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EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

BOLETIM INFORMATIVO
OFICIAIS DE LIGAÇÃO E
INTERCÂMBIO NOS EUA E CANADÁ
Nr 01 – Jan/Fev/Mar
2019 1. GENERALIDADES

No primeiro boletim informativo do ano, gostaríamos de comunicar uma mudança nesse


periódico. A partir de 2019 sua publicação ocorrerá trimestralmente, buscando adequar-se a
periodicidade de informativos produzidos pelo CDout Ex, mas sem perder o foco em mostrar as
novidades e evoluções doutrinárias e de material que estão ocorrendo nos EUA e no Canadá. Nesse
contexto, apresentaremos dentro da reestruturação dos exércitos americano/ canadense: a
Modernização tecnológica para o Serviço de Apoio ao Combate do Exército Canadense e,
em seguida, A importância dos escalões acima da Brigada no Multi-Domain
Operations. Mais adiante, nas informações doutrinárias e de material, serão destacados
alguns aspectos que diferenciam os Obuseiros M-198 e M-777, uma apresentação de
alguns Meios de Reconhecimento no US ARMY e das Novas funcionalidades do
Instrumento de Reconhecimento e Avaliação (ENFIRE).
Nas atividades de ensino, instrução e adestramento, o informativo traz: uma matéria que elucida
como o exército canadense faz o emprego de habitantes locais nos Grupos de Patrulha de
Rangers; apresenta a Competição de Morteiros, que ocorre anualmente no Fort Benning; descreve
uma sinopse sobre a Operação Inherent Resolve, ocorrida em 2017/2018 com o propósito de
destruir o Estado Islâmico (EI); e finaliza com uma matéria que apresenta o Processo de preparação
para a Escola de Estudos Militares Avançados.
2. REESTRUTURAÇÃO NOS EXÉRCITOS AMERICANO/CANADENSE

a. Modernização tecnológica para o Serviço de Apoio ao Combate do Exército Canadense


O Exército Canadense (Canadian Army – CA) produziu um documento no qual avalia como a
tecnologia emergente pode ser útil para o Serviço de Apoio ao Combate (Combat Service Support -
CSS) para o Exército do Futuro (20-40 anos). O documento teve como objetivo principal discutir e
avaliar possíveis novas tecnologias que poderiam melhorar o CSS para o CA, especificamente, para
permitir a modernização e fornecer uma capacidade melhorada de manutenção tática.
O documento identificou as lacunas nas tecnologias atuais, apresentou uma visão geral das
tecnologias emergentes, fez um resumo dos pontos fortes e limites de cada tecnologia, produziu
observações específicas sobre como as tecnologias podem ser integradas nos futuros conceitos do
Exército e os desafios para implementar as futuras tecnologias. O relatório então apresentou uma
discussão sobre as relações entre as suposições sobre o Exército do Futuro, o papel da tecnologia e
as tecnologias que podem fornecer o valor máximo para o CSS, para no fim apresentar as
recomendações.
Antes de passar para os resultados da pesquisa propriamente dito, faz-se necessário explicar
que “Internet das Coisas” (Internet of Things – IoT) é o conceito de conectar digitalmente as coisas
físicas em uma rede maior, tornando-as fontes de informação acionáveis que, uma vez conectadas,
são capazes de se comunicar e colaborar umas com as outras. Por exemplo, uma coisa pode coletar
dados de sensores, que servem como entrada para outra coisa, via internet e meios sem fio.
No contexto do CSS, isso significa facilitar a visualização, quase em tempo real, da cadeia de
suprimentos em termos de quem solicitou o CSS e a que distância esse apoio está sendo entregue.
De acordo com o documento, as ameaças cibernéticas provavelmente são onipresentes a medida
que a tecnologia permite avanços tecnológicos. A noção de ataques cibernéticos não é nova, mas
aumenta a dependência de dispositivos habilitados para as redes, assim como a vulnerabilidade
aumenta as ameaças cibernéticas. Isso pode ter impacto nos sistemas do CSS, que dependem de1
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dispositivos e bancos de dados habilitados para redes. Esse conceito também se aplica as
contramedidas eletrônicas de forma mais ampla. Todos os sistemas autônomos mencionados no
documento dependem do GPS para Posição, Navegação e Tempo (Position, Navigation and Time –
PNT). Embora alguns afirmem serem capazes de operar em um ambiente de GPS negado, isso
precisa ser investigado em mais detalhes para determinar se o desafio do bloqueio do GPS foi
resolvido. Os sistemas autônomos discutidos no documento presumivelmente seriam afetados
em grande escala por esse tipo de operação de bloqueio de GPS. Soluções e abordagens
confiáveis de PNT devem ser incluídas em qualquer discussão futura sobre dispositivos
autônomos.
Dentre os equipamentos e tecnologias estudados, podem ser destacados: a padronização de
conteiners e paletes integrados em uma arquitetura de sistema habilitada para a IoT; o uso de
dirigíveis operando sob condições austeras e com infraestrutura mínima de solo; os grandes Sistemas
Aéreos Não-Tripulados (Unmanned Air System – UAS) para entrega a granel e focados na
infraestrutura para processar pedido e automatizar voos; o uso de helicópteros pequenos e autônomos
cujo emprego implica no gerenciamento de pedidos, voos e manutenção; a utilização de Sistemas
Terrestres Não-Tripulados para Distribuição a fim de reduzir a quantidade de motoristas; o uso dos
Sistemas de Transporte de Carga Desmontada que não são como outros veículos de reabastecimento,
onde eles deixam suprimentos e, em seguida, deixam a unidade apoiada; o uso dos
Sistemas Automatizados para Manuseio de Materiais, para reduzir a pressão sobre o pessoal; e,
a utilização de soluções para a geração de força e energia a fim de diminuir as necessidades
de energia nas instalações, melhorar a eficiência dos veículos e reduzir a carga
transportada individualmente pelos soldados ao fornecer baterias mais leves e/ou menos baterias.

Figura 01: Tecnologias consideradas no estudo

Ao final do documento foram feitas recomendações voltadas para a implementação de Sistemas


de Tecnologia da Informação (Information Technology – IT) e para plataformas. Cabe ressaltar que
o ciclo de aquisição e a eventual substituição são muito mais interativos para os sistemas de IT do
que para as plataformas físicas. Além disso, as soluções de IT provavelmente envolverão as Forças
Armadas Canadenses (Canadian Armed Forces – CAF)/Departamento Nacional de Defesa
(Department of National Defense – DND) como um todo e não apenas o Exército. Por essas razões,
as recomendações de sistemas de IT e plataformas foram separadas.
1) Sistemas de IT
As CAF/DND devem examinar como ou se outras forças armadas estão usando soluções
de IoT: a tecnologia de IoT está crescendo em popularidade para o setor privado. A implementação

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de qualquer solução de IoT será uma tarefa importante. As CAF/DND devem procurar compreender
as armadilhas ou melhores práticas que militares de outros países enfrentaram na concepção e
implementação de tecnologias IoT. Qualquer solução futura precisará ser adaptada para as
necessidades das CAF/DND. Identificar como outros países implementaram esses sistemas também
poderia servir para reduzir o risco para as CAF/DND.
As CAF/DND devem identificar se outro departamento do governo está usando
soluções de IoT: semelhante à recomendação acima, seria útil para as CAF/DND
determinarem se outros departamentos do governo tentaram implementar soluções de IoT e, se
for o caso, identificar as armadilhas e as melhores práticas. Para fins de interoperabilidade
dentro do governo, quaisquer padrões de dados que sejam usados por outros departamentos do
governo devem ser anotados.
Iniciar o desenvolvimento dos requisitos da IoT e do conceito de operações: uma solução
de ativação de IoT será uma tarefa importante. O Exército deve começar a definir o que uma
solução de IoT poderia resolver para operações e para o CSS e identificar quais sistemas seriam
substituídos pela introdução de uma solução de IoT. Isto é uma etapa essencial para definir o que
uma IoT fará e, igualmente importante, identificar como um sistema IoT se encaixaria nos planos
das CAF/DND para projetos de IT.
Reexaminar a cadeia de suprimentos atual: as soluções de IoT são impulsionadas pelo
desejo de maior eficiência. O conceito promete maior eficiência na identificação de tendências em
dados. No entanto, um exame da cadeia de suprimentos atual poderia revelar limitações estruturais
para a eficiência, antes mesmo de considerar uma solução de IoT. Além disso, dados os
cronogramas para projetar e implementar uma solução IoT é provável que haja economia e
eficiência que possa ser percebida nesse ínterim.
2) Plataformas
Examinar apenas tecnologias viáveis: existem algumas tecnologias que provavelmente não
serão viáveis para a aplicação do Exército. O esforço deve ser focado nas tecnologias que se mostram
promissoras para o CSS do Exército e mais amplamente para o CSS das CAF.
Realizar um exame mais detalhado das tecnologias mais viáveis: as tecnologias mais
viáveis (maduras e promissoras) devem ser examinadas com mais detalhes para determinar como elas
poderiam ser implementadas para o CSS do Exército. Isso inclui sistemas habilitados para IoT
(abordados nas recomendações de IT), soluções de conteiners e paletes, soluções de geração de força
e energia, sistemas automatizados para manuseio de cargas e Sistema Conjunto de Lançamento Aéreo
de Precisão (Joint Precision Air Drop System -JPADS).
Começar a desenvolver os conceitos de operações e potenciais modelos de emprego para
tecnologias emergentes: as tecnologias que se mostrarem promissoras, mas que atualmente não
possuem maturidade suficiente, devem ser examinadas com os conceitos de operações ideais e
modelos de emprego desenvolvidos, para melhor entender exatamente como essas tecnologias
seriam implementadas para o CSS do Exército. Isso deve ser o mais detalhado possível,
entendendo que algumas dessas tecnologias ainda são conceitos. As tecnologias incluem o Sistema
Aéreo Embarcado Reconfigurável (Aerial Reconfigurable Embedded System – ARES),
helicópteros autônomos pequenos e médios, grandes UAS (somente helicópteros) e dirigíveis.
Determinar o papel da Real Força Aérea Canadense (Royal Canadian Air Force – RCAF)
nas tecnologias futuras: muitas das tecnologias examinadas no documento são tecnologias de
ressuprimento por via aérea. O foco do documento foi sobre como apoiar o CSS do Exército, embora
a RCAF tenha um papel no suporte de algumas tecnologias de ressuprimento por via aérea.
Continuar a varredura de novas tecnologias: o Exército deve manter a conscientização sobre
outras tecnologias emergentes não abordadas no documento e sobre quaisquer melhorias importantes
nas tecnologias mencionadas no relatório. A tecnologia avançará para sempre e as novas tecnologias
poderão superar as restrições e os limites anteriores, oferecendo novas oportunidades de melhoria.
Por fim, cabe ainda destacar que a natureza conjunta dos grandes desdobramentos significa
que, além das implicações para o CSS do Exército, a RCAF e a Real Marinha canadense estarão

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envolvidas nas funções de apoio ao combate e, dessa forma, precisam se engajar nesse processo de
modernização tecnológica tanto quanto o Exército.

b. A importância dos escalões acima da Brigada no Multi-Domain Operations


O novo ambiente operacional apresenta um desafio maior do que o vivido durante os últimos
17 anos de operações de luta contra a insurgência, uma vez que entrou-se em uma era em que
aumentou significativamente a probabilidade de combater em operações de grande escala, contra
potências concorrentes de semelhante poderio bélico.
Isso exige uma mudança nos procedimentos, dentro dos quais as forças terrestres são
organizadas, equipadas, treinadas e empregadas, particularmente nos escalões superiores à Brigada.
No passado recente, a organização do US Army foi transformada em uma força baseada no nível
da Brigada em que os escalões superiores, que antes tinham as formações dotadas com as capacidades,
transformaram-se simplesmente em Quartéis Generais, carentes de uma estrutura fixa, organizada e
sem as capacidades necessárias para cumprir a missão a ser confiada.
O exército, diante do retorno a um ambiente em que poderá ser empregado em operações de
larga escala, precisa reestruturar os escalões de comando superior à Brigada, e convertê-los em
formações de combate multi-domain escalonados e interdependentes.
O futuro campo de batalha exigirá Divisões, Corpos de Exército e Exércitos de Campanha, para
moldar o ambiente de segurança, evitar conflitos, prevalecer em grande escala de combate e
consolidar metas para alcançar a estabilidade duradoura. Ou seja, deve ser capaz de tomar a iniciativa
antes do conflito armado, se quiser vencer no futuro. Mas para fazer isso, precisa estar equipado com
as capacidades necessárias.
Como resultado do conceito recentemente publicado de Operações Multi-Domínio, o US Army
identificou três aspectos principais que devem servir como um guia para o consequente
desenvolvimento de conceitos e capacidades: o exército deve ser capaz de competir abaixo do
limiar do conflito e dissuadir o adversário; para derrotar os adversários de força e de qualidade
semelhante, deve ser capaz, juntamente com o resto da Força Conjunta, de convergir com suas
capacidades em qualquer domínio (terrestre, marítimo, aéreo, espacial, ciberespaço).
Finalmente, deve ser capaz de atuar conjuntamente, interorganizacional e multinacional.
Este novo conceito é baseado no desenvolvimento do exército - Capstone Conception, nos
conceitos de funcionamento do exército e no conceito do exército dos EUA em operações multi-
domain. Estes documentos definem a atuação do exército no futuro, quanto e como ele deve operar.
Além disso, é também baseado no Joint Concept Integrated Campaining (JCIC). Este conceito
de caráter conjunto, publicado em março de 2018, nasceu como consequência da necessidade de
confrontar adversários em um novo ambiente operacional em que atuam explorando as
vulnerabilidades do sistema dos EUA, que é otimizado para o conflito Armado convencional. Os
adversários tentam alcançar seus objetivos, evitando entrar em conflito armado com os EUA.
Com esse novo conceito, trata-se de adaptar as campanhas da Força Conjunta para que as ações
militares apoiem mais eficientemente a consecução dos objetivos políticos. Em outras palavras, é
uma questão de descrever como lidar com os desafios dos adversários cujas atividades são mantidas
próximas ao limiar do conflito, sem ultrapassá-las.
A integrated campaingn é definida como a integração de atividades militares com não-
militares, seja de outros departamentos da administração, outras organizações e outros países, em
todos os domínios. É introduzido o conceito de competition continuum, que é a essência da JCIC,
substituindo o paradigma bipolar "guerra-paz" por "cooperation – competition abaixo do limiar do
conflito".

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Figura 02: competition continuum

O conceito “MDO ao nível superior à Brigada" descreve os seis desafios que existem no âmbito
das operações de vários domínios e, como o exército pode manter a iniciativa através da competition
continuum e de todo o espectro de operações militares.
Para que o exército realize os quatro papéis estratégicos atribuídos (moldar o ambiente
operacional, impedir o conflito, prevalecer no combate terrestre, e consolidar o que foi alcan-
çado), é necessário ter uma formação superior a brigada capaz de:
-entender a profundidade do campo de batalha em todos os domínios;
-decidir por uma linha de ação em que as capacidades convergem em um ponto decisivo, para
moldar o campo de batalha através de ações de manobra e ataque em todos os domínios;
-possuir a capacidade de consolidar a vantagem adquirida.

Figura 03: Fases do conflito

As formações superiores as Brigadas devem possuir as seguintes capacidades:


- estabelecer e manter contato para descobrir áreas ameaçadas e o dispositivo do inimigo;
- competir persistentemente abaixo do limiar de conflito;
- desdobrar-se reduzindo vulnerabilidades, sendo capaz de passar ao combater rapidamente;
- convergir efeitos de vários domínios em profundidade para criar janelas de oportunidade.
- explorar a iniciativa com a oportunidade contra as vulnerabilidades críticas do inimigo,
anulando o seu sistema de ameaças, permitindo assim a sua própria manobra no combate aproximado;
- Consolidar a vantagem alcançada para desenvolver e manter a iniciativa de forma
duradoura.
Para este fim, as formações superiores à Brigada devem perseguir as seguintes etapas:
- exércitos projetados especificamente para cada teatro, para estabelecer as condições para o
uso da Força Terrestre;

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- exércitos de campanha orientados para a ameaça, para conseguir uma dissuasão segura,
realizando a "concorrência" abaixo do limiar do conflito, para rapidamente passar para operações de
combate em grande escala;
- corpos de exército versáteis que podem ser projetados rapidamente para múltiplas missões
ou papéis;
- divisões centradas no nível tático, cujo comando serão brigadas e com capacidades as quais
podem convergir em todos os domínios.
O US Army continua o desenvolvimento conceitual necessário para lidar com as ameaças
identificadas no novo ambiente operacional (operações de combate em grande escala contra
adversários e qualidades semelhantes).
Após a publicação da versão mais recente do conceito de operações multidomínio, tornou-se
evidente que a estrutura atual já não é a mais adequada (um exército modulado em brigadas com
escalões mais altos reduzidos a meros quartéis gerais sem estrutura fixa, mas com capacidade de
acolher as unidades necessárias para a missão que os confia).
O exército, a fim de cumprir sua missão em operações de vários domínios, deve realizar seus
treinamentos com os escalões de nível superior a brigada, desde o tempo de paz, com as capacidades
necessárias para cumprir as tarefas e papéis que devem ser atribuídos a ele nessas operações.

3. INFORMAÇÕES DOUTRINÁRIAS E DE MATERIAIS

a. Obuseiros M-198 e M-777


Na evolução da Artilharia de tubo do Exército dos Estados Unidos, o Obuseiro M-198 155mm
começou a ser substituído pelo Obuseiro M-777, também de 155mm, a partir do ano de 2006. Nos
dias atuais, o Obuseiro M-198 está aposentado não só no Exército como também no Corpo de
Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. Contudo, o Obuseiro M-198 apresenta muitas características
de emprego similares ao Obuseiro M-777 e ainda tem grande potencial para prestar apoio de fogo ao
combate em diversos teatros de operações no mundo.

155mm Howitzer – M198 Ultralightweight Field Howitzer – M777


Figura 04 e 05: 155 mm Howitzer - M198 e Ultralightweight Field Howitzer - M777

Ambos os Obuseiros possuem um campo de tiro horizontal de 800”’. Quanto a elevação, o


campo de tiro do M-198 é de 1369”’, variando de -89”’ a +1280”’. O campo vertical de tiro do M-
777 é ligeiramente menor, variando de -43”’ a +1275”’. A diferença maior entre eles está no fato de
que o Obuseiro M-777 pode rapidamente refazer a pontaria, atingindo assim um campo de tiro de
6400”’.

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O tempo de entrada em posição com o M-198 é da ordem de 7 minutos, enquanto o M-777
gasta pouco mais de 2 minutos. Isso é possível porque o M-777 emprega uma tecnologia mais
avançada, com navegação inercial, pontaria automática e auto-localização, enquanto o M-198
emprega o sistema de referência nas balizas. A saída de posição do M-777 também é mais rápida, em
cerca de 7 minutos, sendo que o M-198 gasta aproximadamente 11 minutos para iniciar o
deslocamento para outra área.
O peso do M-777 é bastante surpreendente para um Obuseiro de 155mm. Enquanto o M-198
pesa 7228 kg, o M-777 pesa apenas 4200 kg, pois são utilizadas ligas de alumínio e titânio na sua
fabricação, algo inovador na Artilharia de tubo, particularmente porque foi mantida a precisão, a
estabilidade e a mobilidade. O menor peso do M-777 não lhe rende grande vantagem quanto a
velocidade de deslocamento quando tracionado pela viatura tratora. Ambos os Obuseiros só atingem
cerca de 25 km/h quando realizam deslocamento através do campo. Em estradas, o M-777 consegue
atingir 88 km/h enquanto o M-198 fica limitado a 72 km/h. A diferença neste quesito está no tipo de
viatura tratora. O Obuseiro M-198 exige uma viatura de pelo menos 5 toneladas para tracioná-lo,
enquanto o M-198 pode ser tracionado por uma viatura de 2,5 toneladas. No que diz respeito ao
transporte aéreo, ambos podem ser embarcados no C-130, embora duas peças do M-777 possam voar
na mesma viagem, haja vista o menor peso.
A guarnição completa do M-198 é composta de 10 homens. Já a guarnição do M-777 é
composta de 8 militares. O maior peso do M-198 não exige um aumento considerável da guarnição,
já que o Obuseiro conta com sistema hidráulico que facilita a sua operação, particularmente durante
os trabalhos de entrada e de saída de posição. Os dois Obuseiros podem ser operados com guarnições
reduzidas, mas isso também diminui a eficiência das armas, levando a um maior tempo para o
desencadeamento dos fogos, bem como maior tempo para entrar e sair de posição.
A gama de munições que atendem os Obuseiros inclui granadas auto-explosivas, fumígenas,
incendiárias, iluminativas, de lançamento de submunições (anti-pessoal e anti-carro), químicas e de
guerra eletrônica. Os dois Obuseiros são capacitados para atirar com granadas do padrão da OTAN.
A vantagem do M-777, modelo A2, consiste em também poder atirar a granada excalibur, um tipo de
munição que possui guiamento por GPS e uma precisão anunciada de 10 metros, permitindo seu
emprego nas proximidades das tropas amigas sem o risco de fratricídio. A granada excalibur tem
grande importância no combate em localidade, devido as características especiais deste tipo de
operação.
Quanto ao alcance, o M-198 atira a 22 km e o M-777 a 24 km com as munições tradicionais.
Ambos atiram a 30 km com munições assistidas. A munição excalibur possui um alcance
diferenciado, da ordem de 40 km, oferecendo ao M-777, modelo A2, uma vantagem tática. Não há
notícias do emprego maciço de granadas excalibur nas operações recentes do Exército dos Estados
Unidos. Algumas fontes afirmam que o custo do projétil é muito elevado, o que inviabiliza o uso da
munição em larga escala, ficando o uso restrito a situações especiais e pontuais.
O Obuseiro M-777 possui um menor tempo de reação para o desencadeamento dos fogos. Os
elementos de tiro são enviados às peças por meio de displays, transmitidos simultaneamente para o
apontador, o atirador e o chefe de peça. O tubo é apontado nos elementos de tiro de forma digital. A
conferência da pontaria pelo chefe de peça é feito por meio do display apropriado. Essas facilidades
permitem que os fogos sejam executados de forma mais rápida e com uma melhor precisão.

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Figura 06: Sistema Digital de Transmissão dos Elementos de Tiro

A diferença de valor entre as duas armas é bastante significativa. Não existe a possibilidade de
comprar Obuseiros M-198 novos no mercado mundial, haja vista que a produção já foi interrompida.
Contudo, estima-se que o custo de recuperação deste Obuseiro, deixando-o totalmente operacional,
seja da ordem de U$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil dólares) por unidade. O custo
aproximado unitário do Obuseiro M-777 é da ordem de U$ 4,5 milhões. Para adquirir o sistema
de armas do Obuseiro M-777, é necessária a obtenção de autorização de venda pelo Congresso dos
Estados Unidos.
Atualmente, cerca de mil Obuseiros M-777 estão em serviço nos Estados Unidos e mais 200
peças nos exércitos do Canadá, Austrália e Índia. O M-198 é empregado por cerca de 11
países, totalizando cerca de oitocentas peças no serviço ativo. Na América do Sul, o M-198 é
um dos Obuseiros adotados pelo Equador.
Considerando os dados comparativos aqui apresentados, pode-se verificar que as
vantagens tecnológicas apresentadas pelo M-777, particularmente a versão A2, que possui a
capacidade de disparar a granada excalibur, são razoáveis. Por outro lado, a diferença de custo que
separa as duas armas é muito significativa. Também é preciso considerar o fator restritivo referente
ao elevado valor de aquisição da granada excalibur, única que oferece vantagem de alcance ao
Obuseiro M-777, fazendo com que não fosse usada em larga escala nem mesmo pelo Exército
dos Estados Unidos. Assim, observa-se que ambos os Obuseiros possuem significativa relevância
na atualidade, sendo o valor um fator de decisão de grande importância.
b. Meios de Reconhecimento no US ARMY
Nos três tipos de Brigade Combat Teams (BCT), existem basicamente duas unidades similares
às organizações militares de cavalaria do Exército Brasileiro, responsáveis, entre outras, pelas
missões de Reconhecimento e Segurança:
- o Combined Arms Battalion (CAB): unidade valor batalhão que combina companhias de
infantaria blindadas e esquadrões de carros de combate e é orgânico somente das brigadas blindadas
(Armored BCT); e
- o Cavalry Squadron: tropa valor unidade, com as missões típicas da cavalaria mecanizada
brasileira - reconhecimento e segurança. É orgânico dos três tipos de BCT.

1) Combined Arms Battalion


O CAB é o principal meio de combate terrestre americano para a realização de operações
ofensivas e tem como missão central cerrar sobre o inimigo para destruí-lo pelo fogo, manobra e ação
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de choque ou repelir o assalto inimigo pelo fogo e pelo contra-ataque. O batalhão combina os esforços
de companhias de infantaria blindadas (Inf Bld) e esquadrões de carros de combate (CC) para executar
as missões táticas impostas pela brigada. A partir de 2016, o US ARMY alterou a estrutura de suas
brigadas blindadas, com profundas modificações nos CAB orgânicos, num projeto denominado “K
Series”. Cada CAB perdeu uma de suas subunidade, passando a possuir somente três peças de
manobra.
O quadro abaixo apresenta as principais alterações na organização dos CAB e sua estrutura
atual:

Figura 07: Organização dos CAB

Os CAB possuem organização praticamente idêntica, independente de terem predomínio de


CC ou de Inf Bld. Sua Companhia de Comando (HHC), além das tropas destinadas ao apoio logístico
e ao comando e controle do batalhão, possui um pelotão de reconhecimento, um pelotão de morteiros
pesados e uma seção de sniper.

Figura 08: Companhia de Comando/CAB

2) Cavalry Squadron
Independente de sua natureza, toda BCT possui um Cavalry Squadron (a partir de agora
tratado como Regimento de Cavalaria) em sua organização. Cada unidade é adaptada para a apoiar
sua brigada enquadrante, com profundas diferenças entre elas.
O ATP 3-20.96, de 12 de maio de 2016, estabelece as missões, a organização, as capacidades
e as limitações do regimento, bem como as tropas que normalmente reforçam suas ações.
O quadro de organização e a dotação de material de cada regimento de cavalaria é bem
característico, mantendo a mesma natureza da brigada enquadrante. Desse modo, os regimentos são
dotados de tipos diferentes de viaturas e possuem esquadrões bastante heterogêneos, mantendo em
comum, somente, a missão de prover reconhecimento e segurança.
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a) Brigada Blindada
O regimento orgânico das brigadas blindadas é organizado a três esquadrões de cavalaria e
um esquadrão CC. Cada esquadrão de cavalaria é dotado de dois pelotões de reconhecimento
embarcados em viaturas de combate de cavalaria (CFV) e uma seção de morteiros 120 mm, também
embarcada em veículos blindados.

Figura 09: Esquadrão de Cavalaria/Brigada Blindada

b) Brigada de Infantaria
O regimento de cavalaria orgânico das brigadas de infantaria é organizado a dois esquadrões
de cavalaria motorizados e um esquadrão de cavalaria “desmontado”. O esquadrão motorizado é
composto de três pelotões de reconhecimento dotados de viaturas táticas leves HUMVEE (HMMWV
M1151A1 / M1167A1) e uma seção de morteiros pesados.

Figura 10: Esquadrão de Cavalaria Motorizado/Brigada de infantaria


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O esquadrão desmontado tem como missão principal realizar ações de reconhecimento e
segurança em terrenos complexos e possui reduzidos meios de transporte orgânico. É composto por
dois pelotões de reconhecimento desembarcados, uma seção de morteiros 60 mm e uma seção de
snipers.

Figura 11: Esquadrão de Cavalaria “Desmontado”/Brigada de infantaria

c) Brigada de Infantaria Mecanizada (Stryker BCT)


O regimento de cavalaria das brigadas Stryker possui o maior poder de fogo entre as
unidades de cavalaria existentes. Assim como a brigada, é completamente organizado sobre a viatura
Stryker - veículo blindado de combate médio com quatro eixos - e possui três esquadrões mecanizados
e um esquadrão de armas anti-carro.
Cada esquadrão mecanizado possui dois pelotões de reconhecimento e uma seção de
morteiros

Figura 12: Esquadrão de Cavalaria /Brigada Stryker

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3) Os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT)
O Exército dos EUA faz uso de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) ou Sistemas
Aéreos Remotamente Pilotados (SARP) para missões de reconhecimento, vigilância e inteligência.
Aeronaves de dotação das outras Forças Singulares, notadamente da Força Aérea dos Estados Unidos,
também, são empregadas em proveito de tropas do Exército em operações terrestres unificadas e
operações conjuntas. Ao todo, o Departamento de Defesa dos EUA possui mais de 7.500 (sete mil e
quinhentos) VANT, organizados em cinco categorias ou grupos, conforme as capacidades
operacionais, dimensões, tipo de emprego e custo de cada modelo.

Número de Estações de Custo Operacional


GRUPO Modelo
Aeronaves Controle aproximado por
(VANT/SARP)
Disponíveis Terrestre sistema em (US$)

gMAV/T-Hawk 377 194 -

1 SAUS Puma 39 26 250.000

RQ-11 Raven 5.346 3.291 167.000

2 Scan eagle 122 39 100.000,00

3 RQ-7 Shadow 364 262 11,1 Milhões

MQ-1 Grey Eagle 26 24 20 Milhões


4
MQ-1 Predador 108 61 20 Milhões

MQ-9 Reaper 276 61 28.4 Milhões


5
RQ-4 Global Hawk 36 7 140 a 211 Milhões

a) Grupos e modelos de VANT em uso nos EUA (Fonte: Zachary Morris)


Os VANT são empregados em missões de inteligência, vigilância, busca de alvos e
reconhecimento (ISTAR), de forma integrada e complementar aos meios tradicionais. De acordo com
estatísticas de adestramento, até 60% dos dados de inteligência obtidos no nível “batalhão de
infantaria” são provenientes de VANT. A tabela a seguir apresenta algumas especificações técnicas
dos VANT dos grupos 1 ao 3.

Grupo 1 2 3

Modelo Raven Puma T-Hawk Scan Eagle Shadow

Alcance 10 Km 20 Km 8 a 10 Km 1.500 Km 735 Km

Teto operacional 500 Ft 500 Ft 50 Ft 15.000 Ft 8.000 Ft

Autonomia 60/90 minutos 3 horas 40 minutos 24 horas 5,5 horas

Comprimento 0,9 m 1,4 m 59 cm de diâmetro 1,37 m 3,4 m

12
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Envergadura 1,4 m 2,8 m 3,11 m 4,27 m

Peso 1,9 Kg 6,3 Kg 8 Kg 12 Kg 27 Kg

Com a mão ou em Catapulta Catapulta


Lançamento Com a mão
trilho pneumática hidráulica
Pouso e
decolagem
Autônomo ou vertical
“Aterragem Sistema Pouso em pista
Recolhimento “aterragem
profunda” SkyHook de 95 metros
profunda”

Observação Asa Fixa Asa Fixa Quadricóptero Asa Fixa Asa Fixa

b) Características gerais dos VANT (os dados variam de acordo com o modelo e a versão)
O T-Hawk, de mais fácil uso, permite o emprego imediato em situações inopinadas. Os
modelos Raven e Puma, dotados de recursos mais sofisticados, tornam-se uma melhor opção para o
emprego sistematizado dentro do escopo de um plano de reconhecimento ou esforço de
busca específico.
As brigadas (Brigade Combat Team - BCT) são dotadas do sistema Shadow (grupo 3) para
emprego no nível tático. Um pelotão de VANT Shadow, orgânico da Companhia de Inteligência
Militar do batalhão de tropas de emprego geral da BCT, dispõe de:
- 04 (quatro) VANT com capacidade para operações diurnas e noturnas;
- 02 (duas) estações ou terminais terrestres de dados;
- 01 (um) lançador hidráulico (catapulta pneumática); e
- 02 (duas) viaturas sobre rodas.
O Pel Shadow orgânico da BCT possui um efetivo aproximado de 23 homens. Para transportar
todo o Pel (pessoal e material) são necessárias 03 (três) aeronaves C-130. As brigadas de aviação
(Combat Aviation Brigade - CAB) também dispõem desse modelo de VANT, empregando-os de
forma integrada com os helicópteros de ataque AH-64 Apache.
Ao contrário dos modelos pertencentes aos grupos 4 e 5, os VANT dos grupos 1, 2 e 3 não
realizam missões de ataque. A versão mais recente do míssil Hellfire (AGM-114 R Hellfire II) pode
ser transportada e disparada a grande altitude a partir de plataforma aérea remotamente pilotada – o
míssel hellfire faz parte da dotação do helicóptero Apache.
As divisões de exército não dispõem de unidades orgânicas de inteligência. Os Batalhões de
Inteligência Militar, orgânicos da Expeditionary Military Intelligence Brigade, pertencem ao escalões
corpo de exército ou superior, embora possam ser empregados sob o comando operacional das
divisões. Essas OM não possuem VANT, pois seu trabalho se concentra na análise e não na busca de
dados. O 75º Regimento Ranger possui um Batalhões de Inteligência Ranger experimental, sua
Companhia de Inteligência Militar é dotada de VANT do grupo 1.
4) Brigada de Aviação de Combate (CAB)
A CAB proporciona ao comandante de corpo ou divisão uma vantagem de manobra, que pode
superar os inconvenientes de terrenos limitados e longas distâncias. Aeronaves de ataque,
Reconhecimento, utilidade e carga podem manobrar independentemente, sob o controle do corpo ou
divisão na área profunda do escalão considerado ou dentro de uma Área de Operações atribuída.
Alternativamente, os meios de ataque, reconhecimento, utilidade e carga da CAB podem estar sob
controle operacional (OPCON), Controle Tático (TACON), apoio geral ou apoio direto a outra
brigada, conforme a situação apropriada.
5) Companhia de Inteligência Orgânicas dos Batalhões de Engenharia das BCT
As companhias de Inteligência dos Batalhões de Engenharia possuem pelotões de análise de
informações. Esses pelotões são dotados de uma seção de Sistema Aéreo Tático não Tripulado
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(TUAS) que fazem os apoio aos pelotões. Todas as informações obtidas dos reconhecimentos são
levadas ao decisor para a tomada de decisões.

Figura 13: Companhia de Inteligência dos BEB

c. Novas funcionalidades do Instrumento de Reconhecimento e Avaliação (ENFIRE)


Prosseguindo na apresentação das principais iniciativas da Engenharia do Exército dos EUA
que visam a encontrar soluções rápidas para problemas complexos encontrados no terreno, este
artigo tem como objetivo apresentar as principais atualizações do Conjunto de
Instrumentos de Reconhecimento e Avaliação (Instrument Set Reconnaissance and Survey),
conhecido como EN-FIRE.
Segundo a doutrina do Exército dos EUA, o reconhecimento de engenharia consiste em tarefas
que são realizadas para se obter (por observação visual ou por métodos de detecção) informações
sobre as atividades e recursos locais de um inimigo ou para se obter dados relativos às
características meteorológicas, às hidrográficas às geográficas de uma determinada área.
O reconhecimento de Engenharia é amplo, envolve várias disciplinas (Engenharia de
Combate, Engenharia Geral e Engenharia Geoespacial) e possui aplicação focada em
capacidades técnicas, sendo empregado a todas as formas de reconhecimento (itinerário, zona, área
e reconhecimento em força). O alcance do reconhecimento de engenharia e a relação entre as três
disciplinas da Arma podem ser observados na Figura 14.

14
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Figura 14: Alcance das capacidades do reconhecimento de engenharia.

As Equipes de Reconhecimento de Engenharia (Engineer Reconnaissance Team - ERTs), nas


Brigadas de Combate (Brigade Combat Team - BCT), são formadas pelos elementos especializados
das Companhias de Combate orgânicas do Batalhão de Engenharia da Brigada (Brigade Engineering
Battalion - BEB). As equipes possuem uma série de atribuições, entre elas: operação de
comunicações digitais e de sistemas automatizados de reconhecimento (ENFIRE), foco deste
artigo.
Nesse sentido, em janeiro de 2019, no Fort Leonard Wood / Missouri, a Diretoria de
Produtos de Sistema de Informações de Terreno de Combate (Product Director Combat Terrain
Information Systems – Pd CTIS) realizou a apresentação da nova versão do software do ENFIRE
(versão 8.0), substituindo a versão 7.0, de 2017 e dos novos materiais que compõem o kit do
referido equipamento, conforme Figura 15.

15
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Nr Descrição Nr Descrição Nr Descrição Nr Descrição

Analisador
1 Cabo da antena 6 GPS 11 Bateria extra PC 16
de solo

Medidor de
2 Cabo para o PC 7 Computador 12 Câmera digital 17 qualidade de
água

Adaptador para porta Cabo serial do Medidor de Mesa de


3 8 13 18
serial telêmetro distância a laser apoio

Cabo USB do Lente


4 Telêmetro laser 9 14 Fluorímetro 19
telêmetro teleobjetiva

5 Antena 10 Cinto 15 Detector de gás 20 Tripé


Figura 15: Kit ENFIRE e legenda dos materiais componentes.

O ENFIRE é um conjunto de ferramentas digitais usado por engenheiros para executar o


reconhecimento de atividades de combate, construção e de avaliações. O equipamento fornece ao
Engenheiro a capacidade de executar de forma mais rápida a tarefa de reconhecimento, reportando e
disseminando as informações na cadeia de comando.
As informações coletadas pela ERT são transferidas do computador militarizado/
robustecido, ou por outros dispositivos digitais aos Oficiais de Operações e Inteligência do Batalhão
e à equipe de Geoinformação da BCT, seguindo a cadeia de comando. A equipe de Geoinformação
da Brigada recebe os dados colhidos do terreno, trata as informações, disponibiliza mapas temáticos
e atualiza o banco de dados do sistema, que será compartilhado com as demais Armas (Infantaria,
Cavalaria, Artilharia de Campanha, Engenharia e Aviação).
O grande objetivo do ENFIRE é reduzir o tempo de exposição da equipe que realiza o
reconhecimento no terreno e fornecer aos usuários do sistema maior precisão e exatidão das
informações coletadas em campo. Além disso, possibilita disseminar as informações utilizando redes
ou rádios táticos existentes no Exército dos EUA. As principais capacidades do equipamento serão
apresentadas na Tabela 1.

Nr Capacidade Visão geral

Criar ou modificar um relatório de reconhecimento, eliminando lacunas de


1 Reconhecimento de
conhecimento, inserindo rodovias, pontes, túneis, bueiros ou qualquer outra obra de
itinerário
arte.

Reconhecimento de Criar relatório de reconhecimento, traçar segmentos rodoviários, adicionar pontos de


2 interesse e modificar um reconhecimento de estrada anterior.
estrada

Reconhecimento de Indicar a rota de aproximação, composição, dimensões, declive e seção transversal.


3
túnel

Reconhecimento de Disponibilizar informações sobre: tipo, uso, dimensões, número de vãos, estruturas
4
pontes críticas e classificação militar da ponte.

Disponibilizar informações sobre margens, inclinação das margens, pontos de


5 Reconhecimento de passagem, pontos de ancoragem e velocidade da correnteza, profundidade e
rios composição do solo.

16
Boletim Informativo Jan/Fev/Mar 19 Pág
Nr Capacidade Visão geral

Disponibilizar informações sobre ponto inicial, ponto final, local de travessia,


6 Reconhecimento de inclinação, velocidade da correnteza, composição do solo e pontos críticos de
locais de passagem travessia.

Registro de campo de Criar o registro de campo de mina, utilizando o aplicativo. Registrar locais de
7
mina passagem, dimensões e tipo de campo minado.

Reportar ameaças, características, impacto CBRN, indicar o tipo de proteção e


8 Reportar ameaças de
recomendações para tropa.
explosivos

Suporte para Descrever ameaças que possam afetar a navegação marítima, construções marinhas,
9 reconhecimento dragagens e atividades relacionadas à extração e exploração de petróleo.
hidrográfico

Tabela 1- Possibilidades do ENFIRE

Em resumo, o ENFIRE é um conjunto de equipamentos e softwares que podem apresentar


soluções para os trabalhos de reconhecimento de engenharia, equipes de topografia, mergulhadores
entre outras áreas, visto seu amplo campo de emprego. O sistema encontra-se em constante
aperfeiçoamento e com previsão de atualização para os anos de 2021, versão 9.0 e 2022, versão
10/Inc2.

4. ATIVIDADES DE ENSINO, INSTRUÇÃO E ADESTRAMENTO

a. O emprego de habitantes locais nos Grupos de Patrulha de Rangers Canadenses


O Canadá é o segundo país do mundo em extensão territorial, com extensão aproximada de 10
milhões de quilômetros quadrados. Devido às condições climáticas adversas de grande parte do
território, a população e a estrutura nacional se concentram ao Sul, próximos a fronteira com os
Estados Unidos, fazendo com que a vigilância do Ártico e regiões isoladas do norte país se tornem
um grande desafio para as Forças Armadas Canadenses (Canadian Armed Forces – CAF).
De forma similar ao que ocorre em muitas áreas da Amazônia brasileira, a maior parte destas
regiões afastadas do Canadá é habitada por população de origem indígena, com indivíduos que
apresentam enorme capacidade de adaptação ao terreno e suas condições adversas.
Como consequência dessa realidade, foram constituídos destacamentos denominados de Grupos de
Patrulha de Rangers Canadenses (Canadian Rangers Patrol Group – CRPG), por intermédio dos
quais as CAF empregam habitantes locais em suas ações de monitoramento e patrulhamento
terrestre.

Figura 16 e 17: Símbolo do Grupo Rangers e Grupo de Rangers Canadenses em Atividade de Patrulhamento.

17
Boletim Informativo Jan/Fev/Mar 19 Pág
Os Rangers Canadenses (Canadians Rangers), com um efetivo aproximado de 5000 homens,
integram a chamada Força de Reserva do Exército e têm como principais missões:
- realizar patrulhas;
- informar atividades suspeitas;
- coletar dados locais;
- apoiar atividades de busca e salvamento; e
- apoiar missões de resposta a desastres naturais.

Figura 18: Rangers em Apoio a operação de resgate no norte de Ontário.

Além das missões supracitadas, algumas equipes de Rangers também atuam no monitoramento
de bases do Sistema de Alerta do Norte (“North Warning System”), atividade conduzida em
parceria com os Estados Unidos. Esse sistema é operado por intermédio de radares instalados, ao
longo de toda a região norte do Canadá e do Alaska, e tem por finalidade prover um sistema de
vigilância aérea contra incursões vindas do norte.

Figura 19: Linha de Monitoramento do “North Warning System”

Atualmente o Exército Canadense conta com 5 CRPG, os quais atuam em áreas de


responsabilidade específicas, através de pequenos destacamentos distribuídos em mais de
200 comunidades, ao longo de todo o território. Abaixo as áreas de responsabilidade de cada
Grupo de Patrulha:
Grupo Área de Responsabilidade
1º CRPG, Nunavut, Território de Yukon e Territórios do Noroeste
2º CRPG Quebec
3º CRPG Ontário
4º CRPG Columbia Britânica, Alberta, Saskatchewan, Manitoba

18
Boletim Informativo Jan/Fev/Mar 19 Pág
5º CRPG Newfoundland e Labrador

Apesar de não ser uma unidade militar convencional, os Rangers possuem


equipamentos específicos e recebem treinamento militar básico para atender as tarefas que lhes
são atribuídas. De maneira geral, o adestramento ministrado é voltado para instruções de tiro,
orientação e busca e salvamento.

Figura 20: Instruções de Tiro e Busca e Salvamento

O emprego dos Rangers tem se mostrado uma solução viável e pode ser considerada uma
alternativa relativamente barata para o desafio de manter sob vigilância a enorme e inóspita região
norte do território canadense.
Por fim, guardada as devidas proporções e considerando as peculiaridades de cada região,
inclusive acerca da legislação em vigor, a ideia de empregar habitantes locais, juntamente com um
sistema de radares de vigilância eficiente, faz-nos lembrar do desafio de defender e proteger a
Amazônia brasileira e pensar na possibilidade de implementação de um sistema similar ao usado pelo
Exército do Canadá.

b. Competição de Morteiros
A Competição de Morteiros (Best Mortar Competition - BMC) é uma competição anual
conduzida pela Infantry School (McoE-Fort Benning), na qual participam Seções de Morteiro das
Forças Armadas dos EUA e de países aliados e tem por finalidade avaliar o nível de adestramento
das guarnições constituídas de morteiros.
A competição tem duração de três jornadas, sendo composta por diversas provas como: pista
de obstáculos; técnicas e execução de tiro real (morteiros 60 mm, 81 mm e 120 mm); marcha
orientada (diurna e noturna); pistas de primeiros-socorros; entre outras.
As oficinas avaliam as principais habilidades dos combatentes de manobra, em especial,
aquelas relacionadas ao apoio de fogo de morteiro que buscam a rapidez, a precisão e a eficácia dos
tiros nas diversas situações do combate.
Participam da competição 01 (uma) equipe de cada Divisão ou de Brigadas independentes do
US Army, 01 (uma) dos Fuzileiros Navais, além de equipes internacionais convidadas. A competição
tem se mostrado, com o passar dos anos, como uma excelente ferramenta tanto para mensurar o nível
quanto o processo de condução do adestramento das guarnições das peças de morteiro, além de
proporcionar motivação e desenvolver a camaradagem entre os seus militares.

19
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Figura 21: I Competição de morteiro US Army

c. Operação Inherent Resolve


A Operação Inherent Resolve (OIR) representou o engajamento de uma coalizão de mais de 30
(trinta) países, liderada pelo Comando Central dos EUA (CENTCOM) com o propósito de destruir a
organização salafista jihadista autoproclamada Estado Islâmico (EI), na Síria e no Iraque.
A presente sinopse tem por objetivo apresentar as principais ideias expressas durante o painel
intitulado “Operação Inherent Resolve 2017-2018: observações, insights e lições aprendidas”,
proferido pelo Major General britânico Felix Gedney e pela Brigadeiro da Força Aérea dos EUA
Leah Lauderback, em 8 OUT 18, durante a conferência anual da Associação do Exército dos EUA
(AUSA-2018) na capital Washington.
1) Complexidade do ambiente operacional
A guerra na Síria constitui um cenário de ameaças híbridas. O ambiente operacional
caracterizava-se por uma enorme diversidade de atores, estatais e não-estatais, cada qual com suas
próprias motivações e objetivos. Além das forças da coalizão, foram destacados:
- EI (organização salafista jihadista internacional, que operava a partir de sua base territorial
no Iraque e na Síria);
- milícias locais, grupos insurgentes e organizações de luta armada de diferentes matizes,
engajadas na guerra civil síria, incluindo outras organizações salafistas jihadistas, como o grupo Al-
Nursa (organização filiada à Al Qaeda), por exemplo;
- atores armados não estatais de países vizinhos, notadamente o “Partido de Deus” xiita
libanês (Hezbollah);
- o governo do ditador Bashar al-Assad, encastelado em Damasco, e suas forças armadas;
- tropas do Iraque (país membro da coalização liderada pelo CENTCOM);
- unidades regulares iraquianas e forças Quds (forças especiais da Guarda Revolucionária);
- forças russas (incluindo o emprego de uma companhia militar privada); e
- Israel, que eventualmente realizava incursões e bombardeios contra alvos localizados em
território sírio, sob o pretexto de proteger suas próprias fronteiras.
Tamanha complexidade resultava em ambiguidade. Isto é, qualquer iniciativa, ainda que bem-
sucedida, gerava, ao mesmo tempo, resultados positivos e negativos.
2) Diferentes perspectivas de vitória
Em face da enorme multiplicidade de atores, existiam diferentes perspectivas de vitória e
variadas percepções acerca de perdas e ganhos, sobretudo nos níveis político e estratégico.
20
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3) Universalidade do acesso a inovações tecnológicas
A imensa oferta tecnológica estava facilmente disponível no TO. Além do uso irrestrito de
dispositivos de comunicação, notadamente smartphones e Internet, foi enfatizado o intenso uso de
drones pelo EI (veículos aéreos não tripulados).
4) Ambiente informacional contestado
O ambiente informacional era intensa, indistinta e simultaneamente explorado por diferentes
atores. Os painelistas chamaram a atenção para o grande volume de ataques informacionais
executados por todos os contendores.
5) Desafio da estabilização
De acordo com os painelistas, as operações de estabilidade e apoio ou, simplesmente, as
campanhas de pacificação representam a fase mais importante do conflito. Porém, o Teatro de
Operações sírio trouxe um novo e significativo desafio: o governo em Damasco não era “parceiro”
ou “aliado” nos esforços de estabilização empreendidos dentro de seu próprio território. Ao contrário,
segundo a perspectiva da coalizão, representava uma força hostil. Ademais, os esforços de
estabilização deveriam ser conduzidos concomitantemente com ações cinéticas de maior letalidade
no terreno.
6) Presença Russa
O governo russo, com um efetivo muito reduzido de tropas, obteve resultados
surpreendentemente expressivos. Ou seja, com um “investimento” tático muito modesto, a Rússia
obteve notáveis ganhos políticos e estratégicos. Os russos não só fizeram uso de forças nativas
(milícias locais) como também “contrataram” os serviços de uma companhia militar privada, a fim
de minimizar o engajamento direto de suas forças armadas e assim reduzir os potenciais riscos
políticos da missão (danos colaterais sobre a população civil, baixas entre soldados da Federação
Russa, exposição na mídia etc.).
7) Combate em múltiplos domínios
Os painelistas procuraram destacar que a OIR serviu como um possível indicador dos desafios
inerentes à nova doutrina do “combate em múltiplos domínios”.
A cruenta guerra civil na Síria é merecedora da atenção de analistas e estudiosos que se dedicam
a realizar análises prospectivas dos conflitos do século XXI. Sua enorme complexidade (nos níveis
político, estratégico, operacional e tático), o emprego de tecnologias emergentes e seu caráter híbrido
fizeram dela um “laboratório” para os próximos conflitos.

d. Processo de preparação para a Escola de Estudos Militares Avançados (School of Adanced


Military Studies - SAM)
Localizada em Fort Leavenworth, estado do Kansas, Estados Unidos da América, a Escola de
Estudos Militares Avançados (School of Advanced Military Studies - SAMS) tem por missão formar
líderes militares das forças armadas dos EUA, nos níveis operacional e estratégico. A escola oferece
três programas de treinamento para oficiais superiores, dentre os quais se destaca o Programa de
Estudos Militares Avançados (AMSP). Com duração aproximada de onze meses, o AMSP objetiva
desenvolver planejadores capazes de assessorar comandantes, nos níveis operacional e estratégico, a
encontrar soluções para problemas militares complexos, em ambiente multinacional e interagência.
Dessa forma, o AMSP oferece vagas para militares norte-americanos, concludentes de cursos de altos
estudos militares (Marinha, Exército, Aeronáutica, Guarda Nacional, Guarda Costeira e Fuzileiros
Navais), para civis funcionários de agências governamentais norte-americanas (FBI, CIA, DEA,
NSA, entre outras) e para oficiais estrangeiros matriculados na ECEME/EUA (U.S. Army Command
and General Staff College – CGSC).
O currículo é composto de cinco disciplinas a saber: Teoria da Arte Operacional; Evolução
da Arte Operacional; Contexto Estratégico da Arte Operacional; Design e Arte Operacional; e, por
fim, cenários prospectivos. Cinco exercícios simulados, com duração média de 15 dias, proporcionam
a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. Após a apresentação de projeto monográfico, o
concludente do programa recebe o título de mestre em operações militares, reconhecido pelo sistema

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de ensino universitário norte-americano. A análise do programa, particularmente de seu conteúdo,
permite afirmar que não há curso equivalente oferecido pelas escolas militares brasileiras. Possuir
massa crítica de oficiais habilitados nas competências desenvolvidas pela Escola de Estudos Militares
Avançados poderia contribuir, portanto, para o desenvolvimento do pensamento operacional e
estratégico, particularmente em cenários prospectivos.
O programa é concorrido. Todos os candidatos, nacionais e estrangeiros, precisam obter
aprovação em processo seletivo, composto das seguintes etapas: apresentação de títulos; prova de
proficiência no idioma inglês para estrangeiros (Nelson-Denny Test); prova teórica das disciplinas
geografia, história militar, geopolítica, doutrina militar terrestre e simbologia militar; redação sobre
assuntos geopolíticos contemporâneos; e, finalmente, entrevista. Para os oficiais estrangeiros, é
fundamental obter elevado resultado no Nelson-Denny Test. Por ser um curso de caráter analítico, o
domínio do idioma inglês, particularmente na capacidade leitora e escrita, possui caráter decisivo e
eliminatório. Nesse sentido, ressalta-se que um eventual candidato brasileiro irá concorrer em
igualdade de condições com oficiais ingleses, australianos, neozelandeses ou irlandeses. Todos são
considerados internacionais para efeitos de seleção. Desde 1984, quando a escola iniciou suas
atividades, o Brasil se fez representar com apenas um oficial, o Cel Inf Gerson Rolin da Silva, no ano
de 2012.
É possível alterar esse cenário. Em pesquisa informal conduzida com oficiais estrangeiros,
que obtiveram aprovação no concurso, três aspectos merecem destaque no que tange ao processo de
preparação: os estudos foram iniciados nos países de origem, antes, portanto, da chegada ao CGSC;
havia, nos países de origem, um oficial ex-aluno do AMSP/SAMS designado como orientador de
estudo; e, por fim, houve disponibilização de recursos humanos e materiais para auxiliar a preparação.
Seria oportuno, portanto, que oficiais brasileiros pudessem contar com estrutura semelhante, a fim de
minimizar o hiato que existe, atualmente, em relação à preparação individual para o concurso. A
maior parte dos oficiais brasileiros, por exemplo, toma conhecimento da existência do AMSP/
SAMS e dos detalhes do processo seletivo, durante a apresentação para o Curso de Comando e
Estado-Maior do Exército dos EUA, dois meses antes do primeiro exame.
Finalmente, embora haja rumores de critérios subjetivos no processo de seleção, nada nesse
sentido pode ser afirmado categoricamente. Essa variável só poderá ser testada a partir do momento
em que os oficiais brasileiros obtiverem o máximo desempenho possível nos critérios objetivos, ou
seja, nas provas do concurso de seleção, em especial a prova de inglês. Oficiais brasileiros que
frequentam o CGSC são frequentemente citados como exemplos de dedicação, inteligência e
destacada capacidade organizacional. Dessa forma, é possível afirmar que medidas como preparação
antecipada, orientação específica e disponibilização de recursos seriam suficientes para inseri-los no
seleto universo de alunos concludentes do AMSP/SAMS, contribuindo, portanto, para o
desenvolvimento do pensamento operacional e estratégico no Exército Brasileiro.

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Realização:

Oficiais de Ligação do Exército Brasileiro junto ao US ARMY

TRADOC CAC MCoE MSCoE FCoE

Comando de Centro de Armas Centro de Centro de Centro de


Adestramento e Combinadas Excelência de Excelência de Excelência de
Doutrina Manobra Apoio a Manobra Fogos

Oficiais de Intercâmbio junto ao US ARMY Oficial de Ligação do Exército


Brasileiro junto ao Exército do Canadá

WHINSEC USAWC CADTC

Instituto do War College Centro de


Hemisfério Doutrina e
Ocidental para a Treinamento do
Cooperação em Exército do
Segurança Canadá

Contatos:
oligtradoc@gmail.com
oligmcoe@gmail.com
adjexeua@gmail.com

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