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Revista Engenharia

e
Tecnologia Aplicada

Douglas B. Capobianco Munhoz – RA: 28226276

Henrique de Araujo Santos – RA: 28229861

Manoel B. de Souza Filho – RA: 28231338

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II:


Artigo

Guarulhos,
2018

Universidade Guarulhos
Grupo Ser Educacional
Revista Engenharia
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Douglas B. Capobianco Munhoz – RA: 28226276

Henrique de Araujo Santos – RA: 28229861

Manoel B. de Souza Filho – RA: 28231338

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II:


Artigo

Artigo apresentado ao curso de Engenharia


Mecânica, da Universidade Guarulhos, como
avaliação para a matéria de Trabalho de Conclusão
de Curso II.
Orientador: Prof. José Roberto Berreta

Guarulhos,
2018

Universidade Guarulhos
Grupo Ser Educacional
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CONFORMAÇÃO A VÁCUO

VACUUM FORMING

RESUMO: Os polímeros são materiais presentes em vários produtos do nosso dia a dia,
existindo também vários processos de conformação para transformar essa matéria-prima em
um produto final. Um desses processos é a termoformagem, usado para conformar
especificamente materiais termoplásticos. O objetivo deste trabalho é abordar os
conhecimentos de engenharia que estão envolvidos na termoformagem e apresentar o
funcionamento desse processo através de um protótipo que demonstra o funcionamento de um
sistema de moldagem a vácuo.

PALAVRAS-CHAVE: Termoformagem. Termoplásticos. Moldagem a vácuo. Polímeros.

ABSTRACT: Polymers are materials present in several products of our everyday life, thus
many forming processes exist to mold the raw material into a final product. One of these
processes is the thermoforming, which is employed to specifically form thermoplastic
materials. The objective of this paper is encompassing engineering knowledge concerning the
thermoforming and introducing the functioning of this process through a vacuum forming
prototype.

KEYWORDS: Thermoforming. Thermoplastics. Vacuum forming. Polymers.

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Conformação a Vácuo (ENGENHARIA DOS MATERIAIS; F. ASHBY E H. JONES,


1945, p. 282)..........................................................................................................................................6
Figura 2 - Sistema de Termoformagem a Vácuo (Smith, Andrew G., “The Development of a Vacuum
Forming System for KYDEX and Other Thermoplastic Sheet”, 2017, p. 15)........................................6
Figura 3 - Sistema de Moldagem a Vácuo (Smith, Andrew G., “The Development of a Vacuum
Forming System for KYDEX and Other Thermoplastic Sheet”, 2017, p. 16)........................................6

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Termoplásticos Genéricos.....................................................................................................6


Tabela 2 - Temperatura de fusão e transição vítrea do polímeros mais comuns.....................................6
Tabela 3 - Temperatura de processo dos polímeros mais comuns..........................................................6
Tabela 4- Propriedades dos Polímeros....................................................................................................6
Tabela 5 - Propriedades do PETG.........................................................................................................19

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................6

1 TERMOPLÁSTICOS...............................................................................................7

1.1 Conformação de Termoplásticos a Vácuo.....................................................10

2 HISTÓRIA DA CONFORMAÇÃO A VÁCUO.......................................................10

3 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA.......................................................................11

3.1 Conceitos e Componentes do Sistema.........................................................11

CONCLUSÃO..............................................................................................................14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................15

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INTRODUÇÃO 3) A placa toma a forma do molde


com o auxílio de vácuo, ar comprimido ou
A termoformagem é um dos mais
algum componente mecânico;
simples, econômicos e, sobretudo,
eficientes processos de conformação de 4) A peça é resfriada o suficiente
materiais termoplásticos e que pode ser para ser removida sem distorcer;
encontrado em produções de pequena ou
5) As rebarbas, principalmente as
larga escala. Esse processo consiste no
da área onde a placa foi fixada, são
aquecimento de uma placa termoplástica
removidas.
plana, previamente extrudada, que é então
colocada sobre um molde (macho ou Também podemos destacar sobre o

fêmea) para que, com a sucção do ar por processo e as máquinas de termoformagem

entre a placa e o molde, o material adquira o fato de que não precisam de mão de obra

o contorno da peça. especializada ou instalações muito


elaboradas para manuseio, possibilitando o
Dentro da termoformagem há
uso em domicílio por trabalhadores
algumas variações de processo, são elas:
autônomo na confecção de artigos para
“moldagem a vácuo”, “moldagem a
festas, copos, chaveiros e outras peças de
pressão”, “moldagem com duas placas”,
forma prática e simples.
“moldagem com plug”, “moldagem com
Em nosso trabalho, abordaremos
contramolde”, “moldagem com balão”,
um estudo sobre o processo de
“moldagem livre”, “moldagem com
conformação a vácuo baseado na
alongamento de placa” e “moldagem
construção de um protótipo e na análise
combinada”. Apesar de todas essas
dos resultados obtidos.
variações, a termoformagem consiste
basicamente de cinco passos:

1) A placa é fixada na máquina; 1 TERMOPLÁSTICOS

2) A placa é aquecida; Para definir a construção do sistema


de conformação, precisamos,
primeiramente, entender o comportamento
do material que será conformado. Este faz
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parte de uma classe dos polímeros, moleculares e se aglomeram sob uma


chamada de termoplásticos. variedade de configurações. Algumas,
Os termoplásticos têm como como a do poliestireno, são amorfas;
característica o seu amolecimento com outras, como a do poliestireno, são
aquecimento. Esse fator ocorre porque os parcialmente cristalinas. Isto significa que
termoplásticos não possuem ligações os termoplásticos não têm um ponto de
cruzadas: as ligações secundárias que fusão bem definido. Em vez disso, sua
ligam as moléculas umas às outras se viscosidade fica dentro de uma faixa de
fundem, de modo que ele escorre como um temperatura (ENGENHARIA DOS
líquido viscoso, o que permite que seja MATERIAIS; F. ASHBY E H. JONES,
conformado. Por este motivo os 1945, p. 240).
termoplásticos são chamados também de Na tabela seguinte estão listados
polímeros lineares. As moléculas em todos os termoplásticos genéricos, suas
polímeros lineares têm uma faixa de pesos composições e utilizações:

Tabela 1 - Termoplásticos Genéricos

Termoplástico Utilizações
Tubulação, película, garrafas, xícaras, isolamento elétrico,
Polietileno, PE
embalagem.
As mesmas do PE, porém mais leve, mais rígido, mais
Polipropileno, PP
resistente à luz do sol.
Teflon. Polímero bom, resistente a alta temperatura, com
Politetrafluoretileno, PTFE características muito baixas de atrito e adesão. Panelas não-
aderentes, mancais, vedações.
Objetos moldados baratos. Fortalecido com butadieno para
Poliestireno, OS produzir poliestireno de alto impacto (HIPS). Espumado com
CO2 para produzir embalagem comum.
Utilizações arquitetônicas (esquadrias de janelas etc.) Quando
Cloreto de polivinila, PVC
plastificado produz couro artificial, meias e vestuário.
Polimetilmetacrilato, Perpex, lucita. Placas e moldagens transparentes. Janelas de
PMMA avião, venezianas laminadas.
Náilon 66 Têxteis, corda, moldagens.

Fonte: ENGENHARIA DOS MATERIAIS; F. ASHBY E H. JONES, 1945, p. 241 (Adaptada)

1.1 Propriedades dos Termoplásticos

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Os termoplásticos, ou polímeros em 1.1.1.2 Módulo de elasticidade


geral, apresentam um largo espectro de
O módulo de elasticidade tem sua grande
propriedades, e em função dessas
importância pelo fato de transmitir os
propriedades é que são definidas as
limites de tensão suportados por uma peça
escolhas para as múltiplas aplicações.
em uso sem que ela seja permanentemente
Para esse projeto, não é necessário
deformada.
se aprofundar no conhecimento de todas as
A resistência máxima à deformação e à
propriedades que constituem um polímero
ruptura têm pouco significado, pois
(pelo pouco rigor que há no produto a ser
refletem valores sem grandes usos em
obtido). As propriedades mais
projetos.
significativas para este projeto serão
descritas a seguir. 1.1.1.3 Resistência à compressão

A aplicabilidade do resultado dos testes de


1.1.1 Propriedades mecânicas e físicas:
resistência à compressão é limitada, sendo
a. Solicitações estáticas: tração,
mais útil para materiais estruturais,
incluindo fluência e relaxação de
principalmente aqueles contendo fibras e
tensões; compressão; flexão; impacto;
quando são destinados ao uso sob
dureza;
compressão.
b. Solicitações dinâmicas: ensaio
dinâmico-mecânico; 1.1.1.4 Resistência ao impacto

c. Densidade; A dureza pode afetar a performance da


peça termoformada durante o ensamblado,
1.1.1.1 Resistência à tração
transporte ou em sua utilização final.
Em termos de propriedades mecânicas dos
materiais, o ensaio de tração é o mais 1.1.1.5 Densidade específica

representativo de todos, pois traduz a A densidade específica indica o grau de


resistência destes. Representa o quanto um uniformidade de um produto. Mudanças na
material resiste sob tensão e qual seu densidade podem significar variação na
alongamento. cristalinidade, perda de plastificantes ou
outros aditivos, ou absorção de solventes
ou umidade

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1.1.2.2 Temperatura de Fusão:

1.1.2 Propriedades térmicas e A fusão de um cristal de polímero


termodinâmicas: corresponde à transformação de um material
sólido, contendo uma estrutura ordenada de
a. Temperatura de amolecimento;
cadeias moleculares alinhadas, em um líquido
b. HDT (Temperatura de deflexão ao
viscoso, onde a estrutura é altamente
calor);
aleatória; esse fenômeno ocorre, através do
c. Temperaturas de processamento
aquecimento, à temperatura de fusão, Tf.
recomendadas;
d. Temperatura de fragilização; As temperaturas de fusão e de
e. Temperatura de não fluxo; transição são parâmetros importantes em
relação às aplicações de serviço dos
1.1.2.1 Temperatura de Transição
polímeros. Elas definem, respectivamente, os
Vítrea:
limites de temperatura superior e inferior para
A transição vítrea ocorre em
numerosas aplicações, especialmente no caso
polímeros amorfos (que não têm uma de polímeros semicristalinos.
estrutura molecular regular, diferentemente
dos cristalinos) e semicristalinos e é devida A tabela abaixo apresenta as

a uma redução no movimento de grandes temperaturas de fusão e de transição vítrea

segmentos de cadeias moleculares pela dos polímeros mais comuns. (CIÊNCIA E

diminuição da temperatura. Com o ENGENHARIA DOS MATERIAIS; W.

resfriamento, a transição vítrea CALLISTER, 1945, p. 2000).

corresponde a uma transformação gradual


de um líquido em um material com as
características de uma borracha de uma
borracha e, finalmente, em um sólido
rígido. A temperatura na qual o polímero
experimenta a transição do estado no qual
apresenta características de uma borracha
para o estado rígido é chamada de
temperatura de transição vítrea Tv.

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Tabela 2 - Temperatura de fusão e transição vítrea do polímeros mais comuns


Temperatura de Transição
Material Temperatura de Fusão (°C)
Vítrea (°C)
Polietileno (baixa densidade) -110 115
Politetrafluoretileno -97 327
Polietileno (alta densidade) -90 137
Polipropileno -18 175
Nailon 6,6 57 265
Poliéster (PET) 69 265
Cloreto de Polivinila (PVC) 87 212
Poliestireno 100 240
Policarbonato 150 265

Fonte: CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS; W. CALLISTER, 1945, p. 2000 (Adaptada)

1.1.2.3 Temperatura de Deflexão ao muitas vezes o uso, sob temperatura, dos


Calor (HDT) materiais.

Também chamada de temperatura 1.1.2.5 Temperatura de Fragilização


de distorção ao calor, é a temperatura na
Esse ensaio é mais empregado para
qual o polímero ou compósito cede sob
materiais de baixa temperatura vítrea
calor a uma determinada tensão.
(borrachas, poliofelinas) de uso a baixas
1.1.2.4 Temperatura de Amolecimento temperaturas. Para obter o valor dessa
Vicat temperatura, alguns corpos de prova são
congelados em temperaturas
O aparato para realizar esse ensaio
predeterminadas e submetidas a um
é o mesmo utilizado para o teste HDT,
impacto. Quando for a encontrada a
tendo-se que mudar apenas o suporte e
temperatura na qual 50% dos corpos de
colocar um agulha padronizada na
prova quebram sob esse impacto, tem-se a
extremidade da haste que exerce a tensão.
temperatura de fragilização do polímero
A aplicabilidade desse teste é restrita à
comparação entre polímeros, delimitando

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temperatura na qual ele pode ser


processado sem que ocorra degradação, na
1.1.2.6 Temperatura de não-fluxo
qual tenha maleabilidade ideal
A temperatura de não-fluxo é (plasticidade) para ser moldado.
aquela onde o polímero é Essa temperatura está sempre 50°C
predominantemente viscoso, se estiver da temperatura de não-fluxo (pelo menos).
acima, e altamente viscoelástico, se estiver A temperatura de processamento, portanto,
abaixo. é obtida através de experimentos
laboratoriais e em equipamentos como
1.1.2.7 Temperatura de processamento
extrusora e reômetro capilar.
recomendada
Normalmente, o fornecedor de matéria-
Geralmente, os polímeros não prima indica esse valor como “temperatura
podem ser processados na temperatura de de processamento recomendada” para cada
fusão ou, se amorfos, na temperatura de processo específico (injeção, extrusão,
não-fluxo, pois a tensão de cisalhamento, calandragem, etc.) e esses valores
neste caso, seria muito alta, podendo dependem do polímero. Essa temperatura é
provocar atém mesmo a degradação do conhecida também como sendo a
material. Em função disso, cada material temperatura do fundido ou temperatura no
tem uma temperatura ou faixa de estado de fusão.
Tabela 3 - Temperatura de processo dos polímeros mais comuns

Polímero Temperatura de Processo (°C)


ABS 225
Poliacetal 225
Polimetil-metacrilato (Acrílico/PMMA) 225
Náilon 6,6 280
Policarbonato 300
Polietileno (de alta densidade) 240
Polipropileno 250
Poliestireno 200
PVC Rígido 180

Fonte: PROCESSAMENTO DE TERMOPLÁSTICOS, M. SILVIO, 2005, p. 98 (Adaptada)


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Na tabela a seguir, é possível


comparar os termoplásticos de acordo com
suas demais propriedades:

Tabela 4- Propriedades dos Polímeros

Módulo de Resistência Temperatura de Calor


Termoplástico Young (20º C à Tração Amolecimento Específico
100 s) (GPa) (MPa) (°C) (JKg-1K-1)
Polietileno, PE
(baixa 0,15-0,24 7-17 355 2.250
densidade)
Polietileno, PE
0,55-1,0 20-37 390 2.100
(alta densidade)
Polipropileno,
1,2-1,7 50-70 310 1.900
PP
Politetrafluorest
0,35 17-28 395 1.050
ileno, PTFE
Poliestireno, OS 3,0-3,3 35-68 370 1.350-1.500
Cloreto de
2,4-3,0 40-60 370 -
Polivinilo, PVC

Fonte: ENGENHARIA DOS MATERIAIS; F. ASHBY E H. JONES, 1945, p. 245 (Adaptada)

2 TERMOFORMAGEM c. Moldagem;
d. Esfriamento;
A termoformagem é um modo de
e. Extração.
moldar lâminas dando forma ao contorno
através da utilização de calor e pressão
2.1 Fixação da lâmina:
tanto positivas como a vácuo. As etapas de
processo são: A lâmina deve estar firmemente

a. Fixação da lâmina; sujeita nas molduras do moldado sem que

b. Aquecimento;
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fique de fora da moldura durante o


aquecimento e a moldagem.

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2.2 Aquecimento de aquecimento mais viável para manter


esse controle é o sistema por radiação. A
Uma lâmina seca é aquecida à
temperatura deste pode chegar entre 425°C
temperatura de amolecimento (ou à
a 650°C, na faixa de 3,0 a 4,0 microns de
temperatura de processo recomendada), a
comprimento de onda.
qual se encontra abaixo da temperatura de
Ainda que possam ser alcançadas
fusão. Em seguida, a lâmina é esticada para
uma boa uniformidade e precisão na
cobrir o contorno do molde e logo é
temperatura do aquecedor, a temperatura
refrigerada na temperatura na qual o
da lâmina pode não ser uniforme, dado que
termoplástico passa a ser rígido (acima da
pequenas correntes de ar ocasionadas por
temperatura de transição vítrea, em
janelas ou portas abertas podem alterar
polímeros amorfos ou semicristalinos).
drasticamente a temperatura da lâmina. Por
Existem três formas de aquecer
este motivo, devem ser tomadas
uma lâmina: condução (onde a lâmina é
precauções pertinentes a fim de proteger o
colocada em contato direto com uma fonte
aquecimento de correntes de ar.
de calor, como uma placa quente),
convecção (onde a lâmina é aquecida com
o ar quente) e radiação (onde o principal 2.3 Moldagem:

meio de calefação da lâmina é a emissão A moldagem é a etapa na qual a


de radiação infravermelha, proveniente de lâmina amolecida é forçada a cobrir o
pratos cerâmicos, resistências metálicas ou contorno de um molde. Existem
queimaduras de gás. basicamente três formas de operar:
O controle da temperatura da utilizando o vácuo, utilização de ar positiva
lâmina antes da moldagem é muito e utilização de uma força mecânica.
importante para se obter uma ótima Para este projeto, a forma de
qualidade da termoformagem. O sistema operação de moldagem é através do vácuo.

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2.4 Termoformagem a vácuo vácuo. A placa amolecida por


aquecimento é prensada dentro de
Em conformação a vácuo,
um molde por pressão atmosférica
chapas produzidas por extrusão são
quando é criado um vácuo entre o
modeladas por conformação a
molde e a placa.

Figura 1 - Conformação a Vácuo (ENGENHARIA DOS MATERIAIS; F. ASHBY E H.


JONES, 1945, p. 282)

3 HISTÓRIA DA CONFORMAÇÃO Partindo até meados dos anos 40, a


A VÁCUO Patente No. 2.559.705 foi arquivada no dia
8 de julho de 1947 por G.W. Borkland para
Uma das primeiras patentes de
uma máquina de conformação a vácuo.
máquinas de termoformagem vieram entre
Esta utilizava várias molduras para quadros
os anos de 1930-1950. Uma das primeiras
que continham agulhas ressaltadas para
patentes de moldagem a vácuo (Patente
fixar a lâmina de plástico. Ao posicionar a
No. 2.142.445) foi arquivada no dia 27 de
lâmina de plástico na moldura e força-la
novembro de 1939 por H.E Helwig da
contra uma placa articulada, a lâmina era
Rohm & Hass Corporation, contendo uma
firmemente fixada às agulhas. A lâmina era
máquina que usava a pressão do óleo para
então aquecida em um forno e então
conformar uma lâmina de plástico em um
transferida para um molde para ser
molde.
conformada a vácuo.

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Por volta dos anos de 1950 e 1960,


a tecnologia de conformação a vácuo se
tornou de grande interesse para
empreendedores. Bob Butzko, um
engenheiro experiente, reprojetou os
primeiros modelos desta tecnologia para
traze-los aos padrões industriais.
Pneumática, características mecânicas e
controles de forno foram melhorados.

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4 FUNCIONAMENTO DO diferencial de pressão de 0,7 bar seria de


SISTEMA quase 2½ toneladas.

A moldagem a vácuo é uma


subcategoria de processos de produção por
conformação que usa o diferencial de 4.1 Conceitos e Componentes do
pressão entre o ambiente atmosférico e Sistema

uma parcela de vácuo para garantir força o Um sistema típico para moldagem a
suficiente para conformar uma lâmina de vácuo consiste de um quadro para prender
material termoplástico aquecida sobre a o material, um molde 3D no topo de uma
superfície exposta de um molde. placa ou suporte ligado a um tanque de
Considerando que as lâminas resfriam compensação de vácuo e uma bomba. Há
rapidamente por condução térmica à uma duas variações gerais de sistemas de
temperatura abaixo da temperatura de moldagem a vácuo para lâminas de
deflexão do material, a velocidade da termoplásticos.
conformação inicial é criticamente
importante.
Para criar vácuo dentro de um
sistema de conformação rapidamente, o
volume de ar contido entre o material e o
molde precisa ser rapidamente removido
ao evacuar o ar para dentro de um espaço
vazio (um “tanque de compensação”) que é
conectado à bomba de vácuo. Embora a
diferença máxima de pressão é baixa (ou
seja, nominalmente 10 bar ou 762 mmHg),
a força de aplicação total sobre a área da
superfície material pode ser substancial. A
força de conformação agindo sobre uma
superfície de 60 cm2 de material em um

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O modelo comercial mais comum é


chamado de Sistema de Termoformagem a
Vácuo (VTS – Vacuum Thermoforming
System). Assim como mostrado na figura 1
abaixo, um VTS usa um calor integrado
acima de um molde para aquecer o
material termoplástico que é firmemente
preso entre um quadro. Uma vez que o
material chegou à temperatura de
conformação apropriada – bem acima da
temperatura de deflexão (HDT – Heat
Deflection Temperature), mas dentro da
temperatura de conformação – a lâmina é
abaixada rapidamente sobre um molde 3D.
O vácuo é aplicado ao abrir uma válvula
para evacuar o ar preso entre e o molde
câmara, assim criando uma grande força de

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conformação devido ao diferencial do molde e então resfriado na posição


de pressão. O material é subsequentemente desejada.
esticado e conformado ao redor superfície

Figura 2 - Sistema de Termoformagem a Vácuo (Smith, Andrew G., “The Development of a


Vacuum Forming System for KYDEX and Other Thermoplastic Sheet”, 2017, p. 15)

O outro modelo é chamado de conformação, ele é rapidamente


Sistema de Moldagem a Vácuo (VFS – posicionado sobre o molde. O quadro que
Vacuum Forming System). Um VFS é contém a fina e flexível membrana é então
similar a um VTS, mas, como mostrado na rapidamente abaixado sobre o material,
figura 2, (a) não inclui um aquecedor molde e placa criando uma vedação. O
integrado e (b) usa uma membrana vácuo é aplicado e o diferencial de pressão
flexível, fina e acoplada a um quadro ao do ar fora da membrana agindo sobre a
invés de um material termoplástico para superfície fornece a força necessária para
criar uma vedação para o vácuo. Em um conformar o material sobre a superfície do
VFS, o material é aquecido por uma fonte molde. O material é então resfriado na
externa, como um forno. Uma vez que o posição desejada.
material atinge a temperatura adequada de

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Figura 3 - Sistema de Moldagem a Vácuo (Smith, Andrew G., “The Development of a


Vacuum Forming System for KYDEX and Other Thermoplastic Sheet”, 2017, p. 16)

Em termos de versatilidade e curto, tipicamente usados para maiores volumes


existem vantagens e desvantagens para e/ou produções de grande escala.
cada tipo de sistema de conformação a Pelo fato de o sistema VFS usar
vácuo. A principal vantagem de um VTS é uma membrana para vedação, sua maior
que este possui uma própria fonte vantagem é proporcionar uma grande
integrada de calor. Enquanto sua maior variedade de opções para tamanhos do
desvantagem é que o material material, com tanto que o material cubra
termoplástico deve caber na medida do devidamente o molde e caiba dentro da
quadro porque o sistema depende de um placa. Os materiais podem ser usados de
material de vedação e é, portanto, forma mais rentável. Se apenas uma
normalmente mais caro de usar devido aos pequena parte é necessária, uma chapa
requisitos de tamanho do material. Além inteira não precisará ser consumida já que
do mais, sistemas VTS requerem um membrana de vedação permite o uso
grande tanque de compensação e bombas parcial da chapa do material. Além disso,
de vácuo de maior capacidade de evacuar como não há a necessidade de uma câmara,
todo o conteúdo da câmara, usada para o tanque de compensação e a bomba de
fornecer um vácuo uniforme por toda a vácuo podem ser menores.
placa. Desta forma, sistemas VTS são

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4.2 Parâmetros de controle 4.2.2 Extração

Os parâmetros de controle para a É a parte final no processo da


moldagem a vácuo são: termoformagem. Uma vez que a peça é
suficientemente esfriada para permanecer
a. Nível de vácuo;
dimensionalmente estável (por baixo de
b. O intervalo de tempo em
125°C), ela é removida do molde e
que se aplica a pressão;
moldura. Se a peça tende a ficar agarrada
Os níveis de pressão podem variar no molde, se pode aplicar uma pressão
entre 0 a 250 psi 17,5 kg/cm2) dependendo positiva entre a peça e o molde. Isso
do desenho da peça e a técnica de permitirá que a peça seja removida mais
moldagem utilizada. facilmente. (MANUAL DE
TERMOFORMAGEM, INNOVA, p.7)
Os valores de vácuo estão
normalmente entre 380 e 635 mm de Hg. O Formagem Macho e Fêmea
intervalo de tempo em que é aplicada a (positivo/negativo)
pressão é usualmente dada pela capacidade
A formagem Macho é aquela no
de esfriamento do molde. (MANUAL DE
qual a lâmina é formada sobre a superfície
TERMOFORMAGEM, INNOVA, p.7)
do molde e tem que se extrair no sentido de
4.2.1 Esfriamento cima para ser removida. A formagem
fêmea ocorre quando a lâmina é formada
Este controle é implementado
dentro do molde e tem que ser tirada fora
mediante perda de calor por condução no
do memo para ser extraída.
molde e perda de calor por perda do ar
circulante. A peça se seguirá esfriando até Marcas de molde, chamadas “linhas
a temperatura ambiente logo de ser de esfriamento”, aparecerão na peça
desmoldada. formada em ambas as técnicas. Elas serão
o resultado do contato da lâmina quente
O intervalo de tempo entre a
com o molde em diferentes momentos e
extração e o corte deveria se manter
temperaturas durante a moldagem. Estas
constante para evitar erros dimensionais no
marcas são mais difíceis de eliminar com o
momento do corte.
molde macho. São facilmente minimizadas
através de ajustes nas temperaturas de
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lâmina e molde. Prefere-se a moldagem utiliza para peças nas quais a fase na qual é
macho quando se utilizam lâminas importante a aparência e também onde se
impressas ou decoradas. Pode-se reter requer alto brilho. (MANUAL DE
melhor o detalhe de impressão quando esta TERMOFORMAGEM, INNOVA, p.8)
não toca o molde. A formagem fêmea se

Figure 1 - Moldes macho e fêmea

Fonte: MOLDES DE INJEÇÃO, E. THOMAZI, p.31

4.3 Moldes para Termoformagem Para fazer com que a lâmina


termoplástica tome a forma do molde
É possível usar uma ampla casse de
emprega-se basicamente vácuo ou ar
materiais para moldes de termoformagem.
comprimido. Para o vácuo, o mesmo se
O material mais utilizado para a confecção
cria através de pequenos orifícios
de moldes de alta produção é o alumínio
estrategicamente dispostos no molde de
fundido ou maquinado. Para produções de
maneira a permitir que a lâmina consiga
baixa escala, podem ser usados moldes de
contato perfeito com a superfície do molde.
gesso, madeira, epóxi, poliéster e outros
Os moldes impressos em 3D são
polímeros. Para este tipo de produção, a
naturalmente porosos, não necessitando a
confecção dos moldes podem até ser feitos
furação destes orifícios. O uso de orifícios
de impressão 3D, como mencionado
através do molde é o meio mais comum
anteriormente.
para distribuir a passagem de ar. Estas são

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usadas para extrair ar entre a lâmina  Elevado grau de retardamento ao


quente e o molde e para gerar o vácuo para fogo (material auto-extinguível);
a moldagem.  Os riscos superficiais podem ser
reparados com uma pistola de ar
Para produzir peças com boa
quente;
performance, os moldes devem ter um
 Podem ser dobradas a frio;
ângulo de saída (entre 5° e 7° para moldes
 Fácil processo de termoformagem
macho, e entre 2° e 3° para moldes fêmea.
(vacuum-forming);
Deve haver raios por toda a extremidade
 Excelente maleabilidade;
do molde.

As propriedades mecânicas e
4.4 Material a ser conformado térmicas do PETG são listadas a seguir:

O material termoplástico que


escolhemos para realizar a conformação é
o PETG (Polietileno Tereftalato
modificado por glicol), também chamado
de Copoliéster. As informações técnicas a
respeito desse material, segundo a empresa
fornecedora Central do Acrílico, são
descritas a seguir:

 Excelente transparência;
 Alta resistência ao impacto;
 Excelente resistência química;
 De 15 a 20 vezes mais resistente
que o acrílico (não quebra como o
acrílico);
 Facilmente decorado com filmes de
vinil adesivos ou silk-screen;
 Aprovado para contato com
produtos alimentares (produto atóxico);

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Tabela 5 - Propriedades do PETG

Fonte: Central do Acrílico

4.5 Formação do Vácuo pressão em milímetros de mercúrio


(mmHg) para maximizar o potencial do
Para aplicações de escala industrial,
sistema de conformação. Enquanto um
normalmente usam-se bombas de vácuo.
aspirador de pó tem uma taxa maior de
Porém, para aplicações de menores escalas,
fluxo de ar em pés cúbicos por minuto
é possível usar um aspirador de pó ou
(CFM), o mesmo não pode atingir um
qualquer outro equipamento que seja
nível significante de pressão.
possível gerar vácuo (como compressores
de refrigeradores). Um aspirador de pós Um aspirador de pó usa um
por evacuar o ar rapidamente, mas não ventilador para criar uma área de baixa
consegue atingir um nível significante de pressão na entrada e uma alta pressão no

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exaustor para atingir um efeito de leve e barato de construir. (Smith, Andrew


aspiração. Este efeito na verdade é o ar G., “The Development of a Vacuum
entrando devido à compensação da pressão Forming System for KYDEX and Other
do ar local reagindo com a área de baixa Thermoplastic Sheet”, 2017, p. 24)
pressão formada pela aspirador de pó. Uma
Os motores de aspirador de pó
bomba de vácuo é projetada para suportar
produzem de 101,6 mmHg a 127 mmHg de
altas pressões de vácuo usando um motor
pressão. Aspiradores de pó de maior
de alto torque e uma câmara isolada. Pelo
potência removem o ar mais rapidamente
outro lado, um sistema de conformação a
do que os de menores potências , mas a
vácuo com um aspirador de pó é desejável
pressão de conformação é a mesma para
quando há pouco volume de ar, pois é mais
ambos.

LISTA DE MATERIAIS

Material Especificações Quantidade


Chapa de MDF 70 cm x 50 cm x 1,5 cm 1
Chapa de MDF 60 cm x 40 cm x 1,5 cm 1
Chapa de MDF 60 cm x 5 cm x 1,5 cm 2
Chapa de MDF 40 cm x 5 cm x 1,5 cm 2
Lâmina de PETG 200 cm x 100 cm x 0,05 cm 1
Chapa de aço lisa 90 cm x 70 cm 2
Chapa de aço lisa 90 cm x 53 cm 2
Chapa de aço lisa 46 cm x 33 cm 1
Chapa de aço lisa 45 cm x 13 cm 2
Chapa de aço lisa 33 cm x 13 cm 2

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CONCLUSÃO escala, o que não é a finalidade do nosso


projeto.Como o objetivo do projeto é
A partir do estudo sobre os apenas demonstrar o funcionamento do
diferentes sistemas de conformação a sistema de conformação a vácuo através de
vácuo descrito neste artigo, concluímos um protótipo, não há grande rigor quanto
que o sistema mais apropriado para o nosso ao controle das propriedades térmicas ou
projeto é o VFS. Tal escolha foi definida mecânicas tanto do material a ser
pelo fato de o sistema VFS apresentar conformado quanto do molde. A única
maior redução em custo, desperdício de propriedade do material que será realizado
material e versatilidade com o tamanho do o controle é a temperatura de distorção,
material. Além do mais, o sistema VTS é que para o material escolhido, PETG, é de
comumente usado em produções de larga 157°C.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASHBY, F. M.; JONES, H. R. D. Engenharia de Materiais, v.2: uma introdução a


propriedades, aplicações e projeto. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

SMITH, G. A. The Develepment of a Vacuum Forming System for KYDEX® and


Other Thermoplastic Sheet. East Tenessee State University, 2017.

MANRICH, Silvio. Processamento de Termoplásticos: rosca única, extrução e


matrizes, Injeção e moldes. São Paulo: Artliber Editora, 2005.

CALLISTER, JR. D. WILLIAM. Ciência e Engenharia de Materiais, 5° Edição:


Uma Introdução. Department of Metallurgical Engineering. The University of Utah, 2000.

INNOVA LTD. Manual de Termoformagem. Disponível em:


<http://www.innova.com.br/arquivos/documentos/relatorio/artigo/56785cf7701ed.pdf>.
Acesso em 1 set 2018.

CENTRAL DO ACRÍLICO LTD. PETG. Disponível em:


<https://www.centraldoacrilico.com.br/produtos/petg#propriedades>. Acesso em 20 set 2018.
WIDGET WORKS UNLIMITED. PETG Thermoform Plastic Sheets. Disponível em:
<http://www.widgetworksunlimited.com/1_32_PETG_12x12_Thermoform_Plastic_Pack_p/
vf-12x12-petg-030.htm>. Acesso em 30 nov 2018

FORMECH INTERNATIONAL LTD. A vacuum forming guide. Disponível em:


<https://capla.arizona.edu/forms/shop/fromechvacuumguide.pdf>. Acesso em 23 out 2018.

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