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ESCOLA GERMANO VALENTE

Aluno(a): __________________________________________________________________ Turma: _______

Professor: SIMONE MUNIZ Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA 8º ano Semana: 14 à 18 de junho

ÁREA DO CONHECIMENTO:
1. COMPONENTE CURRICULAR LINGUAGEM
2. UNIDADE TEMÁTICA CAMPO ARTÍSTICO LITERÁRIO
3. OBJETO DE CONHECIMENTO TEXTUALIZAÇÃO
4. HABILIDADES A SEREM EF69LP53
DESENVOLVIDAS
5. CARGA HORÁRIA 1H/A
6. ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO LER E ENTENDER ROMANCE DE AVENTURA.
DATA: 15/06/21

Gênero: Romance de Aventura


O QUE É O ROMANCE DE AVENTURA?
Este gênero literário, que surgiu no final do século XIX, tem o objetivo de contar
aventuras. O herói desse tipo de romance em geral é um personagem simpático (criança,
adolescente ou adulto), que é arrancado de sua vida cotidiana e se vê obrigado a enfrentar
circunstâncias extraordinárias.
CARACTERÍSTICAS:
Romance é um tipo de história longa e complexa, com várias
personagens. Caracterizado por livros, eles permitem que o leitor se aprofunde na trama e
conheça bem cada um dos protagonistas dela. Dentro de um romance podem existir histórias
secundárias que ajudam a compor o caráter e a personalidade das personagens ou ajudam
no entendimento do que se passa na história. O protagonista reage com certas qualidades
(coragem, astúcia, inteligência) que, muitas vezes, ignorava possuir.
Nesses romances o desenlace não é importante. Terminada a aventura, o personagem
retorna à vida cotidiana. Essas obras apresentavam lugares exóticos, situações extremas
de sobrevivência, ações de grande coragem e inteligência, dentre outras que serviram de
inspiração a ficção de aventuras.
Vem daí que, no final do século XIX, surge o romance de aventuras, com o objetivo de
contar aventuras de cunho fictício. O herói desse tipo de romance é, em geral, um
personagem simpático (criança, adolescente ou adulto) que é arrancado da sua vida cotidiana
e se vê obrigado a confrontar circunstâncias extraordinárias de grande perigo.      Ele é capaz
de dominá-las com certas qualidades (coragem, astúcia, inteligência) que, muitas vezes,
ignorava possuir. Mas, regra geral, não é um personagem solitário, acompanha-lhe um amigo
fiel, que lhe obedece cegamente. Ou, então, é apoiado por uma figura de autoridade,
geralmente paterna.   Terminada a aventura o herói é compensado com valores espirituais ou
materiais e se reincorpora a vida cotidiana.        
 No romance de aventuras não há preocupação com a verossimilhança, o que lhe
permite o exagero em ações inesperadas. O desenlace também não é tão importante.
Gênero Narrativa de Aventura
Texto:
A narrativa que você lerá foi escrita por Laura Bergallo e pertence ao livro “A criatura”,
publicado em 2005. Na obra, são explorados alguns conflitos. No capítulo selecionado, você
conhecerá uma personagem que enfrenta muitos desafios e muitas aventuras em cenários
cada vez mais presentes no dia a dia de muitos jovens.

A criatura
A tempestade tornava a noite ainda mais escura e assustadora. Raios riscavam o céu
de chumbo e a luz azulada dos relâmpagos iluminava o vale solitário, penetrando entre as
árvores da floresta espessa. Os trovões retumbavam como súbitos tiros de canhão,
interrompendo o silêncio do cenário [...].
Alimentadas pela chuva insistente, as águas do rio começavam a subir e a invadir as
margens, carregando tudo o que encontravam no caminho. Barrancos despencavam e
árvores eram arrancadas pela força da correnteza, enquanto o rio se misturava ao resto como
se tudo fosse uma coisa só. Mas algo... ou alguém... ainda resistia.
Agarrado desesperadamente a um tronco grosso que as águas levavam rio abaixo,
um garoto exausto e ferido lutava para se manter consciente e ter alguma chance de
sobreviver. Volta e meia seus braços escorregavam e ele quase afundava, mas logo ganhava
novas forças, erguia a cabeça e tentava inutilmente dirigir o tronco para uma das margens.
De repente, no período de silêncio que se seguia a cada trovão, ele começou a ouvir
um barulho inquietante¹, que ficava mais e mais próximo. Uma fumaça esquisita se erguia à
frente, e ele então compreendeu: era uma cachoeira! [...]
Num pulo desesperado, agarrou o ramo de uma árvore que ainda se mantinha de pé
perto da margem e soltou o tronco flutuante, que seguiu seu caminho até a beira do precipício
e nele mergulhou descontrolado.
A tempestade prosseguia e cegava o garoto, o rio continuava seu curso feroz e a
cachoeira rosnava² bem perto de onde ele estava. De repente, percebeu que a distância entre
uma das margens e o galho em que se pendurava talvez pudesse ser vencida com um pulo.
Deu um jeito de se livrar da camisa molhada, que colava em seu corpo e tolhia seus
movimentos. Respirou fundo para tomar coragem.
Se errasse o pulo, seria engolido pela queda-d’água... mas, se acertasse, estaria a
salvo. Viu que não tinha outra saída e resolveu tentar. Tomou impulso e [...] conseguiu
alcançar a margem. [...]
Ficou de pé meio vacilante4 e examinou o lugar em torno, tentando decidir para que
lado ir. Foi quando ouviu um rugido horrível, que parecia vir de bem perto. Correu para o lado
oposto, mas não foi longe. Logo se viu encurralado5 em frente a um penhasco gigantesco,
que barrava sua passagem. O rugido se aproximava cada vez mais.
Estava sem saída. De um lado, o penhasco intransponível; de outro, uma fera
esfomeada que o cercava pronta para atacar. Então, viu um buraco no paredão de pedra e se
meteu dentro dele com rapidez. A fera o seguiu até a entrada da caverna, mas foi
surpreendida. Com uma pedra grande que achou na porta da gruta, o garoto golpeou a
cabeça do animal com toda a força que pôde e a fera cambaleou até cair, desacordada.
Já fora da caverna, ele examinou o penhasco que teria que atravessar antes que o
bicho voltasse a si. [...]
Foi quando uma águia enorme passou voando bem baixo e o garoto a agarrou pelos
pés, alçando voo com ela. Vendo-se no ar, olhou para baixo, horrorizado. Se caísse, não ia
sobrar pedaço. Segurou com firmeza as compridas garras do pássaro e atravessou para o
outro lado do penhasco.
O outro lado tinha um cenário muito diferente. Para começar, era dia, e o sol brilhava
num céu sem nuvens sobre uma pista de corrida cheia de obstáculos, onde se posicionavam
motocicletas devidamente montadas por pilotos de macacão e capacete, em posição de
largada. Apenas em uma das motos não havia ninguém.
A águia deu um voo rasante sobre a pista, e o garoto se soltou quando ela passava bem em
cima da moto desocupada. Assim que ele caiu montado, foi dado o sinal de largada.
As motos aceleraram ruidosamente e partiram em disparada, enfrentando obstáculos
como rampas, buracos e lamaçais. O páreo era duro, mas a motocicleta do garoto era uma
das mais velozes. Logo tomou a dianteira, seguida de perto por uma moto preta reluzente,
conduzida por um piloto de aparência soturna. [...]
Inclinando o corpo um pouco mais, o garoto conseguiu acelerar sua moto e aumentou a
distância entre ele e o segundo colocado. Mas o piloto misterioso tinha uma carta na manga:
num golpe rápido, fez sua moto chegar por trás e, com um movimento preciso, deu uma
espécie de rasteira na moto do garoto.
A motocicleta derrapou e caiu, rolando estrondosamente pelo chão da pista e
levantando uma nuvem de poeira. O garoto rolou com ela e ambos se chocaram com
violência contra uma montanha de terra, um dos últimos obstáculos antes da chegada.
A moto negra ganhou a corrida, sob os aplausos da multidão excitada7, e o garoto ficou
desmaiado no chão.
Com um sorriso vitorioso, Eugênio viu aparecer na tela as palavras FIM DE JOGO.
Soltou o joystick e limpou na bermuda o suor da mão. [...]
Estudo do Vocabulário
1) Relacione cada palavra da coluna da esquerda com seu significado, na coluna da direita.
Consulte o dicionário.

Estudo do Texto
1) Os textos de aventura costumam ter protagonistas. Personagem principal da história, quem
vivencia muitas aventuras e precisa enfrentar conflitos. Em sua opinião, quem é o
protagonista do texto? Argumente.
R:
2) Assinale quais descrevem os problemas causados pela insistente chuva?

( ) As águas do rio começavam a subir e a invadir as margens.


( ) Como não havia árvores, o terreno desmoronava e aumentava a erosão.
( ) Doenças eram transmitidas para a população daquele local.
( ) Barrancos despencavam e árvores eram arrancadas pela força da correnteza.
3) Os textos podem ser narrados de duas formas diferentes.
“ Num pulo desesperado, agarrou o ramo de uma árvore que ainda se mantinha de pé perto
da margem e soltou o tronco flutuante” ( 3ª pessoa)
“Num pulo desesperado, agarrei o ramo de uma árvore que ainda se mantinha de pé perto da
margem e soltei o tronco flutuante” (1ª pessoa)
Quando um texto está narrado em 3ª pessoa, o narrador é conhecido como:
R: _________________________________________________________________
Agora, se o texto for narrado em 1ª pessoa, no narrador é conhecido como narrador:
R: _____________________________________________________________________
a) Observe a frase abaixo, retirada do texto:

“ Ficou de pé meio vacilante e examinou o lugar. Foi quando ouviu um rugido horrível.”

A frase acima está escrita em narrador:


( ) personagem
( ) observador
4) O menino vivencia dois cenários diferentes ao longo de seu jogo. Coloque:
1 - para descrições do primeiro cenário.
2 – para descrições do cenário que chega após voar com uma águia.
( ) Havia muito barulho pela proximidade da cachoeira.
( ) O rio tinha um curso feroz.
( ) O sol brilhava.
( ) Havia barulho de motores.
( ) A noite ficava ainda mais escura com a tempestade.
( ) Era um dia sem nuvens no céu.

 A caracterização do espaço contribui para a criação do enredo da narrativa de aventur


ESCOLA GERMANO VALENTE

Aluno(a): __________________________________________________________________ Turma: _______

Professor: SIMONE MUNIZ Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA 8º ano Semana: 14 à 18 de junho

ÁREA DO CONHECIMENTO:
1. COMPONENTE LINGUAGEM
CURRICULAR
2. UNIDADE TEMÁTICA CAMPO ARTÍSTICO LITERÁRIO
3. OBJETO DE TEXTUALIZAÇÃO
CONHECIMENTO
4. HABILIDADES A SEREM EF69LP53
DESENVOLVIDAS
5. CARGA HORÁRIA 1H/A
6. ESTRATÉGIAS DE LER E ENTENDER ROMANCE DE AVENTURA.
AVALIAÇÃO
DATA: 16/06/21
CONTINUAÇÃO - GÊNERO: NARRATIVA DE AVENTURA
O enredo de uma narrativa de aventura é composto das ações das personagens, organizadas
em uma sequência de situações.
Essas narrativas, em geral, apresentam a seguinte estrutura.
• Apresentação ou situação inicial: os espaços e as personagens são apresentados em uma
situação que pode ser de equilíbrio ou de tensão.
•Conflito: início e descrição dos problemas que as personagens principais serão envolvidas.
• Ações das personagens: são motivadas pela complicação e pelos objetivos das
personagens.
• Desfecho ou resolução: ocorre quando a complicação é solucionada.
• Situação final: uma nova situação é estabelecida.
5. Releia :

" Alimentadas pela chuva insistente, as águas do rio começavam a subir e a invadir as
margens carregando tudo o que encontravam no caminho.. Barrancos despencavdm e
árvores eram arrancadas pela força da correnteza, enquanto o rio se misturava ao resto
como se tudo fosse uma coisa só."
Que impressões sobre o tempo, essa descrição detalhada provoca no leitor?

Nas narrativas de aventura, o suspense prende o leitor ao texto, e a caracterização do espaço


pode contribuir para isso.
6. Releia.

“De repente, no período de silêncio que se seguia a cada trovão, ele começou a ouvir um
barulho inquietante, que ficava mais e mais próximo. Uma fumaça esquisita se erguia à
frente, e ele então compreendeu: era uma cachoeira! [...]”

Quais informações descritas no texto acima antecipam ao leitor que algo ameaçador se
aproxima?
( ) O barulho inquietante.
( ) O animal horrível.
( ) A fumaça esquisita.
( ) A cachoeira.
7. No trecho “limpou na bermuda o suor da mão”, o autor quis passar ao leitor a impressão
que o jogador estava:
( ) com calor pelo dia quente.
( ) tenso pelo jogo.
( )preocupado com o fim do jogo..
( ) feliz pela vitória.
8. Numere os acontecimentos na ordem que aconteceram na história.
( ) O animal foi golpeado na cabeça com toda força.
( ) A águia foi agarrada pelos pés.
( ) Era uma forte tempestade numa noite assustadora.
( ) Depois de um impulso, a margem foi alcançada.
( ) Agarrou-se num tronco grosso.
( ) Depois de dada a partida, todos aceleraram e enfrentaram obstáculos.
( ) Para fugir da queda, agarrou-se em um ramos de árvore que ainda estava em pé.
ESCOLA GERMANO VALENTE

Aluno(a): __________________________________________________________________ Turma: _______

Professor: SIMONE MUNIZ Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA 8º ano Semana: 14 à 18 de junho

ÁREA DO CONHECIMENTO:
1. COMPONENTE LINGUAGEM
CURRICULAR
2. UNIDADE TEMÁTICA CAMPO ARTÍSTICO LITERÁRIO
3. OBJETO DE TEXTUALIZAÇÃO
CONHECIMENTO
4. HABILIDADES A SEREM EF69LP53
DESENVOLVIDAS
5. CARGA HORÁRIA 1H/A
6. ESTRATÉGIAS DE LER E ENTENDER ROMANCE DE AVENTURA.
AVALIAÇÃO
DATA: 17/06/21
Interpretação de texto- Narrativa de Aventura
Robinson Crusoé
Celebrei o vigésimo sétimo aniversário da minha vida na ilha de modo especial. Tinha
muito a agradecer a Deus, agora mais do que antes, já que os três últimos anos foram
particularmente agradáveis ao lado de Sexta-Feira. Tinha também o estranho pressentimento
de que este seria o último aniversário comemorado na ilha.
O barco estava guardado, em lugar seco e protegido, esperando a época das chuvas
terminar para empreender a viagem até o continente.
Enquanto aguardava tempo bom para lançar-me ao mar, eu preparava todos os detalhes
necessários ao sucesso da jornada: armazenar milho, fazer pão, secar carne ao sol,
confeccionar moringas de barro para transportar água... Sexta-Feira andava pela praia, à
procura de tartarugas. Voltou correndo, apavorado.
— Patrão, patrão! Três canoas estão, chegando com muitos inimigos! Já estão muito
perto...
Também me assustei. Não contava com o inesperado: os selvagens não vinham à ilha
no tempo das chuvas. Espiei-os do alto da paliçada com os binóculos. Desembarcavam muito
próximos do meu castelo, logo depois do ribeirão. O perigo nunca fora tão iminente...
— Não são gente do seu povo, Sexta-Feira?
— Não, patrão. São inimigos. Eu vi direitinho...
— Assim de tão longe? Como é que você sabe?
— Eu sei. São todos inimigos. Talvez, o objetivo de todos eles seja me pegar!
Acalmei-o. Claro que não tinham vindo até a ilha por causa dele! Já se passara muitos
anos... Mas, de qualquer forma, o perigo era grande. Estavam tão próximos que poderiam
descobrir-nos facilmente. Se quiséssemos ter alguma chance de sobrevivência, precisávamos
atacá-los primeiro, quando não esperassem. Era fundamental fazer da surpresa nosso
terceiro guerreiro!
— Você pode lutar? — perguntei ao meu companheiro.
— Sexta-Feira pode guerrear sim, patrão!
Basta dizer o que devo fazer...
Carreguei duas espingardas e quatro mosquetes com chumbo grosso para dar a
impressão de muitas balas. E preparei ainda duas pistolas. Reparti as armas de fogo com
Sexta-feira e rumamos para o acampamento dos antropófagos.
Eu levava também a espada, presa à cintura, e meu companheiro, seu inseparável machado.
Protegidos pelas árvores, chegamos a menos de quarenta metros do inimigo. Na hora,não
pude contá-los todos. Posteriormente, somando os mortos e os fugitivos, descobri que eram
vinte e um. As chamas da fogueira já ardiam, como línguas vorazes à espera da gordura
humana, que pingava de membros e partes cortadas para alimentar sua gula.
Eu relutava em atacá-los. Estava mesmo disposto a aguardar o máximo possível,
escondido no meio do bosque. E, se descobrisse que iriam embora sem andar muito pela ilha,
deixá-los-ia voltar sem importuná-los.
O grupo todo encontrava-se ocupado em soltar as cordas que prendiam mãos e pés de
um prisioneiro. Por fim, desmancharam a roda que ocultava o condenado à morte e o
arrastaram para perto do fogo. Meu Deus, o prisioneiro era um homem branco! Não, não iria
aguardar os acontecimentos. Um homem cristão como eu estava prestes a ser devorado por
selvagens antropófagos... Na minha ilha. Eu não podia deixar aquela bestialidade prosseguir!
Fiz sinal a Sexta-Feira. Estava pronto? Então que atirasse com a espingarda, que
seguisse meu exemplo...
— Agora, Sexta-Feira! — berrei.
Os dois tiros ecoaram simultaneamente. Por um instante, o mundo parou.
Horrorizados, os selvagens viram vários dos seus guerreiros caírem sem vida. Não
conseguiam compreender de onde vinha a morte. As espingardas, carregadas com chumbo
grosso, provocaram um enorme estrago entre os inimigos: cinco caíram mortos, três outros
feridos. [...]
O mundo então pareceu vir abaixo: a praia virou um enorme pandemônio. Tínhamos
sido descobertos, mas ainda assim os selvagens não se atreviam a atacar-nos. Gritos de
guerra e raiva misturavam-se aos de dor dos feridos.
Corri ao encontro do inimigo, Sexta-Feira seguiu atrás de mim. No meio do caminho, já
na areia da praia, paramos para garantir a pontaria do tiro do último mosquete carregado.
Mais alguns mortos e feridos caíram ao chão. Os que ainda se mantinham em pé não sabiam
se corriam ou se lutavam. Fomos ao seu encontro.
Ao passar pelo homem branco, entreguei-lhe minha pistola: podia precisar dela para
defender-se. A luta prosseguia, agora num combate corpo a corpo. Matei mais dois, três,
quatro,
— não posso precisar quantos — com a espada. [...] Ainda assim, três inimigos
conseguiram saltar dentro de um dos barcos e fugiram para o mar. Dois pareciam ilesos; o
outro sangrava, estava gravemente ferido. [...]
Corremos para a outra canoa, encalhada na areia da praia. Antes de fazê-la navegar,
descobrimos, deitado no seu fundo, mais um prisioneiro amarrado. De repente, a máscara de
guerra, em que se transformara o rosto de Sexta-Feira, tornou-se doce e suave ao avistar o
velho homem, imóvel no chão do barco.
Sexta-Feira tratou-o com muito cuidado, dedicação e carinho. Soltou o velho, sentou-o,
abraçou-o, apoiou sua cabeça contra seu forte peito, enquanto afagava com mão de criança
seus
cabelos... Sem o saber, Sexta-Feira acabara de salvar da morte o seu próprio pai.
Os fugitivos já iam longe no mar. Era inútil persegui-los.
[...]
Daniel Defoe. Robinson Crusoé: a conquista do mundo numa ilha.

Adaptação para o português: Werner Zotz. São Paulo: Scipione, 1990. p. 85-9.

Vocabulário:
Antropófago: ser humano que se alimenta de carne humana.
Bestialidade: comportamento que assemelha o homem à besta (animal); brutalidade,
estupidez,
Moringa: vaso de barro bojudo e de gargalo estreito usado para acondicionar e conservar
fresca e
Mosquete: arma de fogo similar a uma espingarda.
Paliçada: cerca feita com estacas apontadas e fincadas na terra, que serve de barreira
defensiva.
Pandemônio: mistura confusa de pessoas ou coisas; confusão.

Estudo do Texto:
Leia cada questão e assinale a resposta correta
1) Quantos anos Robinson Crusoé já havia vivido naquela ilha?
a) 25 anos.
b) 27 anos.
2) Durante quanto tempo ele viveu sozinho na ilha?
a) No texto ele afirma: [...] já que os quatro últimos anos haviam sido particularmente
agradáveis ao lado de Sexta-Feira”. Logo, ele viveu sozinho, 24 anos.
b) No texto ele afirma: “[...] já que os três últimos anos haviam sido particularmente
agradáveis ao lado de Sexta-Feira”. Logo, ele viveu sozinho, 27 anos.
3) Crusoé teve de aprender a viver em um espaço bem diferente daquele ao qual estava
acostumado. Observe na narrativa e diga se as informações estão adequadas, se as
características da ilha e do que ele precisou construir para ali sobreviver. Como era a
vegetação da ilha?
a) Crusoé e Sexta-Feira esconderam-se dos selvagens atrás das árvores de um bosque; logo,
havia árvores na ilha.
b) Crusoé e Quinta-Feira esconderam-se dos selvagens atrás das árvores de um bosque;
logo,não havia árvores na ilha.
4) Como eram as características do mar da região da ilha?
a) O mar devia ser bem agitado. Pois Crusoé estava aguardando a melhor época para sair da
ilha.
b) O mar não era agitado. Pois Crusoé estava aguardando a melhor época para sair da ilha.
5) Como era o clima da ilha?
a) Havia uma “época de ventos fortes”, ou seja, um clima tropical.
b) Havia uma “época de chuvas”, ou seja, um clima tropical.
6) Como Robinson Crusoé se alimenta?
a) Crusoé armazenava trigo e fazia bolo; logo, cultivava espécies vegetais comestíveis;
secava carne de boi e peixes ao sol para conservação.
b) Crusoé armazenava milho e fazia pão; logo, cultivava espécies vegetais comestíveis;
secava carne de aves e peixes ao sol para conservação; além disso, Sexta-Feira andava pela
praia em busca de tartarugas marinhas, para servirem de alimento.
7) Qual o Instrumento que Robinson Crusoé precisou fabricar para obter alimentos e
armazená-los:
a) Moringas de madeira.
b) Moringas de barro.
8) Como era as características da moradia de Robinson Crusoé?
a) Havia a paliçada de um castelo que Crusoé havia construído para abrigá-lo das condições
ambientais adversas e de ataques dos selvagens.
b) Havia a paliçada de um caverna que Crusoé havia construído para abrigá-lo das condições
ambientais adversas e de ataques dos selvagens.
9) Releia o trecho e responda as questões abaixo:
“Acalmei-o. Claro que não tinham vindo até a ilha por causa dele! Já se passara muitos
anos...
Mas, de qualquer forma, o perigo era grande. Estavam tão próximos que poderiam descobrir-
nos facilmente. Se quiséssemos ter alguma chance de sobrevivência, precisávamos atacá-los
primeiro, quando não esperassem. Era fundamental fazer da surpresa nosso terceiro
guerreiro!”
Que fatos da narrativa esse parágrafo permite antecipar?
a) Um confronto entre Crusoé e Sexta-Feira e os soldados.
b) Um confronto de Crusoé e Sexta-Feira com os selvagens.
Nesse trecho também é revelado um dos elementos principais do plano de Robinson
Crusoé. Qual é esse elemento?
a) Um ataque surpresa aos selvagens.
b) Um ataque descuidado aos selvagens .
Qual o motivo que os selvagens habitualmente iam à ilha?
a) Para realizar rituais de dança.
b) Para realizar rituais de canibalismo.
Se para Crusoé estava claro que os selvagens não tinham ido à ilha com a intenção de
capturar Sexta-Feira, por que, mesmo assim, ele decidiu atacá-los?
a) Porque os selvagens estavam tão próximos que poderiam descobri-los e, sendo muito
violentos, os matariam.
b) Porque ele queria por a prova sua forca de artilharia e saber se estaria pronto para um
ataque.
No texto há outro fato que justifica a ação violenta de Crusoé sobre os selvagens. Qual é
esse fato?
a) Ele viu um dos prisioneiros que seria devorado, branco e cristão como ele.
b) Ele viu o pai de Sexta-Feira que seria devorado, branco e cristão como ele.
10) Releia o trecho a seguir:
“Também me assustei. Não contava com o inesperado: os selvagens não vinham à ilha no
tempo das chuvas. Espiei-os do alto da paliçada com os binóculos. Desembarcavam muito
próximos do meu castelo„, logo depois do ribeirão. O perigo nunca fora tão iminente...”
Com base no trecho, podemos concluir que Robinson Crusoé estava preparado ou não
para um ataque dos selvagens?
a)Sim, pois havia construído uma fortaleza para se proteger.
b)Não , pois ele não havia construído uma fortaleza para se proteger.

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