XV Encontro de Docência no Ensino

Superior
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC
Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Gastronomia

FATORES ETIOLÓGICOS DOS

TRANSTORNOS ALIMENTARES EM
PESSOAS TRANSGÊNERO
MELO, Eudes Oliveira de; TEIXEIRA, Francisca Elisangela; LIMA, Paulo Henrique;
MACHADO, Paulo Henrique; ANDRADE, Samuel Elias.

Fortaleza, Ceará, 2023

XV Encontro de Docência no Ensino Superior
FATORES ETIOLÓGICOS DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES EM PESSOAS TRANSGÊNERO

Introdução
Pessoas transgênero (trans) - termo que abrange a transexualidade, a travestilidade e outras
expressões de identidade - buscam reafirmar seu gênero, pois não se identificam com o gênero do
sexo biológico designado ao nascimento e imposto pelos padrões sociais (Trindade et al, 2019).

As violências e exclusões de gênero de pessoas travestis e transexuais (transfobia) provam que essa
população ainda sofre bastante com a discriminação de seus processos de adequação de gênero, em
busca da sua real identidade (Feijó e Gomes, 2018).

Assim, a transfobia contribui para a insatisfação corporal e a exclusão social,

favorecendo o desenvolvimento de comportamentos disfuncionais em relação a
comida, corpo e peso (Mcclain e Peebles, 2016).
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Objetivos
Objetivo geral:
Analisar os fatores etiológicos dos transtornos alimentares em pessoas
transgênero.

Objetivos específicos:
• Compreender as causas dos transtornos alimentares em pessoas transexuais;
• Identificar o papel da identidade e disforia de gênero na prevalência de transtornos
alimentares na população transgênero.
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Metodologia
Revisão Bibliográfica Integrativa:
Caráter exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa.

A coleta dos dados necessários para a análise foi realizada nas bases de dados de artigos
científicos nacionais e internacionais publicados em periódicos, excluindo os estudos
provenientes da literatura cinzenta.

Utilizando os seguintes descritores cadastrados no DeCS: Transsexual; Transtorno

alimentar; LGBT.
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Metodologia
Estratégias de busca:
PubMed, via Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América, e Google
Schoolar.

Bases de dados Estratégia de busca Total

PubMed “Transsexual eating disorder” 22
PubMed “Eating disorder LGBT” 16
Google Scholar “Transsexual” AND “Transtorno alimentar” 23
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Metodologia
Os títulos e os resumos dos artigos localizados pelos mecanismos de busca foram lidos e
revisados por pares, a fim de selecionar as amostras que seriam incluídas na revisão a partir
do cumprimento dos seguintes critérios de inclusão:

• Disponibilidade, na íntegra, em formato digital;

• Inclusão de pessoas transgênero na amostra do estudo;
• Descrição das causas dos transtornos alimentares em pessoas transgênero.
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Resultados
As buscas na literatura seguindo as metodologias estabelecidas pelos autores, retornaram um
total de 61 estudos, dos quais 18 foram selecionados para compor os resultados e a discussão
desta revisão.
Bases de dados Resultados Total
PubMed 38 17
Google Scholar 23 1
Os 18 artigos foram catalogados em fichas digitais de acordo com as seguintes informações:
Primeiro autor e Ano de publicação Local e Metodologia Título do estudo
Quantidade e Gênero dos
Resultados das causas dos transtornos alimentares.
participantes
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Resultados
Quais os fatores etiológicos dos transtornos alimentares da comunidade transgênero?

Transfobia Disforia de gênero Insatisfação corporal

Transfobia: estresse de minoria e a discriminação em relação a identidade de gênero.

Disforia de gênero: insatisfação entre as caraterísticas do sexo biológico e como elas são
percebidas e manifestadas no corpo, em relação a sua real identidade de gênero.
Insatisfação corporal ou disforia de imagem corporal: o indivíduo não reconhece seu
corpo e suas caraterísticas físicas como pertencentes à sua identidade de gênero.
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Discussão
Assim, a discussão foi dividida em 6 categorias de 2 eixos temáticos, a partir do que foi
encontrado nas referências:
Os principais fatores etiológicos dos transtornos alimentares em pessoas
transexuais:
Relacionando o preconceito, a disforia de gênero e a insatisfação corporal,
como principais causas dos transtornos alimentares em pessoas trans.
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Discussão
A prevalência de transtornos alimentares em pessoas trans:

Identificando como as condições socioculturais dos modelos binários de

gênero, comorbidades emocionais e o tratamento hormonal influenciam
a vulnerabilidade à transtornos alimentares.
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Conclusão
Os transtornos alimentares são condições comuns e potencialmente fatais, principalmente
para pessoas que já vivem em situação de vulnerabilidade social, o que aumenta ainda
mais os riscos à saúde e a taxa de mortalidade, sendo, assim, uma preocupação
considerável para a saúde pública de pessoas trans.

Diante disso, recomenda-se a realização de mais estudos científicos brasileiros, que

relacionem a disforia de identidade de gênero e a imagem corporal no desenvolvimento de
transtornos alimentares em pessoas transgênero, através de pesquisas transversais ou
estudos de caso, com amostras quantitativamente relevantes e variáveis controladas.
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Referências
DIEMER, Elizabeth W. et al. Gender Identity, Sexual
Orientation, and Eating - Related Pathology in a
National Sample of College Students. Journal of
Adolescent Health. Missouri, v. 57, n. 2, p. 144-149,
ago. 2015.
FEIJÓ, Vladimir Pinto; GOMES, Daniel Santos.
Violação dos direitos humanos via discriminação: um
panorama da violência pelo viés da Interseccionalidade.
Revista digital Constituição e garantia de direitos.
Rio Grande do Norte, v. 11, n. 6, p. 277-292, out. 2018.
MCCLAIN, Zachary; PEEBLES, Rebecka. Body
Image and Eating Disorders Among Lesbian, Gay,
Bisexual, and Transgender Youth. Pediatric Clinics
of North America. Philadelphia, v. 63, n. 6, p.
1079-1090, dez. 2016.
TRINDADE, Caio de Azevedo et al.
Posicionamento conjunto. Medicina Diagnóstica
Inclusiva: cuidando de pacientes transgêneros.
SBPCML; SBEM; CBR. 2019.
WITCOMB, G. L. et al. Body Image Dissatisfaction
and Eating-Related Psychopathology in Trans
Individuals: A Matched Control Study. Eur Eat
Disord. European Eating Disorders Review. 2015.
vol. 23, n. 4, p. 287-293, jul. 2015.
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A inclusão das minorias de gênero nas pesquisas dos ambientes de educação continuada é
importante para que os problemas frutos da invisibilidade sejam amenizados, senão extintos.

XV Encontro de Docência no Ensino Superior Fortaleza, Ceará, Outubro de 2023