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2020 - 2022

FONTES DE ENERGIA
FONTES DE ENERGIA
Dependemos de energia para desenvolver diversas atividades do cotidiano. Mas você
sabe como ela é gerada? Conhece todos os impactos decorrentes da geração de
Energia? Assista às videoaulas e descubra!

Esta subárea é composta pelas apostilas:


1. Fontes de Energia Não Renováveis
2. Fontes de Energia Renováveis
FONTES DE ENERGIA
NÃO RENOVÁVEIS

As fontes não renováveis de energia são geradas por recursos naturais de quantidade
limitada ou esgotável. Estes tipos de fontes são conhecidas por gerarem algum tipo de
problema ambiental ou questões relacionadas ao comércio e a extração dessa matéria
da natureza.

Entre as principais fontes de energia não renováveis estão os combustíveis fósseis


(petróleo, carvão mineral, gás natural e xisto betuminoso) e os combustíveis nucleares.

PETRÓLEO
O petróleo é uma fonte de energia fóssil,
Posição País
originária da decomposição de seres
vivos de milhares de anos atrás que se 1 Venezuela
acumularam no fundo oceânico, na maior 2 Arábia Saudita
parte das vezes. Ele é a principal fonte de 3 Canadá
energia desde a 2ª Revolução Industrial.
4 Irã
As maiores reservas de petróleo do mundo 5 Iraque
estão em países com economias extrema- 6 Kuwait
mente dependentes de petróleo, normal-
7 Emirados Árabes Unidos
mente, possuem questões problemáticas e
instabilidades, como é o caso da Venezuela, 8 Rússia
Iraque e Líbia. Apesar do petróleo ser um item 9 Líbia
central na dinâmica econômica mundial e in- 10 Nigéria
dispensável para todas as nações, a presença 11 Estados Unidos da América
de petróleo não é garantia de riquezas.
12 Cazaquistão
Entre os países com as maiores reservas de 13 China
petróleo estão a Venezuela, Arábia Saudita e 14 Catar
Canadá. O Brasil está na 15ª posição entre as
15 Brasil
maiores reservas, contando com o pré-sal.

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Fontes de Energia Não Renováveis

Apesar das reservas mundiais seguirem a lista acima, os maiores produtores mundiais
são Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, Canadá, China, Iraque, Brasil e Emirados
Árabes (nesta ordem).

Os Estados Unidos se tornaram o maior produtor de petróleo do mundo pela primeira vez
desde 1975, ultrapassando a Arábia Saudita, graças ao óleo de xisto (ou xisto betuminoso).

O Brasil figura como destaque no ranking de produção de petróleo, com o pré-sal e os


recentes leilões, há o potencial do país se posicionar ainda melhor no ranking de maiores
produtores mundiais. Para ampliar a produção, novos investimentos serão necessários.

Como os combustíveis feitos com base no petróleo são responsáveis pela emissão
de poluentes durante a sua queima, essa fonte de energia é duramente criticada por
entidades e governos que buscam reduzir a quantidade de poluentes dispersos na
atmosfera. Mesmo assim, a sociedade atual está vivendo um período de dependência
do petróleo desde a sua adoção pela sociedade na 2a Revolução Industrial e do aumento
do número de automóveis nas cidades.

UM RESUMO DA HISTÓRIA E GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO NO MUNDO


A utilização de petróleo como fonte de energia iniciou em 1859, na Pensilvânia – EUA,
quando Edwin Drake encontrou petróleo e passou a comercializá-lo com as cidades
para ser utilizado na iluminação pública.

Atualmente as maiores companhias de petróleo do mundo, chamadas de Sete Irmãs do


Petróleo, dominam o mercado das petrolíferas desde 1960. As sete maiores companhias
petrolíferas do mundo na atualidade são empresas nacionais estatais ou semi estatais,
que competem entre si e com as demais companhias petrolíferas.

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Fontes de Energia Não Renováveis
Standart Oil Co. of
Standart Oil of
Royal Dutch Shell Standart Oil of New York
New Jersey
California

Gulf Oil Texaco


Anglo-Persian
Company

As sete irmãs da indústria do petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo é uma organização


intergovernamental de 13 nações, fundada em 15 de setembro de 1960 em Bagdá
pelos cinco membros fundadores (Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela).

Em setembro de 2018, os então 14 países membros representavam 44% da produção


global de petróleo e 81,5% das reservas “comprovadas” do mundo, dando à OPEP
uma grande influência nos preços globais de petróleo, previamente determinados pelos
chamados agrupamento “Sete Irmãs” de empresas multinacionais de petróleo.

Em 1973, aconteceu a 1a Crise do Petróleo, ao perceberem o petróleo como uma


matéria-prima não renovável passaram a rever os valores de venda e reduziram a
quantidade de petróleo extraída, o que gerou uma grande crise mundial, principalmente
por causa da relação do valor do dólar relacionado com o petróleo.

Essa crise fez com que o Brasil investisse em tecnologias baseadas em álcool (Proálcool
e investimentos de Exploração em Profundidade).

Em 1979, aconteceu a 2a Crise do Petróleo, enquanto o mundo ainda se recuperava da


crise da 1a Crise do Petróleo, o Irã passa por mudanças políticas fundamentalista que
causa um o rompimento na relação comercial com os países do ocidente.

Como consequência, acontece o aprofundamento da crise energética e uma grande


recessão econômica na década de 70, causando mudanças políticas e econômicas
profundas, principalmente no Oriente Médio. Estas vão dar início às intervenções das
potências no Oriente Médio entre as quais no Iraque, resultaram no surgimento da Al
Qaeda iraquiana e do Estado Islâmico.

O petróleo pode até não ser uma importante fonte de energia elétrica, mas é uma importante
matéria para o combustível de automóveis e de produção de bens de consumo.

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GÁS DE XISTO E O XISTO BETUMINOSO
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O xisto betuminoso é uma rocha de origem sedimentar composta por matéria orgânica
oleosa denominada betume muito abundante na natureza, a parte oleosa do xisto é
consideravelmente fluida e pode ser extraída com facilidade, produzindo hidrocarbonetos
líquidos chamados de petróleo de xisto. O petróleo de xisto é um substituto para o
petróleo convencional, contudo, a extração do petróleo de xisto do xisto betuminoso é
mais cara e tem maiores impactos ambientais.

A maior reserva de xisto betuminoso na América do Sul está na formação do Aquífero


Guarani, que abrange parte do território brasileiro (quase toda região Sul e parte do
Centro-Oeste). Apesar de ser uma grande fonte de energia, a exploração do gás de
xisto encontra um grande impasse na sua extração.

O método de fracking consiste em desencadear uma explosão subterrânea para


desagregar o gás da rocha sedimentar, e depois extrair o gás. Contudo esse método
pode provocar o vazamento do gás no lençol freático e contaminar a água potável do
subsolo, comprometendo o bem-estar das pessoas e do meio ambiente como um todo.

Mesmo assim, a exploração do gás de xisto não ficou de lado e ainda se buscam
formas de desenvolver técnicas de extrair esse material, principalmente por causa
da possibilidade de aumento do preço do petróleo com o passar dos anos e do seu
esgotamento na natureza.

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3. Injeção subterrânea

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5. Tratamento dos
1. Coleta de água 2. Mistura química 4. Coleta de água de resíduos
retorno

Fluxo de gás das fissuras para


dentro do poço

Método Fracking de Extração do Xisto

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GÁS NATURAL
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A formação de gás natural está diretamente relacionada com ambientes de formação de


petróleo, onde seres vivos, como fito e zooplânctons que foram depositados, soterrados
e decompostos deixaram gases inflamáveis presos no sedimento (e que hoje compõem
formações rochosas sedimentares).

O estado físico gasoso confere alguns benefícios: Menos poluente dos combustíveis
fósseis (Facilidade no transporte devido a fácil dispersão). O seu transporte acontece
por redes de gasodutos e a necessidade do seu armazenamento é quase nula.

Maiores reservas provadas de gás natural em 2019 (trilhão de m3)

Como o gás natural está diretamente relacionado com petróleo, muitas petrolíferas têm
a sua exploração feita com base no recurso que está mais disponível em cada jazida.

O gás natural ainda é um composto de hidrocarboneto, mas apesar disso, ele dispersa
bem menos gases poluentes no ar (em comparação com o petróleo), é uma importante
fonte de energia para a indústria, muito utilizado como gás de cozinha.

O gás natural é muito utilizado em usinas termoelétricas, sendo considerado como


uma fonte mais vantajosa por apresentar menor impacto ambiental, maior facilidade
de transporte, além de uma necessidade quase nula de armazenamento.Também é
utilizado como fonte de energia em indústrias, residências (gás de cozinha) e em alguns
tipos de veículos com adaptação para esse tipo de combustível.

No mundo o gás natural também se encontra dentro de conflitos territoriais. Entre


alguns exemplos:

f Um dos componentes da questão Rússia-Ucrânia é energético. Pela Ucrânia


atravessam gasodutos que enviam o gás russo para os países da União Europeia,
que dependem do gás para o aquecimento, combustível e outros.

f A região do Cáucaso apresenta um contexto Geopolítico instável devido a


múltiplas guerras civis, conflitos separatistas e/ou conflitos étnicos.

8
f Os conflitos são de interesse global, uma vez que a região é um ponto de

Fontes de Energia Não Renováveis


passagem de oleodutos que ligam as reservas de petróleo e gás no Azerbaijão e
Cazaquistão a Moscou e aos portos da Europa.

do gás consumido do Gás que a Rússia


na Ucrânia é Exporta para a UE
importado da passa pela Ucrânia
Rússia

Gasodutos Russos no Oeste da Europa

No Brasil, há importantes jazidas de extração de gás natural, na Bacia de Santos, mas


o país também importa o recurso da Bolívia através de gasodutos.

CARVÃO MINERAL
O carvão mineral é um recurso energético, um combustível fóssil, não renovável e
poluente. O carvão é originário de formações rochosas do paleozóico (bem mais antigas
que as formações do petróleo), se formou em áreas continentais e tiveram o seu uso a
partir da 1a Revolução industrial. É uma importante fonte de energia elétrica.

Por causa da diferença entre a composição do carvão e da quantidade de umidade


contida nele, existem diferentes potenciais de aquecimentos e por isso existe a
diferenciação do carvão em 4 grupos.

Propriedades dos Carvões Minerais

Mineral Cor Brilho Valor calorífico % de carbono


Turfa Parda Não tem 1.500 - 2.000 55 - 65
Linhito Negro-parda Mate 2.000 - 7.000 65 - 80
Hulha Negra Céreo 7.000 - 8.500 80 - 93
Antracito Negra Intenso 8.500 - 9.000 93 - 98

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Já que o carvão é uma matéria-prima originária de ambientes continentais, a maior


concentração de carvão do mundo está no Hemisfério Norte. E por causa da necessidade
de aquecer as residências e da concentração do parque industrial do mundo, o Hemisfério
Norte também acaba sendo o maior consumidor de carvão.

Maiores Jazidas de Carvão Mineral do Mundo

Carvão antracito e betuminoso Carvão Lignito

O carvão mineral é o mais poluente dos combustíveis fósseis e ainda hoje é muito
utilizado para a produção de energia elétrica, mesmo no Brasil, onde existe um grande
número de hidroelétricas, o carvão mineral é uma alternativa para gerar energia em
momento de estiagem, porém, o preço do carvão mineral faz com que haja um aumento
nas contas de luz nas estações mais secas nas quais é preciso compensar a produção
de energia com combustíveis fósseis em termelétricas.

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Fontes de Energia Não Renováveis
Consumo de carvão por país em Terawatt-hora

É importante saber distinguir o carvão mineral do carvão vegetal. O carvão mineral é uma
rocha que passou por um processo de fossilização e de carbonização por MILHARES de
anos, já o carvão vegetal é feito com cortes de madeiras e troncos lenhosos de árvores
que passam por um processo em carboníferas.

A GEOPOLÍTICA DO CARVÃO MINERAL


Reservas minerais, entre as quais
principalmente as jazidas de carvão
mineral, determinaram a localização dos
espaços industriais durante o século XIX.

As regiões de Alsácia e Lorena foram


historicamente disputadas pela França
e pela Alemanha, as reservas de carvão
presentes na região se tornaram, além
de motivos demográficos e culturais,
elementos centrais na disputa.

A disputa dessa região está entre as


causas das duas guerras mundiais!

ENERGIA NUCLEAR
A energia nuclear é gerada no processo de fissão nuclear de átomos de urânio, na fissão
do núcleo, acontece a liberação de uma grande quantidade de energia, que é utilizada
para a produção, principalmente, de eletricidade.

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Fontes de Energia Não Renováveis

Funcionamento de uma Usina Nuclear

É um recurso energético estratégico para os países com um baixo potencial hidrelétrico,


por dependerem menos de outras matrizes energéticas, acabam sendo importantes
fontes de energia. As Usinas Nucleares utilizam menores áreas e não emitem poluentes
gasosos na atmosfera, mas geram resíduos altamente tóxicos e radioativos que
necessitam de um descarte feito com muita atenção e planejamento.

Maiores dependentes de Energia Nuclear no planeta. Destaque para as nações europeias, principalmente para a França

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Além disso, a mesma matéria que pode servir para a produção de energia elétrica para

Fontes de Energia Não Renováveis


uma nação poderia passar por um enriquecimento e ser utilizada para produzir material
de guerra e destruição em massa.

Na história da produção de energia nuclear, existem dois acidentes nucleares:


Fukushima (Japão) e Chernobyl (União Soviética). Apesar de traumáticos acidentes
como Fukushima e Chernobyl, a fonte nuclear é ainda muito utilizada em muitas nações
do globo, principalmente as desenvolvidas.

Dose
(Multiplicada pela
taxa normal)
aumento não
detectado
103 - 1
1-5
5 - 10
10 - 20
20 - 40
40 - 100
100+

Radiação espalhada no oceano pacífico


Aumento da dose de radiação pela Europa - 3 maio 1986 após o acidente na usina de Fukushima

De acordo com um ranking elaborado pela ONG World Nuclear Power, os Estados
Unidos são os maiores geradores de energia nuclear do mundo, com 798,7 bilhões
de kWh por ano em 104 reatores operando no país. Segue a lista dos 10 maiores
produtores de energia nuclear do mundo segundo a ONG:

1. Estados Unidos 6. Alemanha

2. França 7. Canadá

3. Japão 8. Ucrânia

4. Rússia 9. China

5. Coreia do Sul 10. Reino Unido

O BRASIL E A ENERGIA NUCLEAR


Em 1975, o Brasil e a Alemanha firmaram um acordo para a construção de 3 usinas
termonucleares, contudo apenas 2 foram realizadas (Angra 1 e Angra 2). Além das
pressões da imprensa e do Congresso norte-americanos, o Acordo Nuclear Brasil-
Alemanha sofreu severas críticas dentro e fora do país. Por esse acordo, o país se
comprometeu a desenvolver um programa, juntamente com empresas alemãs lideradas
pela Kraftwerk Union-KWU, de construção de oito grandes reatores nucleares para a
geração de eletricidade, e de implantação, no país, de uma indústria teuto-brasileira para
a fabricação de componentes e combustível para os reatores, com um prazo de 15 anos.

O acordo com a Alemanha, apesar de não reverter a opção pela tecnologia do urânio
enriquecido, permitia ao Brasil desenvolver essa tecnologia dentro do país.

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O fato de o Brasil não ter assinado o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares -
Fontes de Energia Não Renováveis

TNP, em julho de 1968, também era objeto de preocupação de quase todos os grandes
países, apesar de o tratado prever o uso pacífico da energia nuclear.

O Brasil e a Argentina fizeram oposição ao Tratado de Não Proliferação Nuclear, pois


segundo eles o acordo favorecia o domínio da tecnologia apenas nas mãos dos ricos.

Como resultado dessas pressões foi firmado, em fevereiro de 1976, um acordo


entre o Brasil, a Alemanha e a Agência Internacional de Energia Atômica - AIEA,
complementando o acordo de 1975, no qual foram estabelecidas salvaguardas mais
rígidas do que as previstas no TNP.

Diante dos resultados não satisfatórios do Acordo, os militares brasileiros começaram a


desenvolver, a partir de 1979, um programa nuclear paralelo visando o desenvolvimento
de uma tecnologia nacional para o enriquecimento do urânio.

Uso brasileiro:

f 99% de sua utilização é voltada para a geração de energia.

f 1% restante é usado para medicina e agricultura.

Por razões de segurança, o governo federal tem monopólio sobre a cadeia de urânio,
conforme estabelece a Constituição Federal.

A Eletronuclear é responsável pela geração de energia nuclear e as Indústrias Nucleares


Brasileiras (INB) são responsáveis pela extração e beneficiamento do urânio.

A Usina de Enriquecimento de Urânio está sendo implantada em etapas na Fábrica de


Combustível Nuclear (FCN), localizada em Resende, no Rio de Janeiro. Grande parte do
urânio enriquecido ainda é importado.

Em novembro de 2019, com a inauguração da cascata 8, pertencente ao Módulo 3, a


Usina de Enriquecimento da FCN atingiu a capacidade de produzir 60% da quantidade
média anual de urânio enriquecido necessária para abastecer a central nuclear Angra 1.

A atividade de enriquecimento de urânio no Brasil é fiscalizada por três instituições:

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN),

Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e

Agência Brasil-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC).

Conduzem diferentes tipos de inspeções: incluindo verificação de inventário físico, sem


aviso prévio ou a curto prazo –, além de avaliações e monitoramento contínuos.

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