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Ministério da Educação – MEC

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – SETEC


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de
Janeiro – IFRJ
Pró-Reitoria de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – PROEN

ANEXO 1
Programa das disciplinas

Código: Nome da disciplina:


OPT00094 Filosofia, ciência e vida
BFI43020
BTO4301
Carga horária total: 40,5h Abordagem metodológica: Natureza:
-Fisioterapia:
CH teórica: CH CH Teórica obrigatória
-Terapia Ocupacional:
40,5 horas Prática: 0h extensão: 0h
optativa
-Farmácia: optativa
Pré-requisitos: Não há.

Ementa:
A disciplina se organiza em três eixos:
Eixo epistemológico: conceitos fundamentais compreendidos em sua natureza histórica, cultural
e política: o que é vida, o que é saúde, o que é normal, o que é patológico, o que é diferença, o
que é desvio; distinção entre senso comum, filosofia e ciência; principais correntes
epistemológicas nas ciências da vida.
Eixo ético: existência humana compreendida em si mesma como permanente cuidado consigo e
com o outro e a repercussão disso na tessitura ética da relação cuidador-paciente.
Eixo político: a cultura da medicalização da vida cotidiana; a “explosão” diagnóstica na área da
saúde mental nos últimos DSMs; papel desempenhado pela indústria farmacêutica no circuito
corporativo do fenômeno da hipermedicalização; deslizamento político do conceito clínico de
luto; desigualdade na distribuição do luto público e desigualdade do direito à vida.
Objetivo Geral:
A partir de uma perspectiva filosófica, oferecer ao estudante a compreensão do lugar que sua
área de atuação ocupa no universo epistemológico. Enfatizar a importância da reflexão sobre a
finitude da condição humana (a sua e a do outro) e de como a consciência desta existência estar
sujeita à doença, ao sofrimento e à morte é capaz de promover um alargamento dos conceitos de
vida e de saúde, assim como o conceito do humano como um modo de existência comum, um
“ser-com”, preparando o futuro profissional tanto para a lida com esses fenômenos quanto para
uma relação mais empática com o sujeito do cuidado. Compreender a cultura da medicalização
como um sintoma de uma racionalidade mais ampla, presa a uma concepção estritamente
biomédica, que entende o corpo e a psyché humanos como em permanente e necessário
processo de “correção”. Por fim, sensibilizá-lo para o fato do valor “vida” em nossa sociedade
encontrar-se desigualmente distribuído por razões socioeconômicas e políticas, ensejando-lhe o
interesse na defesa do direito à vida das minorias.
Procedimentos metodológicos:
Aulas expositivo-dialogadas;
Dinâmicas em grupo sobre os temas em questão;
Ministério da Educação – MEC
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – SETEC
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de
Janeiro – IFRJ
Pró-Reitoria de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico – PROEN

Fórum de debate.
Bibliografia básica:
ARANHA, Maria Lucia de Arruda; Martins, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia. São
Paulo: Moderna, 2009.
CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. São Paulo: Graal, 2010.
PORTER, Roy. Das tripas coração: uma breve história da medicina. Rio de Janeiro: Record, 2004.
Bibliografia complementar:
CAPONI, Sandra (org.) A Medicalização da vida como estratégia biopolítica. São Paulo: Liber Ars, 2016.
DUNKER, Christhian. Mal-estar, sofrimento e sintoma: uma psicopatologia do Brasil entre muros. São
Paulo: Boitempo, 2015.
FRANCES, Allen. Voltando ao normal. Rio de Janeiro: Versal, 2016.
MAIA, Marisa Schargel. Por uma ética do cuidado. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
PORTOCARRERO, Vera. As Ciências da Vida: de Canguilhem a Foucault. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2009.
RODRIGUES, Carla. O Luto entre Clínica e Política. Judith Butler para além do gênero. Rio de Janeiro:
Autêntica, 2021.
RODRIGUES, José Carlos. Tabu da Morte. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2006.
SAFATLE, Vladimir et alli. Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. São Paulo: Autêntica, 2021.
SAFATLE, Vladimir et alli. Patologias do Social. São Paulo: Autêntica, 2018.

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