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TJPA

PJe - Processo Judicial Eletrônico

24/02/2023

Número: 0800016-67.2023.8.14.0221
Classe: AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Órgão julgador: Termo Judiciário de Magalhães Barata
Última distribuição : 20/01/2023
Valor da causa: R$ 423.058,00
Assuntos: Dano ao Erário
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARA (AUTOR)
MARLENE DA SILVA BORGES (REU) EWERTON ALMEIDA FERREIRA (ADVOGADO)
MALENA RAFAELA BORGES BARROS (REU) EWERTON ALMEIDA FERREIRA (ADVOGADO)
ROSANGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA JOAO LUIS BRASIL BATISTA ROLIM DE CASTRO
(REU) registrado(a) civilmente como JOAO LUIS BRASIL BATISTA
ROLIM DE CASTRO (ADVOGADO)
AZLE VILLAS BOAS BRAGA (REU) FRANCISCO BRASIL MONTEIRO FILHO (ADVOGADO)
SABATO GIOVANI MEGALE ROSSETTI (ADVOGADO)
A F B DA SILVA COMERCIO E SERVICOS LTDA (REU) ROMULO RODRIGUES BARBOSA (ADVOGADO)
ANTONIO DA COSTA MONTEIRO (INTERESSADO) WALBER MOREIRA DA PAIXÃO registrado(a) civilmente
como WALBER MOREIRA DA PAIXAO (ADVOGADO)
YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS (ADVOGADO)
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARÁ (FISCAL DA
LEI)
Documentos
Id. Data Documento Tipo
85127944 20/01/2023 Petição Inicial Petição Inicial
13:36
85127953 20/01/2023 1 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85127955 20/01/2023 Declarações - Luis Guilherme da Silva Ferreira Documento de Comprovação
13:36
85127967 20/01/2023 2 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85127978 20/01/2023 3 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85128695 20/01/2023 4 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85128702 20/01/2023 5 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85128705 20/01/2023 6 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85136759 20/01/2023 Declarações - Lorena Fabrícia Parte 1 Documento de Comprovação
13:36
85136770 20/01/2023 Declarações - Lorena Fabrícia - Parte 2 Documento de Comprovação
13:36
85136775 20/01/2023 Declarações - Lorena Fabrícia - Parte 3 Documento de Comprovação
13:36
85136780 20/01/2023 Declarações - Lorena Fabrícia - Parte 4 Documento de Comprovação
13:36
85137834 20/01/2023 Declarações - Lorena Fabrícia - Parte 5 Documento de Comprovação
13:36
85137836 20/01/2023 Declarações - Lorena Fabrícia - Parte 6 Documento de Comprovação
13:36
85139188 20/01/2023 7 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85139217 20/01/2023 8 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85141840 20/01/2023 9 IC 000300-166.2022-1-19 Documento de Comprovação
13:36
85141847 20/01/2023 9 IC 000300-166.2022-20-38 Documento de Comprovação
13:36
85141873 20/01/2023 Declarações - Antônio Fagner Batista Da Silva - Documento de Comprovação
13:36 Parte 1
85141878 20/01/2023 Declarações - Antônio Fagner Batista Da Silva - Documento de Comprovação
13:36 Parte 2
85141880 20/01/2023 Declarações - Antônio Fagner Batista Da Silva - Documento de Comprovação
13:36 Parte 3
85143440 20/01/2023 10 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85147927 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 1 Documento de Comprovação
13:36
85147931 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 2 Documento de Comprovação
13:36
85147932 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 3 Documento de Comprovação
13:36
85147937 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 4 Documento de Comprovação
13:36
85149789 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 5 Documento de Comprovação
13:36
85149790 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 6 Documento de Comprovação
13:36
85149796 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 7 Documento de Comprovação
13:36
85149797 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 8 Documento de Comprovação
13:36
85149799 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 9 Documento de Comprovação
13:36
85149802 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 10 Documento de Comprovação
13:36
85149807 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 11 Documento de Comprovação
13:36
85149812 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 12 Documento de Comprovação
13:36
85149830 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 13 Documento de Comprovação
13:36
85149833 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 14 Documento de Comprovação
13:36
85149835 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 15 Documento de Comprovação
13:36
85149837 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 16 Documento de Comprovação
13:36
85150940 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 17 Documento de Comprovação
13:36
85150941 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 18 Documento de Comprovação
13:36
85150943 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 19 Documento de Comprovação
13:36
85150945 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 20 Documento de Comprovação
13:36
85150947 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 21 Documento de Comprovação
13:36
85150949 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 22 Documento de Comprovação
13:36
85150951 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 23 Documento de Comprovação
13:36
85150953 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 24 Documento de Comprovação
13:36
85150956 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 25 Documento de Comprovação
13:36
85150959 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 26 Documento de Comprovação
13:36
85150976 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 27 Documento de Comprovação
13:36
85150979 20/01/2023 Declarações - Jocywladson - Parte 28 Documento de Comprovação
13:36
85150980 20/01/2023 Video - carros Documento de Comprovação
13:36
85150982 20/01/2023 11 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85155978 20/01/2023 Declarações - Lucilene - Parte 1 Documento de Comprovação
13:36
85155981 20/01/2023 Declarações - Lucilene - Parte 2 Documento de Comprovação
13:36
85155983 20/01/2023 Declarações - Lucilene - Parte 3 Documento de Comprovação
13:36
85156711 20/01/2023 Declarações - Lucilene - Parte 4 Documento de Comprovação
13:36
85156716 20/01/2023 Declarações - Lucilene - Parte 5 Documento de Comprovação
13:36
85156718 20/01/2023 12 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85156720 20/01/2023 13 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85156721 20/01/2023 14 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85156722 20/01/2023 15 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85156724 20/01/2023 16 IC 000300-166.2022 Documento de Comprovação
13:36
85156726 20/01/2023 Notas - Sec. Administração Documento de Comprovação
13:36
85156728 20/01/2023 Notas - Sec. Educação Documento de Comprovação
13:36
85156729 20/01/2023 Notas - Sec. Saúde Documento de Comprovação
13:36
85156730 20/01/2023 Notas - Sec. Assistência Social Documento de Comprovação
13:36
85461566 07/02/2023 Decisão Decisão
21:34
86232959 07/02/2023 ACP - Veículos - MB - Marlene - Malena - Despacho
21:34 Rosângela - Azle - 07.02.2023
86232970 07/02/2023 SISBAJUD 0800016-67.2023.8.14.0221 Documento de Comprovação
21:34
86233582 07/02/2023 Documento de Comprovação Documento de Comprovação
21:37
86305083 08/02/2023 Habilitação nos autos Petição
15:14
86330489 09/02/2023 Habilitação nos autos Petição
08:07
86330490 09/02/2023 Procuracao Prefeita Marlene Procuração
08:07
86352390 09/02/2023 Habilitação aos autos Documento de Comprovação
10:43
86352414 09/02/2023 PROCURAcaO ANTONIO DA COSTA MONTEIRO Procuração
10:43
86352418 09/02/2023 Identidade barriga Documento de Identificação
10:43
86352419 09/02/2023 CPF Barriga Documento de Comprovação
10:43
86377756 09/02/2023 PROCURAÇÃO Documento de Comprovação
12:58
86399977 09/02/2023 Habilitação nos autos Petição
16:20
86408786 09/02/2023 Petição ciência da decisão 86232959 Petição
19:34
86467104 10/02/2023 Habilitação nos autos Petição
13:03
86467116 10/02/2023 proc. antonio Procuração
13:03
86508383 11/02/2023 Devolução de Mandado Devolução de Mandado
12:20
86508384 11/02/2023 ACP Devolução de Mandado
12:20
86509743 11/02/2023 Certidão Certidão
12:32
86509744 11/02/2023 ACP Certidão
12:32
86482607 12/02/2023 Habilitação nos autos Petição
11:36
86521355 12/02/2023 procuração Procuração
11:36
86521357 12/02/2023 documento de identificação Antono Documento de Identificação
11:36
86521359 12/02/2023 ato de constituição de EIRELI Documento de Comprovação
11:36
86521361 12/02/2023 ato de alteração da empresa Documento de Comprovação
11:36
86522841 12/02/2023 Ato Ordinatório Ato Ordinatório
12:41
86522842 12/02/2023 Decisão (1) Documento de Comprovação
12:41
86523105 12/02/2023 Despacho Despacho
14:20
86522867 12/02/2023 Ato Ordinatório Ato Ordinatório
14:34
86522870 12/02/2023 Ato Ordinatório Ato Ordinatório
14:41
86810727 16/02/2023 Habilitação nos autos Petição
08:09
86810728 16/02/2023 Procuração Azle Mag Barata. Assinada (1) Procuração
08:09
87002344 19/02/2023 Ato Ordinatório Ato Ordinatório
12:29
87002345 19/02/2023 0800016-67.2023.8.14.022 - recebido via malote Petição
12:29 digital igaçu (1)
87002347 19/02/2023 Ato Ordinatório Ato Ordinatório
12:31
87105804 23/02/2023 Petição Petição
10:12
87105806 23/02/2023 CNH Rosangela Documento de Identificação
10:12
87105807 23/02/2023 Extrato Bradesco Rosangela Documento de Comprovação
10:12
87105808 23/02/2023 Extrato Bradesco Rosangela - Vencimentos Documento de Comprovação
10:12 SEMED Magalhaes Barata
87105811 23/02/2023 Contracheque SEDUC Rosangela - dados conta Documento de Comprovação
10:12 Banpara
87105814 23/02/2023 Substabelecimento sem reserva Substabelecimento
10:12
87105818 23/02/2023 procuração- rosangela Procuração
10:12
87199219 24/02/2023 Termo de Ciência Termo de Ciência
10:16
87205435 24/02/2023 Ato Ordinatório Ato Ordinatório
10:50
Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO TERMO JUDICIÁRIO DE


MAGALHÃES BARATA/PA

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ, por sua Promotora de


Justiça, no uso de suas atribuições constitucionais e legais e em especial às
previstas no art. 129, inciso III, da CF/88, art. 17 da Lei nº 8.429/92, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA

em face de:

MARLENE DA SILVA BORGES, brasileira, casada, nascida em


02/03/1960, inscrita no CPF sob o n.° 128.295.442-34, Chefe do Poder Executivo
Municipal, residente e domiciliada na Travessa Dom Botelho, s/n, Magalhães
Barata/PA, CEP: 68.722-000, podendo também ser citada/intimada na Prefeitura
Municipal de Magalhães Barata situada na Rua Lauro Sodré, Centro, CEP: 68.722-
000;

MALENA RAFAELA BORGES BARROS, brasileira, inscrita no CPF sob o


n.º 008.211.772-14, Secretária Municipal de Finanças, residente na Avenida Doutor
Freitas, nº 1228, Condomínio Torres Dumont, torre Pelicano, apto 805, bairro Pedreira,
Belém/PA, podendo também ser citada na Secretaria Municipal de Finanças, localizada
na Rua Lauro Sodré, Centro, CEP: 68.722-000, Magalhães Barata-PA;

Assinado eletronicamente por: BRENDA CORREA LIMA - 20/01/2023 13:33:38 Num. 85127944 - Pág. 1
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Número do documento: 23012013333862800000080921237
Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

ROSÂNGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA, brasileira,


nascida em 09/05/1966, portadora do RG n.º 1460274 SEGUP/PA, inscrita no CPF
sob o n.º 307.556.382-04, Secretária Municipal de Educação, residente e domiciliada
na Rua Nova II, n.º 45, Bairro Novo, Magalhães Barata/PA, podendo também ser
citada na Secretaria Municipal de Educação;

AZLE VILLAS BOAS BRAGA, brasileiro, nascido em 09/08/1990,


portador do RG n.º 5215342 PC/PA, inscrito no CPF sob o n.º 001.663.682-10,
residente e domiciliado na Av. Cuinarana, s/n, próximo a Secretaria Municipal de
Saúde, Magalhães Barata/PA;

A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, CNPJ/MF n.º


40.077.878/0001-40, com sede na Av. Bernardo Sayão, s/n, centro, Santa Maria do
Pará/PA, CEP n.º 68738-000, representada pelo Sr. ANTÔNIO FAGNER BATISTA
DA SILVA, brasileiro, portador do RG n.º 4375833 SSP-PA, inscrito no CPF/MF sob
o n.º 708.171.462-53, residente e domiciliado na Rua Viana, n.º 134, centro, Santa
Maria do Pará/PA, CEP n.º 68738-000, pelas razões de fato e de direito a seguir
expostas:

1. DOS FATOS

1.1 Da Introdução

O Ministério Público do Estado do Pará, por intermédio da Promotoria de


Justiça de Magalhães Barata, instaurou inquérito civil, cadastrado sob o n.º 000300-
166/2022, para apurar a (i)legalidade da prestação de serviços de locação de
veículos pela empresa A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI à Prefeitura
Municipal de Magalhães Barata e suas Secretarias.

Os motivos que deram ensejo à instauração do referido IC foram as


declarações prestadas pelo então tesoureiro do município, Sr. Luis Guilherme da
Silva Ferreira, na data de 15/09/2022, o qual relatou que no exercício de suas
atribuições, observou o pagamento de várias notas fiscais à empresa A.F.B. SILVA
COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI pelo aluguel de vários veículos, os quais nunca
estiveram no município ou à disposição da Prefeitura e suas Secretarias. Na

Assinado eletronicamente por: BRENDA CORREA LIMA - 20/01/2023 13:33:38 Num. 85127944 - Pág. 2
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Número do documento: 23012013333862800000080921237
Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

ocasião, o Sr. Luis Guilherme apresentou várias notas fiscais, documentos que estão
inclusive disponíveis no Portal da Transparência, que comprovam o pagamento de
altos valores à referida empresa pela suposta locação de veículos à Prefeitura de
Magalhães Barata.

Alguns dias depois, prestou declarações na Promotoria de Justiça de


Magalhães Barata o Sr. Jocywladson Lebre de Maria, o qual já havia sido chefe de
gabinete da Prefeitura Municipal e depois ocupou o cargo de diretor do
departamento da Secretaria Municipal de Administração. O referido senhor relatou
que também estranhou os altos valores recebidos pela empresa A.F.B. SILVA
COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI e que os carros constantes nas notas fiscais não
condizem com a realidade, pois nunca estiveram no município de Magalhães Barata.
Segundo Jocywladson, os carros que são utilizados pela Prefeitura são: uma saveiro
preta, uma doblô à disposição da Secretaria de Educação, um HB20 usado pela
Secretaria de Assistência Social.

Importante pontuar que na Promotoria de Justiça de Magalhães Barata já


existia uma notícia de fato cujo objeto era a má prestação de serviços de transporte
de pacientes que precisam de tratamento fora do domicílio pela Secretaria de
Saúde. Durante as apurações da referida situação, constatou-se que a Secretaria de
Saúde teria contratado uma mini van para transportar os pacientes, o que vinha
gerando inúmeras queixas por parte destes, já que a van passava por volta de 03:00
horas da manhã para buscar os passageiros e retornava no final da tarde. Muitos
eram obrigados a passar várias horas do lado de fora das clínicas ou hospitais, pois
chegavam demasiadamente cedo, e não havia outros carros para buscar ou levar os
pacientes em diferentes horários.

Nessa notícia de fato, foi feita a oitiva do representante legal da empresa


A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, o qual confirmou que somente a
mini van era alugada à Secretaria de Saúde de Magalhães Barata e que nunca havia
sido solicitado qualquer outro tipo de veículo.

Assinado eletronicamente por: BRENDA CORREA LIMA - 20/01/2023 13:33:38 Num. 85127944 - Pág. 3
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Número do documento: 23012013333862800000080921237
Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

No entanto, conforme será adiante demonstrado, nas notas fiscais da


Secretaria de Saúde, sempre são pagos valores correspondentes a diversos
veículos além da mini van.

Somente após atuação do Ministério Público, no mês de janeiro de 2022,


é que a Secretaria de Saúde passou a disponibilizar uma van.

Outro fator que comprova que a locação dos carros não ocorre na
quantidade do que é pago, diz respeito à situação da Secretaria de Assistência
Social. Durante todo o primeiro semestre, o Ministério Público recebeu reclamações
do Conselho Tutelar por não terem um carro à disposição do órgão. O veículo que
foi recebido do Governo Federal e que deveria ficar como uso exclusivo do Conselho
Tutelar teria apresentado problemas mecânicos no início de 2022 e nunca houve
sua substituição ou colocação de outro carro para servir ao Conselho Tutelar. Assim,
um único carro atendia a Secretaria de Assistência Social, CRAS, CREAS e
Conselho Tutelar. Somente em agosto, após interferência do Ministério Público, é
que foi alugado um carro exclusivo ao Conselho.

No dia 07.12.2022 compareceu na Promotoria de Justiça de Magalhães


Barata um grupo de professoras questionando algumas situações acerca do
FUNDEB e uma delas, a Professora Lucilene do Socorro Silva dos Santos,
confirmou que a Secretaria de Educação tem à sua disposição apenas os veículos
saveiro preta e uma doblô. De acordo com os esclarecimentos prestados pela
professora, nunca houve aluguel de caminhão frigorífico ou de outros veículos, tal
qual consta nas diversas notas fiscais de valores pagos à empresa A.F.B. SILVA
COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI.

No decorrer das investigações foram feitas fotos - em horário em que o


expediente já havia sido encerrado nos órgãos públicos municipais - dos pátios das
Secretarias onde deveriam ficar os carros e máquinas utilizados. Foi também feito
vídeo do pátio da Prefeitura no período da noite. E o que se pode constatar é que a
quantidade de carros é ínfima diante dos valores pagos e do quantitativo indicado
nas notas fiscais de pagamento à empresa requerida.

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Sendo assim, no inquérito civil averiguou-se, portanto, que a Prefeitura


conta com os seguintes carros realmente alugados e à sua disposição: 1 saveiro
preta, um único carro HB20 para atender a Secretaria de Assistência Social que
serve também ao CRAS, CREAS e até agosto também ao Conselho Tutelar.
Somente a partir de agosto foi alugado um carro exclusivo para o Conselho
Tutelar. A Secretaria de Saúde utiliza uma van e um carro pertencente ao senhor de
prenome “Ferdinando”, da Vila de Cafezal, conforme declarações prestadas pelo ex-
Secretário Municipal de Saúde Adnan Monteiro de Souza, em 08.11.2022. A
Secretaria de Educação utiliza uma doblô, apenas. E esporadicamente é alugado
um ônibus para a Secretaria de Agricultura transportar os gêneros da agricultura
familiar.

Todavia, nas notas fiscais disponíveis no Portal da Transparência é


possível detectar uma quantidade muito maior de carros que estariam alugados ou
deveriam estar à disposição da Prefeitura Municipal e de suas Secretarias. Desse
modo, para facilitar a visualização do narrado, consta abaixo uma tabela contendo
informações extraídas do Portal da Transparência cujos itens grifados na cor laranja
representam os dados referentes aos veículos que não eram, de fato, utilizados ou
postos à disposição da Administração Municipal. Observe:

SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO


JANEIRO 2022
Notas fiscais sem detalhamento no total de R$ 9.654,00

FEVEREIRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 8.100,00
Tipo Ônibus
Rodoviário Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 2,00 Mês R$ 8.800,00
Leve Tipo Hatch 70
Cv Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 2,00 Mês R$ 9.000,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 1,00 Mês R$ 6.700,00
Tipo Pick-Up 110 Cv

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02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 32.600,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇOS: R$ 24.500,00

MARÇO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 1,00 Mês R$ 8.100,00
Tipo Ônibus
Rodoviário Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 3,00 Mês R$ 13.200,00
Leve Tipo Hatch 70
Cv Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 1,00 Mês R$ 6.700,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 28.000,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 19.900,00

ABRIL 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 8.100,00
Tipo Ônibus
Rodoviário Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.400,00
Leve Tipo Hatch 70
Cv Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 6.700,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 23.700,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 15.600,00

MAIO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 8.100,00
Tipo Ônibus

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Rodoviário Srp, Sem


Motorista
Locação de Veículo 4,00 Mês R$ 17.600,00
Leve Tipo Hatch 70
Cv Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 6.700,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 36.900,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 28.800,00

JUNHO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 8.100,00
Tipo Ônibus
Rodoviário Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 6,00 Dia R$ 2.394,00
Tipo Ônibus Urbano
Srp, Sem Motorista
Locação De Veículo 1,00 Mês R$ 4.400,00
Leve Tipo Hatch 70
Cv Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 10,00 Dia R$ 2.400,00
Leve Tipo Hatch Srp,
Sem Motorista
Locação De Veículo 1,00 Mês R$ 4.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 10,00 Dia R$ 2.090,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 2,00 Mês R$ 13.400,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 37.284,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 26.790,00

JULHO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 8.100,00

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Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

Tipo Ônibus
Rodoviário Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.400,00
Leve Tipo Hatch 70
Cv Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 2,00 Mês R$ 9.000,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 6.700,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 8.290,00
Tipo Pick-Up 135 Cv
Cabine Dupla Srp,
Sem Motorista
TOTAL PAGO: R$ 36.490,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 28.390,00

AGOSTO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 12,00 Dia R$ 4.788,00
Tipo Ônibus
Urbano Srp, Sem
Motorista
Nota fiscal sem detalhamento no valor de R$ 35.510,00
TOTAL PAGO: R$ 40.298,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 35.510,00

SETEMBRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 8.100,00
Tipo Ônibus
Rodoviário Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 12,00 Dia R$ 2.640,00
Sedan Pequeno Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 3,00 Mês R$ 24.870,00
Tipo Pick-Up 135 Cv
Cabine Dupla Srp,
Sem Motorista
Veiculo Tipo Utilitário 2,00 Mês R$ 11.340,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista

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Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

TOTAL PAGO: R$ 46.950,00


TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 38.850,00

OUTUBRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 12,00 Dia R$ 2.508,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 2,00 Mês R$ 16.580,00
Tipo Pick-Up 135 Cv
Cabine Dupla Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 2,00 Dia R$ 640,00
Tipo Pick-Up Duas
Portas Srp, Sem
Motorista
Veiculo Tipo Utilitário 2,00 Mês R$ 11.340,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 31.068,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 31.068,00

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


FEVEREIRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 7.100,00
Tipo Furgão
Potencia De 175
Cv,Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 5,00 Dia R$ 1.995,00
Tipo Ônibus Urbano
Srp, Sem Motorista
TOTAL PAGO: R$ 13.595,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 11.600,00

MARÇO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 1,00 Mês R$ 5.670,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 7.100,00
Tipo Furgão

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Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

Potencia De 175
Cv,Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 7,00 Dia R$ 2.093,00
Tipo Furgão
Srp, Sem Motorista
TOTAL PAGO: R$ 19.363,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 13.693,00

ABRIL 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 1,00 Mês R$ 5.670,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.400,00
Leve Tipo Hatch 70
Cv Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 10.070,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 4.400,00

MAIO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 1,00 Mês R$ 5.670,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 10.170,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 4.500,00

JUNHO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 1,00 Mês R$ 7.100,00
Tipo Furgão
Potencia De 175
Cv,Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 1,00 Mês R$ 4.400,00
Leve Tipo Hatch 70
Cv Srp, Sem
Motorista

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Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

TOTAL PAGO: R$ 11.500,000


TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 11.500,00

JULHO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 13.800,00
Tipo Furgão
Frigorífico Bau
Refrigerado Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 5,00 Dia R$ 1.200,00
Leve Tipo Hatch Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 19.500,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 19.500,00

AGOSTO 2022
Nota fiscal sem detalhamento no total de R$ 13.300,00.

SETEMBRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 1,00 Mês R$ 4.400,00
Leve Tipo Hatch 70
Cv Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 5,00 Dia R$ 1.100,00
Sedan Pequeno Srp,
Sem Motorista
Locação De Veículo 10,00 Dia R$ 2.090,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 5,00 Dia R$ 1.995,00
Tipo Ônibus Urbano
Srp, Sem Motorista
TOTAL PAGO: R$ 9.585,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 7.590,00

OUTUBRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 7.100,00
Tipo Furgão
Potencia De 175
Cv,Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 4,00 Dia R$ 960,00
Leve Tipo Hatch Srp,

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Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

Sem Motorista
Locação de Veículo 4,00 Dia R$ 880,00
Sedan Pequeno Srp,
Sem Motorista
TOTAL PAGO: R$ 8.940,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 8.940,00

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE


FEVEREIRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Nota sem detalhamento. Valor total: R$ 23.640,00

MARÇO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Van 20 1,00 Mês R$ 12.480,00
(Vinte) Passageiros
Srp, Sem Motorista
Locação De Veículo 3,00 Mês R$ 13.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 25.980,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 13.500,00

ABRIL 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Van 20 1,00 Mês R$ 12.480,00
(Vinte) Passageiros
Srp, Sem Motorista
Locação de Veículo 10,00 Dia R$ 2.400,00
Leve Tipo Hatch Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 11,00 Dia R$ 2.420,00
Sedan Pequeno Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 17,00 Dia R$ 3.553,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 20.853,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 8.373,00

MAIO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 2,00 Mês R$ 11.340,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 2,00 Mês R$ 13.400,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine

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Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

Dupla Srp, Sem


Motorista
TOTAL PAGO: R$ 24.740,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 13.400,00

JUNHO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 1,00 Mês R$ 5.670,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 6.700,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 3,00 Dia R$ 960,00
Tipo Pick-Up Duas
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 13.330,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 7.660,00

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL


AGOSTO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 5,00 Dia R$ 1.200,00
Leve Tipo Hatch
Srp, Sem Motorista
Locação De Veículo 1,00 Mês R$ 4.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 5.700,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 1.200,00

SETEMBRO/2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$ 4.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 4.500,00

OUTUBRO/2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 5,00 Dia R$ 1.200,00
Leve Tipo Hatch Srp,

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Promotoria de Justiça de Magalhães Barata

Sem Motorista
Locação De Veículo 10,00 Dia R$ 2.200,00
Sedan Pequeno Srp,
Sem Motorista
Locação De Veículo 2,00 Dia R$ 418,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 3.818,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 1.200,00

É possível observar uma constância no quantitativo dos carros “alugados”


em cada secretaria, havendo variações pontuais. No mês de agosto as notas
encontradas no Portal da Transparência já estão sem o detalhamento de cada
veículo alugado, mas a proximidade dos valores pagos indica que se trata da mesma
quantidade.

O sistema REI do TCM aponta o recebimento dos seguintes valores mês


a mês desde dezembro de 2021:

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Em relação à empresa A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, é


importante observar que ela foi constituída em 10.12.2020 e sua localização é no
município de Santa Maria do Pará, com capital social de R$ 400.000,00
(Quatrocentos mil reais) e sua principal atividade é comércio varejista de materiais
de construção em geral. Mas teria como atividades secundárias a construção de
edifícios, rodovias e ferrovias, obras de urbanização - ruas, praças e calçadas, obras
de terraplenagem, instalação e manutenção elétrica, instalações hidráulicas,
sanitárias e de gás, instalação e manutenção de sistemas centrais de ar
condicionado, de ventilação e refrigeração, comércio atacadista de produtos
alimentícios em geral, comércio atacadista de artigos de escritório e de papelaria,
comércio atacadista de produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar,
comércio atacadista de materiais de construção em geral, comércio varejista de
produtos alimentícios em geral ou especializado em produtos alimentícios não
especificados anteriormente, comércio varejista especializado de equipamentos e
suprimentos de informática, comércio varejista especializado de eletrodomésticos e
equipamentos de áudio e vídeo, comércio varejista de outros artigos de uso pessoal
e doméstico não especificados anteriormente, comércio varejista de artigos de
papelaria, comércio varejista de produtos saneantes domissanitários, comércio
varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos, comércio varejista de armas e
munições, locação de automóveis sem condutor, locação de outros meios de
transporte não especificados anteriormente, sem condutor, aluguel de máquinas e
equipamentos agrícolas sem operador, aluguel de máquinas e equipamentos para
construção sem operador, exceto andaimes, aluguel de outras máquinas e
equipamentos comerciais e industriais não especificados anteriormente, sem
operador, serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas.

Note-se que são listadas mais de 26 (vinte e seis) atividades, das mais
diversas, algumas até incompatíveis entre si, como, por exemplo, gêneros
alimentícios e material pirotécnico. Essa amplíssima diversidade de ramos e objeto
empresarial é um forte indicativo de que a empresa em questão atua de forma
fraudulenta e sem aparato para realmente prestar os serviços contratados.

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Fotos da empresa em Santa Maria do Pará mostram que esta possui um


pequeno espaço em sua lateral onde ficam alguns veículos. O espaço é visivelmente
incompatível para comportar toda a quantidade de automóveis que ela
supostamente teria a sua disposição para prestar serviços de aluguel. Observe:

Ademais, embora constituída em dezembro de 2020, a referida empresa


só teve contratos com Prefeituras Municipais do Estado do Pará no ano de 2021
com valores de pequena relevância, exceto em Magalhães Barata. O sistema REI do

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TCM indica que no mês de fevereiro de 2021, em Santa Maria do Pará, a requerida
forneceu materiais de construção no valor total de R$ 16.799,00 (Dezesseis mil
setecentos e noventa e nove reais). Em novembro e dezembro a requerida forneceu
material de construção à Prefeitura de Inhangapi, num valor total para os dois
meses de R$ 15.096,00.

Ainda no exercício de 2021, em Magalhães Barata – único município em


que a empresa foi contratada para locação de veículos - só no mês de dezembro
recebeu R$ 38.407,00 (Trinta e oito mil quatrocentos e sete reais).

Já no ano de 2022, até o momento da propositura da ação, A.F.B. SILVA


COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI também alugou veículos para a Prefeitura de São
Francisco do Pará nos meses de julho e agosto, recebendo por cada um desses
meses R$ 8.800,00 (Oito mil e oitocentos reais), perfazendo um total de R$
17.600,00 (Dezessete mil e seiscentos reais).

Ressalte-se que os municípios acima citados são todos de porte bem


maior do que Magalhães Barata. Inhangapi, por exemplo, tem mais de 12.000
habitantes, Santa Maria do Pará 24.995 habitantes e São Francisco do Pará, por sua
vez, tem população de 15.978. Já Magalhães Barata apresenta uma população de
8.598 habitantes.

Ainda assim, mesmo sendo um município pequeno, com uma população


bem menor do que os demais que firmaram contrato com a empresa requerida,
Magalhães Barata, até o mês de outubro, já pagou à A.F.B. SILVA COMÉRCIO E
SERVIÇOS EIRELI R$ 566.028,00! Essa situação traz forte prova de que os valores
pagos pela Prefeitura Municipal à empresa estão superfaturados e fora da realidade
e necessidade do município.

Vale enfatizar também que o contrato da requerida se encerra no dia


31.12.2022, então, certamente, mais valores foram pagos nos meses de novembro e
de dezembro – mas até o momento da propositura da presente ação as notas fiscais
dos meses de novembro e dezembro ainda não estavam disponíveis no site do

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Portal de Transparência do município - sem que se tenha uma verdadeira prestação


do serviço, causando mais prejuízos e dilapidação dos cofres públicos.

Ante os fatos narrados, os demandados estão incursos na prática de ato


de improbidade administrativa tipificados no artigo 10, caput, da Lei nº 8.429/92 (Lei
de Improbidade Administrativa), já com as alterações promovidas pela Lei nº
14.230/2021.

2. DO DIREITO

2.1 Da Probidade Administrativa

A primeira norma que prevê a inclusão dos atos atentatórios aos


princípios constitucionais entre os atos de improbidade encontra-se insculpida no
artigo 37 da Constituição Federal, in verbis:

Art. 37 – A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
§ 4º – Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao Erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

Regulamentando tais dispositivos constitucionais, temos a Lei Federal n.º


8.429/92, que, dentre outras matérias, estabelece as infrações contra a probidade
administrativa e relaciona as respectivas sanções a serem aplicadas quando de sua
prática por qualquer agente público que delas se beneficie. Vejamos:

Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade


administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício
de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio
público e social, nos termos desta Lei.
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas
dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10° e 11° desta Lei, ressalvados tipos
previstos em leis especiais.
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o
resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10° e 11° desta Lei, não
bastando a voluntariedade do agente (grifo nosso).

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Inclusive, em seu art. 2º, a Lei nº 8.429/1992, define quem será


considerado agente público, aduzindo que será o agente político, o servidor público
e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º
desta Lei.

Nesse conceito, encontram-se inseridos os requeridos Marlene da


Silva Borges, Chefe do Poder Executivo Municipal, Malena Rafaela Borges
Barros, Secretária de Finanças de Magalhães Barata, Rosângela do Socorro
Nascimento da Silva, ex-Secretária Municipal de Educação, Azle Villas Boas
Braga, ex-Secretário Municipal de Saúde.

No artigo 3º, a Lei 8429/1992 traz a seguinte inteligência:

Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a
prática do ato de improbidade.

De acordo com o dispositivo legal acima, enquadra-se aqui a conduta da


requerida A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI.

2.2 Dos Atos de Improbidade que Causam Lesão ao Erário e Individualização


dos Atos de Improbidade Administrativa.

A Lei n.º 8.429/92, com as alterações promovidas pela Lei n.º


14.230/2021, reconhece três tipos de atos ímprobos na administração, a saber:

a) atos que importam em enriquecimento ilícito (artigo 9º);


b) atos que causam prejuízo ao erário (artigo 10); e
c) atos que atentam contra os princípios da administração pública (artigo
11).

A segunda classe dos atos de improbidade administrativa contempla os


atos que causam prejuízo ao erário (artigo 10 da Lei n.º 8.429/92):

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e
comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

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ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta


Lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação
ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de
verbas ou de valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
referidas no art. 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou
valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º
desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares
aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante
do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou
ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para
celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva; (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou
regulamento;
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no
que diz respeito à conservação do patrimônio público; (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021)
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes
ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça
ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar
as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia
dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na
lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao
patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas
ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades
privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído
pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

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XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na
análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração
pública com entidades privadas; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
2021)
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei
nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário
ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116,
de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

O artigo 10 enumera as diferentes hipóteses de atos de improbidade que


causam lesão ao erário, tratando-se de rol exemplificativo. Como se sabe, o dano ao
erário nada mais é do que um tipo de prejuízo causado à Fazenda Pública, por ação
ou omissão do agente público. Isto é, consiste em desfalques que agentes públicos
e/ou particulares causam aos recursos financeiros, os quais seriam utilizados em
prol da coletividade.

Com base no evento narrado, tem-se que os requeridos (Chefe do


Executivo Municipal, Secretários Municipais e a Pessoa Jurídica de direito privado)
realizaram comportamentos ilícitos, causando grave prejuízo ao erário público,
amoldando-se à conduta ilícita descrita no caput do art 10, da Lei de Improbidade
Administrativa.

Nesse sentido, amplamente demonstrado que a ré Malena Rafaela


Borges Barros é quem detém o domínio dos atos administrativos, sendo a pessoa
que determina quais serão os gastos públicos municipais, determina o que será
licitado, envia as ordens de pagamentos e as autoriza. Segundo o depoimento
prestado por Luis Guilherme da Silva Ferreira, é Malena Rafaela Borges Barros a
pessoa diretamente responsável pelas contratações de empresas e ordens de
pagamento. Restou demonstrado por todas as declarações das pessoas ouvidas na
Promotoria de Justiça a postura de ameaçar, pressionar e, muitas vezes, humilhar

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os funcionários da Prefeitura, onde todos trabalham com forte medo de sofrer


retaliação por parte de Malena Rafaela Borges Barros.

A requerida Marlene da Silva Borges, por sua vez, em que pese não ser
a pessoa que determina as contratações e ordena os pagamentos, é quem assina os
contratos firmados e tem total conhecimento de tudo o que ocorre, inclusive é
sabedora de que os carros constantes nas notas fiscais juntadas à presente ação,
nunca estiveram à disposição do município, bem como nunca prestaram o serviço
contratado, sendo conivente com as ilegalidades.

Todos as pessoas ouvidas pela Promotoria de Justiça foram firmes ao


relatar o assédio moral praticado pela Chefe do Executivo, ora requerida, bem como
as ameaças de retaliação que sofreram durante o período em que trabalharam na
Prefeitura. Cabe ressaltar que todos aqueles que passaram a apresentar uma
postura de questionar as visíveis incoerências entre as notas fiscais, valores pagos e
aquilo que efetivamente estava sendo entregue ou prestado ao município, sofreram
ameaças e, após procurarem o Ministério Público, foram demitidos. Assim, o Sr. Luis
Guilherme da Silva Ferreira, a Sra. Lorena Fabricia Monteiro Ferreira e o Sr.
Jocywladson Lebre de Maria foram distratados. Veja:

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Decretos de exoneração:

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Assim, ambas, MARLENE DA SILVA BORGES e MALENA RAFAELA


BORGES BARROS agiram ativamente no sentido de contratar a requerida
A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI e de forma livre e consciente
autorizaram pagamentos de valores vultosos que foram efetivamente
realizados à empresa, sendo plenas conhecedoras de que o serviço contratado
não estava sendo prestado em sua integralidade e mais: que a maioria dos
carros que constam nas notas fiscais presentes no Portal da Transparência
NUNCA estiveram no município de Magalhães Barata.

Em relação ao requerido Azle Villas Boas Braga, este foi secretário


de saúde no período de 1º/01/2021 a 30/09/2022. Por várias vezes durante esse
período foi acionado pelo Ministério Público com reclamações acerca da
ineficiência do transporte de pacientes pela Secretaria de Saúde, em ofício n.º
062/2022-SMS-MB reconheceu que havia UMA mini van realizando tal serviço,
todavia, ao se consultar os valores pagos à A.F.B. SILVA COMÉRCIO E
SERVIÇOS EIRELI, bem como ao se consultar as notas fiscais do período,
observa-se que aparecem vários veículos que supostamente estariam à
disposição da Secretaria de Saúde.

Assim, a municipalidade pagava por vários carros à empresa demandada,


enquanto que os pacientes (renais crônicos que precisam de hemodiálise, crianças
autistas e com outras deficiências que buscavam consultas e tratamento terapêutico,
pessoas que necessitavam de fisioterapia, dentre as mais diversas mazelas
humanas) padeciam sendo transportadas pela van, tendo que passar madrugadas e
dias inteiros esperando pelo transporte ineficiente e insuficiente.

Há de se enfatizar que Azle Villas Boas Braga era conhecedor dessa


realidade, era o ordenador de despesas do período, o contrato foi por ele
assinado, e os pagamentos eram feitos com seu tolken, conforme foi
esclarecido no depoimento da Sra. Lorena Fabricia Monteiro Ferreira. Portanto,
não restam dúvidas acerca de seu dolo, sua vontade livre e consciente de
efetuar o pagamento de valores altíssimos à empresa demandada por serviços
que não existiam.

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No que diz respeito à conduta da requerida Rosângela do Socorro


Nascimento da Silva, esta foi Secretária de Educação desde 03/05/2021 até o final
de dezembro de 2022, tendo em vista a informação pública da mudança de
Secretário no início do corrente ano, apesar de ainda não ter sido disponibilizado no
portal da Prefeitura Municipal o decreto de exoneração e nomeação do Sr. Aedson.
Ao analisar as notas fiscais e valores pagos com a verba do Fundo Municipal da
Educação é gritante o disparate entre a quantidade de veículos constantes nas notas
e os que de fato são usados pela Secretaria de Educação.

Durante as investigações ficou demonstrado que os carros utilizados pela


Secretaria de Educação são uma doblô e uma saveiro. Conforme as declarações da
professora Lucilene do Socorro Silva dos Santos nunca houve qualquer caminhão
frigorífico à disposição da SEMEC, além disso, o transporte escolar é feito pelos
ônibus escolares do município e que aparecem nas imagens juntadas aos autos,
tendo uma empresa especificamente contratada também para a prestação de tal
serviço.

Ora, a ré Rosângela do Socorro Nascimento da Silva é ordenadora de


despesas, é ela quem autoriza os pagamentos, que detém seu token e que bem
sabe quais os carros que estão sendo colocados à disposição da sua secretaria. Ao
autorizar o pagamento de valores em muito superiores àquilo que efetivamente está
sendo ofertado ou prestado, age de forma livre e consciente a causar lesão ao erário
público municipal.

A requerida A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, por sua vez,


também agiu de forma livre e consciente uma vez que coaduna com a conduta
criminosa de receber valores muito acima dos serviços que efetivamente presta. Ou
seja, recebe os valores constantes nas notas fiscais, mas não coloca todos os
veículos nelas descritos a serviço do ente municipal.

O art. 10 da Lei n.º 8429/92 define como atos de improbidade


administrativa que causem lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que
enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial.

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Pois bem, não restam dúvidas de que os atos praticados pelos requeridos
de forma livre e consciente trouxeram comprovadamente perdas patrimoniais ao
município de Magalhães Barata. As notas fiscais constantes no Portal da
Transparência e juntadas a presente ação são prova cabal dos altos valores pagos
com verbas públicas pelos gestores municipais à pessoa jurídica de direito privado,
ora requerida, por serviços que não foram prestados, conforme também ficou
cabalmente comprovado pelos depoimentos das pessoas ouvidas no curso do
inquérito civil, bem como por fotos e vídeos dos prédios públicos.

Portanto, os valores saqueados dos cofres públicos poderiam ter sido


revertidos em benefício da população de Magalhães Barata que já é
demasiadamente castigada pela ausência de serviços públicos de qualidade,
contudo, tais valores nunca foram utilizados para a melhoria dos serviços, mas
apenas para os interesses torpes dos requeridos.

2.3 Do Dolo Específico na Conduta dos Requeridos

Antes da Lei nº 14.230/2021, a jurisprudência do STJ afirmava que o dolo


genérico era suficiente para a configuração da conduta ímproba:

A configuração do ato de improbidade por ofensa a princípio da


administração depende da demonstração do chamado dolo genérico ou lato
sensu. STJ. 2ª Turma. REsp 1383649/SE, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 05/09/2013.
[...]
Ressalte-se que não se exige dolo específico (elemento subjetivo
específico) para sua tipificação. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp
307583/RN, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 18/06/2013.

Contudo, esse entendimento foi, aparentemente, superado pelo novo § 2º


do art. 1º, da LIA, que diz:

Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade


administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício
de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio
público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.320,
de 2021).
[...]

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§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado


ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a
voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230/2021)

Assim, aparentemente, com a mudança operada pela Lei nº 14.230/2021,


exige-se dolo + elemento subjetivo especial (“dolo específico”) para configurar a
conduta ímproba.

Reforça essa conclusão a previsão do § 3º do mesmo artigo:

§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas,


sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade
por ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230/2021)

Sobre o dolo específico na lei de improbidade administrativa:

O dolo específico, especialmente para os fins de caracterização de ato


de improbidade, é o ato eivado de má fé. O erro grosseiro, a falta de zelo
com a coisa pública, a negligência, podem até ser punidos em outra esfera,
de modo que não ficarão necessariamente impunes, mas não mais
caracterizarão atos de improbidade (GAJARDONI, Fernando da Fonseca;
CRUZ, Luana Pedrosa de Figueiredo, GOMES JUNIOR, Luiz Manoel;
FAVRETO, Rogério. Comentários à Nova Lei de Improbidade
Administrativa. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2021).

O dolo do agente para toda e qualquer conduta tipificada na lei de


Improbidade Administrativa passa a ser específico: consciência + vontade
+ finalidade de obter proveito ou benefício indevido para si ou para
outra pessoa ou entidade (GUIMARÃES, Rafael. A Nova Lei de
Improbidade Administrativa Comentada. Leme: Imperium, 2022).

TJMT - 0001929-33.2011.8.11.0024. “[...] 1. A Lei n° 14.230/2021, alterou


diversos dispositivos da Lei n° 8.429/92, passando a exigir o dolo
específico para a configuração dos atos de improbidade
administrativa, além de modificar critérios de dosimetria da pena e
aspectos processuais. (N.U 0001929-33.2011.8.11.0024, CÂMARAS
ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PÚBLICO, GILBERTO LOPES BUSSIKI,
Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo, Julgado em 08/03/2022,
Publicado no DJE 16/03/2022).

[...] 5. A Lei n. 14.230/2021, ao alterar a redação do art. 10 da Lei n.


8.429/92, revogou a modalidade culposa da conduta improba que
causa prejuízo ao erário, de modo que, atualmente, faz-se necessária
a demonstração de dolo específico do agente, este definido como a
vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado

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(art. 1, § 2º). . (TJGO. 3ª Câmara Cível. DESEMBARGADOR ITAMAR DE


LIMA Publicado em 25/04/2022).

Diante dos fatos narrados, resta latente que os requeridos agiram


com nítida má-fé, com consciência, vontade e com a finalidade de lesar o
erário público quando praticaram atos de efetuar pagamentos de valores
vultosos à empresa A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, sendo de
conhecimento que a quantidade de carros descrita nas notas fiscais não era
a quantidade que de fato era colocada a serviço do município. A requerida
A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, por sua vez, também tinha
pleno conhecimento de que não estava colocando à disposição da Prefeitura
todos os veículos descritos nas notas fiscais e, ainda assim, recebia os
valores pagos. Tudo isso de forma livre e consciente.

Comprovada está, portanto, a presença do dolo específico na conduta


dos requeridos, bem como o prejuízo comprovado e efetivo aos cofres públicos, já
que os documentos juntados aos autos e demais provas colhidas fazem cabal
comprovação de que os valores saíram dos cofres públicos, mas não foram
prestados os serviços da maneira como consta nas notas fiscais, situação que
recai nas amarras da Lei de Improbidade.

Resta cristalino, portanto, que não se está aqui falando de ato negligente
ou descuidado, ou ainda de ato impensado, mas sim de agentes públicos que
agem em flagrante má-fé, os quais – aliados a uma empresa, ora também
requerida -, praticaram atos desonestos, com vontade e consciência do que
estavam fazendo e, com isso, trouxeram um prejuízo de mais de R$ 423.058,00
(Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais) ao erário público.

3. DAS SANÇÕES COMINADAS

Por óbvio, os requeridos haverão de se sujeitar às respectivas penas,


dispostas na própria Lei nº 8.429/1992, precisamente em seu artigo 12, inciso III:

Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial,


se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e

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administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo


ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do
fato:
[...]
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de
multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o
poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos;

3.1 Do Dano Moral Coletivo

A Constituição Federal no artigo 5º, incisos V e X, assegura o direito de


resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem, bem como dispõe que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação.

Nesse sentido, no plano semântico, pode-se afirmar que “o dano moral


coletivo caracteriza-se como a injusta lesão da esfera moral de uma dada
comunidade, ou seja, é a violação antijurídica de um determinado círculo de valores
coletivos. Assim, quando se fala em dano moral coletivo, está-se fazendo menção ao
fato de que o patrimônio valorativo de uma certa comunidade (maior ou menor),
idealmente considerado, foi agredido de maneira absolutamente injustificável do
ponto de vista jurídico: quer isso dizer, em última instância, que se feriu a própria
cultura, em seu aspecto imaterial1”.

Acrescenta-se, nessa seara, que o a Terceira Turma do Superior Tribunal


de Justiça - STJ, no julgamento do REsp n.º 1.502.967 – RS (2014/0303402-4)
considerou que, apesar de dispensar a demonstração de prejuízos concretos ou de
efetivo abalo moral, o dano moral coletivo somente é configurado nas hipóteses
em que há lesão injusta e intolerável de valores fundamentais da sociedade,
não bastando a mera infringência a disposições de lei ou contrato (grifei).

1 BITTAR FILHO, Carlos Alberto. Do dano moral coletivo no atual contexto jurídico brasileiro.
Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, n. 12, p. 44-62, out./dez. 1994.

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Ainda, a Ministra Relatora, Nancy Andrighi, destacou que a condenação


em danos morais coletivos visa ressarcir, punir e inibir a injusta e inaceitável lesão
aos valores primordiais de uma coletividade, sendo que tal dano ocorre quando a
conduta agride, de modo totalmente injusto e intolerável, o ordenamento jurídico e os
valores éticos fundamentais da sociedade em si considerada, a provocar repulsa e
indignação na consciência coletiva.

Outrossim, a Ministra referiu que a integridade psicofísica da coletividade


vincula-se a seus valores fundamentais, que refletem, no horizonte social, o largo
alcance da dignidade de seus membros e o padrão ético dos indivíduos que a
compõem, que têm natureza extrapatrimonial, pois seu valor econômico não é
mensurável. Vejamos trechos do julgado:

[...] 12. O dano moral coletivo é categoria autônoma de dano que não
se identifica com os tradicionais atributos da pessoa humana (dor,
sofrimento ou abalo psíquico), mas com a violação injusta e intolerável
de valores fundamentais titularizados pela coletividade (grupos,
classes ou categorias de pessoas). Tem a função de: a) proporcionar
uma reparação indireta à lesão de um direito extrapatrimonial da
coletividade; b) sancionar o ofensor; e c) inibir condutas ofensivas a
esses direitos transindividuais. 13. Se, por um lado, o dano moral
coletivo não está relacionado a atributos da pessoa humana e se
configura in re ipsa, dispensando a demonstração de prejuízos
concretos ou de efetivo abalo moral, de outro, somente ficará
caracterizado se ocorrer uma lesão a valores fundamentais da
sociedade e se essa vulneração ocorrer de forma injusta e intolerável.
14. Na hipótese em exame, a violação verificada pelo Tribunal de origem - a
exigência de uma tarifa bancária considerada indevida - não infringe valores
essenciais da sociedade, tampouco possui os atributos da gravidade e
intolerabilidade, configurando a mera infringência à lei ou ao contrato, o que
é insuficiente para a caracterização do dano moral coletivo. 15. Admite-se,
excepcionalmente, em recurso especial, reexaminar o valor fixado a título de
multa cominatória, quando ínfimo ou exagerado, o que não ocorre na
hipótese em exame, em que as astreintes, fixadas em R$ 10.000,00 (dez mil
reais), não se mostram desproporcionais ou desarrazoadas. 16. Recurso
especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. (STJ - REsp:
1502967 RS 2014/0303402-4, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de
Julgamento: 07/08/2018, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe
14/08/2018, grifo nosso).

Além disso, pode-se afirmar, nesse contexto, que o dano moral coletivo é
aferível in re ipsa quando a sua configuração decorre de mera constatação da
prática da conduta ilícita que, de forma injusta e intolerável, viola direitos de cunho

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extrapatrimonial da coletividade, comprometendo a utilidade que a lei, por meio da


sua proteção, visa garantir. Diante disso, apresenta-se desnecessária a sua
demonstração em concreto, sendo presumível a sua ocorrência diante da lesão do
interesse em si e do comprometimento da utilidade por ele almejada, qual seja, ao
pleno desenvolvimento da personalidade de cada um dos membros da coletividade.

Dessa maneira, discorre Sérgio Cavalieri Filho:

[...] exigir que a vítima comprove a dor, a tristeza ou a humilhação através


de depoimentos, documentos ou perícia; não teria como demonstrar o
descrédito, o repúdio ou o desprestígio através dos mesmos meios
probatórios tradicionais, o que acabaria por ensejar o retorno à fase da
2
irreparabilidade do dano moral em razão de fatores instrumentais .

Outrossim, no que tange aos precedentes jurisprudenciais, percebe-se


que o Superior Tribunal de Justiça vem admitindo o denominado “dano moral
coletivo”, ou mais especificamente, dano extrapatrimonial coletivo, firmando-se no
sentido do cabimento da condenação, em sede de ação civil pública, considerando,
inclusive, que o dano moral coletivo é aferível in re ipsa. Vejamos:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO


RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. EXPLORAÇÃO DE JOGO
DE BINGO. DANOS MORAIS À COLETIVIDADE. CARACTERIZAÇÃO DE
DANO IN RE IPSA. PRECEDENTES DO STJ. VIOLAÇÃO À INTEGRIDADE
MORAL DOS CONSUMIDORES. CONTROVÉRSIA RESOLVIDA, PELO
TRIBUNAL DE ORIGEM, À LUZ DAS PROVAS DOS AUTOS.
IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO, NA VIA ESPECIAL. SÚMULA 7/STJ.
REEXAME DE PROVAS. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. I. Agravo
interno aviado contra decisão que julgara Recurso Especial interposto
contra decisão publicado na vigência do CPC/73. II. Na origem, trata-se de
Ação Civil Pública, ajuizada pelo Ministério Público Federal, com o objetivo
de obter o reconhecimento da invalidade e a decretação de nulidade dos
credenciamentos, permissões, concessões, autorizações, contratações e
demais atos efetivados em matéria de sorteios, na modalidade de bingos e
lotéricas, com base no Decreto estadual 40.593 ou em qualquer outra
legislação, no âmbito estadual, e a condenação dos requeridos ao
pagamento de indenização por danos morais coletivos. III. A jurisprudência
desta Corte firmou-se no sentido do cabimento da condenação por
danos morais coletivos, em sede de ação civil pública, considerando,
inclusive, que o dano moral coletivo é aferível in re ipsa. Nesse

2
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. p.
90.

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sentido: STJ, AgInt no AREsp 100.405/GO, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,


QUARTA TURMA, DJe de 19/10/2018; REsp 1.517.973/PE, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, DJe de 01/02/2018; REsp
1.402.475/SE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe
de 28/06/2017. IV. O entendimento firmado pelo Tribunal a quo - no sentido
de que "o caso em apreço encerra típica hipótese de violação à integridade
moral dos ofendidos, no caso, os consumidores de bilhetes lotéricos, sob o
enforque da violação à honra, à honestidade", não pode ser revisto, pelo
Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Especial, sob pena de
ofensa ao comando inscrito na Súmula 7 desta Corte. Precedentes do STJ.
V. Agravo interno improvido. (STJ - AgInt no REsp: 1342846 RS
2012/0187802-9, Relator: Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, Data de
Julgamento: 19/03/2019, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe
26/03/2019, grifo nosso).

Outrossim, destaca-se que em situações graves, em casos que envolvam


atos de improbidade administrativa, é possível o pleito do dano moral coletivo:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA. RECURSO SECUNDUM EVENTUM LITIS. MEDIDA
LIMINAR. LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO DO JULGADOR.
AFASTAMENTO DE CARGO PÚBLICO. REGULARIDADE
INDISPONIBILIDADE DE BENS. DANO MORAL COLETIVO.
NECESSIDADE DE MAIOR DILAÇÃO PROBATÓRIA. (…)
5. Todavia, como no caso em apreço a questão referente ao dano moral
coletivo demanda instrução probatória a ser realizada no curso da ação de
conhecimento, com observância do contraditório e ampla defesa, não se
mostra possível, desde logo, deferir liminarmente o pedido de
bloqueio/indisponibilidade de bens dos agravados para garantir futura e
eventual reparação por dano moral coletivo, pois, muito embora a doutrina e
a jurisprudência mais abalizada admitam o ressarcimento de dano moral
causado por ato de improbidade administrativa, não é todo e qualquer ato
de improbidade que causa dano moral. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-GO - AI:
04488845420188090000, Relator: Gustavo Dalul Faria, Data de
Julgamento: 17/06/2019, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de
17/06/2019)

ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR IMPROBIDADE.


OPERAÇÃO LAVA-JATO. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM.
RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. DANOS MORAIS.
[...]
No tocante ao pedido de indenização por danos extrapatrimoniais,
alinho-me à orientação esposada pelo eg. Superior Tribunal de Justiça
no sentido da (1) adequação da ação civil pública de improbidade
administrativa para a busca pela reparação integral do dano, inclusive
o moral – até porque, acresça-se, o ressarcimento ao erário não se
confunde com sanção e deve ser a mais abrangente possível, por força
de expressa disposição constitucional (art. 37, § 4º, da CRFB) e legal
(arts. 5º, 7º, parágrafo único, e 12, incisos I, II e III, da Lei n.º 8.429/92) -,

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e (2) legitimidade ad causam do Ministério Público para o pedido de


reparação por danos morais, na ação civil pública de improbidade
administrativa (arts. 127 e 129, inciso III, da CRFB, e art. 1º da Lei n.º
7.347/1985), envolvendo interesses ou direitos difusos e coletivos (STJ, 1ª
Turma, AgRg no REsp 1337768/MG, Rel. Ministro OLINDO MENEZES
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), julgado em
05/11/2015, DJe 19/11/2015).

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ART. 17, §§ 8º E


9º. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DECISÃO VESTIBULAR PARA
PROCESSAMENTO DA DEMANDA. COGNIÇÃO SUMÁRIA. BROCARDO
IN DUBIO PRO SOCIETATE. AUSENTE A OFENSA AO ART. 535 DO
CPC. CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO MORAL
COLETIVO. FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA. ELEMENTO SUBJETIVO E
NEXO DE CAUSALIDADE SUFICIENTEMENTE BEM NARRADOS.
AUSÊNCIA DE INÉPCIA. JUSTA CAUSA. REVOLVIMENTO DE MATÉRIA
FÁTICA. DECISÕES DA SEGUNDA TURMA EM CASOS IDÊNTICOS.
INTRODUÇÃO 1. Trata-se, originariamente, de Ação Civil Pública por
improbidade administrativa movida contra os então Prefeito, Secretários de
Obras e das Culturas do Rio de Janeiro, Diretor Presidente, Diretor de
Administração e Finanças da Riourbe e quatro pessoas jurídicas. A inicial
questiona concepção e realização da obra denominada Cidade das Artes/da
Música no Rio de Janeiro, para a qual já haviam sido destinados mais de R$
490 milhões (em 2009). A demanda questiona a impossibilidade de
realização de obra de vulto sem previsibilidade adequada do custo total; a
ilegalidade dos aditivos e da prorrogação de prazo; a contratação de
empresas inidôneas; a pessoalidade na inauguração, em 2009, de obra
inacabada e a falta de cuidado com o dinheiro público. O Parquet aponta
que a falta de projeto básico/executivo impediu a definição da respectiva
previsão orçamentária e deveria ter obstado a realização da obra e os
certames a ela correlacionados. Tais condições levaram à oneração
excessiva e a um gasto desmesurado, o que frustrou o procedimento
licitatório. Pede condenação por danos morais, além da fixação das sanções
da LIA. 2. A decisão que acolheu a petição inicial foi mantida pelo Tribunal
de origem. A Segunda Turma decidiu no mesmo sentido no AgrRg no
AREsp 177.675/RJ, admitindo o recebimento da inicial em outro recurso
interposto na mesma demanda. 3. O presente recurso se origina de decisão
que recebeu Ação de Improbidade Administrativa, nos termos do art. 17, §§
8º e 9º. Esse decisum se insere na fase preliminar do subsistema, criada de
forma a proporcionar juízo de delibação, em cognição não exauriente, sobre
a possibilidade de procedência da demanda. 4. A cognição sumária impede
juízos de maior profundidade sobre a pretensão deduzida. Na presença de
dúvida fundada a respeito da existência de ato ímprobo, deve o magistrado
permitir o prosseguimento da demanda, como tripla garantia: a) ao autor,
que terá a oportunidade de robustecer em instrução suas ponderações; b)
aos réus, que, finalizado o trâmite processual, obterão resposta definitiva
que, se lhes for favorável, estará albergada pela coisa julgada material, em
situação de efetiva pacificação, e não meramente formal, como decorre do
indeferimento da petição inicial; c) à coletividade, cuja proteção é a
finalidade última da demanda. A recomendação do processamento do feito
é corroborada ainda pelo entendimento de que "na fase inicial prevista no
art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lei n. 8.429/92, vale o princípio do in dubio pro
societate, a fim de possibilitar o maior resguardo do interesse público"
(AgRg no AREsp 3.030/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, DJe 9/5/2011; cfr. ainda AgRg no REsp 1.204.965/MT, Rel.
Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 14/12/2010). 5. O
recebimento da demanda não depende de extensa argumentação. In casu,

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o julgador originário foi além e dedicou tratamento suficiente ao recebimento


da demanda, fato que apenas reforça a existência de indícios de ato
ímprobo, que, a despeito de não conduzirem inexoravelmente a uma
condenação, merecem ser investigados. DA INEXISTÊNCIA DE OFENSA
AO ART. 535 DO CPC 6. Sobre a via utilizada, o acórdão afirma que "a via
eleita poderá trazer á coletividade o resultado pretendido, estando
preenchido o binômio interesse- adequação e interesse-utilidade, o que
reforça a ideia de proteção ao interesse público existente na presente ação"
(fl. 2287, e-STJ). Mais adiante continua: "a ratio legis engloba o dano moral
coletivo, sendo inegável a possibilidade de o Ministério Público persegui-lo
em sede de ação civil pública referente a prática de ato de improbidade
administrativa pelas partes envolvidas no processo" (fl. 2288/STJ); "não há
que se falar em impossibilidade de pleitear o dano moral coletivo em sede
de ação civil pública por ato ímprobo. Pelo contrário, a via eleita foi
acertadamente escolhida pelo Parquet que irá buscar todos os fins que a lei
lhe permite para ressarcir o erário, até porque a ação coletiva busca a
reparação integral do dano, inclusive o moral" (fl. 2317, e-STJ). 7. Sobre o
elemento subjetivo/legitimidade e o nexo de causalidade, por sua vez, o
aresto aduz: "conforme destacado no parecer da Procuradoria de Justiça,
fazendo referência ao voto do conselheiro do Tribunal de Contas do
Município, 'diversas foram as prorrogações, sempre beneficiando as
construtoras com mais prazo e mais dinheiro'" (fl. 2294, e-STJ); "no tocante
à ilegitimidade passiva dos agravantes em razão da ausência de
apontamentos sobre os benefícios obtidos pelos recorrentes, entendo que
foi correta a rejeição da preliminar pelo juízo a quo, já que o que pretende o
Ministério Público é demonstrar que os agravantes obtiveram beneficio com
os atos praticados pelos demais réus" (fl. 2317, e-STJ). 8. O acórdão
recorrido confirma ainda o dano ("o beneficio pode até ser indireto, o que
enseja uma delimitação focada nos atos improbos, que possam ter refletido
em beneficio indevido aos agravantes"- fl. 2321, e-STJ) e a existência de
indícios a justificar a propositura ("foram demonstrados provas mínimas
para fundamentar a interposição da ação coletiva em questão" (fl. 2321, e-
STJ)". 9. O acórdão recorrido descreve o papel das recorrentes como elo
relevante na consecução de obra imputada como violadora de padrões
éticos e morais que desembocaram no afirmado desperdício de dinheiro
público. Presente na fundamentação a indicação do nexo de causalidade
entre os aditivos e a ofensa moral à coletividade, e a qualificação dos
indícios que justificam a propositura da demanda. É preciso questionar se o
enfoque foi adequado, não contendo omissão, razão pela o qual o recurso
reflete insurgência quanto ao mérito, a ser examinada em capítulo próprio.
DA ALEGAÇÃO DE JULGAMENTO ULTRA PETITA. 10. Os recorrentes
alegam ofensa aos arts. 512, 515 e 522 do CPC (julgamento ultra petita).
Afirmam que o acórdão não compreendeu a real abrangência da alegação
de descabimento da Ação Civil Pública para reparação de danos à
coletividade. Verifico que, a despeito do oferecimento de Embargos, os
dispositivos não foram prequestionados (Súmula 211/STJ) porquanto
impertinentes e sem comando suficiente para alterar a decisão recorrida. É
questionável a tese do desbordamento dos limites objetivos da demanda
amparada na utilização de fundamento que, aos olhos das recorrentes, é
incompatível com a solução fixada no acórdão recorrido, porquanto o objeto
do processo é revelado essencialmente pelo pedido. 11. Apesar de afirmar
que não foi questionada, no agravo manejado, a veiculação de pedidos de
dano moral coletivo, basta uma simples leitura da peça de interposição para
verificar argumentação nesse sentido (fls. 11, 17, 18 e 19 da petição de
interposição do recurso). 12. A questão suscitada guarda relação com a
alegação de error in judicando, em contrariedade a precedentes do STJ no
sentido de que há interesse de agir (adequação) no ajuizamento de Ação

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Civil Pública pelo Parquet para a obtenção de indenização por danos morais
coletivos, sem mais divagações sobre o destinatário da reparação (AgRg no
REsp 1003126/PB, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe
10/5/2011). Cito acórdão relatado pelo eminente Ministro Castro Meira, no
qual se afirma que"não há vedação legal ao entendimento de que cabem
danos morais em ações que discutam improbidade administrativa seja pela
frustração trazida pelo ato ímprobo na comunidade, seja pelo desprestígio
efetivo causado à entidade pública que dificulte a ação estatal"(REsp
960.926/MG, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 1/4/2008).
DA LEGITIMIDADE (ELEMENTO SUBJETIVO) E DO NEXO 13. O acórdão
recorrido, nos limites da cognição permitida para a fase processual, afirma
que as prorrogações de contrato" beneficiaram as construtoras com mais
prazo e mais dinheiro ". 14. Há fundados indícios de violação do art. 65, §
1º, da Lei de Licitações, que dispõe:"§ 1º O contratado fica obrigado a
aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões
que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por
cento) para os seus acréscimos". Trata-se de critério ope legis, limitação
absoluta e inafastável às variações de preço, insuscetível de mitigação ope
judicis, a não ser em situações extraordinárias e anômalas. 15. A priori,
alterações quantitativas sujeitam-se ao padrão legal, de modo a prestigiar a
ratio e a letra da Lei de Licitações, visando à proteção do interesse público
na garantia da mais ampla transparência, livre concorrência e seleção da
proposta mais vantajosa, nos termos do art. 3º da Lei de Licitações. Lembro
que a fraude à licitação tem como consequência o chamado dano in re ipsa,
reconhecido em julgados que bem se amoldam à espécie (REsp
1.280.321/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma DJe
9.3.2012; REsp 1.190.189, Relator Min. Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 10.9.2010; STF, RE 160.381/SP, Rel. Min. Marco Aurélio,
Segunda Turma, DJ 12.8.1994). 16. A LIA admite condenação com amparo
em culpa e que o STJ entende que a vasta experiência em contratações
com o Poder Público (o que inegavelmente pode ser atribuído às
recorrentes) justifica, em tese, a caracterização do elemento subjetivo a
motivar a condenação por improbidade em hipóteses de fraude à licitação
(cfr. REsp 817.921/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe
6/12/2012). 17. Desbordar as premissas estabelecidas pelo acórdão
demanda, portanto, revisão de matéria fática, vedada pela Súmula 7/STJ.
DA ALEGAÇÃO DE INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL 18. A leitura da inicial
atribui, com alguma segurança, a relação entre a falta de previsibilidade da
obra, a questionável legitimidade dos aditamentos, os benefícios indevidos
percebidos pelas recorrentes, a caracterização do ato de improbidade
(dentre outros motivos, pela frustração do procedimento licitatório) e o
pedido de aplicação das sanções. 19. O pedido de dano moral é apenas um
entre aqueles deduzidos na exordial, ao qual se somam a restituição aos
cofres públicos de valores despendidos, a suspensão de direitos políticos, o
pagamento de multa, a proibição de contratação com o Poder Público, todos
eles consentâneos com a causa de pedir e com a LIA. 20. Às fls. 151-152,
e-STJ, a petição inicial indica como fundamento da propositura os arts. 10,
VIII, XIX e XI, e 11 da LIA. DA JUSTA CAUSA 21. O acórdão afirma
textualmente existirem provas mínimas para justificar a demanda, as quais
estão contidas nos 11 volumes de documentação, com destaque para
cláusula do Contrato 34/04, cotejada com a situação fática narrada na
inicial. Tudo isso foi feito dentro de um contexto de cognição sumária e de
ponderação pelo processamento da demanda (aplicação do brocardo in
dubio pro societate). 22. A reapreciação da justa causa à luz de decisões
administrativas não juntadas, de inquéritos civis não concluídos ou de

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informações mais ou menos consistentes esbarra na revisão de provas e de


cláusulas contratuais, o que é vedado pelas Súmulas 5 e 7/STJ.
CONCLUSÃO 23. A Segunda Turma decidiu no mesmo sentido no AgrRg
no AREsp 177.675/RJ, admitindo o recebimento da inicial em outro recurso
interposto na mesma demanda. 24. Recurso Especial não provido,
esclarecendo-se que, neste momento, não se faz nenhuma apreciação
peremptória ou final acerca da matéria de fundo, ou seja, a improbidade
administrativa em si mesma. (STJ - REsp: 1666454 RJ 2011/0255662-6,
Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 27/06/2017, T2
- SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 30/06/2017).

Ora, é de interesse transindividual a exigência de que os administradores


públicos atuem com estrita observância ao princípio da juridicidade, pelo que o ato
de improbidade violaria o interesse difuso, atraindo a condenação em danos morais
coletivos.

É possível constatar, a partir da análise doutrinária, bem como à vista dos


aludidos precedentes jurisprudenciais que o dano extrapatrimonial coletivo visa
ressarcir, punir e inibir a injusta e inaceitável lesão aos valores primordiais de uma
coletividade que compromete o fim almejado pela ordem jurídica com a sua
proteção.

Logo, os requeridos, agindo em conluio para lesar o erário público,


desviando dos cofres da municipalidade valores expressivos para
“pagamento” de serviços que nunca foram prestados em sua integralidade,
enquanto munícipes que dependiam de tais serviços padeciam ainda mais em
suas mazelas, aguardando horas intermináveis para serem levados a
consultas e tratamentos, como no caso dos pacientes que a Secretaria de
Saúde transportava, gêneros perecíveis da merenda escolar foram
desperdiçados, apesar de haver pagamento de caminhão frigorífico (o qual
nunca apareceu no município), o conselho tutelar deixou de realizar
atendimento de crianças em situação de risco por falta de veículo, dentre
outras tristes situações que causaram lesão ao erário, mas também à
coletividade de Magalhães Barata.

Ante o exposto, que os requeridos sejam condenados ao pagamento


de danos morais coletivos.

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3.2 Da Medida Cautelar de Afastamento do Cargo Público

O artigo 20, §1°, da Lei nº 8.429/92, estatui que: “A autoridade judicial


competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do
cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
for necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos
ilícitos”.

No caso concreto, as requeridas Marlene da Silva Borges e Malena


Rafaela Borges Barros incontestavelmente exercem grande influência na
Administração Pública Municipal, uma vez que atualmente ocupam cargos de Chefe
do Poder Executivo e Secretária Municipal de Finanças, respectivamente.

Excelência, mantê-las no cargo que ocupam significa, sem nenhuma


sombra de dúvidas, sério prejuízo na prática de novos ilícitos levando em
consideração a forma com que os demandados lidam com a administração
pública (dilapidando o erário em valores altíssimos para a realidade de um
município de pequeno porte, ameaçando e assediando moralmente
funcionários públicos subordinados e que demonstrem discordância com as
práticas ilegais, demissão de funcionários que contestam as ordens ilegais ou
que buscam órgão de fiscalização, como o Ministério Público para fazer
denúncias sobre as ilegalidades).

Nada obstante, relembremos que as requeridas Marlene da Silva Borges


e Malena Rafaela Borges Barros são as pessoas que dão as ordens sobre as
empresas que devem ser contratadas, sobre o que deve ser licitado e que
administram as despesas públicas. E estas, com total consciência e vontade,
passaram meses lesando o erário público transferindo valores – quando ordenavam
os pagamentos - à empresa A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI
sabendo que os veículos pelos quais estavam “pagando”, em sua grande maioria,
nunca estiveram no município de Magalhães Barata.

Ocorre que manter Marlene da Silva Borges e Malena Rafaela


Borges Barros no exercício dos cargos que ocupam é colocar em risco

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diversos outros certames licitatórios, pagamentos de despesas públicas e


demais atos do Município de Magalhães Barata.

O MPPA comprova que é real a possibilidade de as rés praticarem


novos ilícitos, tendo em vista que o contrato com a empresa A.F.B. SILVA
COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI encerrou em dezembro de 2022 e o município
ainda não efetuou aditivo contratual ou realizou nova licitação para o aluguel
de veículos. Assim, tal processo licitatório ou realização de aditivo contratual
deve estar prestes a ocorrer.

Ademais, estranhamente, em consulta no Portal da Transparência no


dia 09.01.2023 ainda não apareciam os pagamentos efetuados à requerida
A.F.B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI nos meses de novembro e
dezembro de 2022, mesmo sabendo-se que os serviços de aluguel de veículos
continuaram ocorrendo no município. Veja:

Fonte: Prefeitura Municipal de Magalhães Barata. Portal da transparência. Disponível em:


https://www.governotransparente.com.br/acessoinfo/44659486/consultarpagdesportipo?datainfo=MT
IwMjMwMTExMTkwNFBQUA==&clean=false&tipo=-1&covid=false.

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Portanto, a medida cautelar de afastamento de Marlene da Silva


Borges e Malena Rafaela Borges Barros do exercício do cargo mostra-se
necessária para evitar a iminente prática de novos ilícitos no Município de
Magalhães Barata/PA.

Sendo assim, o MPPA pugna pelo deferimento liminar, inaudita altera


pars, do afastamento das requeridas Marlene da Silva Borges e Malena Rafaela
Borges Barros do exercício de cargo, emprego ou função, especialmente do
cargo de Prefeita Municipal e Secretária Municipal de Finanças de Magalhães
Barata/PA, pelo prazo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado por igual
prazo, mediante decisão motivada, sem prejuízo da remuneração, como forma
de evitar a iminente prática de novos ilícitos.

3.3 Da Indisponibilidade de Bens e Valores

A Lei de Improbidade Administrativa prevê a possibilidade de


indisponibilidade de bens e valores dos réus nas ações a fim de garantir o
ressarcimento integral ao erário, conforme o art. 16:

Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em


caráter antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos
réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo
patrimonial resultante de enriquecimento ilícito.
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste
artigo poderá ser formulado independentemente da representação de que
trata o art. 7º desta Lei.
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste
artigo apenas será deferido mediante a demonstração no caso concreto de
perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, desde
que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na
petição inicial com fundamento nos respectivos elementos de instrução,
após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias.
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do
réu, sempre que o contraditório prévio puder comprovadamente frustrar a
efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a
proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.

Atente-se de pronto que a representação da autoridade administrativa não


é “condição de procedibilidade” para que o Órgão do Ministério Público promova
judicialmente a medida, bastando para tanto que da representação ou das provas
colhidas no bojo do procedimento investigativo, reconheça a sua necessidade.

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A própria Constituição Federal de 1988 conferiu à indisponibilidade de


bens e à reparação do dano, quando o lesado for o erário, o caráter de medida
cautelar e sanção com status constitucional quando, em seu art. 37, §4º,
estabeleceu que os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.

Condição de procedibilidade para a apreciação e concessão da medida


cautelar de indisponibilidade de bens – ora requerida liminarmente -, é a
presença do fumus boni iuris e do periculum in mora, ou seja, a real possibilidade
de existência do direito alegado pelo autor, que, no presente caso, já se apresenta
extreme de dúvida, e a ameaça de que uma eventual dilapidação do patrimônio ou
desfazimento dos bens, inclusive fraudulento, do agente causador do dano ao erário,
possa inviabilizar à reparação deste.

Desta forma, presente nos autos do inquérito civil nº 000300-166/2022


que dá suporte à propositura da presente ACP, assim como demonstrado no corpo
da presente exordial, a presença de ambos os requisitos de concessão da medida
cautelar de INDISPONIBILIDADE DE BENS, vem o Ministério Público do Estado da
Pará, requerer a concessão dessa medida, em face dos requeridos, até o valor de
R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais), nos termos
do parágrafo 5º, do art. 16, da Lei n.º 8429/1992, por ser medida necessária à
garantia da efetividade na aplicação da Justiça que o caso requer.

4. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, o Ministério Público do Estado do Pará vem perante


Vossa Excelência requerer o seguinte:

a) O recebimento da presente ação de responsabilidade por ato de


improbidade administrativa c/c pedido de afastamento do exercício
do cargo;

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b) A indisponibilidade de bens e valores em nome dos requeridos, até


o valor de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e
cinquenta e oito reais), a fim de assegurar o ressarcimento ao
erário, sem oitiva prévia dos demandados, conforme autoriza o
parágrafo 4º, do art. 16 da Lei 8429/1992;
c) A citação dos requeridos para que, querendo, ofereçam
contestação no prazo de 30 (trinta) dias, nos termos do art. 17, §7,
da Lei n.º 8.429/1992;
d) A intimação do Município de Magalhães Barata/PA, para, caso
queira, intervenha no processo, nos termos do art. 17, §14, da Lei
nº 8.429/1992;
e) Deferimento liminar, inaudita altera pars, do AFASTAMENTO DAS
REQUERIDAS DO EXERCÍCIO DE CARGO, EMPREGO OU
FUNÇÃO, ESPECIALMENTE DOS CARGOS DE PREFEITA e
SECRETÁRIA DE FINANÇAS DO MUNICÍPIO DE MAGALHÃES
BARATA/PA, pelo prazo de 90 (noventa) dias, podendo ser
prorrogado por igual prazo, mediante decisão motivada, sem
prejuízo da remuneração, como forma de evitar a iminente prática
de novos ilícitos, nos termos da fundamentação exposta em tópico
próprio desta ação, com fulcro no art. 20, §1º e §2º, da Lei nº
8.429/1992;
f) Seja, após regular instrução, JULGADO PROCEDENTE o
presente pedido, condenando os requeridos nas sanções civis
previstas no art. 12, inciso II da Lei n° 8.429/92, pela prática de ato
de improbidade administrativa descrito no art. 10, caput, da Lei
8429/1992, bem como seja condenada ao pagamento de danos
morais coletivos;
g) A condenação dos requeridos ao pagamento de custas,
emolumentos processuais e ônus de sucumbência;
h) A intimação pessoal do Ministério Público de todos os atos e
termos processuais, nos termos do art. 180 do Código de Processo
Civil.

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Dá-se à causa o valor de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e


cinquenta e oito reais).

Pede deferimento.

Magalhães Barata/PA, datado e assinado eletronicamente.

BRENDA CORRÊA LIMA AYAN


Promotora de Justiça Titular
da PJ de Magalhães Barata

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20/01/2023 09:42
Declarações - Antônio Fagner Batista Da Silva - Parte 1

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Declarações - Antônio Fagner Batista Da Silva - Parte 1
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Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Antônio Fagner Batista Da Silva - Parte 2

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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20/01/2023 09:42
Declarações - Antônio Fagner Batista Da Silva - Parte 3

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 1

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 2

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 3

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85147932
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 4

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85147937
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 5

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149789
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 6

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149790
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 7

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149796
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 8

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149797
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 9

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149799
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 10

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149802
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 11

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149807
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 12

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149812
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 13

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149830
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 14

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149833
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 15

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149835
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 16

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85149837
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 17

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85150940
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 18

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Declarações - Jocywladson - Parte 18
Id: 85150941
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 19

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85150943
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 20

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85150945
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 21

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85150947
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 22

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85150949
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 23

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85150951
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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 24

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85150953
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 25

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85150956
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 26

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Declarações - Jocywladson - Parte 26
Id: 85150959
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 27

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Declarações - Jocywladson - Parte 27
Id: 85150976
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Jocywladson - Parte 28

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Declarações - Jocywladson - Parte 28
Id: 85150979
Data da assinatura: 20/01/2023

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Num. 85150979 - Pág. 38


20/01/2023 09:42
Video - carros

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Video - carros
Id: 85150980
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Lucilene - Parte 1

Tipo de documento: Documento de Comprovação


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Id: 85155978
Data da assinatura: 20/01/2023

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Num. 85155978 - Pág. 40


20/01/2023 09:42
Declarações - Lucilene - Parte 2

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Declarações - Lucilene - Parte 2
Id: 85155981
Data da assinatura: 20/01/2023

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20/01/2023 09:42
Declarações - Lucilene - Parte 3

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Declarações - Lucilene - Parte 3
Id: 85155983
Data da assinatura: 20/01/2023

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Num. 85155983 - Pág. 42


20/01/2023 09:42
Declarações - Lucilene - Parte 4

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Declarações - Lucilene - Parte 4
Id: 85156711
Data da assinatura: 20/01/2023

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Num. 85156711 - Pág. 43


20/01/2023 09:42
Declarações - Lucilene - Parte 5

Tipo de documento: Documento de Comprovação


Descrição do documento: Declarações - Lucilene - Parte 5
Id: 85156716
Data da assinatura: 20/01/2023

Atenção

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Num. 85156716 - Pág. 44


DECISÃO JUNTADA EM PDF POR CONTER GRÁFICOS E FOTOS.

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 85461566 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020721341550900000081219803
Número do documento: 23020721341550900000081219803
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ
COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU
TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Número: 0800016-67.2023.8.14.0221
Classe: AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Órgão julgador: Termo Judiciário de Magalhães Barata
Última distribuição: 20/01/2023
Valor da causa: R$ 423.058,00
Assuntos: Dano ao Erário
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
TJPA
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARA (AUTOR)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARÁ (FISCAL DA LEI)

Decisão:

Trata-se de AÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DE AFASTAMENTO CAUTELAR E
DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS formulada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO
PARÁ, através da Promotora de Justiça, Dra. BRENDA CORRÊA LIMA AYAN em face de MARLENE DA
SILVA BORGES, Chefe do Poder Executivo Municipal, MALENA RAFAELA BORGES BARROS, Secretária de
Finanças de Magalhães Barata, atualmente afastada por decisão judicial, ROSÂNGELA DO SOCORRO
NASCIMENTO DA SILVA, ex-Secretária Municipal de Educação e AZLE VILLAS BOAS BRAGA, ex-
Secretário Municipal de Saúde e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, CNPJ/MF n.º
40.077.878/0001-40, representada pelo Sr. Antônio Fagner Batista da Silva.

Informa a Dra. Brenda Ayan, em síntese, que instaurou inquérito civil para averiguar as
irregularidades na prestação de serviços de locação de veículos pela empresa A. F. B. SILVA COMÉRCIO E
SERVIÇOS EIRELI à Prefeitura Municipal de Magalhães Barata e às suas Secretarias, sendo dado início ao
procedimento a partir das declarações prestadas pelo então tesoureiro do Município, Sr. Luís Guilherme da
Silva Ferreira, na data de 15/09/2022, ocasião em que relatou que, no exercício de suas atribuições,
observou o pagamento de várias notas fiscais à empresa A. F. B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020721341504100000081914218
Número do documento: 23020721341504100000081914218
pelo aluguel de vários veículos que nunca estiveram no Município ou à disposição da Prefeitura e de suas
Secretarias.

Diz o Ministério Público que também prestou depoimento perante a Promotoria de


Justiça, o Sr. Jocywladson Lebre de Maria, o qual já exerceu o cargo de Chefe de Gabinete da Prefeitura e
cargo de Diretor de Departamento junto à Secretaria Municipal de Administração, tendo relatado na
oportunidade que também estranhou os altos valores recebidos pela referida empresa, e que os carros
constantes nas notas fiscais não condiziam com a realidade, pois nunca estiveram no Município de
Magalhães Barata.

Afirma ainda a Promotora de Justiça, que em outro procedimento instaurado para apurar a
má prestação dos serviços de transporte de pacientes no Município, o representante da empresa A.F.B.
Silva foi ouvido e confirmou que somente uma minivan era alugada à Secretaria de Saúde de Magalhães
Barata e que nunca havia sido solicitado qualquer outro tipo de veículo. Esclarece ainda a Promotora de
Justiça, que somente a partir de janeiro de 2022, com a intervenção do Ministério Público, é que a
Secretaria de Saúde passou a disponibilizar uma van, da mesma forma ocorreu com à Secretaria de
Assistência Social, com o Conselho Tutelar do Município e a Secretaria de Saúde, que passaram a contar
com veículos, conforme depoimentos juntados no inquérito civil.

Após diversas diligências realizadas no âmbito do inquérito civil, averiguou-se que a


Prefeitura de Magalhães Barata só contava com um veículo Saveiro preta e um veículo HB20 para atender à
Secretaria de Assistência Social, que também servia ao CRAS, CREAS e até agosto também ao Conselho
Tutelar. Como dito, somente a partir de agosto foi alugado um carro exclusivo para o Conselho Tutelar;
sendo que a Secretaria de Saúde utiliza uma van e um carro pertencente ao senhor de prenome
“Ferdinando”, da Vila de Cafezal, conforme declarações prestadas pelo ex-Secretário Municipal de Saúde,
Adnan Monteiro de Souza, em 08.11.2022; a Secretaria de Educação utiliza um único veículo Doblo e
esporadicamente é alugado um ônibus para a Secretaria de Agricultura transportar os gêneros da
agricultura familiar.

A Promotora de Justiça ainda informa que, nas notas fiscais disponíveis no Portal da
Transparência é possível detectar uma quantidade muito maior de carros que estariam alugados e deveriam
estar à disposição da Prefeitura Municipal e de suas Secretarias, do que efetivamente estão
disponibilizados.

No que se refere à empresa A. F. B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, o Ministério


Público afirma que ela foi constituída em 10/12/2020, com sede no Município de Santa Maria do Pará e
capital social de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), e que sua principal atividade é o comércio
varejista de materiais de construção em geral, contudo, são listadas mais de 26 (vinte e seis) atividades
secundárias, das mais diversas, algumas até incompatíveis entre si, entendendo o Ministério Público que
essa amplíssima diversidade de ramos e objeto empresarial é um forte indicativo de que a empresa em
questão atua de forma fraudulenta e sem aparato para realmente prestar os serviços contratados. Ademais,
diz que, embora tenha sido constituída em dezembro de 2020, somente começou a prestar serviços para

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Prefeituras Municipais, no ano de 2021 e que, fazendo um comparativo entre os diversos serviços
prestados e os valores recebidos de outros Municípios de porte bem maior do que o de Magalhães Barata,
depreende-se que os valores pagos à empresa pelo Município de Magalhães Barata, até outubro de 2022,
da ordem de R$ 566.028,00 (quinhentos e sessenta e seis mil e vinte e oito reais), são desproporcionais, e
servem de indicativos de superfaturamento, pois fora da realidade e da necessidade do Município.

O Ministério Público ainda demonstrou, através de trabalho de campo, juntando inclusive


fotos de que a empresa investigada, não teria estrutura nem mesmo para guardar os carros que
suspostamente estaria alugando para a Prefeitura de Magalhães Barata.

Em outro viés, o Ministério Público demonstra, em sua peça inicial que, as requeridas
estão impedindo a obtenção de novas provas pelo Ministério Público e demais órgãos de fiscalização, já
que, segundo a Dra. Brenda Ayan, todas as pessoas ouvidas pela Promotoria de Justiça foram firmes ao
relatar o assédio moral praticado pela Chefe do Executivo e ameaças de retaliação que sofreram durante o
período em que trabalharam na Prefeitura, ressaltando que todos aqueles que passaram a apresentar uma
postura de questionar as visíveis incoerências entre as notas fiscais, valores pagos e aquilo que

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efetivamente estava sendo entregue ou prestado ao município, sofreram ameaças e, de forma gravíssima,
assevera, que todos aqueles que procuraram ou foram chamados pelo Ministério Público para depor sobre
os fatos apurados, foram demitidos, tais como o Sr. Luís Guilherme da Silva Ferreira, a Sra. Lorena
Fabricia Monteiro Ferreira e o Sr. Jocywladson Lebre de Maria, conforme demonstrado através das
Portarias de Exoneração.

Por essa atitude, entendo clara a intenção de dificultar o acesso do órgão de fiscalização à
documentação necessária para uma efetiva avaliação do montante e a destinação dos valores,
supostamente, desviados.

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Presente esse quadro fático, o Ministério Público entende que, no presente caso, os atos
dos réus importaram em lesão ao erário municipal, nos termos do art. 10, da Lei n° 8.429/92, incorrendo
nas penas previstas no art. 12, II, da LIA.

Demonstra ainda a Promotora de Justiça, o dolo específico de cada requerido, no


momento em que todos são ordenadores de despesas, participam dos processos de seleção da empresa,
fiscalizam a execução do contrato, tem, portanto, plena ciência doque está sendo pago e do que não está
sendo entregue e mesmo assim, dão continuidade a malversação do dinheiro público, efetivando,
religiosamente, os pagamentos.

Ainda há a estarrecedora informação de que “os requeridos, agindo em conluio para lesar
o erário público, desviando dos cofres da municipalidade valores expressivos para “pagamento” de
serviços que nunca foram prestados em sua integralidade, enquanto munícipes que dependiam de tais
serviços padeciam ainda mais em suas mazelas, aguardando horas intermináveis para serem levados a
consultas e tratamentos, como no caso dos pacientes que a Secretaria de Saúde transportava, gêneros
perecíveis da merenda escolar foram desperdiçados, apesar de haver pagamento de caminhão frigorífico (o
qual nunca apareceu no município), o conselho tutelar deixou de realizar atendimento de crianças em
situação de risco por falta de veículo, dentre outras tristes situações que causaram lesão ao erário, mas
também à coletividade de Magalhães Barata”.

Ao final, requereu a Promotora de Justiça de Magalhães Barata:

- A indisponibilidade de bens e valores em nome dos requeridos, até o valor de R$


423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais), a fim de assegurar o ressarcimento
ao erário, sem oitiva prévia dos demandados, conforme autoriza o parágrafo 4º, do art. 16 da Lei
8429/1992;

- A citação dos requeridos para que, querendo, ofereçam contestação no prazo de 30


(trinta) dias, nos termos do art. 17, §7, da Lei n.º 8.429/1992;

- A intimação do Município de Magalhães Barata/PA, para, caso queira, intervenha no


processo, nos termos do art. 17, §14, da Lei nº 8.429/1992;

- Deferimento liminar, inaudita altera pars, do AFASTAMENTO DAS REQUERIDAS DO


EXERCÍCIO DE CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO, ESPECIALMENTE DOS CARGOS DE PREFEITA e
SECRETÁRIA DE FINANÇAS DO MUNICÍPIO DE MAGALHÃES BARATA/PA, pelo prazo de 90 (noventa)
dias, podendo ser prorrogado por igual prazo, mediante decisão motivada, sem prejuízo da remuneração,
como forma de evitar a iminente prática de novos ilícitos, nos termos da fundamentação exposta em tópico
próprio desta ação, com fulcro no art. 20, §1º e §2º, da Lei nº 8.429/1992;

É um breve relatório.
Decido.

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Trata-se de AÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DE AFASTAMENTO CAUTELAR E
DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS formulada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO
PARÁ, através da Promotora de Justiça, Dra. BRENDA CORRÊA LIMA AYAN em face de MARLENE DA
SILVA BORGES, Chefe do Poder Executivo Municipal, MALENA RAFAELA BORGES BARROS, Secretária de
Finanças de Magalhães Barata, atualmente afastada por decisão judicial, ROSÂNGELA DO SOCORRO
NASCIMENTO DA SILVA, ex-Secretária Municipal de Educação e AZLE VILLAS BOAS BRAGA, ex-
Secretário Municipal de Saúde e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, CNPJ/MF n.º
40.077.878/0001-40, representada pelo Sr. Antônio Fagner Batista da Silva.

Passo a analisar as medidas cautelares requeridas na inicial pelo Autor.

Primeiramente, faz-se necessário proceder-se à análise acerca da necessidade de


aplicação, sem o contraditório prévio, das medidas cautelares requeridas pelo Ministério Público.

Tais medidas devem ser aplicadas quando forem necessárias para resguardar a instrução
processual, possibilitando o ressarcimento dos cofres públicos e para evitar a iminente prática de novos
ilícitos, diante de provas suficientes de prática de atos de improbidade administrativa causadoras de danos
ao erário.

Por óbvio, as medidas liminares concedidas inaudita altera pars, por serem de natureza
invasiva, principalmente pelo fato de não serem aplicadas sob crivo do contraditório real – e sim do
contraditório diferido –, deverão ser deferidas quando no caso concreto existirem provas iniciais
suficientes para embasar a medida de urgência, de forma a resguardar a instrução processual e a
possibilidade de ressarcimento dos cofres públicos, evitando-se que o transcurso do tempo propicie a
corrosão de direitos (DINAMARCO, Cândido Rangel. O regime Jurídico da Medidas Urgentes. In Nova era
do processo civil. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 65).

Assim, medidas desse jaez devem ser utilizadas com o fim único de resguardar o objetivo
central da ação de improbidade administrativa, isso é, salvaguardar a moralidade administrativa e a
integridade do erário.

Nesta análise inicial, entendo que há indícios são suficientes para o Ministério Público, na
busca da defesa do patrimônio público, ingressar com a presente Ação de Improbidade Administrativa,
conforme dispõe o art. 17, § 6°, I da Lei 8.429/92, o qual prevê que a petição inicial deverá individualizar a
conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóteses
dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente fundamentada e ser
instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do
dolo imputado. E, ainda, poderão ser requeridas as tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos
termos dos arts. 294 a 310 do Código de Processo Civil, conforme dicção do § 6º-A, do art. 17, da LIA.

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Por isso, visando assegurar a reparação do dano ao erário ou restituir bens e valores
havidos ilicitamente é possível a decretação de medidas cautelares sem o contraditório prévio.

Existindo fortes indícios dos atos de improbidade, isto é, início de prova material de tais
atos, o deferimento de medida cautelar que assegure o ressarcimento ao erário, bem como a cessação de
danos ao patrimônio público, sem a oitiva dos requeridos envolvidos nos atos de improbidade, mostra-se
como providência imperativa.

Esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme julgado abaixo:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. MEDIDA CAUTELAR. INDISPONIBILIDADE E
SEQÜESTRO DE BENS. REQUERIMENTO NA INICIAL DA AÇÃO PRINCIPAL.
DEFERIMENTO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS ANTES DA NOTIFICAÇÃO PRÉVIA.
POSSIBILIDADE. ARTS. 7º E 16 DA LEI 8.429/92. 1. É licita a concessão de liminar
inaudita altera pars (art. 804 do CPC) em sede de medida cautelar preparatória ou
incidental, antes do recebimento da Ação Civil Pública, para a decretação de
indisponibilidade (art. 7º, da Lei 8429/92) e de seqüestro de bens, incluído o bloqueio de
ativos do agente público ou de terceiro beneficiado pelo ato de improbidade (art. 16 da
Lei 8.429/92), porquanto medidas assecuratórias do resultado útil da tutela jurisdicional,
qual seja, reparação do dano ao erário ou de restituição de bens e valores havidos
ilicitamente por ato de improbidade. Precedentes do REsp 821.720/DF">STJ: REsp
821.720/DF, DJ 30.11.2007; REsp 206222/SP, DJ 13.02.2006 e REsp 293797/AC, DJ
11.06.2001. 2. Os arts 7º e 16, §§ 1º e 2º, da Lei 8.429/92, que tratam da
indisponibilidade e do seqüestro de bens, dispõem: Art. 7º Quando o ato de improbidade
causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado. Parágrafo único. A indisponibilidade a que se
refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do
dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. Art. 16.
Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério
Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação
do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou
causado dano ao patrimônio público. § 1º O pedido de seqüestro será processado de
acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. § 2º Quando for
o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias
e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos
tratados internacionais." 3. Recurso Especial desprovido (STJ - REsp: 880427 MG
2006/0185508-2, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 04/11/2008, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/12/2008)

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Dessa forma, verifico a necessidade da concessão das medidas cautelares, inaudita altera
pars, com a reavaliação da referida decisão, após a realização do contraditório, com a apresentação das
manifestações dos requeridos.

Passo, portanto, a analisar as medidas de urgência requeridas:

O art. 20, §1º da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) estabelece que “A
autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo,
do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instrução
processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos”.

Primeiramente, observo que nesta fase é vedado ao Juiz a análise aprofundada do mérito
da questão, tendo em vista ser essa atribuição desenvolvida no decorrer da instrução processual, por força
de preceito constitucional.

Inobstante essa vedação, a fundamentação é indispensável, conforme preceitua o mesmo


diploma legal, daí a circunstância de discorrer sobre os elementos contidos nos autos.

Observo que a o Ministério Público apresenta documentos que demonstrariam o


pagamento de R$ 566.028,00 (quinhentos e sessenta e seis mil e vinte e oito reais) à empresa A.F.B.
SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI pelo aluguem de veículos durante o ano de 2022 e parte de 2021,
sendo que pela descrição, parte dos carros nunca foi apresenta no município, gerando um prejuízo de R$
423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais) ao erário público.

Tomando por base a tabela apresentado na inicial, vemos:

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE


FEVEREIRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Nota sem detalhamento. Valor total: R$ 23.640,00

MARÇO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Van 20 1,00 Mês R$ 12.480,00
(Vinte) Passageiros
Srp, Sem Motorista
Locação De Veículo 3,00 Mês R$ 13.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista

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TOTAL PAGO: R$ 25.980,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 13.500,00

ABRIL 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Van 20 1,00 Mês R$ 12.480,00
(Vinte) Passageiros
Srp, Sem Motorista
Locação de Veículo 10,00 Dia R$ 2.400,00
Leve Tipo Hatch Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 11,00 Dia R$ 2.420,00
Sedan Pequeno Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 17,00 Dia R$ 3.553,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 20.853,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 8.373,00

MAIO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 2,00 Mês R$ 11.340,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 2,00 Mês R$ 13.400,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 24.740,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 13.400,00

JUNHO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 1,00 Mês R$
Tipo Minivan, Modelo 5.670,00

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Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$
Tipo Pick-Up 110 Cv 6.700,00
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 3,00 Dia R$ 960,00
Tipo Pick-Up Duas
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 13.330,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 7.660,00

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL


AGOSTO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 5,00 Dia R$
Leve Tipo Hatch Srp, 1.200,00
Sem Motorista
Locação De Veículo 1,00 Mês R$
Sedan 150 Cv 04 4.500,00
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 5.700,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 1.200,00

SETEMBRO/2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$
Sedan 150 Cv 04 4.500,00
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 4.500,00

OUTUBRO/2022

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Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 5,00 Dia R$
Leve Tipo Hatch Srp, 1.200,00
Sem Motorista
Locação De Veículo 10,00 Dia R$
Sedan Pequeno Srp, 2.200,00
Sem Motorista
Locação De Veículo 2,00 Dia R$ 418,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 3.818,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 1.200,00

Nesse período de pandemia dos anos de 2021/2022, em que se tem um número


aproximado de 19.006 mortes registradas no Pará, a destinação irregular de mais de R$68.000,00
(sessenta e oito mil reais), só da Secretaria de Saúde de um município pequeno e carente como
Magalhães Barata, deve ter contribuído para que se chegasse a essa terrível estatística. Esses valores, sem
a menor sombra de dúvida poderiam ter salvado algumas vidas e mesmo que fosse só mais uma, já
poderíamos dormir tranquilos de que todo o esforço possível foi realizado.

No entanto, é desalentador imaginar, que em um período de calamidade pública dessa


magnitude, alguém possa ter tido a insensatez de desviar recursos e não é de qualquer local, mas da
Secretaria Municipal de Saúde, que naquela oportunidade era a que gerenciava todo o caos vivido pela
população.

É de se observar, também, que os Requeridos estão colocando verdadeira barreira na


obtenção de provas, já que ou prestam informações falsas aos órgãos de fiscalização e controle, ou
simplesmente expurgam, aqueles que se contrapõe aos desmandos e denunciam as irregularidades, como
faz prova o Ministério Público local, com as exonerações dos servidores que lhe prestaram informações,
conforme demonstrado, vejamos:

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Os fatos descritos neste procedimento só foram descobertos parcialmente, com a
coragem de dignos servidores públicos, que mesmo contratados em caráter precário, não se intimidaram
com a possibilidade real da perda de seus cargos e do sustento familiar, o que de fato ocorreu. Como
discorrido pela digna Promotora de Justiça Brenda Ayan, é necessário que se possa averiguar a real
destinação das verbas públicas e o montante do dano.

Dispõe o art. 11 da Lei 8.429/92 que “constitui ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes conduta: (...)”

Fazendo uma análise sistemática da referida Lei, depreende-se que a Improbidade


Administrativa ocorre quando o sujeito ativo, investido de função pública, seja ela qual for, temporária ou
efetiva, responsável pelo gerenciamento, destinação e aplicação de valores, bens e serviços de natureza
pública (art. 1º e 2º da Lei nº 8.429/1992), obtenha os seguintes resultados:

1 - Enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992), ou seja, atos que importem
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, função, emprego ou
atividade.

2 - Lesão ao erário por ação ou omissão, ainda que não receba direta ou indiretamente
qualquer vantagem (artigo 10, Lei nº 8.429/1992).

3 - Ação ou omissão que viole dolosamente os deveres de honestidade, imparcialidade,


legalidade e lealdade às instituições. (artigo 11, Lei nº 8.429/1992).

A prática dos atos descritos acima resulta na aplicação das penalidades previstas no art.
12 da Lei nº 8.429/92:

“Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na


legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações:

I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou
de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos;;

II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até
12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o
poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda

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que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze)
anos;

III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro)
vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos.

Posta a legislação aplicável ao caso, deve-se analisar os fatos descritos nos autos.

Constam nos autos, documentos que comprovam que os Requeridos, Marlene, na


qualidade de Prefeita do Município Magalhães Barata, sua filha Malena, Secretária afastada de Finanças,
Rosângela, ex-Secretária de Saúde, Azle, ex-Secretário de Saúde, teriam direcionado a contratação da
empresa A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, relativa ao aluguel de veículo e que,
dolosamente, efetuavam o pagamento pela disponibilidade de diversos carros, que na verdade nunca
estiveram à serviço do Município de Magalhães Barata e sua população, situação conhecida popularmente
como “carros fantasmas”.

Segundo apurado pelo Ministério Público, o prejuízo ao erário público, somente com esse
contrato atinge o montante de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais), ao
erário público.

O pedido de afastamento de gestor público municipal deve se escorar em duas premissas,


uma com previsão legal (artigo 20, §2º da Lei 8.429/92), e outra, de acordo com a casuística judicial,
compreendendo o poder geral de cautela do magistrado.

Em relação à primeira premissa, de caráter ope legis, prevê o art. 20, §1º e §2º da Lei
8.429/92, que a autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à
instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.

A medida extrema, que pode e tem alcançado até mesmo agentes públicos detentores de
mandatos eletivos, está respaldada no citado dispositivo, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária.

Entende a jurisprudência predominante que o afastamento somente é cabível diante de


provas efetivas de que o agente político esteja prejudicando a instrução processual.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA - PROCESSUAL CIVIL - ADMINISTRATIVO - PRELIMINAR DE
INSTRUÇÃO DEFICIENTE DO RECURSO - SUPERAÇÃO - PREFEITO MUNICIPAL E
PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO - AFASTAMENTO DO CARGO – INDÍCIOS DE

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Número do documento: 23020721341504100000081914218
INTERFERÊNCIA NA INSTRUÇÃO DA AÇÃO - INOCORRÊNCIA - ART. 20, PARÁGRAFO
ÚNICO, DA LEI N.º 8.429/92 - INTERPRETAÇÃO RESTRITA - INDEFERIMENTO DA
PROVIDÊNCIA LIMINAR. 1. Não subsiste a tese de deficiência de instrução do recurso em
decorrência da juntada das peças essenciais por cópia digital, o que, além de estar
legitimado pelo art. 365, inc. VI, do CPC, não teve a autenticidade arguida pela parte
contrária. 2. Em ação civil pública proposta com base na improbidade administrativa de
Prefeito Municipal e do Procurador Geral do Município, o afastamento destes dos cargos
somente é possível mediante a existência de indício ou prova efetiva de que o demandado
esteja prejudicando a instrução processual, 'ex vi' do art. 20, parágrafo único, da Lei n.º
8.429/92. (TJ-MG - AI: 10382150003046001 MG, Relator: Edgard Penna Amorim, Data
de Julgamento: 10/12/2015, Câmaras Cíveis / 8ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
16/12/2015).

AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE IMPROBIDADE PREFEITO


MUNICIPAL AGENTE POLÍTICO - AFASTAMENTO CAUTELAR ART. 20 § ÚNICO DA LEI
Nº 8.429/1992 - MEDIDA ULTRAEXCEPCIONAL CABÍVEL NO PRESENTE CASO. 1 A
jurisprudência do Superior de Justiça entende que o afastamento cautelar do agente
público de sua função, com fundamento no art. 20, par. único da Lei 8.429/92, é medida
excepcional, que somente se justifica quando o comportamento do agente, no exercício
de suas funções, possa comprometer a instrução do processo. 2. Algumas posturas são
facilmente tipificáveis na conduta descrita no art. 20, parágrafo único, da Lei 8.429/1992,
tais como a coação de testemunhas e o desvio de documentos. No presente caso, restou
vastamente demonstrada a tentativa de embaraço realizado pelo réu da ação de
improbidade, cabível assim seu afastamento. 3 Agravo conhecido e desprovido. (TJ-PA -
AI: 201330174511 PA, Relator: LEONARDO DE NORONHA TAVARES, Data de Julgamento:
30/06/2014, 1ª CÂMARA CÍVEL ISOLADA, Data de Publicação: 08/07/2014).

AGRAVO REGIMENTAL NA SUSPENSÃO DE LIMINAR E DE SENTENÇA.


GRAVE LESÃOÀ ORDEM PÚBLICA. AFASTAMENTO. PREFEITO. AGRAVO
REGIMENTALDESPROVIDO. I - A jurisprudência da Corte Especial e a do c. Supremo
Tribunal Federal têm admitido que prefeito afastado do cargo por decisão judicial pode
formular pedido de suspensão de liminar e de sentença alegando grave lesão à ordem
pública (v.g. STJ, AgRg na SLS 876/RN,Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJe de
10/11/2008. STF, SS 444AgR/MT, Tribunal Pleno, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ de
4/9/1992, ePet 2.225 AgR/GO, Tribunal Pleno, Rel. p/ acórdão Min. Sepúlveda Pertence,
DJ de 12/4/2002). II - In casu, o requerente, prefeito municipal, foi afastado cautelarmente
do cargo, mediante decisão do juízo a quo, por interferir concretamente na instrução
processual valendo-se de funcionários do município para esconder provas e ocultar
vestígios acerca de supostos atos de improbidade a ele atribuídos. III - Consoante a
jurisprudência deste Tribunal, não se configura excessivo o afastamento cautelar de
prefeito municipal pelo período de 90 dias, ainda que o afastamento do agente público
seja anterior à decisão proferida no âmbito desta Corte. Agravo regimental desprovido.

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Número do documento: 23020721341504100000081914218
(STJ - AgRg na SLS: 1630 PA 2012/0161048-1, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data
de Julgamento: 19/09/2012, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe
02/10/2012).

De tudo que foi analisado, constato que a permanência da Sra. Marlene e da Sra. Malena,
- inclusive esta já afastada do cargo na ação criminal nº 0800295-87.2022.8.14.0221 -, no exercício de
suas funções representa fundados riscos para a instrução processual e a possibilidade de reiteração das
condutas apontadas, supostamente irregulares, e dificultará a localização e análise de novas provas,
possivelmente, existentes, já que, segundo demonstrado, todos que auxiliarem a investigação ou a
obtenção de provas, será sumariamente demitido ou afastado.

Não obstante seja o exercício do mandato um direito político fundamental, tal direito pode
ser relativizado se não for exercido em conformidade com a busca pela consecução do interesse público,
possibilitando o afastamento do agente político democraticamente eleito. O administrador não pode se
comportar como dono da coisa pública, mas como mero gestor de bens e interesses públicos,
indisponíveis à Administração e, obviamente, aos agentes políticos, pertencendo, em verdade, à
coletividade, ao povo.

Do princípio da indisponibilidade do interesse público – implícito no ordenamento jurídico


– decorre diversos princípio expressos de que devem nortear a atividade da Administração, dentre os
quais a moralidade, princípio que se buscou tutelar por meio da edição da Lei nº 8.429/92 – Lei de
Improbidade Administrativa.

Em seu artigo 7º, está determinado:

Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que


conhecer dos fatos representará ao Ministério Público competente, para as providências
necessárias.

E mais, dispõe o art. 16 do mesmo diploma:

Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado,


em caráter antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim
de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de
enriquecimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
[...]
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste
artigo apenas será deferido mediante a demonstração no caso concreto de perigo de dano
irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se convença da
probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento nos
respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)

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Número do documento: 23020721341504100000081914218
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia
do réu, sempre que o contraditório prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade
da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não
podendo a urgência ser presumida.

No presente caso, vemos que a atitude comissiva dos Requeridos no possível


direcionamento das licitações, na não prestação efetiva do serviço, apesar de devidamente atestado e o
suposto beneficiamento pessoal, demonstram a possibilidade de dano irreparável, já que o montante de
desvio apontado, supera o ganho mensal dos requeridos, sendo praticamente impossível, em caso de
permanência da atividade, na forma em que se encontra, ressarcirem o patrimônio público.

Assim, vemos que o prejuízo é evidente, autorizador da medida extrema requerida pelo
Ministério Público, através da Promotora Brenda Ayan, para que o patrimônio dos requeridos e não o da
população, seja garantidor dos prejuízos causados.

- Por todo o exposto, DETERMINO o afastamento do cargo das Sra. MARLENE DA SILVA
BORGES, Prefeita Municipal, pelo prazo de 45 dias e da Sra. MALENA RAFAELA BORGES BARROS, pelo
prazo de 90 dias, já que se encontra afastada por outra medida cautelar, sem prejuízo de seus
vencimentos, por ser medida que se impõe. Estando ainda a 2ª Requerida, afastada de suas funções, o
prazo desta determinação só passa a contar de sua efetiva ciência.

Para a execução da medida, notifique-se o Vice-Prefeito e o Presidente da Câmara


Municipal, para que sejam adotadas as medidas legais que o caso requer.

- Determino o BLOQUEIO DE VALORES E ATIVOS, via SISBAJUD, RENAJUD e


INDISPONIBILIDADE, de MARLENE DA SILVA BORGES, inscrita no CPF sob o n.º 128.295.442-34,
MALENA RAFAELA BORGES BARROS, inscrita no CPF sob o n.º 008.211.772-14, ROSÂNGELA DO
SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA, inscrita no CPF sob o n.º 307.556.382-04, AZLE VILLAS BOAS
BRAGA, inscrito no CPF sob o n.º 001.663.682-10 e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI,
CNPJ/MF n.º 40.077.878/0001-40, no valor de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta
e oito reais), visando resguardar possíveis prejuízos do patrimônio público e assegurar a reparação legal.

- Determino à Prefeitura Municipal, representada pelo Prefeito Municipal Interino, que


suspenda imediatamente o pagamento à empresa A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI,
CNPJ/MF n.º 40.077.878/0001-40, se ainda existirem restos a pagar, referente a locação de veículos, até
que sejam apuradas as possíveis irregularidades apontadas;

Deixo de analisar os demais requerimentos da inicial, posto que sejam decorrentes do


próprio rito processual ou consequências da condenação.

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Número do documento: 23020721341504100000081914218
Citem-se os Requeridos, nos termos do art. 17, § 7º da Lei nº 8.429/92, para que
contestem a presente ação no prazo de 30 dias.

Intime-se o Município de Magalhães Barata/PA, para, caso queira, intervenha no


processo, nos termos do art. 17, §14, da Lei nº 8.429/1992

A PRESENTE DECISÃO SERVIRÁ DE MANDADO E OFÍCIO.

Igarapé-açu, 07 de fevereiro de 2023.

Cristiano Magalhães Gomes


Juiz de Direito

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PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado do Pará
TERMO DE MAGALHAES BARATA

RECIBO DE PROTOCOLAMENTO DE BLOQUEIO DE VALORES

Dados do Bloqueio
Situação da solicitação: Ordem judicial ainda não disponibilizada para as instituições financeiras
As ordens judiciais protocoladas até as 19h00min dos dias úteis serão consolidadas, transformadas em arquivos de remessa e
disponibilizadas simultaneamente para todas as instituições financeiras até as 23h00min do mesmo dia. As ordens judiciais
protocoladas após as 19h00min ou em dias não úteis serão tratadas e disponibilizadas às instituições financeiras no arquivo de
remessa do dia útil imediatamente posterior.

Número do protocolo: 20230001306316


Data/hora de protocolamento: 07/02/2023 21:17
Número do processo: 0800016-67.2023.8.14.0221
Juiz solicitante do bloqueio: CRISTIANO MAGALHAES GOMES
Tipo/natureza da ação: Ação Cível
CPF/CNPJ do autor/exequente da ação: 05054960000158
Nome do autor/exequente da ação: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ
Protocolo de bloqueio agendado? Não
Repetição programada? Não
Ordem sigilosa? Sim

Relação dos Visualizadores


Visualizador Cargo
488.436.102-44 CRISTIANO MAGALHAES GOMES JUIZ

Relação dos Réus/Executados

Réu/Executado Relação de Contas e Aplicações Financeiras Atingidas


00166368210: AZLE VILLAS BOAS BRAGA 40923 - NU PAGAMENTOS S.A.
/
Valor a Bloquear
43384 - ASAAS GESTAO FINANCEIRA S.A.
R$ 423.058,00 (quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais) /

44368 - NEON PAGAMENTOS S.A.


/
Bloquear Conta-Salário? Não
43281 - PICPAY INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO S.A.
/

03008 - BCO SANTANDER


/

05237 - BCO BRADESCO


/

07341 - ITAÚ UNIBANCO S.A.


/

00040 - AME DIGITAL BRASIL IP LTDA.


/

00001 - BCO BRASIL


/

21104 - CAIXA ECONOMICA FEDERAL


/

07/02/2023 21:17 1 / 3

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Número do documento: 23020721341464600000081914228
32429 - BCO INTER
/

Réu/Executado Relação de Contas e Aplicações Financeiras Atingidas


00821177214: MALENA RAFAELA BORGES BARROS 40923 - NU PAGAMENTOS S.A.
/
Valor a Bloquear
05237 - BCO BRADESCO
R$ 423.058,00 (quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais) /

57237 - EASYNVEST - TÍTULO CV SA


/
Bloquear Conta-Salário? Não
03008 - BCO SANTANDER
/

00001 - BCO BRASIL


/

21104 - CAIXA ECONOMICA FEDERAL


/

04037 - BCO ESTADO PARÁ


/

Réu/Executado Relação de Contas e Aplicações Financeiras Atingidas


12829544234: MARLENE DA SILVA BORGES 00001 - BCO BRASIL
/
Valor a Bloquear
21104 - CAIXA ECONOMICA FEDERAL
R$ 423.058,00 (quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais) /

04037 - BCO ESTADO PARÁ


/
Bloquear Conta-Salário? Não
07341 - ITAÚ UNIBANCO S.A.
/

Réu/Executado Relação de Contas e Aplicações Financeiras Atingidas


30755638204: ROSANGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA
05237 - BCO BRADESCO
/
Valor a Bloquear
21104 - CAIXA ECONOMICA FEDERAL
R$ 423.058,00 (quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais) /

04037 - BCO ESTADO PARÁ


/
Bloquear Conta-Salário? Não
07341 - ITAÚ UNIBANCO S.A.
/

07/02/2023 21:17 2 / 3

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:14 Num. 86232970 - Pág. 2
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020721341464600000081914228
Número do documento: 23020721341464600000081914228
Réu/Executado Relação de Contas e Aplicações Financeiras Atingidas
40077878000140: A F B DA SILVA COMERCIO E SERVICOS LTDA 43318 - CORA SOCIEDADE DE CRÉDITO DIRETO S.A.
/
Valor a Bloquear
42122 - BCO C6 S.A.
R$ 423.058,00 (quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais) /

26412 - BANCOSEGURO S.A.


/
Bloquear Conta-Salário? Não
40989 - PAGSEGURO INTERNET S.A.
/

07/02/2023 21:17 3 / 3

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:14 Num. 86232970 - Pág. 3
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Número do documento: 23020721341464600000081914228
VALIDAR RELATÓRIO PELO CÓDIGO HASH MANUAL INSTITUCIONAL LEGISLAÇÃO

PA - VARA UNICA DA COMARCA DE IGARAPE-ACU ?

Seja bem-vindo CRISTIANO MAGALHAES GOMES seu último acesso foi em: 01

HOME ORDENS USUÁRIOS CAIXA DE MENSAGENS MEUS DADOS TO

INDISPONIBILIDADE CANCELAMENTO DE INDISPONIBILIDADE CONSULTA APROVAÇÃO CONSULTA SEGUNDA

RESPONDIDOS HISTÓRICO

Indisponibilidade incluída com sucesso

Número do Protocolo: 202302.0721.02549456-IA-209

Número do Processo: 08000166720238140221

Nome do Processo: MINISTÉRIO PÚBLICO MB

Data do Cadastramento: 07/02/2023 às 21:31:35

Emissor da Ordem: TJPA - Tribunal de Justiça do Estado do Pará - IGARAPE-ACU - Vara Unica da Comarca de Igarape-Acu - CRISTIANO MA
Aprovado por: TJPA - Tribunal de Justiça do Estado do Pará - IGARAPE-ACU - Vara Unica da Comarca de Igarape-Acu - CRISTIANO MAGAL

Dados da Indisponibilidade:

CPF: 128.295.442-34

Nome: MARLENE DA SILVA BORGES

CPF: 008.211.772-14

Nome: MALENA RAFAELA BORGES BARROS

CPF: 307.556.382-04

Nome: ROSANGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA

CPF: 001.663.682-10

Nome: AZLE VILLAS BOAS BRAGA

CNPJ: 40.077.878/0001-40

Nome: A F B DA SILVA COMERCIO E SERVICOS LTDA (BATISTA


COMERCIO E SERVICOS)

IMPRIMIR
54ee.b70e.776b.040d.a819.5655.a859.b9c0.da0f.664f

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:37:21 Num. 86233582 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020721372124400000081916434
Número do documento: 23020721372124400000081916434

Sede do ONR: SRTVS, Quadra 701, Lote 5, Bloco A, Sala 221 – Centro Empresarial Brasília - CEP: 70.340-907 - BRASÍLIA-DF

E-mail: suporte@indisponibilidade.org.br

Horário de Atendimento - 2ª a 6ª feira, das 9:00h às 16:30h

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:37:21 Num. 86233582 - Pág. 2
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020721372124400000081916434
Número do documento: 23020721372124400000081916434
Assinado eletronicamente por: EWERTON ALMEIDA FERREIRA - 08/02/2023 15:14:40 Num. 86305083 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020815144013600000081978303
Número do documento: 23020815144013600000081978303
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO TERMO
JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA, ESTADO DO PARÁ

PROCESSO CNJ Nº: 0800016-67.2023.8.14.0221

MARLENE DA SILVA BORGES, já qualificada no presente processo que lhe move o


MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ, igualmente qualificado, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado subscritor (procuração em
anexo), requerer a HABILITAÇÃO NOS PRESENTES AUTOS, com as correspondentes
anotações/alterações no sistema de acordo com o instrumento anexo e a LIBERAÇÃO DO SIGILO À
PETICIONANTE PARA A GARANTIA DO EXERCÍCIO DO COROLÁRIO DA AMPLA DEFESA.

Por derradeiro, requer-se que das publicações constem em nome do


Advogado subscritor, sob pena de nulidade, na forma do artigo 272, § 2º, do CPC/2015.

Nestes Termos,
Pede-se deferimento,
Belém/PA, 09 de fevereiro de 2023.

P.p. João Luis Brasil Batista Rolim de Castro


OAB/PA 14.045

Avenida Senador Lemos, n.º 435. Ed. Village


Boulevard. 8º andar. Cj. Salas 804 – 807. Bairro
Umarizal, CEP 66050-000, Belém, Pará. (91) 3355-
4404 / (91) 3242-0108 / (91) 98995-0072.
joaobrasil@brasildecastro.com.br
www.brasildecastro.com.br

Assinado eletronicamente por: JOAO LUIS BRASIL BATISTA ROLIM DE CASTRO - 09/02/2023 08:07:56 Num. 86330489 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020908075513500000082002429
Número do documento: 23020908075513500000082002429
Assinado eletronicamente por: JOAO LUIS BRASIL BATISTA ROLIM DE CASTRO - 09/02/2023 08:07:56 Num. 86330490 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020908075674200000082002430
Número do documento: 23020908075674200000082002430
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DE MAGALHÃES
BARATA-PA

PROCESSO No: 0800016-67.2023.8.14.0221

ANTONIO DA COSTA MONTEIRO, ja devidamente qualificado nos autos da presente acão de


improbidade administrativa, vem, por meio de sua advogada que a esta subscreve, requerer
habilitacao da advogada YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS, brasileira, solteira,
advogada inscrita na OAB/PA sob o no 34.910, e endereco eletronico:
ccbaadvogados@gmail.com , com endereco profissional na Rua Tiradentes, no 1901,
Castanhal/PA. CEP: 68740-000, nos autos da presente acao, conforme procuracao em anexo.

Ainda, na oportunidade, requer que todos os atos e publicacoes alusivos ao feito sejam tambem
realizados em nome da supracitada patrona, sob pena de nulidade.

Nestes termos, pede-se deferimento

Castanhal/PA, 09 de Fevereiro de 2023.

YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS

ADVOGADA OAB/PA 34.910

Assinado eletronicamente por: YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS - 09/02/2023 10:43:33 Num. 86352390 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020910433288600000082019073
Número do documento: 23020910433288600000082019073
PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: ANTONIO DA COSTA MONTEIRO, brasileiro, união estável,


RG n° 4073594, CPF 737.741.382-49, residente e domiciliado na PA 395, Vila
Nazaré do Fugido, Nº 00, Município de Magalhães Barata-PA

OUTORGADO: YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS, brasileira, sol-


teira, advogado inscrito na OAB/PA sob o nº 34.910, Telefone: (91) 99300-0707,
e endereço eletrônico: advycastro@gmail.com, com endereço profissional na
Rua Tiradentes, nº 1901, Castanhal/PA. CEP: 68740-000.

PODERES: Por este instrumento particular de procuração, constituo como


meu procurador o outorgado, concedendo-lhe os poderes inerentes da cláu-
sula ad juditia et extra, para o foro em geral, podendo, portanto, promover
quaisquer medidas judiciais ou administrativas, em qualquer juízo, instância
ou tribunal, propor-se e defende-lo nas ações competentes, seguindo-as até
decisão final, em primeira e superior instância, recorrendo-se de decisões e
sentenças, podendo ainda, assinar termo, oferecer defesa, direta ou indireta,
interpor recursos, ajuizar ações e conduzir os respectivos processos, solicitar,
providenciar e ter acesso a documentos de qualquer natureza, sendo o pre-
sente instrumento de mandato contratual podendo substabelecer este a ou-
trem, com ou sem reserva de poderes, dando tudo por bom e valioso, a fim de
praticar todos os demais atos necessários ao fiel desempenho deste manda-
to.
PODERES ESPECÍFICOS: A presente procuração outorga o Advogado acima
descrito, os poderes especiais para receber citação, confessar, reconhecer a
procedência do pedido, transigir, acordar (incluindo os poderes do Art. 334,
§10 do CPC/2015), desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação,
firmar compromissos ou acordos, receber valores, dar e receber quitação, re-
ceber e dar quitação, levantar ou
receber valores e Requisições de Pequeno Valor - RPV, junto a qualquer insti-
tuição bancária bem como Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil, e dar
quitação referente a créditos do outorgante, fazer acordos judiciais e extrajudi-
ciais, bem como, os conferidos pelo art. 105 do CPC

Castanhal, 09 de fevereiro de 2023

_______________________________________________________________

OUTORGANTE

Assinado eletronicamente por: YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS - 09/02/2023 10:43:34 Num. 86352414 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020910433394100000082021245
Número do documento: 23020910433394100000082021245
Assinado eletronicamente por: YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS - 09/02/2023 10:43:34 Num. 86352418 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020910433427300000082021249
Número do documento: 23020910433427300000082021249
Assinado eletronicamente por: YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS - 09/02/2023 10:43:34 Num. 86352418 - Pág. 2
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020910433427300000082021249
Número do documento: 23020910433427300000082021249
Assinado eletronicamente por: YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS - 09/02/2023 10:43:34 Num. 86352419 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020910433471200000082021250
Número do documento: 23020910433471200000082021250
Assinado eletronicamente por: YASMIM DE MARIA CASTRO DOS SANTOS - 09/02/2023 12:58:51 Num. 86377756 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020912585109400000082043044
Número do documento: 23020912585109400000082043044
PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: MALENA REAFAELA BORGES BARROS, brasileira, solteira, Secretária Municipal


de Finanças do município de Magalhães Barata-PA, inscrita no CPF sob o n° 008.211.772-14,
residente e domiciliada em Avenida Dr. Freitas, nº 1228, Condomínio Torres Dumont, Torre
Pelicano, apt. 805, Bairro Pedreira, Belém – Pará – Brasil.

OUTORGADO: EWERTON ALMEIDA FERREIRA, brasileiro, advogado, inscrito na Ordem dos


Advogados do Brasil – Secção Amazonas – sob o nº 6.839, com escritório profissional situado na
Rua Mario Hayden, N.º 66, Bloco 66, Conjunto Manauense, Bairro Nossa Senhora das Graças,
CEP 69.053-161, Manaus – Amazonas – Brasil.

Pelo presente Instrumento Particular de Mandato, nomeio meu procurador o advogado acima
referenciado e identificado, ao qual concedo os necessários poderes para o foro em geral,
inclusive os da cláusula ad juditia, prevista pelo artigo 105 da Lei Processual Civil, em qualquer
Juízo Cível ou Criminal, Instância ou Tribunal, inclusive Justiça do Trabalho e Justiça Federal,
Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Juizados, em todo o Território Nacional, podendo propor
quaisquer ações em que o(s) outorgante(s) seja(m) autor(es) ou reclamante(s) e defendendo-
o(s), na condição de requerido(s), reclamada(s), requerer falência e Concordata, apresentar e
ratificar queixas-crimes, interpor todos os tipos de Recursos no interesse do (s) outorgante (s),
reconvir, promover quaisquer medidas cautelares preventivas e assecuratórias de direito,
inclusive Notificações, Interpelações e Justificações, recorrer em qualquer Instância ou Tribunal,
arrolar, inquirir, contraditar e recusar testemunhas, produzir provas, arrazoar processos,
requerer vistas dos mesmos, concordar com cálculos, custas e contas processuais, podendo
ainda, fazer defesas prévias, alegações finais, formar os documentos necessários, efetuar
levantamentos, requerer laudos, avaliações e perícias, bem como arguir suspeição, falsidade e
exceção, inclusive correições, reclamações e pedidos de providências perante as Corregedorias,
Conselho Nacional de Justiça-CNJ, representar criminalmente às Policias Federal e Estadual
(Civil e Militar), transigir, fazer acordo, confessar, renunciar, desistir, impugnar, receber e dar
quitação, firmar compromissos, requerer divórcio, abertura de inventário ou arrolamentos,
assinar termo de compromisso de inventariante, de renúncia, em todas as Instâncias, até o
final; usar ainda, dos poderes ad extre junto as Repartições Públicas, direta ou indireta, federal,
estadual e municipal, autarquia ou entidade paraestatal, finalmente, tudo praticar, promover e
assinar, para o fiel e cabal desempenho deste MANDATO, inclusive SUBSTABELECER, in totum
ou em parte, com ou sem reservas de poderes, EXCETO DE RECEBER CITAÇÃO INICIAL, o que
tudo se terá por firme valioso em Juízo ou fora dele.

Belém/PA, 08 de fevereiro de 2023.

________________________________________
MALENA RAFAELA BORGES BARROS
CPF Nº 008.211.772-14

Page 1 of 1

Assinado eletronicamente por: EWERTON ALMEIDA FERREIRA - 09/02/2023 16:20:07 Num. 86399977 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020916200685500000082062751
Número do documento: 23020916200685500000082062751
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO TERMO
JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA, ESTADO DO PARÁ

PROCESSO CNJ Nº: 0800016-67.2023.8.14.0221

MARLENE DA SILVA BORGES, já qualificada no presente processo que lhe move o


MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ, igualmente qualificado, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado subscritor (procuração já anexa),
vem espontaneamente tomar ciência da decisão de ID nº 86232959 dos presentes autos.

Nestes Termos,
Pede-se deferimento,
Belém/PA, 09 de fevereiro de 2023.

P.p. João Luis Brasil Batista Rolim de Castro


OAB/PA 14.045

Avenida Senador Lemos, n.º 435. Ed. Village


Boulevard. 8º andar. Cj. Salas 804 – 807. Bairro
Umarizal, CEP 66050-000, Belém, Pará. (91) 3355-
4404 / (91) 3242-0108 / (91) 98995-0072.
joaobrasil@brasildecastro.com.br
www.brasildecastro.com.br

Assinado eletronicamente por: JOAO LUIS BRASIL BATISTA ROLIM DE CASTRO - 09/02/2023 19:34:04 Num. 86408786 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020919340401400000082070928
Número do documento: 23020919340401400000082070928
AO DOUTO JUÍZO DO TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA, ESTADO DO
PARÁ.

PROCESSO Nº: 0800016-67.2023.8.14.0221

ANTONIO DA COSTA MONTEIRO, já devidamente qualificados nos autos da presente


ação, vem, requerer habilitação deste patrono, inscrito nos quadros da OAB/PA sob o nº
34.351, conforme procuração em anexo.

Ainda, na oportunidade, requer que todos os atos e publicações alusivos ao feito sejam
também realizados em nome do patrono, sob pena de nulidade.

Nestes termos,

pede-se deferimento,

Magalhães Barata/PA, 10 de fevereiro de 2023.

WALBER MOREIRA DA PAIXÃO

Advogado – OAB/PA 34.351

Assinado eletronicamente por: WALBER MOREIRA DA PAIXAO - 10/02/2023 13:03:25 Num. 86467104 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021013032529900000082122847
Número do documento: 23021013032529900000082122847
Assinado eletronicamente por: WALBER MOREIRA DA PAIXAO - 10/02/2023 13:03:25 Num. 86467116 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021013032544900000082122858
Número do documento: 23021013032544900000082122858
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU
TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

CERTIDÃO

Eu, RONILSON TELES DE SOUSA, Oficial de Justiça Avaliador lotado na


Central de Mandados da Comarca de Igarapé-Açu / PA, CERTIFICO que em
cumprimento à DECISÃO / MANDADO, do Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito
Titular da Comarca de Igarapé-Açu / PA e Responsável pelo Termo Judiciário de
Magalhães Barata / PA, extraído dos AUTOS DE AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA – PROCESSO / PJE nº: 0800016-67.2023.8.14.0221, em
tramitação neste Juízo, e uma vez no Termo Judiciário de Magalhães Barata / PA,
dirigi-me aos endereços informados na INICIAL e, aí sendo, depois de observadas
as formalidades legais, CITEI / INTIMEI do inteiro teor da DECISÃO / MANDADO
anexo a Senhora: MARLENE DA SILVA BORGES, Chefe do Poder Executivo
Municipal / Magalhães Barata / PA, e AZLE VILLAS BOAS BRAGA, Ex-Secretário
Municipal de Saúde de Magalhães Barata / PA, conforme DECISÃO proferida nos
AUTOS supracitados; sendo que a Senhora Chefe do Poder Executivo Municipal
(acima mencionada) e o Senhor Ex-Secretário Municipal de Saúde de Magalhães
Barata / PA, bem cientes ficaram, assinaram no MANDADO anexo e receberam as
contrafés que lhes ofereci – com as fotocópias da DECISÃO proferida por este
Douto Juízo e da INICIAL. CERTIFICO que, depois de observadas as
formalidades legais, INTIMEI do inteiro teor da DECISÃO / MANDADO anexo o
Município de Magalhães Barata / PA, na Pessoa do seu Representante Legal,
Senhor: JONI JOSÉ FERREIRA MOREIRA, Matrícula: 001.549-4, Procurador do
Município de Magalhães Barata / PA, o Senhor: ANTONIO DA COSTA MONTEIRO,
Vice-Prefeito do Município de Magalhães Barata / PA, e o Senhor: JOSÉ ROGÉRIO
DA SILVA LOPES, Presidente da Câmara Municipal de Magalhães Barata / PA,
conforme DECISÃO proferida nos AUTOS supracitados; sendo que o Senhor
Procurador do Município de Magalhães Barata / PA (acima mencionado), o Senhor
Vice-Prefeito do Município de Magalhães Barata / PA, o Senhor Presidente da
Câmara Municipal de Magalhães Barata / PA (acima mencionado), bem cientes
ficaram, assinaram na DECISÃO / MANDADO anexo e receberam as contrafés

Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:45 Num. 86508383 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021112204580600000082160961
Número do documento: 23021112204580600000082160961
que lhes ofereci – com as fotocópias da INICIAL e da DECISÃO proferida por
este Douto Juízo. CERTIFICO que, depois de haver empreendido diligências,
DEIXEI DE CITAR / INTIMAR a Senhora: MALENA RAFAELA BORGES BARROS,
Secretária de Finanças de Magalhães Barata / PA, atualmente afastada por
Decisão Judicial, ROSÂNGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA, Ex-
Secretária Municipal de Educação de Magalhães Barata / PA, e A. F. B. SILVA E
COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, CNPJ/MF nº: 40.077.878/0001-40,
Representada pelo Senhor: ANTÔNIO FAGNER BATISTA DA SILVA, em virtude de
não os haver encontrado durante a realização das diligências; sendo que: 1) a
Senhora Secretária de Finanças de Magalhães Barata / PA, atualmente
afastada por Decisão Judicial, acima mencionada, encontra-se até a presente
data cuidando de seu Pai que está enfermo na Capital: Belém / PA, em
endereço não informado; 2) a Senhora Ex-Secretária Municipal de Educação
de Magalhães Barata / PA (acima mencionada) está afastada desde o mês de
JANEIRO/2023 por motivo de Licença-Saúde e reside na Capital: Belém / PA,
em endereço não informado; 3) a Firma (acima mencionada) e seu
Representante Legal (acima mencionado) estão domiciliados no Município de
Santa Maria do Pará / PA, em endereço não informado – de acordo com as
informações da Senhora: MARLENE DA SILVA BORGES, Chefe do Poder
Executivo Municipal / Magalhães Barata / PA, afastada pela presente Decisão
Judicial a partir de 08/02/2023, às 13:06h, quando foi devidamente CITADA /
INTIMADA.

O REFERIDO É VERDADE E DOU FÉ.

De: Igarapé-Açu / PA; em: Magalhães Barata / PA, 11 de fevereiro de 2023.

RONILSON TELES DE SOUSA


Oficial de Justiça Avaliador

Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:45 Num. 86508383 - Pág. 2
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021112204580600000082160961
Número do documento: 23021112204580600000082160961
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ
COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU
TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Número: 0800016-67.2023.8.14.0221
Classe: AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Órgão julgador: Termo Judiciário de Magalhães Barata
Última distribuição: 20/01/2023
Valor da causa: R$ 423.058,00
Assuntos: Dano ao Erário
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
TJPA
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARA (AUTOR)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARÁ (FISCAL DA LEI)

Decisão:

Trata-se de AÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DE AFASTAMENTO CAUTELAR E
DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS formulada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO
PARÁ, através da Promotora de Justiça, Dra. BRENDA CORRÊA LIMA AYAN em face de MARLENE DA
SILVA BORGES, Chefe do Poder Executivo Municipal, MALENA RAFAELA BORGES BARROS, Secretária de
Finanças de Magalhães Barata, atualmente afastada por decisão judicial, ROSÂNGELA DO SOCORRO
NASCIMENTO DA SILVA, ex-Secretária Municipal de Educação e AZLE VILLAS BOAS BRAGA, ex-
Secretário Municipal de Saúde e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, CNPJ/MF n.º
40.077.878/0001-40, representada pelo Sr. Antônio Fagner Batista da Silva.

Informa a Dra. Brenda Ayan, em síntese, que instaurou inquérito civil para averiguar as
irregularidades na prestação de serviços de locação de veículos pela empresa A. F. B. SILVA COMÉRCIO E
SERVIÇOS EIRELI à Prefeitura Municipal de Magalhães Barata e às suas Secretarias, sendo dado início ao
procedimento a partir das declarações prestadas pelo então tesoureiro do Município, Sr. Luís Guilherme da
Silva Ferreira, na data de 15/09/2022, ocasião em que relatou que, no exercício de suas atribuições,
observou o pagamento de várias notas fiscais à empresa A. F. B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020721341504100000081914218
Número do documento: 23020721341504100000081914218

Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:46 Num. 86508384 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021112204597700000082160962
Número do documento: 23021112204597700000082160962
pelo aluguel de vários veículos que nunca estiveram no Município ou à disposição da Prefeitura e de suas
Secretarias.

Diz o Ministério Público que também prestou depoimento perante a Promotoria de


Justiça, o Sr. Jocywladson Lebre de Maria, o qual já exerceu o cargo de Chefe de Gabinete da Prefeitura e
cargo de Diretor de Departamento junto à Secretaria Municipal de Administração, tendo relatado na
oportunidade que também estranhou os altos valores recebidos pela referida empresa, e que os carros
constantes nas notas fiscais não condiziam com a realidade, pois nunca estiveram no Município de
Magalhães Barata.

Afirma ainda a Promotora de Justiça, que em outro procedimento instaurado para apurar a
má prestação dos serviços de transporte de pacientes no Município, o representante da empresa A.F.B.
Silva foi ouvido e confirmou que somente uma minivan era alugada à Secretaria de Saúde de Magalhães
Barata e que nunca havia sido solicitado qualquer outro tipo de veículo. Esclarece ainda a Promotora de
Justiça, que somente a partir de janeiro de 2022, com a intervenção do Ministério Público, é que a
Secretaria de Saúde passou a disponibilizar uma van, da mesma forma ocorreu com à Secretaria de
Assistência Social, com o Conselho Tutelar do Município e a Secretaria de Saúde, que passaram a contar
com veículos, conforme depoimentos juntados no inquérito civil.

Após diversas diligências realizadas no âmbito do inquérito civil, averiguou-se que a


Prefeitura de Magalhães Barata só contava com um veículo Saveiro preta e um veículo HB20 para atender à
Secretaria de Assistência Social, que também servia ao CRAS, CREAS e até agosto também ao Conselho
Tutelar. Como dito, somente a partir de agosto foi alugado um carro exclusivo para o Conselho Tutelar;
sendo que a Secretaria de Saúde utiliza uma van e um carro pertencente ao senhor de prenome
“Ferdinando”, da Vila de Cafezal, conforme declarações prestadas pelo ex-Secretário Municipal de Saúde,
Adnan Monteiro de Souza, em 08.11.2022; a Secretaria de Educação utiliza um único veículo Doblo e
esporadicamente é alugado um ônibus para a Secretaria de Agricultura transportar os gêneros da
agricultura familiar.

A Promotora de Justiça ainda informa que, nas notas fiscais disponíveis no Portal da
Transparência é possível detectar uma quantidade muito maior de carros que estariam alugados e deveriam
estar à disposição da Prefeitura Municipal e de suas Secretarias, do que efetivamente estão
disponibilizados.

No que se refere à empresa A. F. B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, o Ministério


Público afirma que ela foi constituída em 10/12/2020, com sede no Município de Santa Maria do Pará e
capital social de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), e que sua principal atividade é o comércio
varejista de materiais de construção em geral, contudo, são listadas mais de 26 (vinte e seis) atividades
secundárias, das mais diversas, algumas até incompatíveis entre si, entendendo o Ministério Público que
essa amplíssima diversidade de ramos e objeto empresarial é um forte indicativo de que a empresa em
questão atua de forma fraudulenta e sem aparato para realmente prestar os serviços contratados. Ademais,
diz que, embora tenha sido constituída em dezembro de 2020, somente começou a prestar serviços para

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 2
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020721341504100000081914218
Número do documento: 23020721341504100000081914218

Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:46 Num. 86508384 - Pág. 2
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021112204597700000082160962
Número do documento: 23021112204597700000082160962
Prefeituras Municipais, no ano de 2021 e que, fazendo um comparativo entre os diversos serviços
prestados e os valores recebidos de outros Municípios de porte bem maior do que o de Magalhães Barata,
depreende-se que os valores pagos à empresa pelo Município de Magalhães Barata, até outubro de 2022,
da ordem de R$ 566.028,00 (quinhentos e sessenta e seis mil e vinte e oito reais), são desproporcionais, e
servem de indicativos de superfaturamento, pois fora da realidade e da necessidade do Município.

O Ministério Público ainda demonstrou, através de trabalho de campo, juntando inclusive


fotos de que a empresa investigada, não teria estrutura nem mesmo para guardar os carros que
suspostamente estaria alugando para a Prefeitura de Magalhães Barata.

Em outro viés, o Ministério Público demonstra, em sua peça inicial que, as requeridas
estão impedindo a obtenção de novas provas pelo Ministério Público e demais órgãos de fiscalização, já
que, segundo a Dra. Brenda Ayan, todas as pessoas ouvidas pela Promotoria de Justiça foram firmes ao
relatar o assédio moral praticado pela Chefe do Executivo e ameaças de retaliação que sofreram durante o
período em que trabalharam na Prefeitura, ressaltando que todos aqueles que passaram a apresentar uma
postura de questionar as visíveis incoerências entre as notas fiscais, valores pagos e aquilo que

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 3
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23020721341504100000081914218
Número do documento: 23020721341504100000081914218

Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:46 Num. 86508384 - Pág. 3
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021112204597700000082160962
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efetivamente estava sendo entregue ou prestado ao município, sofreram ameaças e, de forma gravíssima,
assevera, que todos aqueles que procuraram ou foram chamados pelo Ministério Público para depor sobre
os fatos apurados, foram demitidos, tais como o Sr. Luís Guilherme da Silva Ferreira, a Sra. Lorena
Fabricia Monteiro Ferreira e o Sr. Jocywladson Lebre de Maria, conforme demonstrado através das
Portarias de Exoneração.

Por essa atitude, entendo clara a intenção de dificultar o acesso do órgão de fiscalização à
documentação necessária para uma efetiva avaliação do montante e a destinação dos valores,
supostamente, desviados.

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 4
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Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:46 Num. 86508384 - Pág. 4
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Presente esse quadro fático, o Ministério Público entende que, no presente caso, os atos
dos réus importaram em lesão ao erário municipal, nos termos do art. 10, da Lei n° 8.429/92, incorrendo
nas penas previstas no art. 12, II, da LIA.

Demonstra ainda a Promotora de Justiça, o dolo específico de cada requerido, no


momento em que todos são ordenadores de despesas, participam dos processos de seleção da empresa,
fiscalizam a execução do contrato, tem, portanto, plena ciência doque está sendo pago e do que não está
sendo entregue e mesmo assim, dão continuidade a malversação do dinheiro público, efetivando,
religiosamente, os pagamentos.

Ainda há a estarrecedora informação de que “os requeridos, agindo em conluio para lesar
o erário público, desviando dos cofres da municipalidade valores expressivos para “pagamento” de
serviços que nunca foram prestados em sua integralidade, enquanto munícipes que dependiam de tais
serviços padeciam ainda mais em suas mazelas, aguardando horas intermináveis para serem levados a
consultas e tratamentos, como no caso dos pacientes que a Secretaria de Saúde transportava, gêneros
perecíveis da merenda escolar foram desperdiçados, apesar de haver pagamento de caminhão frigorífico (o
qual nunca apareceu no município), o conselho tutelar deixou de realizar atendimento de crianças em
situação de risco por falta de veículo, dentre outras tristes situações que causaram lesão ao erário, mas
também à coletividade de Magalhães Barata”.

Ao final, requereu a Promotora de Justiça de Magalhães Barata:

- A indisponibilidade de bens e valores em nome dos requeridos, até o valor de R$


423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais), a fim de assegurar o ressarcimento
ao erário, sem oitiva prévia dos demandados, conforme autoriza o parágrafo 4º, do art. 16 da Lei
8429/1992;

- A citação dos requeridos para que, querendo, ofereçam contestação no prazo de 30


(trinta) dias, nos termos do art. 17, §7, da Lei n.º 8.429/1992;

- A intimação do Município de Magalhães Barata/PA, para, caso queira, intervenha no


processo, nos termos do art. 17, §14, da Lei nº 8.429/1992;

- Deferimento liminar, inaudita altera pars, do AFASTAMENTO DAS REQUERIDAS DO


EXERCÍCIO DE CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO, ESPECIALMENTE DOS CARGOS DE PREFEITA e
SECRETÁRIA DE FINANÇAS DO MUNICÍPIO DE MAGALHÃES BARATA/PA, pelo prazo de 90 (noventa)
dias, podendo ser prorrogado por igual prazo, mediante decisão motivada, sem prejuízo da remuneração,
como forma de evitar a iminente prática de novos ilícitos, nos termos da fundamentação exposta em tópico
próprio desta ação, com fulcro no art. 20, §1º e §2º, da Lei nº 8.429/1992;

É um breve relatório.
Decido.

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 5
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Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:46 Num. 86508384 - Pág. 5
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Número do documento: 23021112204597700000082160962
Trata-se de AÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DE AFASTAMENTO CAUTELAR E
DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS formulada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO
PARÁ, através da Promotora de Justiça, Dra. BRENDA CORRÊA LIMA AYAN em face de MARLENE DA
SILVA BORGES, Chefe do Poder Executivo Municipal, MALENA RAFAELA BORGES BARROS, Secretária de
Finanças de Magalhães Barata, atualmente afastada por decisão judicial, ROSÂNGELA DO SOCORRO
NASCIMENTO DA SILVA, ex-Secretária Municipal de Educação e AZLE VILLAS BOAS BRAGA, ex-
Secretário Municipal de Saúde e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, CNPJ/MF n.º
40.077.878/0001-40, representada pelo Sr. Antônio Fagner Batista da Silva.

Passo a analisar as medidas cautelares requeridas na inicial pelo Autor.

Primeiramente, faz-se necessário proceder-se à análise acerca da necessidade de


aplicação, sem o contraditório prévio, das medidas cautelares requeridas pelo Ministério Público.

Tais medidas devem ser aplicadas quando forem necessárias para resguardar a instrução
processual, possibilitando o ressarcimento dos cofres públicos e para evitar a iminente prática de novos
ilícitos, diante de provas suficientes de prática de atos de improbidade administrativa causadoras de danos
ao erário.

Por óbvio, as medidas liminares concedidas inaudita altera pars, por serem de natureza
invasiva, principalmente pelo fato de não serem aplicadas sob crivo do contraditório real – e sim do
contraditório diferido –, deverão ser deferidas quando no caso concreto existirem provas iniciais
suficientes para embasar a medida de urgência, de forma a resguardar a instrução processual e a
possibilidade de ressarcimento dos cofres públicos, evitando-se que o transcurso do tempo propicie a
corrosão de direitos (DINAMARCO, Cândido Rangel. O regime Jurídico da Medidas Urgentes. In Nova era
do processo civil. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 65).

Assim, medidas desse jaez devem ser utilizadas com o fim único de resguardar o objetivo
central da ação de improbidade administrativa, isso é, salvaguardar a moralidade administrativa e a
integridade do erário.

Nesta análise inicial, entendo que há indícios são suficientes para o Ministério Público, na
busca da defesa do patrimônio público, ingressar com a presente Ação de Improbidade Administrativa,
conforme dispõe o art. 17, § 6°, I da Lei 8.429/92, o qual prevê que a petição inicial deverá individualizar a
conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóteses
dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente fundamentada e ser
instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do
dolo imputado. E, ainda, poderão ser requeridas as tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos
termos dos arts. 294 a 310 do Código de Processo Civil, conforme dicção do § 6º-A, do art. 17, da LIA.

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 6
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Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:46 Num. 86508384 - Pág. 6
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Número do documento: 23021112204597700000082160962
Por isso, visando assegurar a reparação do dano ao erário ou restituir bens e valores
havidos ilicitamente é possível a decretação de medidas cautelares sem o contraditório prévio.

Existindo fortes indícios dos atos de improbidade, isto é, início de prova material de tais
atos, o deferimento de medida cautelar que assegure o ressarcimento ao erário, bem como a cessação de
danos ao patrimônio público, sem a oitiva dos requeridos envolvidos nos atos de improbidade, mostra-se
como providência imperativa.

Esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme julgado abaixo:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. MEDIDA CAUTELAR. INDISPONIBILIDADE E
SEQÜESTRO DE BENS. REQUERIMENTO NA INICIAL DA AÇÃO PRINCIPAL.
DEFERIMENTO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS ANTES DA NOTIFICAÇÃO PRÉVIA.
POSSIBILIDADE. ARTS. 7º E 16 DA LEI 8.429/92. 1. É licita a concessão de liminar
inaudita altera pars (art. 804 do CPC) em sede de medida cautelar preparatória ou
incidental, antes do recebimento da Ação Civil Pública, para a decretação de
indisponibilidade (art. 7º, da Lei 8429/92) e de seqüestro de bens, incluído o bloqueio de
ativos do agente público ou de terceiro beneficiado pelo ato de improbidade (art. 16 da
Lei 8.429/92), porquanto medidas assecuratórias do resultado útil da tutela jurisdicional,
qual seja, reparação do dano ao erário ou de restituição de bens e valores havidos
ilicitamente por ato de improbidade. Precedentes do REsp 821.720/DF">STJ: REsp
821.720/DF, DJ 30.11.2007; REsp 206222/SP, DJ 13.02.2006 e REsp 293797/AC, DJ
11.06.2001. 2. Os arts 7º e 16, §§ 1º e 2º, da Lei 8.429/92, que tratam da
indisponibilidade e do seqüestro de bens, dispõem: Art. 7º Quando o ato de improbidade
causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado. Parágrafo único. A indisponibilidade a que se
refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do
dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. Art. 16.
Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério
Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação
do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou
causado dano ao patrimônio público. § 1º O pedido de seqüestro será processado de
acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. § 2º Quando for
o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias
e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos
tratados internacionais." 3. Recurso Especial desprovido (STJ - REsp: 880427 MG
2006/0185508-2, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 04/11/2008, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/12/2008)

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 7
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Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:46 Num. 86508384 - Pág. 7
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Número do documento: 23021112204597700000082160962
Dessa forma, verifico a necessidade da concessão das medidas cautelares, inaudita altera
pars, com a reavaliação da referida decisão, após a realização do contraditório, com a apresentação das
manifestações dos requeridos.

Passo, portanto, a analisar as medidas de urgência requeridas:

O art. 20, §1º da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) estabelece que “A
autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo,
do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instrução
processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos”.

Primeiramente, observo que nesta fase é vedado ao Juiz a análise aprofundada do mérito
da questão, tendo em vista ser essa atribuição desenvolvida no decorrer da instrução processual, por força
de preceito constitucional.

Inobstante essa vedação, a fundamentação é indispensável, conforme preceitua o mesmo


diploma legal, daí a circunstância de discorrer sobre os elementos contidos nos autos.

Observo que a o Ministério Público apresenta documentos que demonstrariam o


pagamento de R$ 566.028,00 (quinhentos e sessenta e seis mil e vinte e oito reais) à empresa A.F.B.
SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI pelo aluguem de veículos durante o ano de 2022 e parte de 2021,
sendo que pela descrição, parte dos carros nunca foi apresenta no município, gerando um prejuízo de R$
423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais) ao erário público.

Tomando por base a tabela apresentado na inicial, vemos:

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE


FEVEREIRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Nota sem detalhamento. Valor total: R$ 23.640,00

MARÇO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Van 20 1,00 Mês R$ 12.480,00
(Vinte) Passageiros
Srp, Sem Motorista
Locação De Veículo 3,00 Mês R$ 13.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 8
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Número do documento: 23021112204597700000082160962
TOTAL PAGO: R$ 25.980,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 13.500,00

ABRIL 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Van 20 1,00 Mês R$ 12.480,00
(Vinte) Passageiros
Srp, Sem Motorista
Locação de Veículo 10,00 Dia R$ 2.400,00
Leve Tipo Hatch Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 11,00 Dia R$ 2.420,00
Sedan Pequeno Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 17,00 Dia R$ 3.553,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 20.853,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 8.373,00

MAIO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 2,00 Mês R$ 11.340,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 2,00 Mês R$ 13.400,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 24.740,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 13.400,00

JUNHO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 1,00 Mês R$
Tipo Minivan, Modelo 5.670,00

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 9
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Número do documento: 23021112204597700000082160962
Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$
Tipo Pick-Up 110 Cv 6.700,00
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 3,00 Dia R$ 960,00
Tipo Pick-Up Duas
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 13.330,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 7.660,00

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL


AGOSTO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 5,00 Dia R$
Leve Tipo Hatch Srp, 1.200,00
Sem Motorista
Locação De Veículo 1,00 Mês R$
Sedan 150 Cv 04 4.500,00
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 5.700,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 1.200,00

SETEMBRO/2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$
Sedan 150 Cv 04 4.500,00
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 4.500,00

OUTUBRO/2022

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Número do documento: 23021112204597700000082160962
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 5,00 Dia R$
Leve Tipo Hatch Srp, 1.200,00
Sem Motorista
Locação De Veículo 10,00 Dia R$
Sedan Pequeno Srp, 2.200,00
Sem Motorista
Locação De Veículo 2,00 Dia R$ 418,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 3.818,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 1.200,00

Nesse período de pandemia dos anos de 2021/2022, em que se tem um número


aproximado de 19.006 mortes registradas no Pará, a destinação irregular de mais de R$68.000,00
(sessenta e oito mil reais), só da Secretaria de Saúde de um município pequeno e carente como
Magalhães Barata, deve ter contribuído para que se chegasse a essa terrível estatística. Esses valores, sem
a menor sombra de dúvida poderiam ter salvado algumas vidas e mesmo que fosse só mais uma, já
poderíamos dormir tranquilos de que todo o esforço possível foi realizado.

No entanto, é desalentador imaginar, que em um período de calamidade pública dessa


magnitude, alguém possa ter tido a insensatez de desviar recursos e não é de qualquer local, mas da
Secretaria Municipal de Saúde, que naquela oportunidade era a que gerenciava todo o caos vivido pela
população.

É de se observar, também, que os Requeridos estão colocando verdadeira barreira na


obtenção de provas, já que ou prestam informações falsas aos órgãos de fiscalização e controle, ou
simplesmente expurgam, aqueles que se contrapõe aos desmandos e denunciam as irregularidades, como
faz prova o Ministério Público local, com as exonerações dos servidores que lhe prestaram informações,
conforme demonstrado, vejamos:

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Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:20:46 Num. 86508384 - Pág. 11
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021112204597700000082160962
Número do documento: 23021112204597700000082160962
Os fatos descritos neste procedimento só foram descobertos parcialmente, com a
coragem de dignos servidores públicos, que mesmo contratados em caráter precário, não se intimidaram
com a possibilidade real da perda de seus cargos e do sustento familiar, o que de fato ocorreu. Como
discorrido pela digna Promotora de Justiça Brenda Ayan, é necessário que se possa averiguar a real
destinação das verbas públicas e o montante do dano.

Dispõe o art. 11 da Lei 8.429/92 que “constitui ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes conduta: (...)”

Fazendo uma análise sistemática da referida Lei, depreende-se que a Improbidade


Administrativa ocorre quando o sujeito ativo, investido de função pública, seja ela qual for, temporária ou
efetiva, responsável pelo gerenciamento, destinação e aplicação de valores, bens e serviços de natureza
pública (art. 1º e 2º da Lei nº 8.429/1992), obtenha os seguintes resultados:

1 - Enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992), ou seja, atos que importem
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, função, emprego ou
atividade.

2 - Lesão ao erário por ação ou omissão, ainda que não receba direta ou indiretamente
qualquer vantagem (artigo 10, Lei nº 8.429/1992).

3 - Ação ou omissão que viole dolosamente os deveres de honestidade, imparcialidade,


legalidade e lealdade às instituições. (artigo 11, Lei nº 8.429/1992).

A prática dos atos descritos acima resulta na aplicação das penalidades previstas no art.
12 da Lei nº 8.429/92:

“Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na


legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações:

I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou
de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos;;

II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até
12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o
poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda

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que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze)
anos;

III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro)
vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos.

Posta a legislação aplicável ao caso, deve-se analisar os fatos descritos nos autos.

Constam nos autos, documentos que comprovam que os Requeridos, Marlene, na


qualidade de Prefeita do Município Magalhães Barata, sua filha Malena, Secretária afastada de Finanças,
Rosângela, ex-Secretária de Saúde, Azle, ex-Secretário de Saúde, teriam direcionado a contratação da
empresa A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, relativa ao aluguel de veículo e que,
dolosamente, efetuavam o pagamento pela disponibilidade de diversos carros, que na verdade nunca
estiveram à serviço do Município de Magalhães Barata e sua população, situação conhecida popularmente
como “carros fantasmas”.

Segundo apurado pelo Ministério Público, o prejuízo ao erário público, somente com esse
contrato atinge o montante de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais), ao
erário público.

O pedido de afastamento de gestor público municipal deve se escorar em duas premissas,


uma com previsão legal (artigo 20, §2º da Lei 8.429/92), e outra, de acordo com a casuística judicial,
compreendendo o poder geral de cautela do magistrado.

Em relação à primeira premissa, de caráter ope legis, prevê o art. 20, §1º e §2º da Lei
8.429/92, que a autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à
instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.

A medida extrema, que pode e tem alcançado até mesmo agentes públicos detentores de
mandatos eletivos, está respaldada no citado dispositivo, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária.

Entende a jurisprudência predominante que o afastamento somente é cabível diante de


provas efetivas de que o agente político esteja prejudicando a instrução processual.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA - PROCESSUAL CIVIL - ADMINISTRATIVO - PRELIMINAR DE
INSTRUÇÃO DEFICIENTE DO RECURSO - SUPERAÇÃO - PREFEITO MUNICIPAL E
PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO - AFASTAMENTO DO CARGO – INDÍCIOS DE

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INTERFERÊNCIA NA INSTRUÇÃO DA AÇÃO - INOCORRÊNCIA - ART. 20, PARÁGRAFO
ÚNICO, DA LEI N.º 8.429/92 - INTERPRETAÇÃO RESTRITA - INDEFERIMENTO DA
PROVIDÊNCIA LIMINAR. 1. Não subsiste a tese de deficiência de instrução do recurso em
decorrência da juntada das peças essenciais por cópia digital, o que, além de estar
legitimado pelo art. 365, inc. VI, do CPC, não teve a autenticidade arguida pela parte
contrária. 2. Em ação civil pública proposta com base na improbidade administrativa de
Prefeito Municipal e do Procurador Geral do Município, o afastamento destes dos cargos
somente é possível mediante a existência de indício ou prova efetiva de que o demandado
esteja prejudicando a instrução processual, 'ex vi' do art. 20, parágrafo único, da Lei n.º
8.429/92. (TJ-MG - AI: 10382150003046001 MG, Relator: Edgard Penna Amorim, Data
de Julgamento: 10/12/2015, Câmaras Cíveis / 8ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
16/12/2015).

AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE IMPROBIDADE PREFEITO


MUNICIPAL AGENTE POLÍTICO - AFASTAMENTO CAUTELAR ART. 20 § ÚNICO DA LEI
Nº 8.429/1992 - MEDIDA ULTRAEXCEPCIONAL CABÍVEL NO PRESENTE CASO. 1 A
jurisprudência do Superior de Justiça entende que o afastamento cautelar do agente
público de sua função, com fundamento no art. 20, par. único da Lei 8.429/92, é medida
excepcional, que somente se justifica quando o comportamento do agente, no exercício
de suas funções, possa comprometer a instrução do processo. 2. Algumas posturas são
facilmente tipificáveis na conduta descrita no art. 20, parágrafo único, da Lei 8.429/1992,
tais como a coação de testemunhas e o desvio de documentos. No presente caso, restou
vastamente demonstrada a tentativa de embaraço realizado pelo réu da ação de
improbidade, cabível assim seu afastamento. 3 Agravo conhecido e desprovido. (TJ-PA -
AI: 201330174511 PA, Relator: LEONARDO DE NORONHA TAVARES, Data de Julgamento:
30/06/2014, 1ª CÂMARA CÍVEL ISOLADA, Data de Publicação: 08/07/2014).

AGRAVO REGIMENTAL NA SUSPENSÃO DE LIMINAR E DE SENTENÇA.


GRAVE LESÃOÀ ORDEM PÚBLICA. AFASTAMENTO. PREFEITO. AGRAVO
REGIMENTALDESPROVIDO. I - A jurisprudência da Corte Especial e a do c. Supremo
Tribunal Federal têm admitido que prefeito afastado do cargo por decisão judicial pode
formular pedido de suspensão de liminar e de sentença alegando grave lesão à ordem
pública (v.g. STJ, AgRg na SLS 876/RN,Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJe de
10/11/2008. STF, SS 444AgR/MT, Tribunal Pleno, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ de
4/9/1992, ePet 2.225 AgR/GO, Tribunal Pleno, Rel. p/ acórdão Min. Sepúlveda Pertence,
DJ de 12/4/2002). II - In casu, o requerente, prefeito municipal, foi afastado cautelarmente
do cargo, mediante decisão do juízo a quo, por interferir concretamente na instrução
processual valendo-se de funcionários do município para esconder provas e ocultar
vestígios acerca de supostos atos de improbidade a ele atribuídos. III - Consoante a
jurisprudência deste Tribunal, não se configura excessivo o afastamento cautelar de
prefeito municipal pelo período de 90 dias, ainda que o afastamento do agente público
seja anterior à decisão proferida no âmbito desta Corte. Agravo regimental desprovido.

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Número do documento: 23021112204597700000082160962
(STJ - AgRg na SLS: 1630 PA 2012/0161048-1, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data
de Julgamento: 19/09/2012, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe
02/10/2012).

De tudo que foi analisado, constato que a permanência da Sra. Marlene e da Sra. Malena,
- inclusive esta já afastada do cargo na ação criminal nº 0800295-87.2022.8.14.0221 -, no exercício de
suas funções representa fundados riscos para a instrução processual e a possibilidade de reiteração das
condutas apontadas, supostamente irregulares, e dificultará a localização e análise de novas provas,
possivelmente, existentes, já que, segundo demonstrado, todos que auxiliarem a investigação ou a
obtenção de provas, será sumariamente demitido ou afastado.

Não obstante seja o exercício do mandato um direito político fundamental, tal direito pode
ser relativizado se não for exercido em conformidade com a busca pela consecução do interesse público,
possibilitando o afastamento do agente político democraticamente eleito. O administrador não pode se
comportar como dono da coisa pública, mas como mero gestor de bens e interesses públicos,
indisponíveis à Administração e, obviamente, aos agentes políticos, pertencendo, em verdade, à
coletividade, ao povo.

Do princípio da indisponibilidade do interesse público – implícito no ordenamento jurídico


– decorre diversos princípio expressos de que devem nortear a atividade da Administração, dentre os
quais a moralidade, princípio que se buscou tutelar por meio da edição da Lei nº 8.429/92 – Lei de
Improbidade Administrativa.

Em seu artigo 7º, está determinado:

Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que


conhecer dos fatos representará ao Ministério Público competente, para as providências
necessárias.

E mais, dispõe o art. 16 do mesmo diploma:

Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado,


em caráter antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim
de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de
enriquecimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
[...]
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste
artigo apenas será deferido mediante a demonstração no caso concreto de perigo de dano
irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se convença da
probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento nos
respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)

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Número do documento: 23021112204597700000082160962
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia
do réu, sempre que o contraditório prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade
da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não
podendo a urgência ser presumida.

No presente caso, vemos que a atitude comissiva dos Requeridos no possível


direcionamento das licitações, na não prestação efetiva do serviço, apesar de devidamente atestado e o
suposto beneficiamento pessoal, demonstram a possibilidade de dano irreparável, já que o montante de
desvio apontado, supera o ganho mensal dos requeridos, sendo praticamente impossível, em caso de
permanência da atividade, na forma em que se encontra, ressarcirem o patrimônio público.

Assim, vemos que o prejuízo é evidente, autorizador da medida extrema requerida pelo
Ministério Público, através da Promotora Brenda Ayan, para que o patrimônio dos requeridos e não o da
população, seja garantidor dos prejuízos causados.

- Por todo o exposto, DETERMINO o afastamento do cargo das Sra. MARLENE DA SILVA
BORGES, Prefeita Municipal, pelo prazo de 45 dias e da Sra. MALENA RAFAELA BORGES BARROS, pelo
prazo de 90 dias, já que se encontra afastada por outra medida cautelar, sem prejuízo de seus
vencimentos, por ser medida que se impõe. Estando ainda a 2ª Requerida, afastada de suas funções, o
prazo desta determinação só passa a contar de sua efetiva ciência.

Para a execução da medida, notifique-se o Vice-Prefeito e o Presidente da Câmara


Municipal, para que sejam adotadas as medidas legais que o caso requer.

- Determino o BLOQUEIO DE VALORES E ATIVOS, via SISBAJUD, RENAJUD e


INDISPONIBILIDADE, de MARLENE DA SILVA BORGES, inscrita no CPF sob o n.º 128.295.442-34,
MALENA RAFAELA BORGES BARROS, inscrita no CPF sob o n.º 008.211.772-14, ROSÂNGELA DO
SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA, inscrita no CPF sob o n.º 307.556.382-04, AZLE VILLAS BOAS
BRAGA, inscrito no CPF sob o n.º 001.663.682-10 e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI,
CNPJ/MF n.º 40.077.878/0001-40, no valor de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta
e oito reais), visando resguardar possíveis prejuízos do patrimônio público e assegurar a reparação legal.

- Determino à Prefeitura Municipal, representada pelo Prefeito Municipal Interino, que


suspenda imediatamente o pagamento à empresa A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI,
CNPJ/MF n.º 40.077.878/0001-40, se ainda existirem restos a pagar, referente a locação de veículos, até
que sejam apuradas as possíveis irregularidades apontadas;

Deixo de analisar os demais requerimentos da inicial, posto que sejam decorrentes do


próprio rito processual ou consequências da condenação.

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Número do documento: 23021112204597700000082160962
Intime-se o Município de Magalhães Barata/PA, para, caso queira, intervenha no
processo, nos termos do art 17, §14, da Lei nº 8.429/1992

A PRESENTE DECISÃO SERVIRÁ DE MANDADO EOFICIO.

lgarapé-açu, 07 de fevereiro de 2023.

Cristiano Magalhães Gomes


Juiz de Direito

-i / ol,/ Qo23 . fJ.' o5 t

.Alando elelrcnlcamenle por. CRISTIANO MAGAI.HAES GOMES - 07/02/20Z3 21 :34:15 Num. 86232959 - Pág. 17

. . N (merodo doa.mento: 23020721341504100000081914218

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Número do documento: 23021112204597700000082160962
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU
TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

CERTIDÃO

Eu, RONILSON TELES DE SOUSA, Oficial de Justiça Avaliador lotado na


Central de Mandados da Comarca de Igarapé-Açu / PA, CERTIFICO que em
cumprimento à DECISÃO / MANDADO, do Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito
Titular da Comarca de Igarapé-Açu / PA e Responsável pelo Termo Judiciário de
Magalhães Barata / PA, extraído dos AUTOS DE AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA – PROCESSO / PJE nº: 0800016-67.2023.8.14.0221, em
tramitação neste Juízo, e uma vez no Termo Judiciário de Magalhães Barata / PA,
dirigi-me aos endereços informados na INICIAL e, aí sendo, depois de observadas
as formalidades legais, CITEI / INTIMEI do inteiro teor da DECISÃO / MANDADO
anexo a Senhora: MARLENE DA SILVA BORGES, Chefe do Poder Executivo
Municipal / Magalhães Barata / PA, e AZLE VILLAS BOAS BRAGA, Ex-Secretário
Municipal de Saúde de Magalhães Barata / PA, conforme DECISÃO proferida nos
AUTOS supracitados; sendo que a Senhora Chefe do Poder Executivo Municipal
(acima mencionada) e o Senhor Ex-Secretário Municipal de Saúde de Magalhães
Barata / PA (acima mencionado) bem cientes ficaram, assinaram no MANDADO
anexo e receberam as contrafés que lhes ofereci – com as fotocópias da
DECISÃO proferida por este Douto Juízo e da INICIAL. CERTIFICO que, depois
de observadas as formalidades legais, INTIMEI do inteiro teor da DECISÃO /
MANDADO anexo o Município de Magalhães Barata / PA, na Pessoa do seu
Representante Legal, Senhor: JONI JOSÉ FERREIRA MOREIRA, Matrícula:
001.549-4, Procurador do Município de Magalhães Barata / PA, o Senhor:
ANTONIO DA COSTA MONTEIRO, Vice-Prefeito do Município de Magalhães
Barata / PA, e o Senhor: JOSÉ ROGÉRIO DA SILVA LOPES, Presidente da
Câmara Municipal de Magalhães Barata / PA, conforme DECISÃO proferida nos
AUTOS supracitados; sendo que o Senhor Procurador do Município de Magalhães
Barata / PA (acima mencionado), o Senhor Vice-Prefeito do Município de
Magalhães Barata / PA (acima mencionado) e o Senhor Presidente da Câmara
Municipal de Magalhães Barata / PA (acima mencionado), bem cientes ficaram,

Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:32:58 Num. 86509743 - Pág. 1
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Número do documento: 23021112325868300000082160965
assinaram na DECISÃO / MANDADO anexo e receberam as contrafés que lhes
ofereci – com as fotocópias da INICIAL e da DECISÃO proferida por este Douto
Juízo. CERTIFICO que, depois de haver empreendido diligências, DEIXEI DE
CITAR / INTIMAR a Senhora: MALENA RAFAELA BORGES BARROS, Secretária
de Finanças de Magalhães Barata / PA, atualmente afastada por Decisão Judicial,
ROSÂNGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA, Ex-Secretária Municipal
de Educação de Magalhães Barata / PA, e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E
SERVIÇOS EIRELI, CNPJ/MF nº: 40.077.878/0001-40, Representada pelo Senhor:
ANTÔNIO FAGNER BATISTA DA SILVA, em virtude de não os haver encontrado
durante a realização das diligências; sendo que: 1) a Senhora Secretária de
Finanças de Magalhães Barata / PA, atualmente afastada por Decisão Judicial,
acima mencionada, encontra-se até a presente data cuidando de seu Pai que
está enfermo na Capital: Belém / PA, em endereço não informado; 2) a
Senhora Ex-Secretária Municipal de Educação de Magalhães Barata / PA
(acima mencionada) está afastada desde o mês de JANEIRO/2023 por motivo
de Licença-Saúde e reside na Capital: Belém / PA, em endereço não
informado; 3) a Firma (acima mencionada) e seu Representante Legal (acima
mencionado) estão domiciliados no Município de Santa Maria do Pará / PA,
em endereço não informado – de acordo com as informações da Senhora:
MARLENE DA SILVA BORGES, Chefe do Poder Executivo Municipal /
Magalhães Barata / PA, afastada pela presente Decisão Judicial a partir de
08/02/2023, às 13:06h, quando foi devidamente CITADA / INTIMADA.

O REFERIDO É VERDADE E DOU FÉ.

De: Igarapé-Açu / PA; em: Magalhães Barata / PA, 11 de fevereiro de 2023.

RONILSON TELES DE SOUSA


Oficial de Justiça Avaliador

Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:32:58 Num. 86509743 - Pág. 2
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Número do documento: 23021112325868300000082160965
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ
COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU
TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Número: 0800016-67.2023.8.14.0221
Classe: AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Órgão julgador: Termo Judiciário de Magalhães Barata
Última distribuição: 20/01/2023
Valor da causa: R$ 423.058,00
Assuntos: Dano ao Erário
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
TJPA
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARA (AUTOR)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
Em segredo de justiça (REU)
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARÁ (FISCAL DA LEI)

Decisão:

Trata-se de AÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DE AFASTAMENTO CAUTELAR E
DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS formulada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO
PARÁ, através da Promotora de Justiça, Dra. BRENDA CORRÊA LIMA AYAN em face de MARLENE DA
SILVA BORGES, Chefe do Poder Executivo Municipal, MALENA RAFAELA BORGES BARROS, Secretária de
Finanças de Magalhães Barata, atualmente afastada por decisão judicial, ROSÂNGELA DO SOCORRO
NASCIMENTO DA SILVA, ex-Secretária Municipal de Educação e AZLE VILLAS BOAS BRAGA, ex-
Secretário Municipal de Saúde e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, CNPJ/MF n.º
40.077.878/0001-40, representada pelo Sr. Antônio Fagner Batista da Silva.

Informa a Dra. Brenda Ayan, em síntese, que instaurou inquérito civil para averiguar as
irregularidades na prestação de serviços de locação de veículos pela empresa A. F. B. SILVA COMÉRCIO E
SERVIÇOS EIRELI à Prefeitura Municipal de Magalhães Barata e às suas Secretarias, sendo dado início ao
procedimento a partir das declarações prestadas pelo então tesoureiro do Município, Sr. Luís Guilherme da
Silva Ferreira, na data de 15/09/2022, ocasião em que relatou que, no exercício de suas atribuições,
observou o pagamento de várias notas fiscais à empresa A. F. B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 1
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Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:32:59 Num. 86509744 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021112325881900000082160966
Número do documento: 23021112325881900000082160966
pelo aluguel de vários veículos que nunca estiveram no Município ou à disposição da Prefeitura e de suas
Secretarias.

Diz o Ministério Público que também prestou depoimento perante a Promotoria de


Justiça, o Sr. Jocywladson Lebre de Maria, o qual já exerceu o cargo de Chefe de Gabinete da Prefeitura e
cargo de Diretor de Departamento junto à Secretaria Municipal de Administração, tendo relatado na
oportunidade que também estranhou os altos valores recebidos pela referida empresa, e que os carros
constantes nas notas fiscais não condiziam com a realidade, pois nunca estiveram no Município de
Magalhães Barata.

Afirma ainda a Promotora de Justiça, que em outro procedimento instaurado para apurar a
má prestação dos serviços de transporte de pacientes no Município, o representante da empresa A.F.B.
Silva foi ouvido e confirmou que somente uma minivan era alugada à Secretaria de Saúde de Magalhães
Barata e que nunca havia sido solicitado qualquer outro tipo de veículo. Esclarece ainda a Promotora de
Justiça, que somente a partir de janeiro de 2022, com a intervenção do Ministério Público, é que a
Secretaria de Saúde passou a disponibilizar uma van, da mesma forma ocorreu com à Secretaria de
Assistência Social, com o Conselho Tutelar do Município e a Secretaria de Saúde, que passaram a contar
com veículos, conforme depoimentos juntados no inquérito civil.

Após diversas diligências realizadas no âmbito do inquérito civil, averiguou-se que a


Prefeitura de Magalhães Barata só contava com um veículo Saveiro preta e um veículo HB20 para atender à
Secretaria de Assistência Social, que também servia ao CRAS, CREAS e até agosto também ao Conselho
Tutelar. Como dito, somente a partir de agosto foi alugado um carro exclusivo para o Conselho Tutelar;
sendo que a Secretaria de Saúde utiliza uma van e um carro pertencente ao senhor de prenome
“Ferdinando”, da Vila de Cafezal, conforme declarações prestadas pelo ex-Secretário Municipal de Saúde,
Adnan Monteiro de Souza, em 08.11.2022; a Secretaria de Educação utiliza um único veículo Doblo e
esporadicamente é alugado um ônibus para a Secretaria de Agricultura transportar os gêneros da
agricultura familiar.

A Promotora de Justiça ainda informa que, nas notas fiscais disponíveis no Portal da
Transparência é possível detectar uma quantidade muito maior de carros que estariam alugados e deveriam
estar à disposição da Prefeitura Municipal e de suas Secretarias, do que efetivamente estão
disponibilizados.

No que se refere à empresa A. F. B. SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, o Ministério


Público afirma que ela foi constituída em 10/12/2020, com sede no Município de Santa Maria do Pará e
capital social de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), e que sua principal atividade é o comércio
varejista de materiais de construção em geral, contudo, são listadas mais de 26 (vinte e seis) atividades
secundárias, das mais diversas, algumas até incompatíveis entre si, entendendo o Ministério Público que
essa amplíssima diversidade de ramos e objeto empresarial é um forte indicativo de que a empresa em
questão atua de forma fraudulenta e sem aparato para realmente prestar os serviços contratados. Ademais,
diz que, embora tenha sido constituída em dezembro de 2020, somente começou a prestar serviços para

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Prefeituras Municipais, no ano de 2021 e que, fazendo um comparativo entre os diversos serviços
prestados e os valores recebidos de outros Municípios de porte bem maior do que o de Magalhães Barata,
depreende-se que os valores pagos à empresa pelo Município de Magalhães Barata, até outubro de 2022,
da ordem de R$ 566.028,00 (quinhentos e sessenta e seis mil e vinte e oito reais), são desproporcionais, e
servem de indicativos de superfaturamento, pois fora da realidade e da necessidade do Município.

O Ministério Público ainda demonstrou, através de trabalho de campo, juntando inclusive


fotos de que a empresa investigada, não teria estrutura nem mesmo para guardar os carros que
suspostamente estaria alugando para a Prefeitura de Magalhães Barata.

Em outro viés, o Ministério Público demonstra, em sua peça inicial que, as requeridas
estão impedindo a obtenção de novas provas pelo Ministério Público e demais órgãos de fiscalização, já
que, segundo a Dra. Brenda Ayan, todas as pessoas ouvidas pela Promotoria de Justiça foram firmes ao
relatar o assédio moral praticado pela Chefe do Executivo e ameaças de retaliação que sofreram durante o
período em que trabalharam na Prefeitura, ressaltando que todos aqueles que passaram a apresentar uma
postura de questionar as visíveis incoerências entre as notas fiscais, valores pagos e aquilo que

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efetivamente estava sendo entregue ou prestado ao município, sofreram ameaças e, de forma gravíssima,
assevera, que todos aqueles que procuraram ou foram chamados pelo Ministério Público para depor sobre
os fatos apurados, foram demitidos, tais como o Sr. Luís Guilherme da Silva Ferreira, a Sra. Lorena
Fabricia Monteiro Ferreira e o Sr. Jocywladson Lebre de Maria, conforme demonstrado através das
Portarias de Exoneração.

Por essa atitude, entendo clara a intenção de dificultar o acesso do órgão de fiscalização à
documentação necessária para uma efetiva avaliação do montante e a destinação dos valores,
supostamente, desviados.

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Presente esse quadro fático, o Ministério Público entende que, no presente caso, os atos
dos réus importaram em lesão ao erário municipal, nos termos do art. 10, da Lei n° 8.429/92, incorrendo
nas penas previstas no art. 12, II, da LIA.

Demonstra ainda a Promotora de Justiça, o dolo específico de cada requerido, no


momento em que todos são ordenadores de despesas, participam dos processos de seleção da empresa,
fiscalizam a execução do contrato, tem, portanto, plena ciência doque está sendo pago e do que não está
sendo entregue e mesmo assim, dão continuidade a malversação do dinheiro público, efetivando,
religiosamente, os pagamentos.

Ainda há a estarrecedora informação de que “os requeridos, agindo em conluio para lesar
o erário público, desviando dos cofres da municipalidade valores expressivos para “pagamento” de
serviços que nunca foram prestados em sua integralidade, enquanto munícipes que dependiam de tais
serviços padeciam ainda mais em suas mazelas, aguardando horas intermináveis para serem levados a
consultas e tratamentos, como no caso dos pacientes que a Secretaria de Saúde transportava, gêneros
perecíveis da merenda escolar foram desperdiçados, apesar de haver pagamento de caminhão frigorífico (o
qual nunca apareceu no município), o conselho tutelar deixou de realizar atendimento de crianças em
situação de risco por falta de veículo, dentre outras tristes situações que causaram lesão ao erário, mas
também à coletividade de Magalhães Barata”.

Ao final, requereu a Promotora de Justiça de Magalhães Barata:

- A indisponibilidade de bens e valores em nome dos requeridos, até o valor de R$


423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais), a fim de assegurar o ressarcimento
ao erário, sem oitiva prévia dos demandados, conforme autoriza o parágrafo 4º, do art. 16 da Lei
8429/1992;

- A citação dos requeridos para que, querendo, ofereçam contestação no prazo de 30


(trinta) dias, nos termos do art. 17, §7, da Lei n.º 8.429/1992;

- A intimação do Município de Magalhães Barata/PA, para, caso queira, intervenha no


processo, nos termos do art. 17, §14, da Lei nº 8.429/1992;

- Deferimento liminar, inaudita altera pars, do AFASTAMENTO DAS REQUERIDAS DO


EXERCÍCIO DE CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO, ESPECIALMENTE DOS CARGOS DE PREFEITA e
SECRETÁRIA DE FINANÇAS DO MUNICÍPIO DE MAGALHÃES BARATA/PA, pelo prazo de 90 (noventa)
dias, podendo ser prorrogado por igual prazo, mediante decisão motivada, sem prejuízo da remuneração,
como forma de evitar a iminente prática de novos ilícitos, nos termos da fundamentação exposta em tópico
próprio desta ação, com fulcro no art. 20, §1º e §2º, da Lei nº 8.429/1992;

É um breve relatório.
Decido.

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Trata-se de AÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DE AFASTAMENTO CAUTELAR E
DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS formulada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO
PARÁ, através da Promotora de Justiça, Dra. BRENDA CORRÊA LIMA AYAN em face de MARLENE DA
SILVA BORGES, Chefe do Poder Executivo Municipal, MALENA RAFAELA BORGES BARROS, Secretária de
Finanças de Magalhães Barata, atualmente afastada por decisão judicial, ROSÂNGELA DO SOCORRO
NASCIMENTO DA SILVA, ex-Secretária Municipal de Educação e AZLE VILLAS BOAS BRAGA, ex-
Secretário Municipal de Saúde e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, CNPJ/MF n.º
40.077.878/0001-40, representada pelo Sr. Antônio Fagner Batista da Silva.

Passo a analisar as medidas cautelares requeridas na inicial pelo Autor.

Primeiramente, faz-se necessário proceder-se à análise acerca da necessidade de


aplicação, sem o contraditório prévio, das medidas cautelares requeridas pelo Ministério Público.

Tais medidas devem ser aplicadas quando forem necessárias para resguardar a instrução
processual, possibilitando o ressarcimento dos cofres públicos e para evitar a iminente prática de novos
ilícitos, diante de provas suficientes de prática de atos de improbidade administrativa causadoras de danos
ao erário.

Por óbvio, as medidas liminares concedidas inaudita altera pars, por serem de natureza
invasiva, principalmente pelo fato de não serem aplicadas sob crivo do contraditório real – e sim do
contraditório diferido –, deverão ser deferidas quando no caso concreto existirem provas iniciais
suficientes para embasar a medida de urgência, de forma a resguardar a instrução processual e a
possibilidade de ressarcimento dos cofres públicos, evitando-se que o transcurso do tempo propicie a
corrosão de direitos (DINAMARCO, Cândido Rangel. O regime Jurídico da Medidas Urgentes. In Nova era
do processo civil. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 65).

Assim, medidas desse jaez devem ser utilizadas com o fim único de resguardar o objetivo
central da ação de improbidade administrativa, isso é, salvaguardar a moralidade administrativa e a
integridade do erário.

Nesta análise inicial, entendo que há indícios são suficientes para o Ministério Público, na
busca da defesa do patrimônio público, ingressar com a presente Ação de Improbidade Administrativa,
conforme dispõe o art. 17, § 6°, I da Lei 8.429/92, o qual prevê que a petição inicial deverá individualizar a
conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóteses
dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente fundamentada e ser
instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do
dolo imputado. E, ainda, poderão ser requeridas as tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos
termos dos arts. 294 a 310 do Código de Processo Civil, conforme dicção do § 6º-A, do art. 17, da LIA.

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Por isso, visando assegurar a reparação do dano ao erário ou restituir bens e valores
havidos ilicitamente é possível a decretação de medidas cautelares sem o contraditório prévio.

Existindo fortes indícios dos atos de improbidade, isto é, início de prova material de tais
atos, o deferimento de medida cautelar que assegure o ressarcimento ao erário, bem como a cessação de
danos ao patrimônio público, sem a oitiva dos requeridos envolvidos nos atos de improbidade, mostra-se
como providência imperativa.

Esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme julgado abaixo:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. MEDIDA CAUTELAR. INDISPONIBILIDADE E
SEQÜESTRO DE BENS. REQUERIMENTO NA INICIAL DA AÇÃO PRINCIPAL.
DEFERIMENTO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS ANTES DA NOTIFICAÇÃO PRÉVIA.
POSSIBILIDADE. ARTS. 7º E 16 DA LEI 8.429/92. 1. É licita a concessão de liminar
inaudita altera pars (art. 804 do CPC) em sede de medida cautelar preparatória ou
incidental, antes do recebimento da Ação Civil Pública, para a decretação de
indisponibilidade (art. 7º, da Lei 8429/92) e de seqüestro de bens, incluído o bloqueio de
ativos do agente público ou de terceiro beneficiado pelo ato de improbidade (art. 16 da
Lei 8.429/92), porquanto medidas assecuratórias do resultado útil da tutela jurisdicional,
qual seja, reparação do dano ao erário ou de restituição de bens e valores havidos
ilicitamente por ato de improbidade. Precedentes do REsp 821.720/DF">STJ: REsp
821.720/DF, DJ 30.11.2007; REsp 206222/SP, DJ 13.02.2006 e REsp 293797/AC, DJ
11.06.2001. 2. Os arts 7º e 16, §§ 1º e 2º, da Lei 8.429/92, que tratam da
indisponibilidade e do seqüestro de bens, dispõem: Art. 7º Quando o ato de improbidade
causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado. Parágrafo único. A indisponibilidade a que se
refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do
dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. Art. 16.
Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério
Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação
do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou
causado dano ao patrimônio público. § 1º O pedido de seqüestro será processado de
acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. § 2º Quando for
o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias
e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos
tratados internacionais." 3. Recurso Especial desprovido (STJ - REsp: 880427 MG
2006/0185508-2, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 04/11/2008, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/12/2008)

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Dessa forma, verifico a necessidade da concessão das medidas cautelares, inaudita altera
pars, com a reavaliação da referida decisão, após a realização do contraditório, com a apresentação das
manifestações dos requeridos.

Passo, portanto, a analisar as medidas de urgência requeridas:

O art. 20, §1º da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) estabelece que “A
autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo,
do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instrução
processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos”.

Primeiramente, observo que nesta fase é vedado ao Juiz a análise aprofundada do mérito
da questão, tendo em vista ser essa atribuição desenvolvida no decorrer da instrução processual, por força
de preceito constitucional.

Inobstante essa vedação, a fundamentação é indispensável, conforme preceitua o mesmo


diploma legal, daí a circunstância de discorrer sobre os elementos contidos nos autos.

Observo que a o Ministério Público apresenta documentos que demonstrariam o


pagamento de R$ 566.028,00 (quinhentos e sessenta e seis mil e vinte e oito reais) à empresa A.F.B.
SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI pelo aluguem de veículos durante o ano de 2022 e parte de 2021,
sendo que pela descrição, parte dos carros nunca foi apresenta no município, gerando um prejuízo de R$
423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais) ao erário público.

Tomando por base a tabela apresentado na inicial, vemos:

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE


FEVEREIRO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Nota sem detalhamento. Valor total: R$ 23.640,00

MARÇO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Van 20 1,00 Mês R$ 12.480,00
(Vinte) Passageiros
Srp, Sem Motorista
Locação De Veículo 3,00 Mês R$ 13.500,00
Sedan 150 Cv 04
Portas Srp, Sem
Motorista

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TOTAL PAGO: R$ 25.980,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 13.500,00

ABRIL 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Van 20 1,00 Mês R$ 12.480,00
(Vinte) Passageiros
Srp, Sem Motorista
Locação de Veículo 10,00 Dia R$ 2.400,00
Leve Tipo Hatch Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 11,00 Dia R$ 2.420,00
Sedan Pequeno Srp,
Sem Motorista
Locação de Veículo 17,00 Dia R$ 3.553,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 20.853,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 8.373,00

MAIO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 2,00 Mês R$ 11.340,00
Tipo Minivan, Modelo
Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação De Veículo 2,00 Mês R$ 13.400,00
Tipo Pick-Up 110 Cv
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 24.740,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 13.400,00

JUNHO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Veiculo Tipo Utilitário 1,00 Mês R$
Tipo Minivan, Modelo 5.670,00

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Doblô Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 1,00 Mês R$
Tipo Pick-Up 110 Cv 6.700,00
02 Portas Cabine
Dupla Srp, Sem
Motorista
Locação de Veículo 3,00 Dia R$ 960,00
Tipo Pick-Up Duas
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 13.330,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 7.660,00

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL


AGOSTO 2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 5,00 Dia R$
Leve Tipo Hatch Srp, 1.200,00
Sem Motorista
Locação De Veículo 1,00 Mês R$
Sedan 150 Cv 04 4.500,00
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 5.700,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 1.200,00

SETEMBRO/2022
Item Quantidade Unidade Valor
Locação de Veículo 1,00 Mês R$
Sedan 150 Cv 04 4.500,00
Portas Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 4.500,00

OUTUBRO/2022

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Item Quantidade Unidade Valor
Locação De Veículo 5,00 Dia R$
Leve Tipo Hatch Srp, 1.200,00
Sem Motorista
Locação De Veículo 10,00 Dia R$
Sedan Pequeno Srp, 2.200,00
Sem Motorista
Locação De Veículo 2,00 Dia R$ 418,00
Sedan Srp, Sem
Motorista
TOTAL PAGO: R$ 3.818,00
TOTAL PAGO POR VEÍCULOS QUE NÃO PRESTARAM SERVIÇO: R$ 1.200,00

Nesse período de pandemia dos anos de 2021/2022, em que se tem um número


aproximado de 19.006 mortes registradas no Pará, a destinação irregular de mais de R$68.000,00
(sessenta e oito mil reais), só da Secretaria de Saúde de um município pequeno e carente como
Magalhães Barata, deve ter contribuído para que se chegasse a essa terrível estatística. Esses valores, sem
a menor sombra de dúvida poderiam ter salvado algumas vidas e mesmo que fosse só mais uma, já
poderíamos dormir tranquilos de que todo o esforço possível foi realizado.

No entanto, é desalentador imaginar, que em um período de calamidade pública dessa


magnitude, alguém possa ter tido a insensatez de desviar recursos e não é de qualquer local, mas da
Secretaria Municipal de Saúde, que naquela oportunidade era a que gerenciava todo o caos vivido pela
população.

É de se observar, também, que os Requeridos estão colocando verdadeira barreira na


obtenção de provas, já que ou prestam informações falsas aos órgãos de fiscalização e controle, ou
simplesmente expurgam, aqueles que se contrapõe aos desmandos e denunciam as irregularidades, como
faz prova o Ministério Público local, com as exonerações dos servidores que lhe prestaram informações,
conforme demonstrado, vejamos:

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 11
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Os fatos descritos neste procedimento só foram descobertos parcialmente, com a
coragem de dignos servidores públicos, que mesmo contratados em caráter precário, não se intimidaram
com a possibilidade real da perda de seus cargos e do sustento familiar, o que de fato ocorreu. Como
discorrido pela digna Promotora de Justiça Brenda Ayan, é necessário que se possa averiguar a real
destinação das verbas públicas e o montante do dano.

Dispõe o art. 11 da Lei 8.429/92 que “constitui ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes conduta: (...)”

Fazendo uma análise sistemática da referida Lei, depreende-se que a Improbidade


Administrativa ocorre quando o sujeito ativo, investido de função pública, seja ela qual for, temporária ou
efetiva, responsável pelo gerenciamento, destinação e aplicação de valores, bens e serviços de natureza
pública (art. 1º e 2º da Lei nº 8.429/1992), obtenha os seguintes resultados:

1 - Enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992), ou seja, atos que importem
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, função, emprego ou
atividade.

2 - Lesão ao erário por ação ou omissão, ainda que não receba direta ou indiretamente
qualquer vantagem (artigo 10, Lei nº 8.429/1992).

3 - Ação ou omissão que viole dolosamente os deveres de honestidade, imparcialidade,


legalidade e lealdade às instituições. (artigo 11, Lei nº 8.429/1992).

A prática dos atos descritos acima resulta na aplicação das penalidades previstas no art.
12 da Lei nº 8.429/92:

“Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na


legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações:

I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou
de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos;;

II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até
12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o
poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 12
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Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:32:59 Num. 86509744 - Pág. 12
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Número do documento: 23021112325881900000082160966
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze)
anos;

III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro)
vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos.

Posta a legislação aplicável ao caso, deve-se analisar os fatos descritos nos autos.

Constam nos autos, documentos que comprovam que os Requeridos, Marlene, na


qualidade de Prefeita do Município Magalhães Barata, sua filha Malena, Secretária afastada de Finanças,
Rosângela, ex-Secretária de Saúde, Azle, ex-Secretário de Saúde, teriam direcionado a contratação da
empresa A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, relativa ao aluguel de veículo e que,
dolosamente, efetuavam o pagamento pela disponibilidade de diversos carros, que na verdade nunca
estiveram à serviço do Município de Magalhães Barata e sua população, situação conhecida popularmente
como “carros fantasmas”.

Segundo apurado pelo Ministério Público, o prejuízo ao erário público, somente com esse
contrato atinge o montante de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito reais), ao
erário público.

O pedido de afastamento de gestor público municipal deve se escorar em duas premissas,


uma com previsão legal (artigo 20, §2º da Lei 8.429/92), e outra, de acordo com a casuística judicial,
compreendendo o poder geral de cautela do magistrado.

Em relação à primeira premissa, de caráter ope legis, prevê o art. 20, §1º e §2º da Lei
8.429/92, que a autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à
instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.

A medida extrema, que pode e tem alcançado até mesmo agentes públicos detentores de
mandatos eletivos, está respaldada no citado dispositivo, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária.

Entende a jurisprudência predominante que o afastamento somente é cabível diante de


provas efetivas de que o agente político esteja prejudicando a instrução processual.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA - PROCESSUAL CIVIL - ADMINISTRATIVO - PRELIMINAR DE
INSTRUÇÃO DEFICIENTE DO RECURSO - SUPERAÇÃO - PREFEITO MUNICIPAL E
PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO - AFASTAMENTO DO CARGO – INDÍCIOS DE

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 13
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Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:32:59 Num. 86509744 - Pág. 13
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Número do documento: 23021112325881900000082160966
INTERFERÊNCIA NA INSTRUÇÃO DA AÇÃO - INOCORRÊNCIA - ART. 20, PARÁGRAFO
ÚNICO, DA LEI N.º 8.429/92 - INTERPRETAÇÃO RESTRITA - INDEFERIMENTO DA
PROVIDÊNCIA LIMINAR. 1. Não subsiste a tese de deficiência de instrução do recurso em
decorrência da juntada das peças essenciais por cópia digital, o que, além de estar
legitimado pelo art. 365, inc. VI, do CPC, não teve a autenticidade arguida pela parte
contrária. 2. Em ação civil pública proposta com base na improbidade administrativa de
Prefeito Municipal e do Procurador Geral do Município, o afastamento destes dos cargos
somente é possível mediante a existência de indício ou prova efetiva de que o demandado
esteja prejudicando a instrução processual, 'ex vi' do art. 20, parágrafo único, da Lei n.º
8.429/92. (TJ-MG - AI: 10382150003046001 MG, Relator: Edgard Penna Amorim, Data
de Julgamento: 10/12/2015, Câmaras Cíveis / 8ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
16/12/2015).

AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE IMPROBIDADE PREFEITO


MUNICIPAL AGENTE POLÍTICO - AFASTAMENTO CAUTELAR ART. 20 § ÚNICO DA LEI
Nº 8.429/1992 - MEDIDA ULTRAEXCEPCIONAL CABÍVEL NO PRESENTE CASO. 1 A
jurisprudência do Superior de Justiça entende que o afastamento cautelar do agente
público de sua função, com fundamento no art. 20, par. único da Lei 8.429/92, é medida
excepcional, que somente se justifica quando o comportamento do agente, no exercício
de suas funções, possa comprometer a instrução do processo. 2. Algumas posturas são
facilmente tipificáveis na conduta descrita no art. 20, parágrafo único, da Lei 8.429/1992,
tais como a coação de testemunhas e o desvio de documentos. No presente caso, restou
vastamente demonstrada a tentativa de embaraço realizado pelo réu da ação de
improbidade, cabível assim seu afastamento. 3 Agravo conhecido e desprovido. (TJ-PA -
AI: 201330174511 PA, Relator: LEONARDO DE NORONHA TAVARES, Data de Julgamento:
30/06/2014, 1ª CÂMARA CÍVEL ISOLADA, Data de Publicação: 08/07/2014).

AGRAVO REGIMENTAL NA SUSPENSÃO DE LIMINAR E DE SENTENÇA.


GRAVE LESÃOÀ ORDEM PÚBLICA. AFASTAMENTO. PREFEITO. AGRAVO
REGIMENTALDESPROVIDO. I - A jurisprudência da Corte Especial e a do c. Supremo
Tribunal Federal têm admitido que prefeito afastado do cargo por decisão judicial pode
formular pedido de suspensão de liminar e de sentença alegando grave lesão à ordem
pública (v.g. STJ, AgRg na SLS 876/RN,Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJe de
10/11/2008. STF, SS 444AgR/MT, Tribunal Pleno, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ de
4/9/1992, ePet 2.225 AgR/GO, Tribunal Pleno, Rel. p/ acórdão Min. Sepúlveda Pertence,
DJ de 12/4/2002). II - In casu, o requerente, prefeito municipal, foi afastado cautelarmente
do cargo, mediante decisão do juízo a quo, por interferir concretamente na instrução
processual valendo-se de funcionários do município para esconder provas e ocultar
vestígios acerca de supostos atos de improbidade a ele atribuídos. III - Consoante a
jurisprudência deste Tribunal, não se configura excessivo o afastamento cautelar de
prefeito municipal pelo período de 90 dias, ainda que o afastamento do agente público
seja anterior à decisão proferida no âmbito desta Corte. Agravo regimental desprovido.

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 14
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Número do documento: 23021112325881900000082160966
(STJ - AgRg na SLS: 1630 PA 2012/0161048-1, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data
de Julgamento: 19/09/2012, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe
02/10/2012).

De tudo que foi analisado, constato que a permanência da Sra. Marlene e da Sra. Malena,
- inclusive esta já afastada do cargo na ação criminal nº 0800295-87.2022.8.14.0221 -, no exercício de
suas funções representa fundados riscos para a instrução processual e a possibilidade de reiteração das
condutas apontadas, supostamente irregulares, e dificultará a localização e análise de novas provas,
possivelmente, existentes, já que, segundo demonstrado, todos que auxiliarem a investigação ou a
obtenção de provas, será sumariamente demitido ou afastado.

Não obstante seja o exercício do mandato um direito político fundamental, tal direito pode
ser relativizado se não for exercido em conformidade com a busca pela consecução do interesse público,
possibilitando o afastamento do agente político democraticamente eleito. O administrador não pode se
comportar como dono da coisa pública, mas como mero gestor de bens e interesses públicos,
indisponíveis à Administração e, obviamente, aos agentes políticos, pertencendo, em verdade, à
coletividade, ao povo.

Do princípio da indisponibilidade do interesse público – implícito no ordenamento jurídico


– decorre diversos princípio expressos de que devem nortear a atividade da Administração, dentre os
quais a moralidade, princípio que se buscou tutelar por meio da edição da Lei nº 8.429/92 – Lei de
Improbidade Administrativa.

Em seu artigo 7º, está determinado:

Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que


conhecer dos fatos representará ao Ministério Público competente, para as providências
necessárias.

E mais, dispõe o art. 16 do mesmo diploma:

Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado,


em caráter antecedente ou incidente, pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim
de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de
enriquecimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
[...]
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste
artigo apenas será deferido mediante a demonstração no caso concreto de perigo de dano
irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se convença da
probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento nos
respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 15
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Número do documento: 23021112325881900000082160966
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia
do réu, sempre que o contraditório prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade
da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não
podendo a urgência ser presumida.

No presente caso, vemos que a atitude comissiva dos Requeridos no possível


direcionamento das licitações, na não prestação efetiva do serviço, apesar de devidamente atestado e o
suposto beneficiamento pessoal, demonstram a possibilidade de dano irreparável, já que o montante de
desvio apontado, supera o ganho mensal dos requeridos, sendo praticamente impossível, em caso de
permanência da atividade, na forma em que se encontra, ressarcirem o patrimônio público.

Assim, vemos que o prejuízo é evidente, autorizador da medida extrema requerida pelo
Ministério Público, através da Promotora Brenda Ayan, para que o patrimônio dos requeridos e não o da
população, seja garantidor dos prejuízos causados.

- Por todo o exposto, DETERMINO o afastamento do cargo das Sra. MARLENE DA SILVA
BORGES, Prefeita Municipal, pelo prazo de 45 dias e da Sra. MALENA RAFAELA BORGES BARROS, pelo
prazo de 90 dias, já que se encontra afastada por outra medida cautelar, sem prejuízo de seus
vencimentos, por ser medida que se impõe. Estando ainda a 2ª Requerida, afastada de suas funções, o
prazo desta determinação só passa a contar de sua efetiva ciência.

Para a execução da medida, notifique-se o Vice-Prefeito e o Presidente da Câmara


Municipal, para que sejam adotadas as medidas legais que o caso requer.

- Determino o BLOQUEIO DE VALORES E ATIVOS, via SISBAJUD, RENAJUD e


INDISPONIBILIDADE, de MARLENE DA SILVA BORGES, inscrita no CPF sob o n.º 128.295.442-34,
MALENA RAFAELA BORGES BARROS, inscrita no CPF sob o n.º 008.211.772-14, ROSÂNGELA DO
SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA, inscrita no CPF sob o n.º 307.556.382-04, AZLE VILLAS BOAS
BRAGA, inscrito no CPF sob o n.º 001.663.682-10 e A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI,
CNPJ/MF n.º 40.077.878/0001-40, no valor de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta
e oito reais), visando resguardar possíveis prejuízos do patrimônio público e assegurar a reparação legal.

- Determino à Prefeitura Municipal, representada pelo Prefeito Municipal Interino, que


suspenda imediatamente o pagamento à empresa A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI,
CNPJ/MF n.º 40.077.878/0001-40, se ainda existirem restos a pagar, referente a locação de veículos, até
que sejam apuradas as possíveis irregularidades apontadas;

Deixo de analisar os demais requerimentos da inicial, posto que sejam decorrentes do


próprio rito processual ou consequências da condenação.

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MAGALHAES GOMES - 07/02/2023 21:34:15 Num. 86232959 - Pág. 16
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Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:32:59 Num. 86509744 - Pág. 16
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Número do documento: 23021112325881900000082160966
Intime-se o Município de Magalhães Barata/PA, para, caso queira, intervenha no
processo, nos termos do art 17, §14, da Lei nº 8.429/1992

A PRESENTE DECISÃO SERVIRÁ DE MANDADO EOFICIO.

lgarapé-açu, 07 de fevereiro de 2023.

Cristiano Magalhães Gomes


Juiz de Direito

-i / ol,/ Qo23 . fJ.' o5 t

.Alando elelrcnlcamenle por. CRISTIANO MAGAI.HAES GOMES - 07/02/20Z3 21 :34:15 Num. 86232959 - Pág. 17

. . N (merodo doa.mento: 23020721341504100000081914218

Assinado eletronicamente por: RONILSON TELES DE SOUSA - 11/02/2023 12:32:59 Num. 86509744 - Pág. 17
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Número do documento: 23021112325881900000082160966
REQUEIRO JUNTADA DE PROCURAÇÃO E DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO NOS
AUTOS PARA PRODUÇÃO DE SEUS EFEITOS LEGAIS

Assinado eletronicamente por: ROMULO RODRIGUES BARBOSA - 12/02/2023 11:36:03 Num. 86482607 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021211360387100000082135111
Número do documento: 23021211360387100000082135111
Assinado eletronicamente por: ROMULO RODRIGUES BARBOSA - 12/02/2023 11:36:04 Num. 86521355 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021211360402500000082172994
Número do documento: 23021211360402500000082172994
Assinado eletronicamente por: ROMULO RODRIGUES BARBOSA - 12/02/2023 11:36:04 Num. 86521357 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021211360442900000082172996
Número do documento: 23021211360442900000082172996
ATO DE CONSTITUIÇÃO DE EIRELI
A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI

ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA, nacionalidade BRASILEIRA, nascido em

ASSINADO DIGITALMENTE POR: 70817146253-ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA


http://assinador.pscs.com.br/assinadorweb/autenticacao?chave1=ampwYnSCA9E8rHkmAMG6eOxtyXTx43GB5ICKp8LXxww
05/01/1982, CASADO em COMUNHÃO PARCIAL DE BENS, EMPRESARIO, CPF
nº 708.171.462-53, CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO nº 01697704984,
órgão expedidor DENATRAN - PA, residente e domiciliado(a) no(a) RUA PEDRO
VIANA, 134, CASA, CENTRO, SANTA MARIA DO PARÁ, PA, CEP 68738000,
BRASIL.
Resolve constituir uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI,
mediante as seguintes cláusulas:

DO NOME EMPRESARIAL
Cláusula Primeira - A empresa adotará o seguinte nome empresarial: A F B DA SILVA
COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI.

DA SEDE
Cláusula Segunda - A empresa terá sua sede no seguinte endereço: AVENIDA
BERNARDO SAYÃO, S/N, CENTRO, SANTA MARIA DO PARÁ, PA, CEP 68.738-
000.

DO OBJETO SOCIAL
Cláusula Terceira - A empresa terá por objeto o exercício das seguintes atividades
econômicas: COMÉRCIO VAREJISTA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS EM
GERAL OU ESPECIALIZADO EM PRODUTOS ALIMENTÍCIOS NÃO
ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE; COMÉRCIO ATACADISTA DE
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS EM GERAL; COMÉRCIO VAREJISTA DE
HORTIFRUTIGRANJEIROS; COMÉRCIO ATACADISTA DE FRUTAS,
VERDURAS, RAÍZES, TUBÉRCULOS, HORTALIÇAS E LEGUMES FRESCOS;
COMÉRCIO VAREJISTA DE ARMAS E MUNIÇÕES; COMÉRCIO VAREJISTA
DE ARTIGOS DE PAPELARIA; COMÉRCIO ATACADISTA DE ARTIGOS DE
ESCRITÓRIO E DE PAPELARIA; COMÉRCIO VAREJISTA DE FOGOS DE
ARTIFÍCIO E ARTIGOS PIROTÉCNICOS; COMÉRCIO VAREJISTA
ESPECIALIZADO DE EQUIPAMENTOS E SUPRIMENTOS DE INFORMÁTICA;
COMÉRCIO VAREJISTA ESPECIALIZADO DE ELETRODOMÉSTICOS E
EQUIPAMENTOS DE ÁUDIO E VÍDEO; COMÉRCIO ATACADISTA DE
EMBALAGENS; COMÉRCIO VAREJISTA DE OUTROS ARTIGOS DE USO
PESSOAL E DOMÉSTICO NÃO ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE;
COMÉRCIO VAREJISTA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO EM GERAL;
COMÉRCIO ATACADISTA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO EM GERAL;
SERVIÇOS DE ORGANIZAÇÃO DE FEIRAS, CONGRESSOS, EXPOSIÇÕES E
FESTAS; COMERCIO VAREJISTA DE ARTIGOS DE ARMARINHO; COMÉRCIO
VAREJISTA DE CARNES - AÇOUGUES; COMÉRCIO VAREJISTA DE CARNES -
AÇOUGUES..

10/12/2020
Certifico o Registro em 10/12/2020
Arquivamento 20000685039 de 10/12/2020 Protocolo 203554140 de 10/12/2020 NIRE 15600420828
Nome da empresa A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI
Este documento pode ser verificado em http://regin.jucepa.pa.gov.br/autenticacaodocumentos/autenticacao.aspx
Chancela 146192825238752

Assinado eletronicamente por: ROMULO RODRIGUES BARBOSA - 12/02/2023 11:36:04 Num. 86521359 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021211360471000000082172998
Número do documento: 23021211360471000000082172998
ATO DE CONSTITUIÇÃO DE EIRELI
A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI

Parágrafo único. Em estabelecimento eleito como Sede (Matriz) será(ão) exercida(s)

ASSINADO DIGITALMENTE POR: 70817146253-ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA


http://assinador.pscs.com.br/assinadorweb/autenticacao?chave1=ampwYnSCA9E8rHkmAMG6eOxtyXTx43GB5ICKp8LXxww
a(s) atividade(s) de COMÉRCIO VAREJISTA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS EM
GERAL OU ESPECIALIZADO EM PRODUTOS ALIMENTÍCIOS NÃO
ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE; COMÉRCIO ATACADISTA DE
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS EM GERAL; COMÉRCIO VAREJISTA DE
HORTIFRUTIGRANJEIROS; COMÉRCIO ATACADISTA DE FRUTAS,
VERDURAS, RAÍZES, TUBÉRCULOS, HORTALIÇAS E LEGUMES FRESCOS;
COMÉRCIO VAREJISTA DE ARMAS E MUNIÇÕES; COMÉRCIO VAREJISTA
DE ARTIGOS DE PAPELARIA; COMÉRCIO ATACADISTA DE ARTIGOS DE
ESCRITÓRIO E DE PAPELARIA; COMÉRCIO VAREJISTA DE FOGOS DE
ARTIFÍCIO E ARTIGOS PIROTÉCNICOS; COMÉRCIO VAREJISTA
ESPECIALIZADO DE EQUIPAMENTOS E SUPRIMENTOS DE INFORMÁTICA;
COMÉRCIO VAREJISTA ESPECIALIZADO DE ELETRODOMÉSTICOS E
EQUIPAMENTOS DE ÁUDIO E VÍDEO; COMÉRCIO ATACADISTA DE
EMBALAGENS; COMÉRCIO VAREJISTA DE OUTROS ARTIGOS DE USO
PESSOAL E DOMÉSTICO NÃO ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE;
COMÉRCIO VAREJISTA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO EM GERAL;
COMÉRCIO ATACADISTA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO EM GERAL;
SERVIÇOS DE ORGANIZAÇÃO DE FEIRAS, CONGRESSOS, EXPOSIÇÕES E
FESTAS; COMERCIO VAREJISTA DE ARTIGOS DE ARMARINHO; COMÉRCIO
VAREJISTA DE CARNES - AÇOUGUES; COMÉRCIO VAREJISTA DE CARNES -
AÇOUGUES..

DO INÍCIO DAS ATIVIDADES E DO PRAZO


Cláusula Quarta – A empresa iniciará suas atividades a partir da data do arquivamento e
seu prazo de duração é indeterminado.

DO CAPITAL
Cláusula Quinta - O capital é de de R$ 200.000,00 (Duzentos Mil Reais) totalmente
subscrito e integralizado, neste ato, da seguinte forma: 200.000,00 (duzentos mil reais)
em moeda corrente do país.

DA ADMINISTRAÇÃO
Cláusula Sexta - A administração será exercida pelo titular, que representará legalmente
a empresa e poderá praticar todo e qualquer ato de gestão pertinentes ao objeto.

DO BALANÇO PATRIMONIAL
Cláusula Sétima - Ao término de cada exercício, em 31/12, o administrador prestará
contas justificadas de sua administração, procedendo à elaboração do inventário, do

10/12/2020
Certifico o Registro em 10/12/2020
Arquivamento 20000685039 de 10/12/2020 Protocolo 203554140 de 10/12/2020 NIRE 15600420828
Nome da empresa A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI
Este documento pode ser verificado em http://regin.jucepa.pa.gov.br/autenticacaodocumentos/autenticacao.aspx
Chancela 146192825238752

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Número do documento: 23021211360471000000082172998
ATO DE CONSTITUIÇÃO DE EIRELI
A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI

balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico, cabendo ao empresário, os

ASSINADO DIGITALMENTE POR: 70817146253-ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA


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lucros ou perdas apuradas.

DA DECLARAÇÃO DE DESIMPEDIMENTO DE ADMINISTRADOR


Cláusula Oitava - O(s) administrador(es) da empresa declara(m), sob as penas da lei,
que não está impedido de exercer a administração da empresa, por lei especial, ou em
virtude de condenação criminal, ou por se encontrar sob os efeitos dela, a pena que
vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar,
de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular,
contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência, contra as
relações de consumo, fé pública, ou a propriedade.

DA DECLARAÇÃO DE NÃO PARTICIPAÇÃO EM OUTRA EIRELI


Cláusula Nona - O titular da empresa declara, sob as penas da lei, que não figura como
titular de nenhuma outra empresa individual de responsabilidade limitada.

DO ENQUADRAMENTO
Cláusula Décima - O empresário declara que a atividade se enquadra em Empresa de
Pequeno Porte - EPP, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
2006, e que não se enquadra em qualquer das hipóteses de exclusão relacionadas no § 4º
do art. 3º da mencionada lei.

E, por estar assim constituído, assino o presente instrumento.

SANTA MARIA DO PARÁ-PA, 8 de dezembro de 2020.

ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA

10/12/2020
Certifico o Registro em 10/12/2020
Arquivamento 20000685039 de 10/12/2020 Protocolo 203554140 de 10/12/2020 NIRE 15600420828
Nome da empresa A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI
Este documento pode ser verificado em http://regin.jucepa.pa.gov.br/autenticacaodocumentos/autenticacao.aspx
Chancela 146192825238752

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Número do documento: 23021211360471000000082172998
203554140
TERMO DE AUTENTICAd­O

NOME DA EMPRESA A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIdOS EIRELI


PROTOCOLO 203554140 - 10/12/2020
ATO 091 - ATO CONSTITUTIVO
EVENTO 091 - ATO CONSTITUTIVO

MATRIZ

NIRE 15600420828
CNPJ 40.077.878/0001-40
CERTIFICO O REGISTRO EM 10/12/2020
SOB N: 15600420828

EVENTOS
316 - ENQUADRAMENTO DE EMPRESA DE PEQUENO PORTE ARQUIVAMENTO: 20000685039

REPRESENTANTES QUE ASSINARAM DIGITALMENTE

Cpf: 70817146253 - ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA

10/12/2020
Certifico o Registro em 10/12/2020
Arquivamento 20000685039 de 10/12/2020 Protocolo 203554140 de 10/12/2020 NIRE 15600420828
Nome da empresa A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI
Este documento pode ser verificado em http://regin.jucepa.pa.gov.br/autenticacaodocumentos/autenticacao.aspx
Chancela 146192825238752

Assinado eletronicamente por: ROMULO RODRIGUES BARBOSA - 12/02/2023 11:36:04 Num. 86521359 - Pág. 4
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Número do documento: 23021211360471000000082172998
ATO DE ALTERAÇÃO DA A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI
CNPJ nº 40.077.878/0001-40

ASSINADO DIGITALMENTE POR: 70817146253-ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA


http://assinador.pscs.com.br/assinadorweb/autenticacao?chave1=_I3qMyL-T56orPV5wVk7kg&chave2=K72jyVYD1IDmUwx_BDMXow
ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA, nacionalidade BRASILEIRA, nascido em 05/01/1982,
CASADO em COMUNHÃO PARCIAL DE BENS, EMPRESARIO, CPF nº 708.171.462-53,
CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO nº 01697704984, órgão expedidor DENATRAN - PA,
residente e domiciliado(a) no(a) RUA PEDRO VIANA, 134, CASA, CENTRO, SANTA MARIA DO
PARÁ, PA, CEP 68738000, BRASIL.

Titular da empresa de nome A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI, registrada nesta


Junta Comercial do Estado do Pará, sob NIRE nº 15600420828, com sede Avenida Bernardo Sayão, S/N ,
Centro Santa Maria do Pará, PA, CEP 68738000, devidamente inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica/MF sob o nº 40.077.878/0001-40, delibera e ajusta a presente alteração, nos termos da Lei n°
10.406/ 2002, mediante as condições estabelecidas nas cláusulas seguintes:

ENDEREÇO

CLÁUSULA PRIMEIRA. A empresa passa a exercer suas atividades no seguinte endereço sito à
AVENIDA SANTA MARIA, S/N, CENTRO, SANTA MARIA DO PARÁ, PA, CEP 68.738-000.

OBJETO

CLÁUSULA SEGUNDA. A empresa passa a ter o seguinte objeto:


COMÉRCIO VAREJISTA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS EM GERAL OU ESPECIALIZADO EM
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS NÃO ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE; COMÉRCIO
ATACADISTA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS EM GERAL; COMÉRCIO VAREJISTA DE
HORTIFRUTIGRANJEIROS; COMÉRCIO ATACADISTA DE FRUTAS, VERDURAS, RAÍZES,
TUBÉRCULOS, HORTALIÇAS E LEGUMES FRESCOS; COMÉRCIO VAREJISTA DE ARMAS E
MUNIÇÕES; COMÉRCIO VAREJISTA DE ARTIGOS DE PAPELARIA; COMÉRCIO ATACADISTA
DE ARTIGOS DE ESCRITÓRIO E DE PAPELARIA; COMÉRCIO VAREJISTA DE FOGOS DE
ARTIFÍCIO E ARTIGOS PIROTÉCNICOS; COMÉRCIO VAREJISTA ESPECIALIZADO DE
EQUIPAMENTOS E SUPRIMENTOS DE INFORMÁTICA; COMÉRCIO VAREJISTA
ESPECIALIZADO DE ELETRODOMÉSTICOS E EQUIPAMENTOS DE ÁUDIO E VÍDEO;
COMÉRCIO ATACADISTA DE EMBALAGENS; COMÉRCIO VAREJISTA DE OUTROS ARTIGOS
DE USO PESSOAL E DOMÉSTICO NÃO ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE; COMÉRCIO
VAREJISTA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO EM GERAL; COMÉRCIO ATACADISTA DE
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO EM GERAL; SERVIÇOS DE ORGANIZAÇÃO DE FEIRAS,
CONGRESSOS, EXPOSIÇÕES E FESTAS; COMERCIO VAREJISTA DE ARTIGOS DE
ARMARINHO; COMÉRCIO VAREJISTA DE CARNES - AÇOUGUES; COMÉRCIO VAREJISTA
DE CARNES - AÇOUGUES; COMÉRCIO VAREJISTA DE PRODUTOS SANEANTES
DOMISSANITÁRIOS; COMÉRCIO ATACADISTA DE PRODUTOS DE HIGIENE, LIMPEZA E
CONSERVAÇÃO DOMICILIAR; OBRAS DE TERRAPLENAGEM.

CNAE FISCAL

4729-6/99 - comércio varejista de produtos alimentícios em geral ou especializado em produtos


alimentícios não especificados anteriormente
8230-0/01 - serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas

Req: 81100000317215 Página 1

13/05/2021
Certifico o Registro em 13/05/2021
Arquivamento 20000710846 de 13/05/2021 Protocolo 216421780 de 10/05/2021 NIRE 15600420828
Nome da empresa A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI
Este documento pode ser verificado em http://regin.jucepa.pa.gov.br/autenticacaodocumentos/autenticacao.aspx
Chancela 105861841478555

Assinado eletronicamente por: ROMULO RODRIGUES BARBOSA - 12/02/2023 11:36:05 Num. 86521361 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021211360501300000082173000
Número do documento: 23021211360501300000082173000
ATO DE ALTERAÇÃO DA A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI
CNPJ nº 40.077.878/0001-40

ASSINADO DIGITALMENTE POR: 70817146253-ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA


http://assinador.pscs.com.br/assinadorweb/autenticacao?chave1=_I3qMyL-T56orPV5wVk7kg&chave2=K72jyVYD1IDmUwx_BDMXow
4633-8/01 - comércio atacadista de frutas, verduras, raízes, tubérculos, hortaliças e legumes frescos
4789-0/09 - comércio varejista de armas e munições
4789-0/06 - comércio varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos
4789-0/05 - comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4761-0/03 - comércio varejista de artigos de papelaria
4759-8/99 - comércio varejista de outros artigos de uso doméstico não especificados anteriormente
4753-9/00 - comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo
4751-2/01 - comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos de informática
4744-0/99 - comércio varejista de materiais de construção em geral
4724-5/00 - comércio varejista de hortifrutigranjeiros
4722-9/01 - comércio varejista de carnes - açougues
4686-9/02 - comércio atacadista de embalagens
4679-6/99 - comércio atacadista de materiais de construção em geral
4649-4/08 - comércio atacadista de produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar
4647-8/01 - comércio atacadista de artigos de escritório e de papelaria
4639-7/01 - comércio atacadista de produtos alimentícios em geral
4634-6/01 - comércio atacadista de carnes bovinas e suínas e derivados

DA RATIFICAÇÃO E FORO

CLÁUSULA TERCEIRA. O foro para o exercício e o cumprimento dos direitos e obrigações resultantes
do contrato social permanece em SANTA MARIA DO PARÁ-PA.

CLÁUSULA QUARTA. As Cláusulas e condições estabelecidas em atos já arquivados e que não foram
expressamente modificadas por esta alteração continuam em vigor.

SANTA MARIA DO PARÁ-PA, 5 de maio de 2021.

_____________________________________________

ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA

Req: 81100000317215 Página 2

13/05/2021
Certifico o Registro em 13/05/2021
Arquivamento 20000710846 de 13/05/2021 Protocolo 216421780 de 10/05/2021 NIRE 15600420828
Nome da empresa A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI
Este documento pode ser verificado em http://regin.jucepa.pa.gov.br/autenticacaodocumentos/autenticacao.aspx
Chancela 105861841478555

Assinado eletronicamente por: ROMULO RODRIGUES BARBOSA - 12/02/2023 11:36:05 Num. 86521361 - Pág. 2
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021211360501300000082173000
Número do documento: 23021211360501300000082173000
216421780
TERMO DE AUTENTICAd­O

NOME DA EMPRESA A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIdOS EIRELI


PROTOCOLO 216421780 - 10/05/2021
ATO 002 - ALTERAd­O
EVENTO 021 - ALTERACAO DE DADOS (EXCETO NOME EMPRESARIAL)

MATRIZ

NIRE 15600420828
CNPJ 40.077.878/0001-40
CERTIFICO O REGISTRO EM 13/05/2021
SOB N: 20000710846

REPRESENTANTES QUE ASSINARAM DIGITALMENTE

Cpf: 70817146253 - ANTONIO FAGNER BATISTA DA SILVA

13/05/2021
Certifico o Registro em 13/05/2021
Arquivamento 20000710846 de 13/05/2021 Protocolo 216421780 de 10/05/2021 NIRE 15600420828
Nome da empresa A F B DA SILVA COMERCIO E SERVIÇOS EIRELI
Este documento pode ser verificado em http://regin.jucepa.pa.gov.br/autenticacaodocumentos/autenticacao.aspx
Chancela 105861841478555

Assinado eletronicamente por: ROMULO RODRIGUES BARBOSA - 12/02/2023 11:36:05 Num. 86521361 - Pág. 3
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021211360501300000082173000
Número do documento: 23021211360501300000082173000
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU

SECRETARIA DA VARA ÚNICA DO TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Fone: (91) 3812-3133 , E-mail: tjepa088@tjpa.jus.br, Endereço: Avenida Central, 102, Bairro Novo, Magalhães
Barata - PA, CEP: 68.722-000

TERMO DE JUNTADA

Nesta data, faço juntada do(a)(s) decisão, em regime de plantão, oriunda do Tribunal de Justiça
do Estado do Pará.
Magalhães Barata, 12 de fevereiro de 2023.

FLÁVIO MARCÍLIO FERREIRA DE MIRANDA


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: FLAVIO MARCILIO FERREIRA DE MIRANDA - 12/02/2023 12:41:38 Num. 86522841 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021212413790500000082170277
Número do documento: 23021212413790500000082170277
TJPA - 2º Grau
PJe - Processo Judicial Eletrônico

12/02/2023

Número: 0802297-77.2023.8.14.0000
Classe: TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE
Órgão julgador colegiado: Seção de Direito Público
Órgão julgador: Desembargadora LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO
Última distribuição : 11/02/2023
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Violação dos Princípios Administrativos
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MARLENE DA SILVA BORGES (RECORRENTE) JOAO LUIS BRASIL BATISTA ROLIM DE CASTRO
(ADVOGADO)
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ
(RECORRIDO)
Documentos
Id. Data Documento Tipo
12647921 12/02/2023 Decisão Decisão
10:59

Assinado eletronicamente por: FLAVIO MARCILIO FERREIRA DE MIRANDA - 12/02/2023 12:41:38 Num. 86522842 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021212413808100000082170278
Número do documento: 23021212413808100000082170278
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ


GABINETE DA DESEMBARGADORA GLEIDE PEREIRA DE MOURA

SECRETARIA DO PLANTÃO

TUTELA CAUTELAR INOMINADA Nº 0802297-77.2023.8.14.0000

AUTORA: MARLENE DA SILVA BORGES

ADVOGADO: JOÃO LUIS BRASIL BATISTA ROLIM DE CASTRO

RÉU: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ


RELATORA PLANTONISTA: GLEIDE PEREIRA DE MOURA

RELATÓRIO

Trata-se de Tutela Cautelar Inominada com Pedido Liminar para a Concessão de Efeito
Suspensivo ao Agravo de Instrumento nº 0802155-73.2023.8.14.0000 proposta por MARLENE
DA SILVA BORGES, para suspender os efeitos da decisão interlocutória proferida pelo Juízo de
Direito do Termo Judiciário de Magalhães Barata, nos autos da Ação de Responsabilidade por
Ato de Improbidade Administrativa, movida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ.

A decisão combatida foi proferida pelo Juízo de Direito do Termo Judiciário de Magalhães
Barata que acatou os fundamentos apresentados pelo Ministério Público Estadual de que a
Autora enquanto Prefeita de Magalhães Barata MARLENE DA SILVA BORGES e os demais
integrantes do polo passivo da demanda teriam praticado atos de improbidade administrativa a
partir da fiscalização in loco e de denúncia de servidores do município de que haveriam graves
irregularidades na prestação de serviços de locação de veículos pela empresa A. F. B. SILVA
COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI à Prefeitura Municipal de Magalhães Barata e às suas
Secretarias, através do fornecimento de veículos a menor com o pagamento integral e indevido à
empresa, em prejuízo calculado em R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e
oito reais) de acordo com os dados verificados pelo Recorrido no Portal da Transparência do
Município de Magalhães Barata e em documentos contábeis anexados.

Com efeito, foi prolatada a decisão de 1º grau que deferiu o requerimento do Ministério
Público do Estado do Pará, afastando do cargo a Autora, Prefeita Municipal de Magalhães Barata,
pelo prazo de 45 dias, e a Sra. MALENA RAFAELA BORGES BARROS, Secretária Municipal,
pelo prazo de 90 dias, cumulado com a indisponibilidade de bens de MARLENE DA SILVA
BORGES e outros, no valor de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e cinquenta e oito

Assinado eletronicamente por: GLEIDE PEREIRA DE MOURA - 12/02/2023 10:59:34 Num. 12647921 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-2g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021210593411900000012303453
Número do documento: 23021210593411900000012303453

Assinado eletronicamente por: FLAVIO MARCILIO FERREIRA DE MIRANDA - 12/02/2023 12:41:38 Num. 86522842 - Pág. 2
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021212413808100000082170278
Número do documento: 23021212413808100000082170278
reais) e a suspensão de pagamento à empresa A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS
EIRELI, para o fim de resguardar possíveis prejuízos do patrimônio público e assegurar a
reparação legal decorrentes dos aparentes atos de improbidade atribuídos aos réus.

Contra a decisão, a Autora interpôs Agravo de Instrumento nº 0802155-


73.2023.8.14.0000, em 09/02/2023, que coube à Relatoria da Desa. Luzia Nadja Guimarães
Nascimento, e antes da análise do efeito suspensivo, em 11/02/2023 a Requerente propôs a
presente Tutela Cautelar Inominada perante o Plantão Judicial em que objetiva a apreciação
prioritária para emprestar o efeito suspensivo ao recurso, com base na alegação de urgência
decorrente do fato de que após a Autora ter interposto o citado recurso, em 11/02/2023 recebeu
notificação da Câmara Municipal de Magalhães Barata noticiando que seu cargo de Alcaide foi
efetivamente transmitido ao Vice-Prefeito em período que coincide do Município ter recebido a
maior parcela de repasse de recursos constitucionais, e que esta troca de administração afetará
vários setores e servidores, o que poderá tumultuar a continuidade dos serviços públicos,
pagamento de folha salarial dos servidores, ensejando grave prejuízo à Autora e ao município
com a abrupta alternância de poder do Executivo Municipal, destacando não ser suscetível de
prorrogação seu mandato de Alcaide ou de poder se reverter de outra forma o período que a
mesma tiver suprimido o exercício, merecendo o provimento jurisdicional imediato para conferir a
estabilidade no Município e evitar abalo à ordem pública e administrativa.

De outra forma, sustenta a Recorrente a plausibilidade da tese recursal do Agravo e a


possibilidade jurídica de utilização do instituto invocado para o fim pretendido, com base no Poder
Geral de Cautela e na Resolução nº 016/2016 do TJPA, relatando que este contexto seria
imperativo ao provimento jurisdicional imediato para dirimir a lide com urgência, por se tratar de
objeto que está em contínuo perecimento de direito e que sua tramitação pelo expediente regular
acarretaria em Dano Irreparável à parte, em vista que se trata de cerceamento do exercício de
Mandato Eletivo da parte.

Alega a Autora que há a clarividência do direito vindicado no Agravo de Instrumento na


medida em que o deferimento do afastamento do cargo público foi descabido por não preencher
os requisitos do Art. 20, §1º, da LIA, eis que não se presta a resguardar a instrução processual,
alegando que já houve produção de todas as provas no curso do Inquérito Ministerial com a
análise documental e a oitiva de testemunhas, estas inclusive que a Autora alega que seus
depoimentos seriam imprestáveis como meio de prova nos autos por possuírem animosidade
política e pessoal contrária a Prefeita afastada, e que foram exonerados antes de terem feito a
oitiva no Órgão Ministerial, sem que a Autora soubesse que os mesmos a denunciaram ao
Ministério Público em razão do Procedimento ter corrido de forma Sigilosa.

Afirma a Autora que o caso investigado na ação é relativo à execução de Contrato


Administrativo cuja vigência foi exaurida ao final do ano de 2022, em que não se apresenta a
contemporaneidade das medidas deferidas na decisão de 1º grau ante o fato de que a ação foi
proposta após o fim do contrato, em 20/01/2023, e na qual não há requerimentos de produção de
provas por busca e apreensão ou outro meio que aparente necessitar do resguardo jurisdicional
ao processo.

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De outra forma, sustenta a Autora que não foram apresentados indícios de que a
Requerente esteja na iminência da prática de novos ilícitos por se delimitar a Ação do Réu a
narrar atos relativos apenas ao contrato administrativo finalizado, não se demonstrando qualquer
dolo efetivo ou nexo de condutas da Requerente em razão de que os atos de contratação e de
pagamento se operaram eminentemente por suas secretarias municipais que seriam dotadas de
autonomia administrativa e financeira, contratos estes originados a partir de processo licitatório de
Pregão Eletrônico nº 020/2021 com ampla concorrência.

Por esse motivo, voltando-se contra a decisão, a autora propôs a Tutela Cautelar
Inominada para emprestar o efeito suspensivo ao agravo de instrumento no sentido de suspender
as medidas aplicadas contra a mesma e, sucessivamente, que seja suspensa apenas a
cominação da medida de afastamento, para que seja determinada sua reintegração ao cargo
imediatamente.

Vieram conclusos ao Gabinete de Plantão para a apreciação do requerimento.

É o breve relato.

No caso dos autos, na análise prévia destinada a este momento processual, - notadamente
em expediente de plantão judiciário -, observa-se que os fatos contra os quais se insurge a Autora
possuem contemporaneidade, dado afastamento cautelar do cargo de prefeita ter ensejado a
alternância de poder no Município de Magalhães Barata, com a comunicação na data de
11/02/2023 de que ocorreu a posse do vice-prefeito ao cargo de Prefeito, o que a meu ver não
aparenta guardar compatibilidade com a apreciação da tutela jurisdicional no horário normal de
expediente ante a perpetuação de efeitos danosos que merecem o pronunciamento judicial com
urgência.

Primeiramente passarei a analisar a possibilidade jurídica do pedido apresentado. Se trata


de Tutela Cautelar Inominada, na qual se afigura situação sui generis em que a Autora requer em
peça apartada a apreciação do Plantão Judicial sobre a possibilidade de concessão de efeito
suspensivo ou não ao Agravo de Instrumento então interposto.

Compulsando os fundamentos apresentados, em que pese a aparente ausência de


prescrição legal do pedido formulado e de sua forma, a jurisprudência entende de forma reiterada
pela irrelevância do Nomen Iuris e, ainda, analogamente pode se observar a consagração do
Poder Geral de Cautela em situações especiais que exigem do Poder Judiciário a resolução de
casos por formas não usuais para materializar o exercício da Tutela Jurisdicional. O Min. Luiz Fux
define:

"o Poder Geral de Cautela é medida de defesa da Jurisdição, passível de ser


engendrado em qualquer processo ou incidente processual, quando houver
fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao
direito da outra lesão grave e de difícil reparação." (STJ, AGRMC 17177, Rel.
Luiz Fux, DJ 17/12/2010)

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Cito ainda jurisprudência eleitoral por comparação, em que se demonstra que Cautelares
Inominadas são acolhidas pela Corte Superior Eleitoral para conferir efeito suspensivo de forma
apartada a recurso, dada a relevância da matéria que revolve sobre o exercício de mandato
eletivo:

Ementa: Direito Eleitoral e Processual Civil. Ação Cautelar. Eleições 2016.


Prefeito. Pedido de atribuição de efeito suspensivo a recurso especial.
Captação ilícita de sufrágio. Gravação ambiental. Prova ilícita. Probabilidade
de provimento do recurso. Perigo da demora. Liminar deferida. 1. Ação
cautelar, com pedido de liminar, que objetiva a suspensão dos efeitos de
acórdão do TRE/MG que reformou a sentença de primeiro grau para
reconhecer a prática de captação ilícita de sufrágio e cassar os diplomas dos
candidatos eleitos aos cargos de Prefeito e Vice-prefeito do Município de São
José da Safira/MG, nas Eleições 2016. 2. A concessão de efeito suspensivo
ao recurso especial é medida excepcional, que pressupõe: (i) a probabilidade
de provimento do recurso; e (ii) a existência de risco de dano grave, de difícil
ou impossível reparação. Precedentes. 3. No caso, o TRE/MG reconheceu a
prática de captação ilícita de sufrágio com fundamento em gravações de
áudio de conversas entre uma eleitora e o Vice-prefeito eleito, realizadas na
residência do Vice-prefeito, sem autorização judicial. 4. Em juízo de cognição
sumária, verifica-se que o acórdão regional está em aparente divergência
com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, segundo a qual são
ilícitas as provas obtidas por meio de gravação ambiental em ambiente
particular sem prévia autorização judicial. Precedentes. 5. Além disso, está
caracterizado o risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, uma
vez que o não deferimento da liminar em questão ensejaria a interrupção do
exercício do mandato para o qual eleito o requerente. 6. Liminar deferida para
conceder efeito suspensivo ao recurso especial.

(TSE. AC - Ação Cautelar nº 060196273, Intimação Monocrática de


12/12/2018, Relator(a): Min. Luís Roberto Barroso, Publicação: DJE - Diário
de justiça eletrônico - 2018-12-13 00:00:00 - nº 246)

No caso, excepcionalmente conheço da Tutela Cautelar Inominada.

Passo à análise do pedido de se emprestar o Efeito Suspensivo Recursal ao Agravo de


Instrumento, que não envolve conhecimento aprofundado da questão versada, mas tão somente
verificar a presença dos requisitos do art. 1.019, I, do CPC/2015, que o relator, ao receber o
agravo de instrumento no Tribunal “poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso, ou deferir, em
antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao Juiz sua
decisão”. Nesta linha, para a concessão do efeito suspensivo é sabido ser necessário o
preenchimento de dois requisitos: a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo.

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Verificando os autos, percebo presente a probabilidade do direito no que tange a falta de
demonstração inequívoca dos elementos autorizadores da excepcional medida de afastamento
de Prefeito Municipal, previsto no art. 20, § 1º, da Lei n.º 8.429/92, com a redação alterada pela
Lei nº 14.230/21, que versa:

Art.20. (...)

§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do


agente público do exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo
da remuneração, quando a medida for necessária à instrução processual ou
para evitar a iminente prática de novos ilícitos.

Com efeito, o Ministério Público Estadual ingressou com a ação de origem contra a Autora
e demais réus, com base em depoimentos de servidores do município que teriam denunciado as
supostas irregularidades na execução contratual de locação de veículos que seriam entregues a
menor, porém, com pagamento integral, conforme as informações do portal da transparência e
documentos contábeis demonstram a realização de pagamentos, sendo corroborados com a
realização de inspeções nos pátios em que alegou que deveriam ser guardados todos os veículos
locados, o que consistiria em ato de improbidade administrativa que causa dano ao erário.

Compulsando detidamente os autos, ao menos nesta análise prévia, verifico que das
testemunhas que prestaram declarações no Inquérito Civil ao Ministério Público do Estado do
Pará, a maioria (ao menos 03 destas) aparentam ser parciais por ordem política ou pessoal: a
Sra. Lucilene do Socorro Silva dos Santos foi oponente política derrotada pela Requerente nas
eleições municipais de 2020, tendo concorrido em chapa majoritária no cargo de Vice-prefeita
conforme demonstrado pelo Registro de Candidatura no ID 12647552, Página 50; o Sr.
Jocywladson Lebre de Maria revela em seu depoimento do vídeo do ID 12647557 que o mesmo
já havia sido exonerado e que existiria desentendimento e descontentamento do mesmo para
com a Autora; por fim, a Sra. Lorena Fabricia Monteiro Ferreira revela que depôs perante o Órgão
Ministerial após ter sido exonerada no final de agosto de 2022, em seu depoimento em vídeo no
ID 12647556, todos transcritos pela Autora.

Ainda que fosse concebida a veracidade das informações prestadas pelos depoentes
acima como o foi acatado pela decisão do Juízo de 1º grau, no mínimo devem ser estes
depoimentos admitidos como prova de presunção juris tantum, o que configura uma fragilidade
nos elementos probatórios do Acusador, recepcionados com robustez indevida pelo Juízo a Quo,
que infere uma prática de represália pela Autora face a iniciativa de denunciarem a mesma, no
entanto, o caráter sigiloso do procedimento ministerial leva a crer que há falta de nexo entre as
exonerações e as denúncias formuladas pelos servidores, nos quais até mesmo alguns dos
depoentes foram exonerados antes de terem prestado a oitiva, o que evidencia ainda que a
Autora não teve a possibilidade de ser ouvida no bojo do procedimento ministerial como
prescreve o Art. 7º da Resolução nº 13, de 02 de outubro de 2006 do CNMP.

Para mais, em vista ao ônus que incumbe ao autor nas ações desta natureza, entendo que

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Número do documento: 23021212413808100000082170278
a delimitação da narrativa acusatória ter se atido apenas à irregularidade de execução e
pagamento do Contrato Administrativo originado do Pregão Eletrônico nº 020/2021, face ao
contexto de flagrante exaurimento de sua vigência, entendo que este não possui o condão de vir
a ser aditivado após seu fim, de modo que não se depreende risco outro que a permanência no
cargo de Prefeita poderia viabilizar a prática de novos atos ilícitos aptos a atrair a excepcional
aplicação do Afastamento de Cargo Público previsto na Lei nº 8492/92, e nem mesmo serviria
para garantir a produção de qualquer prova, ante a falta de demonstração de que a Autora no
cargo eletivo representou resistência ou ameaça à produção das provas do Parquet Estadual, não
bastando a mera conjectura da prática do ato em razão da ocorrência anterior.

De outra maneira, verifico ainda que os documentos contábeis da Inicial do Réu no ID


12647552, Pág. 304-305, ID 12647553 e ID 12647554, Pág. 1-16, notadamente os empenhos e
liquidações de pagamento, e os Contratos constantes nos IDs 12647552, Pág. 173-203, foram
firmados eminentemente pelos respectivos Secretários Municipais, sendo plausível sua efetiva
autonomia administrativa e financeira que deve se inferir pelo afastamento de responsabilidade
da Autora que materialmente não teve demonstrado o nexo ou condutas efetivas na participação
do cometimento de Atos de Improbidade Administrativa investigados.

É o que entende a jurisprudência:

RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA –


ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – AFASTAMENTO CAUTELAR
DO CARGO – PREFEITO DO MUNICÍPIO – ART. 20 DA LIA –
REQUISITOS LEGAIS NÃO DEMONSTRADOS – DECISÃO REFORMADA
– RECURSO PROVIDO. 1. Os atos tidos como ímprobos, por si só, não
autorizam o afastamento cautelar do agente público, eis que o relato
não aponta a existência de obstrução processual e o comprometimento
de provas a serem colhidas. 2. Recurso provido. Decisão reformada.
(TJ-MT 10042391820218110000 MT, Relator: MARIA EROTIDES KNEIP,
Data de Julgamento: 01/08/2022, Primeira Câmara de Direito Público e
Coletivo, Data de Publicação: 08/08/2022).

De outra maneira, não se denota qualquer alegação plausível do Réu que demonstre ao
menos a intenção deliberada da Autora em obstruir o andamento do processo e sua instrução,
apresentando várias provas documentais e depoimentos no curso do processo em sua origem.

Desse modo, entendo que merece a concessão de efeito suspensivo ao recurso no tocante
ao afastamento do cargo de Prefeita Municipal de Magalhães Barata, uma vez que evidenciada a
ausência de incidência nas excepcionais hipóteses legais que autorizam a sua aplicação no caso
concreto.

De outra maneira, quanto ao perigo de dano, este surge evidente, pois decorre do risco do
próprio impedimento do exercício do cargo para o qual foi a recorrente legitimamente eleita,
sendo flagrante o risco de ocorrer alternância indevida de poder no âmbito do Município de
Magalhães Barata, necessitando urgentemente da prestação jurisdicional para conferir a
estabilidade dos Poderes neste Município.

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Número do documento: 23021212413808100000082170278
Assim, e por tudo que foi exposto, DEFIRO PARCIALMENTE o pedido requerido para
emprestar efeito suspensivo recursal ao Agravo de Instrumento nº 0802155-73.2023.8.14.0000
apenas para afastar a determinação de afastamento da Autora do Cargo de Prefeita de
Magalhães Barata até que ulterior pronunciamento da Relatoria de origem, devendo a Sra.
Prefeita ser reintegrada ao cargo imediatamente, mantendo-se os demais termos do provimento.

ENCERRANDO O PLANTÃO JUDICIÁRIO, RETORNEM OS AUTOS À RELATORIA


ORIGINÁRIA. TRASLADE-SE CÓPIA DA DECISÃO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº
0802155-73.2023.8.14.0000 E RETIFIQUE-SE A CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO.

Belém, 11 de fevereiro de 2023

DESA. GLEIDE PEREIRA DE MOURA

Relatora Plantonista

Assinado eletronicamente por: GLEIDE PEREIRA DE MOURA - 12/02/2023 10:59:34 Num. 12647921 - Pág. 7
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Número do documento: 23021212413808100000082170278
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ

VARA ÚNICA DA COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU


TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Processo nº 0800016-67.2023.8.14.0221.

DESPACHO

R. Hoje.

Considerando a Decisão da Exma. Desa. GLEIDE PEREIRA DE MOURA, Relatora


Plantonista nos autos da TUTELA CAUTELAR INOMINADA Nº 0802297-77.2023.8.14.0000, que
deferiu parcialmente pedido requerido para emprestar efeito suspensivo recursal ao Agravo de
Instrumento nº 0802155-73.2023.8.14.0000 apenas para afastar a determinação de afastamento
da Autora do Cargo de Prefeita de Magalhães Barata até que ulterior pronunciamento da
Relatoria de origem, devendo a Sra. Prefeita ser reintegrada ao cargo imediatamente, mantendo-
se os demais termos do provimento, DETERMINO a intimação das partes, bem como a
notificação do(a) Prefeito(a) Interino para tomar ciência da referida decisão.

Cumpra-se em REGIME DE PLANTÃO.

P. R. I. C.

Magalhães Barata/PA, datado e assinado eletronicamente.

Breno Melo da Costa Braga


Juiz de Direito Titular da Comarca de São Francisco do Pará,

Assinado eletronicamente por: BRENO MELO DA COSTA BRAGA - 12/02/2023 14:20:39 Num. 86523105 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021214203899900000082174194
Número do documento: 23021214203899900000082174194
respondendo pela Vara Única da Comarca de Igarapé-Açu e pelo Termo Judiciário
de Magalhães Barata

Assinado eletronicamente por: BRENO MELO DA COSTA BRAGA - 12/02/2023 14:20:39 Num. 86523105 - Pág. 2
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021214203899900000082174194
Número do documento: 23021214203899900000082174194
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU

SECRETARIA DA VARA ÚNICA DO TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Fone: (91) 3812-3133 , E-mail: tjepa088@tjpa.jus.br, Endereço: Avenida Central, 102, Bairro Novo, Magalhães
Barata - PA, CEP: 68.722-000

ATO ORDINATÓRIO

Com o fulcro no Provimento nº 06/2006-CJRMB e no Provimento nº 006/2009-CJCI, e por


se tratar de ato meramente ordinatório, cumpra-se a presente, nos termos do despacho Id.
86523105, AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (64), [Dano ao Erário],
processo PJe nº 0800016-67.2023.8.14.0221, utilizando-se a mesma como Mandado. Após,
devolva-se para os devidos fins.

Magalhães Barata - PA, 12 de fevereiro de 2023.

FLÁVIO MARCÍLIO FERREIRA DE MIRANDA


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: FLAVIO MARCILIO FERREIRA DE MIRANDA - 12/02/2023 14:34:52 Num. 86522867 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021214345213900000082174495
Número do documento: 23021214345213900000082174495
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU

SECRETARIA DA VARA ÚNICA DO TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Fone: (91) 3812-3133 , E-mail: tjepa088@tjpa.jus.br, Endereço: Avenida Central, 102, Bairro Novo, Magalhães
Barata - PA, CEP: 68.722-000

VISTAS

Pelo presente, dou vistas dos presentes autos a(o) Representante do Ministério Público.
Magalhães Barata, 12 de fevereiro de 2023.

FLÁVIO MARCÍLIO FEREIRA DE MIRANDA


Diretor de Secretaria
Conforme art. 1º do Prov. 006/2009-CJCI

Assinado eletronicamente por: FLAVIO MARCILIO FERREIRA DE MIRANDA - 12/02/2023 14:41:45 Num. 86522870 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021214414552700000082174496
Número do documento: 23021214414552700000082174496
Excelentíssimo Senhor Doutor Cristiano Magalhães Gomes, Juiz de Direito, Titular da Comarca de
Igarapé-Açú e do Termo Judiciário de Magalhães Barata, egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará

PJe ACIA nº : 0800016-67.2023.8.14.0221-SIGILOSO


Foro/Comarca : Termo Judiciário de Magalhães Barata
Autor : Ministério Público do Estado do Pará
Requerido : Azle Vilas-Boas Braga e Outros
Peça : Solicitação de habilitação pela defesa de Azle Vilas-Boas Braga

AZLE VILAS-BOAS BRAGA, brasileiro, casado, CI/RG nº 5215342-PC/PA, CPF/MF nº 001.663.682-10,


residente em Cuinarama, s/nº, bairro Centro, CEP 68.722-000, na cidade de Magalhães Barata/PA, por
seus Advogados ao final assinados (procuração em anexo), vem, respeitosamente, à presença Vossa
Excelência, com arrimo nos Artigos 5º, inciso XXXIV, alíneas “a” e “b”, LIII, LVI, LV, LXXVIII, 133, da
Constituição Federal de 1988; 7º, inc. XIV, XV, §10º, da Lei Federal nº 8.906/94 (Estatuto da
Advocacia e OAB); e, o enunciado da Súmula Vinculante 14 do e. STF, solicitar e requerer:

i. seja deferida habilitação dos novos patronos do Requerido, subscritores desta peça e
demais constantes da procuração (em anexo), bem como, vistas dos autos pelo prazo legal
– via sistema PJe (liberando-se o sigilo aos Advogados constantes da procuração ora
apresentada), para análise, de forma urgente, com a finalidade de ter conhecimento do
caderno processual;

ii. requer finalmente que toda e qualquer publicação/intimação no Diário da Justiça


Eleitoral eletrônico (ou qualquer meio que o substitua) atinente ao presente feito faça
constar na íntegra e expressamente o nome dos patronos do peticionante (Drs. Sábato G. M.
Rossetti – OAB/PA nº 2.774, Francisco Brasil Monteiro Filho – OAB/PA nº 11.604, e
demais constantes da procuração apresentada), sob pena de nulidade.

Termos em que,
Pede deferimento.

De Belém para Magalhães Barata, PA, 16 de fevereiro de 2023.

Sábato G. M. Rossetti Francisco Brasil Monteiro Filho


OAB/PA nº 2.774 OAB/PA 11. 604

Anexo: Instrumento de procuração – novos Advogados do Requerido Azle Vilas-Boas Braga.

Travessa Quintino Bocaiúva, nº 2301, edifício Rogélio Fernandez, 22º andar, bairro Cremação, CEP 66.045-315 – Belém –Pará
Fone (91)3212-0825 – Celular/WhatsApp (91)98910-4000 – e-mail: srossetti@srossetti.adv.br – Belém – Pará – Brasil

Assinado eletronicamente por: FRANCISCO BRASIL MONTEIRO FILHO - 16/02/2023 08:09:51 Num. 86810727 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23021608095055100000082430612
Número do documento: 23021608095055100000082430612
PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: AZLE VILLAS BOAS BRAGA, brasileiro, casado, ex-Secretário Municipal de Saúde de
Magalhães Barata, com RG n. 5215342 PC/PA, e com CPF n.001.663.682-10, residente
e domiciliado na cidade na Magalhães Barata, na Cuinarana, s/n, Centro – CEP 68.722-
000, Magalhães Barata – Pará;

OUTORGADOS: SÁBATO G. M. ROSSETTI, brasileiro, casado, advogado, OAB/PA nº 2.774, FRANCISCO


BRASIL MONTEIRO FILHO, brasileiro, casado, advogado, OAB/PA n° 11.604, CECÍLIA
RODRIGUES BRASIL, brasileira, advogada OAB/PA n° 15.168-B, ANDRÉ LUIZ TRINDADE
NUNES, brasileiro, casado, advogado, OAB/PA nº 17.317, TULIO TRINDADE ACATAUASSU
DE OLIVA, brasileiro, solteiro, advogado, OAB/PA nº 21421 e VICTOR ROSSETTI
SEGTOWICH, brasileiro, solteiro, estagiário de direito inscrito na OAB/PA nº 7554-E,
todos com escritório profissional nesta cidade à Tv. Quintino Bocaiuva, 2301, Ed.
Rogélio Fernandez, Conj. 2213, Bairro Cremação, Belém – Pará, e-mails:
franciscobmfilho@gmail.com e srossetti@srossetti.adv.br, celular/whatsapp
91-98910-4000//98116-7263.

PODERES: Com cláusula ad judicia et extra ao foro em geral, na forma do artigo 105 do Código de
Processo Civil vigente, e todos os necessários para defender os interesses e direitos da
outorgante, em juízo ou fora dele, transigir, desistir, firmar compromissos, levantar,
receber, dar quitação, para postular em juízo ou fora dele, em especial na defesa do
Outorgante na Ação de Improbidade Administrativa n. 0800016-67.2023.8.14.0221,
que lhe move o Ministério Público Estadual perante o Termo Judiciário de Magalhães
Barata -PA., podendo substabelecer.

Belém, PA., 13 de Fevereiro de 2023.

AZLE VILLAS BOAS BRAGA,


CPF n.001.663.682-10

Travessa Quintino Bocaiúva, nº 2301, edifício Rogélio Fernandez, 22º andar, bairro Cremação, CEP 66.045-315 – Belém –Pará
Fone (91)3212-0825 – Celular/WhatsApp (91)98910-4000 – e-mail: srossetti@srossetti.adv.br – Belém – Pará – Brasil

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Número do documento: 23021608095205600000082430613
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU

SECRETARIA DA VARA ÚNICA DO TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Fone: (91) 3812-3133 , E-mail: tjepa088@tjpa.jus.br, Endereço: Avenida Central, 102, Bairro Novo, Magalhães
Barata - PA, CEP: 68.722-000

TERMO DE JUNTADA

Nesta data, faço juntada do Agravo de Instrumento.


Magalhães Barata, 19 de fevereiro de 2023.

FLÁVIO MARCÍLIO FERREIRA DE MIRANDA


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: WESLEY AVIZ DE JESUS - 19/02/2023 12:29:43 Num. 87002344 - Pág. 1
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Número do documento: 23021912294316200000082600953
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO

MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 81420232098491
Nome original: 0802155-73.2023.8.14.0000 Decisão.pdf
Data: 17/02/2023 15:50:26
Remetente:
GISSANDRA MARIA ARAGAO KLAUTAU LOBATO
NÚCLEO DE MOVIMENTAÇÃO DA UNIDADE DE PROCESSAMENTO JUDICIAL DO 2º GRAU
TJPA
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: Comunicação de Decisão em anexo PROCESSO DE ORIGEM Nº: 0800016-67.2023.8.14.022
1

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Número do documento: 23021912294333600000082600954
TJPA - 2º Grau
PJe - Processo Judicial Eletrônico

17/02/2023

Número: 0802155-73.2023.8.14.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 2ª Turma de Direito Público
Órgão julgador: Desembargadora LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO
Última distribuição : 09/02/2023
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Violação dos Princípios Administrativos
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MARLENE DA SILVA BORGES (AGRAVANTE) JOAO LUIS BRASIL BATISTA ROLIM DE CASTRO
(ADVOGADO)
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ (AGRAVADO)
Documentos
Id. Data Documento Tipo
12735393 17/02/2023 Decisão Decisão
15:24

Assinado eletronicamente por: WESLEY AVIZ DE JESUS - 19/02/2023 12:29:46 Num. 87002345 - Pág. 2
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Número do documento: 23021912294333600000082600954
2ª TURMA DE DIREITO PÚBLICO – AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0802155-73.2023.8.14.0000

RELATORA: DESEMBARGADORA LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO

AGRAVANTE: MARLENE DA SILVA BORGES

AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por MARLENE DA SILVA BORGES, prefeita municipal de
Magalhães Barata, contra decisão ID 86232959 exarada pela Vara da Única de Igarapé-Açu nos autos de ação civil
pública por ato de improbidade administrativa movida pelo MPE, que em tutela de urgência determinou: a) o
afastamento da agravante do cargo de chefe do executivo municipal; b) o bloqueio de ativos e a indisponibilidade dos
mesmos via sistemas SISBAJUD e RENAJUD- da agravante e demais requeridos na ACP; c) a imediata suspensão dos
pagamentos em favor da empresa A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, também requerida na ACP.

Inconformada recorre arguindo em síntese que o não preenchimento dos requisitos do art. 20 da Lei de
Improbidade Administrativa, explicitando haver autonomia das secretarias municipais para a contratação e execução de
despesas; que os relatos de assedio moral apontados pelo MPE não condizem com a realidade uma vez que das quatro
testemunhas ouvidas, duas delas não teriam isenção de animo por serem adversários políticos e uma outra teria sido
exonerada muito antes da ação de origem ser protocolada, além do fato do processo ter corrido em sigilo, de forma que
não há logica na medida de afastamento do cargo.

Alega que a contratação da empresa A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI foi precedida de
regular processo licitatório e que o contrato findou em 31/01/2022, bem como não há pedido de produção de provas pelo
MPE portanto não haveria como afirmar que a agravante estaria obstruindo o andamento do processo.

Alegou risco de lesão à ordem pública e apresentou jurisprudência do STJ e do STF em consonância com os
argumentos e requereu a concessão de efeito suspensivo e provimento do agravo com argumento que a medida
representa um juízo antecipado de culpabilidade incompatível com o devido processo legal.

Agravo interposto dia 09/02/2023 as 21:14.

Antes mesmo do juízo de admissibilidade a recorrente interpôs, em regime de plantão judicial, medida cautelar
inominada, processo n. 0802297-77.2023.8.14.0000, em síntese com o mesmo objeto deste agravo, obtendo decisão
favorável para a recondução ao cargo ID12647921.

O processo n. 0802297-77.2023.8.14.0000 em fluxo normal foi encaminhado a este gabinete no dia


13/02/2023.

É o essencial a relatar. Examino.

Segundo Fernando da Fonseca Gaiardoni[1], em se tratando de improbidade administrativa, o art. 20,


parágrafo único, da LIA, em sua redação originária, previa uma única hipótese tolerável de intervenção do Poder
Judiciário nos demais Poderes ao estabelecer que a autoridade judicial competente poderia, antes do trânsito em

Assinado eletronicamente por: LUZIA NADJA GUIMARAES NASCIMENTO - 17/02/2023 15:24:17 Num. 12735393 - Pág. 1
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Número do documento: 23021912294333600000082600954
julgado, determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizesse necessária à instrução processual.

A Lei 14.230/2021 mantém a possibilidade da concessão da referida medida cautelar típica no âmbito da
improbidade administrativa com algumas alterações.

A novidade inserida no art. 20, § 1º, da LIA (com a redação da Lei 14.230/2021), objetiva afastar o risco
iminente de reiteração ou cometimento de novos ilícitos, protegendo a ordem pública administrativa através do
afastamento do agente do exercício de suas funções. Não bastam meras ilações de risco, sendo necessária a existência
de dados concretos que demonstrem o perigo iminente com a manutenção do agente no exercício do cargo/função.

Valerão, aqui, mutatis mutandis, as referências já existentes na doutrina e jurisprudência nacionais, do


conceito de ordem pública para fins de decretação da prisão preventiva do agente (art. 312 do CPP), doravante novo
fundamento para o afastamento cautelar do agente do cargo/função ou mandato.

Se para os agentes públicos do quadro a medida de afastamento cautelar já é excepcional, para os agentes
políticos eleitos pelo voto popular a medida é ultraexcepcional, e quem diz isso é o STJ (REsp 929.483/BA, 1.ª T., j.
02.12.2008, rel. Min. Luiz Fux, também, REsp 993.065/ES, 1.ª T., j. 26.02.2008, rel. Min. Teori Albino Zavascki e AgRg
na SLS 1.630/PA, rel. Min. Felix Fischer, Corte Especial, j. 19.09.2012).

Para além dos fundamentos acima, ainda há expressa previsão constitucional (art. 15) vedando a cassação de
direitos políticos (ainda mais de forma antecipada), afinal, no Estado de Democrático Direito o mandato eletivo deve ser
respeitado para que não seja comprometido o direito constitucional ao livre exercício do voto e à soberania popular (art.
1.º da CF).

Pelo que se colhe dos autos deste recurso e da ação civil pública no 1º grau, entende-se que foi acertada a
decisão proferida em plantão judicial determinando a recondução da agravante ao cargo de prefeita municipal.

E embora os fatos descritos na inicial da ACP pareçam realmente graves e haja indícios da fraude na
execução do contrato administrativo em espécie, não se verifica a existência de perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo por obstrução a instrução.

Esse perigo não pode ser presumido e tampouco ter como fundamento a gravidade dos fatos imputados.
Assim, é necessário ter cautela na adoção de providências drásticas ou excessivas sob o risco de subversão da ratio
legis, pois se assim o fosse estar-se-á impondo o afastamento cautelar em razão exclusiva da posição hierárquica da
função pública ocupada e os poderes decorrentes de seu exercício.

Não se perde de vista que todo e qualquer agente público tem, inerente ao múnus público, a existência de
competências que, em maior ou menor grau, podem, em tese, gerar influências indevidas apenas pela sua posição
hierárquica, e se essa condição hierárquica fosse a razão suficiente para justificar o afastamento, o próprio legislador
ordinário não teria condicionado a medida na forma que está disposta.

Como referido nas razões do recurso, duas das quatro testemunhas podem apresentar motivações políticas, o
que não desqualifica seus depoimentos como evidência da prática improba pelos requeridos, contudo, essa particular
condição demanda percuciente análise do juízo quanto a atenderem a condição de supedâneo para caracterizar a
presença dos requisitos mínimos para a decretação da medida extrema.

Pelo que se colhe até aqui, não há, ademais, elementos concretos que evidenciem a existência de risco à
instrução processual de sorte que a hipotética possibilidade, in abstrato, de sua ocorrência não legitima a aplicação
dessa medida cautelar excepcional, sob pena de configurar ingerência indevida do Poder Judiciário na escolha do eleitor

Assinado eletronicamente por: LUZIA NADJA GUIMARAES NASCIMENTO - 17/02/2023 15:24:17 Num. 12735393 - Pág. 2
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Número do documento: 23021912294333600000082600954
em momento pretérito.

Nesse sentido o julgamento unanime da c. Corte Especial do STJ no AgRg na SLS 955/CE, Rel. Ministro Ari
Pargendler, Corte Especial, julgado em 19/11/2008, do qual cumpre destacar o seguinte excerto:

“O dispositivo legal prevê o afastamento do agente público de suas funções com o objetivo
de garantir o bom andamento da instrução processual na apuração dos atos de
improbidade administrativa.

Tal norma só pode ser aplicada em situação excepcional, quando, mediante fatos
incontroversos, existir prova suficiente de que o agente público esteja dificultando a
instrução processual.

A excepcionalidade da medida deve ser observada ainda com mais rigor no caso de
mandato eletivo, cuja suspensão, considerada a temporariedade do cargo e a natural
demora na instrução das ações de improbidade, pode, na prática, acarretar a própria
perda do mandato (MC nº 5.214, MG, Relator p/ acórdão Ministro Teori Albino Zavascki,
DJ de 15.09.2003).

O afastamento cautelar do agente político representa uma intervenção tolerável do


Poder Judiciário em outro Poder desde que evidenciado o tumulto à instrução
processual provocado pelo agente. Não basta a existência de indícios ou
presunções; a mera suposição de que possa ocorrer alguma dificuldade na
instrução processual não justifica o afastamento do cargo (AgRg na Pet nº 2.655, ES,
Relator Ministro Francisco Peçanha Martins, DJ de 20.06.2005; AgRg na MC nº 8.810, AL,
Relatora Ministra Denise Arruda, DJ de 22.11.2004 e AgRg na MC nº 3.048, BA, Relator
Ministro José Delgado, DJ de 06.11.2000). ”

Na mesma linha HELY LOPES MEIRELLES[2]:

"Trata-se de medida violenta, que afasta o agente público antes de ele ter sido
definitivamente julgado e, portanto, merece interpretação estrita e cuidadosa para que não
se transforme em forma abusiva de combate político ou de vingança pessoal e não viole as
garantias do devido processo legal e da presunção de inocência de todos quantos venham
a ser acusados da prática de atos de improbidade."

O objeto recursal cinge-se a verificar basicamente apenas em uma questão: a imprescindibilidade de


afastamento da Prefeita Municipal de Magalhães Barata do respectivo cargo.

Com todas as vênias ao Magistrado do 1º grau, em que pese haver indícios da prática de ato de improbidade
administrativa, não há supedâneo legal, neste momento processual, para justificar o afastamento da prefeita municipal,
máxime porque boa parte dos argumentos adotados pelo Parquet está concentrada na contratação, gestão e execução
do contrato com a A. F. B. SILVA E COMÉRCIO E SERVIÇOS EIRELI, cuja coleta de provas, em tese, não exige a
medida imposta.

Ante o exposto CONCEDO O EFEITO SUSPNSIVO para suspender apenas a determinação de afastamento da
recorrente do Cargo de Prefeita Municipal de Magalhães Barata, ratificando a medida cautelar concedida em plantão
judicial acima referida (ID12647921).

Intime-se para o contraditório.

Colha-se a manifestação da Procuradoria de Justiça.

Voltem conclusos.

Servirá a presente decisão, por cópia digitalizada, como MANDADO.

Assinado eletronicamente por: LUZIA NADJA GUIMARAES NASCIMENTO - 17/02/2023 15:24:17 Num. 12735393 - Pág. 3
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P.R.I.C.

Belém (PA), assinado na data e hora registradas no sistema.

Desa. LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO

Relatora

[1] Comentários a Nova Lei de Improbidade Administrativa – 2023. RT - Thomson Reuters

[2]MANDADO DE SEGURANÇA, AÇÃO POPULAR. 23ª edição, São Paulo, Malheiros, 2001,
p.194

Assinado eletronicamente por: LUZIA NADJA GUIMARAES NASCIMENTO - 17/02/2023 15:24:17 Num. 12735393 - Pág. 4
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Número do documento: 23021715241750000000012388302

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Número do documento: 23021912294333600000082600954
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU

SECRETARIA DA VARA ÚNICA DO TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Fone: (91) 3812-3133 , E-mail: tjepa088@tjpa.jus.br, Endereço: Avenida Central, 102, Bairro Novo, Magalhães
Barata - PA, CEP: 68.722-000

CONCLUSÃO

Nesta data, faço conclusos os presentes autos ao MM. Juiz de Direito Titular da Comarca de
Igarapé-Açu, responsável pela jurisdição do Termo Judiciário de Magalhães Barata.
Magalhães Barata, 19 de fevereiro de 2023.

FLÁVIO MARCÍLIO FERREIRA DE MIRANDA


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: WESLEY AVIZ DE JESUS - 19/02/2023 12:31:18 Num. 87002347 - Pág. 1
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Número do documento: 23021912311807300000082600956
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TERMO
JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA, ESTADO DO PARÁ

PROCESSO Nº: 0800016-67.2023.8.14.0221

ROSÂNGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA,


já qualificada nos autos da presente Demanda movida pelo Ministério Público do Estado do
Pará, também qualificado, vem respeitosamente perante Vossa Excelência por seu
procurador subscrito, considerando o bloqueio realizado nos presentes autos a partir da
Decisão de ID nº 86232959, vem expor e requerer o que segue.

Nobre Julgador, como se pode verificar, a decisão citada ao


norte deferiu o “BLOQUEIO DE VALORES E ATIVOS, via SISBAJUD, RENAJUD e
INDISPONIBILIDADE ... no valor de R$ 423.058,00 (Quatrocentos e vinte e três mil e
cinquenta e oito reais)”, tendo no caso da Ré Rosangela do Socorro Nascimento da
Silva havido o bloqueio dos valores de R$ 2.605,16 e de R$ 2.410,41 respectivamente
nas seguintes Contas especificadas:

a) Conta 716055-0, Agência: 2156, 237- Banco Bradesco;


b) Conta 7769016, Agência 140, 37- Banco do Estado do Pará S.A.

Ocorre que a este respeito, referido bloqueio recaiu sobre os


Vencimentos Alimentares da Ré, sobre as contas correntes em que a mesma
percebe suas verbas salariais que recebem os pagamentos dos vínculos de
Professora perante a Secretaria Municipal de Educação de Magalhães Barata 1 e
perante a Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), o que faz incidir na vedação

1
Conta Bradesco:

Assinado eletronicamente por: ARTHUR KALLIN OLIVEIRA MAIA - 23/02/2023 10:12:56 Num. 87105804 - Pág. 1
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Número do documento: 23022310125586200000082698385
legal do artigo 833, do CPC/15, no qual se preconiza os casos de impenhorabilidade dos
bens do devedor, destacando-se os incisos IV que define como impenhoráveis:

“IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as


remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os
pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e
de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os
honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º; [...]”

Desta forma, vê-se que o CPC compreende os


VENCIMENTOS como uma das possibilidades de impenhorabilidade, pois, em geral,
tratam-se de recursos ALIMENTARES para custear a sobrevivência e manutenção
familiar que possuem caráter imprescindível, não especulativo ou de outra natureza que
possa ser constrito.
A partir do entendimento majoritário do Superior Tribunal de
Justiça, a ampliação do limite pecuniário para bloqueio estendeu-se, abrangendo todo e
qualquer tipo de conta bancária do devedor, inclusive conta corrente. Este
entendimento pode ser percebido através de pílula jurisprudencial a seguir:

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. BLOQUEIO
DE VALORES. CONTA SALÁRIO. IMPENHORABILIDADE. 1.
O art. 833, inciso IV, do novo Código de Processo Civil prescreve que
são impenhoráveis: os vencimentos, os subsídios, os soldos, os
salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as
pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do
devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os
honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º. 2. O valor
objeto da penhora on-line tem natureza alimentar, vez que a
conta é utilizada para recebimento de proventos do agravante,
sendo, portanto, impenhorável. 3. Agravo de instrumento provido.

(STJ. AG 1011570-68.2018.4.01.0000, JUIZ FEDERAL ALEXANDRE


BUCK MEDRADO SAMPAIO (CONV.), TRF1 - SÉTIMA TURMA, PJe

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Número do documento: 23022310125586200000082698385
30/11/2020 PAG.)."

Sendo assim, a proteção da dignidade do devedor e de sua


família é notória, de modo que mesmo nas ações de improbidade “a constrição não pode
incidir sobre verbas de caráter alimentar, tais como saldos de conta-corrente ou
poupança, sob risco de se privar o agente dos recursos indispensáveis à sua própria
subsistência e de sua família” (TRF1- Processo 1026451-50.2018.4.01.0000. Data do
julgamento: 27/04/2021).
O entendimento majoritário exposto pelo Superior Tribunal de
Justiça age dentro deste prisma, visto que, ao abranger as regras de impenhorabilidade
promove a garantia das necessidades básicas do indivíduo, que, no cenário
contemporâneo, é mais extenso que fatores meramente biológicos.
Considerando o disposto, bem como o princípio da dignidade
da pessoa humana, REQUER-SE O IMEDIATO E URGENTE DESBLOQUEIO DAS
SEGUINTES CONTAS DE TITULARIDADE DA PETICIONANTE ROSÂNGELA DO
SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA, quais sejam:
a) Conta 716055-0, Agência: 2156, 237- Banco Bradesco;

b) Conta 7769016, Agência 140, 37- Banco do Estado do Pará S.A.

Por derradeiro, informa-se que a contestação será


oportunamente protocolada em peça própria e dentro do prazo concedido.

Termos que pede deferimento.

Belém-PA, 23 de fevereiro de 2023.

ARTHUR KALLIN OLIVEIRA MAIA


OAB/PA nº 19.600

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Número do documento: 23022310125586200000082698385
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Número do documento: 23022310125619000000082698387
Bradesco Celular

Data: 11/02/2023 - 14h15


Nome: ROSANGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA

Extrato de: Agência: 2156 | Conta: 716055-0 | Últimos Lançamentos Folha: 1/2

Data Histórico Docto. Crédito (R$) Débito (R$) Saldo (R$)

08/02/2023 SALDO ANTERIOR 2.605,16

10/02/2023 BLOQUEIO-ORDEM JUDICIAL 100223 -2.605,16 0,00

RENDIMENTOS
13/02/2023 1207157 2,07 2,07
POUP FACIL-DEPOS A PARTIR 4/5/12

Total 2,07 -2.605,16 2,07

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Número do documento: 23022310125660100000082698388
Bradesco Celular

Data: 11/02/2023 - 14h15


Nome: ROSANGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA SILVA

Extrato de: Agência: 2156 | Conta: 716055-0 | Lançamentos Futuros Folha: 2/2

Data Histórico Docto. Crédito (R$) Débito (R$) Saldo (R$)

Extrato inexistente.

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Número do documento: 23022310125660100000082698388
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Número do documento: 23022310125694900000082698389
Assinado eletronicamente por: ARTHUR KALLIN OLIVEIRA MAIA - 23/02/2023 10:12:57 Num. 87105811 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23022310125727200000082698392
Número do documento: 23022310125727200000082698392
S U B S T A B E L E C I M E N T O

JOÃO LUIS BRASIL BATISTA ROLIM DE CASTRO,


brasileiro, casado, advogado inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil do Pará sob o nº. OAB/PA
14.045, face as Procurações que lhe foram
outorgadas, neste ato e pelo presente Instrumento
Particular, SUBSTABELECE SEM RESERVA DE PODERES,
na pessoa de Dra. ARTHUR KALLIN OLIVEIRA MAIA,
brasileiro, advogado, inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil do Pará sob o nº 19.600, para
agir em plenitude de poderes e representar a
Outorgante ROSÂNGELA DO SOCORRO NASCIMENTO DA
SILVA perante o Tribunal de Justiça do Estado Pará
e em todas as varas que compõe esta Corte de
Justiça.

Belém – Pará, 22 de fevereiro de 2023.

P.p. João Luis Brasil Batista Rolim de Castro


OAB-PA 14.045

Assinado eletronicamente por: ARTHUR KALLIN OLIVEIRA MAIA - 23/02/2023 10:12:57 Num. 87105814 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23022310125768300000082698395
Número do documento: 23022310125768300000082698395
Assinado eletronicamente por: ARTHUR KALLIN OLIVEIRA MAIA - 23/02/2023 10:12:58 Num. 87105818 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23022310125804400000082698399
Número do documento: 23022310125804400000082698399
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES
BARATA

Processo n.° 0800016-67.2023.8.14.0221

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ, por intermédio da Promotora de Justiça ao


final assinada, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, expor o que segue:

Considerando que os autos vieram ao Ministério Público para ciência dos despachos ID n.º
86523105 e 87002371, este Órgão Ministerial atesta ciência dos referidos expedientes.

Por fim, este Órgão Ministerial informa que apresentará tempestivamente a cabível contraminuta
ao agravo de instrumento.

Magalhães Barata, datado e assinado eletronicamente.

Brenda Corrêa Lima Ayan

Promotora de Justiça

Assinado eletronicamente por: BRENDA CORREA LIMA - 24/02/2023 10:16:23 Num. 87199219 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23022410162342600000082781148
Número do documento: 23022410162342600000082781148
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

COMARCA DE IGARAPÉ-AÇU

SECRETARIA DA VARA ÚNICA DO TERMO JUDICIÁRIO DE MAGALHÃES BARATA

Fone: (91) 3812-3133 , E-mail: tjepa088@tjpa.jus.br, Endereço: Avenida Central, 102, Bairro Novo, Magalhães
Barata - PA, CEP: 68.722-000

CONCLUSÃO

Nesta data, faço conclusos os presentes autos ao MM. Juiz de Direito Titular da Comarca de
Igarapé-Açu, responsável pela jurisdição do Termo Judiciário de Magalhães Barata.
Magalhães Barata, 24 de fevereiro de 2023.

FLÁVIO MARCÍLIO FERREIRA DE MIRANDA


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: FLAVIO MARCILIO FERREIRA DE MIRANDA - 24/02/2023 10:50:10 Num. 87205435 - Pág. 1
https://pje-consultas.tjpa.jus.br/pje-1g-consultas/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23022410501087400000082786715
Número do documento: 23022410501087400000082786715

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