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Um painel sanduíche consiste essencialmente em duas faces, podendo inclusive possuir reforços metálicos e
um núcleo formado normalmente por um polímero celular. As faces deste tipo de painel podem estar unidas por um
adesivo estrutural, ou por espuma rígida de poliuretano (PU) injetado diretamente sobre os substratos, quando a união
ocorrerá naturalmente. A propriedade de maior relevância que o painel sanduíche deve ter para o transporte de cargas
congeladas (0ºC a -30ºC) ou refrigeradas (7ºC a 1ºC) é a condutividade térmica (k). Dentro deste contexto o objetivo
deste trabalho foi propor e caracterizar painéis sanduíches que possam ser utilizados em câmaras frigoríficas. Este
trabalho apresenta as seguintes alternativas para compósito sanduíche: amostra 1 (PRFV/PU/PRFV); amostra 2
(AG/PU/AG); amostra 3 (Frisado/PU/PRFV); e amostra 4 (Al/PU/Al), onde PRFV é poliéster reforçado com fibra de
vidro, PU é espuma rígida de poliuretano, AG é aço galvanizado, Frisado é alumínio frisado, e Al é alumínio. Foram
realizadas as análises térmicas, e encontrado o coeficiente global de transferência de calor dos sistemas (U). Foi
possível concluir que o sistema (AG/PU/AG) mostrou o melhor desempenho.
Determination of the overall heat transfer coefficient U in heat insulation sandwich panels
A sandwich panel consists essentially of two face sheets, may even have metal reinforcements and a core formed
usually by a cellular polymer. The faces of this type of panel may be joined by a structural adhesive or by rigid
polyurethane foam (PU), injected directly on the substrates when the union will occur naturally. The most relevant
property of the sandwich panel for the transport of frozen (0ºC to -30ºC) or chilled (7ºC to 1ºC) cargo is thermal
conductivity (k). Within this context the objective of this work was to propose and characterize sandwich panels which
can be used in refrigerated chambers. This work presents the following alternatives for composite sandwich: sample 1
(PRFV / PU / PRFV); sample 2 (AG / PU / AG): sample 3 (Friesland / PU / PRFV): and sample 4 (Al / PU / Al) where
PRFV is polyester reinforced with fiber glass; PU is rigid polyurethane foam; AG is galvanized steel; Friesland is
aluminum friesland; AL is aluminum. The thermal analyses were performed and the overall heat transfer coefficient (U)
of the system determined. It could be concluded that the sample 2 (AG / PU / AG) showed the best performance.
Introdução
O transporte de produtos perecíveis e de alto grau de fragilidade tem aumentado
consideravelmente nos últimos anos. A forma como estes produtos são transportados e a integridade
da carga tem estimulado órgãos governamentais a criar critérios de inspeção mais rigorosos o que
desencadeou na elaboração da norma ABNT 14701 [1] que regulariza e caracteriza carrocerias
frigoríficas quanto ao seu coeficiente de isolamento térmico. Painéis sanduíches são utilizados na
construção de câmaras frigoríficas estacionárias, veículos para transporte de super congelados,
congelados, refrigerados, além de outros fins como a construção civil. Estes painéis, por serem
formados por camadas de diferentes materiais permitem grande flexibilidade nas propostas para este
projeto, principalmente quanto a custos e propriedades (mecânicas e térmicas). As características
importantes e desejáveis dos painéis sanduíches são as boas propriedades estruturais aliadas a baixa
densidade e a excelentes propriedades de isolamento térmico [1-3].
Um painel sanduíche (sandwich panel) consiste essencialmente em duas faces, podendo
inclusive possuir reforços metálicos e um núcleo formado, normalmente por um polímero celular.
As faces deste tipo de painel podem estar unidas através de um adesivo estrutural ou em casos onde
o núcleo é de espuma rígida de poliuretano injetado diretamente sobre os substratos, a união
ocorrerá pelo próprio poliuretano. A propriedade de maior relevância que os painéis sanduíche
devem ter para o transporte de cargas congeladas ou refrigeradas é o coeficiente global de
transferência de calor (U). Atualmente o conceito de painéis utilizados no transporte de produtos
perecíveis, em sua grande maioria, apresenta este coeficiente de condutividade térmica acima do
máximo determinado para caracterização de uma carroceria fortemente isolada, ou seja, ≥ 0,40
W/m²K, estando na maioria das vezes, caracterizada como normalmente isolada. Este trabalho
consiste na avaliação comparativa entre diferentes compósitos quanto a sua eficiência no isolamento
térmico tendo sido determinado o Coeficiente Global de Transferência de Calor através de
experimento desenvolvido. As figuras 1a e 1b apresentam diversas configurações de painéis
sanduíche e painéis sanduíche aplicado a implementos rodoviários, objeto deste trabalho [2].
a b
Experimental
a b b
Todos os cubos foram montados sem a tampa, visto que, antes de seu fechamento foi
necessário o posicionamento dos termopares utilizados no experimento.
Montagem do Experimento
A sistemática de montagem dos corpos de prova (cubos) foi mantida constante para cada
uma das quatro configurações de painéis apresentados neste trabalho. Primeiramente foram
posicionados e afixados os termopares (TP1 à TP6) conforme o posicionamento descrito na tabela
2. Após a fixação dos termopares, obdeceu-se a um período de estabilização da temperatura média
interna do corpo de prova (cubo), sendo que, posterior a esta estabilização, iniciou-se a coleta dos
dados (corrente e voltagem) a cada 15 minutos, sendo este monitoramento realizado por um período
de 2 horas. A diferença de temperatura média interna e a temperatura ambiente mantida durante o
teste foi de 45°C. Posterior a estabilização do sistema, durante a coleta de dados, o equipamento não
Termopar Posicionamento
TP1 Fundo Interior
TP2 Frente Inferior
TP3 Centro Interior
TP4 Parede Interior
TP5 Parede Exterior
TP6 Ambiente Externo
De forma geral, foram mantidas as posições dos termopares para cada experimento, ou seja,
cada compósito avaliado obedeceu aos mesmos critérios na montagem do cubo teste. Nas figuras 3a
e 3b pode ser observado, o posicionamento dos termopares, da resistência e do ventilador, auxiliar
na turbulência do ar interno (ventilação forçada).
a b
Termografia
Todos os compósitos sanduíche que compuseram as quatro configurações de cubo teste,
foram submetidos a análise por termografia. Inicialmente a câmara termográfica teve sua
emissibilidade calibrada através do termopar externo (temperatura ambiente). Posterior ao início da
coleta de dados (temperatura interna equalizada) foram realizadas imagens termográficas que
posteriormente foram submetidas a análise em software específico. Para cada imagem termográfica,
são possíveis de serem captados 76800 pontos que permitem a exportação para o excel onde os
a b
Figura 4a: Referência para coleta das imagens termográficas Figura 4b: Software Quickreport 1.1
Figura 4 – Detalhamento dos pontos de coleta de resultados e do software utilizado
equação 1
onde,
Ui = coeficiente global de transferência de calor (W/m²°C)
hext = coeficiente de transferência de calor do ar externo (W/m²°C)
hint = coeficiente de transferência de calor do ar interno (W/m²°C)
Aext = área externa (m²)
Aint = área interna(m²)
R = resistência do compósito (°C/W)
Para a obtenção do U global do sistema, é necessário o cálculo para os valores de hext e hint, e
da resistência do compósito em avaliação. Para a obtenção dos coeficientes de transferência de calor
por convecção natural, utiliza-se a equação 2. Para a obtenção do número de Nusselt, utiliza-se
uma faixa laminar quando o número de Prandtl for entre 104 e 108 e uma faixa turbulento quando
este número for de 108 e 1012. Neste experimento utilizou-se o cálculo para a obtenção de hext e hint
turbulento [9]. A equação 3 apresenta o cálculo de obtenção do número de Nusselt turbulento.
onde,
hext = coeficiente de transferência de calor do ar externo
hint = coeficiente de transferência de calor do ar interno
Nu = Número de Nusselt (sistema turbulento)
k = condutividade térmica do ar
L = comprimento médio medido externamente
Onde,
Nu = Número de Nusselt (sistema turbulento)
GR = Número de Grashof
PR = Número de Prandtl
Para a obtenção do número de Nusselt são necessários os números de grashof e prandtl que
são obtidos através das equações 4 e 5 [9].
equação 4
Onde,
GR = Número de Grashof
g = Gravidade do ar
β = Inverso da temperatura média (K)
∆T = Variação de temperatura
L = Comprimento do painel
µ = Viscosidade do ar
δ = Densidade do ar
equação 5
Onde,
PR = Número de Prandtl
µ = viscosidade
cp = calor específico
k = condutividade térmica
equação 6
Resultados e Discussão
Na coluna 2 da tabela 4, é possível a verificação que a temperatura média obtida através dos
76800 pontos de cada imagem termográfica coletada, apresentou um desvio padrão pequeno, na
ordem de 1,0°C. Isto possibilita uma avaliação confiável do sistema, demonstrando que houve
estabilização e pouca perda de temperatura interna através dos elementos de união do cubo teste
(adesivo). O material que apresentou menor temperatura externa foi o compósito composto de
AG/PU/AG, porém a temperatura média interna foi menor que a obtida para o compósito
PRFV/PU/PRFV e que apresentou temperatura externa apenas 1,4°C superior a alternativa com AG
nas faces [13,14].
Na figura 5a, 5b e 5d é possível identificar que os pontos onde a temperatura é mais elevada
localiza-se na região de união, ou seja, onde não há o compósito em avaliação e sim, o adesivo
poliuretânico. De maneira geral, este tipo de análise permite que seja monitorada a uniformidade de
injeção da espuma rígida de poliuretano, pontos onde indica-se maior perda térmica pode ocorrer
falha na injeção da espuma, característica não observada neste experimento. Esta informação está
correlacionada com os valores encontrados para a condutividade térmica da espuma encontradas na
coluna 5 da tabela 4. Para a figura 5c é possível identificar através da imagem termográfica, que a
maior perda térmica encontra-se na região dos rebites, onde há ponte térmica.
Conclusão
Das quatro alternativas propostas para carrocerias frigoríficas (até -30ºC), (PRFV/PU/PRFV,
AG/PU/AG, Al Frisado/PU/PRFV e Al/PU/Al), a que apresentou o melhor desempenho quanto ao
coeficiente global de transferência de calor (U), redução significativa de custos e características de
sustentabilidade, ou seja, menor impacto ambiental, foi a alternativa AG/PU/AG (aço
galvanizado/espuma de poliuretano/aço galvanizado).
Referências Bibliográficas
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termicamente isolada – Desempenho Térmico – Rio de Janeiro, 2006.
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