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ATIVIDADE 3
INSTRUÇÕES:
TEXTO 01
O uso da expressão “prática análise linguística” não se deve ao mero gosto por novas
terminologias. A análise linguística inclui tanto o trabalho sobre as questões tradicionais da
gramática quanto questões amplas a propósito do texto, entre as quais vale a pena citar:
coesão e coerências internas do texto; adequação do texto aos objetivos pretendidos;
análise dos recursos expressivos utilizados (metáforas, metonímias, paráfrases, citações,
discursos direto e indireto, etc,); organização e inclusão de informações; etc.
Essencialmente a prática de análise linguística não poderá limitar-se à higienização do
texto do aluno em seus aspectos gramaticais e ortográficos, limitando-se a ‘correções’.
Trata-se de trabalhar com o aluno o seu texto para que atinja seus objetivos junto aos
leitores a que se destina.
O objetivo essencial da análise linguística é a reescrita do texto do aluno. Isso não exclui,
obviamente, a possibilidade de nessas aulas o professor organizar atividades sobre o tema
escolhido, mostrando com essas atividades os aspectos sistemáticos da língua portuguesa.
(GERALDI, João Wanderley. Unidades básicas do ensino de português. In: GERALDI, João
Wanderley (Org.) O TEXTO NA SALA DE AULA. São Paulo: Ática, 1997, p. 74).
TEXTO 02
A maior parte do tempo e do esforço gastos por professores e alunos durante o processo
escolar, na assim chamada aula de língua portuguesa, é destinada ao aprendizado da
metalinguagem de análise da língua, com alguns (e esporádicos) exercícios de língua
propriamente ditos. No entanto, uma coisa é saber a língua, isto é, dominar as habilidades
de uso da língua em situações concretas de interação, entendendo e produzindo
enunciados adequados aos diversos contextos, percebendo as dificuldades entre uma
forma de expressão e outra. Outra coisa é saber analisar uma língua, dominando conceitos
e metalinguagens a partir dos quais se fala sobre a língua, se apresentam suas
características estruturais e de uso.
GERALDI, João Wanderley. Prática da Leitura na Escola. In: __. O texto na sala de aula.
São Paulo: Ática, 1997, p. 88-89.
TEXTO 03
Sabe-se, no entanto, que tal sistematização não se dá, na prática de sala de aula, de forma
tão sistemática. O simples manuseio de alguns livros didáticos, ou de materiais alternativos
produzidos para substituí-los, nos mostra que a sequência em que são trabalhados tais
conteúdos gramaticais dificilmente permitirá, ao final de oito anos de estudos, que o aluno
tenha um quadro sinóptico de ao menos uma proposta gramatical. O conteúdo é
distribuído, nas diferentes séries, de uma forma tão irracional que a uma lição sobre o
plural de substantivos compostos pode se seguir uma lição de análise sintática. Qual é,
então a sistematização que se oferece à reflexão prévia do estudante? Tratar-se-ia de uma
sistematização a cada vez local? Por conta de quem ficaria, então, a construção de uma
visão geral da teoria gramatical estudada? Por conta do estudante?
(GERALDI, João Wanderley. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação.
Campinas, SP: Mercado das Letras 1996, p. 121).