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Todos os direitos desta edição pertencem a

JOSÉ CARLOS RIBEIRO DE LIMA.


Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida por qualquer meio ou
forma sem a autorização prévia do autor pelo e-mail:
carlosribeiro1932@gmail.com

Foto da Capa
Quadro Monte Castelo. Pintura em óleo sobre tela, de autoria do Coronel
Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia, datada de 2003 e medindo 147 cm x
127 cm. Acervo da Secretaria-Geral do Exército.

Diagramação
William Braga Magalhães Lima

Revisão
Maria Clara de Oliveira Ferreira
EXÉRCITO BRASILEIRO

BALUARTE
DA
NACIONALIDADE

Carlos Ribeiro
1º EDIÇÃO
Os meses de fevereiro, março e, abril, compõem
datas marcantes que são motivos de grandes
comemorações para o nosso Exército Brasileiro. Em
fevereiro, temos a vitória sobre Monte Caseros, em 1854,
na Guerra do Prata; a vitória sobre Monte Castelo, na
Segunda Guerra Mundial, em 1945; o Dia do Magistério
do Exército – Nascimento do marechal Roberto
Trompowsky Leitão de Almeida; o Dia da Assistência
Religiosa – Nascimento do capitão capelão Antônio
Álvarez da Silva (Frei Orlando); e a vitória na Batalha do
Passo do Rosário, em 1827. Em março, vem as datas
marcantes do fim da Guerra do Paraguai, em 1º de março
de 1870; e o Dia da Revolução Cívico-Militar, em 31 de
março de 1964. Em abril, temos o Dia da Criação do
Superior Tribunal Militar (STM); os Dias da Intendência e
da Comunicação Militar; o Dia do Exército Brasileiro e da
vitória da Batalha de Guararapes; e os dias das vitórias
militares na Batalha de Montese e Collecchio-Fornovo di
Taro, na Segunda Guerra Mundial. Em 19 de abril deste
ano comemoram-se os 375 anos do Exército Brasileiro,
uma das forças armadas responsáveis pela defesa da
soberania, da integridade e da honra nacional. São 375
anos de história, tradições, valores e, sacrifícios,
dedicados à nossa Terra de Santa Cruz. Dentro deste
contexto dedico este humilde trabalho ao meu país, ao
nosso exército e, principalmente, a nossa juventude, para
que ela conheça um pouco de nossa história militar e,
prestigie, as conquistas de nossos heróis do passado.

Muito embora o Exército Brasileiro só tenha


surgido oficialmente com a independência do Brasil, em
1822, mobilizações de brasileiros para a defesa de nosso
território surgiram ainda nos chamados tempos coloniais.
Tivemos o resultado da mais importante de tais

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mobilizações, no contexto da Batalha de Guararapes, em
19 de abril de 1648, quando pela primeira vez, houve, a
união das três raças fundadoras do Brasil (índios, negros e
brancos), em um ideal de comunhão em prol da defesa
nacional contra as tropas neerlandesas que queriam
dominar parte de nosso território. Ali surgia o sentimento
de Pátria entre ambos os povos defensores do Brasil. Era
na Batalha de Guararapes, que se originaria o espírito
combativo do Exército Brasileiro. Os holandeses tinham
um forte contingente de 7.400 homens, sob o comando
do mercenário alemão Sigismundt von Schkoppe, e as
nossas forças tinham a sua disposição, um efetivo
bastante inferior de 2.200 homens, que, sob o comando
do Mestre-de-Campo-General Francisco Barreto,
aguardavam o inimigo nos Montes Guararapes, no
caminho para Muribeca (cidade de importância
estratégica). Era óbvio que estávamos em desvantagem
numérica e material, porém, em hábil manobra
estratégica, o comandante das tropas luso-brasileiras
cortou a passagem naquele local, em memorável e
histórica batalha. Na manhã daquele dia de 1648,
avistava-se a vanguarda do inimigo e, entre as 9 e 10
horas daquela manhã, travava-se a batalha. André Vidal,
comandante de uma das companhias, atacava
bravamente o inimigo com sua espada, sem dar ouvidos
ao brado de ira dos inimigos e ao ribombar dos canhões
holandeses. Em seu ataque, conseguiu silenciar e toma-
lhes de assalto a artilharia holandesa. A outra companhia,
sob o comando de Henrique Dias, recua em um dos
flancos. Com isso, André Vidal, vendo o entusiasmo das
tropas inimigas em razão do revés desse flanco das tropas
luso-brasileiras, preparou nova investida, desta vez mais
forte que a anterior. Depois de uma pequena pausa na
batalha, reagrupam-se as forças luso-brasileiras e

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reacende o combate com triplicada bravura de nossos
soldados. Von Schkoppe, frente ao revés que sofreu
durante a batalha, foi obrigado a se retirar com baixas de
1.200 mortos e 700 feridos, tendo sido baixíssimas as
perdas luso-brasileiras: 84 mortos e 400 feridos.

Em princípios de 1649, o novo comandante


holandês, Coronel Van den Brinck, com os mesmos
objetivos do comandante anterior, decidiu tentar ocupar
a passagem de Guararapes. Com novos reforços e
provisões, o exército holandês, com exatos 5.000 homens
e 6 canhões, acampou nos Guararapes. Nossas forças
também receberam reforços, porém continuávamos com
o efetivo bastante inferior se comparado ao inimigo. Eram
exatos 2.650 homens, ainda sob o comando de Francisco
Barreto e apoio de João Fernandes Vieira, Henrique Dias e
André Vidal de Negreiros, com o acréscimo de tropas
comandadas pelo Mestre-de-Campo Francisco de
Figueiroa. Pela tarde do dia 18 de fevereiro chegavam as
nossas tropas à vista do acampamento holandês e, em
nova manobra estratégica, fingiram se estabelecer em
frente das posições inimigas, mas à noite contornam a
colina e acampam na posição sul dos holandeses, assim
flanqueando o inimigo e o atacando pela retaguarda ao
amanhecer do dia 19. Os batavos percebem a manobra e,
totalmente desorientados, iniciam sua retirada. O
comandante de nossas tropas, Francisco Barreto, ordena
a perseguição ao inimigo e o combate trava-se duramente
na várzea, nas elevações e boqueirões vizinhos ao Monte
Guararapes. A vitória das forças luso-brasileiras foi total
em razão da grande habilidade tática e estratégica do
comandante Barreto e dos demais oficiais. Graças a
estratégia, ao espírito guerreiro, combativo e, ofensivo,

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dos nossos soldados, saímos vitoriosos dessa grande
batalha.

Contudo, ainda não havia um exército


homogêneo. Em linhas gerais, o Exército Brasileiro teve
origem na reorganização do exército português, levada à
frente, em 1762, pelo Conde de Lippe e outros oficiais
alemães, contratados a mando de D. José I por
determinação do Marquês de Pombal. O Conde de Lippe é
tido como o primeiro regulador do exército português e
criou para este um modelo de regulamento de disciplina,
instruções de serviço e um direito militar. Os
regulamentos do Conde de Lippe foram logo em seguida
introduzidos no Brasil e receberam leves modificações em
1895, encontrando-se até hoje alguns dos seus
dispositivos em vigor em nosso Exército. Assim, seguiu-se
a formação do Exército Brasileiro, composto em sua
maioria por luso-brasileiros e militares estrangeiros
contratados pelo Reino de Portugal.

O Exército Brasileiro surgiu formalmente durante


a chamada Guerra da Independência, em que deixamos
de ser parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
para sermos plenamente um Estado-nação, um Império.
Império este que se ombrearia aos outros grandes
impérios de seu tempo. Esse recém-formado Exército iria
combater a resistência portuguesa nas regiões Norte e
Nordeste e no extremo Sul, na Província Cisplatina
(atualmente, Uruguai), evitando a fragmentação do
território nacional e, assim, afirmando a unidade da
Pátria. Para que o nosso nascente Império do Brasil se
sustentasse com seus próprios pés e firmasse sua unidade
e soberania central, foram necessárias várias missões de
pacificação em diversas regiões do País. Nasceu nesse

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período de revoltas, muitas delas movidas pelo putrefato
ideal separatista, o militar que iria se tornar o patrono do
Exército Brasileiro. Nascia ali, naquele contexto, “O
Pacificador”, o lendário Marechal Duque de Caxias, militar
que já havia prestado relevantes serviços ao recém-
nascido Império do Brasil e já tinha manifestado lealdade
a D. Pedro I e ao referido Império. Seria ele o homem que
iria suprimir com sua espada, sedições como a Balaiada,
as Revoltas Liberais e a Revolução Farroupilha.

A solidificação de um Exército autenticamente


brasileiro surgiu com a pressão das guerras e pequenos
conflitos externos na região do Prata, como a Guerra da
Cisplatina, as missões de pacificação no Uruguai e na
Argentina e, principalmente, a Guerra do Paraguai.
Gradativamente, o Exército se libertou do concurso de
oficiais estrangeiros, para o aperfeiçoamento dos seus
próprios integrantes nacionais. Foi nesse período que
surgiram verdadeiras lendas da história militar brasileira,
como o Tenente-Coronel João Carlos de Villagran Cabrita,
Patrono da Engenharia Militar; o Brigadeiro Antônio
Sampaio, brilhantíssimo militar cearense, Patrono da
Infantaria; o Marechal-de-Campo Manuel Luís Osório,
Patrono da Cavalaria; o Tenente-Coronel Emílio Luís
Mallet, Patrono da Artilharia, e por último e já citado, o
Marechal-de-Exército Luís Alves de Lima e Silva, mais
conhecido como Duque de Caxias, Patrono do Exército
Brasileiro.

A Guerra do Paraguai é, com razão, tida como a


nossa grande guerra. Nela lutaram dezenas de milhares
de homens tanto do Exército quanto da Marinha (nossos
soldados do mar), tombaram, em defesa da honra
nacional e da soberania territorial do Brasil, um número

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estimado entre 50 à 100 mil militares brasileiros,
somando os mortos, feridos e inválidos. A guerra, que se
tornou o maior conflito bélico da América do Sul,
começou com as ideias de um grande império
expansionista idealizado por Francisco Solano López, que
abrangeria, além do próprio Paraguai, as regiões
argentinas de Corrientes e Entre Ríos, o Uruguai, o Rio
Grande do Sul e o Mato Grosso. Tendo como objetivo a
expansão imperialista, Solano López instalou o serviço
militar obrigatório, organizou um exército de 80.000
homens, reaparelhou a Marinha e criou indústrias bélicas.
O Ideal militarista e imperialista de López, fariam o
território paraguaio se expandir por algum tempo no
início da guerra, mas que, após a guerra, o fizeram
regredir em tamanho territorial e populacional, sendo que
alguns efeitos daquele conflito são até hoje sentidos pelo
povo paraguaio, que teve que pagar um preço caríssimo
pelas aventuras do caudilho paraguaio.

Nossa Nação foi ferida covardemente, sem


declaração alguma de guerra, em 11 de novembro de
1864, com o aprisionamento do vapor brasileiro Marquês
de Olinda, que transportava o presidente da província de
Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos, que, aliás,
morreu em uma prisão paraguaia. Seis semanas depois,
nova agressão! Sob as ordens de López, o exército
paraguaio invadiu a Província de Mato Grosso. Com uma
força de 5 mil homens em 10 navios, os paraguaios sobem
o Rio Paraguai e, em fins de dezembro de 1864, atacam o
Forte de Nova Coimbra. A guarnição deste forte, que
tinha apenas 155 homens, comandados pelo Tenente-
Coronel Hermenegildo de Albuquerque, resiste
heroicamente por três dias, descarregando todas as suas
munições sobre o inimigo. Por fim, sem munições, a

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pequena e valente guarnição foi obrigada a deixar o forte
em uma retirada na qual não se perdeu um só homem.
Quando as forças paraguaias entram na fortaleza, ela já
estava abandonada. Em seguida, ao longo dos primeiros
meses do ano de 1865, as tropas paraguaias espalharam
verdadeiro caos pelas cidades e vilas próximas, praticando
saques, cruéis assassinatos, estupros, incêndios de
propriedades etc. Mais tarde, as tropas paraguaias
invadiriam também parte do Rio Grande do Sul, tomando
São Borja em junho daquele ano e Uruguaiana em agosto.
Diante desta situação, D. Pedro II toma as primeiras
reações contra tais agressões. A partir deste ponto da
guerra, o Exército Brasileiro precisou passar por
importantes evoluções em seus contingentes e material
bélico. Ainda antes de recuperarmos as cidades que
tinham sido ocupadas pelo inimigo, veio, em 25 de maio
de 1865, em Corrientes, nossa primeira vitória; vitória
essa não muito significativa estrategicamente, porém,
importantíssima para elevar o moral da tropa que ansiava
pela desforra desde o início da guerra. Nossa segunda e
uma das mais emblemáticas vitórias deste conflito foi a
Batalha Naval do Riachuelo, em que nossos soldados do
Exército e da Marinha unidos combateram ombro a
ombro contra as forças de López. A pouco acima do
Riachuelo nove navios brasileiros: Amazonas, Iguatemi,
Parnaíba, Araguari, Mearim, Jequitinhonha, Beberibe,
Belmonte e Ipiranga, armados com 59 canhões e
guarnecidos por 2.287 homens, contra os nove navios
paraguaios: Tacuari, Paraguai, Igurei, Marquês de Olinda,
Jejuí, Salto Oriental, Pirabebe e Rio Blanco, com seis
chatas, e tropas de infantaria e artilharia postadas
eficazmente nas barrancas do rio. Após a nossa Mearim
identificar as embarcações inimigas, a capitânia Amazonas
emitiu as ordens: “Preparar para o combate”, “safa geral”,

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“despertar o fogo das máquinas” e “suspender ou largar
amarras”. As ordens eram cumpridas rapidamente com
um vivo entusiasmo da marujada que rumava para a
grande batalha. Logo em seguida, novo sinal era erguido
pelas adriças da capitânia Amazonas: “O Brasil espera que
cada um cumpra seu dever”; “Atacar e destruir o inimigo
o mais perto que cada um puder”. A artilharia e a fuzilaria
inimiga crepitaram constantemente e o sangue de nossos
soldados e marujos era derramado nos passadiços e
compartimentos dos navios. Respondemos com um vigor
cada vez mais ao fogo inimigo; nossa artilharia varria
completamente os canhões paraguaios que estavam na
margem do Riachuelo e, num momento em que todo o
espírito combativo de nossos militares era empregado no
combate mortal de duelos de artilharia, cargas
incessantes de ambas as fuzilarias e terríveis combates
corpo-a-corpo à sabre e machado, o comandante daquela
força naval, Almirante Barroso, ao ver o esforço dos seus
homens, manda içar o sinal na Amazonas: “Sustentar o
fogo que a vitória é nossa” e, forçando suas maquinas,
Barroso fez de sua embarcação um aríete e,
verdadeiramente, atropelou 4 embarcações inimigas em
combate inédito.

A Batalha do Riachuelo, travada em 11 de junho


de 1865, foi o atestado de óbito de Solano López e de seu
império expansionista. Seu poderio naval saiu dela
totalmente destruído e jamais conseguiria ele repor suas
forças novamente. A partir deste ponto da guerra até o
fim do conflito, em 1870, o Paraguai ficaria apenas na
defensiva.

Logo após a épica Batalha do Riachuelo, vieram


inúmeros combates nos quais as armas brasileiras e de

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seus aliados se saíram vencedoras, em denodadas
demonstrações de patriotismo. Depois da libertação de
Uruguaiana, em setembro de 1865, viria a segunda fase
da campanha, em que se iniciaria a invasão do Paraguai.
Estávamos prontos para a ofensiva em solo inimigo, a
partir do Passo da Pátria, subindo o curso do Rio Paraguai.
Sob o comando do General Osório, nossas tropas
transpuseram o Rio Paraná e, no dia 16 de abril de 1866,
conquistaram as primeiras posições inimigas. Uma
semana mais tarde, chegávamos no Passo da Pátria.

Apesar das primeiras vitórias em solo inimigo


serem conquistadas pelas armas brasileiras e seus aliados,
passaríamos dois anos bloqueados nas confluências dos
rios Paraguai e Paraná, onde estavam mais bem
posicionadas as fortificações paraguaias e uma extensa
linha defensiva. Assim, muito suor e sangue de nossos
militares seriam derramados na conquista de tais
objetivos. A primeira posição conquistada foi o Forte de
Itapiru. Depois desta conquista, os nossos soldados
acamparam em Tuiuti. Mal sabiam aqueles homens que
ali haveria a maior batalha campal da História da América
do Sul e uma das mais importantes e mais sangrentas do
conflito. No dia 24 de maio de 1866, iniciava-se o
combate. Era manhã com bastante neblina e logo a
neblina se misturaria com a fumaça dos canhões. Quatro
colunas avançavam em direção às nossas tropas. Os
flancos dos soldados uruguaios e argentinos foram
atacados bem de surpresa e houve uma mortandade
horrível dos dois lados: só das tropas argentinas foram
dizimados três batalhões. A primeira reação veio com um
regimento uruguaio que, mesmo com pesadas perdas,
conseguiu reunir forças e iniciar uma carga. Logo após as
tropas brasileiras e argentinas conseguiram se unir e

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começar a virar a situação a seu favor. O General Osório
estava almoçando, quando, no início do combate,
recebeu a notícia de que este já havia principiado. No
mesmo instante, subiu em seu cavalo, alcançou as tropas
brasileiras que batiam em retirada e, aos brados de “Viva
a Nação brasileira!” e “Viva o Imperador!”, reanimou e
reorganizou tais tropas e as fez voltar a frente de
combate. À tiros de fuzil e revolver, cargas de infantaria
coordenadas com a muito custo com a cavalaria e a
artilharia brasileira, os brasileiros então fizeram o inimigo
retroceder. Emílio Luís Mallet, comandante da artilharia
naquele setor, com o apoio da engenharia, preparou
fossos largos como emboscada ao inimigo. Assim, quando
sua artilharia viu a cavalaria inimiga se aproximando,
Mallet deu a ordem: “Granada e Metralha! Espoleta a 6
segundos!”. Aquele que viria a ser o Patrono da Artilharia
desejava que os paraguaios caíssem na emboscada que
tinha dado tanto trabalho para preparar, o que de fato
ocorreu. Então os seus 26 canhões e sua fuzilaria abriram
fogo contra a cavalaria de López, cuja primeira carga seria
dizimada pela artilharia de Mallet, que, por ser muito
ligeira, foi apelidada de Artilharia Revólver.

Assim, uma batalha que começou a favor dos


atacantes teve uma reviravolta genial por parte das forças
armadas brasileiras, uruguaias e argentinas. A referida
batalha teve início às 11 horas daquele dia e terminou às
16:30 horas da tarde, com a retirada do exército
paraguaio. As armas do Império do Brasil se saíram mais
uma vez vitoriosas, ainda que ao alto preço de 10 mil
mortos, entre eles o atual Patrono da Infantaria,
Brigadeiro Sampaio. Ferido três vezes na batalha, quando
comandava a 3ª Divisão do Exército Imperial, recebeu três
estilhaços de granada, que causaram gangrena na coxa

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direita, e foi também acertado duas vezes nas costas,
morrendo a bordo do vapor Eponina, que o conduzia a
Buenos Aires. Graças ao seu espírito heroico e exemplo de
líder de combate, seus comandados quebraram as linhas
inimigas, causando confusão nas tropas paraguaias.

Após o histórico combate de Tuiuti, vieram as vitórias em


Curuzu e Curupaiti, fortes que guarneciam a direita da
Fortaleza de Humaitá. Humaitá era considerada
inexpugnável, porém Caxias irá quebrar esse mito,
flanqueando a fortaleza paraguaia, ultrapassando o
reduto fortificado e cortando as comunicações entre esta
e Assunção, ao submeter Humaitá a um cerco. López,
querendo distrair as tropas aliadas de seu objetivo
principal, ataca a retaguarda de Tuiuti, porém os reforços
de Porto Alegre neutralizam a força inimiga, que sofre
pesadas baixas. Após pesado cerco, Humaitá caiu
definitivamente em 25 de julho de 1868.

Com a queda de Humaitá, Piquissiri e Lomas


Valentinas que eram as últimas defesas de Assunção, a
capital ficara vulnerável a invasão do Exército Brasileiro e
de seus aliados. Mesmo em situações já precárias, o
General Caballero tentou barrar a ponte sobre o arroio
Itororó. Ao ver o ataque das tropas desse oficial
paraguaio, Caxias içou sua espada e partiu a galope em
direção ao inimigo, bradando: “Sigam-me os que forem
brasileiros!”. E então, em mais uma demonstração de
valentia e patriotismo de nossos militares, foi vencida a
Batalha de Itororó. Era o dia 6 de dezembro de 1868.
Seguindo sua marcha vitoriosa, nossas forças em seguida
aniquilaram as tropas paraguaias nas batalhas de Avaí (11
de dezembro) e Lomas Valentinas (21 a 27 de dezembro).
Após a chamada Dezembrada, que culminou no dia 30

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daquele mês com a Rendição de Angostura, em que 2 mil
paraguaios se renderam sem disparar um tiro, o poderio
bélico brasileiro estava muito forte frente ao exército
paraguaio ou àquilo que havia restado dele. Solano López,
em total desespero, foge para o norte do Paraguai e refaz
um exército composto por 5 mil pessoas, na sua maioria
crianças, velhos e semi-inválidos e dotado de alguns
poucos canhões. Tal exército não seria senão carne para o
abatedouro que toda frente de combate em uma guerra.
Depois da tomada de Assunção, em 1º de janeiro de 1869,
e da Batalha de Campo Grande (16 de agosto de 1869), na
qual se daria por encerrado o grande ciclo de batalhas e
de derramamento de sangue brasileiro naquela
campanha, tudo acabaria com a morte de Solano López,
em Cerro Corá, no dia 1º de março de 1870. Era o fim do
tirano. O Exército Brasileiro, recuperando a honra
nacional ofendida pelas armas do ditador paraguaio,
cumprira seu dever brilhantemente e daquele conflito
saíram verdadeiros heróis e lendas que permanecem
vivos nas tradições militares até os dias de hoje.

Anos se passaram depois deste conflito, foi


instaurada a República e chegamos ao início do século XX.
Explode então a Grande Guerra na Europa e o Brasil
declara neutralidade. Em 1917, porém, é agredido, sem
nenhuma explicação, em novos ataques sem nenhuma
justificativa. Diferentes embarcações brasileiras são, com
efeito, atacadas nas águas do Atlântico por submarinos
alemães. É então declarada guerra ao Império Alemão e
enviada para o continente europeu uma pequena força de
combate que seria integrada ao Exército Francês e uma
missão médica militar. Apesar de esta não influir
decisivamente nas batalhas que levariam o Império
Alemão ao armistício, é inegável o fato de que os nossos

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militares foram desafiar frente-a-frente o inimigo nos
campos de combate da Europa e deram grandes exemplos
de heroísmo e, assim, contribuíram com a vitória final em
novembro de 1918. Muitos deles eram sargentos e oficiais
que chegaram a liderar tropas francesas no front
ocidental, na Ofensiva de Meuse-Argonne. Um terço de
todos os oficiais brasileiros que participaram da Primeira
Guerra Mundial foram condecorados por atos de bravura
em combate.

Já na década de 1930, mais uma vez o Exército


Brasileiro cumpriria sua missão de reestabelecer a ordem
e preservar a nossa Nação de inimigos internos e
externos. Nascia naquele período um ser parasitário no
seio de vários países, fruto do capitalismo sem pátria e da
maçonaria: era o comunismo internacional, que estava
obtendo sucesso em várias nações, inclusive, no Brasil.
Graças, porém, às forças armadas, à milícia integralista
(1933-1935) e à penetração dos ideais nacionalistas
difundidos pelo Integralismo na sociedade, dentro e fora
dos quartéis, os comunistas foram aniquilados. Militares
do Exército e da Marinha (muitos do quais adeptos da
Doutrina do Sigma) e civis integralistas lutaram lado a
lado contra os comunistas, que tinham como objetivo nos
tornar um “satélite” de Moscou, da Rússia Soviética.
Graças à reação de nossos militares e dos “camisas-
verdes” e à sua missão educacional nacionalista,
vencemos aquele conflito, em que muitos soldados do
Exército e da Marinha e do Sigma lutaram ombro a ombro
e por vezes tombaram lado a lado, como seus
antepassados nas históricas batalhas do Riachuelo ou de
Tuiuti; lutaram ombro a ombro e caíram lado a lado como
verdadeiros irmãos, filhos de uma Pátria eternamente
grata por seus serviços.

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Alguns anos mais tarde, já na ditadura
estadonovista de Vargas, militares do Exército e da
Marinha, muitos do quais integralistas, lutaram lado a
lado na II Guerra Mundial. Nos primeiros dias do ano de
1942, após os primeiros ataques de submarinos alemães
aos nossos navios mercantes, Plínio Salgado, que estava
exilado em Portugal pela ditadura varguista, pede aos
“camisas-verdes” que ficaram no Brasil que cooperem
com o governo em tudo o que dissesse respeito à defesa
da Nacionalidade contra todos os agentes da corrupção
interna e contra quaisquer ameaças externas, fossem de
onde fossem. Tempos depois, já após a declaração de
guerra do Brasil aos países do Eixo, que se deu em agosto
de 1942, inúmeros integralistas se juntam à Força
Expedicionária Brasileira (FEB) para a defesa de nossa
Nação e para a recuperação da honra nacional, ferida pela
ação dos submarinos do III Reich Alemão. Dezenas de
marinheiros integralistas morreriam nos torpedeamentos
dos navios Araraquara, Bagé, Itagiba, Baependi e
Cebedelo. Ademais, vinte e oito integralistas pertencentes
à FEB morreram em terras italianas, entre eles Frei
Orlando, atual Patrono do Serviço Religioso do Exército
Brasileiro. Vale lembrar, ainda, que inúmeros integralistas
seriam condecorados por bravura em combate na
Segunda Guerra Mundial.

A intervenção da Força Expedicionária Brasileira


nos campos de batalha da Itália é algo que engrandece
muito a história militar brasileira. Nossa participação no
início era desacreditada por muitos e chegamos na Itália
sendo considerada a nossa tropa; uma tropa de segunda
categoria, mas, no curso dos combates, fomos mostrando
o valor do soldado brasileiro, e a FEB passou a ser

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respeitada pelos seus aliados e temida por seus
beligerantes. A Força Expedicionária Brasileira teve seu
primeiro combate vitorioso no dia 16 de setembro de
1944, em Massarosa. A lendária artilharia de Mallet, que
havia lançado fogo nas tropas do ditador paraguaio, agora
lançava fogo contra as posições dos soldados de Hitler. A
infantaria expedicionária conseguiu romper a linha
inimiga, obtendo grande sucesso em sua primeira
investida, algo que impressionou até mesmo os seus
aliados estadunidenses e britânicos que lutavam naquele
setor, pois se tratava de uma tropa inexperiente que se
batia de frente a uma tropa altamente profissional e com
armamento muito superior ao dos brasileiros e seus
aliados. Logo depois do combate vitorioso, em que
tomamos Massarosa, vieram novos triunfos: ao preço de
mais de 280 baixas, avançamos 40 quilômetros,
aprisionamos mais de 200 soldados inimigos e
conquistamos as cidades de Camaiore, Monte Prano,
Fornacci, Gallicano, Castelnuovo e Barga. Onde a tropa
brasileira chegava dava exemplos de bravura em combate
e de solidariedade cristã para com os civis italianos.
Inúmeros expedicionários repartiam suas provisões de
comida e medicamentos com os civis famintos e doentes.
As tropas anglo-britânicas dificilmente prestavam tal
auxílio para os civis. A solidariedade do soldado brasileiro
iria fazer grande diferença para aqueles civis, sendo eles
gratos até hoje aos soldados brasileiros e ao seu sangue e
suor derramado na luta pela libertação e auxílio
humanitário dedicado voluntariamente àquele povo.

Os alemães eram muito destemidos e sempre


montavam suas linhas de defesa em elevações. Mesmo
com tropa reduzida conseguiam se posicionar
estrategicamente no solo e, com algumas armas

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automáticas, conseguiam causar grandes perdas aos
nossos soldados. Sua boa habilidade tática iria causar
pesadas baixas na divisão expedicionária e combates
como o de Monte Castelo e Montese iriam provar isso.
Além deste fator, o intenso inverno dos Apeninos iria
dificultar ainda mais o avanço da 1° DIE. Nesse período, a
FEB realizou seis tentativas de tomar o Monte Castelo. Na
segunda investida, o conhecido militar cearense, Sargento
Hermínio Sampaio é morto em combate, ao dar cobertura
aos seus soldados que batiam em retirada. Depois de
cinco tentativas falhas, na sexta investida, na manhã de
21 de fevereiro de 1945, com o envolvimento de toda a
divisão brasileira e apoio de forte barragem de artilharia,
assim como do 1° grupo de caças brasileiro, conhecido
como “Senta a Pua”, da 10ª divisão de montanha
estadunidense e de uma divisão blindada também
estadunidense, finalmente conseguimos obter sucesso no
final da tarde daquele dia. A Batalha por Monte Castelo
foi o maior combate entre brasileiros e alemães e, por se
tratar de uma região de valiosíssima importância
estratégica para o desenrolar da guerra no front italiano,
foi uma das batalhas mais emocionantes da História do
Exército Brasileiro e da campanha da Itália na Segunda
Guerra Mundial.

As tropas da FEB passaram quase três meses


entrincheiradas nos arredores de Monte Castelo,
sofrendo com o intenso frio, os bombardeios constantes
da artilharia alemã, as minas e a saudade do lar e da
pátria; porém venceram esses enormes desafios como
autênticos e profissionais soldados lançando-se contra o
inimigo com tudo o que tinham, incorporando o
tradicional espírito combativo do Exército Brasileiro,

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mesmo espírito determinante de nossas vitórias em
Guararapes e em Tuiuti.

Depois da tomada de Monte Castelo, o combate


continuou, pois ainda restava um grande dispositivo
inimigo na região de Montese. Foi nas missões de
reconhecimento que antecederam os combates de
Montese que o nome do Sargento Max Wolf Filho se
imortalizou para sempre em nossa história militar. O
Sargento Max Wolf Filho morreu no dia 12 de abril de
1945, liderando uma missão de reconhecimento,
atividade que já estava acostumado a realizar. Havia uma
“cerca viva” com uma metralhadora alemã MG42,
considerada a mais rápida e mortal da Guerra, e os
brasileiros foram pegos de surpresa pela tropa que fazia a
sua guarnição. Um dos primeiros da coluna a morrerem, o
Sargento Max Wolf seria mais tarde, por seus inúmeros
feitos, tido como o mais ilustre dos sargentos do Exército
Brasileiro e exemplo de um excelente líder de combate.
Atualmente há várias instituições civis e militares que lhe
dão o merecido reconhecimento e respeito pelos seus
feitos heroicos e patrióticos na campanha da Itália.

A Batalha por Montese seria ainda mais


sangrenta que a de Monte Castelo para ambos os lados. O
combate por essa pequena cidade atravessou a noite de
14 para 15 de abril de 1945, com cerrado bombardeio e
resistência inimiga, tendo por fim as forças alemãs
recuado para as cercanias da cidade. As palavras do
comandante do 4° Corpo de Exército dos EUA, Tenente-
General Willis D. Crinttenberger, aos integrantes do seu
Estado-Maior na manhã do dia 15, foram altamente
elogiosas à tropa brasileira: “Na jornada de ontem, só os
brasileiros mereceram as minhas irrestritas

33
congratulações; com o brilho do seu feito e seu espírito
ofensivo, a divisão brasileira está em condições de ensinar
as outras como se conquista uma cidade”.

A conquista de Montese deu-se por concluída na


manhã do dia 17 de abril. Montese era essencial para o
desmantelamento das tropas alemãs no norte da Itália e
por isso que a luta por ela foi tão acirrada.

O último combate que as tropas da FEB travaram


foi nas cercanias de Collechio-Fornovo di Taro, nos
últimos dias da Segunda Grande Guerra. Foi nesta região
que a FEB obteve a sua vitória mais importante sobre as
forças do Eixo. Mais de quinze mil homens de 4 divisões
foram feitos prisioneiros, sendo uma dessas divisões a
148ª Divisão de Infantaria Alemã, que havia lutado no
norte da África e na Rússia e tinha causado pesadas baixas
às forças aliadas em Monte Cassino, no sul da Itália.
Também havia remanescentes da 90ª Divisão Panzer da
SS e duas divisões italianas, foram também apreendidas
milhares de viaturas, carros de combate e armamentos.
Assim se encerrava a epopeia da Força Expedicionária
Brasileira, força que atravessou o Atlântico em defesa da
honra e da dignidade nacional, que mostrou nos campos
italianos o valor do soldado brasileiro e que se superou
ganhando respeito de seus aliados e inimigos no campo
de batalha.

Tempos depois da Guerra, soldados do Exército,


assim como da Marinha, muitos deles integralistas, se
unem novamente a civis integralistas para combater por
uma vez mais o comunismo internacional e seus agentes
aqui no Brasil. A Revolução de 31 de março de 1964, que
foi iniciada no campo militar pelo general Olímpio Mourão

34
Filho, que era integralista e já na época da Ação
Integralista Brasileira tinha prestado grandes serviços à
Pátria, dentro e fora do Exército Brasileiro, onde então
detinha a patente de Capitão. No campo político e
intelectual, por sua vez, estava Plínio Salgado, um dos
principais oradores, aliás, da célebre Marcha da Família
com Deus pela Liberdade, ocorrida em São Paulo em 19
de março daquele ano, e os demais representantes do
Partido de Representação Popular (PRP). A Revolução
Civil-Militar de 1964 foi iniciativa de integralistas que
justamente viam as Forças Armadas em geral e o Exército
em particular como a “última trincheira” que poderia
lutar e barrar o avanço do comunismo no Brasil. E de fato
estávamos certíssimos sobre isso e o Exército Brasileiro
iria cumprir a importante missão de promover a
manutenção da ordem naqueles turbulentos anos da
Guerra Fria e combater os grupos terroristas de esquerda
que tentavam subverter a sociedade e, em especial, a
juventude brasileira. Operações se desencadearam no
início dos anos 1970 e entre elas ficou conhecida a
operação contra a guerrilha no Araguaia. A tropa
paraquedista se destacaria pelo seu ótimo desempenho
contra as guerrilhas organizadas pelo PCdoB aqui no
Brasil. Aliás, dos 80 guerrilheiros comunistas, sobraram
menos de 20. Esses e outros terroristas que escaparam da
mira dos nossos militares hoje em dia se fazem de
“democratas” e vítimas da “ditadura” e até recebem
“indenizações” do governo. Alguns desses indivíduos, que
empunharam armas não apenas contra os nossos
militares, mas contra o Brasil, chegaram, aliás, em tempos
recentes, a ocupar os mais altos cargos do governo.

O Exército Brasileiro se destaca nas ações


humanitárias e missões de paz mundo afora. Sua primeira

35
missão de paz veio em 1956, em Suez. Depois
participamos de outras missões, como a de Moçambique;
em 1992; de Angola, em 1995; do Timor-Leste, em 1997,
e, por último, a mais conhecida delas, a do Haiti, em 2004.

Ao analisarmos toda a história militar do Brasil,


podemos afirmar com grande clareza e segurança que o
nosso Exército foi um Exército de defesa, nunca um
Exército de agressão covarde e expansionista em seu
passado; que foi um Exército que se guiou por princípios
nobres e de puro patriotismo, apesar de após o golpe
republicano a influência positivista tenha se entranhado
na caserna permanecendo até aos nossos dias atuais; que
foi um Exército que sempre lutou pela justa liberdade dos
povos e pela soberania de nossa Nação; que foi um
Exército que esmagou regimes tirânicos, ideologias
totalitárias e absorventes em todo o curso de sua história;
que foi um Exército de pacificação e de manutenção da
ordem nas nações e dentro do Brasil; que foi um Exército
de um solidarismo único com os povos que necessitaram
de sua ajuda. O Exército Brasileiro é o Exército invicto, o
Exército que nunca perdeu uma só guerra, o Exército que
escreveu lindas páginas de nossa História-Pátria com o
suor e sangue de nossos bravos militares que hoje
descansam no sagrado solo nacional após terem dedicado
suas vidas a serviço do Brasil, como o Brigadeiro Sampaio,
como o Tenente-Coronel Emílio Luís Mallet, como o
Sargento Hermínio Sampaio, como o Sargento Max Wolf
Filho, como o Capelão Frei Orlando e milhares de outros
bravos militares que tombaram desde os Guararapes até
os campos do Paraguai e o front italiano na II Guerra
Mundial e como outros que até hoje derramam seu
sangue em defesa de nossa sociedade.

36
A missão de nossos militares de preservar a
soberania nacional, a honra da Pátria e a dignidade do
Brasil se perpetua, seja nos rios, seja nas florestas, seja
nos céus, seja no Norte, no Sul, no Leste ou no Oeste.
Temos um dos melhores exércitos do mundo em riqueza
humana, em profissionalismo, em solidariedade com
quem precisa. Seja na paz, seja na guerra, o Exército
Brasileiro se mantém como uma sentinela alerta há quase
quatros séculos em defesa de nosso amado Brasil. Nos
momentos mais críticos de nossa História estavam lá os
nossos soldados para preservar a paz e a ordem Tanto no
interior do País quanto no exterior, nos momentos de
confusão lá estavam os nossos soldados dedicados a
melhorar a realidade do nosso povo.

Durante muito tempo, o Exército, assim como, as


Forças Armadas e Policiais em geral, foi muito banalizado
e desmoralizado pela mídia corrupta e ideologizada, e por
movimentos subversivos e amorais, que queriam causar a
desordem, subverter o nosso povo e tirar a moral das
Forças Armadas. É inegável, porém, o fato de que o
Exército Brasileiro atendeu ao clamor e às necessidades
do nosso povo em tempos de desordem social e em
tempos de guerra, assim como foi responsável pela
pacificação de várias nações desde os tempos imperiais,
do mesmo modo que foi em grande parte responsável
pela manutenção da unidade territorial do nosso País e
defendeu a nossa Nação de regimes e ideologias exóticas
e absorventes, assim se firmando, em situações extremas
de nossa história, como o último baluarte de defesa da
Nacionalidade Brasileira.

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Hino Nacional Brasileiro

Letra: Joaquim Osório Duque-Estrada.


Música: Francisco Manuel da Silva.

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas


De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade


Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!


Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

A imagem do Cruzeiro resplandece.


Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza

Terra adorada, Entre outras mil,


És tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!


Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro desta flâmula
Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte!
Terra adorada Entre outras mil,
És tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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Hino do Exército Brasileiro

Letra: Ten. Cel. Alberto Augusto Martins.


Música: Teófilo de Magalhães.

Nós somos da Pátria a guarda


Fiéis soldados
Por ela amados
Nas cores de nossa farda
Rebrilha a glória
Fulge a vitória

Em nosso valor se encerra


Toda a esperança
Que um povo alcança
Quando altiva for a Terra
Rebrilha a glória
Fulge a vitória

A paz queremos com fervor


A guerra só nos causa dor
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor

A paz queremos com fervor


A guerra só nos causa dor
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor

40
Como é sublime
Saber amar
Com a alma adorar
A terra onde se nasce!
Amor febril
Pelo Brasil
No coração
Nosso que passe

E quando a nação querida


Frente ao inimigo
Correr perigo
Se dermos por ela a vida
Rebrilha a glória
Fulge a vitória

Assim ao Brasil faremos


Oferta igual
De amor filial
E a ti, Pátria, salvaremos!
Rebrilha a glória
Fulge a vitória

A paz queremos com fervor


A guerra só nos causa dor
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor

A paz queremos com fervor


A guerra só nos causa dor
Porém, se a Pátria amada

41
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor

42
Hino a Caxias
Letra: D. Aquino Correia.
Música: Francisco de Paula Gomes.

Sobre a história da Pátria, ó Caxias


Quando a guerra troveja minaz
O esplendor do teu gládio irradias
Como um íris de glória e de paz

Salve, Duque Glorioso e sagrado


Oh, Caxias, invicto e gentil!
Salve, flor de estadista e soldado!
Salve, herói militar do Brasil

Foste o alferes, que guiando, na frente


O novel pavilhão nacional
Só no Deus dos exércitos crentes
Coroaste-o de louro imortal!

Salve, Duque Glorioso e sagrado


Oh, Caxias, invicto e gentil!
Salve, flor de estadista e soldado!
Salve, herói militar do Brasil

De vitória em vitória, traçaste


Essa grande Odisséia, que vai
Das revoltas que aqui dominaste
Às jornadas do atroz Paraguai

Salve, Duque Glorioso e sagrado


Oh, Caxias, invicto e gentil!

43
Salve, flor de estadista e soldado!
Salve, herói militar do Brasil

Do teu gládio sem par, forte e brando


O arco de ouro da paz se forjou
Que as províncias do Império estreitando
À unidade da Pátria salvou

Salve, Duque Glorioso e sagrado


Oh, Caxias, invicto e gentil!
Salve, flor de estadista e soldado!
Salve, herói militar do Brasil

44
Datas Históricas do Exército Brasileiro

Janeiro:
09 - Dia do “Fico” (1822)
10- Expulsão dos franceses do Rio de Janeiro (1567)
12 -Tomada de Caiena, capital da Guiana Francesa
(1808)
26 - Capitulação final dos invasores holandeses na
Campina do Taborda, Pernambuco (1654)

Fevereiro:
03 - Batalha de Monte Caseros (1852)
08 - Dia do Magistério do Exército – Nascimento do
marechal Roberto Trompowsky Leitão de Almeida
(1853)
13 - Dia da Assistência Religiosa – Nascimento do
capitão capelão Antônio Álvarez da Silva (Frei Orlando)
(1913)
20 - Batalha do Passo do Rosário (1827)
21 - Batalha de Monte Castelo (1945)

Março:
01 - Término da Guerra da Tríplice Aliança, com a
morte do marechal Francisco Solano Lopes (1870)
31 - Revolução Democrática (1964)

Abril:
01 - Criação do Superior Tribunal Militar (STM) (1808)
05 - Término da Insurreição do Contestado (1915)
07 - Abdicação de D. Pedro I. (1831)
10 - Dia da Engenharia - Morte do tenente-coronel João
Carlos Villagran Cabrita (1866)

45
12 - Dia da Intendência - Nascimento do marechal
Carlos Machado Bitencourt (1840)
14 - Conquista de Montese (1945)
19 - Dia do Exército - Primeira Batalha de Guararapes
(1648)
21 - Morte de Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes (1792)
22 - Descobrimento do Brasil (1500)
28 e 29 - Conquista de Fornovo e rendição da 148ª
Divisão de Infantaria Alemã (1945)

Maio:
05 - Dia das Comunicações – Nascimento do marechal
Cândido Mariano da Silva Rondon (1865)
06 - Inauguração do Colégio Militar do Rio de Janeiro
(1889)
08 - Dia da Vitória (1945)
10 - Dia da Cavalaria - Nascimento do marechal Osório
(1808)
13 - Abolição da Escravatura no Brasil (1888)
24 - Dia da Infantaria - Nascimento do brigadeiro
Antônio de Sampaio (1810)
24 - Batalha de Tuiuti (1866)
27 - Dia do Serviço de Saúde - Nascimento do general
de brigada médico João Severiano da Fonseca (1836)
29 - Dia Internacional das Tropas de Paz (peacekeepers)
- Criação da Primeira Força de Operações de Paz da
ONU (1948)

Junho:
10 - Dia da Arma de Artilharia - Nascimento do
marechal Emílio Luiz Mallet (1801)
11 - Batalha Naval do Riachuelo (1865)

46
11 - Final da Retirada da Laguna (1867)
12 - Retomada de Corumbá (1867)
17 - Dia do Serviço de Veterinária – Nascimento do
tenente-coronel João Muniz Barreto de Aragão (1874)
27 - Nascimento de Maria Quitéria de Jesus Medeiros
(1792)

Julho:
02 - Fim da Guerra da Independência na Bahia (1823)
02 - Partida do Primeiro Escalão da FEB (1944)
05 - Revolta do Forte Copacabana (1922)
09 - Revolução Constitucionalista (1932)
20 - Nascimento de Santos Dumont, o “Pai da Aviação”
(1873)

Agosto:
01 - Partida da Divisão Naval em Operações de Guerra
na Primeira Guerra Mundial (1918)
03 - Dia do Quadro de Engenheiros Militares -
Nascimento do tenente-coronel Ricardo Franco de
Almeida Serra (1748)
03 - Batalha do Monte das Tabocas (1645)
04 - Criação da Guarda Nacional (1831)
18 - Partida da Missão Médica Especial para a Primeira
Guerra Mundial (1918)
25 - Dia do Soldado - Nascimento do marechal Luiz
Alves de Lima e Silva (1803)

Setembro:
07 - Dia da Pátria - Proclamação da Independência
(1822)
08 - Contrato da Missão Militar Francesa (1919)

47
18 - Dia da Família Militar – Nascimento de dona Rosa
Maria Paulina da Fonseca (1802)
18 - Rendição Paraguaia em Uruguaiana-RS (1865)
20 - Início da Revolução Farroupilha no Rio Grande do
Sul (1835)
24 - Combate de Forte Coimbra na invasão espanhola
(1801)

Outubro:
02 - Dia do Quadro Complementar de Oficiais – Data do
decreto de criação (1989)
03 - Revolução de 1930 (1930)
05 - Término da Insurreição de Canudos (1897)
23 - Dia do Aviador – Primeiro voo do avião de Santos
Dumont em Paris (1906)
28 - Dia do Servidor Público (1936)
30 - Dia do Quadro de Material Bélico - Nascimento do
tenente general Carlos Antônio Napion (1757)

Novembro:
04 - Dia do Oficial da Reserva R/2 – Nascimento do
tenente-coronel Luiz de Araújo Correia Lima (1891)
15 - Proclamação da República (1889)
19 - Dia da Bandeira - Primeiro hasteamento da
Bandeira Republicana (1889)
24 - Dia do Quadro Auxiliar de Oficiais – Nascimento do
tenente Antônio João Ribeiro (1823)
27 – Vitória sobre a Intentona Comunista (1935)

Dezembro:
04 - Criação da Academia Real Militar, atual AMAN
(1810)

48
13 - Dia do Marinheiro – Nascimento do almirante
Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré
(1807)
16 - Dia do Reservista – Nascimento de Olavo Braz
Martins dos Guimarães Bilac (1865)
29 - Combate da Colônia Militar dos Dourados (1864)

49
Fontes Bibliográficas

• Almeida, Coronel Adhemar Rivermar. Montese -


Marco Glorioso de Uma Trajetória. Biblex,
1985.
• Barroso, Gustavo. História militar do Brasil. 2.
Ed. Brasília: Edições do Senado Federal, 2019.
• Barroso, Gustavo. A Guerra do Lopez. 3. Ed. São
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1929.
• Braga, Rubem. Crônicas da Guerra na Itália. 2.
Ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 1985.
• Donato, Hernâni. Dicionário das batalhas
brasileiras – Dos conflitos com indígenas às
guerrilhas políticas urbanas e rurais. São Paulo:
IBRASA, 1987.
• Salgado, Plínio. O Integralismo perante a
Nação. 3. Ed. Rio de Janeiro: Livraria Clássica
Brasileira, 1955.
• Salgado, Plínio. Discurso no Teatro Municipal
do Rio de Janeiro, em 27 de outubro de 1946.
• Salgado, Plínio. Compêndio de Instrução Moral
e Cívica. 5. Ed. São Paulo: Editora F.T.D. S.A.,
1972.

50
ho:

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