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4 É O NÚMERO DA VIDA E DA MORTE, 4

RUNAS EM ESPIRAIS SEM FIM,
SÃO INÍCIO, DESTINO, DESTINO E FIM
DO HOMEMCORPO E ALMA.
4 SÃO AS INSTRUÇÕES,
DO QUAL O VENTO LEVA A PÓ, 4 O NÚMERO
DOS ELEMENTOS,
DA QUAL FOMOS DESENVOLVIDOS,
E AO QUAL VOLTAMOS NO FINAL DOS DIAS.

É O NÚMERO ORIGINAL, O
NÚMERO DOS PARENTES,

PAI,
MÃE,
FILHO
EFILHA. É O NÚMERO DAS ESTAÇÕES,
DO HOMEM E DA TERRA.
QUATRO DOBRAS SÃO OS LADOS DE

THESOLARCROSS .
É O NÚMERO DOS RIOS SOBRE OS
QUAIS A VIDA DESENHA.
TERRA – ELE NÃO A CRIOU COMO TERRA DESERTA, MAS COMO DOMINGO;
FILHOS ELE CRIOU E EXALTOU;
MAS SURDOS A SEUS COMANDOS ELES
SEGUIRAM SEU CAMINHO.

E DISSE:
“HUMANIDADE, VOCÊ LUTOU COM TODAS ESSAS PALAVRAS DE CONSELHO;

DEIXE ELES AVANÇAREM E SALVE VOCÊ:

OS STARGAZERS, OS CONJURADORES DO CÉU QUE PROFETIZAM PARA VOCÊ A
CADA LUA NOVA!”

E ACORDOU

TERRA,
SOL,
LUA E ESTRELAS,
PARA PUNIR A HUMANIDADE.

EINSTEIN CAIU, NEWTON FOI DOBRADO; FALSOS

DEUSES PARA AMARRAR AS BESTAS DE CARGA; NAS
CIDADES, TORNADAS E PROFALADAS .

4 É O NÚMERO DOS CAVALEIROS

E ELES ANUNCIAM A DESGRAÇA,
COMO EXISTEM 4 MESTRES
DA IMORTALIDADE,
TÃO PERTO DA TERRA,
AGUARDANDO SEU TEMPO EM CÂMARAS ÚMICAS.

MAS ELES DESPERTARÃO COM VERDADEIRA INTENÇÃO,

PARA CONSTRUIR A CIDADE, DISSE,
4 LADOS COMO UMA PIRÂMIDE.

E EM SUAS SOMBRAS A
VERDADE PROSPERARÁ.

ALFA E ÔMEGA,
INÍCIO E FIM,

VIDA E MORTE.

DEGÊNESE 13
8 É O NÚMERO DO CRIADOR, QUE
DESCE DE CIMA. A HUMANIDADE VAI
PERGUNTAR,
SEU NOME DESCRITO
NO LIVRO DA VIDA DESDE O COMEÇO DO MUNDO,
COMO OLHA PARA ELE
QUEM FOI E NÃO É

DO INFINITO,
DAQUELE QUE VEM E VAI,
ELE COM QUEM TUDO AUMENTA
E COM QUEM

TUDO CAI.
E A TERRA PODE SE ABRIR E A SALVAÇÃO PODE
FLORESCER. OITO vezes as FOLHAS DE LÓTUS SE
DESENVOLVEM,
ONDE O VENTO SOPRA,
Octuplo como as flechas da rosa dos ventos,
SEU PÓLEN SE ESPALHA,
VOLTOU PARA O CÉU COM PRAZER.

OLHOS, PERNAS, TUDO EM OITO,

ELA SAI DA ESCURIDÃO,
ESCALA AS MONTANHAS MAIS ALTAS, E
BLOQUEIA OS VALES MAIS PROFUNDOS,
CAÇAS PARA OS SEXUPLOS.

8 É O NÚMERO DELA.

DEGÊNESE 15
12 É O NÚMERO DAS TRIBOS COM O
CHACAL QUE DORME ENTRE ELES E SE
ALIMENTA ENTRE ELES.

12 SÃO AS LUA, TAMBÉM,

DIVIDINDO O ANO
12 OS TEMPERAMENTOS,
QUE LIVRE A MENTE
DA MULTIDÃO.
12 É O NÚMERO DO ZODÍACO,
CUJAS CRIANÇAS DORMEM INDEPENDENTEMENTE EM TODOS,
ESPERANDO POR
SEJA LIBERADO.

ENTERRADO DENTRO DO NÚMERO

AMBAS

CRIADORES' NOMES.

A ESPERANÇA E O DESESPERO SÃO A SOMA DE

12, QUANDO A PERFEIÇÃO DA UNIDADE
RUSHESTHEMIND
DE CADA SER DOS TRÊS QUATRO
PELO AR
E MAR
E NA TERRA
DEGÊNESE 17
 16 É O NÚMERO DO ESTRANHO, DO
RECÉM-CHEGADO;
16 SÃO SUAS REVELAÇÕES
16 É O NÚMERO DE SEUS ARAUDOS,
QUE DEVASTAM A TERRA.

8 MAIS 8 É O NÚMERO DE DOIS CRIADORES

LUTANDO PELO DOMÍNIO
8 MAIS 8,
DOIS INFINIDADES,
CONSUMINDO A ETERNIDADE
EM SEU CONFLITO.

INSTINTO CARNE VERSUS ESPÍRITO,

VERSUS INTELECTO,

CAOS VERSUS ORDEM.

1 E 6 É O NÚMERO DO POVO,
QUE VAI LUTAR PELA COROA. 1 E 6 É
O NÚMERO DAS PRAGAS,
QUE OS DESTRAVAM.
1 E 6 SÃO OS PONTOS DO EIXO,
DESENHADO NA PELE DO INIMIGO.
1 E 6 AS CÂMARAS DE CRIAÇÃO
O VERDADEIRO INFERNO
VAI LEVANTAR.
4 VEZES 4 É O NÚMERO
QUE COMPLETA A CRUZ SOLAR,
QUANDO TODAS AS COISAS VOLTAREM AO SEU
PONTO DE ORIGEM
E O CÍRCULO SE FECHA PARA SEMPRE
TEMPO
TERMINA A SI MESMO.
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RENASCIMENTO
Tivemos que deixar o transporte nas encostas cinzentas de
Severac-le-Château. Ninguém iria roubá-lo, fantasmas são
péssimos motoristas.
Estamos marchando há cerca de seis horas. Como quebra-
gelos, abrimos caminho pelas cinzas. Há uma cordilheira
enegrecida à nossa frente, esmaltada e rachada pelo calor e
pela pressão. Duro e retorcido como lava emanada, o solo
ainda está quente ao toque. Sua superfície retorcida é coberta
por rajadas solidificadas, suas bordas afiadas projetando-se
como arbustos. Temos que ter cuidado, Lomark já abriu um
buraco na sola da chuteira.
Devemos estar perto do Maciço Central, perto de Verrières.
Beaujolais se originou em algum lugar por aqui. Não é minha
xícara de chá ... não há espuma suficiente. Mas isso foi então.
Não posso colocar a cordilheira diretamente à frente, dois vales
devem se encontrar ali. Precisamos nos aproximar.
Impressionante. Vemos a borda da cratera agora. O chão... não,
todo o maldito país foi transformado. Como ondulações de uma
gota caindo em água parada, anéis concêntricos de rocha se
projetam do ponto de impacto. Não alto, apenas o suficiente para
formar uma bela linha com os picos circundantes das montanhas
do Maciço. O velho se misturando com o novo.
Lomark acha que viu uma vespa. Absurdo. Nem mesmo uma
sombra do passado permanece aqui. Ele insiste, e eu o chamo de
idiota.
A noite cai. Entramos em nossos tubos de plástico e dormimos.
Lomark diz que está acordado há horas. Ele encontrou mais
vespas e me oferece um caroço empoeirado. É o bastante. Eu
parti. Ele corre atrás de mim.
Subimos a encosta, cada passo deixando avalanches de
entulho em nosso rastro. Devo estar exausto. Continuo vendo
mandalas tomando forma nos escombros antes que Lomark
os perturbe e os dissolva sob os pés. Eu aceno para Lomark,
ele acena de volta. Está bem. Está tudo bem.
Aproximando-me do topo, continuo afundando nos montes de
cinzas. O vento me atinge e eu tropeço. O turbilhão de cinzas
reduz minha visão a alguns metros. Eu rastejo, sentindo a
inclinação. Começo a deslizar e luto contra isso. Por um momento,
a sujeira me envolve. A escuridão está por toda parte, mas eu
deslizo para fora e bato em uma saliência. Eu consigo segurar. Ao
meu redor, tudo crepita e sussurra. Tusso e cuspo, esfrego as
cinzas dos óculos e olho para trás. A borda da cratera está mais de
dez metros acima na encosta. Eu posso fazer isso.
Estou dentro. Fios de poeira e cinzas voam sobre a borda da cratera
como um feio boreal.
Eu observo o interior da cratera. Uma tigela côncava gigante
que se estende ao longe. Reconheço uma das montanhas ao
centro e... observo mais de perto. Dê tempo aos meus olhos para
se ajustarem. As estruturas tomam forma. Círculos com pontas,
triângulos, todos entrelaçados e margeando uns aos outros.
Lembro-me de limalhas de metal em um pedaço de papel com um
ímã embaixo. Não é isso. Mais ou menos como... poeira em um
tambor batendo. Mas isso não explica as pontas.
Ouço Lomark bufando ao meu lado. "Você vê isso?" Eu o ignoro.
"A fumaça?" Ele aponta para a encosta à frente. É verdade. Há
fumaça preta no ar. Ajoelho-me, deslizo um pouco mais para
baixo e chego bem perto. Gossamer preto fino.
Eu passo uma mão por ele, e ele desaparece como se neutralizado
por alguma reação química com minha luva. Remexo a terra,
desenterrando uma pedra negra do tamanho de um punho. Ele se
desfaz em fumaça na minha mão, esvaindo-se em manchas longas e
oleosas. Eu toco a pedra, sinto a superfície ceder. Não está quente. Um
inseto dispara. Eu grito e estremeço enquanto ele rasteja em uma linha
em zigue-zague, enterrando seu traseiro vibrante no solo. Foi-se. O
buraco de entrada cede. Sinto a respiração de Lomark em meu ouvido.
Ele sussurra “Vespas”.
Eu tiro minha luva. Eu quero sentir a pedra negra. Mais uma vez,
arrasto minha mão pela fumaça e, novamente, ela desaparece.
Eu olho para a minha mão, inspecionando-a de todos os ângulos.
Há um traço de preto em meus dedos, mas parece se dissipar...
não, afundar. Esfrego ansiosamente minha mão, aperto-a, cerro o
punho. A adrenalina ferve em minhas veias agora. Meu coração
dispara. Minha respiração acelera. Há um momento de pânico e
eu rapidamente coloco a luva de volta.
“Tire fotos”, ordeno a Lomark enquanto coloco um pouco da
substância preta em um frasco de amostra. Ele se liquefaz de uma
vez, mas fecho a tampa antes que ela escape. Com o canto do
olho, vejo manchas pretas correndo pelo chão perto dos meus
pés. Alguns deles se levantam e voam para longe. Contra o vento.
Em que nos metemos? De alguma
forma, tudo isso está conectado.
Guardei o frasco.
De volta ao acampamento, entro em quarentena.
É uma pequena amostra do luxo: minha própria barraca, serviço de
quarto. O tédio é meu único amigo.
Depois de um dia, o Dr. Rousseville não vê razão para me
manter aqui por mais tempo. Nós o chamamos de Dr. Slime, o
que é injusto porque ele mantém tudo sob controle. Ele não se
importa com a fumaça preta, as únicas coisas que o preocupam
são diarréia, catarro ou HIVE. Não há máquina para rastrear
minha mão. Mesmo que houvesse, de que adiantaria?
Sinto-me saudável, mas o Dr. Rousseville quer que eu registre qualquer
mudança em minha condição. Meus pulmões chacoalham, provavelmente
por causa do excesso de cinzas. Meu escarro é espumoso. Há algumas
manchas vermelhas no meu peito agora. Sarnento. Eu escrevo isso.
Fico pensando nas mandalas que vi na cratera. Quando as
manchas vermelhas em meu corpo começarem a formar um
padrão semelhante, eu ficaria surpresa. Mas eu não sou.
O tempo passa rápido. Estou tossindo bolhas densas agora.
Eles são viscosos, mas comprimidos e fofos. Notado.
Eu ainda me sinto bem.
Há formigas na minha tenda. Eu os sinto rastejando por toda a
minha pele durante a noite. De manhã, vejo os rastros que
deixaram na terra em frente à minha cama.
Mandalas. Meu coração está pesado e quente. Cada respiração que eu
tomo queima intensamente. De alguma forma, posso sentir o cheiro do que
está cozinhando do outro lado do acampamento. Eu reconheço meus
amigos por seus odores corporais. Às vezes acho que posso até ver os
cheiros. O mundo está cheio de traços brilhantes, de informações
complexas. estou delirando.
Dr. Rousseville e os outros macacos fedorentos tentaram me
segurar. Fiquei tão agitado que as glândulas do meu pescoço
estouraram.
Eles simplesmente me largaram, olhando para mim com os olhos
esbugalhados. Rousseville vomitou sem se curvar; simplesmente
saiu dele. O cheiro era intenso para meus velhos sentidos, mas para
meu novo eu era uma mensagem simples.
Eu corri para fora do acampamento. Ninguém me parou.
As vespas falam comigo. A linguagem deles é simples de
movimento e cheiros. Eu me movo ao longo das linhas que eles
traçam no ar, levando-me das ruínas para uma floresta
moribunda. Ainda cheira a agulhas de pinheiro, mas por baixo
descubro outras nuances que ainda não entendo. Tem algo a ver
com o nascimento... isso eu posso sentir.
Finalmente caio de joelhos, cavando a terra com as mãos. Sim,
nascimento. Meu coração fica dentro do meu peito, pesado e
ardente, bombeando e batendo forte. As mandalas agora
queimam em minha pele, um viveiro de flocos brancos. Sinto pele
e carne puxando e rasgando ao longo das linhas. Algo dentro de
mim quer sair. Eu quebro. Expire os flocos e veja-os subir. Sinta
meu corpo moldar. Afundar no chão.
No fundo do meu crânio, algo se agita. Algo
humano, antigo. É medo. Gritando.
Renascimento.
DEGÊNESE 23
 O QUÊ EM ISDEGÊNESE?
Eshaton. Isso é o que chamam de fim do mundo. O dia em
que choveu fogo dos Céus, queimando a terra, chamuscando
o povo. O planeta tremeu, arfando de dor como uma pessoa
febril em agonia. E embora a Terra resistisse, ela foi mudada
para sempre.
Quando Eshaton caiu e o povo Perdido pereceu, eles levaram
consigo dez mil anos de cultura. Os sobreviventes vasculharam e
lutaram por comida e água potável. De olhos vazios, eles olharam
para os veículos apodrecidos de seus ancestrais, vagando sem
rumo pelas ruínas de uma outrora grande civilização. Uma
civilização que eles abandonaram há muito tempo, casualmente,
na verdade, como uma cobra trocando de pele. Livres de moral e
ética, com a ingenuidade de crianças olhavam para o seu mundo
devastado, para as paisagens torturadas pelas intempéries, para
as zonas restritas tóxicas. Eles apenas sabiam que deveriam se
manter firmes contra esse novo ambiente ou sucumbir a ele.
Tempo passou. A fumaça acima das grandes crateras se dissipou e
as pessoas mais uma vez ergueram uma estrutura cultural em torno de
suas vidas. Ainda estava trêmulo e os pregos eram poucos e distantes
entre si. De vez em quando, uma civilização desabou com estrondo -
mas os blocos de construção foram reutilizados. Trabalhos ruins, mas
um novo começo após anos de declínio.
O ano é agora 2595, 522 anos desde o Eshaton, e a Europa se
fraturou em muitas culturas opostas. O povo de Borca se apega às
relíquias da era passada. Frankans se debatem na rede de
feromônios dos Aberrantes. Purgare é uma terra dividida entre
uma paisagem infernal queimada e exuberante
planícies férteis, mas ambos são destruídos pela rivalidade
contra os psicocinéticos. Os Pollners vagam do oásis para a
Floresta Fractal antes mesmo da última área verde ser
devorada pela Sepse e pela praga Biocinética. Hybrispânia é
dilacerada por uma luta secular pela libertação e uma
anomalia temporal crescendo em seu coração. E além do
Mediterrâneo, a África resplandece em ouro e lápis-lazúli,
mesmo enquanto luta por sua existência contra uma
vegetação estranha e agressiva.
Sete Culturas, treze Cultos, incontáveis Clãs. Quais povos,
filosofias ou crenças prevalecerão? Aqueles que evocam a glória
passada? Ou aqueles que ergueram um admirável mundo novo
sobre as ruínas da arrogância humana?
Nas sombras das crateras, algo está se mexendo. Existe um
futuro para a humanidade?
Degenesis é sobre esperança e desespero. É sobre as pessoas
e as prioridades conflitantes da civilização humana, ousando
perguntar o quão longe nossa raça realmente chegou desde que
descemos das árvores. O mundo de Degenesis é como um Jardim
do Éden em ruínas, contendo os segredos e espólios do bem e do
mal, da ignorância e da iluminação, da barbárie e da virtude.
Como um jogo de interpretação de papéis, Degenesis apresenta
este mundo para os jogadores que interpretam personagens (“PCs”)
confrontados com este futuro inóspito. Eles precisarão tomar uma
posição que influenciará o caminho de suas vidas e o destino daqueles
ao seu redor, se não o mundo e a civilização em geral – para o bem ou
para o mal. Cabe a eles.

O QUE É UM JOGO DE PAPEL?

Um RPG – às vezes chamado de jogo de contar os Jogadores desempenham os papéis lugares, pessoas e eventos. Cabe a ele
histórias – é um jogo de salão que não requer um principais, falando por seus PCs na mesa e decidir quais lugares, personagens e
tabuleiro de jogo ou um computador. A pretexto tomando decisões em seu nome. O enredo segredos surgirão durante o jogo.
de outra identidade, os Jogadores vivem que o Mestre do Jogo prepara deve então ser A jogabilidade é descrita extensivamente no

emocionantes aventuras sem nunca terem de sair muito flexível, pois os Jogadores são livres Livro Dois, Katharsys. Ao contrário dos jogos de

da mesa. A experiência é semelhante a um livro para decidir para onde seus PCs vão, com tabuleiro, um RPG não precisa de regras para

de áudio improvisado. Os personagens e eventos quem falam e como agem. determinar quem ganha e quem perde. Ainda assim,

da história são descritos em voz alta e se Existem dois livros necessários para jogar existem regras que ajudam a determinar o que os

transformam em imagens na imaginação dos Degenesis. Este primeiro livro, Primal Punk, personagens podem ou não fazer durante o jogo. Um

jogadores. oferece informações básicas sobre Culturas, PC pode pular um desfiladeiro? Ele é capaz de

O Narrador, também chamado de Game Cultos, oponentes, equipamentos e muito dominar fisicamente um inimigo? Ele pode decifrar

Master (GM), desempenha um papel vital na mais. Esta informação é acessível tanto para runas em um pôster antigo? Com alguns dados de

mesa de jogo. Ele descreve a paisagem, guia jogadores quanto para mestres de jogo. A seis lados, uma rápida olhada nas estatísticas do jogo

os outros através dos eventos que se partir desse material, o Game Master cria seu e o sistema de regras Degenesis, conhecido como

desenrolam e retrata todos os membros do próprio mundo, enfatizando certos tópicos e “KatharSys”, todas as situações podem ser tratadas

elenco de apoio e oponentes. Enquanto isso, ignorando outros. Ele pode até inventar novos com facilidade.
 E EU QUERO TE MOSTRAR
ALGO MAISQUE

SUA MANHÃSOMBRA,
SEGUINDO SEUS PASSOS

OU SUA SOMBRA DA NOITE,

TORWARDS DODDERING VOCÊS

PÓ.
EU VOU TE MOSTRAR TEMER
EM UM POUCO DE

[T. S. ELIOT]

O QUE SINTHETWOBOOKS?

PRIMALPUNK
Primal Punk ocupa todo o Livro 1 e se destaca como uma porta de
entrada para o rico mundo de Degenesis. É aqui que as sete
Culturas deste mundo são detalhadas, juntamente com extensas
percepções sobre os treze Cultos na vanguarda dos assuntos
mundiais. Por fim, o capítulo História fornece uma visão geral dos
eventos que ocorreram antes, durante e depois do Eshaton em
uma linha do tempo detalhada.
K AT HARSYS
O Livro 2 começa detalhando as regras e regulamentos básicos do
jogo - geração de personagens, Potenciais e jogadas de dados
- que determinará como os jogadores usam suas armas e
habilidades contra os inimigos que encontram durante o jogo.
ALMANAQUE
Esta extensa seção lista as muitas ferramentas disponíveis para
PCs: equipamentos, armas, armaduras, veículos, artefatos e muito
mais, junto com regras para vasculhar e atualizar ferramentas e
armas.
ZONA PROIBIDA
Esta seção final contém informações secretas sobre alguns dos
trabalhos mais profundos do mundo, destinados apenas aos
Game Masters. Ele contém descrições e estatísticas de jogo para
os vários oponentes que existem no mundo, juntamente com
dicas úteis, tutoriais e uma amostra de aventura para facilitar o
papel do Game Master e permitir que criem histórias convincentes
e facilitem a jogabilidade envolvente.

INTRODUÇÃO 25
O COMEÇO DO FIM
Uma mosca. Ele grunhiu, afastando-o com uma mão forte enquanto se
sentava grogue. A luz do entardecer se infiltrava pelas frestas da janela
fechada com tábuas enquanto ele olhava para o quarto escuro, as
partículas de poeira dançando e brilhando no ar. A mosca zumbiu
suavemente. O homem procurou algo no criado-mudo, sentiu o
plástico e o agarrou. O mata-moscas. Ele sorriu enquanto se levantava,
cambaleando até a janela, passando por diplomas, certificados e
prêmios emoldurados. Sem significado. Seu olhar vagou por seu PhD
em filosofia, a caixa de vidro empoeirada e opaca. Nenhuma mosca em
qualquer lugar. Seu colete grudava em sua pele. Ele se espreguiçou,
murmurou “Merda” para si mesmo e finalmente se aproximou da
janela para espiar por uma das frestas.
Nada havia mudado.
Os carros eram esqueletos queimados. A calçada estava
rachada. As revistas cobriam a rua como pássaros pisoteados,
o vento as folheando. A vitrine frontal de uma loja de varejo
do outro lado da rua foi quebrada. Alguém havia grafitado “O
fim está próximo!” na porta.
Os vizinhos fugiram para o campo ou para as montanhas
há muito tempo. Apenas os eternos otimistas, céticos e
imbecis permaneciam na cidade, embalando um machado de
incêndio no colo. Ou um mata-moscas. O homem riu e tossiu.
Ele pressionou a testa contra o quadro e virou a cabeça para
olhar a rua. O saqueador ainda estava pendurado no poste.
Um corvo pousou em sua cabeça e limpou suas penas. Por
décadas, ele não via pássaros dentro da cidade. No entanto,
aqui estão eles, de volta para casa para o velório de um
amigo em comum.
A escuridão inundou a sala enquanto o sol se punha atrás
da casa. O homem ficou parado com a testa contra as tábuas
da janela, olhando para o céu. Um novo sinal queimou lá no
céu azul escuro. Os Streamcasts estavam cheios deles.
Esquemas no início, imagens borradas de satélites em órbita
e estações espaciais depois. Mais tarde ainda, pode-se ver
os pontos contra o céu noturno a olho nu. Semanas depois,
eles perfuraram o brilho do dia com seu brilho. Agora, eles
brilhavam contra o céu como tochas flamejantes.
A dissolução da sociedade havia começado muito antes de
tudo isso. A maioria começou a virar as costas para a tecnologia.
Não havia cumprido sua promessa. Em vez de eliminar a ameaça,
a tecnologia permitiu que ela se transformasse em algo inevitável.
Inevitável. Os suicídios em massa, saques e vigilantismo
começaram. Todos os sinais de uma sociedade entraram em
colapso. As igrejas estavam superlotadas. Nas praças, as pessoas
davam as mãos e choravam.
O homem afastou-se das tábuas e sentou-se apático na
penumbra.
Talvez este fosse seu último dia. Talvez ele devesse fazer
alguma coisa. Algo especial. Ele tinha visto isso nos
Streamcasts. O Homo sapiens foi reduzido às suas emoções
mais cruas: amor, ódio, ganância, poder... e medo. Um
turbilhão caótico de emoções conflitantes, irresistível e
repugnante em seu fascínio.
O rosto da Humanidade alternava de uma rua para
outra. Orgias, carnificina, avareza e gula em uma rua.
Atos sinceros de compaixão, abnegação e virtude para
com o próximo.
Nenhum dos extremos o atraía.
Do lado de fora, as sirenes soaram. O homem sentiu cheiro de
fumaça. A mosca estava de volta, zumbindo ao redor dele.
Ele sentiu o ódio crescer dentro dele no silêncio. Uma
mancha preta disparou através de uma placa e parou. O
homem levantou o mata-moscas, lambeu os lábios, sentiu a
alegria subir das profundezas como uma força primordial – e
baixou o mata-moscas.
"O suficiente!"
Este foi o fim.
FRENTE 31
ESH AT ON
2073. O ano do apocalipse. A única noite em que uma
enxurrada de asteróides fez o planeta inteiro tremer.
A Europa foi atingida primeiro pelo bombardeio. A crosta
terrestre foi instantaneamente perfurada, abrindo-se ao longo
dos muitos pontos de impacto. O primeiro na Escandinávia,
depois ao longo dos Alpes e na Itália e na costa africana.
À medida que a crosta da Terra se fraturou, rachaduras surgiram na
superfície do planeta. Aglomerados gigantes do tamanho de cidades
disparados para o céu. Grandes ondas de magma subiram para consumir a
terra, transformando cidades inteiras em terrenos baldios sem vida. Mais
foram achatadas pelo granizo, tsunamis e terremotos que se seguiram.
O Brasil foi capaz de emitir alertas de tsunami por rádio, mas segundos
depois todas as frequências foram cortadas abruptamente para um silvo
estático quando o rescaldo do ataque do asteróide varreu o globo. Moscou
foi banhada em fogo. A América do Norte se afogou na chuva cinzenta. A
Índia rachou. Sidney desapareceu.
Ao amanhecer, densas nuvens cheias de cinzas vulcânicas e
poeira vermelha de crateras engoliram o céu, banhando a terra
em um crepúsculo sangrento. O sol foi reduzido a um mármore
distante brilhando fracamente através da névoa. Apenas os
incêndios e as descargas eletrostáticas protegiam a escuridão.
Tiros. Explosões. Gritos. Uma cacofonia incessante enquanto as
nuvens vermelhas se enfureciam e começavam a chover,
atingindo a Terra com veneno ácido. O mundo fedia a morte.
Naquele dia, a sociedade como era conhecida desmoronou.
10.000 anos de civilização vaporizados em um dia. Esse dia
recebeu muitos nomes pelos poucos sobreviventes: apocalipse,
conflagração global, Armagedom. Frases gastas para ajudar
eles aceitam a finalidade de tudo. Uma última garrafa de
vinho, metal frio contra a têmpora, um dedo torto. E foi isso.
Mas a Humanidade sobreviveu, e este não foi o fim. Sim,
o velho mundo se foi, e ninguém e nada jamais poderia trazer
de volta os bons velhos tempos. As pessoas que buscavam
uma explicação a encontravam na espiritualidade. A doutrina
escatológica do mundo não predisse tais eventos? A queda da
criação? O alvorecer de um novo mundo? Foi bom e cheio de
esperança. Esses asteróides não trouxeram o apocalipse. Eles
trouxeram o Eshaton. Um novo começo.
Agora, a humanidade só tinha que suportar a noite.
ERA DO GELO
Depois das tempestades de fogo, veio a escuridão.
As nuvens pairavam baixas e negras sobre a paisagem, iluminadas
apenas por relâmpagos. As correntes descendentes fluíram através da
mistura fervente, fazendo-as sangrar na Terra em folhas avermelhadas.
Sempre que a cobertura de nuvens se rompia, colunas brilhantes de luz
se espalhavam pela terra. Mil rostos cobertos de fuligem viraram-se
para cima e seguiram seu caminho.
Então, um dia, a neve se misturou à chuva cinzenta.
O inverno chegou e decidiu ficar.
Com o tempo, as zonas climáticas mudaram. As calotas polares se
expandiram, roubando a água dos mares à medida que as geleiras se
formavam e se acumulavam. O norte da Europa estava coberto de
neve. Os sobreviventes rastejaram para o subsolo e só voltaram à
superfície para coletar materiais combustíveis. Enquanto isso, o
os mares recuaram e escoaram pela plataforma continental. Os
portos secaram para se erguer sobre desertos de areia e seixos.
Enquanto a Europa mergulhou em uma hibernação
intermitente e a África do Sul foi conquistada por extensões
da Antártida, o resto da África se saiu melhor. Os ventos
equatoriais redirecionaram a parede de poeira para o norte e
para o sul em vórtices gigantes, protegendo a África das
duras consequências de Eshaton. Com o tempo, um clima
mediterrâneo substituiu o calor turbulento no norte e centro
da África. Um vento quente e úmido do Oceano Atlântico
lançou nuvens pesadas de chuva por todo o continente, onde
derramaram seu fardo sobre uma nova e florescente selva
subtropical. E assim, enquanto o resto do planeta ameaçava
congelar, o Saara floresceu.
RESSURREIÇÃO
Afinal, a Terra já havia passado por coisas piores e sempre
voltara à sua antiga beleza. Agora não foi diferente. A chuva
limpou as cinzas vulcânicas do céu e os oceanos as engoliram.
O véu avermelhado caiu e nos campos arruinados o gelo
rachou e estourou ao sol do meio-dia.
Os invernos ainda eram cruéis e alimentavam as geleiras em seu
caminho para o interior, mas os verões rachavam a armadura de gelo dos
lagos. Os riachos borbulhavam. A grama crescia nas planícies vermelhas.
Novos brotos surgiram de troncos carbonizados.
Tribos de sobreviventes cruzaram os mares de cinzas vulcânicas
em busca de comida, lenha e um novo lar. As trilhas rasgaram
e vagueou pelas planícies, alterando para sempre mais do que alguns que
valorizavam a vida humana menos do que uma barriga cheia. A humanidade
ainda estava infectada pela raiva e ganância, sem cura à vista, apesar dos
tempos difíceis. Os clãs se uniram e travaram batalhas sangrentas por
recursos escassos contra assentamentos e cidades-estado. Tão poucas
pessoas permaneceram após o Eshaton, e ainda assim eles só visavam
quebrar os crânios uns dos outros. Apesar de tudo, os assentamentos
floresceram. Eles se esconderam atrás das muralhas da fortaleza, crescendo
em número e sabedoria para logo abandonar suas cascas de pedra e
construir novas muralhas. O conhecimento antigo finalmente voltou ao seio
da Humanidade.
500 anos se passaram, durante os quais as regras da civilização
foram marteladas nos crânios daqueles que se interpuseram no
caminho da raça humana.
Surgiram novas formas de viver. Treze Cultos ergueram-se
acima do caos, concentrando a energia da Humanidade em
direções novas e frutíferas. Do norte da Europa à África, sete
culturas evoluídas adotaram uma nova atitude em relação à vida,
bem diferente da melancolia paralisante do passado. Cidades
como a grande Justitian ou a movimentada Tripol prosperaram e
se tornaram o orgulho da humanidade. Os navios cruzaram o Mar
Mediterrâneo e reconstruíram uma rede de rotas comerciais entre
países distantes e culturas estrangeiras.
Agora é o ano de 2595.
A humanidade conseguiu sobreviver ao seu primeiro
grande teste. No entanto, nos recessos sombrios deste
admirável mundo novo, algo está à espreita para reivindicar a
supremacia.
FRENTE 33
INFETADO
Asteróides choveram, destruindo e distorcendo tudo. A placa
continental da Eurásia estourou. Os rios secaram ou encontraram
um novo leito. O Mar Mediterrâneo secou e surgiram novos
litorais. Vulcões entraram em erupção. Desertos cheios de poeira
vermelha se espalham. Então veio uma nova Era do Gelo e
incontáveis mortes.
Tudo isso foi irrelevante em comparação com os horrores que
viriam. Embutida nos asteroides, profundamente em suas ligações
de carbono e cristais de ferro, estava a evolução em sua forma
mais pura: o Primer. Uma substância misteriosa que vazou das
crateras anos após o impacto. Subiu como uma névoa negra,
incorporando esporos microscópicos na matéria orgânica. Os
esporos se desenrolaram e se enrolaram em voltas fractais ao
redor do próprio DNA de seu hospedeiro. Não adicionando nada,
mas reiniciando seu código genético e abrindo caminhos
alternativos para corromper.
O Primer infectou a humanidade, rejeitou seu código genético
e começou a otimizar o que encontrou para criar uma nova
espécie.
Este foi o nascimento do Homo Degenesis.
Espectros emergiam das sombras de cada cratera. Criaturas
torturadas com pele pálida esticadas sobre tumores do tamanho
de um punho. Spikes projetando-se de quadros distorcidos. Olhos
costurados, mas repletos de visões do passado e do futuro.
Melhor ajustado do que o velho Homo Sapiens e
imbuído de habilidades psíquicas além de toda
compreensão, o Homo Degenesis subiu ao topo da cadeia
alimentar. Eles se viam como parte da consciência da
Terra, capazes de forçar seu coletivo na humanidade e
amalgamar seus espíritos. Muitos se tornando um. Suas
garras já agarravam o tornozelo da Humanidade - apenas
um puxão e ela cairia de seu trono.
Mas aí surgiu resistência. A humanidade não estava disposta
a desistir de sua posição sem lutar.
SEPSE
Algumas décadas após o Eshaton, não havia vida em nenhum
lugar perto das crateras. O Primer revestiu as colinas vidradas
como um verniz. Ele perseverou, absorvendo esporos de fungos
escondidos em cavidades. Afundado na poeira. Carregado pelo
vento e pelas cinzas.
A infecção havia começado.
Quando os humanos viram pela primeira vez a infecção fúngica,
pensaram que o próprio mundo estava apodrecendo. Chamaram de “sepse”.
Anos depois, o tomento fúngico cobriu as crateras. Seus
tentáculos afundaram profundamente na terra e se
transformaram em um micélio semelhante a lã que se espalhou
em rajadas circulares. Conforme programado pelo Primer, o
micélio bombeou nutrientes para a superfície até atingir uma
massa crítica. O solo inchou, a superfície se rompeu quando
fungos brotaram das rachaduras ao ar livre. Os fungos
floresceram rapidamente, projetando-se ao longo das cristas em
ricas cúspides brancas do tamanho de um punho.
Em um dia, essas tampas endureceram e se deterioraram para um cinza
opaco. Um esqueleto de veias delicadas emergiu. As cúspides, agora
quebradiças como folhas de outono, farfalhavam ao vento. Nuvens de
esporos se ergueram quando finalmente se romperam, dissipando-se e
girando em névoa e depois em nada.
Nos meses seguintes, o micélio esgotou a terra e
lentamente se expandiu a partir do centro da cratera. O
solo seco e escamoso desmoronou em seu rastro e voltou
para a cratera. Enquanto isso, o micélio continuou
crescendo, avançando até mais uma proliferação de
fungos. O ciclo continuou e o campo de micélio cresceu,
anel por anel.
Após anos de igual crescimento e erosão, os campos de
esporos estão espalhados por quase todas as superfícies da
paisagem, cada um atingindo centenas de metros de diâmetro.
Vales e paredes concêntricas emergiram como ondulações de
uma pedra jogada em um lago outrora calmo.
MOTHERSPOREFIELDS
Os maiores campos de esporos têm quilômetros de diâmetro. A
Sepse paira acima deles em véus que ondulam ao vento como
pálidas bandeiras brancas. Até agora o campo passou por muitos
ciclos de crescimento, cada vez ganhando mais terreno.
Uma nova floração começa no centro, e o micélio continua se
enterrando no solo até atingir níveis ricos em nutrientes da terra.
Novos anéis se formam em cima dos antigos, desta vez mais
profundos; as paredes cada vez mais altas. A forma concêntrica do
campo torna-se mais claramente visível. Ciclo a ciclo, o campo se
expande.
Mais ou menos na mesma época, surgem as primeiras anomalias
magnéticas, as agulhas da bússola apontando trêmulas para o centro.
E com isso, a transformação em um campo de esporos Mãe está
completa.
QUEIMAR
A floração de um campo de esporos mãe dá origem a cúspides de
um roxo empoeirado. A pele externa é mais dura, então as
cúspides podem ser arrancadas sem estourar ao menor toque.
Dentro, eles carregam a semente para forçar a humanidade sob o
feitiço do Primer.
Aqueles que inalam ou ingerem os esporos da Mãe são
lançados em uma jornada além da compreensão humana.
Eles atravessam esferas de cores em cascata e se encontram
orbitando um sol resplandecente feito da emoção mais básica
e pura. O frio de repente se torna suportável. A fome é
apenas uma estrela moribunda dentro da galáxia de
neurônios do cérebro.
Os esporos originários dos campos de esporos da Mãe são
chamados de Burn. Eles são uma droga potente que é usada em todo o
mundo, mas acima de tudo, eles são uma ameaça insidiosa.
FENÓTIPO
Queimaduras. Afundando através da membrana porosa dos pulmões,
os esporos entram na corrente sanguínea. Então, como uma onda de
choque de uma explosão, Burn se espalha e consome, expandindo seu
raio de infecção a partir do ponto inicial de impacto. Os primeiros
sintomas logo começam a aparecer. Pequenas veias se ramificam,
misturando-se com os pelos do corpo e surgindo na pele em erupções
circulares vermelhas. As erupções descamam e se inflamam à medida
que mais linhas rompem a pele, alinhando-se e colidindo para formar
símbolos distintos.
Existem sete símbolos conhecidos que marcam os
Queimados, cada um vindo de uma região diferente. Uma floresce
nos corpos dos que nasceram em Borca, apesar da região ser
desprovida de campos de esporos. Outro marca todos aqueles
que cresceram nas sombras das saídas de feromônio de Franka. O
mesmo é verdade para as pessoas nascidas em Pollen, Balkhan,
Purgare e África. Todos os símbolos variam em detalhes, mas, no
final, são todos marcas da mesma origem e destino final.
A medicina está perdida. Mesmo em um nível epigenético, os
pesquisadores não conseguem identificar a raiz dos símbolos. Por
que as pessoas de cada região reagem de maneira diferente ao
Burn? Se os símbolos não são determinados pelo genótipo, a
composição genética do organismo, então eles devem estar
reagindo ao fenótipo do hospedeiro e aos traços evolutivos
genéticos únicos de cada ambiente e seu povo nativo. Poderiam
todos os sete símbolos culturais originar-se da mesma fonte?
FRENTE 35
HOMODEGÊNESE
ESTA SEMENTE
A queima polui. Uma vez inalados, os esporos continuam crescendo
muito depois de os efeitos da droga terem passado. Para alguns, não
há caminho de volta. As flores da decomposição fazem cócegas no
fundo da garganta do infectado. O fungo se espalha ao redor de sua
boca. Onde quer que vão, tossem flocos e catarro espumoso.
Espalhando a Semente.
Onde quer que eles coloquem suas cabeças, a Sepse logo se
espalha pelo chão, alcança as paredes, tateia para fora, torna-se
aérea e, finalmente, infecta outras pessoas. Eles se tornaram um
Leperos, uma ameaça. Somente o fogo pode limpar essa
corrupção.
EPIGÊNESE
As células de um adulto estão completamente formadas. A Sepse os
devora como se nada mais fossem do que alimento para um novo
campo de esporos. As células de um feto, por outro lado, estão cheias
de potencial.
Os bebês nascidos perto dos campos de esporos da Mãe são
diferentes. Seus olhos são tão frios e sem vida quanto o céu
estrelado. Eles não reconhecem suas mães, mas cheiram o leite,
seguem-no como uma abelha segue o cheiro do néctar. Eles
escalam e arranham seu caminho para cima e para os seios à
espera, sugando até não restar nada além de sangue e são
violentamente arrancados do cocho. Eles se debatem com seus
bracinhos e perninhas e gritam de uma forma que faz os
membros do clã murmurarem orações rápidas.
Essas crianças são chamadas de Sem Alma, Aberrantes ou
Psiconautas. Eles despertam um medo primordial nas pessoas. Muitos
não suportam isso, pegando o pequeno corpo e batendo contra uma
pedra até que não haja mais vida dentro dele. Outros veem os Sem
Alma como maldições ancestrais, provações enviadas por um espírito
ou um deus irado – livrar-se deles significaria uma traição ao círculo da
vida.
Carregando os filhos ao longo dos anos, eles veem as mudanças.
Insetos traçam padrões ao seu redor, desenhando mandalas na poeira.
Eles até contorcem as pernas, escondendo-se nas dobras da pele e nos
cabelos. No entanto, essas crianças nunca choram.
Nunca ria. Nunca fale. Eles só exigem com os olhos e
pegam o que podem. Mal parecem sentir o frio e
fogem da roupa como se fosse uma prisão.
Enquanto seus parentes murcham, os Aberrantes continuam
a florescer. As crianças da tundra de pólen desenvolvem
protuberâncias subcutâneas que endurecem, fundem-se em
escudos ósseos e desenvolvem esporas. Franka's Soulless
desenvolve glândulas que exalam feromônios doces que
encantam suas famílias. No Balkhan, as crianças emitem sons
sobrenaturais, que penetram na mente das pessoas até atingirem
o nível subconsciente mais profundo e, a partir daí, começam a se
estender com tentáculos sombrios. Em Hybrispânia, as crianças
podem falar com as vozes de outras pessoas: as palavras ditas às
crianças saem de suas bocas, como se estivessem de alguma
forma ecoando apenas um momento no futuro. Em Purgare,
poeira e pedras se erguem para orbitar a criança, o solo se
deforma, balança e se curva para recebê-los, o próprio sol se
concentra sobre eles com um calor abrasador.
PORTENTESEMARAVILHAS
Esses fenômenos terminam tão repentinamente quanto começaram. A
terra ao redor das crianças queima e, em meio à sujeira solta, um
símbolo se torna visível. Em seguida, ele desmorona, como uma
imagem feita de lascas de metal magnetizadas, uma vez que as linhas
de indução se rompem.
Os Espitalários sabem disso muito bem. Esses símbolos são
diferentes daqueles que florescem nos corpos dos Queimados.
Antigos, identificados e registrados, eles foram transmitidos e
ensinados por humanos por milhares de anos e foram
ridicularizados pelos cientistas modernos como absurdos. Se os
Espitalários pudessem verificar o corpo de uma dessas crianças
agora, descobririam que o calor febril irradia do organismo,
emanando de um ponto focal no eixo do corpo. Sua posição e o
símbolo correspondem exatamente a um dos nós de energia
descritos pelos povos antigos – um Chakra.
Sete desses nós de energia estão alinhados ao longo do
centro do corpo humano, desde o cóccix até a abóbada craniana.
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com

FIVEAPTURES
Existem cinco tipos de psiconautas conhecidos hoje. Cinco tipos para estudar e destruir. Cada um pode criar
fenômenos de acordo com seu Chakra e manipular seu ambiente. Cinco pragas cercam os psiconautas, protegendo-
os e levando a sepse infecciosa para a terra. Enquanto um lança aranhas, Centopéias e escorpiões, outro solta
enxames de formigas, vespas e cupins, e ainda outro emite ondas de sanguessugas e pulgas. Uma mosca portadora
de esporos pode selar seu destino. Essas cinco manifestações são chamadas de Arrebatamentos e cada uma pode
ser atribuída exatamente a uma região do mapa.

PÓLEN: BIOKINESE HYBRIS PA NIA: GRAVIDEZ

Os Psychonauts do Biokinesis Rapture usam seu corpo como uma
ferramenta que podem moldar ao seu gosto. Esporões ósseos crescem
de seus braços em lâminas perversamente afiadas, e seus crânios são
malformados e sem um único ponto fraco. Eles guardam seus campos
de esporos, fundem-se com eles, dão e recebem energia. Suas feridas
cicatrizam rapidamente, órgãos danificados são substituídos por cópias
melhoradas em dias. Eles carregam suas pragas venenosas nas dobras
da pele: aranhas, escorpiões, centopéias - toda a escória venenosa do
deserto.
Os Pregnóticos existem no passado e no futuro simultaneamente.
Eles são uma alma em mil corpos. Os Hybrispanianos os temem,
mas também os reverenciam e se voltam para eles em busca de
conselhos. Sem os pregnóticos oniscientes, a Hybrispânia teria
sido invadida há muito tempo pelos invasores africanos. Esses
psiconautas vivem perto de lagos de montanha e na costa
atlântica. Aqui, eles estão perto de suas pragas: conchas, estrelas
do mar, ouriços, amonites e trilobites.

FRANKA: FEROMANCIA PURGAR: PSICOCINESE

Como as rainhas dos insetos, os feromantes estão cercados por
formigas, vespas e cupins. Sua pele se estende por glândulas de
feromônios protuberantes: feridas tão grandes quanto punhos
que constantemente exsudam um pus com cheiro doce. Os
insetos se alimentam e apodrecem nas glândulas dos feromantes,
enquanto tecem uma rede de estradas de feromônio que
capturam humanos e animais e os forçam à falsa paz do coletivo.
Os psicocinéticos são parasitas. Eles se agarram às aldeias, alimentando-se
dos habitantes por meio de pragas de sanguessugas, mosquitos, carrapatos,
pulgas e vermes. À medida que os psicocinéticos se alimentam, as energias
se acumulam em seu plexo solar, fazendo com que seus peitos brilhem com
o calor. Quando eles finalmente liberam essa anima, ela consome seu
ambiente como uma nova, queimando-os de dentro para fora. A própria luz
se curva em torno desse tipo de Aberrante e fica emaranhada em campos de
força. As pedras se elevam no ar, aceleram em círculos cada vez mais
estreitos e finalmente correm em direção ao inimigo em uma nuvem
brilhante.

BALKHAN: DUSHAN
A canção do Dushani reverbera através dos cumes
escarpados das montanhas Balkhan, ressoando nas
florestas e cavernas mais profundas da terra. As ondas se
agitam em corpos de água parados e a Terra vibra e
ondula. Suas harmonias penetram nos pensamentos dos
humanos e os manipulam até que não haja mais livre
arbítrio. Os Dushani deslizam por riachos de montanha e
ravinas profundas, cercando-se de suas pragas aquáticas:
Bog Kraken, águas-vivas e lagostins.
TERRACHAKRAS
As cinco enormes crateras de impacto são o centro desse desenvolvimento. As ondas evolutivas emitidas a partir deles e
foram levadas para fora através dos campos de esporos da Mãe, como se estivessem ligadas por um éter místico e os
campos nada mais fossem do que estações de retransmissão em uma gigantesca rede de comunicação. Novas táticas de caça
ou luta se espalham em poucos dias, assim como a memória do rosto de um inimigo amaldiçoado. Tudo começa no centro.
Aqueles que querem lutar contra os psiconautas um dia terão que escalar as enormes paredes da cratera.

PÓLEN : PA NDORA HYBRIS PANIA: MIRAR

A maior cratera de impacto é uma porta de entrada para um
abismo de proliferação genética. Criaturas que não temem o frio
nem o aço surgem dela. Eles desenvolvem placas ósseas e órgãos
adicionais, como os humanos, crescem cabelos. Monstros
primordiais nadam no lago da cratera, lutando entre si,
afundando no chão mortos ou acasalando e sofrendo mutações.
Amonitas com vários metros de diâmetro foram vistas. Algumas
dessas criaturas chegam à costa através de incontáveis drenos e
riachos. Muitos morrem na atmosfera hostil, mas outros se
enterram no solo e florescem.
O Chacra Biocinético da Terra é fértil: o vento oeste carrega
consigo rastros de esporos de quilômetros de extensão e os deixa
cair no leste. Esta região está além da redenção, os campos de
esporos se espalharam até o horizonte - e ninguém jamais foi
além.
FRANKA: SOUFFRANCE
No Massif Central de Franka, há uma ferida aberta.
Feromônios doces como néctar se derramam de aberturas de
terra e descem pelas encostas da cratera, lavam pessoas e
insetos e os tornam parte do coletivo de Franka Earth Chakra.
Aqui, o Homo Degenesis e o Homo Sapiens vivem juntos. Ao
contrário de qualquer outro lugar, o homem está no mesmo nível de
um enxame de insetos.
Em Souffrance, ele evoluiu para um drone.
BALKHAN: USUD
O Dushani Earth Chakra vibra e estremece, interconectando-se
com as frequências ressonantes da terra e de seu povo, oscilando
e cantando. Ao se aproximar de Usud, seus dentes doem, seus
pensamentos correm até serem varridos, deixando para trás um
vácuo para o qual emoções rudimentares fluem como ichors. Você
se torna uma alma perdida, logo preenchida com uma nova
vontade e pensamentos pelas canções de Dushani. Usud muda
seu destino e se insinua no destino de toda uma Cultura
Cercado e escondido dentro de um lapso de tempo está
Mirar, o Chacra da Terra dos Pregnóticos. Milhares de olhos
vagam pela terra. Às vezes do alto, circulando e esperando.
Às vezes espiam do granito frio ou do fundo dos lagos da
montanha, uma visão granulada do que foi e do que vai ser.
Inúmeras almas entrelaçadas dentro de uma mente e espírito
singulares possuindo sabedoria infinita. Aqueles que ousam
explorar o futuro e o passado descobrirão o segredo do
começo e do fim em meio a um mar de conchas em Mirar.
PURGAR : NOX
Os campos de força destroem o espaço como um espelho
quebrado e capturam os fragmentos dentro das mais finas
malhas gravitacionais. Os campos acima de Nox são selados,
capturando a luz e nunca deixando ir. A noite eterna cresce em
espinhos cristalinos do Chakra da Terra dos Psicocinéticos,
infectando a área, rastejando para a frente.
Apenas um homem – Nuntius the Baptist – entrou na
escuridão e viveu para contar a história. Ele estava cercado por
campos de força, luz fraturada brilhando ao longo de suas
superfícies em todas as cores do arco-íris. Pilares de pura luz se
penetravam em uma geometria impossível. Criaturas negras
como breu penduradas em fendas gravitacionais, seus corpos
inchados espelhados mil vezes e comprimidos ou dobrados.
Beleza perfeita em meio à escuridão, mais negra que a morte,
mais sagrada que qualquer deus.
Depois de escapar desta paisagem infernal, Nuntius ficou
cego e louco, exigindo que a Fenda em torno de Nox fosse aberta
para libertar o divino Pneuma.

FRENTE 39
PSICOVORES
À medida que fragmentos de asteroides perfurou cratera após
cratera no solo do hemisfério norte, um extraviado atravessou o
céu acima da África. Sobre o Sudão, um asteróide entrou na
atmosfera com um flash ofuscante, rasgando o ar em uma
velocidade ofuscante antes de escapar para o espaço.
Mas a África não foi poupada. O projétil queimou o ar ao
redor a mais de 30.000° Celsius, deixando uma trilha
incrivelmente brilhante no céu. Uma onda de pressão
milhares de vezes acima da pressão atmosférica normal
atingiu o continente africano, um tsunami de ar movendo-se
a Mach 10 rasgando a Terra e devorando humanos, animais,
vegetação e até cidades e montanhas inteiras. A onda de
pressão abriu uma cicatriz em toda a África, com mais de
1.245 milhas de comprimento e 185 de largura: o Dhoruba.
Durante horas choveu destroços, árvores pulverizadas, pedras, terra e
concreto caindo sobre a terra devastada. No entanto, mesmo em meio a essa
destruição, sementes, esporos de musgo e matéria vegetal também caíram
na Terra, junto com o material arrancado do asteroide enquanto ele passava.
Anos depois, as primeiras árvores reapareceram. Florestas de samambaias
aninhadas ao lado de rochas do tamanho de casas. A vegetação havia
recuperado o Dhoruba, mas essas árvores, arbustos e samambaias estavam
todos infectados.
O Dhoruba estava cheio de resíduos do asteroide, e um vapor
negro subia dos fragmentos enquanto eles afundavam no solo
fértil dilacerado pela passagem do asteroide, condições perfeitas
para o crescimento.
A vegetação mudou. As folhas cresciam em hexágonos e octógonos
geométricos. Cada galho estava cheio de espinhos. As árvores estavam
carregadas de frutas vidradas que se estilhaçavam quando caíam. As
plantas estranhas conquistaram o Dhoruba e se espalharam pela terra.
Hoje, os africanos os conhecem como Psicívoros: a maior ameaça que o
povo africano enfrenta.
DISCORDÂNCIA
Os Sepsis e os Psicívoros são variantes do Primer, mas onde quer que
se encontrem, eles se contradizem. As plantas apodrecem, os fungos
murcham. Arrancados de seu Chacra Terrestre, esses campos de
esporos desenvolvem cápsulas de alimentação subterrâneas.
Aqueles que pisam nos pontos neurais do casulo caem nas
Cúspides Alimentares, envoltos em brânquias espinhosas e se
afogando no influxo de fluidos digestivos. Em poucos dias, a vítima
dissolvida é bombeada para um saco uterino.
Ali, figuras bizarras crescem em bolhas gelatinosas. Depois
de dias, uma criatura coberta de membrana se eleva no ar, mas
apodrece em poucas horas e cai no chão, uma massa fedorenta. A
evolução traz de volta à vida projetos antigos e rejeitados. Está
fora de controle.
Esta é a Discordância, um cinturão de evolução
contraditória com milhares de quilômetros de largura
entre os Sepsis invadindo do norte e os Psicívoros
avançando do sul.
FRENTE 41
A CORVOEOLEÃO
Das cinzas das antigas civilizações surgiram sete novas
Culturas. Do norte frio da Europa ao Mediterrâneo e
até a África, eles construíram um novo mundo a partir
do cadáver do antigo.
Os europeus são corvos, circulando acima da carcaça,
recolhendo os pedaços inúteis e espalhados. Alguns artefatos
aqui, uma tradição ali e uma suculenta tira de preconceitos como
sobremesa. Catadores. Se você perguntasse a eles, porém, eles
diriam que o Corvo é esperto e inteligente.
Os africanos deixaram tudo para trás. Seu passado vive
em seus ancestrais e em seus corações, não em ruínas, leis ou
dilemas morais irrelevantes. Eles veem o Leão como a
personificação de seu povo. Nobre e forte, ele persegue a
savana, lutando com unhas e dentes para se manter no topo
da cadeia alimentar. O que lhe falta em agilidade, sobra em
sua ferocidade selvagem: seu rugido faz o mundo tremer.
O Leão está pronto para cruzar o Mediterrâneo e
levantou muita poeira no domínio do Corvo. Essa batalha
precisa ser travada. Muitas vezes, o Leão sentiu a picada
do bico do Corvo.
BORCA
LEGADO DOS ANCIENTES
Ondas de poeira vermelha quebram contra falésias monolíticas,
acumulando-se e perdendo-se em labirintos de pedra, edifícios erodidos pela
devastação do tempo agora respirando poeira fria e sujeira. A escova cobre
pisos antigos enquanto raízes pálidas e úmidas encontram seu caminho para
baixo e para baixo.
Os humanos vagam por um deserto enferrujado de aço e
concreto, passando por crateras cobertas de mato, através de
trigo selvagem, seguindo leitos de rios secos de assentamento em
assentamento. Em séculos de sedimentos acumulados, eles
cavam em busca das maravilhas do Passado, na esperança de
encontrar algo revelador. No entanto, seu futuro não está na
sucata da história, mas em sua energia sem limites. Pedra por
pedra, eles arrancam metrópoles como Justitian, Cathedral City e
Osman das ruínas e erguem um novo mundo conquistando a
terra e fortalecendo seu domínio.
Os cultos florescem à medida que se dedicam à civilização e à
ordem, levando ambos para o deserto com fogo e aço, mas nem todos
dobram o joelho. Alguns querem continuar vivendo como um povo
livre nas ruínas de seus ancestrais. Eles não têm escolha. Aqueles que
não aceitam a mão oferecida devem fugir para o subsolo ou morrer em
uma saraivada de chumbo.
Durante décadas, aqueles que fugiram beberam água de
poças, rasparam líquen das paredes e quebraram baratas. Eles se
desfazem dos últimos resquícios de civilização, seus corações e
mentes envenenados pelo ódio. Agora eles saem das sombras.
Dentes limados, porretes pontiagudos e facas de pedra na mão.
Eles vão reclamar o que antes era deles.
FRANCA
ESSE CALOR
As glândulas nos corpos dos psiconautas ficam inchadas e
desmoronam. Um cheiro doce e enjoativo sobe, desce os degraus
dos Zigurates até a terra dos humanos e se enreda entre
respiradouros de argila e ruínas. Os feromantes tecem suas redes.
Eles enganam, ofuscam e assimilam mentes. Os insetos há muito
estão a seu serviço e, em sua névoa oleosa, a força de vontade
humana se torna uma memória distante. Eles são forçados a viver
como zangões na colmeia da Rainha.
Onde o Homo Degenesis floresce, o Homo Sapiens
desaparece. Os humanos fogem das tempestades de vespas
e dos ataques de cupins para o rio, olhando para as fontes que
crescem em seus campos, carregadas de formigas. Em breve, a
terra cuspirá o enxame. Aldeia após aldeia decai em uma névoa
induzida por feromônios, mas agora os Frankans revidam. Os rios
os levam para dentro do território inimigo, onde eles disparam
bombas de pesticidas, fumam colônias de reprodução e
assassinam feromantes. Um povo inteiro se levanta.
PÓLEN
PERGUNTAS ETERNAS
Campos de esporos mãe destroem cidades e transformam a terra em
um mar inquieto de pedra em decomposição. Teias de aranha cobrem
abismos e escondem ruínas. Milhares de olhos de aracnídeos negros
acompanham cada passo. Onde quer que o verde cresça, Rift
Centipedes irrompe do chão para arrastar o broto para as profundezas
de suas colônias de reprodução. O chão crepita, subindo e descendo
em um ritmo mensal como ondas em mares distantes. Aqui e ali,
cidades esquecidas rompem a antiga teia e se banham na luz do sol.
Eles permanecem por dias ou semanas antes de cair novamente
enquanto as aranhas fecham as feridas em sua teia.
O permafrost derrete em áreas circulares, dando
origem a um paraíso fumegante de plantas translúcidas.
Os campos de esporos ao redor apodrecem, seus anéis
desmoronam, mas eles tentam resistir. Ondas de Husk
Spiders estrangulam a estranha vegetação em suas teias.
Rift of Rift Centipedes mergulham no solo febril, cercados
por membranas de raízes e espetados por espinhos que
crescem rapidamente. Eles se mordem, envenenam o solo
e se libertam. Uma batalha subterrânea continua até que
as Rift Centipedes finalmente avançam e o oásis acima
desmorona. Os campos de esporos e suas pragas são
confrontados com uma proliferação bizarra. Os Pollners
vivem em algum lugar no meio. Eles defendem o oásis
com machados de pedra e paixão, mesmo sabendo que é
apenas uma questão de tempo até que o deserto desabe
e eles devam começar de novo.
 NÃO ESPERE MUITO DO

APOCALIPSE .
[ STANISLAWJERZYLEC ]

FRENTE 43
BALKHAN
AS TERRAS SELVAGENS
O Balkhan é uma terra de extremos, mantida unida pela força
e orgulho e sob constante ameaça de ser dilacerada por
forças primordiais. Tempestades devastam as planícies,
fazendo tremer as copas das árvores das florestas perenes. O
inverno atinge as pessoas com um frio ártico e montanhas de
neve, enquanto o verão queima as planícies gramadas e seus
campos de restolho. Quando chove, torrentes sulcam os vales
e se fundem em rios caudalosos.
Os humanos espelham sua casa, selvagens e indomáveis, indomáveis,
apaixonados e voláteis. As lutas pelo poder acontecem em toda a região
enquanto disputas sangrentas transformam fazendeiros em guerreiros em
uma noite e suas esposas em viúvas na noite seguinte.
No entanto, nestes tempos conturbados, os senhores da
guerra depõem sua malícia em suas portas e apertam as mãos de
homens que teriam matado ontem. Eles atacam o inimigo juntos,
alimentados por uma paixão sem compromisso e leais como um
pai a seu filho, mas uma vez que a ameaça foi conquistada, os
ventos mudarão e velhas alianças desaparecerão como sonhos ao
sol da manhã.
Acima de tudo isso, a música profunda e ressonante do
Dushani se eleva. A natureza é seu instrumento, e eles podem
afinar e moldar sua música para criar a harmonia perfeita,
extinguindo qualquer dissonância com eficácia brutal. Sua
melodia se infiltra no coração e captura a mente, torcendo e
mudando. Dor ou conforto. Dar ou pegar.

HYBRIS PA NIA
OS CAMPOS DA MATANÇA
Os africanos vagam pelos jardins de Alhambra, relaxando nas
sombras dos toldos e tomando chá com os nativos
Hybrispanianos. No calor do meio-dia, eles se retiram para
bibliotecas e salões de povos antigos. Eles se apaixonaram
pela terra, Sevilha é como um segundo Tripol para eles.
Parece que os cônsules neolíbios sempre controlaram
rigidamente a antiga Al Andalus no sul da Hybrispania, mas
as fronteiras foram traçadas com o sangue dos combatentes
da resistência hybrispanhiana e dos algozes africanos.
As alfinetadas dos Guerreros esgotam Córdoba e
os Algozes os conduzem para as selvas, derrubando-
os de seus carrinhos, tiros atingindo homens,
mulheres e crianças.
O medo e o ódio tomam conta. Os Hybrispanianos fazem de tudo
pela vitória, plantando armadilhas explosivas nas selvas e entrando
furtivamente nas casas dos africanos à noite, saindo com lâminas
ensanguentadas. Atos de misericórdia são punidos - se não por
o inimigo, depois por outros Guerreros. Cada Hybrispaniano é
instilado com o ideal de liberdade e reconquista desde o
nascimento. Ao seu redor, seus amigos, irmãos, irmãs e
compatriotas se tornam heróis na batalha antes de cair em uma
saraivada de balas no momento seguinte. Esses mártires formam
a base da Cultura Hybrispaniana, pinturas de batalha adornam
casas, canções falam sobre a preparação para a morte, crianças
aprendem a ler textos que ensinam o uso de armas e a
sobrevivência na selva. A vida cai no esquecimento.
Os Algozes são superiores em número e armamento. Os
Guerreros teriam morrido há muito tempo se não tivessem
recebido a ajuda dos enigmáticos Pregnóticos, estranhos que
mergulham na corrente do tempo e oferecem aos ousados
fragmentos do futuro: sussurrando os movimentos das tropas do
Algoz e o resultado das escaramuças antes do tempo .
Claro, o preço desses fragmentos pode ser a alma de alguém.
PURGAR
TERRA DA ESCOLHA
A necessidade de força, discernimento e crença em um
poder superior sempre ardeu no coração dos purganos.
Os anabatistas abriram os braços e acolheram seus
irmãos e irmãs perdidos. Com calor e amor, eles foram
ungidos com óleos Elísios - e jogados no purgatório.
Dividido por uma cordilheira, Purgare é dividido em duas
regiões distintas. No leste, olivais, vinhedos e colheitas
abundantes. As posses ancestrais são alinhadas como pérolas
em um colar, cada uma falando da tradição e honra da
família. O oeste, no entanto, foi queimado e envenenado
pelos vapores do Golpe do Ceifador. O chão estremece
enquanto rios de lava rolam implacavelmente em direção ao
Mediterrâneo.
Em meio a essa destruição estão os psicocinéticos. Os
anabatistas os conhecem por muitos nomes: Escória do
Demiurgo, o Mal Primordial, Devoradores do Paraíso. Pulgas
e mosquitos zumbem ao redor deles, nuvens de teia
irrompem de ravinas e fendas rochosas - cada fio tão duro e
afiado quanto vidro. Nas Fendas, a pura escuridão elemental
se condensa e forma estruturas cristalinas. O próprio ar se
comprime em campos de força que fragmentam a própria luz
do sol em mil fios quebrados.
Os anabatistas dizem que a humanidade deve provar seu
valor aqui e agora, e marchar para a batalha final. Os
anabatistas são os escolhidos e seguirão alegremente a
Cidade Catedral em uma guerra santa pelo bem da
humanidade.
ÁFRICA
PANTEIRA THELIONRAM
Embora a África há muito tenha se libertado e jogado o
homem branco no mar, a velha ferida é profunda demais
para ser esquecida. Cada navio afundado por piratas do
Mediterrâneo, cada batalha na Hybrispânia e nos Balcãs, tudo
traz à tona uma dor antiga. As correntes do passado
chocalham como sinos de vento dissonantes, ecoando alto
nos ouvidos do Leão.
No entanto, a África é forte e florescente. O culto
mercantil neolíbio tem alimentado as cidades costeiras com
pilhagem européia por séculos, perfurando poços, criando
fábricas e pavimentando caminhos para passeios gloriosos.
Artesãos lendários esculpem estelas ancestrais e forjam e
gravam armas de caça. Os carregadores de água até
distribuem bebidas gratuitas, cortesia dos neolíbios.
Os mercados cheiram a especiarias, frutas e chá. Hostes
de crianças sentam-se e ouvem com espanto os velhos
mostrando suas cicatrizes, cada marca carregando sua
própria história. Eles falam sobre expedições à terra dos
Corvos. Sobre a bravura dos Algozes nas batalhas de Córdoba
contra os selvagens. Sobre as sombras pálidas que amam
seus rifles mais do que suas mães e esposas. Uma brisa suave
vem do Mediterrâneo. Toldos azuis e vermelhos balançam
para frente e para trás, o carvão dos narguilés brilha e lança
cinzas ao vento. Nuvens de chuva rolam pelo céu. Está no ar -
em breve, a chuva vai cair.
Também cairá na selva. Onde antes um deserto arenoso
brilhava ao sol, os rios agora serpenteiam pela terra, os
manguezais afundam suas raízes na água enquanto a selva
fumega no calor. Mas nesta selva algo estranho está
crescendo: plantas com folhas poligonais, espinhosas e
emaranhadas como um pesadelo, um caleidoscópio de cores
que se contorcem nas sombras das árvores. Os Psicívoros.
Um arranhão e a pele de um humano começa a formar
bolhas, furúnculos queimando e ficando pretos em segundos.
Os Psicívoros transformaram a terra e seus povos,
substituindo completamente a antiga vegetação.
Todos ao redor dos Psychovores se veem
abandonando sua língua nativa, voltando para uma
língua primordial que só aqueles também próximos às
plantas podem entender. Sob a influência dos
Psiquívoros, todas as barreiras linguísticas caíram e a
África se uniu, mas a diversidade de suas tribos e
povos também se diluiu.
Agora o Leão, símbolo unificador da África, reina supremo. Os
Neolíbios são o seu coração, dando-lhe força. Os Algozes são suas
garras, matando suas presas. E os Anubitas são sua alma,
governando seu destino.
FRENTE 45
TREZECU LT S
ESPI TALIANOS
AÚLTIMABASTIÃO
A última linha de defesa da humanidade contra o Primer e
sua prole. Eles exploram os campos de esporos, dissecam
psiconautas mortos e desenvolvem venenos e armas. Com
seus fungicidas, eles cortam faixas na Sepse e carregam
músculos cobertos de esporos em tubos de vidro para levá-
los aos criadouros dos Aberrantes.
Qualquer homem do lado da humanidade e, portanto, os
Espitalários, deve responder aos seus interrogatórios.
Os Espitalários são médicos. Eles vivem de acordo com regras
estritas, raspando seus crânios e esfregando-se com calcário. Nas
cidades, eles impõem leis de higiene. A cura é um privilégio
conquistado. No entanto, eles também são guerreiros lutando
pela humanidade. Qualquer sinal de Queimadura é perseguido, e
os Queimadores são queimados. Os Espitalários não podem pagar
misericórdia: suas legiões de Famulancers lutam contra as
consequências da clemência em toda a Europa todos os dias.
CRÔNICOS
TEOMISCIENTE
A Corrente já se estendeu pelo mundo e tocou todas as
mentes. Ele registrou e catalogou cada momento, o
conhecimento digital puro da humanidade agrupado em
seus algoritmos evolutivos. No fundo, no fundo desse mar
de dados, algo se mexeu. Os humanos buscaram e
encontraram algo que não entendiam, mas em que
podiam acreditar.
Os Cronistas são os descendentes desses Streamers.
O Eshaton fez o Stream secar, petrificando o mar do
conhecimento. Os Cronistas continuam seu trabalho,
comprando artefatos dos Scrappers e alimentando todo
um mercado enquanto procuram os restos do passado e
os últimos servidores Stream.
Um dia, eles reativarão o Stream e levarão a humanidade
de volta à luz. Até então, eles devem ser fortes e resistir aos
indisciplinados Clãs e Cultos. Eles não são lutadores, mas com
Vocoders amplificadores de voz, cascatas de luz e luvas de
choque, eles são temidos como deuses no deserto. As
pessoas nas cidades os consideram estranhos: sua linguagem
é crivada de expressões técnicas arcaicas e eles preferem a
companhia de máquinas a humanos, mas isso não deve
enganar ninguém.
Eles estão observando, coletando dados sobre tudo e todos,
aconselhando e manipulando o mundo até que ele dance de
acordo com seus caprichos.
HEL LV ETICS
A IRMANDADE DAS FAZENDAS
Nas profundezas dos Alpes, eles esperavam o Eshaton. Eles
não foram poupados no inferno que se seguiu, no entanto. O
Golpe do Ceifador cortou sua Fortaleza, abrindo ravinas e
expelindo magma. Enquanto o fogo do inferno varria suas
terras, os Hellvéticos confrontaram a ira da natureza. Eles
fecharam túneis. Fluxos de lava redirecionados. Construiu
pontes para terras consideradas perdidas. Protegiam-se com
barricadas resistentes ao fogo.
Os Alpes podem ter sido quebrados, mas os
Hellvéticos não.
Décadas depois, eles saíram das montanhas e seguiram
suas ordens. Como remanescentes do exército suíço, eles
estavam encarregados da segurança dos antigos cantões.
Eles expandiram a Fortaleza Alpina e abriram túneis de
trânsito para quem tinha que atravessar as montanhas - e
desde então vêm exigindo dinheiro para a passagem.
Hellvéticos são soldados até o âmago. Sua Doutrina os
liga à arma, ao camarada e ao país, e cada tiro desnecessário
enfraquece a Fortaleza. Cada erro é punido. Ninguém pode
igualá-los em suas defesas e ninguém pode se opor a seus
fuzis de assalto: os Trailblazers. Em sua Fortaleza Alpina, com
seus canhões e corredores defensivos, os Hellvéticos se
consideram inatacáveis.
No entanto, o mundo ao seu redor mudou. Fenômenos
psiconáuticos se cristalizam em filamentos afiados nos túneis.
Criaturas grotescamente disformes correm pela seção de
Balkhan, abrindo portões de alta segurança com um gesto.
Os cantões resistem ao governo militar e se rebelam. Os
Hellvéticos devem agora marchar para o mundo. Eles devem
observar, aprender e atacar.
JUÍZES
HA MM EROFJUSTICE
Os juízes trouxeram a lei para as terras devastadas. Com martelo
e mosquete, eles enfrentaram os selvagens, escondendo seus
rostos atrás de chapéus de abas largas. Eles conjuraram chuvas
de granizo, massacraram o Clã Barata e julgaram bandidos com
um golpe de seus martelos. Eles perseguiram seus oponentes
como um bando de cães de caça e seguiram os sobreviventes até
as profundezas de seu subterrâneo primordial.
E eles viram que era bom.
Na cidade de Justitian, eles completaram sua visão de um
mundo justo e seguro. Os muros eram intransponíveis, a lei
era forte, o povo não era livre, mas livre do medo.
Liquidação após liquidação colocaram-se sob a
custódia de Justitian. O Protetorado nasceu.
Mas os tempos de paz acabaram. As ruínas fervilham de vida
novamente. Os Clãs se fortaleceram e aprenderam com o
passado. Um Juiz não pode mais depender apenas de seu Codex
– Lei de Justiciano. Se ele quiser sobreviver no
Protetorado, ele deve dominar a lei do deserto.
CLANNERS
GOVERNOS DE WA STELAND
O indivíduo não é nada. Aqueles que quiseram sobreviver após a
conflagração global juntaram-se a grupos, viveram de acordo com suas
regras, lutaram e morreram por eles. Estranhos se tornaram amigos,
amigos se tornaram amantes. Os sobreviventes evoluíram para os
Clanners. Em termos de civilização, alguns caíram na escuridão de uma
nova idade da pedra. Eles rezavam para divindades como o Trovão e o
Sol e comiam a carne de seus ancestrais para absorver sua força.
Outros membros do clã se agarraram ao conhecimento tradicional,
entregando-se à moralidade, boas maneiras e rifles de tiro rápido.
Muito poucos se estabeleceram. A maioria vê sua casa sob um céu
nômade.
Scrappers
OS ESCAVADORES DE SUJEIRA
Atraídos para as ruínas, longe das cidades barulhentas e
barulhentas, os Sucateiros escavam a poeira e a sujeira.
Cada corte da pá os aproxima da era dos povos antigos.
Eles trabalham incansavelmente, cavando até o fim até
conseguirem trazer à luz do dia maravilhas técnicas
cobertas de fuligem.
Seus rostos e corpos contam uma história de poeira, frio,
lascas de pedra e fome. Mas quando ouvem o assobio do vento
através das janelas escancaradas e os prédios antigos rangem ao
sol do meio-dia, eles sabem que esta é a casa deles. Aqui, eles
conhecem cada canto e recanto. Eles podem mergulhar em túneis
e voltar à superfície em algum lugar totalmente diferente. Eles
sabem quais liquens são comestíveis e onde encontrar água.
Ninguém pode superá-los aqui.
Se eles precisarem retornar à cidade por algum motivo, eles
escolhem o caminho direto para as Alcovas dos Cronistas, deixam
suas descobertas lá e são pagos. Depois eles se deleitam com o
redemoinho da cidade por dias, tiram a sujeira de suas
pele, enchem a barriga com ensopado gorduroso e flutuam pelas
juntas dos Apocalípticos. Mas logo, eles ouvem as ruínas chamarem
novamente, prometendo-lhes paz.
NEOLIB YA NS
CONQUISTADORES DO MUNDO
Seus navios carregam tesouros de todo o mundo. O luxo e o aroma de
óleos preciosos os acompanham aonde quer que vão. No Banco de
Comércio de Tripol, eles negociam rotas comerciais, adquirindo
plantações ou campos de petróleo. Com fortes fortalezas de aço em
degraus, eles vendem armas e especiarias para selvagens e
posicionam esquadrões de Sucateiros e Algozes nas profundezas do
território inimigo. Eles gostam de resistência, pois muitas vezes resulta
no maior lucro.
De dentro de suas fileiras vêm grandes marinheiros e
cartógrafos que se aventuram profundamente nas Psiquívoras ou
no gelado Norte, catalogando antigas fortalezas e abrindo novas
rotas comerciais. Outros Neolíbios veem o mundo através da mira
de seus rifles, viajando até Pollen para caçar Biokinetics e ganhar
a reputação de Grandes Caçadores.
Neolíbios aceitam não como sim. Para eles, não há problemas,
apenas opções – e, no melhor dos casos, uma aventura.
Algozes
AV ENGERSOFTHEDARKCONTIN ENT
Eles menosprezam os Neolíbios, com sua pança grossa,
ganância e pomposidade. Os Algozes seguem os passos de
seus ancestrais no caminho do guerreiro, encontrando seu
lugar na estrita hierarquia de sua casta. Tudo o que precisam
para manter seus corpos fortes e suas mentes ágeis, eles
tiram dos neolíbios: afinal, eles lutam por nada menos que o
povo africano.
Na terra do Crow eles são arautos da morte, escondendo
seus rostos atrás de máscaras ancestrais e carregando
escudo, lança e rifle. O Damu avalia o inimigo, antecipando
seus movimentos e detectando cada fraqueza. O Chaga lidera
o ataque na batalha à frente do pelotão. Os Simba
perseguem os oponentes mais fortes que encontram: em
uma batalha eles buscam os maiores feitos de força e
habilidade. Inimigos conquistados são escravizados e
entregues aos neolíbios: eles trabalharão para pagar a dívida
coletiva do homem branco em vastas plantações.
FRENTE 47
 .
NÓS FAZ NÃO

CONHECER,

VIVO
EU F AINDA ESTAMOS

[ ERICHMARIAREMARQUE ]
ANUBIA
GUARDIÃO DA PROFECIA
Os Anubitas se consideram os escolhidos. Sete Círculos
marcados em sua pele representam as sete transformações
que eles devem suportar para se tornar um receptáculo
perfeito de Ka. Eles guiam seu povo da vida à morte,
realizando cerimônias para aplacar os espíritos ancestrais e
seu rancor contra tudo o que ainda vive.
Com cada jarro canópico de Anubis que eles esvaziam, um
Círculo desaparece e seu conhecimento cresce. Eles percebem
que acreditar em espíritos, ritos e tradições é uma tolice. Eles
continuam evoluindo, caminhando pelo mundo com olhos
arregalados e mente afiada. Alguns reconhecem o curador em si
mesmos e aprendem a catalisar o altamente venenoso fruto
Psíquivo em drogas potentes dentro de seus próprios corpos.
Outros pegam a foice e viajam para a terra do Corvo, cortando as
linhas de vida dos Psiconautas e obliterando quaisquer
perturbações da onda que compõe a realidade.
Todos os seus caminhos levam inevitavelmente ao Cairo.
Quando o terceiro Círculo desaparece, os Anubitas se preparam
para avançar para a cidade coberta de Psicívoros, já sentindo a
atração das pirâmides. Em breve, os últimos mistérios serão
revelados a eles.
JEAMMEDANOS
PORTADORES DO SEMANA DE DEUS
A vida de um Jehammedan é determinada desde o dia em que ele
nasce. Ele cumprirá seus deveres dentro da família, como seu pai e seu
avô antes dele. Eles honram a família conforme decretado por
Jehammed, o último profeta. Como um jovem ismaeli, o Jehammedan
pastoreia as cabras de sua família e imagina como teria sido a vida de
um Isaaki, uma criança abençoada. Que feitos ele teria alcançado! Mas
ele conhece seu lugar, aperta mais os filactérios e se considera um tolo.
Algum dia os ensinamentos de Jehammed lhe darão uma chance.
Como uma Espada de Jehammed, ele pode lutar contra os anabatistas
e outras escórias para provar seu valor para seus parentes. Ele então
encontrará uma esposa, uma Hagari, e começará sua própria família. O
ciclo recomeça.
No entanto, há um terceiro caminho. Este menino pode um dia atender
ao chamado de Áries, o cabeça de carneiro, e aprender mais sobre a verdade
desconhecida dos Jehammedanos do que jamais desejou.
PÓTICOS APOCA LY
OS SENHORES DO DESEJO
Os apocalípticos vivem uma vida pura e desenfreada. Eles
aparecem em bandos, mergulhando em antros de jogos de azar e
aninhando-se em bordéis. Seu destilado é mais forte, seu Burn
mais potente, suas prostitutas mais bonitas. Qualquer vício
encontra um lar bem-vindo com eles. Eles vivem no presente.
Todas as emoções são sagradas para eles e igualmente
celebradas como se fossem as últimas.
Eles nomeiam seus rebanhos por suas origens ou modo de
vida. Eles ganham o nome de um pássaro que incorpora seu
caráter. Lutadores de faca são Battle Crows. Prostitutas e ladrões
são Magpies. AWoodpecker expande o ninho, correndo shebeens
e rotas de contrabando. Acima de tudo, o Corvo lidera o rebanho.
Ele sabe interpretar as cartas do Tarô Apocalíptico e, com muito
talento e drama, mostra a todos o futuro que mais desejam. As
cartas são uma ferramenta arbitrária, esperando para serem
direcionadas contra qualquer um que se oponha ao Corvo.
Nos juízes, os apocalípticos encontraram seu inimigo. Sempre
que a lei e a ordem se cruzam com o crime e o excesso, as tensões
inevitavelmente aumentam.
ANABAPTISTAS
PORTADORES DA TOCHA NO PA RADISE
Você só precisa andar pelo mundo com os olhos abertos para
ver a verdade dos ensinamentos neognósticos! A terra já foi
linda e cheia de árvores. O sol brilhava com um rosto amigo
sobre os campos e as pessoas felizes. Mas hoje, o Paraíso está
podre. A Cria do Demiurgo, os Psiconautas em toda a sua
carnalidade não carregam nenhuma alma divina. A raiz de
todo mal é visível e deve ser cortada em pedaços e cortada.
Os anabatistas fizeram dessa purificação seu objetivo na vida.
Seus Ascetas curam e cultivam o solo torturado, semeiam trigo e o
batizam com a água mais pura. Eles produzem óleos e os
misturam para criar essências que conferem força e entorpecem a
dor. Os Orgiásticos são os lutadores Anabatistas: cheios de óleos
Elísios eles confrontam os Psiconautas com espadas e lança-
chamas. A batalha final pela Humanidade está sendo travada aqui
e agora, e os Anabatistas carregam a tocha.
PA LERS
OS RASTREADORES DO VA U LT
Eles esperam que os divinos despertem há séculos,
presos no subsolo na escuridão eterna em suas criptas.
Figuras azuis brilhantes falam com os Pálidos das
paredes, vozes profundas e crepitantes reforçando sua
convicção de que eles são os poucos justos escolhidos
para um dia abrir os portões para a superfície,
governando as nações desta Terra ao lado dos divinos.
Este dia está próximo, mas não o suficiente. A comida
está ficando escassa e, cada vez mais, os Pálidos devem se
aventurar e invadir aldeias à noite. Séculos no escuro os
transformaram em criaturas pálidas e atarracadas com
sentidos aguçados, mas sem consideração moral pelos
habitantes da superfície. Em ambientes tão escuros, a voz é a
ferramenta mais importante. Seus Demagogos são mestres
da manipulação vocal, uma palavra deles, devidamente
enunciada com o tom e a postura corretos, pode evocar
emoções como medo ou desejo, ou pura dor ofuscante.
Um por um, seus bunkers se abrem. Os Ressuscitadores
entre os Pálidos procuram seus parentes nos 44 bunkers
restantes, segurando firmemente os sagrados Discos Solares que
logo brandirão na frente de entradas trancadas.
Algumas dessas entradas se abrirão lentamente e colocarão em
ação um plano que é maior do que qualquer coisa que possam
imaginar.
FRENTE 49
MARAUDERS
Argyre, o Abutre, Aspera de uma perna só, Áries, o Carneiro, o
Quebra-gelo, Chernobog e mais uma dúzia – entidades divinas
vagando pela civilização há séculos, circulando como asteróides
capturados no campo gravitacional da Terra. Um dia, eles cairão
novamente, deixando crateras cheias de lendas bizarras contando
sobre raios ofuscantes de luz e carne podre.
Pessoas ignorantes acreditam que os Marotos são deuses
como a Mãe Sol e o Irmão Lua, que devem ser apaziguados com
sacrifícios de animais. Diz-se que os artefatos perdidos ganham
vida em suas mãos, que as máquinas falam com eles e que portas
impossíveis para as profundezas das montanhas se abrem diante
deles. Alguns os descrevem como cascas mortas, unidas por
bandagens e mantidas vivas por puro ódio. Outros ainda os veem
como a mão do destino: Áries destruiu a força de ataque dos
anabatistas na hora do julgamento dos Jehammedanos.
Os Marotos são imprevisíveis. Para alguns, eles revelam
conhecimento antigo, enquanto outros sofrem sua ira sem fim.
Eles ainda estão lá fora, pairando, esperando. Em certas ruínas, há
desenhos a carvão do com cabeça de carneiro. No norte, há
altares para Chernobog nos picos das montanhas.
Independentemente da crença pessoal, todos os conhecem como
caos e desespero.
AVISOS
Os Cronistas têm rastreado os Marotos desde o início do
Culto. Seus streamers atravessam a terra, questionando os
nativos e ouvindo atentamente as velhas histórias de
fogueiras sobre deuses das sombras do tempo. Os detalhes
de cada avistamento são novas peças no quebra-cabeça de
seu nexo digital, o Cluster. Um dia, essas informações
atingirão massa crítica e tudo se encaixará. Finalmente, eles
serão capazes de discernir o plano dos Marotos.
CORED ATA : ASPERA
Borca, 2359. Nossos espiões registram o sinal novamente.
Onda ultra curta, sinal senoidal pulsado, a cada 500
milissegundos. Eu estava com Streamer Monitor e Mediator
Delete, ambos têm pontuação suficiente para saber o que
significava o sinal e no que estávamos nos metendo. Nenhum de
nós teve um encontro anterior. Estávamos animados e felizes.
Monitor fez o rolamento. Ele apenas apontou sem palavras para a
silhueta acidentada dos Alpes. Sua respiração saiu dos minúsculos
orifícios em sua máscara e condensou-se em nuvens. Eu me lembro
disso claramente.
De manhã, partimos.
A neve começou a cair, obrigando-nos a parar.
Acampamos em um porão em ruínas. O monitor ouviu o sinal
e só se moveu para carregar as baterias. Eu me comuniquei
com Delete. Ficou pessoal. Ele me contou sobre uma irmã,
Fregga. Ele havia coletado insetos com ela no Pulmão Negro,
disse. Ele também disse que a neve estava trazendo de volta
algumas memórias antigas. Perguntei como ele se sentiu
naquele dia. Ele não entendeu, pelo menos não a princípio.
Ele até ficou bravo. Disse que deveria ser possível ter uma
conversa normal sem retornar aos códigos de comunicação
padrão para intensificar o contato com os selvagens. Eu disse
que sentia muito.
Naquela noite, ele chorou durante o sono e arranhou a
tatuagem do código de barras na testa. Eu poderia ter
perguntado se ele se arrependia da decisão dos pais de
entregá-lo aos Cronistas. Esperei ele acordar, mas ele dormiu.
De manhã, o céu clareou e seguimos em frente. O sol estava
no zênite quando Delete veio para o meu lado e colocou a
mão no meu braço. Foi uma tolice, mas ele teve sorte: eu havia
descarregado os conduítes do meu traje para evitar faíscas na
neve. Ele disse que alguém estava nos observando da cadeia de
colinas.
Ele apontou para formas negras contra o pano de fundo
branco, aproximando-se pela neve na altura dos joelhos. O
monitor também os viu. Olhamos um para o outro e
simultaneamente tocamos nossos Vocoders. Voltamos os
amplificadores para feedback, direcionando-os para os selvagens.
Eu gritei, Delete gritou, Monitor rugiu.
O amortecedor na minha máscara ajustou tudo ao máximo. A
neve em pó se ergueu ao nosso redor. Senti as frequências em
meus ossos, em meu estômago. Curiosamente, exatamente uma
costela me causou dor. Devemos ter atingido sua frequência de
ressonância. Bom. Uma boa equipe. Atuamos como uma unidade
coerente
Os selvagens fugiram. Naquele dia, nós éramos os heróis. Na manhã
seguinte, encontramos um verdadeiro deus.
A amplitude do sinal estava na área vermelha há horas.
Monitor pegou sua mochila e tirou um pacote. Ele
desembrulhou o oleado. Continha um artefato de design
desconhecido. Punho ergonômico, gatilho, design em
blocos. Uma agulha do tamanho da minha mão se
projetava dela, junto com muita fita adesiva preta. Eu
queria saber o que era. Ele ignorou minha pergunta e
seguiu em frente. Delete correu atrás dele. Eu não tinha
certeza. No final, segui à distância.
Então eu a vi. Parado ali. Assim como nas descrições. Duas
tranças se projetavam em ambos os lados de sua cabeça, o cabelo
de um metro de comprimento unido em suas costas. Seu rosto
era pequeno. Jovem. Seu olhar inescrutável. Ela se moveu em
direção ao Monitor. Sua perna mecânica não tinha nada em
tudo em comum com a anatomia humana, mas ainda era uma obra-
prima hidráulica. Suavemente, o metal deslizou sobre trilhos-guia,
juntas articuladas giraram e cremalheiras se encaixaram com
engrenagens. Ágil como um predador.
O monitor não se moveu. Corri para o lado dele e caí de
joelhos na neve, de cabeça baixa. Ouvi sua perna zumbir e raspar,
mas também havia um rangido, como couro velho. Eu me sentia
mal. Monitor ainda não estava ajoelhado. Virei a cabeça e olhei
para ele. Ele havia jogado a cabeça para trás, risadinhas saindo de
sua garganta. Eu pulei e quase o agarrei quando vi seu rosto. Ele
havia arrancado sua máscara, sua boca aberta enquanto uma
secreção branca leitosa escorria de seus olhos. O monitor ainda
não se mexeu, ele continuou sufocando, então eu o agarrei, senti
a rigidez de seu corpo, arranquei minha própria máscara, respirei
ar frio e gritei com ele.
A próxima coisa que eu sei é que eu estava deitado na neve.
Aspera de uma perna só, a deusa, agarrou o pescoço de
Monitor. Seus dedos rangeram, assim como sua mandíbula. Ela
falou com o Monitor em um idioma que eu não entendi. Ela ficou
mais alta, sacudiu-o. CHORTLE CHORTLECHORTLE. O rosto dela
estava apenas a um palmo do dele. Uma lufada de fedor
assombroso me fez vomitar. Pus, poeira e mofo. Idade além de
toda imaginação.
Ela estendeu a mão para o artefato de cabo e fita adesiva do
Monitor, e ouvi seus dedos quebrarem CRACK CRACK CRACK.
Ele rugiu. Tossiu palavras na mesma língua que Aspera
havia falado. Ela pegou o artefato pelo cabo, tirou uma
mangueira de seu traje e conectou as duas.
Com o canto do olho, vi Delete. Ele havia ressuscitado, a
máscara não traía nenhuma emoção. O Fogo de Santelmo
dançou em suas ombreiras. Ele ligou os capacitores de seu
traje, preparando-se para atacar. Eu gritei para ele não se
mover. De novo e de novo. Eu gritei aos céus. Aspera olhou
para mim e fiquei em silêncio. Sob sua pele, algo mudou.
Seus olhos não eram frios ou desumanos, eram
simplesmente impassíveis. Nada poderia ter me abalado
mais.
Delete caiu de joelhos e enfiou as mãos na neve. Eu sabia que
ele havia preparado perguntas. Estávamos tão bem preparados.
Aspera voltou-se para Monitor novamente, virou a cabeça para o
lado e enfiou a agulha na lateral do pescoço. Uma luz verde
brilhou no artefato e um pistão começou a se mover para cima e
para baixo. Era uma bomba.
Vimos a pele de Monitor ficar pálida e contrair seus músculos.
Ele sumiu. Um tremor passou por ele. Achei que tinha acabado
quando ele começou a falar. Muito baixo, com muita calma.
Aspera respondeu no mesmo tom, acariciando seus cabelos. Ela
sorriu. Ele ficou em silêncio. Todas as forças o abandonaram.
Aspera deixou-o deslizar para o chão e soltou a mangueira do
bombear. Descarga branca derramada e endurecida como pedra. Ela
quebrou a torneira e olhou para mim novamente. Olhou para mim. Eu
não tinha certeza se ela havia adormecido ou estava em um estado
desconhecido para meros mortais. Mais uma vez eu vi o movimento
sob sua pele e sabia que ela iria falar. “Esse homem era uma farsa.”
Seus olhos olhavam para um lado e para o outro como se ela estivesse
pensando. Ela assentiu. “Sem Cronista.”
Ela se virou para as montanhas e saiu.
ATA LINKEDCORED :
AMBROSIA
Os cartuchos não são seguros. Não sabemos como ativá-los ou o
que eles contêm, apenas quem está atrás deles. Aspera chama
esses cartuchos de “Ambrosia”. Isso é tudo o que sabemos.
Todos os espécimes disponíveis são cilíndricos, com 14
polegadas de altura e um raio de 6,4 polegadas. As bordas são
arredondadas. Um logotipo RG impresso na palma da mão
identifica o Grupo de Recombinação como o fabricante. A dureza
do material sugere alguma cerâmica. O cartucho é branco, sem
vestígios de verniz ou inscrições. Nenhum mecanismo que
pudesse sugerir uma tampa. Não é aconselhável abri-los à força.
Dados básicos mais antigos descrevem o procedimento. Sob
o efeito de grande calor, os cristais são expelidos da cerâmica à
medida que o cartucho se dissolve rapidamente. Quando a
descarga toca o material orgânico, ela adere à superfície e entra
em todos os poros. Plantas e animais se petrificam em carbono
negro, brotando corais fractais em minutos. O conteúdo do
cartucho pode alterar seu estado agregado. Um momento é fino
como sangue. Então, de repente, pode endurecer em uma
gelatina lisa. Ou uma névoa vazante. Temos muitos motivos para
acreditar que esse não é o comportamento padrão do cartucho.
No final da era dos Perdidos, o Grupo de Recombinação dominava
o mercado farmacêutico. Diz-se que a substância branca foi capaz
de combater certas doenças por meio de transponders. Capaz de
obter acesso root a qualquer organismo. Não podemos confirmar
essa afirmação, esta tecnologia está perdida para nós. Por agora.
Os últimos esforços para contatar Aspera foram de inúteis a
desagradáveis. Nossos Shutters também não retornaram do
domínio de Chernobog. O Quebra-gelo visita o hospital em Danzig
apenas uma vez por ano. Até agora, sentimos sua falta.
Estamos seguindo outras pistas agora. Por exemplo,
aqueles que sugerem um Perdido chamado Gusev. Os
Marotos estão cientes de que temos os cartuchos de
Ambrosia e sabemos que os Marotos os querem. Talvez
cheguemos a um acordo com eles, ou talvez apenas
tenhamos selado nosso próprio destino.
FRENTE 51
CHERNOBOG
O crepúsculo eterno reina sob a copa dos pinheiros gigantes
que cresceram além das ruínas do nordeste de Borca. A neve
em pó flutua pelos galhos para pousar no solo congelado. As
mandíbulas escancaradas da armadilha para ursos são
invisíveis. Os lobos vagam sobre eles, mas a armadilha não
funciona. Ele espera por presas maiores. Essas florestas são
antigas e frias, mas há algo muito mais sinistro escondido
dentro delas.
Durante séculos, East Borcans contaram histórias de um gigante
cuja alma foi corroída pelo tempo. Finalmente reivindicado pela própria
Morte, o corpo permaneceu em um limbo eterno. Ele desceu até as
ravinas das ruínas e lá permaneceu por muitos invernos, tornando-se
uma maldição sombria. Quando ele se levantou, os Shamans
registraram isso como o alvorecer de uma nova era enquanto os
Clanners tremiam de medo. O gigante avançou pesadamente como
uma árvore caindo, cada passo estalando com o guincho de madeira
lascada como se todo o seu corpo não fosse nada além de madeira
morta.
Aqueles que ousaram se aproximar dele viram o gigante, viram
seu corpo alongado, as órbitas vazias, o nariz arruinado. Eles viram os
cabos esbranquiçados saindo de seu crânio e caindo como uma
cachoeira sobre um penhasco negro. Alguns cabos realimentavam seu
corpo, enquanto outros terminavam em crânios de ratos rebitados e
artefatos brilhantes. O gigante sempre movia a cabeça para frente e
para trás como se estivesse farejando.
Ele era cego, mas via tudo. O povo da floresta passou a
chamá-lo de Chernobog, o Deus Negro. Em sua ravina, eles
jogaram Gendos esfolados, estatuetas esculpidas em sua
imagem e mel silvestre embrulhado em pano na esperança
de que seu sono fosse prolongado. Seus esforços falharam.
Ele escalou de seu abismo e vagou pela floresta, pisando
forte, rugindo. Os Clanners fugiram dele, abandonando suas
aldeias em pânico, nem mesmo ousando levar sua comida e
poucos pertences com eles. O que o Deus Negro reivindicou,
era dele para tomar.
O CORRESPONDENTE
Os momentos de sono do Deus Negro ficaram mais curtos. Na maioria
das vezes, o rugido de Chernobog ecoava pela floresta. Nos primeiros
anos, ele havia poupado as aldeias, mas agora destruiu cabanas,
pisoteou altares e derrubou árvores. Ele perseguia qualquer um que
chegasse mais perto do que cem passos, avançando pesadamente a
cada segundo, a cabeça jogada para trás, olhos mortos olhando para a
copa dos galhos, a boca escancarada. Quando ele alcançou sua vítima,
ele continuou esmurrando-a até que ela caísse no chão em uma nuvem
de sangue. Ainda assim, ele continuou atacando até que finalmente
tudo o que restou foram lascas de ossos e comida de corvo.
Um dia, um artefato do tamanho de um punho estava no
meio de uma vila destruída. Era preto e disforme, farpas subindo
de sua superfície. O xamã da aldeia conjurou os espíritos
amigáveis da floresta, espalhou cinzas ancestrais no artefato e o
alcançou. Ele acordou imediatamente.
Uma voz desceu pelas oitavas até um baixo vibrante. Chamando a
si mesmo de “Correspondente”, o artefato compartilhou os segredos
do Deus Negro com o Xamã. Depois disso, Chernobog falou com os
Shamans através do Correspondente. À medida que mais
Correspondentes foram concedidos, templos foram erguidos em torno
deles, ritos foram planejados e
os escolhidos foram nomeados. Os xamãs agora sabiam
exatamente como apaziguar seu deus. Ofereceram-lhe infusão de
casca de salgueiro, baixaram cestas cheias de datura, beladona e
meimendro preto em seu domicílio. Eles armam armadilhas. Nada
poderia perturbar seu descanso.
O SINAL
Na véspera de 2 de fevereiro de 2593, os Cronistas registraram
um sinal de onda média em seu Cluster. Uma sequência de pulsos
de duração variável que foi totalmente gravada, mas não
compreendida. Durante o dia, o sinal se afogava em estática.
Somente ao entardecer foi recebido claramente novamente. A
estação devia estar a milhares de quilômetros de distância, mais
ou menos na direção de Purgare ou Balkhan.
Simultaneamente, os Correspondentes acordaram na floresta
de East Borca. Depois de mais de uma década desde seu último
despertar, Chernobog surgiu. Ele convocou os líderes das tribos
da floresta para o seu lado. Enquanto eles estavam diante dele,
tremendo a cada estalo e batida, ele falou com eles através dos
Correspondentes. Embora suas palavras saíssem persuasivas e
claras dos artefatos, sua boca pendia mole, sem fazer nenhum
som.
VIAGEM
Chernobog seguiu em frente. Passando por santuários para ele, passando
por ossos amontoados para homenageá-lo, passando por fogueiras
crepitantes, passando por matadouros cheios de cadáveres Gendo. Centenas
de Clãs se juntaram em seu rastro. Eles vieram rastejando de bunkers
ou deixando hesitantemente suas cabanas. Povos nômades se
desviaram de caminhos que não haviam deixado desde o início dos
tempos. Algo importante estava se aproximando.
Quando Chernobog parou, dez líderes se reuniram ao seu
redor e ergueram os Correspondentes acima de suas cabeças.
Eles ouviram a voz sobrenatural prometendo recompensa eterna.
Chernobog não se desviou de seu caminho nem por um segundo.
Ele não aceitava diversões, mesmo que fosse forçado a escalar
montanhas.
Praha Republika estava em seu caminho, o último bastião de
uma civilização moribunda. Ninguém jamais o atacou, nem cruzou
seus campos minados, nem entrou no alcance de suas
metralhadoras, até Chernobog chegar. A cidade caiu apenas
alguns dias depois.
Os Clãs saquearam a cidade e a antiga biblioteca pegou
fogo. Mas o caminho de Chernobog não terminou aqui e ele
não parou.
RENASCIMENTO
A notícia da queda de Praha se espalhou como fogo. Em toda
a Europa alimentou uma ideia - era possível livrar-se do jugo
dos poderosos.
Os Clãs de Borca ficaram inquietos. Há muito tempo, eles haviam
perdido seus locais funerários e aldeias para os juízes e espitalianos. Os
Balcãs não se sentiam mais obrigados aos Jehammedanos. A ideia
prosperou. Tribos consideradas extintas por muito tempo saíram das
ruínas e se declararam governantes. Finalmente chegou a hora de
todos os Cultos temerem por seu poder.
Os Clãs voltaram.
FRENTE 53
POEIRA ESTELAR
A luz dos vaga-lumes se refletia nos vidros da máscara de gás. O
Preservador os golpeou, mas eles se esquivaram, dançando na brisa e
formando padrões complexos. Círculos se desdobravam em linhas
esvoaçantes que se entrelaçavam em uma galáxia de esferas, apenas
para se dispersar novamente em um instante.
“Como poeira estelar.” A voz do Preservista murmurou
baixinho através do filtro.
Chovia lá fora, a água pingava do teto. Uma luz pálida
entrava no corredor por uma porta aberta e competia
com o brilho dos vaga-lumes. A parede estava podre com
a umidade e tinha jogado todos os ladrilhos no chão.
Fragmentos estalaram sob os pés.
Ele ergueu a espada e observou os vaga-lumes girando em
torno da lâmina, tornando-a o centro de novos padrões. “Linhas
de campo”.
"O que?" Uma figura se aproximou dele. O Preservador
virou a cabeça. O rosto ao lado dele estava inchado, uma
película gordurosa brilhando em suas bochechas, nariz e
testa. Os cílios eram pegajosos, a água da chuva piscava entre
as bolhas amarelas. Os três losangos na testa eram quase
indiscerníveis.
O Preservador apontou para o corredor. "Ele está aqui." O
anabatista assentiu, mostrando os dentes e o sorriso fétido. Ele
afrouxou a alça de seu Spitfire e pegou a coronha com a mão direita.
Ele passou pelo Preservador. O tanque em suas costas balançava para
a esquerda e para a direita, um som de chapinha acompanhava cada
passo. Ele passou por cima de raízes grossas e se escondeu sob uma
cortina de malha orgânica.
“Anabatista, nós somos emissários.” O Preservador atingiu o
tanque com a parte plana de sua lâmina. O barulho metálico era
anormalmente alto. O Anabatista parou.
“Mais uma vez...” Seus ombros subiam e desciam.
O Preservador curvou-se. As raízes estavam rastejando
com formigas. Os insetos construíram pontes de terra através
das raízes e assim criaram uma rede de ruas. O Preservador
olhou para o Anabatista. "Que cheiro é esse?"
“Como alguém feito de merda. Falaremos sobre isso mais
tarde.” O Preservador levantou-se e apressou-se a
avançar. O corredor dava para um hall. No centro, o teto
desabou. A chuva caiu e respingou em um colosso pálido. O
Preservador guardou a espada, inclinou a cabeça e
lentamente pôs um pé na frente do outro. A água brilhava
com um brilho de óleo. O ar era pesado, doce e cheirava a
almíscar, mesmo através da máscara de gás. O Preservador
pisou em trechos elevados de lama onde insetos pretos
procuravam abrigo na água.
"VEJA."
O Preservador parou e ergueu a cabeça. Um corpo
inchado e carnudo estava aninhado em um ninho de lama
brilhante. Várias mulheres nuas pressionadas contra ele,
protegendo o feromante da chuva. Eles estremeciam, os
cabelos grudados na cabeça, as mãos acariciando a carne
oleosa, acariciando as glândulas ou enfiando os dedos nelas.
Eles não notaram o Preservador.
"O PACTO."
Os olhos do feromante eram redondos e negros. As glândulas
do tamanho de mármore sob suas pálpebras pareciam olhos
adicionais fechados. Eles cresceram e encolheram. O Preservador
franziu os lábios e abriu um sorriso trêmulo.
“Kanavog, The Spital manda lembranças.” “CONHEÇA
SEUS RESPEITOS. FOGO E LÂMINAS. “Nós mantemos o
pacto. Nossas tropas recuaram. Você sabe."
"SIM." A palavra soou como se todo o ar estivesse exalando
do Pheromancer. Os corpos se moviam, se deslocavam. Uma
mulher olhou para cima e, por um momento, lá
 Todos eles recebem atributos
especiais e juntos formam o
personagem. De acordo com os
textos antigos, eles precisam estar em
equilíbrio para que uma pessoa seja feliz e
saudável. Mas dentro dos Aberrantes, apenas
um Chakra singular brilha. Os outros são
buracos negros e frios. Este Chakra singular
supera todos os outros aspectos da vida de um
Psiconauta, iluminando exatamente o caminho para
o seu futuro. Para eles, é uma queda sem fim ao
extremo dos atributos de seu Chakra.

AFINALB NO TLE
Os campos de esporos-mãe estão surgindo em todos os lugares.
Transformam a terra, obrigando-a a assumir a sua imagem. Em
seus cochos aninham-se os Psychonauts, uma massa fervilhante
de criaturas primordiais e altamente adaptadas. Seu número está
crescendo, e onde quer que seu domínio se cruze com o da
Humanidade, mais Aberrantes rastejam do ventre de mulheres
grávidas. Eles assumem o controle, alcançando a coroa da criação.

A humanidade está em uma encruzilhada. Nada menos que

sua alma está em jogo. O Eshaton foi apenas o prelúdio. A batalha
final começou.

FRENTE 37
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com
UM CORPO DIVIDIDO EM DOIS
Tudo está em movimento. A luz do fogo varre as nuvens, o céu está
iluminado. Passando por riachos de lava solidificada, através de
montes de cinzas na altura dos joelhos e através de penhascos e
abismos, gêiseres expelem vapor e água fervente. A terra treme, as
prateleiras rochosas se quebram com estrondo, inclinam, lascam e
empurram umas sobre as outras. O magma jorra pelas bordas e lança
um brilho avermelhado sobre a devastação. O solo que já produziu
grãos dourados é duro como carvão e igualmente infértil. Poças de
escória fervem e emitem nuvens amarelas de fumaça. Sem proteção
respiratória, os pulmões escurecem e chiam. Humanos e animais são
queimados e esmagados até virarem fuligem.
Nada mais pode sobreviver aqui.
Este é o Golpe do Ceifador. É um fenômeno tectônico que começa
no norte gelado de Borca, depois corta os Alpes em um arco para o sul
para alcançar as costas da África no fundo do Mediterrâneo. Ao longo
desta linha, o solo é dilacerado, gigantescos lençóis de rocha do
tamanho de cidades formam uma cicatriz de muitas centenas de
quilômetros de extensão. Rios foram arrancados de seus leitos, caíram
nas bordas para reaparecer como gêiseres em outros lugares. As
câmaras de magma incham logo abaixo da superfície e descarregam
em vulcões.
Borca foi cortado em dois pelo Golpe do Ceifador – como
gêmeos, ambas as partes compartilham as mesmas memórias
dos Perdidos, suas crenças e raízes culturais. Mas as pessoas a
oeste do Golpe do Ceifador diferem das do leste, pois os gêmeos
tiveram que passar a juventude separados um do outro.
WESTBORCA
O grande mar do norte fugiu e, onde antes estava, as geleiras
estão cortando para o sul. A neve cai quase o ano todo. No
verão, as geleiras transpiram água potável que flui para uma
vasta rede de fossos antigos e forma rios e lagos. Essas águas
não conseguem remover o sal suficiente do solo, então essa
terra apenas finge fertilidade.
Mais a sul, a natureza volta a lutar. Grama de algodão e
prados de musgo e líquen quebram a tundra sombria
com pontos amarelos e verdes. Bétulas e abetos agacham-se
no turbilhão das cidades destruídas.
Está ficando mais quente, a grama da estepe balança ao vento, os
lagos brilham ao sol do meio-dia. A poeira vermelha dança no ar. Ele
cobre o mato e forma dunas onde o vento o deposita. Feras selvagens
parecidas com cachorros – os Gendos – vagam pelas ruínas, cavando
em busca de ratos ou seguindo a trilha dos Scrappers que cavam em
busca do tesouro dos Perdidos.
Estradas de asfalto cruzam a terra, cortando labirintos de
pedra. Quanto mais um andarilho vai para o sul, mais alto os
monólitos sobem.
As nuvens são de um ruivo pesado. A terra se engasga com a
poeira. As tempestades o agitam, o conduzem em longos véus,
entrando em cada fenda. Os olhos formam crostas e ficam inflamados.
Os pulmões colapsam. Apenas aqueles que usam óculos ou máscaras e
se protegem com lenços de poeira podem sobreviver aqui. Os animais
são mais espertos que os humanos. Eles sentem os véus de ferrugem
se aproximando e se escondem no tempo. Até o inseto

os enxames recuam para tubos subterrâneos.
A poeira sobe da Cratera Wupper ou de outros pontos de impacto
menores, mas os dias em que aterrorizava as pessoas já se foram. As
tempestades tornaram-se raras.
A natureza se acostumou com o pó e o prende nas raízes
das plantas. As florestas de abetos o protegem do vento.
Apenas no terreno baldio urbano forma dunas e vai para o
subsolo.
Os Borcans se adaptam. Vestidos com camadas de tecido pesado e
peles que fazem até mesmo um fracote parecer um colosso, os
Borcans fazem seu trabalho diário. Dezenas de milhares se espalham a
cada primavera para explorar os tesouros de West Borca escondidos
nas ruínas: sucata. Eles marcam suas marcas nas paredes de concreto,
marcando áreas como saqueadas ou alertando contra selvagens. Eles
carregam sua recompensa para as cidades, onde artefatos preciosos
são comprados pelos Cronistas e o resto é derretido, reforjado ou
empilhado nos aposentos dos Sucateiros na esperança de que se
tornem valiosos mais tarde.
O metal está em toda parte e é barato. Pontes são construídas a
partir dele. Portas e paredes são limitadas por ele. Caminhos são
pavimentados com ele. A ferrugem range sob as solas das botas. Sinos
de vento feitos de sucata enfeitam os prédios. A sopa é comida em
tigelas de estanho. A madeira, por outro lado, é rara e deve ser
importada de longe. Perto dos assentamentos, tudo o que resta são
pântanos e as florestas que escaparam do machado estão longe das
rotas normais entre as cidades.
JUSTIÇA
A maior metrópole de Borca pode ser encontrada no coração da
mania da sucata: Justitian, o Punho Justo, a fonte da lei e da
ordem neste deserto e um lugar verdadeiramente carismático.
Os Provedores da cidade marcam seus lotes de terra com
cercas de junco e lutam contra a poeira. Após a colheita, eles
enfrentam os Espitalários. Se o grão estiver livre de esporos, ele é
certificado e os sacos são carimbados e lacrados. Se o grão estiver
infectado, o Provedor perdeu um ano de trabalho árduo.
Os provedores são ordenhados em todos os lugares.
Eles compram fungicidas dos Espitalários e água dos
postos de gasolina que só saem enquanto eles inserem as
lascas de metal dos Cronistas. Mas basta. Os Provedores
se agrupam, lamentam, discutem. Um deles se levanta e
cria o Coletivo de Provedores. Eles ainda estão sob o jugo
de Justitian, mas o pavio já está queimando.
Em Justitian's Downtown, tudo converge. Os anabatistas
esperam pelas convulsões políticas em seu Cross Quarter,
lançando olhares de reprovação ao vizinho Jehammedan
Quarter. Os apocalípticos lançam sondas em todas as
direções e monopolizam todas as formas de pecado. Os
garotos de rua conquistaram o bairro Stukov e o dividiram
entre suas gangues.
Os alto-falantes dos Cronistas se elevam acima das casas da
cidade, dos barracos no Bairro dos Hóspedes e dos prédios adornados
com azulejos dos Jehammedanos. Uma música barulhenta sai dos alto-
falantes, apenas interrompida por anúncios:
BORCA 61
 “CIDADÃOS, O CLUSTER FALA!” Os juízes patrulham em
ameias e pontes feitas de placas enferrujadas, fumando
tabaco e olhando para a multidão abaixo, exercendo
controle absoluto.
Em meio a um labirinto de chapas de ferro corrugado, passarelas,
paredes feitas de carruagens e máquinas e tocas cobertas por lonas,
ergueu-se um monólito truncado. Aproximando-se deste leviatã, sua
fachada cai, mais montanha do que ruína: Tech-Central. Milhares de
Sucateiros se aninham como baratas, cavando nele, expandindo túneis
e reforçando salões, moldando-o. Aqui se unem os que gostam de
solidão. Lobos Solitários cobertos de poeira arrastam sacos cheios de
artefatos, tossindo incessantemente, Ursos das Cavernas procuram
uma noiva, entre humanos pela primeira vez em muitos invernos,
Ratos correm em volta dos Texugos, fazendo truques para
comercializar sua agilidade. Os Fabricantes da Tech-Central são
conhecidos muito além das fronteiras de Borca. De suas oficinas, eles
produzem não apenas armas ou fechaduras e armadilhas altamente
complexas, mas também maravilhas mecânicas lendárias, construções
sem objetivo que
nada mais são do que um testemunho do gênio louco de seus
criadores.
Outro colosso de pedra parece guardar o planalto de
Uptown: o Monólito de Aço. Os golpes de martelo dos Steel
Masters ressoam, dando uma batida à cidade. A forja arde.
Aqui, canos de armas são feitos, coronhas são esculpidas,
acessórios são cinzelados e refinados por um “Fiat Lux”. O
mosquete de cada Juiz passou pelas mãos dos Mestres do
Aço.
Uptown é o lar dos juízes e cronistas. Ele está situado em
um planalto e só pode ser alcançado por meio de uma
plataforma de elevador a motor quando você vem do centro
da cidade. Em Uptown, o poder legislativo dos Juízes está
concentrado nos prédios oficiais e no Judiciário. Em meio à
arquitetura monumental dos Juízes, o Grupo Central dos
Cronistas fica a uma curta caminhada. Os painéis solares
triangulares, os vagões ferroviários, as torres de aço com
luzes de megawatts e baterias de alto-falantes, os corredores
sinuosos e cúpulas: tudo parece um lugar de outra época.

MILESTONES

Pedras empilhadas marcam as rotas entre os desaparecer na névoa. No mato, selvagens com ao longo do leito do rio. Não olhe para trás, continue.

assentamentos. Aqueles que deixarem a Fortaleza rostos pintados de branco e cabeças calvas Os clãs reivindicaram esta área e atacam qualquer

Alpina para chegar à metrópole de West Borca, espreitam. Eles correm de parede em parede, um que cruze as fronteiras invisíveis. Os comerciantes

Justitian, passarão por milhares deles. Durante dias, olhando para o andarilho das aberturas das janelas, deixam joias de Purgare ou até mesmo queimam

ele cruzará as planícies, seguindo caminhos sempre acompanhando-o. Sua linguagem é dura e cúspides nos marcadores de pedra para apaziguar os

quebrados e cruzando leitos de rios secos. Os Alpes cortante. Apenas siga o caminho, sempre selvagens.

PROTETOR EM E
Certa vez, Justitiano deu algo ao povo. Foi martelado na chamada
paisagem arruinada do Pulmão Negro, o lugar onde Cronistas e
Juízes se encontravam. A cidade era um farol em um mar cheio de
predadores e parasitas. Aqueles que vieram para cá estavam
seguros e tinham os Juízes para cuidar de suas preocupações.
Então, os juízes eram fortes. Lado a lado, eles vasculharam o
Pulmão Negro, levando os Clãs à sua frente como baratas com os
golpes de seus martelos. Gritos de guerra ecoaram pelos
desfiladeiros da cidade quando centenas de selvagens correram
contra o raio de chumbo dos mosquetes dos Juízes. Os últimos
selvagens foram reunidos e mortos, as cabeças de martelo de
ferro manchadas de sangue foram limpas na poeira. A paz tinha
gosto de sangue.
O Codex se espalhou como um corpo de leis. Ninguém, nem mesmo
os Provedores que trabalhavam incansavelmente nos campos de
Justitian, foram capazes de resistir a essa coleção de regras. Os
Espitalários procuravam grãos e bulbos para a Sepse: só os alimentos
que eles certificavam podiam ser vendidos no mercado. Regras, regras
acima de tudo. Aqueles que estavam cansados deles poderiam apenas
tentar a sorte no deserto. Aqueles que se rebelaram ou infringiram a lei
acabaram em campos de trabalhos forçados, onde foram forçados a
pagar suas dívidas com Justitian. O Codex dividia as pessoas em
cidadãos e foras-da-lei, mas os juízes haviam esquecido o fato de que,
se continuassem apertando o espartilho do controle dia após dia,
sufocariam a respiração de seu povo.
Ainda assim, Justitian floresceu. Juízes foram enviados
às cidades vizinhas, oferecendo proteção e exigindo
submissão. O Protetorado nasceu. Assentamentos como
Mobilis, Ferropol, Wetzlar e muitos outros se juntaram a ela, mesmo
que apenas pela falta de alternativas.
Desde então, o Protetorado vem se espalhando,
engolindo comunidade após comunidade.
Pedras do Julgamento na altura da cabeça gravadas com martelos
foram erguidas nas praças das aldeias para os juízes fazerem e
executarem seus julgamentos, e os Salões do Julgamento foram
estabelecidos.
Mas isso foi ontem.
VELHOS RANGES
Os Clãs foram enfraquecidos, mas nunca conquistados. Eles se
encolheram nas ruínas, colocaram pedras polidas nas sepulturas
daqueles que caíram e choraram sua dor noite adentro.
Quando Praha caiu para o Deus Negro e suas hordas, eles
ouviram. Praha era para ser invencível, toda a região era uma fortaleza.
Nenhum estranho jamais atravessara as colinas, mesmo que apenas
para contemplar as torres douradas. Até os Espitalários foram
rejeitados. Praha era poderoso e impiedosamente exercia o controle.
Um pouco como Justiciano. Se uma cidade como Praha pode ser
derrubada por um grupo de Clãs...
Agora, os Clãs se reúnem, rastejando de seus
esconderijos, armados até os dentes com ódio. Eles pintam os
sinais de seus totens de insetos em seus corpos, afiam suas
lanças e limpam seus rifles. Furiosamente, eles atacam
comboios, destruindo tudo que os lembra de Justitian.
Eles aparecem no meio do Pulmão Negro, inundando as
patrulhas dos juízes com uma saraivada de flechas envenenadas
ou atraindo-os para armadilhas. Lança encontra martelo, lascas de
madeira, ossos quebram.
Existem muitos deles! Juízes são arrancados de seus cavalos,
tentam se levantar e mal conseguem erguer um braço quando a
clava de pedra cai sobre eles. Dias depois, Scrappers encontrarão
os corpos. Eles estão pendurados nas paredes, alinhados e presos
com barras de reforço do comprimento de um braço que se
projetam do pescoço ou da barriga, sangue seco cobrindo tudo
por perto. Suas mandíbulas foram quebradas, penduradas
frouxamente em seus rostos. Baratas circulam no abismo da boca
dos cadáveres.
A brutalidade dos Clãs abala o Protetorado em sua essência.
Um assentamento após o outro cai. As pedras do julgamento são
derrubadas e esmagadas. Isso foi muito além dos desfiladeiros da
cidade, cavernas aquíferas e cemitérios sagrados. Os selvagens
interrompem os suprimentos dos juízes e não param mesmo
quando reconquistam todo o seu território. Eles querem
Justitiano.
Mas nesta hora de necessidade, os Cultos se unem.
Desta vez, Juízes, Espitalários, Anabatistas, Cronistas e
Jehammedanos estão do mesmo lado. Sucateiros relatam do
deserto, Hellvéticos protegem os comboios. Borca está em
guerra.
A ÚLTIMA BATALHA
A cidade de Wetzlar marca a fronteira sul do Protetorado de
Justitian. Aqui, o alto juiz Rubeau faz sua última resistência. Os
Clãs avançam, ficando cada vez mais ousados à medida que os
Protetores se retiram. Justitian tem que ser protegido, custe o que
custar. Nos assentamentos do Protetorado, restam apenas velhos
juízes atados, aqueles que viveram na poeira por muito tempo
para lidar com os Senados e suas intrigas e que são velhos demais
para ir à guerra.
Eles são os únicos a proteger os postos avançados,
plantando severamente seus martelos diante deles e
apoiando-se nas alças como se dissessem: “A lei de Justitian
ainda se aplica aqui”. Mas a tempestade virá. Eles veem isso
nos rostos das pessoas que juraram proteger.
A FESTERING
Durante décadas, a Sepsis comeu o solo sob as ruínas de
Menden sem que ninguém percebesse. Passou por vários
ciclos de crescimento e, no final, arqueou o solo. O micélio
brotou e rompeu a superfície, floresceu e cúspide. As
cúspides estouraram e vomitaram seus esporos ao vento.
O primeiro ciclo foi concluído. O anel interno quebrou e
outro se formou.
O campo de esporos floresceu. As ruínas acima rangeram e
racharam. Os anos se passaram. De um punhado de esporos, surgiu
um campo de esporos Mãe com mais de mil passos de diâmetro. Sua
parede externa tinha mais de quinze passos de altura.
Então, os Espitalários o encontraram.
Eles não hesitaram. Fileira por fileira, eles se espalharam,
liderados pelos Preservadores em cavalos ariscos. Eles cercaram o
campo e atacaram o florescimento da Sepse com fogo e
fungicidas. Eles enterraram cilindros de cerâmica no anel externo
e empurraram outros para dentro. Finalmente, eles recuaram e
detonaram os cilindros.
Cascatas de explosões rasgaram a parede e sacudiram as
ruínas. Esporos e sujeira subiram em uma nuvem gigante.
Mas havia algo mais.
Fumaça negra subia do solo agitado. Ele se expandiu, depois
encolheu e afundou novamente na terra. O solo inchou e tornou-
se uma esponja porosa; sua cor mudou para preto azeviche.
Estruturas de carbono semelhantes a corais cresceram em direção
ao céu, resíduos cristalinos de plantas ergueram suas lâminas de
vidro e folhas ao vento e refratam a luz em padrões não naturais.
A escuridão continuou se expandindo com um crepitar, comeu o
campo de esporos, infectou as ruínas e transformou ratos e
insetos em estruturas de carbono puro.
O campo de esporos morreu e o Festering nasceu. Um dia
após a detonação dos cartuchos de nanite, sua expansão
havia diminuído. Mas ainda não parou completamente. Na
borda do Festering, crescimentos empurram para a terra
como cabelo subindo. Eles formam longos laços em um
BORCA 63
padrão regular semelhante aos símbolos de Chakra que os Espitalários
viram nas proximidades dos Psiconautas. Apenas semelhantes, não
idênticos. Os Espitalários estão alarmados. Essas formas parecem
muito com um novo Chacra da Terra.
THESPI TA L
Nos campos de ruínas ao sul do Pulmão Negro, há uma área
simplesmente chamada de “o Espital” por muitos. É separado em
várias regiões, a mais externa das quais é chamada de Apêndice.
Aqui, os doentes são tratados e examinados, encaminhados para
enfermarias rigorosamente separados por patógenos. Médicos e
médicos os atendem, prescrevendo remédios ou trocando
curativos.
Seguro atrás de paredes altas, o Corpus começa. Este
anel interno com seus laboratórios e armazéns é restrito aos
Espitalários e alguns outros escolhidos. Em seu centro, ergue-
se o próprio Spital, um enorme bloco de concreto cercado por
prédios que foram erguidos pelos Perdidos centenas de anos
atrás. É aqui que os Espitalários conduzem suas pesquisas
mais secretas.
Os Espitalários também têm outras bases no Pulmão Negro.
Perto de Arnsberg, pássaros apodrecem nas estradas de acesso,
ratos e insetos jazem ao lado deles, empoeirados e silenciosos.
Restam apenas tocos de árvores. A área está contaminada - uma
das muitas boas razões para ficar longe. Mas há outra razão
melhor. Na fortaleza de Arnsberg, Kranzler, chefe dos
Preservadores, reside com sua comitiva. A casta guerreira dos
Espitalários acampou aqui e eles preferem a solidão.
Perto dali, os Preservadores criam seus cavalos em uma fazenda
chamada Newcrest. Os Espitalários também são donos desta terra e não
permitem acesso a ninguém em quem não confiem completamente.
FERROPOL
Todos os dias, véus de poeira de um quilômetro de comprimento caem
sobre Ferropol, que repousa nas encostas ocidentais da Cratera
Wupper, flutuando por becos, lixando pedra e metal. As dunas
avançam pelas praças. Quartos inteiros desaparecem por dias ou
precisam ser desenterrados. Insetos do tamanho da palma da mão
chamados Ferrites vagam pela área. Com seu icor, dissolvem o ferro,
ingerem-no e depositam-no em suas carapaças. “Interessante”, dizem
os Espitalários, mas o que eles querem dizer é “crítico”.
Durante anos, Ferropol foi uma grande cidade forja até
que os Mestres do Aço foram levados para Justitian. Agora
eles vivem e trabalham lá no Monólito de Aço, sob o olhar
atento dos Juízes.
Nos anos seguintes, os Juízes trouxeram bandidos para a
Ferropol, prenderam-nos e esqueceram-se deles. A cidade havia
perdido a bênção de Justiciano. O Apok Apocalíptico ajudou os
juízes por anos, mas agora ele finalmente se tornou o governante
da cidade, durando até ser morto em 2585.
Agora, Ferropol é um refúgio para todos aqueles que são perdidos
e indesejados por Justitian. Aqui tudo e todos podem ser comprados, se
você conhecer as pessoas certas e tiver Damas suficientes.
CHUVA
O leito de um rio disseca o oeste de Borca desde os Alpes até a Barreira
de Gelo. Assim como os artefatos do país, é simplesmente uma relíquia
de uma época melhor porque seu rio, o Rain, secou.
Nos Alpes, seu leito ainda é alimentado por riachos de
montanha e derretimentos glaciais na primavera. Ele serpenteia
por sua antiga bacia como um riacho e depois como um riacho. As
bétulas se alinham em sua costa, a água lava suas raízes e corta
profundamente a areia do rio. Aqui, a grama é verde e alta. De vez
em quando, o riacho se torna um pântano antes de finalmente
retornar ao seu leito.
O riacho passa por píeres solitários e estradas irregulares
até a famosa cidade em ruínas de Noret. Espigas de milho
farfalham ao vento. Trigo selvagem cresce no antigo leito do
rio, uma linha de ouro no cinza empoeirado e vermelho ao
redor. O trigo segue a Chuva para norte, crescendo com força
em frente à Cidade Catedral e lutando para atingir os
mesmos patamares nas sombras do Grande Aqueduto,
conquistando as poças secas dos antigos braços do rio.
Antigamente, os navios cruzavam a Chuva. Agora, seus restos
desgastados sobressaem da lama petrificada. Embora não pudesse
transportar um navio para lugar nenhum atualmente, ainda é
considerada uma rota comercial. Nas margens e no leito do rio, há
trilhas onde as rodas cavaram sulcos profundos. O caminho para Liqua
é pontilhado por torres de pedra.
Desde a revolta dos Clãs, a maioria das rotas foi
deserta e saqueada. Outros estão nas mãos de Clãs
que abordam quem passa com as mãos nas lâminas,
exigindo pedágio.
C EM HEDRALCIDADE
Para olhar ao longo dos pilares até os arcos de pedra, as
pessoas precisam esticar o pescoço. Lá em cima, a água corre
em ralos, fluindo para os assentamentos dos anabatistas de
as fontes e nascentes.
Estes aquedutos foram construídos a partir de escombros
cortados à medida, cuidadosamente argamassados e parcialmente
cobertos com chapas metálicas ou telhas de calcário. Os pilares que
sustentam os maiores são ocos: os anabatistas os usam como quartéis
ou salas de oração. Os pilares menores não eram de pedra, com
andaimes feitos apenas de estanho inclinado.
Uma rede de aquedutos cobre o oeste de Borca e,
no centro dessas vias navegáveis, está a Cidade
Catedral, santuário e lar dos anabatistas.
Se você se aproximar pelo antigo leito do rio Rain,
primeiro verá a silhueta das Torres Gêmeas na névoa. Eles
estão enegrecidos pelo tempo, seu trabalho em pedra os
faz parecer estacas cheias de cicatrizes. De perto, avistam-
se gárgulas e estátuas na fachada, portais e torres, vitrais
em arco, tudo a erguer-se para o céu. Este cenário
escultural faz as pessoas parecerem pequenas.
A cidade é cercada por uma parede com pilares salientes e
ameias cobertas. A Maçonaria em seus pés mostra Psiconautas e
Anabatistas maiores do que a vida, engajados em
uma batalha mortal. Em vários lugares, montes de escombros ou
ruínas de terra quebram a parede. As bétulas crescem lá, com musgo
polindo seus lados escarpados.
Quem quiser entrar na cidade deve descer por um túnel
construído pelos Perdidos e cruzar a linha de defesa
subterrânea. Os anabatistas guardam as entradas, mas no
final todos são bem-vindos.
A Cidade Catedral é dividida em blocos. Amplos pátios de
parada com pias batismais se alternam com prédios de dois
andares, o bloco da forja, lagares de azeite, oficinas,
plantações e jardins protegidos por velas de poeira e cercas
de junco. Tudo na cidade é cercado por aquedutos e
molduras retangulares. A água corre pelos ralos ao longo das
estradas, levando excrementos e sujeira para fora da cidade.
Onde os ralos entupem e o mijo do mosquito escorre pela
calçada, jovens ascetas vêm correndo com pás.
O Grande Aqueduto atinge o telhado da nave da
catedral. Um encaixe os liga. Diz-se que a água corre por
um sistema de canos pelas paredes da catedral e sai das
gárgulas do coro da catedral, onde residem os oito
batistas e o Conselho das Emanações.
EXALT
Exalt já foi o epítome da civilização.
Então, foi esmagado nas Guerras da Cidade. O Exalto foi
esquecido: nenhum mapa do Protetorado o mostrava mais.
Na verdade, isso se devia à ignorância de Justitiano.
Alguns meses atrás, os juízes encontraram Exalt – um
assentamento vivo nos campos de ruínas do sudoeste. Telhados
abobadados pendurados em pilares de vinte pés de altura cobrem um
hectare após um hectare. A luz amarela é filtrada pelas vidraças
cobertas de líquen, intensificando a sensação de outro mundo e
realidade. Partes da cidade ainda estão cobertas de poeira, mas os
Exalters seguem em frente com pás na mão, abrindo espaço para
aqueles que retornam. Eles descobrem antecâmaras subterrâneas de
um complexo gigante, cada uma grande o suficiente para manter o
Tech-Central de Justitian com espaço de sobra. As letras “RG” na altura
da cabeça em um azul brilhante estão livres de poeira.
O Exalter Clan se fortalece mais uma vez e está pronto para
escrever a história novamente.
LIQUA
Após as Guerras da Cidade, as pessoas fugiram de Exalt. Um dos
grupos em fuga encontrou água no oeste do Pulmão Negro,
fortificou o poço e ficou. Os refugiados lamberam suas feridas.
Eles viviam em seus vagões e estavam prontos para seguir em
frente. Mas o reservatório não se esgotou. Graças a uma anomalia
geológica, a água se acumulou nos porões e túneis sob o
acampamento. Eles decidiram ficar.
Décadas depois, o acampamento se transformou em uma cidade
chamada Liqua. Quatro senhores da água controlavam as fontes e
vendiam sua água para os assentamentos do Protetorado e a Cidade
Catedral. Os anabatistas não estavam longe. Eles fizeram pactos com
os Liquans e seus líderes. Eles assinaram contrato após contrato,
infiltraram-se na linha de sucessão, sentaram-se ao lado dos
senhores, inspecionaram todos os tratados com os enclaves Black
Lung e, finalmente, disseram ao povo que Cathedral City havia
aceitado Liqua. Desde então, dois dos senhores da água sempre
foram anabatistas.
Quando Exalt foi redescoberto, a população de Liqua prestou
atenção. Despachos e presentes foram trocados e mãos foram
apertadas, tudo escondido dos olhos vigilantes dos anabatistas.
Cathedral City não tinha ideia do que estava acontecendo aqui.
Foi só quando os Exalters marcharam para Liqua sob os
aplausos estrondosos da população que a Cidade Catedral
percebeu que os dias calmos haviam passado. Por enquanto, eles
recuaram, pois as fontes de água são muito importantes para a
Cidade Catedral.
NORET
Noret está preso no tempo: diz-se que a cidade está intocada
há mais de 500 anos. A vegetação ocupa gradativamente os
prédios antigos. Árvores e arbustos crescem nas ruas e
telhados, musgo cobre as paredes. Nas margens e no leito do
rio Rain, crescem arbustos com frutos rosa pálido. Ninguém
os colhe. Eles caem na lama e apodrecem.
Há guardas: movimentos graciosos sob trapos podres, metal
sombreado por capuzes. Suas vozes são distorcidas, os sons
modulados aleatoriamente. Aqueles que se aproximam demais de
Noret nunca mais deixarão a cidade.
RAMEIN
Há mais de 20 invernos, uma estrela atingiu a capital da região. A
onda de choque da detonação foi seguida por um terremoto
político que levou os Mechans, uma seita de sacerdotes, e os
Pneumancers, uma seita de guerreiros, ao poder. Eles jogaram
completamente os Clãs da região de Ramein uns contra os outros
e se autodenominaram os guardiões da ordem.
Eles exageraram na mão.
No final, o Clã Fosforita se separou e atacou a
capital reconstruída, Nullpellia. Os Pneumantes
responderam com suas armas a vapor. Durante dias, o
barulho de seus Pneumo Hammers ecoou pela cidade.
Os defensores venceram, mas Nullpellia foi esmagado
entre as linhas de frente. A aliança entre os Mechans e os
Pneumancers também se desgastou e finalmente se quebrou.
Os Mechans estabeleceram uma armadilha tortuosa na trilha
dos Pneumancers, enganando-os como todos os outros.
Os Pneumancers finalmente tiveram o suficiente, liderando uma
revolta contra os Mechans. Os sacerdotes fugiram para o subsolo e
estabeleceram uma base lá, com o objetivo de recuperar o controle
sobre Nullpellia, mas desta vez secretamente. Ao mesmo tempo,
muitos clãs deixaram suas casas devastadas e tropeçaram em território
proibido. Famintos e quebrados, eles foram tratados com hostilidade.
Surgiram rixas.
Desde então, todo o Ramein está queimando.
BORCA 65
HEL LV ÉTICA
A Fortaleza Alpina é o gargalo da Europa. Suas passagens e
pontes garantem um trânsito seguro de oeste a leste de
Borca e vice-versa, e através de passagens como a de
Timmelsjoch, Purgare está ligada a Borca e Pollen.
As fortalezas dos Hellvéticos bloqueiam vales e geleiras,
projetando-se dos flancos das montanhas, deixando apenas
passagens sombrias entre maciços de concreto.
Pontes atravessam o fogo nas montanhas, túneis
cavam fundo na rocha e só emergem na luz ofuscante e
nevada dos Alpes um dia de marcha depois.
Quem quiser passar deve fazer fila com o resto dos viajantes
que se dirigem para uma das portas. Monólitos de concreto e
posicionamentos de armas atrás de persianas de aço emolduram
a entrada. Milhares tentando entrar são divididos em quatro
colunas pelos Hellvéticos e devem pagar para entrar. Aqueles
incapazes de fazê-lo são levados de lado. “Qual é o problema,
estranho?”
Eles são, é claro, bem-vindos para cruzar as montanhas por conta
própria, mas aqueles que se atrevem a fazê-lo precisarão se esconder
dos atiradores de elite na neve profunda, esquivar-se de lajes de neve e
gelo que caem, aquecer-se contra o frio devastador e até mesmo
enfrentar tribos selvagens da montanha. Não vale a pena, diz a maioria
das pessoas, e simplesmente paga o pedágio.
EASTBORCA
No oeste, os Cronistas examinam todos os artefatos que os
Scrappers mal-humorados mostram a eles. Eles os viram com
as mãos trêmulas, os colocam em várias engenhocas,
observam os medidores de luz, então se amontoam e
sussurram uns com os outros. Eles dão seu preço e é melhor
que o Sucateiro aceite. Claro, ninguém que tenha esse tipo de
influência é considerado justo. No entanto, os Cronistas
promoveram uma economia e a mantêm funcionando.
No leste, os cronistas nunca conseguiram se estabelecer.
Uma delegação de membros de alto escalão – os Fragments –
desapareceu lá anos atrás. Pelo menos é o que dizem os
registros. Desde então, alguns cronistas foram para East
Borca, mas também não conseguiram iniciar uma mania de
sucata lá.
O povo de East Borcan retornou a uma forma mais primordial de
viver sem tecnologia. Eles aceitaram o ciclo anual, seguiram os
rebanhos de bois-almiscarados ou se retiraram para as florestas de
pinheiros em pequenas comunidades. Enquanto o metal é raro aqui, a
madeira está a apenas um braço de distância e um machado afiado.
Neste lugar, as cidades do passado são labirintos verdes
escondidos sob o musgo e guardados por abetos. Considerando que os
Scrappers precisam apenas cavar a poeira no oeste de Borca, se um
Scrapper caçar aqui, ele precisará cortar uma densa rede de raízes. No
entanto, verdadeiros tesouros podem ser desenterrados aqui
nessas cidades intocadas pelos humanos por séculos.
Apenas os mais valiosos são levados para West Borca
em estradas cansativas e caras através dos Alpes.
OSMAN
Osman é para East Borca o que Justitian é para o oeste. A cidade
sempre foi um foco de ideias Jehammedanas. Os Clãs são fortes e
bem alimentados atrás de suas paredes protetoras. Eles se
orgulham de sua vida urbana. Os mercados coloridos e
barulhentos. Os banhos quentes. A grande biblioteca subterrânea
fundada por arquivistas de Praha em 2512. É um jardim edênico,
um refúgio em um mundo em chamas.
Após a queda de Praha, surgiu um medo. De onde vêm as
hordas que saquearam Praha? Para onde eles vão quando
terminam de se alimentar do cadáver da cidade moribunda?
Nas florestas e pântanos por todo o leste de Borca, os guerreiros
de Osman – os Janites – descobrem cada vez mais acampamentos e
mirantes desertos. Eles caem em armadilhas de lança, ouvem
tambores trovejando de longe. Os selvagens os evitam. Não é um bom
sinal. Isso significa que eles estão organizados. As histórias circulam
por Osman, histórias de líderes de quadrilha equipando suas hordas
em Praha e treinando-as com novas armas nas florestas.
Semanas atrás, uma patrulha Janite avistou uma figura
com chifres gigantes na cabeça na névoa da manhã, cercada
por dezenas de carregadores de lança. Dizia-se que este
Chifrudo estava com Chernobog quando eles romperam o
primeiro anel de defesa de Praha. Dizia-se que o chão
vomitava fogo e a terra tremia, mas seu totem o ajudou. Seus
guerreiros o seguiram de perto e atingiram as fileiras dos
defensores como uma tempestade de estilhaços.
O resto é história.
Ocorrem os primeiros ataques aos rebanhos de Osman. Uma
cabra roubada aqui, um Ismaeli morto ali. Isso é apenas o
trabalho de selvagens isolados ou o início de um ataque total?
Em um dia nublado de verão em 2595, os habitantes de Osman
ouvem um uivo prolongado. Começa baixinho, mas com o passar dos
segundos fica cada vez mais alto. As pessoas olham para o céu,
apontando para duas listras de nuvens descendo lentamente em
direção a elas em um amplo arco. Um instante depois, em vez de um
lugar onde centenas de osmani uma vez riram, debateram e
negociaram especiarias e tecidos coloridos, há apenas uma bola de
fogo ofuscante.
A onda de choque da explosão atravessa a cidade,
empurrando fogo e poeira à sua frente. As pessoas são arrastadas
e jogadas contra as paredes como bonecas de pano. Pedaços de
destroços voam por centenas de metros, colidindo com prédios,
deixando rastros de destruição. O trovão que se segue faz vidros
quebrarem e prédios tremerem. Uma nuvem ocre se eleva sobre
Osman. Começou.
 PRAHAREPUBLIKA
As montanhas ao redor de Praha Republika estavam repletas de
minas terrestres e coroadas com arame farpado. De abrigos
fortificados, os soldados observavam os flancos e vales das
montanhas, rifles em punho. Outros em trajes camuflados cinza-
escuros verificaram os sensores de movimento e acompanharam
os alarmes. Tanques patrulhavam as muralhas. O único acesso
oficial pelo vale do Elba era restrito aos habitantes de Praha.
Nenhum estranho foi autorizado a entrar. Nem mesmo Hellvéticos
ou Juízes. Ninguém entrou, nada saiu. As histórias sobre estradas
esplêndidas, torres douradas e máquinas do tamanho de blocos
de construção inteiros eram exatamente isso: histórias.
A única coisa que se sabia com certeza era que os habitantes
de Praha se autodenominavam arqueólogos. Por alguns anos,
eles usaram sua influência substancial em Osman para
estabelecer a Grande Biblioteca.
Mas essas são histórias de ontem.
O Deus Negro veio à noite. Com um gesto, ele derrubou
as muralhas imponentes em flashes de luz solar, e seu olhar
sozinho foi dito ter rasgado faixas através dos campos
minados. Então vieram os Clãs, espalhando-se ao redor de
seu deus decadente, avançando e abrindo caminho entre os
defensores de Praha. Praha Republika caiu naquela noite.
Desde então, os Clãs se revoltaram nas ruas,
abrindo as portas lacradas dos depósitos de armas e
saqueando a Cidade Velha. Eles derrubam as entradas de aço dos
corredores do bunker e entram nos depósitos. Livros, obras de
arte e ossos de criaturas gigantes são armazenados aqui. Nada de
interesse para os Clãs. Em outros depósitos, há armários cheios
de tecnologia. Um aperto arranca cabos e componentes, e as fitas
de luz azul desaparecem para sempre.
Chernobog seguiu em frente. Praha, ao que parece, nunca foi
seu destino.
O BOGEYMAN
Sucateiros e cronistas não são os únicos atraídos pelos
artefatos no solo de Borca. Depois que os neolíbios africanos
saquearam Franka e Purgare, o culto mercantil expandiu seu
interesse para Borca.
Os cronistas não gostam nada disso. Eles enviam seus Shutters para
espionar os invasores estrangeiros e sabotar seus veículos. Eles espalharam
rumores sobre alimentação de crianças, ritos de sangue e capas feitas de
pele humana. Mesmo assim, onde quer que os neolíbios entrem em uma
aldeia, eles conquistam os corações dos aldeões com pequenos presentes
brilhantes de um mundo distante.
Os Cronistas se enfurecem. Se os neolíbios continuarem a permitir que
suas gangues de sucateiros africanos entrem nas ruínas de Borca, eles não
pararão em pequenas histórias horríveis.

PUREZA

A sepse está se espalhando. Campos de esporos surgem suspeita. Uma tragédia, dizem, mas tem que Agora, as lâmpadas de insetos brilham nos

do solo em Franka, Pollen e Purgare, atraindo Aberrantes ser feito. assentamentos do Protetorado à noite. Atraem

e arrastando as pessoas para sua destruição. Até agora, Insetos estão sob suspeita geral. Em Franka, os moscas e mariposas, capturando-as em água

apenas Borca é completamente puro. Espitalários descobriram pilhas de esporos nas açucarada ou matando-as por meio de fios

Os Espitalários formam a linha de frente, pernas das vespas e saliva contaminada nos corpos incandescentes. Mais tarde, os Espitalários examinam

cobrindo a terra com fungicidas e caçando inchados dos carrapatos. Desde que os feromantes os restos mortais em busca de infestação de esporos.

aqueles que sucumbiram ao Burn ou de Franka começaram a mirar em grandes enxames Os aldeões se reúnem então e observam os boticários

carregam a Semente da Sepse. Eles seguem através da fronteira e em Borca, não pode haver mais sendo abertos e os produtos químicos sendo

todas as pistas sobre a infestação de esporos dúvidas. Os vermes insetoides devem ser destruídos. pingados no pó do inseto. Momentos de medo. Seria

e queimam enclaves inteiros ao menor melhor se os Espitalários não encontrassem nada.

 QUANDO COMEÇA O MILÊNIO DEPOIS DO MILÊNIO

A HUMANIDADE TERÁ MUDADO A FACE DA TERRA.

O HOMEM CONSIDERA-SE A SI MESMO MESTREE SENHOR
DOFLORESTAE AREBANHOS.
ELE VAI ARAR ATRAVÉS DA TERRA,

E TERÁ ROTA ORIO E MAR.

MAS A TERRA SERÁNUDA E ESTÉRIL .

O AR VAI QUEIMAR E A ÁGUA VAI FEDER.

A VIDA murchará, POIS O HOMEM TERÁ ESGOTADO OS TESOUROS DA TERRA.
E O HOMEM SERÁ
SOLITÁRIO COMO UMLOBO

NO DELE ÓDIO [ JEHANDEVEZEL AY ]

.

TORRES DE AGULHA

Os Cronistas enviaram 16 Fragmentos através
do Reaper's Blow para conquistar as torres de
transmissão e transformá-las em estações de
retransmissão de rádio permanentes em
contato constante com o Cluster Central em
Justitian. Devido às suas antenas altas, elas
seriam chamadas de Torres da Agulha. Os
Scrappers deveriam então se reunir ao redor
deles, explorar a terra ao redor e trazer sua
recompensa para as torres, assim como
no Protetorado. As coisas aconteceram de maneira
diferente. Apenas 8 fragmentos sobreviveram à
travessia. Ainda assim, foi o suficiente, pensou o
Cluster. A redundância foi levada em consideração.
Os Fragmentos alcançaram as torres,
expulsaram os selvagens e se mudaram para
seus novos lares. Eles até instalaram estações de
rádio longe do controle do Culto. No entanto, no
final, os desejos e necessidades humanos
finalmente triunfaram. Os fragmentos reunidos
mercenários, prostitutas e outros aventureiros.
Com suas habilidades tecnológicas superiores e
as armas dos Cronistas, eles logo se tornaram
deuses em um mundo de superstições.
Chromium e Iridium em suas torres
espelhadas são de conhecimento comum, mas
apenas seus seguidores sabem o que aconteceu
com os outros seis renegados.
Certamente suas Torres de Agulha são locais
de perigo, aventura e comércio.

BORCA 69
 O ENXAME
FRANCA
SEM FÔLEGO
Carapaças de quitina dançam no chão lamacento, empurradas pelo vento,
farfalhando e arranhando. Acima, uma nuvem de asas de insetos passa,
apanhadas por uma rajada. As folhas de outono de uma Franka infestada
de insetos.
A névoa deriva dos pântanos nas regiões centrais, movendo-se
para cobrir a terra como véus. Um cheiro adocicado de podridão paira
no ar, penetrando em cada poro como óleo. Instala-se no peito como
uma cócega, arrastando todas as emoções para as profundezas das
sensações animalescas. Alguns o experimentam como afrodisíaco,
outros sentem repulsa e medo. Há uma coisa em comum, porém:
todos sentem uma paz sublime, como se o óleo tivesse acalmado as
ondas de sua consciência. Eles são arrastados para uma obediência
pacífica às Rainhas de sua nova colméia, seguindo suas ordens com
uma insensatez insidiosa. No centro de Franka, inseto e humano
passaram a fazer parte de um mesmo coletivo.
No entanto, nem todos os Frankan entram silenciosamente nesse
enxame induzido por feromônios. O povo de Franka resiste, os
rios levando-os para as profundezas da terra de seus inimigos,
bombas de pesticidas e fogo repelindo os insetos enquanto eles
destroem colônias de reprodução e se sacrificam para matar
feromantes. A morte é uma alternativa melhor à submissão.
Os combatentes da Resistência mergulham em Parasite para
roubar grandes obras de arte de sua antiga capital, tentando
manter acesa a vela fraca de sua herança cultural, mesmo
quando os neolíbios criam raízes em sua costa sul e destroem o
coração do país para vender para lucrar em Tripol.
Enquanto isso, na Grã-Bretanha, os anabatistas consolidaram sua
reivindicação sobre os clãs da região para se tornarem os governantes da
terra, olhando com medo através da água enquanto estranhos raios de luz
brilham no ar das profundezas do coração da Grã-Bretanha.
FRANCA 71
DESCIDA
O asteroide colidiu com o Maciço Central. A onda de choque
atingiu Paris em minutos, correndo pelas ruas, provocando
chuvas de faíscas, quebrando vidraças e incendiando
barracas de mercado. As cortinas voaram na tempestade
enquanto as nuvens corriam no alto. Veículos raspavam na
calçada para bater nas paredes dos prédios, sirenes gritando
sobre a cacofonia.
Outro clarão no norte, e o mar se ergueu. Ondas
de choque colidiram e se uniram, arrancando terra e
pedras do solo para lançá-las na atmosfera. Pedras
caíram sobre tetos e telhados. O horizonte estava em
chamas.
Mesmo sob o sol do meio-dia, a luz não conseguiu penetrar na
cobertura de nuvens. Os campos de trigo que não haviam queimado
até virar pó na tempestade de fogo murcharam no crepúsculo eterno.
As árvores perdem as folhas, enquanto batatas e nabos sufocam sob
uma camada de cinzas ou apodrecem na chuva ácida. Acima do Maciço
Central, uma teia branca erguia-se em listras como tinta derramada de
um poço. A maior torre giratória penetrou nas nuvens, direto para a
estratosfera. Por meses, ele pairou firme no céu até que o vento oeste
finalmente dissipou o vórtice e o levou embora.
Onde desceu, afundou na terra e comeu o solo. O chão
acima se ergueu. Tênues cabelinhos emergiram em círculos
perfeitos. Os corpos frutíferos estouraram e liberaram
esporos que carregaram suas sementes. Ele infectou insetos
e entupiu os pulmões humanos. A Sepsis havia conquistado a
França caída.
A PRAGA
A plataforma continental rangeu e suspirou de dor quando
terremotos destruíram montanhas ou fizeram planícies
desabarem. No leste, os rios secaram, enquanto na Île de France
as águas continuaram subindo cada vez mais. Os campos
tornaram-se pantanosos, as estradas desapareceram sob a lama.
Os sobreviventes fugiram da enchente e das nuvens de
moscas. As baratas comeram as provisões. Cupins roíam as caixas
de armazenamento. Insetos estranhos, atraídos pelo suor,
invadiram as casas das pessoas para rastejar sob as axilas ou
virilhas e voar para longe com uma gota de sangue. Alguns até se
aninhavam em seus cabelos.
Os Frankans recuaram para os rios em casas
flutuantes e cobriram-se com lama para proteção. Eles
procuraram por colônias de reprodução e as destruíram
envenenando o pântano. No entanto, foi tudo em vão.
FEROMANCANTES
Figuras estranhas cambaleavam das montanhas estilhaçadas pelo
impacto no Maciço Central, local que viria a se chamar Souffrance.
Eles estavam nus, usando no máximo tiras finas de couro em volta
da cintura para se cobrirem, ou botas grosseiramente
trabalhadas. Nódulos tuberculosos estragavam seus corpos como
se sofressem de uma nova doença. Eles se moviam instáveis,
cambaleando como bêbados, mas ao mesmo tempo controlados e
vigorosos. Era uma dança secreta que eles usavam para se
comunicar. Eles eram pacíficos, rastejando pelas aldeias em seu
andar estranho e pesado e examinando os horrores que a praga
de insetos infligiu aos francos. Moscas pousavam em seus corpos,
formigas subiam em suas pernas para formar círculos
sobrepostos em sua pele. Os Frankans pegaram suas lanças e
porretes. Quem eram eles?
Com um gesto, os estranhos afugentaram os vermes.
Nenhum inseto rastejava pelos potes selados com oleado, e
nenhum piolho esperaria pacientemente sob as pedras
derrubadas por uma chance de invadir as frágeis habitações dos
Frankan. As aldeias estavam livres da praga. No entanto, a
desconfiança permaneceu. Quem eram essas pessoas que
poderiam afastar um enxame com um movimento da mão? Os
Aberrantes ofereceram uma mão oleosa aos Frankans para um
novo começo e, apesar da desconfiança, muitos deles aceitaram.
Anos depois, os estranhos se tornaram conhecidos como os
“Feromantes”. A desconfiança desapareceu, e para aqueles que
aceitaram a oferta de uma nova vida, resta apenas um amor febril e um
sentimento de paz absoluta. Não foram apenas os insetos que foram
capturados na rede dos feromantes. No entanto, para aqueles que
eram menos confiantes, um ódio amargo por essas criaturas arde em
seus corações.
INCURSÃO
O sol fez o Mediterrâneo brilhar com reflexos brilhantes.
Cheirava a algas e água salgada, a areia formava grandes
pedaços. O ar acima da água tremeluziu.
No horizonte, uma fileira de pontos escuros oscilava. Eles
cresceram: mastros e superestruturas tornaram-se visíveis, guindastes
e estabilizadores carregando barcos de desembarque. Os Frankans
estavam familiarizados com os barcos de pesca e as jangadas que
transportavam através do pântano, mas eram fortalezas feitas de ferro,
com os lados mais altos do que os cupins de Souffrance. Expelindo
fumaça, esses navios foram envoltos em uma nuvem de gases de
escape Petro. A mais de um quilômetro da costa, eles entraram no surf.
Correntes chacoalharam, água espirrou. Eles lançaram âncora e
baixaram os barcos.
Os africanos haviam desembarcado em Franka.
Eles saquearam as cidades costeiras, desmantelaram
instalações portuárias e trouxeram tudo para Tripol e Bedain. Os
Frankans nem mesmo tentaram detê-los. O que era aquele velho
lixo para eles? Os gritos dos descontentes com este saque não
foram ouvidos. Os africanos passaram por Montpellier e
devoraram cidade após cidade. Em tanques de compensação tão
altos quanto uma casa, eles carregavam máquinas de parques
industriais em Lyon e Grenoble, apenas para remontá-los em
Qabis e Tunis.
Montando seus colossos viajantes, os Neolíbios estavam cheios de
alegria. Eles contrataram Frankans, seduzindo-os com especiarias e
tecidos coloridos para conduzir seus Sucateiros aos campos de ruínas.
Eles bajularam e recompensaram os locais quando defenderam esses
lugares contra os rivais. Ainda hoje, alguns dos clãs mais antigos de
Franka carregam fuzis africanos daquela época.
Os africanos pegaram o que restava dos Perdidos desses
povos dispersos. Agora tudo o que resta está enterrado nos
pântanos. Quando eles saíram, a frente das aberturas dos cupins
se fechou atrás deles e os feromantes lançaram suas redes.
Grandes áreas tornaram-se bibliotecas pantanosas antes de se
transformarem em lixões decadentes. O que nos primeiros anos
era considerado uma invasão, hoje é visto como uma libertação.
Frankans não se apega mais a lugares e coisas. Eles não podem
chafurdar em seu passado, pois foi tirado deles. Eles olham para
frente, de olho no verdadeiro inimigo.
SOUFFRANCE
Uma montanha ergue-se do coração de Franka, as suas encostas
envidraçadas e sem vida, divididas por correntes de lava que se
solidificaram na forma de mares furiosos de basalto. Os esporos
brilham em abismos ventosos e flutuam pela terra em faixas. Eles
não podem escapar novamente de alguns dos becos, em vez disso
se acumulam lá como ondas espumosas, flutuando pelas encostas
das montanhas e caindo novamente.
Neste mundo montanhoso, o círculo perfeito da Cratera
Souffrance é estampado, e em suas encostas se espalha uma
cidade de humanos e feromantes.
As aberturas de lama sobem para o céu, crescendo a partir da encosta
da cratera em florestas densas ou espaçadas ao longo de padrões invisíveis.
Os campos de esporos mãe pressionam seus sistemas de anéis para fora. Os
movimentos do solo trabalharam vigorosamente a parede da cratera e
racharam a pedra. Lajes de rocha do tamanho de pequenas aldeias se
desprendem e deslizam ruidosamente para as profundezas, quebrando ao
longo dos anéis, esmagando respiradouros e toda a vida que floresce entre
eles. A pedra é exposta, e agora todo mundo vê que os caminhos de insetos
da espessura de um dedo crivam o
GEOLOGIA
O coração de Franka está no meio de um vasto pântano. Quem mora aqui depende de barcos e jangadas, as cabanas são construídas sobre palafitas. Ruínas
passadas se projetam da lama como penhascos de concreto, erguendo-se bem alto da água. Bétulas, salgueiros e arbustos crescem neles, e pássaros fazem
ninhos nas conchas das janelas. Os grandes cânions da cidade lembram ravinas conquistadas por insetos e ratos. Um novo ecossistema está se desenvolvendo
aqui, sem ser molestado pelos humanos. No oeste, os pântanos dão lugar a exuberantes florestas caducifólias. A terra flui e drena para o Oceano Atlântico
através do rio Loire. O clima é ameno e o solo fértil.
superfície esponjosa. Cupins surgem da parede, torrões de lama
em suas mandíbulas. Apenas alguns dias depois, a ferida está
cicatrizada e novos respiradouros cresceram.
Ondas de pessoas misturadas com botões de quitina cintilantes
pressionam os desfiladeiros de edifícios de barro. As cabanas se
aninham com as aberturas, envolvendo-as em alturas inebriantes.
Alguns desmoronaram e ficaram desertos, tapetes de grama
empoeirados voando ao vento. Outros estão escuros com materiais de
construção molhados, de suas aberturas no telhado, trilhas de fumaça
sobem.
Nas praças, bem acima da altura da cabeça, monumentos
de pedra erguem-se no ar. Eles são cobertos com cavidades
que lembram favos de mel. Nas reentrâncias, gotas cor de
âmbar brilham – a secreção glandular pegajosa dos
Feromantes. Humanos e insetos seguem a mesma trilha de
feromônio de monumento a monumento.
Ninguém vive em Souffrance por muito tempo. Para
aqueles que se entregaram aos Feromantes, os meses nessas
encostas são uma experiência espiritual que os torna um com
os pacificadores. A maioria parte como emissários, finalmente
saindo para levar a sabedoria dos feromantes para as aldeias
vizinhas.
Os Pheromancers marcam sua propriedade com marcadores de
feromônio, permitindo que seus emissários escalem com segurança a
parede da cratera e passem pelas barreiras de insetos sem controle.
Assim que alcançam a crista, eles se infiltram nas cúspides onde as
Rainhas Feromantes se reproduzem.
Os visitantes de Souffrance veem isso como uma honra. Os
Espitalários só veem mais traidores da humanidade.
INTOXICAÇÃO
Eu tateio meu caminho cegamente através das voltas e reviravoltas na
rocha. A escuridão se apega a mim como um óleo. Odeio este lugar e
não estaria aqui se não estivesse em busca de um prêmio que faça
tudo valer a pena. Seu perfume flutua através do termitarium. Meus
irmãos mais novos sabem o que estou procurando. Em longas colunas
eles marcham sobre minhas mãos, guiando-me pelo toque.
Eu me esforço para fazer uma curva e posso ouvir à frente: um zumbido
constante e pulsante. Eu sinto isso na ponta dos meus dedos quando um
cheiro de almíscar com cheiro de mel passa pelo meu nariz. Ela está tão
perto. Um corpo pálido, rodeado de escuridão, meu prêmio, meu tesouro,
minha recompensa. Ela chama e eu obedeço. Eu rastejo para mais perto, mil
perninhas dançando na minha pele. O zumbido tropeça quando o muco é
cortado entre seus lábios pálidos, então ele recupera seu antigo curso.
Inspire, expire. Ela acalma. Eu me aproximo,
FRANCA 73
bata contra a matéria macia e acaricie-a. Seu corpo está incandescente,
febril. Eu tremo, mas ela não se importa. Eu posso sentir o cheiro de
sua felicidade enquanto ela me puxa para ela, guiando minhas mãos
por seu corpo até as glândulas duras vazando mel pegajoso... tão doce!
Eu lambo meus lábios: ela gostou disso. Seus dedos correm pelo
meu cabelo enquanto eu afasto as formigas que a cobrem.
Lentamente, muito lentamente, sem querer machucá-la, meus lábios
acariciam seu corpo, então minha língua penetra em seus poros
purulentos, vasculhando o maná pegajoso. Minha Rainha está
satisfeita. Ela se aninha contra mim. Ela tem um cheiro maravilhoso.
Por um momento sou seu amante, mais do que apenas seu escravo.
Ela adormece. Eu a deixo. Eu me reúno às fileiras da colmeia que a
servem com tanta boa vontade.
INTOCÁVEL
Os Intocáveis observam os drones seguindo as trilhas invisíveis
que seu deus deixou para eles, mas apesar de respirarem o
mesmo ar carregado de feromônios, eles não sentem nada. Os
Intocáveis são resistentes ou imunes à influência dos
Feromantes e, como tal, eles veem a paisagem infernal de insetos
em que vivem como ela é. Mesmo assim, eles entram na fila e
seguem os drones até as bulbosas câmaras de reprodução para
cumprir suas tarefas conforme o esperado.
Alguns seguem os drones com medo de serem descobertos e
separados de sua família. No entanto, alguns se juntam à Resistência.
Eles rastejam para as tocas e massageiam as glândulas protuberantes
e obstruídas das Rainhas Feromantes até que elas explodam. Eles
coletam a descarga em bexigas de cabra e a enviam para as cidades
costeiras. Os neolíbios pagam bem e vendem nos mercados de óleo
perfumado de Tripol. “Apenas uma gota e uma velha se transformará
em uma deusa do amor!” os africanos riem. Nenhum deles pode
facilmente pagar pelo óleo Feromante, mas alguns o veem como um
investimento.
Muitos neolíbios acordaram após a noite nupcial com
dor de cabeça e boca seca e olharam consternados para o
corpo nu ao lado deles, mas a essa altura os papéis já
haviam sido assinados e colocados nos cofres do Banco
do Comércio. O nó estava amarrado.
MARDUKOIL
Em Franka, a descarga de Feromante é muito mais
valiosa, pois os Anubitas sabem como destilá-la no
lendário Óleo de Marduk. Quando esfregado na pele, cria
uma camada de óleo que impede que os feromônios
entrem no corpo e protege o usuário de suas influências.
Resistir às falsas tentações é crucial para os membros
dos Sucateiros e da Resistência que se aventuram nos
pântanos, pois muitas vezes faz a diferença entre
liberdade e escravidão. Sem o óleo de Marduk, não
haveria comércio de sucata e a Resistência teria sido
quebrada há muito tempo.
RESISTÊNCIA
Onde os feromantes criam raízes e crescem, os humanos definham.
Com cada novo Frankan capturado nas redes de feromônio e forçado a
seguir o chamado de Souffrance, os Clãs perdem um pouco mais de
sua força vital. Aqueles que restaram são forçados a fugir para os rios
por tempestades de vespas, olhando sombriamente para suas casas
afogadas em véus de insetos, observando respiradouros crescerem na
terra que haviam semeado apenas alguns dias antes.
Agora eles lutam de volta.
Ungidos com óleo de Marduk, eles se juntam aos fluxos de
pessoas de Souffrance, caçando aqueles que voluntariamente
entraram no serviço dos Aberrantes. Eles derrubam torres de
feromônio e acendem fogueiras. Com resina, eles colam bichos nas
pontas de gravetos que acenam à sua frente. Observando a maneira
como os insetos movem suas pernas e antenas, eles podem encontrar
o caminho até os feromantes. Lado a lado com os Espitalários,
Frankans invadem as cúspides de lama, jogam granadas de fósforo em
túneis de formigas e espancam os corpos pálidos e inchados
descarregados deles em uma polpa sangrenta.
Alguns invernos atrás, a Resistência obteve seu maior sucesso
até agora. Frankans, Anabatists e Spitalians travaram uma batalha
difícil nas profundezas de um dos campos de esporos de
Feromantes. Centenas de soldados sacrificaram suas vidas, mas
finalmente ultrapassaram as paredes do campo e jogaram um
agente incendiário em uma das aberturas principais. Um flash
azul disparou da abertura. Então todo o respiradouro explodiu em
raios brancos. Com o trovão veio uma onda de choque descendo a
encosta até uma floresta de aberturas de lama. As chamas
continuaram correndo para cima e para dentro da parede.
Explosão após explosão floresceu, arrancando toneladas de rocha
e terra da encosta e lançando-as na cidade. O chão se curvou,
arqueou e depois cedeu. A encosta deslizou. O anel externo de um
campo de esporos desmoronou, desmoronou e desceu como uma
avalanche de poeira.
A poeira assentou. O cheiro de amônia subia da cratera. A
faixa de destruição era enorme. Na neblina, revelou-se um
estranho mundo de aberturas imponentes nas quais rastros de
formigas da espessura de um braço formam uma rede de veias.
Pela primeira vez, os Frankans no enxame dos Pheromancers
começaram a ver o que eles toleram em seu meio.
A Resistência cresce.
PA RASITE
Campos de esporos mãe destruíram a cidade de Parasita. Os
escombros estão pretos de umidade, crescimentos peludos se
estendendo para o céu. Onde ainda existem ruínas, elas se projetam da
água verde como formações rochosas. Os juncos crescem entre eles,
divididos em campos retangulares por molhes afundados.
Gerações de Frankans lutaram contra o aumento da água.
Colocaram trampolins e, onde não bastasse, acrescentaram mais
pedras e ligaram as pilhas para formar molhes de vários quilômetros
de comprimento por tábuas de madeira e chapas de ferro.
O bater de milhões de asas agita as águas
 aqui, enquanto faixas de insetos enchem o céu. Onde pranchas
escorregadias e deterioradas se projetam da água, as moscas fazem ninhos e
voam nas nuvens quando os passos fazem o cais tremer. Ninhos de vespas
grudam nas fachadas das casas, junto com casulos moles e bolhas de lama
estouradas. Acima deles, outro enxame se cruza. Tudo parte de uma rede de
Suas perninhas tocam pele, couro ou neoprene, deixando marcas
gordurosas. Os olhos lacrimejam com o cheiro de amônia. De
repente, o enxame se dispersa, levado pelo vento, apenas para se
reagrupar e voar para longe.
O trabalho dos bugs do marcador está feito.

trilhas de feromônio entre as colmeias reprodutoras.
Colinas se projetam do pântano como ilhas e defendem os prédios
antigos contra a umidade crescente. Ervas daninhas crescem nas ruas,
cartazes desbotados são visíveis atrás de janelas empoeiradas.
Cadeiras de vime ficam ao redor das mesas, algumas das quais ainda
têm xícaras sobre elas. Uma bétula cresce de uma casa em ruínas, suas
folhas sussurrando na brisa abafada. Os pássaros fazem ninhos atrás
de antenas parabólicas, arbustos cobertos de vegetação entrelaçados
com cabos de energia suspensos.
Alguém criou um caminho na grama. Toras e ossos
queimados jazem em uma fonte seca. Clãs e Espitalários
descansam aqui antes da última etapa de sua jornada. Logo,
o caminho desce novamente para a lama. A quitina, preta e
verde iridescente, derrama-se pelas paredes e pelas janelas
abertas. O ar está vibrando. Algumas casas estão
completamente cobertas de lodo e lama. De aberturas
semelhantes a poros, milhões de insetos de um branco pálido
rastejam e secam suas asas ainda úmidas.
Agora, a Torre Eiffel aparece. Tortuosamente, ele se
projeta do lodo, ninhos de vespas infestando sua estrutura.
Apenas mais alguns passos e vaga-lumes sobem em uma exibição
rodopiante de luz. Seus abdomes pulsam em explosões brancas enquanto
voam ao redor dos intrusos em círculos cada vez mais apertados.
A Torre Eiffel lança sombras. Eles se aproximam, se
acumulam e devoram o sol.
EMBAIXO DA AGUA
O rio Sena serpenteia por Parasite, às vezes se alargando em pântanos
ou lagos. Em suas margens, as algas se dobram em tapetes verde-
acinzentados. O leito do rio ainda é profundo, a corrente forte. Ele
carrega a água derretida das geleiras alpinas que é mais clara e limpa
do que em qualquer outro lugar em Franka.
Nela, os Clãs alcançam o coração do Parasita. Eles
atracam suas jangadas em um píer no meio do rio, no nível
do Jardin des Tuileries, nadam até a praia, correm pela parede
cintilante de insetos marcadores, jogam bombas de pesticida
e correm de volta para o Sena. As bombas abrem buracos tão
altos quanto uma casa nos enxames de vespas, insetos
amarelo-escuros caindo no chão. Mas o enxame ainda é forte.
Ele surge pelas ruínas pantanosas, seguindo a trilha de
feromônio dos atacantes. Os invasores chegaram aos rios,
pulando. Eles mergulham. A trilha de feromônio termina.
Como uma nuvem de tempestade, o enxame de vespas paira
sobre a costa, expandindo-se, condensando-se. Por fim, dá meia-volta,
retornando ao ninho.

ARANHAS

Os Espitalários criam uma aranha resistente a esporos para manter o Spital livre de insetos.
Eles exportaram essas aranhas Echein para Franka anos atrás. A Resistência deixa milhares
desses insetos em Parasite para cercar as ruínas em seus casulos e peneirar os insetos
infestados de peste do ar. Em poucos dias, novas redes são rasgadas e cedendo sob o peso de
corpos de quitina que se debatem.
Sempre que os insetos marcadores são pegos, as vespas vêm. As aranhas não têm chance.
estava compreendendo em seus olhos. Então ela afundou para trás.
“Nossa parte. E o seu?"
Uma das mulheres escorregou e se arrastou pela lama
em direção ao Preservista. Seu cabelo estava emaranhado, o
corpo emaciado, olhos ocos. O Preservista viu cada costela,
reconheceu as picadas na virilha. Ele respirou pesadamente,
fechou os punhos. A mulher estendeu algo para ele. Ele
pegou, tocou a mão dela e procurou seu olhar, procurou uma
centelha de resistência ou mesmo um pedido de ajuda.
Nenhuma coisa
A mulher voltou correndo. Um pequeno frasco fechado estava em
sua mão.
"PELO QUE."
O Preservador hesitou. "MAIS
PRÓXIMO."
O corpo do feromante de repente pareceu brilhar
mais forte. A chuva diminuiu e cheirava a desinfetantes.
As cores ficaram intensas, começaram a borrar. Só agora
o Preservador viu os musgos no chão e o líquen
pendurado no buraco do teto. Seu verde era de tirar o
fôlego. O Preservador balançou a cabeça e deu um passo
à frente.
“Kanavog…”
"MAIS PRÓXIMO."
A respiração do Preservador tornou-se superficial. Ele tinha o que
precisava. Ele colocou o frasco em um laço de sua luva. Recuar
lentamente. Fora daqui.
Algo deu uma cotovelada nele. O Anabatista passou por ele
em direção ao Feromante. Sua cabeça pendeu como se ele fosse
sonâmbulo. O Spitfire caiu na lama, seu tubo de gás arrastado
atrás dele. O Anabatista empurrou uma das mulheres para o lado,
suas mãos procurando um ponto de apoio na barriga do
Feromante, disforme como um saco cheio de pedras
e coberto com poros pretos.
“PROVE MENTIRA.”
O Anabatista estremeceu como se tivesse sido atingido. "O
que…?"
Ele caiu de costas, recuou e pulou. “Maldita abominação!” Ele
saltou para a frente e chutou a barriga arredondada. As
ondas passaram pelas enormes quantidades de gordura. As
mulheres choraram. O feromante cresceu. Fileiras duplas de
glândulas em seu pescoço incharam e explodiram em nuvens
rosa. Dos poros de sua barriga, correntes de formigas
irromperam, explodindo na carne como alcatrão e pingando na
água. Galáxias rodopiantes de vaga-lumes se iluminaram e
atingiram o Anabatista. Ele se debateu e chutou.
O Preservador desembainhou sua espada, ergueu-a e
aproximou-se do Anabatista iluminado por mil pontinhos
brilhantes. O primeiro golpe cortou o tanque. Ele se virou
e correu. Quando ele alcançou a passagem para o
corredor, ele parou, arrancou a arma de sinalização do
coldre e atirou três bolas brilhantes no corredor. Eles
arderam em vermelho, pintando traços brilhantes no ar.
Um atingiu a água e saltou de volta.
O flash apagou todos os contornos. A onda de choque atingiu
o Preservista e o jogou no corredor. O gesso explodiu das
paredes, os ladrilhos caíram no chão. O teto rangeu. A luz do fogo
do corredor iluminou o corredor. O Preservista rolou,
resmungando “Falaremos sobre isso mais tarde” enquanto se
levantava. Ele correu os últimos degraus até a entrada, saiu em
um dia chuvoso e arrancou a máscara. A água escorria por seu
crânio raspado.
Ele puxou o frasco do laço e segurou-o contra a luz.
Vórtices negros se ergueram e empurraram o vidro onde
seus dedos o tocaram. Ele sorriu.
"Poeira estelar."
DEGÊNESE 57
 LEGADO DOS ANTIGOS
BORCA
CR AT ERASH
As correntes descendentes se espalham pelos flancos da cratera. Eles perfuram
profundamente seu fundo empoeirado, fazem um mar de poeira vermelha se
agitar, arrancam véus do tamanho de montanhas e os carregam pela terra. Os
corvos erguem a cabeça, ouvindo. Eles sentem a nuvem. Eles abrem suas asas,
saltam e de repente levantam voo como um assassinato. Eles fogem. Na hora
certa. O sol engasga em um vermelho pálido.
O vento diminuiu. Uma névoa carmesim paira sobre Borca. Ele se
estabelece, descobrindo florestas de monólitos pálidos. Alguns estão
afundados ou quebrados, com vergas de ferro projetando-se deles como
estranhos galhos de árvores. Eles se erguem em meio a antigos labirintos
de ruínas. O líquen amarelo conquistou as paredes e luta por território
contra musgos verdes profundos. Arbustos empoeirados saem das janelas
e bétulas crescem nas correntes de ar dos edifícios, perfurando suas raízes
profundamente no solo, até o labirinto de túneis e tubos esquecidos. Dunas
de poeira avermelhada se acumularam nos desfiladeiros urbanos e estão se
dissolvendo lentamente. Os besouros vibram na superfície, abrem as asas e
saem em busca de comida.
Borca é um deserto de pedra e poeira cheio de edifícios
gigantes, labirintos de pedra sem fim, crateras enormes e
amplas planícies. Sinais enferrujados, cobertos por sujeira e líquen, apontam para
cidades submersas.
Sob os séculos de verniz, cozidos em cinzas e terra, as maravilhas
técnicas aguardam a pá que as desenterra. As pessoas nesta área são
duras e teimosas como a grama das planícies que cresce apesar da
poeira. Eles não veem a decadência: eles veem oportunidades. As
ruínas e os ricos campos de artefatos podem ser seu legado, mas seu
futuro será muito maior. Peça por peça, eles constroem um novo
mundo, erguendo metrópoles como Justitian, Cathedral City ou
Osman a partir das ruínas, dividindo a terra em lotes para reivindicar e
fortificar.
Mas a morte espreita nas sombras. Seus dentes são pontiagudos. Sua
boca é cortada. Sua pele é perfurada com ossos. Sua mão segurando facas
de pedra, lanças ou tubos de ferro. Os selvagens sempre estiveram aqui,
sobrevivendo uma vez como povo livre nas ruínas de seus ancestrais há
muito tempo.
Espancados e levados para o subsolo pelas grandes civilizações da
superfície, eles agora retornaram. Eles vão pegar o que veem como
deles – e talvez um pouco mais.
BORCA 59
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com
ZIGGUR EM HS
Perto de Bassham, Espitalários e Anabatistas encontraram o primeiro
Zigurate. Seis degraus de pedra formavam uma pirâmide de pedra com
mais de quinze metros de altura. Lama e insetos cobriam seus terraços.
A Sepse levantou micélios trêmulos ao vento. Ventilações se agarravam
aos lados e cresciam demais nos terraços, algumas grossas e
acolchoadas como árvores gigantes da selva, elevando-se até mesmo
acima do degrau mais alto. Insetos desciam os degraus, pegando sua
queda com pequenas asas trêmulas, fluindo sobre o Zigurate para se
derramar em valas no fundo. Bassham inteiro se esburacava ao redor
deles.
No topo do Ziggurath estava o Pheromancer chamado Markurant.
Glândulas esvoaçantes do tamanho de um punho, que continuamente
se distendiam e desmoronavam novamente, cobriam seu corpo
gigante. Ele se lançou para a cidade apenas quando os ventos
arrancaram sua rede pegajosa de feromônio das ruas.
Tudo isso foi há muito tempo.
Os anabatistas terminaram seu reinado, jogando ele e sua
turma no fogo.
Uma grande vitória.
Nesse ínterim, a Resistência relatou mais Zigurates
aos Anabatistas e Espitalários. Alguns estão no meio do
pântano, arrastados pela lama, enquanto outros ficam na
encosta de uma montanha. Milhares de pessoas
empilharam pedras por oito anos, embora um lugar
melhor para construir não estivesse a 200 passos de
distância. Sem concessões, os feromantes impõem sua
Zigurates na terra, ignorando rotas comerciais, rios e
considerações táticas.
No entanto, se você marcar os locais conhecidos em um
mapa, um padrão se tornará visível. Os Zigurates crescem nos
cantos de um símbolo de Chakra imaginário: apenas doze deles o
completariam. Ao longo das linhas do símbolo, enxames de
insetos abrem caminho pela terra, o ar oleoso de feromônios. As
formigas atacam a vegetação, dissolvendo-a e transportando a
celulose de Zigurate a Zigurate até chegarem às câmaras de
reprodução do Parasita sob a Torre Eiffel. Poderia a grande torre
ser apenas outro Zigurate?
CUBOS DE ROTEAMENTO
Uma vez que o degrau mais alto de um Ziggurath foi construído e
o Feromante tomou seu lugar, a multidão que carregava pedras
cria uma cidade ao redor do edifício. Ondas de insetos descem
sobre as pessoas. Feromônios pairam no ar, pesados como
alcatrão.
Os habitantes criam campos, constroem cabanas ou se
mudam para respiradouros desertos. Eles amam seu Feromante
íntima e obsessivamente. Eles oferecem a ele frutas e legumes,
tecem coroas de junco do pântano para ele e imploram que ele os
chame até o topo do Zigurate. Eles querem sentir seu corpo,
quebrar suavemente suas glândulas com os dentes e sentir a
secreção perfumada em sua língua.
FRANCA 77
 QUANDO O MILÊNIO
DEPOIS DO COMEÇO DO MILÊNIO
A FOME VAI BATER MUITAS PESSOAS
MUITAS MÃOSVAI FICAR AZUL DO FRIO
TÃO QUE A GENTE VAI QUERER EOUTRO
EA ILUSÃOCOMERCIANTES VIRÃO E OFERECERÃO
NO ENTANTO, IRÁ DESTRUIR OS CORPOS ERUÍNAAS ALMAS
E OS QUEMISTURARAM SEU SANGUE COM O VENENO
VAI FICAR PRESO COMOANIMAIS SELVAGENS
ELES VÃO MATAR E ESTUPRAR
ELES VÃO CHAMAR E ROUBAR
E A VIDA SE TORNARÁ RECORRENTEAPOCA LY PSE
Os campos florescem, a colheita é abundante. Os vermes
do Parasita varrem os campos sem sequer tocar em um
único grão.
O Pheromancer protege seu enxame.
Mas aqueles que resistem a ele... um mar de antenas sobe no
fluxo de feromônios. Ondas ondulam pelo enxame, separando-o e
redirecionando-o. Os insetos rastejam uns sobre os outros,
empurrando-se, abrindo as asas, zumbindo e sibilando, enquanto
fluem de rachaduras, dutos e poços. As câmaras de criação
vomitam cada vez mais vermes, que carregam sujeira e poeira
para cima à medida que o enxame cresce, formando uma onda de
vaga-lumes que se espalha pelos vales e leitos secos dos rios e
lava as encostas das montanhas. O zumbido e o zunido se elevam
a uma força primordial estrondosa.
Finalmente, o enxame chega ao assentamento inimigo. As lascas
se quebram, agarrando-se às pernas e enrolando-se ao longo dos
postes. A inundação negra sufoca as valas de incêndio, pressiona as
saídas de ar, procurando por qualquer abertura. Ele se afoga. Plantas e
pessoas são carregadas e se dissolvem dentro.
Forragem para o próximo enxame.
Os Espitalários aprenderam que os Zigurates funcionam como
centros de roteamento em um sistema de estradas de insetos. Os
Pheromancers são os switchmen. Eles guiam os enxames
MUNDO
VENENO .
.
[ JEHANDEVEZEL AY ]
de cidade em cidade para uni-los, dividi-los ou enviá-los
contra um perigo fora do sistema.
A inundação já destruiu assentamentos francos
independentes, acampamentos espitalianos e pontos de
implantação anabatistas.
ENXAME NO TA CK
Nenhuma linha de defesa pode resistir a todo o poder do enxame para
sempre, mas ainda assim pode ser combatida.
Frankans em todo o país observam os fluxos de insetos.
Quando as crianças descobrem um caminho de cupins, elas
estimam o tamanho do enxame desenhando uma grade na poeira
com um pedaço de pau e contando os cupins que ele contém.
Todo trabalhador agrícola pode distinguir cupins de formigas,
conhece moscas, ichneumonídeos, percevejos e mais uma dúzia
de espécies. Eles anotam tudo meticulosamente e compartilham
suas descobertas com os mensageiros, que espalham as
informações de correio em correio, escrevendo em grandes
quadros-negros, incluindo a data dos avistamentos.
Se vários enxames se aproximam de uma região, a Resistência
desperta.
Trabalhadores agrícolas largam seus ancinhos, correm para o
esconderijos e puxar pacotes envoltos em lona de lagoas e rios.
Eles não têm muito tempo. Nuvens de moscas se acumulam ao
redor deles, cupins formam estalagmites abundantes tateando
em busca do pacote: a bóia de feromônio. Trapos embebidos em
icor de glândula feromântica são amarrados, embrulhados,
impermeabilizados e afundados para a Resistência em locais
previamente acordados pelos Espitalários. Dezenas dessas bóias
devem ser colocadas para dissuadir um enxame de seu destino,
para separá-lo em enxames menores. Os anabatistas estão
prontos para enviar rajadas de fogo aos tentáculos negros, e os
Espitalários encharcam os campos com inseticidas, controlando
ainda mais a inundação. Florestas são incendiadas, vales são
inundados. O que passa sibila e crepita nas valas de incêndio ou é
morto com trapos molhados.
THE PA SSAGENORTH
Grandes enxames são criados durante o verão nos pântanos
do parasita. No outono, eles se afastam. No entanto, por
vários períodos de reprodução, Parasite não vomitou um
grande enxame na rede da cidade de derivação. Os
Espitalários ficaram nervosos. Eles enviaram preservadores
pelo rio Sena até chegarem à Torre Eiffel, exigindo relatórios
diários dos Clãs livres. Eles sabiam que o parasita estava
criando algo. Um grande enxame viria.
Seis meses atrás, o parasita liberou uma onda gigante de
insetos. Os observadores dispararam seus canhões de sinalização,
estrelas vermelhas florescendo no céu sobre a Passagem Norte
para Briton. Os Clãs colocaram suas bóias, prepararam vales de
fogo e centenas de chamas piloto queimaram. Todos estavam
prontos. O enxame alcançou a primeira bóia onde deveria ser
dividido e separado pela primeira vez. Ele simplesmente passou
pela bóia, travando no curso. O mesmo aconteceu na segunda
bóia, depois na terceira. Algo estava diferente desta vez. Corpos
pálidos nadavam na corrente de quitina, mergulhavam sob a onda
de insetos e ressurgiam em algum outro lugar.
O enxame rompeu e devorou o Posto Fronteiriço Norte, o
ponto de partida da Passagem Norte de Borca. Onde centenas de
Famulancers e Orgiásticos começaram seu caminho para o Reino
Unido todos os dias há um ano, as chaminés de cupins agora
formam um labirinto mortal repleto de insetos.
A Passagem Norte está perdida.
FRONTEIRASUL
O caminho através das Ardenas está barrado: uma incursão no
coração de Franka é como uma sentença de morte. Os feromônios
do medo saem dos poros do tamanho de punhos das tocas,
alcançando os humanos presos na rede dos feromantes. Um
formigamento começa em seu peito, seus pelos se levantam. Algo
está vindo, ameaçando seu amado deus. mal-estar
se transforma em agressão. A raiva ardente corre de aldeia em
aldeia, faz com que os habitantes peguem porretes e corram para
suas terras. O ódio obscurece os rostos de homens e mulheres,
velhos e jovens. Eles caçam para matar.
Apenas a Passagem Sul permanece. Ao longo da última década, a
oeste/sudoeste do bastião Hellvético de Basel e entre Mulhouse e
Besancon, os Espitalários construíram uma fileira de blocos de
concreto sem janelas interligados por túneis de alumínio mais altos
que um homem. Os Sapadores Hellvéticos construíram pilones,
penduraram lonas e juntaram-se a eles para formar uma praça central
coberta onde milhares de mercadores com carroças e barracas
encontram espaço. Se os feromônios estiverem se aproximando ou um
enxame ameaçar atacar, ele é selado hermeticamente em minutos.
Durante dias, os Espitalários e viajantes podem permanecer no sistema
fechado do posto avançado.
Todos os dias, centenas de pessoas passam por aqui,
passando pelos chuveiros de desinfecção, depois por uma faixa de
lanças enfiadas no chão, os Splayers dos Espitalários. No final de
suas hastes, existem cartuchos de vidro cheios de líquido
nutriente, cada um contendo um pedaço de carne chamado
Molusco pelos médicos. Os transeuntes os observam nervosos. A
vida deles depende deles. Quando os moluscos se contorcem, a
expectativa de vida das pessoas na piscina de desinfecção só pode
ser medida em segundos. Gritos dividiram o salão da tenda
enquanto os Espitalários colocavam máscaras de gás e atacavam,
Splayers de prontidão. Os higienistas fecham seus trajes e rifles
fungicidas de ombro. Apenas Psiconautas e pessoas infestadas de
esporos excitam os Moluscos e os fazem bater no vidro com
batidas esporádicas. A infestação de esporos não pode ser
tolerada.
Borderpost South é uma estação intermediária, posto comercial e ponto
de apoio. Observadores relatam novos termitários. Espitalários e Anabatistas
se preparam para uma missão de campo, enquanto os comboios de
suprimentos descansam.
AS PASSAGENS SUL
Do Borderpost South, a passagem segue uma linha para Dijon e
depois vira para Lyon. Placas antigas tão altas quanto casas
flanqueiam o caminho bem trilhado, iluminando-se assim que
alguém passa por elas. Silhuetas difusas disparam pelas paredes,
óculos brilhantes encaram os transeuntes. Se alguém parar e
caminhar em direção à parede, as cores se fundem em seus
componentes espectrais e formam um rosto mascarado: o
Oráculo. Ele cita os locais aproximados e as descrições de
artefatos antigos que podem ser trocados por Damas na Alcova
do Cronista mais próxima. Então, os pixels da placa desaparecem.
O caminho chega a Toulon. Os Cronistas uma vez
planejaram torná-la seu novo centro de comércio de sucata
na costa sul de Franka, no entanto, ela ficou apática com
pouco comércio quando eles saíram da região. Para
FRANCA 79
anos a cidade definhou nas mãos dos Touloni, incapaz de
prosperar, até que os olhos de um astuto Neolíbio
encontraram seu caminho para seu trecho de terra. O
Raider, Hamza Abubakar III, navegou em seu navio, o
“Unya”, jogando presentes para o povo da cidade. Ele
estava de olho na concessão e após 7 dias de negociação
com os Touloni era o novo governante.
No início, foi próspero e o Banco de Comércio estava ansioso
para que seu investimento valesse a pena, antes que o
Pheromancer Murnakir começasse a ameaçar as expedições
Scrapper. Tudo parecia perdido, até que em 2589 Hamza
conseguiu de alguma forma negociar um tratado de paz com
Murnakir, estabelecendo uma fronteira que nenhuma das partes
cruzaria. Desde então, a cidade se tornou um centro próspero
para o comércio de sucata na costa sul, com os Cronistas olhando
com inveja do outro lado da fronteira em Borca.
De Toulon, a linha comercial segue para o oeste e cruza o
delta do Ródano até Montpellier. Aqui, os navios de transporte
dos neolíbios aportam há décadas, descarregando os tesouros da
África. O mercado é colorido e barulhento, com cheiro de ervas e
especiarias exóticas. Em um Neolibyan Surge Tank, os africanos
exibem leões empalhados, elefantes, antílopes e o cadáver de um
dos misteriosos Machine Men. Espitalários patrulham as muralhas
da cidade. Através de binóculos, eles observam as altas aberturas
à distância e as avaliam. Sim, eles estão se aproximando.
Continuação para Toulouse, centro cultural da Franka
livre. Os livros recuperados do Parasite são livres de lama e
mofo e restaurados à sua antiga glória. Esse conhecimento
milenar dá ao povo uma identidade além das batalhas que
tocam a alma. No entanto, a ameaça dos feromantes também
é sentida em Toulouse. Pelotões de Espitalários marcham
pela cidade a caminho de Briton, milhares de Frankans
trabalham nas valas de incêndio e regam a terra com óleo. Se
o vento vier do norte, o fedor do Petro ameaça afogar a
cidade.
AQUI TA INE
A próxima estação na Passagem Sul é a Aquitânia. Esta região está
situada na costa oeste de Franka e beneficia do clima ameno do
Atlântico. Enormes mares de trigo e milho se estendem até o
horizonte, uvas para vinho crescem no solo de cascalho perto de
Bordeaux e moinhos levantam suas velas para a brisa. Nos
campos, os Ascetas Anabatistas trabalham. Eles arrancam raízes,
carregam pedras e cavam valas. Aqueles que desmaiam de
exaustão são arrastados para a catedral de Saint-André em
carrinhos de mão por crianças cantando. No frescor do edifício
sacral, eles são ungidos com os revigorantes óleos Elísios e se
recuperam rapidamente. Um gole de água cristalina da fonte e
está de volta ao trabalho.
A Aquitânia quase foi poupada pelo Eshaton. Os
Frankans dizem que foi devido à sua beleza e igrejas.
Mesmo um deus irado considerou um pecado derrubar o
martelo nesta cidade. Eventualmente, a cidade assumiu o
nome da região.
Das sombras dos ambulatórios, Frankan Anabatists
e Hybrispanian Jehammedans cautelosamente acenam com a
cabeça um para o outro. Os cronistas correm pelas vielas com
pequenos passos, suas capas balançando em torno de seus
tornozelos. Eles realmente não confiam na paz com os
anabatistas. Os apocalípticos do Solar Wind Flock se unem,
acenando com o passe do conselho de Bordelais e desviando o
olhar quando os Orgiásticos os encaram com ódio em seus olhos.
Eles encontram um juiz na praça do mercado. Como informantes
de Machiawen, eles são odiados por todos.
A leste da Aquitânia, nas margens do Garonne, os Cronistas
construíram um Cluster com partes de aviões e cascos de navios.
Vista de cima, esta construção parece ter sido inspirada no padrão
de limalhas de ferro em dois campos magnéticos sobrepostos.
Um elevador de botão liga o Cluster e um terminal na costa
atlântica. Os sucateiros inclinam placas de aço e motores de
navios em andaimes de trenó e limpam o pó de ferrugem de seus
rostos. Daqui teriam uma boa visão da imensidão do Oceano
Atlântico, se não sobressaíssem da água as ruínas de duas
plataformas de petróleo com dezenas de petroleiros formando
uma paisagem de sucata diante da costa.
Dia após dia, o surf lava em terra navios e contêineres. Alguns
estouraram, o metal nas rachaduras esburacado e enegrecido. Muitos
cascos ainda carregam buracos do tamanho de um punho, suas
superestruturas destruídas. Em alguns, os símbolos ainda são visíveis.
Círculos ligados por linhas, formando formas estranhas. Ninguém na
Europa jamais viu essa língua de sinais ou pode traduzi-la. Haverá uma
Cultura para além do Oceano Atlântico?
BRITÂNICO
O noroeste de Franka está livre de feromantes. Novamente. Ainda.
Quando o feromante da região morreu décadas atrás, os camponeses
ficaram frenéticos. Eles molestaram o cadáver, destruíram o Zigurate e
queimaram todos os sinais do reinado do Aberrante. Durante semanas,
torres de fumaça se estenderam para o céu e cobriram a Grã-Bretanha.
Mas os camponeses não podiam sobreviver sozinhos. Eles enviaram
mensageiros a Borca para contratar mercenários. Em vez disso, os
anabatistas vieram e declararam o local da batalha final entre os
britânicos e o Demiurgo.
Tornou-se exatamente isso, pois o Demiurgo tinha muito
reservado: os Psiconautas enviaram um Rei, Ganaress, com
glândulas tão grandes e inchadas quanto a cabeça de uma criança
com palavras doces em sua língua. Mil seguidores humanos o
cercaram, louvando-o como o deus desta era. Os anabatistas se
reuniram no Monte Saint-Michel, mas os Espitalários ficaram
presos em sua fortaleza e incapazes de oferecer ajuda. Eles
enfrentaram Ganaress sozinhos.
Dois dias depois, ele foi pendurado nas paredes da fortaleza de uma aldeia
britânica, esfolado.
Para os britânicos e habitantes de Cathedral City, foi uma limpeza.
Os Frankans construíram confiança com os anabatistas, fundiram-se
com eles para formar uma comunidade desgastada dedicada a libertar
todos os Franka.
As cidades nas ruínas de Brest, St-Brieuc e Rennes são
as maiores cidades anabatistas hoje. Inúmeras aldeias
menores no interior apóiam a Resistência com produtos
agrícolas e voluntários.
THESTUKOVDESERT
A nordeste de Franka, os pântanos secam e dão lugar à
tundra que se torna um deserto de sal empoeirado. Os
arbustos crescem ao longo das quebras nos aglomerados de
sal. O ar é seco e queima a pele. Mas esta região que ficou
conhecida como Deserto de Stukov está longe de morrer.
Gases e esporos de sepse escapam de termitários em toda
Franka, flutuando para o Stukov. Eles infectam. Sob os torrões
de sal, algo se mexe. O motor evolucionário ganha força.
Insetos que o mundo nunca viu irrompem na superfície,
abrindo asas brilhantes e se expandindo. Amêijoas do Deserto
levantam tentáculos trêmulos em direção às criaturas que
passam. Husk Spiders se enterram na crosta de sal, atacando
insetos e caracóis blindados. Stukov Scorpions reagem a tremores
e atacam qualquer coisa que se aproxime mais de dez passos. O
veneno de seus ferrões leva à paralisia severa, e o Espital paga
bem por isso.
No Stukov, os clãs selvagens vivem livres. Eles se alimentam
de Dust Worms e Desert Clams e misturam pomadas de insetos
esmagados ou extraem água deles. Durante séculos, eles foram
isolados de qualquer civilização e não entendem nem Frankan
nem Borcan. Eles tratam estranhos com desconfiança e flechas
envenenadas mortais.
Segundo a lenda, um renomado pesquisador justitiano chamado
Stukov encontrou uma paisagem de vales e abismos aqui, que era o lar
de feras semi-inteligentes. Como formigas trabalhadoras, elas se
espalham para cavar em busca de artefatos e arrastá-los de volta para
seus abismos. Stukov supostamente visitou um de seus tesouros
subterrâneos e viu os tesouros com seus próprios olhos. Como prova
de sua história, ele trouxe de volta artefatos maravilhosos e garras
finamente esculpidas do tamanho da palma da mão de todas as suas
jornadas.
Os mapas que ele desenhou, as garras e algumas das obras-
primas tecnológicas estão armazenados nas câmaras do
Agrupamento Central dos Cronistas em Justitian hoje.

BRI TA IN
No norte, a borda da cratera Janus forma uma fronteira entre o
continente europeu e a antiga Bretanha. No leste, a encosta da
cratera é fria, seus flancos são acidentados e difíceis de navegar.
Do lado atlântico, as florestas de coníferas cobrem o terreno e os
arbustos ocupam amplas áreas das encostas. Em muitos lugares, SÍMBOLO
o solo é poroso, como se depósitos do tamanho de um punho de EM ONAUFRUÍDO DE FAQUI
alguma substância desconhecida na pedra tivessem evaporado ao TA INE
longo dos anos. Hoje, as cavidades estão todas cheias de água.

Ninguém se atreve a viajar mais ao norte do que a borda da

Cratera, desde que o Marauder Argyre declarou que a região
estava fora dos limites para todos, exceto aqueles a seu serviço.
Desde então, circulam pela Grã-Bretanha rumores de exibições de
luz iluminando o céu, de pilares de raios tateando em busca do
sol, de pessoas com um aparelho volumoso em seus
pescoços forçados a serem escravos e de selvagens com a pele pintada
com tinta verde brilhante que vagam pelas terras à noite. Nenhum
Scrapper jamais foi para a Grã-Bretanha e voltou vivo. O que quer que
esteja acontecendo naquela terra, a Grã-Bretanha é conhecida como o
domínio do Abutre.

FRANCA 81
 PERGUNTAS ETERNAS
PÓLEN
UN TA MED
O solo está encrostado e rasgado, envolvendo a maior das
cicatrizes como crostas: a Cratera de Pandora. Poeira
vermelha e véus da mais delicada teia de esporos flutuam
pelas planícies mortas circundantes. Os campos de esporos
mãe pressionam seus anéis na superfície, interferindo nos
campos mais antigos. As aranhas governam as ravinas e as
cidades derretidas e arruinadas, enquanto as Centopéias do
Rift escavam túneis labirínticos, atacando cada folha de
grama, cada semente. Mais a oeste, o chão estala. Ele sobe e
desce em um ritmo mensal. Inspire, expire. Cidades
esquecidas e arruinadas são empurradas para a superfície
por uma teia antiga, permanecem lá tremendo e crepitando
até afundarem no mar de seda de aranha. Em manchas
circulares, o solo derrete. As mudas brotam em minutos,
pálidas e translúcidas devido ao seu rápido crescimento e
formando corpos frutíferos absurdamente grandes.
pressionando para a luz do sol através dos poros. Onde o deserto explode
em um paraíso fumegante, os campos de esporos apodrecem. Seu spray de
esporos fica azul escuro e finalmente calafeta a melaço preto. Os anéis
desmoronam. Mas os campos de esporos resistem. Ondas de Husk Spiders
vomitam sobre a vegetação, estrangulando-a sob suas teias. Rift Centipedes
se enterram no chão, passando por raízes tentando agarrá-los e cercá-los
como cistos, profundamente nos fios trêmulos que são responsáveis por
tudo isso.
Duas forças da natureza colidem em Pollen. Os Pollners vivem em
algum lugar no meio. Carregando seus pertences de oásis em oásis
em trenós, eles são gigantes de pescoço de touro que dependem
apenas de sua comunidade e de sua força. Eles defendem os oásis
com machados de pedra e seu próprio sangue contra Psiconautas,
Espitalários ou o pecado dos Apocalípticos. Ninguém mexe com eles
até que mais uma vez o deserto desaba e eles devem seguir em
frente.
PÓLEN 83
DESENRAIZADO
2071. Todos os telescópios e satélites observavam o campo
de asteróides, medindo seu tamanho e curso. Computadores
de cluster mergulharam em ondas de dados e vetores de
movimento aproximados. Que a Terra iria girar no campo já
era um fato. Agora os pontos zero precisavam ser
determinados. Miras vermelhas piscavam sobre a Europa,
emolduradas por elipses que indicavam possíveis desvios.
Centenas de quilômetros a leste de Varsóvia, marcadores
acumulados. As probabilidades somavam implacáveis 100%.
Enquanto o medo provocava revoltas em todo o mundo, a
Polônia organizava um êxodo da zona de perigo. As rotas de
fuga para os Sudetos e o Alto Tatra foram mapeadas. Nas
florestas de coníferas cobertas de neve, entre encostas
escarpadas e lagos montanhosos, as conchas de cidades
completas erguiam-se do solo.
Zero hora. O céu ficou azul escuro, a atmosfera se elevou, o
flash queimou corpos e paredes de madeira a centenas de
quilômetros do ponto de impacto. O asteróide esmagou grande
parte da Polônia e consumiu o resto com poeira vermelha.
Tempestades assolaram os topos das montanhas do Tatra.
Centenas de milhares olharam para a cauda cinza-avermelhada
que pendia torcida no céu como um cordão umbilical para o frio
mortal do espaço.
Nômades
Mensageiros de Brno e Breslau relatam a devastação, contando
sobre lagos de rocha derretida e cidades desertas e arruinadas.
Eles espalham mapas, apontam para cidades e balançam a cabeça
sem dizer nada. Mas também falam de florestas que escaparam
da devastação, de igrejas cujas torres se ergueram intactas dos
destroços. A vida na poeira era possível.
Milhares seguiram esse chamado de esperança. Eles queriam voltar
para casa, escavar os depósitos de suprimentos, procurar os que ficaram
para trás nas cinzas. Eles queriam uma vida normal novamente.
Como famílias, eles foram, abrindo valas na cobertura de
cinzas. Eles cavaram em busca de enlatados e sementes nas
ruínas de Lodz, juntaram-se a Wroclaw no oeste ou foram para o
norte, para Danzig. Na primavera, eles desenterravam campos e
plantavam batatas, rabanetes e repolho. No verão, eles cruzaram
o deserto e saquearam as ruínas. Somente no outono eles
voltaram para seus campos e colheram.
Havia esperança. Mas não o suficiente para todos.
Não apenas o inverno separou os fortes dos fracos. Toda
comunidade bem-sucedida deixou uma sombra de párias e
selvagens. Seguiu os Clãs, varreu campos recém-
plantados e acampamentos escondidos. No final, formou-
se um exército de figuras de olhos fundos com gengivas
sangrando e dedos congelados. A fome e o frio os fizeram
pegar pedras e paus.
Os Clãs os esperavam.
ESTRANHOS
Do leste, um comboio de estranhos entrou nas planícies de Pollen.
Peles negras sobre ombros largos, mulheres pálidas e sombrias.
Seus líderes eram gigantes velhos e murchos: relíquias de um
tempo passado. Histórias de confiança, traição e violência foram
inscritas em seus corpos. Alguns tinham dedos faltando, outros
lóbulos das orelhas ou olhos. Isso aconteceu muito antes do
Eshaton. Mas ninguém perguntou ao grande Aleko as dezenas de
nomes em seu braço esquerdo, ou a Anatoly o significado das
insígnias em seu peito. Eles conduziram o povo através do inferno
por milhares de quilômetros, removeram qualquer resistência e
todo sabichão, julgaram e esmagaram os crânios. Quem quer que
tenham sido em suas vidas passadas, agora as pessoas se
ajoelhavam diante deles com os olhos baixos, beijavam suas mãos
e os chamavam de pais.
Os Pollners ficaram fascinados. Em um mundo perigoso e
inseguro, a força era uma estrela brilhante em torno da qual os
sobreviventes se reuniram. Esses estranhos incorporaram esse
princípio melhor do que ninguém.
Eles não queriam lutar. Não aqui em Pollen. Eles
estavam procurando um novo lar, e os Pollners
ofereceram um a eles, abraçando sua cultura de força
e domínio.
SUGADORES
Nuvens de esporos flutuavam pela terra. Nas paredes desmoronadas,
penugem branca cresce, agarrando os nômades que passam com seus
cabelos frágeis, florescendo em direção a eles em padrões fractais. Os
campos de esporos-mãe erguiam-se parede após parede. Cúspides do
tamanho de punhos cresceram neles, sua pele fina como papel e seca
com veias finas. A Queimadura dentro deles mudou os Pollners. A
droga os lançou em uma carnalidade crua e quente, atingindo-os como
faíscas de neurônios através de um organismo gigante. Lançados à
realidade, os Queimadores acharam o frio mais fácil de suportar e
provaram o líquen fétido como mais nutritivo e delicioso. Corpo e alma
pareciam entrelaçados e unidos como um.
Ninguém culpou a Sepse ou a Queimadura quando nasceram as
primeiras crianças desfiguradas. Seus crânios eram deformados
ou alongados. Protuberâncias ósseas podiam ser sentidas sob a
pele. Seus olhinhos eram frios, olhando através da mãe e do pai,
perdidos em seu próprio mundo. Ainda assim, eles precisavam de
suas mães, subiam em seus corpos e mordiam seus seios. Eles
mamaram, os dedinhos agarrando a carne quente, pressionando.
Eles não conseguiam o suficiente e não paravam até serem
arrancados.
Os Pollners viram neles um novo tipo de humano,
adaptado e forte. Isso era o que eles queriam, o que
desejavam em seus filhos. Na verdade, essas criaturas eram
imunes ao frio e suas feridas curavam incrivelmente rápido.
Eles se sairiam melhor nesta terra do que seus pais.
Mas essa metamorfose logo assustou os Pollners. Esporões ósseos
cresceram nos antebraços das crianças. Barbatanas de pele formadas
no pescoço e nas pernas. O orgulho deu lugar à inquietação. Alguns
Clãs os chamavam de Sanguessugas enquanto rastejavam de uma
mulher para outra à noite, procurando seus seios.
Com um ano de idade, essas crianças eram tão altas quanto
crianças normais três anos mais velhas. Eles passavam os dias
comendo ou sentados no meio das ruínas por horas. Crianças
normais do Clã mantinham distância ou atiravam pedras neles.
Então, um dia, eles se foram, fugindo para o deserto. O Clã
respirou fundo.
DISCORDÂNCIA
Para os Leechers, seu tempo com os Clãs foi seu estágio larval.
Nos campos de esporos, eles cresceram e se tornaram
Biocinéticos gloriosos, cultivando esporas e ossificações em seus
crânios, sugando avidamente a Sepse. Costelas fundidas para
formar uma carapaça que nenhum Anabatista poderia perfurar
com seu bidenhador. Alguns permaneceram nos campos de
esporos e teceram fios de aranha para registrar cada movimento.
Outros chocaram a praga da aranha nas dobras da pele e
vagaram por aí, espalhando a sepse. Os mais poderosos deles
cresceram e se tornaram torres ossudas cobertas por carne
grossa. O ritmo do éter Chakra enviou ondulações por esses
colossos. Seus braços e pernas cavaram nas profundezas, nas
águas subterrâneas, ainda mais fundo no calor do continente. Eles
eram cegos neste mundo, mas olhos que tudo viam no éter. De
seus poros, as aranhas nasceram e protegeram a carne trêmula
contra o vento e a chuva com uma rede grossa. Ondas de
Psiconautas seguiram suas chamadas de Chakra.
Então, algo aconteceu. Da Hybrispânia ao mais profundo Balkhan,
uma sacudida passou pelos psiconautas. Os Biocinéticos gritavam
e se debatiam, sangrando pela genitália. Muitos se enterraram no
chão, agarrando-se à rocha esmaltada. Esporas quebraram,
protuberâncias retorcidas brotaram de seus corpos inteiros. As
torres desmoronaram no chão, gemendo de traqueias de um
metro de espessura enquanto sua carne repleta murchava e os
fios de ossos explodiam sob seu peso.
Os Espitalários mais tarde chamaram esse evento de
Discordância. O coletivo de Chakra dos Psiconautas encontrou o
coletivo dos Psicívoros: ondas de choque romperam as ligações
entre os Chakras e abandonaram os Psiconautas no vazio do éter.
Os primeiros biocinéticos nunca encontraram o caminho de volta.
Eles degeneraram e ainda assombram a tundra de Pollen como
bestas de esporos irracionais.
Uma nova geração de Biocinética surgiu dos Clãs e se
conectou com os campos de esporos. Tudo começou de novo.
Mas algo mais havia sobrevivido à Discordância. Enterrado
profundamente no solo, uma cúspide inchada de pura energia
vital dormia. O tubo de pele grossa que fornece icor nutritivo
entrou em colapso meses atrás. Entrelaçadas ao DNA humano,
moléculas de proteína se prenderam aos genes do ser e
reescreveram o programa. As células-tronco se especializaram em
fagócitos ou células cerebrais, apenas para retornar à sua forma
genérica logo depois. Cálcio e outros minerais fundem-se para
formar dentes e vértices ósseos. Era imparável.
FLORESTAS FRAC TA L
Ao longo dos séculos, os campos de esporos se espalharam
inexoravelmente. Os Espitalários os atacaram com bombas fungicidas
e semearam sementes de Psicívoro para estabelecer Discordâncias
artificiais. Os anabatistas queimaram faixas no Sepse com seus lança-
chamas ou derramaram fogo Elísio sobre os campos.
O Chakra da Terra de Pollen reagiu com uma resposta
imune imediata. Ondas de psiconautas correram contra os
atacantes. Campos discordantes foram isolados do coletivo,
desmoronando em poucas horas. A cada ataque, seu sistema
imunológico reagia mais rápido.
Dentro de alguns anos, os primeiros campos de esporos
teriam florescido na área municipal de Osman e suas paredes
teriam levantado e esmagado a cidade em uma onda de Sepse.
Mas algo aconteceu no oeste de Pollen. O chão estala
e se eleva lentamente, como se respirasse antes de um
grande esforço. Os psiconautas caem de quatro,
PÓLEN 85
 PANDORIANOS

Os Clãs Selvagens podem significar problemas, mas sua pele que faz com que sua carne e até mesmo e atacar qualquer um que se aproxime deles. Eles se

mesmo que agora estejam muito distantes da árvore seus ossos se projetem no crânio, abrindo-se para comportam como animais, grunhindo e pisando

da civilização, eles ainda carregam um vislumbre da liberar estranhas aberrações da evolução na forte. Muitos são cegos, seus globos oculares

humanidade. Os Pandorianos são diferentes. Tudo o paisagem do pólen. Com clavas de pedra eles marmorizados com sepse, mas de alguma forma sua

que eles carregam são pilhas densas de Sepse sob guardam os ninhos dos Biocinéticos percepção está intacta.

olhe em volta e incline a cabeça como se estivesse ouvindo. O campo
de esporos estremece, treme e explode em nuvens. As paredes
desmoronam, começando pelo lado de fora. O campo de esporos
apodrece. A vegetação verdejante se espalha pelos vales, se expande,
ervas daninhas brotam do solo como cabelos. As árvores se erguem,
seus troncos ainda translúcidos e pálidos. Suas raízes serpenteiam pelo
chão, agarrando-se à terra. Alguns galhos são muito pesados, quebram
e caem no chão, derretem e escorrem. Folhas vítreas se desenrolam e
se voltam para o sol. Cores do amarelo e verde brilhante ao marrom
permeiam as plantas. Os troncos ficam mais densos, endurecem. Tons
de verde ainda flutuam sobre eles no início, depois eles retêm um
marrom empoeirado.
As estranhas florestas se espalham por caminhos fractais. Vistos
de cima, eles formam espirais ramificadas cujos galhos criam espirais
menores por sua vez. Outros são em forma de estrela ou circulares,
cercados por outros círculos por todos os lados.
Todas essas Florestas Fractais estão centradas em um antigo
campo de esporos. Agora, nada resta dele. O ar cheira a folhas
úmidas e frutas podres. O chão é quente ao toque. A neblina paira
nos vales. Nas árvores, caracóis cinza-azulados sentam-se com
hastes oculares alongadas que se enrolam como tentáculos. Mas
não, esses animais não se movem. Eles fazem parte da planta,
nascem dela e se fundem com ela. Como as folhas, elas murcham
em cascas secas e são levadas pelo vento.
FRUTA PROIBIDA
Em poucas horas, uma Floresta Fractal está totalmente crescida e
O que aconteceu então não está totalmente registrado: as anotações
de Wetzel estão trancadas em Cathedral City. Ainda assim, muitos
anabatistas agora acreditam que as árvores das Florestas Fractais são
descendentes da árvore do conhecimento. Apenas os batistas de mais
alto escalão comem seus frutos. Supostamente, consumi-los cria
revelações profundas e verdadeiras que arrastam muitos Anabatistas
separados de Deus para uma loucura gritante.
SINERGIAS
As Florestas Fractais são lugares místicos cheios de maravilhas e
perigos. Para os Clãs, eles significam tudo. Eles adotam as
florestas, colhem raízes e bulbos e se aquecem em fontes termais.
Eles apenas acendem fogueiras na orla das Florestas Fractal
enquanto as ervas daninhas e arbustos endurecem em espinhos
cristalinos em segundos. Toda a vida drena das raízes e se espalha
na vegetação circundante. Restam apenas raízes secas e solo
infértil. O fogo no coração de uma Floresta Fractal pode fazê-la
desmoronar e se transformar em uma armadilha mortal cristalina.
O que quer que os Clãs peguem, eles cozinham por
horas. Mesmo a energia vital de uma muda é perigosa para
qualquer um que a coma crua. As plantas lançam raízes finas
no estômago que cortam a carne e se espalham em minutos.
Uma vez que a muda perfura a pele, ela incha e brota flores.
Nesse ponto, as raízes já estão drenando o sangue dos
pulmões e os primeiros fios já estão engolfando a coluna.
A sobrevivência é impossível.

começa a endurecer. Apenas alguns dias depois, as árvores dão frutos.
Pesados, vermelhos e tentadores, eles pendem dos galhos e têm um
cheiro delicioso.
Dois invernos atrás, o Emissário Anabatista chamado Wetzel,
o Escolhido, encontrou uma Floresta Fractal perto das ruínas da
cidade de Lodz. Os Espitalários queriam queimar essas florestas,
pois pensavam que eram o mesmo mal que os campos de
esporos, apenas em um novo disfarce. Wetzel pensava diferente.
Poderia este ser o Paraíso de antigamente? Rebus, o Batista, não
havia escrito nada do tipo, nem nenhuma emanação insinuou
isso. Wetzel parou diante de uma árvore, sentiu-se atraído por seu
fruto, tocou a superfície sedosa e borrou o orvalho.
Os Clãs conhecem os perigos. Se eles oferecem uma refeição
de raízes, folhas e brotos em um pedaço de casca para um
estranho, eles pedem sua confiança. Se ele recusar, eles
respeitam sua cautela. Mas eles não vão mais lidar com ele.
Eles evitam as frutas das Florestas Fractal. Aqueles que se
aproximam deles são apanhados em visões opressivas. Quando
se levantam das brumas depois de horas ou dias, falam de massas
esmagadoras de carne, uma fratura da mente, de entrelaçamento
e proximidade úmida. Alguns Clãs até relatam uma mudança na
Floresta Fractal depois que você come de sua fruta. Novas árvores
crescem, outras murcham à medida que a cor da fruta muda.
 ARANHA

O céu sobre Pollen tremeluz como um dos fios tremeluzem. Esses aracnídeos não são ritmo, seus abdômens peludos bombeando. Ao redor

monitores monocromáticos com baixa freqüência perigosos, mas são portadores de sepse. A seda dos campos de esporos, Pollen é atormentado por

dos Cronistas. A ilusão é perfeita quando o cinza da aranha se agarra a tudo, flutua ao vento como Biocinética. Eles teceram cidades inteiras na teia,

das nuvens se condensa em uma estática preta e cabelos finos. O chão é branco e retorcido, cada conservando-as por toda a eternidade. Velhos postes

branca. Então, as aranhas descem. Eles se passo levanta fios. Aqui e ali, aranhas deslizam de eletricidade e árvores são algodoados onde

arrastam atrás de longos fios, onda após onda cai pela teia gigante, congelando de repente e milhares de aranhas fazem seus ninhos. Uma ravina

do céu. A próxima rajada de vento os derruba encarando os intrusos. Suas quelíceras se movem coberta por teias torna-se uma armadilha mortal

novamente. Sedoso em um push-pull quando o tecido se rasga e cede.

As florestas tratam bem os Clãs, e eles fazem o mesmo. Os
membros do clã libertam as árvores das aranhas, rasgam teias,
desenterram Centopéias do Rift e as esmagam. Eles protegem as
florestas contra Espitalários e Apocalípticos.
No entanto, às vezes uma Floresta Fractal exige mais. O chão
se abre e revela o interior de um saco muscular do tamanho
de um homem feito de fios brancos e carnudos. Ondas de
contração ondulam ao longo da parede interna, fazendo as
aberturas vibrarem. Fluido digestivo amarelado espirra no fundo:
uma cúspide de fagócito. Os Clanners oferecem coelhos e Gendos,
bem como filhos abençoados, guerreiros inimigos ou
Espitalários capturados. A cúspide se fecha sobre a vítima, a abertura
torna-se uma cicatriz logo coberta pela grama mais uma vez.
Um dia, a energia vital da Floresta Fractal se esgota. As
árvores se estilhaçam, os frutos apodrecem, a grama se dissolve
em fibras eriçadas. Os Clãs agradecem à floresta e seguem em
frente. Eles não percebem como as inúmeras cúspides de
fagócitos que eles alimentaram ao longo das estações estouram
uma a uma. O coelho salta ileso e lambe a barriga como se nada
tivesse acontecido. Os sacrifícios humanos cambaleiam até a
superfície e não envelheceram.
Eles, no entanto, mudaram.

PÓLEN 87
 PANDORA

Aqueles que entram no epicentro da destruição de 600 m de altura e é marcado por centenas de em leitos de rios antigos. Nele nadam criaturas

atravessam penugem de esporos e seda de aranha sistemas de paredes de campos de esporos. Nuvens o parecidas com caranguejos - os Espitalários os

brilhante para finalmente ficar nas sombras de uma atacam ferozmente e descem suas encostas. De uma identificaram como trilobitas - e a ainda inexplicada

montanha que nenhum mapa de Bygone mostra. O trincheira, a água leitosa jorra na planície, Estrela Fractal liberando fios semelhantes a bissos na

cume da Cratera Pandora sobe como borbulhando sobre áreas de seda e convergindo água para emaranhar criaturas.

ETERNALOASES
A primeira Floresta Fractal documentada por humanos foi descoberta
há pouco mais de seis invernos, a noroeste de Wroclaw. Logo depois,
os Espitalários documentaram a metamorfose completa de um campo
de esporos em uma Floresta Fractal.
No entanto, existem lendas antigas de paisagens verdes, de
oásis no país dilacerado. Supostamente, existem fontes de
fertilidade que fazem as árvores e os campos crescerem sem se
importar com o frio. Eles se agarram a rios ou se escondem atrás
de penhascos distantes dos campos de esporos. As plantas que
crescem lá são muito mais mundanas do que tudo que brota nas
Florestas Fractais.
Esses chamados Oásis Eternos têm sido a chave de pólen para
riqueza e poder por séculos. Eles são mantidos em segredo e
zelosamente guardados. Supostamente, o Piast de Wroclaw
controla três deles no interior. De que outra forma Wroclaw
poderia ter sobrevivido tão bem aos anos sombrios?
INFLUXO
Duas passagens alpinas infernais se abrem para Pollen. No
oeste, os túneis voltam à luz do dia perto de Steyr. A partir
daí, a rota segue ao longo da fronteira oeste de Praha
Republika através de uma área de torrões de terra e
penhascos elevados. Os viajantes devem sempre tomar cuidado com o
clima. Quando os ventos sopram, as ondas sulfúricas do Golpe do
Ceifador se movem pela terra. Os Hellvéticos sabem do problema e
criaram bunkers dentro da rocha ao longo do percurso. No entanto,
estes são cada vez mais ocupados e usados como instalações de
armazenamento de queimaduras por apocalípticos, e outros cheiram a
Gendos.
No final, a rota ocidental se divide. Um caminho leva a
Osman, o outro continua seguindo a fronteira de Praha até
Dresden. Aqui, as hordas do Deus Negro se encontraram e se
juntaram para o ataque final a Praha. Desde então, Dresden se
tornou uma cidade fantasma. À noite, as almas da população
massacrada se levantam e assombram as ruas crivadas de corpos
inchados. Se eles encontrarem Clãs, bandeiras encharcadas de
sangue voam nas paredes na manhã seguinte.
Viajantes iluminados ouvem essas histórias e formam suas
próprias teorias. São os arquivistas sobreviventes da Praha Republika
esperando uma chance de voltar, eles estão por trás dos ataques! Mas
sejam fantasmas, arquivistas ou saqueadores de clãs
– a cidade não é segura. Todo viajante faria bem em passar por ela
durante o dia, e rapidamente. A próxima parada no caminho é
Wroclaw. No leste, os túneis de passagem de Hellvetica se abrem para
o portal Ternitz. De lá, os viajantes seguem para Brno.

SEDA

Os Przadkas do Pólen Oriental desbravam as enrole-os em fios longos. As tecelagens de superam um ao outro até mesmo por alguns metros

florestas cobertas de teias e os abismos arruinados Wroclaw pagam bem pelo fio de seda. do tecido. No entanto, a seda também é muito

do Pólen. Suas mulheres afugentam as aranhas com Os neolíbios carregam a seda finamente tecida procurada na própria Wroclaw. Os arsenais de

tochas, cortam as redes, enrolam-nas em fardos de de Wroclaw para os tanques Surge em grandes bolas Wroclaw moldam-no nas carapaças dos Druschinniks,

algodão e as carregam para o acampamento. Em e pagam por eles com rifles e especiarias africanas. a guarda dos Piast. O tecido é durável e quase

cubas, lavam e aquecem a seda e dissolvem a cola. Os neolíbios esfregam as mãos de alegria. Nos inquebrável, desviando facilmente até mesmo as

Em seguida, penteiam os fios e mercados da Tripol, os alfaiates facas e flechas mais afiadas.

PÓLEN 89
QUANDO O MILÊNIO
DEPOIS DO MILÊNIO COMEÇOU

O RUIDO DA MORTE ACONTECERÁ A TERRA COMO

TROVÃO
OS BÁRBAROS VÃO
CONHEÇA OS SOLDADOS DA ÚLTIMA LEGIÃO
OS ÍMPIOS HABITARÁ NOS CORAÇÃO DAS CIDADES SANTAS
UM DEPOIS DO OUTRO VAI PASSARBÁRBARO,
INFIDEL E SELVAGEM .

ÓDIO
NÃO HAVERÁ MAIS ORDEM, NÃO MAIS REGRAS

VONTADEESPALHAR
COMO INCÊNDIO EM UMA FLORESTA SECA

OS BÁRBAROS MATAREM OS SOLDADOS

A VONTADE SEM DEUSESTRANGULAROS FIÉIS
TODOS E TUDOSERÁ CRUEL,
E A CIDADESWILL
PEREÇA .
[ JEHANDE VEZEL AY]

BRNO
Em uma onda de violência e destruição, Chernobog passou
por Praha, permanecendo lá por apenas alguns dias,
destruindo sozinho um Clã que questionou sua liderança no
massacre de Podlipanske antes de continuar para o sudeste.
Durante semanas, o Deus Negro residiu em Brno. No
centro da cidade, seus Clãs construíram um trono com os
ossos e armas de seus inimigos para ele. Ele nunca se sentou
nele, nunca o reivindicou. Gritos de “Chernobog” ecoaram
pelas ruas por onde ele passou. As mulheres lhe ofereciam
seus filhos para que ele pudesse poupar a cidade. Ele passou
por todos eles sem reconhecê-los ou liberá-los com o olhar.
Os Clãs o seguiram.
Aqueles que puderam fugiram para os Espitalários e
Hellvéticos na fortaleza de Spilberg.
Finalmente, o Deus Negro seguiu em frente e a
maioria de seus clãs o seguiu. Aqueles que ficaram para
trás lutam pela sucessão de Chernobog desde então,
atiradores de elite matam todos que se atrevem a subir no
trono. Retardatários de Praga arrastam livros, artefatos e
armas para a cidade, oferecendo-os a Cronistas e
Apocalípticos. Os hipocratas espitalianos lutam por um pacto
com os líderes do clã, mas eles mudam em rápida sucessão.
Hellvéticos instalam posições de armas na cidade e protegem
a estrada de passagem.
Eles chamam as ações punitivas no centro da cidade de “pentear
piolhos da pele”.
WROCLAW
Dez dias de viagem separam Brno de Wroclaw, o caos da ordem. Os
Tanques Neolíbios estão estacionados ao longo da muralha da
fortaleza como bunkers empoeirados. Algozes puxam o corpo de um
Biocinético da escotilha de carga em cordas, Escribas em vestes de
canário varrem o pátio, colocando mesas e cadeiras, enquanto

MANIPULAÇÃO FRACTAL

Os Cronistas têm um profundo fascínio pelas Florestas Fractais. As cúspides dos fagócitos parecem ser uma espécie de
acesso ou ponto de interface para as rotinas de crescimento de toda a floresta: mesmo as menores modificações nas
cúspides dos fagócitos alteram os padrões de crescimento fractal.
As Florestas Fractais não seriam nada mais do que computadores biológicos gigantes?
 CONTRABANDEAR

O Pólen's Burn faz parte da vida cotidiana como a
ajuda diária das raízes: torna o frio mais
suportável, aplaca a fome e faz com que as
doenças desapareçam como uma crosta de terra.
Para os Apocalípticos, Pollen era um pasto verde
– nada vende melhor do que Bion Burn, e os campos
de esporos crescem mais desinibidos aqui do que em
qualquer outro lugar. Os Espitalários se moviam por
caminhos desgastados e bem conhecidos, não
representando nenhuma ameaça ao contrabando.
esforços gling. Mas agora, os campos de
esporos apodrecem. Os Apocalípticos têm que
ir cada vez mais para o leste para colher o
poderoso Burn. Os Biocinéticos tornaram-se
agressivos, como se alguém os tivesse
cutucado: não basta mais mandar crianças
para a roça colher as cúspides.
Os Apocalípticos culpam os Espitalários
e seus lacaios, os Anabatistas. Nos últimos
anos, os médicos cavaram poços,
coletaram amostras de solo e bombearam
veneno sob o solo. Obviamente, eles tiveram
sucesso.
Os apocalípticos não tolerarão mais isso.
Eles guardam campos de esporos, queimam
Florestas Fractais e emboscam Espitalários.
O mercado de contrabando e comércio de
queimaduras mais lucrativo da Europa está em
jogo. A Mãe dos Corvos em Justitiano não está
achando graça.

um menino africano traz uma bandeja com um jarro de prata. Um
grito pode ser ouvido das ameias da cidade. Com um estrondo,
um Surge Tank acorda, jatos pretos de escapamento sibilam de
uma escotilha se abrindo ao seu lado. O menino se ajoelha, pousa
a jarra, faz uma careta e leva as mãos aos ouvidos. Uma torre gira,
um canhão sobe com um estrondo, abaixa novamente por um
palmo. O cano se move para cima e para baixo, depois faz uma
pausa. Focinho flash. O Surge Tank sacode, o canhão bate na
torre, atinge o amortecimento. O menino se levanta. Apertando os
olhos, ele olha para longe. Um flash se transforma em uma bola
de fogo, a mais de cinco quilômetros de distância. Nas ameias, os
guardas de Wroclaw comemoram, os Algozes na escotilha de
carga riem e batem palmas. Eles provavelmente não conseguirão
recuperar este Biocinético inteiro.
Os neolíbios veem Wroclaw como uma atração. Eles
vêm aqui para provar que são Grandes Caçadores.
Feromantes em Franka são bons, Dushani no Balkhan
são um desafio, mas para matar um Biokinetic um atirador deve
colocar a bala bem entre suas placas ósseas. Então ele recarrega,
atira rodada após rodada na fera atacante até que ela caia em
uma fonte de terra. A prática de tiro ao alvo com os Tanques
Surge serve apenas para entreter os Algozes em benefício da
cidade.
Wroclaw lucra com os africanos. Apocalípticos são contratados
como batedores, Scrappers oferecem expedições de reconhecimento
através de ruínas perdidas, Clãs vendem carne de cabra e vegetais para
os estranhos e satisfazem seu desejo pelo incomum. Às vezes com
Burn, às vezes com mulheres ou homens jovens.
Acima de tudo isso, o Piast está entronizado, observando,
esperando, liderando. Durante séculos, ele governou a
cidade, distanciando-a dos Eshaton e tornando-a mais forte.
Segundo a lenda, ele só morrerá quando Pollen voltar à sua
antiga glória. Na verdade, muitos não acreditam que ele
tenha mais de 500 anos. Ele deve vir de uma decisão

A MALHAGAG

Olhos negros, dentes negros. Sua pele uma
teia de cicatrizes. Por séculos ela tem
assombrado as lendas dos Pollners: a Bruxa
Miserável. A Dama de Preto, à espreita nas
ruínas, seus gritos fazendo sua medula
congelar. O Ancião é suposto ser imortal,
louco e doente, cheio de fome insaciável,
condenado a existir até o fim dos dias para
finalmente julgue os traidores que a deixaram nas
ruínas.
Os clãs de Pollen a conhecem bem, contando
histórias sobre ela para seus filhos antes de
dormir. A Bruxa Miserável vem buscar crianças
rebeldes, assombra seus sonhos e come as
travessas: se você não dormir ela vem te devorar!
quase nenhum outro
a lenda é tão conhecida entre os Clãs de
Pollen quanto o conto da Dama de Preto. As
primeiras gravações datam de alguns anos
após o Eshaton, murais toscos além do mar
deserto de destroços de Poznan.
O que poderia ter assustado tanto os
Pollners que queimou essa história em seu
subconsciente coletivo?

PÓLEN 91
 casta que produz líderes fortes em cada geração, mas não
aparece em si. A área do palácio é enorme, com jardins,
biblioteca e arrecadações: milhares de pessoas poderiam
ficar lá sem que o resto da cidade percebesse. Os guarda-
costas, os Druschinniks, são os únicos que já viram o
Piast. Sem vacilar, eles levam suas ordens para os
diferentes bairros e as colocam nos portões, mantendo o
mistério em torno de seu governante.
A identidade do Piast não é o único segredo da cidade.
Wroclaw floresce, mas nada cresce fora de seus muros. Ainda se
diz que não há fome nas doze partes da cidade. Todas as partes
da cidade são separadas por altos muros e portões de ferro. Não
se sabe quantas pessoas vivem em Wroclaw. Os Espitalários
continuam se oferecendo para entrar nos outros aposentos e
cuidar dos enfermos. O Piast declina por padrão. Nenhum
estranho pode deixar o bairro dos mercadores.
DANZIG
O sol piscante do verão não pode mais descongelar as massas de neve que
caem no inverno. Danzig logo desaparecerá sob a Barreira de Gelo. Mas os
Espitalários e Anabatistas ainda não deixaram a cidade. Duas grandes torres
de aquecimento sopram ar quente no hospital de Danzig por meio de canos.
Ainda assim, os médicos tiveram que desistir dos andares superiores e se
refugiar nos laboratórios do porão azul.
BÊNÇÃOS DE SUCATA
A terra sobe e desce. Cidades passadas, escondidas rasgar. O chão suspira e estala. As Florestas
sob a teia de aranha por séculos, empurram para a Fractal florescem e perecem. Gossamer pende
superfície, primeiro visíveis apenas sob teias de das torres como cortinas e abas em torno dos
aranha antigas que se estendem e, finalmente, edifícios mais baixos.
Aqui, trilobites montados e insetos são armazenados em prateleiras e
baús, braços, pernas e órgãos de Biokinetics nadam em cilindros de
vidro, Psychonauts dissecados jazem em banheiras de aço inoxidável,
um cérebro afetado por esporos foi cortado e aguarda exame. As
caixas de lata com as descobertas de Pandora já foram lacradas e estão
prontas para serem enviadas ao Espital de Borca. Estações de trabalho
com microscópios e máquinas de escrever revestem as paredes.
Os laboratórios são de domínio da Consultora Dra. Janssen e
seu grupo de pesquisa Primer. Ela acha que o Primer pode sair de
um hospedeiro e retornar à sua forma original como um
metaorganismo se os parâmetros ambientais, como atmosfera e
temperatura, estiverem além do alcance adaptativo do
hospedeiro. O host comprometido não seria mais adequado para
o Primer. Assim, a Dra. Janssen precisa viver a Biocinética que ela
chama de “Corpo” seguido de um número em todos os seus
registros de teste. O corpo 2 tornou-se seu hobby: uma película
carnuda cobre o laboratório de segurança máxima, tateando em
busca de costuras e pendendo do teto em abas. Ossos estão
nadando na superfície da carne, unidos por cartilagem e fios de
ossos. Uma protuberância do tamanho de uma cabeça na borda
inferior da porta continua se expandindo apenas para esvaziar
novamente. Algo escuro pressiona contra a casca antes de
afundar de volta na carnalidade úmida da protuberância.
As cidades agora são visíveis no horizonte como
estruturas estritamente geométricas que se
projetam no céu. Os Scrappers logo chegarão
para limpar os cadáveres da história.
 A HISTÓRIA CONSISTE,
PARA A MAIOR PARTE DAS MISÉRIAS TRAZIDAS SOBRE O MUNDO POR

ORGULHO,
AMBIÇÃO,AVAREZA, VINGANÇA,LUXÚRIA,
SEDIÇÃO, HIPOCRISIA,
ZELO NÃO GOVERNADO,
E TODO O TREM DE APETITES DESORDENADOS.
[ EDMUNDBURKE ]

Os Anabatistas podem marchar contra Pandora com os
Espitalários ou podem ajudar a caçar Biocinéticos, mas em Danzig,
eles mantêm distância dos laboratórios azuis. Eles passaram a
residir em uma igreja perdida, St. Mary the Cold. Todos estão
prontos para partir, até mesmo a cadeia de suprimentos dos
Espitalários está quebrada, mas os Anabatistas parecem ignorar
isso. Em vez disso, eles começaram a reconstruir o antigo prédio
há cinco anos. Eles construíram escoras de suporte, derrubaram o
telhado antigo e reformaram a treliça. Os anabatistas de Danzig
são fanáticos, a maioria deles ascetas. Eles não vão nem mesmo
conceder ao Demiurgo este pedaço de deserto congelado. Hoje,
Cold St. Mary é uma fortaleza que mostra a determinação de
Cathedral City. Ele se recusa a perder a batalha contra o gelo.
Não apenas o frio tortura os Doutores e Anabatistas: as Bestas
Esporos fazem ninhos nos túneis subterrâneos. Milhares deles, a maior
colônia conhecida. Os Espitalários acham que as Bestas Esporos devem
ter alguma ligação com a cidade, caso contrário, teriam ido para o
Quando os Espitalários chegaram, já era tarde demais. Os campos de
esporos de pólen encontraram a Sepse de Balkhan na antiga Ucrânia,
formando agora uma barreira impenetrável. Em Brest, os médicos
tentaram manter aberta a porta fechada. Há muitas décadas eles lutam
para construir um corredor para a Ásia, envenenando e queimando o
solo para matar de fome a Sepse. Fortalezas da Destruição totalmente
automatizadas, uma grande síntese da tecnologia Cronista e
Espitalária, borrifam fungicidas em torno de si mesmas em intervalos
definidos, tornando impossível a sobrevivência nessas zonas sem trajes
de proteção. O corredor esculpido no Sporefront se assemelha a um
verme pulsante que se contrai quando o Sepsis avança, apenas para
ser empurrado novamente pelas tropas Espitalárias. Seis anos atrás,
um pelotão sob o comando do Dr. Glukhovsky abriu caminho pela
Muralha dos Esporos e conseguiu chegar ao leste. Atrás deles, uma
horda de Biocinéticos invadiu uma Fortaleza da Destruição, passando
pelas explosões de fungicidas e arrastou sua tripulação de volta para
os campos de esporos com eles. As aranhas cobriam a Fortaleza, as

oeste em direção a Borca há muito tempo. paredes dos campos de esporos jovens eram visíveis dentro do
corredor. Os trilhos usados para abastecer as Fortalezas da Destruição
com fungicidas foram quebrados.

NA FRENTE DO ESPORO Demorou semanas para conectar a próxima Fortaleza da

O Spore Wall começou em Pandora e escolheu o caminho Destruição. Não havia vestígios de Glukhovsky. Alguns Espitalários

mais fácil para o leste, soprado pelo vento. Ao norte e ao sul, acham que ele passou e estava preparando seu retorno. Mas a maioria
a Sepse se espalha lentamente, mas até agora nada deteve apenas dá um sorriso sombrio. Além da Muralha dos Esporos, não há
essa força primordial. Não tinha pressa. terra nem esperança, dizem eles.

VIDA NA BARREIRA DE GELO

Focinhos de geleiras empurram a terra, correntes aqui. Os Garganti discordam. Em seus mamutes, podem até negociar o Golpe do Ceifador e às
descendentes a flagelam com cristais de gelo. As cidades eles vagam pelos desertos, espectros lentos vezes são avistados pelas estações de vigilância
arruinadas são saliências no branco eterno. Para a maioria visíveis apenas como silhuetas na nevasca. Além de Danzig e pelos Scrappers cavando na poeira
dos humanos, não há nada além da morte da Barreira de Gelo eles do oeste de Borca.

PÓLEN 93
 AS TERRAS SELVAGENS
BALKHAN
BARRIL DE PÓLVORA
O Balkhan é uma região selvagem, comovente em seu orgulho,
imprevisibilidade e beleza. Pega um andarilho pela mão e mostra-lhe
os extremos da natureza. Tempestades atravessam as planícies,
fazendo tremer as copas das árvores das florestas sem fim. Quando os
portões do céu se abrem, não chove, derrama - torrentes descem para
os vales, juntando-se para formar correntes. Árvores retorcidas
agarram-se ao solo, recusando-se a ceder aos poderes da natureza. Os
invernos são frios e implacáveis, a neve se acumula a metros de altura
nas montanhas, engolindo as florestas de coníferas, enquanto no
verão o sol chamusca as planícies relvadas em campos amarelos de
restolho. O Balkhan nunca encontra descanso. Ele geme e grita, mas
nunca desiste, pois cada batalha o torna mais forte e rebelde.
A terra é como seu povo, guerreiros indomáveis e orgulhosos de
uma nação orgulhosa. Hospitalidade significa tudo para eles, mas
basta uma palavra errada e anos de paz perdem o significado. A mesa
é derrubada, pratos e xícaras chacoalham pelo chão e velhos amigos
se tornam inimigos. Eles amam e riem como odeiam
e lutar: movidos pela paixão, sem compromisso. Eles amam força e
competição. Talvez seja por isso que tantos deles se reúnem sob a
bandeira de um senhor da guerra nos voivodatos. Em Beogrado,
Dalmácia e Sofia, eles constroem seu futuro apenas para derrubá-lo.
Eles comemoram, batem um no outro e fazem as pazes novamente.
Ameaças os unem: Juntos, eles atacam inimigos
Voivodates, Africanos, Espitalários ou Psiconautas. Lado a
lado eles ficam, sem espaço entre eles. No entanto, uma vez
que triunfaram sobre um inimigo, o vento muda e velhas
alianças são descartadas como jaquetas gastas. Ninguém é
mais leal e temível do que um Balkhani.
Mesmo dentro da família, uma única palavra pode ter o
poder destrutivo de uma granada. Uma briga, e pai e filho se
atacam ferozmente, apenas para se abraçarem novamente
rindo na manhã seguinte. Eu contra meu irmão – meu irmão
e eu contra meu tio – juntos contra o resto do mundo!
BALKHAN 95
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com
USUD
O lago é circular, escuro como breu e fora de alcance. Sua água é
convexa como uma lente, o sol brilha nas cristas das ondas antes que
elas se dissolvam em ondulações e se nivelem.
A Cratera Usud selou o destino de Balkhan. Os campos de
esporos mãe desenham seus padrões concêntricos na terra,
muitos são cobertos por florestas e só são reconhecíveis das
copas das árvores. Os esporos se agarram às árvores como mofo.
As nuvens correm pelo céu, as pancadas de chuva são
curtas, mas intensas. Antes que as gotas caiam no chão, o sol
brilha novamente através da chuva. Parece que o tempo
passa mais rápido aqui.
Os Cárpatos separam Usud do reino do Homo Sapiens. As
montanhas zumbem e vibram. A pedra é lixada para suavizar
as faces cortadas em nervuras da espessura de um dedo. O
vento os acaricia como um violino gigante e os faz ressoar. No
entanto, ele apenas toca baixo no conjunto, forma as ondas
portadoras que outros coroam com uma melodia. Esses
outros são os Dushani.
Eles ouvem o vento e o seguem em seu caminho através da terra,
subindo em cavernas, descendo até as águas borbulhantes.
A natureza é seu corpo de ressonância. No entanto,
abriga dissonâncias. O Dushani deve ajustá-lo para
sobreviver. Em cavernas estancam a água para variar os tons
até que estejam em plena harmonia, em vales plantam
árvores para quebrar o vento ou descarrilar suas vibrações no
solo, colocam pedras em córregos e rios para harmonizar seu
gorgolejar com as copas das árvores farfalhando. Então o
Dushani levanta a voz, cria um contraponto à respiração de
Gaia. Os sons tocam o coração, plantando dor ou conforto.
Neste instante, ele funde seu Chakra da Terra com a criação
mundana. Intervindo. Mudando. Tomando e dando.
ISSO SIGNIFICA GUERRA
Os algozes africanos chegaram durante a noite. Eles atacaram
aldeias e arrastaram mulheres e crianças para um futuro como
servos em Tripol ou como trabalhadores nos campos de petróleo.
Eles avançaram através de liquidação após liquidação. Surge
Tanks os seguiram e cimentaram seu domínio, os cônsules
assumiram a administração das cidades portuárias. Em poucos
meses, os africanos tomaram a Turquia e se mudaram para as
ruínas de Istambul. Agora eles ameaçam cruzar o Bósforo.
No entanto, o Balkhan com suas montanhas proibitivas e
florestas escuras amava seus filhos. Escondeu-os da visão dos
algozes. Atrás de cada árvore e cada pináculo, um guerreiro pode
estar à espreita.
Nenhuma das aldeias conquistadas se rendeu. Clãs que
eram inimigos há séculos apertaram as mãos, beberam até
morrer antes da infidelidade e juraram obliterar
o inimigo. Crianças se agacharam nas ruínas ao longo das linhas e
relataram os movimentos dos Algozes em suas aldeias. Outros se
infiltraram nos acampamentos e envenenaram poços com Discordant
Burn. As mulheres seduziam os cônsules: a última coisa que sentiam
era o hálito quente de seu assassino. Os Voivodes intervieram nas
batalhas, mas evitaram as próprias batalhas. Onde quer que os Algozes
avançassem, as tropas recuavam para se reformar em outro lugar e
atacar novamente, ferindo o flanco do Leão.
A cada derrota, os Balkhani ganhavam novas forças. Quando eles
se deitaram no chão quebrados, eles cuspiram no rosto do inimigo. Os
líderes locais ofereceram alianças aos africanos que eles aceitaram,
apenas para serem traídos dias depois. Os escravos Balkhani vendidos
em Tripol não eram exceção. Eles eram inquebráveis. Após ataques e
queima de campos de petróleo, o preço caiu. Ninguém queria ter um
Balkhani. Eles eram animais.
O avanço parou.
CLANRULE
Os africanos haviam recuado para Istambul. Os balkhani
bateram palmas, beberam e comemoraram. Eles desafiaram
e provocaram uns aos outros. O clima estava aquecido. Então,
seus olhos caíram sobre os Jehammedanos em Bucareste e
na Dalmácia, nos Espitalários que viajaram pela terra sem
serem convidados e provocaram os Dushani. Eles caíram
sobre os apocalípticos que se abstiveram de tudo. Ah, e os
Hellvéticos? Bastardos covardes que se esconderam em sua
Fortaleza Alpina enquanto o Balkhan sangrava até secar.
Os Clãs Balkhans, outrora unidos na batalha contra
os africanos, que antes quase se degolavam,
encontraram um novo inimigo.
Hoje, os Cultos no Balkhan são mendigos que têm que
explicar cada passo para os Voivodes. Aqueles que se rebelam são
vendidos aos africanos como escravos.
TÚNEIS MAGGOTS
Os túneis atravessam grandes áreas dos Balcãs. As entradas estão
escondidas: algumas desabaram ou estão cobertas de mato. Lá
embaixo, há escuridão. Alguns dos túneis são antigos e
construídos com tijolos. Emaranhados de raízes pendem do teto e
partes inteiras ficam submersas. Cheira a amônia, gotejamento de
rato esmagado sob os pés. Outros túneis são de concreto e seco,
portas de ferro barram o acesso. Não há mapas.
Alguns anos antes do Eshaton, o Grupo de Recombinação
expandiu o labirinto com bunkers e túneis de abastecimento
e poços perfurados nos Cárpatos. Milhares de pessoas foram
para a montanha, guardadas por mercenários. Projeto
Tannhauser. As portas de aço se fecharam atrás deles. As
estrelas caíram, o mundo queimou.
Séculos depois, as entradas foram destrancadas novamente.
No entanto, o que surgiu no mundo por trás deles foi apenas
uma sombra do que havia entrado.
Os ex-guardas tornaram-se criaturas pálidas, estranhas ao sol
e adaptadas a uma vida na escuridão: os Pálidos. Nas
profundezas, eles ainda se apegam a seus rituais antigos e
incompreendidos, rezam para os truques da luz e esperam que os
Adormecidos, seus deuses, despertem.
Já passou da hora deles aparecerem. Os tanques de algas
estão secos, os estômagos roncam. Os Pálidos precisam viver
de alguma coisa. Certamente não fora do trabalho.
Gargalhadas ásperas ecoam pelos túneis, dando textura e
dimensão à escuridão. Afinal, eles são escolhidos para um dia
seguir os deuses até a superfície! Então os Pálidos pegam o
que precisam do mundo acima. Eles roubam pastos na calada
da noite, abrem poços e atacam aldeias. Lua cheia. Mas os
Balkhani não estão indefesos.
LAIBACH
Raízes rompem o asfalto, brotos crescem em telhados planos, em
calhas e no chão até cederem à pressão da árvore crescida e
desabarem. Os edifícios do Passado sofrem erosão. As florestas
retomam as terras que perderam.
Não é assim em Laibach. Os monólitos residenciais cinzentos de
Laibach permanecem intocados pela passagem do tempo. O terreno é
selado por lajes de concreto que são inclinadas ou colapsadas aqui
e lá. Lagos sujos se formaram nas cavidades. Moscas zumbem na
água, forragem para uma espécie de sapos cinza-claro que mal
são visíveis contra o pano de fundo de seu mundo de concreto.
Quando o vento leste sopra, os sons dos cantos de
Dushani atingem Laibach como estalos de chicote,
turbulências acústicas que carregam poeira e folhas antigas
pelas ruas. No entanto, mesmo em um dia calmo, os prédios
cantam sua canção solitária. Por décadas, ele foi pego dentro
da grade da rua. No centro desse fenômeno, as lajes de
concreto estouraram no padrão de milhares de Dushani
Chakras. Os sinais repetem-se nas paredes, como se
estivessem talhados na pedra. Quem fica parado e escuta
atentamente sente as vozes. Eles ondulam, variando em
volume e tom. Os Balkhani dizem que os prédios contam a
história da cidade em uma linguagem que ninguém consegue
entender. Outros afirmam que as vozes são a sombra das
almas que o Dushani Mokosch, Eidolon, arrancou de seus
corpos. Até hoje, as almas vibram no comprimento de onda
de Eidolon,
A cidade está situada nos Alpes Cárnicos, onde Purgare e Balkhan
se encontram e, portanto, fica em um antigo caminho de
contrabandistas, trazendo visitantes ocasionais. Aqueles que ousam
vasculhar os prédios encontram Burn escondido, armazéns de armas e
currais de escravos, mas nenhum lugar para acampar. Ninguém fica
em Laibach mais tempo do que o necessário. Pois, além dos
fenômenos acústicos, existe outro perigo muito mais tangível.
BALKHAN 97
Uma criatura enfaixada vagueia pelas ruas, e seu brilho mortal reduz a
cinzas todos que cruzam seu caminho. Em algumas janelas do centro
da cidade, luzes vermelhas piscam. Aqueles que se aproximam deles
invocam a criatura.
PRAGA
Um pilar ergue-se como uma árvore petrificada, a sua ponta
desaparece nas copas das árvores da floresta de carvalhos. A luz
do dia é verde e acaricia o chão em ondas. Bolotas estalam sob os
pés com um tilintar agudo. Cada passo dói, cada som se eleva e
explode em estilhaços acústicos de vidro entre as árvores. Atrás
de um carvalho, há outro pilar e outro. Eles formam um
semicírculo. Entre eles, enormes colossos estão, comidos por
azinhavre e cobertos de musgo. Mãos porosas repousam sobre
espadas, pássaros aninham-se em coroas, carapaças são
quebradas, seu interior abriga formigas: os juízes.
Antigamente, os juízes guardavam esta cidade. Por séculos,
eles silenciosamente olharam para o centro do semicírculo. Aqui,
a rainha entre os pilares uma vez se elevou alto nas nuvens, o
braço estendido para o céu. Quando ela desmaiou, o anjo em
cima também caiu. Uma de suas asas de bronze se projeta do
tronco quebrado, quase paralela ao chão, como uma mesa ou um
altar. Como um convite. Crânios de animais estão empilhados em
cima e embaixo, pretos e mofados, todos sem mandíbula inferior.
Os pássaros ficam em silêncio. Eles conhecem os sinais.
Cantos subtonais se elevam, pegam a folhagem em ondas
entrelaçadas. O ar brilha e desce até o chão, a grama se curva, o
solo úmido é pressionado contra o solo com tanta força que a
água escorre e forma poças. Eles permanecem imóveis, refletindo
a luz como mercúrio.
Mais adiante, um rio corta o mar de ruínas. Nele, ondas e
redemoinhos imóveis se formam, alguns deles são duros e
afiados como vidro. Um rato corre pela superfície, seus pés
deixam um rastro de sangue. Perde um dedo, depois outro. Ele
entra em pânico, atinge uma onda que arranca a pele de seu
corpo. No final, ele tropeça, seus tocos de pés desenhando linhas
na água transformada em vidro. Cai. Costelas vibrantes quebram
a pele, a carne derrete e se dissipa em gotas dançantes. Abaixo
dele, Bog Krakens deslizam pelo rio, quebrando a superfície com
seus corpos como se nada tivesse acontecido.
Os cantos engolem todo o mar de ruínas. Os edifícios tremem
até que suas bordas pareçam indistintas. Aqueles que ousam
tocá-los ficam com as pontas dos dedos raladas. Os animais
fogem para o subsolo, o som do farfalhar das folhas e do vento é
varrido. Os Dushani tecem sua teia por toda Peste,
engolfar os campos de esporos e seus ninhos, acumular
frequências, entrelaçá-los e espalhá-los. Por todo o Balkhan,
os Aberrantes balançam ao ritmo das canções de Peste.
Leva horas para as ondas quebrarem. Enxames de moscas
sobem novamente acima das copas das árvores, ratos e Gendos
começam a procurar presas. Bog Krakens deixam o rio e rastejam
até as grandes paredes dos campos de esporos da Mãe. Seus
tentáculos procuram o Dushani, enredam braços e pernas e
puxam seu corpo volumoso até os ombros, onde absorvem as
doces vibrações, mudam de cor e se contraem.
Os Balkhani evitam as ruínas. Nenhum Voivodate reivindica
este lugar amaldiçoado. Apenas os mais imprudentes dos
Apocalípticos se atrevem a entrar nos campos de esporos,
atraídos pelo Burn. Aqueles que sobrevivem mais do que alguns
dias aprenderam uma coisa: ele não pode mexer em uma pedra,
ele deve ficar em silêncio. Peste inteira é um amplificador gigante
para a onda Dushani, e todos os edifícios, todas as colinas e todos
os corpos de água estão incluídos. Qualquer perturbação, mesmo
que seja apenas um galho rachado, multiplica-se como uma
dissonância pela onda e faz subir os Aberrantes. Uma coisa é
certa: eles vão eliminar a perturbação.
QUEBRADAONDA
Chernobog chegou. Ele ordena que seus clãs cheguem às
ruínas, os faz derrubar estelas de pedra e criar um corredor
para a cidade. A onda quebra. No entanto, a cada invasão,
centenas de seus seguidores se dissipam em uma névoa
sangrenta. Enquanto isso, Dushani de todo o país vem
correndo para fortalecer a onda com sua música.
O Deus Negro está impaciente. Ele quer seguir em frente.
Luzes piscam no céu noturno, detonações rasgam o sussurro
da floresta. Em breve, ele terá alcançado seu destino. Próxima
parada: Beogrado.
VOIVOD EM EBEOGRAD
Ao longo dos séculos, a Torre Gêmea de Beogrado foi sitiada,
fortificada, conquistada, incendiada várias vezes, blindada,
amaldiçoada e abençoada. Desde o início, foi tanto a sede do
poder quanto a fortaleza dos Voivodes. Dinastias vieram e se
foram, os estandartes mudaram, mas a torre perseverou. A cidade
rodeava-a de bairros habitacionais, mercados, bordéis,
estalagens, arsenais e muralhas de fortalezas. De sua sombra, os
senhores da guerra cavalgavam para a batalha e os exércitos se
espalhavam pela área circundante. A Torre Gêmea promete poder
e continuidade.
 Os voivodes descendentes da dinastia Djuric o usam há
exatamente 100 anos. As celebrações em homenagem ao
primeiro Djuric chamam o povo para as ruas e as pousadas
gratuitas, fazem beber, rir e esquecer por um tempo. Há
muito para esquecer. Pois Beogrado tem inimigos.
Depois de uma onda de tifo no verão passado, o atual Voivode
acusou os Espitalários de preparar veneno e infectar seu povo, mesmo
depois de terem lutado contra a epidemia em vão por semanas. Os
médicos foram presos e vendidos como escravos.
A ganância dos Apocalípticos e sua atitude
insolente também o irritavam. Em seu passeio matinal
pelo quartel, algumas daquelas aves migratórias
esvaziaram seus penicos na rua diante de seus pés. O
riso de suas casas era puro veneno em seus ouvidos
– deveriam ter aprendido com os Espitalários. Djuric os
expulsou de seus bordéis e bares. Empurrou-os para a
sua própria mijo e finalmente transferiu-os para um
gueto. De dia, eles podem ir e vir, mas não podem portar
armas. À noite, o portão fecha. A raça deve permanecer
entre sua própria laia. Quem está rindo agora?
Os Usudi das montanhas são outro incômodo. Eles lotam as
rotas comerciais, prendem viajantes e comem sua carne. Nada
incomum até agora. Nas montanhas, há muita escória que os
capangas dirigem para as planícies para matá-los lá. As cabeças
adornarão as paredes por um tempo. No entanto, esses Usudi
despertam um medo primordial até mesmo nos assassinos de
Djuric. Eles são criaturas de pesadelo sem medo ou cérebro,
desumanizados e mortais. Mesmo os menores arranhões levam a
bolhas pútridas quando um Usudi está por perto. Eles poluem o ar
e a alma. As pessoas os consideram um mau presságio.
Hoje em dia, não é preciso um profeta para ler os sinais.
Agitadores dálmatas atacam o Voivodate com tropas de
choque. Espiões relatam que Karakhan em Sofia expandiu as
paredes de sua fortaleza e convocou mais soldados. Ao
mesmo tempo, os Clãs do Deus Negro avançam do noroeste.
Beograd está cercado, a luta é inevitável.
Os dublês de Djuric cavalgam pela cidade diariamente,
demonstrando presença e normalidade. No entanto, apenas nos
últimos dez dias, ele perdeu dois deles para assassinos dos
voivodules. Algo grande está prestes a acontecer. Seja o que for, a
Torre Gêmea prevalecerá.
VOIVOD NA ESÓFIA
As cordilheiras têm picos nevados e as árvores crescem
mesmo nas alturas nebulosas. Eles dão ao planalto de Sofia
sua água de nascente límpida. Em riachos borbulhantes, abre
seu rastro, lavando minerais das rochas e, por fim,
despejando-se nas águas do Iskar. Em curvas largas, o rio
serpenteia pela planície e torna-a fértil. As florestas dão lugar
a arbustos densos e amplas áreas cobertas de grama teimosa
e planaltos rochosos. O inverno é longo e frio, o verão
brilhante e quente. A colheita de outono é abundante,
campos de esporos apenas expelindo sua Sepse ao vento nas
remotas regiões orientais. O vento o leva para as montanhas.
O planalto de Sofia é edênico.
O Voivode de Sofia jurou proteger este paraíso. Cinco
passagens montanhosas conduzem a terras estrangeiras: as
passagens Iskar, Wladaja, Dragoman, Petrochan e Botewgrad. Lá,
rochas formam barricadas e fortalezas cresceram, encravadas
entre as encostas das montanhas. Grandes pedaços de granito
esperam para serem jogados nas profundezas de terraços
escondidos nas falésias. O Voivode os chama de escritórios
alfandegários, mas todos sabem que essas fortalezas não existem
apenas para manter os contrabandistas afastados.
A própria Sofia fica na encosta norte das montanhas
Witoscha. Ruas retas levam a palácios adornados com pilares,
prédios cobertos de metal e blocos de apartamentos
empoeirados. Algumas terminam em praças gigantes, outras se
perdem na proliferação das florestas. O palácio do Voivode é um
salão octogonal preso em nervuras de aço que teria espaço
suficiente para dezenas de Tanques de Impulso.
Ele raramente pode ser encontrado lá. Em vez disso, ele está
do lado de fora, conversando com seus cobradores de impostos,
observando seus guardas se exercitarem, elogiando e
degradando. Emissários e espiões correm até ele, entregam suas
armas a seus guardas, têm que acompanhá-lo e acompanhá-lo
para dizer o que têm a dizer. Ele ouve, dá ordens. Todo mundo
sabe que ele não discute as coisas. A cidade ao seu redor e sua
capacidade de resistir crescem a cada despacho que ele dita a
seus mensageiros. Dia após dia, as estradas avançam no planalto,
conectando Sofia a assentamentos agrícolas e torres de vigia. No
pico do Botew, um mastro de rádio sobe. Possivelmente o único
erro que o Voivode de Sofia já cometeu.

CONFEDERAÇÕES

Djuric conhece seu povo. Ele os ama por sua
selvageria e excessos, por seus grandes
gestos e sua paixão. É também por isso que
ele desconfia deles. Para conversas e
transportes importantes além da área de
influência de Beogrado, ele confia em
confederações. Principalmente, os Pollners os
formam e juram lealdade a ele e somente a ele.
Ele prefere os selvagens estóicos do norte a seu
próprio povo e gosta de sua confiabilidade. Eles
recebem cartas seladas com a marca de Djuric.
Em Beograd, eles comem de graça e
têm direito à melhor acomodação. Nas ruas, eles
não respondem a ninguém. Dezenas vagam pelas
florestas de Balkhan e pela planície de Pollen
atualmente. Eles prometem riquezas para Clãs
livres, mas apenas se eles se juntarem ao exército
de Beograd.
QUANDO COMEÇA O MILÊNIO DEPOIS DO MILÊNIO
AQUELE QUE FALA DE JURAMENTOS E LEIS
NUNCA SERÁ OUVIDO
A VOZ DELE
QUEM PREGA A FÉ CRISTÃ
SERÁ PERDIDA NO DESERTO
MASO PODEROSO ÁGUAS
DOSEM FÉREL IGÕES
VAI SE ESPALHAR EM TODO LUGAR
FALSO REDENTORES
VAI SE REUNIRO CEGO
EA INFIÉIS PORTARÁ ARMAS COMO NUNCA ANTES
FALANDO DE JUSTIÇA E LEI
E SUA FÉ VAI BRILHAR
ELE VAI LEVAR VINGANÇA
KARAKHAN
Um dia, ele está lá. Um estranho sem nome, pois ainda não
ganhou um. Mais tarde, ele será citado por ter dito "Sofia me
ligou". Ele percorre os parques florestais da cidade, escala as
montanhas Witoscha e espera o nascer do sol lá. Ele dirige a
reconstrução da Catedral dos Patriarcas e desce às ruínas de
edifícios esquecidos. Os funcionários da alfândega, os
guardas da cidade e os boiardos há muito se aliaram a ele,
depois que ele substituiu o Voivode Viktor. Ele agora se
autodenomina Karakhan, o líder negro. Ele cuida
pessoalmente do problema dos Paler fumigando os bunkers
com um punhado de companheiros de confiança. Ele dá
metralhadoras e coletes salva-vidas para seus oficiais,
mantendo os Discos Solares para si.
Ao seu lado está uma mulher negra vestida com o traje dos
Voivodules. Os padrões cruzados são desconhecidos, não
apontando para nenhum Clã conhecido. Sua voz é profunda e
calma, e ela só fala com seu Karakhan, falando em um dialeto
africano que ninguém por perto entende. Dependendo da luz, ela
parece ser velha ou muito jovem, e nunca sorri. Ela é uma
emissária do Banco de Comércio de Tripol, seu guarda-costas ou
sua amante? “Meu coração e minha alma”, ele a chama ao falar
com seus oficiais. “Grande demais para carregar dentro de mim.”
Hoje, a cidade é uma imagem espelhada dos próprios
atributos de Karakhan: desafiadora, ardilosa, disciplinada. Há
muito tempo ele adotou seu lema:
“Cresce, mas não envelhece.”
NOVAMENTE .
E FORTE
PARA A CRUZADA.
[ JEHANDEVEZEL AY ]
BUCARESTE
Cem catástrofes estão gravadas no rosto de Bucareste. Hoje, a
folhagem densa sussurra sobre as ruínas onde as paredes da
fortaleza outrora resistiram aos fanáticos do extremo sul.
Quarteirões inteiros queimaram por semanas, e até a pedra mais
dura derreteu em vidro preto.
Séculos atrás, o Dambovita transbordou e transformou o
município em um território lacustre que só voltou a secar
anos depois. O solo encharcado não conseguia mais
sustentar as torres dos Perdidos. Um por um, eles cederam,
inclinaram e desabaram. Dois deles se chocaram. Como dois
bêbados voltando da pousada para casa, eles se apoiam até
hoje. Então seguiram as tribos Walachian e os Voivodules,
escaramuças e batalhas. Cada edifício em Bucareste foi usado
dezenas de vezes, livre de arbustos e árvores, sitiado,
conquistado e abandonado novamente. Grandes áreas
dentro da antiga área municipal são pontilhadas de postes,
caixas torácicas projetando-se de matagais e arbustos,
flechas e lanças apodrecendo no mato.
Então, os Jehammedanos vieram. Eles imergiram as tribos
em sua religião ou as esmagaram entre as frentes de seus
guerreiros. Eles oraram e pregaram em locais históricos da
cidade – na Igreja de Stavropoleos e na Catedral dos
Patriarcas, bem como nas ruínas monumentais da Casa da
República. Seus rebanhos de cabras pastavam nos
desfiladeiros cobertos de mato da cidade.
A vida fluiu de volta para a cidade.
No entanto, o esplendor de Bucareste despertou desejos.
BALKHAN 101
Nas planícies do Adriático, Jehammedanos e Anabatistas estavam
envolvidos em uma batalha estática. Agora, Isaaki espancado e
encharcado de sangue exigia ajuda para que Bucareste pudesse
provar-se digna da misericórdia de Jehammed. Bucareste enviou seus
melhores soldados. Eles estavam desaparecidos quando os africanos
cruzaram o Bósforo e ruidosamente em direção à cidade em seus
tanques de pressão.
ELES LEVANTAM O VENTO…
Região Territorial IV, não muito longe de Laibach. Cartelas de
barris de nitro foram anotadas nos registros da alfândega:
desembaraçadas e certificadas em Mobilis, West Borca.
Destino: os Balcãs. Cronistas sem nome acompanham o
transporte, bem como Scrappers armados de origem
desconhecida. Os papéis estavam imaculados, o pagamento
da passagem foi feito sem pedir e sem regatear.
Quando o comandante do corpo Bianchi tomou conhecimento
dos registros da alfândega durante uma investigação de rotina, o
rastro havia esfriado. Suas tropas alfandegárias não se lembraram
ou se fizeram de bobas, e até mesmo as transmissões de rádio
para Justitian não obtiveram informações sobre a remessa.
Bianchi decidiu que tinha coisas mais importantes para fazer.
… E REAPTHEWHIR LW IND
O neolíbio Zuberi havia passado meses naquele vilarejo sujo
sobre o cadáver de Istambul, examinando mapas e enviando
seus algozes para medir a capacidade de carga do solo e
explorar possíveis rotas. Três Tanques Surge foram dados a
ele pelo Banco de Comércio, e centenas de Algozes o
seguiram. Ele convidou amigos de sua família e xeques para
assistir a um tipo muito especial de caça nas plataformas das
fortalezas móveis. Em breve, de acordo com seu plano, cada
minuto investido seria recompensado em sacas de dinares.
Neste verão, ele invadiria Bucareste, fecharia todo o sul
dos Bálcãs e enviaria seus Scrappers aos bunkers Paler para
arrancar as últimas riquezas do reino das raízes desta terra.
Ele já tinha o rosto esculpido em prata – usaria a máscara
para o desfile da vitória por Tripol, pouco antes de ser
declarado xeque no Banco do Comércio.
O exército começou a marchar. Os Tanques Surge consumiam
os quilômetros, dia a dia. O cartógrafo de Zuberi anotou cada
centímetro de terreno que eles ganharam e sorriu. Tudo correu
conforme o planejado. Em mais três semanas, chegariam a
Bucareste.
Os africanos passaram pelo Voivodate Ionnus. Como
inimigo de Bucareste e enterrado sob uma pilha de dinares,
deveria manter a calma. Zuberi ficou irritado quando o
Voivode da área, Neven, pediu para sentar. Ele veio
barganhar por mais? Diante desse exército imparável?
Ele estava bravo?
No entanto, Neven elogiou a generosidade e a força de
Zuberi com grandes gestos. Ele não queria ouro, disso ele
realmente tinha o suficiente. Ele dispensou essa ideia. Ele
queria glória e vingança contra Bucareste. Ele colocou sua
cavalaria a serviço de Zuberi para o primeiro ataque.
Zuberi ficou perplexo, mas feliz. Deixe os selvagens se
matarem! Isso significava que sangue africano menos valioso
seria derramado. Além disso, seria muito mais fácil conquistar
o Voivodate Ionnus.
Os dias voaram. Os batedores de Neven correram à
frente, às vezes relatando quedas de rochas e planaltos
intransponíveis, às vezes encontrando rios transbordantes.
Pequenos detalhes. Nada que o Cartógrafo não tivesse
previsto e foi capaz de contrariar com pequenos desvios.
Em três dias, eles veriam as torres de Bucareste. Neven
pediu um último longo descanso para ele e seus cavaleiros,
uma celebração de seus ancestrais ao lado da qual logo
jantariam. Zuberi adorou a ideia. Um pouco de folclore e gula,
e seus convidados bastante entediados estariam ansiosos
pelo final.
O voivode havia escolhido um local, um campo baldio com
boa visibilidade de todos os lados. Nenhum inimigo seria capaz de
se aproximar deles. Os Surge Tanks formavam um triângulo
aberto de fortaleza: as fogueiras seriam acesas no centro dele.
Logo a festa estava no auge, as cabras assavam no fogo, o pão era
servido em fornos de barro. Apenas os Algozes abstiveram-se da
celebração e guardaram as plataformas. A noite caiu sobre o
exército de Zuberi. Cadeias de luzes se iluminaram com uma
cintilação. Zuberi havia se superado.
Assim como Neven. Ele sentiu o calor do fogo em seu rosto.
O GADO MORRE E OS PARENTES MORREM,
E ASSIM A PESSOA MORRE A SI MESMA;
UMA COISA EU SEI QUE NUNCA MORRE ,
A FAMA DE UM
AÇÕES DO HOMEM MORTO.
Ele estava sozinho. As canções e as palmas rítmicas só
soavam abafadas através do casco blindado do Surge Tank.
Ele ficou na frente da fornalha. Os tanques Petro estavam
todos na parte de trás da fortaleza, envoltos em centímetros
de aço. “Eles pensaram em tudo”, disse em voz alta, pegou a
bolsa ao lado e jogou na fornalha. O tecido pegou fogo com
um estrondo, ardeu e se esticou sobre seu conteúdo. Mais de
uma dúzia de pedras em forma de ovo do tamanho de um
punho eram visíveis sob o tecido em chamas. O Voivode
franziu a testa e fechou os olhos. Ele nunca entregaria seu
país aos demônios negros.
As granadas detonaram com um flash, seguido por um
barril de chamas que vaporizou a sala de máquinas e rugiu
contra o casco blindado. O Surge Tank resistiu, a casca
externa explodiu para fora. Metal derretido caiu no chão,
atingindo uma camada de nitro que os capangas de Neven
haviam escondido sob o solo dias atrás. O fogo estava
queimando, comendo cada vez mais fundo no chão. Até
chegar aos barris de nitro enterrados - o legado de Neven e
um presente de despedida para os Balkhan.
A detonação não foi ouvida em Bucareste, mas o clarão
de luz distante no sudeste foi como o nascer do sol para a
cidade.
Quando a notícia chegou a Tripol, os Sheiks rapidamente
concordaram que ninguém poderia ter sobrevivido à bola de fogo –
quantos bons africanos mais esses lunáticos da montanha deveriam
matar? A vida e o sonho de Zuberi terminaram, e o Banco do Comércio
suspendeu a conquista dos Balcãs.
Em algum lugar bem no fundo do Agrupamento Central de
Justitian, alguém caiu na gargalhada. O Fragment, Impulse,
assistiu à destruição do exército de Zuberi através das gravações
ópticas arranhadas de seu drone. Enquanto vivesse, ninguém
mais tocaria na terra de seus ancestrais, disso ele tinha certeza.
[ THEEDDA ]
BALKHAN 103
DISSOLUÇÃO
Bucareste é cercada por lobos. Voivode Djuric vê sua chance,
mas ainda não age - deixe os Jehammedans trabalharem
coletivamente contra os Leões Africanos. Até agora, ele não
está ciente da destruição do exército africano. Ele espera
demais. Quando seus espiões lhe contam sobre o exército de
Karakhan, ele já sitia a igreja de Stavropoleos.
Enfraquecido pela batalha contra africanos e
anabatistas, o Iconídeo de Bucareste pede ajuda a Áries,
mas seu chamado permanece sem resposta. Dois dias
depois, ele inclina a cabeça para Karakhan e entrega a
cidade. No mesmo dia, o último Isaaki restante em
Bucareste, Arioch, o empurra da torre da Catedral dos
Patriarcas como um traidor.
Arioch se esconde, mas Bucareste permanece invicta. Os
Abrami estão cansados e desesperados, tendo perdido
quase todos os filhos para a guerra. O que resta são suas
filhas, mas o que será delas sem nenhuma proteção?
Karakhan oferece uma mão ao Abrami, declara o tabu das
mulheres de Jehammed se elas jurarem lealdade eterna a ele.
VOIVOD EM EDALM EM IA
Uma mão mumificada está em exibição, com os dedos indicador e
médio cruzados e mantidos no lugar por um fio. Ao lado dele está
um feixe de bandagens, atravessadas com fios de prata e ouro,
supostamente contendo o crânio de um Anabatista. Sem se
levantar, o mercador acrescenta: “Tem uma bolota na mandíbula”.
Sua exibição contém apenas peças únicas: um punho com uma
lâmina quebrada, incrustada de lama e envernizada, um chifre de
carneiro, azul fosco e empoeirado, mexilhões perfurados e
amarrados de um mnemonídeo hibrispaniano, uma clava com
cem entalhes no punho. Abaixo da barraca, mais itens se reúnem
poeira em caixotes. “Há mais lá embaixo, basta puxá-lo para fora e
vasculhar.” Agora o comerciante sorri amargamente.
Nos primeiros dias do voivodato Dalmácia, essas curiosidades
eram vendidas como armas antes de uma guerra. Os Iconídeos da
cidade foram derrubados, seus cofres foram saqueados e todos
queriam possuir um desses... Ícones. Supostamente, os homens santos
haviam trocado decisões com Deus, e essas coisas eram símbolos do
acordo, os maiores tesouros desse culto ao bode. De qualquer forma, o
saque rapidamente perdeu seu apelo. As oficinas de falsificação tinham
acabado de iniciar a produção e rapidamente inundaram o mercado
com suas próprias interpretações. Mesmo que os Jehammedanos
fossem capazes de retomar a cidade um dia, eles não seriam capazes
de distinguir suas próprias relíquias antigas das imitações.
PARTIDO
Durante séculos, os Jehammedanos sentaram-se nas secas cidades
costeiras da Dalmácia sem nunca terem pertencido. Seus banhos eram
usados apenas por eles, ismaelitas com sabres mantinham os
habitantes da cidade afastados. Ruas e quarteirões inteiros foram
cortados da barulhenta vida cotidiana dos Balkhanis.
Havia um antigo pacto entre a dinastia Zlatan Voivode e
os iconídeos da Dalmácia que determinava qual área
pertencia aos balkhani nativos e qual pertencia aos
Jehammedans. Segundo as lendas, remonta aos irmãos
Zlatan originais. Depois de derrotar os clãs dálmatas, um
deles escolheu uma vida mundana com todas as suas
comodidades, enquanto o outro escolheu ser um dos Isaaki e
foi levado aos ritos religiosos do Culto e eventualmente
declarado Iconídeo. Três gerações aderiram ao pacto.
Jehammedanos e dálmatas observavam uns aos outros com
ceticismo e ridicularizavam
 G,E
Y BER
RECOLHEMOSALGUNS MOMENTOS DE REPOVO
REM EM
EVE R º NO
uns aos outros: os últimos porque consideravam a ladainha
religiosa sem sentido, os primeiros porque consideravam os
Balkhani crianças que ainda precisavam encontrar a si
mesmos e a Deus... mas era tarde demais.
O Voivode tornara-se velho e brando, e seu hábito de bajular
o Iconídeo era um hábito. Até que o Boyar Buzdovan tomou
coragem, pegou uma estrela da manhã com um longo cabo da
parede da câmara do trono e quebrou o crânio do velho Zlatan.
Os outros boiardos não se mexeram. Buzdovan os empurrou e
saiu marchando, arrastando sua arma. A bola pontiaguda e
ensanguentada da arma pintou linhas vermelhas no chão. Do lado
de fora, ergueu a estrela da manhã e gritou: “Liberdade!”
Buzdovan forçou os Boyars a reconhecê-lo como Voivode
e enviou seus capangas contra todos que não lhe disseram o
que ele queria ouvir. Ele declarou os Jehammedanos fora da
lei: aqueles que pusessem as mãos neles primeiro poderiam
reivindicar seus bens. Os assassinos cuidaram dos boiardos
rivais, e Buzdovan concedeu ou tirou novos títulos e
privilégios quase todos os dias. Os Jehammedanos foram
vendidos como escravos, os Apocalípticos caçados até a
morte como animais. Ele primeiro bajulou os anabatistas e
depois os empurrou para um poço cheio de Gendos famintos.
Todo meio-dia os sinos dobram para lembrar a hora da
liberdade. No mercado, há uma tigela de ouro, e quem ousar
tocá-la perderá a vida.
Dia a dia, Buzdovan inventa novos rituais e costumes para
demonstrar cultura e força ao seu povo dilacerado. No
entanto, os dálmatas provaram o doce néctar da liberdade.
Alguns deles colocaram suas esperanças no impacto de seu
Voivode, deixando-se levar por seu desejo pelo título de
Boyar. Outros se reúnem para controlar o mercado negro e o
comércio de escravos. Buzdovan pode ser paranóico, mas não
sem razão. Na verdade, ele acredita que sabe
NERAÇÃO.
[RAY BRADBURY]
a hora de sua morte. Nas profundezas das catacumbas sob a
câmara do trono, ele mantém um ícone em um santuário de aço.
Segundo a lenda, dá a um Isaaki que o usa em combate a força e
a confiança para derrubar o Voivode da Dalmácia. Ele poderia ter
destruído. Mas o destino não faria simplesmente com que ele
morresse de outra maneira?
TURQUIA
Sementes de psicóvoras dançam nas ondas do Nilo em direção ao
Mediterrâneo, apanhadas pela corrente e depositadas na antiga
costa turca. Eles crepitam e finalmente explodem na areia
molhada. Filamentos de raízes tateiam, enterrando-se nas
profundezas. Logo, folhas octogonais sobem em direção ao sol. A
primeira fruta está inchando. Começou.
Os Psicívoros devoram planícies gramadas, pântanos e
florestas de folhas largas, afugentam ursos marrons e veados. As
cidades ficam desertas quando a selva verde-azulada as engole.
Mas nem todos os habitantes fugiram. Segundo a lenda, os
filhos dos turcos se escondem em meio à estranha e altamente
perigosa frente de planta. Eles sobrevivem em enclaves
hermeticamente fechados. Ao deixá-los, eles usam trajes de
proteção feitos de plástico bulboso que brilham na penumbra sob
as árvores. As plantas estremecem diante deles e recuam seus
espinhos. Os neolíbios gastariam uma fortuna por esse veneno de
contato. No entanto, os turcos os evitam, assim como fazem com
todos os estranhos.
Um ano atrás, o navio africano “Tomi” atracou na cidade em
ruínas do porto coberto de mato de Kalkan. A bordo do navio-
tanque estavam Neolíbios e Espitalários. Em trajes de higienista,
este último entrou nos Psicívoros, colheu amostras, enterrou
cartuchos e os telegrafou. A experiência começará em breve.
BALKHAN 105
 OS CAMPOS DA MATANÇA
HIBRISPÂNIA
HÍBRIS
Um fragmento de asteróide atingiu um maciço montanhoso ao sul de
Toledo. A lança abrasadora de sua cauda ficou visível por apenas um
segundo, então a detonação a destruiu. O chão tremeu, uma onda de
choque rasgando a terra, mas rapidamente perdeu o impulso. Nuvens
de poeira cercaram Toledo.
Os centros de gerenciamento de crises assumiram o controle. Os
líderes do comboio foram glorificados. A cada dia, a epopeia nacional
da Reconstrução era emendada com mais um verso. Os primeiros
anos correram e cada nova dificuldade era como uma conquista. A
reconstrução foi considerada uma luta cultural e os espanhóis levaram
a melhor. No entanto, a energia era escassa.
Nuvens de cinza escureceram o dia e tiraram de cena as quintas do sol
castelhano. Um tsunami derrubou as turbinas eólicas na costa e as
lançou nas profundezas do oceano. Em seu lugar, geradores a
gasolina agora chacoalhavam. As reservas nacionais de petróleo
diminuíram. Pessoas que queriam apenas o melhor para seu país se
reuniam em torno de mapas como faziam há séculos. Os dedos
apontavam para países ao redor do globo próximos e distantes, mas
raramente para os seus próprios. O petróleo da África despertou
desejos. Um pequeno esquadrão armado deveria negociar concessões
de bombeamento. Alguém na mesa do mapa riu, o clima era alegre.
Eles sabiam o que estavam fazendo.
HIBRISPÂNIA 107
GIBRA LTA R
A ponte sobre o Estreito de Gibraltar foi atingida. A velha estrada
pendia dos pilares como um trapo molhado. Navios e detritos
foram jogados contra as colunas e se agarraram a elas. O nível do
mar caiu. Areia e destroços formaram ilhas, mais navios fecharam
lacunas. Um alpinista habilidoso quase poderia ter cruzado da
Espanha para a África sem se molhar.
Os espanhóis cuidaram do resto. Eles construíram barragens,
usaram os destroços como fundação, inseriram rampas e preencheram
lacunas. Onde o terreno estava encharcado, eles o desidrataram e o
fortificaram com concreto. Nas últimas centenas de metros, os
africanos aplaudiram os trabalhadores espanhóis e despejaram eles
próprios toneladas de rocha na brecha.
A LINHA
Quase nenhum dos espanhóis sabia o que aconteceria a seguir.
Trabalhadores de ambos os lados ainda apertavam as mãos e trocavam
presentes quando os garimpeiros espanhóis chegaram. Estavam todos
armados até os dentes: metralhadoras montadas na carroceria de seus
caminhões. Eles chegaram a uma velocidade vertiginosa. Os nativos
cederam e acenaram para eles. Eles invadiram os primeiros campos de
petróleo, comboios trouxeram barris para Gibraltar.
A missão foi um enorme sucesso: o petróleo africano fez o
as lâmpadas piscam e brilham em Madri.
Os africanos, porém, ficaram zangados. Isso foi roubo! Eles
exigiram que os intrusos levassem suas bundas brancas de volta
para seu próprio país. Os espanhóis discordaram. Rapidamente
aumentou.
CONFLAGRAÇÃO AGORA
Salvas de metralhadoras crivaram casas enquanto cidades queimavam.
Os mercenários espanhóis afogaram a terra em sangue. Vozes céticas
agitando a bandeira da humanidade foram abafadas no burburinho
dos partidos focados no petróleo. A riqueza tornou-se uma obsessão.
A raiva dos africanos cresceu. Chegaram pessoas de todo o
continente. Eles emboscaram comboios, se reuniram e treinaram.
Seus números cresciam dia após dia.
Deve ter sido centenas de milhares que finalmente
atacaram os invasores. Os mercenários reagiram bombeando
chumbo na multidão até que suas metralhadoras brilhassem
e as bandoleiras estivessem vazias. No final, eles detonaram
as plataformas e recuaram sob a cobertura de fumaça,
controlados no início, em pânico depois. Toda a África se
levantou contra eles e os expulsou pelo mar, de volta a
Gibraltar. Os africanos seguiram e cruzaram a ponte de terra.
ERA DE VIRADA
Isso foi há 200 anos. O clima tornou-se muito mais úmido
desde então. Onde antes pinheiros e palmeiras tinham que
lutar para economizar água, agora existe uma densa selva de
carvalhos e faias. O ar é úmido e quente. Riachos cortam
terras anteriormente secas. Os animais bebem de lagos e
lagoas profundas. Manguezais crescem ao longo dos rios,
juncos balançando ao vento. Ruas e edifícios estão cobertos
de tapetes de musgo.
O tempo não levou embora o ódio. O dia em que
Gibraltar caiu foi o dia em que a Espanha acabou e a
Hybrispânia começou. Desde aquele dia, toda uma população
está em fuga. Eles perderam uma cidade após a outra para o
avanço implacável dos africanos até que apenas Madrid, a
última fortaleza de Castela, permaneceu. Aqui, os atacantes
se esgotaram em uma floresta com armadilhas e foram
rechaçados - por enquanto.
O tempo dos grandes exércitos acabou, as forças Hybrispanianas
se dissolvendo em dezenas de pequenos esquadrões Guerrero, cada
um lutando individualmente com unhas e dentes por sua liberdade.
Eles destruíram pontes, assassinaram líderes inimigos, plantaram
armadilhas nas florestas escuras e prepararam emboscadas. Nunca foi
uma luta justa, de nenhum lado. Nenhuma das facções hesitou em
pregar inimigos derrotados nas árvores, cruelmente torturados. Não
demorou muito para que a selva cheirasse a morte.
CAÍDO PELO LADO
A liberdade do país é o principal objetivo de todo verdadeiro
hibrispanhol. Ele conhece os nomes de todos os gloriosos
mártires, pede sua orientação antes de um ataque e lembra-
se deles ao enterrar um companheiro. A cultura é usada para
glorificar a resistência e seus mártires, cuspindo uma canção
heróica após a outra e pintando batalhas nas paredes das
fortalezas de Castela até que até os Guerreiros a considerem
excessiva.
No final, é tudo sobre uma coisa: como um lutador pode
superar outro e esfaqueá-lo, acertá-lo ou atirá-lo até que o sangue
e a vida acabem, até que não reste nada além de uma casca e
memórias desaparecendo. Lutar é o trabalho dos Guerreros. Todo
o resto é uma distração infantil.
Na selva, ele vive em acampamentos construídos às
pressas que não importam para ele. Posses são um fardo,
restringindo sua mobilidade e tornando-o vulnerável. A
floresta é seu parceiro de luta mais leal, eles se tornam um, e
o Guerrero aprende a rastrear inimigos e a viver da floresta.
O auto-sacrifício é considerado o maior mérito, a impiedade
para com o inimigo é considerada justa.
Homens e mulheres nascem e morrem como Guerreros e Guerreras.
Eles morrem nas armadilhas dos africanos, despedaçados por minas e
granadas ou simplesmente espancados até a morte.
A morte é aceitável se servir a um propósito. Mas o
HIBRISPÂNIA 109
Algozes têm um destino muito mais cruel reservado para os lutadores
de Hybrispânia: a escravidão. É a humilhação final, uma chance de
quebrar a vontade de um inimigo. Mas nenhum Guerrero escravizado
cometeria suicídio na prisão. Em vez disso, ele espera, ininterrupto,
implacável.
Os neolíbios conhecem os seres humanos com quem
negociam e trabalham. Eles preferem enviar os hibrispanos
para as minas de minério, não para as famílias ou para os
campos de petróleo. Muito risco.
CASTELA
Respire fundo. Nenhum africano jamais pisou no planalto
castelhano. Isso não vai mudar enquanto o Madrid
perseverar. Salamanca, León, Burgos e Valladolid são a
prova de que a luta não é em vão, de que resta algo que
vale a pena proteger.
O clima é ameno, a selva recua e dá lugar a campos de
milho aninhados entre cadeias de colinas e afloramentos
rochosos. Casas de areia e calcário com janelas altas e
influências góticas formam pequenas cidades. As amêndoas
cheiram docemente, as paredes de pedra seca marcam os
caminhos. As vielas inundam-se de luz, os velhos Guerreros
sentam-se em bancos de pedra, rodeados de crianças,
contando histórias das suas batalhas, dos seus inimigos, das
suas caretas e máscaras e que sangram como tu e eu.
Cada cidade possui uma arena, mesmo que seja apenas um
círculo cercado. A Arena Las Ventas em Madrid é uma das
maiores. Os jovens Guerreros travam batalhas rituais uns contra
os outros, seus eventos modelados após a história. A batalha de
Compostella é muito popular. Dizem que La Campeadora matou
um simba africano com nove golpes, então aqueles que
conseguem nocautear o oponente com exatamente nove golpes
na arena são chamados de El Astado, o touro, e celebrados como
o lutador mais forte da aldeia por um dia.
Mais adiante, os rebanhos de cabras dos Jehammedanos pastam.
Os cultistas vivem lado a lado com os Guerreros, vendendo carne para
as cidades e mantendo banhos ali. Nas arenas, eles falam calmamente
da misericórdia de Jehammed e da sublimidade de
a guerra contra os africanos. Mas eles fazem mais do que apenas
falar. Seus filhos deixam o planalto com os lutadores
Hybrispanianos para matar e morrer com eles.
Os Iconídeos de Valladolid já foram eles próprios guerreiros
sagrados, sem fugir do perigo, confrontando Simbas e Dumisais
africanos e vencendo-os em batalhas lendárias. Eles pedem sorte
a Jehammed na guerra e presenteiam os líderes Guerrero com
relíquias e ícones. Todos os dias, suas vozes ecoam pela Plaza
Mayor desde o sobrado. A cada dia, sua influência cresce. Mesmo
que houvesse dias de lazer, o zumbido dos Iconidas levaria os
Guerreros de volta ao inferno da selva com suas feridas mal
curadas.
LACAMPEADORA
Córdoba arrancou seu olho esquerdo. Em Cartagena, uma bala de
9 mm perfurou duas crateras fumegantes em suas bochechas e
transformou seus dentes em uma galáxia de cacos de cálcio. Em
Barcelona, o estilhaço explosivo de Abubakar rasgou seu nariz e
testa. Scourge machuca as costas em Málaga, outro tiro em
Cartagena, desta vez na perna. Pequenos sacrifícios para uma
grande guerra e sua parte dolorosa, mas vitoriosa nela.
Há mais de vinte anos, na corte do Neolíbio Jaafar
em Córdoba, ela usava seu nome de escrava, Ayana –
Bela Flor. Como os africanos a julgaram mal. Hoje, os
Guerreros Hybrispanhianos a conhecem como La
Campeadora, a Mulher Lutadora.
A guerra dos Hybrispanianos gerou grandes Guerreros. Eles
iam e vinham: dilacerados por balas, esmagados sob rodas ou
acorrentados entre Scourger Koms e dilacerados. A morte deles
inspirou os sobreviventes de cujas fileiras o próximo herói logo se
ergueu. Todos eles falavam a linguagem da guerra, eram todos
atiradores lendários ou combatentes próximos, intuíam os
movimentos do inimigo como se fossem psíquicos. Mas nenhuma
falava a língua do povo como La Campeadora. Ela fala baixinho,
parece empática – o tempo todo sentindo o humor do público,
entrando em sintonia com ele. Com cada palavra, ela conduz sua
contraparte um pouco mais adiante em seu caminho, cantando
sua canção sobre a beleza da terra e seu orgulhoso povo,
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com
MULHER DA MONTANHA TA IN
Vinte anos se passam. Os Algozes se mobilizam e nada vai
detê-los. Os sábios Pregnóticos muitas vezes mostraram o
caminho para os Guerreros, mas desta vez um simples
oráculo não será suficiente. Um guerreiro inicia uma jornada.
Ele não sabe, mas continua indo de entalhe em entalhe,
cumprindo assim uma profecia esculpida em uma árvore
anos atrás. As ondas do destino o levam a uma montanha
cuja silhueta ele vê diante de seu olho interior. Ele sobe à luz
da lua, até um lago na montanha. Preto e frio, está na frente
dele. A lua é um reflexo ondulante. Mexilhões trituram sob os
pés. Eles se abrem e revelam teia prateada.
Então ele a vê: uma mulher nua em pé
à beira do lago, de costas para ele. Sombras balançam a seus
pés, subindo por suas pernas e passando por suas costas até
a cabeça. Sua silhueta fica borrada como se ela fosse um
reflexo na superfície do lago. Ela ri com uma voz rouca que
fala da idade e nada tem a ver com a beleza nua diante do
guerreiro.
Ele caminha em direção a ela, estendendo a mão para a
Mulher da Montanha. Ela se vira, pega a mão dele.
Tardiamente, ele abaixa o olhar. Ele viu os olhos costurados e
a coisa em sua testa que olha para ele como um animal
faminto das profundezas do nada. Mexilhões grudam em seu
corpo e se movem, abrindo e fechando em ondas.
Ela o conduz.
Ela caminha no tempo, seguindo os passos finais
da profecia. Ela fala com ele em mil línguas de mil
encarnações. Ela o ensina. Nomear o preço e exigi-lo.
Mexilhões caem dela, rastejam até a água e afundam
na escuridão.
Finalmente acabou. O guerreiro trocou seu presente por seu
futuro. Ele estava lá quando os Surge Tanks avançaram em
direção a Madri, mas ele sabe que esse momento está dias no
futuro. Tempo suficiente para preparar as armadilhas.
NENHUM PREÇO MUITO ALTO
Nem todo Hybrispanhol consegue vislumbrar o futuro dos
Nodos. Alguns guerreiros nunca voltam. A Mulher da
Montanha nunca recusa, mas nunca mantém, meninas.
La Campeadora recruta essas crianças nas aldeias,
prometendo aos pais que as treinará para o combate.
Então ela os envia para as montanhas.
Semanas depois, eles retornam como velhas usando
colares de mexilhão, sem vida passada ou presente, mas
cheias de conhecimento sobre o futuro. Seu sacrifício
criará um equilíbrio de poder entre o Leão e o Corvo por
dias e meses.
RENEGADOS
Os africanos não vieram como invasores. O sangue em seus olhos
cegou o Leão que se debatia descontroladamente. Ele perseguiu como
os predadores fazem. Sua sede de vingança não havia sido saciada em
Gibraltar, então seguiu o assassinato de Corvos em fuga para o norte,
mortos um após o outro. Suas garras arrasaram Jerez e Málaga,
Granada e Sevilha logo a seguir. Cartagena foi destruída.
No entanto, no final, até um Leão se acomoda. A sede de vingança
se transformou em amargura. As feridas ainda doem. Muitos
haviam caído nos ataques Hybrispanianos. Mesmo que cada
maldito Hybrispaniano sangrasse, pregado a uma árvore, a culpa
nunca poderia ser apagada.
Os africanos olharam em volta. No dia anterior, eles haviam
visto campos de batalha e emboscadas em potencial, agora eles
viam florestas pacíficas, terras férteis e belos edifícios perdidos.
Eles caminharam pelo pórtico da Mesquita em Córdoba e se
maravilharam com uma fonte carregada por doze leões de pedra
na Alhambra. Esta terra tinha mais a oferecer do que a morte. Eles
gostaram.
Os neolíbios derrubaram as barricadas e se mudaram
para os palácios. Eles lavaram o sangue das paredes e
ruas. Nas praças, os comerciantes agora ofereciam figos e
figos de casa. Hybrispanianos cativos carregaram fardos e
repararam danos. A velha Andaluzia tornou-se a segunda
casa dos africanos e Sevilha tornou-se o pingente
europeu de Tripol.
Mais de dois séculos se passaram desde que eles se
estabeleceram. Os lutadores daquela época estão mortos.
Sua perda e sua tristeza não foram esquecidas, mas foram
envoltas em histórias e envoltas em lendas. Tocam o coração,
mas não o estrangulam mais.
Gibraltar e Sevilha estão longe dos campos de batalha
daqueles dias, transformando-se em cidades movimentadas
com banhos, bibliotecas e mercados. A população fez as
pazes com os africanos, e os africanos trocaram as correntes
por palavras duras. Os hibrispanos trabalham como pessoas
livres nas plantações, bebem chá à sombra de um toldo com
os neolíbios e jogam Kalaha sem ter que temer o Flagelo.
Ainda assim, eles admiram humildemente os cônsules
neolíbios que os governam dos palácios do passado. Aqueles
que falam mal deles ou perseguem um garoto africano ladrão
de sua barraca no mercado tendem a aumentar a ira do Leão.
“Pegue a estrada para Gibraltar” é outra frase para ser
vendido como escravo.
Os hibrispanos não se revoltam, pois sabem o que acontece
no norte, o que aconteceu com Córdoba depois que La
Campeadora tomou a cidade: ela veio como vingadora, não como
libertadora. Aqueles que ficam do lado dos africanos ou se
submetem a eles estão perdidos para sempre. Em Castela e no
resto do norte, os hibrispanhóis andaluzes são considerados
renegados, traidores.
Córdoba pode ter caído nas mãos dos africanos mais uma
vez, mas os campos de caveiras fora dos portões da cidade
devastada com suas milhares e milhares de cabeças em
estacas ainda falam de um ódio antigo, e a tolerância de
Gibraltar e Sevilha não é ilimitada.
Os Consejeros tentam manter e expandir a paz. As
comunidades hibrispânicas os elegem: são em sua maioria
homens e mulheres sábios que agem como juízes entre seus
parentes e resolvem conflitos com os africanos. Eles lutam por
privilégios, oferecem jovens hibrispanos aos cônsules como peões
ou para fortalecer os guardas da cidade. Corvos guardam
escravos. Cachorro come cachorro. É uma visão insuportável para
os Guerreros.
 QUANDO COMEÇA O MILÊNIO DEPOIS DO MILÊNIO
A HUMANIDADE VAI JULGAR
DE ACORDO COM O SEU SANGUE E CRENÇAS.
NINGUÉM VAI OUVIRCORAÇÃO
ELES SERÃO EMPURADOS DEO NINHOGOSTEI E
NINGUÉM OS PROTEGERÁ
DEMÃO ENGANADA.
ÓDIO NINGUÉM
VAI SE AFOGARA
NÃO OS ANTIGOS, NÃO OS FERIDOS
AS CASAS SERÃO DESTRUÍDAS E SAQUEADAS UMAS VÃO
SUBSTITUIR AS OUTRAS.
CÓRDOBA
Jaafar, o Cônsul de Córdoba, perdeu o olho para a beleza: os
jardins estão cobertos de mato, as ervas daninhas sufocam as
pequenas flores que restam, e ele nem percebe mais o
sangue nos ladrilhos vermelhos. No Mesquite tratam-se os
mutilados, e o estalo dos Flagelos é audível em seu palácio,
despertando-o de seu sono mesmo depois de todos esses
anos.
La Campeadora transformou este paraíso em um campo
minado. Ele preferia correr nu pelas Psiquívoras do que andar
pelas ruas sozinho como gostava de fazer anos atrás.
Nenhum dia passa sem um ataque. O lunático até envia
crianças para levar Discordant Burn para as câmaras de arroz
ou para envenenar poços. A população hibrispanhiana que
ele sempre tratou com justiça e gentileza fugiu para Sevilha.
Quem pode culpá-los? Aqueles que ficaram para trás
cooperam com os Guerreros ou foram levados cativos. Você
não pode confiar em ninguém. Mesmo os poucos Consejeros
restantes têm uma aparência estranhamente astuta.
Jaafar não abre exceções. Cada Hybrispanhol em sua
cidade é considerado um inimigo em potencial. Algozes
arrastam as pessoas de suas casas e as acorrentam. Ainda na
semana passada, eles vieram buscar seu velho amigo e
Consejero, Ignacio. O velho implorou em seu africano sem
sentido, implorou por misericórdia para ele e sua esposa.
Desde então, Jaafar tem dúvidas persistentes. Ele sempre foi
propenso a pontos fracos.
Do lado de fora dos portões da cidade, Algozes colocam
as cabeças dos inimigos derrotados como um aviso. Os
Guerreros vêm à noite e cravam postes no chão, decorados
com crânios do Algoz. Isso vem acontecendo há meses. O
campo de crânios cresce, como uma ferida infectada. Jaafar
está desesperado. Alguns dias atrás, Algozes tropeçaram em
fios de bisso amarrados entre os postes e caíram em camas
de pregos. Eles foram envenenados. Os Anubitas ainda lutam
pela vida dos feridos, costurando os corpos febris em peles
de Gendo e esperando que seu deus com cabeça de chacal os
salve. A esperança é tudo o que Jaafar deixou.
DAS CRIANÇAS QUE SOFREM
JOVENS
TERRA
QUE SE CONSIDERA CALMA
SERÁ SEGURO
[ JEHANDEVEZEL AY ]
FRONTEIRA
Os Guerreros na região fronteiriça de Al-Andalus não
conhecem piedade. Os que estão aqui são africanos ou
renegados. Ruínas queimadas falam de vilarejos
esmagados entre ataques de Guerrero e incursões do
Algoz. Muitos são túneis, e todos eles são armadilhas.
Árvores foram derrubadas, paredes derrubadas. Não há
muita cobertura para atacantes ou defensores.
Os campos discordantes são muito próximos.
Os esporos dançam na brisa, há um forte cheiro de amônia
no ar. Às vezes, membranas bege pálidas deslizam pelo céu
deixando um rastro de esporos turbulentos, nadando no ar como
raios malformados. Os insetos são multissegmentados aqui: uma
espécie de formiga tem cinco segmentos corporais em vez de
três, como de costume. Os dois adicionais são vermelhos
brilhantes, e pares atrofiados de pernas em constante vibração
crescem a partir deles.
Koms, os carrinhos dos Algozes, correm pela paisagem
irregular. Eles arriscam outra incursão.
FENÔMENOS
As florestas são o território dos Guerreros. Nos últimos 200 anos,
eles cavaram, esqueceram e redescobriram centenas de túneis.
Cordas são esticadas entre as árvores; armadilhas cobertas com
galhos leves aguardam o Koms. Troncos de árvores ou detritos
bloqueiam as estradas dos Perdidos. Os Algozes avançam
quilômetro após quilômetro, explodindo alpendres e túneis. Por
horas, eles não veem nenhum Guerrero, mas ouvem seus
chamados. A floresta os engole. Entre as árvores, a escuridão se
transforma em sombras e monstros.
As folhas caem. Que tranquilo! Os Koms cortam o abismo
como navios em um mar tempestuoso. Todos os tons de
vermelho decaem para um cinza cintilante. Os Algozes param. É
meio do verão. Um do grupo pega uma folha. É um marrom de
outono, mas as árvores estão cheias de seiva. Seus galhos são
imóveis, como se esculpidos em pedra. Suas folhas são de um
estranho verde brilhante, mas intocadas. Ainda assim, sai
HIBRISPÂNIA 115
Continue caindo. Os Algozes olham para o céu marrom
por um momento. Eles ouvem fragmentos de conversa
em uma língua estrangeira. O ar é granulado e pesado,
cada palavra que sai da boca do Algoz só consegue
percorrer um palmo dela. Um deles arranca a máscara e
abre a boca para um grito silencioso. O silêncio envolve os
africanos.
Mais tarde naquele dia, Jaafar notará tristemente que outro
esquadrão de Algozes não voltou e provavelmente se tornou
presa das tropas dos lunáticos. Uma semana depois, ele não tem
mais tanta certeza, pois vários esquadrões relatam
acontecimentos inusitados na mata. Eles falam de formigas
subindo em espiral em uma árvore em uma forma sem começo
nem fim. Outros Algozes observaram um enxame de gralhas
formando uma linha tão larga quanto um Tanque Surge, tão
apertada que escureceu o sol. Como um presságio, pairava no
céu, sem se mover para a esquerda ou para a direita. Suas asas
fizeram um barulho trovejante. Isso continuou por alguns minutos
até que os guerreiros perderam a coragem e fugiram. Outro
esquadrão de Algozes afirmou ter visto pessoas em trajes
incomuns em uma clareira, passando umas pelas outras como em
uma rua. Quando o esquadrão se aproximou, eles
desapareceram. Os Algozes se espalharam, esperando uma
emboscada. Ninguém estava lá.
Todos os relatos têm uma mudança no ar em comum: um
estalo nos ouvidos, efeitos prismáticos, truques de luz ou
mudanças de cor alterando a percepção. Cheiros estranhos
confundem o nariz. O ar torna-se palpável e os sons de
repente ganham cor.
PÁGINA DE GUERRA
Os Pregnóticos são considerados a alma do povo e seu olho
que tudo vê. Embora comidos pelos esporos e levados à
solidão, eles de alguma forma mantiveram uma centelha de
humanidade. Os Enigmates entre eles mostram aos
Hybrispanianos o caminho através do futuro decadente e
espinhoso, desviando dos arbustos.
Os Mnemonídeos são um bando diferente: separados das
correntes de vida da terra, eles se apressam pela floresta, carregados
de mexilhões, cruzando as fontes de feromônio de Franka e finalmente
alcançando Pólen. Eles sentem as pessoas no tempo e no espaço e
estão sempre se movendo à beira da percepção. Eles poderiam passar
por um mercado movimentado sem serem vistos - um mexilhão caído
seria tudo o que aponta para eles.
Somente quando resta apenas um galho na Árvore do
Destino, eles podem ser caçados e mortos. Os Espitalários
ainda não conseguiram.
Por último, os nós. Eles são a última proporção. Quando a
derrota ameaça e os oráculos dos Enigmates apenas indicam
as formas de destruição, um Nodo é necessário. Suas
revelações são muito mais do que uma profecia. Eles
moldarão o futuro. Os Hybrispanianos podem se considerar
sortudos por ter essas figuras ajudando-os.
No entanto, algo está acontecendo na selva entre Madri e
Al-Andalus, criando fenômenos e esmagando a linearidade do
tempo para transformá-lo em ângulos absurdos. Este
Warpage começa dentro de um triângulo centrado em torno
da Cratera Mirar, o Nodo chamado Enigma formando seu
ponto noroeste, e mais dois Nodos desconhecidos formando
o ponto nordeste perto de Cuenca e o ponto sul perto de
Córdoba. Aqueles que fugiram do Warpage sussurram:
“Presente, passado e futuro.
Mas algo deve ter dado errado. Os Enigmates evitam o
triângulo, ousando apenas entrar em suas franjas no norte. Talvez
as ondas Discordantes tenham varrido o futuro Nodo ao sul. A
partir daí, as correntes inundam o triângulo. As pessoas tropeçam
em armadilhas do tempo, são apanhadas nas redes metafísicas e
arrancadas de seu mundo. Cidades antigas irrompem do passado
em uma selva ensolarada, erguem-se lá em sua antiga glória por
algumas horas e recaem, arrancando árvores e levando pessoas
com elas. As transmissões de rádio do Grupo de Recombinação de
500 anos crepitam nos receptores dos Cronistas como se tivessem
acabado de ser enviadas.
No entanto, os efeitos do Warpage são muito maiores.
Em documentos antigos, pessoas da região de Toledo relatam
ter visões. Eles viram florestas profundas onde deveria haver
estradas empoeiradas. As árvores estavam cobertas de fios
de teia, os troncos adornados com linhas de entalhes. As
seitas da Nova Era pensavam ter encontrado locais sagrados,
erguido locais de culto ou organizado festivais. Talvez os
restos deles ainda existam nos recessos mais profundos do
Warpage, e com eles seus seguidores de tempos passados.
FRENTE QUEBRADA
La Campeadora estava fora de Córdoba quando os Nodos criaram o
Warpage. Agora, os Algozes se reúnem na frente dela. Tanques de
pressão se acumulam para proteger os portões da cidade. Atrás dela, a
realidade se estilhaça. Madrid parece fora de alcance.
Os batedores de La Campeadora caminham ao longo da fronteira
do Warpage e mapeiam sua extensão. A maioria deles não
retorna, mas alguns conseguem deixar pelo menos mapas
fragmentários em locais pré-determinados. Neles, áreas são
pintadas de vermelho e marcadas com termos como “Insanita” e
“Muerte”. Ela está ficando sem tempo. Em breve, os Algozes vão
superar o choque e levar os Guerreros para o Warpage. Talvez
esta seja a grande chance para a resistência. Ou sua queda.
LISBOA -
O FIM DO MUNDO
As ondas rolam, lavando algas em uma floresta de pilares quebrados e
navios naufragados. Um pontão sobressai torto da areia, habitado por
milhares de caracóis. Os caranguejos fogem da onda ou se enterram
na areia. Conchas trilobitas dançam na arrebentação. A água é clara, a
praia é uma confusão de mexilhões e conchas de caracóis do mar.
Algumas são do tamanho de bebês, cobertas de espinhos ocos e
polidas pela quebra das ondas. Eles brilham em amarelo pálido e
laranja à luz do sol. Esses caracóis marinhos deviam ter centenas de
anos antes que uma tempestade os levasse até a praia. Cada uma de
suas conchas é tão pesada que um Algoz não conseguiria levantá-la da
areia sozinho.
Ainda assim, um milagre muito mais incrível espera na Baía de
Lisboa. Uma concha de caracol maior que um barco de pesca – seus
espinhos de cal projetando sombras com metros de comprimento, sua
superfície esburacada e pontiaguda como basalto quebrado. Sua
abertura aponta para o lado, uma boca com uma protuberância rosa,
cercada por fileiras de espinhos do tamanho de dedos. Um homem
adulto pode entrar na casca do caracol sem ter que se abaixar. Lá
dentro, é fresco, cheira a água do mar mofada, o som das ondas é
abafado. A madrepérola das paredes brilha e parece brilhar por dentro
– uma parte da luz do sol projetada de fora. No crepúsculo, são visíveis
os delicados sulcos na parede, marcando um ano de vida cada um.
Existem milhares.
Quem entra na concha relata tontura e sensação
permanente de déjà vu. Na parte frontal bulbosa, a cúpula, o
som é quebrado e ecoa cem vezes. Aqueles que falam ouvem
sua voz por trás antes que ela se torne um trovão distante
ecoando continuamente. As primeiras curvas no interior
afunilado são fáceis de andar, o solo escorregadio, mas ainda
fácil de navegar. Logo, perde-se o conhecimento de cima e de
baixo. As paredes parecem vibrar. Memórias do passado e do
futuro atacam o intruso enquanto sua percepção explode em
mil fragmentos. Ele tem que sair.
Claro que nem todos os lisboetas ousaram entrar na cúpula
do caracol. Aqueles que penetraram mais fundo relatam com
orgulho a bobina que alcançaram, contada pelo chão. Cinco é
considerado o limite, antes que a coisa guarde sua alma. Mais
seis bobinas aguardam aqueles que se atrevem a ir mais
longe. Na luz quente do meio-dia, tudo parece muito mais
atraente. Talvez seja o ar interior, ou talvez o brilho da
madrepérola…
Atrás da coisa monstruosa, há fileiras de prédios de dois e
três andares, todos incrustados com conchas de caracol para fazê-
los parecer um penhasco. Lenços coloridos voam em suas janelas.
Lisboa é a cidade dos marinheiros. Os dhows construídos em suas
docas secas com suas velas triangulares azuis são ágeis e navegam
perto do vento: até os africanos gostam desses navios. A vida lisboeta
acontece à beira-mar. Molhes são adicionados às casas, jibs são
montados em alguns. Os barcos ficam de baixo para cima em terra
firme e as crianças raspam caracóis marinhos e cracas deles. Um grupo
de lisboetas escava um futuro fairway e protege as laterais contra a
areia que desliza com tábuas de madeira. Nos quintais, a casca é
descascada das árvores e cortada em ripas para que os ferreiros
produzam pregos do tamanho de um dedo. O cânhamo é moldado em
cordas.
Os neolíbios quase não têm navios no Atlântico. Seu
poder marítimo está concentrado no Mediterrâneo. Assim,
Lisboa fica quase sem concorrentes no abastecimento do
mercado atlântico. Seus mercadores viajam para a Grã-
Bretanha via Aquitânia para vender lenha e óleo aos
anabatistas. No entanto, a cidade também é um porto seguro
para um pequeno grupo de comerciantes africanos que se
autodenominam Leopardos. Os africanos planejam viagens
para o domínio do Abutre a partir daqui.
O conflito hibrispaniano permanente não se faz sentir aqui. O
interior é crivado de canais e, portanto, intransitável para os
veículos off-road dos Algozes. A água está cheia de Trilobites e
outras variedades espinhosas de Primer. Os mexilhões agarram-
se a quem se atreve a entrar. Os primeiros passos e braçadas são
fáceis, mas os animais se acumulam rapidamente até que seu
peso arraste a vítima para baixo.
Ninguém chega a Lisboa por terra, nem africanos
nem hibrispanos. Os lisboetas evitam a guerra:
sempre se opuseram à invasão espanhola da África. O
que acontece com seus irmãos e irmãs no leste é culpa
deles.
HIBRISPÂNIA 117
 TERRA DOS ESCOLHIDOS
PURGAR
E LY SIUM
Todos os anos, na época da colheita, eles fazem uma longa jornada pelos
campos. Suas calças amarelas listradas logo ficam acinzentadas por causa
da poeira, seus cabelos oleosos emaranhados sob a sujeira. Com foices e
pás nos ombros, os anabatistas são liderados por alguém que carrega um
sigilo de ferro fundido – a cruz quebrada dos anabatistas. Cada passo fala
de vigor, e em seus olhos arde um fogo ansioso para incendiar regiões
inteiras em tempos de guerra.
Os pinheiros projetavam sombras em seu caminho. Passaram por
um altar com a imagem da Boa Senhora, inclinaram a cabeça e
calaram-se como convém. Finalmente chegaram à propriedade dos
catalães. Criadas com baldes vieram correndo. A hospitalidade exigia
que dessem uma concha de água a cada um deles, mas, como nos
anos anteriores, os estranhos recusaram. Em vez disso, eles pediram
permissão para entrar. Mas os portões permaneceram fechados para
eles. Conversaram com o capataz, ofereceram ajuda na lavoura, mas
ele apenas repetiu o “Não!” do patriarca!
Por setenta anos, Abbondia Catalano recusou aos anabatistas sua
casa e terras. O Gonfalone, estandarte de guerra da família,
carecia da iconografia do Culto: sem cruzes quebradas, sem
aquedutos. 300 anos de tradição, costurados em veludo azul com
fios de prata, passados de pai para filho, trazidos à luz todos os
anos no aniversário da Sala Riunioni e levados pelas vielas da
cidade. Abbondia Catalano envelheceu fazendo isso. A gota fez
suas articulações incharem e ele olhou vagamente para a luz
ofuscante do pátio. Sua palavra ainda carregava peso, mesmo
que o tom escuro de barítono de sua voz tivesse desaparecido.
Todos os anos, os anabatistas batiam no portão naquele
verão. Como o Gonfalone, era uma tradição. Mas desta vez seus
filhos o instaram a ouvir a mulher. Eles falaram sobre a longa
viagem de Cathedral City que ela havia feito por causa dele e que
ela estava trazendo o céu para ele. Ele sorriu. Chamar um desses
macacos de cabelos compridos de “mulher” era
PURGAR 119
indelicado, mas adequado. Disse-lhes isso, mas eles apenas
disseram: “Não, não, não é isso que queremos dizer, padre”, e
elogiaram a beleza e o dom da Emissária. Seus rostos suados
estavam à vista. Doce hálito o envolveu. Ele os empurrou para
longe e pensou muito. Os dias se tornaram tediosos e esse
estranho prometia alívio.
Ele balançou sua cabeça. Não!
Sua família deveria atravessar os séculos sem ser maculada pela
loucura dos anabatistas.
Ele sentiu o cheiro dela antes de vê-la: uma mistura de lilás e
azeitonas, forte e estranho. Seus filhos estavam ao lado dela. Três
losangos em uma testa perfeita, pele como leite de égua. Ela se
aproximou e não ofereceu nada além de aliviar sua dor. Ele a
encaminhou para o bom azeite que passava na pele todas as
manhãs e se sentia um velho teimoso. Ela assentiu, deu a ele um
frasco verde e acariciou seu cabelo branco. O calor o permeou. Ele
tocou a cabeça, sentiu o óleo, quis repreendê-la por sua insolência
quando o calor queimou seu corpo e acendeu uma fornalha
dentro de seu peito. Ele se endireitou e exalou. A idade fugiu dele.
O suor se acumulava em seu rosto em gotas oleosas. Pela
primeira vez em mais de uma década, sua visão clareou: como
seus filhos cresceram!
Embora o pacto ainda não tenha sido selado, os catalães
se curvaram aos anabatistas naquele dia. Onde vigor e um
a doutrina da salvação não conseguiu derrubar as barreiras, os
óleos Elísios dos moinhos da Cidade Catedral abriram o caminho.
Eles rejuvenesceram, expulsaram a dor e o medo, ampliaram a
perspectiva – e absorveram. Aqueles que tiveram os óleos
permeados uma vez, sentiram a quebra de todas as barreiras, não
podiam deixar de reutilizá-los.
Uma família após a outra se abre para os anabatistas. Os
velhos Gonfaloni são retirados, fios são puxados de símbolos
antigos para rebordá-los com cruzes quebradas.
PURGATÓRIA
A menos de 80 quilômetros a leste do Monte Vesúvio, um
asteróide atingiu o solo rochoso, esmagou-se em uma bolha de
magma e detonou com um flash tão brilhante quanto cem sóis. A
onda de choque se espalhou em um padrão circular, rasgando a
massa de terra, esmagando-a e deixando-a cair novamente
quando passou. Lava fluiu das rachaduras, câmaras de magma
explodiram em fileiras de vulcões. Durante dias, precipitação
piroclástica choveu e destruiu toda a vida que restava.
Na costa oeste, o Reaper's Blow cortou o Mediterrâneo,
emitindo vapores e basalto líquido. Esta anomalia geológica
nunca se acalmou. Vapores venenosos estão flutuando pela
terra desde aquele dia, levando
longe a luz do sol e toda a vida. As algas imundas do Mediterrâneo
deslizam languidamente e gorgolejam contra a costa, formando na
praia a pele negra e enrugada de um gigante. Em poucos dias, ele se
dissolverá em um betume oleoso que transforma as praias de areia
branca em um deserto de alcatrão fedorento. O ar é corrosivo, a água
envenenada. Se os pássaros vagam por aqui, eles caem mortos do céu.
Aqui e ali, velhos quiosques e cadeiras de praia de vime tombadas
projetam-se do preto borbulhante, e complexos hoteleiros em ruínas
olham tristemente para o mar envenenado.
Como se tudo isso não bastasse, silhuetas se delineiam contra
as chamas dos vulcões. Ao redor deles, a realidade incha e se
estilhaça em fragmentos que fraturam a luz em berrantes
caleidoscópios. Pedras flutuam no ar e se projetam em ângulos
estranhos através dos mares de destroços, ancoradas no espaço e
no tempo. A escuridão cresce de Fendas em eflorescências
cristalinas enquanto Filamentos cintilantes incham em nuvens
vaporosas, duras como pedra e afiadas como vidro. Quem passa
por ali repara primeiro nas pulgas e nos mosquitos. Em nuvens
espessas, eles atacam, rastejando nas roupas e mordendo.
Sombras caem das paredes, condensando-se em casulos
disformes, expandindo-se e rasgando-se. Este é o fim. Fios
mortais invisíveis feitos de campos de força entrelaçados se
estendem entre as rochas enquanto eles fogem.
Os Espitalários dizem que tudo tem uma explicação,
referindo-se à Psicocinética e seus fenômenos. Eles dizem que
muita pesquisa adicional é necessária para entender os
mecanismos de ação, pois mesmo aqueles Aberrantes também
revelarão seus segredos na mesa de dissecação no final.
Os purganos apenas riem da intolerância do médico. Para
eles, existe apenas uma verdade fundamental. A era da razão
terminou com a Psicocinética, e a era das maravilhas – tanto do
bem quanto do mal – começou.
SINAIS E MARAVILHAS
Ainda é superstição quando a própria família está emaranhada
em uma teia invisível de fios afiados, seus dedos e braços caindo
como uma chuva mortal? Quando corpos gordos surgem da noite
mais escura e enviam exércitos de carrapatos?
Quando a visão de fora é bloqueada por irrealidades, ela se volta
para o turbilhão do folclore. As aldeias purganas têm, portanto, um
Augur que procura no céu por bandos de pássaros com olhos vidrados.
Corvos na frente de nuvens de tempestade são considerados um sinal
indesejado, assim como o grito de uma garça pela manhã. Por outro
lado, as gaivotas voando para o leste, especialmente se forem
numerosas, são motivo de alegria, pois prometem um retorno seguro
dos guerreiros. As pessoas vasculham as entranhas dos animais de
sacrifício e calculam o melhor momento para semear
PURGAR 121
 FAMÍLIA

Família significa tudo para um purgano: é
o sol, é o planeta. Isso o aquece e o devora.
Suas tradições são a única lei que ele
respeita.
O patriarca da família é altamente respeitado.
Ele é um pai amoroso e um juiz rigoroso. Se
um membro da família envergonha o Clã, ele
toma medidas drásticas. Por outro lado, ele
recompensa feitos que fortalecem o nome da
família, atribuindo mais responsabilidades ou
consentindo em um casamento. Aqueles sem
uma família para apoiá-los não são ninguém em
Purgare. Se você não consegue viver em paz com
seu próprio clã, como pode ser um parceiro de
negócios confiável?

das constelações. Homens e mulheres santos se agacham nas
rachaduras do Golpe do Ceifador por semanas. Intoxicados pelos
vapores, eles pensam que estão no divino Pneuma, balbuciam,
gritam e arranham seus corpos com as unhas – mas ainda assim
são reverenciados e suas palavras são recompensadas com
comida e munição. Nos assentamentos, o estalo ritmado dos
chicotes anuncia os Esfoladores. Os nativos raspam o sangue que
jorra de suas costas a cada golpe nas paredes e o raspam
cuidadosamente do solo argiloso. Misturado com bile de gato,
supostamente cura o reumatismo e afasta a má sorte.
A fé dos anabatistas cortou esse crescimento selvagem da
superstição como uma foice e plantou sua própria semente.
ESCOLHIDO
Os Emissários Anabatistas haviam atravessado o continente
em busca dos rios edênicos. A lacuna entre Purgare e o
Balkhan, o mar Adriático, havia secado. Agora era uma
planície levemente inclinada. Um rio cortava esta planície e
ligava os Alpes ao Mediterrâneo com uma faixa cristalina de
água glacial de primeira. Juncos e bétulas cresciam nas
margens, grama espalhada no sedimento. A mudança
aconteceu tão rapidamente: em apenas alguns anos, as
planícies do Adriático foram consideradas a região mais fértil
de todo o Purgare.
Os Emissários pensaram que haviam alcançado seu objetivo.
Eles haviam encontrado um dos quatro rios edênicos, e ele ainda
carregava água! Ao mesmo tempo, o exército do Demiurgo se
acumulou, pois o que mais poderia ser a Psicocinética? Era tão
óbvio. Bem aqui em Purgare era onde a batalha final pelo destino
da humanidade seria travada.
FOUL PA RADISE
Mas os purganos não estavam sozinhos no Adriático. Por mais de
100 anos, eles compartilharam a terra com fazendeiros dos
Balkhan, que eram belicosos e dominantes como era de sua
natureza e não abriram mão de um centímetro de solo. Eles eram
a bílis no Jardim do Éden.
Brigas levaram a brigas. Quando a primeira cabeça foi
dividida, não houve como segurar. O Adriático ficou vermelho. Um
massacre entre fazendeiros de Balkhan e Purgare em 2201 selou
o futuro da região. Os Balkhani foram conduzidos para o outro
lado do rio, mas se mantiveram firmes e destruíram o exército de
fazendeiros inimigos. Em ambos os lados do Adriático, foram
erguidas posições de defesa e torres de vigia.
A guerra começou. Por 300 anos, os campos fortificados desafiaram os
projéteis incendiários. Suas vigas de madeira são enegrecidas e duras
como pedra, os telhados de zinco desgastados por chuvas de pedras.
Barcos e jangadas jazem quebrados no junco, espadas acumulam
ferrugem na lama das margens. Botas mofadas e fivelas de cinto falam
de ataques desesperados e batalhas de retaguarda. Bombardeios com
barris de petróleo em chamas incineraram áreas de terra fértil.
Do lado purgano, uma floresta de cruzes quebradas ergue-se
sobre as ameias. O balcão Balkhani com caveiras de carneiro em
lanças e bandeiras mostrando uma cabeça de carneiro estilizada,
uma referência ao lendário Áries que ajudou os Balkhani em sua
hora de necessidade e ensinou a dor dos Purgans.
No entanto, pela primeira vez desde o início do conflito,
as catapultas estão silenciosas. O ódio cultivado ao longo dos
anos perdeu força. Anabatistas e voivodas se encontram no
centro do rio em barcos de balanço, trocando presentes e
voltando sem nunca perder de vista seu antigo arquiinimigo.
O fusível não está queimando, mas é curto.
DOIS LADOS
Os Apeninos formam uma barreira natural onde os vapores
venenosos são retidos e se condensam contra as rochas. A
cordilheira corre de norte a sul e corta Purgare. O oeste está
condenado, enquanto o leste serve como zona de
implantação dos anabatistas. Lado a lado com os fazendeiros
de Purgare, os ascetas cultivam seus campos e alimentam o
exército justo. As jornadas por Purgare começam aqui.
BERGAMO
Durante séculos, a cidade histórica de Bérgamo resistiu em sua
colina, cercada por sua muralha, uma ilha no sopé dos Alpes,
engolfada por vapores e correntes piroclásticas, perdida e
esquecida. Quando a família Lombardi vasculhava a terra em
busca de minérios lavados, Bergamo os saudava com fileiras de
árvores farfalhantes e videiras que pendiam pesadas e suculentas
das paredes. A colina era um paraíso verde. Maravilhados, os
Lombardi caminharam pelos becos, abobadaram raízes da
espessura de um braço e cortaram a grama alta com suas
espadas. Eles apontaram para afrescos, entraram em corredores,
percorreram fileiras de livros mofados e se reuniram em torno de
um gigantesco globo marrom.
Os Lombardi se estabeleceram em Bérgamo. Quando os
Hellvéticos fecharam Val Brembana a menos de 15 milhas de distância
com uma fortaleza anos depois e guiaram os viajantes que cruzaram
o Golpe do Ceifador através dele, o Lombardi tornou-se rico
através do comércio, junto com a ajuda fiel dos Cronistas.
A família fortaleceu suas fileiras com Hellvéticos desertos e
desgraçados, dando-lhes algo para se orgulhar novamente. Mas
quando Cathedral City ofereceu a eles a cruz quebrada, eles
recusaram. Os Emissários Anabatistas ficaram chateados e
zumbiam pela cidade como abelhas em torno de uma colméia,
fazendo uma oferta após a outra. Carroças puxadas por cavalos
cheias de armas antigas, joias e tecidos caros chegaram, apenas
para serem rejeitadas. Quando Bergamo finalmente abrigou um
clã Jehammedan, a máscara amigável caiu. Os anabatistas
recuaram e, até hoje, a Catedral da Cidade proíbe os anabatistas
de se aventurarem além dos portões da cidade em Bergamo.
VENETO
A traição de Bérgamo atingiu duramente a Cidade Catedral. Desde
aquele dia, os Anabatistas bajulam os Catalanos, a família governante
da região de Veneto – um Clã teimoso e extremamente supersticioso
cujas raízes estavam profundamente enraizadas mesmo em tempos
passados. Sua árvore genealógica é extensa e sempre corre o risco de
se envolver. Na região de Veneto, todo mundo é parente de todo
mundo.
É difícil.
Os catalães não podem se casar com alguém da família Lombardi,
que consideram amaldiçoada e perdida, uma opinião sussurrada em
seus ouvidos pelos anabatistas. O Sforza com seu armamento é seu
inimigo. Brasas brilhantes são indesejadas em um campo de milho, de
uma vez por todas! Os Modica pensam que são os bigodes do gato e
logo irão embora de qualquer maneira, enquanto os Capodieci e os De
Paulo estão fora de questão, sendo do sul do Purgare. Assim os
catalães ficam entre si.
Muitos deles são agricultores cujos campos de milho
alimentam todo o Purgare. Eles veem os anabatistas como irmãos
perdidos que os ajudam com suas crenças firmes e uma enxada
nos campos. Onde os antigos costumavam derramar leite em uma
pedra e agradecer por uma colheita abundante, a cruz quebrada
agora se eleva. A cidade polo encalhada de Veneza também faz
parte do domínio dos catalães. Ninguém ousaria andar pelas
praças submersas ou visitar os gloriosos prédios antigos. Pois nos
canais sombrios e na floresta escura dos pólos, algo se esconde
que parece ter ficado mais escuro e maior a cada geração. Algo
antigo que deveria ter arrastado as pessoas para baixo quando a
Cidade Catedral ainda não estava pacificada. Os anabatistas de
Borcan não se importam. Eles escalam os postes e exploram os
edifícios. A maioria deles retorna. Mas os catalães não têm tanta
certeza, porque quem conta os ganhos e perdas?
SANTIAGOECRUCES
Duas cidades na costa ocidental do Adriático são sinônimo de
todas as coisas terríveis que as pessoas podem fazer umas às
outras: Santiago e Cruces, cidades enfermarias espitalianas que
atendem aqueles que acabaram do lado errado do sabre.
Os Espitalários agem com humildade e oferecem leitos e seus
esforços à Cidade Catedral e ao povo Purgano como um presente
beneficente. Na verdade, eles precisam de uma cabeça-de-ponte
para os Balkhan. A abordagem via Pólen é difícil porque conduz
inevitavelmente ao domínio de Peste. Enquanto o Spital falhar em
adquirir mais informações sobre os Dushani, ele não quer
empurrar seus Famulancers e Preservists para as garras dos
Dushani Mokoschs. Além disso, desde a queda de Praha, dezenas
de Clãs estão avançando por este território, e nenhum deles está
disposto a cultivar um campo ou semear milho. Alguns
Preservadores conseguiram se infiltrar neles, mas não o suficiente
para uma incursão secreta controlada, e Chernobog é quem dita o
ritmo aqui.
Os Espitalários se preparam em Santiago e Cruces para
cruzar o Adriático à noite em jangadas, contrabandeadas
pelas posições por Apocalípticos ou Jehammedanos, ambos
com parentes em Justitiano que dependem da boa vontade
de Espitalários e Juízes. Eles acham que sabem o que esperar,
mas ainda assim muitos são capturados nos Voivodates antes
de terem a chance de cortar seu primeiro Dushani em tiras
com seus Splayers. Enquanto os Clãs não deixarem a terra e
se afastarem dos campos de esporos, o Espital não estará
livre para agir. No final, são sempre os purganos que têm de
romper as represas.
THEMAW
O magma continua fluindo, o chão treme, pedaços inteiros de
terra racham, quebram e caem nas chamas rugindo. Vapores
mortais se derramam em abismos, afogando ratos e insetos em
monóxido de carbono. Trilhas de fumaça sobem das aberturas,
densas e negras como se fossem feitas de tecido escuro.
O Reaper's Blow é altamente ativo vulcanicamente e, para
arriscar vê-lo de perto, você deve confiar em seu equipamento e
em seu guia.
Uma área chamada Maw, ao sul dos Alpes, é a única exceção. Um
pedaço triangular da plataforma continental corta profundamente o
mar de basalto em vaporização. O ar está seco e quente, flocos de
cinzas zunem pelo planalto e rodopiam contra os altares de pedra à
beira do caminho. Bandeiras com cruzes quebradas, crivadas de
buracos queimados, voam ao vento. Alguns são antigos: farrapos de
tecido desbotados, bordados com brasões de família.
PURGAR 123
Outros foram colocados apenas alguns anos ou mesmo apenas alguns dias
atrás. Eles acompanham o andarilho até a ponta do entalhe.
Durante séculos, os anabatistas arrastaram
psiconautas mortos por este caminho até a beira do
penhasco e empurraram os corpos para o inferno de
onde vieram, de acordo com a Neognose. Milhares de
esqueletos jazem entre as faces rochosas, preenchendo
abismos ou engolfados por lava derretida. Segundo a
lenda, a humanidade só vencerá as crias do Demiurgo
quando for capaz de atravessar o Golpe do Ceifador
caminhando sobre seus ossos.
Durante séculos, a Cidade Catedral viu o Maw como o
caminho para o cumprimento de uma tarefa designada por Deus,
mesmo que todos os que estão no penhasco e olham para as
ondas irregulares de basalto quarenta degraus abaixo
estremeçam instintivamente. Isso não é algo que pode ser
realizado em uma ou mesmo em cem vidas. A jornada aqui é mais
uma peregrinação, e empurrar um corpo do penhasco é um ato
simbólico que ancora um Anabatista dentro da comunidade.
PERUGIA
Splayers sobressaem das ameias do Palazzo Dei Priori. Lá de
cima, os médicos têm uma boa visão da fonte chamada
Fontana Maggiore e da catedral. Centenas de anabatistas
sentam-se lá conversando e comendo. Eles esperam receber
permissão para entrar. Dentro da imponente catedral, um
Elysian espera. Ele ungirá em suas cabeças exatamente 14
gotas e as esfregará. Suas espinhas vão queimar, o ar vai ter
gosto de metal, as pupilas vão dilatar. É assim que se sente ao
ser abençoado.
Perugia é um local de peregrinação além dos Apeninos e
a porta de entrada para o Campo de Batalha Final. Quem vem
aqui quer provar seu valor na última batalha contra o
Demiurgo. Os sermões ecoam nas praças, os gritos de dor
dos mutilados ecoam no Palazzo Dei Priori. o
os batistérios secaram; muitas vezes, sua água foi contaminada
com sangue. Sob as arcadas dos prédios antigos estão os ferreiros
Sforza, afiando espadas por alguns Damas ou vendendo suas
próprias armas bem forjadas.
Os Sforza são os líderes indiscutíveis de Perugia. Eles
nunca hesitaram em pegar o martelo de forja. O aço é a
vida deles, e nenhum Sforza escapa sem aprender como
ferreiro. O trabalho endurece o corpo e a mente, separa a
ralé dos homens. Os Sforza são considerados prudentes,
mas intransigentes. Talvez tenham que ser, em uma
cidade como Perugia.
Dia após dia, Anabatistas e Espitalários se reúnem, lutam para
estar no topo da hierarquia e ameaçam uns aos outros, apenas para rir
no final e bater palmas uns nos ombros dos outros. Juntos, eles fazem
história – ou apodrecem juntos como sacos reprodutores de pulgas e
carrapatos, esquecidos em meio aos Filamentos.
Não há como voltar daqui. A honra de sua família seria manchada.
Mas, mesmo assim, alguns perdem a coragem quando passam pelos
portões da cidade e encontram os que voltam. Eles arrastam suas
espadas como sacos cheios de pedras. Seus rostos estão cortados, suas
armaduras estão rasgadas, apenas remendadas com tiras de couro.
Tocos de braço estão envoltos em bandagens ensanguentadas, outros
perderam um pé ou uma perna e passam cambaleando de muletas.
Aqueles que mostram medo estão perdidos. Eles nunca
mais deixarão Perugia. Em vez disso, eles vão afiar espadas,
ajudar os médicos no Palazzo e percorrer as fileiras dos
anabatistas com água da fonte. A vida de um purgano
honrado termina aqui.
Ultimamente, tem circulado um boato de que os Sforza
vendem partes de corpos desmembrados de Psiconautas como
troféus para covardes e desertores, para que possam fingir que
buscaram a batalha e voltar para casa com honra. Os Sforza
apenas riem – apenas mais uma calúnia de Modica – mas a flor do
ressentimento já está desabrochando. Emissários de Cathedral
City estão investigando o assunto.
 DESEJO
FAZ TUDO FLORESCER M ;
A POSSESSÃO FAZ TUDO
WITHERAND
MACER ATA
Os Modica ficaram do lado dos anabatistas desde o início. O óleo
elísio foi uma das razões, mas eles também viram o potencial dos
anabatistas. Eles tinham um olho para oportunidades e
habilidades de negociação suficientes para fazê-las acontecer. No
entanto, se eles avaliassem seus débitos e créditos hoje, eles
amaldiçoariam sua decisão anterior. Sim, um deles foi nomeado
Batista, e eles carregam o tempo da torre do relógio de Macerata
para a Cidade Catedral e o transmitem a todos os cronos na
cidade Anabatista. Eles são muito influentes, assim como sua rede
de informantes e espiões. Mas o preço que tiveram de pagar no
Adriático era simplesmente alto demais. A família foi sangrada na
luta contra os Balkhani: apenas os mais velhos permanecem e
mantêm suas intrigas como se nada tivesse mudado.
A decadência é apenas uma questão de tempo. O fardo da
sucessão recai sobre os ombros de um menino de quatorze anos
depois que seu pai e seus dois tios foram mortos por um psicocinético
a caminho do norte. Essas feras raramente são vistas a leste dos
Apeninos, mas acontecem. Assim como as testemunhas que
desaparecem após prestarem depoimento. Assim como os corpos
nunca foram recuperados. Ao que tudo indica, a Psicocinética será o
menor dos problemas do jovem Celino Modica.
L'AQUILA
A cidade de L'Aquila está situada no vale do Aterno, cercada
pelos Abruzzi como uma fortaleza. Em seu coração vive a
família Capodieci. Eles se abriram para os anabatistas, mas
rejeitam as intervenções de Cathedral City. Batistérios aqui,
aquedutos ali, Emissários em cada esquina e principalmente
junto ao patriarca Emilio Capodieci. Se ele precisar de um
Consigliere, homens honrados de seu círculo íntimo que
dariam a vida por ele e a quem ele confiaria seus filhos
estariam prontos. Para ele, lidar com os Anabatistas é uma
dança onde ele conduz e a mulher ainda se diverte. Ele dá
Cidade Catedral
DESAPARECER .
[ OBSERVAÇÃO ]
apenas espaço suficiente para fazer os batistas confiarem em sua
lealdade, mas ninguém o desafia.
Os Capodieci conquistam aldeia após aldeia, sem
violência e sob a cruz quebrada. O velho Emilio pode ser
muito convincente.
CAMPO BASSO
Os anabatistas estão se espalhando. Ninguém em Campobasso se
surpreende com o fato de os catalães terem sido vítimas de sua
bajulação. A queda de Perugia, porém, dói, assim como a traição dos
Modicas. Eles, de todas as pessoas, deveriam saber que os Purgans já
foram um povo importante, marchando sob uma bandeira e cantando
uma canção unificada. Acima de tudo, eles não permitiam que
estranhos lhes dissessem o que pensar, acreditar, pelo que morrer.
A família De Paulo de Campobasso resiste ao reinado dos
estrangeiros. Seus assassinos matam qualquer um que tenha
três pontas tatuadas na testa. Símbolos como a cruz
quebrada são derrubados assim que são erguidos, bandeiras
são cortadas em pedaços. Os habitantes da cidade cobrem os
De Paulo e os escondem. Em salas secretas do porão, eles
cunham sua própria moeda, a lira: Damas do cronista e
dinares são cuspidos em Campobasso. O que começou como
uma resistência clandestina se torna um movimento nacional,
e a família De Paulo vai liderá-lo.
A ENCRUZILHADA
De um lado dos Apeninos, o mundo é complicado, mas
ainda é um mundo humano. Além da serra, tudo é
diferente. Os Apeninos são uma fronteira apenas no
nome. Qualquer um pode atravessá-los. Muitos o fizeram
devido à sua frágil honra ou por medo da doutrinação
anabatista. No entanto, isso mudou suas vidas e, para a
maioria, não há esperança de voltar.
PURGAR 125
TORRES
A fumaça do vulcão flutua pela terra em nuvens espessas que se
misturam com os véus ocres do Golpe do Ceifador. O céu é como
uma pintura de aquarela molhada: as cores se misturam,
manchas de cor explodem em meio à opacidade marrom e se
fundem enquanto o preto e o vermelho lutam pelo domínio.
Nuvens de brasa surgem através de cidades enegrecidas e
pintam caminhos de fogo na noite. Erupções invisíveis de
monóxido de carbono vagam pelas ruas, entram nas casas,
despejam-se em poços. O ar brilha.
As torres se elevam acima de tudo. Construídos em
arenito com paredes de um metro de espessura, eles
resistem à ruína ao redor. Um Clã sem uma torre é indefeso e
ninguém permitirá que seus filhos se casem em tal família. A
torre é um símbolo da capacidade de lutar, de poder. Quanto
mais alto, mais honrados são seus construtores e ocupantes.
Somente na Toscana San Gimignano – a Cidade das Torres –
15 Clãs ergueram seus prédios cada vez mais alto a cada ano
que passava, até que um terremoto pôs fim a eles. Apenas as
torres do Salvucci, Ardinghelli, Tozzi e Colei se projetavam da
poeira. As superestruturas caíram no chão como se as
próprias torres as tivessem sacudido. Um sinal? O priorado da
cidade - agora composto apenas pelos quatro Clãs restantes -
fez penitência e se absteve de expandir ainda mais as torres.
Outras aldeias não tiveram a misericórdia de um sinal divino.
Onde as torres são construídas, elas crescem até que elas ou os
Clãs que as habitam morram.
VILAS DE COLHEITA
Centenas de aldeias estão aninhadas nas encostas dos
Apeninos. Faixas venenosas passam bem acima deles como
se seguissem linhas de campo invisíveis. O sol tem uma
tríplice auréola e brilha sobre plácidas povoações de ruelas e
telhados, olivais e vinhas. Às vezes, dobra por um segundo, e
as montanhas distantes tremem como se houvesse uma
membrana trêmula entre elas e o espectador.
Esta vila foi escolhida por um psicocinético. Ele está escondido em
um Rift, encapsulado em Filamentos. Linhas de força são estendidas
em campos absorvendo toda a luz de uma vez por todas. A escuridão
absoluta preenche o Rift. Mais campos de força protegem o local e
desviam as faixas venenosas. Onde as ramificações das linhas de
campo se erguem do solo, os habitantes da cidade se reúnem. Eles
estendem as mãos no puxão e deixam que ele despenteie os cabelos.
Alguns jogam aviões feitos de madeira frágil nos campos de força e os
observam subir, seguir as linhas do campo e pousar a cem passos de
distância. Seria um mundo ideal se os psicocinéticos não fossem
parasitas.
Nuvens de pulgas irrompem do Rift, cada folha de grama se dobra
sob o peso dos carrapatos. Os mosquitos habitam lagoas e lagos,
as barrigas dos estabilizadores verdes com ovos. Os insetos
atacam as pessoas, rastejando e voando para dentro de suas
casas, aninhando-se em suas camas. Somente quando eles estão
cheios de sangue, eles soltam suas vítimas e retornam ao seu
Psicocinético.
Muitas aldeias são sangradas até secar.
VIGILANTES
Mas alguns confrontam os Aberrantes. Eles são chamados de
Vigilantes, os “Vigilantes”. Eles veem seu clã como um
rebanho e a si mesmos como pastores, protegendo sua
família de uma ameaça parasitária inchada.
A maioria deles carrega um rifle de cano serrado chamado Lupara
– um matador de lobos. Ele tem um alcance limitado, mas em
distâncias curtas, ele abre buracos do tamanho de um punho em um
alvo. Além disso, tiros de longa distância não fariam sentido, nem
mesmo com um rifle de precisão africano, pois o caleidoscópio de
campos de força de refração desvia tanto a luz quanto as balas. Os
Vigilantes não precisam ser bons atiradores: eles só precisam chegar
perto o suficiente.
Muitos Vigilantes vêm dos Clãs e ficam com eles por toda
a vida. Eles observam os truques da luz e enxames de insetos
para poder matar os psicocinéticos antes que eles possam se
retirar para um casulo em uma fenda. Sua palavra conta, e o
padre da família e os priores das cidades seguem seus
conselhos. No entanto, eles raramente se casam: correriam o
risco de deixar viúvas e viúvos.
ROMA
Um historiador Perdido escreveu certa vez: “Tudo leva
a Roma, o terrível e o nefasto, e tudo está sendo
celebrado.” Quem diria que o que pretendia descrever
o passado se revelaria tão profético.
Os vapores venenosos do Golpe do Ceifador erodem os
palácios. Paredes anteriormente brancas são marcadas e pretas.
Mesmo as poucas janelas intactas estão incrustadas com uma
pátina de sujeira e fuligem. As pessoas vivem nas catacumbas,
rastejando pelos túneis. Eles jogaram fora os ossos e se sentiram
em casa. Décadas atrás, os escavadores invadiram a São Pedro,
admirando os afrescos e a pompa de ouro e prata - e então
trouxeram seus sacos de dormir. Centenas seguiram. Enquanto
isso, bibliotecas e palácios em toda Roma podem ser acessados
por meio dessa rede subterrânea.
Os Romanos não ligam muito para o passado. Eles
roubam obras de arte, colocam livros em caixotes, derrubam
estátuas e arrastam tudo para o porto. Lá, os neolíbios estão
esperando a bordo de seus transportadores. Levam tudo e
pagam com armas, ouro e iguarias africanas. Aqueles que
trabalham duro tendem a viver bem.
À noite, as fogueiras queimam nos antigos salões. O cheiro do
peixe-espada assado envolve e embala o povo. O pão é distribuído
enquanto eles comem leite fermentado de tigelas douradas e copos de
cristal tilintam. A carne de caranguejo é colocada em bandejas de
porcelana no chão, à disposição de quem quiser pagar por ela. Alguns
purganos leem livros, outros sentam neles. Prostitutas andam de um
homem para o outro, sussurrando em seus ouvidos, sorrindo
timidamente e encostadas em estátuas de antigos senadores romanos.
Um desertor Espitalário – ou simplesmente alguém vestido com um
traje de Espitalário – trata feridas. Os africanos sentam-se em círculo ao
lado dos purganos, conversando sobre suas aventuras no mar. Aqui
eles esperam por uma passagem para Corpse, onde pretendem se
juntar às tripulações piratas dos Apocalípticos. Os viciados em Burn
estão no meio da multidão, esporos saindo de
PURGAR 127
13
POR ISSO FAREI OS CÉUS TREMEM;
E A TERRA TREMERÁ
14
DE SEU LUGAR NA IRA DO SENHOR TODO-PODEROSO,
NO DIA DE SUA QUEIMA
COMO UMA GAZELA CAÇADA,
15
COMO OVELHA SEM REBANHO,
TODOS VOLTARÃO AO SEU POVO, FUGIRÃO PARA
A SUA TERRA NATIVA.
QUEM FOR CAPTURADO SERÁ EMPURrado;
16
TODOS OS QUE ESTÃO PRESOSCAIRÁ PELA ESPADA.
SEUS BEBÊSSERÁ FEITO EM PEDAÇOSANTES DE SEUS OLHOS;
SUAS CASAS SERÃO SAQUEADAS E SUAS ESPOSAS VIOLADAS.
suas bocas e o sinal purgano florescendo em seus peitos, primeiro
vermelho, depois branco.
Tudo leva a Roma. Aqui, os Romanos celebram a
vida em vez de amaldiçoá-la.
CADÁVER
O mar sobe e desce como o peito de um moribundo. Bolhas do
tamanho de tanques perturbam a água, pintando-a de verde por
momentos fugazes antes de explodir em nuvens de vapor, fumaça
e gás. Os marinheiros podem dizer pela cor o que está por vir: ela
os avisa sobre turbilhões. Em minutos, eles giram até a superfície
e formam vórtices que podem agarrar e rasgar frotas inteiras,
arrastando-os para uma morte aquática nos mares agitados
abaixo.
Exatamente aqui está o Golpe do Ceifador, a aproximadamente 2.500 metros
de profundidade, uma cicatriz gigante que nunca vai cicatrizar.
A ilha de Corpse se aconchega contra ela. Está perdido para
piratas e bandidos. Durante séculos, eles capturaram navios,
trazendo-os para Cadáver, amarrando-os à costa e abandonando-
os. Hoje, uma parede de cascos de navios enferrujados amarrados
juntos forma uma barreira ao longo das costas sul e leste.
Canhões de arpão e catapultas são montados nas
superestruturas. O fairway pode ser bloqueado por correntes,
bloqueando qualquer entrada.
RAIVA
.
[ ISAÍAS ]
Além do fairway, cardumes e barreiras afundadas aguardam. A
oeste, a costa eleva-se facilmente trinta degraus acima da água
espumante. A corrente é extremamente perigosa e arranca o leme
de todos os timoneiros, com os navios frequentemente batendo
nos penhascos.
De Corpse, os piratas vão corsários. Os navios-tanque neolíbios
são presas adequadas tão bem quanto as cidades costeiras africanas.
Apenas os ciganos foram poupados em todos esses séculos. Alguns
dizem que Roma foi o único lugar mais corrupto do que Corpse. Até os
piratas têm algo parecido com dignidade.
Na verdade, a cidade sempre negociou com piratas e
recebe o saque por caminhos secretos nos cantos mais
remotos do oeste de Purgare. Os rifles de caça neolíbios são
serrados, a ornamentação é limada e eles são vendidos aos
Vigilantes como Luparas.
Os Algozes se veem como governantes do Mediterrâneo. O
Banco de Comércio de Tripol continua enviando expedições
punitivas para provar exatamente isso. Os navios devem
conquistar o Cadáver e fumigá-lo - e se tornar parte da parede de
ferrugem apenas alguns dias depois.
BEDAIN
Olivais e vinhedos, colheitas saudáveis em abundância, clima
ameno e pessoas amigáveis - assim a Sicília saudou
os africanos. Eles responderam primeiro incendiando os portos
com granadas incendiárias de seus navios e então enviando
centenas de Algozes. Os Tanques Surge colidiram com as docas,
seus rastros esmagaram o concreto antigo. Eles rolaram pelos
campos e pararam em frente a assentamentos, tremendo e
rugindo. Buggies os cercavam, caçavam aqueles que tentavam
escapar. O neolíbio Sarahali, um homem grande com mãos como
patas e tendência para gestos extravagantes, confrontou o mais
velho da ilha, colocou um braço em volta de seus ombros e
caminhou com ele pela aldeia.
Durante o passeio, Sarahali elogiou as mulheres
purganas por sua beleza, cabelos brilhantes e quadris largos.
Ele elogiou a fertilidade dos campos e o esforço dos
agricultores. Ele acariciou a barriga e riu. Esta ilha era tão rica
e carregada de milho que devia ser a barriga de Purgare. Ele
abraçou o velho que ainda não havia dito uma palavra e que
agora o olhava com olhos remelentos. Isso foi educado o
suficiente. Para ter certeza, havia apenas uma coisa que ele
queria proclamar. De agora em diante, os purganos sicilianos
trabalhariam à sombra do Leão, e se ele, Sarahali, o Cônsul
desta ilha, julgasse necessário, eles também amamentariam o
Leão.
Como o purgo do neolíbio era ruim, ele usou uma palavra
de um antigo dialeto da língua para dizer “barriga”: bedain.
Entre os africanos, a ilha logo foi chamada de Bedain.
Os purganos também não deveriam mais chamá-la de Sicília. Aqueles que
ousaram fazê-lo de qualquer maneira foram chicoteados.
Sarahali adorava o vinho de Bedain, mas não dava a
mínima para a riqueza agrícola de sua conquista. O que
importava para ele era a proximidade do continente purgano
e dos Balcãs.
Ao longo das décadas, ele fez da cidade de Siracusa o ponto
de partida para os saques neolíbios no Mediterrâneo. Nos bons
tempos, uma centena de navios ancorados em seu porto,
esperando para descarregar sua carga: sucata. Uma vez
descarregados, enxames de Scrappers atacam os montes de
tecnologia, desmontando, consertando e classificando. Em
seguida, qualquer coisa útil é carregada de volta nos navios para
ser vendida nos mercados da Tripol.
Os restos são montes de placas de ferro e maquinários
quebrados cercados por um ninho de cabos e ferrugem – uma
Meca para Sucateiros. A plácida cidade mediterrânea de Siracusa
tornou-se um tecnódromo enferrujado, o centro histórico da
cidade arde sob chapas de aço da espessura de um polegar, limas
de espingarda e vigas de metal. Grandes guindastes com garras
magnéticas fazem seu trabalho ruidoso onde antes as pessoas
passeavam por becos encantados e faíscas voavam de moinhos
onde os vinhedos costumavam crescer e prosperar. A magia está
perdida. Hoje, a realidade oleosa flutua pelas ruas com seus
comerciantes de artefatos e oficinas.
PURGAR 129
 O LEÃO RAMPANTE
ÁFRICA
MAJESTOSO
Os neolíbios andam pelas ruas, uma onda de tecidos finos, azuis e
verdes, bordados com padrões tradicionais. A pele negra brilha
ao sol, há o cheiro de jasmim e madeira de cedro. O riso paira no
ar, cheio de autoconfiança e força. Onde quer que ponham os
pés, douram becos empoeirados e vivem em solícita
hospitalidade. Um piscar de olhos e os passeios crescem em
cidades sonolentas, o mármore Purgan adorna as praças do
mercado e as oficinas brotam em cada esquina.
Durante séculos, o culto mercantil inundou as cidades costeiras africanas
com tecnologia saqueada e dinares ganhos em seus empreendimentos
comerciais. De mãos abertas, os neolíbios espalharam suas
luxo e deleite-se em gratidão e glória. Hoje, toldos vermelhos voam na
brisa do Mediterrâneo, africanos sentam-se em almofadas bordadas e
bebem chá de samovares. Nos mercados, caixotes contendo
especiarias e frutas são empilhados, rifles de assalto tratados e
oleados são oferecidos ao lado de rifles de caça enfeitados, mapas,
livros do passado e tecidos coloridos. Sinos de vento tocam. Um Dioula
do extremo sudoeste grita e persegue um grupo de crianças da praça,
desenrola suas clavas, coloca cabaças e começa a tocar uma antiga
melodia conciliando homem e criação. As pessoas riem e pechincham,
se abraçam ou batem papo.
Mas nem sempre foi assim.
ÁFRICA 131
 OS CÉUS FORAM EXPLORADOS,E ESTÃO VAZIOS.
E O QUE MENTISOB A TERRAESTÁ VAZIO TAMBÉM,
PREENCHIDO COM OSSOS
E SOMBRAS.
justapõe-os com o trabalho escravo nos campos de petróleo, fala
da tortura e dos demônios negros que dobram até crianças até
que quebrem. Por fim, ela levanta a voz, fala daqueles que teve de
deixar pelo caminho, pessoas corajosas, cheias de paixão e amor,
arrancadas da vida por uma doença que se apoderou da terra.
Se os Hybrispanianos já tiveram algo semelhante a um
senhor da guerra em sua batalha contra os invasores, é La
Campeadora.
Ela lidera pelo exemplo, incitando dezenas de milhares a
armar emboscadas por dias, armar armadilhas de espinhos e
invadir campos inimigos. Ela inspeciona esconderijos, lojas de
armas e assentamentos. Ela fala com seus Guerreros, criando uma
nova coragem naqueles que parecem quebrados. Nas aldeias, ela
recruta crianças para seu exército, treinando-as e vivendo uma
vida de resistência com elas. Rostos pálidos estão escondidos
atrás de máscaras de casca de árvore, corpos cobertos de lama
correm pelas florestas úmidas, espionando, preparando
armadilhas, cavando esconderijos e colocando mensagens em
tocos. Todos os dias na selva ela os torna mais resolutos, não
temendo nem a escuridão, nem as torrentes de chuva, nem os
trovões e relâmpagos. Por enquanto, eles caçam apenas
pequenas martas e ratos com facas, mas logo expandirão sua
caça para humanos. Renegados – os vira-casacas – e africanos.
PROFECIA
Os Algozes estão bem armados, seu moral é inquebrável e
ninguém jamais os derrotou em um combate um contra um.
Somente pessoas com nada além de raiva e desespero os
confrontam. A resistência estava condenada desde o início. A
única coisa necessária era um punhado de Surge Tanks
avançando em Madrid de diferentes rotas e então estaria no
ensolarado planalto castelhano. Nas planícies, os carrinhos
dos Algozes teriam subjugado os Hybrispanianos, os Tanques
Surge disparariam mísseis contra as cidades e lançariam
barris incendiários atrás das fortificações. Seria uma luta suja,
mas curta. Os Guerreros nas florestas seriam cortados de
todos os suprimentos. Eles se alimentavam de raízes e
[HENRYMILLER]
erros por alguns meses. Então eles se renderiam, exceto por
alguns invencíveis como La Campeadora.
Isso, porém, nunca aconteceu.
Os Algozes tentaram. Armadilhas e lagos de lama esperavam pelos
tanques, troncos de árvores colidiram com o casco blindado e ficaram
presos nas correntes. As charretes afundaram na terra fofa para
pousar em meio a ninhos de vespas de barro, atraídas pelo clã dos
Corredores.
Os Guerreros pareciam conhecer cada rota, prever
cada mudança de rumo.
Eles haviam feito um pacto.
DESTINO
As florestas no alto das encostas meridionais do planalto não são
para os humanos. As árvores são velhas e todas têm entalhes.
Esses entalhes parecem ter sido pressionados na casca por unhas
e formam longas espirais desde as raízes até os galhos. Ninguém
jamais conseguirá decifrá-los, pois não são letras que fariam
sentido ou formariam frases. Eles são coordenadas no espaço e
no tempo, formando o destino de um ser humano apenas na
mente de um Pregnótico. Eles podem contar seu passado e futuro
com muito mais precisão do que apenas adivinhar seus genes:
eles traçam uma linha direta através do tempo, desde o
nascimento até a morte e a vida após a morte.
Atributos, ações e a maneira da morte - tudo isso é escrito
no dia do nascimento por um Nodo, um Pregnótico cujo
corpo pode conter apenas uma faceta de sua mente. Ela está
em todo lugar o tempo todo. Ela vê através de milhares de
olhos em uma dúzia de mundos e incontáveis eras. As
árvores são sua âncora e ponto de orientação neste mundo e
neste tempo. Ela viu (acabou de vivenciar) que daqui a vinte
anos (vinte anos atrás), um jovem (velho) guerreiro virá até
ela (já estava aqui) para pedir um vislumbre de seu futuro
(passado). Como uma aranha tecendo sua teia, seus dedos
vagam pela casca, cortando tempo, lugar e eventos com as
unhas. A montanha. Sua encarnação. A resposta e o que isso
significa para ele.
HIBRISPÂNIA 111
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com
THEG EM ETOTHEAST
Mesmo em Tripol, nem tudo o que reluz é ouro – às vezes
acaba por ser apenas ouro de tolo. Os mais ricos dos ricos
outrora se reuniam nos portões orientais da cidade,
sentando-se juntos em poltronas de couro e jogando com
vastas somas de dinares. Outros estabelecimentos agora
disputam sua atenção. Os cidadãos mais ricos partiram,
apenas os mais pobres permaneceram. Agora, as poltronas e
as mesas de jogo estão gastas, os números nas fichas são
quase ilegíveis. As cortinas pesadas respiram a idade e os
ventiladores aliviam languidamente o calor. Quem ainda joga
aqui não tem para onde ir. Neolíbios falidos esperam pelo
grande sucesso que os trará de volta ao jogo. Alguns até
jogam suas vidas - perdendo muito e se perdendo nos
scriptoriums empoeirados de seu novo mestre.
LONGSHADOWS
A sombra do Banco do Comércio é longa. Quase
nenhuma aldeia, quase nenhuma cidade quer perder a
ascensão da África. Os anciãos da aldeia apelam
ansiosamente por créditos se o Neolíbio não contar
dinares na mesa com rapidez suficiente. No final, alguém
irá retribuir de alguma forma. Anubitas que verificam os
Fios da Vida desses anciões devem profetizar um retorno
confiável. Eles veem pessoas cheias de vida, olham para
rostos felizes. Ninguém tem medo. Assim, juros se
acumulam, as ruas do interior são pavimentadas com
dinares e todos estão cheios de orgulho. Na selva, faixas
são cortadas para dar lugar a avenidas pomposas. A
rivalidade entre as aldeias assume formas absurdas.
Finalmente, os juros compostos atingem as aldeias como
um raio. Os apoiadores Neolíbios viram as costas para
suas aldeias natais em estado de choque:
Os xeques obtêm lucros tremendos, enquanto dezenas de cidades
lutam nas cadeias do Banco de Comércio nesse ínterim. Clãs altamente
endividados garantem um suprimento aparentemente infinito de
escravos assalariados baratos. Muitas aldeias enviam seus filhos para
os navios dos Scrappers africanos na esperança de encontrar um
artefato para comprar sua liberdade.
A ESTRADA
Nem todos os africanos concordam com a Dayo ajuda escravos brancos a voltar para a
escravidão. Uma velha anubita recusou o terceiro Europa por meio de sua rede de pessoas com
Círculo décadas atrás e se comprometeu com a ideias semelhantes. Alguns ficam com ela, até
humanidade. Desde então, Madame voltam para a selva e se deixam apanhar como
Hoje, o Banco de Comércio é a instituição mais
poderosa da África. Ele comanda vastos recursos e
salões cheios de IOUs – cada um deles vale um favor.
Financia guerras e saques e mantém até mesmo os
neolíbios sob rédea curta.
QABIS
Qabis conhece apenas um assunto há mais de um ano: os
brancos estão na cidade! Eles vieram no Ruguru, um navio de
transporte pertencente a Wakili, um Embaixador Neolíbio
residente em Justitian. Suas mãos não estavam acorrentadas,
e aqueles ternos de neoprene preto com peitos brancos eram
imaculados, não rasgados por Flagelos! Eram mais de 50
Espitalários, e eles saíram do navio pela passarela, de cabeça
erguida. Para garantir, as crianças jogavam frutas podres
como fazem com todos os lotes de escravos, mas desta vez os
Algozes intervieram e os expulsaram. Que mundo louco.
Desde então, os Espitalários fizeram sua casa em Qabis e
se tornaram parte da cultura da cidade. Eles freqüentam os
mercados, pechincham com os nativos em busca de
encontros e relaxam nos cafés de rua, bebendo xícaras de
café e jogando Kalaha. Eles colocaram enjeitados africanos
sob sua proteção e ensinaram-lhes o xamanismo do homem
branco – medicina pura, baseada em evidências.
Nem sempre foi fácil. Nunca antes o Corvo teve permissão
para voar livremente no país do Leão. Os Algozes de todas as
pessoas encontraram uma solução. Como guardiões da tradição,
eles criaram um ritual para fazer os estranhos ascenderem como
filhos do continente negro. Os Espitalários não gostavam da ideia
de serem enterrados vivos, depois voltarem à superfície com as
garras e mastigarem folhas intoxicantes por dias. Mas eles
tiveram o bom senso de entrar no jogo. A partir desse momento,
eles foram considerados africanos honorários. Hoje, eles são uma
curiosidade, e as pessoas vêm de longe para Qabis para se
maravilhar com os africanos brancos.
Wakili deu dois tanques de pressão velhos para os médicos. Em
ambos, a cruz espitaliana composta por grandes traves vermelhas
escravos novamente com o pretexto de
planejar a fuga de outro grupo do coração da
África pela “Estrada”, o nome que essa
organização secreta deu a si mesma.
é claramente visível nos lados riscados. Um se chama Esculápio e
serve como quartel-general. Os quatro andares contêm uma
enfermaria, vários laboratórios, um frigorífico e uma biblioteca.
Desde que se mudaram, não mudou nada: o motor só é ligado de
vez em quando para recarregar as baterias. Wakili chamou o
segundo Surge Tank de Ndulu – que significa “irmão” – como um
gesto de boa vontade.
Meses atrás, hostes de escravos levaram provisões e gasolina
para o Ndulu. Sucateiros africanos examinaram os elos da
corrente, ligaram seus soldadores a arco, consertaram e
substituíram peças. Com marretas, eles removeram enormes
manchas de ferrugem e consertaram o casco enfraquecido com
placas de metal. Os testes das duas turbinas a gás fizeram o
Ndulu rugir, tremer e cuspir fumaça quente. Os remendos
chacoalharam, alguns se soltaram e caíram no chão. Os
trabalhadores africanos levantaram as mãos em desespero, mas
depois riram. Pelo menos, o tanque não desabou completamente!
Há mais de um mês, o Ndulu e sua tripulação de
Espitalários iniciaram sua jornada no coração dos Psicívoros.
Como uma besta primitiva, irrompeu pelas plantas
quebradiças e as esmagou sob seus rastros. A fruta explodiu
em nuvens brilhantes. O Surge Tank ficou emaranhado em
trepadeiras e vários quilômetros de arbustos, mas os gritos
as turbinas a gás o forçaram a superar todos os obstáculos em seu caminho.
Dirigindo direto para o sul, o Dhoruba foi fácil de encontrar.
Batedores africanos da tribo Masai seguiram o Ndulu em sua faixa e
observaram quando ele virou repentinamente para o leste, em direção
a Anubia. Talvez até em direção ao Cairo. Você simplesmente não pode
confiar no homem branco.
ANUBIA
O Nilo está cheio e apagou cidades há muito esquecidas
dos mapas e da memória da humanidade. Pacotes de
esporos dançam em suas águas verde-escuras e
brilhantes, cataratas após cataratas. Nas curvas do rio,
algumas encalham na lama fértil da margem e germinam,
outras se derramam no delta do Nilo e flutuam no mar.
Os Psicívoros se expandem.
Eles já conquistaram Anubia. O cinturão de plantas ao redor
do Cairo parece impenetrável, mas ainda assim a Cidade Proibida
é considerada o lar do Culto Anubita. Uma cidade onde o antigo
conhecimento dos Anubitas sobre a humanidade e o tempo está
escondido em gigantescas pirâmides cujas pontas captam os raios
e falam de sabedoria.
Para eles, os Psicívoros chegaram bem na hora. o
ÁFRICA 139
 DECAIR
O Mediterrâneo está morrendo. Desde que o fluxo do e apodrecendo, manchas de algas florescem.
Oceano Atlântico em Gibraltar foi interrompido, a Nos dias ruins, um fedor de chumbo emana
superfície da água está afundando. A salinidade do Mediterrâneo, perseguindo as pessoas em
cresce, os peixes estão morrendo suas casas ou no interior.
diz-se que a aflição necrótica poupa os Anubitas. No entanto, quem
pode dizer com certeza? Os Anubitas sempre se comportam tão
misteriosamente.
LEO PA RDS
Nenhum primo de Neolíbio terá que andar esfarrapado,
mesmo que seja tão inútil quanto um escravo perneta. Avós,
tias, tios, cunhados: todo o Clã se veste com tecidos caros,
enfeitados com colares e ungidos. No gramado da aldeia,
erguem-se estatuetas ancestrais feitas de ébano, feitas por
um mestre dos Ahaggar. Escravos cavam esgotos e colocam
lajes em caminhos batidos.
Na África, a riqueza segue sempre os ramos da árvore
genealógica. No entanto, às vezes, esses galhos quebram e até o
tronco pode murchar. Novos rebentos brotam, mas suas raízes
extraem água, não ouro. Essas aldeias estão aninhadas em baías
esquecidas ou no meio da selva, longe da rede de estradas. Seus
habitantes pescam em lagos, caçam antílopes ou macacos. Eles
tecem seus próprios tecidos a partir de fibras vegetais. Em seus
quadris, eles carregam facas de osso e pintam seus torsos nus
com símbolos tribais usando terra sagrada. Eles observam a
metrópole com ceticismo e amaldiçoam os carrinhos barulhentos
e fedorentos dos Algozes.
Ainda assim, eles não conhecem a inveja. Eles agradecem
aos seus ancestrais pelas cabras que lhes dão leite suficiente
e pelo sol que nasce todas as manhãs e os banha de calor.
Mas enquanto os ancestrais estão ouvindo, eles poderiam
fazer o povo Oka com seu motor ghanjah cheio de carne seca
chegar antes que os Neolíbios cheguem aqui hoje? Eles
podem não sentir inveja, mas isso não significa que eles não
se ressentem de serem pobres. Dezenas de clãs formaram
uma união frouxa. Juntos, eles trabalham contra o monopólio
comercial neolíbio. Eles não se importam com concessões e
terras onde bem entenderem. Nunca se sentiram
representados pelo mais poderoso dos Leões africanos. No
máximo, eram o pó entre suas garras.
Assim, eles se autodenominam Leopardos e apontam com
um sorriso que um Leopardo é muito mais rápido e mais astuto
do que o Leão irritável. Eles correm pela selva em caminhos
secretos e voam pelo Mediterrâneo em ghanjahs manobráveis,
sempre um passo à frente do Culto mercantil. Eles matam suas
presas e comem rapidamente, deixando apenas um cadáver
mastigado em seu rastro.
Os neolíbios evitam o Atlântico. Bolhas gelatinosas do
tamanho de um Surge Tank colidem contra os cascos dos navios,
arqueando-se sobre o lado dos navios e colando-se com outras
bolhas para formar um tapete fibroso do qual não há como
escapar. Os veleiros dos Leopardos, no entanto, cruzam a água
sem serem molestados, pelo menos enquanto permanecem na
costa. Talvez as vibrações dos motores dos navios Neolíbios sejam
responsáveis pelo excesso gelatinoso.
Os Leopardos partem de Tânger, navegam pela Hybrispânia,
seguem a costa de Franka e entram no domínio do Abutre. Uma
jogada perigosa se você olhar para o cemitério de navios
aquitanos com incontáveis destroços destruídos por balas de alto
calibre. Considerando a corrente, todos eles devem ter vindo de
onde os Leopardos estão indo. Mas até agora, todos os ghanjahs
voltaram, carregados com caixotes cheios de livros, joias de ouro
e dentes de ouro.
A reputação dos Leopardos cresce. Eles recusam os produtos
comerciais Neolíbios, contando apenas com os produtos das aldeias do
Leopardo. As tribos prosperam sem se afogar em pompa.
Para o Culto mercantil, a palavra do Banco do
Comércio é a lei. Concessões são tudo. Sem eles haveria
anarquia, dizem os Neolíbios, e aqueles Leopardos... bem,
eles atacam rotas estabelecidas com seu comércio
indisciplinado. Então eles precisam ir.
Mas até os Algozes hesitam. Como guardiões das
tradições, eles não querem atirar em outros africanos. Mas se
não o fizerem, alguém em Bedain o fará.
LINHAS DE VIDA
O triângulo formado pelos maciços Ahaggar, Air e
Tibesti é considerado o coração do norte e fonte de
 HAVERÁ
SEM VIDANÃO MAIS,
APENAS
SOBREVIVÊNCIA .
A exuberante vegetação africana. As nuvens de chuva carregadas
pelo vento oeste descarregam sua carga nas encostas escarpadas
e sobre a selva. Outrora uma planície arenosa estéril chamada
Ténére pelos antigos, esta região é agora um mar de névoa e
verde denso com formações rochosas escarpadas apenas aqui e
ali. O Emi Koussi do Tibesti é o rei desses arranha-céus. Facilmente
vista de longe, eleva-se a uma altitude máxima de 3415 metros.
Aqui começam as linhas de vida dos continentes africanos: a
delicada rede de rios e córregos desce até a Nigéria,
profundamente no cinturão de Psicóvoro, e alimenta a terra com
águas que transformam a África em um jardim edênico tão vasto
que ninguém o explorou completamente ainda.
INTERIOR
A riqueza das cidades litorâneas chega até o interior com suas
plantações e campos de petróleo. Lá, palácios se erguem sobre
estradas lamacentas e construções tradicionais com telhados de
madeira e paredes de taipa. Nas sombras, os escravos brancos
descansam antes de terem que carregar vigas de aço para serem
usadas na criação das gigantescas fortalezas móveis dos
neolíbios, os Tanques Surge, repetidas vezes no calor escaldante
dos ferros-velhos. Grandes áreas foram desmatadas: árvores
gigantes da selva deram lugar a mandiocas e plantações. Escravos
das campanhas nos Balcãs e na Hibrispânia semeiam e colhem
meses depois. As tentativas de fuga são raras. A selva não é
menos impiedosa que os Algozes.
AÇO
A selva parece interminável. Sob seu dossel de copas de árvores
entrelaçadas, há um crepúsculo eterno, e árvores caídas e
pântanos impossibilitam viagens rápidas. Ninguém afirma
realmente conhecer a selva.
Em suas profundezas, os africanos encontram paredes de
concreto e antigas fortalezas. As árvores crescem sobre eles e
atingem os quartéis e porões inundados com suas raízes que são
[ WOLFRAMFLEISCHHAUER ]
grosso como braços. Às vezes, esses edifícios não estão desertos.
Criaturas humanóides curvadas permanecem no crepúsculo,
líquen pendurado em seus ombros, umidade brilhando em aço
azul. Por séculos eles permanecem imóveis, até que algo os
desperte e sua raiva. Eles guincham e os conjuntos de sensores do
tamanho de unhas se movem para a esquerda e para a direita,
focando. Eles saltam para a frente, arrancam e arrancam raízes do
corpo, limpam o musgo. Eles crepitam e chocalham quando suas
cabeças giram. Eles capturam seus arredores com ultrassom
enquanto seus olhos completam a imagem. Eles patrulham
antigas instalações e afundam cada vez mais no solo úmido. Cada
movimento perfeito e direto ao ponto, os servo motores desses
predadores silenciosos zumbindo em meio aos sons da selva.
Esses AMSUMOs – chamados de “Homens Máquina” – são
uma relíquia dos Perdidos brancos. Eles já serviram como um
meio de opressão, diz a lenda, até que algo aconteceu com
eles e eles se libertaram das garras mentais do homem
branco. Isso não ajudou, porém, pois a partir de então eles
eram canhões soltos.
Aqueles que os encontrarem na selva africana hoje em
dia podem ter sorte e encontrar uma máquina que arranhou
um 2 elevado a 16 em sua própria testa. Presumivelmente,
esses AMSUMOs têm alma, tendo observado humanos ou
animais e aprendido com eles por meio da imitação. Talvez
eles nunca mais saiam do lado de seu descobridor de
humanos, copiando seus hábitos e padrões de fala. No
entanto, também é possível que o vejam como uma presa
sempre que terminarem de estudar as formigas cortadeiras.
Os Homens-Máquina são quase sempre perigosos e sempre
mortais se forem provocados.
Isso não impede que Sucateiros e Algozes os cacem. Os tubos
e carapaças das pernas do AMSUMO são leves e quase
indestrutíveis - o complemento perfeito para as roupas
esplêndidas de um Neolíbio. Cada uma dessas peças conta uma
história, e o sangue de dezenas de pessoas se apega a cada uma
delas. Os comerciantes pagarão mais do que seu peso em dinares
até mesmo pelo menor pedaço.
CAPÍTULO

CULTOS
SURFISTA
O vento leva as ondas embora. Por um momento, ela
brilha como prata ao luar antes de cair no labirinto de
navios, lavando a mesa como salmoura enferrujada e
caindo nos cascos escuros pelas grades do chão.
Guindastes rangem ao serem girados, cabos de aço
chicoteando no ar. Uma folha de metal cai no convés,
atingindo uma superestrutura e sendo pega pelo
vento novamente, caindo no mar abaixo.
A luz de uma lamparina a óleo dança pela ponte. Um rosto de
cera é brevemente iluminado, o bigode um trapo pingando, os
olhos fundos como uma enguia em sua toca. O homem avança,
escorregando nas tábuas, xingando, subindo em alguns
andaimes, mergulhando em um corredor. Os restos de peixes
mortos lavam seus pés, o cheiro de água podre e podridão no ar.
Ele cospe, erguendo a lamparina e olhando em volta. As duas
Gaivotas de Nabucodonosor já estão ganhando terreno,
flanqueando o prisioneiro, segurando seus braços dobrados atrás
das costas. Seus cabelos caem em seus rostos, um deles usa um
crânio de rato, penas e arame em seu cabelo. Eles tropeçam de
fraqueza, quase parece que estão se apoiando no prisioneiro em
vez de levá-lo adiante. Por um segundo, o homem olha para cima.
Seu crânio raspado brilha à luz da lâmpada, seus olhos brilham e
ele está sorrindo.
O homem com a lâmpada gira, liderando a comitiva. Seu
coração está acelerado. Preservador de merda!
O homem com a lâmpada encosta o ombro em uma
antepara de ferro. O calor se espalha e o cheiro de resina
queimando os engole. A luz dourada se espalha pelo corredor
e faz o Preservista piscar. A silhueta do homem da lâmpada
se curva.
“Malaïs? Oh, Buzzard exaltado! Meu coração se alegra
ao vê-lo!”
O Preservista finge um tropeço ao ouvir um de seus
guardas zombar. As Gaivotas o pegam e dobram seus braços
ainda mais. Ele exala rapidamente. Mas ele também sente seus
músculos tremerem. Bom.
“Malaïs…? Podemos…? Sim?"
O homem com a lâmpada lança um olhar questionador
para as Gaivotas, mas elas retribuem o olhar
inexpressivamente. "Ela vai comer suas bolas, Aurel." Muito
sério. O outro acrescenta: “Ela odeia Romanos. Especialmente
você." Agora os dois estão sorrindo. O Romano levanta os
braços em um gesto raivoso, para e se vira novamente. As
Gaivotas estalam a língua em alguma forma estranha de riso.
“Estamos entrando agora...”
O Preservador sente o empurrão. Agora ele tem um motivo
real para tropeçar, cambaleando para o lado. Seus guardas
gemem de exaustão enquanto o arrastam para a luz. Ele se abaixa
sob uma lâmpada bulbosa segurando uma vela bruxuleante, mas
fica tenso ao ouvir um clique ao lado dele. Lâmpadas de óleo
douradas com ornamentos entalhados balançam suavemente
com o movimento do navio, um samovar borbulha. As paredes
são adornadas com tapeçarias mostrando padrões triangulares
coloridos, e ídolos de madeira preta com grandes olhos aparecem
na frente deles. Uma estátua de tamanho humano de uma mulher
gorda apertando as mãos fica em um canto, coberta de pérolas,
lápis-lazúli e placas de metal esburacadas.
Aurel entra na sala com o pescoço esticado e as costas
curvadas. O Preservista espia além do Romano para ver uma
mulher africana sentada em um berço de almofadas bordadas a
ouro e forradas com veludo verde. Sua cabeça é adornada por
uma coroa de penas pretas do comprimento de um braço, e ela
usa uma camisola de algodão de cor ocre solta sobre um ombro,
com bainha de diamantes brancos. Em sua bandoleira, ela carrega
os cartuchos de uma pistola sinalizadora, cada um da grossura de
um polegar. O Preservador sorri. Ele teve uma boa experiência
com eles. Aurel limpa a garganta.
“Malaïs…”
A africana coloca o mapa naval que segura
em uma pilha de livros ao lado dela. Ela dá a Aurel um olhar seco,
esperando por mais.
“Grand Buzzard of Corpse, querida Malais-”
"Meu querido Aurel." Sua voz é profunda, ela enfatiza cada
sílaba como se não houvesse espaço em sua boca para elas. “Nós
nos encontramos uma vez antes deste ano.”
Aurel dá um passo para o lado e aponta para o Preservista. Malais
afunda de volta nas almofadas e esfrega os olhos. “Aurel. Seu
amigo? Você tem minha bênção.
As Gaivotas cacarejam, um dos Apocalípticos bufa e
tosse.
Malais se endireita, a camisa desliza de seu ombro. Suas
mãos se atrapalham no fecho. Aço brilha.
“O estranho... Espitalário. O que é isso no peito dele?
Aurel abre a boca, fecha-a novamente e olha para o
Preservista. Uma protuberância alongada em seu peito é
visível sob o terno preto. Aurel se aproxima, abre o zíper e
puxa o neoprene para o lado. Um frasco é fixado à pele com
duas tiras de fita adesiva.
“Toque-o, e a carne murchará de seus ossos.” O
Preservador o encara.
Aurel franze a boca e se volta para a mulher africana.
Ela acena para ele de lado.
"Prisioneiro. Qual o seu nome?"
“Não prisioneiro.”
Malais sorri, inclinando a cabeça – e acenando com a cabeça quase
imperceptivelmente. Suas penas se movem em afirmação.
O Preservista se solta do aperto de seus guardas, agarrando
um pelo cabelo e caindo no chão, puxando seu alvo para baixo
com ele. Ele sente um punho bater em suas costelas, pura dor,
bate no convés, vê a forma torta da Gaivota batendo nas tábuas
ao seu lado, ranho voando de um nariz quebrado enquanto o
cabelo se esvoaça. Um chute faz o Preservista ofegar e se virar. Ele
bloqueia o segundo chute, agarrando a perna, arranhando os
tendões, rasgando, arrancando um grito de
o Apocalíptico. Ele pula, chuta a perna machucada da Gaivota e dá
um passo na direção da africana. Ela permanece sentada, os
lábios entreabertos em um sorriso.
"Diga-me, Aurel, você não quer me defender?" O
Romano ergue-se como uma estátua. Ele recua
alguns passos, mas continua observando os dois,
esbarra no samovar, joga os talheres no chão, se vira e
foge. Copos e colheres batem nas tábuas.
O Preservista flexiona os braços e aperta as mãos.
“Neste exato momento, Algozes estão embarcando no
Sarabi para cuidar do Neolíbio Rachida. Levarão um
pouco mais de dois dias para procurar por mim em todos
os cantos deste navio. Ele fecha o zíper. “Seu Zuwena deve
ser rápido.”
"O mais rápido."
“Cerca de 15 milhas a oeste de Qabis, há uma pequena baía. A
recompensa será maior do que qualquer coisa que os Algozes possam
oferecer a você.
“Homem sem nome, diga-me, por que devo confiar em você?”
O Preservador abre os braços. “Você confia neles!” Ela se
levanta de suas almofadas, de repente muito perto. A boca
dela está perto da orelha dele. Aço frio toca sua bochecha. Ela
sussurra: "Eu não."
Ela se solta, caminha até uma parede e a puxa para o lado. O
calor escapa na noite. Caminhando para uma varanda de treliça
de metal, ela se apoia no corrimão quando ele se junta a ela. À
distância, as ondas se elevam enquanto a espuma cobre as
estruturas de aço da ilha. O mar brilha vermelho, nuvens de vapor
borbulhando na superfície.
Sua voz soa mais alta agora, ela parece mais jovem.
“Faríamos uma boa equipe.”
Ele fica ao lado dela, olhando para o mar.
“O Zuwena serve.”
Ela sorri.
"Vamos ver."
DEGÊNESE 145
 TEMPO DO CORVO
Tudo estava como sempre tinha sido. A Europa era rica e saciada,
seu povo armado até os dentes com educação e os mais recentes
desenvolvimentos tecnológicos. A África, no entanto, havia
profissionalizado a guerra civil até que nada restasse de suas
culturas antigas, exceto ossos branqueados e postes do rio.
Corporações internacionais vasculharam o continente em busca
de minerais e petróleo raros. Em troca, eles deram armas aos
senhores da guerra. Os poucos países africanos estáveis
reforçaram suas fronteiras com campos minados e construíram
barricadas feitas de tanques e canhões. Nairóbi era como uma
fortaleza.
Quando uma febre baixou os primeiros africanos na Costa do
Marfim, a princípio parecia ser apenas mais um incidente infeliz. Não
pode ser nem Dengue nem Ebola. Os infectados apodreciam de dentro
para fora. Erupções necróticas floresceram primeiro nos braços, depois
no peito e no pescoço dias depois. A morte veio logo depois. Uma
equipe da OMS estacionada em Camarões identificou um retrovírus
semelhante ao HIV, mas resistente aos tratamentos existentes.
Internamente era chamado de HIV-E, ou HIV-Extreme. Apenas alguns
dias depois, toda a África o conhecia simplesmente como “HIVE”.
O vírus se espalhou. Aldeias inteiras fugiram da doença,
descendo o Níger em jangadas ou enfrentando o Saara.
Qualquer coisa para fugir da Colmeia!
Eles não esqueceram quem causou tudo isso. A primeira onda
de infecções havia começado em um porto onde os navios dos
homens brancos estavam ancorados, e supostamente já havia
uma cura contra a HIVE na Europa. Tudo se encaixa tão bem.
O caos e a anarquia aumentaram. Mais da metade da
população de repente parecia estar carregando uma Kalashnikov.
Quando se espalhou o boato de que centenas de milhares de
injeções com uma cura haviam sido dispensadas aos militares de
navios atracados na costa do Mediterrâneo, o povo não pôde se
conter.
Marrocos, Argélia, Líbia e as defesas do Egito não conseguiram
lidar com a corrida e se esquivaram do exército de jipes
desapropriados, transportadores enferrujados e metralhadoras russas.
Países foram esmagados. Havia guerra nas ruas. Mas não havia
soro. Desinformação. Histeria em massa. A esperança se dissipou,
apenas para finalmente voltar ao foco na Europa como se através
de uma lente em chamas.
Uma frota grotesca de caixões flutuantes, jangadas, pontes de
bateau despedaçadas e barcos sobrecarregados arriscava cruzar o
Mediterrâneo para exigir uma cura da Europa. Aqueles que não se
afogaram durante a caminhada encontraram uma parede de aço de
medo e relutância. Cruzadores europeus, fragatas, barcos torpedeiros
e contratorpedeiros formaram um cordão de segurança ao longo da
costa africana e negaram-lhes a passagem. Cadáveres flutuavam no
mar e a Europa pecou novamente.
A HIVE atravessou a África sem controle, mas algumas regiões
foram poupadas. Muitos líbios e sudaneses ficaram imunes, assim
como os massai. O sangue de um desses guerreiros tribais
poderia ter levado à salvação, mas outro evento arruinou
qualquer chance disso.
DHORUBA
Em 13 de março de 2073, o sol escureceu. Linhas gritantes de
plasma e óxido nítrico atravessam a atmosfera. Fortes
impactos na Europa enviaram ondas de choque pela crosta
terrestre que foram sentidas até na África. Vários pedaços
quase não atingiram a Terra, e um deles lançou uma explosão
pela África Central e abriu uma faixa de 160 quilômetros de
largura no continente negro: o Dhoruba. Naquele dia, o
tempo do Corvo terminou.
THELIONAWAKES
A África sobreviveu. A praga foi saciada e finalmente morreu de
fome. Algumas tribos sobreviveram: pastores nas montanhas do
Atlas, nômades nos oásis do Saara, os Masai que eram imunes à
HIVE. Eles vagaram por uma terra vazia e deserta. O riso fugiu da
África, deixando-a um lugar sombrio, mas os sobreviventes
encontraram consolo em sua comunidade e

OSANCESTORES

Os africanos vivem em um mundo iluminado por
princípios espirituais e místicos. Eles não apenas
carregam seus ancestrais em seus corações, eles
acreditam em vê-los em árvores ou pedras. Os
espíritos da natureza estão por toda parte, nas
nuvens, no solo. Eles são todos irritáveis e
precisam ser pacificados com pequenas
oferendas. Segundo as lendas, os mais poderosos
deles habitam lugares estranhos:
um tamarindo antigo e quase petrificado, um
planalto rochoso erguendo-se do solo ou um
lago circular no meio da selva. Os africanos
esculpem figuras humanas do tamanho de
um dedo e as colocam nesses lugares míticos.
Eles envolvem a árvore em fitas coloridas ou
derramam leite na rocha. Agradecem aos
espíritos os bons momentos e humildemente
se retiram.
Os Algozes são considerados guardiões da
tradição. Se nenhum Anubita estiver presente,
eles guiam o povo: eles dão conselhos sobre
como o abate de um animal ou a derrubada de
uma árvore pode ser justificado e desculpado
pelos espíritos da natureza – respeitar os animais
e o meio ambiente não é uma questão de
integridade moral, mas de mantendo sua própria
paz interior.
sua fé. E eles ainda tinham seu óleo.
Séculos se passaram. As temperaturas diminuíram e a
umidade do Oceano Atlântico flutuou pelo Saara e
transformou-o em uma savana em flor. A chuva encheu
bacias secas e leitos de rios. Manguezais enraizados nos
lagos, hienas e auroques rondavam por uma selva
fervilhante. O continente renasceu.
Tripol, a joia da África, surgiu das ruínas de Trípoli. Aqui todos
eles se encontraram, os berberes, os árabes e os negros,
lamentando e comemorando. Um comerciante chamado apenas
“o líbio” iniciou empreendimentos que anos depois se tornariam
um culto. Caminhões ligavam os jovens assentamentos do norte
da África a uma rede de contatos comerciais. Navios saíam para o
mar e traziam Sucateiros para as costas desertas da Europa para
saquear o que pudesse ser necessário em casa.
Os africanos tinham pouco amor pelos brancos. Eles os
expulsavam com um rugido ou davam frutas cristalizadas a
seus filhos emaciados. A velha raiva foi cuidadosamente
coberta com uma camada açucarada de compaixão. O
homem branco parecia não representar mais perigo. Ele não
era um inimigo digno.
PA WSWIPE
Isso mudou quando os Conquistadores Hybrispanianos invadiram
a África e abriram um caminho de destruição de Gibraltar a Tripol.
Os anos de trabalho foram destruídos, cidades orgulhosas e
pessoas foram perdidas no fogo.
Os africanos entenderam: o homem branco nunca os deixaria viver
em paz. Em seu coração ardia a guerra e a ganância e aquele fogo seria
sempre mais quente que a razão e o amor. Somente quando
acorrentado, o homem branco não representaria mais perigo.
Os africanos venceram. Os Algozes, uma casta guerreira
criada em incontáveis escaramuças, seguiram em frente e
empurraram os invasores de volta para Gibraltar e Hybrispânia.
Eles caçaram os nativos e os arrastaram para as cidades africanas
destruídas. Reconstrução. O homem branco pagou suas dívidas
com seus filhos.
TRÊS
Feridas marcadas e cidades gloriosas surgiram da
devastação. Os Mande, Yoruba, Fulbe, Bantu e todos os
incontáveis outros povos e tribos africanas se unificaram –
mais rápido e mais forte do que qualquer emissário poderia
tê-los feito. Eles descobriram traços comuns em suas línguas,
riram das mesmas piadas agora e falaram com orgulho sobre
a história e as regras de suas tribos. Os Fulbe explicaram seu
códice, o Pulaaku, que se baseia nos três pilares de
autocontrole, honestidade e sabedoria. Outras tribos
reconheceram uma lei de três muito semelhante em suas
histórias e lendas. Todos eles ficaram cegos e surdos para
seus irmãos ao longo dos séculos?
Agora, o Leão, símbolo unificador da África, governava indiscriminadamente.
colocado. Como senhor da savana, ele é selvagem, impetuoso
e indomável; sua beleza é lendária e superada apenas por sua
força. Os africanos o reconheceram em três aspectos
semelhantes aos pilares dos Pulaaku: os Neolíbios são o
coração que lhe dá força, os Algozes são as garras que
dilaceram suas presas e os Anubitas sua alma que governa
seu destino.
Em poucos dias, o princípio dos três se espalhou de Tripol
para Gibraltar e Cairo. Até mesmo permeou tribos na selva
mais profunda da África Central que nunca tinham ouvido
falar de Algozes, Anubitas ou Neolíbios. Sua identidade
cultural foi substituída pelos arquétipos do comerciante com
paixão pela grandeza, o enigmático xamã e o vingador
dominante.
Alguns assumiram que esta era uma era ancestral. Eles dizem que
os ancestrais ressurgiram da vida após a morte para pegar as mãos de
seus descendentes e conduzi-los ao futuro.
PSICOVORES
Talvez eles estejam errados.
No Dhoruba, algo antigo cresce, algo que não é deste
mundo. Cúspides coriáceas crescem em samambaias, musgos
formam padrões hexagonais simétricos, plantas carnívoras
pressionam seus cálices digestivos no solo ou se elevam,
desenvolvendo folhas perfeitamente geométricas,
pentágonos e octógonos brilhando de forma não natural na
luz. Eles são espinhosos e quebradiços como vidro. Seus
frutos incham e brilham na luz, mas são frágeis e sua polpa
faz ruídos inquietantes entre os dentes antes que seu veneno
se infiltre na mucosa oral e provoque uma morte dolorosa.
Um arranhão de seus espinhos e bolhas cresce na pele
em segundos e escurece. As bolhas estouram enquanto a
cratera necrótica continua crescendo profundamente no
tecido até que o osso se esfarele e o braço quebre. Nada
pode parar a decadência.
A única libertação da dor é a morte. Essas estranhas plantas
substituem a antiga vegetação, já se espalhando ao longo do
equador e ganhando terreno rapidamente. Eles transformam a
terra e as pessoas. Todos os que estão próximos das plantas
perdem a linguagem e começam a falar em línguas, voltando a
uma linguagem primordial que ainda mantém alguma coerência.
Cada fonema desencadeia uma emoção como uma melodia bem
conhecida em uma marimba. A linguagem torna-se um
instrumento, a comunicação uma música intuitiva. E então há os
sussurros no ar não produzidos pelo movimento das árvores ou
pelos arranhões dos galhos. Eles soam tão familiares e calmantes,
mas também muitas vezes exigentes, sem que nenhuma palavra
coagule a qualquer tipo de sentido. Muitas aldeias acreditam que
eles sejam um eco de seus ancestrais.
Todas as barreiras linguísticas estão quebrando. A África une,
mas a multiplicidade de culturas e tribos é diluída pela influência
das plantas.
ÁFRICA 133
Os Neolíbios os chamam de Psicívoros, os Devoradores de
Espíritos. A unidade é boa e elegante, mas esses campos de
Psicívoro em forma de bolha e de crescimento rápido superam as
estradas costeiras e chegam ao mar. Raízes negras e profundas
enrolam-se na água, crescendo e endurecendo. Logo uma ilha de
vegetação alienígena cresce no Mediterrâneo. Aldeias são
devoradas, as pessoas deslocadas. Parece não haver lugar para
humanos no ciclo de vida dos Psicívoros. Os Anubitas discordam.
Só eles podem entrar no cinturão vegetal e sair vivos, carregando
um saco cheio de sementes.
RESISTÊNCIA
Mesmo quando os Anubitas extraem drogas com efeitos que
beiram o mágico das sementes das Psíquivoras, os africanos
desconfiam das plantas dos Dhoruba.
Há cada vez mais fenômenos estranhos. Os africanos
desaparecem na selva, aparentemente por vontade própria, deixando a
sociedade para viver com e dentro das plantas. A maioria deles nunca
mais é vista, eles servem aos Psiquívoros como servos – ou são uma
fonte? Mas de vez em quando sobreviventes são vistos em meio à
decadência em forma de bolha com suas centenas de metros de
diâmetro. Nas bordas, arbustos espinhosos e trepadeiras murcham até
que o círculo perfeito atinja seu crescimento máximo, momento em
que desmorona e as plantas começam a conquistar a terra novamente.
Os sobreviventes nas zonas estão ilesos e nus. Muitos são
africanos, mas também há pessoas de pele clara com olhos
amendoados entre eles. Nenhum deles fala. Se estranhos se
aproximam deles, eles fogem de volta para o abraço dos
Psicívoros.
A incursão dessa estranha vegetação incomoda as pessoas.
As aldeias organizam uma resistência: queimam os corredores
das Psiquívoras e salgam a terra queimada, mas as plantas
continuam renascendo das cinzas com casca cada vez mais
espessa e espinhos como aço. Eles cospem espinhos contra as
pessoas e se escondem na terra assim que sentem calor. Cada
ataque ativa uma onda evolutiva.
Alguns africanos perceberam há muito tempo que apenas
um velho inimigo pode ajudá-los agora: os Espitalários. Eles
são conhecedores das variedades do Primer, e o que mais
poderiam ser os Psicívoros? Para o Leão, isso significa admitir
fraqueza, o que dói mais do que a perda de um membro da
família para os Psicívoros.
Cobrado pelo Banco de Comércio de Tripol e guardado
por mercenários africanos, os médicos exploram os campos
Psychovore, trabalhando na cidade de Qabis. Em seus trajes de
neoprene, eles os abordam, forçam as plantas a se adaptarem com
toxinas, fazem anotações e pesquisas. Uma corrida armamentista
começou. O pesticida segue inibidores epigenéticos, rajadas de chamas
queimam fios de vegetação que criam flores bizarras em um loop
evolutivo sem fim. A batalha começou.
TA LCIDADES DA COAS
Fora da ex-Argélia e Marrocos, a massa de terra africana se aninha
até as extensões do Reaper's Blow. Dos penhascos, os africanos
contemplavam torrões de terra acidentados e monólitos de
granito quebrados, altos como arranha-céus. Eles formaram um
labirinto intransponível de cavidades e abismos há muito tempo. A
água borbulha e ferve, bolhas quentes sobem e explodem em
nuvens de vapor. A gigantesca pilha de detritos está em constante
movimento, gemendo e roncando; terremotos fazem cavernas
aparentemente seguras desmoronar. Apenas uma variante verde
biliosa de algas se sente em casa aqui e cobre as forças da
natureza como um tapete de espuma.
As pessoas evitam este lugar. Mas a leste desse espetáculo
tectônico, eles se estabeleceram séculos atrás e recuperaram as
antigas cidades em ruínas.
Hoje, as docas estendem-se ao mar como mãos gigantes. Nas
falésias, crescem as casas com amplas varandas, cujas janelas se
escondem na sombra de toldos coloridos. Os guindastes se
encolhem nos estabilizadores como pássaros esqueléticos. As
crianças sentam-se nas ameias de antigas fortalezas, subindo nos
canhões de ferro fundido, acenando para os navios ou atirando
pedras neles. Em hangares abertos, os Surge Tanks estalam e
estalam sob o calor sob painéis de tecido. Eles logo passarão por
rampas de concreto e entrarão em transportes ao som de
aplausos e gritos.
Navios de um mastro com velas triangulares vermelhas
balançam nas ondas suaves do porto e recebem centenas de
viajantes. Próxima parada: Tripol. Antigos planadores militares
pertencentes aos neolíbios menos bem-sucedidos passam por
eles, suas velas de um preto sujo, suas pranchas vermiculadas e
alcatroadas. No meio, os barcos a motor dos Algozes estalam,
correndo para o Mediterrâneo. Mas navios de transporte gigantes
com superestruturas de ouro, prata, mogno e seda flutuante
também se aproximam do porto. A esteira de sua proa faz com
que os navios menores subam e desçam nas águas próximas. A
fumaça de seus motores a diesel repousa na baía como um
neblina e rasteja para as docas e pulmões de centenas de escravos
brancos esperando para descarregá-los.
Atrás de prédios de dois e três andares, as torres com
terraços erguem-se da bruma da metrópole. As palmeiras
acompanham os viajantes em seu caminho. Do passeio,
há uma rede ramificada de becos, passando por oficinas e
prédios arranha-céus com varandas amplamente
salientes e balaustradas esculpidas.
No meio, de vez em quando você encontra pedras
adornadas com linhas serpentinas e árvores gigantes
retorcidas da selva carregando esculturas tribais e o nome
dos ancestrais que as habitam. Nas praças, Algozes levantam
carrinhos danificados ou baleados. Escravos trabalham nos
veículos para que logo possam rugir pela selva novamente a
uma velocidade vertiginosa.
Das praças do mercado, você ouve o barulho constante das
massas. Nas ruas pavimentadas, um exército de milhões de pessoas
fez sulcos suaves no arenito. Os bazares lembram um labirinto de
barracas e lojas muradas. Aqui, você pode encontrar farmácias que
oferecem estrelas do mar secas, esporas biocinéticas moídas e drogas
milagrosas anubitas ao lado de frascos de óleos perfumados e incenso
embrulhado em papel. Os comerciantes desdobram tecidos, acariciam
desenhos irregulares e elogiam a textura fina e sem nós. Em outras
lojas, brilham lâmpadas de vidro colorido, algumas em forma de
cabaças, a próxima barraca oferece louças douradas cinzeladas,
queimadores de incenso em forma de estrela pendurados ao lado de
gaiolas de pássaros nas vigas, lado a lado com cestas de joias e sapatos
adornados com contas de vidro. Em um salão auxiliar, cuidadores de
neolíbios ricos aguardam o próximo lote de escravos, de preferência
domesticados e educados.
As cidades costeiras são o orgulho e a alegria dos
neolíbios. Aqui, eles exibem sua riqueza e provam sua
generosidade. Aqui, os fluxos dourados dos dinares
convergem juntos e fluem para seus bolsos.
TUNIS
Em tempos passados, a United African Organization (UAO), a
contraparte da UEO européia, estava localizada em Tunis. Junto ao
quartel-general do alto comando, guarneceu quartéis, ampliou
uma parte do porto e instalou dezenas de casamatas que
abrigavam o arsenal da UAO.
Durante séculos, os Algozes se equiparam aqui: seus capacetes,
coletes à prova de balas e rifles de assalto armazenados nos túneis
abaixo de Túnis. Os escravos perceberam.
Durante um ataque simulado às docas por uma frota de
piratas Corpsian, os escravos usaram o caos para invadir a
instalação, apreender as armas e atacar os algozes em seus
acampamentos costeiros por trás. Os tanques da loja Petro
detonaram em rápida sucessão, a bola de fogo engolfando
dois Tanques Surge e os separando. Os Koms dos Algozes
que se aproximavam rapidamente desviaram, atingidos pela
coluna de fogo e explodiram como formigas sob uma lupa.
Naquele dia, o destino abriu uma nova frente para os
Algozes, uma ferida purulenta no lado do Leão.
Desde então, um exército de escravos está escondido em
Tunis. É supostamente liderado por um grupo de Balkhani, um
bando de irmãos, todos ex-voivodules. Eles não podem escapar
para o mar, porque barcos torpedeiros Flagelos estão navegando
por lá. Fugir pelo país é igualmente desesperador, com barricadas
e caçadores neolíbios se divertindo abatendo qualquer coisa que
se mova. Então eles fazem sua casa em Túnis, repelindo as
incursões diárias dos bandos de algozes. Os rebeldes estão
armados até os dentes e não têm nada a perder. Pode levar anos
até que Túnis esteja novamente nas mãos dos africanos.
CONSTANTINA
O ouro é fundido em formas e cunhado nas forjas de ouro de
Constantino. A cidade parece uma fortaleza onde até os
irmãos desconfiam uns dos outros. Emissários do Banco do
Comércio vigiam as oficinas menores, verificando os pesos e
as prensas de cunhagem. Se você trapacear apenas uma vez,
perde a chance de comprar uma concessão para sempre e
toda a sua família cai com você.
Os melhores ferreiros são convidados a Constantine para
desenhar novas moedas e padrões. Neolíbios sacrificam partes de suas
empresas para ver seu rosto em um dinar apenas uma vez.
O jogo há muito se espalhou dentro dos muros da cidade. Os
apocalípticos africanos se instalaram aqui e prenderam os
trabalhadores de Constantino em uma teia de favores e
prostituição. Entre suas tendas, ergue-se o quartel dos Algozes.
Lembrando as revoltas em Tunis, eles treinam para um ataque ou
uma revolta. Pelo menos todos os escravos foram banidos da
cidade. Somente africanos em situação regular podem entrar. Até
eles enfrentam uma Busca da Alma dos Anubitas.
O medo dos Algozes tem suas razões. Fortunas de imenso
valor são armazenadas dentro da cidade. O ouro dos últimos
300 anos de saques e campanhas no reino do Corvo enche as
abóbadas das cavernas subterrâneas.
ÁFRICA 135
TRIPOL
Tripol é o centro do mundo. A partir daqui, os neolíbios
partiram para o Mediterrâneo, explorando as costas,
construindo berrantes casas comerciais e iniciando novas
relações comerciais. Por meio de mercadorias de lugares
exóticos como Franka ou Balkhan, por meio de máquinas e
armas recuperadas, o dilúvio de dinares cresce e se espalha
pelas ruas da cidade. As pessoas o seguem, arrastando
consigo suas conquistas culturais milenares.
As massas vivem em arranha-céus sinalizados com toldos e
painéis de tecido. Estátuas ancestrais feitas de madeira de lei
preta se inclinam ao lado de suas portas, sinos de vento tocam na
brisa. Ao lado deles amontoam-se chalés de um andar com
museus, o Clã responsável por eles se fundiu com os
Anubitas décadas atrás.
A enorme cúpula dourada do Banco do Comércio pode ser
vista do porto. Nenhum lugar é mais sagrado para os Neolíbios do
que este templo para os Dinar. Aqui, os comerciantes adquirem
licenças de comércio uma vez por ano, concedendo-lhes o direito
de negociar ao longo de certas rotas ou lucrar em áreas
específicas de alto valor, como plantações e campos de petróleo.
Aqui, os Anubitas avaliam o Fio da Vida de qualquer Neolíbio que
entra em contratos de longo prazo, e a menor perturbação pode
significar uma morte prematura ou uma vida inquieta.
– ambas as razões para não fazer o negócio.

amplos terraços, suas paredes caiadas ou cobertas de bambu.

Fios de cabos ligam as casas, formando uma rede acima das
praças que corta o céu em triângulos. Os Surge Tanks se elevam
como rochas no mar de pessoas e, em menos de dois dias, as
escadas estão no lugar e os tapetes adornam o convés superior.
Velhos sentam-se nas sombras das arcadas e fumam tabaco com
sabor de canela. Os jovens se aglomeram nos telhados,
balançando as pernas enquanto alguém lhes oferece chá. Outros
pisam e batem palmas no ritmo de suas próprias canções,
formando círculos, inclinando-se para a frente e se afastando
novamente, cantando sua alegria.
Edifícios antigos erguem-se por toda parte em Tripol, alguns
com ameias, parecendo fortalezas e imponentes, outros
escondidos em becos tranquilos. Nenhum desses edifícios
permanece vazio por muito tempo. As tribos se orgulham de sua
origem e mostram os tesouros de sua herança cultural onde
podem: estatuetas de mogno juntam poeira ao lado de escudos
cobertos de pele, facas com lâminas curvas, lanças, roupas e joias.
Supostamente, existem estátuas ancestrais esculpidas em
madeira de Psicóvoro em um desses
THEBANKOFCOMMERCE
Os viajantes chegam a esta cidade histórica e, portanto, ao reino
do Banco do Comércio através de um grande portão circular em
arco. Os mascates vêm correndo e oferecem água com limão.
Entre as residências dos neolíbios existem jardins para o povo,
com lagoas, fontes e grama verde-escura. Aves raras pulam de
galho em galho em enormes gaiolas, inclinando a cabeça quando
alguém lhes dá uma tâmara.
A porta de vidro do Banco do Comércio só abre em
ocasiões especiais, hoje permanece fechada. Visitantes de
cidades distantes pressionam seus rostos contra o vidro
quente e olham para o corredor além, enquanto outros
caminham pelo complexo de torres e salões, especulando
sobre a localização exata da sala do mapa ou dos
arquivos e do salão das abóbadas. Sem falar nas salas dos
Cartógrafos e visitantes. Todos em Tripol viram o prédio,
e dizem que nos últimos meses até alguns Espitalários
ficaram no Banco do Comércio.

DISCORDÂNCIA

No campo entre os Chakras da Terra e os Psicívoros, água-viva azul. Fios semelhantes a guirlandas com Especialmente o interior de Bengasi promete uma

floresce a Discórdia. Na Europa, os campos de protuberâncias vermelhas e pulsantes se entrelaçam em rica recompensa. Durante meses, os Shabath viajam

esporos desmoronam e se transformam em uma dupla hélice e também são carregados. Essas pelos Psiquívoros Discordantes e observam os

bulbilhos. Na África, os Psicívoros armam armadilhas, criaturas podem ter centenas de metros de comprimento, bulbilhos. Se a caçada for bem-sucedida, eles

torcendo-as e entrelaçando-as em tenras copas de pairando acima da selva como veias bizarras. No entanto, percorrem as cidades costeiras com suas descobertas

vegetação que finalmente se transformam em eles já estão desmoronando. e exibem as criaturas em caixas de vidro. Uma

casulos e erguem espinhos negros brilhando de Às vezes, porém, criaturas que não precisam criatura que se assemelhava a um grupo de lulas com

veneno. Ao longo das semanas, o verde luxuriante dá se render à estranha atmosfera em minutos ou os tentáculos das respectivas criaturas unidos para

lugar a um roxo pálido, as plantas murcham e horas emergem dos bulbilhos. Os anubitas formar uma rede foi considerada a maior descoberta

encolhem. Dentro dos casulos, há um farfalhar e assumem que eles se assemelham a grãos de dos últimos anos. A criatura se agarrava ao vidro de

chapinhar. areia crescendo em uma pérola dentro de uma seus recipientes e continuamente formava padrões

Depois de mais alguns dias, o casulo de concha: a contaminação – uma salamandra, um geométricos com seus tentáculos enquanto as

repente se abre, suas paredes são despedaçadas rato do mato ou um humano – e os genes cabeças exalavam uma névoa azul. O Shabath

e tremulam no rastro das criaturas que saem: alienígenas se juntam para fazer algo novo, algo assume que esta era uma forma de comunicação

membranas negras espiralam em direção ao céu adaptado, dentro das membranas. O Shabath – ninguém entendeu a criatura. Morreu depois de
em meio a um fluxo de luz pálida. Clan caça essas criaturas. um dia.

ÁFRICA 137
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com
CARREIRA
Quando os Recrutas vestem seus aventais de couro, eles precisam
se livrar do passado – é um ou outro. Se você é o descendente de
um Cirurgião meritório ou teve que assistir sua família sendo
levada por carroças de uma cama suja no Apêndice enquanto um
Ordenado cuidava de você: todos os Espitalários começam suas
carreiras nas doenças persistentes do Apêndice como iguais, sem
atalhos ou vantagens concedidas devido ao seu pedigree.
Como Recruta, o jovem Espitalário acumula experiência e aprende
a aceitar a realidade impregnada de icor. O primeiro passo é dado com
facilidade e logo ele pode se autodenominar um Ordenado. Ele está
sobrecarregado com mais responsabilidades que o acompanham até
que ele comece a estudar medicina como Famulancer. Novas
perspectivas surgem: em quais departamentos ele está interessado,
quais são suas habilidades? Enquanto os Famulancers andam pelos
corredores de giz do Spital e discutem a teoria dos germes em uma
atmosfera acadêmica com pessoas que pensam da mesma forma, seu
período de lua de mel é apenas breve. Um consultor forma um pelotão
para defender Danzig, e as ordens de marcha podem chegar a
qualquer um que não tenha se tornado indispensável em outro lugar.
O Famulancer vai às salas de dissecação dos Cirurgiões, se oferece para
limpar os fermentadores, ajuda nos portões do Higienista, limpa os
instrumentos cirúrgicos. Tarefas simples um e todos, mas mostra
interesse e iniciativa – e se faz útil. O relógio para, ele não precisa mais
temer o recrutamento e começa uma nova vida nos corredores dos
cirurgiões, epigeneticistas, farmacêuticos, higienistas,
anestesiologistas, hipocratas ou clínicos gerais.
Até agora, o Famulancer é apenas uma reflexão tardia no
departamento. Anos depois, ele provará seu valor ao representante do
departamento: a aprovação no exame fortalece sua posição e permite
que ele ostente o título de seu departamento.
A partir de agora, os degraus da carreira são poucos,
frágeis e distantes. No topo do departamento está o seu
Representante, que distribui cargos e responsabilidades.
Apenas os Consultores estão acima deles – eles moldam a
ideologia dos médicos e especificam seus objetivos.
O Registrador é a voz dos Consultores: ele repassa os
pedidos aos departamentos e será o próximo Consultor –
se sobreviver tanto tempo.
Após 60 anos de trabalho árduo a serviço do Espitalário, os
Espitalários recebem o título de Ancião: uma genuflexão antes da
velhice. Eles podem passar responsabilidades para procuradores,
eles se reúnem e debatem. Somente eles podem criticar
abertamente os Consultores.
Finalmente, os Preservadores. Este ramo existe fora da
hierarquia. Aqueles que se distinguem das massas através de uma
mentalidade extrema ou atos extremos (ou melhor: se
desqualifica para pertencer às massas) podem ser chamados a
Arnsberg pelo próprio Provost Kranzler. Lá, começam vários anos
de treinamento durante os quais a mente do aspirante é
estilhaçada e reconstruída como um mosaico de acordo com os
desejos de Kranzler. O trabalho dos Preservadores? Defender o
Espital e a humanidade – e fazer coisas que seriam demais para
um Cirurgião comum.
O ESPITAL
A ANEL EXTERNO :
APÊNDICE
O verão afasta o frio da tundra. O solo derrete, as flores azuis e
vermelhas explodem para resfriar o azul-petróleo. As pessoas
saem de suas cabanas, estendendo-se em direção ao sol e se
livrando de suas peles. A terra desperta.
Para os patógenos, um novo ano começou. O calor faz
cócegas nas bactérias de sua hibernação, fossas expelem
disenteria, cólera e tifo nas aldeias. Piolhos e carrapatos saem de
seus ovos para emboscar os humanos – carregando espiroquetas,
vírus hepáticos e yersinia pestis. arsenal da morte.
Os Espitalários há muito cavalgaram para desinfetar fossas
sépticas e corpos d'água abertos, e para vacinar os cidadãos de
Justitian. Ainda assim, eles não podem suprimir completamente as
epidemias.
Todos os anos, um fluxo de doenças avança pelos cânions da
cidade de Black Lungs em direção ao Spital. As vias de acesso foram
desobstruídas de destroços e carros velhos por pessoas curadas como
forma de agradecimento. Altares de pedra ao longo do caminho falam
da gratidão das pessoas curadas. Fitas coloridas flutuam em postes,
guirlandas feitas de ervas daninhas e sacrifícios de animais jazem
semienterrados na poeira.
Ninguém pode dizer com certeza onde começa exatamente a mudança
do campo de ruínas para as enfermarias externas, nem quando essa
transição está completa. De repente, um recém-chegado fica no meio de
figuras esfarrapadas e ofegantes, passa por tendas e sente cheiro de vômito
e anti-sépticos.
Os Espitalários chamam friamente esta área de “o Apêndice”,
um apêndice não amado. Seus Recrutas e Auxiliares registram
cada chegada, fazem um primeiro diagnóstico, dão o preço do
tratamento e colocam o doente em uma cama de acordo com sua
doença. A área é estritamente dividida em enfermarias para as
várias doenças: o bairro da cólera, o beco da peste, a avenida da
disenteria, estendendo-se em um anel ao redor do Spital no
centro.
Nos horários de pico, o Apêndice é uma cidade cheia de vida
oscilante. Em tempos de desamparo, é uma necrópole fedendo a
decadência. Alguns dos prédios altos e escuros são rotulados com
sinais de alerta pintados grosseiramente com tinta vermelha e pincéis
largos que cobrem toda a fachada do prédio. Outros edifícios são
apenas esqueletos de concreto carbonizado, limpos de germes por
rajadas de fogo de queimadores Espitalários. Barracas e cabanas feitas
de restos de metal brotam em muitos bairros superlotados. Ninguém
se atreve a deixar sua área designada.
Por mais bizarro que pareça, entre todas as pessoas
esfarrapadas, cuspindo e morrendo lentamente, existe um tipo de
vida normal nesta cidade dos condenados. Famílias ficam com
seus enfermos, cumprindo tarefas braçais, mendigos se apertam
contra as paredes das casas e pedem comida e água,
comerciantes cobrem a boca e o nariz com panos úmidos
oferecem frutas processadas, tubérculos e líquen
preços inflacionados. As opções dos Espitalários nesta área de
doença de longa data são limitadas, e muitos que viajaram de
longe morrem horrivelmente enquanto esperam por médicos
sobrecarregados que lutam contra fluxos de pessoas
chorosas dia após dia. Há noites em que o vento vem do
sudeste e jura-se que o choro e o gemido dos moribundos
podem ser ouvidos até o Tech-Central no centro de Justitian,
gemendo como os gritos distantes dos condenados.
Ninguém no Apêndice pode ter certeza de que não terminará
como o moribundo na cabana ao lado. Apenas mercadorias ou Damas
aumentam a chance de sobrevivência, pois com elas você pode
comprar a passagem pelos portões fortificados para o Corpus.
O INTERIOR: CORPUS
No meio do Apêndice, há uma parede de elementos de
concreto entrelaçados. Em muitos lugares, foi expandido
e ampliado por bunkers inacabados. Espitalários ficam de
guarda nas ameias, olhando sombriamente para o
Apêndice com seus rifles fungicidas prontos. A mensagem
é clara. Nenhum doente pode passar pelas bacias de
desinfecção sem autorização!
Além da parede, está o Corpus. Este anel interno deveria
adicionar armazéns, garagens, laboratórios e salas de operação
ao Spital. O complexo nunca foi concluído. Agora, as fundações do
bunker se projetam do solo como pescoços dentais. Pilares
formam florestas de concreto, treliças de aço sugerem telhados.
As estradas são canais cortando este mundo de bunker, suas
ramificações levando aos laboratórios dos grupos de pesquisa e
depósitos por meio de rampas. A estrada principal dos portões
para o Spital central é a tábua de salvação do Corpus. Todos aqui
conhecem o caminho e o percorrem tão inabalavelmente quanto
uma formiga segue o rastro de feromônio de sua rainha. Nenhum
estranho jamais terá que manter seu
rolamentos no Corpus. Os poucos doentes que compraram
tratamento melhor são levados imediatamente para os hospitais
públicos pelos portões, onde ficam até serem curados, e é melhor
não violar a prisão domiciliar, pois a segurança aqui é
extremamente rígida. O Corpus é um lugar perigoso. Nos
laboratórios de alta segurança, os efeitos das doenças nos
animais são pesquisados e, ao lado deles, rampas conduzem às
instalações subterrâneas de armazenamento de esporos e vítimas
da peste. Quase nenhum outro lugar no deserto tem o mesmo
potencial para acabar com toda a humanidade.
ESPI TA L
O próprio Spital se assemelha a uma fortaleza. Um bloco de
concreto alongado com suas torres cilíndricas de água e fungicida
e outras estruturas é expandido em vários lugares por extensões
pertencentes a vários departamentos. Os pisos salientes do bar
principal lançam sombras nos pisos inferiores e escurecem a
trincheira circundante. Um Espitalário que desce e pisa na poeira
vermelha encontra uma parte odiada da história de Spital. A luz de
uma lanterna incide sobre placas de ferro e janelas fechadas,
cicatrizes marcam as paredes que estão enegrecidas pelo fogo ao
longo de muitos metros. Alguém uma vez tentou em vão romper
aqui.
Ninguém precisa descer lá. Pontes atravessam esse
abismo, que tem mais de cinco degraus de largura nas
entradas principais. Aqueles que desejam entrar neste
tesouro de conhecimento infinito devem ter sua urina testada
para infestação de esporos pelos Higienistas. Uma purificação
completa no banho de desinfecção completa o check-up,
limpa o corpo e acaricia a alma – somos puros por dentro e os
perigos ficam do lado de fora. O Espitalário pega um saco de
roupas embaladas, rasga-o e veste a blusa e a calça de linho
branco. Seu equipamento será limpo e armazenado para ele.
Todo Espitalário trabalha para o dia em que poderá

THEECHEINSPIDERS

Este aracnídeo vermelho-sangue e do tamanho da
palma da mão foi cruzado com espécies relacionadas
de aranhas repetidas vezes por médicos desde que o
Spital foi fundado, um processo que sempre esteve
sujeito a uma seleção rigorosa. O resultado é uma
raça com alta resistência à infestação de Sepse,
juntamente com uma rede potente e glândulas
venenosas. Estes últimos excretam um líquido branco
leitoso que dizem ter propriedades semelhantes à
vitamina C: previne a cárie e pode ser usado para
tratar sintomas de deficiência.
Milhares dessas aranhas Echein foram localizadas
nas cavernas subterrâneas de Corpus, mas
rapidamente se espalharam por todo o Spital e
atacaram a vasta população de insetos. Hoje, os
médicos raramente encontram baratas ou
mariposas nos corredores.
No entanto, a tarefa realmente atribuída aos
aracnídeos é completamente diferente: eles
tecem casulos em torno de cadáveres infestados
de peste e, assim, os conservam para exames
posteriores. Nas cavernas, centenas de
casulos estão presos às paredes.
O consumo de energia de um
frigorífico para manter todos
esses espécimes de corpo inteiro
preservados estaria muito além
da capacidade do Spital.
Hoje em dia, deve haver milhões de
aranhas Echein. Dizem que as enormes
redes dessas aranhas já foram vistas nas
ruínas perto de Justitian.

ESPITALIANOS 153
finalmente caminhe pelos corredores brancos como giz e bem dossiês sobre médicos desonestos e as instalações de impressão.

iluminados. Ele encontrará um lugar entre bibliotecas, salas de leitura,
laboratórios e fábricas, entre geradores e fermentadores.
Se ele ingressar em um departamento, ele se mudará para sua ala.
Os Cirurgiões têm vários blocos operatórios, um auditório e o
Panopticon, onde exibem curiosidades médicas para os seus colegas.
Espero que não apenas para chocar os recém-chegados.
Os cuidados intensivos junto às salas de operações são
domínio dos Anestesiologistas. Ao lado fica a ala médica geral. Os
pacientes não precisam ir muito longe da cama para a cirurgia.
Precisando de espaço, os Farmacêuticos usam um bloco de
construção completo. É o lar da Farmácia Comunitária, onde são
distribuídos medicamentos, e várias salas de leitura e laboratórios
onde fermentadores e alambiques borbulham e farfalham dia e
noite. A epigenética se destaca como o departamento mais
moderno, com sua asa totalmente eletrificada. Os hipocratas
ocuparam o segundo andar, monitorando o cumprimento dos
estatutos e regras éticas. A partir daqui, eles podem descer em
todos os departamentos sem passar pelo saguão. Eles gostam
assim. O resto dos médicos não. O segundo andar também abriga
os arquivos secretos com
Tudo está nas mãos dos Hipócratas. Os Higienistas se
sentem em casa em todos os lugares, mas é claro que eles
também têm sua própria ala com câmaras de desporos, bem
como manutenção de roupas corporais. A placa acima da
entrada diz “Ala Sul II”. Quem aqui entrar vai sentir o que os
Higienistas pensam de limpeza.
Pontos de referência adicionais no Spital são o registro, a
biblioteca pública, as garagens, a oficina de próteses e o
arsenal atrás do “Gate 6”. Aqui, os Espitalários podem obter
armas e equipamentos de expedição, desde que tenham um
mandado. Granadas de fósforo e cartuchos de gás são
construídos na ala Farmacêutica: por questões de segurança,
as armas químicas e biológicas não ficam armazenadas por
mais de 24 horas no arsenal.
Aqueles que se depararem com portas com a palavra de
advertência “HIVE” pulverizada sobre elas devem simplesmente
continuar andando. Vítimas de HIVE invadiram os porões séculos
atrás e morreram lá. Ninguém nunca recuperou os corpos. Até
hoje, ninguém sabe se a HIVE sobreviveu nos ossos e ninguém
quer descobrir.

NO CENTRO: COR
O Cor é o coração do Espital, completo com pátios (os portões de desinfecção), válvulas cardíacas
(preservadores guardando as portas), ventrículos (laboratórios e dormitórios) e às vezes fibrilação
ventricular (as reuniões do conselho de consultores). Na verdade, são dois corações, pois existem várias
centenas de metros de corredores entre a câmara dos Consultores no Zigurate (uma estrutura monolítica)
e o bloco composto pelos laboratórios dos grupos de pesquisa, câmaras privadas, uma usina de energia e
centros de diagnóstico experimental equipados com microscópios eletrônicos de varredura e tomógrafos.

O mesmo vale para ambas as áreas: apenas aqueles que estão completamente livres de esporos e podem
provar que podem passar pelos portões de desinfecção. Atrás deles, os Preservadores esperam. Não deixam
ninguém passar sem autorização de acesso assinada por um Consultor ou um de seus procuradores.
RANKSSPITALIANS
1 - RECRUTAR
Eles são jovens, inteligentes e foram notados pelos Espitalários.
Colocados em um terno, eles cumprem as tarefas servis do
Apêndice. Após o turno, eles vasculham os textos dos Antigos,
especialmente o livro de ortografia. Seu objetivo é aprender a
linguagem escrita.
Aqueles que não são fluentes nela após dois semestres são
dispensados com desonra. “A estupidez é uma doença que nem
nós podemos curar.” A pressão é alta, os olhos injetados falam de
longas noites de estudo e as doenças marcam os corpos exaustos.
Muitos não conseguem suportar e desmoronam. Essa fraqueza é
muitas vezes vista como “apraxia”, a preguiça vadia – uma
acusação severa que só pode ser punida com o exílio.
Apenas um pequeno grupo hardcore chega aos exames após
quatro semestres difíceis.
2 - PEDIDO LY
Eles podem ler e escrever, entender livros médicos simples,
dominar a triagem e agir de acordo com ela. Eles trocam
bandagens, abrem bolhas purulentas, colocam membros
quebrados em talas. Será
um tempo até que eles possam deixar as enfermarias
para o Corpus, mas eles estão em um curso constante.
3 - FAMULANCEIRO
Ombro a ombro eles ficam na frente dos oito Consultores,
saudando rapidamente, enquanto as bandeiras Espitalárias
crepitam ao vento acima. Eles são Famulancers agora -
estudantes de medicina. Eles podem circular livremente
dentro do Hospital, passar dia e noite nas bibliotecas ou
oferecer seus serviços aos outros departamentos. Aqueles
que não conseguem um emprego com eles ou buscam
aventura fora são enviados para a poeira com os pelotões,
armados com um Splayer e um rifle fungicida.
4 - MEDICINA DE CAMPO
Um departamento pouco respeitado do Spital, os médicos de
campo lutam lado a lado com os Famulancers, rastejando pela
lama para consertar corpos dilacerados. No Espital, eles são o
primeiro contato do doente, diagnosticando e nomeando o preço
do tratamento. Eles têm um amplo conhecimento médico.
4 - HIGIENISTA
Seja germes ou sepse, no final das contas é a contaminação que
prejudica as pessoas e a terra. Os Higienistas verificam se as leis
de higiene estão sendo seguidas. Eles certificam e protegem
alimentos e quartos. Eles mantêm as portas de segurança no
Spital e as bacias de desinfecção em Justitian. Eles estão por toda
parte, pressionando tiras de teste nas mesas do laboratório,
medindo a infestação de germes e esporos, atacando campos de
esporos e caçando Leperos. Eles aconselham e punem.
4 - CIRURGIÃO
Operações complexas que os Médicos de Campo não podem realizar
são do domínio dos Cirurgiões. Eles são mestres do bisturi e conhecem
a anatomia humana como ninguém, investigando o corpo para salvar
pacientes até mesmo nos estados mais terríveis.
4 - EPIGENETISTA
A epigenética é o estudo das moléculas desencadeadoras dentro dos
genes humanos e das moléculas específicas que o Primer modifica.
Liderado pelo consultor Dr. Holtz, o departamento de pesquisa é
dominado pelo grupo de pesquisa Epigenética.
Os epigeneticistas dependem da tecnologia para analisar
genomas e sintetizar inibidores altamente complexos. O treinamento
nos procedimentos do Bygone é tão importante quanto o
conhecimento dos fundamentos genéticos e epigenéticos. No entanto,
para poder desenvolver inibidores e substitutos epigenéticos, este
ramo prático deve obter amostras de tecido ou mesmo inteiras
Psiconautas. Sua necessidade por esses experimentos
os agentes os predestinam a lutar contra os psiconautas.
4 - FARMACÊUTICO
Em todos os hospitais públicos e até no próprio
Hospital, os Farmacêuticos são os encarregados
de manter o abastecimento de medicamentos.
Têm livre acesso às farmácias.
O centro do seu trabalho é o consultório da
enorme farmácia do Espitalário, a chamada Farmácia
Comunitária. Lá, eles recebem pedidos de drogas e
distribuem compostos. Mas isso é apenas a ponta do
iceberg. O verdadeiro trabalho é feito nas cubas e
fermentadores das fábricas farmacêuticas, e no campo
onde procuram amostras, catalogam e tentam cultivá-las
nas estufas do Espital.
4 - HIPÓCRITO AT
Os hipocratas representam o Spital para o mundo exterior e
servem como consultores e observadores dos Senados de
Justitian. Os hipocratas monitoram a cooperação dos
departamentos e vigiam os grupos de pesquisa. São eles a
consciência do Hospital: seu fundamento moral e ético que
acompanham as reclamações de seus médicos.
4 - ANESTESIOLOGISTA
Os cuidados intensivos são o seu forte. Os anestesiologistas
colocam seus pacientes em um sono sem sonhos e os vigiam
enquanto os cirurgiões fazem o que deve ser feito. Então, nos dias
seguintes, eles cuidam dos corpos enfraquecidos.
Os anestesiologistas, no entanto, não salvam apenas vidas.
Eles também os levam. Os cartuchos de gás venenoso que
destruíram muitas aldeias de Leperos também vêm de seus
laboratórios e mãos hábeis.
HIERARQUIAS E NÍVEIS - ESPÍRITAS
1 RECRUTAR 2 ORDENADAMENTE 3 FAMULANCEIRO
5 - REGISTRO
O secretário trabalha para vários consultores e
supervisiona o trabalho dos médicos no Spital e no Cor.
Em particular, deve zelar pelo cumprimento do código
moral e ético do Espital. Sua qualificação profissional é a
de um médico experiente. Em caso de falecimento ou
demissão de Consultor por idade, o Escrivão assume o
seu lugar, sendo o novo Escrivão um médico escolhido
pelos restantes Consultores.
6 - CONSULTANTE
No topo da hierarquia Espitalária, os oito Consultores são
considerados os governantes indiscutíveis do Espitalário.
Os Consultores mexem os cordelinhos nos bastidores
sem revelar os seus motivos. Eles dão novas diretrizes e
definem os rumos da organização sem tolerar nenhum
debate, e possuem o poder de levar suas decisões até o
fim. Permanece um mistério para onde este curso levará,
como será implementado e quais meios serão usados.
4 - PRESERVISTA
Apesar de sua abordagem sóbria e científica, a
organização Espitalária é um viveiro de inúmeras lendas.
Os Preservadores são muito reais.
Em garanhões negros com máscaras de gás, eles lideram pelotões
de Espitalários na batalha contra a Sepse. Com sua espada Preservalis,
eles cortam as fileiras dos Aberrantes ou destroem as aldeias de
Leperos com cartuchos de gás mostarda. Seus rostos por trás das
máscaras de gás podem mostrar medo, mas suas ações falam de
crueldade. Eles estão há muito tempo além de qualquer dúvida.
O Corpo de Preservadores não recebe ordens de Hipócratas,
Consultores ou Anciãos. Forma seu próprio grupo dentro dos
Espitalários, independente, mas com fortes laços com o escalão
principal. Seu QG é a fortaleza Arnsberg: lá, os aspirantes a
Preservadores são treinados após sua nomeação, recebem a
consagração da espada e cavalgam para lutar.
5 - COMANDOPRIME
O reitor Kranzler tem liderado o Corpo de Preservação
indiscutivelmente por anos. Ele afasta qualquer tentativa de
4 PRESERVISTA 5 COM. MELHOR 6 REITOR
4 MÉDICO DE CAMPO 5 REGISTRO 6 CONSULTOR
CIRURGIÃO
HIGIENISTA
ANESTES.
FARMACÊUTICO
EPIGENÉTICA. O ALDEIA DOC.
HIPOCRATA x MAIS VELHO
controle-o dos hipocratas como uma mosca irritante. Ele é
auxiliado pelos Commando Primes, cada um deles mais perto
do inferno do que do céu. Kranzler não quer buldogues, mas
indivíduos dispostos a usar sua inteligência pessoal e
experiência para prejudicar o inimigo o máximo possível.
6 - PRÓTESE
O Reitor faz oficialmente o que diz o corpo de Consultores
– mas o que esses velhos peidos sabem da guerra? O
reitor Kranzler há muito cortou os laços que pretendiam
prendê-lo.
0 - MÉDICO DA VILLAGE
O Spital consome enormes quantidades de comida e energia
para manter o maquinário de saúde no Apêndice. Enquanto
seus pacientes cobrem seus custos, o Spital não gera lucro
suficiente para pagar expedições a Pollen e Franka. É claro
que o Protetorado Justitiano cuidaria de bom grado - e não
completamente altruísta - das necessidades do Spital, mas até
agora os médicos se recusam a se render completamente aos
juízes.
Graças aos chamados Village Doctors, a rendição também
não é necessária. O Spital aluga médicos para vilas e cidades
estrangeiras, exigindo comida, óleo, artesãos e mercenários em
troca de serviços prestados. O dever na aldeia é geralmente
considerado uma punição. Apenas a ameaça de ter que trabalhar
entre os selvagens vulgares e sem educação é motivo suficiente
para muitos Espitalários trabalharem mais e impiedosamente
eliminarem concorrentes em potencial. Médicos retardatários em
seus estudos ou de opiniões duvidosas rapidamente se
encontram em um vilarejo remoto, longe de uma companhia
digna. No entanto, alguns Espitalários consideram isso uma
posição honrosa, ajudando as pessoas nas ruínas.
X - ANCIÃO
O único título relacionado à idade no Spital, que todo Espitalário recebe
após 60 anos de trabalho duro. Dá-lhes o direito de nomear um
procurador para trabalhos tributários e trabalho de campo.
Principalmente, um médico aspirante a registrador é escolhido. Cinco
dos oito Consultores em exercício são Anciãos.
ESPITALIANOS 157
 FUNGICIDERIFLE
ESTEREÓTIPOS
ANABAPTISTAS
Embora compartilhemos objetivos comuns,
eles estão cheios de equívocos. No entanto,
não podemos ser muito exigentes quando se
trata de nossos aliados.
ANUBIA
Demônios negros que nos incomodam em
Qabis. Eles entraram em uma simbiose
profana com aqueles Psicívoros. Em casa,
nós os chamávamos de Psiconautas.
PÓTICOS APOCA LY
Eles carregam a Sepse para as cidades,
puramente por seus próprios desejos, sem se
importar com as consequências. É verdade que
nem todos são ruins: alguns são bons
mensageiros. Mas se esta guerra nos ensinou
uma coisa, é que às vezes os inocentes precisam
queimar para lutar contra um perigo potencial.
CRÔNICOS
Eles são espertos. É óbvio que eles puxam os
cordelinhos nos bastidores. Eles enganaram
os Juízes e Sucateiros. Pelo que sabemos, eles
já estão fazendo a manutenção de algumas
máquinas no Spital.
CLANNERS
As pessoas. Nós os protegemos de
doenças e sepse, e eles nos
alimentam. Este arranjo tem
funcionado há séculos.
HEL LV ETICS
Hellvéticos são salteadores modernos que
coletam dinheiro da ponte mais lucrativa
de toda a Europa. Eles estão se abrindo
desde a infestação de seus túneis. É
apenas uma questão de tempo até que
uma aliança seja firmada.
JEAMMEDANOS
Como eles evitam Burn, a infestação de esporos é
virtualmente desconhecida entre os
Jehammedanos. Uma preocupação a menos. Nas
planícies do Adriático, lutamos contra eles por um
tempo. Vamos esperar que eles não sejam
implacáveis.
JUÍZES
Nós tivemos nossas altercações. Assim que
tivermos destruído os Clãs, veremos onde
estamos e que partes de nossa aliança
podemos transferir para tempos de paz.
NEOLIB YA NS
Os Cronistas dizem que os negros comem
crianças. Não podemos confirmar isso. Em
Qabis, eles estão em seu melhor
comportamento. Eles amam sua terra e estão
preocupados. De alguma forma, isso os torna
nossos irmãos.
PA LERS
Figuras doentias se escondendo em buracos
assim que há perigo no horizonte. Não é muito
surpreendente depois de todos esses anos de
incesto. Ainda assim, eles podem abrir nosso
caminho para os Balkhan.
Algozes
guerreiros africanos. Em Qabis, eles nos protegem,
mas vamos encarar. Eles odeiam isso. E nós. Eles
pegaram escravos suficientes para provar isso.
Scrappers
Sucateiros são pobres coitados, vivendo na
sujeira e morrendo dela. Pelo menos é o que
pensam nossos Famulancers. Na verdade, os
Sucateiros apresentam menos sintomas de
deficiência do que os citadinos. Eles dominaram o
terreno baldio, então eles sobrevivem.
NIKOLAIWORSCHEK
CULTURA:Pólen
CONCEITO:O Buscador
CULTO:Espitalários (preservadores)
Como Preservador, foi o principal
representante do destacamento estacionado
em Danzig. Ele ficou conhecido como um dos
primeiros Espitalários a se aventurar
profundamente no coração de Pollen. Uma
vez inabalável e infame por seu sexto sentido
quando se trata de detectar campos de
esporos e psiconautas, ele está podre por
dentro devido ao seu vício em queimaduras.
Por enquanto, ele pode esconder sua
corrupção de seus subordinados, mas é uma
aposta arriscada.
ALMAMARTINOVA
CULTURA:borca
CONCEITO:O Herege
CULTO:Espitalários (Famulancer) Alma foi
transferida para Souffrance por motivos
disciplinares pelos Consultores depois que
ela se recusou a liderar um ataque a um
enclave de Borcan Leperos. Foi uma boa
decisão para o Spital, assim como para
Martinova. Desde então, o Famulancer
tornou-se parte da Resistência de Franka
em Souffrance, organizando assassinatos
dos Feromantes governantes ou de seus
lacaios e desestabilizando o equilíbrio de
poder da metrópole da cratera.
Dr. HERNEZVASCO
CULTURA:Hibrispânia
CONCEITO:O eremita
CULTO:Espitalários (N/A)
O Dr. Hernez Vasco está foragido desde a
expedição de Pandora em 2562. Quando foi
visto vivo pela última vez em 2570, ele exibia
uma tremenda força e agilidade. Desde então,
ele desapareceu na tundra. Rumores se
espalharam em torno do misterioso médico
como hera. Alguns dizem que ele se tornou
imortal após um pacto do diabo com o
próprio Primer. A fofoca em torno de sua
lenda é interminável, principalmente entre os
Espitalários mais jovens.
ESPITALIANOS 159
 O ÚLTIMO BASTIÃO
ESPITALIANOS
À LUZ DE UMA LVAÇÃO
Os psiconautas e a sepse são apenas sintomas de uma doença
chamada Primer - e ninguém conhece as doenças melhor do que
os Espitalários. Eles se debruçam sobre amostras de tecido,
discutem desvios de histonas, cromossomos e possíveis
aberrações causadas pela influência da Discordância. Seus
colegas nos estábulos de criação extraem vacinas do sangue de
cavalos transgênicos. Atrás das paredes do Spital, atrás de
fechaduras de desinfecção e fileiras de fortes preservadores,
estão os cientistas. Cada novo insight é uma peça de um quebra-
cabeça que no final ajudará a completar a imagem que mostra
como erradicar a praga dos psiconautas da face da terra.
Lá fora, o cheiro de desinfetante se dissipa.
Um labirinto de becos e túneis serpenteia entre barracos sem
janelas. Letras grandes batizam os blocos de concreto. Como um
exército de formigas gigantes, os Espitalários vagam por seu
formigueiro, desaparecendo nos prédios ou descendo na escuridão
por meio de rampas.
Seus crânios são manchados e pálidos, raspados e calcinados
corretamente para prevenir qualquer forma de infecção. Pureza é vida.
Todos eles usam ternos pretos foscos com longas listras brancas e
carregam armas de haste articuladas mais altas que um homem, os
chamados Splayers. De um lado há uma lâmina, do outro um cilindro de
vidro aparafusado com um líquido turvo e uma forma estranha dentro.
Falta apenas uma parede, um portão, e eles estão no
Apêndice, a enfermaria do Espitalário. Gemidos e gritos cercam o
Espitalários que cuidam de legiões de doentes. Cronista Damas, peles,
sucata brilhante, garrafas de óleo e outros objetos de valor mudam de
mãos - parentes dos enfermos empilham presentes na frente dos
Espitalários até que estejam prontos para começar a tratar os
enfermos com bisturi e serra ou apenas dar-lhes algum remédio. Seus
meios são limitados, mas mesmo assim: no Apêndice, nos postos de
higiene de Justitian, ou nos hospitais públicos, eles ajudam a
população. Aqui estão os médicos que defendem o juramento de
Hipócrates de forma desafiadora e determinada, até hoje.
A muitas centenas de quilômetros do Spital, em Pollen: O
garanhão negro balança a cabeça sem querer, tenta se livrar de
uma máscara de gás gigante esfregando-a no chão. O Preservista
acaricia seu pescoço para acalmá-lo e monta. O cavalo bate as
patas no chão, relincha baixinho sob a máscara. É inquieto. O
Preservador puxa as rédeas e olha para o lago escarlate em meio
ao gelo eterno. Corpos flutuam ali como ilhas, cortados por
espadas. Seu olhar vagueia por esporas e velas de osso, por
crânios disformes com pseudo-olhos negros na testa. Os
aracnídeos já começaram a tecer casulos ao redor dos corpos dos
psiconautas. O mundo é mais seguro sem eles – e mais limpo.
Os Espitalários são tanto cientistas quanto médicos e
guerreiros. Todos os dias nos laboratórios os aproximam da
compreensão e da salvação da humanidade. Todos os dias eles
decidem entre a destruição e a cura. Eles combatem a cólera e
ESPITALIANOS 147
destruir aldeias afetadas por esporos. Em Franka, eles detonam os
respiradouros dos Feromantes, em Pollen eles estudam as
Florestas Fractais e entram em guerra com os mortais
Biocinéticos, em Purgare eles queimam faixas no exército de
milhões de carrapatos e pulgas com fungicidas e fogo, e no
Balkhan eles trazer dissonância para o Dushani.
Os Espitalários são o último bastião da humanidade.
SEGREDOS ANTIGOS
Desde o grande incêndio de 2499, esta ala está deserta. Os
armários são colocados ao longo da parede, assim como nas
salas contíguas. Estão todos manchados de fuligem, alguns
tão deformados que as gavetas estouraram. Mas alguns
armários parecem intactos. Entre fichas de processos e listas
de óbitos, ainda guardam os 500 anos de história do
Espitalário. Há rumores de uma conflagração global, de fluxos
de refugiados sob céus ardentes, todos com o mesmo destino
– o Spital, então chamado de “Southern Ruhr Crisis Center”.
Muito sofrimento, muita gente. Saqueadores invadiram as
instalações, mataram os médicos e levaram o que puderam.
Caixas de remédios e bandagens foram colocadas sobre as
camas e, do lado de fora, a luta continuou. Os transportes do
armazenamento central colidiram com as barricadas, foram
empurrados e roubados também. Os médicos se defenderam
com bisturis e suportes de infusão e injetores carregados com
cartuchos cheios de ácido sulfúrico. Garrafas de oxigênio e
gás destinadas à ventilação foram transformadas em lança-
chamas. Os médicos do Centro de Crise ficaram de costas
para a parede, armados até os dentes de medo.
Quando as forças da UEO finalmente intervieram, já haviam
ido longe demais.
A SEGUNDA ONDA
Quatro anos após o Eshaton, a situação dos médicos voltou
ao normal. Nesse ínterim, a clínica e o prédio de comando do
Centro de Crise foram rebatizados de “o Espital”. A UEO foi
desmembrada, mas alguns ex-soldados ainda serviam como
polícia dos médicos. Com a eficiência de quem não precisa
temer nenhum processo, eles acabaram com os pontos de
conflito.
O silêncio temeroso reinou.
As principais partes da cidade em ruínas ao redor pareciam uma
necrópole - esqueletos em farrapos ondulantes se alinhavam na rua,
empurrados descuidadamente para o lado por escavadeiras. Rosa dos
ventos e trouxe cinzas de crateras vermelhas. Em grandes flocos,
cobriu o testemunho da dor e da doença e finalmente enterrou
completamente esta parte da história.
Enquanto isso, os riachos de refugiados haviam se reduzido a
um riacho, a situação estava sob controle. O Hospital tornou-se
um local de ordem e recuperação, os médicos recuperaram uma
parte da sua auto-estima. Mas um último perigo permanecia: a
infame doença da África distante, HIVE, havia morrido a caminho
do frio norte? As pessoas estavam seguras aqui?
Quando os primeiros casos da região do Ruhr foram relatados,
os médicos fugiram para trás das paredes do Spital. Eles
barricaram as janelas, fecharam os portões. Aqueles que
aguardavam recuperação nas enfermarias foram
informados por meio de alto-falantes para deixar a
região: “O Spital está fechado, com efeito imediato. Ir
para casa." Do desamparo, surgiu uma onda de raiva,
levando mais uma vez à violência. Mas o HIVE já estava
desenfreado entre os atacantes, diminuindo suas fileiras.
Máquinas de cerco e armas caíram de mãos infectadas. A
resistência foi quebrada muito antes da batalha começar.
Enquanto isso, os médicos observavam os eventos fora de
seus muros, de janelas gradeadas e telhados altos. Seus
olhos espelhavam o desespero dos doentes. A simpatia e
o senso de dever guerreavam contra a autopreservação
em suas mentes. Alguns médicos não aguentaram e
pularam do telhado do Spital.
NOVOS OBJETIVOS
Os médicos levaram mais de uma década para reabrir os
portões de seu refúgio e entrar em um mundo mudado.
Durante os anos de exílio, eles tiveram tempo para refletir
sobre seus atos e objetivos. Hoje, não há mais registros desse
processo. O grande incêndio queimou os documentos e
roubou dos Espitalários uma parte importante de sua gênese,
incluindo o segredo de como eles sobreviveram no desolado
Spital sem apoio externo.
A informação de que o Spital havia reaberto se espalhou como
fogo na tundra de Borca. A princípio, apenas alguns se reuniram do
lado de fora das muralhas da fortaleza e olharam interrogativamente
para as figuras com máscaras de gás e ternos pretos foscos. Mas os
médicos curavam quem procurava ajuda, o olhar ameaçador era
apenas um disfarce – por enquanto.
Quando a imprensa do povo mais uma vez ameaçou subjugar
os médicos, um corpo de Espitalários do mais alto escalão – os
Consultores – se reuniu. Traçaram uma campanha contra tudo o
que estava doente, tramaram e deram ordens como os generais
de outrora. Assim, no final, os pelotões espitalianos se
espalharam, dividindo a área circundante em zonas de contenção,
estabelecendo o beco da peste e o bairro da cólera e classificando
os doentes por doença. Ergueram muros e fortificaram o Espital.
Eles elaboraram um programa de recrutamento e enviaram
médicos de aldeia que trabalhavam por dinheiro ou em troca de
proteção.
A influência do Spital em West Borca cresceu.
SEPSE
Doenças simples não continuariam sendo o pior inimigo dos Espitalários por
muito tempo. Eles poderiam ser derrotados usando o conhecimento dos
bancos de dados de seus pais fundadores. Mas a Sepse era um novo tipo de
ameaça, desconhecida e onipresente. Estava diretamente relacionado com a
popular, barata e potente droga chamada Burn. Efeitos colaterais? Nada que
justificasse a proibição dos Espitalários aos olhos do consumidor. Os médicos
perderam terreno, as cordas com as quais o mundo dançava conforme sua
música foram rompidas.
Desde 2221, estranhas mutações ocorreram em Pollen, e agora elas
também corriam desenfreadas em Borca. Enxames de insetos
inundaram a terra, entrando nas cavidades do corpo e picando,
mordendo e botando ovos. Campos de esporos floresceram em todos
os lugares, conquistando uma região após a outra. No leste, o pólen e
os campos de esporos da mãe de Balkhan se uniram para formar uma
barreira impenetrável e separaram a Europa da Ásia. As pessoas ainda
não acordaram: suas mentes foram devastadas pela intoxicação de
Burn.
Em 2300, os Espitalários se levantaram contra a Sepse. Eles
estudaram os Psychonauts e seus Raptures, com novas
tecnologias como o Noumenon Vocalizer, eles procuraram as
cintilações de éter dos coletivos de Chakra e estabeleceram a
teoria do Primer. Na droga chamada Burn, eles reconheceram a
principal fonte de infestação de esporos, caçando cada cúspide e
os contrabandistas que os traziam para a região.
Todos os Espitalários aprenderam que estavam
testemunhando um novo e equivocado processo de criação
que logo destruiria a humanidade. Ainda não era tarde
demais. Por enquanto, os médicos eram a primeira e única
linha de defesa contra o Primer – a frente. Se eles caírem, a
humanidade também cairá.
Quando um campo de esporos da Mãe se desenvolveu em Menden
doze anos depois, os médicos estavam prontos. Eles triunfaram sobre
o campo de esporos, mas criaram o Festering, um campo de
propagação de nanites entrópicas. No entanto, a batalha não acabou.
Em Pollen and Franka, estava apenas começando.
PROTETOR EM E
Em 2513, os Espitalários ingressaram no Protetorado Justitiano,
mas disputaram com sucesso privilégios que essencialmente lhes
garantiam a independência: eles não concederam aos Juízes
nenhum direito nas terras do Espital e limitaram seu acesso ao
Apêndice, o anel externo do Espital cheio de enfermarias. Além
disso, eles exigiam participação em questões de higiene e
medicina em Justitian e, além disso, espitalianos armados com
moluscos deveriam guardar os portões da cidade.
Isso foi tudo?
Não. Mas a última questão era a mais polêmica: os
médicos exigiam permissão para caçar e matar Psiconautas e
Leprosos no Protetorado em geral, especialmente em
Justitian. Os juízes se opuseram a eles dizendo que todos
dentro dos limites da cidade deveriam ser julgados pelo
ESPITALIANOS 149
 Codex, que não contém leis sobre matar psiconautas. Seguiram-se
discussões intermináveis nos Senados, provocações dentro dos limites
da cidade transformaram-se em brigas, médicos foram presos e
novamente libertados à força pelos Preservadores.
Mas o tempo para conversas acabou agora, pois os Clãs
continuam assediando o Protetorado com assaltos. Aqueles
que querem fazer um acordo com os juízes hoje devem lutar
por Justitian. É exatamente isso que os Consultores oferecem:
pelotões de Espitalários Famulantes e Preservadores
marcham contra o Clã Barata ao lado dos Juízes e protegem
as cidades fronteiriças de ataques.
No que diz respeito aos psiconautas e aos afetados
por esporos no Protetorado: cace-os, queime-os e
depois volte para a fila!
HIGIÊNICA
O medo de germes e bactérias está profundamente enraizado nos
Espitalários e pode, pelo menos em parte, ser explicado por
eventos históricos. Letras grandes nas paredes dos corredores
ainda gritam “Nunca mais!”, “A negligência selou seu destino” e
“Nunca se esqueça!” e lembrá-los da primeira leva de refugiados
que eles abandonaram para o HIVE. Séculos depois, o Sepsis se
junta a esse panteão de horrores.
A higiene determina a vida diária de um Espitalário.
A purificação completa ao entrar no Espital faz parte desse
patrimônio. Um estranho consideraria isso uma tortura. Primeiro
o enema que elimina as bactérias do intestino, depois a
hidratação com vários litros de água, que pelo menos é ingerida
por via oral. Em seguida vem a purificação externa: o

MOLUSCOS

A sepse aflige o tecido orgânico e o penetra com
pelos extremamente tênues. Assim que a teia de
micélio atinge uma massa crítica em humanos,
ocorrem as conhecidas mutações psiconáuticas -
as pessoas perdem sua identidade para um
Chakra da Terra.
Os Espitalários usam este fato: fibras
musculares bovinas são colocadas em uma solução
nutritiva (chamada “líquido amniótico” no jargão
Espitalário) junto com esporos de Sepse ativos. A
solução é enriquecida com substitutos epigenéticos
que facilitam uma infecção por esporos e ligam
toxinas para prevenir a cárie. Esta bebida precisa de
vários dias para amadurecer, e então
os médicos recolocam os músculos agora
infectados em copos com solução nutritiva fresca.
Eles puxam uma membrana através da abertura,
permitindo-lhes injetar solução nutritiva fresca e
as chamadas substâncias de medição
posteriormente.
Quem não conhece não reconhece que aquela
massa apertada flutuando preguiçosamente na água
– que é chamada de “Molusco” por sua aparência ser
parecida com a de um caracol – é muito mais do que
uma bugiganga bizarra. Quando psiconautas ou
pessoas afetadas por esporos se aproximam de tal
recipiente, o músculo sofre espasmos espasmódicos.
Uma e outra vez bate forte contra o vidro: a
batida surda crescendo para um staccato
frenético conforme o Molusco se aproxima da
fonte ativa de esporos. O tecido trêmulo bate
o líquido em uma espuma espumante até o
contato final.
No entanto, o Molusco só reage aos seres
vivos que abriram o canal para um Chacra da
Terra por meio de sua infestação de esporos:
Psiconautas carregados de esporos,
Queimadores da droga e portadores da Semente.
O cilindro de vidro com molusco é equipamento
padrão. Ele é construído como um complemento
para o Splayer.

todo o corpo é raspado e desinfetado com uma bebida nojenta
que queima a pele e deixa os olhos vermelhos. Os Higienistas
especialmente treinados observam este procedimento, verificam
os excrementos e relatam a seus supervisores se algo acontecer.
O procedimento é exaustivo, mas os Espitalários o consideram
uma redenção, um “desmedo”, pois desata o nó da ansiedade em
seu peito e certifica que possuem a pureza necessária. O perigo
de ser considerado um Leperos - o termo espitaliano para um
humano afligido por esporos - paira como a espada de Dâmocles
acima de todos eles, não importa onde eles estejam na hierarquia.
PRIMERKNOWLEDGE
As pessoas confiam no conhecimento dos Espitalários sobre o Primer, a
Sepse e os Psiconautas. É por isso que a insinuação de que os insetos
carregam esporos levou a comentários exagerados e apavorados.
reações em Borca: em todos os assentamentos, fios brilhantes agora atraem
mariposas para uma morte ofuscante, trapos impregnados de cola e água
com açúcar vasculham o ar em busca de moscas e formigas e insetos
morrem com iscas envenenadas. As pessoas temem menos a Sepse do que
um pelotão Espitalário encontrando Sepse em sua aldeia.
Os médicos carregam o mito de sua onisciência como um
escudo e dão ao povo noções básicas simples. Isso é tudo que eles
precisam e que eles podem entender.
Por trás de cada fragmento de conhecimento, há anos
de exploração, expedições às bordas das crateras e
batalhas contra Aberrantes em todas as Culturas da
Europa. Dez mil médicos se sacrificaram no altar da
ciência, contaminados por esporos, intoxicados por
feromônios, enlouquecidos por cantos Dushani,
quebrados em combate pela Biocinética e esmagados em
armadilhas gravitacionais pela Psicocinética.
As bibliotecas enchem, e foi apenas alguns anos atrás
 NÚMERO
O Noumenon Vocalizer traduz o chamado do chamados de Visualizadores) para tornar as
éter dos Psiconautas e de seus Chakras da amplitudes visíveis. No centro dos dispositivos está
Terra em uma sequência de tons. Graças aos um molusco que recebe as vibrações do éter – assim
Cronistas, muitos Vocalizadores têm como na variedade Splayer, apenas eletrodos são
monitores ou plotters agora (geralmente são inseridos no molusco Noumenon. Um
que os epigeneticistas estabeleceram algumas regras gerais com
sua teoria das histonas. Agentes experimentais fervem em frascos
de destilação, e Psiconautas capturados são usados para testar a
reação de seu Rapture a mudanças de temperatura, tifo ou lepra.
As amostras de solo das crateras são verificadas quanto a
resíduos do Primer original. Fenômenos são registrados e
estudados.
Hoje, todo Espitalário conhece o Primer, as diferenças
entre os Arrebatamentos e como se proteger contra cada um
deles. Ele já pulverizou esporos de Sepse entre os dedos e os
observou crescer em experimentos de laboratório. Os
resultados da metamorfose de um campo de esporos são tão
canônicos quanto a dosagem de EX, a panacéia contra a
infestação de esporos.
Mas nem todas as informações estão disponíveis gratuitamente no
Espital. Os grupos de pesquisa e os Consultores que os lideram
impedem que os Espitalários comuns entrem em suas bibliotecas.
Porque? Que segredos o grupo de pesquisa HIVE mantém escondido -
ou o grupo de pesquisa de próteses?
SALVADORES DA HUMANIDADE
Os Espitalários se veem como o último bastião contra o
Primer e sua laia. Se eles caírem, o mundo cairá sob o ataque
dos afetados por esporos. A era humana terminaria. Quem
ousaria criticá-los ou impedi-los nessas circunstâncias? No
final, todos devem responder a uma pergunta e apenas uma
pergunta: ele está com os Espitalários ou com os Aberrantes
e, portanto, contra a Humanidade? O tempo se esgota, as
batalhas ficam cada vez mais brutais. Não há mais tempo
para explorar as profundezas entre esses dois extremos.
Escolha cuidadosamente.
Os anabatistas fizeram sua escolha. Como irmãos, eles
estão ao lado dos Espitalários, não porque compartilham seus
conhecimentos, mas porque chegaram aos mesmos
resultados por meio da fé.
Os Hellvéticos observaram os Aberrantes com espanto
por muito tempo, mas ignoraram sua expansão.
Provavelmente muito tempo, pois os Filamentos dos
Psicocinéticos já cortaram a Fortaleza Alpina, enviando um
fluxo de carrapatos e pulgas para túneis sem fim. Quem sabe
o que a montanha já gera em seu núcleo? Pela primeira vez,
eles pediram ajuda aos Espitalários. Não vai ser a última vez.
Outros Cultos ainda não escolheram um lado, ou espalharam a
Sepse por negligência ou por escolha, como os contrabandistas de
Burn entre os Apocalípticos. Eles não podem esperar misericórdia dos
Espitalários.
o amplificador transfere os pulsos para a membrana
oscilante e ajuda na visualização. Durante seus
estudos, os Espitalários recebem uma introdução à
maneira como os Vocalizadores funcionam e podem
reconhecer e interpretar assinaturas simples.
TRABALHO DE CAMPO
Dia a dia, hostes de Espitalários caminham pelo deserto,
explorando o domínio dos Psiconautas, lutando contra a Sepse e
ajudando as pessoas na batalha diária contra doenças.
Eles estão vestidos com roupas impermeáveis de neoprene.
Buracos no traje cobertos por membranas na dobra dos
cotovelos, braços e pescoço possibilitam injeções de adrenalina ou
antibióticos sem a necessidade de se despir e entrar em contato
com a atmosfera infestada de pestes. Seus rostos são
obscurecidos por máscaras de gás, o ar sibilando pelos filtros
enquanto eles o limpam de esporos transportados pelo ar. A urina
é canalizada para uma garrafa fixada na coxa por meio de um
tubo para ser verificada posteriormente quanto a germes e
esporos no Espital. Nas áreas invadidas pelo Sepis, é obrigatório o
fornecimento amplo de cal desinfetante. Quando há perigo de
infecção, ele é espalhado por todo o corpo, especialmente áreas
desprotegidas como o crânio.
BLOODANDSWE AT
Há muito trabalho a ser feito no Apêndice. Experimentos ousados com
patógenos desconhecidos e trabalhos de campo criam riscos
incalculáveis – riscos que os Consultores consideram absolutamente
necessários, mas que também criam longas listas de mortes nos
escalões inferiores. Para preencher as fileiras, os Espitalários precisam,
portanto, de um suprimento permanente de pessoas jovens e
inteligentes.
Os ordenanças de baixo escalão têm a primeira conversa com
os recrutas. Eles contarão aos recém-chegados o esforço de seu
trabalho da maneira mais detalhada e colorida, sem deixar nada
de fora.
Mas só um louco se juntaria voluntariamente, certo?
Provavelmente. Se a promessa de trocar uma existência sem
sentido labutando nos campos por uma a serviço da humanidade
não fosse suficiente, os Espitalários garantem elogios, gratidão,
rações diárias de drogas e uma comunidade poderosa apoiando
qualquer Recruta.
Somente os mais resistentes ousam dar o próximo passo
após essa conversa e se inscrever no Spital. Isso é bom. Os fracos
no Apêndice primeiro murcham, depois quebram e finalmente
morrem de uma das inúmeras pragas, antes de subirem para o
céu de um dos muitos crematórios logo em seguida. Aqueles que
carregam um terno Espitalário devem viver de acordo com sua
herança e o símbolo que carregam.
No dia em que os Recrutas riscam seu X no formulário de
recrutamento manchado para testemunhar sua disposição de
ingressar, sua verdadeira batalha começa.
ESPITALIANOS 151
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com
O ONISCIENTE
CRÔNICOS
DIGI TA L
Reflexos dançam em tons redondos de espelho a cada movimento.
Emoldurados em metal fosco, eles estão embutidos em uma máscara
de couro preto como olhos brilhantes de insetos, olhando frio e
silencioso para um mundo iluminado por flashes, mas escuro. A
máscara pressiona firmemente o nariz e a testa. Dedos ágeis se
atrapalham com os fechos na nuca, apertando-os até que o couro
pareça uma segunda pele. As armações dos óculos agora são
pressionadas firmemente ao redor dos olhos, os tubos são
empurrados para dentro da boca. Uma membrana de microfone
transmite o som de cada respiração, cada respiração ofegante dos
pulmões e o esmagamento dos tubos cobertos de saliva para um
amplificador pendurado na frente do peito por cabos da espessura de
dois dedos. Os sons são distorcidos e produzem feedback grotesco ao
se misturar com o ruído estático e o murmúrio de centenas de alto-
falantes ao fundo. De tempos em tempos, feedbacks rasgam o mar de
sons, ecoando pelos corredores metálicos por segundos.
O Cronista não registra nada disso. Seu rosto mascarado se
afoga na escuridão do capuz que ele usa. Os pedaços de vidro
espelhado do tamanho de uma moeda embutidos nos ombros da
capa refletem a luz dos monitores âmbar olhando para baixo das
paredes em um arranjo caótico como os olhos multifacetados de
uma aranha.
O Cronista sai de seu quarto, de cabeça baixa, e entra
pela porta do corredor. No brilho da iluminação azul clara,
mais figuras vestidas passam por ele, todas usando um código de barras branco
em suas capas pretas.
Eles se movem com propósito pelos estreitos corredores
de aço, nunca hesitando em um cruzamento. Monitores com
um bizarro conjunto sensorial de câmeras, scanners de
código de barras e antenas penduradas no teto observam a
maré dos Cronistas, servomotores zumbem e inclinam o
aparelho de um lado para o outro e vice-versa. O Cronista não
faz parte da maré, ele segue a corrente de ar que carrega o
cheiro de suor, óleo e borracha queimada. Ele vê a luz do dia,
filtrada por nuvens de poeira vermelha, no final do corredor.
Um irmão (ou irmã?) já o espera.
Humildemente, ele cai de joelhos diante do guardião, puxa o
capuz para trás e abre o fecho superior da máscara. Com as duas
mãos, ele dobra o segmento da testa e mostra um código de
barras tatuado na pele pálida. Ele sente o metal frio do scanner e
registra o brilho vermelho da barra de laser com o canto do olho.
Ouve-se um guincho "Saia!" do alto-falante do guardião. Ele
finalmente está do lado de fora.
O Cronista é uma forma pequena em frente a uma malha gigante de
vagões, placas de metal e cabos de aço. Painéis solares, angulados como as
escamas de algum gigante primordial, acumulam calor à luz do sol de
Borcan. Cabos grossos como o braço de um homem se enrolam nas
profundezas e alimentam o coração adormecido do Cluster, embutido em
um fluido nutriente de bits e bytes. Ele vai começar a bater em
CRÔNICOS 161
algum ponto. Eventualmente, o Cronista não precisará mais ir
aos salões dos Sucateiros para avaliar e comprar artefatos.
Seus irmãos e irmãs não precisarão mais se disfarçar na
frente de selvagens, não precisarão mais colocar Anabatistas
contra Juízes e Juízes contra Espitalários. Pois o coração
pulsante marcará o início de uma nova era.
ABRIR
Para a maioria dos Clãs e Cultos é difícil traçar suas próprias origens
por meio de árvores genealógicas ou registros do passado ao longo
das décadas. Os registros dos tempos pré-Eshaton estão perdidos para
sempre, substituídos por mitos e lendas de cidades douradas e
humanos voadores. O passado não significa nada, hoje é tudo. Os
cronistas veem as coisas de maneira diferente.
Antes do Eshaton, eles se autodenominavam Streamers.
Eles eram mais um movimento de pessoas afins do que um
grupo organizado. O fluxo contínuo de dados ligando tudo, o
Stream, estava no centro de seus interesses e muitas vezes de
suas vidas. Os humanos eram os neurônios em sua rede
global, e transmitiam os impulsos. Culturas inteiras e o
conhecimento da humanidade se fundiram no Stream e
continuaram existindo dentro dele.
O Eshaton interrompeu o fluxo de dados, destruiu
estruturas sociais paralelas à rede de dados. O
conhecimento de séculos foi perdido. Os últimos resíduos
nas mentes da geração sobrevivente foram arrancados de
suas cabeças inteligentes na era da besta. Assim, o
contador foi zerado. Mais tarde, os Cronistas começaram
a chamar a enorme catástrofe de 2073 de Evento Zero.
À medida que o mundo ao seu redor avançava para uma nova
Idade da Pedra e se voltava para formas arcaicas de civilização, os
Streamers mantiveram vivo o pouco conhecimento antigo que
conseguiram salvar. Em toda Borca, eles coletaram manuais de
usuário, dispositivos de armazenamento, placas de circuito e
pilhas de servidores. Nas primeiras décadas, os Streamers eram
apenas saqueadores tecnófilos, enchendo os porões com sucata
sem muita experiência. Eles ainda não estavam organizados, mas
seu desejo pelo renascimento do Stream parecia impulsioná-los
no mesmo caminho. Ainda assim, faltava-lhes um núcleo de
cristalização – um líder carismático, um grande técnico ou um
Messias dando propósito aos seus atos e conjurando um futuro.
O ano de 2102 é considerado o ano da fundação do Culto. Na
primavera seguinte, eles construíram um Cluster Central em um
pátio de carga e eletrificaram o coração digital da instalação. Um
fluxo estático voltou a ficar online.
Mas todos os Streamcasts que podem lançar alguma luz
sobre essas circunstâncias estão escondidos atrás de cascatas de
senhas. Ninguém sabe a razão. Presumivelmente, o último
Cronista autorizado morreu séculos atrás. Desde então, os
Cronistas vêm vasculhando os dados, contornando mecanismos
de segurança, superando barreiras e instalando backdoors.
Usando dados do Stream recém-inseridos, eles constroem pontes
entre armadilhas mortais digitais e complexos de defesa de
contorno. Mas o que se esconde dentro de seu núcleo?
COMEÇAR
Não demorou muito para um bando selvagem de Streamers formar
uma comunidade que conhecia apenas um objetivo: reativar
totalmente o Stream. Assim que o coração digital voltasse a bater e o
conhecimento antigo começasse a brotar dele, a Era de Ouro estaria
próxima. Os Streamers não queriam nada menos do que voltar ao
tempo anterior ao Eshaton.
Proteger a catedral de Colônia e um museu adjacente com
um centro de computação foi o primeiro passo coordenado. Na
superfície, eles encontraram uma bolha de Static Stream,
extraíram, dissecaram e afundaram em seu núcleo. Durante anos,
eles extraíram dados, camada por camada. Eles deram um salto
tecnológico do status de culto da Idade da Pedra com
informações residuais para uma organização de alta tecnologia.
A pesquisa estava longe de ser concluída quando os
anabatistas invadiram a catedral em 2148. Os cronistas não
eram páreo para esses fanáticos. Eles foram oprimidos e
pregados no portal do antigo edifício sacral como hereges.
O reinado de terror dos anabatistas começou.
Grandes quantidades de informação e tecnologia foram
destruídas e, portanto, removidas da consciência da humanidade. As
conquistas que os Perdidos acumularam ao longo dos séculos foram
vítimas da estupidez humana. Os Cronistas fugiram e se esconderam
de seus inimigos para finalmente se reunirem no Cluster Central.
REDEFINIR
A derrota na catedral mostrou aos cronistas sua fraqueza.
Numa época em que a lâmina do Anabatista era mais afiada
do que a palavra digital, sua vida dependia da misericórdia
dos fortes. Como suplicantes, eles teriam que se humilhar
diante dos senhores da guerra locais e aceitar um papel
subordinado à ralé. Eles nunca teriam alcançado seus
objetivos. Só havia uma saída.
Daquele dia em diante, o poder através da intimidação
tornou-se sua nova política. Nenhum estranho viu o rosto de um
Cronista desde então. Cacos de vidro espelhado foram
adicionados às suas vestes. Um amplificador modulador distorce
suas vozes. Os Cultistas agora parecem e soam como deuses
irados. Mas isso não foi suficiente.
Se eles aprenderam alguma coisa com o Stream, foi o fato de que
informação é poder. Então eles se tornaram indispensáveis. Uma nova
moeda substituiu o comércio simples, emitindo os chamados Drafts do
Cronista em troca de artefatos. O contravalor consignado deles eram
informações puras e condensadas dos think tanks do Culto. Folhas de
papel amassadas com seus códigos de barras e colunas de números
poderiam ser simplesmente trocadas por instruções para
armazenamentos preservados pré-Eshaton, dados de espionagem,
informações comprometedoras
informações sobre inimigos ou textos científicos sobre flora e
fauna no próximo Cluster. Tudo o que os Cronistas ouviram foi
inserido nos sempre famintos armazenamentos de dados e
destilado para redistribuição.
As cidades não podiam mais evitar a influência do Culto.
Recusar um cargo de Cronista no Conselho inevitavelmente
levaria todos os Cultistas a deixarem a cidade. Sem falar nos
descontos “especiais” repentinos em informações sobre seus
líderes desavisados. Logo os Cronistas não precisavam de
mercenários para proteger seus interesses. Os Cronistas haviam
se tornado um fator econômico para a classe dominante e
indispensável para uma vasta rede de Sucateiros e comerciantes.
O bem-estar dos cronistas tornou-se crucial para a prosperidade
de todos eles.

SISTEMA OPERACIONAL

A linguagem dos Cronistas é estranha e Agentes de baixo escalão assumem, variam entre Atualização: Uma vez que o Bios mostra as

assustadoramente monossilábica para os o nível 20 e 40. Aqui, as informações são pontuações necessárias, o Cronista é apresentado a

estrangeiros. Para os Streamers, é um meio contraditórias. novas responsabilidades por um irmão ou irmã de

de intimidação e mistificação. Alguns termos Bios: Currículo vitae de um Cronista nível superior e, assim, atinge um novo nível.

são muito comuns: armazenado no Cluster, incluindo padrões Redundância: Um registro de informações já
Nível: O posto do Cronista. Os candidatos de movimento, nível, conquistas, falhas e a presentes no banco de dados do Cluster e, como
começam no nível 1. Os Fragmentos, pelo menos pontuação que mede seu valor. tal, não gera novos insights.

GERAÇÃO + +
Antes era difícil para os Cronistas reforçar suas fileiras
com novos recrutas promissores, porque os discípulos da
tecnologia pareciam muito estranhos e muito distantes da
realidade. Hoje em dia, um acordo com os Espitalários
permite que eles voltem a se ocupar com coisas mais
importantes. O Culto recebe as crianças que os médicos
diagnosticam como autistas e todos os jovens que caíram
devido a suas deficiências físicas. No terreno baldio, força
e resistência são cruciais. Crianças com muita imaginação
e interesses em escritos antigos geralmente não são boas
em trabalhar a terra e, portanto, custam mais do que
ganham. Assim, se os Cronistas quiserem tomá-los,
melhor ainda. Eles vão alimentá-los e dar-lhes pelo menos
uma chance de sobreviver.
Em grupos, eles são submetidos a testes de lógica
pelos Cronistas. Se forem aprovados, recebem um
mentor. Esses mentores tornam-se seus pais e cuidam
de seus pupilos como e sempre que podem. Eles ficam
ao lado de seus jovens recrutas quando o laser
marcador grava um código de barras exclusivo em suas testas.
Cada recruta recebe uma célula no Cluster, onde vive, dorme,
aprende e trabalha até sua primeira promoção: sua primeira
atualização. Após cada Atualização, suas responsabilidades
mudam e entende-se que eles se movem para diferentes áreas de
segurança dentro do Cluster. Com o passar dos anos, o perfil do
jovem Cronista se torna mais claro, e cada nova responsabilidade
corresponde melhor aos seus conhecimentos e habilidades.
A VIDA NO CONJUNTO
No Cluster, existem apenas Cronistas. Eles falam a mesma
tecnolinguagem e compartilham o sonho de reativar
totalmente o Stream para que ele alcance o mundo inteiro e o
fertilize com conhecimento. O ar no Cluster parece
estremecer de excitação. Todos se consideram parte de um
grande e sublime empreendimento.
Um código de barras na testa liga cada Cronista aos vários
bancos de dados dos sistemas de computador, que registram

CRÔNICOS 163
 ESBOÇOS DE CRÔNICA

Os Cronistas nas Alcovas poderiam imprimir próprios irmãos e irmãs em tentação, as impressoras

quantos Rascunhos de Cronista precisassem e de rascunhos têm um número predefinido de

arruinar a economia em um dia, se rascunhos que podem ser impressos. Se for usado,

quisessem. Mas geralmente eles agem com eles devem ser redefinidos por um Cronista de

responsabilidade. Talvez para evitar levar seus classificação mais alta, um Fragmento.

e atualizar constantemente o valor de todos para o Cluster. A

etiqueta serve como um código de acesso a áreas restritas e um
meio de seguir a carreira de um Cronista.
O Culto não acredita no acaso. A vida humana é
considerada predeterminada e expressa em uma equação. O
padrão de movimento e curso de ação são registrados e
inseridos no computador central, que por sua vez os insere
em uma fórmula global fractal. Diz-se que esta fórmula é
capaz de calcular o destino de cada Cronista. O destino de
qualquer ser humano, de fato, se ao menos o banco de dados
pudesse um dia superar a massa crítica de informações.
A comunicação entre os Cronistas é muito centrada na
informação, livre de expressões idiomáticas e repleta de antigos
comandos de computador. As palavras são escolhidas com cuidado.
Um Cronista prefere falar devagar e deliberadamente, evitando
qualquer deslize da língua. Erros de sintaxe são considerados
disfunções cerebrais. O cérebro é visto como uma máquina e a mente
como seu sistema operacional. Somente patches constantes permitem
a adaptação a um mundo em constante mudança.
ALÉM A
CORRENTE
Em Justitian, todos os conhecem e, sem eles, o Tech-Central não
existiria. Quem mais estaria interessado em toda a sucata? Mesmo
além das rotas comerciais, seus serviços são tidos em alta conta.
Onde quer que estejam, os Sucateiros aparecem, seguidos pelos
Apocalípticos, e o comércio floresce. Toda criança conhece seus
códigos de barras gigantescos, pintados nas paredes com giz para
marcar sua presença. Seu conhecimento tecnológico é tão
lendário quanto suas habilidades como conselheiros, emissários e
informantes.
Embora se misturem com os humanos diariamente
para avaliar e comprar artefatos, dificilmente podem
ser considerados realistas. Sua aparência é inspiradora
e intencionalmente intimidante com seus

2 PARA A POTÊNCIA DE 1 6

O Eshaton destruiu o componente físico do
Stream. Mas já havia parado de fluir pouco
antes e os Cronistas não sabem por quê.
Foi uma sobrecarga? Nunca. Quebra
maciça de nós? Possível, mas não provável.
Nos arquivos, há relatos sobre algo
chamado assinatura “2 elevado a 16”.
Inundou o Stream alguns dias antes do
Evento Zero,
e atingiu uma massa crítica apenas algumas
horas antes da catástrofe, interrompendo
toda a comunicação digital. Diz-se que todos
os computadores quebraram sob a pressão
da assinatura multiplicando-se em bobinas
fractais. Seria a consciência condensada de
uma inteligência artificial emergente? Ou uma
reação autoimune do Stream para impedir
que essa inteligência desperte?
Os Cronistas veem a assinatura como uma
ameaça, mas também como uma oportunidade.
Se fizerem a Corrente fluir novamente sem
entender melhor o fenômeno 2 pela potência do
16, correm o risco de perder a obra de milênios –
o conhecimento de toda a humanidade. No
entanto, se tiverem sucesso, há uma chance de
atualizar o Stream para um nível que nunca
alcançou antes.
 FLUXO DE DADOS: NEEDLETOWERDISASTER

No ano de 2563, 16 Fragmentos foram enviados De volta para casa, do outro lado do Golpe do bancos de dados, como se fossem encapsulados e

através do Reaper's Blow. Todos eles obtiveram Ceifador, não há muita informação sobre os afundados no núcleo, como se apenas seus nomes

códigos de acesso a serviço do Cluster que bandidos. Todas as informações sobre eles são carregassem poder. Quais eram os números

removeram as barreiras que bloqueavam os altamente sigilosas e não podem ser vendidas nem atômicos de Chrome e Iridium novamente?

caminhos internos. Nenhum segredo do Cluster
era um mistério para eles. Eles eram tidos em alta
consideração e inquestionavelmente leais.
8 deles sobreviveram à passagem. O
trabalho deles era criar uma rede
semelhante ao comércio de sucata de West
Borcan. Como seu primeiro objetivo com as
estruturas da torre chamadas Needle Towers na
floresta de East Borcan, eles se esforçaram para
criar uma conexão de rádio entre as Needle
Towers e o Central Cluster. De fato, os
Fragmentos conquistaram as torres e
transmitiram seu sucesso ao Cluster por rádio.
Então suas ações se desviaram do
plano. Eles se cercaram de um exército de
prostitutas e mercenários e deixaram de
atender aos pedidos do Cluster.
compartilhadas dentro do Pedido. Dito isto, 4 deles
são conhecidos até pelos escalões mais baixos, pelo
menos pelo nome.
Diz-se que Chromium e Iridium fundaram
cidades, construindo Torres de Agulhas vistas
como milagres revestidas de vidro e aço
polido e se comunicando por meio de
espelhos. Promethium deveria expandir as
linhas de rádio perto de Osman em uma
estação retransmissora. De acordo com as
lendas, ele cavou um túnel na grande
biblioteca de Osman. Cobalt é o único outro
Fragmento cujo nome é conhecido por
qualquer pessoa fora dos escalões mais altos.
Um Shutter afirma tê-lo visto perto de Praha,
onde liderou uma hoste de selvagens.
As identidades restantes dos bandidos
foram removidas com sucesso de todos
À medida que esses fragmentos desonestos
ficam fora de controle, os fragmentos restantes
no cluster tomam medidas extremas. Eles ativam
Shutters and Fuses – Cronistas de elite cujos
códigos de barras não são registrados no Cluster
há anos. Sua pontuação oficial é zero. Eles
existem além do sistema comum, mas ainda
estão muito presentes dentro de um espelho
isolado da Corrente Estática. Apenas os cronistas
de alto escalão sabem de sua existência e, entre
eles, poucos têm os códigos de acesso para emitir
ordens para esses obturadores e fusíveis
invisíveis. É melhor assim. Pois aqueles poucos
que prosperam nas periferias são adeptos de
ações sombrias e usam ferramentas sancionadas,
ou seja, mortais, como os ladrões e assassinos
tecnologicamente mais avançados neste Culto.

vozes distorcidas e máscaras que escondem o rosto. Seu
comportamento bizarro os eleva acima das pessoas comuns.
Superseres misteriosos, é isso que eles aspiram a se tornar. E
eles são vistos como tal. É de se admirar que muitos cronistas
cumpram esse papel um pouco demais?
Reservando o julgamento e sem tirar conclusões, os Cronistas
parecem ser fanáticos por tecnologia super motivados, cuja
conexão com a realidade foi prejudicada devido a inúmeros
choques elétricos. Everything Bygone os faz hiperventilar, dizem
os Scrappers. Principalmente inofensivo.
Embora os cronistas tenham acumulado tecnologia por séculos,
todos sabem que eles não dançam em torno dela como um ídolo. Dos
fragmentos do passado, um mundo tecnologicamente avançado pode
surgir. Invisíveis aos olhos ignorantes, os Clusters comem-se no solo,
expandindo-se. O conhecimento – não filtrado e não classificado – flui
através de seus
corações digitais. Desta forma, os Cronistas há muito puxaram os
cordões por trás da cortina. Em cidades-estado poderosas como
Justitian, eles exercem o verdadeiro poder por trás do trono,
preservando a sociedade mantendo a paz ou trazendo a guerra
com nada mais do que informações.
THEWEBEX PA NDS
O Grupo Central em Justitiano foi apenas o começo. Enquanto os
Cronistas o consideram definitivo e único em sua beleza
avassaladora, com sua proliferação tecnológica e o ruído
constante de mil alto-falantes distorcidos, outro Cluster surgiu em
Frankan Aquitaine. Não é de forma alguma inferior à sua
inspiração borca, nem no que diz respeito à sua configuração
bizarra nem à sua influência regional. De facto, a Aquitânia tem
vindo a subir constantemente no ranking interno ao longo do

CRÔNICOS 165
 SANCIONADO
Caso estroboscópios, Vocoders barulhentos e
bastões de Tesla sejam incapazes de repelir
atacantes, os Cronistas contam com martelos e
Splayers de seus aliados. O espírito é forte, mas a
carne – ah bem. Na verdade, o Cluster considera
favorável fazer com que seus aliados se sintam
indispensáveis na batalha. Ninguém considera
uma organização praticamente desarmada um
perigo, e ninguém acolheria uma organização em
sua própria capital se ela estivesse armada até os
dentes. Armas mortais, portanto,
sempre foram consideradas sancionadas.
Cronistas não podem usá-los.
Shutters viraram as costas para o Culto, no
entanto. Oficialmente. O fato de a pontuação
deles ainda estar disponível é resultado do
armazenamento de dados, que é muito
complicado. É incrível como eles reconhecem
infalivelmente os atuais inimigos do Culto e os
eliminam sem qualquer ajuda. E as armas
sancionadas, elas não foram registradas no
sistema apenas alguns dias atrás?
últimos anos. A leste das áreas rurais, os cadáveres de aço de
aviões e cascos de navios foram unidos em uma selva labiríntica
de tecnologia antiga por pontes e passarelas. Navios feitos em
pedaços e partes quebradas de plataformas de petróleo
penduradas no lodo como insetos em uma teia, e todos os dias,
novos destroços se chocam contra seus cascos de aço. Mais e
mais Cronistas vão aqui em busca de artefatos especiais que
chegam à praia. Os sucateiros escalam de navio em navio,
separando-os com soldadores a arco ou explorando seus porões
de carga. Com redes, eles recuperam caixotes da água. O
granulado eles jogam de volta ao mar, mas o maquinário –
embrulhado em oleado e perfeitamente preservado – eles
arrastam para os Cronistas. Eles já encontraram bastante! Tubos
de aço preto agarrados uns aos outros como lugworms, cubos
brancos foscos que nem mesmo uma faca pode arranhar, fusos
de metal leve envoltos em faixas de pedras brilhantes cheias de
cabos e tábuas. Os Cronistas cavam esses artefatos como
predadores, dissecando em êxtase tudo o que encontram.
No entanto, eles não têm ideia do que tudo isso é. Por que
esses navios foram destruídos? Havia humanos a bordo em algum
momento? Talvez haja alguma conexão com os símbolos
estranhos nesses navios? Ninguém na Europa jamais viu seus
desenhos lineares e circulares. São letras? Ninguém pode sequer
entendê-los ou localizá-los. A mesma pergunta é feita aos
Scrappers toda vez que eles retornam de suas incursões com
novos artefatos. “Cadáveres?” Eles balançam a cabeça, bufando ou
cuspindo. Forçados a dar a mesma resposta todas as vezes, para
grande desgosto deles.
Os cronistas aprenderam a interpretar isso como um “não”.
Os Clusters em Justician e Aquitaine são os maiores, mas não
os únicos. Clusters menores podem ser encontrados em quase
todas as cidades maiores de Borcan e Frankan. O desastre da
Needle Tower impediu que eles se espalhassem pelo Reaper's
Blow em East Borca e além desde o início. Embora os Espitalários
tenham prestado homenagem aos Fragmentos do Culto e os
convidado a estabelecer uma base em Danzig, Pollen, eles apenas
apresentaram seus Vocoders e responderam “Zero!” No extremo
oeste, é a mesma história. A insubordinação dos Cultistas cresce
em sincronia com sua distância do Cluster Central, suspeitam os
Fragmentos. Além disso, sua segurança é incerta. Embora os
Cronistas sejam indispensáveis em Borca, onde sua simples
presença conquista respeito e
atenção, os Hybrispanianos não são tão dependentes da
misericórdia do Culto. A teia é tecida com mais firmeza a cada
dia que passa, mas sempre há buracos.
LINKS
A cooperação com os Juízes tem sido tradicionalmente boa.
Embora os modos de vida do Culto sejam muito diferentes,
eles compartilham uma história comum. Desde que os
Cronistas iniciaram a construção de Justitian com a fundação
do Cluster Central naquele pequeno pátio de carga, os Juízes
estiveram ao seu lado. Nunca houve um tratado oficial, mas
ambos sabem o que têm um no outro.
A relação com os Hellvéticos é diferente. Os Cronistas sempre
cobiçaram a Fortaleza Alpina. Em seus labirintos de pedra,
funcionam sistemas de computador antigos, gerenciando os
méritos dos Hellvéticos e o armazenamento Central.
Conhecimento sem fim e certamente um pedaço do Static Stream
deve estar preso lá. Os Cronistas adorariam extraí-lo, mas os
descendentes dos militares suíços sempre negaram ao Culto
qualquer tipo de acesso. Nenhuma razão dada. Eles não ouvem a
razão. "Porque você faz isso?" gritam os Vocoders
sobrecarregados. Mas os Hellvéticos são especialistas em manter
a neutralidade e não se impressionam com as demandas dos
Cronistas, independentemente de quanto eles reclamam ou lutam
para dar ordens a eles.
A antiga inimizade com os anabatistas cessou desde que
o Fragment Modus chegou à Cidade Catedral, agora
desfrutando da hospitalidade de Orphid the Baptist. Ninguém
sabe o que os dois têm discutido ou feito todos esses meses.
Os anabatistas, assim como os cronistas, receberam ordens
de manter a paz entre os cultos enquanto essa hospitalidade
permanecer imperturbável.
Enquanto isso, muitos anabatistas veem os cronistas
como um mal necessário. Alguém deve desenterrar a
corrupção tecnológica que sem dúvida pode ser atribuída ao
Demiurgo, e é exatamente isso que os Cronistas fazem. Como
as bactérias da decomposição que decompõem os cadáveres.
“Isso é como eles cheiram bem também”, brincam os
anabatistas. Ninguém vê os rostos dos Cronistas por trás de
suas máscaras. Eles estão sorrindo. Eles saem e continuam
coletando informações, tecendo os fios de sua teia.

O ESPELHO

Os Clusters acumulam enormes quantidades de conhecimento. O fluxo estático se expande em bobinas fractais, os dados anexados são assimilados e
preenchem lacunas. Ele se aproxima de uma massa crítica. Esse conhecimento atrai aqueles que o consideram seu: desde o dia em que os Dispensadores do
Grupo de Recombinação abriram pela primeira vez, os Adormecidos estão se infiltrando nos Cronistas. Eles se apresentam como seguidores devotos e sobem
na hierarquia. Mas, na verdade, eles caíram em uma armadilha. Assim que mergulham no núcleo pela primeira vez, eles nadam em um mundo de dados
espelhados, operando com arquivos e imagens destinados apenas a seus olhos. Enquanto isso, os transponders registram o fluxo de dados de seu sangue
nanite e extraem códigos de acesso. Se um deles penetrar no espelho de qualquer maneira, os mastros de rádio do Cluster enviarão um código que não
permanecerá inaudível. Um dos antigos se agita, flexiona sua pele de couro e se levanta em sua perna mecânica. Sua raiva é ilimitada.

CRÔNICOS 167
 QUANDO COMEÇA O MILÊNIO DEPOIS DO MILÊNIO

VONTADE DO HOMEMNEGOCIAR TUDO

TUDO TERÁ UM PREÇO
ÁRVORE, ÁGUA E ANIMAL
NADA SERÁ MAIS BETRULYAGI FTANYMORE,
E TUDO SERÁ VENDIDO.

MAS ENTÃO, O HOMEM NÃO SERÁ MAIS DO QUE O PESO DA SUA CARNE

SEU CORPO SERÁ OFERECIDO PARA VENDA COMO UM UMA LIBRA DE CARNE

SUA ORELHA E SUA CORAÇÃO

NADA MAIS SERÁ SAGRADO,
SERÁ TOMADO

NEM VIDA NEM ALMA

HAVERÁ DISCUSSÃO SOBRE SUA CASCA MORTAL E SEU SANGUE
COMO SE FOSSECARRION, PRONTO PARA ALUGAR.

[ JEHANDEVEZEL AY ]

RESISTÊNCIA TA
NCEEQUALSTENSÃODIVID
EPORFORÇA
Padrões que permaneceram os mesmos por décadas mudam
repentinamente. O Clã Barata ficou mais forte. O Clã Enemoi
acessou fluxos selados e subnós aguardando sua extração
final por um fragmento em pelo menos dois lugares no
deserto. Os movimentos dos Sucateiros tornaram-se menos
fragmentados e mais caóticos, evitando áreas reivindicadas
pelos Clãs.
Os Clãs estão subindo, ocupando quarteirões inteiros,
emboscando Juízes e matando-os. Mas esses blocos ainda
não foram totalmente penteados! Os cronistas estão
confusos. A resposta deles são os Paradigmas.
Altamente especializados e equipados com tecnologia
avançada, eles deslizam para o deserto em meio a uma coroa de
descargas elétricas. Quando levantam a voz, as ondas sônicas
pintam padrões na poeira. A sujeira no peitoril da janela dança a
cem passos de distância. Eles são como deuses e vencem aqueles
que são fracos de vontade e prontos para acreditar. Os Clãs são
seu material. Incorporados ao sistema, eles se tornam
ferramentas. Ao mesmo tempo, paredes tremeluzentes de
imagens despertam em Borca. Painéis individuais
estão faltando e aglomerados de pixels estão mortos, mas as formas
dos Cronistas passando em uma marcha sem fim são reconhecíveis. As
imagens são espasmódicas e distorcidas pelo ruído estático. Por um
breve segundo, visões frontais completas de rostos mascarados
preenchem as paredes da imagem. Então a marcha sem fim recomeça.
Se alguém pisa na frente de uma parede de imagens, um
rosto mascarado aparece, maior que a vida, seus óculos brilhando
sóis. A imagem pulsa. As atribuições enviadas pelo Cluster ecoam
pelos alto-falantes. Os Paradigmas são impressionantes e as
paredes de imagens atraem Clanners de toda a área. A presença
dos Cronistas cresce.
Cronistas Solitários em missões de campo também
sabem como ganhar respeito. Com um mindinho de suas
luvas Streamer, eles podem aplicar choques elétricos. É daí
que vem o gesto amplamente conhecido. Se você mostrar seu
mindinho a alguém, estará enviando um aviso. É melhor eles
ficarem longe de você. O efeito é ainda mais impressionante
quando um Cronista usa o gesto. Especialmente quando a
população mal esclarecida e supersticiosa do deserto
considera os choques uma habilidade inata dos Cronistas.
RANKSCHRONICLERS
1 - BIT
Recém-chegado, o código de barras na testa ainda sangrando.
Uma pontuação virginal de zero pontos torna o Bit praticamente
um invasor no Cluster.
Nos primeiros dias, ele tem que vencer os sensores, encontrar
um mentor e forçá-lo a abrir mão de seu conhecimento
tecnológico – e premiar o Bit com algumas migalhas de
pontuação. Após algumas semanas, o Bit se torna
automaticamente um Agente. A luta iminente por sua vida
acabou. Bem-vindo aos Cronistas!
2 - AGENTE
As tarefas cotidianas no Cluster são realizadas pelos Agentes. Com seus
conhecimentos básicos de eletricidade, eles consertam sensores
quebrados e chaves emperradas nos terminais sem serem
eletrocutados. Na maioria das vezes, pelo menos. Raramente eles têm
permissão para deixar seu Cluster, na maioria das vezes quando os
scanners de saída estão em um modo defeituoso.
3 - MÉDIA OU
Os mediadores estão constantemente indo e vindo nos Clusters.
Eles recebem trabalhos nas Alcovas e nas paredes de imagens,
levando-os a outros Cultos e aos enclaves: fazendo contato,
entregando mensagens. Pontuação++. Nos assentamentos, eles
fazem uma análise preliminar dos destroços arrastados e estimam
um preço. Os Fragmentos já lhes permitiram uma primeira visita
ao Corrente Estático do Aglomerado Central
que elevaram seus conhecimentos a um novo nível. Eles estão
com fome de mais.
4 - STREAMER
Seu conhecimento sobre o Stream e os poderes em segundo
plano é enorme: todo Streamer tem informações suficientes
para tornar a vida um inferno para pessoas de alto escalão
em Justitian ou nos Cults. Eles só alcançaram esse nível por
não usá-lo. A discrição é o seu principal imperativo. É por isso
que o Cluster os rotula com as funções de “emissário” ou
“conselheiro”.
5 - FRAGMENTO
Pouco se sabe sobre cronistas deste nível. Eles ficam
principalmente no centro do Cluster e têm pouco interesse em
contato direto com irmãos ou irmãs de nível inferior. É de
conhecimento geral que eles podem acessar quase toda a base de
dados do Cluster. Seu conhecimento deve ser imenso.
5 - PA RADIGMA
O Cluster é muito apertado para eles. Eles querem ir para o
deserto, para as redes descontroladas. Quando os capacitores sob
suas ombreiras zumbem e a energia descarrega em flashes
brilhantes, quando eles sintonizam suas vozes do infra-som para o
alcance audível e ordenam que os Clanners quase nus se
ajoelhem, eles corrigem a imagem de
HIERARQUIAS E CLASSIFICAÇÕES - CRÔNICOS
3 MEDIADOR
1 POUCO 2 AGENTE
3 OBTURADOR
o cronista um tanto estranho, mas inofensivo. Paradigmas são
ilusionistas com apenas uma coisa em mente: aparecer como um
Deus para os selvagens e usá-los para o Cluster.
3 - OBTURADOR
Os Cronistas do Cluster são uma raça especial, a maioria deles não
consegue sobreviver do lado de fora. Agentes que entendem isso
no tempo são diferentes. Alguns entram em ramificações laterais
da árvore de decisão que se afastam da hierarquia oficial. Assim
como os streamers, eles conseguem empregos nas alcovas ou nas
paredes de imagens, mas têm objetivos diferentes. Eles exigem
tecnologia sancionada e mortal. Se aceitarem, são registrados
como Shutters e fazem o trabalho sujo na sombra mais profunda
do Culto.
4 - FUSÍVEL
Obturadores bem-sucedidos se tornam fusíveis. O Cluster vê os fusíveis
como medidas de segurança contra qualquer tipo de ameaça que não
quer ouvir e, portanto, deve sentir.
Os fusíveis são injetados com um transponder. Assim, eles
obtêm acesso a partes secretas do Cluster e esconderijos em
terrenos baldios. A tecnologia sancionada espera que eles sejam
usados em seus trabalhos. Agora, os fusíveis sabem bastante,
especialmente coisas desconfortáveis com muito sangue, sangue
coagulado, roubo e infiltração. Isso pode ser um problema para o
Cluster, caso eles queiram sair. O desastre da Torre da Agulha não
foi esquecido. Talvez o transponder seja mais do que apenas um
transmissor…
FRAGMENTO
4 FLÂMULA 5 PARADIGMA
4 FUSÍVEL 5 ESCALAR
O ZERO x AGULHA
5 - ESCALAR
As persianas voam sob o radar, os resultados de suas missões são
salvos em pedaços na memória local. Mesmo um Cronista com o
mais alto nível de acesso não poderia rastrear todos os
movimentos e ações de um Shutter.
É por isso que as operações do Shutter geralmente
aumentam. Os escalares são o melhor exemplo. Eles lidam com
persianas e fusíveis, manipulam identidades e as coordenam.
Todos recebem empregos idealmente adaptados às suas
habilidades. Em troca, o Scalar fica com parte da pontuação e das
Damas. Isso é benéfico para todos, pois a pontuação crescente dá
acesso a uma tecnologia melhor que ele fornece a todos.
0 - ZERO
Pontuação Zero. Assim que a pontuação cai para zero, o Cronista
é automaticamente removido do sistema. No entanto, o Cluster
não pode tirar seu conhecimento dele: Zeros ainda usam o Culto
como um depósito de recursos. A simples possibilidade de seus
segredos serem expostos é motivo suficiente para os Fragments
darem ordens de extermínio aos Shutters. Zeros vivem uma vida
perigosa que raramente dura muito.
X - AGULHA
Zeros podem ir longe e aspirar a fazer o que os Cronistas da Torre
da Agulha fizeram. Como Agulha, eles são apenas isso, uma
agulha na carne dos Cronistas. Seus seguidores os protegem
contra os Fuses enquanto eles expandem o conhecimento do
Stream e constroem um arsenal de equipamentos sancionados e
Free Spirit.
CRÔNICOS 171
 CHOQUE
ESTEREÓTIPOS
ANABAPTISTAS
Fragment Modus em missão desconhecida em
Cathedral City, acesso potencial ao núcleo de
dados. Conflito difuso, cessar o embargo.
Transmitir informações comprometedoras aos
Jehammedans somente após o pagamento.
ANUBIA
africanos. Provável origem egípcia. Visão de
mundo principalmente mística referindo-se à
roda da vida. Comparação com a mitologia
indiana a ser feita. Sem opiniões.
PÓTICOS APOCA LY
Problemas de comunicação. Sua agenda
é indecifrável. Suposição: estruturas
sem sentido e modo de vida confuso.
Potencialmente louco.
CLANNERS
Clãs não civilizados veem artefatos
tecnológicos como sinais de seus deuses. Eles
são recursos colhidos. Alto risco, recusa a
cooperação. Paradigmas enviados.
HEL LV ETICS
Acusação: interromper o fluxo de
informações. Recuse o acesso aos núcleos de
dados da Fortaleza, obstrua os objetivos. Deve
pesar a abordagem futura com extremo
cuidado.
JEAMMEDANOS
Seita religiosa. Atenção: potencial de ameaça
extrema. Não há um terreno comum, os
intermediários devem trabalhar em uma
interface. Eles merecem apoio como
contrapartida aos anabatistas.
JUÍZES
Organização legal protegida e civilizada por
nós. Dê-nos espaço seguro para esforços em
Borca.
NEOLIB YA NS
Eles são um vírus no sistema, invocando
conflitos de recursos. Eles são ruins para
o Cluster. Contramedidas
implementadas.
PA LERS
Guarde suprimentos pré-Eshaton de alto escalão
como guardiões dos Adormecidos. Em sua
maioria degenerados, portanto, apenas
possibilidades limitadas de comércio. Até agora,
as tentativas de infiltração foram repelidas.
Recrutamento contínuo de párias.
Algozes
Surpreendentemente avançado em psicologia,
provavelmente pré-Eshaton. Questionamento a
ser feito quando possível. Aviso: indivíduos
perigosos, antecedentes guerreiros.
Scrappers
Sua inteligência de enxame permite que eles
verifiquem perfeitamente as ruínas. Todo
drone de sucesso nos aproxima do Stream.
ESPI TALIANOS
Organização fascista que afirma salvar o
mundo. Ameaça primária reconhecida.
Digno de apoio. Eles nos dão tempo para
reativar o Stream.
EJETAR PANORAMA NAIKE

CULTURA:borca CULTURA:borca CULTURA:borca

CONCEITO:O conquistador
CULTO:Cronista (Agulha)
Ele é um dos oito Fragmentos renegados
do Desastre da Torre da Agulha. Nas
florestas de coníferas de East Borca, ele
construiu seu próprio monumento na
forma da cidade de Chromium, embora
nunca possa corresponder ao seu ego.
Com medo dos ataques do Cronista, ele
reúne Clãs pela cidade e os faz caçar todos
que souberem usar a tecnologia.
CONCEITO:O Aventureiro
CULTO:Cronista (Streamer)
Os cronistas o enviaram à Aquitânia para
aumentar a colheita de artefatos nos
pântanos francos. Raise it Outlook fez,
reunindo tudo e qualquer coisa que ele
pudesse colocar em suas mãos. Mas a maioria
das relíquias não chegou às mesas dos
Cronistas em Justiciano. Ele os vende para os
apocalípticos que, por sua vez, fornecem
meninos para saciar seus desejos carnais.
CONCEITO:o mártir
CULTO:Cronista (Fuse)
Ela já fez parte do Cluster. Lá, um loop
de feedback gritante abriu seus
tímpanos. Desde então, ela ficou surda
e, portanto, de utilidade mínima para os
Cronistas em público.
Em vez disso, ela ganha a vida no
deserto de Borca, fazendo um trabalho
sujo para o Culto que eles prefeririam
não vir à tona.

CRÔNICOS 173
 IRMANDADE DE ARMAS
HELVÉTICOS
CÂMBIO
Trevas. A mudança do sono para a vigília acontece de forma
mecânica e abrupta. Ele balança as pernas na cama, sente o
concreto frio sob os pés. O ventilador liga, movendo o ar que
cheira a suor. O Hellvético passa as mãos pelos cabelos, pega
a arma debaixo do catre, tira-a do coldre e a põe no colo. O
metal frio o faz estremecer. Um pioneiro. Seu pioneiro. Um
fuzil de assalto com três canos, numerado de forma única e
dado a ele para proteger a segurança da Fortaleza Alpina.
Ainda está escuro, mas ele fecha os olhos e respira fundo. Ele
tira a tampa da arma, destrava o cano, desmonta a peça por
completo, apalpa cada parte e limpa. Ele sabe todos os
movimentos de cor.
Enquanto suas mãos trabalham, seus pensamentos vagam pelo
passado. No fundo, até o começo: o dia em que recebeu sua arma. Foi
alguns dias depois de seu décimo quinto aniversário, mal conseguindo
segurar o Trailblazer e muito menos usá-lo. O sentimento de orgulho
que ele teve naquele dia atravessa décadas, parece que foi ontem. Ele
sorri. Ele tinha dezesseis anos quando disparou seu primeiro tiro e
deslocou o ombro. Alguns anos depois, eles encontraram travessias
ilegais acima do Timmelsjoch. Cinco tiros, três tiros, um morto. Louvor:
rações extras fornecidas pelo Forager. Disseram que o primeiro
sempre foi o mais difícil. Eles mentiram. Os primeiros vinte foram
difíceis. Seu rosto endureceu e suas pálpebras piscaram quando as
imagens da missão de resgate fracassada no Gotthard vieram à sua
mente: neve vermelha, revista após revista sacudiu
através do Trailblazer, os barris brilhavam. Gritando, um golpe forte
no ombro, céu azul acima, alguém o arrancou. A má avaliação foi pior
do que o tiro no ombro. As feridas cicatrizam mais rapidamente do
que o respeito pode ser restaurado. Então ele foi punido com redução
de munição e desprezo. Ele tinha isso vindo. Ele colocou seus
companheiros em perigo e deixou um deles para trás. Eles colocaram
a camiseta rasgada e encharcada de sangue do recruta Tillis em seu
travesseiro, um pequeno presente. Então ele entendeu o que
significava enfrentar um inimigo comum, ter o apoio de seus
companheiros. O que significava ser responsável. A responsabilidade é
a base da convivência de um soldado.
O último parafuso está travado, o carregador desliza em seu
suporte com um clique metálico. O Trailblazer agora está aquecido de
seu trabalho.
Um alto-falante ganha vida e soa um sino sintético. Mudança de
turno. Os fios de brilho mudam de vermelho e branco para azul dor de
cabeça.
O Hellvético sai dos alojamentos da tripulação. Seu arnês é justo, seu
peso é reconfortante. Sozinho, ele marcha por corredores cinzentos. As
luzes à frente despertam com um piscar de olhos, enquanto os corredores
atrás dele se afogam na escuridão novamente. Ele está nas profundezas das
montanhas. Seus passos tornam-se determinados, ele anda mais ereto.
Agora, ele encontra camaradas, saudando-os ao passar por eles. Ele sobe
por tubos antigos, torna-se parte do fluxo cada vez maior de Hellvéticos.
eles marcham
HELVÉTICOS 175
Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com
por hangares e entre veículos que esperam a eternidade sob
sigilo. Os portões estão selados, levando a lugar nenhum.
Uma onda de ar quente o atinge. Eles saem para a ponte.
Aqui, os primeiros Hellvéticos uma vez confrontaram as
chamas do Golpe do Ceifador, unindo-o com pedra e aço.
Hoje, é aqui que defendem a Doutrina e o lar.
SANTUÁRIO
Em 2072, os confederados suíços consideraram pela primeira vez
uma falha nas defesas do asteroide. Ninguém sabia ao certo onde
as rochas cairiam se os satélites Paladin as perdessem, ou apenas
as atirassem em fragmentos menores. A Suíça estava em perigo e,
portanto, eles precisavam de um Plano B.
Os complexos de bunker da Fortaleza Alpina eram a
escolha óbvia para armazenar tesouros culturais, mas
também poderiam garantir a sobrevivência dos suíços –
suíços que seriam capazes de retomar o controle após o
colapso de toda a ordem pública. Auxiliada por artesãos,
cientistas, sociólogos e psicólogos, a Suíça deve sobreviver
cultural e socialmente mesmo em caso de colapso total. Ao
lado dos civis, o governo enviou para os bunkers um
contingente de soldados de carreira, mais de 2.000 homens e
mulheres. Eles cuidariam de uma aquisição ordenada e
protegeriam as fronteiras da Suíça.
Por mais de um ano, veículos do exército transportaram
alimentos, computadores, quilômetros de cabos e instalações
para a Fortaleza Alpina. O processo de seleção começou. Na
última fase, o governo esvaziou museus e bibliotecas e trouxe
a herança cultural da Suíça para os bunkers.
O esforço nacional estava quase no fim quando os
suíços perceberam até onde ia o êxodo – e que a
montanha se fecharia diante deles enquanto os
asteroides brilhavam no céu.
Os protocolos dos cantões registraram as manifestações e a
forma como elas se transformaram em tumultos. O Swiss Stream
estava cheio de pedidos de aceitação na Fortaleza Alpina. Um
sistema especialista totalmente automatizado comparou
habilidades e verificou e classificou por classificação. Não fazia
diferença. Não havia mais espaço.
ISOLAMENTO
Quando os portões entre os representantes escolhidos da Suíça e seu
povo finalmente se fecharam, algo quebrou em ambos os lados. Os
que ficaram para trás se sentiram enganados e com raiva dos supostos
traidores, movidos por seu próprio medo, enquanto a tripulação do
bunker teve que renunciar em desamparo. Lá fora estavam parentes e
conhecidos, muitos deixaram companheiros e filhos à mercê de um
destino incerto. O isolamento mal havia começado quando os internos
já queriam que acabasse.
No entanto, a catástrofe tornou-se o apocalipse. O Golpe do Ceifador
dividiu os Alpes como um golpe de machado divino. As montanhas se
abriram, avalanches de pedra se estilhaçaram desde o ponto de
ruptura, desabaram com um barulho ensurdecedor e enterraram o
magma ascendente sob milhões de toneladas de pedra, um selo frágil
na Caixa de Pandora. A Fortaleza Alpina foi mortalmente ferida. Os
grandes portões de acesso cederam ou foram enterrados sob os
escombros. Túneis que levavam a hangares e quartéis ontem agora
terminavam em alturas vertiginosas e se abriam para vales recém-
formados. Colunas negras e tóxicas de fumaça ondulavam para o céu,
um calor abrasador brotava. A montanha havia se tornado uma prisão.
Seções completas foram cortadas do núcleo, o
destino dos suíços que viviam lá era desconhecido. A
maioria dos náufragos pertencia ao ramo civil e foi
responsável pela reconstrução. Sem eles…
Os militares lutaram, não querendo desistir de camaradas
e civis. Eles já tiveram que deixar seus parentes para trás. Os
sobreviventes elaboraram um plano de resgate tão absurdo
que só poderia ter sido concebido naquela época de gestos e
ações extravagantes: eles queriam construir uma ponte sobre
o Golpe do Ceifador, sobre o próprio Purgatório.
Homens e mulheres trabalhavam duro dia após dia, apenas
protegidos do calor da bolha de magma abaixo deles por roupas de
amianto frágeis. Eles passaram pelo inferno, e o que começou como
uma piada sombria logo se tornou comumente usado.
Eles se autodenominavam “Hellvéticos”.
A primeira das seis pontes foi concluída em 2076. Um ano
antes, os especialistas em reconhecimento conseguiram
cruzar o Reaper's Blow. No entanto, suas expectativas não
foram atendidas. Duas seções nas quais os Hellvéticos
esperavam encontrar seu alto comando e os representantes
do governo cederam. Nem mesmo as cinzas permaneceram.
Deveria todo o suor, todo o sangue ter sido em vão? O
aparato militar oscilou. Ao longo desses anos, ele se agarrou
a esse único objetivo, agora seu coração e seu cérebro foram
arrancados de seu corpo. Vazio e queimado, olhava para um
futuro sombrio.
O Hellvetic Leonhard Gboy conseguiu salvar o dia. Um plano
de racionamento e várias instituições de liderança improvisadas
prenderam os sobreviventes em uma rede de burocracia e novos
objetivos. Um Comandante de Corpo que deveria garantir a
segurança da área de forma autônoma foi designado para todas
as Regiões Territoriais Suíças. Ele comandava unidades menores
de algumas dezenas de soldados que deveriam ser
constantemente verificados quanto à qualidade por uma
comissão de seção independente. A cadeia de comando foi
restaurada e os Hellvéticos sentiram-se novamente parte de uma
máquina mecânica suíça. Uma coisa ficou por fazer. Eles traçaram
uma linha sob o passado e quase unanimemente votaram em
carregar orgulhosamente o nome Hellvéticos de agora em diante.
DO INFERNO AO INFERNO
Antes da queda, eles foram para a montanha convencidos de que
teriam que enfrentar o sofrimento e a destruição de Eshaton
apenas algumas semanas depois com forças conjuntas. No
entanto, levaria anos para que os portões do coração da Suíça Esses túneis de transferência permitiam que estranhos passassem sob
fossem liberados e negociáveis novamente. Os Hellvéticos os Alpes e o Golpe do Ceifador, por uma taxa. Os anabatistas podiam
chegaram tarde demais. Quando eles escaparam da montanha no cruzar as passagens alpinas de Borca a Purgare. Os Cronistas enviaram
inverno de 2080 e entraram em sua velha casa coberta de neve, um grupo de Fragmentos para o leste de Borca. Os Espitalários usaram
encontraram metrópoles como Berna e Zurique vazias. Onde quer a rota segura para alcançar seus postos avançados orientais em Pollen
que fossem, viam apenas sinais de tumultos e saques. Os poucos sem sofrer nenhuma perda.
sobreviventes fugiram de seus antigos militares porque a amarga E antes que alguém percebesse, os Neolíbios conseguiram se
experiência com unidades armadas e organizadas os ensinou a tornar um dos parceiros mais valiosos dos Hellvéticos. Seus
ter extrema cautela. presentes de Petro garantiram geradores funcionais e
Embora os Hellvéticos fossem indesejados, a Doutrina os transformaram velhos túneis reivindicados por Clãs selvagens em
ordenava a proteger a população original, quer ela quisesse um inferno flamejante antes que os soldados voltassem para
proteção ou não. Seguindo suas ordens internas, os reclamar seu território.
Hellvéticos invadiram os acampamentos dos bandidos Com o tempo, a Hellvetica tornou-se o olho da agulha
armados, obliteraram toda a resistência no fogo europeia. Muitos Cultos e Clãs ofereceram pactos Hellvéticos,
devastadoramente preciso de seus fuzis de assalto Sagur 11 e prometendo riquezas incalculáveis e acordos comerciais, mas
derrotaram os líderes inimigos. Concederam-lhes provas todos foram recusados. Os Hellvéticos se recusaram a desistir de
rápidas que terminaram na escolha entre a morte ou o exílio. sua neutralidade.
Muitos criminosos de guerra e bandidos fugiram para o norte
de Borca naqueles dias e continuaram seu reinado de terror
lá. Isso era aceitável para os Hellvéticos, pois eles nunca se
interessaram por um mundo melhor. Para eles, era a
Doutrina que importava. Eles não desistiram rapidamente dos
gols uma vez encontrados.
A resistência foi esmagada, o povo rastejou de seus
esconderijos e celebrou os Hellvéticos como seus
salvadores. A reconstrução poderia começar. Os rifles de
assalto Sagur 11 foram os pioneiros desta nova era e,
portanto, foram chamados assim no futuro,
em memória daqueles dias sombrios.

AVANÇO RÁPIDO DOUTRINA ANDETHOS

Os cantões floresceram. Os aldeões
estavam unidos sob a bandeira dos
Hellvéticos. Ponte após ponte, as feridas
do Golpe do Ceifador foram curadas e a
dividida Fortaleza Alpina voltou a crescer.
Os simples trajes de amianto dos
primeiros dias se desenvolveram em
coletes à prova de balas e multifuncionais,
tornando-se arreios que resistiam ao calor
fervente do Golpe do Ceifador, bem como
à fúria violenta da batalha. Túneis,
corredores e salões adicionais foram
perfurados na montanha à medida que a
influência dos Hellvéticos se espalhava.
O que é um exército sem um governo ao qual
obedecerá? Sem objetivos e liderança, os
militares se tornam um fim em si mesmos, e o
enorme poder de fogo dos Hellvéticos teria
ameaçado toda Borca. Somente uma forte
solidariedade aliada a um código de honra
estrito e objetivos valiosos poderiam
domesticar esses cães infernais. A Doutrina
fez exatamente isso. Ele ofereceu proteção ao
coração da Suíça e seus habitantes e ensinou
os soldados a respeitar a vida. No entanto, o
tempo deixou sua marca e novas passagens
refletem a mudança da situação global. Hoje,
o Hellvético não adora nenhum deus que o
controle e a quem ele possa pedir perdão por
seus pecados. Sua consciência deve estar à
altura apenas de si mesmo e da Doutrina
Hellvética. A ela e a nada mais ele jura
lealdade. Isso o capacita e ainda pode privá-lo
de todo o poder.

HELVÉTICOS 177
 A DOUTRINA

EU JURO LEVAR MEU PIONEIRO DENTRO DO MEU CORAÇÃO,

POIS É A ÚNICA COISA QUE ESTÁ ENTRE MIM E A SELVAGEM.

TODAS AS SUAS RODADAS FORAM FEITAS COM ESFORÇO,

POR ISSO EU AMO BEM E NÃO OS DESPEJO.

APENAS O HIT CONTA.

O ARNÊS NÃO É NADA SEM MIM,

COMO NÃO SOU NADA SEM O ARNÊS.

PROTEGE MINHA VIDA,

POR ISSO EU O MANTENHO DA DECADEIRA.

APENAS A SOBREVIVÊNCIA CONTA.

EU JURO SER O ESCUDO DO HELLVETICA.

MESMO QUE AS PESSOAS NOS DETESTEM,

ELES SÃO NOSSOS IRMÃOS E IRMÃS.

NÓS SEGURAMOS O FORTE.

SÓ AS PESSOAS CONTAM.

JURO COLOCAR A AUSTERIDADE ACIMA DO DESPERDÍCIO,

PARA PERMANECER FIEL À MINHA PRÓPRIA TROPA,

PARA ESTARMOS JUNTOS COMO CAMARADAS E

DAR MINHA VIDA PELA HELLVETICA.

 RECAÍDA REGIÕES TERRITORIAIS
Talvez alguns tenham visto isso como uma fraqueza da parte A área de influência dos Hellvéticos cobria todos os Alpes, de
dos Hellvéticos. Talvez as pessoas se lembrassem do fato de Franka ao coração da Suíça e aos Balcãs. No início, foi dividido
que antes do Eshaton os militares estavam lá para servi-los, e em quatro Regiões Territoriais - duas de cada lado do Golpe
não o contrário. Reduzidas a uma mera força protetora, as do Ceifador. A partir disso surgiram várias responsabilidades,
ordens disfarçadas de conselhos não eram mais seguidas. trabalhos e objetivos para os respectivos Hellvéticos de cada
Antigas animosidades entre os cantões ressurgiram Região.
novamente. Não houve luta aberta, mas embargos, taxas Enquanto a Região Territorial I nos Alpes Francos só tem
alfandegárias agressivas e a disseminação de rumores sujos que garantir a segurança das passagens e a proteção de
transformaram o reino alpino em um foco de conflitos Torino, a Região Territorial II é responsável pelos antigos
infantis não mais controlados pelos Hellvéticos. cantões. Durante muito tempo foram considerados sob
Muitos se manifestaram, dizendo o que o Comando do ocupação militar – uma solução provisória em vigor durante
Corpo nem sequer tinha permissão para pensar. Os cantões muitos séculos. De acordo com a Doutrina, o coração deveria
estavam indo muito bem. Graças à proteção oferecida por ser apoiado por um governo democrático à moda suíça
Trailblazers e Harnesses, eles não temiam influências antiga, mas esse desenvolvimento foi rejeitado pelos
externas e jogavam no turbilhão dos Hellvéticos. Hellvéticos como anarquista e não democrático, além de não
Finalmente, os Comandantes das Regiões Territoriais estavam ser adequado para a situação atual. Somente em Berna havia
fartos. Eles chamaram suas unidades de volta aos Alpes, uma representação independente do povo que não tinha
trancaram os quartéis e deixaram as fortalezas avançadas. Eles permissão para formar uma milícia.
voltaram para a montanha. Faça o que quiser. Agora os Hellvéticos deixaram os cantões por conta própria. Suas
Foi nesses tempos que Praha caiu. Os Clãs do Pulmão fortalezas urbanas são guarnecidas por suíços com fuzis e piques
Negro surgiram, e as ruínas de Exalt pareciam fervilhar de antiquados. Apenas as estradas e estações intermediárias ainda são
vida nova. A tocha da independência foi transmitida e guardadas pelos Hellvéticos. Eles dizem que os túneis e passagens de
também alcançou o coração da Suíça. As antigas tribos das transferência são seguros.
montanhas estavam fartas da intimidação dos Hellvéticos, A Região Territorial III, com seu vasto território cobrindo
fartas dos costumes dos habitantes do vale. Eles desceram e, toda a antiga Áustria, precisa de uma abordagem muito mais
ao mesmo tempo, os Clãs romperam as barricadas não ofensiva do que o coração. Esquadrões de gênios cavam
tripuladas dos Hellvéticos do norte. Aldeias queimaram, mas túneis pelas montanhas há séculos, colocando trilhos
os Hellvéticos não vacilaram. subterrâneos em uma tentativa de compensar os números
Enquanto os habitantes de Torino fugiram sob a proteção dos relativamente pequenos dos Hellvéticos com mobilidade
Hellvéticos novamente no final, presumivelmente expurgados, os máxima. As chances de passar pelos Alpes nesta área sem ser
habitantes das outras Regiões Territoriais aprenderam o que notado estão diminuindo a cada ano que passa.
significava lutar pela sobrevivência. No futuro, todos teriam que A Região Territorial IV é principalmente um território não
ganhar a proteção dos Hellvéticos. mapeado que abrange Purgare e os Balcãs. Os Hellvéticos
fortalezas estão inacabados
edifícios, túneis esculpidos
na rocha sem camuflagem ou
DESERTO mecanismos de segurança.
Eles são apenas
Os Hellvéticos são lutadores temíveis, mas também Mas nem todos os que saem querem desistir de escassamente tripulados.
engenhosos construtores de pontes. Ainda assim, seu Trailblazer e Harness. Eles se acostumaram No lado purgan dos Alpes,
nem todos encontram um lugar em suas fileiras. demais com a arma de fogo, o que certamente as conhecidas passagens e
Aqueles que desistem de si mesmos ou não traria alguns Drafts do Cronista no deserto em túneis de transferência são
conseguem atender às demandas de sua unidade uma pitada. Aqueles que deixam a Fortaleza com constantemente vigiados por
entregam seus Trailblazers ao comandante de sua equipamento Hellvético sem verificar anabatistas e Jehammed-
seção e são conduzidos para fora pelas tropas da regularmente para serem avaliados são resposta No Balkhan, por
Fortaleza Alpina. Eles não são mais Hellvéticos. No considerados desertores. Eles têm muito a temer outro lado, os Voivodes estão
entanto, exceto pelo desprezo, eles não têm nada a de seus antigos camaradas. Eles serão caçados, no controle. Eles param
temer de seus ex-companheiros. implacavelmente. aqueles que não são
desejados em seu reino nas
saídas das passagens.
 CORTES

O Reaper's Blow ao sul dos Alpes é uma
área vulcânica altamente ativa. Poças
ferventes de lama, bolhas de metano e
correntes de magma com crosta superficial
não são propensas a inspirar confiança.
Este é o reino da Psicocinética, e ninguém
jamais tentou tirar isso deles.
Talvez tenha sido um erro – pois foi aqui
que tudo começou.
Quando o sol se põe, um vago brilho
acaricia as fendas e ravinas. Só se
aproximando você percebe que esse brilho
emana dos fios mais tenros que lembram
algodão. Exceto que esta lã é dura como vidro
e corta seu pé se você pisar nela. Os
Espitalários chamam essas estruturas de
Filamentos. Eles falam sobre campos de força
condensados ou autocontidos. Portanto, eles
também não sabem realmente com o que
estão lidando. Só que os Filamentos são
girados por Psicocinéticos e podem se mover
entre eles ilesos. Eles se expandem: crescendo
através do Golpe do Ceifador em direção à
Fortaleza Alpina. O sul
encostas perto das passagens são afligidas: os
filamentos comem a rocha como se fosse feita
de gordura quente. Com eles, hordas de
piolhos e carrapatos invadem a fortaleza,
destruídos pelo fogo do inferno, mas ainda
chegando. Os Hellvéticos estão acostumados
a ter inimigos humanos. Algo que pode ser
crivado de balas. Contra a praga psicocinética,
eles são como crianças. Portanto, eles
chamaram Espitalários para a fortaleza. Dizem
que os médicos conhecem bem os
Aberrantes. Veremos.

A SOLDADO
E SUA ARMA
Hellvéticos são recrutados exclusivamente de suas próprias
fileiras ou da antiga população suíça. Os treinos começam aos
quatorze anos, meninos e meninas são iguais. Se os recrutas
provarem seu valor, eles recebem um Trailblazer no ano seguinte.
Esta arma está no centro de seus pensamentos e ações até que
morram. Se sua arma for roubada, eles são expulsos do exército.
O mesmo acontece se a arma estiver irreparavelmente danificada.
Se eles venderem a arma – Lá vão eles! Repita: o que acontece se
você perder sua arma?
AUSTERIDADE
Todo Hellvético na Fortaleza Alpina deve jurar austeridade.
Apesar de suas próprias oficinas e lucros com as taxas de
trânsito nas passagens alpinas e túneis de transferência, o
armazenamento central afirma que é um desafio manter um
aparato militar de vários milhares de homens e mulheres em
nível operacional. Eles podem estar certos, pois não há
instalações de produção em massa para a munição de precisão dos
Trailblazers. Na verdade, a quantidade de munição dada aos soldados
foi estritamente regulamentada por décadas. Mas isso não se restringe
apenas a equipamentos de guerra. Qualquer equipamento é
considerado propriedade do exército Hellvético, portanto, usá-lo sem
pensar e desnecessariamente é roubo.
Para distribuir os recursos de maneira uniforme e eficaz, as
quatro Regiões Territoriais foram divididas em 20 seções. Cada
um deles tem direito a uma porcentagem de uma produção de
armazenamento mensal. As quantidades também dependem da
eficácia dos Hellvéticos estacionados em uma seção. Se um deles
estragar uma missão ou não conseguir atender às demandas do
armazenamento central com relação aos lucros das taxas de
trânsito, cortes drásticos ocorrem. A seção recebe menos munição
e armas e veículos especiais de suporte repentinamente não estão
mais disponíveis. Se os soldados não conseguirem disciplinar o
camarada responsável e recuperá-lo, a sobrevivência de toda a
seção estará em perigo.

HELVÉTICOS 181
 QUANDO COMEÇA O MILÊNIO DEPOIS DO MILÊNIO

TODOS SABERÃO
O QUE HÁ NOS QUATRO CANTOS DA TERRA
VAMOS VER CRIANÇAS

CUJOS OSSOS PERFURAM A PELE

E CUJOS OLHOS ESTÃO COBERTOS DE MOSCAS E

QUEM SÃO CAÇADOS COMO

ESSA
RATOS.
MAS AS PESSOAS QUE VÊEM ISSO DESVIARÃO OS OLHOS
POIS ELES SÓ CUIDAM DE SI MESMOS

ELES VÃO DAR UM PUNHADO DE GRÃOSCOMO EMOÇÃO

ENQUANTO ELES DORMEM EM SACOS CHEIOS

E O QUE DÃO COM UMA MÃO,

ELES VÃO LEVAR NOVAMENTE COM OS OUTROS.

[ JEHANDEVEZEL AY ]

MÉRITOS
Documentos dos primeiros anos dos Hellvéticos provam que a
estrutura hierárquica do antigo exército foi praticamente preservada. O
que mudou, porém, é como subir na escada hierárquica como um
Hellvético. O armazenamento central precisava de um sistema de
avaliação simples para que os soldados otimizassem o uso de munição
e equipamentos. Desde então, os Hellvéticos foram classificados em
seu desempenho de combate com base em pontos de mérito
concedidos e penalizados. Essa pontuação, juntamente com as oficinas
que eles fizeram e as habilidades que adquiriram e demonstraram,
determinam o grau de um soldado.
Após cada tour, todos os Hellvéticos envolvidos devem enfrentar
uma avaliação pública e julgamento em sua seção. Para isso, seus
Trailblazers possuem um soquete na base do receptor para que
possam ser acessados por meio de uma porta de computador
em frente à tela de plasma da sala de treinamento. O número de tiros
disparados é registrado, bem como a taxa de tiro ou qualquer
superaquecimento por fogo contínuo.
Uma vez que a arma foi verificada, o soldado se volta para
seus companheiros e aguarda seu julgamento. Atrás dele, seus
dados piscam na tela do tamanho de uma parede, acompanhados
por suas estatísticas de combate e avaliação de eficácia de seu
comandante. As reações variam do silêncio respeitoso à
humilhação desdenhosa.
Ao final dessas cerimônias de avaliação, o
computador da seção determina quanta munição resta
para este mês e cria um novo ranking das seções mais
eficientes. Isso mostra se a unidade precisa realizar
missões externas perigosas para ganhar terreno.

BUNKERFEVER

Os Alpes perto de Laibach, na Eslovênia, sempre
foram considerados uma área misteriosa.
Avistamentos de luzes opalescentes são uma
fonte dessa reputação, assim como os feitiços de
tontura repentina e calvície experimentados por
patrulhas Hellvéticas. Muito disso poderia ser
atribuído à febre do bunker se não fosse pelas
dezenas de testemunhos independentes e
avaliações de médicos externos.
Uma lenda foi contada ao longo dos séculos:
Triglaw. Registros antigos falam de um homem
grotescamente atrofiado em camadas ondulantes
de tecidos brancos que perambula pelos túneis
dos Hellvéticos. Ele é extraordinariamente astuto,
pega o que quer das lojas e, se você acredita na
primeira vez, deve ter pelo menos 400 anos.
Muitos dos contos sobre ele são mais do que
absurdos. ele é dito para
forneceram aos suíços os trajes de amianto para
a construção das pontes. Dizem que seu corpo
em decomposição é a casca sem alma de um dos
primeiros Hellvéticos. Diz-se até que ele é o
protetor original dos Alpes e uma última relíquia
do povo Perdido.
Se apenas alguns dos rumores sobre Triglaw
forem verdadeiros, a própria história de
Hellvetica terá que ser reescrita.
NOTAS
As primeiras séries, Soldado, Soldado e Cabo Lance, são o começo.
Eles são rapidamente deixados para trás enquanto o soldado
prova que são capazes de mirar e disparar um Trailblazer, junto
com os princípios básicos de austeridade. Em seguida, estão os
graus não comissionados, ou noncom, de Cabo, Constable e Field
Officer, os primeiros a envolver responsabilidades de liderança. O
serviço de guarda autônomo nas passagens ou em túneis na
periferia, bem como o comando de grupos muito pequenos, são
trabalhos típicos. Um treinamento intenso em táticas de grupo é
obrigatório.
Assim que o Hellvético é promovido a suboficial, ele
precisa se especializar. Como Granadeiro, Sapador, Gênio,
Unidade de Raio de Rádio ou em outros ramos das forças
armadas, ele passa pelos graus de Sargento, Primeiro
Sargento, Ajudante, Ajudante de Pessoal, Primeiro Ajudante e
Ajudante-Chefe. As responsabilidades crescem. Ele tem que
provar seu valor liderando pelotões compostos por vários
esquadrões Hellvéticos. Os oficiais subalternos do grau de
tenente e tenente sênior podem comandar unidades inteiras
compostas por vários pelotões. O Capitão é responsável por
todas as formações de uma seção.
Ele só é superado pelos graus de oficial de campo de
major, tenente-coronel e coronel. Eles auxiliam o
Comandante do Corpo na gestão de sua Região Territorial.
SERVIÇO TERRITORIAL
Os Hellvéticos não têm um sistema agrícola funcional nem
quaisquer recursos naturais para explorar ou comercializar.
Seu valor principal vem de seu poder de combate e da
localização central da Fortaleza Alpina. Se uma seção sofre
com a falta de comida, partes da tropa são alugadas como
mercenários.
Eles são extremamente respeitados em Borca e Pollen por
suas proezas marciais, mas seu estrito código de honra restringe
sua utilidade. Eles questionam todas as ordens de ataque de seus
clientes e se recusam a obedecer mesmo que tenham a menor
dúvida, enquanto, por outro lado, defender um assentamento em
perigo é quase sempre considerado moralmente irrepreensível.
Os Hellvéticos geralmente não interferem em conflitos de
grande escala, como guerras entre cidades-estados, bem como
em conflitos abertos entre Cultos.
HELVÉTICOS 183
RANKSHELLVETICS
1 - SOLDADO
Os jovens militares são recrutados nas famílias dos militares ou
voluntários das Regiões Territoriais. Aos 14 anos, começam os
exercícios para moldar o corpo e a alma. Após o primeiro ano, os
soldados recebem seu Trailblazer. A arma estará com eles pelo
resto de suas vidas.
Os primeiros graus de Private e Lance Corporal são
atribuídos à obediência, serviço na fortaleza e boa cota de
fogo.
2 - CABO
O cabo é o primeiro posto não oficial, seguido pelo policial e oficial
de campo. Com eles vêm as primeiras funções executivas. O
serviço de guarda autônomo nas passagens ou em túneis na
periferia, bem como o comando de grupos muito pequenos, são
implantações típicas. Um briefing intenso sobre táticas de
formação é obrigatório.
Como oficial subalterno (isto é, policial e oficial de
campo), o Hellvético deve se especializar e ingressar em
um ramo.
3 - SAPPER
Não importa se um túnel desmorona ou o inimigo acumula uma
linha defensiva: chame os Sapadores! Eles são os especialistas em
demolição do exército. Eles plantam suas mochilas e esperam que
detonem, seguros atrás de seus escudos de túnel.
Aqueles que estão acostumados a abrir grandes buracos só
contam com seus Trailblazers em casos de emergência. Os sapadores
são treinados para usar armamento pesado, como lançadores de
granadas e metralhadoras.
3 - GRANADEIRO
Granadeiros são o maior ramo. Armado com um Trailblazer
customizado e perfeitamente treinado, o primeiro tiro costuma
ser um acerto. Eles são treinados em técnicas de sobrevivência
e, portanto, operam principalmente fora da Fortaleza. Para os
Hellvéticos, eles são os soldados arquetípicos.
4 - TA CHAMENTO ESPECIAL
Granadeiros e Sapadores são recrutados para o Destacamento
Especial por conquistas extraordinárias e chamados de
Especialistas na linguagem dos Hellvéticos. Eles respondem
diretamente aos Comandantes do Corpo e partem em missões
politicamente carregadas. Por exemplo, eles protegem
representantes de alto escalão de organizações aliadas que
visitam como emissários dentro da Fortaleza Alpina. Eles também
são solicitados para implantações em território estrangeiro.
Eles têm acesso a uma versão fragmentada do Trailblazer e
carregam muita munição em implantações sancionadas.
3 - SENTINELA
Eles conhecem cada bunker com uma fenda de observação
voltada para os Alpes, observam as passagens e decidem
quem pode passar e quem deve voltar. Eles comandam os
canhões da Fortaleza Alpina e, se saem para o dia claro, é
apenas para esconder pacotes de demolição em lajes de
neve. Se esses pacotes explodirem, a montanha tremerá e
avalanches trovejarão em direção ao vale. Nenhum atacante
tem chance contra essa força da natureza. Um bom efeito
colateral é que isso reduz o consumo de munição do Sentinel.
Sentinelas, como última linha de defesa, têm acesso aos
arreios mais pesados. Ao mesmo tempo, são responsáveis pela
segurança interna e servem como uma espécie de força policial.
3 - UNIDADE DE RÁDIOFEIÇO
Levaria semanas para caminhar da primeira à quarta Região
Territorial, mesmo pelas bem conservadas passagens
subterrâneas. Ainda assim, esta área deve ser mantida sob
vigilância, os Comandantes do Corpo devem estar sempre
HIERARCHYANDRANKS - HEL LV ETICS
SAPPER
GRANADEIRO
SENTINELA
FEIXE DE RÁDIO.
1 SOLDADO 2 CORPORAL 3 MÉDICO
GÊNIO
FORRAGER
OBSERVADOR
informado sobre qualquer movimento inimigo, e as ordens devem ser
transmitidas de cima. Este é o trabalho das Unidades de Feixe de Rádio.
Eles mantêm a rede de mastros de rádio, cabos e estações
retransmissoras. Sem eles, os Hellvéticos seriam cegos e surdos. Sua
compreensão da eletrônica de comunicações está no mesmo nível dos
Cronistas de alto escalão - mas as Unidades de Feixe de Rádio também
podem pedir ajuda ou suporte de artilharia por rádio.
3 - OBSERVADOR
As encostas acidentadas dos Alpes e os campos de ruínas do
deserto são o lar dos Spotters. Eles são levemente armados, bem
camuflados e resistentes. Eles observam e fazem anotações.
4 - INFI L T R AT OU
Eles se misturam. Eles escondem seu equipamento de reconhecimento
sob o traje local ou o removem completamente. Eles são treinados no
uso de truques e sabotagem, identificando líderes e enfraquecendo as
defesas do inimigo.
5 - P - 2 6 ESQUADRÃO
O Projeto 26 é a organização sucessora de um arranjo
Bygone de mesmo nome que organiza a resistência
em caso de derrota do exército suíço. O 26 refere-se
aos 26 cantões. Estes devem ser levados de volta à
Federação Hellvética, à força após as últimas
insurgências.
Os agentes P-26 trabalham em celas de 2 a 4 Infiltrados.
Através de propaganda e sabotagem, eles influenciam o humor
dentro dos cantões a favor dos Hellvéticos. Eles ridicularizam os
exaltados ideológicos – ou os matam. Cada ação do P-26 visa um
alto valor simbólico, mas mais importante do que qualquer outra
coisa é que eles nunca podem enfraquecer o coração Hellvético.
3 - MÉDICO
Aqueles que vão para a guerra verão sangue. Se for deles, é
melhor ter um Medic por perto. Os médicos fazem parte do
pessoal de combate e ficam ao lado dos granadeiros, mas sua
habilidade especial é tratar os feridos.
4 SP. SEPARAR.
4 SUBALTERNO 5 OFICIAL DE CAMPO 6 CORPO COM.
4 INFILTRADOR 5 P26 ESQUADRÃO
3 - GÊNIO
Ninguém conhece melhor a Fortaleza Alpina, pois eles a construíram.
Eles são experientes engenheiros de pontes e construtores de
fortalezas e garantem a mobilidade dos Hellvéticos. Eles consertam
passagens e túneis e fazem a manutenção dos veículos. Grandes
empreendimentos são impossíveis sem suas habilidades logísticas.
3 - FORRADORA
Forrageadores são oficiais excedentes e contramestres, organizando o
suprimento de comida e equipamento de guerra. Eles podem acessar
as portas de dados da Fortaleza Alpina e acessar diretamente o
armazenamento central ou os computadores das seções. Os
forrageadores são técnicos experientes: eles podem contornar
bloqueios digitais e abrir portas seladas.
4 - SUBA LT ERN
Os graus de tenente e tenente sênior dos oficiais subalternos
devem provar que são líderes de pelotão antes de chegarem
ao comando de unidades inteiras de vários pelotões. Capitão
é o grau Subalterno de mais alto escalão. Ele é responsável
por todos os soldados dentro de uma seção.
Embora os subalternos também tenham que viver uma vida
militar, eles são altamente privilegiados: vivem em aposentos privados
e são guardados por um granadeiro sempre que estão fora da
Fortaleza Alpina. Eles são os embaixadores da Hellvetica e são tidos em
alta consideração.
5 - OFICIAL DE CAMPO
Apenas os graus de Oficial de Campo de Major, Tenente-Coronel e
Coronel são de patente superior aos Subalternos. Eles auxiliam o
Comandante do Corpo na gestão de sua Região Territorial.
De acordo com a Doutrina, eles podem colocar todos os
civis em território confederado sob lei marcial e julgá-los de
acordo. Isso levou a disputas repetidas vezes no passado.
6 - COMANDANTE DO CORPO
Ele comanda uma Região Territorial e determina o caminho
para o futuro junto com os outros Comandantes do Corpo.
HELVÉTICOS 185
 ESTEREÓTIPOS
ANABAPTISTAS
Um dos muitos Cultos, mas com um forte
ramo militar. Nos túneis de transferência
entre Borca e Purgare, eles são nossa
principal fonte de renda. Eles riscam suas
cruzes nas paredes em todos os lugares.
ANUBIA
Convidados raros nas passagens. Nas fileiras, eles
são considerados uma variedade mística de
médicos do exército. Os Algozes parecem
precisar de sua besteira.
PÓTICOS APOCA LY
Quase todos eles são contrabandistas.
Procuram brechas nas defesas, chantagens e
propinas. Os Sentinelas estão constantemente
em seu encalço.
CRÔNICOS
Tenha muito cuidado! Eles querem nossa
tecnologia e são obcecados por ela. Os
Sentinelas já tiveram que prender Foragers
que concederam aos Cronistas acesso aos
computadores da Fortaleza mediante
pagamento.
CLANNERS
Os vestígios do povo. Embora tenhamos
jurado protegê-los com nossas vidas,
esperamos cooperação. Como eles não
cooperam, terão que ganhar nossa
proteção agora.
JEAMMEDANOS
Temos Trailblazers, eles têm espadas e um
deus bode. Nós ganhamos.
JUÍZES
Exército paramilitar tentando unir Borca
sob seu martelo. Seu Codex os eleva muito
acima dos Clãs. Com armas melhores, eles
poderiam trazer a paz para Borca.
NEOLIB YA NS
Um Culto mercantil, não tão louco quanto os
Anubitas ou Algozes. Segundo os nossos
camaradas da Região Territorial II roubam
Borca às cegas. Bem, desde que paguem a
passagem...
PA LERS
Parece que temos um destino semelhante. Pelo menos,
é o que dizem nos cantões. Mas não é
verdade. Temos uma Doutrina, um
código de honra. Pálidos são como
animais: ratos nus rastejando pelo
subsolo, fungando e grunhindo.
Algozes
Nenhuma cadeia de comando, nenhuma
hierarquia, nenhuma disciplina. Os mais fortes
usam cabeças de leão. A Europa está sendo
vencida por eles?
Scrappers
Os Scrappers africanos não mostram respeito e
são barulhentos. Os europeus são mal-
humorados e quietos. Ambos pagam a
passagem. Nós gostamos deles.
ESPI TALIANOS
Subestimamos os psiconautas. Um erro
que vem nos assombrar agora. Temos que
deixar os Espitalários entrarem em nossa
fortaleza e assumir obrigações para com
eles que, no final, nos custarão nossa
neutralidade.

CORPORALGRUBER
CULTURA:borca
CONCEITO:A Abominação
CULTO:Hellvéticos (Cabo)
O Coronel da Região Territorial II atribuiu a
Gruber comportamentos defeituosos em
grupos sociais. O que ele quis dizer é que
Gruber é escória humana. Grandes
qualidades para um mercenário, concluiu o
quartel-general, e passou a colocá-lo em
contato com Cronistas e Juízes. Problema
resolvido. Continue, soldado.
HELENAOF
TIMMELSJOCH
CULTURA:borca
CONCEITO:O Visionário
CULTO:Hellvéticos (Forager)
Há quatro anos, ela e seu grupo ocuparam
o Timmelsjoch, uma passagem acima da
Fortaleza Alpina na Região Territorial III. As
condições de vida aqui eram péssimas,
havia travessias ilegais quase
semanalmente. A coletora Helena ensinou
medo aos Clanners e Scrappers. Sua seção
a adora: ela é considerada uma heroína.
PIONEIRO
ESCLABO DE ADJU TA NTO
CULTURA:Balcã
CONCEITO:O Mediador
CULTO:Hellvéticos (Subalterno)
As tropas da Fortaleza da Região Territorial
IV estão perseguindo o fantasma chamado
Triglaw – e Slabon não facilita nada para
eles. Enquanto ele coordena a caça ao
Maroto, ele secretamente abre uma porta
para que ele escape bem a tempo. Slabon
permitiu que Triglaw contrabandeasse
grandes quantidades de tecnologia da
Fortaleza Alpina para Laibach.
HELVÉTICOS 187
 MARTELO DA JUSTIÇA
JUÍZES
PÁTRIA
Um gorduroso chapéu mole feito de couro de vaca, a porra de uma poeira
infinita cobrindo a aba como uma névoa vermelha. Nas sombras abaixo, um
rosto de caveira abatido sorri, os olhos escondidos atrás de óculos escuros
em uma armação redonda. O Juiz ajeita o chapéu com o polegar e acaricia o
pescoço da égua de forma tranquilizadora. A sela range, assim como o
longo espanador de couro caindo dos ombros do homem em uma linha
rígida, dobrado nas costas do cavalo. Um martelo com cabo comprido está
pendurado na sela: o metal da cabeça é opaco e incrustado de sujeira.
Os cascos da égua batem forte e ruidosamente nos
paralelepípedos, cada pedra é uma ilha em meio a um mar de poeira
vermelha. O juiz olha em volta. As casas construídas com entulho
estão inclinadas, formando uma parede contra as tempestades de
poeira. Cobertores encerados enchem as janelas, escondendo seu
interior de sua vista. Ele não gosta disso. Mas este é Justitian, o
coração do mundo civilizado, a cidade da lei, o punho de ferro no
deserto. Se há segurança em algum lugar, é aqui.
Uma carroça cheia de cestos cheios de sucata de ferro
enferrujada ronca na calçada à sua frente. O Juiz endireita-se na
sela, querendo ver quem puxa a carroça, querendo fazer o
cocheiro andar mais rápido. Um corpo volumoso amarrado em
um arnês puxa o carrinho. O cabelo grisalho pende emaranhado
de seu crânio e balança para frente e para trás a cada passo: um
Scrapper da Tech-Central. O juiz controla seu cavalo.
Não adianta empurrar, ele não vai passar logo. Distraído,
ele abre a aba lacrada de sua bolsa e tira um livro
esfarrapado. Seu rosto relaxa quando ele abre e lê as
primeiras linhas. Este é o Codex, o livro que dá sentido à
sua vida, frases cheias de justiça e sabedoria. Ele sabe de
cor. No entanto, ele continua lendo e se sente mais
próximo do Primeiro Juiz ao fazê-lo.
A carroça faz uma curva em uma encruzilhada, ruidosamente em
direção à Alcova dos Cronistas. O juiz cospe um bocado de saliva
empoeirada e incita a égua a um trote fácil, virando para uma rua
movimentada zumbindo de atividade, separando as massas com
gestos ásperos e finalmente alcançando o amplo Beco do Julgamento.
Centenas de juízes montados já estão esperando lá: eles colocaram
seus martelos nas costas e protegeram suas bocas e narizes contra a
poeira com lenços. Seus rostos são sombreados pelas abas de seus
chapéus, mosquetes e rifles estão presos às selas. Cavalos bufam,
empinando nervosamente, couro rangendo e freios tilintando. Ah, os
rumores devem ser verdadeiros. As Baratas invadiram as ruínas
novamente.
Os juízes reunidos acenam com a cabeça para o recém-chegado e
o cumprimentam com seus martelos. Este é um bom dia para o Codex.
Ele incita sua égua, junta-se a eles, puxa seu martelo do Julgamento e
o faz retinir através da parede de flechas e ferro.
Hoje, eles vão para a guerra.
JUÍZES 189
O PRIMEIRO JUIZ
Nos anos após o Eshaton, as pessoas eram de coração duro e
brutal. Eles se atacaram por causa de punhados de milho,
matando e saqueando. Alguns alegaram que suas circunstâncias
eram as culpadas. Séculos de desenvolvimento ético e moral se
foram com o vento.
Logo surgiram as primeiras gangues. Eles prometiam
segurança, desde que fossem mais fortes e ferozes que seus
concorrentes. O indivíduo era uma vítima indefesa de sua
violência.
Um homem conduziu o povo de volta ao caminho da
retidão. Ele se autodenominava “o juiz”. Ele apareceu pela
primeira vez em 2381 em uma pequena vila fortificada
perto das ruínas de Bochum. Lá ele prendeu um Clanner
que havia sido ferido e deixado para trás após um ataque.
Ele recitou seus crimes, sendo o roubo o menor deles, e o
conduziu ao bloco do carrasco, um balde de ferro virado
ao contrário. O Juiz fixou a cabeça do delinquente na lata
com o pé e esmagou-lhe a cabeça com um golpe de sua
marreta. Não havia machado na aldeia.
Os espectadores ficaram chocados. Sim, eles haviam
saboreado o medo da morte do cativo depois do sofrimento
que ele trouxera para a aldeia. Mas tinha que ser tão brutal?
O juiz permaneceu impassível. Ajustou o chapéu de abas
largas, olhou para a bainha engordurada do casaco de couro
salpicado de sangue, massa encefálica e pedaços de osso e
pediu uma tigela de água. O presunto-
Mer ele ofereceu de volta ao fazendeiro que havia emprestado a ele,
mas o homem apenas balançou a cabeça.
De agora em diante, os aldeões viam o Juiz com mais
frequência. Ele viajou de assentamento em assentamento.
Com a paciência de uma cobra à espera da presa mediava as
altercações entre os aldeões e fazia o trabalho pelo qual era
conhecido e temido: julgar. Sempre que ele chegava, os
aldeões já o esperavam com prisioneiros e lhe contavam
sobre seus crimes. Seus julgamentos foram impiedosos, mas
justos, suas execuções brutais e sombrias. Seu chapéu
flexível, os óculos, o casaco e o martelo, sua marca registrada,
logo se tornaram conhecidos em West Borca. Ele era uma
figura de lei, ordem e dissuasão.
Ele se tornou uma lenda viva.
O Juiz abriu um caminho sangrento na paisagem de Clãs
e bandidos. Eles resistiram. Eles o emboscaram, o atacaram
com duas, três e finalmente quatro pessoas. Centenas de
vezes o juiz caiu, caiu do cavalo, atirou e chutou. Mas ele era
astuto e duro, ficava se levantando de novo, esmagava rostos
estupidamente boquiabertos com seu martelo, quebrava
canelas e enfiava o peso nas entranhas e nos olhos. Ele
sempre ganhou. Sua aura de vingança justa finalmente
começou a atrair pessoas jovens e entusiasmadas. A
princípio, eles o alimentaram, advertiram e trouxeram
informações. No final, eles se juntaram a ele, o seguiram e o
protegeram em sua cruzada contra toda a escória.

CABEÇAS DE PEDRA

É uma tradição entre os Juízes emparedar os restos 23 desses monumentos estão alinhados ao
mortais de um Juiz Supremo junto com o Codex que longo do Beco do Julgamento em Justitian,
ele escreveu em uma cabeça de pedra gigante olhando gravemente para uma nova geração
construída mais alto que um homem. de juízes.

GUARDIÕES DO FORDER
Logo, ele tinha mais de 100 seguidores. Eles espalharam sua palavra por toda Borca: divulgando casaco de guerra, chapéu e
martelo para honrar seus feitos e sua sabedoria. Eles caçavam bandidos e os subjugavam.
Os aldeões homenagearam os novos Juízes, deram-lhes comida e ofereceram-lhes um lugar no
comunidade. Alguns aceitaram, outros relembraram as eternas andanças do Primeiro Juiz
e agiu de acordo.
Ninguém notou o desaparecimento do Primeiro Juiz. Com seus lenços na frente do nariz e da
boca, os chapéus moles e os óculos, era quase impossível distinguir um Juiz do outro. Seu mentor
poderia ter se movido entre eles sem ser notado. Mas seus discípulos se perguntaram que novas ações o
antigo havia feito, onde ele poderia estar e como ele poderia se sentir. Ninguém sabia as respostas. Somente
depois de meses os juízes perceberam que seu fundador não estava mais entre eles. Eles perceberam que não
precisavam dele para continuar seu trabalho.