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Notificação eficaz gera novas ferramentas de trabalho na


saúde preventiva
Posted By On 2 de outubro de 2014 @ 19:15 In Notícias | Comments Disabled

Embora seja desconsiderada por alguns, a notificação no serviço de saúde é de fundamental


importância para se estabelecer novas estratégias de trabalho. O enfermeiro é um dos
profissionais listados para exercer essa atividade

Para a saúde pública, notificação é a comunicação


da ocorrência de determinada doença ou agravo à
saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais
de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção
de medidas de intervenção pertinentes, segundo
explica o Guia de Vigilância Epidemiológica do
Ministério da Saúde (MS), de 2010. Notificar não é
“simplesmente preencher mais um papel, aumentar
a burocracia ou dificultar o trabalho com algo sem
importância”, como alguns consideram. Entender
sua importância é peça-chave para o controle,
redução, prevenção e erradicação de muitas
[1]
doenças e agravos.

As fichas de notificação individuais devem


O principal motivo da notificação é fornecer para os
ser preenchidas para a compreensão de
órgãos competentes informações de
como ocorreu a doenças/agravos/eventos e
doenças/agravos/eventos, que são transmissíveis,
sua evolução
apresentam letalidade ou outro tipo de impacto na
saúde. A partir disso, poderão ser tomadas medidas
de promoção, proteção e controle. Vale ressaltar que, na maior parte dos casos, a doença não
precisa ser confirmada para que seja realizada o registro. Caso não sejam notificados os casos
suspeitos, pode-se perder ou comprometer a oportunidade de intervir de forma oportuna, eficaz
e eficiente na disseminação da doença.

Não é descrédito para o estado, município ou unidade de saúde notificar algo. Ao contrário disso,
reconhecer a ocorrência de doenças/agravos/eventos é ser antes de tudo cidadão e entender
que a partir dessa postura, medidas de saúde serão adotadas com o intuito de proteger a
população. Os dados notificados são de caráter sigiloso, sendo sua divulgação realizada sob
critérios éticos e, quando necessário, para o conhecimento da população, jamais expondo
nenhum cidadão.

As notificações são realizadas por meio de fichas de notificação individuais, que possuem campos
para preenchimento essenciais para a compreensão de como ocorreu a doenças/agravos/eventos
e sua evolução. Esse procedimento é feito dentro do Sistema Nacional de Agravos de Notificação
(Sinan) ou em sistemas estaduais ou municipais, criados exclusivamente para essa finalidade. A

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partir da notificação uma série de medidas é gerada com o objetivo de determinar o provável
local inicial de disseminação (se for o caso), sua extensão, como está se disseminando e o quê
fazer para interromper o ciclo de propagação.

Segundo informação da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), o enfermeiro é um


dos profissionais que mais tem contribuído para a implementação e funcionamento dos sistemas
de notificação e, consequentemente, de vigilância. Mas, para que esses sistemas continuem
funcionando e sendo aprimorados é imprescindível o conhecimento das portarias, protocolos,
fluxos e fichas de notificação por parte do corpo técnico.

As notificações catalogadas pelas vigilâncias epidemiológicas, em âmbito municipal e estadual,


tem sido a maior fonte de informações. Outras fontes de informação que temos são os
laboratórios, inquéritos epidemiológicos, levantamentos epidemiológicos, sistemas sentinelas.
Também no processo de investigação de um caso inicial, diagnosticam-se outros casos que não
haviam sido notificados. Outras vezes, doenças/agravos/eventos se tornam conhecidos através
da imprensa e população.

Da mesma forma que a informação segue o fluxo ascendente dentro dos municípios, estados e
da União, a retroalimentação para todos os componentes envolvidos também deve ser realizada.
Em Goiás, a gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis tem implantado a
divulgação de boletins informativos, notas técnicas com informações epidemiológicas e
divulgação das informações através do site www.visa.goias.gov.br.

Exemplos possíveis – Todas as informações geradas por meio do monitoramento, que é


proporcionado pelo correto e completo preenchimento das fichas, subsidiam a tomada de
decisão pelos gestores do Sistema Único de Saúde, que implicam diretamente na elaboração de
políticas e programas públicos. Igualmente formulam-se redes de atendimento aos pacientes,
caso seja verificada o impacto e importância da incidência da doença “X”, numa área de
abrangência “Y”. Pode-se diagnosticar, por exemplo, que determinada doença/agravo tem
ocorrido recorrentemente em determinados lugares dentro de um estado, merecendo então
esses municípios, uma atenção maior, que pode culminar até em liberação de recursos
específicos para o controle, e quem sabe até para sua erradicação. E isso tem acontecido de
fato.

A partir da notificação vários passos podem ser desencadeados. Por exemplo, se for detectada
que determinada faixa etária tem sido mais acometida por uma doença e que mesmo sendo
submetida ao tratamento de protocolo, com diagnóstico precoce, continua a ter altos índices de
óbitos, isso aponta para as vigilâncias que o tratamento não está sendo eficaz. É hora de se
rediscutir a mudança do fármaco e procedimento preconizado.

Regulamentação – Em 1975, foi instituída a Lei Federal nº 6.259, regulamentada pelo Decreto
nº 78.231 no ano seguinte, que estabelece a organização das ações de Vigilância
Epidemiológica, Vigilância Sanitária, do Programa Nacional de Imunizações, prevendo inclusive
as normas relativas à notificação compulsória de doenças, dentre outras providências. De lá para
cá, foram editas novas portarias do MS listando um rol de doenças/agravos/eventos que devem
ser notificados.

Atualmente, se encontra em vigor a Portaria nº 104/Gabinete do Ministro/MS de 25 de janeiro de


2011. Além de estabelecer o que deve ser notificado, essa Portaria diz quem pode notificar:

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enfermeiros, médicos, odontólogos, médicos veterinários, biólogos, biomédicos, farmacêuticos e


outros no exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e
estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino.

Alvos de notificação compulsória

Segundo a Portaria nº 104/Gabinete do


Ministro/MS, devem ser notificados: Botulismo,
Carbúnculo ou Antraz, Cólera, Coqueluche, Dengue,
Difteria, Doença de Creutzfeldt-Jakob, Doença
Meningocócica e outras Meningites, Doenças de
Chagas Aguda, Esquistossomose, Febre Amarela,
Febre do Nilo Ocidental, Febre Maculosa, Febre
Tifóide, Hanseníase, Hantavirose, Hepatites Virais,
Influenza humana por novo subtipo, Leishmaniose
Tegumentar Americana, Leishmaniose Visceral,
Leptospirose, Malária, Paralisia Flácida Aguda,
Peste, Poliomielite, Raiva Humana, Rubéola,
[2]
Sarampo, Síndrome da Rubéola Congênita,
Exemplo de ficha de notificação
Síndrome Respiratória Aguda Grave associada ao
Coronavírus (SARS-CoV), Tétano, Tuberculose,
Tularemia, Varíola, doença conhecida sem circulação ou com circulação esporádica no território
nacional que não constam no Anexo I da Portaria nº 104, como Rocio, Mayaro, Oropouche, Saint
Louis, Ilhéus, Mormo, Encefalites Equinas do Leste, Oeste e Venezuelana, Chikungunya,
Encefalite Japonesa, entre outras. Em âmbito estadual devem ser notificadas ortopóxiviroses,
Doença de Chagas Crônica, Micoses Sistêmicas (histoplasmose, criptococose, coccidioidomicose,
paracoccidioidomicose), segundo Resolução n° 4/2013 – GAB SES/GO.

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