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Brazilian Journal of Development 100848

ISSN: 2525-8761

Saúde da mulher quilombola no Brasil: Uma revisão de literatura

Health of quilombola women in Brazil: A literature review

DOI:10.34117/bjdv7n10-411

Recebimento dos originais: 07/09/2021


Aceitação para publicação: 28/10/2021

Valéria Mirla de Oliveira


Laboratório de Pesquisa em Imunologia Celular e Molecular, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte Natal/RN, Brasil.
E-mail: valeriamirla19@gmail.com

Conceição Beatriz Costa de Lira


Laboratório de Pesquisa em Imunologia Celular e Molecular, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte Natal/RN, Brasil.

Emanuelly Bernardes-Oliveira
Laboratório de Pesquisa em Imunologia Celular e Molecular, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte Natal/RN, Brasil.

Érika Rodrigues Guimarães Costa


Universidade Federal do Amapá, Macapá/AP, Brasil.

Mylner Olveira Fermiano de Souza


Programa de Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada, Universidade Federal do
Amazonas, Manaus/AM, Brasil

Madson Ralide Fonseca Gomes


Universidade Federal do Amapá, Macapá/AP, Brasil.

Janaína Cristiana de Oliveira Crispim


Laboratório de Pesquisa em Imunologia Celular e Molecular, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte Natal/RN, Brasil

Deyse de Souza Dantas


Laboratório de Pesquisa em Imunologia Celular e Molecular, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte Natal/RN, Brasil.
Universidade Federal do Amapá, Macapá/AP, Brasil

RESUMO
Este estudo compete a um levantamento de literatura que tem como finalidade explorar
trabalhos publicados no intervalo dos anos de 2015 a 2020, que façam explanação sobre
a saúde da mulher em comunidades quilombolas e, com isso, mencionar os
questionamentos frequentes aos artigos, proporcionando argumentação e reflexão para
melhorar o acesso a saúde, a essas comunidades. Como ferramenta de pesquisa foi
utilizado as bases de dados SCIELO, LILACS, PUBMED, GOOGLE ACADÊMICO, e
o portal periódicos CAPES. Foram encontrados 93 artigos, todavia apenas 10 estavam de

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acordo com os critérios de inclusão; sendo 3 artigos no SCIELO, 3 artigos no LILACS, 2


artigos no PUBMED, 1 artigos no GOOGLE ACADÊMICO e 1 artigo no portal
periódicos CAPES. A revisão de literatura formulada possui um apuramento limitado em
virtude da privação de conteúdo relacionados à saúde da mulher quilombola. Por isso é
extremamente necessário trabalhar sobre esses assuntos, tema e sua aplicabilidade nas
comunidades quilombolas. Com o andamento da análise foram observadas indagações
comuns aos artigos, entre elas percebe-se a deficiência na promoção em saúde para essas
mulheres, questões raciais, fragilidade na assistência à educação e à informação em saúde,
a falta de profissionais de saúde capacitados para atender nessas comunidades, falta de
entendimento cultural por parte desses profissionais e dos governantes. Desencadeando,
assim, um fenômeno multicausal sobre a saúde da mulher quilombola. Isso causa
problemáticas decorrentes ao acesso dos serviços de saúde, revelando a necessidade do
investimento em pesquisas e na assistência à saúde dessas mulheres que sofrem
vulnerabilidade social.

Palavras-chave: Comunidade Quilombola, Saúde, Mulher, Brasil e Comunidade.

ABSTRACT
This study is part of a literature survey that explores works published in the years 2015
to 2020, which explain women's health in quilombola communities and, therefore,
mention the frequent questions to articles, providing argumentation and reflection to
improve access to health in these communities. As a research tool, SCIELO, LILACS,
PUBMED, GOOGLE ACADEMIC, and CAPES journal portal were used as a database.
93 articles were found, however only 10 were in accordance with the inclusion criteria;
being 3 articles in SCIELO, 3 articles in LILACS, 2 articles in PUBMED, 1 articles in
GOOGLE ACADEMIC and 1 article in the CAPES journal portal. The literature review
formulated has limited accuracy due to the deprivation of content related to the health of
quilombola women. That is why it is extremely necessary to work on these issues, theme
and its applicability in quilombola communities. As the analysis progressed, questions
common to the articles were observed, among them the deficiency in health promotion
for these women, racial issues, weakness in education and health information assistance,
the lack of trained health professionals in these communities, lack of cultural
understanding on the part of these professionals and governments. Thus, triggering a
multi-causal phenomenon on the health of quilombola women. This causes problems
arising from access to health services, revealing the need for investment in research and
health care for these women who face social vulnerability.

Keywords: Quilombola Community, Health, Women, Brazil and Community.

1 INTRODUÇÃO
A história dos remanescentes quilombos no Brasil começa no período da
escravocrata, quando negros escravizados que conseguiam fugir das fazendas em busca
de abrigo nessas comunidades.
A maior parte da população brasileira é constituída por afrodescendentes, em
consequência a formação da população brasileira, vivenciam até os dias atuais uma

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trajetória de iniquidades, estes povos vivenciam uma realidade de atrasos sociais, pobreza
e consequentemente uma baixa atenção à saúde (Ferreira HS, Torres ZMC, 2015).
Os quilombolas são descendentes dos afrodescendentes que vieram para o Brasil
no período da escravidão, deixando um legado de tradições culturais, como a dança,
religião, culinária e resistência. No Brasil essas tradições estão fortemente presentes nas
comunidades quilombolas, entretanto, além dessas tradições culturais, existem fortes
traços de iniquidade racial, como: menor assistência social, menos oportunidade de
trabalho, moram em áreas restritas de acesso os serviços de saúde e educação.
A trajetória do negro na sociedade brasileira é vivenciada por uma série de
questões, tais como a exclusão social e o preconceito. Essas são questões que necessitam
de atenção especial, por apresentar dupla compreensão, ou seja, por um lado, fala-se da
opressão sofrida por esses s indivíduos, por outro, fala-se da resistência negra. Apesar
disso, o negro, visto como indivíduo oprimido, sempre estão presentes nas discussões em
relação a resistência.

“Os quilombos são a materialização da resistência negra à escravização, foram


uma das primeiras formas de defesa dos negros, contra não só a escravização,
mas também à discriminação racial e ao preconceito. ” (SILVA, 2012, p.6).

Segundo Art. 2 do Decreto 4887/03, às Comunidades quilombolas são lembradas


por sua trajetória histórica de lutas e resistência, são também caracterizadas como
comunidades étnico-raciais, com características territoriais específicas.

Segundo SILVA IFS, RODRIGUES ILA, NOGUEIRA LMV, PALMEIRA IP


e FERREIRA MA (2020), as práticas de cuidado em saúde desses grupos são
baseadas na medicina popular, que podem ser entendidas como um conjunto
de conhecimentos, crendices e superstições.

As comunidades quilombolas no Brasil possuem um número impreciso. A


Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas –
CONAQ que dados de que possuem 3,2 mil comunidades. Já a Fundação Palmares, em
um último seu relatório de agosto de 2019, estima 3.386 quilombos. Quanto às certidões,
de 2004 até o ano de 2019, o órgão emitiu 2744 reconhecimentos. 61% desse total fica na
região nordeste, 16% no Sudeste, 11% no Sul, 7% no centro-oeste e 5% no Norte.
No Brasil, as mulheres afrodescendentes são fortemente discriminadas por serem
mulheres, por serem negras. Essas mulheres possuem marcas de uma retórica construção
social, por serem diariamente postas como inferiores, incapazes, por se apresentar em
situação economicamente inferior na sociedade, por sua cultura e costumes. Vivenciam

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uma dura realidade de aceitação na sociedade (Prates LA, Cremonese L, Wilhelm LA,
Oliveira G, Timm MS, Castiglioni CM, Ressel LB, 2018).
O termo saúde mais divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é
referido como bem-estar físico, social e psicológico, a saúde não é somente a falta da
doença. Na conjuntura mundial, a saúde foi alcançada desde a década de 1960; no Brasil,
nesse meio-tempo, essa conquista ocorreu com a promulgação da Constituição Federal
de 1988 (Brasil, 1996). (Saúde Soc. São Paulo, 2016).
Há muitos anos, o cuidado à saúde da mulher se restringia somente ao período
gravídico-puerperal. Em oposição a esse contexto, grupos feministas e grupos sociais
fazem protestos reivindicando melhores cuidados à saúde da mulher, sem se limitar
somente ao período reprodutivo (Lisie Prates, 2015).
Segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde -
CONASEMS, o Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta uma Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde da Mulher desde 2004, a qual foi desenvolvida em conjunto
com os movimentos de mulheres de diferentes lugares do país. Essa Política tomou corpo,
e define que a saúde da mulher não está somente relacionada ao período gravídico, mas
também às questões socioculturais. O SUS, institui diversos direitos para a saúde da
mulher, entre eles atenção ao núcleo familiar, parto humanizado e os exames de
mamografia e Papanicolau.

2 METODOLOGIA
Com o objetivo de desenvolver estudos referente à saúde da mulher quilombola
no Brasil, foi realizada uma bibliografia pautada na literatura científica com bases em
dados on-line/portais de pesquisa, essas bases foram escolhidas por apresentar um maior
número de trabalhos, visto que há um número reduzido de publicações acerca do tema
abordado. As bases escolhidas foram: Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS), a National Library of Medicine (PUBMED), o Scientific
Eletronic Library Online (SCIELO), GOOGLE ACADÊMICO e o portal periódicos
CAPES. As informações e expressões chaves utilizadas para afunilar as pesquisas
encontradas foram: saúde da mulher, saúde da mulher em comunidade quilombola no
Brasil e atenção à saúde das mulheres quilombolas. Foram escolhidos os artigos
publicados nos últimos 5 anos, com o intuito de buscar literaturas mais atuais, e entender
como está o cenário dos últimos 5 anos acerca do tema que se refere a saúde da mulher
quilombola no brasil, percebendo então a escassez da produção de trabalhos referentes a

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este tema ao longo desses 5 últimos anos. Os quais correspondem à datação dos anos de
2015 ao ano de 2020, que ressalta importância relativa ao tema pesquisado. Pesquisa
direcionada para as comunidades quilombolas do Brasil. Sendo utilizado nas palavras-
chave comunidade quilombola, saúde, mulher, Brasil e comunidade. Também foram
usufruídos de documentos e publicações governamentais, necessários na busca de
definições e conceitos. A construção da bibliografia do projeto foi realizada de maio de
2019 a dezembro de 2020 e foram encontrados no total 93 artigos, tendo sido excluídos
os artigos nos quais se repetiram aos escolhidos, também por falarem em outros assuntos
que não estão relacionados a saúde da mulher quilombola no Brasil e alguns não se
enquadram ao que estava sendo buscado.
Bases de dados escolhidas:

Figura 1. Plataformas utilizadas para busca dos artigos, dados científicos mais difundidos foram
consultados para a busca de publicações sobre saúde de mulheres quilombolas.

Fonte: próprio autor

2.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO


Foram incluídos nesta revisão os artigos científicos publicados no período de maio
de 2019 a dezembro de 2020, nos idiomas de português e espanhol. Os trabalhos relatos
de experiências e relatos de casos, trabalhos com desenho de estudo de corte transversal,
dissertação de mestrado e doutorado. Os trabalhos que foram incluídos se tratavam de
comunidade quilombola, saúde, mulher, Brasil e comunidade, sempre com enfoque no
acesso e melhoria na saúde para mulheres quilombolas.

2.1 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO


Foram excluídos os estudos realizados em comunidades quilombolas voltados a
saúde da comunidade, porém se tratava de outras especialidades, como nutrição, áreas

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específicas da medicina, saúde coletiva da comunidade em geral, assim como as demais


literaturas que não tinham relação com o assunto a ser descrito, artigos em duplicidade
por mais de uma base de dados ou portal, sendo contabilizado somente uma única vez.
Após seleção de 10 artigos através de análises textuais, com a finalidade de serem
utilizados já que se enquadraram dentro do tema proposto, iniciou-se uma análise
temática, seguida de análise interpretativa. Para a construção do artigo de revisão foi
seguida uma leitura analítica dos artigos selecionados, segundo a sistematização do
método de leitura proposto por Severino (2002), utilizando-se da plataforma Word Office,
com o uso de ferramentas suplementares como Excel para agregar informações
necessárias para a compreensão do artigo.
A pesquisa teve 93 artigos, que foram lidos pela leitura exploratória, para serem
definidos os critérios de inclusão e exclusão, sendo escolhidos 10 artigos para leitura
analítica; dentre eles, apenas 9 artigos foram de publicação brasileira e 1 artigo de
publicação espanhola. Os artigos abordam os temas sobre saúde da mulher quilombola
no Brasil em diferentes estados brasileiros, sendo possível analisar alguns detalhes da
realidade dessas mulheres. Seleção dos artigos:

Figura 2. Plataformas consultadas e número de artigos encontrados. A quantidade de artigos coletados


antes e após a aplicação dos critérios estão indicados em cada retângulo.

Fonte: próprio autor

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa foi feita pelas bases de dados SCIELO, LILACS, PUBMED,
GOOGLE ACADÊMICO, e o portal periódicos CAPES. Foi realizado nos trabalhos
selecionados uma leitura exploratória e, posteriormente, uma leitura seletiva, com
objetivo de filtrar os artigos e selecionar somente os artigos que se encaixassem nos
critérios estabelecidos de inclusão, o que resultou no aproveitamento de 10 artigos, sendo
3 artigos da base de dados LILACS, 3 artigos da base de dados SCIELO, 2 da base de
dados PUBMED, 1 do GOOGLE ACADÊMICO. Na pesquisa o portal periódico CAPES
foi encontrado um maior número de artigos, um total de 62 artigos, porém após a leitura
apenas 1 foi selecionado pois os demais não se encaixavam nos critérios de inclusão.
A pesquisa teve um total de 93 artigos que passaram por análise para aplicação
dos critérios de inclusão e exclusão, sendo selecionados 10 artigos para a aplicação do
recurso de leitura analítica; os artigos selecionados exploram diferentes aspectos da saúde
da mulher quilombola no Brasil, em diferentes Estados brasileiros.

Figura 3. Arquivos selecionados para a revisão de literatura:

Fonte: próprio autor

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Na análise dos artigos, é possível observar temas semelhantes aos trabalhos


selecionados, que abordam o acesso aos serviços de saúde as mulheres quilombolas; Para
a posterior leitura analítica foram divididos alguns tópicos, como: aplicabilidade das
ações em saúde; aspectos em saúde e as diversidades étnicas; relação dos remanescentes
quilombo com o SUS e os serviços em saúde; importância da Unidade Básica de Saúde
(UBS) nas comunidades de remanescentes quilombos para melhorar a saúde da mulher
e as dificuldades para o acesso à saúde torna as mulheres suscetíveis a inúmeros
problemas de saúde.

3.1 APLICABILIDADE DAS AÇÕES EM SAÚDE


Segundo a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Brasil, 1990), concedeu o
direito constitucional que torna a saúde como um direito fundamental ao ser humano. É
dever do Estado garantir ao cidadão o direito à saúde desde a prevenção como na
recuperação, garantir então que as necessidades dos mesmos sejam atendidas. (VIEGAS;
VARGA, 2016).
Quanto à população negra, a Constituição de 1988 assegura vários direitos
relevantes a esta população brasileira, dentre eles, o respeito às suas culturas e o direito à
posse de terra. Em relação à saúde, ainda são limitadas e recentes as políticas que
garantem direitos específicos a essa população (VIEGAS; VARGA, 2016).

“Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando


suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado lhes
emitir os respectivos títulos." [Constituição Federal, 1988].

Ao longo dos anos a população negra reivindica ações referentes a saúde. O


Estado brasileiro, junto aos representantes do movimento negro, cria a Política Nacional
Integral da População Negra (PNSIPN), sendo concedida pelo conselho Nacional de
Saúde em 2007 (VIEGAS; VARGA, 2016).
O objetivo geral da PNSIPN é Promover a saúde integral da população negra,
priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à
discriminação nas instituições e serviços do SUS (BRASIL, 2017, p. 7).
Em 21 de março de 2003, o Governo Federal criou a SEPPIR (Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial), com objetivo de agregar valores, garantindo
igualdade racial nas políticas governamentais (SEPPIR, 2016).

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No Brasil, os quilombos são comunidades conhecidas por sua resistência e união.


Essas comunidades vivem processos de desigualdades sociais e de saúde. Diante disso o
Estado vem buscando se retratar dessa dívida existencial que assombra essas
comunidades, tentando reverter essas desigualdades que se perpetuam a muitos anos.
Nesse intuito, foi publicado o Decreto nº 4.887, em 2003, que garante aos remanescentes
quilombolas o direito à identificação, demarcação, delimitação e titulação de terras. No
ano de 2003, também foi criado o Programa Brasil Quilombola (PBQ), um programa
voltado para garantir os direitos às terras e ao progresso social e econômico, dando
garantia alimentar e nutricional, promovendo uma maior qualidade de vida e cidadania
nestas comunidades (FERREIRA e TORRES, 2015).
No estudo realizado por FERREIRA e TORRES, (2015), a certificação da
comunidade como quilombola se associou à implementação de uma série de ações e
programas do governo e à melhoria em vários indicadores de saúde de mulheres e
crianças.

Segundo OLIVEIRA; PEREIRA; GUIMARAES e CALDEIRA, (2015), às


aplicações na Atenção Primária à Saúde, e a ampliação da Estratégia de Saúde
da Família, não tem sido efetiva para essa população. As comunidades
quilombolas demonstram conhecimento insuficiente quanto a questão saúde-
doença, não demonstram domínio acerca da própria saúde e dos cuidados
necessários.

VIEGAS; VARGA, (2016, p. 626) fala que, não há um cronograma fixo de


atividades para serem desenvolvidas nas comunidades da área e as ações são realizadas
sempre mediante solicitação do agente comunitário de saúde, com base na demanda que
for identificada por esse profissional. A pesquisa realizada no município de Alcântara foi
possível observar que não há ações nem planejamento de atividades específicas voltadas
para mulheres negras.
Na maioria dos trabalhos, os autores trazerem a problemática do CCU, apesar de
sabermos que existem outras problemáticas de saúde da mulher em outros âmbitos. Esses
trabalhos falam da saúde da mulher quilombola em geral, porem alguns falam também
do CCU, por ser uma doença silenciosa, onde a maioria das mulheres procura assistência
médica quando já são vítimas das gravidades desta doença, pelo fato de não terem
acompanhamento preventivo ao longo da vida, tornando-as vulneráveis as complicações.
SORTE; DO NASCIMENTO; FERREIRA (2016, p. 329-330) diz que a
comunidade utilizada em programas que abordam as doenças e as formas de prevenção
mostra-se deficiente, pois muitas mulheres não se identificam com a linguagem utilizada,

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tendo então dificuldade em entender nomes científicos para as condições de saúde como
o câncer de colo uterino, principalmente quanto a sua localização.
A compreensão sobre o câncer do colo uterino por comunidades tradicionais não
é algo muito discutido em pesquisas científicas, pois estas tratam, em sua maioria, sobre
o exame preventivo. Estudo realizado com mulheres quilombolas de Vitória da
Conquista, Bahia, mostra que o baixo acesso sobre o Câncer do Colo do Útero (CCU),
em comunidades quilombolas, destaca também a escassez de serviços de saúde,
consequentemente a falta de informação sobre o tema. (Fernandes ETBS, Nascimento
ER, Ferreira SL, Coelho EAC, Silva LR, Pereira COJ., 2016).

FERNANDES et al (2018, p. 6) fala sobre uma pesquisa realizada na


comunidade quilombola de Araçá Cariacá, onde um grupo de treze das vinte
mulheres entrevistadas, disseram nunca ter realizado o exame preventivo e ao
serem questionadas sobre o que tem feito para prevenir-se do CCU, algumas
mulheres disseram não fazer nada, justificando ora pelo descuido, ora pelo
desconhecimento da doença, ausência de sintomas.

As questões discutidas acerca do Câncer do colo uterino, são essenciais, pois


devido à falta de informações e a não realização do exame Papanicolau entre mulheres
quilombolas, podem levar a um número maior de casos de mulheres com CCU, vista que
muitos casos são assintomáticos, levando ao prognóstico tardio. No Rio Grande do Norte,
particularmente, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima para o ano de 2020, uma
taxa de 17,01 casos de mulheres com CCU, para cada 100 mil mulheres. Para as mulheres
residentes em comunidades quilombolas no Rio Grande do Norte, não foi possível colher
dados em virtude do atual cenário de pandemia, pois, os órgãos responsáveis por coletar
e armazenar esses dados, como a Secretária Estadual de Saúde do Estado, não está tendo
expediente de funcionários que possa passar esses dados atualizados.
O controle e a prevenção do câncer de colo de útero (CCU) em mulheres
quilombolas é carente de informações e diagnóstico visto que é uma população
desprovida de serviços de saúde. É possível entender a necessidade de melhoria no acesso
aos serviços de saúde, as mulheres demonstram pouco conhecimento sobre o assunto,
mas também demonstram interesse em saber mais sobre. Ficam então os questionamentos
sobre a importância de realização de exames preventivo do câncer uterino, como surge a
doença, onde se localiza e quais os sintomas (Fernandes ETBS, Nascimento ER, Ferreira
SL, Coelho EAC, Silva LR, Pereira COJ, 2016).
Para JACINTHO, 2018, as mulheres quilombolas sofrem com a falta de
orientação e informações acerca da prevenção para câncer de colo, pois é uma população

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carente de serviços de saúde que proporcionam a devida atenção que elas merecem.
(Jacintho, K.S; Cavalcante, K.O.R., Silva, J.M.O; Santos, A.A.P, 2018).
O CCU (câncer do colo do útero) é uma doença de grande importância mundial,
sendo e chega à doença mais comum nas mulheres em algumas regiões do mundo como
África, Ásia e América Central (GLOBOCAN, 2008). No Brasil, apresenta elevadas taxas
de prevalência e mortalidade em mulheres de condições sociais e econômicas mais baixas.
Estudos mostram que existe a relação entre o CCU e o baixo nível socioeconômico em
todas as regiões do mundo. Os grupos mais vulneráveis estão onde existem baixo acesso
à rede de serviços de saúde, para detecção e tratamento da patologia e de suas lesões
primárias, advindas das dificuldades econômicas e geográficas, escassez dos serviços de
saúde e por questões culturais, desconsideração de sintomas importantes e preconceito,
como as comunidades de quilombolas que possuem vulnerabilidade social (DUAVY et
al, 2007). As comunidades quilombolas são grupos que enfrentam diversas dificuldades
pelas condições precárias de vida, pela falta de políticas públicas sociais, quanto por seu
resgate histórico, de identidade e cultura.
A educação em saúde é uma forma de conscientização e orientação para prevenção
de doenças e do surgimento do câncer do colo do útero em mulheres da comunidade
quilombola.

3.2 ASPECTOS EM SAÚDE E AS DIVERSIDADES ÉTNICAS


No Brasil, ainda se perpetuam as iniquidades relacionadas às etnias, levando
prejuízos históricos à população negra, inclusive em questões relacionadas à saúde. Os
investimentos na Atenção Primária à Saúde, ainda não contemplam de forma efetiva esse
grupo populacional (OLIVEIRA; PEREIRA; GUIMARAES e CALDEIRA, 2015).

FREITAS JÚNIOR; SANTOS; LISBOA; FREITAS; GARCIA e AZEVEDO


(2018), fala que a criação de vínculos entre usuários e equipe de saúde e a
habilidade de reflexão, com ênfase na comunicação, se mostraram como
principais necessidades para o comportamento culturalmente competente no
cuidado à saúde materna na população quilombola estudada.

As ações e serviços de saúde realizadas no povoado desconsideram as


características étnicas e raciais de suas cidades, negligenciando os fatores essenciais para
melhorar o controle do segmento saúde-doença (VIEGAS e VARGA, 2016, p. 627-628).
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) é
conseguida pelo Ministério da Saúde, em favorecimento às iniquidades em saúde sofridas

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pela população negra, buscando assim, combater as desigualdades no Sistema Único de


Saúde (SUS) (BRASIL, 2017).

3.3 RELAÇÃO DOS REMANESCENTES QUILOMBO COM O SUS E OS SERVIÇOS


EM SAÚDE
SORTE; DO NASCIMENTO; FERREIRA (2016, p. 328) a pesquisa realizada na
comunidade Araçá Cariacá, Bahia, realiza atividades em uma unidade básica de saúde
(UBS), próxima a comunidade, onde ministraram orientações sobre exames e ouviu
algumas dúvidas acerca do assunto, porém, observou que as mulheres demonstraram uma
reação de timidez e vergonha ao se falar sobre o corpo e demonstrações de como se tocar
aos exames. Para as mulheres quilombolas, essa aversão é causada pela falta de
informações e pouco contato com orientações acerca da importância em realizar exames
e consultas preventivas.
JACINTHO (2018, p.154) mostra que essas mulheres ao chegar na UBS,
demonstram pouca ou nenhuma informação sobre como se é realizado os exames e como
se dispor diante dos profissionais de saúde, pois sente-se constrangidas ao expor seus
órgãos sexuais.
Essas particularidades podem colaborar consideravelmente para que essas
mulheres se privam de buscar o serviço de saúde por não se sentirem bem ao se expor ao
profissional, sentindo-se tímidas e envergonhadas, sendo mais constrangedor quando o
exame é realizado por um profissional do sexo masculino (JACINTHO, 2018, p.154-
155). A falta de orientação, justificam o temor de ir ao atendimento.

JACINTHO (2018, p.156) observou que na comunidade quilombola as


mulheres realizavam os exames citopatológicos preventivos, mas não com a
periodicidade que o Ministério da saúde solicita. O que confere com os 90%
das entrevistadas já terem realizado o exame. Elas relataram que seu retorno à
unidade básica de saúde para o exame preventivo foi baseado na busca ativa
realizada, nas palestras informativas e nas informações adquiridas no decorrer
das consultas de enfermagem e nos murais informativos presentes na unidade
de saúde.

3.4 IMPORTÂNCIA DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) NAS


COMUNIDADES DE REMANESCENTES QUILOMBOS PARA MELHORAR A
SAÚDE DA MULHER
Nota-se então a necessidade do profissional de saúde na orientação de mulheres
residentes em comunidades quilombolas, visto que ainda há muitas comunidades carentes

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de serviços de saúde, onde se utilizam muitas vezes de conhecimentos próprio passado


de geração em geração. Como exemplo, a citação a seguir, onde o autor mostra a falta de
conhecimentos dessas mulheres em relação as formas de prevenção da gravidez, assim
como também do uso dos preservativos.

FERNANDES et al (2018, p. 3) as mulheres quilombolas não utilizam


preservativos e negam Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), ou seja,
não consideram a camisinha como um método preventivo às ISTs. Assim,
controla a quantidade de filhos através do anticoncepcional oral, tornando-se
mais vulneráveis às ISTs.

3.5 AS DIFICULDADES PARA O ACESSO À SAÚDE TORNAM AS MULHERES


SUSCETÍVEIS A INÚMEROS PROBLEMAS DE SAÚDE.
Segundo FREITAS JÚNIOR (2018, p 104) o desenvolvimento de competência
cultural revela-se indissociável do pressuposto da responsabilidade social no contexto da
educação para as profissões da saúde.
A interação do SUS, das mulheres quilombolas e dos profissionais de saúde,
promove um vínculo de aceitação e segurança entre ambos, desenvolvendo assim os
trabalhos essenciais para a saúde dessas mulheres. Para BONFIM (2018, p. 8) o âmbito
da promoção à saúde da população negra e de comunidades tradicionais, as práticas de
cuidado cultural desenvolvidas por parteiras quilombolas durante o ciclo gravídico-
puerperal possibilitam a reflexão de que o estímulo às práticas de cuidado alternativos
são importantes para a manutenção de costumes organizados socialmente e de tecnologia
leves, desenvolvidas ao longo da construção histórica das comunidades culturais
(BONFIM, 2018, p. 8).
Nos casos das gestantes, as parteiras fazem todo o trabalho assistencial durante a
gestação, sendo um trabalho cultural das comunidades dos remanescentes quilombo.
Nesse contexto, a parteira faz o acompanhamento dessa gestante durante todo o período
gestacional até os primeiros dias do recém-nascido, muitas mulheres quilombolas sentem
insegurança com o parto hospitalizado. Assim como as parteiras têm contribuído para a
humanização do parto e nascimento e diminuição da mortalidade infantil, sugere-se
esforços por parte dos gestores e profissionais para que elas estejam cada vez mais
integradas ao SUS, de modo que os serviços de saúde sejam receptivos e que respeitem
os seus saberes, crenças, culturas, dando-lhes oportunidade para qualificação, em prol da
segurança das mulheres quilombolas (BONFIM et al, 2018, p. 8-9).

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A escassez dos serviços de saúde, levam as mulheres quilombolas a manter a


cultura popular viva, pois, as mesmas recorrem às terapias que são passadas de geração
em geração. Em estudo com mulheres diagnosticadas com câncer do colo do útero, as
mesmas só perceberam a sua vulnerabilidade quando se depararam com a doença, a partir
daí seguiam à risca o tratamento e utilizavam-se de outras alternativas contidas nas
crenças populares que podiam auxiliar na recuperação. Dessa forma o processo
terapêutico delas mostra uma mescla entre conhecimento profissional e popular, em que
este exerce um auxílio ao tratamento médico (FERNANDES et al, 2018, p. 6).

Para FREITAS JÚNIOR (2018, p. 104) a compreensão conceitual sobre


competência cultural para as profissões da saúde inclui o conhecimento sobre
costumes, religião, hábitos alimentares e doenças mais prevalentes em
determinada população ou comunidade.

O conhecimento destes fatores pode ajudar na construção de atividades junto à


comunidade quilombola, para que possa planejar um cuidado efetivo a mulher no que se
refere à prevenção do câncer de colo do útero. É importante destacar a compreensão
acerca das alterações patológicas provocadas pela doença e os cuidados necessários para
sua prevenção, ajudando na assistência de qualidade para essas mulheres (JACINTHO,
2018, p.157).
Conhecer comunidades com tamanha riqueza cultural e ainda tão distante dos
olhos de profissionais de saúde é fundamental para se pensar em uma assistência que seja
eficaz a estas pessoas (FERNANDES et al, 2018, p.7).

Figura 4. Encontro de mulheres quilombolas no Nordeste, realizado pela Coordenação Nacional de


Articulação de Quilombos (CONAQ).

Fonte: http://conaq.org.br/coletivo/mulheres/<acesso em: 27 de novembro de 2020>.

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4 CONCLUSÃO
A revisão de literatura constata uma grande desigualdade na Atenção à Saúde da
mulher quilombola no Brasil, revelando que o acesso à saúde dessa população ocorre de
maneira precária. Este estudo mostra a vulnerabilidade das mulheres quilombolas no
Brasil e a extrema necessidade de aperfeiçoamento de políticas públicas capazes de
melhorar as condições de vida dessas mulheres. Apesar das restrições de estudos
publicados, é possível observar os problemas existentes em todos os artigos encontrados
quando falam da saúde da mulher na comunidade quilombola. Realizei uma busca no
National Center for Biotechnology Information (NCBI), com a palavra chave quilombo
e só foi encontrado 65 artigos, ao buscar a palavra-chave quilombo woman só foi
encontrado 11 artigos, isso nos mostra o quanto é escasso os trabalhos desenvolvidos com
esse tema. Torna-se então, extremamente necessário compreender as necessidades desta
população, buscando melhorar as questões sociais envolvendo, educação e suas
diversidades culturais e étnicas. Com esta revisão, concluímos que: os profissionais de
saúde precisam entender as necessidades de orientação e formas de atendimento a essas
mulheres, contribuindo assim, para amenizar as negligências sofridas no atendimento
básico de saúde, na realização de exames preventivos e promovendo uma melhor
interação das comunidades quilombolas com o SUS, permitindo então, uma melhor
assistência social em saúde.
As mulheres quilombolas compartilham sentimentos, cultura, valores e costumes
específicos, apresentando uma realidade particular. O quilombo é o contexto no qual estão
inseridas, onde há interação com os serviços de saúde e sua cultura popular. Portanto, as
questões que interagem com a saúde das mulheres não podem ser analisadas
isoladamente, mas levando em conta todas as suas experiências de vida.
Percebe-se então, que neste trabalho a necessidade de desenvolver projetos de
assistência a essas mulheres, com objetivo de proporcionar melhor qualidade de saúde,
executar os direitos estabelecidos pela constituição e pelos projetos existentes que
garantem melhor assistência à saúde das mulheres nas comunidades quilombolas.
Promover novas políticas à população negra, realizar ações para melhorar a interação e
aceitação das comunidades quilombolas, garantindo então, uma melhor assistência social
em saúde.

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5 PERSPECTIVA
Este trabalho tem como perspectiva, desenvolver estratégias capazes de serem
aplicadas no âmbito das comunidades quilombolas, colocar em prática as estratégias já
existentes, como a implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra (PNSIPN), desenvolver atividades que criem vínculos respeitosos entre os
profissionais de saúde e essas mulheres, respeitando seus valores, costumes e crenças,
para assim, desenvolver atividades que contribuam para melhorar a qualidade de vida em
saúde das mulheres quilombolas.

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