez
anos (2010 – 2019). Os critérios de exclusão foram: estudos duplicados ou que não

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atendessem a temática proposta. Emergiram quarto artigos, porém apenas dois


apresentaram-se disponíveis na integra. E, dentre esses dois, apenas um, se classifica
como artigo que responde à questão norteadora do estudo.
A análise de dados foi realizada conforme a técnica de Minayo (2007), onde foi
praticada uma leitura dos artigos selecionados após o fluxograma. Esses artigos foram
catalogados em categorias e subcategorias, atingindo assim, a construção dos resultados
e discussão deste trabalho.

A ORIGEM DO RACISMO BRASILEIRO

Um dos últimos países a abolir a escravidão, foi o Brasil. Este acontecimento,


embora tenha acontecido há tanto tempo, deixou resquícios na sociedade
contemporânea. E, para compreendê-las, se faz necessário ter a lembrança de que este
período foi marcado pelos navios negreiros e os objetos de torturas. A abolição foi um
processo vagaroso e que, isto, contribuiu para a solidificação do racismo (NUNES,
2006).

Até a data da abolição da escravatura, em 1850, houve uma intensa imigração de


pessoas vindas do continente africano para serem vendidas, alugadas ou “trocadas”
como mercadorias. Mesmo após a escravidão ser abolida no Brasil, ainda há uma luta
diária para que a desigualdade social enraizada desde a escravatura seja superada de
uma forma em que não haja preconceitos raciais (NUNES, 2006).

De acordo com Nunes (2006), após a abolição da escravatura, mudaram-se as


aparências, mas a essência das relações sociais com o negro permaneceu muito
parecida. O Estado declarou o negro como livre, mas o privou de uma prosperidade
material igual aos de etnia branca, as discriminações raciais ainda perduram, fazendo
que, os próprios negros e os afrodescendentes sejam culpabilizados pela cor de sua pele.

O racismo surgiu no século XVI e XVII, quando o primeiro africano ao pisar no


território nacional já estava prometido à escravidão. As medidas para cessar as
intolerâncias raciais só foram concretizadas através da Lei Áurea, onde era uma lei que
denominou à extinção da escravidão, mesmo com a abolição dos negros viviam
procurando sua independência e igualdade (CARNEIRO, 2002).

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Os negros continuavam a viver à margem da economia brasileira, entregues à


fome, à miséria, e aos castigos corporais. Na maioria dos casos, ser livre ou pessoa
escravizada não mudava a situação precária da vida (CARNEIRO, 2002).

Mesmo com o negro alcançando, supostamente, igualdade jurídica com a


abolição, mantinha-se não só as desigualdades econômicas e sociais entre brancos e
negros, mas ainda a antiga ideologia que definia bem a diferença entre os dois e
reservava ao negro uma posição de submissão (DA SILVA, 2005).

Por volta de 1850, século XVIII, era abordado o fim da escravidão, como
também, discussões em torno do negro e seu papel no futuro do país (THEODORO,
2013).

A sociedade brasileira tem uma convivência histórica e estruturalmente que ecoa


nas relações sociais e inscreve no país uma forma particular de convivência entre
desiguais. Como ideologia que diferencia e hierarquiza os indivíduos em função de sua
aparência, o racismo molda uma sociedade que se assenta na existência e naturalização
da desigualdade e dela faz uma base específica de apoio e funcionamento
(THEODORO, 2013).

Como a formação da identidade étnico-racial das pessoas também depende da


história, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) identifica
na linha do tempo: O período colonial brasileiro no qual aconteceu intensamente o
processo de objetificação, por meio da ideologia do racismo, dos milhões de negros e
negros escravizados (pessoas transformadas em escravos nas Américas), trazidos do
continente africano nos porões dos navios negreiros para as fazendas de cana-de-açúcar
em condições de vida e trabalho adversas (DA CRUZ & MONTEIRO, 2015).

Após a abolição da escravidão (1888), não aconteceu e, até hoje, é uma luta
constante em uma sociedade em que a desigualdade racial é enraizada e a tentativa de
apagar a memória da barbárie contra os escravos são permanentes, quer pela eliminação
de documentos, quer pela disseminação do mito da democracia racial (NUNES, 2006).

Ao longo dos séculos a sociedade brasileira se estruturou a partir da


desigualdade. Nossa modernidade percorreu em grande parte nas desigualdades
extremas, sociais e raciais, como a oferta ilimitada de serviços pessoais, aumento da
população negra nas ruas reciclando materiais, nota-se a possibilidade de

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profissionalismo para a classe média negra, não compartilha o salário igualitário e sim o
aumento das tarefas a serem cumpridas (NUNES, 2006).

O racismo estrutural se mantém e condiciona de forma adversa os determinantes


sociais da saúde/doença da população negra e por meio de diversos recursos de mídia
reelabora e reforçam os preconceitos, os estereótipos étnico-raciais, legitimando a
invisibilidade, a inferiorização e a estigmatização da população negra. História, cultura,
racismo e enfrentamento são partes da construção contínua da identidade étnico-racial
da população brasileira como um todo e têm impacto sobre a saúde e sobre as interações
profissional-usuário SUS (DA CRUZ & MONTEIRO, 2015).

O racismo no Brasil precisa ser enfrentado, pela sociedade, pelo estado e pelo
poder público, pois há uma combinação de ações violentas contra a população negra,
especialmente contra os jovens negros, que são levadas para o Estado através da polícia
e do poder judiciário (DA CRUZ & MONTEIRO, 2015). Segundo Lopes (2005) a
distinção de cor e/ou raça ocorre em sua pluralidade de forma furtiva, devido a sua
proibição por meio de leis.

Quando se trata destas diferenças na esfera dos direitos e ambientes públicos


caracteriza-se o racismo institucional que é definido pela Articulação para o Combate ao
Racismo Institucional, (2006), como: incapacidade das entidades em fornecer serviço
profissional apropriado às pessoas em razão de sua cor, origem racial, étnica ou cultura.
O racismo institucional se apresenta em regulamentos, técnicas e condutas diferenciadas
praticadas regularmente no ambiente de trabalho. Em todo caso, sempre coloca pessoas
de grupos raciais ou étnicos discriminados em situação de desvantagem no acesso a
Benefícios gerados pelo Estado e por demais instituições e organizações. No Brasil,
no ano de 2005 foi efetivado o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI),
(CRI,2006).

Ainda que a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra ateste que
situação de vida dessa população é proveniente de processos sociais, culturais e
econômicos históricos do País, a tenacidade de tal cenário é constatada nas elevadas
taxas de mortalidade materna e infantil, no maior predomínio de doenças crônicas
como: a anemia falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus II, deficiência de
G6PD, miomatose que se tornam mais frequentes na população negra devido a sua
genética. Além disso, encontram-se outros agravos que afetam a essa população como:

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as doenças infecciosas, problemas que estão relacionados às más condições de vida,


como as mortes violentas, a desnutrição e os transtornos mentais relacionados ao uso
excessivo do álcool e de outras drogas (TAVARES; OLIVEIRA &LAGES, 2013);

O RACISMO ABORDADO NA SAÚDE COLETIVA

As primeiras ações para resultar em política raciais, surgiram no Brasil através


do Movimento Negro, durante o período da escravidão, ainda de forma precária e
clandestina, para defender-se das violências e injustiças praticadas pelos senhores, os
negros escravos se uniram para buscar formas de resistência (MEDEIROS, 2014).

Ao longo dos anos, o Movimento Negro se fortaleceu e foi responsável por


diversas conquistas dessa comunidade, que por séculos foi injustiçada e cujo reflexos
das políticas escravocratas ainda são visíveis na sociedade atual (MEDEIROS, 2014).

Alguns anos depois nas décadas de 70 e 80, vários grupos são formados com
intuito de unir os jovens negros e denunciar o preconceito. Protestos e atos públicos das
mais diversas formas passam a ser realizados, chamando a atenção da população e
governo para o problema social – como a manifestação no Teatro Municipal de são
Paulo, que resultaria da formação do Movimento Negro Unificado (FRY, 2005).

O primeiro sinal de mudança veio com o governo de Fernando Henrique


Cardoso. No dia da independência em 1995, o presidente pronunciou: “Nós temos que
afirmar com muito orgulho mesmo, a nossa condição de uma sociedade plurirracial e
que tem muita satisfação de poder desfrutar desse privilégio de termos, entre nós, raças
distintas e de termos, também, tradições culturais distintas. Essa diversidade, que faz, no
mundo de hoje, a riqueza de um país” (FRY, 2005).

As principais políticas públicas de âmbito federal com recorte racial na educação


estão organizadas tanto no eixo e reconhecimento identitário como no distributivo.
Entre elas, destacam-se a Lei 10.639 (assinada pelo presidente Lula logo no início do
seu mandato alterando a Lei 9.394/1996), que inclui no currículo oficial da Rede de
Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira, o PROUNI
(Programa Universidade para Todos) e o apoio às ações afirmativas nas universidades
públicas”. (LIMA, 2010)

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Em termos de mudanças institucionais, destaca a criação da Secretaria de


Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), criado em julho de 2004,
no âmbito do Ministério da Educação, responsável pela execução de diversos programas
(LIMA, 2010).
O PROUNI, sem dúvida, em termos redistributivos, a política afirmativa de
maior impacto. Segundo informações do MEC (Ministério da Educação), “O PROUNI
já atendeu, desde criação até o processo seletivo do segundo semestre de 2009, cerca de
600 mil estudantes, sendo 70% com bolsas integrais”. (BRASIL, 2017).

Ele apresenta uma política de costas, relacionada a concursos públicos, através


da Lei 12.990/14, 20% das vagas oferecidas nos concursos, para os que se autodeclaram
pretos, pardos ou índios e optam por ser beneficiários deste sistema no ato de inscrição
(BRASIL, 2017).

As instituições de ensino superior participante do PROUNI devem destinar com


percentual de bolsas aos cotistas com base no número de cidadãos pretos, pardos e
índios, por unidade da federação, segundo o último senso do IBGE, (OLIVEIRA &
SILVA, 2017).

As críticas ao programa não recaem sobre a existência de critérios raciais, e sim


por se considerado uma política que investe e transfere recursos (via isenção de
impostos) ao setor privado da educação (LIMA, 2010).

Outro programa que passou a adotar o critério racial foi o FIES (Programa de
Financiamento Estudantil), cuja existência é anterior ao atual governo. Inclui o quesito
cor/raça na composição do índice de classificação, aumentando as chances de os
solicitantes negros conseguirem o financiamento. (DE OLIVEIRA & SILVA, 2017)

A criação da Secretaria Especial de promoção da Igualdade Racial (SEPPIR),


em 21 de março de 2003, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial,
transformada em Ministério em fevereiro de 2008, é, sem duvida, uma inflexão política
e institucional no tratamento da temática racial pelo Estado. (LIMA, 2010).

Destacam-se também as parceiras realizadas com a sociedade civil organizada e


órgãos internacionais. Como integrante da estrutura básica desta Secretaria foi criado o
Conselho Nacional de Participação da Igualdade Racial (CNPIR), um órgão colegiado

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de caráter consultivo, cuja finalidade é propor, em âmbito nacional, políticas de


promoção da igualdade racial com ênfase na população negra (LIMA, 2010).

Em 13 de maio de 1996, foi lançado o Programa Nacional de Direitos Humanos


(PNDH). No documento o governo assume o compromisso de realizar estratégias de
combate ás desigualdades raciais (JACCOUD & BEGHIN, 2002).

Algumas ações e eventos merecerem destaque por configurarem espaços de


formulação de demandas com apoio do Estado. Entre I E II Conferência Nacional de
Promoção da Igualdade Racial convocadas por decreto e com forte mobilização da
sociedade civil tanto nos eventos como nas reuniões preparatórias que ocorreram nos
estados (LIMA, 2010).

As propostas aprovadas nesta conferência serviram de base para a constituição


do Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PLANAPIR), aprovado por
Decreto em junho de 2009 e considerado um documento que oficializa demandas
passíveis de serem contempladas nas ações e programas implantados pelo governo
federal (LIMA, 2010).

Apesar de 20 anos de iniciativas para reduzir a disparidade vivida pelos negros


na sociedade brasileira, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que o país
“fracassou” em mudar a realidade de discriminação enraizada, exclusão e pobreza
enfrentadas por essas comunidades” e denuncia a “criminalização” da população negra
no Brasil. Indicam que o mito da democracia racial continua sendo um obstáculo para se
reconhecer o problema do racismo no Brasil. “Esse mito contribuiu para o falso
argumento de que a marginalização dos afro-brasileiros se dá por conta de classe
institucional” (DE OLIVEIRA, 2018).

Na história política do Brasil, até 1934, mulheres, negros, pobres e analfabetos


não tinham direito a voto. É impossível tratar da cidadania dos negros brasileiros e da
promoção de seus direitos humanos sem que se faça uma leitura do passado (BRASIL,
2013).

A PNSIPN (Política Nacional Integral da População Negra) abrange ações e


programas de diversas secretárias e órgãos vinculados ao Ministério da Saúde (MS).
Seu propósito é garantir maior grau de equidade no que tange à efetivação do direito

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humano à saúde, em seus aspectos de promoção, prevenção, atenção, tratamento e


recuperação de doenças e agravos transmissíveis e não transmissíveis (BRASIL, 2008).

Ela se insere na dinâmica do SUS, por meio de estratégias de gestão solidária e


participativa, que incluem: utilização do quesito cor na produção de informações
epidemiológicas para a definição de prioridades e tomada de decisão, ampliação e
fortalecimento do controle social, desenvolvimento de ações e estratégias de
identificação, abordagem, combate e prevenção do racismo institucional no ambiente de
trabalho, nos processos de formação e educação permanente de profissionais,
implementação de ações afirmativas para alcançar a equidade em saúde e promover a
igualdade racial (BRASIL, 2008).

De acordo com Perpétuo (2000), em 1996, as mulheres negras apresentaram


menores chances de passar por consultas ginecológicas completas e por consultas de
pré-natal, menores chances de realizar a primeira consulta de pré-natal em período igual
ou inferior ao quarto mês de gravidez.

Em contrapartida, apresentaram maiores chances de ter o primeiro filho com 16


anos ou menos, de engravidar ainda que não quisessem, de não receber assistência
médica durante todo o período gravídico ou de não serem examinadas adequadamente.
No ano 2000, 8,9% das mulheres que deram à luz na região Norte do país não
realizaram consultas de pré-natal contra 6,5% das brancas, o que implica em 36%
menos de chance de acesso a este tipo de assistência. (CUNHA, 2004).

Em termos locais, das 9.633 puérperas atendidas em maternidades do município


do Rio de Janeiro, entre julho de 1999 e março de 2000, mais negras que brancas
relataram diagnóstico de doença hipertensiva e sífilis durante a gestação. Na avaliação
quantitativa dos cuidados no pré-natal, a situação de inadequação foi comum para a
maioria das mulheres negras. Além da inadequação do pré-natal, a peregrinação em
busca de atendimento foi de 31,8% entre as pretas, 28,8% entre as pardas e 18,5% entre
as brancas (BRASIL, 2004).

A anestesia foi amplamente utilizada para o parto vaginal em ambos os grupos,


contudo, a proporção de puérperas que não tiveram acesso a este procedimento foi
maior entre as pretas e pardas- 21,8% e 16,4% respectivamente. Todos os dados citados
estão descritos no estudo realizado por Leal (2003).

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Do ponto de vista do usuário, são criados e recriados mecanismos para a não


percepção ou não aceitação de atitudes negativas por parte dos profissionais. Enquanto
aqueles simulam tratamento igualitário, estes fingem não perceber que estão sendo
maltratados (BRASIL, 2004).

Sobre a realização de ações específicas para usuários do serviço, integrantes da


população negra, relataram não as realizar por considerar que devem tratar todos os
indivíduos com igualdade, mas na prática não é assim que funciona, nem todos os
profissionais sabem dizer o que seria a PNISPN (BRASIL, 2017).

Segundo Lopes (2005), quando alerta de que é preciso ir além dos números e
taxas, pois o combate e a erradicação das desigualdades são um grande desafio no
campo das políticas públicas, especialmente quando tais desigualdades são oriundas da
expressão indireta de discriminação étnico-racial.

Neste sentido, para a atenção integral à saúde da população negra é válido


ressaltar que o racismo institucional é algo tão enraizado pela sociedade que impacta a
saúde da população negra (BRASIL, 2017).

Não se expressa em manifestos, explícitos ou declarados de discriminação. Ao


contrário (o racismo institucional) atua de forma difusa no funcionamento cotidiano de
instituições e organizações, que operam de forma diferenciada na distribuição de
serviços, benefícios e oportunidades aos diferentes segmentos na população do ponto de
vista racial. Ele extrapola as relações interpessoais e instaura-se no cotidiano
institucional, inclusive na implementação efetiva de políticas públicas, gerando, de
forma ampla, desigualdades e iniquidades (SILVA et al.,2009).

Com a certificação da existência do racismo e seus efeitos deletérios na saúde e


a fornecimento de serviços, Cooper, Hill e Powe (2002) aperfeiçoaram um modelo que
versa sobre a promoção da equidade racial em saúde a partir da visibilidade e
intervenção sobre os fatores que interferem em seu acesso e utilização dos serviços de
saúde. Em meio a esses fatores estão as contrariedades pessoais e familiares, que
influenciam diretamente na proximidade ou egresso dos indivíduos no que tange ao
modelo de saúde; as dificuldades enfrentadas por eles, que compreende o nível de
informação e entendimento das linguagens; além do grau de instrução e nível de renda.

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O modelo também aponta que existe a inevitabilidade de interferência na


conduta de gerenciamento dos serviços de saúde existentes, possibilitando a facilidade
ao acesso integral, em seus diferentes níveis de atendimento. O reconhecimento dessas
de limitações pode beneficias a adesão de critérios simples e pertinentes a cada situação
para sua superação e aproximação entre usuários e o serviço de saúde (WERNECK,
2016).

A DESVALORIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DO CUIDADO À POPULAÇÃO


NEGRA

O preconceito e a discriminação racial têm sido objeto de análise pelos cientistas


sociais no Brasil, especialmente para pensar o impacto que esses fenômenos produzem
na dinâmica das relações sociais e de desvendar e revelar a discriminação, racismo e
outros processos que produzem a exclusão social.Com relação ao campo da saúde, os
estudos são mais recentes e, sobretudo, mais difíceis de serem, realizados, devido à
dificuldade em evidenciar nas suas minúcias o intricado campo das relações sociais
entre usuários, profissionais de saúde e serviços de atendimento (CORDEIRO &
FERREIRA, 2009).

Segundo Cruz (2012), a Política Nacional de Saúde Integral da População


Negra tem uma finalidade: a desconstrução do racismo institucional no SUS e a
inclusão das práticas de cura de matriz afro-brasileira no SUS. O autor complementa
que o profissional de saúde implementa suas ações através do modo pelo qual examina
suas crenças e sua cultura matriz afro-brasileira, pois a crítica a sua crença, suas
atitudes, a condição que lhe assegura a prestação de um cuidado de saúde centrado na
pessoa, no ser humano, isento de discriminação étnico-racial, correlacionando a
influência da cultura, família, história, resiliência e genética da população negra
brasileira com saúde-doença e bem-estar .

Estar próximo ou distante da cliente se deve muito provavelmente a fato de que


muitas informações sobre a cultura negra brasileira e os seus valores de matriz africana
são veiculados por diferentes meios de comunicação (SOUSA, 2013), modelando tanto
a identidade quanto as interações sociais de forma positiva ou de forma negativa.

Para Nogueira (2017), o racismo só pode ser compreendido como relação de


poder, estruturado por dentro das instituições sociais, e sua superação não se faz sem a
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reforma destas. Racismo é uma relação que se estrutura política e economicamente.


Desse modo, raça ganha centralidade como variável presente na produção e reprodução
das desigualdades sociais e nos processos de exclusão social da população negra no
Brasil.

A população negra do país tem sido subjugada, violentada e criminalizada desde


a escravidão para saciar os interesses sociais e econômicos das classes ricas —
fenômeno acolhido por leis cujos efeitos camuflam, revalidam e perpetuam a opressão.
A propagação do discurso preconceituoso e discriminatório alicerça a narrativa para
desqualificar a cidadania afro descendente. O discurso da acomodação, que afirmava
serem os (as) negros (as) acomodados (as) com sua situação e condição, os considerava
vítimas com defeitos. Por isso, eram tratados como infantilizados e deles retirada sua
humanidade, fazendo com que as desvantagens que se acumularam fossem associadas à
cor da pele, de um povo dado à escravidão e mal ajustado (MADEIRA E GOMES,
2018).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O racismo traz como problemática, diversos fatores, entre eles, podemos citar: a
desumanização do ser que sofre essa violência, ele inabilita os serviços de saúde e em
consequência disso, faz com que a população negra tenha a sua expectativa de vida
reduzida, onde as taxas de morte materna e infantil são maiores; a violência produz mais
mortes, e mortes mais precoces neste grupo.

A gestão do cuidado emerge para origina-se das necessidades individuais de


cada pessoa em momentos diferentes de sua vida, tendo como objetivo sua segurança,
autonomia e bem-estar. Na perspectiva da família é de responsabilidade dos
profissionais da Atenção Básica de saúde, onde os indivíduos são pessoas da família,
amigos e vizinhos.

Os profissionais da área de saúde, inclusive os enfermeiros, exercem ações que


envolvam crenças, valores e subsídios necessários para a promoção e manutenção da
saúde da população negra, onde os enfermeiros junto com as políticas Públicas já
existentes em território nacional, tem por objetivo de melhorar os índices de
mortalidade precoce da população negra, visando: estabelecer protocolos de tratamento
para as doenças prevalentes na população negra; implantar os núcleos de combate à

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violência; inserir o recorte étnico-racial nas investigações de mortalidade materno-


infantil; implantar e apoiar ações de cultura de paz e não-violência para prevenção da
mortalidade precoce da população negra, em todos os níveis de atenção à saúde; entre
outros.

A equidade é um dos princípios básicos do SUS, que tem como definição


oferecer tratamentos distintos e específicos, para ter a redução da vulnerabilidade dos
pacientes. Em relação a população negra, ela é mais suscetível a certas patologias
devido a sua história pregressa excludente, seja ela econômica, social, política e/ou
cultural

Em contrapartida, é imprescindível estimular debates sobre a temática e


desenvolver saberes que, além de trazer evidência cientifica as injustiças, esses debates
possam também possam colaborar para melhor esclarecimento sobre as discriminações
sobre a saúde da população negra. Onde, o racismo estrutural e institucional deve ser
defrontado para que seja entendido como indicador da qualidade do atendimento
prestado à essa população.

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