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Marabá, Pará
2022
ROBERTA CRUZ CORREIA
Uma Etnografia Nômade: Dialogando com as Medicinas da Floresta e
Ervas Sagradas em Marabá-PA
Marabá, Pará
2022
ROBERTA CRUZ CORREIA
Uma Etnografia Nômade: Dialogando com as Medicinas da Floresta e
Ervas Sagradas em Marabá-PA
BANCA EXAMINADORA
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Marabá, Pará
2022
AGRADECIMENTOS
Este trabalho faz parte de uma etnografia multi-situada, onde realizei pesquisas
em três contextos, sendo eles o Santo Daime, o Sagrado Feminino e um
terreiro da Umbanda, na cidade de Marabá, situada no Sudeste do Estado do
Pará. Cujo objetivo é evidenciar a agência das plantas, a importância da vida
vegetal e as relações delas com os humanos. Foi identificado as plantas
utilizadas em rituais, e também tabelas com nome científico, vernacular,
origem, função e uso de acordo com cada um desses contextos. Desta forma,
foram realizados registros fotográficos, entrevistas semi estruturadas e
pesquisa bibliográfica. A partir desta pesquisa pôde-se identificar poucas
produções quanto à discussão do tema na região. Por fim, com as entrevistas e
as idas ao campo, fica evidenciado a importância das medicinas da floresta e
ervas em relação aos grupos estudados.
Palavra-chave: medicinas da floresta; ervas medicinais; umbanda; santo daime;
antropologia; etnografia; sagrado feminino.
ABSTRACT
This work is part of a multi-sited ethnography, where I carried out
research in three contexts, namely the Santo Daime, the Sagrado Feminino and
an Umbanda terreiro, in the city of Marabá, located in the Southeast of the State
of Pará. The objective of which is to highlight the agency of plants, the
importance of plant life and their relationships with humans. The plants used in
rituals were identified, tables were made with scientific and vernacular names,
origin, function and use according to each religion, photographic records, semi-
structured interviews and bibliographic research were carried out. From this
research, it was possible to perceive a difficulty regarding the discussion of the
theme in the region. Finally, with the interviews and field trips, the importance of
forest and herbal medicines in relation to the groups studied is evidenced.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Primeiro trabalho de campo no Santo Daime em 2016………………..9
Figura 2 . Plantas usadas na defumação durante os trabalhos no Santo Daime,
a esquerda a almesca (Protium spruceanum (Benth.) Engl.) e na direita o
alecrim (Rosmarinus officinalis L.).....................................................................14
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Plantas utilizadas no São José…………………………………………18
Tabela 2. Plantas utilizadas durante o sagrado feminino………………………..30
Tabela 3. Plantas do Orixá Exu utilizadas na Umbanda, enviadas pelo Pai de
Santo Antônio por mensagem no
whatsapp…………………………………………………………………………..….40
Tabela 4. Ervas e substâncias utilizadas na defumação………………………...46
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 1
1. TRAJETÓRIA DA PESQUISA 5
2. ERVAS SAGRADAS NO CENTRO DE ILUMINAÇÃO CRISTÃ LUZ UNIVERSAL
SÃO PEDRO 8
3. ERVAS E MEDICINAS DA FLORESTA EM RITUAIS DO SAGRADO FEMININO 19
4. ERVAS NO TEMPLO SÃO MIGUEL 32
5. MOSAICO DE EXPERIÊNCIAS ETNOFOTOGRÁFICAS 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS 65
REFERÊNCIAS 66
1
INTRODUÇÃO
De acordo com a forma que realizei trabalho de campo e a própria
construção etnográfica, faço uma analogia à palavra nômade com a etnografia
multi local ou multi situada, na qual, segundo a teoria de Marcus (1993):
O estudo geral da etnografia multi local está localizado dentro de
estudos de esfera de trabalho interdisciplinar, incluindo mídia, ciência
e tecnologia e estudos culturais, são consideradas várias as
estratégias de “rastreamento” que moldam a pesquisa multi local.
1. TRAJETÓRIA DA PESQUISA
Quando comecei o curso de ciências sociais em dois mil e dezesseis,
participei de um trabalho de campo, realizado na disciplina de Teoria
Antropológica I, coordenado pela Antropóloga Gisela Macambira Villacorta 1, no
centro do Santo Daime Centro de Iluminação Cristã Céu de Cerejeiras, minha
experiência foi muito intensa, o que me abriu as portas para um novo mundo.
Desde esse dia, continuei sentindo muito desejo em retornar a aquele lugar e
participar mais vezes, e assim eu fiz, depois de um tempo retornei e comecei a
participar com mais frequência.
Na mesma disciplina, posteriormente foi realizado um seminário e junto
com grupo que havia ido ao campo, falamos a respeito de como foram as
nossas experiências no Santo Daime para turma. Houveram alguns
questionamentos e curiosidades em relação à como a pessoa ficava com o
efeito do chá e como eram as “mirações” ou “visões” com ayahuasca.
Desta forma, em dois mil e dezessete, passei a frequentar outros centros
do Santo Daime em Marabá, inclusive este desta pesquisa. Dentro de minhas
experiências com o autoconhecimento, ou seja, o conhecimento que uma
pessoa tem sobre si mesma .
Após tomar daime pela primeira vez, percebi uma extrema relação com
as plantas, principalmente as medicinais, então comecei a realizar minha
segunda pesquisa, não era para nenhuma disciplina mas tinha como objetivo
escrever meu primeiro artigo, sobre as plantas utilizadas por rezadeiras em
Marabá, trabalho não concluído por falta de encontrar esses curandeiros.
Queria continuar aprendendo sobre as plantas, soube então que uma
professora de antropologia, Joseline Simone Barreto Trindade2 estava com um
projeto de cultivar plantas medicinais em uma escola no Bairro São Félix em
Marabá, busquei saber mais, me apaixonei por suas ideias e pedi para
participar como voluntária, ajudando com registros fotográficos. O projeto se
intitulava “Cultivando Plantas que curam, lavrando palavras que circulam: a
construção da horta escolar como metodologia interdisciplinar na visibilidade do
saber/fazer tradicional na Escola São Félix em Marabá”, consistia em fazer
rodas com alguns alunos e alunas e falar sobre a importância das plantas e a
partir deles, verificar quem tinha plantas medicinais no quintal de casa.
Fizemos uma ida na casa da mãe de uma dessas alunas, fiquei
responsável por fotografar e filmar, era uma casa simples mas com um quintal
muito grande e com muitas plantas, fizemos um passeio pelo quintal onde a
senhora nos mostrava casa planta e seus usos. Percebi a quantidade de
conhecimento sobre as plantas que a senhora Francisca tinha, e isso me
deixou mais animada para continuar pesquisando sobre isso. Durante o
Chegando lá, o lugar era como eu imaginava ser, um sítio com grama e
árvores, bem espaçoso e calmo. Tem um fogão a lenha onde acontece o feitio
da ayahuasca, a mistura do cipó jagube e a rainha. Colocamos as coisas na
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tempo todo achando que os áudios não estavam saindo ou tinha alguma coisa
de errado com o que eu estava fazendo, não consegui me concentrar direito e
não gostei de tirar fotos na força, achava que as pessoas não estavam
gostando e que estava sendo inconveniente, mas na verdade era só a força
mesmo me dando “peia” (popularmente conhecida entre os adeptos do Santo
Daime quando se refere à sensações desagradáveis, durante a utilização do
chá, como vômito, náuseas, tremedeiras e mal estar) .
Que possamos sentir o elemento terra, nos conectando com a mãe terra,
nós já estamos nessa conexão, basta a gente reconhecer, sentir essa
percepção de estarmos com a terra. Vamos agradecer a água que é vida, que
está em nosso corpo, agradecer a água que nós nos alimentamos, que nós
bebemos para matar a nossa sede.
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Que possamos pedir a cura para nos livrar dos sentimentos que nos
aprisionam, seja ressentimentos, ressentimentos familiares, um relacionamento
que não deu certo, desentendimento com amigos, que a gente possa se livrar
dessas mágoas, desses pensamentos, estarmos livres, com o peito aberto,
para chamar o amor interno.
Nesse momento, ela colocou músicas com flautas NAF para tocar, eu
coloquei o celular para gravar todas as músicas porque achei importante refletir
sobre as músicas tocadas durante a meditação, foram músicas xamânicas,
indígenas, ayahuasqueiras, e que sempre voltava para o lado feminino.
Falei sobre não conseguir ser a filha que meus pais queriam e que quero
muito adquirir a independência para privar a minha saúde mental, pois sinto
27
“É saber que tem uma outra pessoa do seu lado que está passando
também por dificuldades, às vezes biológicas, ginecológicas, emocionais, e
você como mulher, tendo a manifestação da grande mãe, no aspecto de dar
amor, de ter o afeto materno, que cada mulher tem, a proteção materna, o
acolhimento materno, então a gente saber escutar a nossa irmã que está do
nosso lado, entendê-la, que ela também tem dificuldades, você também tem as
suas dificuldades, você compartilhar as suas dores, compartilhar experiências,
e você crescer junto com ela, você não caminha separado lá na frente, você
caminha juntas, compartilhando justamente as experiências, e aprendendo
juntas também, e na nossa sociedade tem muito dessa questão da rivalidade, e
liberar o amor, o amor dentro do coração é reconhecer isso, e tem outras
mulheres na sociedade e elas também precisam de amor, e nós temos que
entender que elas precisam de amor assim como nós precisamos, é olhar com
mais carinho cada mulher que passa na nossa vida, mesmo aquelas mulheres
que a gente não tem nenhum contato, mas sempre olhar com carinho, na
verdade a gente deve olhar assim pra tudo, pra todos os seres existentes,
todos os animais, todos os homens, todas as mulheres, todos são
manifestação divina.
Outra coisa que foi falado aqui, essa questão da ausência paterna,
ausência materna, ou reconhecer a gratidão que nós temos que ter pela vida, o
que eu digo é, nós vivemos experiências, essas experiências elas nos movem,
torna a pessoa que nós somos atualmente, e podemos ser ainda melhores, o
que tem que fazer com essas experiências, é pegar o melhor de cada uma
delas.
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Como a Ana falou, nós temos que nos fortalecer, então existem mágoas,
existem também boas experiências e elas nos traz amadurecimento,
crescimento nos torna mais forte, então não existe bom nem ruim, existe o
nível de aprendizado que você teve com essa experiência, então a gente tem
que pegar cada experiência e tentar absorver o melhor possível, seja das
mágoas ou dos bons sentimentos.
Alessandra falou de não limitar Deus, realmente nós não devemos limitá-
lo, a gente sabe que ele é grandioso, ele é imenso, e ele é tão grandioso que
ele se manifesta nas coisas mais simples, e ele se manifesta dentro de nós
mesmos, então não necessariamente você vai encontrar Deus apenas em uma
igreja, ou apenas em uma coisa externa ou em um material, você vai encontrar
em si mesma.
7 De acordo com Mabit (2004), a ayahuasca altera não só as percepções visuais mas,
“percepções auditivas (vozes, música, explosões); percepções estéticas: perceção de contato
sobre o corpo (por exemplo de modificação do rosto); percepções olfativas: odores intensos,
nauseabundos ou muito agradáveis; percepções cruzadas: um som visto em cores, um odor
percebido como uma forma, um sabor sentido de modo tátil etc.; percepções "gerais": o sujeito
percebe a sensação de “presenças" benéficas ou malévolas; de ambientes, de atmosfera com
caráter freqüentemente indefinível que temos classificado de sensações de estranheza"
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mão pelas suas costas, que dois dias depois essa minha amiga iria ficar muito
mal.
Ela já estava a um tempo conversando comigo, só comigo, todas as
suas irmãs e irmãos da entidade já tinham ido embora, só tinha ficado ela, uma
pessoa do terreiro estava pedindo pra ela ir, pois a Cabocla Mariana havia
chegado. Antes de ir ela disse que tinha mais uma coisa para me falar, fiquei
quieta e escutei, ela me falou da pesquisa que estou realizando.
Falou que tenho uma amiga que está querendo me fazer desistir da
pesquisa e optar por uma coisa mais fácil para acabar logo com os estudos,
mas que tinha outra amiga que estava me encorajando e me animando para
realizar. E que não precisava eu desistir de estudar as plantas, pois eles têm
muito que ensinar, onde eu poderia me comunicar com Santos (pai de santo do
terreiro), que mesmo se ele estivesse muito ocupado iria colocar outra pessoa
para me apresentar todas as plantas utilizadas naquele quintal. Ela citou a
manga como planta atrativa, e falou que nem todo “mato” era veneno – nesse
momento me lembrei de que antes de ir ao terreiro ouvi um áudio de um preto
velho falando exatamente isso sobre as plantas.
Após isso ficamos calados por um tempo e depois ela disse que irei
passar por uma grande provação, e que eu tinha que me firmar na fé em Deus,
e que eu iria conseguir superar. Falou que minha mãe biológica me ama, e que
ela cuida muito de mim, mesmo longe.
Ela me perguntou se eu estava esperando conversar com uma entidade
hoje, e eu respondi que não, que era a primeira vez daquela forma e com
aquela quantidade de tempo. Ela me mandou pegar meu caderninho e anotar a
seguinte frase: "A incorporação é dada de acordo com cada mente do médium
e de acordo com a capacidade do orixá do ‘ori’ do médium”. Ela disse que
quando eu fosse falar com o Sandro, perguntasse sobre isso, que ele iria me
responder melhor.
Antes de ir, ela me perguntou se eu tinha mais alguma coisa para
perguntar e eu disse que só tinha a agradecer por todas as palavras que ela
me disse. Ela falou que eu era muito bonita e que mesmo que meus parentes
dissessem o contrário era pra eu reconhecer a minha beleza. Se despedindo,
ela afirmou que assim que subisse e saísse do corpo daquele “cavalo” iria para
o Piauí em outra gira. Eu desejei um bom trabalho a ela no Piauí e ela
agradeceu e disse que era melhor ela ir logo porque já estavam mandando ela
sair.
O homem que estava incorporado retirou seu chapéu e como um sopro,
ela saiu. Fiquei um momento com ele ali, sentados, perguntei-lhe se queria
água e ele afirmou que não. Ele parecia um pouco tonto, mas logo se levantou
e voltou para o terreiro.
Sentei perto dos tambores, não conseguia acreditar que passei tanto
tempo conversando com a Tereza. A festa continuava, a cabocla Mariana já
estava incorporada, estava com um vestido azul e um chapéu. Em um
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Tabela 3. Plantas do Orixá Exu utilizadas na Umbanda, enviadas pelo Pai de Santo Antônio por
mensagem no Whatsapp.
Lamiaceae Alecrim
Rosmarinus officinalis L.
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Lamiaceae Alfazema
Lavandula latifolia Medik.
Burseraceae Mirra
Commiphora myrrha (Nees)
Engl.
Araceae Comigo-ninguém-pode
Dieffenbachia seguine
(Jacq.) Schott
Amaryllidaceae Palha-de-alho
Allium sativum L.
Solanaceae Pimenta-malagueta
Capsicum annuum L.
Figura 9. Roda com fogueira e panos estendidos no chão, onde é servido o daime.
Fonte: desconhecido.
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Figura 15. Caboclo sendo incorporado por médium às cinco e trinta da manhã.
Figura 16. Caboclo colocando óleo de dendê na mão e depois na vela acesa, e passando na
perna de uma mulher às cinco e cinquenta e seis da manhã.
Figura 18. Sendo flagrada realizando um audiovisual às cinco e quarenta e cinco da manhã.
Figura 27. Aplicação do rapé, assoprado por Darcy Almeida em sua casa.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a etnografia, não tive um lugar fixo, mas passei por vários
territórios, evidenciando a teoria da etnografia multi situada e as concepções da
reinvenção da antropologia. Com as teorias de Tim Ingold sobre a agência, a
vida nas coisas e sua argumentação sobre levar os materiais a sério, levando
em consideração a pesquisa feita no Santo Daime, no Sagrado Feminino e nos
terreiros da Umbanda - os dados das tabelas, fotografias, entrevistas e
trabalhos de campo - fica evidenciado o protagonismo vegetal e a relação com
os humanos, onde sua importância ritualística, medicinal e de cura.
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REFERÊNCIAS
ALVIM, N.A.T; FERREIRA, M.A; CABRAL, I.E; FILHO ALMEIDA, A.J. O uso de
plantas medicinais como recurso terapêutico: das influências da
formação profissional às implicações éticas e legais de sua aplicabilidade
como extensão da prática de cuidar realizada pela enfermeira. Rev Latino-
Am Enfermagem . V.14, n. 3, p. 316-323, 2006.
ASSIS, Cleber L. de; LINS, Laís F. T & FARIA, Deyse F. (2014). Bem-estar
subjetivo e a qualidade de vida em adeptos de ayahuasca. Psicologia &
Sociedade, 26 (1), 224- 234. 2014.
FFM, Blendah Glamour. O gigante poderoso livro dos banhos mágicos para
todas as finalidades da sua vida. Edição.1. Natal: [s.n.] 2018.
GLOSSÁRIO
Cabocla Mariana - Uma das três irmãs turcas, que foram encantadas na Praia
dos Lençóis, no Maranhão.
Croa / Coroa - É a região em volta da nossa cabeça que concentra toda sua
energia espiritual dada por Oxalá e seus Orixás de cabeça.
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Exu - Orixá do panteão nagô ou cada um dos entes espirituais que fazem de
criados dos orixás e de intermediários entre estes e os homens, dados como
de índole vaidosa e suscetível. Entidade protetora e ligada aos ritos de
divinação nas religiões afro-brasileiras.
Abian - Abiã é toda pessoa que entra para a religião do candomblé, sendo
também chamado de filho de santo, após ter passado pelo ritual de lavagem de
fio de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender de o orixá pedir
a iniciação.
Iabás - Em iorubá: Iyagba, cujo significado é Mãe Rainha, é o termo dado aos
orixás femininos Iemanjá e Oxum.
Iaô - (em iorubá: Ìyàwó) é como são designados os filhos de santo que já
passaram pela iniciação no candomblé e no batuque, popularmente conhecida
como "feitura de santo", mas que ainda não completaram o período de 7 anos
após a iniciação. Só após os 7 anos, o iaô se tornará um ebomi ('irmão mais
velho’).
Itã - Em iorubá, Ìtan, é cada um dos relatos míticos da cultura iorubá. Eles são
passados oralmente de geração a geração.
Miração / Mirar - Fixar os olhos em; fitar, olhar. É um termo que foi criado na
tradição do Santo Daime pelo Mestre Irineu para designar o estado visionário
que a bebida produz.
Ori - Ori, palavra da língua iorubá que significa literalmente cabeça, refere-se a
uma intuição espiritual e destino. Ori é o Orixá pessoal, em toda a sua força e
grandeza. Ori é o primeiro Orixá a ser louvado, representação particular da
existência individualizada (a essência real do ser).
Rainha - Planta arbórea nativa da Amazônia, utilizada junto com o Jagube para
a confecção da Ayahuasca, cujo nome científico é Psychotria viridis.
Tereza Légua - É uma entidade espiritual da encantaria. Ela é uma das filhas
mais velhas, de Légua Boji Buá.