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26/01/2023

Base: IPSAS 17 (de 2001), por sua vez baseada na IAS 16 - Property, Plant and
Equipment
(Nota: a IPSAS 17 foi entretanto revista em 2006 e foi alterada várias vezes, a
última das quais em janeiro de 2022 por força da IPSAS 43 - Leases)

Arménio F. Bernardes 1

ATIVOS CORRENTES NCP 1

Quando satisfaçam QUALQUER UM dos seguintes critérios:


(a) Espera-se que seja realizado, ou que esteja detido para venda ou
consumo, no decurso do ciclo operacional normal da entidade;
(b) Seja detido principalmente com a finalidade de ser negociado;
(c) Espera-se que seja realizado dentro de 12 meses após a data de relato; ou
(d) É caixa ou um equivalente a caixa, a menos que seja limitada a sua troca
ou uso para regularizar um passivo durante pelo menos 12 meses após a
data de relato.

Todos os outros ativos Essencialmente é usado o termo “não


são classificados como corrente” para incluir os ativos que não
NÃO sejam nem se espera que se tornem em
caixa ou equivalentes de caixa dentro do
CORRENTES prazo de 12 meses (INVESTIMENTOS –
classe 4)
Arménio F. Bernardes 2

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Mapeamento das contas do novo Plano de Contas Central do MF para as rubricas do balanço
(a partir de 2022)
https://www.unileo.gov.pt/informacoes/Paginas/TabelasFonte.aspx
Rubricas Código de contas
Códº ATIVO NÃO CORRENTE
B01 Ativos fixos tangíveis 43 + 453 + 4553 - 4593 - 45953
B02 Propriedades de investimento 42 + 452 + 4552 - 4592 - 45952
B03 Ativos intangíveis 44 + 454 + 4554 - 4594 - 45954
B04 Ativos biológicos (de produção) 372 - 378 - 3792 + 3922 - 39922
4111 + 4112 + 4121 + 4122 + 4131 + 4132 + 4141 + 4511 +
B05 Participações financeiras
45511 - 418 - 4191 - 45911 - 459511
Devedores por empréstimos
B06 20322 - 20922
bonificados e subsídios reembolsáveis
2112 + 21312 + 21322 + 21332 + 21342 + 21392 + 21412 +
A realizar a B54 Clientes, contribuintes e utentes 21422 + 21492 + 21612 +21622 + 21632 - 21912 - 21922 -
prazo 21932
superior a 12 B07 Acionistas/sócios/associados 26622 + 268122 - 269422 - 269922
meses após a B08 Diferimentos 28112 + 28192
data de relato 278622 - 27953 + 4113 + 4123 + 4133 + 4142 + 415 - 4192 -
B09 Outros ativos financeiros
4193 + 4512 + 45512 - 45912 - 459512
B10 Ativos por impostos diferidos 2741
27012 + 27812 + 27822 + 2789112 + 2789192 - 27912 - 27932
B56 Outras contas a receber Arménio F. Bernardes 3
- 27942 - 27992

Bens DETIDOS com continuidade ou


INVESTIMENTOS permanência e que não se destinem a ser
vendidos ou transformados no decurso
(classe 4) normal das operações da entidade, incluindo:
Os bens de domínio público (contas 420, 430 e 440) NCP 5

Os investimentos financeiros de médio e longo prazo (conta 41) NCP 18


Os investimentos que sejam de sua propriedade e utilizados para obter rendas ou valorização
NCP 8 Normas associadas:
do capital (conta 42 – Propriedades de Investimento);
Os ativos fixos tangíveis utilizados na sua atividade e os relativos a contratos classificados NCP 7
como de locação financeira (conta 43); NCP 6
Custo de Empréstimos
Os investimentos derivados de acordos de concessão de serviços, reconhecidos conforme Obtidos
NCP 4 — Acordos de concessão de serviços: concedente (conta 43); NCP 4

Os ativos intangíveis (conta 44); NCP 3 NCP 9


Imparidade de Ativos
Os investimentos em curso (conta 45). NCP 5

Os Ativos não correntes detidos para venda (conta 46) NCRF 8

Arménio F. Bernardes 4

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NCP 5 – ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS


Bens de domínio Equipamento militar
público
Aplica-se
Bens de Domínio
($3) Privado Bens de Património
Ativos biológicos relacionados com a Histórico
atividade agrícola (NCP 11)
Porém, esta Norma aplica-se a ativos fixos
NCP 5 tangíveis usados para desenvolver estes ativos Infraestruturas
(exº: Conta 436 – Equipamentos biológicos)

Direitos minerais e reservas minerais, tais Ativos de Concessão


como petróleo, gás natural e recursos não (após aplicação da
Não renováveis similares.
NCP4)
se (NCRF 16 — Exploração e Avaliação de Recursos
Minerais)
aplica
($4) Propriedades de investimento Outros
(NCP 8; conta 42) (incluindo Construção
Ativos não correntes detidos para venda em Curso, conta 45)
(NCRF 8; conta 46) 5
Arménio F. Bernardes

São bens com SUBSTÂNCIA FÍSICA que: …. assim, os AFT devem ser reconhecidos pela
entidade que os DETÉM E UTILIZA,
(a) São DETIDOS …. independentemente de a entidade ser ou não a
para: legítima proprietária do bem (prevalência da
 uso na produção ou SUBSTÂNCIA SOBRE A FORMA LEGAL)
fornecimento de bens ou
Não se destinem a ser vendidos ou
serviços, transformados no decurso normal das
 aluguer a terceiros, operações da entidade!
 fins administrativos;

b) e COM CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA: espera-se que sejam


usados durante mais de um período de relato.
….. com exceção dos que tiverem valor individual
inferior a € 100 (materialidade - ver adiante: conta
623 Materiais de consumo.)

Arménio F. Bernardes 6

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Conta 43 – Ativos Fixos Tangíveis NOTAS


Inclui
– as benfeitorias e as grandes reparações que sejam de acrescer ao
custo daqueles ativos não correntes.
– os bens de domínio público detidos para fornecimentos de bens ou
serviços, bem como os bens do património histórico, artístico e
cultural (conta 430).
– Equipamento militar, Infraestruturas e Ativos de contratos de
concessão após reconhecimento e mensuração de acordo com a NCP

Não se incluem nesta conta as propriedades de Para os ativos no âmbito da NCP 4 — Acordos
de concessão de serviços: concedente, devem
investimento (conta 42), nem os bens cuja ser criadas subcontas subsidiárias às
construção está em curso (conta 45). existentes para evidenciar tais situações,
acrescentando à designação a expressão “em
Arménio F. Bernardes concessão”. 7

Conta 43 – Ativos Fixos Tangíveis


430 BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO, PATRIMÓNIO HISTÓRICO,
ARTÍSTICO E CULTURAL 4321 Habitações e edificações para serviços
4322 Edificações para fins industriais
431 Terrenos e recursos naturais
4323 Edifícios e construções com finalidade
432 Edifícios e outras construções sociocultural
4324 Parques de estacionamento
433 Equipamento básico 4325 Piscinas e complexos desportivos

434 Equipamento de transporte
4329 Outros
435 Equipamento administrativo
436 Equipamentos biológicos
437 Outros ativos fixos tangíveis

438 Depreciações acumuladas 642– Gastos de depreciação e de amortização em


439 Perdas por imparidade acumuladas AFT

655 – Perdas por imparidade em AFT


7625 – Reversão de perdas por imparidade em AFT
Arménio F. Bernardes 8

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CRP artº 84º - DOMÍNIO PÚBLICO


1. … PRINCÍPIOS GERAIS
1) inalienáveis e …. mas podem-se constituir direitos de
2. A lei define quais os bens que utilização, de uso privativo a
integram o domínio público do Estado subtraídas ao comércio
título precário, como por exemplo através
(D.L. 477/80, de 15 de Outubro), o jurídico privado (abarca das concessões.
domínio público das regiões o “domínio privado
autónomas e o domínio público das indisponível”) • Destinam-se a ser usados por
autarquias locais, bem como o seu 2) imprescritíveis, serviços públicos, pelo público ou por
regime, condições de utilização e 3) impenhoráveis (artigo particulares especialmente
limites. 822º alínea b) do autorizados (designadamente através
Código de Processo de licenças ou concessões de
Apenas as pessoas coletivas exploração) – com ou sem perceção
Civil) ,
territoriais (Estado, regiões 4) inexpropriáveis e de rendimentos pelo Estado;
autónomas e autarquias locais) • Podem ser objeto de
5) não oneráveis;
desclassificação, delimitação e
dispõem de domínio público. desafetação

Os princípios gerais que regem o domínio público do Ver Apresentação – Domínio público
Estado aplicam-se com as devidas adaptações ao domínio do ESTADO
público das autarquias locais
Arménio F. Bernardes 9

DOMÍNIO PÚBLICO DO ESTADO (CRP artº 84º nº 1 e D.L. 477/80, de 15 de Outubro, artº 4º)
a) As águas territoriais com os seus leitos, as águas marítimas interiores com os seus leitos e
margens e a plataforma continental;
b) Os lagos, lagoas e cursos de água navegáveis ou flutuáveis com os respetivos leitos e margens e,
bem assim, os que por lei forem reconhecidos como aproveitáveis para produção de energia
elétrica ou para irrigação;
c) Os outros bens do domínio público hídrico referidos no Decreto n.º 5787-4I, de 10 de Maio de
1919, e no Decreto-Lei n.º 468/71, de 5 de Novembro;
d) As valas abertas pelo Estado e as barragens de utilidade pública;
e) Os portos artificiais e docas, os aeroportos e aeródromos de interesse público;
f) As camadas aéreas superiores aos terrenos e às águas do domínio público, bem como as situadas
sobre qualquer imóvel do domínio privado para além dos limites fixados na lei em benefício do
proprietário do solo;
g) Os jazigos minerais e petrolíferos, as nascentes de águas mineromedicinais, os recursos
geotérmicos e outras riquezas naturais existentes no subsolo, com exclusão das rochas e terras
comuns e dos materiais vulgarmente empregados nas construções;
h) ….

Arménio F. Bernardes 10

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DOMÍNIO PÚBLICO DO ESTADO (CRP artº 84º nº 1 e D.L. 477/80, de 15 de Outubro, artº 4º)
h) As linhas férreas de interesse público, as autoestradas e as estradas nacionais com os seus
acessórios, obras de arte, etc.;
i) As obras e instalações militares, bem como as zonas territoriais reservadas para a defesa militar;
j) Os navios da armada, as aeronaves militares e os carros de combate, bem como outro equipamento
militar de natureza e durabilidade equivalentes;
k) As linhas telegráficas e telefónicas, os cabos submarinos e as obras, canalizações e redes de
distribuição pública de energia elétrica;
l) Os palácios, monumentos, museus, bibliotecas, arquivos e teatros nacionais, bem como os palácios
escolhidos pelo Chefe do Estado para a Secretaria da Presidência e para a sua residência e das
pessoas da sua família
m) Os direitos públicos sobre imóveis privados classificados ou de uso e fruição sobre quaisquer bens
privados;
n) As servidões administrativas e as restrições de utilidade pública ao direito de propriedade;
o) Quaisquer outros bens do Estado sujeitos por lei ao regime do domínio público.
Cemitérios públicos - o Prof. Marcello Caetano (Manual de Direito Administrativo, Vol. II,
p. 919) entende que "os cemitérios municipais e paroquiais são bens do domínio público
por deterem um índice evidente de utilidade pública embora ainda existam cemitérios
particulares que devem ser considerados propriedade dos grupos a que interessam".
Arménio F. Bernardes 11

• Cemitérios (freguesias ou municípios)


DOMÍNIO PÚBLICO LOCAL
• Rede viária: vias de circulação, respetivo subsolo e espaço aéreo correspondente, passeios, jardins públicos, plantas,
muros de sustentação, sinais de trânsito, obras de arte, túneis,… e caminhos públicos. Caminhos vicinais (domínio
público de freguesia) (cf. Lei 2110, de 19 de Agosto de 1961).
• Parcelas do domínio público hidráulico: reservatórios e poços de abastecimento; lagos e lagoas situados
integralmente em terrenos municipais ou de freguesia ou em baldios; águas pluviais que caiam em terrenos públicos
autárquicos ou que neles corram abandonadas, assim como as águas nascidas e as águas subterrâneas existentes
nos mesmos terrenos; fontes e reservatórios públicos administradas e custeadas pelas autarquias
• Sistemas públicos de: (D.L. 207/94 de 6 de Agosto e o Decreto Regulamentar 23/95 de 23/8)
 distribuição de águas - compreendem todos os órgãos de captação e de distribuição de água, até ao limite
da propriedade a servir incluindo-se ainda na rede pública os ramais de ligação.
 de drenagem de águas residuais - redes de coletores, instalações de tratamento e dispositivos de descarga
final
• Parcelas cedidas para espaços verdes e equipamentos de utilização coletiva e as infraestrutura no âmbito de
operações de loteamento e obras de edificação (artº 44º do DL 555/99 de 16 de Dezembro - regime jurídico relativo
a operações urbanísticas)

Compete à Assembleia Municipal (DL 169/99, artº 53º nº 4 alª b):


“b) Deliberar sobre a afetação ou desafetação de bens do domínio público municipal, nos termos e
condições previstos na lei”;

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DOMÍNIO PRIVADO DO ESTADO (D.L. 477/80, de 15 de Outubro, artº 5º)


Bens que são suscetíveis de comércio jurídico privado , que possuem valor económico de mercado
a) Os imóveis, nomeadamente os prédios rústicos e urbanos do Estado, e os direitos a eles inerentes
b) Os direitos de arrendamento de que o Estado é titular como arrendatário;
c) Os bens móveis corpóreos, com exceção das coisas consumíveis e daquelas que, sem se destruírem
imediatamente, se depreciam muito rapidamente, nos termos a definir em instruções regulamentares;
d) Quaisquer outros direitos reais sobre coisas.

No entanto, apesar de os bens do domínio privado a) Bens e direitos do Estado afetos aos departamentos e
serem suscetíveis de comércio privado, isso não organismos da Administração Pública estadual
significa que todos possam considerar-se como desprovidos de personalidade jurídica (exº Escola pública)
comerciáveis. Daí a razão pela qual a doutrina e a lei b) Bens e direitos do Estado afetos aos serviços e fundos
distingue entre bens do domínio privado disponível e autónomos dotados de personalidade jurídica própria, que
bens do domínio privado indisponível, estando estes não pertençam aos respetivos patrimónios privativos (exº
Centro de Formação do IEFP)
últimos sujeitos a um regime que os aproxima dos
c) Bens e direitos do Estado português no estrangeiro afetos
bens do domínio público. a missões diplomáticas, consulados, delegações, etc.;
• Estes bens do domínio privado considerados como d) Bens do Estado expropriados ou mantidos ao abrigo da Lei
INDISPONÍVEIS serão os indispensáveis ao de Bases da Reforma Agrária;
funcionamento dos serviços públicos, e) Bens e direitos do Estado afetos a quaisquer outras
encontrando-se afetos a fins de utilidade pública. entidades.

Arménio F. Bernardes 13

Domínio Privado INDISPONÍVEL das Autarquias Locais


• Escolas públicas (construção e terreno)
• Baldios (bens coletivos), aeródromos e heliportos municipais (não afetos a um serviço
regular de transporte de passageiros e mercadorias)
• Bens de património cultural (museus, bibliotecas, arquivos, teatros ) classificados de
“interesse público” ou de “interesse municipal” (mas não os classificados de “interesse
geral”)
• Equipamentos de utilização coletiva (parque de campismo, campo da bola, equipamentos
incluídos no parque municipal, mercado, central de camionagem, etc.)
– Se os terrenos para a implantação destes equipamentos tiverem sido cedidos ao domínio público
no âmbito das cedências devidas por operações de loteamento (D.L. 555/99 de 16 de Dezembro)
essas parcelas serão do domínio público.
• Quanto à área destinada à feira mensal será do domínio público se constituir um largo ou
praça. Caso contrário integrará o domínio privado indisponível.

São do domínio privado disponível do município os lotes de


terreno para indústria e construção de habitação.
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430 BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO, PATRIMÓNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E


CULTURAL

De acordo com a legislação em


vigor (nomeadamente com o
4301 Terrenos e recursos naturais
Decreto-Lei n.º 477/80, de 15 de
4302 Edifícios e outras construções outubro — inventário geral dos
elementos constitutivos do
4303 Infraestruturas património do Estado), são
4304 Património histórico, artístico e cultural considerados BENS DE DOMÍNIO
PÚBLICO passíveis de
4305 Equipamento militar, de segurança e defesa reconhecimento no âmbito da
NCP 5, nomeadamente os
4309 Outros bens de domínio público
seguintes (cf. CC2)
(Ver desagregação no CC2)
Arménio F. Bernardes 15

430 BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO, PATRIMÓNIO HISTÓRICO,


ARTÍSTICO E CULTURAL
43011 Terrenos incluídos em planos de urbanização
com capacidade construtiva
a) Terrenos e recursos naturais 43012 Terrenos não incluídos em plano de urbanização
(4301) incluindo os bens de solo rural
43013 Outros terrenos situados dentro do perímetro
uso público, tais como urbano (Zona verde ou de lazer, praças públicas, …)
parques, jardins, e caminhos; 43014 Recursos naturais (património natural, poços e
reservatórios., barragens, …)
43018 Terrenos militares
43019 Outros terrenos e outros recursos naturais

Quando não haja elementos concretos acerca do valor do


terreno, deverá considerar-se que este representa 25 %
do valor global (terreno + edifício)

Arménio F. Bernardes 16

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430 BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO, PATRIMÓNIO HISTÓRICO,


ARTÍSTICO E CULTURAL
Muros, silos, parques de estacionamento,
albufeiras, barragens, canais, estradas e
b) Edifícios e outras construções (4302), arruamentos, vias férreas internas, pistas de
nomeadamente os enquadrados pelo Decreto- aviação, cais e docas, piscinas e complexos
Lei n.º 280/2007, de 7 de agosto (regime desportivos, cemitérios .
 Inclui Edifícios e construções com finalidade
jurídico do património imobiliário público) sociocultural (monumentos, palácios,
(versão da Lei n.º 82-B/2014, de 31/12); museus, bibliotecas, arquivos, teatros, etc.)

(a) Fazem parte de um sistema ou rede;


(b) São de natureza especializada e não têm usos alternativos;
c) Infraestruturas (4303) (c) São inamovíveis; e
(d) Podem estar sujeitos a restrições na alienação.

Rodoviárias, ferroviárias, portuárias, aeroportuárias, sistemas de esgotos, sistemas de abastecimento de água,


redes de comunicações, infraestruturas militares e outras

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430 BENS DE DOMÍNIO PÚBLICO, PATRIMÓNIO HISTÓRICO,


ARTÍSTICO E CULTURAL
d) Equipamento militar, de segurança e defesa (4305)

e) Bens que, conforme a Lei n.º 107/2001, de 8 de


setembro (atualizada pela Lei n.º 36/2021, de 14/06)
(lei de bases do património cultural) são classificados
como património histórico, artístico e cultural (4304)

Lei n.º 107/2001, de 08 de Setembro (artº 15º)- Bens


Edifícios históricos e monumentos,
• Imóveis - Monumentos, conjuntos e sítios
sítios arqueológicos, áreas de
• Móveis (exº obra de autor português ou que seja
conservação e reservas naturais e
atribuída a autor português)
obras de arte
(de interesse nacional, de interesse público ou de
interesse municipal)
Arménio F. Bernardes 18

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PATRIMÓNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL (TANGÍVEL) (4304)


Caraterísticas ($7 e Portaria 189/2016)
a) É improvável que o seu valor em termos culturais, ambientais, educacionais e
históricos seja inteiramente refletido num valor financeiro baseado puramente
num preço de mercado;

b) Obrigações legais e/ou oficiais podem impor proibições ou restrições severas à


sua alienação por venda;

c) São geralmente insubstituíveis e o seu valor pode aumentar ao longo do


tempo, mesmo se a sua condição física se deteriorar; e

d) Pode ser difícil estimar a sua vida útil, que em alguns casos, pode ser de várias
centenas de anos (o CC2 não estabelece qualquer vida útil para estes bens)

Arménio F. Bernardes 19

4304 Património histórico, artístico e cultural


4304 Património histórico, artístico e cultural
43041 Espaços arqueológicos É desdobrada pelas subcontas constantes
43042 Obras de arte, coleções e antiguidades no Plano e ainda pela divisão apresentada
…. no Classificador Complementar 2, para
04 Pergaminhos e papiros efeitos de inventário.
05 Pinturas antigas
…..
43043 Livros, arquivos e outras publicações Inclui livros de bibliotecas públicas, de
de bibliotecas escolas, bem como o espólio de arquivos
43044 Mobiliário e tapeçarias históricos, como por exemplo da Torre do
Tombo, livros de museus, entre outros, isto
43045 Joalharia e artigos religiosos é, que seja suscetível de constituir junto
… dos indivíduos fator de cultura e
43049 Outros conhecimento da História.

Estes ativos raramente são detidos pela sua capacidade de gerar


influxos de caixa e podem existir obstáculos legais ou sociais para os
usar para tais finalidades.
Arménio F. Bernardes 20

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PATRIMÓNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL (TANGÍVEL) (4304)


Reconhecimento ($6)

A NCP 5 exige que uma entidade reconheça os bens relativos ao


património histórico tangível, desde que satisfaçam a definição e os
critérios de reconhecimento de ativos fixos tangíveis.
• …. o que pressupõe a possibilidade de proceder à mensuração fiável do
seu CUSTO ou JUSTO VALOR.

No caso de não ser possível reconhecer tais ativos, a entidade deve, no mínimo,
fazer a sua divulgação em notas às demonstrações financeiras.
As entidades que reconheçam ativos do património histórico devem também
divulgar a respeito desses ativos, um conjunto de dados (nº 8 da Norma)

Arménio F. Bernardes 21

Artigo 36.º CIBE


Bens não sujeitos (a depreciação)
1 – Não estão sujeitos ao regime de amortizações os seguintes bens:
a) Bens Móveis de natureza cultural, tais como obras de arte, antiguidades, documentos,
bens com interesse histórico, e bens integrados em coleções e antiguidades;
b) Animais que se destinem à alimentação;
c) Veículos automóveis antigos com relevância histórica;
d) Capital arbóreo de exploração ou de proteção ou outro tipo de plantações;
e) Imóveis que pela sua complexidade ou particularidade apresentem dificuldades
técnicas inultrapassáveis de inventariação ou de avaliação;
f) Imóveis que se valorizem pela sua raridade;
g) Terrenos, de um modo geral.
2 – A qualificação dos bens a que se referem as alíneas e) e f) serão propostas pela entidade
contabilística à Direção-Geral do Património, para obtenção da sua concordância.

Arménio F. Bernardes 22

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436 - EQUIPAMENTOS BIOLÓGICOS


Ativos biológicos (animais e plantas vivos) detidos e utilizados por uma entidade para a
sua atividade que reúnam os requisitos de reconhecimento como investimento e que não
se enquadrem na NCP 11 —Agricultura (ativos biológicos relacionados com a atividade
agrícola e que são registados na Classe 3 — Inventários, conta 37 Ativos Biológicos)
436 Equipamentos biológicos
4361 Animais de trabalho Assim, não se incluem nesta conta os animais que
4362 Animais de atividades
desportivas
se destinam à produção, reprodução ou consumo
4363 Plantas (NCP 11) (contas 371 e 372)

4369 Outros equipamentos biológicos

Mas incluem-se, por exemplo, os equídeos de uma força militar


ou de uma escola equestre. No caso de plantas, inclui-se, por
exemplo os jardins ou plantas decorativos de duração superior a
um ano.
Arménio F. Bernardes 23

Artigo 34.º CIBE (Materialidade) (revogado)


1 – Em regra, são totalmente amortizados no ano de aquisição ou de produção os
bens sujeitos a depreciação, em mais de um ano económico, cujos valores unitários
não ultrapassem 80% do índice 100 da escala salarial das carreiras do regime geral do
sistema remuneratório da função pública, reportado ao ano de aquisição e
arredondado para o milhar de escudos ou unidades de euros inferior.
Índice 100 para 2009: 343, 28€ …. 80% = 274,624 €
ESTE MECANISMO DE MATERIALIDADE NÃO SE ENCONTRA PREVISTO NO CC2.
EM ALTERNATIVA ADOTA-SE A IMEDIATA AFETAÇÃO A GASTOS E O LIMITE DE
MATERIALIDADE É ALTERADO

2 – Para efeitos de controlo, os bens … totalmente amortizados no ano de aquisição, nos


termos do número anterior, devem manter-se em inventário até ao seu abate.
3 – O n.º 1 deste artigo não se aplica quando tais bens constituem a base do processo
produtivo de uma unidade operativa ou de uma unidade contabilística.
Arménio F. Bernardes 24

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437 OUTROS ATIVOS FIXOS 4371 - Equipamento de oficina e


reparações
TANGÍVEIS 4372 - Equipamento de decoração e
conforto, de utilização comum
• São registados nesta conta outros ativos fixos 4373 - Equipamento individual para fins
tangíveis que não tenham enquadramento nas contas especiais
anteriores, descritos no Classificador Complementar 4374 - Equipamento para
2. acondicionamento de embalagens
• Esta conta deve ser desdobrada pelas subcontas …
constantes no Plano, tendo em conta também a 4379 Outros
divisão apresentada no Classificador Complementar 2
para efeitos de inventário.
No caso de a vida útil ser inferior a Os artigos honoríficos e de decoração
considerados como património
um ano ou, mesmo que superior, histórico, artístico e cultural são
tenha um valor individual inferior a registados na conta 43042 Obras de
€ 100, devem ser registados na arte, coleções e antiguidades.
conta 623 Materiais de consumo. Os artigos para oferta e publicidade são
registados na conta 6234 Artigos para
oferta e de publicidade e divulgação.
Arménio F. Bernardes 25

6231 Peças, ferramentas


e utensílios de desgaste rápido
Nesta conta são registadas, nomeadamente:
a) Ferramentas e utensílios de desgaste rápido;
b) Materiais (peças) utilizados em trabalhos de reparação
e conservação de máquinas e equipamentos, por exemplo pneus, velas e
faróis para equipamento de transporte, e peças para fotocopiadoras,
impressoras e outros equipamentos.

Os materiais (peças) que aumentem a quantia


escriturada do bem em pelo menos 30 %, tais
como motores, serão contabilizadas na conta
43 – AFT (grandes reparações)

Arménio F. Bernardes 26

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Livros, jornais e revistas (6232)


Material de educação, cultura e recreio (6235)

…. Os jornais e revistas (científicas ou Alguns bens de educação, cultura e


não) e os livros para bibliotecas recreio (conta 6235) duradouros e
inventariáveis devem ser registadas inventariáveis (por exemplo,
não na conta 3112 – Compras (e instrumentos musicais), devem ser
6112) mas na conta 43043 registados na conta 4334 -
(Património histórico, artístico e Equipamento e material recreativo,
cultural) - Livros, arquivos e outras desportivo, de educação e de cultura,
publicações de bibliotecas. com exceção dos que tiverem valor
VIDA ÚTIL? (análise casuística) individual inferior a € 100.

Arménio F. Bernardes 27

Vida útil de LIVROS ?


Sobre a eventual depreciação de LIVROS, pronunciou-se a Comissão de Normalização
Contabilística – Administração Pública (CNCAP), nos seguintes termos:
“ ……. A amortização (depreciação) deve ser realizada a uma taxa considerada razoável,
uma vez que o CIBE não prevê qualquer taxa [idem CC2].
Apenas devem ser registados no ativo imobilizado os livros com carácter de permanência e
cujo princípio da materialidade justifique essa classificação, sendo necessário uma análise
casuística de cada situação. Os livros que não forem considerados como bens do imobilizado
devem ser contabilizados na conta 62216 – Livros e documentação técnica. “

O objetivo da depreciação é balancear o GASTO de um Ativo com os RENDIMENTOS ou a


UTILIZAÇÃO que ele proporciona. Deste modo deve ser conferido o grau de utilização dos
livros por parte dos utentes.

NOTA: no Brasil considera-se por regra a taxa de 10% (vida útil de 10 anos), sendo possível,
inclusive, a aplicação da taxa anual única de depreciação sobre todo o acervo bibliográfico
de uma biblioteca

Arménio F. Bernardes 28

14
26/01/2023

“CLASSE DE ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS”


O uso de diferentes bases de mensuração para classes diferentes de ativos, sugere que a sua natureza
ou função difere e, por conseguinte, que devem ser apresentados como linhas de itens separadas. Por
exemplo, diferentes classes de ativos fixos tangíveis podem ser contabilizadas ao custo ou por quantias
revalorizadas de acordo com a NCP 5 —Ativos Fixos Tangíveis, devendo, portanto constar em linhas separadas
no balanço (NCP 1, nº 55)

Significa um grupo de ativos com idêntica natureza ou função similar nas


operações da entidade, que é evidenciado como um único ativo para efeitos
de divulgação nas demonstrações financeiras. O que se segue são exemplos
de classes distintas:
(a) Terrenos (contas 4301 e 431) (g) Aeronaves (conta 4344);
(b) Edifícios operacionais (contas 4302 e 432); (h) Equipamento militar
(c) Estradas (conta 43031); especializado (conta 4338);
(d) Maquinaria (conta 433); (i) Veículos a motor (contas 434X);
(e) Infraestruturas de (j) Mobiliário e instalações (contas 4353 …); e
distribuição de eletricidade (conta 43039); (k) Equipamento de escritório (conta 4352)
(f) Embarcações (conta 4342);

Arménio F. Bernardes 29

RECONHECIMENTO DE AFT

Arménio F. Bernardes 30

15
26/01/2023

O CUSTO DE UM BEM DO ATIVO FIXO TANGÍVEL DEVE


SER RECONHECIDO COMO ATIVO SE, E APENAS SE:

(a) For provável que fluirão para a entidade (b) O CUSTO ou o JUSTO
benefícios económicos futuros ou potencial e VALOR do bem puder ser
de serviço associados ao bem mensurado com fiabilidade.
A aplicação do critério de reconhecimento dos AFT deve ser efetuada no momento em que 4 - Os custos de
os custos com os AFT são incorridos. empréstimos obtidos que
sejam diretamente
atribuíveis à aquisição,
Os custos de empréstimos obtidos para financiar alguns investimentos são elegíveis para construção ou produção de
capitalização (mas por opção na NCP 7) um ativo que se qualifica
devem ser capitalizados
como parte do custo desse
Subsequentemente, uma entidade pode incorrer em custos adicionais, que devem ser ativo.
igualmente incluídos no custos de aquisição (CUSTOS SUBSEQUENTES ) (tratamento alternativo,
nos termos do nº 1)
Arménio F. Bernardes 31

MODALIDADES DE AQUISIÇÃO
AQUISIÇÃO NUMA TRANSAÇÃO COM CONTRAPRESTAÇÃO (título oneroso)

A TÍTULO GRATUITO (TRANSAÇÃO SEM CONTRAPRESTAÇÃO)


(DOAÇÃO/TRANSFERÊNCIA DE ATIVOS DE OUTRAS ENTIDADES)
430 Bens de domínio público,
património histórico, artístico e
cultural CONSTRUÇÃO PELA PRÓPRIA ENTIDADE
431 Terrenos e recursos naturais
432 Edifícios e outras construções
TROCA
433 Equipamento básico
434 Equipamento de transporte
435 Equipamento administrativo POR AFETAÇÃO A AFT DE BENS INICIALMENTE ADQUIRIDOS PARA VENDA
436 Equipamentos biológicos OU PROPRIEDADE DE INVESTIMENTO
437 Outros ativos fixos tangíveis
LOCAÇÃO FINANCEIRA (NCP 6)

NO ÂMBITO DE UM ACORDO DE CONCESSÃO DE SERVIÇOS (NCP4)

Arménio F. Bernardes 32

16
26/01/2023

430 Bens de domínio público,


património histórico, artístico e cultural
CONTAS 430 A 437 431 Terrenos e recursos naturais
432 Edifícios e outras construções
DEBITAM-SE 433 Equipamento básico
434 Equipamento de transporte
POR CONTRAPARTIDA, A CRÉDITO: 435 Equipamento administrativo
a) Da conta 271 (Fornecedores de investimentos), 436 Equipamentos biológicos
437 Outros ativos fixos tangíveis
aquando de uma aquisição a título oneroso, pelo
valor a pagar;
b) Das contas 324 (Mercadorias – Terrenos e CONTAS 430 A 437
Propriedades), 343 (Propriedades Construídas para CREDITAM-SE POR
Venda), 42 (Propriedades de investimento) ou 45 CONTRAPARTIDA:
(Investimentos em curso), por transferência; … das contas 324 ,
c) Da conta 594, por doações recebidas; 343, 42 ou 45, por
d) Da conta 5971, por transferências temporária de transferência.
ativos de outras entidades;
e) Da conta 741 (Trabalhos para a própria entidade), se o
ativo for construído pela entidade.
Arménio F. Bernardes 33

271X - FORNECEDORES DE INVESTIMENTOS


Regista os movimentos com fornecedores de bens e serviços destinados a capitalizar como ativo
não corrente da entidade (ativo fixo tangível, ativo intangível ou propriedades de investimento).
2711 Fornecedores de investimentos — Contas gerais
CREDITA-SE
a) Por contrapartida de uma das contas de ativos 430 a 437 no momento da
aquisição no caso de não ter sido previamente registado na conta 2712
Faturas em receção e conferência;
2711
b) Por contrapartida da conta 2712 Faturas em receção e conferência, no
caso de ter sido previamente registado nesta conta; a 11/12 de 430 a 437 ou
c) Por contrapartida da conta 2713 Adiantamentos a fornecedores de de 2712 ou
investimentos, no caso de ter sido previamente registado nesta conta um de 2713 (ou 455)
adiantamento sem preços previamente fixados. (a)
(a) Caso o preço esteja previamente
fixado a conta a debitar será 455 DEBITA-SE
Adiantamento por conta de Pelo pagamento, por contrapartida de uma
investimentos.
conta da Classe 1 — Meios financeiros líquidos.
Arménio F. Bernardes 34

17
26/01/2023

271X - FORNECEDORES DE INVESTIMENTOS


2712 Faturas em receção e conferência
Respeita às aquisições cujas faturas, recebidas ou não, estejam por registar na conta 2711 Fornecedores
de investimentos — Contas gerais, por não terem chegado à entidade até essa data ou não terem sido
ainda conferidas.
DEBITA-SE CREDITA-SE
Por crédito da conta 2711, aquando da Por contrapartida de contas de ativos não correntes
contabilização definitiva da fatura. adquiridos (430 a 437)

2713 Adiantamentos a fornecedores de investimentos


Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos de bens e serviços ainda não realizados
por terceiros, cujo preço não esteja previamente fixado. Caso o preço esteja previamente fixado a conta a
debitar será 455 Adiantamento por conta de investimentos.
DEBITA-SE CREDITA-SE
Pela receção da fatura, por contrapartida da conta 2711
Pela entrega feita por crédito de 12
Fornecedores de investimentos — Contas gerais.
Arménio F. Bernardes 35

CONTA 45 - INVESTIMENTOS EM CURSO


• Abrange os investimentos de adição, 450 Bens de domínio público em curso
451 Investimentos financeiros em curso
melhoramento ou substituição enquanto não 452 Propriedades de investimento em curso
estiverem concluídos. 453 Ativos fixos tangíveis em curso
454 Ativos intangíveis em curso
• Inclui também os adiantamentos feitos por
455 Adiantamentos por conta de investimentos
conta de investimentos, cujo preço esteja …
previamente fixado (conta 455): 459 Perdas por imparidade acumuladas

As entregas feitas pela entidade por conta de investimentos, cujo


preço não esteja previamente fixado, são registadas na conta
2713 Adiantamentos a fornecedores de investimentos.
36

• A conta deve ser desdobrada considerando subcontas idênticas às das contas 42, 43 e 44.
• É uma conta de uso temporário, que deverá ser saldada para as contas 42, 43 e 44, quando o
respetivo ativo fica CONCLUÍDO E COMEÇA A SER UTILIZADO.
Arménio F. Bernardes

18
26/01/2023

FAQ nº 26 Como devem ser reconhecidos contabilisticamente os


ADIANTAMENTOS EFETUADOS A FORNECEDORES?

Resposta
Os adiantamentos a fornecedores constituem exfluxos monetários
prévios à receção da respetiva contraprestação (bem ou serviço)
contratualizada com o fornecedor e devem ser realizados de acordo
com os dispositivos legais e contratuais aplicáveis.
Numa perspetiva estritamente contabilística, e excluindo o
tratamento do IVA, um adiantamento a um fornecedor implica os
seguintes registos:

Arménio F. Bernardes 37

FAQ 26 - Como devem ser reconhecidos contabilisticamente os adiantamentos


efetuados a fornecedores?
1. Na contabilidade financeira
(Aprovada pelo CNCP em 02 de janeiro de 2018)

a) Pelo adiantamento ao fornecedor, credita-se uma conta de DO (v.g. 121 – Depósitos à ordem no
Tesouro) e debita-se a conta 39 – Adiantamentos por conta de compras/455 - Adiantamentos por
conta de investimentos (se o preço se encontrar previamente fixado) ou a conta 228 –
Adiantamentos a fornecedores/2713 – Adiantamentos a fornecedores de investimentos (se o
preço não se encontrar previamente fixado).
b) Pela receção da fatura relativa aos bens ou serviços contratados credita-se a conta 221 –
Fornecedores c/corrente/2711 – Fornecedores de investimentos, por contrapartida do débito
duma conta de compras de inventários ou de investimentos. Simultaneamente é regularizado o
adiantamento efetuado debitando a conta 221 – Fornecedores c/corrente/2711 – Fornecedores de
investimentos por contrapartida do débito da conta creditada no momento do adiantamento, que
fica saldada.
c) Posteriormente, aquando do pagamento do valor remanescente (se o adiantamento não
correspondeu à totalidade do valor da aquisição), credita-se uma conta de DO (v.g. 121 – Depósitos
à ordem no Tesouro) e debita-se a conta 221 – Fornecedores c/corrente/2711 – Fornecedores de
investimentos.

Arménio F. Bernardes 38

19
26/01/2023

ADIANTAMENTOS POR CONTA DE INVESTIMENTOS


Quem adianta Quem recebe
SEM PREÇO FIXADO Débito Crédito Débito Crédito
1) Fatura do adiantamento 12.2 12.2
27.1.3 21.8
24.3.2.2 24.3.3
2) Regularização pela fatura do fornecimento do bem:
2.1.) Pela fatura dos bens/serviços 4.X 71/72
24.3.2.2 24.3.3
27.1.1 21.1.1
2.2.) Regularização do adiantamento 27.1.1 21.1.1
27.1.3 21.8
24.3.4.2 24.3.4.1
3) Pagamento do valor remanescente 27.1.1. 12.2. 12.2. 21.1.1
Exemplo: concessão do adiantamento de 100.000 (sem IVA)
Débitos: 27.1.3 – 100.000 e 24322 – 23.000. Crédito: 122 – 123.000
Fornecº do Investimº - Cº aquisição:
Débitos: 43X – 500.000 e 24322 – 115.000. Crédito: 2711 – 615.000
Fornecº do Investimº - Anulação do Adiantamento:
Débito: 2711: 123.000. Créditos: 27.1.3: 100.000 e 24342: 23.000
Pagamento do valor remanescente: Débito 2711; Crédito 12.2 – 492.000
Arménio F. Bernardes 39

ADIANTAMENTOS POR CONTA DE INVESTIMENTOS


Quem adianta Quem recebe
COM PREÇO FIXADO Débito Crédito Débito Crédito
1) Fatura do adiantamento 12.2 12.2
45.5 27.6
24.3.2.2 24.3.3
2) Regularização pela fatura do fornecimento do bem:
2.1.) Pela fatura dos bens/serviços 4.X 71/72
24.3.2.2 24.3.3
27.1.1 21.1.1
2.2.) Regularização do adiantamento 27.1.1 21.1.1
45.5 27.6
24.3.4.2 24.3.4.1
3) Pagamento do valor remanescente 27.1.1. 12.2. 12.2. 21.1.1
Exemplo: concessão do adiantamento de 100.000 (20% do valor adjudicado, sem IVA)
Débitos: 455 – 100.000 e 24322 – 23.000. Crédito: 122 – 123.000
Fornecº do Investimº - Cº aquisição:
Débitos: 43X – 500.000 e 24322 – 115.000. Crédito: 2711 – 615.000
Fornecº do Investimº - Anulação do Adiantamento:
Débito: 2711: 123.000. Créditos: 455: 100.000 e 24342: 23.000
Pagamento do valor remanescente: Débito 2711; Crédito 12.2 – 492.000
Arménio F. Bernardes 40

20
26/01/2023

Custos INICIAIS e Custos SUBSEQUENTES


Uma entidade deve avaliar todos os custos do ativo fixo tangível no momento
em que são suportados.
Estes custos incluem custos suportados inicialmente para adquirir ou construir
um bem do ativo fixo tangível, e custos suportados subsequentemente para
adicionar, substituir uma parte ou prestar assistência técnica a esse ativo. (§12)

Qualquer que seja a Custos incorridos (ou quantia


modalidade de obtenção é atribuída) INICIAIS
necessário considerar
DUAS COMPONENTES NA
FORMAÇÃO DO CUSTO Custos SUBSEQUENTES
(após a aquisição)
Arménio F. Bernardes 41

MENSURAÇÃO INICIAL

Arménio F. Bernardes 42

21
26/01/2023

MENSURAÇÃO
Um bem do ativo fixo tangível que • Aquisição numa TRANSAÇÃO
satisfaça as condições de NOS CASOS COM CONTRAPRESTAÇÃO
reconhecimento como um ativo deve DE • PRODUÇÃO PELOS
ser mensurado pelo seu CUSTO ($18) PRÓPRIOS MEIOS

Imóveis:
Se o bem do ativo fixo tangível • Valor patrimonial tributário (VPT)
for adquirido através de uma
TRANSAÇÃO SEM Outros ativos:
CONTRAPRESTAÇÃO, a • Custo do bem recebido,
mensuração far-se-á da seguinte ou, na falta deste, o respetivo
forma ($19) • Valor de mercado (justo valor)

Arménio F. Bernardes 43

Mensuração Inicial
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS

Adquirido através de uma CONSTRUÍDO Adquirido através de uma


PELA PRÓPRIA 43
TRANSAÇÃO COM TRANSAÇÃO SEM a 5942
CONTRAPRESTAÇÃO ENTIDADE CONTRAPRESTAÇÃO
45 43
43
a 741 a 45
a 11/12 ou 2711
IMÓVEIS OUTROS ATIVOS

CUSTO DO BEM
Mensuração VALOR
RECEBIDO
ao CUSTO PATRIMONIAL
OU VALOR DE
(parágrafos 21 a 27) TRIBUTÁRIO (VPT)
MERCADO (Jº VALOR)
Arménio F. Bernardes 44

22
26/01/2023

Utilização do justo valor como


CUSTO CONSIDERADO (Manual)
1.3.12. Quando não está disponível informação fiável sobre o 1.3.13. A regra é UTILIZAR O CUSTO
custo, na transição para as NCP uma entidade pode CONSIDERADO (JUSTO VALOR) QUANDO NÃO
escolher a mensuração ao justo valor dos seguintes ativos
ou passivos, considerando esse justo valor como CUSTO ESTIVER DISPONÍVEL O CUSTO DE AQUISIÇÃO.
CONSIDERADO:
(a) Inventários (NCP 10);
(b) Propriedades de investimento (se a entidade escolher o …..CONTUDO, MESMO EXISTINDO INFORMAÇÃO
modelo do custo previsto na NCP 8); FIÁVEL SOBRE O CUSTO, OS PRÉDIOS RÚSTICOS
(c) Ativos fixos tangíveis (NCP 5); OU URBANOS DEVEM FICAR MENSURADOS NA
(d) Ativos intangíveis, que não aqueles gerados TRANSIÇÃO PARA O SNC-AP PELO SEU VALOR
internamente e que cumpram:
(i) Os critérios de reconhecimento previstos na NCP 3, PATRIMONIAL TRIBUTÁRIO (VPT).
exceto quanto à mensuração do custo com “O VPT constitui um modelo de avaliação de
fiabilidade; prédios que se considera proporcionar
(ii) Os critérios associados à existência de um mercado informação que cumpre as características
ativo que proporcione informação para a
determinação do justo valor. qualitativas da informação financeira previstas na
(e) Instrumentos financeiros (NCP 18); Estrutura Conceptual”.
(f) Ativos de concessão de serviços (NCP 4).

Arménio F. Bernardes 45

MENSURAÇÃO DO CUSTO
O CUSTO de um bem do ativo fixo tangível é (§28)
• o EQUIVALENTE AO PREÇO A DINHEIRO
• ou, o seu JUSTO VALOR à data do reconhecimento - para um bem adquirido
através de uma transação sem contraprestação.

Se o pagamento for diferido para além das condições normais de crédito, a diferença entre o
equivalente ao preço a dinheiro e o pagamento total deve ser reconhecida como um juro durante o
período de crédito, a menos que esse juro seja reconhecido na quantia escriturada do bem de
acordo com a NCP 7 – Cº de empréstimos obtidos (nº 29)

com preço previamente fixado (455 a 11/12)


Adiantamentos (mais IVA, 2432)

sem preço previamente fixado (2713 a 11/12)

Arménio F. Bernardes 46

23
26/01/2023

Pagamento diferido para além das condições


normais de crédito
• A Administração Central comprou em janeiro do ano N um equipamento administrativo cujo
pagamento, sem encargos adicionais, foi diferido (por 3 anos) para dezembro de N+2 no âmbito de uma
campanha especial. O respetivo valor de compra foi de 87.000 euros e a vida útil estimada é de 7 anos.
• O valor atual do equipamento, considerando a taxa de desconto de 5% é de 75.514 = 87.000 /1,053
• No momento inicial o ativo e o passivo são reconhecidos por 75.514. O valor do ativo não é
subsequentemente afetado pelo efeito temporal do dinheiro, mas o passivo vai sendo ajustado
anualmente por esse efeito por contrapartida da conta 69182 - Valor temporal do dinheiro

Valor inicial Efeito temporal Valor final


O valor inicial do AFT não
Efeito temporal em N 75.154 3.758 78.912 se altera ao longo do
Efeito temporal em N+1 78.912 3.946 82.857 tempo!
Efeito temporal em N+2 82.857 4.143 87.000

Descritivo Conta a débito Conta a crédito Montante


Aquisição de equipamento – valor atual 4353 2711 75.154
Reconhecimento efeito temporal sobre o passivo – ano N 69182 2711 3.758
Arménio F. Bernardes 47

Pagamento diferido para além das condições normais de crédito


Dívida total = 500.000 + (23%*500.000 = 115.000) = 615.000€
Pagamento inicial = 215.000€
Admita que o fornecedor do equipamento
Pagamento futuro = 615.000 – 215.000 = 400.000€
laboratorial adquirido por 500.000€ (mais IVA
Período de extensão do crédito = 12 – 3 = 9 meses
a 23%) pelo Hospital Público (reclassificado)
Juro implícito (9 meses) = (1+i)12/9 = 4/3 = (1+0,06)
ALFA concedeu as seguintes condições de
ou seja 1,063/4 = 1+i, saindo i = 4,4671% (taxa de juro equivalente
pagamento: 215.000€ no ato de aquisição e o
para 9 meses no regime de juro composto)
restante (400.000€) após 12 meses. Em
Dívida descontada do juro = 400.000/1,044671 = 382.896€
condições normais de crédito o fornecedor
Juro implícito = 400.000 – 382.896 = 17.104€
não concede um período que exceda os 3
Pagamentos atualizados = 215.000 + 382.896 = 597.896€
meses. A taxa de desconto anual utilizada
IVA - 115.000€
pelo Hospital é de 6%.
Custo da compra 482.896€
……. corresponde a 500.000€ - 17.104€
(a) O custo deste ativo Descrição Débito Crédito Valor
corresponde ao valor do Fatura nº 6 (equipº, transporte e montagem) 27.1.1X 615.000
pagamento imediato acrescido Equipamento básico (laboratorial) (a) 4333 482.896
do valor presente do Valor temporal do dinheiro 69.1.8.2. 17.104
pagamento futuro (retirando a IVA dedutível (23%) 24.3.2. 115.000
componente dedutível do IVA)
ou seja 500.000€ - 17.104€ Pagamento parcial 27.1.1X 12.x 215.000
Arménio F. Bernardes 48

24
26/01/2023

O CUSTO DE UM BEM DO AFT COMPREENDE

A estimativa inicial
dos custos de
Custo dos desmantelamento e
empréstimos de remoção do bem e
obtidos - no da restauração do
Quaisquer custos caso de se local em que está
diretamente tratar de um localizado
atribuíveis para ativo que se
O seu preço de compra, colocar o ativo no local qualifique NCP 15 – Provisões
incluindo direitos de e nas condições nos termos
importação e impostos não necessárias para ser da NCP 7
dedutíveis ou capaz de operar da
reembolsáveis sobre a maneira pretendida
compra, após dedução de pelo órgão de gestão
descontos comerciais e
abatimentos;
Arménio F. Bernardes 49

Custos de Desmantelamento - Exemplo


Uma entidade pública reclassificada concluiu em dezembro do ano N uma unidade
fabril que inclui uma ETAR, existindo a obrigação de desmantelar a estação de
tratamento de resíduos industriais após 15 anos de utilização. O custo de Juros
construção foi de 1.500.000 € e o custo estimado de desmantelamento é de 95.000 Anos Valor atual (dezembro) (anuais)
€. N 1 95000/1,0615 = 39 640,18 2 378,41
N+1 2 95000/1,0614 = 42 018,59 2 521,12
Qual o custo da fábrica ? (considere uma taxa de desconto de 6 %). Que
N+2 3 95000/1,0613 = 44 539,71 2 672,38
lançamentos devem ser efectuados ? N+3 4 95000/1,0612 = 47 212,09 2 832,73
N+4 5 95000/1,0611 = 50 044,81 3 002,69
RESOLUÇÃO: N+5 6 95000/1,0610 = 53 047,50 3 182,85
O valor atual de desmantelamento é de 95.000/1,0615 = 39.640,18 € N+6 7 95000/1,06 =9 56 230,35 3 373,82
O custo da unidade fabril é de 1.500.000 + 39.640,18 = 1.539.640,18 € N+7 8 95000/1,068 = 59 604,18 3 576,25
Lançamento relativo ao custo de desmantelamento: N+8 9 95000/1,067 = 63 180,43 3 790,83
No momento inicial (ano N) N+9 10 95000/1,066 = 66 971,25 4 018,28
Débito: Conta 432 – Edifícios e outras construções 39.640,18 N+10 11 95000/1,065 = 70 989,53 4 259,37
N+11 12 95000/1,06 =4 75 248,90 4 514,93
Crédito: Conta 298 – Outras provisões 39.640,18
De N a N+14: N+12 13 95000/1,063 = 79 763,83 4 785,83
N+13 14 95000/1,062 = 84 549,66 5 072,98
Débito: Conta 69182 – Outros juros. Valor temporal do dinheiro
N+14 15 95000/1,061 = 89 622,64 5 377,36
Crédito: Conta 298 – Outras provisões N+15 95000/1,060 = 95 000,00
Montantes: no 1º ano – 2.378,41 € (39.640*6%); 2º ano – 2.521,12 € Soma juros 55 359,82
(42.018*6%), etc. – no final: a conta 298 acumula a crédito Reconhº Inicial 39 640,18
95.000€, a saldar contra o pagamento das despesas de Acumulado c/298 95 000,00
desmantelamento
Arménio F. Bernardes 50

25
26/01/2023

Elementos do Custo
ELEMENTOS ELEMENTOS QUE
DIRETAMENTE ATRIBUÍVEIS (§22) NÃO SÃO INCORPORÁVEIS (§§24-25)
● Custos de benefícios dos empregados decorrentes diretamente da construção ou
aquisição do bem do ativo fixo tangível;

● Custos de preparação do local; (a) Emenda à IAS 16 em 2021


(efeitos a partir de 2022)
Uma entidade reconhece os
● Custos de entrega e manuseamento iniciais; valores recebidos pela venda
desses itens, bem como os
respetivos custos, nos resultados
● Custos de instalação e montagem;
● Custos para testar o funcionamento adequado do Ativo (após dedução do produto
líquido da venda de quaisquer bens produzidos, durante o período da sua colocação no
local e nas condições necessárias de funcionamento); (a) e

● Honorários profissionais

Arménio F. Bernardes 51

Quando CESSA A CAPITALIZAÇÃO (§25)


O reconhecimento de custos na quantia Ver, no entanto,
escriturada de um bem do ativo fixo o que adiante se
refere sobre
tangível cessa quando o bem está NO BENFEITORIAS E
GRANDES
LOCAL e nas CONDIÇÕES NECESSÁRIAS REPARAÇÕES!

PARA SER CAPAZ DE OPERAR.

Assim os custos suportados com a


utilização ou reinstalação de um bem
não são incluídos na quantia escriturada
desse bem.
Arménio F. Bernardes 52

26
26/01/2023

Elementos do Custo

ELEMENTOS ELEMENTOS QUE


DIRETAMENTE ATRIBUÍVEIS (§22) NÃO SÃO INCORPORÁVEIS (§§24-26)

§24 §25 §26


• Custos de abertura de novas • Custos suportados com um bem capaz • O rendimento e respetivos gastos de
instalações; de operar da maneira pretendida pelo operações ocasionais (exº aluguer do
• Custos de lançamento de um novo órgão de gestão mas que ainda não terreno para um parque de
produto ou serviço (incluindo está em uso ou está a operar a uma estacionamento) antes ou durante as
custos de publicidade e atividades capacidade inferior à sua capacidade atividades de construção ou
promocionais); total; desenvolvimento - são reconhecidos nos
• Custos de condução do negócio resultados
• Perdas operacionais iniciais, tais como
numa nova localização ou com • O custo de quantias anormais de
as suportadas enquanto se desenvolve
uma nova classe de clientes materiais, de mão-de-obra ou de outros
(incluindo custos de formação do
a procura do bem produzido; e
recursos desperdiçados suportados na
pessoal); e • Custos de relocalização ou construção de um ativo para a própria
• CUSTOS DE ADMINISTRAÇÃO e reorganização de parte ou todas as entidade, não é incluído no custo do ativo.
operações da entidade.
• OUTROS CUSTOS GERAIS.
Arménio F. Bernardes 53

Exemplo1 - Aquisição com contraprestação


Uma Escola Agrária comprou uma máquina para apoio à prestação de serviços de educação
em julho de 20XX. Os custos relacionados com a aquisição da máquina foram os seguintes:
1) Preço de compra: 100.000€
2) Comissão paga a um intermediário: 500€
3) Transporte do equipamento: 150 €
4) Custo correspondente às horas de um funcionário na montagem: 500€
5) Honorários pagos a um engenheiro agrário para a instalação da máquina: 200€
6) Custos administrativos relativos ao estudo económico: 300€
7) Custos de formação do pessoal para operar a nova máquina: 1.000€.
A Escola atribuiu à nova máquina uma vida útil estimada de 5 anos, com um valor residual de
zero e estimou que os custos de desmontagem e limpeza do local serão de 1.500€.
A entidade considera uma taxa de 5% para o valor temporal do dinheiro.
Determine o custo de aquisição da máquina de acordo com a NCP 5 e proceda aos
lançamentos apropriados.

Arménio F. Bernardes 54

27
26/01/2023

Exemplo 1 - Aquisição com contraprestação


RESOLUÇÃO: Nos termos da NCP5 todos os dispêndios apresentados devem ser incluídos no custo de aquisição da
máquina, salvo os custos administrativos e os custos de formação do pessoal para operar a nova máquina. Acrescem
os custo de desmontagem e limpeza que devem ser reconhecidos e mensurados de acordo com a NCP 15 –
Provisões,…., isto é considerando o valor temporal do dinheiro . Temos:

Elementos do custo de aquisição Euros


Preço de aquisição 100 000 Valor presente dos custos de desmontagem e limpeza:
Comissão a intermediário 500 1.500 /1,055 = 1.500 /1,2762815625 = 1.175,29

Transporte 150
Custo do funcionário 500 SUBTOTAL 101 350,00
Honorários do engenheiro 200 Custos de desmontagem e limpeza 1.175,29
SUBTOTAL 101 350 CUSTO TOTAL 102.525,29
Custos de desmontagem e limpeza ???
TOTAL ????

Arménio F. Bernardes 55

Exemplo 1- Aquisição com contraprestação


Operação Conta Descrição da conta Débito Crédito 1.175,29*1,05 = 1.234,0
gasto de juros: 58,76
Pelo preço de 433 Equipamento básico 100 000
aquisição 12 Depósitos à Ordem 100 000 1.234,05*1,05 = 1.295,76
gasto de juros: 61,71
Pela comissão ao 433 Equipamento básico 500
1.295,76*1,05 = 1.360, 54
intermediário 12 Depósitos à Ordem 500
gasto de juros: 64,78
Pelo custo de 433 Equipamento básico 150 1.360,54*1,05 = 1.428,57
transporte 12 Depósitos à Ordem 150
gasto de juros: 68,03
Pelos honorários do 433 Equipamento básico 200 1.428,57*1,05 = 1.500,00
engenheiro 12 Depósitos à Ordem 200 gasto de juros: 71,43
Pelo custo do 433 Equipamento básico 500
funcionário 741 Trabalhos para a própria entidade 500
Pelos custos de 433 Equipamento básico 1 175,29
desmontagem 298 Provisão para custos de desmontagem 1 175,29
Reconhecº efeito 6911 Gasto de juros 58,76
temporal da provisão 298 Provisão para custos de desmontagem 58,76
(ano N)
Nos anos seguintes haveria que ir atualizando a provisão para custos de desmontagem por contrapartida de um
GASTO DE JUROS (débito 6911, crédito 298). No final da vida útil a conta 298 terá um saldo credor de 1.500 que
será eliminado por conta do pagamento das despesas. A quantia inicial da provisão (1.175,29) será considerada um
GASTO durante 5 anos de vida útil estimada através da depreciação da máquina.
Arménio F. Bernardes 56

28
26/01/2023

Exemplo 2- Aquisição com contraprestação


1. Uma entidade pública adquiriu um equipamento básico para investigação por € 200.000
tendo sido obtido um desconto de 15%. A máquina será depreciada pelo método das quotas
constantes, durante 10 anos, com um valor residual nulo.
Os custos relacionados com a aquisição e montagem foram:
• Comissão paga a um intermediário nacional: € 6.000
• Despesas de transporte a partir das instalações do fornecedor: € 1.500
• Honorários pagos a um engenheiro: € 2.000
• Honorários pagos a um formador que monitorizou a formação do pessoal que irá trabalhar com
nova máquina: € 1.500
• Campanha publicitária em jornal local para anunciar os serviços prestados pela nova máquina:
€ 1.000
Pretende-se que:
1.1. Calcule o custo do novo equipamento básico para investigação.
1.2. Contabilização da aquisição e da depreciação no fim do primeiro ano.

Arménio F. Bernardes 57

Exemplo 2- Aquisição com contraprestação


Resolução
1.1. Trata-se de um bem de AFT adquirido através de uma transação com contraprestação, logo é mensurado
inicialmente pelo custo de aquisição. O custo de aquisição inclui todos os custos, exceto formação e publicidade já
que não são capitalizáveis, sendo levados a gastos.
Assim, o custo de aquisição deste equipamento é igual a:

Custo de aquisição do equipamento Montante


Preço de aquisição abatido do desconto comercial 170.000 170.000 = 200.000 - (200.000 x 15%)
Comissão a um intermediário 6.000
Despesas de transportes 1.500
Honorário pagos ao engenheiro 2.000
total 179.500

Arménio F. Bernardes 58

29
26/01/2023

Exemplo 2- Aquisição com contraprestação


Resolução
Contabilização da aquisição e da depreciação no fim do primeiro ano

Operação Conta Descrição da conta Débito Crédito


Pela aquisição do 4332 Equipamento para investigação … 179.500
equipamento para 121 Depósitos à Ordem no Tesouro 179.500
investigação
Pelos gastos externos que 6222 Publicidade, comunicação e imagem 1.500
não fazem parte do custo de 6224 Honorários 1.000
aquisição do equipamento 121 Depósitos à Ordem no Tesouro 2.500
Pela depreciação da máquina 6423 Gastos de depreciação de equipº básico 17.950
(179.500/10 = 17.950) 4383 Depreciação acumulª de equipº básico 17.950

Arménio F. Bernardes 59

Exemplo 3 - Reconhecimentos e mensuração de


Equipamentos biológicos
Uma força militar adquiriu em 1 de janeiro de 20X8 20 cavalos que serão usados no seu serviço de policiamento por
175.000€. Admite-se que a vida útil dos cavalos será de 8 anos e o valor residual de 25.000€.
Proceda aos registos contabilísticos apropriados nos termos da NCP 5.

Operação Conta Descrição da conta Débito Crédito


Pela fatura do 4361 Equipamento biológico – animais de trabalho 175.000
fornecedor 2711 Fornecedores de investimentos – contas gerais 175.000
Pelo pagamento 2711 Fornecedores de investimentos – contas gerais 175.000
12 Depósitos à Ordem 175.000

A depreciação dos cavalos começa na data em que estejam disponíveis para uso ou seja no dia 1 de janeiro de 20X8.
A depreciação anual é de (175.000 – 25.000)/8 = 18.750:

Operação Conta Descrição da conta Débito Crédito


Pelo gasto de 64261 Gastos de depreciação – Equipam. biológicos 18.750
depreciação 43861 Depreciações acumuladas - Equipam. biológicos 18.750

Arménio F. Bernardes 60

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26/01/2023

Exemplo 4 - Aquisição com contraprestação


A Administração Central comprou em janeiro do ano N uma máquina de apoio à sua atividade operacional, tendo
satisfeito todos os formalismos legais necessários à realização da despesa. Os custos relacionados com a aquisição foram
os seguintes:
a) Valor de compra da máquina: 125.000 €
b) Comissão a um intermediário: 100€
c) Transporte do equipamento: 150€
d) Custo relativo às horas incorridas por um empregado para montar a máquina: 500€
e) Honorários pagos a um técnico especializado para afinação da máquina: 150€
f) Estudo realizado por uma entidade externa para a escolha da melhor máquina (relação preço/qualidade): 200€
g) Estudo interno de viabilidade económica da máquina (horas do gestor financeiro): 100€
h) Custos de formação do pessoal que irá usar a máquina: 900€
A vida útil estimada é de 10 anos (valor residual nulo). Esta máquina foi instalada num espaço público, pelo que daqui a
5 anos, quando a mesma for retirada do espaço, será necessário limpar o local. O custo estimado de valor a pagar para
desmantelamento e limpeza é de 1.500€ (considere a taxa de desconto de 5%)
Como reconhece os gastos referidos?

Arménio F. Bernardes 61

Exemplo 4 - Resolução
RECONHECIDO COMO
CUSTO CAPITALIZÁVEL
GASTO
a) Valor de compra da máquina: 125.000 € 125.000 €
b) Comissão a um intermediário: 100€ 100€
c) Transporte do equipamento: 150€ 150€
d) Custo relativo às horas incorridas por um empregado
para montar a máquina: 500€ 500€
e) Honorários pagos a um técnico especializado para
afinação da máquina: 150€ 150€
f) Estudo realizado por uma entidade externa para a
escolha da melhor máquina (relação preço/qualidade):
200€ (pago a pronto) 200€
g) Estudo interno de viabilidade económica da máquina
(horas do gestor financeiro): 100€ 100€
h) Custos de formação do pessoal que irá usar a máquina:
900€ (a entidade externa, pago a pronto) 900€
i) Custos de desmantelamento e limpeza
(valor atual = 1.500/1,055 = 1.175 1.175€
TOTAL 1.200€ 127.075€
Arménio F. Bernardes 62

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26/01/2023

Exemplo 4 - Resolução
Descritivo Conta a débito Conta a crédito Montante
Aquisição da máquina – preço de compra 4339 27112 125.000
Aquisição da máquina – gastos externos 4339 27112 400
Aquisição da máquina – trabalhos para a própria entidade 4339 741 500
Reconhecimento inicial da provisão para desmantelamento 4339 298 1.175
Reconhecimento de gastos com formação 632208 1221 900
Reconhecimento do efeito temporal da provisão (ano N) 6911 298 59
Reconhecimento de custos com estudo externo 62211 1221 200

Provisão no início (1) Efeito temporal (2) = (1)*5% Provisão no final (1)+(2)
Efeito temporal ano N 1.175 59 1.234
Efeito temporal ano N+1 1.234 62 1.296
Efeito temporal ano N+2 1.296 65 1.361
Efeito temporal ano N+3 1.361 68 1.429
Efeito temporal ano N+4 1.429 71 1.500
Arménio F. Bernardes 63

Arménio F. Bernardes 64

32
26/01/2023

ATIVO CONSTRUÍDO PARA A PRÓPRIA ENTIDADE


O custo de um ativo CUSTO DE PRODUÇÃO
(NCP 10, §§ 17 a 19)
construído para a
=
própria entidade é
Gastos de matérias primas e
determinado outros materiais diretos
consumidos
aplicando os mesmos +
Mão de obra direta
princípios relativos a +
um ativo adquirido. Gastos industriais variáveis
+
Gastos industriais fixos
(necessários) imputados

Arménio F. Bernardes 65

CONTA 74 - Trabalhos para a própria entidade


• São os trabalhos que a entidade realiza para si mesma, sob sua
administração direta, aplicando meios próprios ou adquiridos para o efeito
e que se destinam
– aos seus ativos não correntes (43 Ativos fixos tangíveis; 44 Ativos intangíveis; 42 Propriedades de
investimento),
– ou que sejam de repartir por vários períodos (caso em que serão registados por crédito da conta
744 Ativos por gastos diferidos, e débito da conta apropriada em 281 Gastos a reconhecer) (exº
gastos que não possam ser reconhecidos como Ativos Intangíveis – despesas de publicidade, …)
são depois transferidos anualmente para a conta 6222 – Publicidade, …)
• Assim, enquanto vai produzindo o ativo a entidade debita uma conta da
classe 6, como gastos com pessoal, consumo de matérias-primas, entre
outras, e, quando concluída a construção ou no final do período de
relato, credita uma subconta da conta 74 pelo valor apurado de gastos por
contrapartida de contas da classe 4.

Arménio F. Bernardes 66

33
26/01/2023

CONTA 74 - Trabalhos para a própria entidade


• GASTOS DEMONSTRAÇÃO DOS
 Materiais RESULTADOS
 Mão de obra
 Energia • GASTOS POR NATUREZA (6x)
 Outros serviços de  CMVM
terceiros,  FSE • ATIVOS FIXOS
 etc.  Pessoal TANGÍVEIS
 Depreciações  Em curso (45x)
 etc.  Concluído (43x)
(2) • RENDIMENTOS
CONSTRUÇÃO DE UMA
 Trabalhos para a própria
ESCOLA BÁSICA
entidade (74x)
BALANÇO
(1)
Quando uma entidade faz trabalhos para si própria que se corporizem em ativos (fixos tangíveis ou intangíveis)
suporta um conjunto de gastos que:
(1) São diretamente imputados à construção do ativo (45x) (exº compra de materiais entregues na obra)
(2) São reconhecidos nas respetivas rubricas de gastos (6X) (exº gastos com pessoal ou materiais consumidos
provenientes do estaleiro da entidade) Arménio F. Bernardes 67

Ativo construído para a própria entidade – Exemplo


Certa entidade pública realizou, durante o corrente ano, obras de
ampliação das suas instalações, tendo suportado os seguintes gastos:
– Materiais adquiridos para a obra: 10.000€
– Energia, combustível e outros fornecimentos externos: 5.000€
– Serviço da Constrói, Lda.: 30.000€
Notas:
(a) Os materiais foram diretamente imputados à obra
(b) A energia, combustível e outros foram reconhecidos como gastos, mas
apenas 2.000€ são imputáveis à obra
(c) A fatura da Constrói foi imputada diretamente à obra
Pede-se o reconhecimento desta obra, considerando o IVA à taxa normal.

Arménio F. Bernardes 68

34
26/01/2023

Ativo construído para a própria entidade – Exemplo


Dado que todos os gastos foram imputados à obra, com exceção da energia, combustível e outros, apenas estes,
na parte correspondente à obra deverão ser imputados através da conta 74.1 – Trabalhos para a própria entidade.
1) Por imputação direta – Materiais e serviço contratado
CONTAS DESIGNAÇÃO DÉBITO CRÉDITO
453 Investimentos em Curso – AFT 10.000
2432 IVA dedutível 2.300
27.1.1 x Fornecedores de investimento 12.300
Terminada a obra:
Fatura nº x (materiais)
453 Investimentos em Curso – AFT 30.000
43.2 Edifícios e outras construções 42.000
2432 IVA dedutível 6.900
45.3 Investimentos em Curso – AFT 42.000
27.1.1 x Fornecedores de investimento
Transferência para AFT
Fatura nº x (serviços da Constrói) 36.900

2) Por imputação indireta – energia, combustíveis e outros: 2.000€

62.x Gastos diversos 5.000


2432 IVA dedutível 1.150
22.1.1 x Fornecedores gerais 6.150
Fatura nº x (materiais)
453 Investimentos em Curso – AFT 2.000
741 Trab. para a própª entidade – AFT 2.000
Imputação à obra Arménio F. Bernardes 69

Ativo construído para a própria entidade - Caso prático


Uma entidade pública construiu uma estação de águas residuais, existindo a obrigação de
desmantelar a estação de tratamento de resíduos industriais após 15 anos de utilização. O
custo de construção foi de €2.000.000 e o custo estimado de desmantelamento é de
€250.000.
Pretende-se que:
3.1. Calcule o custo da estação de águas residuais (considerando uma taxa de desconto de 5%);
3.2. Efetue os registos contabilísticos.

RESOLUÇÃO:
3.1. Valor atual do custo com o desmantelamento: 250.000/(1 + 0,05)15 = €120.254,27
Custo da estação de águas residuais = 2.000.000+120.254,27 = €2.120.254,27

Arménio F. Bernardes 70

35
26/01/2023

Ativo construído para a própria entidade - Caso prático


3.2.
a) Momento Descrição Conta Designação Débito Crédito
Inicial: Pelo reconhecimento da 432 Edifícios e outras construções 2.120.254,27
provisão para custos 2711 Fornecedores de Investimentos 2.000.000,00
com desmantelamento 298 Outras provisões 120.254,27
De N+1 a N+15 haverá que atualizar o valor da provisão de tal forma que no final de N+15 o valor seja de €250.000. Esta
atualização poderá ocorrer em função da variação do valor da estimativa.
b) Deste modo, no primeiro ano a atualização será de: 120.254,27*0,05 = €6.012,71
Descrição Conta Designação Débito Crédito
Pela atualização do valor da 6918 Outros juros 6.012,71
provisão 298 Outras provisões 6.012,71
No segundo ano, o lançamento repete-se pelo valor de €6.313,35 [(120.254,27+6.012,71)*0,05] e assim sucessivamente.
Descrição Conta Designação Débito Crédito
Pela atualização do valor da 6918 Outros juros 6.313,35
provisão 298 Outras provisões 6.313,35

A depreciação anual faz-se pelo custo (€2.120.254,27), considerando uma vida útil de 15 anos: €141.350,28,
o que significa que os encargos com a depreciação levarão em conta a totalidade dos custos.
Arménio F. Bernardes 71

TROCA DE ATIVOS (§§ 30-32)


Um ou mais bens do ativo fixo tangível podem ser adquiridos
por troca de um ou mais ativos não monetários, ou de uma
combinação de ativos monetários e não monetários.

COMO
O BEM CEDIDO É
MENSURAR O
DESRECONHECIDO!
ATIVO RECEBIDO?

Arménio F. Bernardes 72

36
26/01/2023

TROCA DE ATIVOS (§§ 30-32)


(i.e. a diferença dos valores
A transação com contraprestação TEM SUBSTÂNCIA COMERCIAL
de troca não é significativa)

a entidade é capaz de determinar com fiabilidade o justo valor quer


do ativo recebido quer do ativo cedido

ambos os justos valores são evidentes OU o justo valor do Pelo JUSTO VALOR DO
ativo cedido é mais evidente do que o ativo recebido ATIVO CEDIDO

o justo valor do ativo recebido é claramente mais evidente Pelo JUSTO VALOR DO
do que o do ativo cedido ATIVO RECEBIDO
A transação com contraprestação NÃO TEM SUBSTÂNCIA COMERCIAL Pela QUANTIA
O justo valor do ativo recebido E o justo valor do ativo cedido
ESCRITURADA DO
NÃO PODEM SER MENSURADOS COM FIABILIDADE ATIVO CEDIDO

Quando a troca compreende ativos não monetários e ativos monetários, o justo valor tem de
ser ajustado pelo valor dos ativos monetários (+ DINHEIRO PAGO – DINHEIRO RECEBIDO)

Arménio F. Bernardes 73

TROCA DE ATIVOS (§§ 30-32)


Quando existe a POSSIBILIDADE DE DETERMINAR COM FIABILIDADE O JUSTO VALOR tanto do ativo recebido
como do ativo cedido, e a transação tiver SUBSTÂNCIA COMERCIAL, então o ATIVO RECEBIDO deve ser
mensurado:
• pelo seu JUSTO VALOR DO ATIVO CEDIDO – se ambos os justos valores forem claramente evidentes.
• pelo JUSTO VALOR DO ATIVO RECEBIDO - quando este seja claramente mais evidente (por exemplo
valor de uma viatura nova recebida - valor de mercado: 20.000 € - contra entrega de uma viatura
usada avaliada por 5.000€ e entrega de 15.000€ em numerário)

Quando a troca compreende ativos não monetários e ativos monetários, o justo valor tem de
ser ajustado pelo valor dos ativos monetários (+ DINHEIRO PAGO – DINHEIRO RECEBIDO)
(no exemplo, JV = 20.000€ = 5.000 + 15.000)

O ativo recebido deve ser mensurado pela QUANTIA ESCRITURADA DO


ATIVO CEDIDO se EM QUALQUER CASO
 se a transação NÃO TIVER SUBSTÂNCIA COMERCIAL OU DEVER SER
 se NÃO FOR POSSÍVEL DETERMINAR COM FIABILIDADE O JUSTO VALOR DESRECONHECIDO O
DOS ATIVOS RECEBIDOS E CEDIDOS BEM CEDIDO
Arménio F. Bernardes 74

37
26/01/2023

Transação com substância comercial


Uma transação com contraprestação tem substância comercial se:
(a) A configuração (risco, momento, e quantia) dos fluxos de caixa ou potencial de
serviço do ativo recebido diferir da configuração dos fluxos de caixa ou potencial
de serviço do ativo transferido); ou
(b) O valor específico para a entidade da parte das operações da entidade afetadas
pela transação alterar em consequência da troca; e
(c) A diferença em (a) ou (b) for SIGNIFICATIVA relativamente ao justo valor dos ativos
trocados.

ENTENDE-SE QUE A IDENTIDADE OU SEMELHANÇA DOS BENS PERMUTADOS SE AFERE NÃO


PELOS BENS PROPRIAMENTE DITOS MAS PELOS FLUXOS DE CAIXA QUE PRESUMIVELMENTE
VIRÃO A ESTAR ASSOCIADOS A ESSES ATIVOS.
 SE A DIFERENÇA DE FLUXOS DE CAIXA ASSOCIADOS AOS BENS PERMUTADOS NÃO SE
CONSIDERAR SIGNIFICATIVA, CONSIDERA-SE QUE A TRANSAÇÃO NÃO TEM SUBSTÂNCIA
COMERCIAL

Arménio F. Bernardes 75

Troca de Ativos – Exemplo 1


• Em 30 março do ano N a Administração Central chegou a um acordo com outra entidade
pública e fez uma troca de uma fotocopiadora por outra que lhe permite efetuar cópias a
cores e com a entrega em numerário de 250 euros. A fotocopiadora cedida apresentava, na
data da troca, um valor contabilístico líquido de 1.500 euros (valor bruto de 3.500 euros e
depreciação acumulada de 2.000 euros). O valor de mercado da fotocopiadora que recebeu
é de 1.800 euros. Concluiu-se que a transação em causa não tem substância comercial
porque a diferença entre 1.500 e 1.800 não é significativa.
• Logo, a fotocopiadora recebida deve ser reconhecida pelo valor contabilístico da
fotocopiadora cedida acrescido do montante pago em numerário, isto é por 1.500 euros +
250 euros = 1.750 euros, tendo sido atribuída uma vida útil remanescente de 2 anos (24
meses)
Descritivo Conta a débito Conta a crédito Montante
Registo da fotocopiadora recebida 4352 1.750
Abate das depreciações acumuladas da fotocopiadora cedida 4385 2.000
Abate do valor de custo da fotocopiadora cedida 4352 3.500
Pagamento em numerário 121 250
Registo da depreciação da nova fotocopiadora (ano N) 6425 4385 656,25
(9 meses*1.750)/24 meses = 656,25
Arménio F. Bernardes 76

38
26/01/2023

TROCA DE ATIVOS – Exemplo 2


• Em 30 de Setembro de 2020 a entidade pública X entregou um edifício (utilizado para serviços), adquirido
por 600.000€ (terreno 150.000€ - incluído em plano de urbanização e com capacidade construtiva – e
edifício: 450.000€), cujas depreciações acumuladas ascendiam a 225.000€, a um construtor, em troca de
um lote de terreno (não incluído em planos de urbanização – solo rural) situado na periferia da cidade de
Coimbra.
• Informação adicional:
– Na data da troca recebeu 400.000€ em contraprestação monetária;
– O justo valor do lote de terreno recebido foi estimado em 800.000€
– O justo valor do edifício cedido foi estimado em 1.000.000€
Resolução:
• Conhecem-se os justo valores dos ativos recebido e cedido. Pelo que o AFT recebido (lote de terreno)
deve ser mensurado pelo justo valor do ativo cedido (o edifício), ou seja por 1.000.000€
• No entanto como a entidade pública recebeu ainda um ativo monetário (depósito), o justo valor do
ativo cedido vai ser diminuído desse montante: 1.000.000 – 400.000 = 600.000 €. O lote de terreno
vai assim ser mensurado por 600.000€
Ao mesmo tempo há que desreconhecer o AFT cedido (edifício), o que implica o reconhecimento de
um ganho de 625.000€:
QE = 600.000€ (Aq.) – 225.000€ (DA) = 375.000€
AFT + dinheiro = 600.000€ + 400.00€ = 1.000.000€
GANHO = 1.000.000 € - 375.000€ = 625.000€
Arménio F. Bernardes 77

TROCA DE ATIVOS – Exemplo 2


Resolução:

30 de Setembro 2020
4312 Terrenos não incluídos em planos de urbanização 600.000
12 Depósitos à Ordem 400.000
438 Depreciações acumuladas – AFT 225.000

4311 Terrenos incluídos em planos de urbanização 150.000


4321 Edifícios e outras construções para serviços 450.000
78712 Rendimentos e ganhos em investimentos não
financeiros – Alienações AFT 625.000
Pela troca de ativos

Arménio F. Bernardes 78

39
26/01/2023

TROCA DE ATIVOS – Exemplo 3


As entidades A e B trocaram entre si dois equipamentos associados aos respetivos processos de prestação de serviços que se adequam
melhor às atuais condições de ambos. Desconhece-se o justo valor quer do equipamento Alfa (de A) quer do equipamento Beta (de B).
Reconheça a operação nas duas entidades

Entidades Custo aquisição Depreciações acumuladas Valor líquido


A – cedeu equipamento Alfa 80.000€ 48.000€ 32.000€
B – cedeu equipamento Beta 70.000€ 42.000€ 28.000€

Como não é possível determinar o justo valor dos ativos, cedido e recebido, o
ativo recebido é mensurado pela quantia escriturada do ativo cedido

ENTIDADE A ENTIDADE B
Contas Valor Contas Valor
Descrição Descrição
Débito Crédito Débito Crédito
Desreconhecº bem cedido 43.3 80.000 Desreconhecº bem cedido 43.3 70.000
Depreciações acumuladas 43.8.3 48.000 Depreciações acumuladas 43.8.3 42.000
Quantia escritª bem cedido 27.8.1 B 32.000 Quantia escritª bem cedido 27.8.1 A 28.000
Reconhecº bem recebido 43.3. 27.8.1 B 32.000 Reconhecº bem recebido 43.3. 27.8.1 A 28.000

Arménio F. Bernardes 79

TROCA DE ATIVOS – Exemplo 4


A entidade JOTA adquiriu uma viatura pela quantia de 45.000€, incluindo impostos e todas as despesas
associadas à aquisição. Deu como pagamento a quantia de 40.000€ e uma viatura usada, cujo valor
líquido contabilístico era de 6.000€ (preço de aquisição: 24.000€). Contabilize a aquisição da viatura pela
entidade JOTA.
Como o justo valor do ativo recebido é o mais evidente, é este o considerado na mensuração da viatura comprada:
Justo valor do ativo recebido = 45.000
Quantia escriturada do ativo cedido (6.000) + Numerário entregue (40.000) = 46.000
Perda na troca = 45.000 - 46.000 = - 1.000

Contas Valor
Descrição
Débito Crédito
Reconhecimento da viatura (fatura x) 43.4. 27.1.1. x 45.000
Liquidação da fatura x 27.1.1. x 45.000
Cheque nº x 12.2. 40.000
Abate da viatura 43.4 24.000
Eliminação das Depreciações acumuladas 43.8.4 18.000
Perda em investimentos 68.7.1 1.000
Arménio F. Bernardes 80

40
26/01/2023

Transação SEM CONTRAPRESTAÇÃO


Um bem do ativo pode ser adquirido através de uma transação sem contraprestação.
– Por exemplo, pode ter sido doado um terreno a um autarquia local, com retribuição nula ou
simbólica, para habilitar essa autarquia a desenvolver parques, estradas e vias para
desenvolvimento.
Neste caso, a sua mensuração far-se-á como segue:

OUTROS ATIVOS
IMÓVEIS: Custo do bem recebido ou, na falta deste, o
respetivo justo valor (ou valor de mercado) à
Valor patrimonial tributário (VPT)
data da aquisição (o que não constitui uma
(regulado pelo código do IMI)
revalorização, porque esta não opera no
reconhecimento inicial cf. §20)

Os bens do AFT recebidos por doação devem ser reconhecidos


na classe 4 – Investimentos por contrapartida da conta 5942 –
Doações Obtidas – em outros ativos
Arménio F. Bernardes 81

Aquisição sem contraprestação


Doações – Exemplo 1
Uma entidade pública doou a outra os seguintes bens:
• Um imóvel, cujo VPT é de 500.000€ (incluindo o terreno, ao qual foi atribuído 25%
daquela quantia)
• Uma máquina para uso na atividade operacional e que foi avaliada pelo fornecedor
em 100.000€.
Os registos contabilísticos na perspetiva da entidade que recebe os bens seriam:

Operação Conta Descrição da conta Débito Crédito


Pelos bens 431 Terrenos e recursos naturais 125.000
recebidos por 432 Edifícios e outras construções 375.000
doação 433 Equipamento básico 100.000
5942 Doações obtidas 600.000

Arménio F. Bernardes 82

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26/01/2023

Aquisição sem contraprestação


Doações – Exemplo 2
• Exemplo:
– O Município de Coimbra recebeu por doação um apartamento T4,
cujo Valor Patrimonial Tributário era de 150.000€.
– Este apartamento será ocupado pelos serviços financeiros do citado
município:

4321 – AFT: Habitações e edificações para serviços 150.000


5942 – Outras variações no capital próprio – doações 150.000

Arménio F. Bernardes 83

TRANSFERÊNCIA DE ATIVOS (SNC-AP)


597 – TRANSFERÊNCIAS DE ATIVOS
Comodato (artº1129.º do Código Civil): 5971 – OBTIDAS 5972 - CONCEDIDAS
Contrato gratuito pelo qual uma das partes (comodante) proporciona à outra
(comodatário), mediante entrega, o gozo temporário de uma coisa (móvel ou NOTA: O SNC só contempla as contas
imóvel), com a obrigação de a restituir. 594 – Doações e 6882 - Donativos

• A conta 597 regista a transferência de ativos, A TÍTULO GRATUITO E TEMPORÁRIO, normalmente ativos fixos
tangíveis, de (e para) outras entidades (SUJEITAS AO SNC-AP) (corresponde à conta 577 do POCP, movimentada quer
na entidade cedente quer na entidade beneficiária)
– No momento da transferência a conta 5971 é creditada pela entidade beneficiária e a conta 5972 é debitada
pela entidade cedente, pelo valor líquido do ativo transferido, ambas por contrapartida das contas apropriadas
da Classe 4.
– No momento da devolução proceder-se-á ao registo contrário.
– As diferenças positivas ou negativas resultantes da devolução dos ativos antes transferidos devem, em ambas
as entidades, ser transferidas para resultados transitados (conta 562).
• Transferências a título DEFINITIVO E GRATUITO são consideradas doações obtidas (conta 5942- outros ativos) ou
donativos em outros ativos (conta 68822).
• Cedência TEMPORÁRIA REMUNERADA: aplicar a NCP 6 (Locações)
• RESSALVA: transações sem contraprestação ENTRE ENTIDADES DO GRUPO PÚBLICO (FAQ 30) - será necessário
eliminar as transações intra grupo nos termos da NCP 22
Arménio F. Bernardes 84

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26/01/2023

FAQ 30 - Transferência de ativos entre entidades públicas no


âmbito de transações sem contraprestação
Por que valor devem ser mensurados no reconhecimento os ativos provenientes de outra entidade
pública no âmbito de transações sem contraprestação? Resposta

Para a correta contabilização importa conhecer as especificações estabelecidas ou a estabelecer


no acordo de transferência, nomeadamente
– se a transferência é a título definitivo ou temporário
– e se existem restrições ou condições nos ativos a transferir.
• Se a transferência for a título temporário quer a entidade cedente, quer a entidade recetora
deverão utilizar a conta 597 (5971 Obtidas; 5972 Concedidas) para o desreconhecimento e
reconhecimento dos ativos em causa, respetivamente.
 Já se for uma transferência a título permanente a conta a utilizar por parte da entidade
recetora será a 5942 – Doações em outros ativos e da parte da entidade cedente deverá ser
utilizada a conta 68829 – Donativos em outros ativos .
NOTA: O SNC só contempla as contas
594 – Doações e 6882 - Donativos (Aprovada pelo CNCP em 16 de janeiro de 2018)
Arménio F. Bernardes 85

FAQ 30 - Transferência de ativos entre entidades (ver também FAQ’s 36 e 37)


públicas no âmbito de transações sem contraprestação
…… nas transações sem contraprestação ENTRE ENTIDADES DO GRUPO PÚBLICO (por exº entre um
Município e os seus Serviços Municipalizados ou uma Empresa Municipal controlada)
– a entidade cedente (exº Município) deverá desreconhecer os ativos pelas quantias escrituradas
na sua contabilidade e reconhece, pela mesma quantia, um Investimento Financeiro (c/411)
– a entidade recetora (exº SM) deverá reconhecê-los pelas quantias escrituradas (líquidas) que
constavam na contabilidade da entidade cedente (em contrapartida de 539 – Outros
Instrumentos de CP)
Deste modo evita-se quer a possibilidade deste mecanismo ser utilizado para contornar as
restrições à revalorização de ativos, quer os custos associados à eliminação das operações intra
grupo para elaboração das contas consolidadas.
Caso a entidade cedente não tenha contabilidade financeira então a entidade recetora deverá
reconhecer os ativos pelo VPT, no caso dos imóveis, ou pelo justo valor à data de aquisição, para
os restantes ativos.
(Aprovada pelo CNCP em 16 de janeiro de 2018

Arménio F. Bernardes 86

43
26/01/2023

AQUISIÇÃO DE BENS COM VALORES IMATERIAIS


O CC2 nota 3 (que substitui o CIBE) refere que: Não faz referência a um
“Cada bem deve ser cadastrado e inventariado de per si, desde critério de
que constitua uma peça com funcionalidade autónoma e possa MATERIALIDADE (por
(Ver conta 6236)
ser vendido individualmente. exemplo 100€) nem de
VIDA ÚTIL
Se não se verificarem estas condições, deve ser registado
incluído num grupo de bens, desde que adquiridos na mesma A PEÇA
data e com igual taxa de depreciação (por exemplo um conjunto • NÃO TEM FUNCIONALIDADE AUTÓNOMA
de talheres num restaurante, ou de toalhas numa residência, ou OU
um conjunto de cadeiras de uma sala de aula ou de um • NÃO PODE SER VENDIDA SEPARADAMENTE
auditório). Na ficha individual deve referir-se a quantidade de
bens no caso da opção por um grupo de bens na mesma ficha.
Conta 6236 - Artigos de higiene e limpeza, vestuário e artigos
pessoais • Reconhecido num GRUPO
´Inclui … pequenos instrumentos de valor individual • Não é depreciado individualmente
inferior a € 100, excetuando os casos em que tai elementos • Substituição reconhecida como
façam parte integrante de um conjunto que deva ser
considerado como um todo (neste caso a reconhecer na GASTO
Classe 3 - Inventários) (e 4 – AFT?)
Arménio F. Bernardes 87

AQUISIÇÃO DE BENS COM VALORES IMATERIAIS - Exemplo


Um Agrupamento de Escolas adquiriu a pº pº um conjunto de bens e utensílios necessários para o seu refeitório,
dos quais se destacam: (sujeição a IVA à taxa normal)
Descrição Quantidade Preço unitário (€) Total (€)
Loiças e vidros
• Copos de água 200 1,0 200
• Chávenas 100 1,2 120 Em Fevereiro do ano seguinte
• Pratos 300 2,0 600 houve necessidade de repor
• Travessas 40 3,0 120 alguns elementos do grupo
Total 1.040 “Louças e vidos” e “roupas e
Roupas e atoalhados atoalhados”, despendendo no total
• Toalhas de mesa 50 5,0 250 400€ (mais IVA)
• Panos de cozinha 50 1,0 50
Total 300

43351 - Equipamento de cozinha, bar e 6236 - Artigos de higiene e limpeza,


cafetaria 1.340,0 vestuário e artigos pessoais 400
24322 – IVA dedutível 308,2 24322 – IVA dedutível 92
122 – Depósitos Bancários à Ordem 1.648,2 122 – Depósitos Bancário à Ordem 492

Arménio F. Bernardes 88

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26/01/2023

FAQ 38: INTERVENÇÕES EM PROPRIEDADE ALHEIA


Qual o reconhecimento a dar às intervenções em propriedade alheia?
Encontram-se nestas circunstâncias:
i. ocupações que se perpetuam no tempo junto de entidades públicas, numa linha de sucessivas
renovações sem identificação de limitações de uso;
ii. ocupações em que existe a garantia de permanência por período limitado no tempo, sem que
tenha de haver lugar a indemnização pela entidade ocupante no caso de abandono das
instalações.
APLICA-SE A NCP 5 – ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS nesta tipologia de intervenções, devendo a vida útil ter
em conta a necessidade de renovação das intervenções para garantia da manutenção de benefícios ou
potencial de serviço e a duração do contrato (atendendo à tradição da ocupação), dos dois o menor.

NÃO SE PODERÁ APLICAR A NCP 5 – Ativos Fixos Tangíveis nas circunstâncias em que as
intervenções revertem a favor do titular, mesmo que o ocupante mantenha a gestão/utilização do
bem subjacente, ou por se tratar de abate na(s) renda(s) ou ainda por se tratar de situações em que o
próprio titular é o financiador substancial das mesmas. Nestes últimos casos, trata-se do equivalente
a contratos de construção aplicando-se a NCP 12 – Contratos de Construção.

(Aprovada pelo CNCP em 26 de março de 2019)


Arménio F. Bernardes 89

GASTOS SUBSEQUENTES
à mensuração inicial

Arménio F. Bernardes 90

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26/01/2023

Benfeitorias a capitalizar versus gastos do exercício


O RECONHECIMENTO de custos na quantia escriturada de um
bem do AFT CESSA quando o bem está no local e nas condições
necessárias para operar da maneira pretendida pelo órgão de
gestão.

Assim, os CUSTOS SUBSEQUENTES ao começo de funcionamento devem ser


analisados para ver se estamos perante
– custos de reparação e manutenção: caso em que serão considerados como
GASTOS
– ou BENFEITORIAS: neste caso, quando os custos subsequentes satisfazem a
definição de Ativo devem ser reconhecidos como tal.

Arménio F. Bernardes 91

CAPITALIZAÇÃO OU LEVAR A GASTOS ?


Capitaliza e define-se
SIM vida útil
É possível a existência de Benefícios (acrescenta-se algo à situação original -
extensão da vida útil, aumento
Económicos ou Potenciais de Serviços
da capacidade, melhoria substancial da
futuros qualidade do “output”, redução
em excesso ao padrão original de substancial de gastos operacionais)
desempenho previsto?
NÃO Gastos do período
(Manutenção e
reparações destinadas a manter o
ativo nas suas condições normais
de funcionamento )
Arménio F. Bernardes 92

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26/01/2023

CAPITALIZAR OU LEVAR A GASTOS ?


É possível a existência de Benefícios Económicos ou Potenciais de Serviços futuros?

NÃO! – LEVAR A GASTOS

• Peças sobressalentes e As peças sobressalentes e equipamentos


de serviço são geralmente registados
equipamentos DE SERVIÇO como inventários e reconhecidos nos
resultados quando consumidos.

• Custos da ASSISTÊNCIA Uma entidade não deve reconhecer na


quantia escriturada de um bem do ativo fixo
TÉCNICA CORRENTE tangível os custos da ASSISTÊNCIA TÉCNICA
(“reparação e manutenção”) CORRENTE do bem (custos de mão-de-obra e
consumíveis, custo de pequenas peças, etc.)
Em vez disso, deve reconhecê-los nos
• Peças, ferramentas e utensílios de resultados logo que suportados (nº 15)
DESGASTE RÁPIDO (6231)
Arménio F. Bernardes 93

CAPITALIZAR OU LEVAR A GASTOS ?


É possível a existência de Benefícios Económicos ou Potenciais de Serviços futuros?
SIM – CAPITALIZAR (reconhecer como ATIVO)
• Grandes peças sobressalentes e equipamentos de substituição quando uma entidade espera usá-
los durante mais de um período.
• Peças sobressalentes e equipamentos que só possam ser usados em conexão com um bem do
ativo fixo tangível
• Custos iniciais com bens do ativo fixo tangível por razões de segurança ou ambientais (exº sistemas
de extinção de incêndios exigidos por normas ambientais)
• Custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou
produção de um ativo que se qualifica, nos termos da NCP 7, caso em que é a capitalização é
facultativa.
• Custos com substituição de componentes a intervalos regulares (exº repavimentação de via ou
substituição de paredes interiores de um edifício)
• ……
Transitam para GASTOS pela via das DEPRECIAÇÕES, ao longo da VIDA ÚTIL
Arménio F. Bernardes 94

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26/01/2023

CAPITALIZAR OU LEVAR A GASTOS ?


É possível a existência de Benefícios Económicos ou Potenciais de Serviços futuros?

SIM – CAPITALIZAR (reconhecer como ATIVO)


• Custo de grandes inspeções regulares
• Materiais (peças) que aumentem a quantia escriturada do bem em pelo menos 30 %, tais
como motores (não vão por isso à conta 6231)
• Jornais e revistas (científicas ou não) e os livros para bibliotecas, inventariáveis (43043)
• Alguns bens (de educação, cultura e recreio, conta 6235) duradouros e inventariáveis (por
exemplo, instrumentos musicais), devem ser registados na conta 4334 - Equipamento e
material recreativo, desportivo, de educação e de cultura, com exceção dos que tiverem
valor individual inferior a € 100.
• Grandes reparações ….
Transitam para GASTOS pela via das DEPRECIAÇÕES, ao longo da VIDA ÚTIL
Arménio F. Bernardes 95

GRANDES REPARAÇÕES
Tratando-se de “grandes reparações” A Classe 4 inclui as grandes reparações
levadas a efeito em edifícios, habitações e
equipamentos, as inerentes despesas não caracterizadas não só pelo custo das obras
devem ser classificadas como a realizar, mas também atendendo ao
“conservação de bens” (6226), mas acréscimo de vida útil ou de produtividade
devem ser reconhecidas nas contas da dos bens de investimento em causa.
Classe 4

Obras que
EDIFÍCIOS • impliquem alteração das plantas dos imóveis e
• aumentem o seu tempo de vida útil.

BENS MÓVEIS, VIATURAS AUTOMÓVEIS , “Grande reparação” é a que implica um


OUTRO EQUIPAMENTO DE TRANSPORTE aumento da quantia registada do bem em
COM CARACTERÍSTICAS SEMELHANTES mais de 30 %.

Arménio F. Bernardes 96

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26/01/2023

GRANDES PEÇAS SOBRESSALENTES E


EQUIPAMENTOS DE SUBSTITUIÇÃO
As GRANDES PEÇAS SOBRESSALENTES e EQUIPAMENTOS DE
SUBSTITUIÇÃO contabilizam-se como ativos fixos tangíveis quando uma
entidade espera usá-los durante mais de um período.

De forma análoga, se as peças sobressalentes (grandes ou não…) e


equipamentos (de serviço ou de substituição) só puderem ser usados
em conexão com um bem do ativo fixo tangível, são contabilizadas
como ativo fixo tangível. (nº 11)

Arménio F. Bernardes 97

Sobressalentes e Equipamentos de Reserva


Sobressalentes Utilização durante SIM
mais do que um
ATIVO FIXO
Sobressalentes período?
TANGÍVEL
Principais
(“Grandes peças”)
Depreciação
NÃO
Equipamento de
serviço São utilizados em
conexão com um INVENTÁRIOS
AFT?
Equipamento de
substituição Reconhecimento como
gasto quando consumido
Arménio F. Bernardes 98

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26/01/2023

SUBSTITUIÇÃO A INTERVALOS REGULARES


Algumas partes de alguns bens do ativo fixo tangível podem exigir SUBSTITUIÇÃO A INTERVALOS REGULARES.
Por exemplo, uma estrada pode necessitar de repavimentação todos os cinco anos, um forno pode exigir manutenção
após um número especificado de horas de uso,…
Outros bens do ativo fixo tangível podem necessitar de substituição não recorrente como, por exemplo, a substituição de
paredes interiores de um edifício.

Uma entidade deve RECONHECER NA QUANTIA


ESCRITURADA DE UM BEM DO ATIVO FIXO TANGÍVEL 64 — Se uma entidade reconhecer na quantia
o custo da parte que substitui tal bem quando escriturada de um bem do ativo fixo tangível o custo
suportado, se estiverem satisfeitos os critérios de da substituição de uma parte do bem, então deve
desreconhecer a quantia escriturada da parte
reconhecimento.
substituída independentemente de esta ter sido
A parte a substituir deve ser por regra depreciada depreciada separadamente.
SEPARADAMENTE (por componentes – ver adiante) Se não for praticável determinar a quantia
A quantia escriturada das partes que são substituídas escriturada da parte substituída, pode usar -se o
deve ser desreconhecida de acordo com as custo da substituição como um indicador de qual foi
o custo da parte substituída à data em que foi
disposições da presente Norma. (§16)
adquirida ou construída.
Arménio F. Bernardes 99

GRANDES INSPEÇÕES REGULARES


Para que um bem do ativo fixo tangível (por exemplo, um avião) continue a
operar pode haver necessidade de executar GRANDES INSPEÇÕES
REGULARES independentemente de as partes do bem virem ou não a ser
substituídas.
Na data em que cada grande inspeção é efetuada, o respetivo custo é
reconhecido na quantia escriturada do bem do ativo fixo tangível como
uma substituição se os critérios de reconhecimento estiverem satisfeitos.
• Qualquer quantia escriturada remanescente do custo de anteriores
inspeções deve ser desreconhecida. Isto é válido independentemente de
o custo da anterior inspeção estar identificado na transação em que o
bem foi adquirido ou construído (§ 17)

Arménio F. Bernardes 100

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26/01/2023

Exemplo – Substituição de peça fundamental


Considere a compra por uma Autarquia Local em janeiro de N de uma máquina de apoio à sua atividade operacional
que foi instalada no espaço público (vida útil de 10 anos ou 120 meses). Por uma situação imprevisível, uma das
peças essenciais ao seu funcionamento teve de ser substituída em junho. A Autarquia reclamou junto da Seguradora,
que ainda não se pronunciou sobre se irá ou não cobrir esta perda. Depois de várias consultas ao mercado a peça foi
comprada ao mesmo fornecedor por 20.000€ (que corresponde ao valor da peça que sofreu o dano).
Entre janeiro e junho a peça, fazendo parte do conjunto da máquina, foi depreciada durante 6 meses, pelo que
atualmente tem associado um valor líquido contabilístico de 19.000 € = 20.000 € – (20.000 € *6meses/120 meses)
Esta peça não é uma componente que deva ser reconhecida separadamente da máquina porque é parte integrante
dela e, como tal, tem a mesma vida útil da máquina. No entanto, com a entrada em funcionamento da nova peça, é
necessário reconhecer a nova peça e desreconhecer a antiga.

Descritivo Conta a débito Conta a crédito Montante


Abate da peça antiga – valor contabilístico 6873 (Abates) 19.000
Abate da peça antiga – depreciação acumulada 4383 1.000
Abate da peça antiga – valor de aquisição 4339 20.000
Reconhecimento do custo de da aquisição da nova peça 4339 27112 20.000

A nova peça passa a ser subsequentemente depreciada pelos 9,5 anos remanescentes da vida útil da máquina. O reembolso
esperado da Seguradora não pode ainda ser reconhecido como um ativo porque não cumpre a definição de ativo. Só quando
a Seguradora se pronunciar favoravelmente poderá ser reconhecido um ativo e o respetivo rendimento (este rendimento não
deve ser deduzido ao custo reconhecido com o abate)
Arménio F. Bernardes 101

Inspeções regulares - Exemplo


Uma entidade adquiriu por 210.000 € uma máquina que requer uma importante inspeção a cada 4
anos. O custo de cada inspeção é estimado em 15.000 € (despreze o efeito temporal do dinheiro).
Assumindo uma vida útil de 12 anos, indique o valor da depreciação para cada um dos anos.

RESOLUÇÃO

Quando se adquire um bem que requer uma importante inspeção num certo período de tempo,
deve segregar-se do custo inicial a parcela da inspecção, a qual será depreciada pela sua vida útil.
Assim, neste exemplo, segregamos 210.000 € em dois componentes – 195.000 € e 15.000 €. O
primeiro componente será depreciado em 12 anos (16.250 €/ano) e o segundo em 4 anos (3.750
€/ano), o que perfaz uma depreciação de 20.000 €/ano.

Ou de outra forma: Sendo a vida útil de 12 anos terão de ser efetuadas duas inspeções (uma no
início do 5º ano e outra no início do 9º ano), pelo que ao preço de custo da máquina de 210.000 €
acrescem 30.000 € das duas inspeções. Assim a depreciação a reconhecer em cada ano será de
20.000 € (240.000 €/12 anos).
Como se vê a depreciação é linear. Doutra forma teríamos diferentes valores para o gasto com as
depreciações.
Arménio F. Bernardes 102

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26/01/2023

Então e as RENOVAÇÕES ou REMODELAÇÕES de ativos fixos


tangíveis podem ser capitalizadas? São um componente?
• Não existe qualquer orientação a esse respeito nas NCP ou nas
IPSAS.
• No entanto, nada obstará a que um bem que se encontre a ser
renovado/remodelado possa ser classificado como um ativo se
esses custos se qualificarem para reconhecimento nos termos
enunciados na NCP5
– Se for provável a existência de benefícios económicos ou potencial de
serviços futuros associados à renovação/remodelação que fluam para a
entidade e que o seu custo possa ser seguramente determinado.
• Esta é uma situação recorrente em Hotéis, onde por vezes são realizadas
obras significativas de renovação e de remodelação do imóvel.

Arménio F. Bernardes 103

CAPITALIZAR OU LEVAR A GASTOS ?


Exemplo 1
Em 1 de janeiro de 20X8 uma entidade pública dedicada à impressão comprou um
pacote de atualização por 100.000€, para uma máquina adquirida em 20X3. A
atualização demorou duas semanas para ser concluída, tendo sido adicionados novos
componentes à máquina. A entidade pública concluiu que os novos componentes
levarão a uma redução no tempo de impressão de 30%. Isso permitirá que a entidade
aumente a sua eficiência sem a necessidade de comprar uma nova máquina.
As despesas adicionais devem ser capitalizadas ou consideradas como um gasto?
RESPOSTA:
Nos termos da NCP 5, a quantia de 100.000€ deve ser CAPITALIZADA se cumprir os critérios de
reconhecimento de um ativo. No caso presente, essa quantia deve ser CAPITALIZADA como
parte do custo do ativo, uma vez que a eficiência da máquina aumentou significativamente,
levando provavelmente a um aumento de benefícios económicos ou potencial de serviço
adicionais e o custo com a atualização pode ser mensurado de forma fiável
Arménio F. Bernardes 104

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26/01/2023

CAPITALIZAR OU LEVAR A GASTOS ?


Exemplo 2
Uma entidade pública gastou 20.000€ com a pintura do edifício onde está a operar.

Estas despesas devem ser capitalizadas?

RESPOSTA:
O edifício não vê aumentado o potencial de serviço ou benefícios económicos
futuros. A entidade pública não aumentou a área construída. Assim, a quantia de
20.000€€ corresponde a despesas de manutenção e, como tal, o custo de repintar
o exterior do edifício deve ser registado como GASTO de reparação e manutenção
nos resultados do período em que ocorreu.

Arménio F. Bernardes 105

Exemplo 3
Considere que a Entidade Pública Reclassificada EXPLOSIVOS MILITARES vai investir numa nova fábrica. Vai laborar por um
período de 20 anos, apos o qual tem de desmantelar o equipamento e requalificar a área do ponto de vista paisagístico.
Adquiriu equipamento para a linha de produção que tem associados os seguintes custos (em €):

Preço de compra 10.000.000


Preparação do local 1.000.000
Montagem 500.000
Testes de funcionamento 50.000
Desmantelamento e requalificação da área (custo estimado do 3.000.000 Valor atual =
ano 20) (taxa de juro a considerar: 2%) 3.000.000/1,0220 = 2.018.914
Custo do empréstimo obtido para este fim específico 150.000
Campanha publicitária 80.000

1. Determine o custo inicial de aquisição deste equipamento (Resposta = 13.718.914€)


2. Admita que, após 10 anos de funcionamento, ao equipamento – depreciado em linha reta – teve de ser adicionado
um componente com o custo de 3.000.000€ para aumentar a sua capacidade de produção. Qual o custo a considerar
após a intervenção?
Resposta: Quantia escriturada no final de 10 anos = (10/20)* 13.718.914 = 6.859.457 €
Custo a considerar a depreciar em 10 anos = 9.859.457 € (6.859.457 € + 3.000.000€)
Arménio F. Bernardes 106

53
26/01/2023

MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE

SNC (NCRF 7):


§29 — Uma entidade deve escolher:
 o modelo de custo do parágrafo 30 (modelo do custo) ou
 o modelo de revalorização do parágrafo 31 como sua
política contabilística e deve aplicar essa política a uma
classe inteira de ativos fixos tangíveis.
Arménio F. Bernardes 107

Mensuração subsequente ao reconhecimento inicial


DOIS MODELOS
Modelo Após reconhecimento como ativo, um bem do ativo Isto significa que os terrenos e
fixo tangível deve ser registado como segue: edifícios podem ser
do Custo Registo do Ativo = Custo – Depreciação Acumulada - mensurados pelo valor
Perdas por imparidade acumuladas revalorizado e os demais
……. devendo aplicar-se essa política a uma classe ativos tangíveis pelo modelo
inteira de ativos fixos tangíveis (33) do custo

Modelo da Em algumas circunstâncias os ativos fixos tangíveis podem ser


objeto de revalorização de acordo com critérios e parâmetros A
Revalorização DEFINIR EM DISPOSITIVO LEGAL ADEQUADO (34)
Registo do Ativo = Quantia Revalorizada - Depreciação
Acumulada - Perdas por imparidade acumuladas
Pressupõe a determinação, à data da revalorização, da vida útil Toda classe de
remanescente do ativo (35) e implica depreciações sobre a ativos deve ser
quantia revalorizada revalorizada
Arménio F. Bernardes 108

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26/01/2023

Mensuração subsequente ao reconhecimento inicial


DOIS MODELOS
Quantia
Quantia escriturada
escriturada ao
NÃO É OPÇÃO REVALORIZADA
CUSTO
DA ENTIDADE.
= CARECE DE =
DIPLOMA LEGAL
CUSTO DO ATIVO QUANTIA REVALORIZADA À
DATA DA REVALORIZAÇÃO
(Depreciações Anuais
— s/ o Custo de Aquisição) — (Depreciações Anuais s/ a
Quantia Revalorizada)
DEPRECIAÇÕES DEPRECIAÇÕES
ACUMULADAS ACUMULADAS
— —
PERDAS POR IMPARIDADE PERDAS POR IMPARIDADE
ACUMULADAS ACUMULADAS
Arménio F. Bernardes 109

Modelo do CUSTO

Arménio F. Bernardes 110

55
26/01/2023

DEPRECIAÇÃO é a Definições
imputação sistemática da  O Gasto de Depreciação de cada período é geralmente
quantia depreciável de reconhecido nos resultados
um ativo durante a sua Débito: 642 - Gastos de depreciação AFT
Crédito: 438 - Depreciações acumuladas AFT
vida útil.
• Objetivo: balancear o GASTO de um Ativo com os
RENDIMENTOS que ele proporciona
• No Balanço é apresentada a QUANTIA ESCRITURADA

QUANTIA DEPRECIÁVEL é o custo


de um ativo, ou outra quantia
QUANTIA ESCRITURADA é a quantia pela qual
substituta do custo, menos o seu
esse ativo é reconhecido (Custo, Justo Valor,
valor residual.
 O valor residual estimado não se
VPT, …) depois de deduzir qualquer
deprecia! depreciação acumulada e perdas por
imparidade acumuladas.
QE = Valor inicial – DA - PIA

111
Arménio F. Bernardes

761 Reversões de depreciações e de amortizações


Esta conta credita -se por contrapartida das contas 428, 438 ou 448, quando
se verificar uma anulação ou diminuição de depreciações ou amortizações
previamente registadas nestas contas.
Estas situações poderão surgir, por exemplo, em entidades que fazem o
apuramento trimestral de resultados, utilizando estimativas de gastos de
depreciações. No final do ano, em apuramento final de resultados,
verificado o excesso da estimativa, esta deverá ser corrigida para os valores
que correspondam às depreciações calculadas segundo os critérios
estabelecidos

Arménio F. Bernardes 112

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26/01/2023

Definições
QUANTIA ESCRITURADA é a quantia pela qual
Uma PERDA POR esse ativo é reconhecido (Custo, Justo Valor,
VPT, …) depois de deduzir qualquer
IMPARIDADE é a depreciação acumulada e perdas por
quantia pela qual a imparidade acumuladas = Recº Inic – DA - PIA
QUANTIA
ESCRITURADA (QE) PI = QE - QR
de um ativo excede
a sua QUANTIA RECUPERÁVEL é a maior quantia
entre:
QUANTIA  o justo valor menos os custos de vender
RECUPERÁVEL (QR)  e o seu valor de uso.
Um AFT pode ter valor de realização nulo e
mesmo assim ter utilidade futura…. 113
Arménio F. Bernardes

QUANTIA DEPRECIÁVEL Definições


 É imputada numa base sistemática DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS
ao longo da vida útil, excluindo o Soma das quantias depreciadas já
reconhecidas ou seja a soma de
valor residual do ativo todas as depreciações reconhecidas
nos diferentes períodos, deduzidas
de eventuais reversões dessas
DEPRECIAÇÃO depreciações
 Os terrenos têm uma vida útil ilimitada
pelo que não são depreciados, salvo MÉTODO DE DEPRECIAÇÃO
algumas exceções como, por exemplo,
– Modelo que reflete o
pedreiras e aterros. consumo dos benefícios
 Os Bens do património histórico, económicos ou do
artístico e cultural por regra não são potencial de serviço
depreciados (não têm vida útil gerados pela entidade
definida) – Revisto periodicamente
Arménio F. Bernardes 114

57
26/01/2023

VIDA ÚTIL
 É ou:
(a) O período de tempo durante o qual se espera que um ativo seja usado
por uma entidade; (pressupõe uma VIDA ÚTIL FINITA ou DEFINIDA)
ou
(b) O número de unidades de produção ou similares que a entidade
Definições
espera obter a partir do ativo.
 É diferente de Vida económica (período durante o qual um ativo
pode ser usado por uma ou mais entidades)
 Determinação da vida útil de acordo com o CC2

VALOR RESIDUAL Revistos periodicamente. Cada


É a quantia estimada que a entidade espera obter revisão deve ocorrer no mínimo
presentemente da alienação de um ativo, após dedução no final de cada exercício.
dos custos estimados de alienação, se tal ativo estivesse já Eventuais alterações são tratadas
com a idade e na condição esperadas no final da sua vida (prospetivamente) como
útil. alterações de estimativas
Na prática, o valor residual de um ativo é geralmente contabilísticas (NCP2) (não se
insignificante e, por isso, imaterial no cálculo da quantia deve proceder a correções de
depreciações de anos anteriores)
depreciável Arménio F. Bernardes 115

VIDA ÚTIL – Fatores para determinação (51)


(a) Utilização esperada do ativo
… que é avaliada por referência à capacidade ou à produção física esperadas para
esse ativo.
Exemplo: máquina com capacidade para produzir 100 milhões de artigos durante a
sua vida útil. A sua depreciação pode considerar a produção de cada ano
(b) Desgaste físico esperado
.
… depende de fatores operacionais tais como o número de turnos durante os quais o
ativo será usado, o programa de reparações e manutenções e o cuidado e manutenção
do ativo enquanto estiver ocioso.
Exemplo: Equipamento em laboração contínua versus equipamento em laboração em
períodos normais diários (8 horas). Para equipamentos iguais, na primeira situação a
vida útil será menor. A sua depreciação anual será maior no primeiro caso, atendendo
ao regime de utilização intensiva Arménio F. Bernardes 116

58
26/01/2023

VIDA ÚTIL – Fatores para determinação (51)


(c) Obsolescência técnica e comercial
… resultante de alterações ou melhoramentos na produção, ou de alterações na procura
do mercado para os produtos ou serviços produzidos pelo ativo.
Exemplo: admitamos um equipamento com dado nível de produtividade e custo de produção unitário. Uma
inovação tecnológica pode permitir maiores níveis de produtividade e menores custos unitários, tornando
obsoleta a tecnologia anterior. A determinação da vida útil deve ponderar os ritmos de inovação
tecnológica, quer na definição da vida útil quer nas suas eventuais revisões

(d) Limites de natureza legal ou outra sobre o uso do ativo

…tais como as datas de expiração de contratos de locação relacionados.


Exemplo: ativos adquiridos com cláusulas contratuais que limitam a sua utilização a um determinado
horizonte temporal deverão ser depreciados durante esse período

Arménio F. Bernardes 117

TERRENOS E EDIFÍCIOS
• Os terrenos e os edifícios são ativos separáveis e são contabilizados
separadamente, mesmo quando são adquiridos conjuntamente. Os terrenos
têm uma vida útil ilimitada pelo que não são depreciados, salvo algumas
exceções como, por exemplo, pedreiras e aterros.
• Os edifícios têm uma vida útil limitada e, por isso, são ativos depreciáveis.
– Um aumento no valor do terreno onde um edifício está implantado não afeta a
determinação da quantia depreciável do edifício.
– Se o custo do terreno incluir os custos de desmantelamento, remoção e restauro do
local, essa parcela do custo do terreno é depreciada durante o período de benefícios
económicos ou potencial de serviço obtidos ao suportar esses custos.

CC 2 nº 8 — No caso dos imóveis, para efeitos do cálculo das respetivas quotas de depreciação, é excluído o
valor do terreno ou, tratando -se de terrenos de exploração, a parte do respetivo valor não sujeita a
deperecimento. Em relação aos imóveis adquiridos sem indicação expressa do valor do terreno, o valor a atribuir
a este é fixado em 25 % do valor global, a menos que a entidade estime outro valor com base em cálculos
devidamente fundamentados e sancionados pela entidade competente.
Arménio F. Bernardes 118

59
26/01/2023

GASTOS DE DEPRECIAÇÃO (nº 45)


O gasto de depreciação de cada período é geralmente reconhecido
nos resultados
– numa conta de gastos, 64.2. – Gastos de depreciação – AFT
– contrapartida numa conta de Ativo, 43.8 – AFT – Depreciações acumuladas
– No Balanço é apresentada a QUANTIA ESCRITURADA do Ativo = Quantia
bruta – Depreciações acumuladas – Perdas por imparidade acumuladas

Porém, algumas vezes, os benefícios económicos futuros ou


potencial de serviço incorporados num ativo são absorvidos na
produção de outros ativos (exº Inventários ou Ativos Intangíveis).
 Neste caso, o gasto de depreciação constitui parte do custo
desse outro ativo e é incluído na sua quantia escriturada.

Arménio F. Bernardes 119

Início e fim da depreciação


A DEPRECIAÇÃO DE UM ATIVO:
 Começa quando fica disponível para  Assim, a depreciação não cessa
uso isto é, quando estiver no local e quando o ativo se tornar ocioso
nas condições necessárias para ser ou for retirado de uso e ficar
capaz de operar da forma pretendida detido para alienação, a menos
pelo órgão de gestão. Pode ainda não que esteja completamente
se encontrar, de facto, a operar! depreciado.
 cessa quando o ativo é  No entanto, o encargo de
desreconhecido (remoção das depreciação pode ser zero se o
método de depreciação seguido
demonstrações financeiras) (venda
for função do uso e não existir
ou abate) produção

Arménio F. Bernardes 120

60
26/01/2023

Depreciação de Ativos fixos tangíveis

VIDA ÚTIL
Disponível para
uso
N N+1 N+2 N+3 …. N+x

Depreciação Depreciação Depreciação Depreciação Depreciação Depreciação

As depreciações podem cessar antes do fim da vida útil se o ativo:


• For abatido ou alienado
• Reclassificação como ativo detido para venda, inventários ou outra

Arménio F. Bernardes 121

CLASSIFICADOR COMPLEMENTAR 2 Versão CNC Fevereiro 2021 VIDA ÚTIL


de
referência
Regime Duodecimal?
• Um dos componentes do PCM (Anexo III)
433 Equipamento básico
• Substitui o CIBE (aprovado pela Portaria 4331 Equipamento informático e de
671/2000 de 17 de Abril) telecomunicações 4
• Contém 4332 Equipamento para investigação e
formação, de medida e de utilização técnica
a) Os códigos para efeitos de cadastro especial
dos ativos fixos tangíveis, 43321 Equipamento e material de
propriedades de investimento e ativos laboratório 5
01 Alambiques laboratoriais
intangíveis, registados na Classe 4 do 02 Alicates
subsistema de contabilidade financeira; 03 Aparelhos de ensaio
b) As respetivas vidas úteis a serem 04 Aquecedores de laboratório
utilizadas como referência pelas 05 Armários
…..
entidades, nomeadamente na aplicação 99 – Outros
do método de depreciação da linha reta.
INTRODUZIDO na versão de Maio 2019
Arménio F. Bernardes 122

61
26/01/2023

CLASSIFICADOR COMPLEMENTAR 2 Versão CNC Fevereiro 2021


1. Os primeiros dígitos coincidem com as contas da Classe 4 do PCM, exceto quando os ativos sejam classificados como
detidos para venda, caso em que deverão manter, no CC 2, as classificações anteriores (Fevereiro 2021). Para
efeitos de cadastro, a maioria das contas são desagregadas de forma a proporcionar uma melhor identificação dos
elementos nelas incluídos (isto significa que, no caso de depreciação por componentes, o tratamento
individualizado dos componentes – isto é uma conta para cada componente - é facultativo, na medida em que esta
informação deve constar obrigatoriamente das fichas de cadastro)
A entidade deve ainda criar outros códigos que facilmente permitam identificar a forma de aquisição e localização
dos bens.
2. Deverá existir uma FICHA DE CADASTRO por cada bem, a qual deve incluir:
a) Identificação e localização do bem (por edifício, gabinete,…);
b) Código correspondente a esta tabela, acrescido do ano de aquisição ou do 1º registo e número
sequencial;
c) Tipo de aquisição (compra, doação, cedência, transferência,…);
d) Valor inicial, valores de valorização posterior (revalorização ou grandes reparações),
e) Critério de depreciação ou amortização, taxa anual, depreciação por ano e total, perdas por
imparidade por ano e total; e
Ver CIBE – Fichas F1: CIME (bens móveis), CIVE (Veículos) e CIIDE (Imóveis).
f) Quantia escriturada.
Ficha de Inventário; Ficha de Depreciações/Amortizações.
Mapa síntese
Arméniodos bens inventariados
F. Bernardes 123

CLASSIFICADOR COMPLEMENTAR 2
3. Cada bem deve ser cadastrado e inventariado de per si, desde que
– constitua uma peça com funcionalidade autónoma
– e possa ser vendido individualmente.
Se não se verificarem estas condições, deve ser registado incluído
num GRUPO DE BENS, desde que
– adquiridos na mesma data
– e com igual taxa de depreciação (por exemplo um conjunto de talheres
num restaurante, ou de toalhas numa residência, ou um conjunto de
cadeiras de uma sala de aula ou de um auditório). Na ficha individual deve
referir-se a quantidade de bens no caso da opção por um grupo de bens
na mesma ficha.
Versão CNC Fevereiro 2021

Arménio F. Bernardes 124

62
26/01/2023

CLASSIFICADOR COMPLEMENTAR 2
4. As Fichas de Cadastro dos bens devem ser ATUALIZADAS até ao abate
destes.
 No ABATE deve ser identificado o motivo (venda, doação, furto/roubo,
destruição ou demolição, transferência, troca ou permuta,...), bem como o
órgão e data de decisão e abate.
5. Os bens móveis devem ser identificados com uma ETIQUETA com a
identificação correspondente ao ponto b) da Nota 2 (Código correspondente
a esta tabela, acrescido do ano de aquisição ou do 1º registo e número
sequencial);
6. Os critérios de mensuração a utilizar devem corresponder aos definidos
nas respetivas NCP, nomeadamente a NCP 3 — Ativos Intangíveis, NCP 5 —
Ativos Fixos Tangíveis e NCP 8 — Propriedades de Investimento
Versão CNC Fevereiro 2021
Arménio F. Bernardes 125

CLASSIFICADOR COMPLEMENTAR 2
7. As depreciações e amortizações correspondem à desvalorização normal
dos ativos fixos, decorrentes do gasto com a sua utilização, devendo, por
regra, utilizar-se o método da linha reta, considerando a vida útil de
referência que constante da presente tabela.
8. No caso dos imóveis, para efeitos do cálculo das respetivas quotas de
depreciação, é excluído o valor do terreno ou, tratando-se de terrenos de
exploração, a parte do respetivo valor não sujeita a deperecimento.
 Em relação aos imóveis adquiridos sem indicação expressa do valor do
terreno, o valor a atribuir a este é fixado em 25 % do valor global, a menos
que a entidade estime outro valor com base em cálculos devidamente
fundamentados e sancionados pela entidade competente.

Versão CNC Fevereiro 2021

Arménio F. Bernardes 126

63
26/01/2023

CLASSIFICADOR COMPLEMENTAR 2
Portaria n.º 189/2016 de 14 de julho Notas de Enquadramento ao Plano de Contas Multidimensional

• As entidades poderão manter os códigos do CIBE para efeitos


de inventário e as respetivas vidas úteis no que respeita às
depreciações, para todos os bens do ativo fixo tangível (exceto
edifícios e outras construções) detidos à data de 31 de
dezembro de 2016 (agora 2017 ou 2019 para a Adm. Local)
• Para os edifícios e outras construções (imóveis e direitos no
CIBE), quer se tratem de ativos fixos tangíveis, quer de
propriedades de investimento, o respetivo cadastro e vida útil
devem ser atualizados face às disposições do SNC-AP
Versão CNC Fevereiro 2021

Arménio F. Bernardes 127

VIDA ÚTIL DAS EDIFICAÇÕES


A depreciação das edificações atende à natureza dos materiais e tecnologias utilizados,
nomeadamente:
• Alvenaria de pedra - 100 anos; (CIBE: 150 anos)
• Alvenaria pré -pombalina ou pombalina e similares - 100 anos; (CIBE: 150 anos)
• Betão armado com percentagem de alvenaria de tipo tijolo - 50 anos; (CIBE: 80 anos)
• Alvenaria de tipo gaioleiro - 20 anos; (CIBE: 60 anos)
• Construções ligeiras - 10 anos; (CIBE: 20 anos)
• Materiais betuminosos para pavimentos, asfaltos e outros - 20 anos. (CIBE: 20 anos)

A vida útil das obras de grande reparação, ampliação e remodelação seguem, em regra:
• Recuperação geral do edifício — 20, 50 ou 100 anos, consoante o tipo de material acima
mencionado; (no CIBE: 60, 80 ou 150)
• Substituição de elementos construtivos: pavimentos, coberturas e escadas — 20 anos (no
CIBE 50 anos) ; marquises — 10 anos (no CIBE 20 anos) ; canalizações — 10 anos. (no CIBE
20 anos)
Arménio F. Bernardes 128

64
26/01/2023

CC2 – Intangíveis
Tipo de Bens Vida útil (anos)
440 Ativos intangíveis de domínio público, património histórico, artístico e -
cultural
441 Goodwill 10
442 Projetos de Desenvolvimento 3
443 Programas de computador e sistemas de informação c)
444 Propriedade industrial e intelectual c)
449 Outros ativos intangíveis b)

(b) A vida útil deverá ser idêntica à definida para outros bens com características e uso similares.
(c) Determinada em função do período de tempo em que tiver lugar a utilização exclusiva.

Arménio F. Bernardes 129

MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE

Modelo do CUSTO
Depreciações
Imparidades

Arménio F. Bernardes 130

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