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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

IFCE CAMPUS JAGUARIBE


LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

JONH MATEUS SALDANHA PEREIRA

analise CONHECIMENTOS ETNOBOTÂNICOS NAS RELIGIÕES DE MATRIZ


AFRICANA: UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA ANTIRRACISTA NO ENSINO
DE CIÊNCIASnos finais na cidade jaguaribe-Ce

MINHA IDEIA GERAL - É FALAR DAS MINHAS EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS


EM SALA DE AULA POR MEIO DO PROJETO IDENTIDADE NEGRA NO CONTEXTO
DE ABORDAR OS CONHECIMENTOS ETNOBOTÂNICOS NAS RELIGIÕES DE
MATRIZ AFRICANA

JAGUARIBE
2019
JONH MATEUS SALDANHA PEREIRA

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de


Licenciatura em Ciências Biológicas do
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará (IFCE) - Campus
Jaguaribe.

Orientadora: Profa. Dra. Cristiane Sousa da


Silva

JAGUARIBE
2021
RESUMO

O ensino de Ciências Naturais é um campo vasto de estudos que implementam vários


métodos de teorias e práticas de ensino. Especificamente, a Etnobotânica abrange a junção
dos saberes científicos com o saber empírico, possibilitando a dinâmica natural entre o ser
humano e as plantas. Buscando agregar o ensino de Ciências naturais com a cultura da nossa
ancestralidade que desde os primórdios fazem uso de plantas medicinais como forma de
aproximação entre o homem e a força manifestada na natureza – Orixás, esse trabalho
objetiva repensar em relação ao objetivo abordar a etnobotânica como uma ferramenta
metodológica que possibilita a implementação da Lei 10.639/03 na Educação Básica ensino
fundamental II. Nesse contexto, será analisada as sequencias didática VIVENCIADAS EM
SALA DE AULA POR MEIO DO PROJETO IDENTIDADE NEGRA NO CONTEXTO DE
ABORDAR OS CONHECIMENTOS E TNOBOTÂNICOS NAS RELIGIÕES DE MATRIZ
AFRICANA a contribuição dos saberes das religiões de matriz africana acerca das plantas
medicinais e sua utilização, bem como sua morfologia no ensino de Etnobotânica e o saber
popular dos alunos do ensino fundamental II no ensino municipal de Jaguaribesobre a
medicina alternativa. A metodologia deste trabalho trata-se de um estudo o que seria um
estudo retrospectivo? retrospectivo e descritivo com abordagens qualitativas e quantitativas.

Obejtivo geral:

Palavras-chave: Lei 10.639/03. Etnobotânica. Cultura Afro-brasileira. Ensino. Ciências


Naturais.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO 16

3 METODOLOGIA 20

4 RESULTADOS ESPERADOS 21

5 CRONOGRAMA 22

6 REFERÊNCIAS 24
13

As plantas são utilizadas desde a antiguidade e são aplicadas em diversas áreas de


vivência humana, devido às suas características bioativas e reações no organismo humano.
Esta enorme gama de compostos com fins terapêuticos, atualmente são utilizadas pela
medicina alternativa. A junção dos saberes étnico-culturais e saberes científicos em relação
aos seres do reino vegetal, fomentam o campo de estudo da Etnobotânica, abordando os
conhecimentos culturais e ancestrais.

Além da sua utilização medicinal, ao longo dos anos, as plantas tornaram-se símbolo
material no âmbito religioso devido ao seu valor sagrado. Nas religiões de matriz africana,
possuem grande relevância para os seus adeptos devido a simbologia presentes em suas
cerimônias religiosas.

No Brasil, a medicina popular está extremamente difundida, sendo esta proveniente da


cultura afro-brasileira e indígena. Entretanto, poucos detêm o conhecimento da origem desses
saberes, logo, tem-se uma aculturação social. Ora, se a ciência popular de um povo não lhe
está sendo atribuída tal valoração, entende-se que o uso dessa matriz está sendo negligenciada
em relação a sua origem. Historicamente, a cultura africana traz consigo este estigma de
subalternização, desde à exportação escravistas de navios negreiros ou a rota de comércio
escravo, que foi causas da gênese desse vedar da cultura afro, mas apropriar-se do saber
etnobotânico e religioso advindos do continente Africano.

O conhecimento Etnobotânico dentro dos templos religiosos são primordiais para


cultuar o sagrado, pois ostentam grande utilidade e significação para a comunidade de
terreiro. As ervas para a sociedade candomblecista de cada Ilê asé (casa de axé) e umbandista
apresentam aspectos na conduta de seu uso e efeitos almejados, conforme os propósitos aos
praticantes. As plantas também são utilizadas para a extração de princípio ativo pelos
prosélitos, mediante o conhecimento empírico já detido popularmente para a cura de
enfermidades.
14

Nos templos religiosos de matriz africana, os terreiros contemplam e fazem uso do


saber etnobotânico. Porém, frente às outras vertentes religiosas, ainda vê-se uma restrição em
poder abertamente propagar a identidade religiosa, bem como suas práticas; pois, ainda
permeia o racismo religioso em seus mais diversos contextos que negligenciam a cultura de
um povo. Nota-se que há uma grande parcela social que detêm enraizadas concepções não
esclarecidas sobre as religiões de matrizes, mesmo fazendo uso de costumes botânicos
advindos desta. Isso resulta na dificuldade da aceitação de que devemos conviver e respeitar
as religiões afro-brasileiras que detém de uso e conhecimento etnobotânico que perpassam
gerações de nossos ancestrais até os dias atuais.

Os estudos botânicos são motivadores no currículo escolar, pois resgatam as plantas


como fonte fundamental para os recursos do homem (MERHY; SANTOS, 2017), agregando
o saber popular com a ciência, possibilitando maior significância na identidade cultural. Nessa
aproximação do âmbito escolar com a comunidade, possivelmente viabiliza a especiação que
a botânica proporciona nos estudos étnicos.

Os terreiros são campos de conhecimento africano que perpassam o saber étnico e


antropológico de nossa ancestralidade, contribuindo e incorporando toda cultura afro-
brasileira e indígena, na perspectiva de tradições de uma sociedade estrangeira. A mesma
enriquece e colabora para estudos de implantação na saúde e na educação. No que diz respeito
à saúde, de modo igual, favorece com fins terapêuticos por meio de ervas e suas finalidades
fisiológicas no corpo humano, que são extraídas por um princípio ativo que contribui para
medicina tradicional. Tais práticas exercidas no campo da medicina são perpetuadas dentro de
cada de Ilê asé.

Perante a perspectiva antropológica da saúde, na concepção de Mello et al (2013) a


religiosidade dentro dos terreiros acolhe a vida diante da enfermidade, não envolvendo
essencialmente a extração da manifestações dos sinais mas, tratando-o com a prática da
ciência, transfigurando o sentido da patologia e aflição. Dessa forma, subentende-se que, não
necessariamente a doença vai ser retirada mas, os fins extraídos das ervas irá acalentar os
sintomas, e que de acordo com o sagrado, os banhos proveniente das ervas tranquiliza e traz
serenidade para à vida do enfermo pacificando- o fisicamente e espiritualmente.

No contexto educacional, atualmente existem várias contribuições de estudos e


pesquisas de religiões afro-brasileiras, que promovem inclusão em comunidades e nas esferas
15

do conhecimento tais, como escolas e instituições abordando as questões identitárias, de


acordo com Do Nascimento (2017).

Os terreiros têm se destacado como campo do saber, nesses espaços de ação


promovendo inter relações comunicativas oportunizando a história da educação afro a ser
viabilizada pela sociedade brasileira por meio de ações afirmativas, desenvolvendo a esfera
de igualdade da população.

Entretanto, os termos técnicos utilizados no conteúdo da Botânica não despertam


interesse dos educandos, pois apresentam dificuldades de compreensão do emprego das
palavras (GULLICH; ARAÚJO, 2005). Busca-se na Etnobotânica um meio interdisciplinar de
compreender os direitos humanos, sociais, éticos, relações ecológicas, interação entre
humanos e plantas (CABALLERO, 1979; ALEXIADES, 1996). Nesse sentido, o estudo
étnico está relacionado com o sincretismo educativo e o valor cultural atraído ao mundo das
plantas.

O ensino de Etnobotânica tem ganhado grande destaque como mecanismo de inclusão


nos níveis de ensino Fundamental e Médio (MUNE; GARCIA, 2000). No entanto, há uma
invisibilidade ao tratar do uso popular das plantas que é oriundo do conhecimento da cultura
afro-brasileira e indígena, que por muitos fatores tais como cultura, alimentação, usos
medicinais, dentre outros não tem perceptibilidade nas esferas sociais, porém vieram a
contribuir para a construção dos estudos da botânica popular. Sendo assim, é de suma
importância que ocorra uma educação que trabalhe justamente esse paradigma.

Com isso, faz-se necessário intervenções que trabalhem esses paradigmas, além do
exposto no parágrafo anterior, ainda é muito questionado os ataques de terreiros por
demonizar a religião, que por uma sociedade leiga ainda é vedada. No início do século XX, os
praticantes de umbanda e candomblé eram perseguidos pela polícia pelo simples fato de
cultuar e praticar sua fé.

Historicamente desde o período de colonização os integrantes de religiões de matriz


africana eram perseguidos por cultuar o seu sagrado.Contudo, um modo que eles encontraram
para poderem exercitar sua fé foi comparando os Orixás com os Santos da Igreja Católica o
que originou o sincretismo religioso, quando se festejava um santo (a) os mesmo cultuavam
seus orixás, camuflando sua fé diante do colonizadores.
16

Atualmente, o cenário torna-se a repetir, porém, por civis que invadem, queimam,
destroem objetos oriundos do terreiro e agridem os membros do culto por adorar sua
fé.Contudo, já existem leis que defendem e garantem os direito de liberdade à religiosidade, e
que estabelece de modo que seja válida a segurança desses espaços de devoção a seus ritos.
(trazer a lei de intolerância em nota de rodapé)

A lei de nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003, estabelece diretrizes e bases que incluem


no currículo oficial da educação nacional obrigatório a abordagem da temática histórica e
cultural afro-brasileira. Pensando nisso, se faz necessário intervenções educacionais que
elucidem os pensamentos e questionamentos errôneos que estão de forma tão pertinente
enraizados culturalmente desde o ensino básico. Em sua maioria, tais concepções não são
internalizadas em decorrência da ausência da orientação no ambiente escolar, logo,
externalizando conhecimentos banais que marginalizam o culto religioso, por não
compreender os seus rituais.

Conforme Monteles (2007) a Etnociência trata de estudos que compreendem o


conhecimento de diferentes sociedades sobre os processos naturais, buscando o entendimento
da lógica subjacente ao conhecimento humano sobre a natureza, suas taxonomias e
classificações.

“Uma abordagem de ensino que considere práticas culturais de origem


africana e afro-brasileira poderia contribuir para que os/as estudantes
passassem a conhecer e respeitar a diversidade étnico-racial do povo
brasileiro e, ao mesmo tempo, aprender Ciências em uma nova perspectiva de
conhecimento não etnocentrado. Para tanto, é preciso que os estudantes,
assim como seus professores e professoras, vivenciem processos educativos
orientados por valores das populações tradicionais africanas e afro-brasileiras
(PEREIRA,2014.)”.

Trata-se de como os professores (as) podem obter os conhecimentos, de modo a


orientar uma educação que trate dos valores vistos nas populações afro-brasileiras e da
utilização de metodologias capazes de abranger a diversidade étnica com os saberes
científicos.

Apesar da instituição da Lei 10639/03 ter um pouco mais de dezesseis anos, alguns
autores observam a ausência curricular referente às questões étnico-raciais, diversas formas de
reprodução de preconceito. O racismo é constituído enquanto discurso (pseudo) científico,
político e hegemônico somente a partir do século XVII. Antes disso, o tráfico negreiro e os
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demais e as demais formas de subjugação se caracterizam como práticas de “racialização”, ou


seja, hierarquização pelo critério étnico.

Nesta perspectiva, o NEABI (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígena) campus


Jaguaribe surge como uma peça importante na formação docente, oferecendo uma base
teórica e discussões antirracistas, preparando educadores e abrindo debates para toda a
comunidade sobre as temáticas raciais.

Apesar da lei 10.639 estar em vigor, ainda são escassas ações de combate ao racismo
ao sagrado das religiões de matriz africana nas escolas de ensino básico. Dado exposto, por
meio desta pesquisa busca-se identificar e esclarecer a percepção discente sobre o uso de
plantas medicinais e sua importância para as religiões de matriz africana. Na aplicabilidade
desse conteúdo nos currículos escolares do ensino básico da educação, observam-se diversas
formas de preconceito e desvalorização que permeiam desde a antiguidade até os dias atuais.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB/2017) em seu Art. 26, o currículo da


Educação Básica deve conter uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que
implemente características regionais, locais, culturais e econômicas dos educandos. O Art. 26.
A, estabelece que os níveis do Ensino Fundamental e Médio, nas escolas públicas e privadas
tornam obrigatório o estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. - Trazer a lei em
nota de rodapé

O principal objetivo desse trabalho será abordar a Etnobotânica como ferramenta de


ensino metodológico como possibilidade pedagógica por meio da aplicabilidade da Lei
10.639/03, de modo que, os discente compreendam os estudos que perpassam através de
nossa ancestralidade até os dias atuais como medicina alternativa. Assim, irá contribuir para o
saber acadêmico como perspectiva que permitirá um sincretismo multidisciplinar abordando a
cultura africana e afro-brasileira.

Tendo como objetivos específicos: a caracterização do conhecimento discente sobre a


relação entre plantas medicinais e o sagrado das religiões de matriz africana; utilização da
morfologia botânica como ferramenta antirracista nas aulas de ciências. e a relevância destas
ações no processo de descolonização no ensino de ciências proviniente desta pesquisa por das
intervenções do núcleo NEABI campus Jaguaribe-ce. A pesquisa possui caráter quantitativo,
sendo realizada com discentes dos anos finais do ensino fundamental de duas escolas públicas
do município de Jaguaribe, Ceará.
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1. Introdução ao tema

Apresenta e introduz o tema de forma clara.

2. Problemática

Descreve a problemática que envolve aquele tema;

Aponta os pontos de impasse;

Mostra que conhece estudos realizados sobre o tema;

Aponta um aspecto que ainda não foi esclarecido ou investigado;

Contextualiza internacional, nacional e localmente o fenômeno a ser investigado.

3. Justificativa

Justifica a necessidade de uma pesquisa para esclarecer aquele aspecto ainda não
abordado por outras pesquisas;

Destaca a relevância e importância da pesquisa para a área de conhecimento.

4. Objetivos Geral: O “que” vai fazer (analisar, avaliar, identificar, etc.) e “onde” vai
fazer; com quem?
19

Analisar as sequências didáticas VIVENCIADAS EM SALA DE AULA POR MEIO DO


PROJETO IDENTIDADE NEGRA NO CONTEXTO DE ABORDAR OS
CONHECIMENTOS ETNOBOTÂNICOS NAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA no
ensino fundamental II a relevância destas ações no processo de descolonização no ensino de
ciências.

Específicos:

Verificar se os objetivos específicos dão conta de responder sua grande questão;

Devem estar intimamente vinculados ao objetivo geral;

Devem ser claros;

Devem ser delimitados a campo da pesquisa;

Ao escrever, evitar os verbos: Demonstrar (se sabe, pq pesquisar?), implementar,


desenvolver (ações relacionadas a projeto de extensão).
20

2 REFERENCIAL TEÓRICO

DESCOLONIZAÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS

A IMPORTÂNCIA DAS PLANTAS PARA AS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA


(cosmo biointeração) Nego Bispo

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS - UMA PEDAGOGIA


DECOLONIAL

DESCOLONIZAÇÃO DA DIDÁTICA
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2 * DESCOLONIZAÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS

O ensino de ciências tem se destacado, pensando numa ótica de metodologias


significativas na descolonização de estudos a serem abordados da temática em questão. O
debatimento sobre a heterogeneidade da filosofia do conhecimento africano é um processo
que atinge a educação no seu currículo, o que torna um desafio no contexto de orientação do
ensino. De acordo com os princípios e fundamentos educativo e na esfera do currículo, na
visão de Santos(2006),o mesmo é formado por duas direções:

a interna, que questiona o caráter monolítico do cânone epistemológico e se


interroga sobre a relevância epistemológica, sociológica e política da
diversidade interna de práticas científicas dos diferentes modos de fazer
ciência e da pluralidade interna da ciência; e a externa, que se interroga sobre
a exclusividade epistemológica da ciência e se concentra nas relações entre a
ciência e outros conhecimentos, ou seja, aquela que diz respeito à pluralidade
externa da ciência.

Conforme o autor, esses dois paradigmas das direções são compreensíveis como a
teoria da ciência e do entendimento, que buscam fundamentar-se em diversas contingências,
arrogar e/ou objetar princípios culturais da heterogeneidade e da união.

2.1 O ENSINO DE CIÊNCIAS E ETNOBOTÂNICA

No ensino, a Ciência é um campo multidisciplinar que comporta outras áreas, o que


faz com que o profissional (educador), tenha domínio de diversos campos do conhecimento
desses estudos abordados na ciência, sem generalizar o campo de aprendizagem (PEREIRA,
2014). Diante disso, o professor busca novas metodologias para trabalhar em sala de aula, de
modo que, esteja centrado no cotidiano do aluno. No ensino, a botânica, por exemplo, é
abordado o estudo das plantas, onde os alunos dispõem do conhecimento sobre a
potencialidade econômica das plantas e seu uso pelo homem na alimentação, para fins
medicinais, ornamentais, produção de cosméticos e outros (MERHY, 2017).
22

Ainda de acordo com o autor/a supracitado, para aplicação da área de estudo deve
haver um sistema de lógica de modo que, os educandos sejam portadores do conhecimento, de
forma que, eles tenham um recurso a favor deles, ou seja, o conhecimento prévio. Podendo
assim, utilizar e tornar a botânica como um motivador do ensino de Ciências. Contudo,
segundo Gulliche e Araújo (2005), há um desafio, o modo de como é usado os termos das
palavras na botânica torna desmotivante e não atraente o estudo para os discentes, pois os
mesmos não reconhecem as definições adotadas no uso das palavras. A vista disso, um
método de tornar a botânica cativante é por meio da Etnobotânica.

A Etnobotânica é um campo interdisciplinar que abrange uma gama de estudos na área


da pesquisa, que compreende o estudo das sociedades humanas, passadas e presentes, e as
inter-relações ecológicas, evolucionárias e simbólicas; reconhecendo a dinâmica natural das
relações entre o ser humano e as plantas (CABALLERO, 1979; ALEXIANDES, 1996). Tal
estudo está relacionado com os valores, o que se faz necessário compreender que ensino de
ciências que, por sua vez, tem contribuído bastante para a formação e educação, na educação
básica para a formação de saberes técnicos, metodológicos e conhecimentos precisos para
condução de um bom ensino.

Segundo Barrera (1979), as erudições Etnobotânica compõem e abrangem uma gama


de análises botânicas que, contudo, não é tão compreensível, visto que suas finalidades se
detêm de uma importância cultural das plantas para uma convicta comunidade humana.

Em virtude de que as plantas são uma fonte de recursos naturais ao homem. Segundo
Hostettmann (2014), foram catalogadas cerca de 350 mil espécie vegetais no mundo e
somente 10-12% foram explanadas no conceito fitoquímico e farmacológico. Para mais, o
progresso em aquisições Etnobotânica, além de conservar e resgatar o conhecimento oriundo
de uma cultura popular segundo (GALET E IRGANG, 2001), é capaz de contribuir para
conquista de novos fármacos (ALBUQUERQUE et al., 2014).

Nesse cenário, as atividades com os ofícios Etnobotânicos na contemporaneidade, têm


desfrutado progressos nas escolas como um mecanismo de ação através do ensino de Botânica
nos níveis Fundamental e Médio (MUNE E GARCIA, 2000).

Quais plantas são estudadas? São espécies próximas ou distantes dos estudantes em
questão? Ausência da discussão das populações negras e indígenas na abordagem da
etnobotânica.
23

2.2 A HERANÇA AFRICANA E AS PLANTAS MEDICINAIS

2.2.1 A HERANÇA AFRICANA

Em tese, os conhecimentos do povo africano têm se mostrado como um influenciador,


por conta da sua cultura africana na medicina popular no Brasil, e em várias partes do país
como um campo vasto dos âmbitos socioculturais brasileiros, que se tem mantido em
obstinação, por conta de uma posição mestiça popular (ALMEIDA, 2011, p.44).

Uma grande parte das espécies vegetais utilizadas para fins medicinais foram trazidas
para o Brasil no período de escravidão, por meio do tráfico escravista, e substituído por
algumas espécies do Brasil por terem semelhanças morfológicas externas (ALMEIDA, 2011,
p. 44). Esse processo migratório de classificações botânicas se implementou no país, se
fundindo com as plantas nativas e na sua cultura.

As plantas que se implementaram na erudição do saber popular brasileiro


permaneceram com seus nomes em Yorubá, como por exemplo o obí (Cola acuminata Schott
e Endi.) da família Sterculiaceae (ALMEIDA, 2011, p. 44). A mesma tem compostos na sua
composição que agem como estimulantes (LOVEJOY, 1980), o obí nos cultos religiosos é
utilizado para fins litúrgicos usados pelos Babalorixá (Pai de Santo) e pelas Yalorixá (Mãe de
Santo) para consultar o Ifá (jogo de búzios). Além disso, existem outras ervas que também
tem em suas composições agentes, que agem no sistema nervoso central e que em alguns
casos recebem um nome popular, que por alguns casos é apresentado como ocorre a sua
preparação:

“[...] recôncavo baiano afirmam que o guiné (Petiveria alliaceace, L.) da família
Phytolacacceae, tinha como sinônimo popular o nome Amansa-senhor. Este nome,
deve-se ao fato de ser preparada por escravos domésticos sob a forma de chá e
misturada às refeições dos senhores e feitores, causando sonolência e, portanto,
tornando-as mais brandos na convivência diária. Estudos farmacológicos pré-
clínicos mais recentes, conforme a ação da Petiveria alliaceae L. sobre o sistema
nervoso central. [...]” (ALMEIDA, 2011, p. 46).

Diante do exposto, o hábito estimado de plantas medicinais têm uma agregação com
conjunturas de complexidades, podendo ser chamando de “sistema de saúde não oficial”
constatando-se o uso popular deste acervo medicinal (ALMEIDA, 2011, p. 45).
24

2.2.2 O USO DE PLANTAS MEDICINAIS

A exploração etnobiologica está sendo de maneira gradativa uma inovação no campo


da pesquisa, pois os estudos de plantas medicinais apresentam inovações e vem sendo
admitidas com êxito para meios de evidenciação e inovações ou descobertas de drogas.  Tal
estudo está conquistando espaço e desenvolvendo métodos revolucionários. O estudo
etnofarmacológico aborda uma perspectiva cultural, histórica, antropológica, botânica,
química e farmacológica (ALMEIDA, 2011, p.41).   

A ciência de um estudo multidisciplinar de origens biologicamente ativas,


especificamente compreendidas e observadas pelo homem, tem conquistado espaço no âmbito
da pesquisa da Etnobotânica. (ALMEIDA, 2011, p. 41). Tudo isso, por meio de uma cultura
ética de valores com relação ao mundo das plantas. Esse grupo ético estuda a propriedade de
espécies vegetais com fins farmacológicos, que podem ser extraídos e utilizados para uso. Do
ponto de vista científico, a extração do produto da planta medicinal é considerada fitoterápica,
fundamentada em matérias-primas ativas, da qual tem êxito e penhor e que é sancionada por
intermédios farmacológicos (ALMEIDA, 2011, p. 42).

No contexto cultural de aspectos religiosos, contudo, é essencial compreender o


pensamento de que a planta é um remédio (ALMEIDA, 2011, p. 43). Entendo as tradições de
um povo que é portador do conhecimento empírico, para uma doença culturalmente definida,
tratavam delas em um momento cultural e ritualístico utilizando desses saberes
Etnobotânicos.

2.3 LEI 10.639/03 E O ENSINO DE ETNOBOTÂNICO A PARTIR DAS RELIGIÕES

A lei 10.639/031 de 09 de janeiro de 2003, que altera a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro


de 1996 determina obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira nas
instituições públicas e privadas de ensinos da educação básica, como forma de combater o
racismo estrutural enraizado nas esferas sociais, a partir do estudo das relações étnico-raciais
nas bases iniciais da educação.
25

Sabe-se que o conhecimento do povo de sociedades africanas têm contribuído para a


formação do povo brasileiro (PEREIRA, 2014). Atualmente, têm se questionado o
reconhecimento da heterogeneidade étnico racial brasileiro resultante do movimento negro e
de racionais implicados com a diligencia da lei. Visto que, há uma adversidade para intervir
nessa prática de ensino.

Segundo Moreira et al (2011), ele afirma que Francisco Júnior (2008) propõe


diferentes subsídios dirigidos ao estudo da nação africana e sua descendência para os
docentes. Uma aproximação para a abordagem desse ensino são as práticas culturais de matriz
africana, entendendo que a mesma contribui para que os educandos sucedesse a entender e
considerar a diversidade cultural de um povo com uma Ciência de conhecimento não
etnocêntrico, mas que venha contribuir para a sua formação (PEREIRA, 2014). Entretanto é
necessário que os professores passem a vivenciar os métodos educativos voltados às tradições
africanas e afro-brasileiras.

Sendo a Etnobotânica uma campo vasto de saberes que tratam de uma cultura de nossa
ancestralidade, podendo ser abordado dentro da educação, quanto ao seu espaço geográfico,
suas áreas na pesquisas contra enfermidades, os recurso que ela oferece à medicina, e até
mesmo o quanto ao plantio de tais ervas. Além disso, existem diferentes meios de trabalhar a
Etnobotânica, a sua importância no ensino, é devido ela ser interdisciplinar oferecendo
formação de relações no âmbito social e cultural.

Corroborando Albuquerque (2005) a Etnobotânica são grandes os avanços de


pesquisas que têm transformado de forma satisfatória como um estudo/disciplina enfatizando
a inter-relação com as pessoas/plantas. As pesquisas nesta área tem contribuído bastante
para o manejo de das ervas, sendo a mesma de uma cultura/religião que faz uso dessa Ciência
para louvar o seu sagrado, essa pluralidade de estudos e relações com as plantas tem
proporcionado diversidade de saberes que perpassam do conhecimento oriundo das religiões
de matrizes africanas para os estudos Etnobotânicos.
26

2.4 Ações Afro-brasileiras: o NEABI como contestação do movimento pela ciência


botânica.

Pensando em ações antirracista o Núcleo de Estudos Afro-Brasileira e Indígena


(NEABI) que se encontra instalado no Instituto Federal de Ciências e Tecnologia do Ceará
(IFCE) no município de Jaguaribe, Ceará, buscou relevantemente implementar ações
pedagógicas por meio do viés da extensão nas escolas da sede, de modo a dar visibilidade aos
estudos e o conhecimento da história e cultura do povo negro.

Assim, o projeto intitulado como “IDENTIDADE NEGRA” teve como objetivo


inserir as questões étnico-raciais na pauta educacional, na busca de minimizar o racismo
enraizado culturalmente no município de Jaguaribe-Ce. Sabendo-se que por meio da
descolonização de saberes em espaços educacionais que coadjuva esse embate e subjuga a
hostilidade, nesses âmbitos é possível promover e fomentar ações afirmativas de maneira a
expandir além dos muros da Instituições de Ensino Superior (IES) o que é discutido e
produzido dentro da academia (FREIRE, 1977; LEITE E BATISTA, 2019).

O NEABI se destacou de maneira sucessiva e ímpeto, sendo reconhecido até mesmo


por outros núcleos devido suas ações na luta ainda tão necessária dentro dos espaços
educacionais. DE MIRANDA (2017), diz que a súmula de desigualdade social (gênero,
religião, sexo e etnia), ainda tem sido o maior desafio de abordar os procedimentos
metodológicos qualitativos, visto que grande parte dos professores da educação básica não
não detêm inserida na sua práxis questões relacionadas a inserção da lei 10.639/03. Logo,
sendo esta, o grande gargalo da abordagem ao projeto Identidade Negra diante do cenário em
que diferentes epistemologias são discutidas de forma desfigurada nas escolas .

O contexto da prática em sala de aula aplicada e exercida pelos integrantes do NEABI,


tornou-se uma missão necessária para introduzir um sistema de grupos, para serem
desenvolvidas as diversas atividades pedagógicas no viés da extensão. Diferentes temáticas
foram aplicadas, entretanto, objetivou-se de maneira geral abordar as questões étnico-raciais e
valorização da identidade negra. Nesse sentido, destaca-se a temática relacionada aos
conhecimentos das “religiões de matriz africana”, pelo qual unificou-se o saber tradicional
botânico como principal proposta para a aplicabilidade do saber empírico dos adeptos
religiosos.
27

Dessa forma, a ciência sendo um vasto campo na difusão de saberes, oportunizou os


membros do núcleo a conhecer e abordar o contexto histórico relacionado à religião de matriz
africana, como a importância na crença nos Orixás e o campo que ele rege na natureza. Logo,
associando-se, diretamente, os costumes botânicos e o poder místico das propriedades
farmacológicas extraídas da morfologia e fisiologia dos vegetais.
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A IMPORTÂNCIA DAS PLANTAS PARA AS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

As plantas e as religiões de matriz africana, elas têm uma dinâmica natural, no qual se
destaca a expressão “sem folha, não a orixá”, esse termo é utilizado pelos próprios praticantes,
as ervas são representadas pelos orixás de acordo com sua natureza e o elemento que ele
pertence e/ou rege. Essa relação etnobotânica, desde os primórdios com as plantas, faz-se
presente como identidade cultural aos partidários de Umbanda e Candomblé.

É oportuno ressaltar que segundo Barros (2009), toda casa tem sua ciência, ou seja,
dentro de determinados terreiros,a planta permuta, isto é, ela pode mudar de acordo com a
situação em outra casa, existindo determinados terreiros que podem exercer a folha para
algumas destinações. Além disso, dentro de outras casas essa mesma planta pode ser
pertencente a outro orixá e/ou para patologia ou de enfermidades, decorrente de ser dor
material/física ou espiritual. No entanto, vale reforçar que quaisquer casas fazem uso em suas
cerimônias estipuladas espécies de plantas. Conforme Oliveira e Oliveira (2007, p. 82; 95)

A utilização de plantas, nestas comunidades, pode ter finalidade mágico-encantada,


finalidade de prevenção ou tratamento da saúde, ou ambas a um só tempo, sem
distinções rígidas entre males ou benefícios a que se atribuem causas físicas ou
simbólicas e sem separação clara entre corpo e espírito. [...] As prescrições e
receitas, os banhos medicinais ou garrafadas, feitos sob orientação dos caboclos, são
usados com confiança pela população, pois se acredita que eles conhecem
profundamente os segredos e as ciências das matas e da natureza brasileira.

O candomblé faz-se muito o uso das plantas em seus preceitos e rituais, quando por
exemplo um filho de santo é recolhido no ilê asé para se preparar e bolar com o santo (receber
o seu orixá). Durante esse período de reclusão todo banho tomado é de ervas, essas ervas são
maceradas e rezadas por meio de cânticos ritualísticos, para que assim sejam consagradas para
o banho santo, esse mesmo é preparado pelo babalaô ( pai de santo). Durante os ritos, as
plantas também são utilizadas como ornamentais no salão, de modo a energizar com as forças
da natureza o ambiente como uma interação entre o orixá e o meio.
29

Cada orixá rege um elemento na natureza, Olorum ( Deus) pai dos Orixás deu um
domínio da terra e um elemento para cada um de seus filhos (PRANDI, 1995). Olorum deu
ao seu filho Ossain o domínio das plantas, o mesmo, é conhecido como o orixá das ervas
medicinas, pois ele tem o conhecimento de todos os segredos de cada planta e suas
propriedades de cura, em todo ritual antes de serem utilizadas quaisquer plantas, é pedido a
permissão a Ossain para que se possa usar aquela planta e suas propriedades que extraídas
morfologicamente e/ou fisiologicamente.

A vegetalidade utilizada pelas religiões de matriz africanas se tornou uma diáspora


com uma tradição que é mantida e perpetuada desde o período do século XIX e ressignificada
diariamente dentro dos terreiros. Isso deve-se aos negros e aos seus descendentes que
resguardam a identificação cultural apanhada de seus costumes e práticas de seus
antecendentes, no qual os guias espirituais manisfestam comportamentos e aspectos e/ou
traços singulares e coletivo pelos praticantes (QUEIROZ, 1989).

É essencial o uso das plantas, pois a utilização constante pelos adeptos em sua práxis
certifica que é indispensável cultuar sagrado sem folha. Segundo Oliveira e Oliveira (2007,
p.81)

A sacralização da natureza é um aspecto fundante do candomblé. As plantas, como


outros fenômenos e objetos da natureza, são consideradas sagradas e possuem um
papel fundamental na estrutura litúrgica do culto: desde os banhos de ervas nos
rituais de iniciação, o batismo dos tambores, a lavagem de contas, a oferenda de
alimentos, até os banhos de purificação e os remédios vegetais prescritos pelos
sacerdotes.

Contudo, para cada situação acima citada, o líder religioso, no caso o sacerdote, ele
consulta os guias espirituais (entidades mentoras), qual planta e parte dela deve ser utilizada
para determinada situação. Os guias, são manifestados no pai de Santo ou no filho da casa
para que essa ciência do saber possa ser perpetuada de geração para geração pelos filhos.
30

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS - UMA PEDAGOGIA


DECOLONIAL

Ainda é questionável a educação cultural no Brasil, visto isso, a educação enfrenta


adversidades de como tratar o assunto, que em constância é um desafio que vem sendo
tratado nos últimos anos, forçando teses que sejam construtivas, de modo a intensificar o
processo de relações culturais. Desafios esses, que desde o período da colonialidade não tem
procedências no contexto social e educacional.

O colonialismo trata-se numa ótica mais vasta de grupos sociais que se sobrepõe aos
demais, em relação à identidade, cultura, comportamento e outros fatores, que deixam a
margem a identidade de um povo, ficando esta dominada/colonizada em decorrência de suas
classes ou sociedade dominantes, que por muitas das vezes em decorrência das suas condutas
à, a ascendência de racialização, transparecendo uma descriminação social e mediantes as
outras esferas sociais.

As erudições acerca das relações étnico-raciais, sujem intencionando os espaços do


saber, tais como os campus institucionais e as atividades sociais, de forma a introduzir e
trabalhar a implementação de políticas públicas e ações governamentais. Na prática, essa
oposição é capaz de fortificar o avanço no movimento negro e a necessidade de virgentes
academicas, a cerca de quesitos referentes desigualdedade de classes, ou seja, a diferença de
étinia e sua cultura.

Pensando nisso, a pesquisa de Oliveira (2010), desenvolveu um estudo que norteia as


discussões contestáveis da educação racional da cultura em diferentes países latino-
americano, por ponderá-los um firmamento beneficiado para retratar, acerca da inquietude
entre a semelhança e desigualdade .Nesse cenário, ele notou o trabalho concebido por pessoas
renomadas e de discrepantes matrizes de inclusões que oferecem filosofias do conhecimento
moral e governamental, proveniente da censura à contemporaneidade. Acredita-se que os
tributos dessa renomada equipe foram pertinentes e inovadores, demonstrando eficácia
estimulante e sensata para a cultura e as relações etnico-raciais e educacional, na atual
conjuntura do continente latino-americano, em exclusividade, o nosso país.
31

3 METODOLOGIA

1. Tipo de Pesquisa Qualitativa, quantitativa, ou ambas (a depender da natureza das


perguntas: “o que”, “como”).

* Estudo de Caso: caso de um sujeito ou campo específico (instituição, escola,

etc.).
32

* Etnográfica ou do tipo Etnográfico: conviver com realidade pesquisada.

* Pesquisa-ação: a convite da instituição interessada.

* Intervenção: mais estruturada do ponto de vista das ações. Intervenção sobre os

sujeitos, com ações previamente estruturadas e planejadas.

* Pesquisa participante: estar presente, participando, como observador, da(o)

realidade/fenômeno investigada(o).

- Exposição do Referencial Teórico da sua abordagem metodológica: mostrar que

você conhece sobre a abordagem que você vai usar .

- Campo de pesquisa/sujeitos: caracterizar o campo/sujeitos; informar e/ou

justificar os critérios de escolha.

2. Procedimentos Para coleta de dados:

Entrevista

Observação

Questionário

Análise documental

Tipos de Entrevista:

* Aberta: poucas perguntas

* Semi-estruturada: perguntas abertas

Questionário:

* Questões Fechadas (objetivas ou subjetivas,

cujas respostas serão pontuais)


33

* Questões Abertas (para colher sentimentos,

percepções e avaliações pessoais dos sujeitos)

Observação:

* Descrever o fato;

* Analisar, i.e., escrever sobre o fato (sua percepção

sobre ele).

Análise dos Documentos:

* Especificar o período investigado.

Formas de Registro:

Vídeo

Fotografia

Gravador

Papel e lápis

(Diário de campo)

Análise dos dados.

Trata-se de um estudo analítico, retrospectivo e descritivo com abordagem qualitativa


e quantitativa, que será realizado no segundo ano em duaExers escolas de nível médio
localizadas na sede de Jaguaribe, Ceará. Sendo elas E.E.E.P Poeta Sinó Pinheiro e Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do estado do Ceará (IFCE).

A pesquisa será dividida em oito etapas, processado em: submissão do trabalho ao


comitê de ética, construção de questionário diagnóstico, observação de conhecimento prévio,
34

elaboração de material para aplicação do estudo, execução do trabalho, aplicação de


questionário avaliativo, análise dos resultados obtidos e desenvolvimento de gráficos. Sendo
que os encontros presenciais com as turmas do 2º ano do ensino médio serão em torno de
duas aulas.

A princípio o projeto será submetido ao comitê de ética, já que a pesquisa está focada
no público da educação básica, sendo exatamente no 2º ano do ensino médio. Após a
aprovação do trabalho, a etapa seguinte será a construção de um questionário diagnóstico, que
tem por objetivo realizar um levantamento acerca do conhecimento prévio dos alunos a
respeito do assunto em questão.

A partir do levantamento das análises, as aulas serão planejadas e desenvolvidas


seguindo a orientação do professor orientador e do professor da disciplina de biologia,
seguindo com a aplicabilidade do conteúdo proposto, com intuito de obter e apresentar
resultados sobre a importância dos estudos Etnobotânicos e da aplicabilidade da Lei
10.639/03. A etapa final será a construção dos gráficos da pesquisa, apresentados nos
resultados e discussões da pesquisa, assim mostrando as contribuições dos estudos da história
e cultura afro-brasileira para as escolas de ensino médio da educação básica.
35

4 RESULTADOS ESPERADOS - “ SEM FOLHA NÃO HÁ ORIXÁ” SEQUÊNCIAS


DIDÁTICAS PARA O ENSINO DA ETNOBOTÂNICA.

AQUI VOCÊ VAI RELATAR AS ATIVIDADES QUE FORAM DESENVOLVIDAS E


AS RESPOSTAS DOS ESTUDANTES PARA AS QUESTÕES E AS OFICINAS
DESENVOLVIDAS.

IDEIA PARA OS RESULTADOS E DISCUSSÕES - Iria demonstrar os resultados


das nossas intervenções por meio do projeto Identidade Negra. Seria as intervenções
relacionadas a minha temática - religiões de matriz africana e o conhecimento botânico
tradicional. No mínimo as duas intervenções que realizei no ensino fundamental sobre essa
temática. Discutir as contribuições para o ensino e a popularização do saber tradicional dos
povos de matriz e sua relação com o conhecimento botânico; a necessidade da promoção da
troca de saberes entre a IES e a comunidade; bem como, a pertinente necessidade de tratar
dessas temáticas na escola na busca de desmistificar errôneas concepções sobre a religião de
matriz africana, principalmente, e tratar das questões étnico-raciais dentro desse contexto
diante das experiências vivenciadas em sala de aula.
36

7 REFERÊNCIAS

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Janeiro, 2005.

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45413987/5_Gomes_N_L_Rel_etnico_raciais_educ_e_descolonizacao_do_curriculo.pdf?
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