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CARACTERIZAÇÃO E IMPACTO: PROGRAMA MUNICIPAL DE COLETA

SELETIVA DE LIXO

Jader Luís da Silveira


Joice Aparecida Rodrigues Cunha
Rayane Castro Tavares

RESUMO
Este trabalho se constitui em um estudo bibliográfico, documental e de campo acerca do Programa
Municipal de Coleta Seletiva de Lixo. Como forma de responder ao problema levantado, investigou-se
a questão do funcionamento da coleta seletiva de lixo no Município de Formiga/MG, a fim de
compreender a importância dessa atividade para o meio ambiente e para a sociedade. O primeiro
tópico é constituído por uma introdução referente a todo o processo de construção desse trabalho.
No segundo tópico, apresenta-se um histórico do surgimento da limpeza urbana no Brasil e a
definição da coleta seletiva de lixo. No terceiro, discorre-se sobre o Programa Municipal de Coleta
Seletiva de Lixo de Formiga/MG, apresentando campanhas desenvolvidas pelas políticas públicas
voltadas para a conscientização e preservação do meio ambiente. No quarto tópico, verificam-se os
danos causados pelos resíduos dispostos no meio ambiente e os benefícios obtidos pela realização
da coleta seletiva de lixo. Foi possível concluir que o avanço tecnológico, o alto crescimento
populacional e o consumismo acarretaram num aumento considerável de resíduos sólidos gerados
pelas atividades antrópicas causando grandes impactos ao meio ambiente e prejudicando a saúde
pública. Assim, pode-se afirmar que a coleta seletiva de lixo e a reciclagem são consideradas
atividades eficientes em se tratando de minimizar os impactos causados pelo homem ao meio
ambiente, uma vez que, reduz a quantidade de resíduos sólidos lançados na natureza, bem como,
diminui a extração de matéria-prima conservando os recursos naturais.

Palavras-chave: Meio ambiente. Coleta. Lixo. Seletiva. Sociedade.

1 INTRODUÇÃO

A evolução do homem permitiu que grandes descobertas fossem feitas, por


sua vez tais avanços advindos da modernidade contribuíram para com a melhoria do
padrão de vida da humanidade em diversos setores, em consequência a esta
melhoria a sociedade passou a imergir-se em um consumismo sem fim. Havendo um
aumento considerável de resíduos sólidos causando grandes impactos ao meio
ambiente e prejudicando a saúde pública. Os municípios são os primeiros locais


Graduado em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG. Biólogo
registrado no Conselho Regional de Biologia – CRBio 04. Docente na Rede Estadual de Ensino e no
Curso Técnico em Agente de Saúde do Projeto Rede da Rede Estadual de Ensino.

Graduada em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG.

Graduanda em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG.
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onde se percebe os problemas socioambientais, devido ao alto índice de


crescimento urbano e populacional (BRUSCHI et al., 2002).
O presente trabalho tem como tema Coleta Seletivo de Lixo, que de acordo
com a cartilha intitulada “Coleta Seletiva” publicada pelo Ministério Público do Estado
de São Paulo, se define por ser “um processo de separação dos materiais
recicláveis do restante dos resíduos sólidos” (SÃO PAULO, 2014, p. 3). Esses
materiais coletados são denominados como resíduos sólidos (embalagens de
plástico, restos de alimentos, produtos de higiene pessoal, papéis, etc.), os quais
são produzidos nos domicílios, estabelecimentos comerciais, escolas, hospitais,
entre outros (MANSOR et al., 2010).
O Município de Formiga/MG, foco da investigação desse trabalho possui um
programa de coleta seletiva de lixo que foi elaborada pelos órgãos responsáveis
pelo recolhimento de resíduos produzidos diariamente pela população formiguense.
Dessa forma, a presente pesquisa foi realizada com o objetivo de buscar
informações acerca do Programa Municipal de Coleta Seletiva de Lixo da Cidade de
Formiga/MG que é realizada pela Associação de Recicladores de Formiga – Recifor.
(RECIFOR, 2014).
Para a realização do presente trabalho foi realizada revisões bibliográficas
pesquisando-se em artigos, livros, e documentos emitidos pelo Ministério do Meio
Ambiente. Mostrou-se necessário também a realização de uma pesquisa de campo
na Associação de Recicladores de Formiga – Recifor, com o objetivo de verificar
como funciona o referido programa.
De acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica se define por ser um
estudo desenvolvido a partir de material científico já elaborado por outros autores,
que inclui a pesquisa a livros, artigos científicos, teses, etc. Por sua vez a pesquisa
de campo baseia-se na observação direta das atividades do grupo estudado e
entrevistado, tendo como procedimento conjugado a análise de documentos,
fotografias e filmagens.
Ainda em relação ao estudo realizado foi feito uma pesquisa documental, que
segundo Gil (2002) se define por ser uma fonte que se assemelha com a pesquisa
bibliográfica, porém, ainda não recebeu um tratamento analítico. O presente trabalho
é de grande relevância, pois visa contribuir para o estudo e análise do Programa
Municipal de Coleta Seletiva de Lixo realizado na cidade de Formiga/MG e
compreender como este programa contribui para a preservação do meio ambiente.
3

Dessa forma, foi feita a análise da existência ou a necessidade de se criar


cursos profissionalizantes com o objetivo de qualificar os cooperados da Recifor e
também averiguar os programas e campanhas realizados em Formiga/MG, que
tenham como intuito conscientizar a população a cerca da importância de sua
participação em separar corretamente o lixo úmido do seco para depois dispô-lo
para coleta seletiva de lixo. De acordo com a Agenda 21, é importante a implantação
de campanhas de conscientização que promovam a diminuição da produção de lixo
domiciliar e também estimulem os cidadãos, os setores públicos e produtivos a
utilizar os 3-R'S, reutilizando, reaproveitando e reciclando os resíduos sólidos que
seriam eliminados (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2004).

2 PROGRAMA MUNICIPAL DE COLETA SELETIVA DE LIXO:


CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, DEFINIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO

Este tópico tem como principal objetivo apresentar um breve histórico acerca
do Programa Municipal de Coleta Seletiva de Lixo no Brasil. Para isso analisa-se o
referido programa sob a perspectiva histórica, apresentando o surgimento da coleta
seletiva de lixo e do processo de reciclagem.

2.1 História e definição da coleta seletiva de lixo no Brasil

As atividades de reciclagem iniciaram nos Estados Unidos, Europa e no


Japão, contando com a colaboração de diversos níveis da sociedade, abrangendo a
atuação dos governos, organizações privadas e toda população de modo geral
(RIBEIRO; LIMA, 2000).
No dia 25 de novembro de 1880, iniciou-se de forma oficial, o serviço de
limpeza urbana no Brasil, começando pela cidade de São Sebastião/RJ, que na
época, era a capital Imperial. Dom Pedro II, Imperador do país, assinou o decreto nº
3024, que aprovava a contratação de pessoas para realizarem a limpeza e irrigação
na cidade. A primeira pessoa que executou esse trabalho de limpeza no Rio de
Janeiro foi o Aleixo Gary, sendo mais tarde, substituído por Luciano Francisco Gary,
os quais tiveram seus sobrenomes utilizados para nomear a profissão que executa o
trabalho de limpeza urbana no Brasil, o gari (MONTEIRO et al., 2001). Desta forma,
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destaca-se a preocupação com a limpeza urbana no Brasil desde o tempo Imperial,


acentuando a importância de melhor destinar os resíduos produzidos no país.
Com a intensificação do consumismo, vários problemas foram trazidos,
destacando-se a grande quantidade de resíduos sólidos produzidos nas décadas de
1940 e 1970 em São Paulo, devido à rápida urbanização no Brasil (OGATA 1983;
apud AGUIAR, 1999). Neste sentido compreende-se que com o avanço da
tecnologia o número populacional aumentou consideravelmente gerando um maior
consumismo e produção de resíduos sólidos.
O primeiro projeto sistemático e documentado no Brasil a cerca da coleta
seletiva de lixo aconteceu em abril de 1985, no bairro de São Francisco da cidade de
Niterói/RJ, essa iniciativa mobilizou vários municípios que começaram a praticá-la.
Por sua vez, no ano de 1990, foram iniciadas pesquisas com o objetivo de identificar
e analisar os programas de coleta seletiva de lixo existentes no Brasil, e em 1994
foram identificados 82 programas em funcionamento com base nessas pesquisas
(CEMPRE 1995 apud RIBEIRO; LIMA, 2000).
No ano de 1986, surgiram no Brasil, as primeiras iniciativas organizadas
referentes à coleta seletiva de lixo. A partir de 1990, administrações municipais
firmaram parcerias com catadores organizados em associações e cooperativas para
a gestão e execução dos programas municipais de coleta seletiva de lixo. As
parcerias foram benéficas, pois, houve uma redução dos custos gerados pela
execução do programa, além disso, foi traçado um modelo de política pública de
resíduos sólidos, contando com o apoio de entidades da sociedade civil na geração
de renda e inclusão social (RIBEIRO; BESEN, 2006).
Partindo das proposições apresentadas no parágrafo anterior sobre o
surgimento da coleta seletiva de lixo no Brasil, Ribeiro e Besen (2006) pontuam que:

O registro das primeiras experiências brasileiras de coleta seletiva


teve início em 1993, com a publicação da coletânea “Coleta Seletiva
de Lixo – experiências brasileiras”, e a partir de 1994, até o presente
momento, pelo Cempre, com a publicação dos informativos e
pesquisas Ciclosoft (RIBEIRO; BESEN, 2006, p. 5).

As atividades dos Programas Municipais de Coleta Seletiva de Lixo são


sustentadas pelo o orçamento arrecadado sobre as taxas de Imposto Territorial
Urbano (IPTU) e limpeza dos municípios onde são implantados. Na maioria das
cidades, a população participa voluntariamente da coleta seletiva, sendo
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constantemente realizadas campanhas de sensibilização nos bairros, escolas,


condomínios, empresas e indústrias para que separem corretamente o lixo
(RIBEIRO; BENSEN, 2006).
De acordo com o Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os
municípios:
Cada cidade deve se interessar pela manutenção de sua qualidade
de vida e pela qualidade ambiental, essa forma de riqueza que a
natureza oferece gratuitamente. Do ponto de vista da ciência
ambiental, as cidades são ecossistemas modificados pela ação
humana, que rompem os equilíbrios preexistentes, provocam poluição
e a necessidade de se dispor os resíduos da produção e do consumo
em escala distinta dos ecossistemas naturais (BRUSCHI; RIBEIRO;
PEIXOTO; SANTOS; FRANCO, 2002, p. 9).

Os programas municipais de coleta seletiva de lixo enquadram-se no âmbito


da sustentabilidade e ao mesmo tempo convoca o trabalho em grupo onde toda a
população tem a chance de cuidar do nosso meio ambiente. A responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos é instituída no art. 30 da Política
Nacional de Resíduos Sólidos, a qual prevê que cada cidadão é responsável pelo
lixo que produz, ou seja, as destinações desses resíduos não são somente de
responsabilidade do poder público ou empresas recicladoras e sim de todos
(BIBLIOTECA DIGITAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2012). Dessa forma,
compreende-se que “a geração de resíduos sólidos é inerente à atividade cotidiana
do ser humano, portanto, enquanto houver pessoas sobre a face da Terra, haverá
resíduos sólidos gerados” (AGUIAR, 1999, p. 7).
Para que as ações de coleta seletiva de lixo sejam efetivas mostra-se
necessário a conscientização de toda a sociedade no que se refere ao manuseio e
reutilização de seu lixo. Para tanto, analisam-se os cinco princípios básicos, sendo
eles “Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar [...]” (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2009, p. 16). Seguindo estes princípios, é possível diminuir a
quantidade de lixo produzido, Repensando sobre o destino final dos produtos;
Recusando produtos que possuam embalagens não recicláveis; Reduzindo o
consumo; Reutilizando as embalagens; e encaminhando os resíduos para a
Reciclagem. O gerenciamento dos resíduos sólidos urbano consiste no “[...]
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, disposição final e limpeza de
logradouros” (RECESA, 2008, p. 14); tendo como objetivo melhorar a qualidade das
atividades relacionadas com a limpeza pública das cidades. Esse gerenciamento
constitui na utilização de diversas técnicas e atividades que visam a melhor forma de
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descarte dos resíduos sólidos produzidos pela população, sendo executados pelo
governo federal, estadual e municipal (MANSOR et al., 2010).
Os resíduos são separadamente classificados mediante ao seu aspecto e
constituição, sendo considerado lixo seco ou sólido os materiais passiveis de
reutilização e não sólido ou lixo úmido os dejetos já utilizados e que não servem
mais para o consumo humano (FERREIRA; CARVALHO, 2007).
De acordo com a Lei Federal nº 12.305/2010, a coleta seletiva de lixo é
definida como uma atividade prévia da separação do lixo de acordo com sua
propriedade (ABRELPE, 2013). Partindo dessa definição, Ribeiro e Lima (2000)
pontuam que a coleta seletiva de lixo consiste na reutilização dos materiais
descartados, assim sendo, esta atividade viabiliza a redução, a reutilização e a
separação do material para a reciclagem, tendo como objetivo a mudança de aptos,
comportamentos, no que se refere aos desperdícios inerentes à sociedade de
consumo.
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a coleta seletiva de lixo
consiste na separação de materiais recicláveis, advindos de várias fontes geradoras,
podendo ser de origem domiciliar, hospitalar, comercial, industrial, empresarial ou
escolar, tendo o objetivo de ser coletado e encaminhado para o processo de
reciclagem (BIBLIOTECA DIGITAL DOS DEPUTADOS, 2012).
Partindo da definição apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia
(IBGE) sobre a coleta seletiva de lixo, considera-se que os recicláveis são materiais
já utilizados, os quais são capazes de passar por um processo industrial de
segregação onde são transformados em matéria-prima secundária e o resultado final
é outro material semelhante ao primeiro ou até mesmo um novo material. Com o
processo de reciclagem os recursos naturais são poupados, economiza-se energia e
trás materiais que seriam descartados de volta ao ciclo produtivo (NANI, 2007).

3 PROGRAMA MUNICIPAL DE COLETA SELETIVA DE LIXO DO MUNICÍPIO DE


FORMIGA/MG: CONSIDERAÇÃO HISTÓRICA, DESCRIÇÃO E
CARACTERIZAÇÃO

Neste tópico, é caracterizado o Programa Municipal de Coleta Seletiva de


Lixo do município de Formiga/MG que é realizado pela Associação de Recicladores
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de Formiga – Recifor. Para isso, analisa-se o percurso histórico e o funcionamento


atual dessa associação, descrevendo as campanhas de conscientização realizadas
no município acerca da coleta seletiva de resíduos sólidos.

3.1 Histórico da Associação de Recicladores de Formiga – Recifor

Como muitas cidades brasileiras, Formiga/MG possui um Programa Municipal


de Coleta Seletiva de Lixo, em parceria com catadores de materiais recicláveis
organizados por meio de associação e cooperativa, a Recifor realiza a coleta dos
resíduos produzidos pela população do município de Formiga/MG e seleciona os
materiais direcionando-os para o processo de reciclagem. (RECIFOR, 2014).
Alguns dos associados da empresa Recifor, trabalhavam coletando materiais
recicláveis desde o ano de 2001, no antigo Aterro Controlado pela prefeitura de
Formiga/MG; naquela época os catadores executavam suas atividades de forma
independente sem a existência de uma cooperativa que organizassem suas tarefas
laborais. Naquele mesmo ano, a prefeitura de Formiga/MG foi denunciada pelo
Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM – por poluição ambiental devido
ao vazamento de chorume no Aterro Controlado, que estava poluindo as
propriedades vizinhas. (RECIFOR, 2014).
A COPAM estipulou algumas normas à prefeitura municipal de Formiga/MG,
para que fossem reparados os problemas causados pelo vazamento de chorume, da
mesma forma que todas as modificações necessárias fossem providenciadas, para
que o Aterro Controlado continuasse a receber os resíduos produzidos pelo
município. Porém, somente em 2005 o executivo cumpriu as exigências estipuladas
pelo COPAM (FORMIGA, 2008).
A respeito da responsabilidade de armazenamento dos resíduos sólidos, o
IBAM em seu manual Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, descreve o
quanto as prefeituras brasileiras não se preocupam com a destinação final do lixo
produzido pela população:

O problema da disposição final assume uma magnitude alarmante.


Considerando apenas os resíduos urbanos e públicos, o que se
percebe é uma ação generalizada das administrações públicas locais
ao longo dos anos em apenas afastar das zonas urbanas o lixo
coletado, depositando-o por vezes em locais absolutamente
inadequados, como encostas florestadas, manguezais, rios, baías e
vales. Mais de 80% dos municípios vazam seus resíduos em locais a
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céu aberto, em cursos d'água ou em áreas ambientalmente


protegidas, a maioria com a presença de catadores – entre eles
crianças –, denunciando os problemas sociais que a má gestão do
lixo acarreta (INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO
MUNICIPAL, 2001, p. 3).

Para melhor gerenciar o lixo produzido pela população do município, a


prefeitura de Formiga/MG, deu início no ano de 2006, à construção de um Aterro
Sanitário; dessa vez, a obra estava seguindo todas as exigências ambientais dentre
elas respeitando os limites de distância de 300 metros dos mananciais e de 500
metros das comunidades vizinhas. Em conjunto com essa obra, estava sendo
construída também uma Usina de Triagem e compostagem, nesse local os
catadores de materiais recicláveis teriam melhores condições de trabalho.
(FORMIGA, 2008).
Segundo Mendonça (2011), uma Usina de Triagem e Compostagem é um
local onde os resíduos coletados nos municípios, são separados de acordo com sua
constituição, gerando normalmente três categorias distintas de resíduos,
denominados: recicláveis, orgânicos e rejeitos, que respectivamente são destinados
para as indústrias de reciclagens, compostagens e Aterros Sanitários.
No dia 07 de agosto de 2009, foi inaugurado o Aterro Sanitário do Município
de Formiga/MG na comunidade de Serrinha, esse aterro foi projetado para receber
os resíduos produzidos pelos habitantes do município com o propósito de
funcionamento nos próximos 21 anos. A prefeitura cedeu um galpão para que os
recicladores pudessem trabalhar em melhores condições, além de garantir total
infraestrutura durante seis meses até que se adequassem às mudanças; a partir
dessa parceria, entre a prefeitura e os recicladores, fundou-se em 2009, a Recifor,
tendo como presidente, o Sr. Francisco Carlos da Silva, um dos recicladores
associados (FORMIGA, 2009). Segundo Resende (2013), a agregação de
recicladores associados é importante, pois:

A integração das cooperativas ou associações de catadores de


materiais recicláveis no processo de gerenciamento de resíduos
sólidos é necessária para a promoção do desenvolvimento
sustentável, premissa inerente da gestão integrada de resíduos
sólidos [...] (RESENDE, 2013, p. 20).

Diante disto percebe-se que o cooperativismo entre os integrantes das


entidades responsáveis por destinar os resíduos sólidos se mostra uma alternativa
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eficaz no que se refere à manutenção da limpeza urbana, bem como, a preservação


do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população.

3.2 Coleta Seletiva de Lixo Realizada no município de Formiga/MG

A coleta seletiva do Município de Formiga/MG é realizada pela Associação de


Recicladores de Formiga – Recifor que está instalada na comunidade de Serrinha,
zona rural do município, juntamente com a Usina de Triagem e o Aterro Sanitário. A
empresa não possui um número exato de associados devido a grande rotatividade
de cooperados; no momento da pesquisa de campo haviam 20 colaboradores
registrados na Recifor.
Segundo Aguiar (2010), a Associação Recifor, tem a função de recolher,
selecionar e comercializar o lixo seco advindo do Município de Formiga/MG. As
atividades realizadas pela Associação consistem na:

Coleta de todo o lixo doméstico reciclável gerado no município; Coleta


de resíduos recicláveis de algumas empresas do município; Coleta de
papel branco de algumas entidades do município; Separação dos
resíduos, de acordo com as sua características e valor comercial;
Venda dos materiais reaproveitados na reciclagem (AGUIAR, 2010, p.
39).

A Recifor utiliza dois caminhões alugados pela prefeitura para coletar o lixo
seco produzido pelo município, a contratação dos motoristas e também o custo com
o combustível consumido pelos caminhões fica também a cargo do poder executivo.
Dois membros da Associação juntamente como o motorista cedido pela prefeitura
vão de caminhão até as residências do município e recolhem os resíduos recicláveis
e depois os levam até a Recifor. Em média são coletados pela Recifor cerca de 30
toneladas por dia de resíduos recicláveis, esses materiais são separados por
categorias como: pet, plásticos, “bofeira mista” (papel), papelão, latas e embalagens
tetra pak; depois prensados e vendidos pelos associados à empresa, Ferro Velho
Centro-Oeste. (RECIFOR, 2014).
A seguir, será apresentado um relatório em formato de tabela, sobre a
quantidade média de materiais recicláveis coletados pela Recifor em Formiga/MG
referentes ao ano de 2014, constando a quantidade em quilos de lixo seco recolhido
por mês apresentando uma media de quilos de lixo coletados por dia e a
porcentagem do que fora reciclado dentre o lixo seco recolhido nas residências em
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cada mês. Na tabela constará também o valor arrecadado em reais com a venda do
lixo reciclado, e o material descartado pela Recifor.

Tabela 1 – Relatório de coleta mensal de lixo seco – Formiga/MG - 2014


MÊS DIAS TOTAL (KG) MÉDIA % MATERIAL MATERIAL
COLETADO (KG/DIA) RECICLAGEM VENDIDO DESCARTADO
Janeiro 31 118.820,00 3.832,90 7,12 86.780,00 29.460,00
Fevereiro 28 101.966,00 3.641,64 7,03 69.700,00 21.280,00
Março 31 110.860,00 3.576,12 6,73 73.520,00 31.700,00
Abril 30 108.620,00 3.620,66 6,72 73.350,00 31.320,00
Maio 31 106.430,00 3.433,33 7,66 81.620,00 27.500,00
Junho 30 94.360,00 3.145,33 6,26 64.050,00 23.750,00
Julho 31 102.908,00 3.321,93 7,33 74.460,00 32.120,00
Agosto 31 98.960,00 3.192,26 5,14 52.330,00 21.340,00
Setembro 30 106.200,00 3.540,00 5,85 63.540,00 30.300,00
Outubro 31 99.950,00 3.224,19 4,66 46.650,00 84.140,00
Novembro 30 89.210,00 2.973,67 4,86 48.270,00 19.440,00
Dezembro 31 98.750,00 3.185,48 1,91 25.230,00 12.520,00
Total 365 1.038.334,00 ............ .............. 788.200,00 364.870,00
Fonte: Associação de Recicladores de Formiga – Recifor (2014).

O material que não é vendido fica estocado no galpão da Usina de Triagem


ocupando espaço e dificultando o trabalho dos funcionários da Recifor, dessa forma,
esses materiais que são rejeitados pelos associados são doados a outras pessoas
não cooperadas que trabalham com a reciclagem. Devido à falta de organização da
Recifor e ao acúmulo de lixo na parte externa do galpão de triagem, foi doado no
mês de agosto e 7.410kg no mês de setembro. (RECIFOR, 2014).
Dessa forma, percebe-se que os recicladores não aproveitam ao máximo os
materiais recicláveis coletados nos domicílios do município de Formiga/MG,
mostrando-se necessário a realização de cursos profissionalizantes, a título de
qualificar melhor os catadores. Seguindo esse mesmo raciocínio, o Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA pontua que “[...] os catadores poderiam, em
princípio, prestar serviços de agente de difusão de conhecimentos sobre a coleta
seletiva, sendo reconhecidos como verdadeiros agentes ambientais” (IPEA, 2013, p.
15).

3.3 Coleta Seletiva: Uma Responsabilidade de Todos

A separação dos resíduos sólidos direto da fonte geradora facilita a atividade


da coleta seletiva. Esse processo depende da cooperação e conscientização da
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população que deve ser mobilizada por campanhas de Educação Ambiental (SILVA;
JOIA, 2008). Partindo desse mesmo princípio, Bringheti (2004), pontua que a
população que descarta o lixo domiciliar sem separar o lixo seco do úmido, dificulta o
processo de reciclagem, uma vez que, os resíduos sólidos podem ser contaminados
pelo lixo úmido, o que impossibilita o reaproveitamento desses materiais.
Dessa forma, considera-se a importância de envolver a população para que a
reciclagem de materiais seja realizada com melhor aproveitamento e eficácia o art.
22, parágrafo 1 do Plano Diretor do Município de Formiga/MG pontua que é preciso
a:

Elaboração de campanha permanente de coleta seletiva de lixo, com


amplitude a todo o território municipal, orientado a população da ária
urbana a entregar seu lixo em embalagens separadas para resíduos
secos e para resíduos orgânicos e a população do meio rural a
entregar apenas os resíduos secos (FORMIGA, 2007, p. 19).

Partindo da conclusão da real necessidade de haver campanhas


mobilizadoras que conscientizem a população a colaborar com a coleta seletiva de
lixo em todo o país e principalmente em Formiga/MG que é foco desta pesquisa, o
jornal Notícias de Formiga (2014), editou a campanha municipal realizada pela
Secretaria de Gestão Ambiental denominada por “EM FORMIGA, LIXO TEM HORA
E DIA CERTO”, com o intuito de convocar a colaboração de toda população
formiguense para melhorar e garantir a limpeza da cidade, pontuando dias e
horários, os quais, os caminhões da coleta de lixo úmido e seco passariam
recolhendo os resíduos domiciliares produzidos nos bairros da cidade, assim como,
nas comunidades do município (CENTRO OESTE/MINAS GERAIS, 2014).
Buscando ainda, uma conscientização da população em auxiliar na limpeza
urbana, foram acopladas nas praças centrais da cidade, 17 lixeiras com a função de
receber o lixo produzido pela população na área comercial da cidade de
Formiga/MG. Tais lixeiras foram produzidas utilizando-se tonéis de latão, sendo eles
cortados ao meio e pintados de cor verde, cada lixeira tem a capacidade de
acondicionar 100L de lixo. Houve a necessidade de amarra-las com correntes em
postes e árvores com o objetivo de evitar danos causados por vandalismos
(CENTRO OESTE/MINAS GERAIS, 2014).
De acordo com Cuba (2010), a melhor forma de conservar o meio ambiente é
realizar trabalhos de conscientização com a sociedade, com o intuito de minimizar os
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impactos causados à natureza, dessa forma, é importante realizar trabalhos de


educação ambiental nas escolas, nos bairros e em todas as cidades com o intuito de
difundir a ideia de preservação do meio ambiente nos quatro cantos do mundo.
Seguindo esse mesmo pensamento sobre a educação ambiental, o Programa
Nacional de Educação Ambiental – ProNEA, pontua que:

Consideramos que a educação ambiental para uma sustentabilidade


eqüitativa é um processo de aprendizagem permanente, baseado no
respeito a todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e
ações que contribuem para a transformação humana e social e para a
preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades
socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservam
entre si relação de interdependência e diversidade. Isto requer
responsabilidade individual e coletiva em nível local, nacional e
planetário (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2005, p. 57).

Dessa forma, pode-se afirmar a importância de projetos permanentes, a título


de conscientizar os cidadãos sobre a responsabilidade para com a preservação do
meio ambiente, desde a formação educacional escolar, com o intuito de despertar
nas crianças o interesse pela conservação da natureza, criando a possibilidade de
aumentar o número de pessoas conscientes de seus deveres para com a diminuição
dos impactos ambientais no mundo.

4 IMPACTOS DA COLETA SELETIVA PARA O MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE

O presente capítulo tem como principal objetivo apresentar os impactos


causados pelo lixo disposto de forma inadequada no meio ambiente. Também
verifica-se as consequências da realização da coleta seletiva de lixo em nível
socioambiental e seus benefícios para a preservação do meio ambiente.

4.1 Impactos Causados pelo Lixo no Meio Ambiente

Com o acelerado processo de desenvolvimento dos centros urbanos e o


aumento do consumo populacional, a produção de resíduos sólidos aumentou
consideravelmente gerando impactos prejudiciais ao meio ambiente e à sociedade
(MUCELIN; BELLINI, 2008). Segundo Tada e colaboradores (2009), os resíduos
sólidos são classificados em três classes “Classe I – resíduos perigosos –
inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou patogênicos; Classe II – resíduos não
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inertes – combustíveis, solúveis e biodegradáveis; Classe III – resíduos inertes – não


oferecem riscos à saúde ou ao meio ambiente” (TADA; ALMEIDA; JR; KIMURA,
2009, p. 7).
Os resíduos sólidos comumente conhecidos como lixo são classificados como
materiais utilizados e já descartados pela sociedade por não atenderem mais às
necessidades originais. Os problemas advindos pelo descarte indevido do lixo no
meio ambiente é uma questão problemática, ocasionando a poluição do meio
ambiente, ameaçando a saúde pública e prejudicando a qualidade de vida de toda a
humanidade. Os resíduos que não recebem tratamento contaminam o solo e lençóis
freáticos com o chorume, caracterizado por um líquido formado pela decomposição
dos resíduos em conjunto com as águas das chuvas e o lixo exposto a céu aberto
emite gás metano, grande poluente atmosférico (SOUZA; ANTONELI, 2010).
De acordo com o art. 1º do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA,
quando o meio ambiente sofre modificações podendo ser caracterizadas como
químicas, físicas ou biológicas ocasionadas por energia, materiais orgânicos ou
inorgânicos advindos das atividades diretas ou indiretas dos humanos, pode-se dizer
que se trata de um impacto ambiental (CONAMA, 1986). Partindo-se dessa
definição, pode-se afirmar que, qualquer modificação que gere consequências
negativas ao meio ambiente pode acarretar prejuízos e perdas das propriedades
vitais, que por sua vez, podem dificultar ou até mesmo inviabilizar a utilização de
seus recursos naturais.
De acordo com Falcão e Lima (s/d), o lixo ao se decompor produz o chorume,
um líquido de característica escura e cheiro desagradável com alto teor tóxico. Por
meio das enxurradas, decorrentes das chuvas, o lixo sólido aprofunda-se no solo
formando lacunas que facilitam a penetração do chorume. Este se mistura ao solo
prejudicando o crescimento da vegetação e também chega aos lençóis freáticos
contaminando todos os recursos hídricos que estiverem ao seu alcance. Tais fatores
agravam-se pela possibilidade do chorume se manter no solo por mais de dez anos,
dificultando e aumentando o tempo necessário para as medidas de
descontaminação.
Outra consequência ocasionada pelo lixo exposto a céu aberto é a
intensificação do aquecimento global. De acordo com Tada e colaboradores (2009),
no lixo acumulado há vários microrganismos denominados (bactérias
metanogênicas) que se alimentam dos compostos orgânicos constituídos pela
14

decomposição dos resíduos, dessa forma, produzem os gases metano e carbônico


que são uns dos responsáveis pelo aumento do aquecimento global.

4.2 Impactos Causados pelo Lixo à Saúde Pública

Os resíduos depositados no meio ambiente podem gerar danos à saúde,


sendo que para o lixo se caracterizar como um risco potencial de doenças
infecciosas é preciso observar três condições, sendo elas “a. da presença de um
agente infeccioso; b. da sua capacidade de sobrevivência no lixo; c. da possibilidade
de sua transmissão do lixo para um hospedeiro susceptível.” (ZANON, 1990, p. 166).
Esses dejetos podem atrair animais peçonhentos transmissores de doenças.
O contato direto do ser humano com o lixo pode ocasionar vários tipos de doenças,
dentre elas destacam-se as “[...] salmoneloses, as shigheloses e outras bacterioses
veiculadas mecanicamente pelas patas e cerdas dos insetos que vivem nesse
ambiente, principalmente as baratas e as moscas.” (PENTEADO, 2011, p. 44).

De acordo com a Secretaria de Vigilância, a Leptospirose é uma doença


transmitida por água contaminada ou pela urina de animais infectados pela bactéria
leptospiras patogênicas. Esses animais vetores da patologia são geralmente os ratos
de esgoto que podem ser facilmente encontrados em locais onde o lixo fica exposto
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
Nas épocas chuvosas agrava-se ainda mais o problema do lixo disposto a céu
aberto, uma vez que, a água da chuva fica retida nos resíduos facilitando a
proliferação do mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue, os casos dessa
patologia aumentam gradativamente se tornando um agravante para a saúde pública
(SILVA; MARIANO; SCOPEL, 2008).
A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) relata que, essas doenças
causadas pelo grande acúmulo de lixo a céu aberto e sem tratamento são
preocupantes, a dengue, por exemplo, atinge grande parte da população. O
mosquito Aedes aegypti se prolifera com facilidade aproveitando de fatores como o
crescimento populacional, a precariedade no abastecimento de água e a ineficiência
da limpeza urbana em conjunto com o consumismo de utensílios constituídos de
materiais que não se desintegram com facilidade no meio ambiente (FUNASA,
2002). Dessa forma, se não houver um controle para a destinação adequada do lixo
15

produzido pela população o número de pessoas que adquirem essa patologia, pode
aumentar rapidamente, contribuindo para o risco de epidemias.
As águas subterrâneas também são atingidas pelo lixo não tratado. De acordo
com Cleary (1989), as águas subterrâneas se movimentam constantemente no
subsolo, porém, sua movimentação é lenta sendo cerca de 1 metro por dia,
enquanto que as águas superficiais se movimentam 1 metro por segundo, dessa
forma, se a poluição atingir um aquífero levaria séculos para se autodescontaminar
seguindo o processo natural de fluxo. As águas subterrâneas são utilizadas por meio
de poços artesianos que abastecem as cidades e os municípios, dessa forma,
Colvara; Lima e Silva (2009) pontuam que:

A garantia de água para o consumo humano que atenta aos padrões


de potabilidade é questão relevante para a saúde pública. No Brasil a
Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, definida na
portaria nº 518, de 25 de março de 2004, do Ministério da Saúde,
estabelece os valores máximos permitidos (VMP) para as
características bacteriológicas, organolépticas, físicas e químicas
para uma água potável (COLVARA; LIMA; SILVA, 2009, p. 11).

Diante dessa pontuação podemos concluir que a qualidade da água


subterrânea precisa ser preservada. Os resíduos depositados indevidamente na
natureza sem nenhum tipo de proteção ao solo acarretam em vários fatores
contaminantes, os quais contribuem para o aumento de doenças nas populações.
Esses fatores contaminantes podem ser causados por bactérias, fungos,
vírus, por produtos utilizados em lavouras como agrotóxicos, alguns metais pesados,
elementos químicos entre outros. O consumo da água imprópria pode levar o
individuo a desenvolver inúmeras doenças que causam fortes diarreias, febre tifoide,
cólera, hepatite e etc., o simples contato da pele com água ou solo contaminado
também pode contribuir para que a pessoa adquira verminoses, esquistossomose,
leptospirose (SÃO PAULO, 2009).
Considerando a importância do saneamento básico para a saúde pública, o
Caderno de Educação Ambiental traz a seguinte informação:

A Lei Federal nº 11.455, de 5 de janeiro de 2007, que institui a


Política Nacional de Saneamento Básico, estabelece os serviços
públicos de saneamento básico sejam prestados com base em vários
princípios fundamentais, entre eles a universalização do acesso, a
segurança, a qualidade, a regularidade, e a articulação com as
políticas de promoção da saúde, de proteção ambiental e outras de
relevante interesse social, voltadas para a melhoria da qualidade de
16

vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante,


(MANSUR; CAMARÃO; CAPELINE; KOVACS; FILET; SANTOS;
SILVA, 2010, p. 14).

Dessa forma, pode se dizer que a qualidade da saúde pública fica


comprometida mediante a carência do saneamento básico, bem como a existência
de poucos Aterros Sanitários em funcionamento e também o precário gerenciamento
dos resíduos sólidos nos municípios brasileiros.
Mostra-se importante salientar também sobre a questão que envolve cada vez
mais o aumento de resíduos eletrônicos e que na sua maioria são descartados
indevidamente podendo causar vários danos à saúde pública, pelo fato destes lixos
serem constituído por substâncias danosas e em contato com o subsolo e os lençóis
freáticos de uma região, podem trazer inúmeros danos à vida da humanidade. Como
exemplo pode-se citar alguns compostos químicos utilizados na fabricação de
aparelhos eletrônicos que causam mal a suade dos organismos vivos (MANSOR et
al., 2010).
O mercúrio em contato com o organismo humano direto ou indiretamente
pode causar problemas estomacais, renais, neurológicos e modificação nos genes.
O cádmio é um composto cancerígeno, prejudicial ao sistema nervoso, causa dores
reumáticas, dificulta o metabolismo e prejudica os pulmões. O zinco acarreta em
diarreias, problemas pulmonares e vômitos (MANSOR et al., 2010).
O manganês faz a indivíduo ficar anêmico, impotente, sentir várias dores no
abdômen, mãos trêmulas, seborreias e desornamento emocional. O cloreto de
amônia se infiltra no organismo causando asfixia. O elemento chumbo causa
irritação, músculos trêmulos, raciocínio lento, agitação, alucinação e falta de sono. O
arsênio tem a possibilidade de causar câncer nos pulmões, além de doenças de pele
e prejuízos ao sistema nervoso. O berílio provoca câncer nos pulmões (MANSOR et
al., 2010).
Os retardantes de chamas (BRT) provocam desequilíbrio hormonal,
desorientam os sistemas nervoso e reprodutor. O elemento policloreto de vinila
(PVC) ao sofrer combustão prejudica o sistema respiratório ao ser inalado. Todos
estes elementos prejudiciais que são encontrados nos resíduos eletrônicos são
passiveis ao processo de reciclagem (MANSOR et al., 2010). Dessa forma, pode se
afirmar que, havendo um melhor gerenciamento no descarte final desses produtos,
17

eles seriam encaminhados ao processo de reciclagem, diminuindo o número de


pessoas contaminadas por estes elementos perigosos.

4.3 Coleta Seletiva de Lixo e seus Benefícios

A industrialização, o crescimento populacional e o desenvolvimento


tecnológico, são fatores que proporcionaram um aumento significativo das práticas
de extração e utilização dos recursos naturais. Antes não havia programas
educativos, leis ambientais, etc., no que se referem à coleta seletiva do lixo e
preservação do meio ambiente, as matérias-primas eram retiradas da natureza em
grande quantidade, o tempo de reposição desses recursos não era respeitado
fazendo com que a degradação do meio ambiente se agravasse dia após dia
(KARPINSKI et al., 2009).
De acordo com Mendes (2006/2007), no meio ambiente existem vários
recursos naturais, podendo ser renováveis aqueles que se reintegram com o passar
do tempo de forma compatível com a extração realizada pelo o homem; e também
os recursos naturais não-renováveis que não se reintegram num tempo compatível
com as atividades antrópicas.
A coleta seletiva de lixo em conjunto com o processo de reciclagem trás
vários benefícios ao meio ambiente, e um deles é a diminuição da exploração dos
recursos naturais, uma vez que, vários produtos podem ser reutilizados depois de
passar pelo processo de reciclagem sem ser preciso extrair novamente a matéria-
prima da natureza, dessa forma, novos produtos são produzidos para abastecer a
população e o meio ambiente é preservado conseguindo um tempo maior para se
recomporem (Ferreira; Carvalho, 2008).
Os Aterros Sanitários também são beneficiados com as atividades de coleta
seletiva de lixo e reciclagem, ou seja, estas atividades contribuem para aumentar o
tempo de vida útil dos Aterros Sanitários, devido a menor quantidade de resíduos
sólidos depositados nesses locais. De acordo com Mansor e colaboradores (2010),
quando o Aterro Sanitário é construído dentro dos padrões de qualidade, seguindo
as normas à risca para que sua atividade não comprometa o meio ambiente é o
melhor recurso para a destinação dos resíduos impróprios para a reutilização.
O Aterro Sanitário é construído em um terreno natural constituído por um solo
impróprio para as atividades agrícolas e pecuárias mantendo a distância de 300
18

metros dos mananciais e 500 metros das comunidades, essa área é coberta por um
material impermeável formando uma manta de proteção que resguarda o solo da
poluição causada pelo chorume que é recolhido e destinado à Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE), além de serem construídas também tubulações que
drenam o gás liberado pelo lixo compactado (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE,
2009).
Os resíduos sólidos jogados pela população nas ruas podem ficar retidos em
bueiros barrando o fluxo de águas decorrentes das chuvas, dessa forma, a água se
acumula e começa a subir rapidamente causando grandes enchentes possibilitando
que a população fique mais susceptível a contrair doenças transmitidas pela água
contaminada (ABRAPA, 2009). Pode-se afirmar que a coleta seletiva e a reciclagem
dos resíduos sólidos diminuem a quantidade de lixo espalhados pelas cidades,
diminuindo também a poluição e melhorando a qualidade de vida da população.
Segundo Resende (2013), as atividades da coleta seletiva de lixo e a
reciclagem promovem:

[...] a inclusão social dos catadores, mediante a geração de renda e


emprego para estas pessoas (perspectiva social), dá destinação
ambientalmente correta aos materiais reutilizáveis e recicláveis
presentes nos resíduos sólidos urbanos (perspectiva ambiental) e
contribui ainda com o aumento da vida útil do aterro sanitário, já que a
reciclagem e a compostagem diminuem a quantidade de resíduos
sólidos depositados no aterro, reduzindo, dessa maneira, os custos
da manutenção do aterro sanitário e ainda promove a inserção de
produtos reciclados no mercado de consumo (perspectiva
econômica). E essa integração somente será viabilizada se houver o
auxílio do Estado (RESENDE, 2013, p. 20).

O número de pessoas que trabalham com a coleta seletiva de lixo e os


materiais recicláveis aumenta a cada dia. Esta atividade sustentável favorece a
conservação do meio ambiente, diminui a poluição, ajuda a preservar os recursos
naturais, auxilia na prevenção de doenças relacionadas ao lixo não tratado, aumenta
o tempo de vida útil dos Aterros Sanitários, além de ser fonte de renda para várias
pessoas (GESSER; ZENI, 2004).
Dessa forma, mostra-se necessário um bom gerenciamento final dos resíduos
sólidos, uma vez que a coleta seletiva de lixo proporciona a geração de novos
empregos, os quais, não só auxiliam na diminuição dos impactos socioambientais,
como também ampliam a inclusão dessas pessoas em meio à sociedade, mostrando
19

a importância desse trabalho e dando mais dignidade aos catadores de matérias


recicláveis.

5 CONCLUSÃO

O presente trabalho foi resultado de um estudo bibliográfico, documental e


pesquisa de campo, sendo apresentadas por meio de um referencial teórico algumas
considerações acerca do surgimento da coleta seletiva de lixo no Brasil, bem como o
seu surgimento em Formiga/MG. A pesquisa de campo contribuiu para sanar
inúmeras dúvidas em relação às atividades que são realizadas pela Associação de
Recicladores de Formiga (Recifor) e o quanto os cidadãos formiguenses contribuem
separando os seus resíduos sólidos para serem coletados pelos cooperados da
Recifor.
Chegou-se a conclusão, após análise de alguns documentos emanados dos
diversos estados brasileiros, que a problemática que envolve a destinação correta
dos resíduos produzidos pelo homem, mostra-se preocupante. Existem inúmeros
programas e campanhas educativas em torno dessa temática, porém ainda, está
bem a quem de envolver toda a sociedade das cidades brasileiras. Sabe-se que a
produção de resíduos é inerente a humanidade, para sobreviver é preciso descartar
o não necessário e enquanto pessoas habitarem nosso planeta haverá lixo.
Dessa forma, mostra-se necessário repensarmos nossa conduta,
reconhecendo que é inevitável não produzir lixo, mas que é necessário darmos o
destino correto para o que produzimos, tendo consciência de que a cada dia mais
produzimos resíduos sólidos, e não basta jogá-los na natureza pensando de maneira
erronia que o problema é apenas de nossos governantes. O lixo é de todos e cabe a
todos se responsabilizarem por sua destinação correta.
Pela pesquisa de campo realizada na Recifor, foi possível verificar que o contexto
atual da coleta seletiva de lixo da cidade de Formiga/MG não se difere do
apresentado pelo restante do Brasil. Os moradores do município contribuem pouco
com a seleção do seu lixo seco, a quantidade de resíduos sólidos recolhida nas
residências do município fica bem a quem do esperado, ficando evidente que os
programas de orientação aos formiguenses não atingiram o seu objeto, ou seja, não
se mostram eficientes para envolver e conscientizar a ponto de mudar pequenos
20

hábitos que irão refletir no futuro bem próximo, ou seja, a escassez dos recursos
não-renováveis. É necessário urgentemente traçar um modelo de política pública de
resíduos sólidos, envolvendo toda a sociedade, incluindo nas grades curriculares do
ensino fundamental e médio discussões em torno da responsabilidade de cada
pessoa selecionar seu lixo para que seja dada a destinação correta, conscientizando
a cada pessoa que a responsabilidade é de todos e não apenas de nossos
governantes.
As campanhas educativas devem trazer à tona também os impactos
negativos advindos pelo descarte indevido do lixo na natureza que ocasionam a
poluição do meio ambiente, ameaçando a saúde pública e prejudicando a qualidade
de vida de toda a humanidade. É preciso esclarecer a todos que este tema deve ser
tratado como um problema de saúde publica.
Em conjunto com a criação de políticas públicas que envolvam toda a
sociedade formiguense, mostra-se necessário a realização de cursos
profissionalizantes para os colaboradores que executam suas atividades laborais na
Usina de Triagem separando o lixo recolhido nas residências, a título de qualificá-
los. Pelos relatos de alguns funcionários e documentos analisados sobre a
contabilidade da Recifor quanto ao seu faturamento mensal e anual, ficou evidente
que o treinamento que os colaboradores recebem ao entrarem na associação, não
os qualifica o suficiente para aproveitar de maneira eficiente os resíduos recolhidos
nas residências.

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