Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MÁRCIA MENDONÇA
PRONOMINAIS
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
D o professor e d o aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
{Poesias reunidas. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 80)
Quando se trata do que acontece numa sala de aula, não há padrões inflexíveis,
modelos fixos; na verdade, recorre-se a diversos caminhos teórico-metodológicos
para a condução do processo de ensino-aprendizagem. Por isso, neste momento
histórico, do início do 3o milênio, as praticas de ensino de língua materna do ensino
íudamental II (EFII) e do ensino médio (EM), revelam (como sempre revelaram)
uma mescla de perspectivas: o jeito “tradicional”5 de ensinar gramática ainda está
presente, ao passo que novas praticas também já são encontradas.
3 Duas falhas da abordagem da norma padrão apontadas por Faraco (2002) são a
identificação do padrão com o conteúdo dos compêndios gramaticais e a consideração do
padrão como homogêneo e estático por parte desses mesmos compêndios, sem que se admitam
a variação e a mudança.
4 Ver, neste livro, os capítulos 2 e 3, sobre leitura; e 5 e 6, sobre produção de textos.
5 O termo “tradicional” nada tem de pejorativo aqui, pois não implica necessariamente
ANÁLISE LINGUÍSTICA N O ENSINO MÉDIO: UM NOVO OLHAR, UM OUTRO OBJETO 201
U m exemplo de como isso ocorre de fato nos foi relatado por uma
professora do EM de Recife (PE) : ao mesmo tempo em que ela abordava os
pronomes a partir da classe e de suas subclassificações e nomenclaturas especí
ficas (pessoais, demonstrativos, possessivos etc.) — ensino de gramática — ,
começou também a fazer u ma reflexão sobre a sua função textual como recurso
coesivo d e retomada de referentes — A L . Essa professora ainda revelou sentir
certa angústia, u ma vez que não conseguia da r esse “salto” para outros con
teúdos curriculares convencionais.
uma abordagem obsoleta, equivocada ou sem sentido. Aponta na verdade, para um conjunto
de práticas que se solidificaram com o passar do tempo, com regularidade de ocorrência, o
que terminou por constituir uma “tradição”. Aspectos dessa tradição podem ser hoje
questionados com o devido distanciamento, que nos possibilita um olhar menos envolvido e
mais objetivo, mas isso não significa desprezar todo o trabalho feito em determinados
momentos da nossa educação (dadas essas explicações, não mais usaremos aspas no capítulo).
Por exemplo, na escola tradicional, também há práticas de letramento significativas, algumas
das quais deveriam ser resgatadas, mesmo com outra roupagem. É o caso da recitação de
poemas, dos saraus na escola, em que os alunos eram solicitados a conhecer textos poéticos,
memorizá-los e declamá-los, para uma audiência de colegas, professores e pais. Era, enfim, um
evento de letramento significativo dentro da vida escolar. A respeito de mudanças históricas
no ensino de português, ver o capítulo 8 deste livro, de Bunzen.
6 Alguns livros didáticos e gramáticas pedagógicas assumem essa configuração
intermediária entre o ensino de gramática e a prática de AL, como os lançamentos, em 1995,
da Gramática aplicada aos textos (Infante, 1995); e em 1999, da Gramática reflexiva: texto
semântica e interação (Cereja & Magalhães, 1999). Os próprios títulos apontam esse
direcionamento: gramática + texto, e gramática + reflexão + texto + interação, respectivamente.
202 MÁRCIA MENDONÇA
aulas de gramática, a não ser a força da tradição, revelando uma prática docente
alienada de seus propósitos mais básicos.
A partir desse olhar para o que atualmente se vivencia nas aulas de português,
propomos discutir, junto com o professor em formação, o papel das práticas de AL
no EM. Que lugar ocupa, portanto, a AL nesse cenário? Perguntam os professores:
“AL é só um novo nome para o ensino de gramática?”; “Como trabalhar com AL
sem ‘cair’ nas regras e nomenclaturas da gramática normativa?” Sabe-se ainda que a
interligação entre os eixos da AL, da leitura e da produção de texto no ensino de
língua materna permanece um desafio para professores e pesquisadores do campo
aplicado da linguística. Assim, ganham espaço, entre docentes, questões como: “E
necessário articular a AL com as práticas de leitura e de produção textual? Por que
razão? De que maneira?”, “Se o foco são os usos linguísticos — materializados na
leitura e a produção de textos — por que dedicar um papel específico à AL?”, “ É
preciso ensinar nomenclaturas? Quais?”, “Fazer AL é substituir nomenclaturas da
gramática normativa por nomenclaturas da linguística (coesão, coerência, sintagma,
anáfora, dêidco etc.)?”. A reflexão sobre tais questões norteará este capítulo.
7 Essa repetição já era apontada por Neves no seu livro Gramática na escola (1994),
lançado em 1990.
ANÁLISE LINGUÍSTICA NO ENSINO MÉDIO: UM NOVO OLHAR, UM OUTRO OBJETO 203
testagem de hipóteses sobre aspecto da estrutúra da língua, enfim, formação para a pesquisa
e o pensamento independente) e formação cultural (tópico valorizado socialmente, embora sem
aplicação imediata). Esta última justificativa é pertinente numa formação generalista, que
suponha um lastro forte de conhecimentos gerais, necessários, por exemplo, para se produzir
e entender um comentário como “Bela metáfora!”. Porém corre o risco de ser mal compreendida
como uma ênfase na filigranas gramaticais, nas minúcias. Nesse caso, passaria a revelar um
desejo de formação erudita, de caráter elitista, insustentável dentro do atual paradigma da
formação para a cidadania e a inclusão.
ANÁLISE LINGUÍSTICA NO ENSINO MÉDIO: UM NOVO OLHAR, UM OUTRO OBJETO 205
crítica, das entrelinhas, não encontrariam espaço num currículo voltado para sa
beres de aplicação prática imediata no mundo do trabalha
Ainda assim, a AL não elimina a gramática das salas de aula, como muitos
pensam, mesmo porque é impossível usar a língua ou refletir sobre ela sem gramá
tica. Não há língua sem gramática, já nos lembram Possenti (1996) e Antunes
(2003). A AL engloba, entre outros aspectos, os estudos gramaticais, mas num
paradigma diferente, na medida em que os objetivos a serem alcançados são outros.
• Éhfase nos conteúdos gramaticais como objetos • Éhfase nos usos como objetos de ensino
de ensino, abordados isoladamente e em (habilidades de leitura e escrita), que
sequência mais ou menos fixa. remetem a vários outros objetos de
ensino (estruturais, textuais, discursivos,
normativos), apresentados e retomados
sempre que necessário.
• Ausência de relação com as especificidades dos • Fusão com o trabalho com os gêneros,
gêneros, uma vez que a análise é mais de cunho na medida em que contempla
estrutural e, quando normativa, desconsidera o justamente a intersecção das condições
funcionamento desses gêneros nos contextos de de produção dos textos e as escolhas
interação verbal. linguísticas.
11 Esta tabela, como as outras neste capítulo, tem propósitos ilustrativos. Portanto, ao
reduzir os fenômenos e enfocar apenas o que é normalmente observado, ela não pretende
208 MÁRCIA MENDONÇA
Por isso, pode-se dizer que a A L é parte das práticas de letramento escolar,
consistindo numa reflexão explícita e sistemática sobre a constituição e o
funcionamento da linguagem nas dimensões sistêmica (ou gramatical), tex
tual, discursiva e também normativa, com o objetivo de contribuir para o
desenvolvimento de habilidades de leitura/ escuta, de produção de textos orais
e escritos e de análise e sistematização dos fenômenos linguísticos.
Note-se que, no lugar da classificação e da identificação, ganha espaço
a reflexão. A partir de atividades linguísticas (leitura/escuta e produção oral
e escrita) e epilinguísticas (comparar, transformar, reinventar, enfim refletir
sobre construções e estratégias linguísticas e discursivas), que familiarizam
com o aluno com os fatos da língua, este pode chegar às atividades metalin-
guísticas, quando a reflexão é voltada para a descrição, categorização e siste
matização dos conhecimentos, utilizando-se nomenclaturas (Franchi, 1988;
Geraldi, 1997c; PCN, 1998c).
wü ¥A#¾ü ü ^ @tD`"!ü ëü : üü ° DÃü 7Ä@üeü ;>¼ü
-ü .#ü @ ejü %ü%jü-ü-g=ÏfüB üü
%$c±/0ìü¢üÐü û a ü åü %&? f ÔuFü ü
Y0çiü 5£"#rs
4*¯qü ÛRük½[Õô ¸.|üÅ-üü²h SÖ=Sü,üü+áÜxü
ür[Eü Jͤ;RvêÁü
]ü ü 1nn.)ü9kü Q{Hü L33Lü Kü Ì!ü 9 ¿º ü
!<üü Yü Eü
* oü ¡%Éõ "#Ñü8ü', (üü _2ü
øü Âbü
Ab$üÒü^ö ]'Æü ?$ ü &T üUA«7:'ü!Cüü
óíiü 5W´Ø)s ))VùÙµVüü ïlü ÎX/¶~?l ü ü Úü9ü/ü
O¦×Ýü
ü Eü J;T0îü /ü :ü¬ ßãü yüNNü 32ü ,¨À üüËü Óü
*ü 4ü
$üü üâü 8Þü" \üü©÷ }ü + Iü+ü > hüm ü
.³ü
ü !cü Baü& äIüHü gðGü §6æüBú ü
1(2 ·vñü&oü d>Çü üPü
!++& +#!++ )'+++ % + + "$++ + #*(+
¬ SM4ZT` ¬ xK¬ ¬ I§¡a¬ p{*bP¬ *b¬ pOA o{4 ¬ *5¬ E|UN) ¬ y5¬ [¢`¬
qc+6V¬ }%QG}¬ &dW¬ r}e,¨£f¬ 6¬ -f¬ r~gBd7¬ .¬ ~«/©¤h ¬ z6¬ \¥i¬ sj08X¬ J]1J~¬
¬9¬2o¬toCk¬3:¬FY K' ¬!^l¬¬R;L" ¬ u#<(=¬_¦l¬H$>¬vlDm¬?w@(ª(n¬ ¬
210 MÁRCIA MENDONÇA
por meio da AL. Nesta discussão, a prática de AL estará relacionada aos demais
eixos do ensino de língua materna, constituindo uma ferramenta para a
potencialização das habilidades de leitura e escrita, conforme dizem os P C N
de Língua Portuguesa do EFII (1998c: 34):
Ainda que a reflexão seja constitutiva da atividade discursiva, no espaço
escolar reveste-se de maior importância, pois é na prática de reflexão sobre
a língua e a linguagem que pode se dar a construção de instrumentos que
permitirão ao sujeito o desenvolvimento da competência discursiva para falar,
escutar, 1er e escrever nas diversas situações de interação (grifo nosso).
ENSINO DE GRAMÁTICA
ANÁJLISE LINGUÍSTICA
ESTAS MAOS
Olhe para estas mãos Mãos de semeador...
de mulher roceira, Afeitas à sementeira do trabalho.
esforçadas mãos cavouqueiras. Semeando sempre.
Jamais para elas
Pesadas, de falanges curtas, os júbilos da colheita.
sem trato e sem carinho. Mãos tenazes e obtusas,
Ossudas e grosseiras. feridas na remoção de pedras e tropeços,
quebrando as arestas da vida. ( . . . )
212 MÁRCIA MENDONÇA
Ivan Padilla
Países com alta porcentagem de jovens têm duas vezes e meia mais chances de se tornar palco
de conflitos armados do que os países com população adulta madura. A mesma lógica alimenta
o crime, indica o pesquisador americano Richard Cincotta, presidente da ONG Population Action
International e consultor do Instituto Woddwatch, ambos com sede em Washington. Ele diz que
a estrutura demográfica brasileira é similar à da Coreia do Sul e Taiwan na década de 80, quando
os tigres asiáticos despontaram. Mas alerta: para isso acontecer, é preciso investir maciçamente
em educação, avisa.
estabelecimento de progressão tópica, pelos nexos coesivos (ora explícitos ora implí
citos), entre:
o o primeiro período e A mesma lógica;
o "isso" (Para isso acontecer. . . ) e a afirmação anterior sobre o crescimento dos tigres
asiáticos, relação implícita que necessita da leitura das entrelinhas ( O Brasil só
poderá crescer como os tigres asiáticos se investir em educação.)
o Muitos jovens vão para as ruas, essa hierarquia masculina que se forma fora de casa
e gangues de garotos nas ruas, criando uma rede de causa e efeito importante na
sustentação dos argumentos centrais;
o progressos em sua transição demográfica e o último período, que detalha que
progressos seriam esses, fazendo avançar a argumentação d o texto;
o uso dos verbos alertar e avisar e das expressões é preciso e é necessário, indicando
a posição dos interlocutores: um especialista n o tema fala a não especialistas;
o uso dos operadores argumentativos a curto prazo e a longo prazo indicando duas
linhas de argumentação complementares para encaminhar a solução dos problemas;
etc. (vários outros aspectos relevantes para compreensão d o texto e para o funcio
namento d o gênero nessa situação específica de interação. Cf. PCN+, 2002: 82-83).
214 MÁRCIA MENDONÇA
ENSINO DE GRAMÁTICA
Objeto de Estratégia
Habilidade esperada
ensino mais usada
ANÁLISE LINGÜÍSTICA
ENSINO DE GRAMÁTICA
ANÁLISE LINGÜÍSTICA
5. Longe d o c o n s e n s o . . .
Certas questões relativas à na escola são recorrentes e polêmicas,
merecendo alguma discussão, na qual assumiremos nossos pontos de vista.
1
5.1 Nomenclatura: ensinar ou não ensinar!
há, não passa o mais leve movimento de vida. Como se as teorias fossem
a primeira, e não a última expressão da atividade intelectual no desenvol
vimento, ou da humanidade. Como se o uso não pressupusesse o conheci
mento cabalmente real do objeto definido. Como se a linguagem, numa
palavra, não precedesse necessariamente a codificações gramaticais.
(Rui Barbosa, Parecer sobre a reforma do Ensino Primário em 1883,
apud A. J. L. Introdução a Rui Barbosa: escritos e discursos seletos. Rio
de Janeiro: Edição Aguilar, 1960).
Além disso, na escola, não basta apenas saber, é preciso saber dizer. E só
é possível dizer com propriedade se usarmos alguma metalinguagem, seja ela
uma nomenclatura técnica, seja ela uma paráfrase individual e intuitiva. Quan
t o a isso, dizem os P C N + (2002):
14 O conhecimento de nomenclaturas como foco das questões tem sido cada vez menos
frequente nos concursos e vestibulares, dada a tendência crescente de privilegiar as habilidades
de leitura e escrita.
ANÁLISE LINGUÍSTICA NO ENSINO MÉDIO: UM NOVO OLHAR, UM OUTRO OBJETO 219
Para que esse tipo de progressão possa ser implementado nas escolas, é
preciso estudar mais a respeito da constituição dos gêneros diversos e refletir
sobre o que seria relevante para a abordagem da escola. Essa lição de casa está
sendo feita por vários pesquisadores, mas não está desenvolvida a ponto de
podermos propor, sem grandes dúvidas, uma organização curricular mínima
que sirva de ponto de partida para a elaboração de currículos e programas, nas
diversas instâncias de decisão sobre educação. Por essa razão, cremos que a
mescla de perspectivas vai ser o mais comum nas salas de aula ainda durante
um bom tempo: uma progressão que ora segue critérios estruturais, tradicio
nais; ora segue critérios discursivos.
outra corrente teórica, po r esta e não aquela metodologia, valores e crenças são
acionados, uma vez que a identidade profissional de quem ensina é posta em
xeque e, por consequência, o valor que se atribui ao seu trabalho. O ensino
d e gramática tem relação direta com as identidades construídas no interior da
escola e até fora dela: o que é importante ensinar, o que faz um bom professor
de português, como deve ser a aula de português, o que se deve avaliar e como
etc. Interligam-se, inevitavelmente, concepções teóricas, sejam elas conscientes
ou não, e escolhas metodológicas:
Nessa mudança que se pretende radical, com uma nova identidade pro
fissional sendo forjada em meio a conflitos, a reflexão sistemática sobre os
fenômenos linguísticos começa a perder espaço, embora a maioria dos profes-
16 Para mais informações sobre o PNLD, ver o capitulo 3 deste livro, de Jurado & Rojo.
17 Essas categorias não mais são usadas nos guias dos LDs.
ANÁLISE LINGUÍSTICA N O ENSINO MÉDIO: UM NOVO OLHAR, UM OUTRO OBJETO 223
Com perfis profissionais diferentes, não parecem ser tão distintos, con
tudo, os efeitos dessas experiências d e formação frente às novas propostas de
ensino d e língua materna, conforme já apontamos em outro trabalho (Men
donça, 2005): efeito de rejeição, efeito de perplexidade, efeito de inércia, em
meio a tentativas de realizar um trabalho mais “antenado” com a discussão em
pauta. Em muitos casos, o professor chega a retornar às aulas de gramática
convencionais, ainda que compreenda as falhas desse modelo, justamente pela
dificuldade de efetivar a prática de AL, ou seja, de articular a reflexão sobre
os fenômenos linguísticos à produção de sentido, ao tratamento da norma e
às necessidades de aprendizagem dos alunos.
224 MÁRCIA MENDONÇA
6. Finalizando mesmo
AULA DE PORTUGUÊS
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 1089)
A escola cabe, diante dos objetivos que lhe são próprios, tornar tais
análises conscientes e sistemáticas, especialmente no EM, de modo que os
alunos construam um conjunto de conhecimentos necessários à ampliação da
sua competência discursiva, inclusive para saber expressar a sua análise, não
mais intuitiva, o que exige o uso de alguma metalinguagem.
JLn Atividades
1. O objetivo desta atividade é levá-lo(a) a refletir sobre sua prática
de ensino de gramática/análise linguística. Escolha um ou dois
assuntos abordados em sala de aula e procure identificar, numa
síntese escrita, os objetivos subjacentes:
a) à escolha desse(s) objeto(s) de ensino;
b) à sequenciação desse(s) objeto(s) no currículo escolar;
c) às atividades propostas;
d) aos critérios de avaliação usados.
Agora reflita:
• essa prática de ensino tem permitido o desenvolvimento de
competências linguísticas? textuais? discursivas? Em que medida?
• É possível torná-la melhor? Como?